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FACULDADES INTEGRADAS DO EXTREMO SUL DA BAHIA LUCAS SANTOS DE AMORIM AS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS COMO FERRAMENTA DE ACCOUNTABILITY EM INSTITUIÇÕES RELIGIOSAS: UM ESTUDO DE CASO NA IGREJA EVANGÉLICA ASSEMBLEIA DE DEUS EM ARRAIAL D’AJUDA, PORTO SEGURO - BAHIAEUNÁPOLIS, BA 2018

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FACULDADES INTEGRADAS DO EXTREMO SUL DA BAHIA

LUCAS SANTOS DE AMORIM

AS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS COMO FERRAMENTA DE

ACCOUNTABILITY EM INSTITUIÇÕES RELIGIOSAS: UM ESTUDO DE CASO NA

“IGREJA EVANGÉLICA ASSEMBLEIA DE DEUS EM ARRAIAL D’AJUDA,

PORTO SEGURO - BAHIA”

EUNÁPOLIS, BA 2018

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LUCAS SANTOS DE AMORIM

AS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS COMO FERRAMENTA DE

ACCOUNTABILITY EM INSTITUIÇÕES RELIGIOSAS: UM ESTUDO DE CASO NA

“IGREJA EVANGÉLICA ASSEMBLEIA DE DEUS EM ARRAIAL D’AJUDA,

PORTO SEGURO - BAHIA”

Trabalho apresentado às Faculdades Integradas do Extremo Sul da Bahia como parte das exigências para obtenção do grau de Bacharel em Ciências Contábeis, sob orientação do professor Helton Pereira Paiva da Cruz.

EUNÁPOLIS, BA

2018

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LUCAS SANTOS DE AMORIM

AS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS COMO FERRAMENTA DE

ACCOUNTABILITY EM INSTITUIÇÕES RELIGIOSAS: UM ESTUDO DE CASO NA

“IGREJA EVANGÉLICA ASSEMBLEIA DE DEUS EM ARRAIAL D’AJUDA,

PORTO SEGURO - BAHIA”

Aprovada em:___/___/___

Conceito Final: _________

BANCA EXAMINADORA

__________________________

Nome completo (Orientador)

_________________________

Nome completo

Titulação

_________________________

Nome completo

Titulação

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DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho a Deus, por todos os benefícios que

me tem feito.

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RESUMO

Todos os anos diversas igrejas são constituídas no Brasil. Elas fazem parte de um dos setores que mais crescem no mundo, o Terceiro Setor. Diversos são os adeptos a essas entidades, e à proporção que essas organizações religiosas vêm tomando tanto nos seus espaços físicos (no que diz respeito aos seus templos), quanto na quantidade de membros, tem sido cada vez maior. Com esse aumento também surge à necessidade dessas organizações religiosas serem ainda mais coerentes e transparentes em relação aos donativos, dízimos, e ofertas recebidos. O trabalho foi executado com a finalidade de discorrer acerca da importância das Demonstrações Contábeis como ferramenta de Accountability dentro da Igreja Evangélica Assembleia de Deus em Arraial d’Ajuda, Porto Seguro - Bahia. As dúvidas levantadas no decorrer do trabalho foram sanadas. As indagações foram feitas através de um questionário aplicado a Tesoureira da Igreja no intuito de se chegar à resolução acerca do problema geral da pesquisa, juntamente com um estudo bibliográfico e documental, ocorrendo sob a óptica de um tratamento qualitativo. A interpelação do exame é verdadeira, uma vez que é possível concluir que, as Demonstrações Contábeis aplicadas às entidades religiosas são excelentes ferramentas de accountability, gestão, e administração com responsabilidade.

Palavras-chave: Terceiro Setor. Organizações Religiosas. Accountability. Demonstrações Contábeis. Administração com Responsabilidade.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Primeiro templo da Assembleia de Deus no Brasil inaugurado em

08/11/1914................................................................................................................. 25

Figura 2 – Segundo templo da Assembleia de Deus, em Belém.............................. 25

Figura 3 – Templo da Assembleia de Deus, em Arraial d’Ajuda............................... 26

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Resumo das principais características das entidades sem fins

lucrativos................................................................................................................... 13

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LISTA DE ABREVIATURAS

AD – Assembleia de Deus

BP – Balanço Patrimonial

CFC – Conselho Federal de Contabilidade

CGDB – Convenção Geral das Assembleias de Deus no Brasil

CMV – Comissão de Valores Mobiliários

CNPJ – Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica

CPC – Comitê de Pronunciamentos Contábeis

DFC – Demonstração dos Fluxos de Caixa

DMPLS – Demonstrações das Mutações do Patrimônio Líquido

DMPS – Demonstração das Mutações do Patrimônio Social

DOAR – Demonstração das origens e aplicações de Recursos

DRE – Demonstração do Resultado do Exército

DSDE – Demonstração do Superávit ou Déficit do período

ESFL – Entidades Sem Fins Lucrativos

ONGs – Organizações Não Governamentais

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 9

2 METODOLOGIA .................................................................................................... 11

3 REFERENCIAL TEÓRICO ..................................................................................... 12

3.1 O TERCEIRO SETOR ......................................................................................... 12

3.2 AS ORAGANIZAÇÕES RELIGIOSAS ................................................................. 14

3.2.1 ABERTURA DE UMA ENTIDADE RELIGIOSA ................................................ 15

3.2.1.1 DOCUMENTOS NECESSÁRIOS .................................................................. 16

3.2.1.2 CONSULTAS PRÉVIAS ................................................................................ 16

3.2.1.3 REGISTRO .................................................................................................... 16

3.3 ACCOUNTABILITY ............................................................................................. 18

3.4 DEMOSTRAÇÕES CONTÁBEIS ........................................................................ 19

3.4.1 DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS APLICADAS AS ENTIDADES RELIGIOSAS

.................................................................................................................................. 20

4 APRESENTAÇÃO DO ESTUDO DE CASO .......................................................... 24

4.1 APRESENTAÇÃO DA INSTITUIÇÃO ................................................................. 24

4.2 IGREJA EVANGÉLICA ASSEMBLEIA DE DEUS EM ARRAIAL D’AJUDA,

PORTO SEGURO - BAHIA ....................................................................................... 26

4.3 ESTUDO DE CASO ............................................................................................ 27

5 ANÁLISE DOS DADOS, RESULTADOS E DISCUSSÃO .................................... 28

6 AÇÕES COM BASE NA ANÁLISE ....................................................................... 31

7 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................... 33

REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 36

APÊNDICES ............................................................................................................. 38

APÊNDICE A – QUESTIONÁRIO ............................................................................. 38

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1 INTRODUÇÃO

Uma grande quantidade de religiões vem surgindo e o aumento delas nos espaços

físicos é perceptível. O patrimônio que elas vêm movimentando tem sido cada vez

maior, e grande é o número de fiéis que tem se convertido a essas denominações.

Surge também com isso, a necessidade de saber como essas igrejas vêm utilizando

os donativos que têm recebido se estão sendo bem empregados, se os seus líderes

estão utilizando esses recursos em benefício da igreja ou em benefício próprio.

Essas entidades religiosas desempenham um papel de interesse público, elas fazem

parte do terceiro setor, onde, embora prestem serviços de utilidade pública não são

consideradas estatais, nem visam o lucro financeiro, neste sentido, se faz

necessário que essas instituições religiosas sejam transparentes no que tange os

recursos recebidos, e não se utilizem desses recursos e dos benefícios fiscais para

enriquecerem-se de forma ilícita.

Sendo um assunto pouquíssimo abordado e divulgado, ainda se tem a idéia de que

as entidades religiosas, por fazerem parte do terceiro setor e serem sem fins

lucrativos não possuam obrigações, acredita-se que por serem isentas ou imunes,

não precisam ser abertas juridicamente, ou seja, formalmente constituída. Todavia

no seu inciso IV artigo 44, o Código Civil estabelece de forma clara que as entidades

religiosas são pessoas jurídicas de direito privado, assim necessitando,

obrigatoriamente de terem o seu registro no Cartório de Pessoa Jurídica.

Sendo uma Pessoa Jurídica de fato, a prestação de contas aos diversos órgãos do

governo também é uma obrigação das entidades religiosas. Sendo assim, a

transparência dessas instituições sem fins lucrativos, no que diz respeito aos seus

donativos recebidos, apresenta-se como de suma importância perante aos fiéis e

perante aos órgãos responsáveis os quais cabe à obrigação de fiscalizá-la, neste

sentido, é evidente a necessidade de se fazer a contabilidade nessas instituições.

Fica evidenciado que mesmo tendo um tratamento Jurídico diferenciado, as

Entidades Religiosas têm obrigações fiscais e morais a cumprir. A contabilidade

nesse âmbito tem o papel fundamental no processo de acompanhar essas

instituições, orientando-as e conduzindo-as para uma maior transparência e uma

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melhor prestação de contas, assim mantendo-as íntegras, éticas e de forma que não

corrompam os seus princípios difundidos e pregados.

Diante do tema proposto, pergunta-se: Como utilizar as demonstrações contábeis

como ferramenta de accountability dentro de uma entidade religiosa no atendimento

da legislação?

O objetivo geral dessa pesquisa é apresentar as demonstrações contábeis aplicadas

ao terceiro setor como ferramenta de accountability para as entidades religiosas, e a

importância da veracidade de suas informações prestadas.

Para alcançar o objetivo geral, foram definidos como objetivos específicos: conhecer

as atividades desenvolvidas por uma instituição religiosa, apontar quais são as

normas contábeis aplicadas a essa entidade, compreender quais demonstrações

contábeis são obrigatórias, explicar como essa entidade se encaixa no terceiro setor,

apresentar o conceito de accountability, demonstrando a importância do mesmo na

transparência das informações contábeis.

Esse estudo se torna importante, pois através do mesmo será possível colocar em

prática os conhecimentos acadêmicos teóricos adquiridos ao longo dos anos no

curso de ciências contábeis. Com o auxilio do mesmo, será justificável avaliar o nível

de veracidade e transparência nas informações prestadas pelas entidades

religiosas, salientando se as mesmas estão de acordo com a legislação vigente,

obedecendo assim todas as normas pré-estabelecidas no que diz respeito as suas

obrigações como empresas de terceiro setor, assim, desmistificando o fato de que,

por se tratarem de instituições religiosas não precisariam prestar nenhuma

informação. Nesse sentido, a transparência das informações contábeis se torna de

extrema relevância, tanto para os órgãos fiscalizadores competentes, quanto para os

membros dessas instituições.

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2 METODOLOGIA

Considerando os objetivos propostos para a realização desse trabalho, este estudo

pode ser caracterizado como exploratório, pois, utilizou-se de levantamento

bibliográfico e documental. Segundo Gil (1999, p.43) “as pesquisas exploratórias têm

como principal finalidade desenvolver, esclarecer e modificar conceitos e idéias,

tendo em vista, a formulação de problemas mais precisos ou hipóteses pesquisáveis

para estudos posteriores”.

Caracterizando-se assim como uma pesquisa exploratória, para chegar aos

objetivos, quanto ao procedimento para obtenção das informações, foi necessário

um estudo de caso. Ainda segundo Gil (1999, p.72,73) “o estudo de caso é

caracterizado pelo estudo profundo e exaustivo de um ou de poucos objetos, de

maneira a permitir o seu conhecimento amplo e detalhado”.

Neste sentido, o estudo do Estatuto da Convenção Geral das Assembleias de Deus

no Brasil, o Regimento Interno da Convenção Geral das Assembleias de Deus no

Brasil e das Leis voltadas para o Terceiro Setor se tornaram de extrema relevância,

pois foi o embasamento necessário para se ter a percepção dos papeis

desenvolvidos pelas entidades religiosas dentro da sociedade, e como elas estão

inseridas dentro desse contexto social.

As buscas por informações foram feitas por meio de um questionário contendo

indagações, tendo o contador e os tesoureiros da AD como fonte de esclarecimentos

mais detalhados acerca do funcionamento da contabilidade nesta entidade, e em

paralelo, buscas bibliográficas e documentais que apresentassem argumentos

teóricos que abordassem o presente tema e que mostrassem se as informações

prestadas eram verídicas.

A pesquisa possuiu abordagem qualitativa, pois, a análise realizada procurou

apresentar a existência, e a importância da utilização dos demonstrativos contábeis

na Igreja Assembleia de Deus em Arraial d’Ajuda, no município de Porto Seguro -

Bahia, avaliando as prestações de contas dessa entidade e a utilização da

contabilidade nesta instituição religiosa como ferramenta de accountability.

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3 REFERENCIAL TEÓRICO

A princípio, neste capítulo será definido o que é o Terceiro Setor no contexto

nacional. Posteriormente o conceito de organizações religiosas, e em seguida as

normas contábeis aplicadas a essas organizações, objetivando conhecer as

demonstrações contábeis elaboradas pelas mesmas.

3.1 O TERCEIRO SETOR

Faz-se necessário a compreensão dos setores que compõem o contexto econômico

nacional atual antes de ser discorrido acerca do terceiro setor. O cenário é composto

por três setores, e eles são responsáveis por auxiliar na fomentação da economia e

por promover o crescimento da sociedade.

O Primeiro Setor corresponde ao poder público, o governo, representado pelo

Estado. O Segundo compreende as empresas com finalidade lucrativa, ou seja, é

composto pelas empresas privadas, e o último, mas não menos importante, é o

Terceiro Setor, que compreende um grupo de organizações sem fins lucrativos. No

que diz respeito ao Terceiro Setor:

A essência do setor engloba instituições de caridade, organizações religiosas, entidades voltadas para as artes, organizações comunitárias, sindicatos, associações profissionais e outras organizações voluntárias. O termo “terceiro setor” diferencia essas organizações do “setor privado” e do “setor público”. O traço comum que une todas essas organizações é que são orientadas por valores: são criadas e mantidas por pessoas que acreditam que mudanças são necessárias e que desejam, elas mesmas, tomar providências nesse sentido. (HUDSON, 1999).

Por mais que pareça óbvia a definição de Entidades Sem Fins Lucrativos. De acordo

com Olak e Nascimento (2010, p. 1) “Buscar uma definição clara e objetiva para as

Entidades Sem Fins Lucrativos (ESFL) não é tarefa fácil”. Neste contexto:

No Brasil, especificamente, o emprego das terminologias Terceiro Setor, organizações não governamentais (ONGs), organizações da sociedade civil, organizações sociais, entidades beneficentes, organizações filantrópicas etc. ocorre de forma equivocada, ao nosso ver, já que são utilizadas normalmente como sinônimas, contribuindo para aumentar ainda mais a confusão. (OLAK; NASCIMENTO, 2010, p.2).

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A expressão terceiro setor (que pode ser compreendido por entidades sem fins

lucrativos) é proveniente do termo inglês, Third Sector. Segundo Hudson (1999) o

Terceiro Setor “consiste em organizações cujos objetivos principais são sociais, em

vez de econômico”. Neste sentido, as organizações do Terceiro Setor, não

desenvolvem suas atividades pautadas nos lucros, mas com o intuito de contribuir

para a manutenção do bem estar social. Assim:

A expressão sem fins lucrativos, largamente usada para designar as entidades fora do contexto do Estado e do mercado (que congrega as entidades de fins econômicos), não reflete, por si só, o que são e qual o efetivo papel que desempenham no contexto social, econômico e político contemporâneo. Além disso, o próprio conceito de “lucro” é muito abrangente e, portanto, deve ser muito bem caracterizado. Ter “lucro” é uma questão de sobrevivência para qualquer tipo de entidade, com ou sem fins lucrativos. (OLAK; NASCIMENTO, 2010, p.1).

No quadro 1, as principais características das entidades sem fins lucrativos são

apresentadas.

Quadro 1. Resumo das principais características das entidades sem fins lucrativos Fonte:

Olak e Nascimento (2010, p. 7).

Resumo das principais características das entidades sem fins lucrativos.

1. Objetivos institucionais Provocar mudanças sociais (DRUCKER,1994: XIV).

2. Principais Fontes de Recursos Financeiros e Materiais

Doações, contribuições, subvenções e prestação de serviços comunitários.

3. Lucro Meio para atingir os objetivos institucionais e não um fim.

4. Patrimônio/Resultados Não há participação/distribuição aos provedores.

5. Aspectos Fiscais e Tributários Normalmente são imunes ou isentas

6. Mensuração do Resultado Social Difícil de ser mensurado monetária e economicamente (SUMMERS e MOSCOVE, SIMKIN).

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3.2 AS ORAGANIZAÇÕES RELIGIOSAS

A organização religiosa foi incluída no art. 44 do Código Civil, pela Lei nº 10.825 de

22 de dezembro de 2003, como pessoa jurídica de direito privado. São entidades

constituídas por pessoas que professam culto de qualquer credo, que se unem para

a prática de atividades que não visam lucros, buscando confissão religiosa e a

declaração da fé, prestando um culto em comum. Para Olak e Nascimento (2010, p.

8) “em termos práticos, uma igreja, por exemplo, pode declarar sua missão da

seguinte forma: Nossa missão é o culto a Deus, a evangelização e a ação social”.

As igrejas, nesse contexto, são entidades integradas por membros que incluem em

suas práticas, atividades voltadas para o seu contexto coletivo. De acordo com Olak

e Nascimento (2010, p. 8) “para uma entidade sem fins lucrativos não

governamental, seu objetivo fundamental é o de provocar mudanças nos indivíduos

e na sociedade, sem, contudo, ”exigir” lucratividade econômica”.

De forma efetiva, as entidades religiosas por serem sem fins lucrativos pertencem ao

Terceiro Setor. Sua liturgia é de forma voluntária ou remunerada, de caráter não

governamental. Sendo assim, são dirigidas por um grupo de pessoas, não

possuindo um dono ou sócio. Nesse âmbito:

As entidades sem fins lucrativos têm um papel claro a desempenhar na comunidade a que servem: provocar mudanças sociais. Para que isto ocorra, desenvolvem uma série de atividades, valendo-se de recursos obtidos do sistema econômico e social, que, por sua vez, acolherá a posteriori o “produto” final deste processo: pessoas transformadas. (OLAK; NASCIMENTO, 2010, p.17)

No Brasil o Estado e Igreja, são separados por um princípio legal. Neste sentido, com relação às questões de fé o Estado não pode intervir, e a divisão entre o Estado e a Igreja, propicia a autonomia de culto.

Essas alegações estão fundamentadas no Decreto Nº 119-A, de 07 de Janeiro de1890, onde o art. 5º diz que:

Art. 5º. A todas as igrejas e confissões religiosas se reconhece a personalidade jurídica, para adquirirem bens e os administrarem, sob os limites postos pelas leis concernentes á propriedade de mão-morta, mantendo-se a cada uma o domínio de seus haveres actuaes, bem como dos seus edifícios de culto.

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A liberdade de culto é reiterada no Art. 5°, inciso VI da Constituição Federal de 1988,

onde diz que:

Art. 5º. Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, e nos termos seguintes: VI - é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e as suas liturgias;

No art. 19, inciso I, a Constituição Federal de 1988 deixa claro que:

Art. 19. É vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: I- estabelecer cultos religiosos ou igrejas, subvencioná-los, embaraçar-lhes o funcionamento ou manter com eles ou suas representantes relações de dependência ou aliança, ressalvada, na forma da lei, a colaboração de interesse público.

A organização religiosa, consequentemente tem liberdade para determinar os

parâmetros para o desempenho de suas aplicações eclesiásticas e litúrgicas frente à

prerrogativa da extensa autonomia religiosa constitucional decorrente da não

interveniência do Estado.

3.2.1 ABERTURA DE UMA ENTIDADE RELIGIOSA

É certo que no seu inciso IV artigo 44, o Código Civil estabelece de forma clara que

as entidades religiosas são pessoas jurídicas de direito privado, assim necessitando

obrigatoriamente de terem o seu registro no Cartório de Pessoa Jurídica. Todavia,

muitas são as dúvidas sobre a formação jurídica dessas organizações.

Uma igreja para ser constituída de maneira adequada e legítima, necessita

primeiramente realizar uma reunião entre indivíduos interessados em iniciar essa

atividade. Em encontro, esses indivíduos formaram uma associação da composição

de um Estatuto Social e Ata de Constituição, que são itens obrigatórios. O Estatuto

Social compreende as normas acerca do funcionamento da associação, e a Ata de

Constituição se caracteriza como a ferramenta jurídica que retrata os passos

debatidos.

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A criação da Diretoria da Entidade religiosa é de suma importância, ela deve ser

bem estruturada e constituída por presidente, vice-presidente, secretário e

tesoureiro.

3.2.1.1 DOCUMENTOS NECESSÁRIOS

Os documentos indispensáveis com destino à abertura das Entidades religiosas

compreendem o Registro Geral, o Cadastro de Pessoa Física, a cópia do

comprovante de residência de todos os componentes da diretoria, o estado civil e a

profissão de todos eles, a identificação dos cargos de cada membro, três nomes

prováveis para a Instituição, e a cópia do imposto Predial e Territorial Urbano do

imóvel na qual se encontrará a sede da instituição. A documentação descrita,

também compõe o Estatuto Social e a Ata de Fundação.

3.2.1.2 CONSULTAS PRÉVIAS

Após a seleção e eleição de uma diretoria, é verificado se algum dos integrantes tem

algum tipo de impedimento legal, que os impossibilitem de fazer parte do Conselho

tanto administrativo, quanto fiscal no que diz respeito da Associação na Receita

Federal.

Há uma preocupação acerca da compra ou aluguel do imóvel. O mesmo deve ser

consultado previamente junto à Prefeitura local, objetivando conhecer a

disponibilidade e possibilidade de funcionamento das atividades naquele local.

3.2.1.3 REGISTRO

Ainda no que se refere aos documentos necessários para a constituição da

Entidade. O requerimento do registro deve ser assinado pelo presidente

(representante nos parâmetros legais pela entidade), assim contendo seu nome

escrito de forma extensa, seu cargo a ser executado e residência.

De acordo com a Lei 6.015/73, art. 121, fica evidenciado que:

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Art. 121. Para o registro serão apresentadas duas vias do estatuto, compromisso ou contrato, pelas quais far-se-á o registro mediante petição do representante legal da sociedade, lançando o oficial, nas duas vias, a competente certidão do registro, com o respectivo número de ordem, livro e folha. Uma das vias será entregue ao representante e a outra arquivada em cartório, rubricando o oficial as folhas em que estiver impresso o contrato, compromisso ou estatuto.

O estatuto Social de forma original (com suas respectivas copias), datados e

assinados pelo presidente (representante nos parâmetros legais pela entidade) e

obrigatoriamente visados por advogado. Esse procedimento é parte integrante da

documentação necessária.

Essas alegações apresentadas sobre a constituição são reafirmadas na Lei 10.406,

de 10 de Janeiro de 2002, art. 46, a qual deixa as seguintes recomendações acerca

do registro:

Art. 46. O registro declarará: I - a denominação, os fins, a sede, o tempo de duração e o fundo social, quando houver; II - o nome e a individualização dos fundadores ou instituidores, e dos diretores; III - o modo por que se administra e representa, ativa e passivamente, judicial e extrajudicialmente; IV - se o ato constitutivo é reformável no tocante à administração, e de que modo; V - se os membros respondem, ou não, subsidiariamente, pelas obrigações sociais; VI - as condições de extinção da pessoa jurídica e o destino do seu patrimônio, nesse caso.

E Sob a pena de nulidade, o art. 54, da Lei 10.406, de 10 de Janeiro de 2002, faz a

seguinte afirmação no que concerne o estatuto das associações:

Art. 54. Sob pena de nulidade, o estatuto das associações conterá: I - a denominação, os fins e a sede da associação; II - os requisitos para a admissão, demissão e exclusão dos associados; III - os direitos e deveres dos associados; IV - as fontes de recursos para sua manutenção; V - o modo de constituição e funcionamento dos órgãos deliberativos e administrativos; V – o modo de constituição e de funcionamento dos órgãos deliberativos; (Redação dada pela Lei nº 11.127, de 2005) VI - as condições para a alteração das disposições estatutárias e para a dissolução. VII – a forma de gestão administrativa e de aprovação das respectivas contas. (Incluído pela Lei nº 11.127, de 2005)

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O registro do estatuto social e ata de fundação em cartório civil de pessoas jurídicas

é imprescindível para dá personalidade jurídica a essas entidades religiosas. Através

desses requisitos, a entidade passa a possuir total capacidade de Direito, contudo,

isso proporciona a essas organizações o simples direito da existência. Para que as

mesmas desenvolvam suas atividades em sua totalidade é necessário que, após ser

registrada, é necessário providenciar a obtenção do Cadastro Nacional de Pessoa

Jurídica (CNPJ) junto à Receita Federal, o alvará de licença no corpo de bombeiros,

e a inscrição na Prefeitura Municipal.

3.3 ACCOUNTABILITY

A palavra accountability é de origem inglesa, e não possui uma tradução perfeita

quando trazida para o português, contudo, o termo pode ser compreendido como

responsabilidade com ética, e se refere à obrigação de prestar contas de forma

transparente e fidedigna. Também pode ser entendido com responsabilização, onde,

quem exerce funções, independente da importância, dentro de um determinado

contexto deve corriqueiramente explicar quais os procedimentos que está

praticando, como executa tais procedimentos, o que justifica fazê-los, e quais serão

os próximos passos a serem realizados.

O accountability surge então neste enredo, não de uma forma engessada

relacionando-se apenas à prestação de contas em termos quantitativos, mas,

apresenta-se como uma ferramenta que se objetiva analisar a conjuntura da obra

realizada como um todo. Olak e Nascimento (2010 apud NAKAGAWA, 1987, p.17),

“define o termo accountability como sendo a obrigação de prestar contas dos

resultados obtidos, em função das responsabilidades que decorrem de uma

delegação de poderes”.

Quando se trata do desempenho dos dirigentes eclesiásticos a frente das entidades

religiosas financiadas pelo dinheiro dos contribuintes com as suas doações, dízimos

e ofertas, a essência de ser accountability se torna ainda mais imprescindível.

Assumir o papel de protagonista responsável, ético, e que desempenha sua função

com zelo e honestidade, tanto na sua vida ministerial, quanto na pessoal, são

características fundamentais a serem adotadas por esses líderes. Deste modo:

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Por desempenhar função de interesse público, espera-se que a organização Terceiro Setor cultive a transparência quanto ao seu portfólio de projetos e, também, quanto aos resultados obtidos e os recursos alocados. [...] as palavras de Marcovitch, sem grifo no original, evidenciam claramente pelo menos três elementos caracterizadores de uma nova postura gerencial e de controle aplicados às entidades sem fins lucrativos, aqui denominadas de Terceiro Setor: transparência (accountability), relatórios de avaliação (desempenhos) e instrumentos de comunicação (relatórios contábeis). (OLAK; NASCIMENTO 2010 apud MARCOVITCH, 1997, P.21,22)

3.4 DEMOSTRAÇÕES CONTÁBEIS

As Demonstrações Contábeis, também intituladas como Demonstrações Financeiras

são um conjunto de demonstrativos. Elas são estruturadas de tal forma, que

possibilitam que as informações e os dados gerados dentro das entidades no

decorrer do tempo e ao termino de cada exercício possam ser apresentadas a todas

as partes interessadas acerca do que se realizou. Segundo Braga (2009, p.65), “as

demonstrações contábeis são apresentadas para usuários externos em geral, tendo

em vista suas finalidades distintas e necessidades diversas”. Neste sentido, a

apresentação das Demonstrações Contábeis tem como finalidade principal

proporcionar informações pertinentes para tomada de decisões e considerações

pelos usuários. Sendo assim:

As demonstrações contábeis, também denominadas de demonstrações financeiras na legislação societária, são utilizadas principalmente, pelos administradores para prestar contas sobre os aspectos públicos de responsabilidade da empresa, perante acionistas, credores, empregados, governo e a comunidade em geral. Têm, portanto, por objetivo, revelar, a todas as pessoas interessadas, as informações sobre o patrimônio e os resultados da empresa, a fim de possibilitar o conhecimento e a análise de sua situação patrimonial, econômica e financeira. (BRAGA, 2009, p.65)

As demonstrações contábeis, segundo o item 10 do CPC 26, aprovado pelo

Conselho Federal de Contabilidade na Resolução CFC 1.185/09, que são

elaboradas pela empresa, são as seguintes:

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a) Balanço patrimonial ao final do período; b) Demonstração do resultado do período; c) Demonstração do resultado abrangente do período; d) Demonstração das mutações do patrimônio líquido do período; e) Demonstração dos fluxos de caixa do período; f) Demonstração do valor adicionado do período, se exigido legalmente ou por algum órgão regulador ou mesmo se apresentada voluntariamente; g) Notas explicativas, compreendendo um resumo das políticas contábeis significativas e outras informações explanatórias; e h) balanço patrimonial no início do período mais antigo comparativamente apresentado quando a entidade aplica uma política contábil retroativamente ou procede à reapresentação de itens das demonstrações contábeis, ou ainda quando procede à reclassificação de itens de suas demonstrações contábeis

Diversas são as Demonstrações Contábeis existentes, todavia, existem

particularidades na forma como são aplicadas e apresentadas. Cada um dos setores

que compõem o contexto econômico, dentro da sua própria legislação vigente, tem a

forma mais adequada de se utilizar das Demonstrações. Contudo, o fato de serem

utilizadas por diferentes usuários, não muda em nada a essência.

As demonstrações, onde quer que sejam aplicadas, tem um papel de extrema

importância dentro das organizações. Se utilizadas de forma adequada, com valores

e dados que retrate a realidade da empresa, os resultados obtidos serão coerentes e

fidedignos, assim proporcionando para os usuários das informações, resultados

como: a saúde financeira da empresa, quais os setores apresentam mais problemas

e dificuldades, quais estão proporcionando mais lucros, etc.

No entanto, de acordo com a Olak e Nascimento (2010, p. 52), “no Brasil, são

embrionárias, ainda, as normas e práticas contábeis que contemplam

particularmente as entidades sem fins lucrativos”. Porém, por mais que essas

normas estejam apenas começando, e as Demonstrações a serem aplicadas às

entidades do terceiro setor possuam particularidades a serem seguidas, os

benéficos e a importância das informações que a contabilidade por intermédio das

demonstrações traz, permanecem inalteradas.

3.4.1 DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS APLICADAS AS ENTIDADES RELIGIOSAS

No ano de 2012, o CFC (Conselho Federal de Contabilidade) editou a ITG 2002,

aprovada pela Resolução 1.409/12 que trata especificamente das Entidades Sem

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Fins Lucrativos. Os itens 22 a 25 da ITG 2002 tratam das Demonstrações Contábeis.

São eles:

22. As demonstrações contábeis, que devem ser elaboradas pela entidade sem finalidade de lucros, são o Balanço Patrimonial, a Demonstração do Resultado do Período, a Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido, a Demonstração dos Fluxos de Caixa e as Notas Explicativas, conforme previsto na NBC TG 26 ou na Seção 3 da NBC TG 1000, quando aplicável. 23. No Balanço Patrimonial, a denominação da conta Capital deve ser substituída por Patrimônio Social, integrante do grupo Patrimônio Líquido. No Balanço Patrimonial e nas Demonstrações do Resultado do Período, das Mutações do Patrimônio Líquido e dos Fluxos de Caixa, as palavras lucro ou prejuízo devem ser substituídas por superávit ou déficit do período. 24. Na Demonstração do Resultado do Período, devem ser destacadas as informações de gratuidade concedidas e serviços voluntários obtidos, e divulgadas em notas explicativas por tipo de atividade. 25. Na Demonstração dos Fluxos de Caixa, as doações devem ser classificadas nos fluxos das atividades operacionais. A ITG 2002 trata como obrigatório o conjunto completo das Demonstrações Contábeis que já haviam sido disciplinados nas resoluções do CFC 1.185/09 (item 10) e 1.255/09 (item 3.17).

O Balanço Patrimonial (BP) proporciona informações importantíssimas aos seus

usuários, de forma inerte, ele evidencia a situação da entidade em um determinado

momento. Segundo a Olak e Nascimento (2010, p. 68), “o Balanço Patrimonial é

uma demonstração contábil indispensável a qualquer tipo de organização, quer

explore ou não atividade lucrativa”. Ou seja:

[...] É uma “fotografia” (por isso, demonstrativo estático) da entidade em dado momento, evidenciando, de forma sucinta, a situação econômica, financeira e patrimonial da mesma. Assim como nas empresas, o Balanço Patrimonial, para ser útil aos seus usuários, deve refletir, tempestiva e qualitativamente, a situação patrimonial das ESFL, caso contrário perde totalmente seu valor. (OLAK; NASCIMENTO, 2010, p.68)

A Demonstração do Resultado do Exercício (DRE) é outra demonstração contábil

indispensável para as Entidades Religiosas, ela também é denominada como

Demonstração do Superávit ou Déficit do período (DSDE), a mesma evidencia as

atividades realizadas no exercício, relatando se ao final, ouve resultado superavitário

ou deficitário. Dando uma ênfase maior as atividades e projetos, do que ao lucro.

Para Olak e Nascimento (2010, p. 72), “em linhas gerais, são utilizadas as

expressões superávit e déficit para evidenciar o resultado positivo ou negativo,

respectivamente, obtido em atividades sem fins lucrativos e lucro ou prejuízo nas

atividades com atividades lucrativas”.

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De acordo com a CPC – Pronunciamento Técnico 26 R1 (p.26), em atendimento à

legislação societária brasileira vigente na data da emissão deste Pronunciamento, a

demonstração do resultado deve incluir ainda as seguintes rubricas:

(i) custo dos produtos, das mercadorias e dos serviços vendidos; (ii) lucro bruto; (iii) despesas com vendas, gerais, administrativas e outras despesas e receitas operacionais; (iv) resultado antes das receitas e despesas financeiras; (v) resultado antes dos tributos sobre o lucro; (vi) resultado líquido do período. (Item alterado pela Revisão CPC 06

As Demonstrações das Mutações do Patrimônio Líquido Social (DMPLS) é também

uma demonstração contábil de grande utilidade para as Entidades do Terceiro Setor,

entretanto, sua obrigatoriedade é apenas para as companhias abertas, ou seja, as

companhias que possuem valores mobiliários registrados na CVM e admitidos à

negociação no mercado de títulos e valores, todavia, na perspectiva de Olak e

Nascimento (2010, p. 73), “independente do porte ou natureza jurídica, trata-se de

uma demonstração de grande utilidade, por fornecer a movimentação ocorrida

durante determinado período nas diversas contas que integram o patrimônio liquido”.

Nessa mesma perspectiva, deve fazer parte também das demonstrações contábeis

utilizadas pelas entidades do Terceiro Setor, como ferramenta de transparência e

prestação de contas a Demonstração dos Fluxos de Caixa (DFC), a mesma, deve

ser elaborada periodicamente pelas ESFL para uma melhor administração, tendo em

vista que, essa demonstração é capaz de evidenciar pagamentos e recebimentos

período, todavia, não muito confiável para fins de tomadas de decisões pautadas

nela isoladamente (OLAK E NASCIMENTO 2010).

De acordo com a CPC – Pronunciamento Técnico 3 R2 (p.4):

11. A entidade deve apresentar seus fluxos de caixa advindos das atividades operacionais, de investimento e de financiamento da forma que seja mais apropriada aos seus negócios. A classificação por atividade proporciona informações que permitem aos usuários avaliar o impacto de tais atividades sobre a posição financeira da entidade e o montante de seu caixa e equivalentes de caixa. Essas informações podem ser usadas também para avaliar a relação entre essas atividades.

No que se refere à Demonstração das origens e aplicações de Recursos (DOAR).

Segundo Olak e Nascimento (2010, p.74):

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Atualmente, a DOAR, em função das alterações na Legislação societária (Lei nº 11.638/07, de 28 de dezembro de 2007), deixou de ser obrigatória para as empresas em geral, independentemente da natureza jurídica, tendo sido substituída pela Demonstração do Fluxo de Caixa (DCF). Entretanto, por enquanto, ela ainda é requerida em diversos atos normativos, inclusive nas normas contábeis do conselho Federal de Contabilidade. Se no campo empresarial a DOAR já foi substituída pela DFC, é certo que isso ocorrerá também nas entidades sem fins lucrativos; é só uma questão de tempo

Sobre as Notas Explicativas às demonstrações contábeis, para um melhor auxilio de

seus usuários, é necessário que as demonstrações contábeis devam ser

contempladas com notas explicativas, e outros quadros analíticos de maneira geral.

(OLAK E NASCIMENTO 2010).

Segundo o CPC – Pronunciamento Técnico 26 R2 (p.4)

Notas explicativas contêm informação adicional em relação à apresentada nas demonstrações contábeis. As notas explicativas oferecem descrições narrativas ou segregações e aberturas de itens divulgados nessas demonstrações e informação acerca de itens que não se enquadram nos critérios de reconhecimento nas demonstrações contábeis.

A contabilidade nesse âmbito, com o auxilio das Demonstrações Contábeis como

ferramentas de accountability, apresenta-se como sendo de fundamental

importância no processo de conceder credibilidade às informações apresentadas

pelas entidades religiosas aos seus membros.

Logo, quando a contabilidade for utilizada da maneira adequada, íntegra e

transparente pelas igrejas, seus princípios serão honrados, e se a mesma, sempre

proceder em conformidade com a ética e moral, não deturpando os seus valores

eclesiásticos, proporcionará aos fiéis o desejo de contribuir continuamente, uma vez

que, todos os recursos são utilizados de forma adequada e ajudam para o

crescimento da igreja como um todo, não beneficiando apenas um indivíduo, ou um

seleto grupo deles.

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4 APRESENTAÇÃO DO ESTUDO DE CASO

4.1 APRESENTAÇÃO DA INSTITUIÇÃO

A Assembleia de Deus é uma das igrejas mais antigas do Brasil, ela chegou ao país

em 19 de novembro de 1910, por dois missionários suecos, o Gunnar Vingren e

Daniel Berg. Vindo dos Estados Unidos da América chegaram a Belém do Pará,

onde, no inicio, participaram da Igreja Batista, denominação a qual ambos

frequentavam na Suécia. Por divergências religiosas, os missionários, juntamente

com dezessete pessoas, foram expulsos da igreja alguns meses depois.

Após a expulsão, Gunnar Vingren, tomou para si a missão de liderar aquele grupo

de pessoas, e os levou a um crescimento ministerial expressivo no decorrer dos sete

anos posteriores.

Em 11 de Janeiro de 1918, segundo o Jornal Eletrônico Mensageiro da paz:

[...] Gunnar Vingren registrou o Estatuto da Igreja no Cartório de Registro de Títulos e Documentos do 1º ofício, em Belém, no Livro A, Nº 2, de Registro Civil de Pessoas Jurídicas e outros papéis, número de ordem 131.448, sob o nome “Estatuto da Sociedade Evangélica Assembléa de Deus”, número de ordem 21.320, do Protocolo Nº 2. Os extratos do Estatuto foram publicados no Diário Oficial do Estado do Pará, sob nº 766524. Com esse registro, a igreja começou a existir legalmente como pessoa jurídica adequando-se aos Artigos 16 e 18 do primeiro Código Civil Brasileiro que acabara de entrar em vigor em 1º de janeiro de 1917.

A partir de então, a Assembleia de Deus começou a propagar-se por todo Brasil,

estendeu-se pelo estado do Pará, chegou ao Amazonas, difundiu-se para o

Nordeste, sobretudo entre as classes mais carentes. E em 1922 chegaram ao

Sudeste por intermédio de famílias de retirantes do Pará. No mesmo ano, a igreja

deu início aos seus trabalhos no Estado do Rio de Janeiro, e em 1924 contou com a

ajuda de Gunnar Vingren para prosseguimento das atividades eclesiásticas.

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Figura 1: Primeiro templo da Assembleia de Deus no Brasil inaugurado em

08/11/1914

Fonte: Site da CGADB

Figura 2: Segundo templo da Assembleia de Deus, em Belém

Fonte: Site da CGADB

No contexto atual, as Igrejas Evangélicas Assembleia de Deus segundo fontes

institucionais, são um grupo de mais de 140 agrupamentos nacionais de igrejas

independentes uma das outras, contudo, ainda associadas, que unidas formam a

maior denominação pentecostal do mundo. Ela possui mais de 384 mil ministros

distribuídos em mais de 212 países e localidades que contemplam

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aproximadamente 67,9 milhões de fiéis em todo o mundo. No ranque das de

denominações cristãs, ela fica em quarto lugar, como maior grupo internacional.

4.2 IGREJA EVANGÉLICA ASSEMBLEIA DE DEUS EM ARRAIAL D’AJUDA,

PORTO SEGURO - BAHIA

A Igreja Evangélica Assembleia de Deus, localizada na Rua Manuel Crescêncio

Santiago em Arraial d’Ajuda, Porto Seguro - Bahia é um ministério composto por

uma igreja-sede (ou comumente chama de igreja-mãe), oito filiadas, ou seja,

congregações e duas subcongregações. Ela é autônoma, financeiramente e

administrativamente das outras Igrejas Assembleias de Deus localizadas em Porto

Seguro, visto que é congregacional. O templo sede tem a sua cadeia hierárquica

composta por um pastor–presidente; dois vice-presidentes; três secretários; e dois

tesoureiros. Cada congregação possui um pastor local responsável; um vice; um

tesoureiro e um auxiliar.

Figura 3: Templo da Assembleia de Deus, em Arraial d’Ajuda

Fonte: Imagens Google

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Todos os líderes locais estão sob ordenamento do pastor-presidente, o qual tem o

poder de a qualquer momento substituir os pastores locais, ou destituí-los das

posições eclesiásticas ocupadas. Todos estão submetidos ao Código de Ética, e ao

Estatuto das Assembleias de Deus. Quando há violação desses preceitos, por parte

de membros, ou obreiros, o pastor-presidente tem a responsabilidade de convocar

uma reunião extraordinária com os presbíteros e pastores que fazem parte do

conselho de ética, e comunicar aos mesmos o fato ocorrido, e posição adotada pela

igreja em conformidade com aquela circunstância. Quando a violação desses

preceitos se dá pelo pastor-presidente, o caso é levado pelo conselho de ética até a

convenção das Assembleias de Deus do estado da Bahia.

4.3 ESTUDO DE CASO

O trabalho só foi possível, graças a um estudo de caso acerca das demonstrações

contábeis como ferramenta de accountability em instituições religiosas, tendo a

Igreja Evangélica Assembleia de Deus como objeto de estudo, e suas Tesoureiras e

Contador como fonte de esclarecimentos.

As informações foram coletadas por meio de um questionário adaptado de outro

autor (modelo no Apêndice A deste trabalho), contendo 22 (vinte e duas) questões

abertas, e necessitou da colaboração da Tesoureira da Igreja AD para responder as

perguntas. A mesma prestou alguns esclarecimentos sobre o funcionamento da

contabilidade na Igreja, bem como os procedimentos adotados. Concomitantemente,

foram feitos estudos em fontes bibliográficas e documentais acerca do presente

tema e que embasassem o estudo a ser apresentado.

O presente trabalho é de cunho qualitativo, sendo assim, a análise produzida

procurou apresentar a existência, e a importância da utilização dos demonstrativos

contábeis como, por exemplo, BP, DSDE, DOAR e a DMPS na tomada de decisões

por parte da Igreja AD, avaliando as prestações de contas dessa entidade e a

utilização da contabilidade nesta instituição religiosa como ferramenta de

accountability.

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5 ANÁLISE DOS DADOS, RESULTADOS E DISCUSSÃO

Neste capítulo acharão explanados os elementos e seus respectivos exames

concernentes ao questionário efetuado, abordando a utilização da contabilidade e os

seus demonstrativos inseridos na Igreja, mediante as perguntas feitas a Tesoureira

da Igreja AD.

Para melhor entendimento desse estudo, as informações acerca das demonstrações

contábeis concedidas pela Tesoureira da Igreja referentes a esse trabalho,

correspondem ao ano exercício de 2017. A Igreja Assembleia de Deus em Arraial

d’Ajuda foi constituída através de ata de constituição e possui código e descrição da

natureza jurídica: 322-0 - organização religiosa, neste sentido, ela é imune na sua

forma de tributação. Quando Indagada acerca da aplicação da Contabilidade na

prestação de contas, a Tesoureira da Igreja se mostrou favorável a utilização dessa

ferramenta, contudo, relatou que igreja não utiliza todas as ferramentas contábeis

disponíveis.

Quando perguntada acerca da utilização das demonstrações contábeis, a Tesoureira

afirmou que esses Demonstrativos não vêm sendo elaborados. Todavia, ela sabe

que tais Demonstrações são de fundamental importância, e não as possuir como

ferramentas para o auxilio na prestação de contas se torna desvantajoso, a

prestação de contas, nesse sentido, abre margem para erros.

Com relação ao controle de Recursos. Foi constatado que, as entradas e saídas são

registradas pelos tesoureiros locais através de Fluxos de Caixas. Os valores

financeiros recebidos oriundos de doações, ofertas e dízimos, e as despesas

organizacionais em geral, são contabilizados nas próprias congregações. Tudo fica

lançado em cadernos de registros financeiros, onde é descrito toda circulação

desses recursos.

Acerca da elaboração do relatório de atividades para prestação de contas, quando

indagada, a Tesoureira afirmou que é elaborado, e que compreendem como um

demonstrativo para prestação de contas aos membros. Sendo assim, quando feito,

ele possui detalhadas informações acerca das atividades executadas na Igreja nos

períodos referentes.

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Na Igreja o exame de auditoria é realizado, o mesmo é executado através da própria

comissão de contas do campo, um grupo composto por pastores e presbíteros

unidos em uma eleita comissão, se pré-dispõem a fiscalizar periodicamente os

procedimentos adotados através dos setores financeiros da Igreja. É entendido que

esse procedimento pra ter mais relevância deveria ser executado por auditores

assim independentes, todavia, tal atividade executada passa aos membros mais

confiança e credibilidade, uma vez que, existe alguém fiscalizando.

No que diz respeito à transparência com as contas, a Tesoureira da Igreja afirmou

que a prestação dessas informações de forma simplificada é realizada

mensalmente. Dos valores que são recebidos, 44% ficam em posse das

congregações locais (para a manutenção da igreja e pagamento de despesas

gerais), 50% é destinado ao templo sede, e 6% é depositado em um fundo

convencional, o qual é destinado para manutenção da convenção das Assembleias

de Deus no Brasil.

Os tesoureiros locais, na semana posterior ao recebimento dos donativos dos cultos

(geralmente realizados aos domingos, terças e sextas-feiras), se deslocam até o

templo sede, levando os valores referentes à parcela que não fica em posse das

congregações. O tesoureiro responsável pelo templo sede recebe os donativos, e

lançam os valores recebidos e os que ficaram em posse das congregações em um

software de automação elaborado exclusivamente para o mercado de igrejas. Esse

controle é feito pela tesoureira encarregada da sede, acompanhada da contadora

responsável pelo setor financeiro da igreja.

Todos esses dados contábeis são confrontados ao termino de cada mês, em uma

reunião entre os tesoureiros das congregações com o tesoureiro do templo sede. Os

tesoureiros locais prestam contas de como foram utilizados os recursos, com o que

foram gastos os donativos. Essas informações são prestadas juntamente com a

apresentação de todos os recibos, notas fiscais de compras, e notas fiscais de todos

os serviços que foram adquiridos.

Ao termino de cada exercício, todas as informações e dados gerados ao longo das

atividades promovidas pela Igreja, são levadas e apresentadas em uma reunião de

membros. Todos os fiéis das congregações, que são batizados, e que estão em

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plena comunhão com Igreja, o conselho fiscal, e diretoria, são agrupados no templo

sede para uma reunião de prestação de contas, também denominada de reunião

administrativa.

Todas as informações coletadas e geradas na contabilidade da Igreja são

apresentadas (por intermédio de tabelas, quadros e imagens) e tem todo seu

conteúdo exposto e esclarecido, e as mesmas, se objetivam a prestar

esclarecimentos a todos esses indivíduos participantes da Entidade.

Quando solicitada o acesso por partes dos membros dessas informações geradas

pelas Demonstrações, a Tesoureira afirmou que são concedidas, e também, ficam

expostas nos murais da instituição. Todavia, apenas uma parte muito pequena dos

membros possui interesse acerca da prestação de contas.

Quando discorrido quanto à prestação de contas realizada no exercício de 2017.

Ficou evidenciado que, por mais que a contabilidade estivesse presente, a maioria

dos Demonstrativos Contábeis como ferramenta de gestão e transparência, não

foram utilizados. As aplicações dessas ferramentas no ambiente da igreja, bem

como a sua construção, não foram constituídas de modo a corresponder a estrutura

dos CPCs 26 e o 00. Entretanto, destaca-se que, os poucos relatórios apresentados,

foram transparentes e confiáveis.

Neste sentido, o trabalho realizado, expressou a crucial importância da

Contabilidade para a administração das Entidades religiosas, bem como a sua

indispensável utilização no esclarecimento dos procedimentos acerca das atividades

econômicas e financeiras desenvolvidas pela Igreja AD. As Demonstrações

Contábeis como ferramenta de prestação de contas de forma transparentes, e

responsáveis foi comprovada neste trabalho. As mesmas, quando utilizadas da

maneira adequada, sendo alimentadas por dados e números reais, provocam nos

membros pertencentes dessa Entidade os esclarecimentos necessários acerca da

destinação dos recursos doados, ofertados e dizimados a essas organizações.

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6 AÇÕES COM BASE NA ANÁLISE

O estudo teve como objetivo principal explicar o quão fundamental é a contabilidade

na transparência das informações geradas pelas entidades religiosas. No que

concerne aos líderes religiosos. Ela possibilita uma administração mais transparente,

sem “achismos” ou deturpações nos resultados. A coerência contábil transmite a

imagem de idoneidade a essas organizações, algo que é de bastante relevância

para quem quer ser adepto, e fazer parte dessas entidades.

A prestação contas é imprescindível em todas as organizações, e em especial, nas

Organizações Religiosas. A gestão com transparência dentro das igrejas funciona

como uma engrenagem responsável por fazer com que todos os setores dessa

entidade se mantenham em pleno funcionamento, ela proporciona a comunicação

entre o líder dessa denominação com os seus membros, a fim de se obter ao final

de cada exercício resultados coerentes e satisfatórios, e que unam os membros

ainda mais à entidade.

Diante do trabalho apresentado, levando em conta as especificidades que a Igreja

Evangélica Assembleia de Deus em Arraial possui, sugerem-se os seguintes

mecanismos:

Que os responsáveis pelo setor fiscal da Igreja contribuam ainda mais com o

processo de auditoria, oferecendo sempre informações, e dados fidedignos e

confiáveis a quem o executa, para que os mesmos o façam com propriedade.

Dando ainda mais autoridade ao conselho fiscal que é a representatividade

dos membros da Igreja no que se refere à fiscalização;

Disponibilizem o software de automação para as demais congregações para

que as mesmas façam seus registros de maneira mais eficiente e com

agilidade;

Que o escritório de Contabilidade responsável elabore todas as

Demonstrações Contábeis obrigatórias por lei, e as que mesmo não sendo

obrigatória contribua de alguma forma para com a administração, gestão e

prestação de contas da Igreja. Neste sentido, que a Igreja se mantenha de

acordo com a legislação vigente no que concernem as suas obrigações

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legais. E que acima de tudo, se mantenha integra em respeito aos indivíduos

envolvidos, que depositam sua fé e confiança em uma filosofia de vida, e que

não podem ter seus ideais frustrados por corrupção.

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7 CONSIDERAÇÕES FINAIS

O Terceiro Setor compõe o contexto econômico nacional, e tem um papel de

extrema importância na sociedade juntamente com os outros dois setores. Eles são

responsáveis por promover o crescimento social e por auxiliar na fomentação da

economia. O Terceiro Setor, dentro da sua essência, não busca lucros, mas procura

proporcionar bem-estar aos indivíduos por intermédio de serviço de utilidade pública.

Ele está inserido em toda sociedade, e mesmo não sendo compreendido como

estatal, é responsável por promover mudanças significativas na esfera social.

As organizações religiosas fazem parte do Terceiro Setor. O Principal objetivo delas

no ambiente social é o de acolher as pessoas no sentido espiritual. No que diz

respeito aos seguimentos religiosos, o Brasil é um país que tem em sua

característica constitutiva a diversidade, tendo em seu contexto religiões como

Bahá'í, Budismo, Cristianismo, Catolicismo, Protestantismo, Adventismo, Mornismo,

Igreja Ortodoxa, Testemunhas de Jeová, Espiritismo, Islamismo, Judaísmo,

Neopaganismo, Religiões afro-brasileiras, Hinduísmo, Santo Daime e religiões

ameríndias.

Os indivíduos que fazem parte dessas entidades compreendem uma grande parcela

da população. E mesmo essas organizações possuindo características, e

particularidades próprias no que se referem a suas administrações, elas possuem

algo em comum, que é o respeito para com as outras religiões, e com seus

membros. Ao que se refere ao respeito para com membros, fala-se acerca da

transparência dessas instituições no que tange os recursos econômicos e

financeiros administrados.

Para tal, esse trabalho resultante de pesquisas buscou através de um estudo de

caso, exame bibliográfico, e documental, compreender a importância da

Contabilidade e em decorrência as Demonstrações Contábeis na transparência e

prestação de contas dentro das Entidades Religiosas. A obtenção das informações

só foi possível por conta do questionário aplicado a Igreja Evangélica Assembleia de

Deus, e essas informações se mostraram primordiais e importantíssimas. A

confirmação do trabalho no que diz respeito a sua teoria bem como a sua

elaboração, se deram por conta da coleta dos dados, o que foi imprescindível.

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Diante do tema proposto, o trabalho pergunta-se: Como utilizar as demonstrações

contábeis como ferramenta de accountability dentro de uma entidade religiosa no

atendimento da legislação? A fim de sanar a dúvida, foi formado o objetivo geral e

para sua confirmação e progresso criaram-se os objetivos específicos.

O objetivo específico inicial foi conhecer as atividades desenvolvidas por uma

instituição religiosa. Nesse trecho, foi abordada a definição de Terceiro Setor, e a

sua participação no cenário econômico nacional, bem como as suas atribuições, e

entidades pertencentes a essa categoria, e relevância da Contabilidade nesse setor.

O conceito de organizações religiosas também foi apresentado, juntamente com a

forma legal de constituição dessas entidades, e a sua incumbência, assim,

proporcionando um entendimento melhor dessas organizações.

O outro objetivo específico apresentado posteriormente tinha como interesse

apontar quais as normas contábeis aplicadas às entidades religiosas, nesse

fragmento, as normas contábeis aplicadas nessas organizações foram apresentadas

através de conceitos baseados em fundamentações legais e pautados nas

legislações vigentes.

O terceiro objetivo específico buscou, compreender quais demonstrações contábeis

são obrigatórias. Um tópico acerca das demonstrações contábeis foi criado, nele

foram listadas as demonstrações contábeis utilizadas por todas as empresas em

geral, quais delas eram obrigatórias por lei a serem apresentadas, e quais eram

utilizadas por entidades do Terceiro Setor, mais especificamente nas Igrejas.

O objetivo específico posteriormente apresentado pretendeu explicar como as

entidades religiosas se encaixam no Terceiro Setor. Para isso a relação que ambas

possuem foram apresentadas juntamente com a contextualização e definição das

duas, correlacionando uma com a outra.

O quinto e último objetivo específico teve como finalidade pronunciar-se acerca do

conceito de accountability, demonstrando a importância do mesmo na transparência

das informações contábeis. Nessa parte do trabalho, se fez necessário a

conceituação de accountability, onde o mesmo está relacionado à

responsabilização, a tomar para si a incumbência de, em um contexto organizacional

ou social, agir com responsabilidade, e integridade. É sentir-se o responsável por

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tudo aquilo que lhe é possível zelar. O accountability dentro das entidades religiosas

surge como um apetrecho de transparência. As informações contábeis com auxílio

dos seus demonstrativos são utilizadas para prestação de contas, e uma melhor

limpidez das informações.

Quando confrontados os resultados das informações contidas no questionário com o

referencial teórico, verificou-se que as dúvidas a respeito da pergunta problema

foram sanadas, uma vez que, o trabalho deixa bem claro como utilizar as

demonstrações contábeis como ferramenta de accountability dentro das entidades

religiosas no atendimento da legislação, e a importância desses procedimentos para

uma administração organizacional idônea e responsável de uma forma accountability

de ser.

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REFERÊNCIAS

BRAGA, Hugo Rocha. Demonstrações contábeis: estrutura, análise e Interpretação. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2003.

BRAGA, Hugo Rocha. Demonstrações contábeis: estrutura, análise e Interpretação. 6. ed. São Paulo: Atlas, 2009.

BRASIL. Lei 10.825 de 22 de dezembro de 2003. Dá nova redação aos arts. 44 e 2.031 da Lei no 10.406, de 10 de janeiro de 2002, que institui o Código Civil. Disponível em: < http://www.planalto.gov.br/CCivil_03/leis/2003/L10.825.htm>. Acesso em: 15 de mar. 2018.

_____. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Disponível em:< http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm>. Acesso 01 de abr. 2018.

_____. Decreto Nº 119-A, de 07 de Janeiro de1890. Proíbe a intervenção da autoridade federal e dos Estados federados em matéria religiosa, consagra a plena liberdade de cultos, extingue o padroado e estabelece outras providencias. Disponível em:< http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/1851-1899/D119-A.htm>. Acesso em 01 de abr. 2018.

_____. Lei 6.015 de 31 de dezembro de 1973. Dispõe sobre os registros públicos, e dá outras providências. Disponível em: < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L6015original.htm>. Acesso em: 15 de mar. 2018.

CFC. CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE. Resolução 2015/ITG2002(R1) 2015, de 02 de Setembro de 2015. Altera ITG 2002 trata de entidades sem finalidade de lucros. Disponível em: < http://www2.cfc.org.br/sisweb/sre/detalhes_sre.aspx?Codigo=2015/ITG2002(R1)>. Acesso em 25 de mai. 2018.

CONVENÇÃO GERAL DAS ASSEMBLEIAS DE DEUS NO BRASIL. Disponível em: < http://www.cgadb.org.br/2018a/>. Acesso em 25 de Jun. 2018.

CPC. COMITÊ DE PRONUNCIAMENTOS CONTÁBEIS. Disponível em: < http://static.cpc.aatb.com.br/Documentos/147_CPC00_R1.pdf>. Acesso em 22 de mai. 2018.

____. COMITÊ DE PRONUNCIAMENTOS CONTÁBEIS. Disponível em: < http://static.cpc.aatb.com.br/Documentos/183_CPC_03_R2_rev%2010.pdf>. Acesso em 22 de mai. 2018.

____. COMITÊ DE PRONUNCIAMENTOS CONTÁBEIS. Disponível em: < http://static.cpc.aatb.com.br/Documentos/312_CPC_26_R1_rev%2012.pdf>. Acesso em 22 de mai. 2018.

GIL, Antônio Carlos. Métodos e técnicas de pesquisa social. 5. Ed. São Paulo: Atlas, 1999.

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GOOGLE. Google Earth. Version 2018. R. Manoel Crescêcio Santiago. Disponível em: < https://www.google.com.br/maps>. Acesso em 02 de jul. 2018

HUDSON, Mike. Administrando Organizações do Terceiro Setor; tradução: James F. Sunderland Cook; revisão técnica: Luiz Carlos Merege. São Paulo: MAKRON Books, 1999.

MELO NETO, Francisco Paulo de, FROES, César. Responsabilidade social e cidadania empresarial: a administração do terceiro setor. Rio de Janeiro: Qualitymark, 1999.

OLAK, Paulo Arnaldo, NASCIMENTO, Diogo Toledo do. Contabilidade para entidades sem fins lucrativos (Terceiro Setor). 3. ed. São Paulo: Atlas, 2010.

REVISTA DIGITAL CPAD NEWS. Disponível em: < http://www.cpadnews.com.br/mensageiro-da-paz/>. Acesso em 25 de Jun. 2018.

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APÊNDICES

APÊNDICE A – QUESTIONÁRIO

Eu, Lucas Santos de Amorim, aluno do oitavo semestre do curso de Ciências

Contábeis das Faculdades Integradas do Extremo Sul da Bahia, venho solicitar sua

participação neste questionário para construção da minha pesquisa monográfica,

cujo tema é “As Demonstrações Contábeis como Ferramenta de Accountability

em Instituições Religiosas”. O objetivo do questionário é conhecer as principais

rotinas da “Igreja Evangélica Assembleia de Deus em Arraial d’Ajuda, Porto

Seguro/BA” em relação à Contabilidade no que diz respeito à prestação de contas.

Para isso, solicito sua permissão para que os resultados da pesquisa possam ser

divulgados na monografia, sendo preservado o sigilo da autoria das informações

prestadas. O questionário contém 22 (vinte e duas) perguntas. Certo de contar com

seu apoio, colaboração e atenção, agradeço desde já sua ajuda, a qual será de

grande importância para o desenvolvimento do meu trabalho monográfico, e coloco-

me à sua disposição para eventuais dúvidas que venham a surgir.

QUESTIONÁRIO APLICADO A IGREJA EVANGÉLICA ASSEMBLEIA DE DEUS

EM ARRAIAL D’AJUDA, PORTO SEGURO - BA

Nome: ______________________________________________

Cargo/Função:________________________________________

1. A Igreja Evangélica Assembleia de Deus realiza prestação de contas?

2. Qual é a forma de constituição legal da Igreja?

3. Qual é a forma de tributação da Igreja?

4. A Igreja considera a Contabilidade importante para prestação de contas?

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5. A Igreja elabora Relatório de Atividades para prestação de contas? Qual sua

finalidade?

6. A Igreja elabora Balanço Patrimonial? Qual sua finalidade para a prestação de

contas?

7. A Igreja elabora Demonstração do Superávit ou Déficit para a prestação de

contas? Qual sua finalidade?

8. A Igreja elabora DMPL para a prestação de contas? Qual sua finalidade?

9. A Igreja elabora fluxo de caixa para a prestação de contas? Qual sua finalidade?

10. A Igreja elabora Notas explicativas? Qual o principal objetivo para a prestação de

contas?

11. Na Igreja é realizado exame de auditoria? Qual sua finalidade na elaboração da

prestação de contas?

12. A prestação de contas da Igreja é realizada para atender basicamente a quem?

Por exemplo: ao fisco, aos associados, a comunidade ou a própria Igreja?

13. A prestação de contas realizada é publicada? Se sim, onde?

14. Qualquer pessoa que solicitar o acesso às demonstrações contábeis lhe

concedido?

15. Qual é o público específico que a Igreja direciona a prestação de contas? Por

exemplo: conselho fiscal, diretoria, governo, bancos, membros etc.

16. Quanto ao grau de interesse sobre a prestação de contas, as pessoas querem

saber realmente o que acontece com os acontecimentos econômicos e financeiros

da Igreja?

17. Como é que se sabe sobre a situação financeira da entidade no dia a dia?

18. As aplicações dos recursos bem como sua origem estão claramente expressas

nas demonstrações contábeis?

19. As demonstrações contábeis são construídas conforme os CPCs 26 e o 00?

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20 Os demonstrativos contábeis são oportunos, transparentes, confiáveis, objetivos

e de fácil leitura?

21. As prestações de contas do ano 2017 já foram realizadas?

22. O contador da Igreja participa das prestações de contas?

Fonte do questionário: BOMFIM, D. S. As contribuições da contabilidade na

prestação de contas em entidades do terceiro setor: um estudo de caso na

“primeira igreja batista bíblica de vitória da conquista no ano de 2011”. Vitória

da Conquista, 2013. 69 p. Monografia (Bacharel em Ciências Contábeis) –

Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia, Bahia, 2013. [Orientador: Abmael

da Cruz Farias]. Contudo com algumas modificações.

Obs. Antes de ser utilizado o questionário foram feitas algumas modificações

no mesmo.