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FALA , outubro 2012 Jornal do Colégio João XXIII www.joaoxxiii.com.br Cristina Mello A primavera deu uma mãozinha, mas o esforço das crianças e dos professores foi fundamental para que o jardim e a horta do João XXIII renascessem, depois do ata- que das formigas e dos gatos. O choro e a frustração se transformaram em estudo científico, resultando no replantio, desta vez com espécies aromáticas e resistentes, mestres da sobrevivência vegetal. Mestres da sobrevivência Mestres da sobrevivência

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FALA,outubro 2012Jornal do Colégio João XXIII

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A primavera deu uma mãozinha, mas o esforço das crianças e dos professores foi fundamental para que o jardim e a horta do João XXIII renascessem, depois do ata-que das formigas e dos gatos. O choro e a frustração se transformaram em estudo científico, resultando no replantio, desta vez com espécies aromáticas e resistentes, mestres da sobrevivência vegetal.

Mestres da sobrevivênciaMestres da sobrevivência

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Bem-vindo John Keating“O que é educar, se não fazer pensar?”

Questionou o professor John Keating ao ser criticado pelo diretor da Welton Aca-demy a respeito dos inusitados métodos que adotava. Sua didática envolvia, entre outros exercícios singulares, rasgar a página de um livro, que media a qualidade de uma poesia por meio de gráficos matemáticos, cobrir os olhos de um aluno que não con-seguia falar em público e subir na classe para ver a vida sob um novo ângulo. Kea-ting, o personagem vivido pelo ator Robim Williams no filme “A sociedade dos Poetas Mortos”, ensinava com irreverência e pai-xão, estimulando os alunos a questionar, debater, expressar opiniões e, principalmen-te, a descobrir caminhos. Ou seja: praticava uma educação baseada na criatividade, na consciência e no conhecimento, assim como os professores do João XXIII.

Só um problema: fazia isso no ano de 1959, em uma sociedade profundamente arraigada a convenções e em uma esco-la que punia com palmatória aqueles que ousavam arranhar a ordem estabelecida. Fazia isso com adolescentes cujos destinos e carreiras eram decididos pelos pais. Trazia sonho e prazer para um ambiente sufoca-do pela realidade e pelo dever.

Dessa forma, libertou a cabeça apri-sionada de alguns de seus alunos. Como era de se esperar, John Keating foi suma-riamente demitido. Para seu orgulho e de-sespero do diretor, em sua despedida um grupo de estudantes ficou em pé sobre as classes: eles já tinham um outro olhar para o mundo.

Lembrei dele no último Dia do Profes-sor e tive a fantasia de convidá-lo: Vem le-cionar aqui, John. Com certeza os mestres do João compreenderão e valorizarão teus métodos. Te sentirás em casa.

Cristina PozzobonPresidente da Fundação João XXIII

EDITORIAL

Jornal do Colégio João XXIII

FUNDAÇÃO EDUCACIONAL JOÃO XXIIIPresidente: Cristina Toniolo PozzobonVice-presidente: Afonso Mossry Sperb

Diretor Financeiro: José Carlos Carpes CastiglioDiretor Jurídico: Blair Costa D’Ávila

Diretor de Patrimônio: Pedro Chaves Barcellos FilhoDiretora de Comunicação: Jaqueline Tittoni

INSTITUTO EDUCACIONAL JOÃO XXIIIDiretora Geral: Anelori Lange

Vice-Diretora: Maria Tereza Coelho

Edição: Rosina Duarte Textos: Luana Dalzotto

Diagramação e editoração: Cristina Pozzobon

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Entre Chaplin e os “miúdos”Para Dadá, o João é um presente e uma escolha

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A vida é real, mas são cenas e perso-nagens de cinema que ajudam a revelar quem é Hildair Camera, orientadora Edu-cacional da Educação Infantil do Colégio João XXIII. A paixão por filmes ela herdou do pai, filho do dono do cinema da cidade de Santo Ângelo, na década de 1930. “Te-nho muitas âncoras na minha constituição subjetiva. Meu pai e Chaplin são algumas delas”, revela. E, se Chaplin criou o O Ga-roto, Dadá contribui para educar os “miú-dos”, que é como ela chama seus alunos.

Mais do que cinéfila con-fessa, ela acredita que a arte imita a vida e vice--versa. Por isso, rela-ciona muitas ques-tões cot id ianas , inclusive da Escola, com seus fi lmes prediletos. Ela dá um exemplo: Piaf – Um hino ao amor. “Existem sinais da rela-ção com o outro que per-manecem intocáveis dentro de nós. Isso compõe a singularidade de cada um, e compreendê-la faz parte do trabalho do educador”, garante.

No roteiro da vida de Dadá, o con-tato com crianças começou cedo: aos 12 anos, com o nascimento de sua irmã. Naquela época, Hildair sonhava em ser neurologista, mas como conclui o Ensi-no Normal muito jovem, sua formação profissional se iniciou no interior, atra-

vés da Pedagogia. Foi na Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae) de Santo Ângelo que Dadá começou sua trajetória como professora. Logo a cidade ficou pequena para a jovem cheia de sonhos. Aos 22 anos, veio para Porto Alegre, onde cursou Psicopedagogia e deu aulas na Educação Infantil do Ins-tituto de Educação. Fez mestrado, tra-balhou na Secretaria da Educação do Estado (SEC) e na Secretaria Municipal da Educação de Porto Alegre (Smed),

lecionando e formando educa-doras. Nesta última, Hildair

colheu um dos melhores frutos da carreira: “Eu já estava aposentada quando as professo-ras da classe infantil pediram o meu re-torno”, orgulha-se.

Os “miúdos” do João surgiram na vida

de Dadá por meio da coordenadora pedagógi-

ca da Educação Infantil, Márcia Valiati. “Nos aproximamos em razão de uma palestra da Smed. Surgiu o cargo no Colégio, ela sugeriu meu nome, e fui sele-cionada. Trabalhar no João é uma escolha e um presente. Com as crianças, planta-mos e lidamos com a magia das primeiras vezes. Isso é fascinante, mas também é motivo de extrema preocupação. Por isso, a formação das professoras é tão impor-tante”, considera.

”Lidamos com a

magia das primeiras

vezesisso é fascinante!”

Dadá

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Uma máquina para coletar água da chuva feita por crianças com dentes de leite foi um dos oito projetos do Colégio João XXIII pre-miados no VII Salão UFRGS Jovem (veja qua-dro anexo), realizado entre os dias 1º e 5 de outubro, no Campus Central da Universidade. Batizado ‘Pequenos cientistas, investigadores de fenômenos naturais’, o estudo, feito pe-los alunos da professora da Educação Infantil Luciana Colussi, é mais uma prova de que, no João, brincadeiras, curiosidades e até receios podem se transformar em aprendizado.

Esta história poderia começar assim: Era uma vez uma menina que tinha medo de tempestade. Na aula de Luciana, o temor de uma das alunas diante dos raios e trovoa-das rendeu. “Após conversar com o grupo e ouvir mais questionamentos de colegas sobre outros fenômenos naturais, surgiu o projeto”, conta a professora.

A partir daquele momento, as crianças se transformaram em verdadeiros cientis-tas, observando com cautela o objeto da pesquisa. Hipóteses formuladas, os peque-nos estudiosos desenharam o anteprojeto para, em seguida, compartilhar com a equi-pe de manutenção do Colégio.

O estudo dos alunos da Educação Infantil servirá como modelo para a construção de um projeto maior dentro da Escola. Enquan-to isso não acontece, porém, a criação dos pequenos cientistas já está tendo utilidade: “Usamos pra brincar no pátio sem gastar água da torneira. Quando sobrar, podemos emprestar pra limpar as salas e até para as plantas”, afirmam os pequenos construtores.

A máquina estará na Mostra Cultural do Colégio, marcada para novembro, ao lado de vários outros trabalhos pensados e criados pelos alunos do João. “Interpretar e compre-ender as coisas da vida faz parte da natureza do ser humano. Se há incentivo, crianças e adolescentes adquirem essas características, e o resultado pode ser conferido no dia a dia do nosso Colégio”, afirma Márcia Valiati, co-ordenadora pedagógica da Educação Infantil.

A diretora Anelori Lange faz coro: “A grande participação da Educação Infantil e da Etapa de 1º ao 4º ano do EF é a prova de que a pesquisa faz parte do ser humano desde muito cedo e que é papel da Institui-ção de Ensino incentivar a curiosidade e os questionamentos dos alunos. Certamente, esse estímulo continuará trazendo resultados por muitos anos, como é o caso dos nossos alunos maiores, que também enriqueceram o evento com seus projetos”.

Criança só não faz chover

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• Jogos Olímpicos – Profª Lygia Costa, 6ª série• Trabalho de campo: uma abordagem multidisciplinar no 5º ano do EF – Profª Thais de Freitas Meditsch, 5º ano• João XXIII: uma Escola para viver e sentir! – Profª Carine da Silva, 1º ano EF• Pequenos Cientistas, Investigadores de Fenômenos Naturais – Profª Luciana Colussi, NB• Melecando: A Gênese da Pesquisa com Bebês – Profª Anéte Sant’Anna, CBB• Vou te contar... Contos e Cantos da MPB – Profª Maitê Gil, 7ª série• Poetas do Cotidiano – Profª Belkis Oliveira, 6ª série• Crianças curiosas e investigadoras: desvendando casos e mistérios – Profª Fernanda Terra de Souza, Nl

Destaques do VII Salão UFRGS Jovem

A água recolhida pela máquina pode ser aproveitada na limpeza e no jardim

Dos 35 trabalhos inscritos pelo Colégio João XXIII no VII Salão Ufrgs Jovem, 32 foram selecionados (veja no site) e oito premiados, entre 582 trabalhos do Rio Grande do Sul e Santa Catarina.

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A premiação do VII Salão UFRGS Jovem, na sexta, 5 de outubro, abriu com chave de ouro as atividades co-memorativas ao Dia das Crianças no Colégio João XXIII. Neste ano, a festa deu destaque ao projeto interdisci-plinar O mundo passado a limpo. “As-sim como oportunizamos um mergu-lho nas questões sociais e ambientais durante as comemorações do Dia das Mães e no dos Pais, fizemos o mesmo com as nossas crianças”, explica Ian-ne Godoi, coordenadora pedagógica do 1º ao 5º ano.

A festa começou pela Educação Infantil que programou para sexta, 5, atividades especiais com a Classe Bebê, o Maternal e os Níveis Multi--idade. Na segunda, 8, o clima festivo contagiou a Etapa de 1º ao 4º ano. Os alunos customizaram camisetas brancas com a frase “Ser criança é”, e doaram livros e brinquedos para o Cantinho da Vó Georgina, instituição que abriga cerca de 70 crianças no Jardim Marabá.

Nos dias 9 e 10, o Joãozinho Legal expôs trabalhos feitos ao longo do ano na mostra Criança Arteira Recicla o

Mundo. A produção, que incluiu brinquedos e esculturas feitas de papel, foi instalada na biblioteca infantil Vale Encantado. A Edu-cação Infantil espichou a pro-gramação até o dia 26, quando aconteceu a apresentação Ou Isto ou Aquilo, baseada na obra de

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Arte e brincadeiras se misturaram na Semana da Criança

“Vocês já viram alguém voar sem ser passarinho e fazer mágica sem ser má-gico?” A provocação foi do mestre capoeirista Paulo Lara Pecov – pai de Yuri Feldmann Pecov, do 5º A – antes de pular sobre um “tapete” de crianças deitadas no chão. No dia 8 de outu-bro ele fez uma aula de-monstrativa para o 5º ano em comemoração ao Dia da Criança. A capoeira foi o aperitivo para o almoço ao ar livre no pátio da Escola, com buffet de sobremesas elabora-do pelos professores.

Capoeira de aperitivoCecília Meireles, encenada pelas pro-fessoras. Mas a grande surpresa ficou

por conta dos pais dos alunos do 1º D, que apresentaram, no dia 19,

uma história de teatro baseada na rotina escolar dos filhos. “Nossa peça contou até com professora, e o uniforme da Escola era o figurino”, conta Eunice Kindel, mãe de Luana 1º D. Após a apresentação, pais e filhos participaram de

uma aula de Arte ministrada por algumas mães e de um

lanche coletivo. Foi uma expe-riência para não esquecer.

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Os alunos do 1º ano do Ensino Fundamental inventaram um mapa diferente de todos os outros: sem rios, montanhas, planícies, planaltos, estradas, prédios ou ruas. Em vez dis-so, eles traçaram uma rota de sons, cheiros, texturas, gostos e detalhes singulares da paisagem. Em outras palavras, revelaram as intimidades do João, invisíveis para alguns (os distra-ídos), e vivas aos olhos das crianças. O trabalho – batizado João XXIII, uma escola para viver e sentir – traçou um Mapa dos Sentidos e foi destaque do VII Salão UFRGS Jovem.

Com o olfato, tato, paladar, audi-ção e a visão em alerta, a criançada se dividiu em grupos e espalhou-se pelos quatro cantos da Escola. O 1º D instalou-se na entrada do Colégio, co-brindo também o Cantinho da Bicha-rada; o 1º F encarregou-se do estacio-

namento e da horta; o 1º B rumou para a volta do Campão; o 1º H assumiu o jardim da etapa.

Em diferentes horários do dia, obser-varam, cheiraram, ouviram, degustaram, tocaram tudo o que puderam, debate-ram entre si e entrevistaram quem quer que passasse na frente. Nessa busca, acariciaram as peninhas do pato, prova-ram a bergamota, prestaram atenção ao barulho dos motores e das rodas dos car-ros sobre a areia, deitaram no chão para observar as nuvens do céu. E choraram, ao descobrir que as formigas e os gatos tinham destruído as flores, temperos e chás plantados no jardim e na horta.

Mas o sofrimento das crianças não foi em vão. O jardim arrasado rendeu um estudo científico. “No primeiro momento fiquei tão frustrada quanto eles”, confessa a professora Maristela Sebrão, do 1º H. Mas depois ela re-

agiu e pediu ajuda para sua colega e xará, Maristela Dutra, uma das res-ponsáveis pelo projeto socioambien-tal O mundo passado a limpo. Então, a pesquisa ganhou fôlego.

Hipóteses foram levantadas sobre o motivo da destruição das plantas. Teriam ficado fracas por falta de adu-bo e por isso vulneráveis ao ataque dos animais? Faltou água? Por que algumas(poucas) sobreviveram? Pró-ximo passo: pesquisa de plantas re-sistentes de cheiro forte, capazes de afugentar predadores atrevidos. Após o replantio, e com a primavera ajudan-do, o resultado do trabalho das crian-ças pode ser apreciado e cheirado por quem passar pelo novo jardim, povoa-do por saudáveis hortelãs, alecrins, ca-marões vermelhos, lantanas, lavandas e outras mestres em sobrevivência do mundo vegetal.

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Mapa dos Sentidos revela intimidades do João

Alunos viram, tocaram, cheiraram e ouviram o Colégio

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Toda vez que chego

ao Colégio João XXIII, e com alguns

fragmentos de tempo disponível, me vejo a contemplar bo-quiaberto o espaço da escola. E quantos recantos, lugares, grupos, pessoas não encontramos por ali? Difícil imaginar, ou catalogar mentalmente, ou mesmo pôr num compasso único tão vasta pai-sagem. Piso no pátio e depois de buscar o céu que cobre o enorme pátio do co-légio, sigo com meu filho até a etapa, e é sempre no retorno de lá que me vêm as melhores revelações. São tantas – e tão coloridas as formas de existir do João.

Outro dia estava ali para uma reu-nião no colégio. Horário improvável e

pouco usual, no meio da manhã. A sala ficava do outro lado da entrada. Cru-zei o colégio. Era hora do recreio (hoje é intervalo?). Os grupos esparramados ao sol do inverno metido na primavera. Algo então me chama a atenção. Os ca-belos, ou melhor, os cortes de cabelos. Tantos e diferentes. Da diversidade de cores (pretos, loiros, ruivos) eu já sabia; não sabia das diferentes formas, do de-salinho, da composição única e particu-lar de cada um. Então fiquei a calcular o trabalho matinal que dão certos cortes de cabelo – isso eu pensava enquanto caminhava pelo pátio, e lá em cima o sol reconfortante de uma manhã fria de setembro me esquenta os miolos da imaginação. A imaginar as pequenas lutas cotidianas de nossos adolescentes

diante dos pais, em casa, antes de sair, só para terem o direito de usar a for-ma e o conteúdo de cabelo que bem entendessem. A liberdade não cabe na palavra liberdade, mas produz pentea-dos, grupos, amizades.

Naquele dia não foi diferente. Soltos na descontração de seus catorze ou de-zesseis anos, a turma do pátio ria alto, em vozes roucas, outro tanto de sono, enquanto tapeavam-se na camarada-gem dos dias, a mão no cabelo, o abraço amigo, o outro que chega, o relógio por um instante parece não existir, eis mais uma manhã de primavera no pátio do João XXIII.

Edgar Aristimunho, pai do Mateus, 5º ano C

Históriasdo

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O projeto Crônicas do João é um espaço literário aberto em que a comunidade pode mostrar sua escrita criativa. Esperamos o seu texto.

Manhã dos cabelos

Dois desenhistas se en-contraram e trocaram ideias na no Seminário Filosófico do João XXIII, realizado no dia 16 de outubro, às 15h30min, no Ginásio. Um deles era Neltair Abreu, codinome Santiago, um dos mais premiados profissio-nais do Brasil. O outro Mateus Streit Britto, seu fã, aluno do 1ºE. e promissor artista gráfi-co. Entre uma prosa e outra, o mestre deu alguns conselhos a Mateus, entre eles: “Faz um portfólio eletrônico e bota no teu celular. Assim podes mos-trar o teu trabalho”.

Com o tema A Fenomeno-logia da Percepção, os alunos da 8ª série do EF e 1ª e 2ª do EM debateram e refletiram so-bre o poder da imagem, es-timulados pelos professores

Adriana Moraes, de Filosofia e História; Rogério Carricon-de, de Filosofia, História e Sociologia; Carla Autuori, de Filosofia; Ivone Bins, de Arte; Marcello Soares, Música; e José Antônio Bocchi, de Física. “É uma

atividade interdisciplinar que proporciona a reflexão sobre as percepções e os senti-mentos que as imagens provocam no ser humano através da abordagem de diferentes áreas do co-nhecimento”, explica Mirian

Zambonato, coordenadora pedagógica.

Entre outras surpreenden-tes informações, os estudan-tes foram apresentados a uma música composta com base em fotos de pássaros pousa-dos nos fios de luz. De Santia-go, ouviram que o desenho de humor vai muito além do riso. “O cartum e a charge são fei-tos com finalidade de divertir, mas também de fazer pensar e provocar a crítica. São uma isca”, resumiu.

Imagens e sentimentos

Seminário Filosófico reuniu várias áreas do conhecimento

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O imortal filósofo grego Platão dizia que a música treina o cérebro para as formas mais relevantes do raciocínio. Pesquisas fei-tas na Alemanha e divulgadas nos site Canal do Educador garantem que quem estuda música apresenta melhor desempenho cerebral. Estudos e considerações à parte, porém, a música é emoção. Quem duvida nunca participou do Festival de Música do João XXIII que, neste ano, aconteceu em 25 de outubro.

Um dos eventos mais esperados do ano, o Festival é produzido por uma Comissão Organizadora, composta pelos professo-res de Música, Coordenação Pedagógica e Orientação Educacional. Estudantes de to-das as etapas lotaram a plateia e encanta-ram no palco instalado em frente à cantina.

Neste ano foram apresentados dez shows, divididos em duas categorias prin-cipais e quatro subcategorias: intérprete vocal solo ou com acompanhamento; instrumental solo; instrumental grupo; banda. Os trabalhos musicais tiveram a apreciação de uma equipe profissional e também do público.

Música no arMeninas batem péQuem pensa que bater o pé é sinônimo

de teimosia ou que sapato foi feito para

proteger os membros inferiores e ali-

mentar a vaidade humana nunca assistiu

a um número de sapateado das meninas

do Colégio João XXIII:Camila Condot-

ta Figueira, Anne Luyse Cunha Böeck e

Clara Santa Fé Aguiar (todas da 3ª C do

Ensino Médio, Clara Sperb (1ª E do EM),

Alice Sperb e Laura Sander

Peres (ambas do 7ºA do En-

sino Fundamental) e Sophia

Gueller Rech Lima (8º E EF).

Algumas delas estudam no

Centro de Dança Sal da Terra

e outras pertencem ao grupo

Étoile Art de Sapatear, ambos

coordenados pela professora

Glenda Duarte. Em julho, elas

participaram do 30º Festival

de Dança de Joinvile e, no dia 17 de ou-

tubro o Étoile se apresentou no Teatro

Renascença, às 20 horas, integrando o

projeto Quartas na Dança da Prefeitura

Municipal de Porto Alegre. Para Clara

Sperb, 15 anos, a magia do sapateado é

poder dançar qualquer música, de clássi-

cas a pop. “Quando a gente descobre o

ritmo, já está dançando”, resume.

Banda Cover 1. Teddy Keeper2. The Others

Os premiados

Solo Cover1. Ana Clara/Luam Feijó2. Tiago Antoniolli Composição própria1. Camila Orsatto2. Wings Of Revenge

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Espaço dos estudantes do João XXIII

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XIII Questão de múltipla esco-

lha. A XI Mostra de Curtas do Colégio João XXIII: Uma Escola de Cinema, realizada no dia 18 de outubro, às 19 horas no Ginásio, propicia aos alunos do 1º ano do Ensino Médio: ( ) Criar( ) Conviver( ) Trabalhar em equipe( ) Debater( ) Aprender ( ) Enfrentar desafios( ) Solucionar problemas( ) Trabalhar com diversos tipos de linguagens ( ) Divertir-se( ) Todas as respostas estão corretas

Quem marcou um “X” na última alternativa acertou. Mais do que encantar um júri popular de alunos ou um corpo de jurados pro-fissionais, a Mostra é uma lição de vida para os jovens que, além de capricharem nas filmagens, também se esmeraram nos cartazes.

Em cartaz: XI Mostra de Curtas

Confira a cobertura completa da mostra e a lista dos vencedores no site: www.joaoxxiii.com.br