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FALA CAMPECHE - MARÇO/2007 FALA CAMPECHE - MARÇO/2007 Painel da devastação Finalmente, as propostas da Planície poderão fazer parte do Plano Diretor Participativo de Florianópolis Página 3 a 10 A falta de água é uma realidade - Página 5 12 Novidades do Conselho de Segurança do Campeche - Página 4 Bar do Chico rumo à vitória Página 10 A folia do Carnaval do Campeche Página 11 UNIDA PLANÍCIE DO CAMPECHE FALA CAMPECHE Uma Publicação dos Moradores do Bairro Antoninha Santiago, Ataíde Silva, Carmen Garcez, Daniel Valois, Delfino Coelho, Delson Valois, Fernando Cardenal, Fernando Ponte, Isolete Dozol, Janice Tirelli, João A. das Chagas, Márcia Márquez, Marcos J. Silva, Miliza Fehlauer, Raul Burgos, Silvio da Costa Pereira, Telma Piacentini, Telma Pitta, Tereza Barbosa, Valter das Chagas. Tiragem: 8.000 exemplares Participaram desta edição: FALA CAMPECHE – Paulo, como é o teu proces- so criativo? PAULO GAIAD – O meu trabalho é norteado basica- mente pelas questões da memória, e vou construindo histórias que vão estruturar o resultado final, a obra em si. Posso trabalhar a partir de situações que envolvem a minha memória pessoal, como fiz de 1992 a 1998, onde escrevo textos que justificam e criam conceitos de enfoque. Crio um título para o conjunto do trabalho e dou início a uma série grande de obras que podem envolver pintura, colagem, fotografia, objetos, ou seja, várias linguagens. De 2002 para cá, passei a trabalhar com a memória cole- tiva. Tento resgatar imagens, repensar fatos ou textos, tornar presente alguma coisa quase perdida. FC – Fale um pouco das suas últimas exposições e se tem alguma próxima agendada. PAULO GAIAD – Em novembro de 2006, passei uma semana na Eslovênia, onde participei de uma coletiva com artistas de várias partes do mundo. Houve a inau- guração de um museu onde minha obra está incluída. Na semana seguinte, abri uma exposição individual na cidade de Rijeka, na Croácia, e depois passei mais três semanas em Amsterdã produzindo em um estúdio. Estou expon- do agora em março no Museu de Arte de Santa Catarina, aqui em Florianópolis. Ocupo me- tade do museu e quero que seja uma boa exposição, porque desde 2001 não faço uma mostra individu- al aqui e, por coincidência, está fazendo 20 anos des- de a minha primeira indi- vidual em Florianópolis. Quero merecer o respeito que as pessoas têm pelo meu trabalho. FC – Por que escolheste o Campeche para mo- rar com tua família e fazer a tua arte? PAULO GAIAD – Vivo no Campeche há 20 anos, desde a época em que ainda era um paraíso preservado e prote- gido. Sinto falta daquele tempo. Tem muito morador novo que não tem nenhum compromisso e nenhum envolvimento com o bairro. Criei meus filhos aqui, sei que eles têm consciência de que cresceram num lugar onde a natureza e as pessoas são especiais. E, para a produção do meu trabalho, estar aqui é fun- damental. Posso me alimentar de idéias lá fora, mas é aqui que as transformo em obra. FC – Tens preocupações em relação ao futu- ro do Campeche? PAULO GAIAD – Não podemos evitar o progresso, mas espero que a gente consiga evitar que esse nosso pedaço tão precioso perca suas características, como aconteceu com o Jurerê, Canasvieiras, Ingleses, Bra- va e todos os cantinhos maravilhosos que existiam nas praias do Norte da Ilha. É muito triste ver uma ilha como a nossa se render de forma tão vergonhosa ao poder financeiro... Acho que o que mais precisa- mos no Campeche é de um centro cultural onde pos- sam acontecer cursos, palestras, mostras culturais e musicais de boa qualidade, para que as pessoas te- nham acesso a informação e cultura, para que as crian- ças possam, desde muito no- vas, entrar em contato com uma educação de boa quali- dade que lhes dê base para se desenvolverem de forma aceitável. Não podemos co- brar nada deles se não abrir- mos o acesso. FC – Como morador e artista, quer deixar uma mensagem para os jovens do Campeche? PAULO GAIAD – Eu diria a eles que não tenham medo da vida, não tenham medo de ousar, que procurem um ob- jetivo para sua vida e corram atrás dele, sem nunca deixar de acreditar. A vida às vezes pode exigir muita luta, mas vale a pena. Qual- quer coisa que fizerem, façam bem-feito, com consci- ência, com vontade, e então vão encontrar a realiza- ção e, por conseqüência, a felicidade, mesmo que seja a atividade mais simples. Eu diria: cuidem deste nos- so Campeche, ele está nas mãos de vocês também. No dia 2 de abril, a Rádio Comunitária Campeche (104.9 FM) completa dois anos da pri- meira transmissão e, nesse período, foram dados importantes passos rumo à sua consolidação, como a construção de sua sede, a instalação do poste da antena definitiva e a melhoria dos recursos do es- túdio. A partir deste ano, a rádio iniciou uma nova fase, que tem como foco o aumento de sua integração com os associados e com toda a comunidade (agora possível, por ter sido viabilizada uma estrutura mínima do estúdio) e também o objetivo de conquis- tar sua sustentabilidade operacional e financeira. Neste início de ano, destaca-se o novo repertório musical, com a recuperação do acervo da rádio (qua- se 10 mil músicas), possível devido à aquisição de um novo computador, que ainda está sendo pago. O programa Horário Nobre é outro destaque, que per- mite a participação dos associados na programação, a disponibilização da relação de músicas tocadas e o novo visual do site: www.radiocampeche.com.br. Em breve, a programação será transmitida via web. No último dia 15 de março, a Rádio Campeche pro- moveu um debate com os associados sobre a sua pro- gramação musical para conhecer a opinião dos ouvin- tes, e outro debate está previsto: a própria concepção da rádio, como rádio comunitária. É importante que se tenha em mente que a Rádio Campeche não tem um dono, ela é de todos, e a sua programação tende a ser o resultado da participação dos associados. Os melhores dias para se conhecer a sede da rá- dio são as terças, quintas e sábados, das 10h ao meio-dia, na Travessa Iracema das Chagas Pires, 80 (travessa da rua das Corticeiras). Os contatos podem ser feitos pelos telefones 3237-2022 (quanto houver locução ao vivo) ou 3201-1530 (opção 1, para deixar recados), ou, ainda, pelo e-mail [email protected]. Rádio Campeche com gás total em 2007 Arte e memória: A fé de um campechano O artista plástico Paulo Gaiad chegou ao Campeche há 20 anos, quando a região ainda era um“paraíso preservado” Programa Campo de Peixe em ação II Seminário Comunitário de Planejamento da Planície do Campeche! Local: Catalina (em frente à Escola Brigadeiro Eduardo Gomes) Início dia 30, sexta-feira, às 18h30 Dia 31, sábado, a partir das 9 horas PARTICIPE DO 10 ANOS O Fala nunca vai cansar de piar Apoio: Uma publicação dos moradores do bairro Campeche - Ilha de Santa Catarina F F F F Fala C C C C Campeche Ano 10 - n o 20 - MARÇO de 2007 Distribuição Gratuita

Fala 20

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Finalmente, as propostas da Planície poderão fazer parte do

Plano Diretor Participativo de Florianópolis

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lo, como é o teu

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– O m

eu trabalho é norteado basica-m

ente pelas questões da mem

ória, e vou construindohistórias que vão estruturar o resultado final, a obra emsi. P

osso trabalhar a partir de situações que envolvem a

minha m

emória pessoal, com

o fiz de 1992 a 1998, ondeescrevo textos que justificam

e criam conceitos de enfoque.

Crio um

título para o conjunto do trabalho e dou início aum

a série grande de obras que podem envolver pintura,

colagem, fotografia, objetos, ou seja, várias linguagens.

De 2002 para cá, passei a trabalhar com

a mem

ória cole-tiva. Tento resgatar im

agens, repensar fatos ou textos,tornar presente algum

a coisa quase perdida.

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m novem

bro de 2006, passei uma

semana na E

slovênia, onde participei de uma coletiva

com artistas de várias partes do m

undo. Houve a inau-

guração de um m

useu onde minha obra está incluída.

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ana seguinte, abrium

a exposição individualn

a cidade de Rijeka, n

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roácia, e depois passeim

ais três seman

as emA

msterdã produzindo em

um estúdio. E

stou expon-d

o agora em m

arço no

Museu de A

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lorianópolis. Ocupo m

e-tade do m

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ma boa exposição,

porque desde 2001 n

ãofaço um

a mostra individu-

al aqui e, por coincidência,está fazendo 20 anos des-de a m

inha primeira indi-

vidual em

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uero merecer o respeito

que as pessoas têm pelo m

eu trabalho.

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ília e fazer a tua arte?

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peche há 20 anos, desdea época em

que ainda era um paraíso preservado e prote-

gido. Sinto falta daquele tempo. Tem

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ento com o bairro. C

riei meus filhos aqui,

sei que eles têm consciência de que cresceram

numlugar onde a natureza e as pessoas são especiais. E

,para a produção do m

eu trabalho, estar aqui é fun-dam

ental. Posso m

e alimentar de idéias lá fora, m

asé aqui que as transform

o em obra.

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relação ao futu

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as espero que a gente consiga evitar que esse nossopedaço tão precioso perca suas características, com

oaconteceu com

o Jurerê, Canasvieiras, Ingleses, B

ra-va e todos os cantinhos m

aravilhosos que existiamnas praias do N

orte da Ilha. É m

uito triste ver uma

ilha como a nossa se render de form

a tão vergonhosaao poder financeiro... A

cho que o que mais precisa-

mos no C

ampeche é de um

centro cultural onde pos-sam

acontecer cursos, palestras, mostras culturais e

musicais de boa qualidade, para que as pessoas te-

nham acesso a inform

ação ecultura, para que as crian-ças possam

, desde muito no-

vas, entrar em contato com

uma educação de boa quali-

dade que lhes dê base parase desenvolverem

de forma

aceitável. Não podem

os co-brar nada deles se não abrir-m

os o acesso.

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u diriaa eles que não tenham

medo

da vida, não tenham m

edo deousar, que procurem

um ob-

jetivo para sua vida e corramatrás dele, sem

nunca deixar de acreditar. A vida às

vezes pode exigir muita luta, m

as vale a pena. Qual-

quer coisa que fizerem, façam

bem-feito, com

consci-ência, com

vontade, e então vão encontrar a realiza-ção e, por conseqüência, a felicidade, m

esmo que seja

a atividade mais sim

ples. Eu diria: cuidem

deste nos-so C

ampeche, ele está nas m

ãos de vocês também

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) completa dois an

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issão e, nesse período, foram

dadosim

portantes passos ru

mo à su

a consolidação, com

oa con

strução de su

a sede, a instalação do poste da

anten

a definitiva e a m

elhoria dos recu

rsos do es-tú

dio. A partir deste an

o, a rádio iniciou

um

a nova

fase, que tem com

o foco o aumento de sua integração

com os associados e com

toda a comu

nidade (agora

possível, por ter sido viabilizada um

a estrutu

ram

ínima do estúdio) e tam

bém o objetivo de conquis-

tar sua su

stentabilidade operacion

al e finan

ceira.N

este início de ano, destaca-se o novo repertóriom

usical, com a recuperação do acervo da rádio (qua-

se 10 mil m

úsicas), possível devido à aquisição deum

novo computador, que ainda está sendo pago. O

programa H

orário Nobre é outro destaque, que per-

mite a participação dos associados na program

ação,a disponibilização da relação de m

úsicas tocadas e onovo visual do site: w

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.radiocampeche.com

.br. Em

breve, a programação será transm

itida via web.

No últim

o dia 15 de março, a R

ádio Cam

peche pro-m

oveu um debate com

os associados sobre a sua pro-gram

ação musical para conhecer a opinião dos ouvin-

tes, e outro debate está previsto: a própria concepçãoda rádio, com

o rádio comunitária. É

importante que

se tenha em m

ente que a Rádio C

ampeche não tem

um dono, ela é de todos, e a sua program

ação tende aser o resultado da participação dos associados.

Os m

elhores dias para se con

hecer a sede da rá-

dio são as terças, quin

tas e sábados, das 10h ao

meio-dia, n

a Travessa Iracema das C

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ires,80 (travessa da ru

a das Corticeiras). O

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odem

ser feitos pelos telefon

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No sábado, o C

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e estava pra lá de anim

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banda do Z

é Pereira, form

ada pelos nativos do

Ribeirão da Ilh

a, em parceria com

o Ôn

odi, veiofech

ar o festival de surf “18 S

urfoco”.

O m

estre do pandeiro é u

m artista. A

banda e

um

a galera saíram do largo da igrejin

ha às 18 h

o-ras e foram

pulan

do e dançan

do até o Bar do C

hico

na praia do C

ampech

e, onde dan

çaram até as 21

horas. N

a maior em

polgação!

***

No D

omingo de C

arnaval, o bloco Ônodi saiu do

largo da Igrejinha São S

ebastião e seguiu pela ave-nida C

ampeche, até o condom

ínio Novo C

ampeche.

Voltou ao largo da igreja e lá ficou até as 10 da noi-

te. Um

a grande folia. Muita fantasia bonita. A

té opapa se abraçou com

a diabinha! A m

úsica estavaanim

adíssima, tinha até m

esmo m

odinhas dos ve-lhos carnavais. O

povo se soltou! O bloco contou com

a participação do Rei M

omo e P

rincesas da cidade.A

o som da B

andinha do Marinho.

O C

ampeche com

o um todo é um

“estadode espírito”. E

spírito de luta e democracia

adjetivada – a democracia participativa. O

Dossiê C

ampeche, as O

ficinas, os Encon-

tros, os “dias de campo”, o “Plano D

iretorC

omunitário” elaborado com

uma assessoria

técnica inteligente e competente, é toda um

ahistória de lutas que engrandece nativos e“estrangeiros” que se incorporaram

aoespírito de luta, logom

arca do Cam

peche.D

epois de anos de sacrifícios, renúnciaàs delícias de fins de sem

ana, em pleno

verão, encontros durante a semana em

locais diversos, à noite, com perdas de

preciosas horas de repouso, finalmente

uma luz no fim

de túnel. As regras do

“Estatuto da C

idade” finalmente estão

sendo acatadas pelo poder municipal

através do Ipuf.A

gora está em nossas m

ãos aform

atação oficial de um P

lano Diretor

Paticipativo (PD

P), preservacionista e queprivilegie a qualidade de vida. V

ai dependerda união de todas as entidades com

unitáriase da consciência de que o cidadão represen-ta o “controle social”, não obstante o pesodos cifrões de em

presários da construçãocivil e do turism

o, cuja divisa é: “O lucro

acima de tudo”.

Em

blematicam

ente, a primeira audiência

pública, destinada a definir os nomes dos

representantes distritais no Núcleo G

estordo PD

P, foi realizada no Cam

peche. Não

obstante, mais um

a vez, já havíamos saído

na frente, posto que, na Assem

bléia Com

u-nitária realizada no dia 23 de outubro de2006, elegêram

os, democraticam

ente,nossos representantes junto ao N

úcleoG

estor do PDP.

Na A

udiência Pública em 23 de novem

-bro de 2006, convocada pelo Ipuf e realiza-da na Sociedade A

migos do C

ampeche, a

tensão estava nos nervos e mente dos

bravos campechanos(as), que queriam

verrespeitado o direito de decisão com

unitária:a hom

ologação da escolha dos representan-tes dos distritos, em

Assem

bléia pública elegítim

a. A

bertos os trabalhos, após breves

211

CO

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negociações, com a participação de

mem

bros do Conselho Popular da Planí-

cie, o presidente do Ipuf referendou osnom

es, submetendo-os à aprovação das

cerca de 250 pessoas presentes, quereiteraram

a decisão da Assem

bléia, poraclam

ação.O

Ipuf elaborou um calendário de

Audiências Públicas para escolha dos

representantes dos 13 distritos em que foi

dividida a cidade de Florianópolis, e asaudiências foram

realizadas - com altos e

baixos -, mas aí estão os 13 representan-

tes distritais no Núcleo G

estor do PDP e,

praza aos deuses, santos e orixás, quetodos se unam

no mesm

o propósito deservir ao interesse coletivo, ao m

eioam

biente e à melhor qualidade de vida

para a gente de nossa cidade, na elabora-ção do PD

P.O

que é mais significativo sobre a

participação popular: as Audiências

Públicas, por meio das A

ssembléias

Populares, serão as instâncias de deci-são. A

s reivindicações e propostas parao Plano D

iretor Participativo toma

como base o Plano D

iretorC

omunitário,m

as deverão ser feitasnovas leituras em

reuniões, oficinas esem

inários temáticos, sem

pre submeti-

das à aprovação da Assem

bléia Popularda Planície do C

ampeche.

Você vai saber m

ais a respeito doPlano D

iretor Participativo e marcar na

sua agenda que o II Seminário C

omu-

nitário de Planejam

ento da Planície

do Cam

peche (Fazenda do R

io

Tavares, Cam

peche e Morro das P

e-dras) acontecerá nos dias 30 e 31 dem

arço.N

este número, publicam

os uma série

de matérias que vão ajudar a com

unida-de a entender todo esse processo departicipação: um

resumo do D

ossiêC

ampeche, com

as principais diretrizeselaboradas no S

eminário de 1997. V

ocêvai se inform

ar sobre os movim

entosS

.O.S

. Sul da Ilha, C

onseg doC

ampeche e a luta pelo tom

bamento do

Bar do C

hico.

E ainda:

• a luta por condições para o curso Pré-V

estibular Com

unitário;• o depoim

ento do artista plástico PauloG

aiad, morador do C

ampeche, que falou

sobre seu trabalho e suas preocupaçõescom

a região;• a crônica C

onsumatum

Est alerta para o

destino da nossa Ilha se as autoridades nãose preocuparem

com ela.

• o Carnaval deste ano foi m

uito bom para

quem acom

panhou os blocos Alagados,

Deca R

afael e o Ônodi!!!!

Boa leitura!

Foi n

o limiar do an

o da graça de 2010 que as

previsões dos ecologistas, dos aman

tes da natu

re-za, dos biólogos e dos ocean

ólogos se confirm

aram.

Até en

tão, os empresários qu

e foram m

odificando

a paisagem da Ilh

a com seu

s impon

entes arran

ha-

céus, belíssimos, coloridos, m

odernos... alcunhavamcien

tistas, técnicos e defen

sores da natu

reza de“ecoch

atos” – apelido adotado por algun

s jornalis-

tas quan

do se referiam aos qu

e lutavam

pela pre-servação.

Agora o assu

nto era pú

blico, não h

avia como

esconder a verdade dian

te do líquido am

argo que

pingava das torn

eiras. O avan

ço da cun

ha salin

a.O

s poucos m

anezin

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e ainda resistiam

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ção civil – discutiam

nas es-

quin

as a destruição da L

agoa do Peri: “O

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a... tá aqui n

o jorná...”.

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talista, que tan

to clamara e tan

to adverti-ra para a tragédia an

un

ciada, fazendo coro com

oP

rojeto Laru

s, fora mais u

ma voz “clam

ando n

odeserto”. A

gora, explicava pacientem

ente a origem

da tragédia à jornalista n

ervosa (porque tam

bémm

orava no S

ul da Ilh

a): “Min

ha am

iga, não se agri-

de a natu

reza impu

nem

ente. O

s aterros da Baía

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lacional, a destru

içãoda vegetação de restin

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ica, o consu

mo da pou

ca água potável extraída

da Lagoa do P

eri, bem acim

a da capacidade derecarga, pela em

presa privada que su

bstituiu

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asan, tu

do contribu

iu para o silen

cioso avanço do

mar, por baixo das poucas dunas que restaram

, apóso boom

da constru

ção civil. É por isso qu

e a água

da Peri está tão salgada qu

anto a da C

onceição...”.

Os poucos habitantes que restaram

, aqueles quen

ão tinh

am recu

rsos para mu

dar pra algum

lugar

onde ain

da existia água potável, con

viviam com

afeden

tina asfixian

te, porque a águ

a vendida a peso

de ouro pelos cam

inh

ões-pipa era suficien

te ape-n

as para a ingestão, preparo dos alim

entos e u

ma

discreta higien

e pessoal...N

o contin

ente, a situ

ação era também

de cala-m

idade, por outras razões: a destru

ição da mata

ciliar para a produção de carvão e a polu

ição pelafalta de san

eamen

to básico.O

s empresários, don

os dos gigantescos em

pre-en

dimen

tos, tanto n

o Su

l como n

o Norte da Ilh

a, jáh

aviam partido para M

iami, paraísos do C

aribe eE

uropa. G

ozavam as delícias do seu

dinh

eirinh

o,pru

dentem

ente en

viado para a Su

íça, anteven

do oqu

e iria acontecer n

essa grande cloaca a céu

aber-to, ou

trora denom

inada Ilh

a da Magia.

Con

sum

atum

est. Era o qu

e dizia a tabuleta, co-

locada na cabeceira da pon

te de acesso à Ilha de

Santa C

atarina, por um andarilho que partira para

outras plagas, à cata do precioso líqu

ido...

Dan

iel Valois (valois@

intergate.com

.br) éS

ecretário do In

stituto S

ócio-Am

biental

Cam

peche – IS

A-C

ampech

e

CAMPECHADAS

10 an

os d

e Fala C

ampech

e (1

997 - 2

007)

O jo

rna

l com

un

itário

es

tá co

me

mo

ran

do

10

an

os

de

pre

se

nça

na

comu

nid

ad

e. Su

rgiu

em ju

lho d

e 19

97

, orga

niza

do p

or mora

dores d

a P

raia

do C

am

pech

e, com o ob

jetivo de in

forma

r, defen

der e in

tervir em a

ssun

tosd

e interesse d

a com

un

ida

de, a

ssim com

o atu

ar e estim

ula

r ações n

a d

efesad

a q

ua

lida

de socioa

mb

ienta

l da

regiã

o. Ab

erto pa

ra a

comu

nid

ad

e, o jorna

lé p

rod

uzid

o v

olu

nta

riam

en

te p

elo

se

u co

ns

elh

o e

dito

rial, v

eicu

lad

ogra

tuita

men

te com a

tiragem

de 8

mil exem

pla

res e conta

com o p

atrocín

iod

os comercia

ntes d

a loca

lida

de.

Pesca d

a Ta

inha

No dia 3 de fevereiro, o docu

men

tário Pesca

da

Ta

inh

a n

o Ca

mp

eche, com

52 min

utos de

duração, foi apresen

tado no S

alão Paroqu

ial daIgreja S

ão Sebastião

O salão lotou

, faltou cadeira! A

nim

adíssimos,

estavam lá todos os pescadores e su

as famílias, e

também

os neon

ativos. O docu

men

tário é ótimo e

tem h

istórias engraçadas. C

omeça

com lin

das cenas da pesca n

os anos

30 e foi dividido em 4 partes: O

Ped

i-d

o (missa e reza n

o ranch

o para um

aboa safra); A

Espera (vigília de cardu

-m

es, quan

do são entrevistados os srs.

Trogildo T. Vigân

ico, Getú

lio Inácio e

Helio F

austin

o); A C

aptura (localiza-

ção dos cardum

es, estratégia de pes-ca, a partilh

a entre os cam

aradas e acom

un

idade em geral, além

da venda

(entrevistas de F

ábio Dan

iel e sr.A

dílio); Confraternização (com

er o cal-do e a pesca ju

ntos con

tando h

istóriase estórias da vida local e dos pescado-res, com

entrevista

de F

ran

cisco

II Sem

inário

Com

unitário

de P

lanejam

ento

da

Plan

ície do C

ampech

e! L

ocal: C

lube C

atalina

Início

dia 3

0, sex

ta-feira, às 18h30

Dia 3

1, sáb

ado, a p

artir das 9

horas

Para quem

não sabe, o bloco de Carnaval Ô

nodijá é um

a história com 10 anos. S

uas performances

e músicas versam

sempre sobre a vida e a cultura

local manezinha – que já hom

enageou Seu C

hico ea D

. Nicota com

o personagens da cultura local.S

em h

omen

agem especial n

este ano, o tem

a2007 era: “Ô

istepô u P

olo Lopes já passô???”, em

referência a u

ma h

istória colhida n

o Mercado P

ú-

blico, onde os n

ativos, décadas atrás, ficavam es-

perando a passagem

do ônibu

s que partia para o

mu

nicípio de P

aulo L

opes às 10 horas e isso sig-

nificava a sen

ha para com

eçarem “os trabalh

os”,ou

seja, daí em dian

te, todos podiam tom

ar o seu“tragu

inh

o”. E se pergu

ntassem

as horas: “U

ons

de Pólo L

opes passa as deiz hora”. A

h! O

Polo

Lopes é terceiro polo da terra!

***

Na Terça-F

eira de Carnaval, o tradicional blo-

co do Deca R

afael saiu às 15h do Bar do L

uizinho,na avenida C

ampeche, arrastando centenas de fo-

liões pelas ruas do Cam

peche, resgatando carna-valescos no cam

inho por onde passava.

O bloco foi criado pelo saudoso D

eca Rafael, há

mais de 25 anos. O

s participantes e simpatizantes

são pescadores e nativos da região, e também

mo-

radores do Cam

peche. A esposa do fundador, D

onaC

hica, aos 94 anos participa dos desfiles, que sãosem

pre animados por um

trio elétrico, em que as

músicas são executadas pelo filhos e netos do D

ecaR

afael.A

apresentação do D

eca Rafael acon

tece sem-

pre às terças-feiras de Carn

aval e o esquen

ta én

o Bar do L

uizin

ho. Todos os an

os, conta com

aparticipação do R

ei Mom

o e Sua C

orte. Aliás, nes-

te ano a corte tin

ha com

o primeira-prin

cesa doC

arnaval a n

eta do Deca R

afael.

Alexan

drino D

aniel, o S

eu C

hico). À

s vezes não

enten

demos o “m

anezêis”. A

cho qu

e precisa de le-gen

da nos m

omen

tos mais en

tusiasm

ados dosn

ossos pescadores.P

arabéns ao A

demir D

amasco, qu

e veio lá deR

atones fazer algu

ns vídeos legais por aqu

i. Foi

ele também

, com seu

filho G

ustavo, qu

e editou o

vídeo Seu

Ch

ico e o Presen

te.

Page 3: Fala 20

FA

LA C

AM

PEC

HE - M

AR

ÇO/2007

FA

LA C

AM

PEC

HE - M

AR

ÇO/2007

Pain

el d

a d

eva

staç

ão

A prim

eira tentativa de demolição do B

ar do Chico na

praia do Cam

peche foi no dia 25/2/2000. Naquele dia, um

grupo de funcionários da Floram

chegou com um

batalhãopolicial. P

or sorte, advogados e moradores ali presentes ti-

nham em

mãos um

despacho do desembargador S

érgio Pa-

ladino suspendendo a liminar.

Em

abril de 2001, os morado-

res entraram com

um pedido de

tombam

ento do bar, in

cluin

do,além

do próprio estabelecimento,

a trilha desde a Capela de S

ão Se-

ba

stião e a

pin

guela

sobre o

córrego, até as dunas atrás do bar.A

trilha é por onde passa a procis-são do S

enhor dos Passos, e a cru-

cificação antes da Páscoa era en-

cenada n

as dun

as. O pedido de

tombam

ento, contendo um abaixo-

assinado com m

ais 1.570 assina-tu

ras, foi enviado ao Iph

an, ao

Ipuf, ao Ministério P

úblico Esta-

dual, documentado com

estudos einform

ações sobre a influência e aim

portância desses patrim

ônios

na vida da coletividade.E

m m

aio de 2002, o bar che-

gou até a ser des-telh

ado por fiscais da Floram

, mas foi a

comu

nidade qu

e impediu

o ato e os advogados novam

en-

te consegu

iram im

pedir a demolição.

Mas o Ipu

f negou

o pedido por interm

édio de seus di-

retores. O argu

men

to utilizado foi de qu

e não se tratava

de patrimôn

io a ser preservado.T

emp

os dep

ois, a trilha foi cercad

a, a pin

guela,

destruída, e su

rgiu u

ma n

ova trilha feita com

entu

lhos

criando u

m diqu

e que em

poça as águas.

No dia 12 de setem

bro de 2006, deu-se a terceira ten

-tativa de dem

olição do Bar do C

hico, decorren

te do mes-

mo processo ju

dicial de 2000. Naqu

ele dia, um

a redecom

un

itária de inform

ação espalhou

a notícia com

o um

foguete. Telefon

emas, ch

amadas n

a Rádio C

omu

nitária

do Cam

peche, m

oradores, freqüen

tadores e os meios de

comu

nicação da cidade alertaram

sobre a possível per-da de m

ais um

ponto referen

cial da identidade da cida-

de, principalm

ente do C

ampech

e. Há dois an

os, perde-m

os, de um

sábado para domin

go, um

lindo en

genh

o na

avenida C

ampech

e que n

os alegrava a vista e nos dava

um

a referência dos an

tigos deste lugar. F

oi triste! Hoje,

nada m

ais existe ali.

Bar do Chico prestes a ser tom

bado

Em

agosto de 2005, teve início o P

ré-Vestibu

lar Co-

mu

nitário, qu

e surgiu

de um

a iniciativa da A

ssociaçãode M

oradores do Cam

peche - A

MO

CA

M, do F

órum

Per-

man

ente de S

aúde, en

tre outras en

tidades da Plan

ície,devido à falta de oportu

nidade de joven

s e adultos para

terem u

ma vid

a melh

or, fugin

do m

uitas vezes d

am

arginalidade.

Foi u

m an

o difícil, pois as pessoas não eram

da áreada edu

cação e não tin

ham

nen

hu

m con

hecim

ento de cu

r-sin

ho pré-vestibu

lar, somen

te a vontade de acertar. F

o-ram

abertas vagas para 120 alun

os de baixa renda e apa-

receram 225 in

scritos. Foi m

ais difícil para a coordena-

ção fazer a seleção, não só pela qu

estão da renda, m

astam

bém porqu

e tinh

a de considerar qu

e, se a pessoa pro-cu

rava o curso, era porqu

e queria m

udar su

a história e

da sua fam

ília.O

projeto teve como parceiros professores volu

ntários

e professores bolsistas; a Udesc, com

a orientação peda-

gógica; a Secretaria da E

ducação, com

os bolsistas do

Cursinho Pré-Vestibular precisa de apoio

103

O pedido de dem

olição do ínfim

o bar do velho

Ch

ico, hom

em com

seus 82 an

os, 30 dos quais ali

trabalhan

do, projetou-se com

o nu

m film

e desu

spense, e o am

biente leve e livre estava pesado

e triste. Um

grande mal-estar tom

ou conta de to-dos, inclusive do oficial de justiça, dos policiais e

fiscais da Floram

. Era forte a sensação de desam

-paro, pelas leis, pela justiça, e a indignação ante odesrespeito à sociedade e a sua identidade.

Todas as man

ifestações populares estavam

afavor da perm

anên

cia do bar como u

m referen

cialdo lu

gar, da identidade cu

ltural da Ilh

a e do ser efazer de ou

tros tempos n

o Cam

peche. M

uitos

freqüen

tadores question

avam por

que o Bar do C

hico seria mais agres-

sivo do que outras obras mais recen-

tes e impactan

tes na paisagem

, deu

so restrito, nas praias da Ilh

a deS

anta C

atarina.

Novo abaixo-assin

ado foi feitopela preservação do B

ar do Chico. D

en

ovembro de 2006 até jan

eiro de2007, foram

conseguidas 1.200 assi-naturas. U

ma com

issão de morado-

res foi ao Ministério P

ublico Estadu-

al, que enviou seu técnico ao bar paraum

a vistoria. O relatório considerou

as particularidades do local, a pro-

priedade, os proprietários, o contexto histórico, ograu de im

pacto ambiental, a atividade tradicio-

nal, o envolvimento com

unitário e familiar, o po-

tencial socioambiental, tudo para subsidiar tec-

nicamente a P

romotoria da capital para encam

i-n

ham

entos fu

turos. S

ua con

clusão: “E

xisteem

basamen

to legal à per-m

anência do Bar do C

hicona P

raia do Cam

peche. (...)O

bar já é patrimônio cultu-

ral da comunidade, com

o de-m

onstra o pedido de tomba-

mento, as m

anifestações eregistros em

jornais e revis-tas, e m

ais recentem

ente,

em um

filme”.

A F

loram, o M

inistério

blico Estadu

al, a Procu

-ra

doria

do m

un

icípio e

mem

bros da comu

nidade

elogiaram, n

a últim

a reu-

nião, em

janeiro 2007, o re-

latório de vistoria do MP

Ee preten

dem acatar a pos-

sibilidade de tombar o B

ard

o Ch

ico como u

m b

emim

aterial e patrimôn

io cultu

ral da cidade deF

lorianópolis.V

amos torcer para qu

e isto sejaverd

ade o m

ais breve possível!E

m frente ao B

ar do Chico com

eçaram as au-

las de surf para a form

ação de jovens in

struto-

res: um

a iniciativa do projeto A

roeira para jo-ven

s das comu

nidades caren

tes.

TO

DO

S os bairros da cidade

de Florian

ópolis, seus m

oradoresda ilh

a e no con

tinen

te, queren

-do ou

não, a partir deste m

ês dem

arço estarão envolvidos n

o pro-cesso de revisão ou

elaboraçãodos plan

os diretores.A

definição de P

lanos D

ireto-res M

un

icipais com a participa-

ção popular é u

ma exigên

cia delei desde a aprovação do E

statu-

to da Cidade em

2002 (Lei 10.257/

01). Ou

seja, os governos m

un

ici-pais, ju

ntam

ente com

a popula-

ção do mu

nicípio, devem

definir,

com base n

o interesse coletivo,

norm

as que regu

lam o u

so do es-paço u

rbano, a segu

rança, o equ

i-líbrio am

biental voltados para o

bem-estar dos cidadãos. O

Art. 2º

II do Estatu

to se refere à partici-pação popu

lar como “gestão de-

mocrática” dos vários segm

entos

da comunidade e suas associações

representativas para form

ular,

executar e acom

panh

ar planos,

programas e projetos de desenvol-

vimen

to urban

o.N

o nosso caso, devem

os atua-

lizar, de forma participativa, o

Plan

o Diretor d

os Baln

eários(1985) e o P

lano D

iretor do Dis-

trito Sede (1997), defin

ições que

deverão estar integradas ao m

es-m

o tempo ao plan

ejamen

to urba-

no das regiões/distritos para de-

finir o P

lano D

iretor Mu

nicipal.

O processo de elaboração do P

la-n

o D

iretor P

articipativo

de

Florian

ópolis, foi aberto tardia-m

ente, em julho de 2006, com

anova gestão que assum

iu o Ipuf. ON

úcleo Gestor M

unicipal, com a

maioria

dos

represen

tantes

distritais e subdistritais escolhidosem

audiências públicas, está cami-

nhando para sua instalação final.In

forme-se n

o boxe ao lado so-bre o qu

e já foi feito e como a

Plan

ície do Cam

peche está or-

ganizad

a para p

articipar. O

useja

, VA

MO

S N

OV

AM

EN

TE

TE

NT

AR

levar nossas propostas

sobre a Plan

ície para que sejam

consideradas n

o Plan

o Diretor

da Cidade.

Program

a Prim

eira Ch

ance; a direção da E

scolaP

orto do Rio T

avares, que cedeu

o espaço da esco-la; a E

scola Au

tonom

ia, que cedeu

o uso da apos-

tila; a Rádio C

omu

nitária C

ampech

e; o Jornal do

Cam

peche. C

omo patrocin

adora, a Eletrosu

lviabilizou

a impressão das apostilas e m

ateriaisdidáticos para os alu

nos, além

da bolsa, camise-

ta, canetas e lápis.

Em

2006, os parceiros foram os m

esmos.

Hou

ve mais professores volu

ntários e en

trou a

Tra

ctebel,

qu

e d

oou

ao

curso

dois

retroprojetores. As dificu

ldades ainda foram

asm

esmas do an

o anterior: a falta do passe esco-

lar para os estudan

tes, a falta de um

vigia e deu

m adm

inistrativo qu

e viabilize o uso da bibli-

oteca, o armário com

chaves.

Mas a h

istória do cursin

ho em

2006 tomou

outras proporções, pois m

esmo com

os proble-m

as, em setem

bro seus coorden

adores foram

Plano Diretor Participativo de Florianópolis

A P

lan

ície do C

am

pech

e un

ida

vai ten

tar ou

tra vez!

convidados a participar da coorden

ação dosN

úcleos do C

efet.E

m 2

00

7, com

a a

prova

ção d

o projeto

contem

plan

do os qu

atro nú

cleos existentes,

todos os alu

nos receberão ap

ostilas. No fim

do an

o passad

o hou

ve conversa com

a Ud

escp

ara assinarem

um

convên

io que d

efina os

pap

éis da A

ssociação de M

oradores, d

a pró-

pria U

desc e d

a Secretaria d

a Ed

ucação. O

curso a

briu

vaga

s pa

ra 1

40

alu

nos, m

as

hou

ve um

acréscimo d

e inscritos: 220. O

u-

tra vez ficou d

ifícil para a coord

enação, qu

een

tend

e que qu

alquer form

a de seleção n

un

-ca é ju

sta 100%. P

ortanto, vão ban

car os80 alu

nos.

Está claro qu

e, se a secretaria não au

men

-tar o n

úm

ero de bolsistas, algun

s nú

cleos po-derão fech

ar, pois a comu

nidade qu

e procura

o projeto é de baixa renda.

* Meados de 2006. O

prefeito Dario B

erger elaboralei crian

do um

grupo execu

tivo, com represen

tantes

de órgãos mu

nicipais, coorden

ados pelo Ipuf, para en

-ca

min

ha

r o

Pla

no

Diretor

Pa

rticipa

tivo d

eF

lorianópolis, con

forme o E

statuto da C

idade.* A

primeira A

udiência Pública (2 de agosto de 2006)

convocada pelo Ipu

f, no T

AC

, cria o Nú

cleo Gestor M

u-

nicipal (N

GM

) para coordenar o processo n

a cidade(com

posto da seguin

te man

eira: 10 representan

tes doE

xecutivo m

un

icipal, 16 representan

tes da sociedadecivil – m

ovimen

tos sociais, sindicatos de trabalh

ado-res, O

NG

s, un

iversidades, Con

segs – e 13 represen-

tantes distritais eleitos por su

as comu

nidades). A

pro-posta de in

clusão dos distritos, discu

tida no C

onselh

oP

opular da P

lanície do C

ampech

e, foi fortalecida e in-

corporada pelos movim

entos sociais da cidade. O

-cleo G

estor Mu

nicipal passa a ser com

posto por 39 re-presen

tantes.

* De agosto a novem

bro de 2006, o Núcleo G

estor de-senvolveu seus trabalhos com

26 mem

bros, sem os re-

presentan

tes distritais.* N

esse período, algumas com

unidades organizadas

começaram

a questionar a demora na realização de au-

diências públicas nos bairros e as tomadas de decisão

sem a presença dos represen

tantes distritais.

* O C

onselh

o Popu

lar da Plan

ície do Cam

peche

(CP

PC

) decidiu participar do processo oficial e form

ouu

ma com

issão para contatar o Ipu

f e solicitar apoiooperacion

al para realizar um

a assembléia n

o bairroem

setemb

ro, pa

ra eleger seu

s represen

tan

tesdistritais. O

Ipuf expôs as dificu

ldades para compor o

cleo Gestor M

un

icipal, ainda provisório, devido às

diferentes con

dições organizativas de cada distrito ou

segmen

to social.* E

m setem

bro, o CP

PC

convoca u

ma assem

bléiacom

un

itária para criar o Nú

cleo Distrital (N

D), ele-

ger seus represen

tantes e en

camin

har seu

s nom

espara o N

úcleo G

estor Mu

nicipal. A

assembléia com

u-

nitária acon

teceu em

23 de setembro de 2006, n

a Es-

cola Mu

nicipal B

rigadeiro Edu

ardo Gom

es.* A

assembléia deliberou

pela formação do N

úcleo

Distrital da P

lanície do C

ampech

e, a partir do CP

PC

,qu

e já agregava entidades, associações, pessoas,

subn

úcleos, con

selhos, e elegeu

seus represen

tantes,

um

titular e três su

plentes: Jan

ice Tirelli (C

ampech

e),F

ernan

do Carden

al (Morro das P

edras), Ataíde S

ilva(C

ampech

e) e Valter C

hagas (R

io Tavares) com

o por-ta-vozes da P

lanície n

o Nú

cleo Gestor, orien

tados pe-las defin

ições coletivas retiradas nas reu

niões/assem

-bléias popu

lares (que é a in

stância de deliberação das

decisões dos bairros).* O

s representan

tes da Plan

ície compareceram

àreu

nião do N

GM

, em 5 de ou

tubro, e en

tregaram u

mofício apresen

tando a represen

tação da região, jun

ta-m

ente com

a ata e a lista de presença da assem

bléiacom

un

itária realizada, solicitando participar da reu

-n

ião. Na ocasião, m

embros do N

GM

question

aram a

representação eleita n

um

a assembléia com

un

itária ea su

a representatividade por n

ão ter caráter de audi-

ência pú

blica, mas perm

itiram a presen

ça dos nossos

representan

tes, sem direito a voz.

* O C

PP

C, diante da dem

ora da participação dos dis-tritos no N

GM

, iniciou uma articulação para pressionar

a formação com

pleta do Núcleo G

estor jun

to aos movi-

mentos sociais e populares com

representação no Nú-

cleo Gestor M

unicipal.* U

ma reunião do C

PP

C, em

30 de outubro, ondeestiveram

presentes mem

bros da Ufeco, do F

órum da

Cidade, do F

órum do M

aciço, redigiu um docum

ento aoN

GM

cobrando com veem

ência a realização de audiên-cias públicas para a form

ação dos núcleos distritais e aeleição dos seus representantes. Todos assinaram

o do-cum

ento, que foi protocolado no Ipuf.* E

m 8 de n

ovembro, é divu

lgado calendário do Nú-

cleo Gestor M

un

icipal para a realizar audiên

cias pú-

blicas no período de 23/11/2006 a 14/11/2006.

* A p

rimeira

au

diên

cia foi a

da

Pla

nície d

oC

ampech

e, na S

AC

, convocada com

recursos basica-

men

te do movim

ento com

un

itário: carro de som, ch

a-m

adas e entrevistas n

a Rádio C

ampech

e, cartazetesem

estabelecimen

tos comerciais, pan

fletos nos term

i-n

ais. Apesar da dificu

ldade, estiveram presen

tes cer-ca de 250 m

oradores, que legitim

aram a escolh

a dosrepresen

tantes eleitos n

a assembléia com

un

itária emsetem

bro.* E

m 18 de dezem

bro de 2006, foi realizada a últi-

ma reu

nião do an

o do Nú

cleo Gestor M

un

icipal, compresen

ça dos 13 representan

tes distritais eleitos nas

audiên

cias públicas de cada região.

* Em

18 de janeiro de 2007, o N

GM

retomou

suas

atividades e, desde então, está con

centrado n

a defini-

ção desse processo participativo dos distritos.* E

m 22 d

e janeiro d

e 2007, o Nú

cleo Distrital

da P

lanície d

o Cam

pech

e reinicia su

as atividad

ese com

eça a se prep

arar para p

ropor u

ma form

a de

particip

ação, fazer um

levantam

ento d

e inform

a-ções atu

alizadas e en

volver a comu

nid

ade n

a dis-

cussão. D

ecidiu

-se pela realização d

o II Sem

iná-

rio Com

un

itário em

ma

rço, com o ob

jetivo de

reavaliar as diretri-

zes de p

lanejam

ento

que serviram

de basep

ara o Plan

o Com

u-

nitário elaborad

o em2

00

0

na

s oficin

as

itineran

tes de p

lane-

jamen

to na P

lanície.

O processo con

duzido

pelo

Mov

imen

toC

am

pech

e Qu

alid

a-

de d

e Vid

a, a partir

da

s dem

an

da

s do I

Sem

inário, foi en

tre-gu

e à Câm

ara de V

e-rea

dores

como

sub

stitutiv

o ao d

oIp

uf, en

tregu

e emm

arço de 1999.

Por q

ue o

Bar d

o C

hico

seria

mais a

gre

ssivoque o

utra

s edifica

ções m

ais im

pacta

nte

s e d

e u

sore

strito n

a Ilh

a d

e S

anta

Cata

rina?

Aco

mp

an

he

o cro

no

gra

ma

do

PD

P

Page 4: Fala 20

FA

LA C

AM

PEC

HE - M

AR

ÇO/2007

FA

LA C

AM

PEC

HE - M

AR

ÇO/2007

Pain

el d

a d

eva

staç

ão

Com

o parte dos movim

entos sociais da P

lanície do

Cam

peche, o C

onseg da P

lanície vem

atuan

do com o ob-

jetivo de fortalecer a seguran

ça pública com

o um

direitodo cidadão e obrigação do E

stado. Os in

dicadores de vio-lên

cia urban

a que assu

stam a popu

lação também

preo-cu

pam os m

oradores daqui. E

isso não é de h

oje.O

corrência

s rela

ciona

da

s a

fu

rtos e

roub

os,residen

ciais e comerciais, n

ão se desenvolvem

isolada-m

ente. É

claro que a segu

rança patrim

onial é im

portan-

te, mas ou

tros delitos também

nos preocu

pam, com

o aviolên

cia doméstica e a violên

cia ambien

tal. Sem

falarn

a violência da gran

de desigualdade social qu

e assola opaís.D

ois aspectos estão relacionados às atividades do

Con

seg da Plan

ície do Cam

peche: por u

m lado, n

os mobi-

lizamos a fim

de cham

ar os moradores e m

oradoras àparticipação, com

o ún

ica forma eficaz de tirar das gave-

tas as boas inten

ções e transform

ar as teorias em políti-

cas públicas de segu

rança, en

volvendo os diferen

tes seg-m

entos respon

sáveis pelo assun

to, fortalecendo aí os as-

pectos preventivos. C

omo se sabe, o m

ais difícil é a atua-

ção solidária que m

otive a constru

ção de um

a outra soci-

edade, em qu

e não prevaleça o in

dividualism

o como prá-

tica, desde o interior da própria casa, para abrir u

ma

perspectiva melh

or aos nossos joven

s.A

s ações mais em

ergenciais são tam

bém im

portantís-

simas: o policiam

ento com

un

itário, como con

ceito e como

prática, em cada bairro; a in

vestigação efetiva dos casos;o tratam

ento científico das informações, para serem

úteiscom

o dados de orientação às ações; respostas im

ediatas esegu

ras às deman

das da população; o en

trosamen

to en-

Conselho C

omunitário de Segurança

49

tre as polícias militar, civil e federal, in

cluin

dotam

bém a polícia am

biental, visto qu

e todas elasatu

am m

uitas vezes desarticu

ladamen

te, combaixo aproveitam

ento das ações preven

tivas eou

tras.P

ara que todos esses aspectos sejam

contem

-plados, é de su

ma im

portância a elaboração e a

execução de u

m P

lano M

un

icipal de Segu

rança

blica para Florian

ópolis. A atu

ação do coman

-do da 3ª C

ia. do 4o B

atalhão da P

M tem

repre-sen

tado um

ponto positivo, já qu

e vem estabele-

cendo u

ma relação de diálogo e respeito com

oC

onseg, entendendo o controle popular como um

acon

dição fun

damen

tal à participação democráti-

ca da sociedade. Esperam

os que o n

ovo coman

dodo 4

a Batalh

ão da PM

e o novo delegado-ch

efe daP

olícia Civil tam

bém com

un

guem

com os objeti-

vos comu

nitários.

Novid

ad

es d

a P

lan

ícieA

nova sed

e da 3

a Cia. d

a PM

contin

ua n

a av.P

equen

o Prín

cipe, agora vizinh

a da panifi-

cadora Bem

Vin

do, nu

m im

óvel bem m

aisam

plo, com m

elhores con

dições de trabalho

e um

a sala projetada para a participação dacom

un

idade nos projetos e pesqu

isas comu

-n

itárias.E

stá para ser estabelecido um

convên

io entre

os órgãos pertin

entes d

o Estad

o que per-m

itirá expandir a respon

sabilidade da PM

em fiscalizar e au

tuar irregu

laridades emobras. E

ssa é um

a medida tam

bém im

por-

tante, reivin

dicada há m

uito pela com

un

idadee im

prescindível para F

lorianópolis, con

heci-

da pelo seu frágil ecossistem

a, não raro ataca-

do pelas ações destruidoras de especu

laçõesim

obiliárias.O

Plan

o Diretor d

e Florian

ópolis, fin

almen

te,poderá ser participativo, se depen

der dos re-presentantes distritais que fazem

parte do Nú-

cleo Gestor. O

Con

seg é favorável à posição de-fen

dida pelos representan

tes da Plan

ície doC

ampech

e no N

úcleo G

estor, de que a base das

decisões é a comu

nidade. C

omo já en

camin

ha-

do pelo Con

selho P

opular da P

lanície, as au

di-ên

cias pú

blicas deverão ser am

plam

ente

divulgadas e d

ecisórias, ou seja, n

ão deverãoser m

eramen

te opinativas. O

s Con

segs tam-

bém estão represen

tados no N

úcleo G

estor eatu

arão coerentem

ente com

cada um

a de suas

comu

nidades represen

tadas. O assu

nto segu

-ran

ça pública certam

ente será u

m dos tem

asm

ais recorrentes.

Será iniciado neste sem

estre um p

rograma n

a rá-d

io co

mu

nitá

ria C

am

pech

e (FM

104.9),abordan

do assun

tos relacionados à cidadan

ia,à segurança pública e tem

as correlatos. Aguar-

de e participe. O com

ando da P

M e represen

-tan

tes do Con

seg, além de m

embros da rádio,

serão os responsáveis.

As reu

niões ord

inárias do C

onseg serão retom

a-das agora em

março e em

breve serão divulga-

dos o calendário e os locais. P

rocure se in

for-m

ar na sede da 3

a Cia e pelos avisos qu

e serãoafixados n

o comércio local e divu

lgados pelarádio com

un

itária.

Abastecim

ento da Costa Leste-Sul

O abastecim

ento da C

osta Leste-S

ul an

tes de 2000era feito através de poços artesian

os da Casan

localiza-dos n

a região arenosa en

tre dun

as, restingas e terraços

da Plan

ície do Cam

peche. A

s águas das ch

uvas qu

e caemn

o solo arenoso da zon

a costeira formam

um

grande lago

subterrân

eo, útil ao abastecim

ento pú

blico da zona cos-

teira. A águ

a vinh

a dolen

çol freá

tico -

aqüífero C

ampech

e –,sistem

a que in

terliga-va 15 poços em

anel e

que abastecia 42 m

ilh

abitantes até 2000

(24

d

e n

ovemb

ro),qu

ando a C

asan con

s-truiu e inaugurou a E

s-tação T

ratamen

to deÁ

gua de A

bastecimen

-to (E

TA

) da Lagoa do

Peri. A

obra teve um

custo de U

S$ 11,3 m

i-lh

ões (finan

ciados peloB

anco M

un

dial e Cai-

xa Econôm

ica Federal)

para aten

der 81 m

ilm

oradores d

a regiãoL

este e Su

l da Ilh

a:C

ampech

e, Arm

ação,P

ântan

o do Su

l, Rio Tavares, F

azenda do R

io Tavares,Tapera, M

orro das Pedras, A

reias, Lagoa da C

onceição,

Praia da Joaqu

ina, A

lto Ribeirão, C

aieira, Ribeirão da

Ilha, C

osteira do Ribeirão, praia M

ole, Barra da L

agoa.

A La

goa

do P

eri

A L

agoa do Peri foi legalm

ente protegida como

Parqu

e Mu

nicipal em

1981 (Lei M

un

icipal n°

1.828). Essa lagoa costeira de água doce dista m

e-n

os de 300 metros do m

ar em algu

ns lu

gares. Su

aform

açã

o é re-cen

te e resulta

da deposição desedim

entos m

a-rin

hos e eólicos

duran

te os avan-

ços e recuos do

mar, n

os últim

os6

mil a

nos. A

sareias form

aramcordões arenosose isolaram

um

ab

acia

côn

cava

qu

e foi

send

opreenchida pelaschuvas, riachos eágu

as subterrâ-

neas do en

torno.

O corpo d’águ

a,quando cheio, ex-travasa pelo ca-n

al

san

-gra

dou

ro, q

ue

desemboca 3 qu

ilômetros abaixo, en

tre a Praia

da Arm

ação e a do Matadeiro.

Este can

al era cheio de m

eandros (alças) qu

e

reduziam

o impacto das m

arés e ensopavam

a re-gião, facilitando a entrada dos peixes m

arinhos quem

igravam para desovar ou

se desenvolver n

a la-goa. E

m 1974, o D

NO

S retilin

izou o can

al, permi-

tindo u

m rápido escoam

ento das águ

as, que redu

-ziu

o nível da lagoa, afetou

a migração dos peixes e

dimin

uiu

mom

entan

eamen

te os alagamen

tos (que

se agravaram com

a ocupação das m

argens do san

-gra-dou

ro e o lançam

ento de resídu

os e esgotos no

seu leito).O

desm

ata

men

to e a con

tam

ina

ção d

osm

anan

-ciais de abastecimen

to da lagoa refleti-rão n

egativamen

te na qu

alidade da água do cor-

po receptor. Além

disso, o conju

nto form

ado pe-las areias, len

çol freático e restinga form

a um

abarreira n

atural qu

e impede a in

vasão das águas

marin

has ou

intru

são salina den

tro da lagoa. Em

2006, com o au

men

to da população, o u

so inten

-so das águ

as, somou

-se a estiagem e o can

al se-cou

. As águ

as que por ali circu

lavam eram

esgo-tos das residên

cias locais e um

forte mau

chei-

ro. É possível qu

e um

nível m

uito baixo da la-

goa permita a en

trada de águas m

arinh

as paraocu

parem os espaços das águ

as doces explora-das.P

or isso, é ma

is van

tajoso u

sar o len

çolfreá

tico: a á

gua

é filtrad

a e n

ão p

recisa d

eflocu

lantes. Já as desvan

tagens do u

so da La-

goa do Peri se devem

às mu

itas algas e partícu-

las, à dificuldade em

filtrar, além da n

ecessida-de de se u

tilizar grande qu

antidade de su

lfatode alu

mín

io e cloro.

ral

e socia

l d

o b

airro,

com

conseq

üên

cias

imprevisíveis na qualidade de vida da com

unidade;2. R

ejeitar, particularm

ente, a proposta de sis-

tema viário, in

compatível com

o ecossistema e o

modelo de vida do bairro;3. E

xigir a elaboração de um

novo P

lano D

ire-tor, qu

e leve em con

sideração as decisões do I Se-

min

ário

Com

un

itário

de

Pla

neja

men

to d

oC

ampech

e.

Pro

po

stas

A diversidade é um

a virtude do sistema viário de

um bairro. E

le deve fluir, integrar, manter passa-

gens e ruas históricas, priorizar o transporte coleti-vo e proteger o pedestre. E

ssa capilaridade é funda-m

ental porque proporciona a integração e a vivênciacom

unitária. O conceito de vias rápidas, com

o o ne-fasto projeto da V

ia Parque, prom

ove a destruiçãoam

biental, o isolamento, a insegurança e o estím

uloà ocupação da orla m

arítima.

A C

omissão propõe:

� Q

ue seja feito o aproveitam

ento dos traçados

viários já existentes, com

a adequação dos trech

oscríticos. É

fun

damen

tal a elaboração de um

estudo

técnico detalh

ado e criterioso sobre a necessidade

de alargamen

to e/ou m

odificação de ruas, com

aperspectiva de am

pliação e priorização do serviçode tran

sporte coletivo, mesm

o implican

do algum

asdesapropriações;

� P

rojetar o sistema viário de form

a a priorizara im

plantação de term

inais de in

tegração para in-

centivar o tran

sporte coletivo;�

Plan

ejar o sistema viário do C

ampech

e com o

conceito de vias de in

tegração e não de isolam

ento;

� C

riar mecan

ismos eficazes para a proteção

das áreas de domín

io no sistem

a viário, paradirecion

ar e facilitar o crescimen

to futu

ro;�

Avaliar a necessidade de novos traçados viários

somente após o estudo da capacidade das vias atu-

ais, depois de melhoradas e adequadas com

acosta-m

entos, calçadas e ciclovias;�

Articu

lar todo o planejam

ento de sistem

a viá-rio a u

ma perspectiva popu

lacional qu

e não agrida

ou com

prometa a qu

alidade de vida do bairro, re-jeitan

do qualqu

er víncu

lo com a projeção de 450

mil h

abitantes;

� A

dotar a legislação ambiental com

o diretriz parao planejam

ento do sistema viário. O

conceito de Via

Parqu

e, além de destru

ir o meio am

biente e o

ecossistema, separa a orla m

arítima da vida interior

do bairro, onde mantém

-se preservado um m

odeloresidencial horizontal e de qualidade;

� D

efinir e con

solidar os acessos à orla maríti-

ma, garan

tindo a preservação dos cam

inh

os histó-

ricos e projetando os n

ecessários, para facilitar eh

armon

izar a integração en

tre a comu

nidade e o

mar;�

Plan

ejar a criação de bolsões de estaciona-

men

to que aten

dam o flu

xo de veículos n

a áreabaln

eária, respeitando a legislação am

biental e ob-

servando u

m distan

ciamen

to que perm

ita o acessoà praia apen

as para pedestres. Os recu

rsos arreca-dados com

o uso das áreas de estacion

amen

to de-vem

compor u

m fu

ndo para a preservação ecológi-

ca do Cam

peche;

� P

lanejar a im

plantação de u

ma m

alha de

ciclovias no bairro, de forma que seja perm

itida, tam-

bém, um

a conexão interbairros;�

Estabelecer o sistem

a de calçamento com

o cri-

tério para a p

avimen

tação de ru

as, e não o

asfaltamen

to, evitando a im

permea-bilização do

solo e o comprom

etimen

to do lençól freático da

região;�

Estudar a integração do sistem

a viário comum

tratamento paisagístico que leve em

conside-ração propostas já existentes de transform

ação doC

ampeche em

“Bairro Jardim

”;�

Adequar os equipam

entos urbanos de trans-porte coletivo (pon

tos de ônibu

s) às condições do

clima e à paisagem

natu

ral do bairro, para que

protejam o u

suário e sejam

harm

ônicos com

a na-

tureza;�

Garan

tir a proteção dos sítios arqueológicos

no plan

ejamen

to do sistema viário.

� P

riorizar a implan

tação de passeios e calça-das, com

tratamen

to paisagístico adequado, con

-siderando a característica balneária do C

ampeche

e a necessidade de garan

tir a integração com

un

i-tária;

� Im

plantar m

elhorias n

o sistema viário

concom

itantem

ente às estru

turas dos serviços de

água, san

eamen

to e galerias pluviais, para evi-

tar a necessidade de m

utilação do sistem

a no fu

-tu

ro;� R

espeitar as decisões da comunidade na ela-

boração do projeto de sistema viário, adequando-

as às formulações técnicas, já que o sistem

a é fun-dam

ental na determinação do m

odelo de cresci-m

ento do bairro.

Com

issão d

e Sa

nea

men

to B

ásico

O P

lanejam

ento do C

ampech

e deve contem

-plar com

o pré-requisito as qu

estões referentes à

água, esgoto e dren

agem. P

ara ocupação do espa-

ço, deve ser considerada a questão do ecossistema

no que se refere aos lençóis freáticos, mar, córregos

e lagoas, conforme os preceitos da A

genda 21, Cap.

18, sobre Proteção da Q

ualidade e do A

basteci-m

ento dos R

ecursos H

ídricos.

Pro

po

stas

� Q

ue a Casan leve em

consideração no plane-jam

ento do sistema de tratam

ento de esgotos doS

ul da Ilha as sugestões da comunidade em

umtrabalho conjunto neste m

omento inicial do proje-

to;�

Qu

e o Ipuf, a C

asan, a F

atma, a F

loram e a

Vigilân

cia San

itária Mu

nicipal in

tegrem u

m C

o-m

itê formado por represen

tantes da com

un

ida-de, com

o objetivo de procurar solu

ções compatí-

veis com as con

dições natu

rais da região no qu

ediz respeito às qu

estões hidrossan

itárias;�

Q

ue

se b

usq

uem

p

arceria

s p

ara

a

implem

entação de altern

ativas de tratamen

to doesgoto dom

éstico nas áreas m

ais críticas - inicial-

men

te lençol freático alto e excesso de con

stru-

ções - dentre as várias possibilidades já existen

-tes, a exem

plo dos modelos qu

e foram apresen

ta-dos du

rante o S

emin

ário pelo grupo, com

o o Sis-

tema de R

aízes, entre ou

tros;�

Que se avalie a possibilidade do uso da área

do cone de aproximação do aeroporto com

o localpara a instalação de um

sistema de tratam

ento deesgotos para a região;

� Q

ue o Ipu

f apóie a constitu

ição do Com

itêda B

acia Hidrográfica da região, con

forme a L

eiF

ederal n° 9.433/97, qu

e institu

i a Política N

aci-

onal de R

ecursos H

ídricos, e dele participe com vis-

tas a definir as qu

estões relativas ao tema, em

con-

jun

to com os dem

ais participantes, qu

ando da ela-

boração do Plan

ejamen

to.�

Qu

e se busqu

e, através da Câm

ara de Verea-

dores e Execu

tivo Mu

nicipal, a criação de u

ma le-

gislação que determ

ine a obrigatoriedade da in

sta-lação de sistem

as de tratamen

to de esgotos compa-

tíveis com as con

dições natu

rais da região como

condicion

ante para a liberação de loteam

entos;

� Q

ue, também

através da Câm

ara e do Executi-

vo, se busque a aprovação de legislação adequada queproíba a execução de qualquer em

preendimento que

venha a se contrapor ao Plano D

iretor de consensoda com

unidade;�

Que se garanta o m

onitoramento e a fiscaliza-

ção dos sistemas a serem

implantados;

� Q

ue se garan

ta o respeito à Lei 7.661/88, A

rt.10, qu

e assegura o livre e fran

co acesso das pesso-as ao m

ar;�

Qu

e a densidade popu

lacional projetada obe-

deça os limites estabelecidos por estu

dos técnicos,

dentro das possibilidades de sustentação ambiental.

Com

issão d

o Esp

aço

blico

Entendeu-se que o espaço público não é só a con-

figuração física, m

as o acesso da população a de-

termin

ados equipam

entos pú

blicos como:

� A

s áreas de preservação ambien

tal;�

Os espaços con

stituídos h

istoricamen

tepelo u

so da população;

� O

acesso a equipamentos de uso coletivo de

saúde, educação, transporte, lazer e cultu-ra.

Pro

po

stas

� A

preservação de toda a extensão da orla

marítim

a, que se com

põe de dun

as e restingas,

como form

a de garantir o livre acesso da com

u-

nidade a esses ecossistem

as;�

A preservação das áreas qu

e compõem

aL

agoa da Ch

ica, em form

a de parques qu

e per-m

itam à com

un

idade espaço de lazer e de man

i-festações cu

lturais;

� A

transform

ação da região d

o Morro d

oL

ampião em

um

parque com

trilhas ecológicas,

para garantir a su

a preservação, regulam

entan

-do a su

a utilização n

o sentido de evitar depre-

dação e desmatam

ento;

� A

preservação da área do antigo cam

po deaviação, pelo seu

valor histórico e cu

ltural, com

oárea de lazer pú

blico, sem cortes pelo sistem

aviário;

� A

criação de um

espaço cultu

ral no casarão

(inten

dência), qu

e, jun

to com a escola e o cam

po,con

stituirá u

m am

plo espaço destinado ao lazer,

à cultu

ra e ao esporte, podendo abrigar, ain

da,u

ma biblioteca, u

m m

useu

da aviação, da histó-

ria do C

amp

eche, en

tre outros equ

ipam

entos

públicos;�

O in

centivo a atividades de ecotu

rismo para

as á

reas d

e pa

rqu

e, integ

ran

do a

Ilha

do

Cam

peche, h

oje ameaçada de privatização;

� A

definição e exigência do cumprim

ento da le-gislação pelos loteadores, para que equipem

as áre-as loteadas com

espaços para uso público.

O con

trole pop

ula

r é cond

ição fu

nd

am

enta

l à p

articip

açã

o dem

ocrática

da

socieda

de

Alternativas

de P

lan

ejam

ento d

o Ca

mpech

e

O ca

rtum

de C

anin

i, publica

do n

o livro

Hum

or V

erd

e, d

ispensa

exp

licaçõ

es

Page 5: Fala 20

FA

LA C

AM

PEC

HE - M

AR

ÇO/2007

FA

LA C

AM

PEC

HE - M

AR

ÇO/2007

Pain

el d

a d

eva

staç

ão

Diretrizes e Propostas

Prom

ovido democraticam

ente pela comunidade em

outubro de 1997, o I Sem

inário Com

unitário de Plane-

jamen

to da P

lanície d

o Cam

pech

e (Rio T

avares,C

arianos, Tapera, Cam

peche e Morro das P

edras) re-sultou na form

ulação de diretrizes e propostas de tra-balho de quatro com

issões temáticas, com

ampla e efe-

tiva participação:

� C

omissão de R

ecursos N

aturais e

Zon

eamen

to Urban

o�

Com

issão de Sistem

a Viário

� C

omissão de S

aneam

ento B

ásico�

Com

issão de Espaço P

úblico

Os estu

dos da legislação que regu

lamen

ta o uso do

solo e proteção ambien

tal,a an

álise do potencial dos

recursos e atribu

tos natu

-rais e cu

lturais e a área de

abrangên

cia do Plan

o ser-viram

para classificar os re-cursos de interesse com

um,

cujas fu

nções são vitais

para a população da região.B

uscou-se estabelecer dire-trizes para um

zoneamento

urban

o compatível com

asu

stentabilid

ade local e

com as áreas de preserva-

ção.

Com

issão d

eR

ecu

rsos N

atu

rais,

Cu

ltura

is, Histó

rico,

Arq

ueoló

gico

eZ

on

ea

men

to U

rba

no

Com

área aproximada de 55 km

2, a cham

ada pla-n

ície arenosa do C

ampech

e envolve as segu

intes co-

mu

nidades do S

ul da Ilh

a de San

ta Catarin

a: Tapera,A

lto Ribeirão, A

eroporto, Carian

os, Ressacada, P

ortoda L

agoa da Conceição, R

io Tavares, Cam

peche e Mor-

ro das Pedras. N

esse domín

io, existem recu

rsos natu

-rais e cu

lturais qu

e é preciso preservar.

Recu

rsos natu

rais híd

ricos: Lagoas P

equen

a,d

a Ch

ica, do P

eri e Lagu

na d

a Con

ceição; nascen

tes erios: T

avares, Noca, R

afael e pequen

os ribeirões que

afloram n

a Mata A

tlântica d

o Maciço d

o Piraju

baé(A

PP

) e desem

bocam perto d

a área de exploração d

eped

ras (Ped

rita), na plan

ície litorânea d

o Cam

peche;

lençol su

bterrâneo d

a planície litorân

ea, cujas águ

asabastecem

toda a região d

a Costa L

este e Su

l da Ilh

a(com

exceção d

a A

rma

ção e P

ân

tan

o do S

ul);

Man

guezal d

o Rio T

avares e da T

apera (limites n

abaía S

ul, en

tre o Rio T

avares, Aeroporto, N

orte da

Tapera e R

ibeirão da Ilh

a); Praias d

a Joaqu

ina,

Cam

peche, M

orro das P

edras e T

apera.

Recu

rsos natu

rais do solo: S

olo arenoso frágil,

incon

solidad

o e acum

ulad

or de águ

a; Du

nas com

restingas e áreas alagadas (lagoas Pequena e da C

hica);M

orros do L

ampião, C

osteira (Ped

rita), das P

edras e

da T

apera.

Recu

rsos natu

rais vegetais: Man

guezal d

o Rio

Tavares e d

a Tapera; restin

gas e vegetação de plan

í-cie; M

ata Atlân

tica.

Recu

rsos cultu

rais, históricos e arq

ueo-

lógicos: An

tigo campo d

e pouso d

a compan

hia

postal francesa; hangar (Centro C

omunitário); tri-

lha

s na

tura

is; Ilha

do C

am

pech

e (inscrições

rupestres); sítios arqu

eológicos (Lagoa P

equen

a,J

oaquin

a e Rio T

avares); Igrejinh

a.

Pro

po

stas

� Z

oneam

ento U

rban

oA

lém da preservação dos recu

rsos elencados,

a Com

issão propõe que equ

ipamen

tos urban

oscom

o ruas, aven

idas, servidões, acessos às prai-as, o A

eroporto Hercílio L

uz e as atividades com

oa m

aricultu

ra, a pesca, a apicultu

ra, a agricultu

-

ra e a pequen

a pecuária qu

e ocorrem n

a área daP

lanície devem

ser considerados n

o zoneam

ento

urban

o. Algu

ns, por su

as características vitais ecu

lturais, devem

ser preservados. Ou

tros, como

acessos, ruas, servidões, devem

ser melh

orados.A

s agressões ambien

tais praticadas, como as em

andam

ento n

a região, devem ser corrigidas e coi-

bidas.É

prioritária a preservação da permeabilidade

do solo para a man

uten

ção dos lençóis freáticos,

que têm

fun

ções vitais na qu

alidade de vida e no

desenvolvim

ento econ

ômico da região. P

or essem

otivo, e em fu

nção da fragilidade da estru

tura

geológica desta planície qu

aternária, rejeitou

-sea con

strução de su

pervias expressas, do autódro-

mo

e d

e gra

nd

es ed

ificações.

Esses

megaequ

ipamen

tos, além da im

permeabilização

do solo, impediriam

a recarga do aqüífero de abas-tecim

ento pú

blico e provocaria a conseqü

ente es-

cassez de água.

Defin

iu-se,

ain

da

, p

ela

proib

ição

do

aterramento de brejos, de dunas e de areias, além

da preservação das lagoas, como form

a de asse-gu

rar reservas de água para u

m abastecim

ento

de qualidade para os h

abitantes atu

ais e futu

ros.E

stabeleceu-se como prioridade, tam

bém, a cons-

trução de rede de esgotos e de um sistem

a para otratam

ento da carga de efluentes gerada na planí-cie.C

onsiderou da mesm

a forma, com

o fundamen-

tal, a realização de estudos técn

icos rigorosos so-bre o poten

cial dos recursos h

ídricos, seus u

sosatu

ais e futu

ros, principalm

ente em

relação ao

man

ancial da L

agoa do Peri, cu

jas disponibilida-

des são objeto de avaliações contraditórias.

� P

reservação das p

raiasA

Com

issão sustentou a necessidade da manuten-

ção das praias como áreas de lazer, exigindo-se, para

isso, que sejam preservadas as restingas que susten-

tam o solo arenoso e im

pedem a erosão m

arinha, evi-tando a perda dos cordões de dunas.

Nesse sentido, considera-se inaceitável a contam

i-nação fecal e dom

éstica das praias, pois isso as torna-rá im

próprias ao uso em lazer e turism

o, e em ativida-

des de geração de renda como a pesca e a m

aricultura.S

olicitou o em

penh

o na fiscalização perm

anen

-te para im

pedir as constru

ções sobre dun

as e ou-

tras áreas de mari-

nh

a. A recu

peraçãod

as

área

sagredidas, atravésde m

edidas legais,é essen

cial p

ara

norm

atizar uso do

solo.

� P

reservação do

Ma

ng

ue

zal

do

Rio T

avares e da

Tap

eraQ

uan

to à recu-

peração e a preser-vação do M

anguezaldo R

io Tavares e daT

apera, considera-se qu

e sejam im

-prescindíveis para am

anutenção da ati-vidade pesqueira na região (econôm

ica e de susten-to), além

de fundamentais para a m

anutenção do ci-clo de vida nos m

anguezais, responsáveis, em grande

parte, pela perenidade da cadeia biológica marinha

na região costeira.P

ropõe-se, também

, a alocação de estação de tra-tam

ento de efluentes na área de domínio do aero-

porto, localizada entre o Manguezal do R

io Tavarese a atual estrada-geral C

ampeche-A

rmação, em

pon-to próxim

o à via de acesso à Tapera. Sua localização

é estratégica, pois tem a vantagem

de ficar situadaem

área ainda desocupada, impedindo a ocupação

do manguezal e evitando desapropriações futuras.

Essas m

edidas são de caráter urgentíssimo, para

que se possa evitar o com

prometim

ento do len

çolfreático do C

ampech

e por contam

inação, ao m

es-m

o tempo qu

e se impedirá a ocu

pação da área esti-m

ulada pelo efeito in

dutor qu

e exercerá a ligaçãoasfáltica com

a Tapera, em fase de con

clusão.

Propõe-se, ainda, que a área da cachoeira do R

ioT

avares, pertencen

te à Casan

, seja destinada à

preservação como área verde de lazer (AV

L) ou área

pública destin

ada a atividades comu

nitárias.

Com

issão d

e Siste

ma

Viá

rioA

pós analisar o Projeto de P

lano Diretor do Ipuf,

em especial o sistem

a viário, a Com

issão conside-

rou:1. O

conceito de um m

egaCam

peche, com 450 m

ilhabitantes, é irreal e ao m

esmo tem

po catastrófico.A

proposta do Ipuf é inconstitucional, fere as legis-lações am

bientais e estimula o desequilíbrio cultu-

FALTA

DE Á

GU

A: U

MA

REALID

AD

ED

esde sua form

ação, o Movim

ento S

.O.S

. Esgo-

to Su

l da Ilha participa ativam

ente dos fóru

ns de

discussões sobre o P

lano D

iretor da Plan

ície En

-trem

ares.A

Ilha de S

anta C

atarina sofre com

a especula-

ção imobiliária, a ocu

pação desordenada e o cresci-

men

to populacion

al. O n

úm

ero de habitan

tes deF

loria-nópolis aumentou nos últim

os 20 anos, apre-sen

tando ín

dices alarman

tes.

Esgoto

trata

do é

saú

de

Qu

ando a qu

estão é saúde pú

blica, o que vem

àcabeça são doen

ças que atin

gem gran

de parcela dapopulação. M

uitos dos problemas de saúde que afe-

tam crian

ças e adultos estão relacion

ados à faltade san

eamen

to básico de um

bairro ou cida-

de. Em

San

ta Catarin

a, apenas 11,2%

dosh

abitantes con

tam com

serviços de coleta etratam

ento de esgoto implantados em

14 mu-

nicípios.

O san

eamen

to básico visa reduzir proble-

mas d

e saúd

e pú

blica e, na P

lanície d

oC

ampech

e, proteger os man

anciais su

bter-rân

eos e superficiais. O

Su

l da Ilha possu

isistem

as individu

ais de tratamen

to por fos-sas sépticas, onde o terreno e o lençol freáticosão o destin

o dos resíduos produ

zidos. Taisfossas n

ão recebem a aten

ção e os cuidados

que evitam

a contam

inação do m

eio.O

Plano D

iretor deve diagnosticar e cadas-trar os serviços e a infra-estrutura de sanea-m

ento básico (abastecimento de água, esgota-

mento sanitário, drenagem

e manejo dos resí-

duos sólidos), como tam

bém avaliar ações de

risco à saúde da população e de impacto da

urbanização, com o propósito de definir diretrizes para

uma política m

unicipal de saneamento am

biental.C

umpre destacar que os P

lanos Diretores con-

duzem as ações sobre as questões urbanas, dentre

elas

a

de

pr

ote

çã

odas m

atas,có

rreg

os,

rios e lago-as, on

de osan

eamen

-to tem

pa-pel fu

nda-

me

nt

al.

Sem

acessoà

s con

di-

ções bá

si-ca

s d

ehabitabilidade,a cidadaniaf

ic

aam

eaçada.R

es

olv

er

esse desa-

fio p

assa

pelos investimentos em

saneamento.

Os fóru

ns de discu

ssões devem con

hecer os pro-

jetos do sistema de esgotos san

itários elaboradospela C

asan para a região. Isso servirá de su

bsídiotécn

ico para que sejam

definidas e desen

volvidasas prin

cipais ações a serem adotadas qu

anto às

questões am

bientais m

ais relevantes, levan

do-se

em con

ta as necessidades da com

un

idade.Três distritos do S

ul da Ilh

a já têm projetos

de esgotos sanitários: Cam

peche, Ribeirão da Ilha

e Pân

tano do S

ul. O

Movim

ento S

.O.S

. Esgoto

Su

l da Ilha está in

tercedendo ju

nto à C

asan para

que priorizem

esses projetos no plan

o de investi-

men

tos da Con

cessionária para o an

o vindou

ro,con

templan

do-os nos program

as e fontes de re-

cursos dispon

íveis.

Ág

ua

trata

da

A águ

a é essencial para a n

ossa sobrevivên-

cia. Apen

as quan

do ela some das torn

eiras é que

se percebe como é in

dispensável, m

esmo para as

atividades mais sim

ples como lavar a lou

ça ou a

roupa. P

ara mu

itos, como os agricu

ltores e pes-cadores, é u

m m

eio de susten

to. A falta de con

sci-ên

cia ambien

tal, porém, está colocan

do esse pre-cioso recu

rso em risco de extin

ção. A polu

ição, odesm

atamen

to eo desperdício sãoalgu

ns dos fato-

res mais visíveis

no B

rasil.S

egundo o Sis-

tema

Ún

ico de

Sa

úd

e (S

US

),7

0%

dos leitos

hospitalares bra-

sileiros são ocu-

pados por porta-dores de doen

çash

ídrica

s. E

mS

anta Catarina, a

Vi

gi

nc

ia

Ep

idem

iológicainform

a que de 15m

il a 17 mil pes-

soas são intern

a-das por an

o comdiarréia, distú

rbio freqüen

te nas doen

ças de con-

tamin

ação hídrica.

Para produzir e continuar gerando crescim

en-to, o h

omem

precisa preservar a água. E

sta é,sem

dúvida, u

ma tarefa vital dos govern

antes,

das empresas e da sociedade n

as próximas déca-

das, e precisa ser feita com seriedade e com

pe-

tência.A

s comu

nidades do S

ul da Ilh

a estão conscien

-tes de qu

e os processos de desenvolvim

ento u

rbano

experimen

tados em F

lorianópolis tiveram

como

conseq

üên

cia o com

prom

etimen

to, às vezes

irreversível, das bases natu

rais e da paisagem, as-

sim com

o a perda de suas iden

tidades cultu

rais.P

ortanto, con

siderando a im

portância da águ

apara a m

anu

tenção do ser h

um

ano e dos seres vi-

vos em geral, ju

stifica-se plenam

ente, n

as discus-

sões do Plan

o Diretor, defin

ir estratégias eficien-

tes que garan

tam a preservação e u

tilização ade-qu

ada dos recursos h

ídricos.

Qu

an

tida

de, q

ua

lida

de,

disp

on

ibilid

ad

eA

Casan

utiliza os recu

rsos hídricosda B

acia Hidrográfica da L

agoa do Peri

para o abastecimen

to de água potável

das populações da C

osta Leste-S

ul da

Ilha de S

anta C

atarina.

O prin

cipal encam

inh

amen

to doM

ovimen

to S.O

.S. E

sgoto Su

l da Ilha

refere-se a um m

aior envolvimento das

comu

nid

ad

es no p

rocesso, à su

am

obilização e maior participação, além

da elaboração conju

nta de u

m projeto

de saneam

ento para a região. M

as den

ada adianta o projeto sem

recursos e

força política para implan

tá-lo. Neces-

sitamos m

otivar e comprom

eter as au-

toridades municipais, estaduais e fede-

rais.Para a proteção am

biental são indis-pensáveis P

lanos Diretores de desenvol-

vimento regional que sejam

obedecidos, de modo a

evitar desastres ecológicos provocados pela especu-lação im

obiliária e turística.A

população precisa estar cien

te de que a pre-

servação ambien

tal da região depende de u

m S

is-tem

a de Coleta e Tratam

ento de E

sgotamen

to Sa-

nitário, de u

m P

lano de O

rdenam

ento do U

so doS

olo e, na su

a ausên

cia, de bons sistem

as individu

-ais.Im

portante lem

brar que, além

dos seus m

ora-dores, F

lorianópolis recebe todos os an

os mu

itosvisitan

tes, que a procu

ram por seu

s predicados.M

as que predicados são esses, se n

ão conta com

um

a infra-estru

tura básica?

A á

gu

a n

ão é

um

bem

infin

ito. U

md

ia, a

cab

aS

egun

do a Organ

izações das Nações U

nidas

(ON

U) de 2006, u

m dos gran

des problemas m

un

di-ais é a falta de gestão dos recu

rsos hídricos: 1,1

milh

ão de habitan

tes no m

un

do não têm

acesso àágu

a potável e 2,4 milh

ões não dispõem

de servi-ços san

itários básicos.P

ara se ter uma idéia do perigo, a hum

anidadetriplicou no últim

o século. Cerca de 3 bilhões de pesso-

as viverão em 2024 em

países em conflito por falta de

água.N

o Brasil, a m

á distribuição do recu

rso faz comqu

e algum

as regiões, em especial os cen

tros urba-

nos e o N

ordeste brasileiro, já sofram com

a polui-

ção e/ou escassez de águ

a. Por isso, cada u

m deve

fazer a sua parte. P

reserve e evite desperdício.

58

Rela

tório fina

l do I S

emin

ário C

omu

nitá

rio

Page 6: Fala 20

FA

LA C

AM

PEC

HE - M

AR

ÇO/2007

FA

LA C

AM

PEC

HE - M

AR

ÇO/2007

Pain

el d

a d

eva

staç

ão

Plano D

iretor: n

ovo

s tempos?

O m

ovimen

to pelo Plan

o Diretor da P

laní-

cie do Cam

peche faz parte da lu

ta por um

Pla-

no Diretor P

articipativo de Florianópolis. N

es-sa com

un

idade se instalaram

as primeiras

trincheiras a inverterem a idéia tradicional de

planejam

ento u

rbano: a de qu

e a sociedadedeve se organ

izar para indicar ao E

stado asdiretrizes qu

e espera ver definidas e aplica-

das pelo poder público do m

un

icípio.A

trajetória das ações coletivas da popula-

ção da Plan

ície do Cam

peche m

ostra que a dú

-vida e descon

fiança da com

un

idade em rela-

ção aos órgãos de planejam

ento u

rbano m

un

i-cipal n

ão foi inven

tada. Foi resu

ltado de um

arela

ção

am

bígu

a,

an

tidem

ocrática

e

imp

ositiva,

sem

ma

rgem

pa

ra

oqu

estionam

ento, com

a convocação da popu

-lação para o plan

ejamen

to público em

que as

definições já estavam

prontas.

O I S

eminário C

omunitário de P

lanejamen-

to do Cam

peche, realizado de 23 a 25 de ou

tu-

bro de 1997, foi um

marco divisor en

tre a co-m

un

idade e o poder público m

un

icipal. A co-

mu

nidade rejeitou

, mais u

ma vez, o P

lano do

Ipuf e decidiu

constru

ir propostas concretas

com an

álises e diagnósticos da região, con

si-deran

do sempre a h

istória, a cultu

ra, o ambi-

ente, os problem

as e necessidades sociais da

região. As diretrizes para o plan

ejamen

to daregião registradas n

o Dossiê C

ampech

e resu-

mem

a forma com

o os cam-pech

anos qu

erema u

rbanização da P

lanície.

Em

oficinas itinerantes de planejamento da

Planície, o M

ovimento C

ampeche Q

ualidade deV

ida condu

ziu u

m processo participativo n

acon

strução de um

plano diretor a partir dasdiretrizes definidas no sem

inário de 97. O pla-

no alternativo foi entregue à C

âmara de V

ere-adores com

o substitutivo ao do Ipuf, em m

arçode 2000.

Passados seis an

os, os planos foram

retira-dos da C

âmara por pressão popu

lar. O P

lano

Diretor en

tra nu

ma ou

tra fase de discussão:

ser definido com

o parte de um

ún

ico Plan

o Di-

retor da cidade. Mu

da também

o relaciona-

men

to entre o Ipu

f e os movim

entos sociais e

comu

nitários com

a aprovação da lei do Esta-

tuto da C

idade e suas exigên

cias.H

oje uma nova conjuntura e a interferência

do Conselho P

opular da Planície do C

ampeche

(CP

PC

, criado em 2006 para unificar entida-

des e movim

entos da Planície) já teve efeitos

nas au

diências pú

blicas para desencadear o

processo participativo na cidade. A conquista

mais im

portante, apoiada pelos demais m

ovi-m

entos sociais de Florianópolis, foi a in

clusão

dos núcleos distritais, entre eles o do Cam

peche,n

o Nú

cleo Gestor M

un

icipal (NG

M) do P

lano

Diretor P

articipativo. Os representantes elei-

tos estão atentos para a defesa das diretrizespara o planejam

ento local.

O P

lan

o d

o Ip

uf

Fu

ndam

enta-se n

a estratégia de criar um

aF

lorianópolis m

etropolitana represen

tativa nacio-

nal e in

ternacion

almen

te.�

Os elem

entos geradores de em

pregos seri-a

m a

s ind

ústria

s da

alta

tecnologia

(pólo

tecnológico), do tu

rismo de elite e de m

assa ocasio-n

al (campo de golfe, cen

tro de conven

ções, centro

ad

min

istrativo

au

tódrom

o in

terna

ciona

l e

aeromóvel).

Pen

sa um

a expansão im

obiliária (ocupação

de 70% do solo, verticalização da orla).

A projeção da popu

lação, em 20 an

os, seriade 390 m

il habitan

tes.

O sistem

a viário, superdim

ension

ado, es-qu

adrinh

a a Plan

ície em bairros isolados por gran

-des V

ias Parqu

e.�

Descon

sidera os moradores do bairro, su

ahistória e sua cultura preexistente, porque não con-serva os espaços h

istoricamen

te consagrados da lo-

calidade.�

Propõe u

ma u

rbanização qu

e anu

la e subs-

titui as características cu

lturais do bairro.

Perm

ite e prevê um

a verticalização vistacom

o uma solução natural para a ocupação até m

es-m

o das áreas de preservação que h

oje estão sendo

ocupadas ilegalm

ente.

Não se apóia em

nen

hu

m estu

do de impacto

ambien

tal, nem

toma com

o base dados sobre a ca-pacidade de abastecim

ento h

ídrico da região.�

Não está articu

lado com n

enh

um

estudo ou

planejam

ento do san

eamen

to básico da região.

O P

lan

o C

om

un

itário

Con

sidera áreas urban

izáveis aquelas lo-

calizadas a 5 metros do n

ível do mar.

Respeita, as leis, as áreas de preserva-

ção perman

ente (A

PP

) ao longo da orla m

aríti-m

a, dun

as, restingas, m

angu

ezais, entorn

o dosrios, lagoas e rem

anescen

tes da flora e faun

aatlân

tica, morros.

Estabelece com

o áreas de preservação comuso lim

itado (AP

L) ou preservação cultural (A

PC

)a M

ata Atlân

tica reman

escente n

as áreas acima

de 5 metros, as fron

teiras entre as A

PP

s e a urba-

nização e os ben

s simbólicos da cu

ltura local (pes-

ca artesanal, ren

das, pontos de en

contro e costu

-m

es). Som

ente 10%

do solo pode ser utilizado.

Nas áreas con

sagradas ao lazer comu

ni-

tário ou Á

re-as V

erdes deL

azer (AV

L),

aloca

equ

i-p

am

en

tos

urb

an

os e

infra

-estru-

tura de apoio

turístico

esocioeconôm

ico,com

o ca

m-

pos d

e fute-

bol, voleibol,sk

ate, capo-

eira,

surf

(preservaçãod

os p

ontos

de encon

tro),piscin

a olím-

pica

, m

u-

seus, áreas m

istas comerciais, in

stitucion

ais ecu

lturais.

Propõe um

planejamen-

to para um

a população lim

itede 100 m

il habitan

tes (cinco

vezes a atual), con

siderando a

disponibilidade de águ

a paraabastecim

ento fu

turo.

Propõe um

sistema viá-

rio melhorando o traçado exis-

tente, com adequações nos tre-

chos críticos, alargamentos das

vias existentes aprovados em lei.

Prevê que as m

odifica-ções e os arruam

entos necessá-rios e possíveis terão que serdiscutidos e decididos conjuntam

ente: moradores

e o poder público de planejamento em

rodadas denegociação.�

O m

apa global da Plan

ície foi dividido dem

aneira idên

tica ao do Ipuf, a fim

de que os

A partir da S

egun

da Con

ferência da

Cidade (realizada em

2005), orienta-

da

pelo E

statu

to da

Cid

ad

e (Lei

10.257/2001), os Plan

os Diretores M

u-

nicipais terão qu

e ser revistos ou ela-

borados de forma in

tegrada e com par-

ticipação popular.

Em

Florian

ópolis, serão revistos o

Plan

o Diretor do D

istrito Sede, elabo-

rado em 1997 para a área cen

tral do

mu

nicípio, e o P

lano D

iretor dos Bal-

neários, de 1985. C

om a proposta de

planos in

tegrados, cada distrito, por-

tanto, irá elaborar as diretrizes para o

planejam

ento da su

a região, que serão

parte do plano diretor m

un

icipal.

Esse será um

processo complexo, que

precisa ser mu

ito bem con

duzido, para

evitar que as partes n

ão comprom

etam

o todo e, ao mesm

o tempo, qu

e o todo

seja a expressão da vontade das partes.

Ou

seja, a responsabilidade do N

úcleo

Gestor, qu

e já tem seu

regimen

to inter-

no, é coorden

ar este mom

ento respei-

tando a au

tonom

ia dos distritos e res-

peitando su

as propostas, fazendo com

que o resu

ltado reflita a decisão coleti-

va das comu

nidades ao in

vés da impo-

sição de grupos de in

teresse.

O II S

emin

ário C

omu

nitá

rio de

Pla

neja

men

to reinicia

rá com

as

prop

ostas d

e 19

97

, qu

e nã

o foram

consid

erad

as p

elo pod

er pú

blico e

precisa

m ser a

tua

lizad

as ou

con-

firma

da

s.

67

Conheça (ou relem

bre) a diferença entre o PlanoC

omunitário e o Plano do Ipuf para a Planície do C

ampeche

substitu

tivos correspondessem

exatamen

te aosprojetos de lei daqu

ele órgão.�

Os p

rojetos de lei in

cluem

, além d

ozoneam

ento para áreas residenciais, comércio e ser-

viços, áreas comunitárias institucionais - A

CI (ce-

mitério, bom

beiros, tratamento de esgotos, hospitais),

empreendim

entos que atuariam com

o geradores deem

prego e turismo anual, qualificação de m

ão-de-obra, preservando recursos socioeconôm

icos, cultu-rais, am

bientais, de lazer e educativos.�

Lim

ita o nú

mero de pavim

entos a dois para

toda a região, exceto para shoppin

g, centros co-

merciais e de atendim

entos à massa turística (nes-

tes casos, seriam de qu

atro andares).

Propõe o tratam

ento de esgotos com

o prio-ridade n

a implem

entação do P

lano.

Propõe os seguintes equipam

entos urbanos:

1. Instituto Oceanográfico e de A

stronomia: P

or-to da L

agoa (AV

L, A

CI e A

MC

).2. C

entro de Lazer e E

ntretenimento: AV

L/A

CI/

AP

C n

o Cam

po de Aviação.

3. P

arq

ue T

ecnológico d

o Alto R

ibeirã

o:tecn

ologias limpas e de apoio ao desen

vol-vim

ento region

al.4. E

scola Técn

ica Profission

alizante: em

jardi-n

agem, paisagism

o, saneam

ento, tu

rismo,

inform

ática, primeiros socorros etc.

5. Jardim B

otânico: áreas in

un

dáveis entre

Moenda e Jardim

das Castanheiras. P

arquecom

lagos, espécies nativas e exóticas.

6. Cen

tro Cu

ltural: M

oenda e Jardim

das Cas-

tanheiras. Com

área de exposições, cinemas,

teatro, escola de artes, pesca e navegação.

7. Parqu

e Orla do C

ampech

e: engloba as áreas

de preservação perman

ente da orla m

aríti-m

a, inclu

indo du

nas, restin

gas, lagoas eacesso ao m

ar com in

fra-estrutu

ra turística

a 300 metros da praia (ban

heiros e ch

uvei-

ros públicos, estacionamentos, trilhas e pas-

sarelas).

Visite o site w

ww

.camp

eche.org.b

r.

Novos tem

pos, novos problem

as terão de seren

frentados.

Os cam

pechan

os da Plan

ície, não podem

es-qu

ecer (para poder evitar):�

O au

men

to da crimin

alidade�

A carên

cia de áreas públicas, en

quan

to au-

men

ta a fixação populacion

al na localida-

de�

O aban

dono do patrim

ônio h

istórico e cul-

tural, com

o o Cam

po de Aviação, o C

asa-rão, os en

genh

os�

A perda da iden

tidade local�

A falta de espaço para atividades cu

lturais,

educativas e essen

ciais (saúde, bom

beiros,agên

cia bancária, correios, biblioteca, m

u-

seu etc.)

� R

uas sem

calçadas�

A au

sência de ciclovias

� A

privatização da paisagem e do acesso à

praia�

A alta inform

alidade das atividades produti-vas

� A

ausên

cia de estacionam

entos

� A

s áreas de preservação ocupadas

� A

falta de água e san

eamen

to

etc. etc. etc

. etc.!!!!

Traje

tória

pelo

dire

itode p

articip

ar