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FACULDADE UNYLEYA Curso de Pós-Graduação em Coaching João Batista Soares COACHING SOB A ÓTICA DA INTELIGÊNCIA EMOCIONAL Belo Horizonte 2018

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FACULDADE UNYLEYA Curso de Pós-Graduação em Coaching

João Batista Soares

COACHING SOB A ÓTICA DA INTELIGÊNCIA EMOCIONAL

Belo Horizonte

2018

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João Batista Soares

COACHING SOB A ÓTICA DA INTELIGÊNCIA EMOCIONAL

Monografia apresentada ao curso de Pós-graduação da Diretoria de Ensino da Faculdade Unyleya, como requisito parcial para obtenção do título de Especialista em Coaching, sob orientação da profª Maroly Cristina Vieira.

Área de concentração: Inteligência Emocional

______________________________________ Profa. Maroly Cristina Vieira (Orientadora)

Belo Horizonte, 22 de julho de 2018.

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João Batista Soares

COACHING SOB A ÓTICA DA INTELIGÊNCIA EMOCIONAL

Monografia apresentada ao curso de Pós-graduação da Diretoria de Ensino da Faculdade UnYleYa, como requisito parcial para obtenção do título de Especialista em Coaching.

Área de concentração: Inteligência Emocional

______________________________________

Orientadora: Profa. Maroly Cristina Vieira

______________________________________ Banca Examinadora

________________________________________ Banca Examinadora

Belo Horizonte, 22 de julho de 2018.

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À minha mãe, com seus 86 anos de lucidez, perspicácia e

firmeza, vividos com doçura, ternura e beleza. Um exemplo de

persistência e resiliência: tão nova, e com quinze filhos, foi pega

de surpresa com a partida da alma gêmea e do timoneiro, sem

jamais perder o otimismo, a esperança e olhar altaneiro. Um

exemplo para todos nós!

À Isabelle, filha exemplar, de refinada inteligência, rumo ao

voo estrelar; não à toa tem em seu nome miríade para se

identificar!

À família Soares, e meus quatorze irmãos, de tantas

recordações nostálgicas de uma infância difícil, mas bem vivida;

sinto um aperto no peito ao lembrar de tantos momentos

inesquecíveis e esplendorosos!

João Batista Soares

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Qualquer um pode zangar-se – isso é fácil. Mas zangar-se

com a pessoa certa, na medida certa, na hora certa, pelo motivo

certo e da maneira certa – isso não é fácil.

Aristóteles

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RESUMO

Esta investigação científica versou sobre as melhores metodologias de Coaching com

o objetivo de alcançar a excelência na Inteligência Emocional – IE, ou seja, otimizar a

capacidade de lidar, entender e compreender as EMOÇÕES nas relações intra e

interpessoais, visando à busca do bem-estar individual, organizacional e/ou social.

Estudos apontam que a Inteligência Emocional – IE é mais importante que a

mental/cognitiva, medida pelo Quoeficiente de Inteligência – QI. Afinal, a dose certa

de emoção e razão permite decisões ponderadas, que desencadeiam reações

positivas. Para tal desiderato, o Coaching desenvolveu dezenas de ferramentas que

permitem alterar o modelo mental formado desde a fase uterina, que funciona como

desígnio ou profecia autorrealizável. A pesquisa evidenciou que a Programação

Neurolinguística - PNL transformou-se no elo entre o Coaching e ciências afins, das

quais os principais conceitos teóricos são adaptados/ajustados para dar praticidade

e/ou cientificidade às ferramentas utilizadas no Processo de Coaching, tais como o

rapport, o método socrático e a comunicação (interna e externa), a fim de elicitar

insights e/ou gatilhos mentais para eliminar crenças e valores sabotadores, bem como

aprimorar as forças e virtudes facilitadoras, inundando o corpo e a mente de

sentimento de autoestima e empoderamento, com explosões de ideias/soluções, que

são ordenadas/sistematizadas em planos de ação, elaborados com a ajuda das

poderosas metodologias de Coaching, que permitem a pessoa sair de uma Estado

Atual – EA (desconfortante) para um Estado Desejado – ED (agradável ou sonhado).

Eis a razão do tema COACHING SOB A ÓTICA DA INTELIGÊNCIA EMOCIONAL,

cujas técnicas provocam estados de fluxo e abrem novas e variadas alternativas

viáveis, com imersões profundas nos mistérios da mente-alma-corpo, graças aos

frutíferos estudos nas áreas da Psicologia Positiva, Administração (Liderança/Gestão

de Pessoas), PNL, Neurociência, Filosofia, dentre outras, que maximizam as cinco

aptidões da IE (autoconhecimento, autocontrole, automotivação, empatia e práticas

sociais), com melhoras significativas nas relações e, portanto, nas decisões acertadas

e saudáveis em face do equilíbrio atitudinal entre o QI e IE (racional e emocional).

Palavras-chaves: Coaching e Inteligência Emocional. Neurolinguística. Ciências Afins.

Estado Atual e Estado Desejado. Emoções e Relações Intra e Interpessoais.

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ABSTRACT

This scientific research focused on the best Coaching methodologies with the objective

of achieving excellence in Emotional Intelligence (EI), that is, to optimize the ability to

deal with and understand EMOTIONS in intra and interpersonal relationships— aiming

at the search for individual, organizational and/or social well-being. Studies show that

EI is more important than mental/cognitive intelligence, measured by the Intelligence

Quotient (IQ). After all, the right dose of emotion and reason allows thoughtful

decisions that trigger positive reactions. To that end, Coaching has developed dozens

of tools that have the ability to change the mental model developed during the uterine

phase, which functions as a self-actualizing design or prophecy. This research

suggested that Neurolinguistic Programming (NLP) has transformed into a link

between Coaching and related sciences, of which the main theoretical concepts are

adapted/adjusted to give practicality and/or validity to the tools used in the Coaching

process such as rapport, the Socratic method, and communication (internal and

external). These tools elicit insights and/or mental triggers that eliminate sabotaging

beliefs and values, as well as enhance the facilitating forces and virtues that flood the

body and mind with feelings of self-esteem, empowerment, and explosions of

ideas/solutions, which are then ordered/systematized into action plans. Devised with

the help of powerful Coaching methodologies, a person is able to move from a Current

State – CS (discomforting) to a Desired State -DS (pleasant or dreamed). This is the

reason COACHING UNDER THE OPTICS OF EMOTIONAL INTELLIGENCE provoke

flow states and open new and varied viable alternatives, with deep immersions in the

mysteries of mind-soul-body. Thanks to fruitful studies in the areas of Positive

Psychology, Administration (Leadership/People Management), NLP, Neuroscience,

and Philosophy, among others, that maximize EI's five skills: self-knowledge, self-

control, self-motivation, empathy and social practices— significant improvements in

relationships and, therefore, the right and healthy decisions can be made in the face

of the attitudinal balance between IQ and EI (rational and emotional).

Keywords: Coaching and Emotional Intelligence. Neurolinguistics. Related Sciences.

Current State and Desired State. Emotions and Intra and Interpersonal Relationships.

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LISTA DE ABREVIATURAS

BPM – Benefícios Percebidos com a Mudança

EA – Estado Atual (situação indesejada, que causa desconforto)

ECP – Esforço/Custo Percebido

ED – Estado Desejado (alvo a ser atingido, de acordo com a menta e o plano de ação)

EI – Emotional Intelligence (inglês) ou Inteligência Emocional - IE

IE – Inteligência Emocional

IQ - Intelligence Quotient (inglês) ou Quociente de Inteligência - QI

NLP - Neurolinguistic Programming (inglês) ou Programação Neuroliguística - PNL

PDCA – Planejar (Plan), Fazer (Do), Chegar (Check) e Ação (Action)

PG – Perdas e Ganhos (matriz que analisas ganhosXperdas para ir do EA para o ED

PNL – Programação Neurolinguística

PRM – Probabilidade de Realização da Mudança

PSP – Psicologia Positiva

QI – Quoeficiente de Inteligência

RPM – Planning Method Rapid (Método de Planejamento Rápido)

SRE/SEF- MG – Subsecretaria da Receita Estadual da SEF-MG

SEF-MG – Secretaria de Estado de Fazenda de Minas Gerais

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO .......................................................................................................................... 11

1.1 Justificativa da Pesquisa .............................................................................................................. 11

1.1 Problema ..................................................................................................................................... 11

1.2 Objetivo da Pesquisa ................................................................................................................... 12

1.2.1 Objetivos Gerais ................................................................................................................... 12

1.2.2 Objetivos específicos ............................................................................................................ 12

1.3 Metodologia da Pesquisa ............................................................................................................ 12

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA .................................................................................................... 15

2.1 Coaching e o Elo com as Ciências Afins ................................................................................ 15

2.1.1 A Inteligência Emocional e a Psicologia Positiva .................................................................. 18

2.1.2 Estilo de Liderança e/ou Gestão de Pessoas ........................................................................ 19

2.1.3 Neurociência ........................................................................................................................ 20

2.1.4 Ferramentas de Coaching – Práticas .................................................................................... 21

3 COACHING ............................................................................................................................... 22

3.1 Breve Histórico ............................................................................................................................ 22

3.2 Definição de Coaching ................................................................................................................. 22

3.3 Tipos de Coaching: Pessoal e Executivo ...................................................................................... 24

3.4 Qualificações Mínimas Exigíveis do Coach .................................................................................. 24

3.5 Etapas do Processo de Coaching ................................................................................................. 25

3.6 O Código de Ética e o Profissional Coach .................................................................................... 26

3.7 Teorias da Aprendizagem e do Modelo Mental .......................................................................... 28

3.7.1 Teoria Construtivista ............................................................................................................ 28

3.7.2 Teoria Sócio-interacionista (Vygotsky e Wallon) ................................................................. 29

3.8 As Cinco Principais Escolas de Coaching .............................................................................. 31

3.8.1 Método GROW ..................................................................................................................... 31

3.8.2 Método das Metáforas......................................................................................................... 31

3.8.3 Método do Planning Method Rapid - RPM .......................................................................... 32

3.8.4 Método do Custo/Benefício para Mudança ......................................................................... 32

3.8.5 Método do Consciente (Self1) e do Inconsciente (Self2) ..................................................... 33

3.9 Coaching e as Ciências Afins ............................................................................................... 33

3.9.1 Breve Histórico ..................................................................................................................... 33

3.9.2 Programação Neurolinguística – PNL ................................................................................... 34

3.10 Psicopatia e os Cuidados do Coach ................................................................................... 38

3.10.1 Breve Histórico ................................................................................................................... 38

3.10.2 Definição de Psicopatia ...................................................................................................... 38

3.10.3 A População de Perfil Psicopata ......................................................................................... 38

3.10.4 Habitat Natural do Psicopata ............................................................................................. 39

3.10.5 Os Novos Desafios do Profissional Coach .......................................................................... 40

4 INTELIGÊNCIA EMOCIONAL E PSICOLOGIA POSTIVA .................................................................. 41

4.1 INTELIGÊNCIA EMOCIONAL - IE .......................................................................................... 41

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4.1.1 Breve Histórico ..................................................................................................................... 41

4.1.2 Definição de Inteligência Emocional - IE .............................................................................. 42

4.1.3 Persistência .......................................................................................................................... 43

4.2 PSICOLOGIA POSITIVA - PSP ............................................................................................... 44

4.2.1 Breve Histórico ..................................................................................................................... 45

4.2.2 Definição da Psicologia Positiva - PSP .................................................................................. 45

4.2.3 Atividade que Melhoram a Qualidade de Vida .................................................................... 47

4.2.4 Fatores determinantes do bem-estar .................................................................................. 49

4.2.5 Teste das Virtudes e Forças Pessoais ................................................................................... 49

4.2.6 Estado de Fluxo (Flow) ......................................................................................................... 50

5. ESTILOS DE LIDERANÇA E/OU GESTÃO DE PESSOAS ................................................................. 51

5.1 Breve Histórico ............................................................................................................................ 51

5.2 Teoria dos Traços de Personalidades (1900-1940) ..................................................................... 52

5.3 Teorias Comportamentais (1940-1960) ...................................................................................... 52

5.4 Teorias Contingenciais ou Situacionais (1960-1990) .................................................................. 53

5.5 Teorias das “Novas Lideranças” (a partir de 1990) ..................................................................... 53

6 A NEUROCIÊNCIA E OS MISTÉRIOS DA MENTE ........................................................................... 56

6.1 Breve Histórico .................................................................................................................. 56

6.1.1 As Funções dos Cérebros Humanos ..................................................................................... 56

6.2 Definição da Neurociência .......................................................................................................... 57

6.2.1 O Sistema de Compensação dos Três Cérebros ................................................................... 57

6.3 – Ciclo de Aprendizagem e sua Relação com a Pós-Verdade ...................................................... 59

7 FERRAMENTAS DE COACHING – PRÁTICAS ................................................................................ 62

7.1 Matriz de Influência - Meta: Fluência em Inglês em 13 meses .................................................. 62

7.2 Mapa de Auto Avaliação Comportamental – MAC ou Roda Viva ............................................... 65

7.3 Matriz de Visão e Missão ............................................................................................................ 66

7.3.1 Ordenação de Valores – Meta: Maximizar a IE .................................................................... 68

7.4 Matriz Gestão da Mudança I – Meta: Maximizar a IE ................................................................. 69

7.5 Elicitação de Competências Linha do Tempo em Cinco Etapas .................................................. 69

7.6 Elicitação de Competências – Construção da Autoestima .......................................................... 70

7.7 Carta Despedida (Fúnebre) – Objetivo: Maximizar a IE .............................................................. 72

8 CONCLUSÃO ............................................................................................................................ 74

REFERÊNCIAS .............................................................................................................................. 77

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1 INTRODUÇÃO

1.1 Justificativa da Pesquisa

Para muitos estudiosos da área, a Inteligência Emocional - IE é considerada

mais importante do que a inteligência cognitiva ou mental, medida pelo Quoeficiente

de Inteligência – QI.

Desde a década de 1920 já se discutia sobre esse tema, então denominado

“inteligência social”. A partir dos anos 90, a expressão conquistou o mundo, mormente

após psicólogo Daniel Goleman publicar a obra INTELIGÊNCIA EMOCIONAL, teoria

que trata da capacidade do indivíduo lidar, entender e compreender as emoções do

ser humano (relações intra e interpessoal).

Por outro lado, Coaching desenvolveu poderosas ferramentas para estimular

e/ou apoiar o indivíduo a desenvolver habilidades para melhorar a qualidade de vida.

A questão que se coloca: quais as melhores metodologias de Coaching para

se alcançar alto nível de Inteligência Emocional?

Afinal o indivíduo vive em constante conflito interno e externo; portanto, precisa

desenvolver habilidades para lidar com os fantasmas reais ou imaginários.

Daí a escolha do tema COACHING SOB A ÓTICA DA INTELIGÊNCIA

EMOCIONAL.

1.1 Problema

A Inteligência Emocional - IE é definida como a capacidade que um indivíduo

possui de perceber, entender, avaliar e administrar suas próprias emoções e também

as emoções dos outros, ou seja, são as habilidades intra e interpessoais, quais

sejam: o autoconhecimento, o controle emocional, a automotivação, a empatia e

as habilidades sociais.

O Coaching - Pessoal ou Executivo - é o conjunto de ferramentas e

metodologias aplicadas para desenvolver e/ou aprimorar competências para

alavancar o desempenho pessoal, profissional e/ou organizacional.

Assim, quais as melhores ferramentas e metodologias do Coaching para

estimular, aprimorar, desenvolver e potencializar as habilidades necessárias para

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alavancar o nível de Inteligência Emocional, portanto, atingir alta performance pessoal

e/ou organizacional?

1.2 Objetivo da Pesquisa

Encontrar as melhores ferramentas, técnicas e metodológicas do Coaching,

com o escopo de atingir o grau de excelência no desenvolvimento e/ou aprimoramento

da Inteligência Emocional – IE e, consequentemente, promover a qualidade de vida e

a maximização do desempenho individual e/ou organizacional.

1.2.1 Objetivos Gerais

Demonstrar que as técnicas de Coaching, quando bem selecionadas e/ou

aplicadas, são poderosos instrumentos na construção de eficazes planos de ação,

com foco em aprimorar e/ou maximizar as cinco habilidades da Inteligência

Emocional - IE, consideradas, após estudos científicos, um poderoso, quiçá o mais

importante componente para se determinar o fracasso ou o sucesso organizacional

e/ou individual.

Analisar os constructos teóricos do Processo de Coaching e da Inteligência

Emocional – IE, cujas principais fontes de pesquisa centram-se na Psicologia Positiva

– PSP, na Programação Neurolinguística – PNL, na Neurociência, na Psiquiatria, na

Administração e na Filosofia.

1.2.2 Objetivos específicos

Verificar as ferramentas ou as metodologias de Coaching mais eficazes para

desenvolver e/ou potencializar as habilidades da Inteligência Emocional do indivíduo.

Otimizar o relacionamento intra e interpessoal, bem como a capacidade de

eloquência e de comunicação, inclusive em eventos públicos.

Aprimorar a Inteligência Emocional e melhorar a qualidade de vida, bem como

maximizar o perfil de liderança individual e/ou organizacional.

1.3 Metodologia da Pesquisa

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A experiência profissional, a relação direta com o tema problematizado, aliado

ao farto material bibliográfico disponível, enriqueceram a presente investigação

científica em busca da efetividade do Processo de Coaching para o aprimoramento

da Inteligência Emocional – IE, com vistas a transformar vidas, fazendo mais e

melhor, com muito menos esforço e desgaste psicológico.

O estudo selecionou os melhores métodos de Coaching para potencializar a

Inteligência Emocional – IE e, claro, minimizar os impactos psicológicos dos conflitos

cotidianos, em um mundo cujos valores pessoais quase sempre se sobrepõem ao

interesse público, em detrimento de uma sociedade mais justa, fraterna e igualitária.

Diante dos objetivos, trata-se de pesquisa qualitativa, de caráter exploratório e

explicativo, em que se utilizou do estudo da literatura de temas afins - conhecidos,

mas desconexos -, e procurou, por meio da observação direta, pessoal e empírica do

dia a dia, alcançar uma maior compreensão da problemática apresentada.

O corpo da pesquisa desenvolveu-se em cinco capítulos – 3 a 7 -, com vistas a

atingir os objetivos da questão posta sob análise.

O Capítulo 3 – Coaching – discorreu sobre a origem histórica, o conceito e os

significados dos termos Coach, Coachee, Coaching Pessoal, Coaching Executivo,

além de explicar: os tipos, as etapas, as qualificações mínimas e o código de ética

exigidos para o profissional Coach; as teorias de aprendizagem e as cinco principais

escolas de Coaching; a Programação Neurolinguística – PNL e as ciências afins, ou

seja, aquelas relacionadas ao Processo de Coaching.

Nesse capítulo trabalhou-se também a questão da PSICOPATIA, um problema

sério, mas ignorado pelas autoridades competentes, inclusive pelos Coaches. Sabe-

se que no Brasil há mais de 10 milhões de pessoas com perfil psicopático, que ocupam

altos cargos e com os quais se convive diariamente, mas só se descobre tardiamente,

pois, geralmente, têm o apoio institucional em face da capacidade de manipular e

gerar resultados positivos imediatos, mas que em pouco tempo destrói o clima

organizacional, além de vidas e famílias inteiras, ou seja, deixam um rastro de

destruição de difícil superação e/ou recuperação.

No Capítulo 4 houve a fusão de duas correntes em face da origem familiar e

afinidades conceituais e/ou teóricas da Inteligência Emocional - IE e Psicologia

Positiva - PSP. Nesse tópico a pesquisa produziu breve histórico e definiu esses dois

institutos ligados à Psicologia tradicional, no entanto, com enfoque na felicidade,

qualidade de vida, bem-estar e no desempenho pessoal e/ou organizacional.

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Por um lado, conceituaram-se as cinco habilidades da Inteligência Emocional

– IE (autoconhecimento, controle emocional, automotivação, empatia e habilidades

sociais), consideradas mais importante que o Quociente de Inteligência – QI, com

ambas confluindo para a Psicologia Positiva – PSP, cujo objetivo maior é trabalhar,

potencializar e/ou buscar a saúde e/ou equilíbrio mental e corporal, condições

necessárias para alcançar a qualidade de vida, bem-estar social, individual e

organizacional. Para tal mister, divulgaram-se os testes que identificam as forças e

virtudes pessoais, que levam ao Estado de Fluxo ou à alta performance.

No Capítulo 5 – Estilos de Liderança e/ou Gestão de Pessoas – fez-se um

breve relato acerca das teorias de liderança, desde 1900 até os dias atuais, quando

surgiu o Líder Coach, profissional há décadas reconhecido nos países desenvolvidos,

com habilidades de potencializar e/ou desenvolver o líder ideal, considerado o grande

ativo intelectual para alavancar a eficácia pessoal e/ou organizacional.

O Capítulo 6 – A Neurociência e os Mistérios da Mente – abordou-se a

Teoria do Cérebro Trino, de Paul MacLean, bem como os Neurônios-espelho e a

descoberta de que as Decisões Conscientes, de fato, inexistem.

Nesse Capítulo perscrutou-se um estudo detalhado sobre o funcionamento e o

sistema de compensação dos três cérebros humanos – primitivo, emotivo e

intelectual -, com enfoque nos mecanismos atuais de manipulação de massa – PÓS-

VERDADE - e a formação do HÁBITO ou do piloto automático – ciclo de

aprendizagem -, além de analisar as novas e poderosas técnicas da linguagem, com

o uso da neurolinguística e da neurociência.

Por último, no Capítulo 7 – Ferramentas de Coaching – Práticas – foram

desenvolvidas e/ou simuladas 8 (oito) técnicas e/ou sessões de Processo de

Coaching, com enfoque e/ou metas focadas para o desenvolvimento e/ou

aprimoramento da Inteligência Emocional – IE, duas das quais envolveram técnicas

de hipnose, PSP e PNL, exemplificadas nos tópicos 7.6 – Elicitação de

Competências – Construção de Autoestima e 7.7 – Carta de Despedida

(Fúnebre), que sem dúvidas causaram grande impacto emocional, com a forte

sensação de empoderamento.

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2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

O problema das relações intra e interpessoais é instigante e sempre exigiu

profundas reflexões, razão pela qual desperta, desde os primórdios da humanidade,

grande interesse dos filósofos e cientistas que investigam os mistérios da mente e os

perfis de personalidade do homo sapiens (homem sábio): a espécie animal

considerada inteligente ou racional que habita e gerencia nosso mundo.

Diante da realidade factual, o conhecimento empírico de nossos convívios do

dia a dia gera inquietações e curiosidades, e quase sempre uma explosão de emoções

e/ou sentimentos: seja mediante os conflitos e questionamentos internos consigo

mesmo; seja no ambiente social, familiar e/ou no trabalho, nos quais os choques de

ideias e/ou visão de mundo provocam reações, com doses variadas de emoções.

Como lidar com essas questões individuais (eu interno e externo) e sociais, em

um espaço comum a todos os seres, cada qual com interesses ou necessidades

específicas, mas interligados e dependentes um do outro, para que o planeta seja um

local habitável e tenha vida saudável?

Na busca por respostas, e sob a luz da era da revolução tecnológica, iniciada

a partir da segunda metade do século XX, há, atualmente, velozes e profundas

mudanças de paradigmas, de surpreendentes progressos científicos, inclusive nas

áreas da Neurociência, Psicologia, Administração, Programação Neurolinguística –

PNL e Coaching, principais fontes de onde se extraíram a fundamentação teórica

desta pesquisa, intitulada Coaching sob a Ótica da Inteligência Emocional.

2.1 Coaching e o Elo com as Ciências Afins

Segundo Celestino (2011) o termo coach data do século XVI, quando o vilarejo

de Hungria, de nome Kocs, fabricava carruagem para transportar pessoas até as

margens do Rio Danúbio, com destino a Viena, Austrália. Os ingleses, quando por lá

passavam, pronunciavam coach, ao invés de Kocs.

O termo evoluiu até que a Universidade de Oxford, no século XIX, denominou

de coach o treinador de sua equipe de esporte.

Goldsmith et al (2003, p.82), coautor do best-seller Coaching – O Exercício da

Liderança, define que “coach é um professor, só que sua matéria é o desenvolvimento

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do indivíduo como um todo e, por sua vez, o desenvolvimento do sistema como um

todo”. Em sua definição, com gancho na origem da expressão, o autor diz que:

A função do coaching é trazer à tona o que há de melhor nas pessoas. O primeiro uso da palavra na língua inglesa foi em relação a um tipo particular de carruagem. Daí, o significado básico de “transportar uma pessoa valiosa de onde ela está para onde ela quer ir. (GOLDSMITH, et al (2003, p. 205).

Dessa forma, a SOCIEDADE LATINO AMERICANA DE COACHING faz uma

análise história e define que Coaching significa:

PERSUADIR. O profissional de coaching atua como um ESTIMULADOR externo que desperta o potencial interno de outras pessoas, usando uma combinação de flexibilidade, insight, perseverança, estratégias, ferramentas pautadas em uma metodologia de eficácia comprovada e, então, o Coach (Profissional) acompanha seu Coachee (Cliente), demonstrando interesse genuíno (às vezes chamado de carisma) para APOIAR os seus clientes de Coaching (Coachees) a acessar seus recursos internos e externos e, com isso, melhorar seu desempenho. (SOCIEDADE LATINO AMAERICANA DE COACHING – SLAC, 2017).

Segundo Alex (2017, p. 10-11), Coaching “envolve muita reflexão e imersão. É

um processo socrático de descobertas por meio de questionamentos profundos e

reflexivos”. O mesmo autor relata que o treinador Timothy Gallwey, na década de

1970, impactou o mundo com o livro “O jogo interior de Tênis”, quando utilizou a

psicologia (Self-1 ou eu-racional e Self-2 ou eu-emocional) para aumentar o

desempenho de seus atletas. Mas o Coaching ficou mundialmente famoso, na década

de 1980, quando Anthony Robbins, com o uso da Programação Neurolinguística –

PNL, escreveu o livro ‘O Poder sem Limites”, do qual originou o manual didático para

o sucesso pessoal.

Mas o que é a Programação Neurolinguística – PNL? Foi a “nova ciência”

que “explodiu” midiaticamente na década de 1970, fruto do “casamento” entre a

psicologia e informática e desenvolvida pelos americanos Richard Bandler e John

Grinder.

No entanto, segundo Oliveira (2015), “como toda pseudociência, o que a PNL

tem de romance não tem de comprovação científica”. Tal conclusão resulta dos

estudos oficiais realizados pelo Conselho Nacional de Investigação, criado pela

Academia Nacional das Ciências dos Estados Unidos, que descartou e enterrou de

vez o caráter científico da PNL.

Assim, atualmente, a PNL alçou à condição de elo entre o Coaching e as

principais ciências afins (Administração, Inteligência Emocional – IE, Psicologia

Positiva – PSP, Neurociência e Filosofia), por meio das quais há o constructo de

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poderosas metodologias que otimizam o foco, provocam insights e estado fluxo, com

o objetivo de transformar vidas, organizações e, claro, a sociedade.

Um tópico especialmente desenvolvido diz respeito à psicopatia1, pessoas com

quem convivemos diariamente e que deixam um rastro de destruição por onde

passam. Estudos indicam que somente no Brasil há em torno de dez milhões de

indivíduos com esse distúrbio emocional e geralmente estão no topo da estrutura

organizacional:

Mas os camaleões sociais não dão a mínima para dizer uma coisa e fazer outra, se isso lhes valer aprovação social. Simplesmente convivem com a discrepância entre sua imagem pública e sua realidade privada. A psicanalista Helena Deutsch chamou essas pessoas de “personalidades condicionais”, mudando de persona com notável plasticidade à medida que captam sinais dos que as cercam (GOLEMAN, 2011, p. 159).

A pesquisa investigou com esmero esse grande problema social, razão pela

qual o Coach precisa estar preparado para lidar com essa questão e, em muitos casos,

declinar-se do Processo de Coaching, pois são “criaturas” de alta performance e de

carreira meteórica, mas perigosas, mormente se conhecem profundamente a mente

humana. Sina (2017, p. 6) diz que é um indivíduo “voltado para manipulação das

pessoas por meio da oratória bem desenvolvida”.

Verdadeiros lobos em pele de cordeiros, sem nenhuma empatia ou remorso,

mas mestres na simulação e capaz de qualquer coisa em proveito próprio. Sina (2017,

p. 12) diz que são “manipuladores sociais que mentem, caluniam, trapaceiam, se

vigam e nunca admitem que estão fazendo mal a alguém. É como se vivessem num

mundo à parte, onde são o rei e o centro de tudo”.

Segundo Silva (2015, p. 39) são pessoas que só pensam “no poder e na

autopromoção à custa dos outros, e eles são capazes de atropelar tudo e todos com

total egocentrismo e indiferença”.

Silva (2015, p. 96) afirma ainda que seu habitat preferido são cargos que “além

de oferecerem bons salários, proporcionam status social e um amplo território de

atuação e influência”. Essa mesma autora, que é psiquiatra com larga experiência,

discorre que:

(...) para os psicopatas, as sessões terapêuticas podem muni-los de recursos preciosos que aperfeiçoam na arte de manipular e trapacear os outros. Embora eles continuem incapazes de sentir boas emoções, nas terapias,

1 Psicopatia não é doença e muito menos tem cura. Ocorre quando o cérebro emocional – especialmente as amígdalas – apresenta disfunção, de tal sorte que o cérebro racional controla todas as decisões, quando o saudável é ter um equilíbrio entre esses dois hemisférios (emocional e racional). São pessoas narcisistas e egocêntricas, dissimuladas e manipuladoras. São verdadeiros camaleões peçonhentos.

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aprendem “racionalmente” o que isso pode significar e não poupam tal conhecimento para usá-los na primeira oportunidade. (SILVA, 2015, p. 187).

2.1.1 A Inteligência Emocional e a Psicologia Positiva

Na década de 90 duas novas áreas da psicologia, que até então só se

preocupava com as patologias, ganharam grande repercussão mundial, após as

pesquisas realizadas pelos renomados psicólogos, a saber: Daniel Goleman,

considerado o pai da Inteligência Emocional - IE, cujo foco é exatamente trabalhar

os relacionamentos intra e interpessoais; e Martin E. P. Seligman, o pai da Psicologia

Positiva PSP, que busca a qualidade de vida, a felicidade e o bem-estar individual,

social e organizacional, condições necessárias para a construção de um mundo rico,

material e espiritualmente.

I.E pode ser resumida como a capacidade de lidar e/ou otimizar as emoções

nas relações intra e interpessoais. Goleman (2011, p. 73-74) traz as cinco habilidades

essenciais da I.E: autoconhecimento, autocontrole, automotivação, empatia e

práticas sociais. Referido psicólogo concluiu que o desenvolvimento e/ou

aprimoramento das cinco aptidões emocionais são cruciais para a aprendizagem,

portanto, para o sucesso individual, social e organizacional:

Os circuitos que vão do cérebro límbico aos lobos pré-frontais indicam que os sinais de forte emoção – ansiedade, raiva e afins –podem criar estática neural, sabotando a capacidade do lobo pré-frontal de manter a memória funcional. É por isso que quando estamos emocionalmente perturbados, dizemos: “eu não consigo raciocinar” – e por que a contínua perturbação emocional cria deficiência nas aptidões intelectuais (...), mutilando a capacidade de aprender (GOLEMAN, 2011, p. 58).

Segundo Goleman (2011, p. 276), os experimentos realizados apontam para a

plasticidade cerebral, com a qual não só aumenta a capacidade de aprendizagem,

mas também muda crenças e/ou elimina traumas: “claro que o cérebro permanece

maleável durante toda a vida, embora não na medida espetacular vista na infância.

Todo aprendizado implica alteração cerebral, o fortalecimento de uma ligação

sináptica”.

No mesmo campo investigativo – a emoção - trabalha a Psicologia Positiva

– PSP, só alterando a sistematização e um pouco do enfoque ou do caminho a ser

percorrido. No entanto, o cerne continua sendo a qualidade de vida, bem-estar e

felicidade, enfim, a saúde mental e corporal.

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Com esse intuito, Seligman (2011, p. 38) constrói teoria para apontar as

características principais do bem-estar, que são: autoestima, otimismo, resiliência,

vitalidade, autodeterminação e relacionamentos positivos. Essas forças, se bem

trabalhadas, fazem com que a pessoa atinja o “florescimento” (bem-estar pleno).

Seligman (2004, p. 153) prospectou uma árdua, complexa e profícua pesquisa,

catalogando 200 forças e virtudes, em quase todas as tradições, que atravessaram

3.000 anos e em toda a face da terra, das quais somente seis delas são universais e

essenciais: saber e conhecimento, coragem, amor e humanidade, justiça,

moderação, espiritualidade e transcendência. Com base nessa pesquisa, autor

elabora testes para identificar as principais forças e virtudes, com escopo de se atingir

o bem-estar.

A investigação, então, indica o caminho para o “florescimento”:

A saúde mental positiva é uma presença: a presença da emoção positiva, a presença do engajamento, a presença do sentido, a presença dos bons relacionamentos, a presença da realização. O estado de saúde mental não é apenas estar livres de transtornos; antes, é a presença do florescimento. (Seligman, 2011, p. 202).

2.1.2 Estilo de Liderança e/ou Gestão de Pessoas

Outro ponto de extrema relevância para a temática sob este escrutínio diz

respeito à liderança e à gestão de pessoas, dentro da máxima da Teoria da

Administração de Recursos Humanos de que não há liderança sem confiança.

Assim, segundo Chiavenato (2009, p. 150), “um líder eficaz é capaz de inspirar

confiança, ser inteligente, perceptivo e decisivo perante os subordinados”.

No mesmo espectro, Robbins (2009, p. 99) viaja no campo da pesquisa do perfil

de personalidade ideal do líder e traz a teoria do Big Five, de John Bearden, na qual

discorre sobre os cinco fatores mais significativos, quais sejam: extroversão,

amabilidade, confiança, estabilidade emocional e abertura para novas experiências.

Os grandes teóricos da área trazem ainda a diferença conceitual entre liderança

e poder, para concluir:

Efetivamente, liderança e poder são processos de influência, a ligação entre

os dois conceitos assenta na influência e a sua distinção reside na ação.

Enquanto o poder é a influência em potência, a liderança envolve o exercício

real do poder. A liderança não deixa, portanto, de ser um fenómeno de poder.

(CHIAVENATO, 2009, p. 141).

Chiavenato (2009, 173) aponta que o modelo eficaz e/ou moderno de liderança

é denominado transformacional, “em função dos seguidores que são motivados a

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sentir confiança, admiração, lealdade e respeito pelo líder, estando disponíveis a

executar tarefas extraordinárias”.

Goldsmith et al (2003, p. 125) discorre que os líderes eficazes “possuem

proposito, valores e visão verdadeiros que orienta sua liderança”. O autor é incisivo

ao afirmar:

Precisamos de líderes em quem confiemos e que lidere com integridade que só pode advir da coerência entre discurso e ações, porque nas agitadas organizações atuais, é só o líder que consegue fomentar o comprometimento real e seguidores engajados, (GOLDSMITH et al, 2003, p. 126).

Segundo Goldsmith et al (2003, p. 150), o líder que atualmente desperta e

potencializa o desempenho pessoal e organizacional é o profissional Coach:

O Coaching Transformacional não traz o que é da esfera pessoal para a situação profissional. Simplesmente, ao reconhecer que o elemento pessoal faz parte do trabalho, propicia uma estrutura – o coração do coach – para lidar de maneira eficaz com o ser humano como um todo. (GOLDSMITH, et al, 2003, p.150).

Goldsmith (2003) afirma, ainda, que o profissional coach possui as

características ideais do líder moderno, no qual o capital intelectual passou a ser o

maior ativo da organização ou da sociedade. Coach é o líder transformacional

antenado com os rápidos avanços tecnológicos do mundo atual, e com a máxima

valorização do ser humano.

Um coach é um indivíduo que possibilita aos outros alcançarem objetivos coletivos. Através de uma variada gama de atividades, os coaches buscam fomentar a realização individual e da equipe. Os coaches adoram a realização obtida por intermédio dos outros e atua numa série de papéis diferentes. (GOLDSMITH et al, 2003, p. 383),

2.1.3 Neurociência

Neurociência e os mistérios do corpo e da mente, eis a área que intriga e cativa

filósofos e cientistas de todos os matizes, desde os primórdios da humanidade.

A revolucionária Teoria do Cérebro Trino sacudiu profundamente esse campo

de pesquisa, ao sistematizar as três funcionalidades da cadeia evolutiva do cérebro:

o reptiliano ou instintivo (comuns aos répteis), ligado à sobrevivência e reações

rápidas; o emotivo ou afetivo (comuns aos mamíferos), responsável pela sensação

do prazer e satisfação, que tem dificuldades de distinguir fantasia e realidade; e o

cérebro racional ou intelectual (exclusivo dos seres humanos), cuja função é fazer

juízo de valor e analisar os pros e os contras das reações “destemperadas” dos seus

irmãos, que habitam a mesma “casa” e cada qual querendo impor suas vontades.

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Goleman (2011, p. 41-42) divulga essa descoberta e documenta:

(Espécies que não têm neocórtex, como os repteis, carecem de afeição materna; quando saem do ovo, os recém-nascidos têm que se esconder para não serem canibalizados). Nos seres humanos, é o instinto de proteção que os pais têm em relação aos filhos que vai assegurar a prossecução de grande parte do amadurecimento durante a infância, período em que o cérebro continua a se desenvolver. ... Como raiz da qual surgiu o cérebro mais novo, as áreas emocionais entrelaçam-se, através de milhares de circuitos de ligação, com todas as partes do neocórtex. Isso dá aos centros emocionais imensos poderes de influenciar o funcionamento do cérebro – inclusive seus centros de pensamento. (GOLEMAN, 2011, p. 41-42).

Daí se concluí que o cérebro emocional (aquele que não distingue fantasia e

realidade) exerce forte influência, inclusive sobre o cérebro intelectual.

Em brilhante artigo que trata de aprendizagem, memorização e elasticidade

cerebral, Cardoso (2012?) conclui, em uma de suas incansáveis pesquisas, sobre as

funcionalidades cerebrais:

As células nervosas ou neurônios, quando são ativadas liberam hormônios ou neurotransmissores que atingem outras células nervosas através de ligações denominadas sinapses. Os fatos antigos naturalmente têm mais tempo de se fixar em nosso banco de dados e daí sua melhor fixação, o que não ocorre com fatos recentes, que têm pouco tempo para se fixarem e ainda podem ter sua capacidade de fixação alterada por razões relacionadas a variações de estado emocional ou a problemas de ordem física. Você sabia que toda vez que você aprende alguma coisa ou adquire alguma experiência, as células do seu cérebro sofrem uma alteração e essa alteração refletirá em seu comportamento? (CARDOSO, 2012?)

2.1.4 Ferramentas de Coaching – Práticas

Com o objetivo de dar vida própria a esta investigação científica, conectando

teoria e realidade prática, foram trabalhadas oito metodologias de coaching, algumas

completas e dotadas com planos de ação e ajustes contingenciais, se presentes

crenças e/ou valores sabotadores, que colocavam em risco a performance do

Coachee.

Para tal mister, utilizaram-se os materiais didáticos da Escola de Coaching de

Brasília – ECB, inclusive videoaulas, que estão detalhados no Capítulo 7, muitos dos

quais com técnicas de hipnose, conforme, p. ex., os itens 7.6 (Construção de

Autoestima) e 7.7 (Carta de Despedida – Fúnebre).

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3 COACHING

3.1 Breve Histórico

Há muitas pesquisas sobre a gênese da expressão coach, tal qual manancial

cujos afluentes deságuam no mesmo leito conceitual e filosófico de suas nascentes.

Segundo Celestino (2011), tudo começou no século XVI, na Hungria, num

vilarejo chamado Kocs, que fica às margens do Rio Danúbio, estrada que liga Viena

(Áustria) a Budapeste. Naquela época, para se fazer esse trajeto utilizavam

“modernas” carruagens com suspensão em aço. Os nativos dessas cidades eram os

kocsi, que os ingleses entendiam como COACH, cuja tradução seria “carruagem”.

O termo evoluiu com o tempo e passou a fazer as seguintes correlações:

profissionais que conseguiam domar ou treinar os cavalos para trabalharem em suas

carruagens; famílias ricas que contratavam professores transportados por esses

veículos para ministrar aulas de reforço para seus filhos; no século XIX os alunos da

Universidade de Oxford adotaram a gíria coach para os professores que auxiliavam

os seus alunos de aula de reforço; depois essa universidade passou a designar coach

os técnicos de suas equipes esportivas.

Assim, a partir de meados do século passado, os desafios advindos das

revoluções tecnológicas e o foco na valorização do capital humano e/ou intelectual

impulsionaram o profissional Coach, cujo objetivo era treinar, aprimorar, desenvolver

e estimular uma liderança que pudesse atender às exigências da nova era, não só no

campo organizacional, mas também, claro, no que tange ao desempenho pessoal.

3.2 Definição de Coaching

Coaching são técnicas motivacionais utilizadas para transformar vidas –

aumentar o bem-estar - e melhorar o desempenho das organizações.

O modelo padrão de Coaching tem foco no desenvolvimento de

competências. Para tal mister, busca-se estimular e/ou aprimorar o desempenho das

pessoas, bem como alavancar a capacidade de aprender. De acordo com Costa

(2017a, p. 10) “o aumento do foco e da concentração são ganhos indiscutíveis no

processo de Coaching, além do desenvolvimento de clareza sobre os objetivos e

autorresponsabilidade”.

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O Coaching, segundo Sir John Whitmore, “destrava o potencial da pessoa para

maximizar o próprio desempenho, ajudando-a a aprender em vez de ensinar-lhe

alguma coisa”. (SOCIEDADE LATINA AMERICANA DE COACHING, 2017).

Do mesmo modo, a SOCIEDADE LATINO AMERICANA DE COACHING -

SLAC faz uma análise da origem e aplicação de Coaching, a saber:

O profissional de coaching atua como um ESTIMULADOR externo que desperta o potencial interno de outras pessoas, usando uma combinação de flexibilidade, insight, perseverança, estratégias, ferramentas pautadas em uma metodologia de eficácia comprovada e, então, o Coach (Profissional) acompanha seu Coachee (Cliente), demonstrando interesse genuíno (às vezes chamado de carisma) para APOIAR os seus clientes de Coaching (Coachees) a acessar seus recursos internos e externos e, com isso, melhorar seu desempenho. (SLAC, 2017).

Assim, temos as seguintes expressões oriundas desse revolucionário método:

1 – Coach (plural Coaches) é o profissional que exerce a profissão em

processos de coaching, seja para uma empresa ou para um indivíduo específico.

2 – Coaching é o processo - de 10 ou no máximo 12 sessões, de 1h30min

cada - de desenvolvimento pessoal e/ou profissional que o Coach conduz, com o

objetivo de ajudar uma pessoa ou instituição a atingir seus objetivos e metas, por meio

da alavancagem de suas habilidades e/ou capacidades.

3 – Coachee (plural Coachees) é a pessoa que contrata/passa pelo Processo

do Coaching, ou seja, o cliente que é treinado, sob a liderança do Coach.

Ressalta-se que o Processo de Coaching é bastante complexo e exige muita

responsabilidade, estudo e profundo conhecimento nas mais variadas áreas do saber,

tais como: administração, psicologia, psiquiatria, filosofia, neurociência,

neurolinguística, dentre outras. Há muitos profissionais despreparados, quiçá

charlatões, que deixam sequelas emocionais ou até física, de difícil reparação.

O item 3.10 deste Capítulo versará sobre a questão dos PSICOPATAS,

pessoas geralmente com alta performance e singular capacidade de aprendizagem,

no entanto, desprovidas de “alma”. É uma questão de extrema relevância e por isso

não pode ser olvidada pelos Coaches, razão pela qual merecerá especial atenção.

Portanto, é preciso muito cuidado com pessoas que querem vender facilidade.

O mercado está cheio de aventureiros. Afinal, nada se consegue na vida, que valha a

pena, sem muito estudo, esforço intelectual, visão social, persistência e, porque não

dizer, uma boa dose de sofrimento, que sirva de emulador para a RESILIÊNCIA.

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3.3 Tipos de Coaching: Pessoal e Executivo

Há várias teorias sobre as áreas de Coaching. No entanto, a corrente

predominante, segundo Costa (2017a, p. 56), trabalha com duas, quais sejam:

Coaching Pessoal (Life Coaching) e Coaching Executivo (Executive Coaching).

De fato, as diferenças principais entre essas duas áreas são: Coaching

Pessoal envolve o profissional Coach e o cliente (Coachee), contratado por pessoa

física (CPF), cujo objetivo é melhorar qualidade de vida; e Coaching Executivo,

quando o cliente (Coachee) é pessoa jurídica (CNPJ), que contrata o profissional

Coach para treinar líderes, a fim de alavancar o desempenho organizacional.

3.4 Qualificações Mínimas Exigíveis do Coach

As competências para o exercício profissional do Coach são oriundas de

estudos e/ou especialização nas duas áreas principais, quais sejam: Coaching

Pessoal e Coaching Executivo. Ressalta-se que os treinamentos são realizados

sempre com pessoas, sendo: um, voltado para metas do indivíduo; outro, direcionado

para as metas da empresa/organização.

Assim, faz-se mister conhecer as técnicas e métodos utilizados no Processo de

Coaching, bem como desenvolver as competências essenciais para ajudar a

transformar vidas e organizações.

Segundo Costa (2017a, p. 31-32) são competências importantes ao Coach:

1 - Estabelecimento de Metas e Plano de Ações, que é a capacidade de

consolidar e sintetizar as informações, estimulando o Coachee a estabelecer metas e

objetivos consistentes e adequados, bem como construir planos de ações e assegurar

sua responsabilidade pela implementação;

2 - Relacionamento Interpessoal, que é capacidade de estabelecer e manter

uma relação baseada na confiança, respeito mútuo, receptividade e estímulo, para

que Coachee possa expor suas questões de forma aberta, honesta e confiante;

3 - Flexibilidade, que é capacidade de se adaptar às diferentes variáveis do

contexto e do Coachee, em busca de novos caminhos e alternativas, com a finalidade

de se alterar as metodologias, mantendo sempre o foco no processo;

4 - Feedback, que é a capacidade de comunicar, revelar e transmitir de forma

eficaz as percepções sobre crenças, valores, reações e comportamentos, ampliando

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a consciência do Coachee de como está sendo visto e/ou entendido e contribuindo

com os objetivos estabelecidos;

5 - Criar Consciência, interagindo com o Coachee para ampliar as

possibilidades de entendimento das situações abordadas, mediante análise perspicaz

dos fatos, sentimentos e emoções, sob diferentes perspectivas, a fim de alcançar

melhores resultados nas sessões de coaching.

6 - Visão Organizacional, capacidade de entender culturas e estruturas

organizacionais, sistemas e processos, relações de poder, bem como as

peculiaridades do segmento do negócio e dos impactos desses elementos nesse

contexto e nos relacionamentos interpessoais do Coachee;

7 - Saber respeitar os problemas vividos pelo Coachee (cliente), que se

encontra em situação de desconforto, ou seja, procurar agir com empatia e confiança;

8 - Saber extrair o máximo do coachee, a fim de estabelecer as metas e os

desafios traçados no plano de ação por ele (colchee) elaborado;

9 - Saber questionar o coachee, com o objetivo de provocar reflexões

profundas, quiçá insights, que contribuem para o sucesso no processo de coaching;

10 - Saber ouvir as preocupações e angústias do coachee, embora seja o

coach que deva conduzir o diálogo, ou seja, ouvir mais e fazer intervenções

precisas/cirúrgicas;

11 - Saber analisar o Coachee em sua relação com o mundo exterior,

aperfeiçoando as habilidades de leitura dos sentidos de visão, audição, cinestesia.

12 - Saber Provocar Estados de Fluxo, que é a capacidade de aumentar a

concentração, e eliminar os ruídos internos e externos, atingindo alto grau de

satisfação e bem-estar, maximizando o foco e, consequentemente, alcançando os

resultados previstos nas metas, cujos caminhos estão descritos nos planos de ação.

As competências do Coach, portanto, precisam combinar teoria e prática para

desenvolver suas habilidades qualitativas, divididas em três níveis: básico,

intermediário e avançado, a tal ponto que o Coach seja capaz de gerenciar sessões

carregadas de insights, com resultados surpreendentes e/ou espetaculares.

3.5 Etapas do Processo de Coaching

As principais etapas de coaching - início, meio e fim – com suas poderosas

ferramentas de desenvolvimento humano e organizacional, estão assim divididas:

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1ª - Reunião, na qual serão esclarecidas as questões conceituais do coaching,

bem como conhecidos o estado atual e o estado futuro desejado ou ideal, por

meio dos quais serão esclarecidos os métodos e ferramentas do Processo de

Coaching, as condições necessárias para o sucesso do programa, o foco a ser

trabalhado, além das condições e minúcias contratuais, inclusive o preço ajustado,

embora muitos Coaches prefiram enviar o valor da sessão e outros pormenores

correlatos, via e-mail.

2ª – A fase da realização do programa propriamente dito, que serão

dimensionadas em 10 sessões, no máximo 12, sendo uma em cada semana, com

duração entre 1h e 1h30min, com suas estruturas, dinâmicas, ações e as tarefas para

o próximo encontro.

3ª - A etapa da avaliação intermediária, entre a 4ª e 6ª sessão, a fim de

verificar os resultados efetivos alcançados, conforme estabelecido nas metas e planos

de ação, bem como fazer os ajustes, caso necessário.

4ª - A etapa da avaliação final do Processo de Coaching, na qual o Coachee

avalia o Coach, e este, em seguida, entrega o relatório de tudo que foi construído e

desenvolvido ao longo do programa contratado.

5ª - Fallow Up - Acompanhamento – Manutenção -, que seria um autocoaching,

a fim de que o Coach avalie as mudanças propostas e trabalhadas no processo de

coaching, bem como verifique se o Coachee está e/ou ficou satisfeito, mesmo após

decorrido algum tempo.

Costa (2017a, p.39) reforça que no Processo de Coaching há três tipos de

METAS ou objetivos sonhados pelo Coachee, a saber:

1 - “SER” - desenvolvimento interior e/ou autoconhecimento;

2 -“TER” - objetivos materiais (comprar imóvel ou carro, p. ex.);

3 -“FAZER” - algo marcante (viagem e/ou curso, p. ex.).

3.6 O Código de Ética e o Profissional Coach

Segundo Cunha (2015) há uma confusão conceitual entre ética e moral: a

primeira origina-se do grego ethos, que significa morada, habitat, refúgio, a qual é

interpretada pelos filósofos como caráter, índole e/ou natureza; a segunda deriva do

latim mos (plural mores), que significa costume, ou seja, é o modo, cultura ou

crença de vida que se consolidou em determinado meio ou grupo social.

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De fato, embora distintos, há uma relação de complementariedade entre os dois

termos. Enquanto a moral é a prática do dia a dia que define as relações pessoais,

culturais e sociais, a ética é o estudo ou a reflexão que ratifica ou modifica esses

costumes, ou seja, a ética é o princípio basilar ou a fundamentação teórica que

sustenta as regras sociais (valores morais).

Assim, a ética dá vida e praticidade aos valores morais, podendo, inclusive,

questioná-los, se ultrapassados. Sua função é manter uma convivência mais

harmoniosa e menos conflituosa, por meio de valores e princípios que distingam o

certo ou errado, o justo ou injusto.

Dentro dessa concepção, o “código de ética” do Processo de Coaching seria,

segundo Cunha (2015), a expressão textual de “códigos ou regras de moral que

buscam criar uma cultura ética. A moral é convenção e a ética, reflexão”. Ou seja,

são os valores e os princípios éticos ou morais que nortearão a conduta da relação do

Coach com Coachee, visando à melhoria da imagem e à maximização do resultado

das sessões de coaching.

Costa (2017e, p. 42-43), traz alguns princípios sagrados do código de ética e

de conduta profissional da Escola de Coaching de Brasília, a saber: sociedade, cujo

foco é o fortalecimento social e o bem-estar coletivo, bem como o sucesso de pessoas;

honestidade, seja a intelectual, contratual ou profissional; sigilo dos segredos ou

informações, sem tirar proveito próprio e sempre respeitando a individualidade do

cliente, salvo expressa determinação legal; competência e qualidade dos produtos e

serviços oferecidos, buscando sempre o aprimoramento profissional e/ou intelectual;

prudência, esclarecendo sobre a natureza do Coaching, os investimentos financeiros

demandados e ponderando as decisões a serem tomadas e os resultados finais

pretendidos; verdade e humildade, sem soberba, arrogância ou juízo de valor, pois

a incompetência sempre poderá ser invocada, em certas situações; e respeito à vida

humana e à máxima qualidade das abordagens e ferramentas utilizadas.

Segundo Costa (2017e, p. 34) há muitos outros princípios éticos e morais

exigíveis no decorrer das sessões de Coaching, seja no início, meio ou no final. O

importante é agir de boa-fé e respeitar as regras de convívio social, zelando pela

confiabilidade, transparência, aceitação, congruência e excelência dos serviços e

produtos oferecidos.

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Assim, as sessões de coaching devem zelar pela transparência e o máximo

respeito ao Coachee, agindo, p. ex., com honestidade, sigilo, competência, prudência,

verdade, humildade, dentre outros princípios éticos e morais.

Portanto, é fundamental que o Coach aja com consciência e responsabilidade

social, com a máxima valorização do ser humano, sem nunca descurar da integridade

física e mental do Coachee, principalmente por envolver áreas sensíveis e/ou

delicadas, causadoras de desconforto, traumas e frustrações, que serão objeto das

sessões de Coaching, com foco de sair de uma situação indesejada (atual) e alcançar

a meta traçada (situação futura ou desejada).

Por conseguinte, urge que o Coach estude e recicle, de forma contínua e

sistemática, visando à excelência dos serviços e, claro, melhora do desempenho do

Coachee, em prol do bem-estar individual, organizacional e social.

3.7 Teorias da Aprendizagem e do Modelo Mental

Costa (2017c, p. 9-21) traz importante estudo sobre o processo de

aprendizagem do ser humano, totalmente dependente do desenvolvimento da

linguagem/comunicação, seja a verbal, corporal/gestual e/ou mental, cujas principais

teorias serão a seguir resumidas.

3.7.1 Teoria Construtivista

Trabalhada por Jean Piaget (1896-1980), cujo constructo diz: o conhecimento

individual precede ao social e está ligado ao contexto ou espaço social, que são

determinantes para a formação do modelo mental, que ocorre por meio de estágios,

sendo os fatores internos e/ou genéticos preponderantes para a aprendizagem ou

desenvolvimento intelectual do ser humano.

O Desenvolvimento intelectual, de acordo com Piaget, dar-se-ia pela:

1 - Maturação – Exercitação – Aprendizagem social – Equilibração;

2 - Contribuição da sociedade e do indivíduo (fator genético prepondera); e

3 – Inteligência adquirida/desenvolvida a partir da linguagem

Equilibração: Assimilação (incorporação) e Acomodação (modificação)

Os estágios do desenvolvimento, pela escola do Piaget, são:

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1º - 0 a 2 anos – Estágio sensório-motor: limitado a expectativa de inteligência

individual sem socialização;

2º - 2 a 7 anos – Estágio Pré-operatório: egocentrismo, contradição na fala e

sem autonomia;

3º - 7 a 12 anos – Estágio Operatório-concreto: personalidade, trocas/diálogo;

4º - Após 12 anos – Estágio de operatório formal: Consolidação da

personalidade (com a submissão voluntária à cooperação e à universalidade);

socialização/cooperação (trocas), autonomia, compreensão e resolução de conflitos,

aquisição de competências (moral e ética).

3.7.2 Teoria Sócio-interacionista (Vygotsky e Wallon)

Lev Vygotsky (1897-1934), cujo construto afirma que o desenvolvimento

intelectual ocorre com as relações histórico-sócio-culturais, de tal sorte que a

aprendizagem impulsiona o desenvolvimento e ambos são indissociáveis (quanto

mais aprendizagem, mais desenvolvimento); o cérebro possui estrutura herdada e

adquirida pelo convívio social (plasticidade); pensamento intelectual e linguagem

verbal determinam a aprendizagem e o desenvolvimento do indivíduo.

Henri Wallon (1879-1962), de viés marxista e da mesma linha teórica de

Vygotsky. Os estudos concluem que a inteligência está ligada à emoção, ao mesmo

tempo em que há antagonismo entre os dois, mas a emoção, que é simultaneamente

social e biológica, exerce o papel no desenvolvimento cognitivo; o homem se

desenvolve a partir do ato motor/movimento (fase inicial da linguagem).

As cinco Fases do Desenvolvimento da teoria de Wallon são:

1ª - 0 a 1 ano – Impulsivo/emocional (relação forte com a mãe - diálogo tônico);

2ª - 01 a 3 anos – Sensória-motor (andar e exploração do espaço);

3ª - 3 a 6 nos – Personalismo (rejeição, crise de oposição, graça/sedução,

imitação/representação de papéis);

4ª - 6 a 11 anos – Pensamento Categorial (objetividade, definição do caráter –

autodisciplina mental/atenção – desmame afetivo – idade da razão/escolar); e

5ª – Após 11 anos – Puberdade/adolescência (fase da autoafirmação, inclusive

sexual – surgem os conflitos existenciais: crise, rebeldia, oposição e inquietude)

Assim os três principais pesquisadores, Piaget, Vygotsky e Wallon, possuem

uma área comum ou de interseção, sobre a qual não pairam dúvidas: a fase inicial

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deve estar mais voltada para a construção da linguagem e do pensamento, condições

necessárias para a evolução intelectual, sem os quais o desenvolvimento do

psiquismo sofrerá sérias consequências de difícil reparação.

A teoria walloniana é mais completa, atual e interacionista de todas,

corroborada pelas recentes descobertas da neurociência, embora pouco utilizada e

conhecida em nosso meio, talvez pelo fato de sua concepção marxista.

O cientista francês Henri Wallon (1879 – 1962) - médico e psicólogo - foi diretor

de hospital para crianças durante décadas e lá fizera profícuos e profundas pesquisas

científicas sobre o desenvolvimento cognitivo. Ele dividiu a construção da inteligência

em 5 estádios, que vai da vida uterina à vida após os 11 ou 12. Wallon considerava

que a atenção às funções motoras e emocionais são fundamentais para o

crescimento intelectual do ser humano. Com uma abordagem humanista, afirma que

o processo educacional deve ser universal, além de permanente, com a riqueza da

complexidade e da diversidade, mas com respeito à individualidade (o eu).

Assim, as repetições dos padrões sociais, comportamentos e convicções

limitantes são transmitidas na mais tenra idade, ou seja, o modelo mental do indivíduo

(mindset) sofre profunda influência do ambiente externo, da família, da escola e de

quem mais a criança conviver, cuja formação se consolida entre os 11 e/ou 12 anos.

Todos sofremos profundas influências. Sempre nos espelhamos e buscamos

referências (seja boa ou ruim). Basta lembrar de nossa infância. Quem não endeusava

o pai e a mãe? Quem nunca pensou que tivesse a melhor família do mundo? Estamos

sempre sendo influenciados até mesmo na fase adulta. Por isso o pensamento

crítico/reflexivo/cognitivo (a inteligência) precisa ser fortalecido, constante e

permanentemente, posto que somos bombardeados por informações e/ou “verdades

inquestionáveis” (somos o que pensamos ou pensamos o que somos?).

Infere-se que o convívio social (o meio histórico-social-cultural), principalmente

na fase de desenvolvimento da linguagem e do pensamento – até os 11 ou 12 anos -

são cruciais para a formação da inteligência cognitiva e/ou emocional do indivíduo,

bem como das crenças, valores, emoções e percepções. Esses os fatores primários

que determinam a atitude e o comportamento, ou seja, a formação do modelo mental.

Desse modo, Costa (2017c, p.16) estabelece a relação entre linguagem,

comunicação, convicções, significados, pensamento, sentimento, comportamento, a

saber:

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A linguagem, isto é, as convicções sobre as coisas, a partir de seus significados, determina o desenvolvimento do pensamento; e o pensamento determina a qualidade do sentimento; o sentimento, por sua vez, determina o comportamento (fisiologia/comunicação); essa fisiologia/comunicação é a manifestação exterior de convicções a respeito dos diversos aspectos da vida; e convicções influenciam possibilidades e impossibilidades, abundância e escassez, vida e morte. Poderíamos afirmar, então, que “somos o que aprendemos ser”, de acordo com sua realidade histórico-sócio-cultural (COSTA, 2017c, p.16).

3.8 As Cinco Principais Escolas de Coaching

Segundo Costa (2017a, p. 46-54) há cinco escolas que servem de constructo

para a metodologia de Coaching. Far-se-á, a seguir, um breve relato sobre elas.

3.8.1 Método GROW

O modelo de John Whitmore é formado pelo acróstico da palavra inglesa

GROW (Goal, Reality, Options, Will), cuja tradução literal significa CRESCER. Há que

elaborar Questionamentos Precisos/Poderosos para Reflexão – QPRs, que

provoquem gatilhos mentais e insights, conforme a seguir resumido:

3.8.2 Método das Metáforas

O modelo de Robert Dilts trabalha com neurolinguística para ressignificar as

crenças e valores, visando aos objetivos ou à meta, ou seja, identifica o problema,

desenvolve a metáfora e verifica os resultados, com vistas a sair do EA para o ED.

Assim, temos: Metáfora do Problema + Metáfora de Recurso = Metáfora do

Resultado Desejado, ou seja:

1. Identificar o problema a ser tratado.

2. Desenvolver a Metáfora Incorporada Associada.

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3. Identificar o momento que anteviu à Metáfora do Problema.

4. Desenvolver a Metáfora de Recursos.

5. Fazer a interação entre a Metáfora de Recursos e a Metáfora do Problema.

6. Verificar os resultados obtidos

Enfim, cria-se uma metáfora, algo como reviver um momento em que o

Coachee se superou e se sentiu empoderado; uma lembrança/sentimento, que

acionem gatilhos que servirão de âncoras para a consecução dos objetivos.

3.8.3 Método do Planning Method Rapid - RPM

O método Planning Method Rapid – RPM foi criado pelo autor Anthony

Robbins. Nessa escola defende-se, em linhas gerais, que a mudança de estado do

Coachee depende da clareza e/ou da importância do foco.

O método RPM maximiza os resultados por meio de técnicas de gerenciamento

do tempo e o uso de gatilhos mentais (palavras chaves, carregadas de foco/emoção,

que direcionam e fortalecem o propósito ou a meta), assim exemplificadas:

3.8.4 Método do Custo/Benefício para Mudança

Temos ainda o modelo de David Clutterbuck que desenvolveu uma fórmula

aritmética - escala de 1 a 5 - na qual a meta somente seria alcançável caso superasse

a nota 4 (quatro), conforme abaixo esboçado:

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Assim, BPM – ECP + PRM > 4. Caso fosse igual ou inferior a 4 (quatro), o

Coachee teria que trabalhar as crenças e/ou valores limitantes ou os pontos fortes e

fracos, a fim de que a meta fosse viável/alcançável.

3.8.5 Método do Consciente (Self1) e do Inconsciente (Self2)

Timothy Gallwey foi o pioneiro no uso da Psicologia Positiva. Ele é

considerado o “pai do coaching”, devido à excelência de sua equipe de tênis, da qual

o autor era treinador, portanto, funcionou como um “laboratório” experimental.

Seu método consiste em orientar/direcionar as vozes interiores que influenciam

de modo negativo o alcance dos objetivos.

Gallwey trouxe a discussão sobre a dualidade existente entre o eu-racional

(Self1) e eu-emocional (Self2), a fim de minimizar os conflitos existentes entre esses

“dois mundos”, posto que: o Self1 (racional) espera a perfeição e trabalha como

bloqueios que contribuem para o fracasso; o Self2 (afetivo), ao contrário, sempre

emotivo e não trabalha com fracasso, mas sim com o sucesso e/ou aprendizado.

Trata-se, pois, em focar no controle do consciente e inconsciente, visto que:

muitas “verdades” em nosso consciente, não passam de fantasias, que funcionam

como bloqueios; enquanto a realidade fica adormecida em nosso inconsciente,

onde estão as respostas para os nossos conflitos imaginários e/ou reais.

Assim, quando o Self1 tem uma atitude pessimista/derrotista (não posso e não

serei capaz), as redes dos neurotransmissores cerebrais enviam comando para o

Self2 e isso passa a ser uma profecia autorrealizável. Portanto, o segredo é encontrar

a sintonia/equilíbrio entre o Self1 e o Self2, a fim de alcançar alta performance.

3.9 Coaching e as Ciências Afins

3.9.1 Breve Histórico

Vivemos a era da revolução tecnológica: mudanças rápidas de paradigmas,

com bilhões de dados/informações processados/armazenados e disponibilizados em

tempo real. Até as ciências exatas, tal qual a matemática, deixaram seu casulo, de

pureza impenetrável, para relacionar-se com outros campos do saber. Teorias são

“deletadas” em um clique para ceder espaço a novas realidades da tecnociência.

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No mundo atual não se pode mais ignorar as imbricações entre senso comum

e científico. Segundo Nascimento (2012, p. 8) há forte inter-relacionamentos entre

“ciência e sociedade, ciência e tecnologia, ciência e ética, ciência e ambiente”.

Assim, seria o Coaching uma ciência em plena evolução neste terreno fértil e

volátil da pós-modernidade, cujo escopo é transformar vidas, organizações e/ou

construir um novo modelo de sociedade? Qual a imbricação do Coaching com outros

campos do saber? O item 3.4, retro, arrolou algumas qualificações para o

desempenho da profissão. A seguir focar-se-á nas “pedras filosofais” das técnicas de

Coaching, centrada no método socrático2, ou seja, a escolha certa e sábia das

perguntas para se chegar ou ficar mais próximo da realidade.

Em questionamento feito a Albert Einstein, nas primeiras décadas do século

passado, quando ainda não existia a internet ou vasta fonte de pesquisas disponiveis

em tempo real e de fácil acesso, o entrevistador perguntou ao cientista o que ele faria

se tivesse somente 1h para solucionar um problema que salvaria sua vida. A resposta

de Einstein: gastaria os primeiros 55 minutos determinando a pergunta certa a se

fazer, e uma vez que eu soubesse a pergunta, eu poderia resolver o problema em

menos de 5 minutos.

O que isso quer dizer? Perguntas certas levam a reflexões, pensamentos,

respostas, soluções e/ou alternativas corretas. Não à toa que as melhores perguntas

são feitas por quem elaborou e/ou criou o problema.

Dessa forma, Coaching relaciona-se com vários campos do saber, sendo que

os mais importantes estão analisados em capítulos específicos desta pesquisa, quais

sejam: Inteligência Emocional e Psicologia Positiva (Capítulo 4); Liderança e Gestão

de Pessoas (Capítulo 5); e Neurociência (Capítulo 6), além da PNL, que será objeto

de tópico específico, tamanha sua importância para o Processo de Coaching.

3.9.2 Programação Neurolinguística – PNL

O núcleo da Programação Neurolinguística – PNL foi fundado na década de

1970, com grande repercussão mundial. À época considerada fenômeno da

tecnociência.

2 Sócrates (469 a.C – 399 a.C). Teoria que diz que conhecimento reside em sucessivas perguntas (Ironia) e sucessivas respostas (Maiêutica), para gerar o pensamento e a reflexão crítica, na busca da verdade.

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A PNL inter-relaciona com a psicologia e informática, cujas pesquisas foram

realizadas por dois alunos da Universidade da Califórnia, a saber: Richard Bandler -

matemático e estudante de psicologia -, que coordenada um grupo de Terapia

Gestalt3; e John Grinder – filósofo -, que pesquisava sobre os modelos verbais e não

verbais. A PNL foi a fusão/imbricação de três áreas, a saber:

1 - Programação representa a habilidade de organizar nossa comunicação e sistema neurológico para conquistar objetivos e resultados desejados específicos. 2 - Neuro representa o sistema nervoso através do qual a experiência é recebida e processada com os cinco sentidos. 3 - Linguística representa o sistema de comunicação verbal e não verbal através do qual cada representação neural é codificada e ordenada, recebendo um significado. (COSTA, 2017b, p. 42).

No entanto, o status de ciência sucumbiu aos testes, investigações e análises

das entidades responsáveis, que descartaram a PNL como um método científico de

desenvolvimento humano. Segundo Oliveira (2015), a conclusão foi o resultado do

exame oficial realizado pelo Conselho Nacional de Investigação, criado pela Academia

Nacional das Ciências dos Estados Unidos.

A PNL, de fato, é de fundamental importância no Processo de Coaching. No

entanto, seu constructo teórico tem sofrido profundas alterações, a tal ponto de não

ser exagero afirmar que, atualmente, funciona como uma ponte entre o Coaching e

outras ciências, mormente aquelas mencionadas no item anterior (3.9.1).

Dessa forma, a PNL tem aprimorado/ampliado conceitos de áreas afins, com o

foco de trabalhar os fatores limitantes e/ou fortalecedores que influenciam na atitude

em face de um modelo mental e/ou cultura organizacional que pode ajudar ou

prejudicar o desenvolvimento e/ou atingimento de metas do Coachee.

Desse modo, faz-se mister mencionar três importantes técnicas de PNL para a

excelência das sessões de coaching, quais sejam:

1 – Rapport - palavra de origem francesa, cuja tradução mais próxima é

empatia. Mas seu significado na psicologia e na PNL possui uma acepção muito mais

abrangente e relaciona-se à sintonia ou sinergia perfeita, como se um fosse o espelho,

imagem/identidade do outro, tamanha a interatividade/conectividade. Não é

3 Terapia desenvolvida pelo psiquiatra Fritz Perls, a fim de resolver questões emocionais da infelicidade, angústia

ou depressão. Estimula o despertar da consciência do aqui e agora (esquecer as interferências do passado ou do futuro). Trabalha o interior ou o desenvolvimento pessoal, por meio dos sentidos da visão, audição, cinestesia, olfato e paladar. Busca conectar-se com o presente, sobre o qual se pode ter controle!

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simplesmente empatia. É muito mais: é a dança ou o mergulho sincronizado no mundo

do outro, de tal sorte que até a respiração se confunde. É a alma gêmea.

Segundo Costa (2017b, p. 10), a excelência do Processo de Coaching é saber

provocar o rapport, ou seja, “espelhar o outro e conduzi-lo com sua forma de respirar

e expressar. Essa iniciativa é para que o seu Coachee, no momento da sessão, fique

mais relaxado”. Aproxima-se da hipnose, quando se atinge um estado de fluxo e

insight, tamanha fluência/congruência/confiança da comunicação (verbal ou não

verbal) da relação.

Há várias técnicas de se estabelecer rapport, sendo o mais comum a busca

da sintonia/espelhamento dos sentidos, que serão analisados no item 2 a seguir.

2 – Sistema Representacional – relaciona-se aos cinco sentidos: visão,

audição, cinestesia (sensações e toque), olfato e paladar. Diz respeito ao modo como

enxergamos e sentimos o mundo, de acordo com o nosso modelo mental,

amadurecido aos 12 anos, conforme estudado no item 3.7 deste Capítulo.

Costa (2017b, p. 51) relembra os nossos três sentidos básicos:

2.1 Sistema visual externo (visualização do mundo) e interno (visualização mental); 2.2 Sistema auditivo externo (sons externos) e interno (sons internos); 2.3 Sistema cinestésico externo (sensações táteis) e interno (sensações lembradas, emoções e a sensação proprioceptiva), bem como as sensações gustativas e olfativas (menos importantes) e o sistema vestibular (controla a sensação de equilíbrio do corpo), pertencentes ao sistema cinestésico. (COSTA, 2017b, p. 51).

Todo ser humano, de acordo com o seu modelo mental, carrega um sentido

que tem preponderância: uns são mais visuais, outros mais auditivos ou cinestésicos.

Há muitos testes que medem qual o sistema representacional é prevalente.

Assim, quando se consegue detectar o sentido dominante é possível

estabelecer uma conexão com o Coachee e conseguir estabelecer o rapport, com o

fim maior de maximizar o Processo de Coaching.

Estudos comprovam que os sistemas representacionais e as suas

submodalidades determinam o estado emocional: animado, enlutado, relaxado, cheio

de apetite ou tomado por sensações boas ou ruins (vermelho mais agressivo, p. ex).

Há ainda o que os cientistas denominaram de Sistema de Ativação Reticular

– SAR, por meio do qual a mente humana filtra, distorce, apaga aquilo classificado de

pouca importância, p. ex.: o andar na rua e não notar as grávidas, mas se a mulher

engravidar, ela passa perceber todas nesse estado. Costa (2017b, p. 58) relata:

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Já comprou uma roupa nova ou um carro, e de repente passou a notar um similar por toda parte? Por que isso acontece? Tais coisas não existiam antes? Claro que existiam, mas você passou a notá-las agora porque a aquisição do produto foi uma clara demonstração para seu SAR de que tudo o que se relaciona com o objeto é agora significativo, e precisa ser notado. (COSTA, 2017b, p. 58)

3 – Comunicação – Começa desde a vida uterina e é considerada a fonte

primária da aprendizagem e do desenvolvimento intelectual. É a carícia na barriga; a

conversa mansa e amigável; uma música relaxante e tantas outras atitudes

comportamentais que provoquem bem-estar, conforme estudado no Capítulo 4 –

Inteligência Emocional e Psicologia Positiva.

A COMUNICAÇÃO, Segundo Vieira (2015), seja em atos, pensamentos,

ações, gestos, tom da voz, o olhar, o andar, o posicionar, a expressão facial ou

corporal; enfim, qualquer comunicação verbal ou não verbal gerará reações

hormonais ou neurormonais, que desencadearão e/ou retroalimentarão o seu estado

emocional. Portanto, é preciso saber gerenciá-la, a fim de produzir a química orgânica

que a mente determinar, de acordo com o sentimento gerado. Afinal a comunicação

determina a linguagem, que desencadeia o pensamento, que gera sentimento,

crenças e valores, os quais ganham força de profecias autorrealizáveis.

É mais ou menos o que diz a frase de Henry Ford: se você acredita que pode

ou não pode, você estará certo.

Dessa forma, quem domina o sistema representacional, e as suas

respectivas submodalidades, sairá na frente para desenvolver uma comunicação

eficaz e, portanto, estabelecer rapport com mais sintonia/frequência/fluência e, claro,

um Processo de Coaching de excelência.

Costa (2017b, p. 54) frisa que as pesquisas apontam que a comunicação se dá

da seguinte forma: verbal, 7%; tonalidade: 38% - fisiologia: 55%. Dessa forma:

55% de nossa comunicação se dá por linguagem corporal (fisiologia), 38% pela qualidade da voz (tonalidade) e somente 7% das palavras (conteúdo) que são ditas. Então, devemos estar muito atentos ao nosso comportamento, porém, em termos de construção do rapport você é a mensagem. E é necessário que todo o seu conjunto trabalhe em harmonia: palavras, imagens e sons. (COSTA, 2017b, p. 54).

Conclui-se que 93% da comunicação dão-se pela fisiologia e tonalidade da voz

(sentidos visual e auditivo), ou seja, pela forma/modo como se fala, bem como

saber/sintonizar com os pensamentos e sentimentos das outras pessoas (rapport).

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Afinal, é preciso demonstrar confiança ao se comunicar, se não as pessoas não

ouvirão. Portanto, conheça o público-alvo e, claro, desenvolva autoconhecimento.

3.10 Psicopatia e os Cuidados do Coach

3.10.1 Breve Histórico

Segundo Silva (2014, p. 69 e 218-219), os estudos indicam três níveis de

psicopatia: leve, médio e grave. O psiquiatra canadense Robert Hare dedica sua

vida nesse tema e, em 1991, publicou estudo que criou a escala Hare ou

Psychopathy Checklist – PCL - de alta confiabilidade entre os especialistas – que

calcula em qual nível - leve, médio ou grave - encontra-se o grau da psicopatia.

Assim, de fato, todos temos comportamentos que se enquadram nas

características da psicopatia. No entanto, até determinado nível é considerado normal,

após o que o indivíduo será diagnosticado com o grau leve, médio ou grave, de acordo

com a classificação na escala Hare.

3.10.2 Definição de Psicopatia

Silva (2014, p. 38) diz que o vocábulo psicopata (psyche=mente +

pathos=doença) origina-se do grego. Embora a literalidade do significado cause

confusão, a psicopatia não é doença, mas uma herança congênita, ou seja, as

pessoas nascem com uma disfunção no sistema límbico - nas amígdalas -, parte do

cérebro responsável pelas reações/atividades emocionais do ser humano, de tal sorte

que o cérebro racional passa a controlar as decisões do dia a dia, quando o normal

é haver equilíbrio nas reações/decisões tomadas entre os dois lobos cerebrais

(racional/cognitivo e emotivo/sensitivo).

PQU – Descomplicando a Psiquiatria (2017) diz que o psicopata é uma “pessoa

completamente sem remorso, porém muito perspicaz, inteligente e com uma grande

capacidade de manipular dados e pessoas”. É um generalista. Conhece de tudo um

pouco, mas superficialmente ou sem profundidade.

3.10.3 A População de Perfil Psicopata

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Sina (2017, p. 13-14) relata que embora difícil diagnosticar em face, até mesmo,

do poder dissimulatório e da capacidade de mentir e persuadir do psicopata, as

pesquisas apontam que ela atinge 4% da população mundial, sendo que no Brasil

esse índice alcança 5%, ou seja, mais de 10 milhões de pessoas.

O serial killer (assassino em série), quando psicopata, é avaliado no nível grave

na escala Hare. Portanto, os de nível leve e médio apresentam desvios de conduta

que raramente levam a práticas de crimes hediondos, mas nem por isso não deixam

um rastro de destruição por onde passam.

Aliás, é exatamente nos dois primeiros níveis – leve e médio – que mora o

perigo, porque são difíceis de diagnosticar e pode ser do nosso convívio diário:

cônjuge, parente, colega ou chefe, o nosso vizinho do apartamento do lado ou até a

gente mesmo. Você já parou para pensar se não é um psicopata?

Como identificar uma pessoa com Transtorno de Conduta ou com

Psicopatia? A ciência comprova que são “pessoas das trevas ou o tradicional mal

caráter4”! Filho (2014) relata que ele se aproxima e fala o que você quer ouvir. Ganha

sua intimidade, respeito e admiração. Estrategista nato, manipula pessoas e faz

intrigas, a fim ajudá-lo a alcançar seus objetivos, após o que descarta e humilha todos

que não mais tenham valor ou serventia. É capaz de tudo, se contrariado ou se

pressentir qualquer ameaça que possa prejudicar seus planos pessoais.

Quando criança, os sintomas são: facilidade de mentir e chantagear, crueldade

com colegas e maus tratos com animais. Se descoberto e tratado na infância, embora

difícil, a disfunção pode ser controlada, modulada e/ou minimizada.

3.10.4 Habitat Natural do Psicopata

Sina (2017, p. 56) afirma que a área financeira, se povoada por psicopatas, é

nitroglicerina pura e um oásis para proliferação de toda sorte de corrupção.

Infelizmente é comum empresas ou instituições incentivarem pessoas com

perfil de psicopatia em posições-chave, pois conseguem resultados rápidos e fáceis

em face de suas características psicológicas: carismáticos, manipuladores e

4 No livro PSICOPATA CORPORATIVO, da escritora e empresária Amália Sina, que foi alta executiva e CEO de grandes empresas, esses adjetivos são empregados fartamente para realçar o que ela sofreu e que muitas vezes saiu ilesa com ajuda da família e/ou sessões de terapia. Também na obra MENTES PERIGOSAS – O PSCOPATA MORA AO LADO, da psiquiatra Ana Beatriz Barbosa Silva, essas fortes expressões não são economizadas: criaturas das trevas, vampiros, predadores sociais, cobras de terno, mau caráter ....

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convincentes. No entanto, em pouco tempo, deixam um rastro de destruição. Segundo

Silva (2014, p. 103) “os psicopatas não vão ao trabalho, vão à caça... no mundo

corporativo a ação do psicopata pode ser comparada a de animais ferozes na busca

implacável do poder e do domínio”.

Bittencourt (2015) divulga pesquisa da revista britânica The Week, na qual se

conclui: as profissões que mais atraem os psicopatas são aquelas que possuem

status, poder e dinheiro.

3.10.5 Os Novos Desafios do Profissional Coach

Faz-se necessário que o Coach aprofunde os estudos na área de psicopatia,

sob pena de estimular a criação de monstros ou “lobos em pele de cordeiros”.

O capital intelectual é o principal ativo das organizações de excelência, que

procuram atrair os melhores profissionais do mercado, mas que sejam pessoas que

valorizem e respeitam o ser humano.

Hoje já se vê organização séria contratar profissionais especializados na área

de psicologia para selecionar os melhores perfis e criar uma cultura cuja visão, valores

e missão sejam fortes e efetivos. A escala de Hare, que mede o grau de psicopatia –

baixo, médio ou grave – já é bastante aplicada para evitar a presença de “pessoas

das trevas”, que destroem o clima organizacional.

Silva (2014, p. 101) afirma que algumas organizações perdem seus alicerces

morais e tendem a valorizar pessoas sem escrúpulos e/ou ética. Para a autora,

existem empresas e instituições com estruturas adoecidas e/ou psicopáticas.

Portanto, todo cuidado será pouco e compete ao Coach procurar pesquisar e

estudar sobre esse delicado e/ou perigoso perfil, de consequências incalculáveis,

mormente quando se encontram empoderados, formal e/ou psicologicamente.

Portanto, o Coach precisa entender que esse perfil é muito comum e

geralmente ocupa o topo da estrutura organizacional. Caso tenha fortes suspeitas, o

Coach deverá declinar e/ou desistir do treinamento e, se possível, comunicar aos

responsáveis os indícios detectados, a fim de evitar um mal maior.

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4 INTELIGÊNCIA EMOCIONAL E PSICOLOGIA POSTIVA

Em face da inter-relação e proximidade do objeto de investigação científica,

este Capítulo versará sobre essas duas vertentes da Psicologia tradicional, a fim de

melhor estabelecer as imbricações e os objetivos comuns, ou seja, a promoção da

qualidade de vida, no âmbito pessoal ou profissional, cerne tanto da Psicologia

Positiva - PSP, quanto da Inteligência Emocional - IE, além, claro, de aludidas áreas

serem as principais fontes para o desenvolvimento das Ferramentas de Coaching -

Práticas, sobre as quais trataremos no Capítulo 7.

4.1 INTELIGÊNCIA EMOCIONAL - IE

4.1.1 Breve Histórico

Para muitos pesquisadores a Inteligência Emocional - IE é considerada mais

importante do que a inteligência cognitiva ou mental, medida pelo Quoeficiente de

Inteligência – QI.

Desde a década de 1920 já se discutia sobre esse tema, então denominado

“inteligência social”. A partir dos anos 90, a expressão conquistou o mundo, mormente

após psicólogo Daniel Goleman publicar a obra Inteligência Emocional - IE, teoria que

trata da capacidade do indivíduo lidar, entender e compreender as emoções do ser

humana (relações intra e interpessoal).

Assim, Goleman, em 1995, criou o conceito de IE e o difundiu para o mundo,

época em que já havia tecnologia suficiente para o avanço da neurociência, que

desvendou os caminhos das emoções e como elas se regulam e se processam no

cérebro humano, conforme será detalhado no Capítulo 6 desta pesquisa, onde se

discutirá a Teoria do Cérebro Trino, criada pelo Neurocientista Paul Maclean.

Portanto, Goleman (2011, p. 26 e 269) afirma que a Inteligência Emocional -

IE é essencial para determinar o sucesso do indivíduo. Reforça que não há uma loteria

genética que escolha quem serão os vitoriosos e os fracassados no jogo da vida e,

embora existam pontos herdados que determinam o temperamento, muitos dos

circuitos cerebrais da mente humana são maleáveis e podem ser trabalhados.

De acordo com o Goleman (2011, p. 28) há fatores hereditários no

comportamento humano. No entanto, “os circuitos cerebrais envolvidos são

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extraordinariamente maleáveis; temperamento não é destino”. Portanto, ele pode ser

moldado ou trabalhado em face da plasticidade cerebral, mormente na infância ou na

adolescência.

4.1.2 Definição de Inteligência Emocional - IE

Segundo Goleman (2011, p. 66-67) os estudos sobre IE apontam que:

Há muitos indícios que atestam que as pessoas emocionalmente competentes — que conhecem e lidam bem com os próprios sentimentos, entendem e levam em consideração os sentimentos do outro — levam vantagem em qualquer setor da vida, seja nas relações amorosas e íntimas, seja assimilando as regras tácitas que governam o sucesso na política organizacional. As pessoas com prática emocional bem desenvolvida têm mais probabilidade de se sentirem satisfeitas e de serem eficientes em suas vidas, dominando os hábitos mentais que fomentam sua produtividade; (GOLEMAN, 2011, p. 66-67).

Para melhor explicar a IE, cabe mergulhar no significado de EMOÇÃO, palavra

tão falada e utilizada, mas de difícil entendimento. Calabrez (2017) assim a

exemplifica: imagine fazer um passeio ecológico em uma mata desconhecida; de

repente você escuta um rugido assustador e vê um leão se aproximando; o cérebro é

um aparelho biocomputacional dotado de mais de 100 bilhões de neurônios; quando

o cérebro registra a informação “LEÃO” ele manda processar “perigo” e todo seu corpo

começa a mudar para agir, seja para fugir/esconder/subir em uma árvore ou enfrentar

a fera. Em frações de segundo o cérebro toma/orienta decisões que irão coordenar

uma série de mudanças no corpo: dilatação das pupilas, a boca seca; o estômago

sofre uma disfunção/contração; há um bombeamento/deslocamento de sangue para

regiões musculares, a fim de otimizar/fortalecer a ação; o cérebro ordena a produção

de cortisona e adrenalina, que farão a frequência cardíaca disparar. Enfim, há toda

uma “reação emocional” para ficar 100% focado no problema e evitar um mal maior.

Portanto, Calabrez (2017), assim define EMOÇÃO: é a maneira eficaz de agir,

de forma automática e rápida, a fim de solucionar um problema/ameaça/perigo.

São as ações e reações do corpo e mente, na busca da melhor saída/alternativa.

Calabrez (2017) então conclui que IE é a compreensão de como as emoções

ocorrem dentro de nós e nas outras pessoas para, em seguida, encontrar a melhor

forma de agir, mediante essa leitura e/ou processamento. Portanto, IE é a capacidade

de entender a emoção e encontrar a fórmula adequada para agir em face da

questão posta.

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Então, quem é mais inteligente emocionalmente? É a pessoa que se molda mais

facilmente às variadas situações, nas quais existem perfis diferentes, ou seja, é a

pessoa que consegue se adaptar ao ambiente ao qual está inserido.

Goleman (2011, p.73), apud Salovey, arrola os cinco domínios e/ou habilidades

da IE, quais sejam:

1. Autoconhecimento: capacidade de conhecer as suas próprias

emoções/sentimentos, seus comportamentos e seus relacionamentos;

2. Autocontrole: capacidade de administrar/lidar/equilibrar e/ou alterar suas

próprias emoções/sentimentos, em busca do bem-estar;

3. Automotivação: capacidade de motivar-se ou fluir-se para maximizar o foco,

o controle e a criatividade, a fim de atingir a meta;

4. Empatia: habilidade de comunicação interpessoal, compreendendo o

comportamento e as razões dos demais (colocar-se no lugar do outro);

5. Práticas sociais: capacidade de relacionamento interpessoal e trabalho em

equipe; é a soma da empatia e o autocontrole, que determinam a popularidade,

a liderança e a eficiência interpessoal.

Cabe ressaltar que a união, equilíbrio e sintonia sinérgica das cinco habilidades

determinam a excelência da IE. Essas aptidões sociais são fundamentais para o

sucesso ou fracasso dos indivíduos.

A IE, portanto, pode ser definida como a capacidade que um indivíduo possui

de perceber, entender, avaliar e administrar suas próprias emoções e também as

emoções dos outros, ou seja, são as habilidades intra e interpessoais.

A IE é mais relevante que a inteligência mental/intelectual ou cognitiva (teste

de QI). As pesquisas apontam que os fatores determinantes do sucesso na vida estão

assim sopesados: 20% (QI) e 80% relacionam-se IE, Classe social e sorte.

Portanto, a I.E diz respeito às habilidades: interpessoais –

autoconhecimento/autopercepção, autocontrole e automotivação - (ligadas aos

relacionamentos e a capacidade de entender as outras pessoas); e as intrapessoais

- empatia e práticas sociais – (voltadas para si mesmo; refere-se a um modelo

verdadeiro de si mesmo e de como usá-lo de forma efetiva e construtiva).

4.1.3 Persistência

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Estudos indicam que uma das grandes características a serem desenvolvidas

no ser humano é a PERSISTÊNCIA, que possui muita similitude e/ou vínculo com a

RESILIÊNCIA, termo cujo significado é analisado neste Capítulo, no item 4.2.2.

Charles Chaplin afirmara que “a persistência é o melhor caminho para o êxito”.

A persistência não pode ser confundida com insistência, ou seja, fazer mais do

mesmo ou insistir no erro. Einstein dissera que “loucura é querer resultados diferentes

fazendo tudo exatamente igual”. Persistência é estudar, perscrutar e buscar o melhor

caminho para se atingir a meta. É o lutar, sempre; desistir, jamais!

Segundo Vieira (2015), o cérebro sofre constantes reações neurais sinápticas,

com a produção de hormônios, de acordo com o sentimento gerado: no sexo

predomina a testosterona (homem/mulher), além do estrógeno produzido na mulher;

na luta ou na defesa tem a adrenalina; no momento do amor/gozo tem as citocinas

(hormônio do amor); no momento do estresse há o cortisol; para cada momento ou

cada sentimento ou situação vivida há uma reação química no corpo/mente que é

dominante ou preponderante. Qual seria o hormônio da persistência?

Como se tornar persistente? Basta estimular, em dose certa, o hormônio

dopamina, conhecido como a “molécula da felicidade”, cuja produção se dá por meio

das reações sinápticas, que provocam: a sensação de prazer e bem-estar; a melhora

da motivação, aprendizado e capacidade intelectual; estímulos à energização, foco

nos objetivos e alta performance; aumento da extroversão, criatividade e excitação

sexual; melhora da memória, humor, sono e paz espiritual. (VIEIRA, 2015).

Vieira (2015) reforça que para provocar a produção de dopamina há que fazer

ensaio mental e imaginar algo de muito bom que ocorreu em sua vida ou até mesmo

simular uma grande conquista ou o alcance de uma meta tão desejada. Sabe-se que

o cérebro emocional não distingue fantasia da realidade e a descarga de alegria,

felicidade, sensação de bem-estar, sonhos realizados, ainda que imaginados, fazem

o corpo inundar-se de dopamina, que fortalece/potencializa a persistência.

Ressalta-se que há de ser em dose certa, pois sua falta ou excesso provocam

graves disfunções neurais. Segundo Oliveto (2010), as pesquisas apontam que altos

índices de dopamina podem levar a sérios problemas psiquiátricos. Portanto, é

preciso cuidado ao ministrar técnicas de aumento desse hormônio.

4.2 PSICOLOGIA POSITIVA - PSP

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4.2.1 Breve Histórico

Desde os primórdios da humanidade já se investigava sobre a relação mente-

corpo. Platão (427-348 a.C), Aristóteles (388-322 a.C) e Descartes (1.596-1.650),

embasaram suas teorias nas premissas de que a alma/mente conduzia o corpo,

portanto, considerada a extensão divina ou espiritual, que controlava o corpo, como

se fossem duas entidades distintas.

Em sentido oposto à tese espiritual ou cristã, Spinosa (1632-1677)

desmistificou todo o conceito mente-corpo e contrariou os dogmas da Igreja então

vigentes e, por isso, fora perseguido. Seus estudos são, ainda hoje, a base teórica

de novas investigações científicas, tamanho o brilhantismo de suas conclusões.

Segundo Trindade (2012), os estudos de Spinosa concluíram, em resumo:

Vemos então que a alma, ou mente, não está acima do corpo, como previra Platão e Aristóteles, nem mesmo fora do corpo, como afirmou Descartes e os ensinamentos cristãos; mas sim é parte e busca existir, a mente é a potência de pensar de um corpo que tem uma potência de agir. .... Todas as informações que a mente recebe vêm dos estímulos corporais. Tudo que a mente sabe, ela sabe através de um corpo que é afetado, que existe em ato. Ou seja, o que é percebido na mente humana é exclusivamente o que acontece com o corpo. A mente é ideia do corpo, o pensamento só acontece se estiver por força dos corpos que nos afetam. Não poderíamos ser, como gostariam alguns, cabeças flutuantes, almas incorpóreas. Precisamos estar mergulhados na vida, plenamente. A modificação no nosso corpo corresponde a uma modificação na alma. (TRINDADE, 2012).

Pode-se, pois, inferir, que mente e corpo formam uma unidade inseparável e

em perfeita sintonia, visando à sobrevivência e/ou à qualidade/estilo de vida, ou seja:

se o corpo adoece, a mente padece; se o cérebro esfalece, o corpo endurece.

Daí a importância da psicologia positiva, cujo objetivo é exatamente trabalhar

e/ou potencializar os aspectos saudáveis da vida humana (corpo e mente), ao invés

de somente tratar de doenças, como tem feito a psicologia curativa.

A psicologia positiva ganhou grande impulso na década de 90, após as

pesquisas científicas do Psicólogo americano Martin Seligman (um dos pioneiros nos

estudos sobre a Psicologia Positiva), bem como do Psicólogo húngaro-americano

Mihaly Csikszentmihalyi (que desenvolveu a Teoria do Fluxo ou Flow).

4.2.2 Definição da Psicologia Positiva - PSP

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A Psicologia Positiva - PSP é um movimento no campo da investigação

científica, com ênfase nas forças e virtudes do ser humano, ao invés de focar-se nas

doenças e patologias da psicologia tradicional, ou seja, psicologia positiva é a área

que se preocupa mais com a felicidade, bem-estar e qualidade de vida, em uma ação

muito mais preventiva, a fim de potencializar o desenvolvimento pleno dos indivíduos,

organizações e comunidades.

Na prática, seria, p. ex.: o pessimista olha e lamenta existir pouco mais da

metade de água; o otimista, ao contrário, alegra por ter água suficiente para beber e

matar sua sede. Segundo Nunes (2007, p.4) a PSP ganhou importância ou relevo:

Calçado em um novo paradigma epistemológico, este novo campo científico apontou como principal objetivo de estudo da psicologia o funcionamento saudável e adaptativo do ser humano, interessando-se pelos traços psicológicos e experiências consideradas positivas tais como optimismo, satisfação, bem-estar, felicidade, gratidão, esperança, resiliência, empatia. Martin Seligman, um dos expoentes da Psicologia Positiva, chama a atenção para essa mudança de foco, defendendo que, sem deixar de lado ter como objeto de estudo a patologia e seu tratamento, a psicologia deve abrir espaço para o estudo das “habilidades positivas” do ser humano, redirecionando o enfoque para a promoção da qualidade de vida. (NUNES, 2017, P. 4).

Nunes (2017, p.5) realça-se que uma das preocupações-chave da PSP é o

estudo da RESILIÊNCIA, termo muito utilizado na física e engenharia e que pode ser

definido como a capacidade de um material absorver/suportar e/ou liberar grande

carga de energia, sem se deformar e/ou perder suas características originais. Na

psicologia positiva seria a frase popular: a pessoa enverga, contorce e sofre, mas logo

volta ao estado natural, fortalecida, evoluída, crescida, experimentada, energizada,

renovada e enriquecida com os novos conhecimentos, que redundam em uma melhor

qualidade de vida (felicidade e bem-estar).

Em resumo, RESILIÊNCIA é a capacidade do ser humano de enfrentar e

crescer/desenvolver com as adversidades do dia a dia. Seligman (2011, p. 160) traz

o conceito de resiliência social como “a capacidade de promover, se engajar e

sustentar relacionamentos sociais positivos, e suportar e se recuperar de eventos

estressores e do isolamento social”. Enfim, é saber aprender, crescer e evoluir com

as adversidades e/ou benefícios oriundos dos relacionamentos intra e interpessoais.

Seligman (2011, p. 169-199) divulga importante pesquisa científica sobre a

transformação de traumas em crescimento, mediante treinamento da RESILIÊNCIA

dentro do campo de estudo da PSP.

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4.2.3 Atividade que Melhoram a Qualidade de Vida

As investigações científicas há muito descobriram que corpo e mente são

inseparáveis, portanto, todo cuidado/carinho necessário ainda será pouco. Assim:

trate bem o cérebro (leia bons livros, escute boas músicas, pratique insights mentais

e meditações ou exercite-o sempre); cuide de seu corpo (dieta e estilo de vida

saudáveis e práticas de exercícios regulares são fundamentais, p. ex.).

Nunes (2007, p. 15-28) arrola as virtudes e emoções a serem cultivadas, que

muito ajudarão na saúde do corpo-cérebro, a fim de evitar e/ou minimizar o

aparecimento de doenças físicas e/ou atrofias/disfunções cerebrais. São elas:

1 - Alegria – origina-se do latim e significa fogo, ardor e vivacidade. Diferente

do prazer, algo pessoal/subjetivo/egoísta - gozar ou sentir prazer -, a alegria é mais

objetiva/altruísta/espiritual – desejo de brincar, não só o físico (atividades desportivas),

mas o intelectual ou artístico; exterioriza-se no riso, geralmente. Enfim, a alegria é

vida; a tristeza é morte.

2 - Amor – palavra tão falada (em verso e prosa), mas de difícil definição; há

vários tipos de amor; os mais comuns são os de casais ou da relação pais-filhos; mas

o amor perfeito e/ou sadio possui em sua composição doses certas de: carinho, afeto,

amizade, caridade, superação, desprendimento, romantismo, paixão, beleza (interna

ou externa), ternura, empatia, afeição, compromisso, sacrifício, recompensa,

satisfação, união (física e mental), companheirismo, gratidão.

3 - Bem-estar – mais ligado ao estilo de vida saudável do indivíduo, que

envolve uma boa nutrição; exercícios e boas relações pessoais, familiares, sociais;

controle de stress, ouvir boas músicas e ler bom livros; acompanhamento médico

preventivo, ou seja, tudo que vise à plena harmonia corpo-mente.

4 - Contentamento (serenidade/tranquilidade/alívio) – diz respeito ao estado

de espírito; saber admirar-se e alegrar-se com as pequenas coisas do dia a dia; ter

bom-humor mesmo diante de situações difíceis; procurar conhecer a si mesmo e sua

relação com o mundo.

5 - Esperança – relaciona-se ao sentido da vida e a busca de seus objetivos;

é o ser que espera ou vive da esperança, do sentido da vida e da morte, a fim de que

suas ações repercutam na eternidade; é a construção da expectativa para o futuro

viável e saudável para o ser humano; Aristóteles dissera que “a esperança é o sonho

do homem acordado”.

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6 - Felicidade – de origem grega, sinônimo de eudaimonia (eu=bem disposto;

daimon= que tem poder divino), a felicidade era considerada um dom divino, que

dependia dos humores dos deuses, portanto, tido como algo débil, frágil e transitória.

Assim, a felicidade, além do fator genético, sofre influência emocional: cultivar bons

hábitos e pensamentos; a busca do sentido ou do propósito de vida, como o amor,

prazer, esperança, alegria, prudência, liberdade, saúde, educação, extroversão,

otimismo, autoestima, sofrimento, resiliência, realização e autoconhecimento.

7 - Otimismo – está ligado à questão emocional e motivacional; é a confiança

ou capacidade de acreditar na realização dos objetivos ou projeto de vida; relaciona-

se à expetativa positiva de alcançar o resultado; pessoas de otimismo realista

comprovadamente tem mais sucesso e qualidade de vida.

8 - Perdão – origina-se do latim perdonum (per = perfeição de ação + donum =

dom), que significa doar sem nada querer em troca; seus sinônimos são paz, alegria,

liberação; seus antônimos são orgulho ferido, ódio, rancor, amargura, ressentimento,

cólera, desejo de vingança, espiral de violência e perda da liberdade; ofendido e

ofensor devem aprender a pedir perdão para livrarem das amarras do ódio e do rancor,

que tanto mal causa à saúde física e mental. Costa (2017c, p. 81) diz ser “sábia a

pessoa que entende que a falta de perdão é um veneno que a própria vítima toma

esperando que seu agressor morra”.

9 - Sabedoria – ligado ao conceito de ciclo do saber. O termo é a imbricação

da experiência de vida com o desenvolvimento intelectual alcançado na idade

adulta/velhice, que geram: percuciência na análise da vida e de suas contradições;

equilíbrio entre múltiplos interesses intra, interpessoais; sentido profundo da vida, da

morte e da razão da nossa existência; paz espiritual (ser) e desapego material (ter).

Dentro dessa concepção, Nunes (2007, p. 31-37) relaciona alguns exercícios

(físico e mental) ou atitudes do dia a dia, que geram prazer, paz espiritual, felicidade

e bem-estar, quais sejam: a dança e atividades aeróbicas (Ioga, meditação, Pilates,

Tai-chi Chuan); atividades lúdicas (caminhada ecológica e/ou praticar o esporte leve

predileto); ler bons livros, adquirir novos conhecimentos/habilidades e escutar boas

músicas; aderir à risoterapia, que mexe com vários músculos da face e do corpo,

além de liberar betas endorfinas, dando sensação de bem-estar físico, mental e

emocional. É aceitar e vivenciar o ditado popular: rir é o melhor remédio!

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4.2.4 Fatores determinantes do bem-estar

A Psicologia Positiva - PSP, catalogou fatores influenciadores da felicidade

crônica, de acordo com os traços de personalidade; Seligman (2003, p. 63) divulga

estudos que convergem para os seguintes índices: 50% por causas genéticas; 10%

em função das circunstâncias (nível de renda, escolaridade, região...); 40% oriunda

das atividades intencionais (modo de agir ou pensar).

Assim, segundo Seligman (2003, p. 78-79), após atingir determinado nível de

renda o dinheiro não mais interfere na felicidade ou bem-estar, o que faz com que seja

possível modular os traços de personalidades hereditários (50%) – mormente na

infância e na adolescência - e do modo de agir, pensar ou viver (40%), a fim de se

atingir uma boa qualidade de vida.

Após profunda investigação científica, Seligman (2011, p. 35) arrola os cinco

pilares do “florescer”, formado pelo acrônimo inglês PERMA, que são: emoção

positiva (Positive emotion), que vem através da utilização das forças pessoais;

engajamento (Engajement), que diz respeito ao quanto a pessoa está engajada ou

envolvida com suas atividades cotidianas; relacionamento (Relashionships), que diz

respeito a forma de relacionar com as pessoas ou consigo mesmo; significado

(Meaning), que precisa fazer sentido e propósito; e realização (Accomplishment), que

é atingir seus objetivos ou missão de vida.

4.2.5 Teste das Virtudes e Forças Pessoais

Seligman (2011, p. 263-285) realizou importante estudo científico que apontou

a existência 24 características, as quais estão inseridas em 6 (seis) forças e virtudes

pessoais (sabedoria, coragem, humanidade, justiça, temperança e transcendência)

comuns nas culturas ocidentais e orientais, arroladas a seguir:

Sabedoria e conhecimento: 1) – Curiosidade / Interesse pelo mundo; 2) –

Gosto pela aprendizagem; 3) – Discernimento / Pensamento crítico /

Imparcialidade; 4) – Engenhosidade / Originalidade/Inteligência prática /

Esperteza; 5) – Inteligência social / Inteligência pessoal / Inteligência

emocional; 6) – Perspectiva.

Coragem: 7) – Bravura e Valentia; 8) – Perseverança / Dinamismo /

Diligência; 9) – Integridade / Autenticidade / Honestidade.

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Humanidade e Amor: 10) – Bondade e Generosidade; 11) – Amor e

Capacidade de ser amado.

Justiça: 12) – Cidadania / Dever / Espírito de equipe / Lealdade; 13) –

Imparcialidade e Equidade; 14) – Liderança.

Temperança: 15) – Autocontrole; 16) – Prudência / Discrição / Cuidado; 17)

– Humildade e Modéstia.

Transcendência: 18) – Apreciação da beleza e da excelência; 19) –

Gratidão; 20) – Esperança / Otimismo / Responsabilidade com o futuro; 21)

– Espiritualidade / Senso de propósito / Fé / Religiosidade; 22) – Perdão e

Misericórdia; 23) – Bom humor e Graça; 24) – Animação / Paixão /

Entusiasmo.

Do estudo nasceu um questionário/teste – escala de nota de 01 a 10 - para

se avaliar as 6 (seis) virtudes e forças pessoais, com o escopo de não só aproveitar

ao máximo as qualidades/desempenhos do indivíduo, mas também trabalhar aquelas

virtudes ou forças pessoais que precisam ser aprimoradas e/ou desenvolvidas.

4.2.6 Estado de Fluxo (Flow)

O Psicólogo húngaro-americano Mihaly Csikszentmihalyi proporcionou uma

grande contribuição para a psicologia quando desenvolveu a teoria do Estado de

Fluxo (Flow), situação na qual o indivíduo atinge alto engajamento e produtividade.

O Estado de Fluxo, segundo Seligman (2003, p. 136-137) ocorre quando há

equilíbrio entre habilidade e desafio, que redundam em: profunda concentração,

clareza dos objetivos, feedback imediato, envolvimento intenso e prazeroso, senso de

controle, a consciência do “eu” desaparece e o tempo parece parar ou desaparecer.

Mihaly Csikszentmihalyi não diz quando e com que frequência ocorre o fluxo.

Mas os estudos apontam como fator determinante o desempenho de atividades para

as quais o indivíduo apresenta excelente avaliação no Teste das Forças Pessoais

(SELIGMAN, 2011, p. 263-285), além de uma dose certa de desafio, a fim de

impulsionar e/ou facilitar o fenômeno do Estado de Fluxo.

Em resumo, o fluxo ocorre quando a pessoa alcança o equilíbrio e atinge o nível

máximo de habilidade e desafio (fluxo). No capítulo sobre Ferramentas de Coaching

(práticas), item 7.6 - Elicitação de Competências – Construção da Autoestima-, há

um exemplo de Coaching com a ocorrência de Estado de Fluxo.

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5. ESTILOS DE LIDERANÇA E/OU GESTÃO DE PESSOAS

5.1 Breve Histórico

A partir do século XX, a liderança nas organizações evoluiu no ritmo das quatro

fases da gestão de pessoas, cujo histórico começa como um simples Departamento

de Pessoal, sendo o empregado considerado só mais uma peça e/ou engrenagem

de uma máquina, com o objetivo exclusivo de aumentar a produção (voltado para

tarefas).

A globalização e os avanços tecnológicos redundaram na valorização do capital

intelectual e, consequentemente, na Gestão de Pessoas por Competência, com o

empoderamento (empowerment) do empregado, cujo formato de liderança passa a

ser o diferencial para o sucesso empresarial, ou seja, vivemos a era da gestão

estratégica COM a priorização das pessoas (seres humanos), como condição sine

qua non para que a organização e/ou nação consiga sucesso em sua missão.

As teorias de liderança ou gestão de pessoas tiveram como marco inicial e

final, respectivamente, de 1900 até o modelo atualmente existente, qual seja, Líder

Coach, há décadas reconhecido, nos países desenvolvidos, como o profissional que

possui habilidades para potencializar, aprimorar e/ou desenvolver a performance do

líder ideal, tido como o diferencial e/ou ativo intelectual de grande peso para

alavancar a eficácia pessoal e/ou organizacional, dentro dos planos estratégicos

previstos na missão, negócio, visão e valores organizacionais.

Robbins (2009, p. 258) definiu liderança “como a capacidade de influenciar um

grupo para alcançar metas”. É consenso entre os estudiosos que a liderança é a

capacidade que alguém (líder) possui de influenciar pessoas (liderados e/ou

seguidores), a fim de atingir objetivos específicos.

Assim, Benevides (2010, p. 19-39) discorre sobre o histórico da gestão e da

liderança, desde o século XX, conforme resumo abaixo:

Vejamos um breve relato de cada uma dessas teorias sobre a liderança.

1900

1940

1960

1990

Evolução das Teorias sobre Lideranças

Teoria dos Traços ou das Características Inatas - Voltados para tarefas

Teorias Comportamentais - Voltados para Terafas X Voltados para Pessoas

Teorias Contingenciais - Liderança Situacional

Teorias Contemporâneas ou das "Novas Lideranças"

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5.2 Teoria dos Traços de Personalidades (1900-1940)

A primeira geração de pesquisadores focou a liderança nos traços de

personalidade, partindo do pressuposto de que alguns indivíduos nasciam líderes em

face de seus dons hereditários (pessoa bonita, inteligente, alta e bem-apessoada).

Após sofrer sérias críticas, essa teoria foi “substituída pela perspectiva do líder como

um ser comum, cuja capacidade de liderar depende do contexto, do ambiente e das

características por ele desenvolvidas” (BENEVIDES, 2010, p.19).

Os estudos atuais indicam que os dois fatores – genético e ambiental/cultural -

são relevantes e estão na gênese da personalidade e, consequentemente, do perfil

de liderança eficaz

Merece menção os estudos de McDougall (apud Macedo, 2017, p. 33),

formulador do modelo dos Cinco Grandes Fatores dos traços da personalidade ou

Big Five, quais sejam: extroversão, amabilidade, conscienciosidade, neurotismo

ou inteligência/estabilidade emocional e abertura para novas experiências. A

grande crítica a essa teoria é sua ênfase na pessoa do líder, sem considerar o

liderado.

Evidentemente que todos possuímos pelo menos um pouco desses traços, mas

alguns deles possuem maior peso. Hoje basta um clique no Google para testar a

personalidade com a qual mais nos espelhamos. Segundo Robbins, et al (2013, p.

361) a extroversão, conscienciosidade e abertura para novas experiências são

as virtudes ideias de um líder eficaz.

5.3 Teorias Comportamentais (1940-1960)

Entre 1940-1960 surgiram as Teorias Comportamentais (Robbins, 2009, p.

263-269) tendo como expoentes as escolas americanas de Ohio e Michigan, cujo foco

passou a ser não só nas tarefas, mas também nas pessoas (líder e

liderados/seguidores), com ênfase tanto nas tarefas, quanto nas relações

interpessoais.

Segundo Robbins et al (2013, 368-369) há também as pesquisas sobre a

Teoria da Troca entre Líder e Liderado (LMX), na qual o líder segrega os liderados

em “grupo interno” e “grupo externo”, de acordo com os traços de personalidade e/ou

afinidades (pessoas que vão ao boteco para beber ou frequentam a casa de um e de

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outro; pessoas do mesmo sexo, raça ou com algumas afinidades). Enfim, o líder dá

maior atenção, privilégio e/ou recompensa ao “grupo interno” e trata formal ou

friamente o “grupo externo”, que destoa de seus interesses e de sua visão de mundo.

5.4 Teorias Contingenciais ou Situacionais (1960-1990)

Segundo Miura (2011), por volta de 1960-1990 surgem as Teorias

Contingenciais ou Situacionais, cujo principal expoente é Fred Fiedler. Essa teoria

indica que não existe um líder-padrão, posto que ele deveria agir de acordo com a

tarefa e a maturação do liderado, podendo priorizar às vezes o relacionamento, a

tarefa ou até mesmo nem um nem outro, quando o liderado atinge a maturação

máxima entre relacionamento X tarefa, tal como exemplificado abaixo (FIG_4):

Da figura anterior, Macedo (2017, p.44-46) diz que quanto maior a maturidade

dos liderados (M-4 – Tarefa e relacionamento altos), menor a necessidade do líder,

que passa a se dedicar com outros assuntos relevantes e/ou estratégicos da

organização, ou seja, o líder pode determinar (E-1), persuadir (E-2), compartilhar (E-

3) ou delegar (grau de maturação máxima do liderado, quando E-4 = M-4).

5.5 Teorias das “Novas Lideranças” (a partir de 1990)

Após 1990 surge a “Nova Liderança” (Chiavenato, s/d, p. 166-175), ou seja, a

Liderança Carismática, Autêntica, Transacional e Transformacional e o Líder Coach.

Vejamos o resumo de cada uma delas, começando pela Liderança

Carismática:

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Alguns ícones de líderes carismáticos são: Hittler, Gandhi, Mussolini,

Bolsonaro, Nelson Mandela. A grande crítica a esse líder é o narcisismo, megalomania

e/ou desonestidade, podendo existir, portanto, gente de boa ou má índole.

As Lideranças Transacional e/ou Transformacional apresentam diferenças

significativas.

Um exemplo de Líder Transformacional seria o ex-presidente Lula, que sofre

uma perseguição implacável. Faria (2017) afirma que ele mantém grande influência

entre os seus seguidores, em sua luta pelo bem-estar e/ou igualdade social.

O quadro a seguir traz as diferenças entre essas duas lideranças:

Robbins et al (2013, p.377-378) cita a Liderança Autêntica, na qual a ética e

a confiança são os valores máximos, além da sensibilidade/respeito do líder às

crenças e valores dos liderados. Vejamos a seguir:

Segundo Robbins et al (2013, p.377-381), a confiança, cujos valores são

integridade, lealdade, competência, abertura e consistência, exerce grande influência

SER VISIONÁRIO INCENTIVAR CAPACITAR

Estimular a visão que leve

as pessoas a ação

Demostrar entusiasmo

pessoalExpressar apoio pessoal

Estabelecer expectivas

elevadasExpressar autoconfiança Demonstrar empatia

Modelar comportamentos

coerentes

Buscar, descobrir e utilizar o

sucesso

Expressar confiança nas

pessoas

O LÍDER CARISMÁTICO

Recompensa Contingente: negocia os esforços em troca de

recompensas bom desempenho ou reconhece os bons resultados.

Carisma: fornece uma visão e um sentido de missão, introduz o

orgulho, ganha o respeito e a cofiança

Gerenciamento pela exceção(ativa): observa e procura por

desvios das regras e padrões, toma as ações corretivas.

Inspiração: comunica altas expectativas e utiliza símbolos para focar

esforços; expressa os objetivos mais importantes de forma simples.

Gerenciamento pela exceção(passiva): intervém somente quando

os padrões não são alcançados.

Estímulo Intelectual: promove a inteligência, racionalidade e

solução de problemas de forma cuidadosa.

Laissez-faire: abdica de suas responsabilidades e evita tomar

decisões.

Consideração individualizada: fornece atenção personalizada, trata

cada funcionário de forma individual, treina e aconselha.

LIDERANÇA TRANSACIONAL X LIDERANÇA TRANSFORMACIONAL

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na formação do líder, a tal ponto de se poder afirmar que “onde não há confiança

não existe liderança”.

Por fim, cabe ressaltar o Líder Coach. De acordo com Macedo (2017, p.52-

54), esse profissional é ainda pouco conhecido no Brasil, mas com grandes

habilidades para transformar, desenvolver, aprimorar e potencializar habilidades, por

meio de poderosas ferramentas, algumas das quais estão disponibilizadas no

Capítulo 7 desta pesquisa.

Goldsmith et al (2003, p.54) já vislumbrava esse cenário ao afirmar, in verbis:

Os gestores motivam, enquanto os líderes inspiram. As empresas inspiradas são vencedoras. As empresas precisam de muito menos gestores e muito mais líderes, e o coaching oferece uma maneira direta e prática de infundir essa nova cultura na vida corporativa. O coaching fornece uma rota para liderança. O coaching pode liberar o potencial latente de liderança nos gestores e reforçar a liderança onde esta já existir. (GOLDSMITH, 2003, p. 54).

Portanto, dúvidas não há de que o Líder Coach subsume-se no modelo ideal

de liderança, sendo comum, e muitas vezes premente, a sua contratação por grandes

organizações públicas ou privadas, com o objetivo de desenvolver competência para

trabalhar e/ou criar novos líderes.

O Líder Coach, transformador e visionário, procura as melhores práticas para

criar/desenvolver a liderança de alto performance, com foco na visão realista, crível e

atraente para o futuro, mas respeitando a cultura organizacional.

Atualmente há excelentes programas de Coaching Executivo e/ou Pessoal, que

trabalham variadas áreas para treinar o Coachee a aprimorar e/ou desenvolver

habilidades específicas demandadas.

Assim, Coach pode ser considerado a Liderança Transformacional e/ou

Visionária, perfil de um líder eficaz.

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6 A NEUROCIÊNCIA E OS MISTÉRIOS DA MENTE

6.1 Breve Histórico

A Universidade Federal de Juiz de Fora – UFJF é atualmente considerada

referência em estudos sobre a mente e o cérebro no Brasil, com pesquisas bem

avançadas5 que resumem as correntes do “dualismo e fisicalismo6” (Araújo, 2016),

ou seja: seria a mente oriunda do cérebro, assim como a urina seria um produto dos

rins? Seria a mente a alma/espírito ou software, enquanto o cérebro a matéria/corpo

ou o hardware? Não seria a mente um filtro ou outra dimensão do cérebro -

alma/espírito – (Moreira-Almeida-2016)? Seriam os fenômenos mediúnicos ou

premonitórios casos de experiências espirituais ou de disfunções mentais? Essas são

algumas questões que a ciência ainda não conseguiu elucidar.

6.1.1 As Funções dos Cérebros Humanos

Com a ajuda das novas tecnologias da ressonância magnética, os estudos da

mente humana ganharam grande impulso nas décadas de 1970-1990, quando três

neurocientistas se destacaram com os resultados dos estudos científicos que

sacudiram o universo do cérebro humano. São eles:

1 - Paul Maclean, com a Teoria do Cérebro Trino, ou seja, que o cérebro

humano é dividido em 3 partes (primitivo, límbico e neocórtex), cada qual com sua

função específica - movimento, emoção e razão (Luckesi, 2015);

2 - Benjamin Libet, com a obra Decisões Conscientes, cujas pesquisas

acusaram que o ser humano não faz decisões ou escolhas conscientes, portanto, não

existe o livre arbítrio (Coluna Ciência, 2014); e

3 - Giacomo Rizzolatti, que descobriu os Neurônios-espelho, ou seja, os

seres humanos, inconscientemente, ensaiam ou imitam todas as ações observadas

em outras pessoas (quando um amigo boceja, chora ou sorri naturalmente fazemos o

mesmo (Teixeira, 2015).

5 Professores: Saulo Ramos, conforme vídeo-aula https://www.youtube.com/watch?v=scz7kPKr0tk; Alexandre Moreira, vídeo https://www.youtube.com/watch?v=nNgomBLe5x8; e Humberto Schubert, vídeo https://www.youtube.com/watch?v=naKiX9rjHI8. 6 Dualismo: mente (alma) e corpo (físico) são distintos, irreconciliáveis e irredutíveis; fisicalismo ou materialismo: corpo e mente são ambos físicos, com suas funções específicas, mas totalmente imbricados.

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6.2 Definição da Neurociência

Neurociência é o estudo do sistema nervoso e a relação mente-cérebro. É

uma ciência pouco evoluída/conhecida, o que talvez explique as diversas correntes

teóricas e filosóficas sobre esses dois órgãos do ser humano: corpo e mente.

As pesquisas ganharam grande impulso com o médico e neurocientista Paul

Maclean, autor da Teoria do Cérebro Trino, por meio da qual se dissecou, com

riqueza de detalhes, as três principais funções do cérebro humano, cuja

sistematização clareou o que muitos sociólogos, filósofos, psiquiatras e psicólogos

afirmavam em suas pesquisas, desde os primórdios da humanidade.

O filósofo Spinosa (1632-1677) pesquisou e produziu brilhante teoria que até

hoje é referência teórica de novas investigações científicas.

Segundo Trindade (2012), os estudos de Spinosa concluíram, em resumo:

Todas as informações que a mente recebe vêm dos estímulos corporais. Tudo que a mente sabe, ela sabe através de um corpo que é afetado, que existe em ato. Ou seja, o que é percebido na mente humana é exclusivamente o que acontece com o corpo. A mente é ideia do corpo, o pensamento só acontece se estiver por força dos corpos que nos afetam. Não poderíamos ser, como gostariam alguns, cabeças flutuantes, almas incorpóreas. Precisamos estar mergulhados na vida, plenamente. A modificação no nosso corpo corresponde a uma modificação na alma. (TRINDADE, 2012).

6.2.1 O Sistema de Compensação dos Três Cérebros

Assim, as descobertas cientificas constataram a existência de um sistema

complexo que envolve mais de 100 bilhões de neurônios, que interagem entre si e

formam redes neurais e conexões sinápticas, que geram reações eletroquímicas,

cada qual com seus papéis específicos dentro dos lobos cerebrais do Neocórtex:

Frontal, Parietal, Occipital e Temporal, conforme abaixo detalhados:

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Esse sistema complexo possui uma estrutura funcional, de tal forma que o

nosso cérebro se diferencia dos demais animais – répteis ou mamíferos – pela

existência do CÉREBRO COGNITIVO ou INTELECTUAL, tão bem resumida na

famosa frase do filósofo René Descartes (1596-1650): “Penso, logo existo”.

Dessa forma, vejamos a figura a seguir retratada:

O Cérebro Reptiliano/Instintivo/Social, cujo sistema de compensação é a

sobrevivência ou a autopreservação (lutar/agir/ação ou fugir/correr/sobreviver). Um

exemplo é o pai que é capaz de entrar na jaula do leão para salvar o filho que lá dentro

de encontra, mesmo sabendo dos riscos que corre.

O Cérebro do Mamífero/Emocional/Afetivo, cujo sistema de compensação

é a satisfação, o prazer e o ganhar sempre. Ele é capaz de chorar quando vir um filme

que causa comoção, ou seja, é o cérebro que não sabe distinguir a realidade da

fantasia e sempre age emotivamente, em busca da satisfação. Pertence ao sistema

límbico ou motivacional, ligado ao aprendizado ou reações endócrinas (engordar

demais, dificuldade de aprendizagem, depressão...). Não aceita incongruências: ou

está triste ou alegre; ou sente frio ou calor; ou está rindo ou está chorando...).

O Cérebro Intelectual/Cognitivo, pertence ao sistema neocórtex, cujo

sistema de compensação é fazer a crítica, reflexão, juízo ou os prós e os contras.

Ele está sempre indagando: isso vale a pena? Isso é justo? É moral? É viável? Quais

as consequências? Enfim, é o cérebro “chato”, que pensa, analisa e tenta controlar os

outros dois, que são “irresponsáveis” ou “não-racionais”, ou sequer capazes de

distinguir a realidade da fantasia. É exclusivo da espécie humana, que desenvolveu

ao longo de milhares de anos de sua cadeia evolutiva.

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Alguns estudos apontam que a sede de saber e aprender geram experiências

e reações neurais capazes de mudar até o tamanho do cérebro. Por outro lado, a

causa mais comum de sonolência, perda de memória, desmotivação ou baixa

inteligência são a ausência de novos conhecimentos ou o mergulho na zona de

comodidade/rotina, que provocam até mesmo a atrofia cerebral.

6.3 – Ciclo de Aprendizagem e sua Relação com a Pós-Verdade7

Costa (2017b, p. 11) arrolou o ciclo de aprendizagem, do degrau “1” ao “4”.

Vejamos como se aprende a dirigir: no 1º degrau a criança sequer sabe o que é carro

e, portanto, vive na ignorância completa, ou seja, ela é INCOMPETENTE

INCONSCIENTE (não sabe que não sabe); no 2º degrau ela já sabe que existe o

carro, que precisa ser controlado, mas a pessoa não sabe dirigir, portanto, ela é

INCOMPETENTE CONSCIENTE (sabe que não sabe); no 3º degrau, a pessoa

aprendeu a dirigir, mas ainda tem medo/receio/insegurança e, portanto, precisa

pensar/analisar para não cometer erros, ou seja, ela tem COMPETÊNCIA

CONSCIENTE (sabe que sabe); no 4º e último degrau a pessoa aprendeu a dirigir,

praticou bastante e nem precisa pensar, pois virou expert, ou seja, adquiriu o

COMPETÊNCIA INCONSCIENTE ou criou o HÁBITO (piloto automático), local onde

concentra 99% de nossas rotinas/ações diárias (Costa, 2017b, p. 56).

A conclusão a que se chegou é de que a prática gera a experiência, que com

o tempo vira hábito, a tal ponto que cerca de 99% de nossas rotinas são realizadas

inconscientemente. “Sei dirigir até sem pensar como consigo”, ou seja, depois que

se cria o hábito fica tudo no automático.

Assim, há duas formas de aprendizagem: a) repetir, repetir e repetir; ou b)

sofrer uma experiência com impacto emocional, algo que jamais se esquece ou

que ficará gravado para sempre na memória (cérebro/mente).

Portanto, para não sobrecarregar ou exigir constante, pesado e desgastante

esforço de nossas redes neurais, com suas reações eletroquímicas e sinápticas, o

cérebro, inteligentemente, reserva uma área da memória para decisões automáticas,

7 PÓS-VERDADE – os boatos valem mais que a realidade. São as meias-verdades e/ou informações fora do contexto, a fim de se atingir objetivos predefinidos e sem nenhum valor científico e/ou factual. Está ligado à teoria da inexistência de decisões e escolhas conscientes (não há livre arbítrio).

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as quais respondem por cerca de 99% de nossas ações, valores, pensamentos,

crenças (nosso piloto automático).

Infere-se que a aprendizagem, as novas descobertas da neurociência e, claro,

o uso da linguagem – agora ajudada pela neurolinguística8, são também

poderosos instrumentos de manipulação e/ou “robotização” dos indivíduos.

É importante frisar que esse sistema de aprendizagem e seus mecanismos de

levá-los para a memória automática (hábito) é prática comum utilizada pelos meios de

comunicação de massa, quando reiteradamente insistem em veicular notícias, quase

sempre acompanhadas de um cenário impactante e/ou com ares de algo “traumático”

de grande apelo “ético”, “moral” ou “emocional”, que causa indignação ou comoção

individual e pânico social.

Isso se dá por meio da constituição de um modelo mental (mindset), no qual se

evita que as informações sejam filtradas, questionadas, criticadas ou validadas pelo

cérebro cognitivo ou intelectual, ou seja, transforma o ser humano em um animal

irracional, que só usa o cérebro reptiliano (instinto de sobrevivência) e o cérebro

emotivo (que não distingue realidade de fantasia), com a aplicação de técnicas da

neurociência para que os indivíduos ajam de acordo suas crenças, valores,

pensamentos, ou seja, no piloto automático ou de acordo com o hábito.

No Capítulo 3, itens 3.7.2 e 3.9.2, tratou especificamente sobre as teorias de

aprendizagem, a formação do modelo mental (mindset) e a neurolinguística.

Em meio às pesquisas sobre esse tema – mente e cérebro -, surgem

eufemismos de manipulação e formação da opinião - a PÓS-VERDADE -, conceituada

pela Universidade de Oxford – Reino Unido - como um substantivo “que se relaciona

ou denota circunstâncias nas quais fatos objetivos têm menos influência em moldar a

opinião pública do que apelo à emoção e às crenças pessoais” (Priolli, 2017). É a era

em que os boatos sobrepõem aos fatos!

O alerta que nos resta: duvidemos de tudo e de todos, pois o ser humano

enxerga o mundo quase sempre com a visão/luz que vem de fora, mas ele acredita,

ingenuamente, que se trata de reflexão de sua própria mente e/ou cérebro.

8 NEUROLINGUÍSTICA – O uso da linguagem articulada – sistema de comunicação verbal e não verbal -, inclusive com a utilização dos canais sensoriais/representacionais (VISUAL, AUDITIVO e CINESTÉSICO). Esse tema é tratado no Capítulo 3, itens 3.7.2 e 3.9.2. Ressalta que Karl Marx já relatava que a linguagem nasce dos valores e crenças, ou seja, da classe dominante, que impõe o modo de produção capitalista. É a terceira lei de Newton: a linguagem produz o pensamento e este é reflexo do sistema de linguagem/comunicação.

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Infere-se, pois, que somos alimentados por informações/imagens que geram

crenças, valores e “realidades inquestionáveis”, que se transformam em HÁBITOS ou

verdadeiros vícios, cuja abstinência nos enchem de ódio, agressividade e ataques

histéricos. É o que lamentavelmente assistimos no Brasil e no mundo atual.

É sabido que as três partes do cérebro possuem funções independentes, mas

interligadas entre si por um sistema de neurotransmissores, ativados pelos circuitos

neurais, cujas reações sinápticas originam-se dos processos de aprendizagem,

experiências e/ou memorização, gerando desenvolvimento cerebral.

Afinal as pesquisas apontam que se o emocional estiver em pane, o social e

cognitivo entram em curto circuito, com consequências danosas para o ser humano.

Cardoso (2012?), reitera que o cérebro, assim como o corpo humano, precisa

ser exercitado, hidratado e bem nutrido, ou seja, mente sã, corpo saudável e vice e

versa.

Portanto, Cardoso (2012?), alerta: evite alimentos, bebidas ou rotinas que

prejudiquem o corpo e a mente; sempre aprenda e estude coisas novas; estimule os

cinco sentidos; leia bons livros e escute boas músicas; ou seja, exercite, relaxe,

descanse, aprenda sempre algo novo e “alimente” inteligentemente o cérebro, tal qual

se deve fazer com o corpo humano.

Assim, é fundamental o desenvolvimento e/ou aprimoramento da Inteligência

Emocional - IE, a fim de encontrar o equilíbrio entre o cérebro racional e emocional,

condição necessária para atingir qualidade de vida e/ou a sensação de bem-estar

social e/ou organizacional e, consequentemente, alta performance. Esse tema é

estudado especificamente no Capítulo 4 – Inteligência Emocional e Psicologia

Positiva.

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7 FERRAMENTAS DE COACHING – PRÁTICAS

O objetivo deste Capítulo é desenvolver práticas – Estudos de Caso - de

sessões de Coaching, para as quais há centenas de técnicas. No entanto, testaremos

e/ou simularemos 08 (oito) técnicas, quantidade considerada adequada para se atingir

grau de excelência profissional na área da Coaching.

Cabe frisar que as sessões de Coaching de Vida (Life Coaching) são em

número 10, podendo chegar, excepcionalmente, em 12, com duração, em média, de

1h30min cada sessão. Para tal mister utilizar-se-ão as técnicas desenvolvidas e/ou

trabalhadas pela Escola de Coaching de Brasília – ECB, que se ancoram nos

estudos da Neurociência, PNL, IE e da PSP, com o objetivo de trabalhar os estados

emocionais e suas congruências com as crenças e valores (mindset).

Assim, neste Capítulo estão reproduzidas as sessões ministradas pelo

professor e Coaching Alex Fabiano Viana Costa, realizadas nas disciplinas:

Ferramentas de Coaching – Práticas e Coaching e Programação

Neurolinguística, por meio das quais foram disponibilizados videoaulas, que deram

liga e vida a todo o arcabouço teórico ou filosófico absorvido nesta pesquisa científica.

Os exemplos a seguir mencionados são fictícios e/ou simulação do próprio

autor, cuja META fora melhorar/alavancar a Inteligência Emocional – IE.

Assim, vamos em frente com o PCDA, acrônimo das palavras em inglês: Plan

(planejar), Check (checar), Do (fazer) e Action (ação).

7.1 Matriz de Influência - Meta: Fluência em Inglês em 13 meses

Suponhamos que determinado Coachee procure o Coach com o objetivo de

ficar fluente em inglês, no prazo de 13 meses, conforme a seguir retratado.

Meta ou objetivo: Ficar fluente em inglês, em 13 meses. Estado atual: Nível Intermediário em inglês (possui visto do Canadá? Sim) Estado desejado: Excelência/fluência em inglês! Decisão/atitude: Estudar 20h mensais – out/17 a ago/2018 - e viagem ao Canadá, Vancouver – ago a nov/2018 – 2 a 3 meses de imersão full time.

Assim, analisemos o estado emocional, valores e crenças, in verbis:

Estado Emocional (Pirâmide I)

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Fonte: adaptado da ECB-Brasília. Valores e crenças (Pirâmide II)

Fonte: adaptado ECB-Brasília

Método SMART – Congruência da Meta

Elaboração e/ou “smartização” do plano de ação, com a ferramenta SMART

(inteligente), acróstico das palavras em inglês: SPECIFIC (especificar),

MEASURABLE (mensurável), ATTAINABLE (atingível), REALISTIC

(realista/relevante) e TIME BOUND (temporável/tempo determinado). Com base no

item “1” acima, vejamos a “smartização” e congruência do plano de ação:

1 – Especificar: FICAR FLUENTE EM INGLÊS. 2 – Mensurável: ESTUDAR 20 HORAS POR MÊS E IMERSÃO POR 2/3 MESES. 3 – Atingível: DESAFIO PLAUSÍVEL E PLENAMENTE REALIZÁVEL. 4 – Realista: CONCRETIZAR UM SONHO HÁ MUITO ACALENTADO. 5 – Temporável: DURAÇÃO DE 13 MESES – OUT/2017 A NOV/2018.

Método 5W2H – Desenvolvimento do Plano de Ação

Estabelecidas as etapas programadas, mister partir para as ações específicas,

por meio da 5W2H (check-list), formado pelo acrônimo das 7 palavras interrogativas

em inglês, quais sejam: 1) What (o que será feito – etapas); 2) Why (por que será feito

– justificativa); 3) Where (onde será feito – local); 4) When (quando será feito –

FOCO:100% - GRAU

EXCELÊNCIA EM FLUÊNCIA EM INGLÊS

FISIOLOGIA: SEGURO - ANIMADO - MOTIVADO -

EXCITADO

LINGUAGEM: SUCESSO - VITÓRIA - OTIMISTA - CRÉDULO

INACEITÁVEL:DESÂNIMO - DESISTÊNCIA OU

INTERFERÊNCIAS SABOTADORAS

AÇÃO/ATITUDE: ADQUIRIR CONHECIMENTOESFORÇO - DEDICAÇÃO - DETERMINAÇÃO - SUPERAÇÃO

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tempo); Who (por quem será feito – responsabilidade); 6) How (como será feito –

método); e 7) How much (quanto custará fazer – custo), conforme retratado na

página anterior. Vejamos o plano de ação:

Crenças limitantes, desafios e congruências (busca de âncoras)

A grande crença limitante origina-se da infância, por volta dos 10 anos. De

família grande, era comum ouvir dos irmãos que é preciso “bom ouvido” para falar

bem inglês e que muita gente não consegue por causa disso. Essa crença sem

dúvidas travou a aprendizagem, mas o desejo de falar fluentemente inglês sempre foi

uma necessidade premente na mente do Coachee (ainda hoje uma frustração!).

Surgiu a oportunidade, e o Coachee considera “agora ou nunca”. Terá um

tempo disponível no segundo semestre de 2018 para esse desiderato, que tirará de

vez esse peso da consciência.

LIFE COACHING

O quê? Quando? Onde? Quem? Como? Por quê? Quanto?Estudar

20h/mêsout/17 Em casa Eu. Em casa, às 20h

EAD - EF

English Live

Ficar fluente em Inglês

R$200,00

Agendar

Viagemnov/17

CI -

Intercâmbio

Irei à agência da CI -

Intercâmbio em BHirei na CI

Agência CI é bem

avaliada no mercadoR$20.000,00

Estudar

20h/mêsnov/17 Em casa Eu. Em casa, às 20h

EAD - EF

English Live

Ficar fluente em InglêsR$200,00

Estudar

20h/mêsdez/17 Em casa Eu. Em casa, às 20h

EAD - EF

English Live

Ficar fluente em InglêsR$200,00

Estudar

20h/mêsjan/18 Em casa Eu. Em casa, às 20h

EAD - EF

English Live

Ficar fluente em InglêsR$200,00

Estudar

20h/mêsfev/18 Em casa Eu. Em casa, às 20h

EAD - EF

English Live

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20h/mêsmar/18 Em casa Eu. Em casa, às 20h

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20h/mêsabr/18 Em casa Eu. Em casa, às 20h

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20h/mêsmai/18 Em casa Eu. Em casa, às 20h

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20h/mêsjun/19 Em casa Eu. Em casa, às 20h

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20h/mêsjul/18 Em casa Eu. Em casa, às 20h

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20h/mêsago/18 Em casa Eu. Em casa, às 20h

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Estudo -

Imersãoset/18

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Estudo -

Imersãoout/18

Vancouver-

CANADÁ

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Estudo -

Imersãonov/18

Vancouver-

CANADÁ

Host family Vancouver Escola de

Inglês

Ficar fluente em InglêsR$2.000,00

Ficar fluente em

InglêsR$28.200,00TOTAL DOS PERÍODOS: OUTUBRO/2017 A NOVEMBRO/2018

META: ATINGIR GRAU DE EXCELEÊNCIA/FLUÊNCIA EM INGLÊS

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O desafio será atropelar essa crença limitante e atingir a excelência em

inglês. O Coachee está muito motivado e se sente, antecipadamente, como se tirasse

um grande peso da consciência (âncora) e, portanto, determinado a não morrer sem

atingir esse objetivo de vida, que há muito acalenta, mas que sempre protela.

7.2 Mapa de Auto Avaliação Comportamental – MAC ou Roda Viva

O objetivo do MAC é fazer uma análise dos quatro pilares relacionados aos

aspectos PESSOAL, QUALIDADE DE VIDA, PROFISSIONAL e

RELACIONAMENTOS, que nesse caso específico retratou os dados a saber:

Questionamentos Precisos/Poderosos para Reflexão - QPRs acerca do

resultado ou pontuação alcançado no MAC:

1) Se esse mapa pudesse ter um nome, qual seria?

R – Minha Qualidade de Vida – MQV.

2) Se o mapa lhe dissesse algo, o que seria?

R – Você está no caminho certo.

3) Se esse mapa pudesse lhe dar um conselho, qual seria?

R – Há bastante espaço para melhora.

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4) Se esse mapa lhe desse uma bronca, o que seria?

R – Importe-se mais com os seus.

MATRIZ de decisão para cada pilar do MAC

Selecionar para Coachee os pilares Família e Desenvolvimento Amoroso - área

Relacionamentos, cuja média de avaliação ficou em 7,5 = (7 + 8): 2=7,5.

Estado Atual – Média Avaliação: 7,5

Família – Nota: 7 - Desenvolvimento Amoroso – Nota: 8 - Média - Nota: 7,5.

a) Descreva os fatores que contribuíram para você chegar a essa pontuação:

- Trabalho em excesso em detrimento da família e/ou esposa;

- Falta de transparência com a contas de minha mãe – não prestação de conta por

quem administra, gerando zonas de conflitos;

- Vazamentos de denúncias no trabalho e ameaças a mim direcionadas, causando

excesso ou doses alarmantes de estresse;

- Destempero em expressar/aceitar opiniões fora de minha visão de mundo;

- Perfil psicológico proativo/atitudinal de não aceitar comportamento do tipo sou surdo,

mudo e cego.

Estado Desejado – Média de Avaliação: 10

Família – Nota: 10 - Desenvolvimento Amoroso – Nota: 10 - Média - Nota: 10.

b) Descreva as ações que irá tomar para atingir seu objetivo:

- Trabalhar o controle emocional, bem como contar até 3 antes de agir e/ou reagir;

- Aceitar a visão de mundo dos outros e/ou fazer menos juízo de valor;

- Aproximar/frequentar mais a família – manter contato constante;

- Não assumir para si a solução dos crônicos problemas da humanidade.

c) Qual a sua decisão/atitude para alcançar sua meta:

- Visitar pelo menos semanalmente a família e telefonar com mais frequência;

- Conversar/desculpar-se com uma irmã mais vulnerável e sensível;

- Maior diálogo com a esposa em relação a choques de ideias;

- Ter um pouco mais de vida social e/ou lazer.

d) Com base nas alíneas “b” e “c” elaborar o Plano de Ação, de acordo com a

técnica 5W2H.

7.3 Matriz de Visão e Missão

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O objetivo dessa ferramenta é verificar a coerência entre a Visão e Missão do

Coachee. Veja a seguir um exemplo prático:

Trabalho na Secretaria de Fazenda de Minas Gerais – SEF_MG. Sempre me

relacionei muito bem com todos, mesmo com muitas divergências. Tive sérios

problema no ambiente de trabalho, em 2016. Havia algumas irregularidades que

denunciei, mas vazaram e me causaram sérios transtornos, inclusive com ameaças

de Morte. Para tentar solucionar essa questão resolvi aplicar as ferramentas Matriz de

Visão e Missão, Ordenação de Valores e Elicitação de Competências - Linha do

Tempo para Reativar Atitudes. Vamos às sessões.

Meta: Recuperar respeito/admiração de meus pares

VISÃO

a) O que você deseja criar que está além de você?

R – Melhorar os relacionamentos e, consequentemente, a qualidade de vida, da

capacidade de se comunicar, provocar empatia e simpatia entre meus pares.

b) O que você deseja que esteja mais presente e menos presente em sua vida?

R - Desejo menos conflitos e melhor relacionamentos intra e interpessoais.

R - Desejo eliminar o radicalismo e a intolerância contra pessoas de visão de mundo

diferente da minha.

MISSÃO

c) Qual será sua contribuição exclusiva para fazer a sua visão acontecer?

R - Estudar com afinco psicologia positiva e inteligência emocional; dedicar-me às

técnicas de comunicação interna e externa; escrever estudos científicos sobre o tema.

R – Realizar a técnica de Ordenação de Valores, a fim de se verificar se a visão está

congruente com a missão.

R – Realizar a técnica auxiliar de Elicitação de Competências – Linha do Tempo para

Reativar atitudes.

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d) Quais são os dons, recursos, capacidades e ações especiais que você tem

ou fará para ajudar alcançar a sua visão?

R - Tenho inteligência, determinação, resiliência, foco, disposição e um belo histórico

de boas relações, intra e interpessoais, embora atualmente estejam abaladas.

7.3.1 Ordenação de Valores – Meta: Maximizar a IE

O objetivo dessa técnica é verificar se os valores do Coachee estão

congruentes com os objetivos perseguidos, condições necessárias para alcançar a

meta. No Capítulo 4, item 4.2, há mais detalhes sobre virtudes e forças pessoais.

Há mais de 200 valores catalogados, que podem ser consultados na internet,

assim divididos: individuais, espirituais, qualidades pessoais, referentes à imagem, de

ajuda, de estilo de vida, de poder e de atitudes.

a) Da lista completa, separar os dois principais VALORES, em média. Teremos:

1. INDIVIDUAL: procurar SER ao invés de TER, além de zelar pela IGUALDADE.

2. ESPIRITUAL: depende de mim para fazer da minha vida algo melhor.

3. PESSOAL: força/confiança/foco/determinação.

4. IMAGEM: alguém que faz diferença.

5. AJUDA: praticar esportes/exercitar (tênis de mesa, futebol e academia).

6. ESTILO DE VIDA: fazer uma contribuição à sociedade/construir um mundo melhor.

7. CONFEREM PODER: ser livre para tomar minhas próprias decisões.

8. ATITUDES: apreciar os riscos e dar preferência a mudanças.

b) Escolhem-se os três mais, em ordem de importância da vida do Coachee:

1. Procurar SER ao invés de TER.

2. Fazer uma contribuição social/lutar por um mundo melhor para todos.

3. Praticar esportes/exercitar (tênis de mesa, futebol e academia).

c) Esses três valores são congruentes com o seu objetivo de Maximizar a

Inteligência Emocional? Há incoerência entre os seus objetivos e os seus

valores principais?

Afinal há estudos que comprovam que para alcançar metas há que ter

congruência com os seus valores, posto que: 1) se o Coach não está convencido

e/ou em dúvida, a Coachee terá no máximo 20% de chances de fazer o demandado;

2) se o Coach está convicto de que o Coachee deve fazer porque será bom para

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ambos, as chances de fazer ficarão entre 30% a 40%; 3) mas se o Coachee está

convicto e convencido (sem choque de valores), as chances de êxito superam os 80%.

Portanto, havendo coerência/congruência dos objetivos com os valores, as

chances de sucesso aumentam exponencialmente. Então, pode escolher uma

ferramenta de Coaching para construir a meta, que certamente terá êxito.

7.4 Matriz Gestão da Mudança I – Meta: Maximizar a IE

Essa Ferramenta serve para auxiliar seu Coachee a compreender os fatores

necessários à mudança, ou seja, a identificar o que é necessário realizar mesmo não

gostando de certas tarefas.

As tarefas devem ser preenchidas no sentido horário, começando no 1º

quadrante da direita (FAÇO, mas NÃO GOSTO) até completar uma volta no 4º

quadrante (FAÇO e GOSTO). Veja como ficou para o Coachee em questão:

Após a elaboração do quadro deve-se elaborar o plano de ação para os quatro

quadrantes, ou seja, não só fazer o que se gosta, mas também o que não se gosta.

Quantas coisas fazemos, mas que muitas vezes não gostamos.

7.5 Elicitação de Competências Linha do Tempo em Cinco Etapas

Meta: Otimizar a IE

1 - Respeitar os princípios éticos e morais 1 - Flexibilizar princípios éticos e morais

rígidos

2 - Ter uma boa qualidade de vida2 - Relacionar-se com pessoas

desagradáveis

G 3 - Encarar experimentar novos desafios 3 - Ler livros de auto ajuda. Ã

O 4 - Praticar esportes favoritos O

S 5 - agir diante de aberrações

T 6 - Estudar e adquirir novos conhecimentos G

O 7 - Bate-papo descontraído O

1 - Fazer-se de cego, mudo e surdo 1 - Eliminar os princípios éticos e morais S2 - Calar-se diante de aberrações 2 - Vender-se por dinheiro T3 - Dizer o que pensa, em certas situações 3 - agir de má-fé.

FAÇO

N

ONÃO FAÇO

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Essa ferramenta – Linha do Tempo em Cinco Etapas - faz uso de PNL e

serve para auxiliar o Coachee a compreender fatores e competências dos quais ele já

experimentou, a fim de promover fortalecimento emocional (empoderamento) e

engajamento atitudinal para superar desafios.

Essa técnica deverá ser realizada em lugar silencioso e com uma música suave

para o Coachee mentalizar/reforçar/focar/idolatrar/vivenciar/imaginar cada uma das

cinco competências selecionadas, a fim de deixar a imagem e a competência gravada

em sua mente, dentro do que a neurociência descobriu: o cérebro emocional não

distingue realidade da fantasia.

Vejamos um exemplo desse momento desenhado/visualizado?

Em seguida elabora o plano de ação, utilizando como sempre a técnica 5W2H.

Quase todas as ferramentas utilizam técnica de PNL, cujo papel principal é ser

uma ponte entre as ciências afins e o Coaching, conforme pode ser analisado no

Capítulo 3 – Item 3.9.2 -, deste estudo.

7.6 Elicitação de Competências – Construção da Autoestima

Meta: Maximizar IE

5 - Imagine uma linha do temo e viaje e memorize cada competência (se possível com música

suva), trabalhado e mentalizando como é importante essa competência e guardando cada uma

dela em seu bolso ou em lugar que você possa sempre olhar para ela e admirar.

Descrever cinco competências necessárias ára atingir sua menta.

1 - Estudar com afinco

2 - Persistência

3 - abnegação

4 - Foco

5 - Atitude

Fases:

1 - Desenhe/visualize o momento de consquista de sua menta (bem detalhado)

2 - Para quando? (detalhe bem)

3 - Descreva 5 cmpetências essenciais para que você alcance esse objetivo. (ordene-os e fixe-os

na mesa)4 - Fixa a imagem do momento de conquista em sua mente

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Essa ferramenta faz uso de PNL e hipnose, com desenho/imagem/visualização

associada. Serve para auxiliar o Coachee a compreender fatores e competências dos

quais ele já experimentou, a fim de promover fortalecimento emocional e engajamento

atitudinal para superar desafios.

Deve-se desenhar ou escolher 4 (quatro) imagens/fotos marcantes de sua vida.

Em seguida deverá escolher uma que considera a mais especial. No exemplo dado

foram escolhidas as seguintes fotos, a saber:

Quatro Momentos/desenhos/imagens extraordinários/marcantes em minha vida;

Em seguida coloca-se uma música suave e ouça um gravador ou vídeo que

estimule você viajar por esses momentos e lembrar de situações e cenas

maravilhosas e inesquecíveis.

Após a sessão, faz-se o relato do que veio à mente. A minha meu ficou assim:

Foto: O Craque da Cidade

A sessão me fez viajar

para minha infância no

interior, com lembranças

nostálgicas de meus grandes

feitos, mesmo tendo uma

família numerosa (15 irmãos)

e com parcos recursos. Foi sensacional! A imagem escolhida foi a do craque de futebol

de minha cidade natal, Rio Pomba-MG, na década de 80. Eu era fera mesmo! Ás

vezes o time no qual jogava não viajava sem mim, tamanha a diferença que eu fazia.

Lembrei-me dos meus 09-13 anos e do time para o qual jogava (Canto do Rio). Era

comum, várias vezes, eu decidi a partida/jogo sozinho. Parecia, na época, que eu

tinha um insight e um sininho soava no meu cérebro a me avisar: vai que é agora (e

minha mente lia e traçava tudo em fração de segundos). Eu driblava quase todo time

adversário e fazia gols de placa, muitos dos quais até hoje estão cravados em minha

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memória. Nessa época também conheci meu 1º amor, quando jogava uma partida de

futebol pela região. Só o fato de imaginarmos sentados no banco da praça e tocarmos

nossas mãos trazem lembranças e sensações incríveis e de extremo bem-estar e paz

espiritual. Sentia-me a pessoa mais feliz do mundo e escolhido por Deus! Ela se

chama(va) Cláudia. Tínhamos uns 12/13 anos. Essa ferramenta elicitou minha

infância, que considero inesquecível e um verdadeiros bálsamo (âncora) para lidar

com os momentos difíceis, com os quais todos nos deparamos ao longo da vida.

Isso se encaixa igual luva na teoria da neurociência de que não há diferença

entre experiência imaginada e vivenciada, ou seja, o cérebro não distingue realidade

da fantasia. Aí está o grande problema do adulto, que racionaliza demais e se esquece

do emocional, o motor que impulsiona, dá sentido e movimenta a vida.

Os adultos estão sempre agindo muito racionalmente e “cheio de verdades”.

Mas quando se usa o cérebro sensitivo, somos rotulados de emotivo, piegas, infantil,

criança ou com a Síndrome do Peter Pan.

Enfim, se elicitarmos a criança que existe dentro da gente, certamente os

“problemas” seriam de muito mais fácil solução ou, pelo menos, teriam vida curta.

7.7 Carta Despedida (Fúnebre) – Objetivo: Maximizar a IE

Essa ferramenta serve para auxiliar o Coachee também a compreender fatores

e competências dos quais ele jamais imaginou ou vivenciou em vida. O objetivo dessa

atividade é promover a introspecção e respeito do quanto o Coachee é importante na

vida de outras pessoas.

Essa técnica também usa PNL e hipnose. O Coachee deve gravar ou ouvir um

vídeo que o faz viajar até à sua infância, de forma associada, lembrando tudo de bom

que lhe aconteceu ao logo da vida, todos os fatos importantes e agradáveis com os

amigos, colegas e familiares. É bom que coloque uma música suave que caracterize

o momento e facilita a capacidade de concentração e a sensação de que viveu tudo

aquilo que agora invade a sua mente/lembrança.

E depois deve imaginar-se o próprio velório (a sua própria morte), no qual uma

pessoa amiga fará um discurso de despedida para relatar, com muita comoção, quem

foi você, o quanto era querido e amado...

Em seguida o Coachee deve desligar o gravador ou o vídeo e escrever a carta

fúnebre por ele imaginada. A minha, após a sessão, foi assim:

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Discurso Fúnebre no dia do meu velório – Maria das Graças (irmã):

Como isso pôde acontecer, assim tão de repente? Ele sempre foi e será o mais

amado e respeitado. Não há um entre os 15 irmãos que não tenha o maior orgulho e

admiração por ele, mesmo com aqueles com quem tivera profundas divergências. Ao

longo de sua vida foi uma pessoa que lutou pelas causas sociais e não se capitulou

em tempo algum em proveito próprio. Todos devemos muito a ele, que foi um exemplo

de cidadão desapegado, transparente, sincero e preocupado não só com os seus,

mas também com quem cruzasse seu caminho. Era muito firme em suas ideias e visão

de mundo. Sofreu e pagou um preço alto por isso. Foi perseguido e muitas vezes

ameaçado e incompreendido, mas sempre íntegro e seguro de suas convicções,

ideias, sonhos, devaneios e preocupações. É muito mais que alguém da família. Sei

que de uns tempos para cá se afastou um pouco, mas ainda assim sua presença era

sentida e sua ausência comentada e lamentada, porque sabíamos que o bom filho a

casa torna. Era um irmão muito querido e jamais será esquecido. Mesmo sério, de

olhar pensante e vagante, tinha presença de espírito e senso de humor que alegrava

qualquer ambiente. Foi uma perda irreparável. Não só para a família, mas para a

construção de um mundo melhor. A frase que ele gostava de repetir era: “ o mundo

só terá futuro quando pensarmos mais em SER do que TER. É preciso quebrar

paradigmas e incutir em nossa mente a prioridade absoluta nos valores e princípios

da dignificação da vida humana, do espírito público e da visão social. Sejamos mais

seres humanos, ao invés da pior espécie animal que habita a terra atualmente”.

Sua presença física não estará mais aqui, mas seu espírito estará sempre entre

nós!

Descanse em paz, meu irmão!

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8 CONCLUSÃO

O presente trabalho evidenciou que as ferramentas aplicadas no Processo de

Coaching são eficazes para transformar vidas e organizações, sendo, portanto, um

poderoso instrumento de planejamento, com vistas a sair de um Estado Atual – EA

(desconfortante e/ou frustrante) e alcançar um Estado Desejado – ED (de bem-estar,

agradável e de sucesso), com a melhora da autoestima, além do forte sentimento de

empoderamento e paz espiritual.

No que diz respeito ao cerne da investigação científica, constatou-se que a

Programação Neurolinguística - PNL ganhou envergadura para transformar-se na

principal fonte provedora dos métodos utilizados para o alcance do objetivo da

pesquisa, qual seja: maximizar a Inteligência Emocional – IE ou a capacidade o

indivíduo lidar, entender e compreender as emoções do ser humano.

De fato, a PNL seleciona os conceitos desenvolvidos nas áreas afins,

mormente na Inteligência Emocional – IE, Psicologia Positiva – PSP, Administração,

Neurociência e Filosofia, os quais são tratados, filtrados, adaptados e modelados para

serem aplicados no Processo de Coaching, ocasião em que os seus significados são

ampliados e enriquecidos para a utilização sob o enfoque pragmático.

Exatamente aí está o milagre do Coaching, bem como a razão pela qual se fez

necessário denso estudo com o propósito de estabelecer a imbricação entre essas

ciências afins, cujo resultado não poderia ser outro: o constructo de poderosas

metodologias de desenvolvimento pessoal, social e organizacional, cujos planos de

ação transformam sonhos em realidades.

O êxito foi possível graças ao profundo estudo bibliográfico do objeto da

pesquisa, bem como das sessões de coaching realizadas em videoaulas, simbiose

perfeita entre teoria e prática para otimizar a aprendizagem, cujos princípios

norteadores exigem o uso equilibrado dos dois lobos cerebrais - emocional e cognitivo

-, os quais estão em eterno conflito, vivificados/transformados pelas relações histórico-

sócio-culturais, ingredientes necessários para o desenvolvimento da IE, sem os quais

a estrutura saudável do psiquismo ficaria prejudicada.

Portanto, não há ferramentas específicas ou uma receita pronta. Há que

analisar o perfil e/ou o estado emocional do coachee, após o que selecionar as

metodologias mais adequadas para a situação in casu, sendo comum utilizar o Mapa

de Autoavaliação Comportamental – MAC, Elicitações de Competências e muitas

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outras, que são geralmente acompanhadas de planos de contingências para eliminar

elementos sabotadores e/ou maximizar as forças e/ou virtudes pessoais.

Logo, para consecução dos objetivos propostos, fez-se mister conhecer

dezenas de metodologias de coaching, cujos principais princípios norteadores são:

1 - Método Socrático, que a PNL denomina de Questionamentos

Poderosos/Precisos para Reflexão – QPRs, no qual o filósofo Sócrates dissera que

as perguntas corretas somente são possíveis por quem já sabe ou está muito próximo

da resposta ou da verdade.

2 - Rapport, que é uma sintonia perfeita e quase hipnótica (se não o for)

estabelecida por meio da comunicação/conexão entre pessoas, que se bem

trabalhada gera profunda confiança/identidade/espelhamento comportamental, a tal

ponto que duas ou mais pessoas parecem unidas em corpo/mente/alma.

3 - Comunicação (interna e externa), cujas teorias de aprendizagem

comprovaram que a linguagem determina o pensamento, cujo significado gera

sentimento, que se transforma em comunicação ou comportamento, que modula as

crenças e os valores – mindset ou modelo mental -, os quais possuem força de

profecias autorrealizáveis (somos o que pensamos ser).

Por outro lado, a IE e a PSP são duas correntes da Psicologia tradicional, no

entanto, voltadas para ações preventivas. Ambas, de fato, buscam o bem-estar

pessoal e/ou organizacional e, por conseguinte, visam à transformação de vidas e/ou

da sociedade, tal qual igualmente é a razão de ser do Processo de Coaching, que

utiliza a PNL como elo com as ciências afins, visando ao constructo de poderosas

ferramentas que alavancam a IE.

Dessa forma, IE, PSP e Coaching desembocam no mesmo norte do ponto

cardeal, ou seja, a busca do bem-estar e/ou crescimento pessoal, social e

organizacional, conforme fora demonstrado ao longo desta investigação científica.

Cabe frisar que no mundo atual não há como separar a vida profissional e/ou

pessoal, pois são duas facetas interdependentes.

Dessa forma, as teorias dos estilos de liderança e/ou de gestão de pessoas

rumam para mesma conclusão: o profissional Coach é o Líder ideal em face de sua

capacidade de desenvolver e/ou potencializar qualidades desconhecidas ou pouco

exploradas, dentre as quais estão a IE, com a qual se alcança o bem-estar e,

consequentemente, o desenvolvimento pessoal, organizacional e social.

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Ressalta-se que as sessões práticas realizadas serviram de gatilhos ou

âncoras que deram vida e alma a todo o arcabouço teórico desenvolvido, que

corroborou o sucesso dos objetivos que motivaram a presente pesquisa.

Cabe relatar o exemplo da psicopatia, que lançou luz de alerta sobre os perigos

que o Coach está sujeito ao ministrar sessões para pessoas de perfis psicológicos

problemáticos ou perigosos, reforçando a ideia de que a excelência do Processo de

Coaching exige muito estudo, dedicação, vivência prática, espírito investigativo e

constante aprendizado.

Em suma, dúvidas não há de que esse campo do saber – “novo” porque no

Brasil ainda pouco conhecido -, exige a combinação refinada de estudo e prática, a

fim de que o Coach otimize a IE e, consequentemente, provoque o crescimento

pessoal, profissional e/ou organizacional do Coachee, objetivos plenamente

alcançados neste despretensioso trabalho, quando, teórica e experimentalmente,

provou que as metodologias aplicadas no Processo de Coaching são poderosos

instrumentos para desenvolver e/ou aprimorar as relações intra e interpessoais.

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REFERÊNCIAS

ARAÚJO, Saulo de Freitas. Problema mente-cérebro: dualismo e fisicalismo.

Departamento de Psicologia, UFJF, Juiz de Fora (MG). YouTube, 10 de junho de

2016. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=scz7kPKr0tk>. Acesso em:

06 nov. 2017.

BENEVIDES, Vítor Luciano de Almeida. OS ESTILOS DE LIDERANÇA E AS PRINCIPAIS TÁTICAS UTILIZADAS PELO LÍDERES BRASILEIROS. 2010. 115 f. Dissertação Apresentada à Escola Brasileira de Administração Pública e de Empresas para conclusão do Mestrado - Executivo em Gestão Empresarial. Disponível em: <https://bibliotecadigital.fgv.br/dspace/bitstream/handle/10438/8000/VITOR%20LUCIANO%20A.%20BENEVIDES.pdf>. Acesso em: 18 dez. 2017. BITTENCOURT, Juliana. Psicopatas corporativos: Um mal que nos cerca. OLHARES DE JORNALISTAS. 3 de junho de 2015. Disponível em: https://olharesdejornalistas.wordpress.com/2015/06/03/psicopatas-corporativos-um-mal-que-nos-cerca/comment-page-1/. Acesso em: 20 mar. 2018. CALABREZ, Pedro. O Que É Inteligência Emocional? Youtube, 17 de março de

2017. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=zTUIj7FR20Y. Acesso em:

14 maio 2018.

CARDOSO, Dra. Sílvia Helena. Memória: O que é e Como Melhorá-la. Cérebro &

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