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Tempo não apaga, ...uma homenagem a Rachel de Queiroz! XIV PRÊMIO JOVEM ESCRITOR Santa Terezinha RI O S S E T N O M O I G É L O C tempo adormece. Falam que o tempo apaga tudo. RACHEL DE QUEIROZ 2019

Falam que o tempo apaga tudo. - Colégio Montessori Santa ... · Giovanna era uma garota comum, com cabelos ruivos e a pele clara. Estava sempre acompanhada de Sansão, seu coelho

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Tempo não apaga,

...uma homenagem a Rachel de Queiroz!XIV PRÊMIO JOVEM ESCRITOR

Santa Terezinha

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tempo adormece.Falam que o tempo apaga tudo.

RACHEL DE QUEIROZ

2019

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APRESENTAÇÃO

Queridos alunos, sei que farão bom uso desta que é uma das dádivas com que fomos

abençoados: a capacidade de eternizar nossos pensamentos através de registros.

Palavra é sentimento.

Somos palavras...

Sinto muito orgulho de nossa equipe de professores da área de Linguagens, Códigos

e suas Tecnologias pelo incentivo dado aos nossos alunos, levando-os a refletir sobre o

fascinante mundo das palavras, pois é por meio delas que fluem nossos pensamentos e

nos expressamos para o mundo.

Eis aqui o resultado de um trabalho da parceria educador-educando: uma obra

representativa do talento, dedicação e criatividade.

Estamos em uma época em que a rapidez da informação e da comunicação

instantânea é incontestável e isso domina a rotina de nossos jovens.

NEUZA MARIA SCATTOLINIMantenedora e Diretora

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SUMÁRIO

XIV PRÊMIO JOVEM ESCRITOR

RAQUEL DE QUEIROZ

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Fundamental6anosos

Fundamental6anosos

Crianças Peraltas - ANA MARIA DELLA BARBA

O Buraco na Parede - NINA MILIAUSKAS BOZIC

Tuca - BEATRIZ MONTEIRO RODRIGUES DOS SANTOS

Tuca, a Cachorra que fala - FERNANDA MOROTA KURIBARA

Tuca, a Cadela - CAROLINA SILVA DE OLIVEIRA

Ajuda Animal - TIAGO AKIHIRO FUJITA

Viagem - HELENA DE OLIVEIRA MELGES

O mais Corajoso, Will Work - GIOVANNA NAZÁRIO CRUZ E EVELYN PEDRO FONTES

As Crianças e seus Animais - ENRICO TELES BACCIN

Sophia por Sophia - SOPHIA CLAUDINO VIEIRA

Antony por Antony - ANTONY FERFOGLIA BATISTA SIMÕES

Minha Infância no Balé - MILENA FISCHER DE CARVALHO

Sarah por Sarah - SARAH OLIVA BARGA

Maratona Escolar - FRANCISCO COSTA E SILVA

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Fundamental7anoo

Fundamental7anoo

Sonho de Borboletas - ALEXANDRE ITO KAWAGUCHI

O Último Trabalho - HENRIQUE SANTOS MARTINES

A “Turtle Apple” - CATARINA BOSCO TAVARES

O 12° Trabalho de Hércules - CATHERINE DE FARIA VIEIRA

Os Espíritos da Floresta - ISABELLA MATOS XAVIER LIMA

30 Uma Viagem Inesperada - MARIA LUIZA PERESTRELO MENDES

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A Espada de Ramil - HENRIQUE ETTINGER CORES

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XIV PRÊMIO JOVEM ESCRITOR

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Fundamental8anosos

Fundamental8anosos

O Mistério - ALICE SANTOS BULHÕES

A Luz de Park - CATHARINA GONÇALVES ALEXANDRE SIMÕES FERREIRA

Ler é Mágico - DAN IUTAKA

O Mistério da Senhora da Biblioteca - LUCAS CASTRO ORBITE

O Amor... - AMANDA MARIANO DA COSTA PESSOA

Um Dia Cheio de Emoções - LUNNA DOS SANTOS MANO

O Dedo Misterioso - LUCAS NAGAMINE

Água... - AMIRA NASCIF DE OLIVEIRA

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Fundamental9anoo

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Criança no Celular, Perigo Não Vai Faltar - THALES KENJI O. BASTOS

Enfrentando Barreiras - BEATRIZ NAOMI AOKI NISHIDA

Igual, mas Diferente - RICARDO JUN HAYACI

Significado do Amor - LUCAS TAIKI FUJITA

Criativo - LAURA FUNASHINA HAYASIDA

Eu Só Queria, É Saber! - CAMILA RIBERIO AFONSO

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Ensino Médio1sériea

Ensino Médio1sériea

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A Persistência da violência contra a mulher - FERNANDA GIDALI

Adoção no Brasil - GIOVANNA DE SOUZA LEITE

O país do futebol - LAURA YONE DE ALMEIDA BIASSIO

Valorização da População Indígena no Brasil - MATEUS MACHADO SOARES GONÇALVES

Descaso aos Desaparecidos - VIVIAN NEGRINI PORTES DE ALMEIDA

A Valorização da Cultura Indígena - OLIVIA GUIMARÃES MATTOS ESPINDOLA

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XIV PRÊMIO JOVEM ESCRITOR

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Ensino Médio2sériea

Ensino Médio2sériea

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O Direito Indígena - FERNANDA PETEAN FERREIRA

Apropriação Cultural - BRUNA TROMBOTTO

Valorização da População Indígena - GUILHERME POLICENO CONSENTINO

Indígena: Herói ou Vilão? - ALINE CRISTINA DE SOUZA GARCIA

Adoção no Brasil - IZABELA HIROMI KAGUE

Desvalorização Indígena - SUZANA MELLO TAKETA

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Ensino Médio3sériea

Ensino Médio3sériea

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Valorização da População Indígena - BEATRIZ CARVALHO REIS

As Complicações no Processo de Adoção - AMANDA DE LIMA STRICAGNOLO

Valorização da População Indígena - KARINA YURI VALENTE WATANABE

Um Pouco de Cultura faz bem para a Saúde - ANDRÉ ZAIMA

Arte em Chamas - VITORIA ARANHA DE MEDEIROS

Alienação através das Mídias - LAURA SANTOS RIVERA

O Tóxico Consumismo Jovial - MARIA EDUARDA SALLES TREVIZANI

A História que a História Não Conta - CARLOS AKIO YONAMINE

Identidade Cultural Brasileira - TIFFANY RAMIREZ RUIZ

Desenhado Acontecimentos, ou Não Acontecimentos - RODRIGO VOLPE BATTISTIN

Sociedade de Consumo - DANIELA PEDRO FONTES

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XIV PRÊMIOJovem Escritor

Fundamental6anosos

Antony

Beatriz

Enrico

Fernanda

Evelyn

Giovanna

Helena

Milena

Ana Maria

Carolina

Francisco

Nina

Sarah

Thiago

Sophia

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Professora Maria Inez Ferreira de Jesus

Fundamental6anosos

A própria história, a história dos amigos de classe, momentos de transição, as

novas responsabilidades, os heróis que parecem resolver todos os problemas, os

seus sonhos e as pequenas nuances da natureza... quanta imaginação têm esses

meninos e meninas com asas imensas, alçando voos que prometem ser

emocionantes, já que são abastecidos pelo inesgotável combustível dos sonhos!

A seguir vocês poderão saborear as mais bonitas histórias de nossos alunos e

alunas do 6º ano desta edição anual do Prêmio Jovem Escritor.

Heróis verdadeiros, heróis fictícios... ser um herói não é nada fácil,

mas e inventar um herói? Um herói com características escolhidas por nós,

inserido nos problemas que existem hoje no mundo, como a poluição, a violência nas

grandes cidades, a fuga dos refugiados, os políticos desonestos... Criados em

lugares comuns a todos nós!

Nossos alunos, mesmo estando apenas no 6º ano, demonstram já saber o que

querem para o seu próprio futuro e o da humanidade, sem esquecer o que são e

valorizando a sua origem, o seu passado tão recente, a sua pequena história e o que

sonham para um futuro brilhante, que se inicia neste princípio de adolescência,

valorizando a natureza e tudo o que nos cerca. Esses são os nossos alunos que ainda,

há bem pouco tempo, “estavam na barriga da mamãe” e hoje já fazem parte da “turma

do Fundamental II”, como eles mesmos se orgulham em dizer.

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XIV PRÊMIO JOVEM ESCRITOR

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Nem deu tempo de pensar e responder, ele virou o bote de costas e a água agitada

foi nos engolindo.

No meio do caminho, a surpresa chegou: uma descida cheia de pedras e águas

muito agitadas. Nosso monitor, bem experiente no assunto, perguntou-nos:

Ao entrarmos no bote, o monitor deu várias instruções de segurança, por causa

das corredeiras que são muito fortes, caso nós virássemos, mas a única coisa que

conseguimos fazer foi gritar.

Olá, eu sou a Ana Maria e hoje vou contar uma história fantástica. Na escola onde

eu estudo há um passeio anual, muito esperado por muitos, quando os alunos vão

para o acampamento Peraltas, um hotel fazenda, em Brotas, interior de São Paulo.

Entretanto, nesse ano, iríamos participar de uma atividade a mais: o “Floating”, que é

um esporte, onde seguimos um trajeto de um rio, remando num bote inflável, em um

rio repleto de corredeiras.

Já no acampamento, eu e mais cinco amigos ficamos em um grupo sorteado, e

acabamos nos conhecendo melhor. Nomeamos o grupo de “Mongoloides”, pois não

parávamos de rir. Quando chegou o esperado dia, fomos juntos em um bote e foi

incrível.

Ana Maria Della Barba

A melhor parte foi quando estávamos passando por uma área onde havia umas

árvores, cujas copas ficavam muito perto de nós, fazendo com que as teias de aranha

dessas árvores nos atingissem, mas não contávamos que a aranha daquela teia

caísse em nosso bote. A aranha era grande, o que fez com que nós todas fôssemos

para a frente do bote, tentando fugir dela, mas ali também havia duas libélulas

gigantes se reproduzindo naquela mesma teia e eu morro de medo de libélulas!

- Meninas, vamos nessa de costas?

O fato mais engraçado foi que o nosso grito de guerra era levantar

os remos e gritarmos “Mongoloides”, porém, na hora de abaixar o

remo, não ficou uma cabeça ilesa.

CRIANÇAS PERALTAS

Não sabíamos se era para rir ou para chorar... O monitor, no meio daquela

algazarra toda, tirou a aranha e espantou o casal de libélulas.

Essa foi uma das melhores experiências da minha vida. Foi

muito divertido, aproveitei demais com os meus amigos...

espero viver isso novamente um dia.

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XIV PRÊMIO JOVEM ESCRITOR

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O BURACO NA PAREDENina Miliauskas Bozic

Certa noite, ela notou que o bichinho estava inquieto e foi ver o que aconteceu e,

para a sua surpresa, Sansão fugiu quando ela se aproximou. A menina, curiosa, foi

atrás dele, seguindo-o até uma parede, onde ela pensou ser o final da linha para

Sansão, mas ela se enganou.

Giovanna era uma garota comum, com cabelos ruivos e a pele clara. Estava

sempre acompanhada de Sansão, seu coelho de estimação e seu melhor amigo, a

quem ela amava muito.

Quando Giovanna chegou mais perto de seu amiguinho, a parede abriu uma

brecha e Sansão fugiu por ela. Bem na sua frente, diante de seus espantados olhos.

Encantada, Giovanna não acreditava no que via. O lugar era mágico. Curiosa como

era, a menina decidiu subir aquela escada e ver o que tinha no topo. Parecia ser uma

subida longa e cansativa, mas parecia menor conforme se subia. Era como um sonho.

Sem saber o que fazer, Giovanna decidiu entrar também por aquela brecha na

parede e procurar por Sansão. Ela sabia que seria difícil, mas uniu forças e conseguiu

fazê-lo.

Como você imaginaria ser um buraco na parede? Provavelmente escuro, sujo e

apertado? Giovanna pensava o mesmo e, por isso surpreendeu-se ao ver que estava

em uma linda clareira, rodeada por lindas árvores. Havia também uma bonita escada

que levava aos céus, sem nenhum vestígio da parede de sua casa.

- O que quer com o meu coelho? – Gritou Giovanna.

- Com ele, nada. Preciso deste amor que você sente pelo seu coelho. Isso me

alimenta... obrigado por ajudar um homem como eu...

Depois de subir, ela chegou em um lindo castelo e é claro que ela entrou no

castelo. O seu interior era belíssimo, mas o que lhe chamou mais a atenção foi um

grande homem que segurava Sansão. Quase que por impulso, ela correu e tirou o

amigo das mãos daquele homem.

Assustada com esse comentário, Giovanna desceu escada

abaixo, que parecia ser infinita. Abraçada ao seu mascote,

ela chorava, desesperada. Como poderia voltar para casa?

- Sou o rei deste lugar, mas quando ficar mais forte, poderei

me tornar o rei do seu planeta azul.

- Quem é você? O que quer comigo? – Quis saber Giovanna agora comovida com a

carência daquele homem, aparentemente tão forte.

Chegar à clareira era o seu único objetivo naquele

momento. Seguia firme, sem parar de descer a imensa

escadaria, arfava, mas isso não a impedia de continuar.

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XIV PRÊMIO JOVEM ESCRITOR

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Certa tarde, estava só em casa, quando eu ouvi o barulho de um copo se

quebrando na cozinha. Ao correr para lá, deparei-me com uma cachorrinha de não

mais de vinte centímetros, um Jack Russel, que me disse:

Agora que você já tem uma ideia do meu amor por cachorros, vou contar sobre o

problema que me impede de ter um só para mim: minha mãe! Ela nunca deixou eu ter

um cachorro, não sei o porquê. Eu falava a ela que eu cuidaria dele, brincaria com ele,

faria carinho, daria comida e água, o ensinaria a fazer as suas necessidades no lugar

certo, o levaria para passear... enfim, não entendo!

TUCABeatriz Monteiro Rodrigues dos Santos

- Meu nome é Tuca. Fui pegar água gelada, mas o copo escorregou da minha mão...

Eu não acreditei. Se já não bastasse ser uma cachorra, ela falava! Demais! Sempre

quis ter um cachorro, fosse macho ou fêmea. Só tinha um probleminha, na verdade,

um problemão. Qual?

Bom, antes de falar, vou contar sobre o meu amor por cachorros. Sou apaixonada!

Minha melhor amiga tem um cachorrinho, o Bolota, desde quando éramos

pequenininhas. Eu estava na casa dela no dia em que o Bolota chegou. Aqueles

olhinhos me observando, a coisa mais fofa do mundo! Ele me lambeu e me dava

vontade de esmagá-lo! E, quando corria feliz pela casa, ele me conquistava cada vez

mais. Desde então, passei a querer um cachorrinho para mim.

Duas semanas depois...

Outra coisa, essa cachorra que estava ali na minha cozinha e que se chamava Tuca

seria o par perfeito para fazer companhia ao Bolota, o cachorro da minha amiga.

Bolota e Tuca, o casal perfeito! Tenho que convencer a minha mãe para ficarmos com

a Tuca!

- Oi! Aqui é a Tuca! Lembram-se de mim? Vim aqui falar que me

adotaram sim e eu estou adorando esta nova família! O pouco

tempo em que estou morando com eles, já conheci o Bolota e,

acreditem, estamos nos dando muito bem! Acho que tenho

chances com ele! Quem sabe? Até a próxima!

Então, caiu de cansaço. Chorou de medo, desespero e exaustão. Chorou muito e

se rendeu. Tudo aquilo que ela estava vivendo parecia ser um grande pesadelo, mas

de fato era... ela acordou, ao lado de Sansão, que ainda dormia... será que fora tudo um

sonho mesmo?

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XIV PRÊMIO JOVEM ESCRITOR

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E a cachorra olhou-me, decepcionada.

- É verdade!

- Ah, tá?! Você acha mesmo que eu vou conseguir pegar? Nem consigo pegar para

mim mesma...

- Eu vim de outro planeta para cuidar de meus irmãos. Estávamos indo a Júpiter,

mas me perdi deles.

Fernanda Morota Kuribara

Eu me assustei.

- Entendi... vamos procurar por seus irmãos então?!

Certa tarde, estava só em casa, quando eu ouvi o barulho de um copo se

quebrando na cozinha. Ao correr para lá, deparei-me com uma cachorrinha de não

mais de vinte centímetros, um Jack Russel, que me disse:

Tuca, muito animada, disse:

- Tá... você é uma cachorra que fala? Você veio de onde?

- Êbaaa!!

TUCA, A CACHORRA QUE FALA

Então eu me levantei e peguei eu mesmo o copo com água.

- Quê?! Espera aí! Ah? Tá... espera, você é uma cachorra que fala? Meu Deus!

Melhor eu me sentar! Você pode pegar um copo de água para mim?

- Meu nome é Tuca. Fui pegar água gelada, mas o copo escorregou da minha mão...

- Onde vocês estavam? Estava preocupada!

- Ei, amiga, terei de partir agora! Não fique triste, tá?

Então ela veio até mim e falou:

Então eu desenhei alguns cartazes e os espalhamos pela vizinhança.

- Se eles estão arrumando a nave, já sei onde eles podem estar: atrás daquela

casa abandonada, onde nós pousamos...

Nós nos abraçamos e Tuca e seus amigos partiram, numa

velocidade que logo chegariam a Júpiter.

E eu fiquei aqui, com saudades... será que eles voltarão

um dia?

Algum tempo depois, começaram a ligar para mim, dizendo que tinham visto “os

irmãos” consertando uma espécie de nave... então Tuca falou:

- Então o que estamos esperando? Vamos!

- Estávamos consertando a nossa nave! Temos de partir logo!

Nós fomos correndo até a tal casa, que ficava no final da rua e lá nós os achamos,

então Tuca falou:

E, por incrível que pareça, eles responderam:

- É verdade! – Concordou Tuca.

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TUCA, A CADELACarolina Silva de Oliveira

Certa tarde, estava só em casa, quando eu ouvi o barulho de um copo se

quebrando na cozinha. Ao correr para lá, deparei-me com uma cachorrinha de não

mais de vinte centímetros, um Jack Russel, que me disse:

Na hora em que eu vi aquela cadelinha fofinha, mas... falante ao mesmo tempo, e

um copo quebrado no chão da cozinha, eu quase desmaiei... e ela continuou falando:

- Meu nome é Tuca. Fui pegar água gelada, mas o copo escorregou da minha mão...

- Mil desculpas! Eu só estava com sede! Mil desculpas!

- Não, não, não precisa se preocupar, mas... de onde você veio? – Perguntei a Tuca.

- Ah! Eu vim... eu vim... eu... não me lembro de onde eu vim! – Disse a cadelinha.

Com isso eu fui ficando mais calma, tentando ajudá-la a se lembrar de onde viera.

- Você não se lembra de nada? Por exemplo... uma pílula falante que lhe deram,

como a Emília, do Monteiro Lobato? Ou uma poção mágica... alguma coisa do tipo? –

Sugeri a ela.

Nesse exato momento, minha mãe apareceu atrás de mim e só não desmaiou

porque eu expliquei tudo para ela.

- Então tá...mas quem vai cuidar dela será você! – Ordenou

minha mãe.

- Ok, prometo!

- Espera! Estou me lembrando... acho que... já sei! Deram-me uma pílula falante,

mas não sei o porquê! – Explicou Tuca.

Ficamos com a Tuca e cuidamos muito bem dela e, a partir

daquele dia, ela passou a fazer parte da nossa família.

- Eu sei disso, mãe! Pode deixar! – Respondi a minha mãe.

- E a partir de agora, você vai ficar morando aqui comigo, Tuca! Mas vai ser

escondido porque a minha mãe não gosta de cachorros, ok? – Expliquei a ela, já

pegando um outro copo com água para a pobre coitada.

Expliquei toda a história a ela que, enfim, depois de se recuperar do susto, quase

não deixou a pobre Tuca ficar conosco.

- Bom, isso não importa! O mais importante agora é que... primeiro que você não

deve sair por aí quebrando copos! Até porque você não deve ter mãe! - Disse a ela.

- Fi... fi... fi...lha, o que é isso? – Minha mãe estava passada de tão assustada que

estava.

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XIV PRÊMIO JOVEM ESCRITOR

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Em um belo dia, sua mãe decidiu levá-lo em uma consulta com psicólogo para ver

se o garoto não tinha um problema mais sério porque as suas ações eram estranhas,

então a mãe avisou ao filho sobre a consulta. Os dois tomaram banho, se arrumaram

e foram para a consulta.

Tiago Akihiro Fujita

Quando o médico começou a fazer alguns testes com o paciente, percebeu que se

tratava de um caso especial, então o médico falou para a mãe:

- O seu filho não tem nenhum tipo de problema, mas acho que ele precisa de um

companheiro, pois sente-se muito sozinho!

Era uma vez um menino que era muito sozinho, triste, não tinha amigo e quase

ninguém gostava dele porque ele era muito estranho e não fazia parte do grupo de

crianças populares.

Ouvindo isso, a mãe pensou que ela precisava fazer uma coisa que o deixasse

feliz. Então, ela pediu que o filho esperasse por ela na recepção e, estando sozinha

com o médico, ela pediu algumas sugestões para ele e ele respondeu:

AJUDA ANIMAL

O menino cresceu, trabalhou e estudou muito firmemente e,

sempre com o seu amigo Pepeu ao lado, conseguiu conquistar o

seu sonho, mas este não é o final da história, pois ela está

apenas começando... e ainda ouviremos falar muito desse novo

astro!

Ela o agradeceu e voltou para casa com o filho.

- Pode ser um animal de estimação ou a prática de um esporte.

Dias depois ela saiu para tentar adotar um animalzinho, primeira ela tentou um

cachorro grande, peludo e bonzinho, mesmo com todas essas características, ele

disse que não o queria. Depois tentou um gato pequeno, cinza e alegre, mas

novamente ele disse que não.

Tempos depois, algumas outras tentativas e muitas recusas, a mãe encontrou um

papagaio de quem o menino gostou finalmente. Eles adotaram o papagaio que

passou a se chamar Pepeu. Depois disso sua vida mudou drasticamente, começou a

ser mais ativo, mais alegre, menos ansioso e, o principal: passou a ter amigos, mas ele

queria deixar a sua mãe orgulhosa, e lhe disse que um dia ele seria um grande astro de

Hollywood, mas ninguém acreditava nele e alguns até riam dessa sua promessa.U

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XIV PRÊMIO JOVEM ESCRITOR

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Não demorou muito para Daniella chamar um monitor para levar Laís para

brincar. Ao chegar no lugar onde estavam acontecendo as brincadeiras, Laís se

deparou com uma menina isolada, como Laís tinha um ótimo coração, ela sentou-se

ao seu lado e perguntou-lhe o que acontecera para ela estar triste daquele jeito.

Sua mãe, Daniella, estava cansada de ver a filha sozinha, então decidiu tomar

algumas providências, levando a filha para viajar, para um acampamento para

famílias. Laís não gostou daquela ideia, pois sabia que a intenção da mãe com aquela

atitude era enturmá-la com as outras crianças do acampamento.

Helena de Oliveira Melges

Laís é uma menina muito isolada. Na escola, ela toma o seu lanche sozinha e nunca

interage com os colegas de classe.

Por conta disso, rejeitou o convite da mãe, mas Daniella nem se importou, pois o

que ela mais queria era ver a filha brincar com alguns novos amigos.

A VIAGEM

Com aquela atitude, Lorena começou a se enturmar e as duas brincaram de

corrida de saco e, nesse momento, Daniella e a mãe de Lorena, a Cibele, chegaram e

ambas ficaram emocionadas ao verem as filhas brincando como crianças felizes.

Depois de alguns dias, elas foram viajar. A menina ficou a viagem toda

reclamando, mas quando elas chegaram, a garota parou por um instante de reclamar,

pois ela adorou a beleza do local.

A menina sentiu-se à vontade com a Laís, pois percebeu que ela, de fato, queria

ajudá-la. Depois de se conhecerem, Lorena contou à Laís que tinha dificuldades em

se enturmar. Laís já ia falar que sofria com a mesma insegurança, mas percebeu que

se falasse aquilo, não iria ajudar, então ela falou que não tinha aquele problema e,

para provar o que dizia a ela, ela pegou nas mãos da garota e a levou para o lugar onde

outras crianças brincavam, então elas começaram a brincar.

Laís e Lorena, além de suas mães, ficaram amigas e sempre mantiveram contato,

viajando juntas sempre que possível.Colégio M

ontessori Santa TerezinhaU

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XIV PRÊMIO JOVEM ESCRITOR

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Em uma grande cidade morava um super herói chamado Will Work. Ele era

conhecido por todos como o herói que ajudava todas as pessoas que ficavam em

perigo.

Um certo dia, quando sobrevoava a cidade, ele avistou muitas pessoas chorando

e outras desesperadas. Will Work sempre defendia a sociedade de todos os males e

resolveu, então, abordar uma senhora e perguntar-lhe o que estava acontecendo. A

senhora, de cabelos grisalhos e com os olhos avermelhados, levantou-se do banco de

praça no qual estava sentada e lhe disse:

Will Work, consolando-a, resolveu perguntar:

- Todas as vacinas do Posto de Saúde desse bairro sumiram e o risco de ficarmos

doentes é muito grande!

- As vacinas sumiram há poucas horas! – Disse a senhora, suplicando por ajuda.

Will, com toda a sua esperteza, logo imaginou o que poderia estar acontecendo e

que aquela maldade toda só poderia ter sido praticada pelo ser mais maldoso de

todos e que só prejudicava as pessoas: o terrível Dark.

O nosso herói, sem perder tempo, foi ao encontro de Dark, que vivia em sua

caverna e, chegando lá, foi surpreendido por seus guardas que não o deixaram entrar.

Giovanna Nazário Cruz e Evelyn Pedro Fontes

O MAIS CORAJOSO, WILL WORK

Will Work possui muitos poderes, entre eles, a invisibilidade.

Isso mesmo! Ele ficou invisível e, com isso, conseguiu finalmente entrar na

caverna, que era um local grande e escuro, além de ter muitos morcegos.

Will, ao encontrar Dark, notou que ele gargalhava e mostrava-se feliz diante de

sua maldade. As vacinas de quase toda a cidade estavam diante dele.

- Quando isso aconteceu, senhora?

Dark, ao perceber a presença de Will, se desesperou e começou a gritar:

Will revidou:

- Não! Elas pertencem aos cidadãos de bem da cidade e não a

você!

- O que você está fazendo aqui?

- Vim buscar as centenas de vacinas que você roubou dos Postos de Saúde!

Will rapidamente disse:

Em seguida, o herói Will conseguiu, com muita agilidade,

imobilizar, com seus poderes, o terrível Dark e seus guardas,

conseguindo levar todas as vacinas para o Posto de Saúde,

lugar de onde nunca deveriam ter saído. A polícia logo

chegou e prendeu os criminosos, livrando a cidade daquele

mal.

- Elas agora são minhas! – Gritou Dark.

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XIV PRÊMIO JOVEM ESCRITOR

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Sendo assim, a população da cidade resolveu realizar uma festa em

agradecimento e esta festa foi linda e muito divertida para o merecedor herói.

Os cidadãos da cidade ficaram felizes, aplaudiram Will Work por mais aquela

vitória sobre o mal.

Em um certo dia, Enrico e o seu cachorro de estimação chamado Mortadela,

foram chamar seus amigos Guilherme e Vitor, pois Enrico gostava muito deles, que

são muito legais.

Enrico saiu de sua casa e foi chamar primeiro o seu amigo Guilherme. Quando

chegou na casa de Guilherme, bateu na porta e o chamou para brincar. Guilherme

aceitou, mas convidou o Enrico para entrar em sua casa primeiro e ele aceitou.

AS CRIANÇAS E SEUS ANIMAISEnrico Teles Baccin

Guilherme e Enrico foram chamar um outro amigo, o Vitor. Ao chegarem à casa de

Vitor, chamaram-no para brincar, mas antes Vitor teve de alimentar o seu peixinho.

Depois disso, os meninos foram brincar em um campinho de futebol que fica ali

perto.

Enquanto isso eles observavam a Bia, que parecia ser uma menina solitária, pois

não tinham amigos e isso a deixava triste. Vitor sugeriu que eles deveriam conversar

com a garota, mas como se aproximar dela?

Os meninos foram até suas casas, pegaram doces e biscoitos

e os levaram para ela. Ao chegarem lá, eles entregaram todos

aqueles doces e biscoitos para ela, que adorou, claro. A amizade

entre eles começou a nascer a partir daí. Beatriz passou a ser

uma menina feliz, pois agora tinha amigos e nunca mais

brigou com ninguém.

Ao chegarem lá, bateram uma bolinha, mas havia uma menina bem rabugenta que

morava ao lado do campinho. A menina, chamada Bia, começou a implicar com os

meninos, falando que se eles não saíssem do campinho, ela mandaria a sua gata

correr atrás deles. Para evitar confusões maiores, eles saíram do campinho e

começaram a conversar entre si.

Eles começaram a bater um papo e, depois de alguns minutos, os dois saíram da

casa do Guilherme, acompanhados do animal de estimação de Guilherme, um

papagaio que se chamava Pepeu. Pepeu era muito bonito porque ele era verde com

manchas vermelhas e azuis nas asas.

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XIV PRÊMIO JOVEM ESCRITOR

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Esse sou eu, um garoto de muita sorte!

Meu pai é um cara muito correto, faz tudo por nossa família, já a minha mãe é uma

querida, que também não mede esforços para fazer tudo de melhor para mim e para

meus irmãos.

Meu nome é Antony, tenho tido uma infância tranquila e sou cercado de amigos

legais. Eu gosto muito de esportes, de vídeo games e de estudar. Minha matéria

favorita é História e eu gosto de brincar de futebol e de montanhas russas. A minha

família é muito unida e tranquila.

ANTONY POR ANTONYAntony Ferfoglia Batista Simões

Somos uma família simples, amamos os animais e a natureza.

Com uma família cheia de saúde e feliz, posso dizer que a minha

infância é muito linda!

Um dia eles fugiram e achamos que eles comeram alguma coisa na rua, como um

rato, pois na manhã seguinte o Neguinho amanheceu morto, depois foi o Bolota e o

Snoopy e, em seguida, o Favela e a Comparsa da Encrenca. Foi horrível.

Eu fiquei muito triste neste dia, mas aprendi que temos que valorizar tudo o que

temos e que sempre que tivermos a oportunidade de dizer “Eu te amo” para alguém,

devemos fazê-lo, pois a qualquer momento ela pode ir embora.

Oi, meu nome é Sophia e hoje eu vou contar como está sendo a minha infância. Eu

tenho uma cadela chamada Mel, ela adorava fugir de casa para andar na rua,

geralmente ela voltava depois de uns dias, porém, dessa vez, ela voltou com algo a

mais: a Mel voltou com dez filhotinhos.

Amava todos eles, mas desde o nascimento, o meu preferido era o Neguinho. Eu

adorava brincar com ele! Ele era muito preguiçoso e sempre lambia o meu rosto, não

só ele, mas todos da matilha de filhotinhos.

SOPHIA POR SOPHIASophia Claudino Vieira

E, apesar de passar por toda essa tristeza, eu continuo a ser uma pessoa feliz.

Bom, conseguimos doar cinco deles, e os outros ficaram em casa. Eu passei a

gostar tanto deles que até dei nome a eles: o Bolota, a Comparsa da Encrenca, o

Favela, o Snoopy e o Neguinho.

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MINHA INFÂNCIA NO BALÉMilena Fischer de Carvalho

Uma história especial que aconteceu comigo foi quando eu tinha uns 4 anos e eu

fiz minha primeira apresentação de balé. Meu coração batia acelerado, eu respirei

fundo e entrei no palco para a apresentação. Meus pais estavam na primeira fila... ai

que medo!

Eu dançava um pouquinho e dava um “tchauzinho” para eles, e isso ficava se

repetindo por várias e várias vezes...

Essa história, realmente, eu não queria que acabasse nunca! Eu adorei aquela

apresentação, de verdade!

A infância foi a melhor fase da minha vida até hoje...

Meu pai estava gravando tudo e hoje, com 11 anos, fui assistir a essa

apresentação, que foi muito engraçada. A primeira coreografia eu sabia, mas a

segunda eu ficava só “colando” das minhas amigas que estavam no palco comigo.

O pior de tudo foi a minha cara, pois eu dançava me achando... como se fosse a

própria Ana Botafogo, a maior bailarina do país de todos os tempos. Eu era pequena,

não sabia que existiam pessoas melhores que eu no balé.

SARAH POR SARAHSarah Oliva Barga

Olá, meu nome é Sarah e hoje eu vou contar sobre o dia mais feliz da minha vida!

Passaram-se os nove meses e, depois disso, finalmente o dia tão esperado

estava chegando. O nome da minha irmã é Alice, nome bonito porque fui eu quem o

escolhi. Eu me lembro que eu faltei na escola neste dia para participar da chegada da

minha irmã e ver a minha mãe dar à luz. Esperamos muito, mas o dia acabou e nada!

Eu tinha 5 anos quando descobri que teria uma irmã, foi no dia 14 de agosto de

2012, depois fiquei perturbando a minha mãe para que ela me deixasse vê-la nascer.

Sem dúvida alguma, esse foi o dia mais feliz da minha vida!

Não foi o dia em que eu descobri que eu teria uma irmã, mas foi

o dia que ela nasceu, porque eu descobri que ela era uma

menina saudável e cheia de alegria, que mudou a vida da

nossa família!

Finalmente, no dia seguinte, dia 29 de abril de 2013, aproximadamente às 6h20m,

minha irmã chegou ao mundo. Ela nasceu em casa, por opção de

meus pais, e eu pude assistir ao nascimento da minha irmã e eu

até chorei de alegria e emoção!

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XIV PRÊMIO JOVEM ESCRITOR

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- Todos venceram a corrida, então lanche para todos!!

Depois dessa pausa, eles continuaram a corrida. Lulu foi pelo campinho e a Flávia

foi pelo meio das casas, mas, no final todos chegaram juntos ao McDonald's e Flávia,

diante da situação inesperada, disse:

Um grupo de amigos estava andando no parque com uma certa pressa, mas por

que estaria aquele grupo com tanta pressa?

- “Bora” lá! – Concordou a Lulu, convencida.

- Vamos fazer uma corrida de bikes que passe pelo parque e pelo campinho do

Bairro Einstein? – Sugeriu ela.

Francisco Costa e Silva

Flávia acordou muito animada para ir à escola de bicicleta. Quando chegou na

escola, ela notou que era sábado, pois não havia ninguém por lá, apenas os seus

amigos Lulu e Dudu, parados, na porta da escola, com suas bicicletas. Flávia sugeriu,

então, fazerem uma corrida até o parque, que ficava do outro lado do bairro.

- Não sei não! Acho que ir até lá é longe demais e estou precisando de um belo

hambúrguer para percorrer toda essa distância.

MARATONA ESCOLAR

- A linha de chegada será no McDonald's e quem vencer, ganhará um hambúrguer

grandão, pago pelos perdedores! – O Dudu explicava todas as regras, muito

animadamente.

No parque eles já estavam morrendo de sede, mas havia um vendedor de água de

coco logo à frente, onde cada coco custava R$ 2,50. O Dudu pegou os cocos, a Lulu

pagou a despesa com moedas e cédulas.

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Fundamental7anosos

XIV PRÊMIOJovem Escritor

Alexandre

Catherine

Catarina

Henrique

Isabella Maria Luiza

Henrique

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Fundamental7anosos

Com o objetivo de diferenciar enredo de história, nas narrativas

biográficas ou ficcionais, os textos produzidos seguem uma sequência

linear, mudando o foco narrativa, com o objetivo de “sentir o outro” numa disposição

cronológica, usando a inversão de ordem, com saltos no tempo, elipses e cortes,

surpreendendo-nos pela criatividade.

Deixar que o outro se “apodere” da própria história ao narrar a sua história em 3ª

pessoa do discurso ou contando a história do outro como se fosse ele próprio,

narrando em 1ª pessoa um enredo que não foi vivido por ele mesmo, uma experiência

que resultou em textos envolventes.

Perceber a poesia como meio de demonstrar a opinião de uma forma divertida ou

sensível, além de conhecer os poderes de mitos gregos que influenciam a nossa

cultura atual.

Criar narrativas de aventuras, usando o fantástico e a ficção, como dar

características humanas a animais e opinar sobre fatos atuais, como a crise política e

econômica atual em nosso país.osOs alunos dos 7 anos homenageados deste ano conseguiram expressar os seus

melhores sentimentos, emocionando-nos e enchendo-nos de alegria por descobrir

talentos tão jovens, cheios de criatividade e de valores essenciais para uma vida

social ética e correta.Professora Maria Inez Ferreira de Jesus

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XIV PRÊMIO JOVEM ESCRITOR

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SONHO DE BORBOLETAS

Pus a minha criatividade em borboletas,

Pus minha tristeza em balões.

E também no que sinto

Pus o meu sonho num navio.

E o navio em pleno mar.

Para enfim poder voar.

Sinto desabrochar emoções,

Como girassóis nos campos,

Para dela me livrar!

E na primavera as flores a brotar.

Alexandre Ito Kawaguchi

Sinto felicidade no que faço.

Nas férias, eu minha família, papai, mamãe e minha irmã, estávamos em Orlando nos

parques da Disney e nos outros parques de lá. Fomos em janeiro e, de previsto estava um

frio danado!

Estávamos aproveitando bastante, achei os brinquedos bem divertidos, fora o

encanto de conhecer as personagens. Cada dia tomávamos café da manhã no hotel e

íamos aos parques para a diversão. Até que fizemos uma “mudancinha nessa rotina”, num

desses cafés da manhã, ainda normal, eu senti um cheiro de torta de maçã do

MacDonald's, fiquei com muita vontade e, com água na boca, então disse a minha mãe:

- Uau filha, que inesperado! Mas como é caminho do parque que vamos hoje, podemos

passar por lá e pedir uma tortinha dessas no “Drive Thru”.

“Two apple pies, please.”, que quer dizer: “Duas tortas de

maçã, por favor.”, mas em vez disso ele disse:

A “TURTLE APPLE”

- Two turtle apple, please!

- Nossa, me deu uma vontade daquela torta do “Mac”!

Aquilo só podia ser brincadeira! O que ele pediu quer dizer

tartaruga de maçã. Com isso a atendente perguntou-lhe:

- Ahh! Eu também quero! – Exclamou a minha irmã, a Bia.

Catarina Bosco Tavares

E lá fomos nós! Terminamos de comer, entramos no carro e encontramos a lanchonete

do McDonald's. Já na “passarela” do “Drive Thru”, entramos na fila para

pedir as tortinhas. Chegou a nossa vez e, para começar, não tinha

uma pessoa na cabine, mas uma espécie de máquina com um rádio.

Para a gente aquilo era novidade, porque aqui no Brasil, no “Mac” que

eu vou, isso não existe, não sabíamos mexer naquilo e a Bia teve

que descer do carro para tentar apertar o botão certo para ver se

funcionaria, ela conseguiu e então meu pai deveria pedir:

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- What?! – (em português: “O quê?!”).

O meu pai respondeu a mesma coisa que ele pediu antes. Minha mãe, eu e minha irmã

começamos a rir demais, pois ele achava que estava certo, mamãe então gritou:

- É pie, é pie! – (Em português: “É torta, é torta!”).

- Pera aí! Você não viu que estou falando com a moça? – Ele respondeu.

Meu pai achava que ela estava lhe chamando, pois “pie” tem som de “pai” e, às vezes,

ela o chama assim e ele continuou repetindo o primeiro pedido a atendente.

Não parávamos de rir e minha mãe:

- Ahh! Por que você não me disse isso antes? – Questionou o papai, como se nada

tivesse acontecido.

- É pie, é pie!

Até que enfim ela gritou:

Nisso a moça americana foi chamar uma que sabia falar espanhol, para ver se

entendia o meu pai. E ele pedindo:

- Two turtle apple, please!

- É “apple pie” e não “turtle apple”!

Em suma, a moça entendeu e, eu e a Bia, conseguimos a nossa tão esperada “turtle

apple”, seguimos para o parque alegres e dando gargalhadas.

A ESPADA DE RAMIL

- Você foi o escolhido e ganhará os poderes de Ramil na madrugada do seu sétimo

aniversário.

Obviamente que, com apenas sete dias, eu não entendia o que tinha ouvido e muito

menos me lembrava daquilo.

Faltava apenas um dia para eu completar sete anos e dois dias para a minha festa de

aniversário. Estava super empolgado para a festa, convidei vários

amigos, da escola e do local onde moro.

Tudo começou quando eu nasci, por conta de problemas pulmonares eu passei sete

dias internado, com pequena chance de sobreviver. No sétimo dia, de madrugada, um raio

caiu sobre o hospital, estremecendo as estruturas e eu ouvi uma voz que sussurrava no

meu ouvido:

Na madrugada, antes da festa, eu não consegui dormir, pois

estava muito ansioso, então fiquei assistindo televisão no meu

quarto. Depois de um tempo, começou a trovejar e, em seguida,

escutei passos que ficavam mais altos a cada segundo. No

momento fiquei calmo, pois achei que eram meus pais

caminhando pela casa. De repente percebi que a maçaneta da

porta começou a girar e um raio caiu sobre a casa. A porta se

abriu e apareceu a silhueta de um homem que falou o que eu

tinha escutado na noite em que eu estava no hospital, no dia

do meu nascimento, que explicou o acontecido.

Henrique Ettinger Cores

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A RACHEL DE QU

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Algumas horas andando e perdido, acabei encontrando

um bisão, que tentou me atacar. Naquele momento eu senti

que iria morrer, mas ele olhou para mim e disse:

Eu estava tão preocupado em cortar aquela árvore, que não

prestei atenção em Hana, que entrou na floresta, à noite, e eu perdi a

Hana, no meio daquela floresta, junto a ursos pardos e lobos

cinzentos famintos. Eu precisava encontrá-la, senão nunca a

veria novamente.

Enquanto eu cortava algumas árvores, minha irmã pegava algumas flores. Vivemos

em uma cidade pequena, perto das florestas, ao norte do Canadá.

Isabella Matos Xavier Lima

OS ESPÍRITOS DA FLORESTA

Oi eu sou Yudi, se você está lendo isso, então eu consegui. Tudo começou quando eu e

minha irmã mais nova, Hana, estávamos buscando mais lenha na floresta, há 2 anos,

quando eu ainda tinha 18 anos e minha irmã 4.

No inverno minha cidade fica silenciosa com todos dentro das casas, mas minha mãe

está doente e meu pai morreu recentemente. Minha cidade é isolada e não há remédios

para minha mãe. Meu pai era lenhador e eu sou também.

Enquanto eu andava pela floresta, ouvia alguns sussurros

como “Nos ajude!”, “Por favor, nós imploramos!”, “Por favor...”,

todos se repetiam e isso me incomodava.

Eu fiquei espantado com o que foi falado ali, mas aceitei meu dever e, de repente, a

silhueta desapareceu. Naquela mesma noite, tentei esconder a espada no meu armário

para que meus pais não a encontrassem.

Meu pai não acreditou e quase riu da minha história. De repente uma voz sussurrou na

minha mente, explicando-me que, para usufruir do poder da espada teria que gritar

"Ramil".

- Boa noite! Eu sou o Ramil, o deus do Trovão, e preciso lhe explicar o que está

acontecendo! Você será o novo Thunderboy, com o poder da espada. Sete mil nos atrás eu

fui o primeiro Thunderboy e, a cada geração, um novo será escolhido por mim.

Imediatamente peguei a espada e corri até a janela. Concentrei-me e gritei bem alto

"Ramil”. Repentinamente caiu um raio, isso fez com que meu pai ficasse boquiaberto e,

imediatamente, ele foi contar o ocorrido para minha mãe.

Com o ocorrido, descobri que eu pulara meu oitavo dia de vida, quando essa vida

acabou, e pude constatar que essa história toda ocorreu apenas na minha imaginação.

Naquele mesmo dia, o da festa, eu estava super empolgado, meus amigos foram

chegando e brincamos por um bom tempo. Ao término da festa, meu pai foi recolhendo os

presentes para guardá-los em meu quarto e, com isso, ele acabou abrindo meu armário e

encontrando a espada. Eu acabei constatando que deveria ter guardado a espada em um

local mais escondido. Tentei me manter sério, porém depois de consecutivos

questionamentos, acabei revelando toda a verdade.

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Henrique Santos Martines

Há muito tempo, havia um homem chamado Hércules, que era um semideus, filho de

Zeus com uma mortal. Era muito forte e era imortal. Hera, esposa de Zeus, tinha ódio dele,

então falou que se cumprissem os 12 trabalhos, pois então ele se

tornaria um deus. Ele concordou e foi cumprir os trabalhos. O décimo

segundo trabalho era capturar Cérbero, irmão da Hidra.

Hércules foi com seu meio-irmão Hermes, pedir para

Hades, o deus do mundo subterrâneo, se poderiam levar o

animal, ele deixou, porém teria que pegá-lo sozinho e

desarmado.

Cérbero era um cachorro de três cabeças e tinha um rabo de

serpente, era guardião dos portões de Hades, o mundo

subterrâneo, onde viviam os mortos da antiga Grécia. Ele

deixava todos entrarem neste mundo subterrâneo, mas não

deixava ninguém sair, cumprindo assim o seu papel de guardião.

O ÚLTIMO TRABALHO

“Saiam e não voltem! A floresta é perigosa demais para humanos...”

- Mãe?!

“Você falhou, Yudi! Abandonou quem mais precisava de você, por puro egoísmo! Você

não é o meu filho...”

Naquele momento chorei e esqueci de tudo ao meu redor, só queria estar ao lado da

minha família. Depois ouvi uma outra voz, a voz da minha mãe:

“Por favor, salve-a...”

“Seu nome significa corajoso, bravo, gentil e forte! Você é tudo isso! Então salve-a...”

“Meu filho...”

- Quem e por quê?

- Como assim?

De repente ouvi a voz da minha irmã:

- Nunca abandone seus companheiros! Eu já não lhe ensinei isso?

- Yudi! Socorro!

“É o seu destino...”

O bisão simplesmente sumiu na minha frente, eu me virei para todos os lados,

procurando-o e consegui ver minha cidade ao longe, mas eu não sabia que havia andado

tanto, ao ponto de subir a montanha. Eu olhei a minha casa de longe e apenas vi a lareira se

apagando, ao mesmo tempo que as velas e, ouvi um sussurro parecido com a voz do meu

pai:

Corri atrás daquela voz e a encontrei com um coelho no colo, mas ela me abraçou e

ouvi uma voz, um sussurro:

No reflexo, peguei o braço da minha irmã e fomos embora de lá.

Esse relato deve ser passado de geração em geração, para que saibam o verdadeiro

poder dos espíritos da floresta.

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Depois de pegá-lo, Hércules finalmente levou-o para Eristeu. Chegando lá o cachorro

estranhou o lugar, então fez muita bagunça, porém o semideus viu o animal se divertindo.

Para deixá-lo mais alegre, ele começou a fazer bagunça junto com ele. Depois levou-o de

volta, com muito cuidado para não acordá-lo, pois este estava cansado, já que tinha feito

muita farra. E assim cumpriu todos seus 12 trabalhos e pôde descansar com seus

machucados.

Ele foi até cachorro, mas, ao tentar capturá-lo, Cérbero estava muito agitado, então o

herói, depois de 30 minutos, com muita dificuldade, segurou suas cabeças para acalmá-

lo, mas seu rabo mordeu-o várias vezes.

O 12° TRABALHO DE HÉRCULESCatherine de Faria Vieira

Após muitos anos, Hércules chegou ao último trabalho, que era capturar e devolver a

Hades, o Cérbero, um cão de três cabeças, com uma cauda de serpente. O cão guardava a

morada dos mortos: permitia entrada de todos, mas impedia que qualquer um saísse.

Hércules estava acompanhado de seu meio-irmão Hermes, os dois entraram no

portão e foram até o deus Hades, pedir sua permissão para capturar o Cérbero. O deus

concordou, mas exigiu que Hércules fizesse o trabalho sozinho e desarmado. O homem

aceitou e foi em busca do Cérbero.

Era uma vez Hércules, um célebre herói da mitologia greco-romana, um símbolo do

homem em luta contra as forças da natureza, cumprindo seu décimo segundo trabalho.

Os trabalhos foram propostos pela deusa Hera, o motivo dela ter feito isso foi que Zeus,

seu infiel marido, teve um filho (Hércules) com uma mortal, chamada Alcmena. Já que

Hera era muito ciumenta e enraivecida, quando ficou sabendo da notícia, ficou muito

brava e resolveu mandar a Hércules doze trabalhos “impossíveis”.

Um tempo depois, cumprindo a tarefa, levou o Cérbero de volta e

o devolveu a Hades, terminando o desafio das tarefas de Hera.

Ao encontrar o Cérbero, Hércules o atacou na hora, segurou uma das cabeças, o cão

tentava tirá-lo de lá, mas o homem segurava-a com toda a sua força, embora a serpente

da cauda o mordesse repetidamente. Hércules continuava segurando a cabeça do

monstro até diminuir sua ferocidade, ele continuou insistindo e o cão se acalmou, ele não

conseguia mais atacar ou se defender, sua força havia acabado. Hércules então, levou o

Cérbero até Euristeu.

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Por conta disso, tivemos que sair. Eu estava nervosa e preocupada, porque corria o

risco de perder o horário da visita ao parque do Harry Porter e não conhecer o estúdio. O

Overground não passa toda hora, como o metrô, por exemplo, e por ser em uma estação

não tão movimentada, o próximo para Watford Junction, sairia só 40 minutos depois.

Assim que chegamos em Watford Junction, comemos um sanduíche,

pois não tínhamos almoçado e já era tarde. Entramos com o lanche no

próprio ônibus do Harry Potter, que nos levou até o estúdio.

O trajeto até Leavesden durou 30 minutos, ou seja,

chegamos a tempo!!! Eu estava muito feliz, só de pensar que os

atores de Harry Potter gravaram lá, fiquei muito contente e

emocionada!

Por mais que toda essa aventura tenha acontecido, foi

uma experiência incrível e inesquecível. Adorei conhecer o

estúdio, foi maravilhoso!

Meu pai nos chamou, inclusive as garotas, pois o ônibus havia chegado. Para nossa

“alegria” ele estava lotado de alunos, pois era o horário de saída da escola. Ao entrarmos

no ônibus, eu e minha mãe fomos por uma das portas, enquanto meu pai pela outra, por

isso, não sabíamos se ele tinha entrado, mas ele estava ali.

Não sabíamos o que fazer, havia várias pessoas lá na estação, então meu pai resolveu

ver o ponto de ônibus que tinha ali do lado. Ele o achou e falou que os ônibus 477 e 121 iriam

até Watford Junction. Eu e minha mãe, enquanto meu pai via se um dos ônibus chegava,

encontramos duas moças, que também iriam para lá, e conversamos com elas em inglês,

foi bom para treinarmos o nosso inglês, e elas também não sabiam o que tinha

acontecido.

Já chegamos tarde da hora desejada, pois nossa seção era às 16h e saímos de Euston

às 14h, ou seja, já tarde o suficiente. Enquanto estávamos no trem, faltavam duas

estações, quando o trem parou. Eu e meus pais não soubemos o motivo até hoje, mas

acreditamos que um trem antes tenha passado e empurrado uma pedra do trilho e assim,

quando o nosso passou, a pedra voou e pegou na janela.

Aquelas meninas estavam lá também. Eu estava muito ansiosa,

inclusive com uma camiseta de Harry Potter.

Nós teríamos que sair de Euston, uma estação de Overground (um trem

metropolitano) até Watford Junction, e de lá pegaríamos um ônibus personalizado do

Harry Potter até os estúdios.

Maria Luiza Perestrelo Mendes

Assim que saímos do trem, vimos uma mulher chorando, mas não sabíamos o motivo,

estávamos preocupados com o nosso horário. Na estação tinha ambulância e polícia

também.

Quando eu fui para Londres, em julho de 2018, fui com meus pais. Eu como são fã dos

filmes, fui aos estúdios do Harry Potter, em Leavesden. Nós fomos no dia 4 de julho, mas

mal sabíamos nós que algo estranho aconteceria.

UMA VIAGEM INESPERADA

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Fundamental8anosos

XIV PRÊMIOJovem Escritor

Alice

Catharina

DanLucas

Amanda

Lunna

AmiraLucas

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Professora Adriana Lilian Garcia

Fundamental8anosos

A produção textual é uma ferramenta importante voltada para desenvolver a

escrita e o reconhecimento lógico - interpretativo, além de desenvolver uma ligação

entre os diversos conteúdos e suas relações vivenciais do educando. Por isso, a

possibilidade de participar do concurso “Jovem Escritor”, faz com que os alunos

demonstrem seus conhecimentos linguísticos necessários para a construção da

argumentação e também potencializa suas capacidades criativas. Ao promover tal

ação, o Colégio Montessori, promove aos alunos a oportunidade de compreender

que o exercício da escrita pode transformar o conhecimento, como também a

percepção da leitura, à partir das próprias relações pessoais, das nossas ações e até

mesmo, da maneira que encaramos nossa existência e nosso papel enquanto

indivíduos que pertencem a uma determinada coletividade e que modifica sua

realidade e o meio onde estão inseridos. Então, a leitura e a escrita, passam a ser

muito mais que atos de representação linguística, e sim, instrumentos que

possibilitam uma “libertação” intelectual para o ser social.

“Sendo o objeto da literatura a própria condição humana, aquela que a lê e a compreende

se tornará não um especialista em análise literária, mas um conhecedor do ser humano.”

A importância do incentivo à leitura e a produção textual

(TODOROV,Tzevetan)

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XIV PRÊMIO JOVEM ESCRITOR

33

O MISTÉRIOAlice Santos Bulhões

Em um dia chuvoso, um garoto chamado Lufly, ligou para seu amigo de infância

que se chama Zoro para passar o tempo e botar o papo em dia.

Ele mal podia esperar pela chegada de seu amigo, porém Lufly não encontraria

seu fiel amigo de infância, pois quando ele tentou ligar para o rapaz, o mesmo não

atendeu. Lufly preocupado com Zoro saiu de casa sem avisar a mãe e também

esqueceu de pegar um guarda-chuva, e já estava todo encharcado e por isso, decide

voltar para casa. No caminho de volta, Lufly estava andando tranquilamente quando

de repente...

Então, Lufly e Zoro foram andando até a casa, porém... o

mistério continuou e o suspense prevaleceu.

Lufly ficou chocado .

- O quê?! Moço eu não te fiz nada.

- Sim! Tem mais alguém aqui? Bom...

- Ele fugiu?

Quando Lufly e Abainu já estavam prontos para começar a luta, o inesperado

acontece, a pessoa que Lufly estava a espera, finalmente chegou.

- Bom, eu sou o Abainu e estou aqui para matá-lo – finalizou.

- Eu acho que não moço. - falou Lufly interrompendo o cara.

- Lufly?! Por que está aqui? - falou Zoro.

Lufly com medo concordou acenando com a cabeça.

- Estava preocupado com você, porque não havia chegado em minha casa. – então

Lufly se lembra como o amigo era.

- Zoro?! – os dois surpresos falaram:

- Quem?

- Quem te contratou?

- Zoro, você ainda não tem sendo de direção, né?

- Eu?! - Lufly questiona.

- MOLEQUE!!! Deixe eu falar!

- Esquece, vamos para minha casa.

- Um pouco?! – então percebeu que o Abainu havia fugido.

- Aquele que se chama por IM.

- Moleque, eu fui contratado para te matar, só isso.

- É aquele que sabe quem é realmente você e seus amigos.

- Ei você! - uma pessoa encapuzada falou.

- Fique quieto! Eu só me perdi um pouco.

- Ok! Vamos Capitão!

Colégio Montessori Santa Terezinha

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XIV PRÊMIO JOVEM ESCRITOR

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Park estava confuso demais. Por um momento teve que parar de correr, estava

demasiado cansado. Ofegante, apoiou as mãos no joelho para tentar recuperar o

fôlego, mas quando olhou para frente novamente, viu uma luz. Aquela luz era tão

brilhante, tão chamativa. Mas antes que pudesse ir em sua direção, uma mão em seu

ombro o impediu. Quando se virou para trás, viu o homem que o perseguia.

A LUZ DE PARKCatharina Gonçalves Alexandre Simoes Ferreira

Correr. Era a única coisa que Park conseguia fazer naquele momento. Onde ela

estava? Ah não, espere! Aquela era a rua da sua casa, podia reconhecê-la. Olhou para

trás e viu um homem correndo atrás dele. Quem era aquele homem? O que ele

queria? Por que estava perseguindo-o?

Park acordou sem fôlego. Levantou-se rapidamente e esfregou as mãos no

rosto. Mais um sonho estranho. Mais um dia sem respostas. Olhou ao redor e viu seu

diário. Sem dúvidas, se levantou e o pegou junto a uma caneta, e começou a escrever.

“Hoje se completam duas semanas desde que o avião caiu e ainda não consigo

entender o que aconteceu. Como já sabe, estou ficando na casa que eles disseram

que moravam, mas não há rastros de nenhum ser vivo por aqui e nem em nenhum

lugar desta cidade, estou começando a ficar assustado. Onde diabos está todo

mundo? Um avião cai no meio de uma cidade e não há nenhum resgate? E os

passageiros que estavam comigo naquele avião? Sumiram? Para onde foram? Por

que estou sozinho?”

Depois disso, o garoto decidiu que iria para a biblioteca da Universidade que

achou no fim da rua, já que ler era a única coisa que podia fazer de interessante

naquele momento.

Quando chegou na biblioteca, escolheu um livro de poemas e se sentou em um

dos pufs que lá tinha.

Park então, teve vontade de chorar. Ver todos aqueles poemas, o fez lembrar de

como era sua vida antes daquilo tudo acontecer, e isso fez com que sentisse

saudades dela. Olhou para todos aqueles poemas, ah, como amava escrever poemas.

Seus poemas eram geralmente, cheios de alegria e vida, mas desde

que tudo aconteceu, toda vez que Park pegava um papel para

escrever algo, nada saía, já que naquela situação o que mais

faltava era alegria ou vida.

E então, Park se afundou em lágrimas. Não aguentava

mais aquilo, queria sua vida de volta. Queria sua mãe e seu

pai de volta. Queria sua escola de volta, queria seus amigos

de volta.

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XIV PRÊMIO JOVEM ESCRITOR

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O menino cheio de alegria e de vida, já não existia mais no Planeta, sua jornada na

Terra foi curta, mas estava tudo bem, era o que o olhar falava. Park sabia que não

estava mais sozinho, ele podia sentir isso. Então, de mãos dadas, os dois seguiram

em direção à luz. Park deu uma última olhada para trás, e pode ver o jardim de sua

casa. Sentiria saudade de tudo, aquilo que ele foi, mas estava animado para tudo

aquilo que ele ainda seria.

O garoto se levantou e olhou para a janela em sua frente. Havia um mundo lá fora,

mas por que aquele mundo não parecia real? Havia um garoto feliz e cheio de vida

dentro dele, que entrou naquele maldito avião em busca da sua verdade, em busca

dos pais que nunca conheceu. Mas por que aquele garoto não parecia mais estar ali?

De repente, Park se viu em um campo florido. Não estava mais na biblioteca, é

como se tivesse sido teletransportado.

Park olhou ao redor confuso. O que estava acontecendo? Por que estava ali? Mas

foi quando olhou para trás que levou um susto, aquele mesmo homem de seus

sonhos, vinha em sua direção.

Saiu correndo pelo campo, ele não tinha ideia de quem era aquele homem

misterioso que já lhe perseguia há duas semanas.

Park correu, correu tanto que perdeu o fôlego e teve que parar. Droga! Por que ele

sempre perdia o fôlego? Então, olhou para frente e viu a luz, àquela que sempre via

em seus sonhos. E ela não tinha mudado nada, ainda estava chamativa e brilhante, o

suficiente para que fosse em sua direção. Mas, como em todos os sonhos, uma mão

em seu ombro o impediu, e quando se virou, Park viu que era o homem que o

perseguia. Porém, desta vez foi diferente, pois Park o olhou nos olhos, e aquele olhar

já era o necessário para entender tudo.

Pouco a pouco, soube que aquele homem era o pai que ele nunca conheceu.

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XIV PRÊMIO JOVEM ESCRITOR

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Dan Iutaka

Em uma tarde chuvosa, Sabina uma universitária, entra em uma pequena

biblioteca localizada no velho centro da cidade de Itú. Ali, pouquíssimas pessoas

frequentavam o local, mas justamente naquela tarde havia um rapaz sentado

sozinho em uma mesa no canto do estabelecimento, ele usava um sobretudo de

coloração marrom escuro. A moça sem encontrar o livro que tanto queria, decide

perguntar ao bibliotecário, já informada sobre onde estava seu livro, vai pegá-lo.

Então, o rapaz que estava sentado, aproveitou e fala com a menina, assim que ela

toca no livro:

- Ei garota, venha aqui e sente-se na minha mesa.

LER É MÁGICO

Ela com medo e desconfiada se senta e não diz uma palavra, já o rapaz com uma

voz serena e rouca fala:

- Minha menina, seu nome é Sabrina, certo? Quero que saiba que pegar este livro

foi um grande erro da sua parte.

Então, o tal homem desabotoa seu casaco. A chuva estava ficando mais forte...

Neste momento, ela olha o rosto do rapaz e percebe que seus olhos são totalmente

brancos e sem vida. A menina entra em estado de choque e se questiona sobre como

ele sabia seu nome e então, decide correr. Chegando perto das portas, estas

começam sozinhas a abrir e fechar até baterem e se fecharem por completo. A

garota olha para trás e vê o rapaz levitando em cima da mesa com uma das mãos

estendidas em sua direção. Logo, Sabrina grita por socorro enquanto as mesas e

estantes voam em sua direção e quando estão prestes a esmagá-la, a garota acorda

no meio de uma aula na Universidade e percebe que tudo não passava de um sonho e

que deveria parar de assistir a série Supernatural.

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XIV PRÊMIO JOVEM ESCRITOR

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Lucas Castro Orbite

Sabrina era uma típica menina de 15 anos. Vivia com a cara no celular, saindo com

as amigas, falando de garotos e assistindo séries de TV. Ela ia bem na escola, sempre

tirava notas boas, tinha um bom relacionamento com os professores e gostava das

matérias. Seus pais, donos de uma empresa bem sucedida, conseguiam sustentar

bem a família e forneciam mais do que o suficiente para os filhos. Sabrina tinha um

irmão e eles se davam muito bem. Em suma, Sabrina era uma muito feliz e saudável.

Mas, um dia, ela e o pai discutiram. Era uma tarde chuvosa e os trovões

“berravam”. O pai defendia que a filha não saísse mais de casa, ficava muito tempo no

celular e não dava mais ouvidos a ninguém. Então, soltando fumaça pelo nariz de tão

irritada, Sabrina resolveu conhecer a pequena biblioteca sombria daquela cidade,

pois queria provar para o pai que ela não vivia apenas no celular, mesmo como o aviso

dos amigos de que lá “ não era um lugar do bem”. A menina não acreditava nessas

coisas, portanto foi sem receio, mas ela não imaginava que ali o destino reservava

uma surpresa. Sem que ela notasse, um vulto tão escuro quanto a noite a seguiu.

Sabrina deu alguns passos até uma das estantes. A menina sentiu desgosto por

aquelas estantes, pois estavam muito sujas e havia várias teias de aranhas nelas. Até

que ao escolher um livro para ler, achou-as limpas comparadas ao livro. Estava

caindo aos pedaços. Todos os cantos estavam desgastados, o título estava apagado

pela metade e as páginas estavam rasgadas.

Ao chegar à biblioteca, primeiramente bateu nas portas de madeira podre. Já que

ninguém veio recepcioná-la, Sabrina entrou. Deu uma boa olhada no lugar. De um

lado, um balcão onde a bibliotecária deveria estar. Do outro lado, algumas mesas e

cadeiras disponíveis para quem quisesse ler. Atrás do balcão, várias estantes com

livros. E, no teto, alguns candelabros sem fogo em suas velas. O lugar era apenas

iluminado pelo resto dos raios do Sol que desaparecia por entre as montanhas.

O MISTÉRIO DA SENHORA DA BIBLIOTECA

Sabrina resolveu ir embora, sair daquela “espelunca”. Ela se virou e lá, no balcão,

uma senhora arrumava alguns papéis em cima da mesa. A menina se

aproximou com cautela e cumprimentou-a.

A última registrada por uma das câmeras de segurança foi a

senhora se virando para Sabrina, a menina dando um grito e

ambas desaparecendo, antes que a câmera apagasse...

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XIV PRÊMIO JOVEM ESCRITOR

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Sabrina atravessou para o outro lado da calçada para

tentar despistá-lo, e ele também foi atravessar, mas quando

estava bem nomeio da rua, um caminhão surgiu do nada e foi

em cheio na direção do menino, que não se moveu... Ela

fechou os olhos, pois não queria ver o momento da colisão,

porém segundos se passaram e ela não ouviu barulho

algum.

UM DIA CHEIO DE EMOÇÕESLunna dos Santos Mano

Em uma tarde chuvosa, Sabrina, uma jovem universitária, entra em uma pequena

biblioteca localizada no velho centro da cidade de Itú. Ali, pouquíssimas pessoas

frequentavam o local, mas naquela tarde havia um rapaz desconhecido que a

encarava profundamente. Ela não deu bola e se sentou em uma das mesas vazias

para poder estudar, mas ao levantar o olhar após um tempo, percebeu que o

desconhecido ainda estava ali. Apesar de estar levemente assustada, não queria que

isso transparecesse. Então, ela o encarou da forma mais profunda que conseguiu, se

levantou lentamente e tomou rumo a sua casa.

Sabrina, apesar de não querer admitir, estava realmente assustada em relação

aquele rapaz, não conseguia parar de pensar que talvez ele fosse um louco, um

psicopata. Não queria ser agredida, assassinada. Tentou afastar esses

pensamentos, afinal, o desconhecido não estava mais ali, porém no

instante seguinte, o viu andando atrás dela. Tentou apertar o

passo, mas ele também o fez. Um arrepio macabro lhe subiu a

espinha.

Pois logo pode ser tarde.

Ou é um amor de verdade

Amanda Mariano da Costa Pessoa

Ele pode se acabar.

Ou é tudo uma ilusão

E o outro alguém é o lampião

Se você ama alguém,

Com apenas um deslize

Corra e demonstre,

Mas ama de verdade

O AMOR...

Mas tão difícil de lidar

É um sentimento tão puro,

É como lutar no escuro

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XIV PRÊMIO JOVEM ESCRITOR

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O DEDO MISTERIOSOLucas Nagamine

Ela deu meia volta e saiu correndo em alta velocidade, mas percebeu que o

bandido apontou a arma. Só que ela foi muito mais esperta e acabou dirigindo até a

delegacia e quando o ladrão conseguiu se aproximar dela e pegar o anel, teve uma

grande surpresa, vários policiais já estavam perto dele e

rapidamente o prenderam.

Ela ficou em dúvida se iria levar o tal “objeto” para sua casa, mas apesar do receio,

acabou levando.

O ladrão chegou perto dele e disse:

- Me dá esse dedo ou vou atirar em você!!!

Apesar do grande susto, ela percebeu que sua curiosidade

poderia levá-la a um grande destino... ser investigadora. Bom, aí

quem sabe logo teremos outras histórias desta nova

detetive?!!!

Era uma vez uma mulher que estava andando calmamente na praia. De repente,

viu algo brilhando na areia, então foi até lá e pegou um objeto. Ao prestar mais

atenção no objeto, percebeu que além de uma bela pedra reluzente no anel, havia

também um dedo. Passado o susto, começou a se perguntar:

Quando ela estava andando de carro, tentou se distrair ouvindo o rádio, mas não

teve jeito, percebeu que sua atitude na verdade era uma grande “furada”, pois ouviu

no rádio que aquele anel era roubado. Então, voltou para casa e foi até a delegacia.

Quando estava indo até lá, percebeu que alguém estava seguindo-a. Ela parou o carro

e percebeu que quem estava perseguindo-a, na verdade era um criminoso.

- Como isso foi parar aqui? O que aconteceu? Por que aquele dedo apareceu na

praia?

E assim, finalmente os abriu, viu o caminhão descendo normalmente a rua e

nenhum sinal do rapaz misterioso. O chão estava sem sangue, sem corpo, nenhum

sinal de colisão. Ela pensou em ligar para a polícia, mas o que diria?! Que achava que

aconteceu um atropelamento, do qual não tinha nenhum sinal de ter de fato

acontecido? Não, seria muita loucura, e a última coisa de que precisava era de mais

emoções. Então, decidiu apenas seguir normalmente se caminho para casa, como se

nada tivesse acontecido...

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XIV PRÊMIO JOVEM ESCRITOR

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De nossos netos, bisnetos, animais e em memória àqueles que se foram.

Priorize, se importe, faça acontecer...

Sinta e permita-se ser sentido...

É o futuro deles...

Não é somente nosso futuro

Nos tirará tudo aquilo que nos sustenta a ser quem somos.

FAÇA A MUDANÇA ACONTECER!

Não pode nos deixar sem amparo

Não prejudique a fauna e a flora... CUIDE!

Sem belos rios, belas praias...

Feche as torneiras... OBSERVE!

Preserve tudo aquilo que pode... AJUDE!

Derramar uma lágrima é sinal de...

Compaixão, sensibilidade, sinal de que...

Ela está presente em tudo,

Tudo passa, tudo acaba...

Ela não pode acabar,

Finita, imprescindível e amada

ÁGUA...

Assim nos retratamos a um de nossos maiores bens

Ela cai de nossos olhos em momentos de dificuldade ou alegria

Até mesmo onde menos pode-se observar.

Ela lava nossas mãos, nossos cabelos, renova nossas forças.

Lava e cozinha nossos alimentos, os cultiva.

Amira Nascif de Oliveira

Ela traz tudo que há de mais importante, a VIDA!!

Em um mundo tão difícil e cruel

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Fundamental9anosos

XIV PRÊMIOJovem Escritor

Thales

Beatriz

LucasLaura

Camila

Ricardo

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Fundamental9anosos

Professora Adriana Lilian Garcia

A produção textual é uma ferramenta importante voltada para desenvolver a

escrita e o reconhecimento lógico - interpretativo, além de desenvolver uma ligação

entre os diversos conteúdos e suas relações vivenciais do educando. Por isso, a

possibilidade de participar do concurso “Jovem Escritor”, faz com que os alunos

demonstrem seus conhecimentos linguísticos necessários para a construção da

argumentação e também potencializa suas capacidades criativas. Ao promover tal

ação, o Colégio Montessori, promove aos alunos a oportunidade de compreender

que o exercício da escrita pode transformar o conhecimento, como também a

percepção da leitura, à partir das próprias relações pessoais, das nossas ações e até

mesmo, da maneira que encaramos nossa existência e nosso papel enquanto

indivíduos que pertencem a uma determinada coletividade e que modifica sua

realidade e o meio onde estão inseridos. Então, a leitura e a escrita, passam a ser

muito mais que atos de representação linguística, e sim, instrumentos que

possibilitam uma “libertação” intelectual para o ser social.

“Sendo o objeto da literatura a própria condição humana, aquela que a lê e a compreende

se tornará não um especialista em análise literária, mas um conhecedor do ser humano.”

A importância do incentivo à leitura e a produção textual

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XIV PRÊMIO JOVEM ESCRITOR

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Muitas vezes as mídias sociais podem ser uma ótima forma de entretenimento,

como um “passatempo”. O grande problema é que esse simples “passatempo” acaba

tornando-se um sério vício, levando uma pessoa a ficar várias horas seguidas de seu

dia apenas olhando para o celular, esquecendo-se do resto do mundo e de suas

obrigações. Além disso, como já mostrado pela ciência, olhar fixamente para uma

tela excessivamente brilhante e pequena por muito tempo pode trazer inúmeros

problemas físicos, como a deficiência visual, dificuldade de socialização, obesidade,

enxaqueca, e até depressão. Mas, quando se trata de uma criança, todos esses

problemas se agravam muito.

CRIANÇA NO CELULAR, PERIGO NÃO VAI FALTARThales Kenji O. Bastos

Nós já conhecemos os diversos riscos que as redes sociais podem trazer aos

indivíduos que as utilizam, desde problemas emocionais e físicos até psicológicos e

legais. Enquanto aos adultos, a maioria desses internautas têm consciência do que

deve evitar, mas o que pode acontecer quando o usuário é uma criança?

Dentro das mídias sociais é possível interagir com qualquer pessoa de qualquer

lugar do mundo, o que permite contato com novas opiniões e ideias, podendo

promover o conhecimento e cultura de qualquer um. Mas o que acontece quando

alguém não gosta ou não aceita a opinião do outro? Isso pode gerar uma grande

discussão, e assim o indivíduo que pensa diferente da maioria passa a ser alvo de

diversas criticas e xingamentos, levando ao cyberbullying. Assim, sendo uma

criança, se sentira humilhada e sozinha, provocando nela consequências

psicológicas negativas, como a baixa autoestima e a depressão.

Alguns pais permitem a seus filhos pequenos que tenham um celular e até uma

conta no facebook ou instagram, por exemplo, achando que poderão monitorá-las. A

verdade é que eles nem sempre estarão presentes para proteger a criança de tudo

que elas podem fazer e sofrer num universo de possibilidades que é a internet.

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XIV PRÊMIO JOVEM ESCRITOR

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A nossa maneira de compreender e conhecer o mundo tem uma grande

importância em nossas vidas. Nós precisamos aprender com os nossos erros e

acertos, pois o mundo é cheio de obstáculos. Portanto, é a partir desses obstáculos

que conseguimos enfrentar nossas barreiras e os momentos difíceis em nossas

vidas. Afinal, a vida sem momentos difíceis e sem obstáculos seria fácil demais.

Além disso, tudo em nossas vidas acontece por um motivo, nada vem de graça.

Nossa vida é um grande desafio, todos os dias precisamos enfrentar novos

obstáculos para conquistar aquilo que queremos.

Ao meu ver, cada vez que compreendemos mais o mundo, descobrimos mais que

não sabemos nada, que somos apenas um ponto em um milhão. Nós precisamos

mudar o nosso modo de pensar. Nunca devemos esperar nada em troca. Aliás, tratar

as pessoas com bondade, pensar no próximo e ver a vida com mais amor, nos traz

uma compreensão melhor da vida.

ENFRENTANDO BARREIRASBeatriz Naomi Aoki Nishida

Ricardo Jun Hayaci

Não diferente das outras vezes

Enfim, pude terminar

Esse amor

Mas tinha vontade

E pensando na minha sorte

Não era mais tão forte,

Também sinto algo

Que fosse igual como sempre

Do que sempre quis achar

Que tanto pensei

Nunca esquecerei

Que enfim conquistei

Daquele dia que tanto esperei

Mas pude sonhar

Em busca do amor

Nessa busca

Nunca tive pensamentos,

E posso encerrar a busca

IGUAL, MAS DIFERENTE

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XIV PRÊMIO JOVEM ESCRITOR

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Colégio Montessori Santa Terezinha

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Só que sempre imprevisível

Deixar a mente

Se divertir

Sem qualquer preocupação

Apenas ir e vir

É se liberar

Sem pretensões

CRIATIVO

E pôr-se a riscar

É pegar um lápis

Laura Funashina Hayasida

É tornar o impossível

Uma saída sempre há

Em possível

SIGNIFICADO DO AMORLucas Taiki Fujita

O significado de Amor

É difícil de explicar,

Mas tem uma cor

Que dá para se pensar

Igual a da LGBT

Amor é um arco-íris

Na nossa TV

Aceitar os outros

É nosso dever

Que sempre aparece

Mas têm alguns no mundo

Que sobre esse assunto devem rever

Amor na escola

E na faculdade

Em qualquer idade

Em qualquer lugar

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XIV PRÊMIO JOVEM ESCRITOR

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EU SÓ QUERIA, É SABER!Camila Riberio Afonso

Eu só queria, é saber

Por que existe o amor,

Eu só queria, é saber

Por que pra ser feliz,

Temos que passar por dor!

Por que um encantamento tão profundo,

Muitas vezes,

Pode não passar de um segundo!

Se falamos “te amo”

Mesmo sabendo que no final,

Por que o amor tem que acabar,

Por que não podemos sair ilesos,

Tudo não passava de uma novela em que você era atriz!

Para qualquer insignificante!

Sem se machucar!

Eu só queria, é saber

Por que te amo tanto,

Eu só queria, é saber

Mas com qualquer deslize

Por que estar ao seu lado me faz feliz,

Eu só queria, é saber

Rapidamente acaba o encanto!

Por que amar é tão importante,

Eu só queria, é saber

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XIV PRÊMIOJovem Escritor

Ensino Médio1sériea

Fernanda

Giovanna

Laura

MateusVivian

Olivia

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Ensino Médio1sériea

A escritora nigeriana Chimamanda Ngozi Adichie, em sua palestra para o

TEDGlobal 2009 amplamente divulgada na internet, fala-nos sobre “os

perigos de uma história única”, ou seja, qualquer fato pode ser analisado a

partir de diversos vieses, nunca apenas de um. Essa tendência nos limita,

pois impede que consideremos novas possibilidades. Em um cenário político

e social marcado por intolerância, fanatismo e austeridade, a busca pela

formação de cidadãos com senso analítico e questionador torna-se crucial, e

essa tem sido nossa missão. Nas produções de nossos alunos,

encontraremos textos de caráter dissertativo que nos ajudam a tocar a

realidade de um modo mais crítico e justo. “Quando nós rejeitamos uma única

história, quando percebemos que nunca há apenas uma história sobre

nenhum lugar, nós reconquistamos um tipo de paraíso.”

Professora Leticia Amoroso Gregio

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XIV PRÊMIO JOVEM ESCRITOR

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A PERSISTÊNCIA DA VIOLÊNCIA CONTRA A MULHERFernanda Gidali

O pensamento machista e conservador deve ser combatido, impedindo a

violência contra o sexo feminino que foi historicamente oprimido. Para isso, as

mídias devem promover campanhas para a denúncia de agressões contra a mulher.

As escolas têm função de promover a igualdade de gênero nas aulas de biologia,

história e sociologia. É preciso também que o Poder Legislativo crie um projeto de lei

para aumentar a punição dos agressores e cabe ao judiciário fiscalizar o andamento

dos processos. Assim, a violência contra a mulher tende a acabar.

A cada duas horas uma mulher é assassinada no Brasil. Se esse dado já é

impactante o suficiente para nos mobilizar, então o número de violência (física,

psicológica, moral, sexual, entre outras) é alarmante. No entanto, as pessoas

preferem ignorar esses números; isso é fruto de uma sociedade baseada no

patriarcado e na ineficácia das leis.

Segundo Simone de Beauvoir, a mulher é vista como o não-homem, ou seja, o

homem é posto como normal e a mulher é sua negação. Isso faz com que a sociedade

enxergue o sexo feminino como submisso ao masculino. Então, elas crescem

achando que isso é verdade e com medo do julgamento das pessoas diante a

violência que sofrem. Além disso, a culpa da agressão recai sobre a mulher, pois,

devido ao machismo, ela sempre fez algo para irritar o homem que, por sua vez, é

sempre equilibrado e racional.

Além dessa visão patriarcal, a lentidão e burocracia do sistema punitivo são

outros fatores para a permanência das agressões cometidas. Os processos são

demorados e as medidas necessárias acabam não sendo tomadas no momento

devido, tanto que entre 2006 e 2011 apenas 33,4% dos processos envolvendo a lei

Maria da Penha foram julgados. Essa ineficiência faz com que muitos indivíduos

continuem violentando as mulheres sem serem punidos. Com isso, elas são alvos de

abusos sexuais e torturas psicológicas em diversos locais, como o trabalho ou

mesmo em casa.

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Além desse grande descompasso entre os futuros pais e seus futuros filhos,

também há uma dificuldade geográfica, pois com um número tão elevado de

interessados não deveria existir mais nenhuma criança em abrigos. Nossa realidade

não condiz com isso, pois há estados com muitas crianças e poucas famílias e vice-

versa.

Infelizmente os responsáveis pelo futuro do nosso país não são levados a sério e

muitas vezes acabam sendo deixados de lado. Este ato não está correto e devemos

tomar providencias desde já. Para isso, é necessário que haja a união do Ministério da

Família e Direitos Humanos com o CNA e que juntos coloquem em prática a

distribuição de criança por estado e também que criem uma lei para evitar que a

família adotiva consiga adotar só uma criança daqueles que possuem irmãos.

De acordo com o cadastro nacional da adoção, existem em média, no Brasil, 39 mil

pretendentes para adotar e 4 mil crianças para serem adotadas. Em teoria, isso é

extremamente positivo, porém, na prática, a história é outra, pois a maioria dos pais

idealizam em sua cabeça o tipo de filho, que geralmente são bebes de 0 a 1 ano.

Também preferem adotar uma criança de cada vez, não levando em consideração

aqueles que tem irmãos, geralmente mais velhos.

Giovanna de Souza Leite

ADOÇÃO NO BRASIL

Diversas crianças são abandonadas diariamente por seus geradores, e boa parte

delas acaba sendo encaminhada para abrigos onde irá tentar seguir a vida, sempre

com a esperança de ter uma família. Esse processo todo não é tão simples, pois

enfrenta dois grandes problemas: a idealização do tipo de criança que os pais criam e

a difícil logística enfrentada pelos orfanatos e suas futuras famílias.

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Laura Yone de Almeida Biassio

Brasil, o país do futebol. Não é difícil se deparar com esse assunto por aqui. Em

escolas, casas, na rua, e, claro, nos tão famosos estádios. Como diz Milton

Nascimento em uma de suas músicas, “Brasil só é futebol”. Ao mesmo tempo,

vivemos em um país politicamente polarizado, onde a liberdade de expressão de

cada um precisa ser mais levada em conta. Por isso, é saudável se aproveitar do

espaço do esporte no país para trazer à tona questões sociais para serem discutidas.

Um exemplo, de fora do Brasil, mas com o mesmo peso, é do jogador da NFL Colin

Kaepernick. Ele se ajoelhou durante a execução do hino americano como forma de

protesto contra a forma com que a polícia trata os negros nos EUA. Um meio de

levantar a urgência desse assunto para os telespectadores e os presentes no

estádio. Todos temos o direito de nos manifestar, desde que dentro da lei. Nesse

cenário, não precisa ser diferente.

A exposição de pontos de vista políticos no futebol ajuda a desfazer a imagem

desses assuntos como “algo chato” para se discutir. Fazer com que os jogadores se

sintam à vontade para isso e apoiá-los quando fizerem é algo que deve ser praticado,

junto com a tolerância. É possível e importante misturar diversão e diálogo político.

Afinal, ambos devem estar igualmente presentes em nosso cotidiano enquanto

sociedade.

Ocorrências de racismo e machismo, por exemplo, estão presentes em nosso

país e devem ser mais aproximadas da realidade para serem debatidas e resolvidas.

E por que não utilizar o futebol brasileiro, tamanhas sua voz e diversidade, como

palco para elas? Um lugar para quem está em campo se expressar e transmitir sua

visão na política.

O PAÍS DO FUTEBOL

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O Brasil, país caracterizado pela miscigenação de vários povos, é também um dos

lugares onde grande parte das “minorias” da população sofre algum tipo de

discriminação. Um dos grupos mais prejudicados é o dos nativos, que, desde o

período colonial até os dias atuais, são desvalorizados e subestimados não só pelo

governo, mas também pelo resto da população.

Mateus Machado Soares Gonçalves

VALORIZAÇÃO DA POPULAÇÃO INDÍGENA NO BRASIL

Além disso, uma parcela da população, mesmo que indiretamente, acaba

ultrapassando o limite do respeito, atacando pessoas de origem ou com

descendências indígenas, sexualizando a figura dos nativos (como no caso das

fantasias de carnaval) e subestimando a sua capacidade de se desenvolver. Esse

preconceito pode ser exemplificado pelo caso do índio Galdino, que foi cruelmente

assassinado durante a madrugada, enquanto dormia na rua, e seus agressores estão

à solta.

Para que a cultura indígena seja valorizada no Brasil, é necessário primeiramente

que o governo siga a jurisdição e ainda respeite os valores dessa cultura, garantindo

regiões para preservar e abrigar pessoas com descendência indígena, e as mídias,

usando seu poder de persuasão e de perpetuação de informação, para elaborar

campanhas de conscientização. Quem sabe, assim, a população nativa alcança o

respeito e a importância que merece.

Ainda nos primeiros regimes governamentais, é possível perceber a falta de

importância atribuída aos indígenas que, dominados pelos europeus, trabalhavam

como escravos e viviam em condições precárias. Essa ideia de diminuição

permanece na cabeça de muitos líderes, que acreditam que as tentativas de

preservar a cultura apenas atrasam o desenvolvimento do país; como a nomeação de

Franklimberg (envolvido na aprovação de mineradoras trabalharem próximas as

áreas protegidas) para presidente da FUNAI.

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DESCASO AOS DESAPARECIDOS

Atualmente, a agonia vivida por aqueles que possuem algum familiar ou amigo

desaparecido é muito grande e aumenta cada vez mais, pois estas pessoas, que

seguem perguntando a si mesmas se seu ente querido está vivo ou morto, não

possuem informações, pistas e nem o apoio indispensável das autoridades para que

este mistério seja solucionado. Portanto, é visível que os desaparecimentos no

Brasil não recebem a devida atenção que merecem.

Segundo o site de notícias, G1 SP, a cada uma hora, oito pessoas desapareceram

nestes últimos 10 anos, totalizando milhares de sumiços repentinos. Além disso, o

meio de comunicação revelou que este foi o primeiro estudo realizado pelos órgãos

brasileiros que foi divulgado, mostrando que, somente após 517 anos à descoberta

do Brasil, obteve-se a primeira preocupação em publicar sobre os sumiços de

pessoas no país. Com isso, é perceptível a negligência das autoridades, que não

estão muito preocupadas em encontrar ou não os indivíduos desaparecidos. Este

desdém faz com que diversas famílias fiquem presas a essa dúvida cruel, que as

massacram a cada dia ao pensar na possibilidade de ter o seu familiar dado como

morto.

Assim, haverá uma maior esperança na solução deste quadro problemático.

Vivian Negrini Portes de Almeida

Desta forma, vemos a situação desesperadora que muitas mães, pais, famílias

passam. Para que esta situação melhore, a DHPP (Delegacia de Homicídios e

Proteção à Pessoa) de cada estado brasileiro poderia efetuar mais operações nas

cidades com um maior percentual de desaparecimentos, com a finalidade de realizar

buscas constantes de desaparecidos e de aumentar o número de propagandas

mostrando a situação vivida hoje em dia em relação a este tema e quem são as

“vítimas” destes sumiços.

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XIV PRÊMIO JOVEM ESCRITOR

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Outro exemplo é o do índio Galdino, em Brasília. O índio dormia em um ponto de

ônibus quando cinco amigos decidiram colocar fogo nele, por diversão. Esse caso,

assim como o anterior, mostram um claro tratamento sub-humano vindo da

sociedade para com os indígenas.

Olivia Guimarães Mattos Espindola

A VALORIZAÇÃO DA CULTURA INDÍGENA.

Os índios, antes dos portugueses, eram maioria no território brasileiro. Só havia

índios no Brasil. A cultura indígena é muito diversificada, não há apenas uma, todas

juntas, por exemplo, falam mais de 180 (cento e oitenta) línguas diferentes. Muitos

de nós, brasileiros, temos no sangue traços indígenas, devido a antepassados.

Contudo, hoje, a cultura indígena, assim como antigamente, é tratada como inferior,

algo sem importância e valor, e os próprios indígenas são tratados como “nada”,

menos que um ser humano, algo que não merece nosso respeito.

Uma parte da população brasileira tem em mente que o índio é aquele que vive no

meio da floresta, seminu e não interage com as outras partes da sociedade. Um

exemplo, foi o caso do professor de uma escola em Santa Catarina que, sem motivo

nenhum, apenas por ser índio, foi morto a pauladas, no meio da rua, por um

desconhecido. Isso mostra um grande descaso perante ao índio e sua história, um

grande desrespeito.

O que essas pessoas fizeram é desumano e cruel. Por isso, o governo deveria

colocar uma pena maior para tais atos preconceituosos. Além de criar e apoiar mais

institutos que sejam a favor da conservação e proteção da cultura e dos indígenas.

Assim, talvez, as pessoas pensem melhor antes de cometer crimes tão horrendos.

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XIV PRÊMIOJovem Escritor

Ensino Médio2sériea

Fernanda

Bruna

Guilherme

Aline

IzabelaSuzana

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Ensino Médio2sériea

A escritora nigeriana Chimamanda Ngozi Adichie, em sua palestra para o

TEDGlobal 2009 amplamente divulgada na internet, fala-nos sobre “os

perigos de uma história única”, ou seja, qualquer fato pode ser analisado a

partir de diversos vieses, nunca apenas de um. Essa tendência nos limita,

pois impede que consideremos novas possibilidades. Em um cenário político

e social marcado por intolerância, fanatismo e austeridade, a busca pela

formação de cidadãos com senso analítico e questionador torna-se crucial, e

essa tem sido nossa missão. Nas produções de nossos alunos,

encontraremos textos de caráter dissertativo que nos ajudam a tocar a

realidade de um modo mais crítico e justo. “Quando nós rejeitamos uma única

história, quando percebemos que nunca há apenas uma história sobre

nenhum lugar, nós reconquistamos um tipo de paraíso.”

Professora Leticia Amoroso Gregio

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XIV PRÊMIO JOVEM ESCRITOR

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Hoje carregamos uma herança de visões preconceituosas dos indígenas, por

causa da história que tiveram no período colonial. Muitas pessoas possuem a

mentalidade de que os índios são inferiores que o restante dos indivíduos, por

acharem que todos vivem nas florestas e não possuem os padrões de vida da cidade.

E, quando um deles ingressa em uma faculdade ou começa a trabalhar em uma

empresa, ele não é mais visto como um índio 'de verdade' e sofre ainda injustiças por

ter diferenças.

Para mudar esse cenário, o governo deve criar leis mais rígidas sobre as

consequências do preconceito indígena e incentivar as escolas a conscientizarem os

alunos sobre a situação indígena, mostrando que na cidade eles são segregados e

que sofreram muitas injustiças na história da colonização. Além disso, as

instituições de ensino devem renovar os olhares dos estudantes sobre o que é ser

indígena, já que esse ocupa espaços urbanos também. Essas medidas

serão os primeiros passos para essa etnia ter seus direitos

assegurados.

A relação do índio e do português criou coisas boas como pinturas, filmes e, até

mesmo, clássicos da literatura, como Iracema, de José de Alencar, que conta sobre o

amor proibido entre um europeu e uma indígena. Mas esse contato resultou

também, ao longo da colonização, muita exploração desse grupo. Isso fez surgir,

atualmente, uma herança de preconceitos indígenas e sua segregação na sociedade.

O DIREITO INDÍGENA

Os indígenas que vivem na cidade estão, em sua maioria, com trabalho informal,

(como o artesanato), já que eles são subestimados pelos empregadores, não

conseguindo um emprego com carteira assinada, evidenciado essa segregação

social.

Fernanda Petean Ferreira

Os índios não tiveram sua cultura preservada, assim como seus direitos, já que,

durante a colonização, os portugueses impuseram seus costumes, como a

catequização, e esses europeus chegaram até a escravizá-los. Essa exploração fez a

população indígena ser reduzida de 5 milhões de habitantes para 560 mil,

atualmente.

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Bruna Trombotto

APROPRIAÇÃO CULTURAL

O ato de apropriar é descrito como tornar aquilo próprio, ou um efeito de

apropriar-se de algo. A cultura é um universo de símbolos, significados, imagens

fruto das experiências humanas de um certo povo. A partir da junção destes termos,

elaborou-se o conceito de apropriação cultural, que, na sociedade atual, é praticado

constantemente seja pela moda ou por influência da mídia. No Brasil, em sua maioria,

a sociedade estereotipa a cultura e os costumes do outro, sem nem ao menos saber o

significado que aquilo transmite para tal cultura.

Tomar posse de algo que não lhe pertence, em critérios da ética, é imoral, assim

como apropriar-se dos costumes e da cultura, das tradições que esta transmite. Por

trás deste debate há uma discussão sobre racismo, pois a comunidade estereotipa,

banaliza ou simplesmente reduz a exótico a cultura do outro. Todo este contexto faz

com que um negro, ao usar um turbante nos dias atuais, use-o não apenas como um

item estético, mas também como um símbolo de resistência, afirmação e orgulho de

seus ancestrais.

O grande problema da apropriação cultural se dá pelo fato de que as pessoas, de

um modo geral, usam um turbante, fazem tranças no cabelo, apropriam-se da

fantasia do indígena apenas porque acham bonito, desconsiderando as mensagens,

os significados e a história existente nisto. A difusão do produto cultural tradicional

não é o que realmente torna algo fruto da apropriação, mas sim a eliminação da

população nesse processo.

A liberdade individual é uma característica da nossa sociedade democrática, mas

isto vai além de democracia, pois uma cultura retrata as lutas e as práticas

ritualísticas vivenciadas, então deve-se respeito e compreensão, não torná-la da

moda, desclassificando a mensagem que há pelo pano de fundo de algo simbólico

para alguns e simples para outro.

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Guilherme Policeno Consentino

Não é de hoje que os povos indígenas padecem por conta de um grupo dominante,

isso é enraizado em nossa cultura, um fato histórico. Os desafios enfrentados por

eles são enormes, todos os dias lutando para não ter sua cultura apagada. A

população Brasileira, de forma geral, não valoriza os índios, pois menospreza-os e

tenta impor seu modo de vida sobre eles.

Esta sobreposição de uma cultura sobre a outra, bem como o pensamento da

população sobre os indígenas, deve mudar. Para que isso acontecesse, seria de suma

importância o apoio do governo. O Ministério da Educação e Cultura (MEC) deveria

criar campanhas de conscientização, que poderiam ser passadas nas redes de

televisão, além de levar palestrantes a escolas para discorrer sobre a história dos

índios e a importância de preservar a cultura deles para que, assim, possamos ter

uma sociedade em que todos entendem e respeitam o espaço e diversidade do

outro.

A negação à cultura indígena iniciou-se na colonização do Brasil. Logo de início, os

primeiros habitantes desta terra tiveram suas propriedades invadidas, perderam

sua liberdade, sendo usados para os interesses dos portugueses e posteriormente

escravizados. Isso decorre de uma visão eurocêntrica por parte dos colonizadores,

que não enxergaram possibilidades de se viver de outra maneira, se não a deles

próprio.

VALORIZAÇÃO DA POPULAÇÃO INDÍGENA

Com o passar dos anos, o crescente aumento da população Brasileira,

juntamente a uma cultura de desvalorização do modo de vida desse povo, fez com

que hoje sobrassem pouquíssimos índios ainda vivos. Atualmente, a maioria das

tribos que sobreviveram a essa barbárie não vivem mais como em sua origem, pelo

contrário, foram extremamente afetados pela tecnologia e costumes provindos da

Europa, como o uso de roupas.

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INDÍGENA: HERÓI OU VILÃO?Aline Cristina de Souza Garcia

O que muitos brasileiros não sabem é que a contribuição do indígena para a

sociedade não ficou no passado, mas tem suas influencias até hoje, desde a

gastronomia até os produtos medicinais naturais. Porém, ainda há uma visão

errônea do índio como preguiçoso e arcaico, embora muitos deles tenham acesso à

Internet e outras tecnologias. Parte da culpa desse estereótipo é a retratação desse

povo apenas em tempos não atuais nos filmes e livros escolares.

Então, para a população da cidade aprender a valorizar esses diferentes povos, é

necessária uma maior representação política dos mesmos, além de serem tratados

com prioridade pelos líderes do parlamento das leis que os protegem. É também, de

suma importância a produção de filmes que mostram a realidade atual do índio

brasileiro e sua retratação em livros didáticos escolares. Assim, a sociedade

aprenderá a lidar com o índio e dará a importância que eles merecem.

A falta de convivência da população da cidade com indígenas dificulta a

aceitação destes povos como parte da sociedade brasileira, que não conhece e nem

reconhece seus direitos. Para eles, o índio ainda está no período paleolítico e em

algum lugar distante e isolado do Brasil. Essa desvalorização e a falta de

conhecimento sobre povos indígenas é refletida na política, cujos líderes não

priorizam as reivindicações de seus poucos representantes no parlamento.

José de Alencar, na obra Iracema, escreve sobre o romance inter-racial

envolvendo a índia dos lábios de mel e o colonizador de sua terra. No livro, a

população nativa é retratada como herói nacional, mas a realidade é diferente. A

valorização que antes era presente perdeu-se a ponto de não respeitarem seus

direitos e não lhes atribuir a devida importância, deixando-os de lado em algum lugar

do passado.

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Adoção é a criação de um laço afetivo permanente, é dar a uma criança ou a um

adolescente uma família. Contudo, o número de adoções realizadas é muito menor

do que o número de pretendentes na fila de espera e de crianças aptas à adoção, por

conta da demora durante o processo. Com isso, muitos jovens passam a infância e a

adolescência isolados de amparo e afeto familiar.

Além de ser um processo demorado, muitos brasileiros não estão interessados

na adoção de irmãos, reduzindo o número de crianças cadastradas que seriam uma

opção para 34,32% e aumentando o número de crianças vivendo em abrigos. Esses

dados apontam que as pessoas, geralmente, não adotam um casal de irmãos por

questões financeiras e por não quererem separá-los. Outro impasse, é a idealização

de perfis dos jovens a serem adotados, que os futuros pais criam, como se a estética

fosse o critério que decidiria se a criança seria adotada ou não.

Izabela Hiromi Kague

Para que mais adoções sejam realizadas e para que a procura por elas se expanda,

o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) deve agilizar o processo feito,

associando-se e criando uma parceria com o Cadastro Nacional da Adoção (CNA), já

que este foi criado com o objetivo de dar maior rapidez e transparência ao método

usado para adotar. Dessa forma, será possível que mais crianças e adolescentes

cresçam e se desenvolvam em um ambiente acolhedor, em uma família.

ADOÇÃO NO BRASIL

Segundo uma pesquisa de 2016 feita no Cadastro Nacional da Adoção (CNA), do

Conselho Nacional de Justiça, 4.916 crianças e adolescentes estavam aptos à

adoção e havia 39.897 candidatos no aguardo, entretanto, apenas 1.226 adoções

foram realizadas. Isso ocorre, pois há diversos termos e contratos a serem

assinados durante o processo de adoção. Assim sendo, diversas pessoas podem se

desestimular a adotar, por ser um procedimento demasiadamente burocrático.

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Com isso, pode-se concluir que o índio é completamente desvalorizado na

sociedade do Brasil hoje, por conta de seus costumes e cultura. Um meio de

solucionar esse problema seria a reeducação, em que professores das escolas

ensinariam crianças e adolescentes como os índios realmente são e a respeitá-los,

sem os julgar ou agredir.

DESVALORIZAÇÃO INDÍGENASuzana Mello Taketa

Na infância dos brasileiros, desde sempre, há desenhos, músicas e filmes que

mostram como o índio vive: na natureza, sem roupas, sem energia elétrica e sem

contato com o mundo moderno. Assim, quando um indígena é visto fazendo o

contrário disso, causa efeito de choque. A imagem estereotipada do indígena

colabora para a desvalorização de sua cultura.

O conflito entre os índios e o mundo moderno acontece porque idealiza-se uma

imagem de indígena completamente diferente do que ele realmente é. No dia do

índio, as escolas ensinam as crianças que o indígena não usa roupa, usam apenas um

cocar na cabeça e um arco-flecha para caçar, mas quando essa mesma criança vê um

nos dias atuais, ela percebe que essa não é a realidade e se choca.

Além disso, esse povo é julgado como incompetente já que na cabeça da

população os índios foram criados como “selvagens” (sem contato com o mundo

moderno, roupas, energia elétrica, alfabetização). Na música da Xuxa Meneghel

“Brincar de índio” pode-se perceber que no trecho “índio fazer barulho” ou “índio quer

apito” deprecia-se o conhecimento do índio ao falar o português.

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Ensino Médio3sériea Amanda

Daniela

André

Beatriz

Vitoria

Laura

MariaEduarda

Carlos

Rodrigo

Tiffany Karina

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Ensino Médio3sériea

A escritora nigeriana Chimamanda Ngozi Adichie, em sua palestra para o

TEDGlobal 2009 amplamente divulgada na internet, fala-nos sobre “os

perigos de uma história única”, ou seja, qualquer fato pode ser analisado a

partir de diversos vieses, nunca apenas de um. Essa tendência nos limita,

pois impede que consideremos novas possibilidades. Em um cenário político

e social marcado por intolerância, fanatismo e austeridade, a busca pela

formação de cidadãos com senso analítico e questionador torna-se crucial, e

essa tem sido nossa missão. Nas produções de nossos alunos,

encontraremos textos de caráter dissertativo que nos ajudam a tocar a

realidade de um modo mais crítico e justo. “Quando nós rejeitamos uma única

história, quando percebemos que nunca há apenas uma história sobre

nenhum lugar, nós reconquistamos um tipo de paraíso.”

Professora Leticia Amoroso Gregio

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Além disso, outro fato que pode ser levado em consideração é a morte do nativo

Galdino, caso que, na época, teve grande repercussão no país. O indígena foi

queimado vivo em 20 de abril de 1997, um dia após Dia do Índio, em Brasília e o

incêndio foi provocado por um grupo de 5 jovens enquanto ele dormia. Tal

acontecimento nos leva a crer que a intolerância é muito presente na nossa

sociedade e que a visão etnocêntrica do brasileiro prevalece, visto que atos

violentos contra índios ocorrem com frequência, apenas por sua cultura,

erroneamente, ser considerada inferior.

A partir disso, medidas devem ser tomadas. Com o Ministério da

Cultura, promovendo eventos de valorização da cultura indígena,

como exposição de quadros e artesanatos e shows gratuitos que

mostrem a identidade dos nativos e a influência deles no nosso

cotidiano. Ademais, o Ministério da Educação pode estar

presente organizando projetos que ilustram danças e hábitos

típicos, e dessa forma, acabar conscientizando os alunos

sobre a importância do respeito ao índio. Em consequência

disso, a população indígena e seus costumes tendem a ser

mais valorizados.

VALORIZAÇÃO DA POPULAÇÃO INDÍGENABeatriz Carvalho Reis

Vivemos em um país marcado pelo etnocentrismo, essa visão define-se pelo

grupo étnico ou nação a que se pertence seriam socialmente mais importante que os

demais, fato que ocorre quando se trata da relação entre índio e outros brasileiros.

Analisando a música “Cachimbo da paz”, de Gabriel O Pensador, podemos ver o olhar

etnocêntrico da sociedade, visto que, segundo a canção, o nativo sofre violências

pelo seu modo de viver e de ver o mundo. Com isso, pode-se perceber que a

população indígena é pouco valorizada no Brasil e dessa forma sua cultura é

desrespeitada.

Diante disso, é evidente que a população indígena, juntamente com a sua cultura,

não é valorizada por muitas pessoas terem uma visão preconceituosa de que índio

representa “atraso”. Visto que seus valores estão pautados, por exemplo, em

preocupação com gerações futuras e que a felicidade individual depende do

coletivo, muitos acreditam que aos ideais não levam ao progresso. Isso pode ser

observado diante do caso de um professor indígena morto a pauladas em Santa

Catarina. Segundo notícia publicada no início de 2018 pela Agência Brasil Brasileira, a

vítima foi Marcondes Namblá, formado pelo curso de licenciatura intercultural

indígena na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e era líder de sua

comunidade, atuando na preservação da língua “Laklãnõ-Xoklong”.

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Amanda de Lima Stricagnolo

A adoção é regulamentada pelo e Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) e

sua função é garantir o direito à convivência familiar e comunitária. O número de

pretendentes é grande, porém, devido aos impasses neste processo no Brasil,

muitas crianças são prejudicadas e perdem a oportunidade de se desenvolverem da

melhor forma possível.

Existem aproximadamente 4.900 menores cadastrados para adoção no país e

mais de 40.000 interessados, havendo uma média de oito pretendentes para cada

uma, contudo, mais de 50% dos jovens têm irmãos, fazendo com que haja um

surpreendente número de desistências. Isso ocorre devido não só à grande

responsabilidade que os pais possuem ao assumir mais de um filho e os gastos

gerados com os cuidados, mas também pela exigência que eles possuem de adotar

uma criança com características e idade específica; sendo assim, quando um dos

irmãos não se encaixa a este padrão, ele está sujeito a uma maior rejeição.

AS COMPLICAÇÕES NO PROCESSO DE ADOÇÃO

O Cadastro nacional da Adoção (CNA) foi criado em 2008 com o intuito de dar

maior visibilidade e agilizar os processos de adoção ao reunir dados das crianças

dispostas e seus pretendentes. Entretanto, o número de adoções continua baixo em

alguns estados, registrando menos de cinco por ano, devido às exigências ao realizar

este processo e as condições financeiras dos interessados, além da falta de

adaptação dos indivíduos adotados. Com isso, a expectativa de criar-se um vínculo

afetivo que permanecerá por toda vida entre eles se torna cada vez mais

decrescente.

O Estatuto da Criança e do Adolescente, junto ao Ministério da Família e dos

Direitos Humanos devem criar leias para diminuir as filas de espera neste processo e

incentivar a adoção de membros da mesma família, por exemplo, além de

proporcionar um apoio financeiro e psicológico às famílias que possuem mais de um

filho adotivo. Desta maneira, o número de irmãos adotados aumentará e será mais

seguro criar laços familiares entre eles, diminuindo gradativamente suas futuras

preocupações.

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Com a globalização, os brasileiros sofreram uma intensa influência

comportamental na qual muitos adquiriram, ainda mais fortemente, um ideal de

padrão acerca do que é ou não comum e correto, e pelo modo de vida indígena em

geral fugir desse padrão as pessoas são acometidas por estranhamento e

resistência. Se o índio utiliza novas tecnologias e afins, para muitos ele deixa de ser

autêntico, o que de acordo com Jose Ribamar, professor na UFRJ, isso seria uma

manobra interesseira dos que apoiam ou desejam a tomada de terras demarcadas

pois "se o índio é destituído de sua identidade, nega-se a ele o direito garantindo pela

constituição de 1988 do usufruto de suas terras".

Em virtude do que foi mencionado, podemos inferir que até o presente momento

o desprezo em relação aos nativos continua sendo enorme, independentemente de

eles terem sido os primeiros habitantes dessas terras. Para que a situação dos

índios possa melhorar é necessário que medidas sejam tomadas, uma delas poderia

ser a intervenção do governo na mídia, para dar a orgãos como a Funai

a possibilidade de expor assuntos que estão em pauta para que

eles ganhem visibilidade e com isso, aliado a uma maior

quantidade de informações disponíveis para a população, mais

pessoas se conscientizem e até mesmo se engajem nessa

causa.

Esse menosprezo ocorre quando na maioria das vezes não se tratam com

respeito estes que, mesmo com as diferenças, são cidadãos brasileiros. Além do

desrespeito, muitos ainda querem tirar desses autóctones os poucos direitos que

lhes garantem uma vida minimamente digna na qual eles consigam preservar sua

cultura e costumes, pois, de acordo com o líder indígena Álvaro Tukano, "O índio é

tratado como um invasor que não tem direito à terra", ainda que originalmente o

Brasil todo fosse uma terra indígena.

Desde a chegada dos portugueses ao Brasil, a vida dos nativos nunca mais foi a

mesma, a profunda desvalorização não apenas de sua cultura, mas também do índio

como pessoa, pode ser visto em diversas obras, entre elas na pintura "Moema" de

Victor Meirelles, produzida em 1866, na qual vemos uma índia morta na beira da

praia. Ainda hoje, por possuirmos uma visão eurocêntrica, desmerecemos o povo

indígena e sua cultura.

Karina Yuri Valente Watanabe

VALORIZAÇÃO DA POPULAÇÃO INDÍGENA

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Evidência da desvalorização da cultura dos índios é a falta de consciência da

população sobre a influência de suas tradições na identidade cultural brasileira. É

possível citar as mais de mil palavras de origem indígena que passam de forma

despercebida como se fossem originalmente portuguesas e a baixa disseminação de

lendas do folclore tradicional dos brasis. Essa falta de apreciação dos costumes

nativos denota por vezes certo desprezo quando não se trata de algo involuntário

fruto de um preconceito enraizado.

É notável que essa participação social marcante dos povos indígenas tem

causado estranheza e, em casos mais extremos, revolta. Tendo em mente que essa

não é a reação desejada um possível remédio para esse problema seria um projeto

que envolvesse órgãos do governo como a FUNAI para coordenar uma polícia

especializada para dar atenção especial a crimes contra a sociedade indígena.

André Zaima

UM POUCO DE CULTURA FAZ BEM PARA A SAÚDE

Os indígenas vêm ganhando destaque atualmente por meio do constante esforço

para a consolidação de seus direitos. Tal luta tem atraído cada vez mais holofotes

para a causa dos índios. Porém, como se fosse um sistema imunológico, mas com um

propósito maligno, essa onda de reconhecimento parece vir acompanhada por uma

reação intolerante por parte de alguns setores da população. Muito disso se deve à

pouca difusão da cultura dos povos nativos e da falta de aceitação da mesma como

um dos muitos aspectos culturais brasileiros.

Tal rejeição, em meio a uma presença cada vez mais forte desses povos, parece

gerar uma resposta intolerante pautada em preconceito para confrontar esse

movimento de representatividade. Essa ilusão criada pela sensação de

superioridade pode ser ilustrada pelos casos do índio Galdino em Brasília e do

professor Marcondes em Santa Catarina. Ambos eram considerados líderes em suas

respectivas comunidades e faziam esforços para valorizar a sua cultura, mas foram

assassinados de forma torpe nos dois acontecimentos.

E uma vacina contra o preconceito é a educação tanto na rede pública de ensino

quanto na rede particular para destacar a imagem do índio e

disseminar a sua cultura. Porque respeitar a identidade cultural

de alguém é valorizar a vida.

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A RACHEL DE QU

EIROZ A arte tem o papel de mostrar às gerações atuais retratos que expressão visões

de fatos do passado, os quais são importantes para apontar o que originou o

presente e entender o porquê de seu funcionamento. A falta de incentivo à cultura

dificulta a chegada desse conhecimento às massas, que ficam condenadas a repetir

erros que já foram cometidos antes. A destruição do patrimônio artístico brasileiro

não só é consequência dessa desvalorização, como permite que ela continue a

existir.

ARTE EM CHAMASVitoria Aranha de Medeiros

O Museu Nacional, mais antigo do Brasil e com um acervo de 20 milhões de itens,

sofreu um grave incêndio no dia 2 de setembro de 2018, resultando na perda

considerável número de suas obras expostas, as quais tiveram grande importância

para a construção da história do país. Os incêndios em museus ocorrem por conta do

descaso por parte do poder público com o patrimônio histórico brasileiro, tanto em

manutenção e estrutura quanto em incentivo à arte e à cultura, sendo símbolo da

desvalorização de tais.

Uma instituição de 200 anos como o museu carioca é uma construção frágil por

ser mais antiga, portanto, necessita de atenção maior para sua manutenção. Essa

iniciativa deve partir do governo, responsável pelo dinheiro investido nessa ação,

mas, em época de crise econômica, o cenário cultural não é priorizado, logo, os

gestores responsáveis pelos museus não têm verba suficiente para executar todos

os cuidados que esses locais demandam, então, os incêndios são mais prováveis de

ocorrer.

Enquanto a arte, a cultura e a história forem colocadas em segundo plano, o Brasil

continuará sem avanços até mesmo em educação.

O incêndio no Museu Nacional foi o maior recentemente, porém muitos outros já

aconteceram, representando não só a perda de objetos e prédios, mas da história de

um país inteiro.

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Laura Santos Rivera

ALIENAÇÃO ATRAVÉS DAS MÍDIAS

A “Era das mídias sociais” elevou a importância das imagens, fazendo com que as

pessoas tentem ter uma vida perfeita para seus amigos virtuais, enquanto

escondem seus problemas pessoais. Em um episódio da série “Black Mirror”, as

pessoas eram avaliadas a partir das suas ações e, de acordo com sua classificação, é

oferecido um padrão de vida, assim, cada um tende a passar a melhor imagem

possível. Pode-se dizer que a mídia manipula e controla as ações e pensamento das

pessoas.

Além disso, os diferentes meios de comunicação passam a informação com

pontos de vista distintos, manipulando o pensamento e a opinião do telespectador.

No caso das propagandas eleitorais, que exaltam ou difamam um candidato de

acordo com certos interesses políticos e econômicos, podem causar vantagens ou

desvantagens nas urnas, já que determinados meios têm grande importância e

influência.

A imagem de perfeição, que algumas blogueiras e influenciadoras digitais

passam, faz com que certos padrões sejam instaurados. Sendo que os seguidores se

inspiram muito nelas para uma autoaceitação e, ao não atingirem o padrão

estipulado, podem ter diversos problemas com autoestima, distúrbios alimentares

e, em casos mais graves, pode levar a um suicídio.

Assim, a alienação acontece através da cultura midiática, pois “o mundo é feito

por imagens” e cada impressão conta, mesmo aquela que é falsa e/ou manipulada.

O TÓXICO CONSUMISMO JOVIAL

Um grupo de meninas com maior poder aquisitivo comandam a escola e servem

de molde para o resto dos estudantes, este é o enredo do filme “Meninas Malvadas”.

Não distante da ficção, encontra-se a atual geração Z que vive em uma sociedade na

qual o ter é maior que o ser. O consumismo exacerbado não gera

apenas a sensação de superioridade, mas, também, um

relacionamento tóxico de rivalidade entre os jovens.

A ascensão dos influenciadores nas redes sociais que,

como já nomeados, têm o papel de influenciar, instaura um

padrão de vida inalcançável a população jovem, os seus

principais consumidores, e passam a ser inseridos nele, de

forma que os excluídos são considerados inferiores.

Segundo estudo da Qualibest, os criadores de conteúdo só

perdem em influência para parentes e amigos na hora que

o consumidor opta por um serviço ou produto.

Maria Eduarda Salles Trevizani

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A HISTÓRIA QUE A HISTÓRIA NÃO CONTA

Em 2019, no primeiro mês de governo de Jair Bolsonaro como presidente do

Brasil, houve o repasse da função de demarcação terras indígenas da Funai para o

Ministério da Agricultura. Tal fato viabiliza a ação de grileiros e afeta a manutenção

de territórios bem distribuídos entre toda a população, evidenciando-se que

demarcar é o primeiro passo para valorizar os índios, tendo em vista as vastas

tradições que podem compartilhar, a exemplo das habilidades medicinais e da arte

ricamente variada.

Carlos Akio Yonamine

No samba-enredo de 2019, a escola carioca "Estação primeira de Mangueira"

afirmou que, na história do Brasil, há "mais invasão do que descobrimento",

referindo-se à posição dos navegadores diante dos povos indígenas. Apesar de

passados mais de 500 anos desde que Portugal chegou ao Brasil, existe a

necessidade da imediata demarcação de terras, além do estímulo à presença de

representação política.

Há, também, a carência de representantes em cargos de alta interferência

(deputados, senadores) em prol dos direitos indígenas, enfraquecendo ainda mais

esses povos. Isso se evidencia no fato de, somente em 2018, ter sido eleita a primeira

deputada federal descendente dos nativos (Joenia Wapichana).

Infere-se a imprescindibilidade de se estruturar, em conjunto

com os Ministérios do Meio Ambiente, da Cultura (recriação

desse) e da Educação, um plano que, por meio da adição (à grade

comum curricular) de aulas sobre a história dos nativos e por

exposições em espaços públicos, estimule a valorização da

cultura indígena, além de demarcar e proteger as terras

desses. Assim, constrói-se um país justo e seguro para todos,

com o fim da intolerância.

Em toda escola existem as “meninas malvadas” que utilizam do seu status social

para subir na escala da superioridade. A essência da palavra popular sempre se

manterá a mesma, e os excluídos desse grupo serão continuamente oprimidos pelo

desejo de inclusão inalcançável.

Em um mundo em que “a grama do vizinho é sempre mais verde”, o enraizamento

da rivalidade consumista pode ser percebido nos meios de entretenimento, nas

relações sociais e instituições educacionais. De modo que o estímulo a se tornar

melhor, com mais poder aquisitivo do que o outro, culmina na mente dos jovens.

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IDENTIDADE CULTURAL BRASILEIRATiffany Ramirez Ruiz

No século XVI, os jesuítas impuseram o catolicismo em detrimento das

tradições indígenas para obter mão de obra, assim, desde a colonização, essa

população vem sendo explorada pelos portugueses e considerada selvagem e de

cultura inferior. Percebe-se, então, que os povos indígenas não são respeitados e

valorizados como deveriam, em função disso, ainda no século XVI, as tradições,

valores e a cultura indígena são consideradas ultrapassadas.

Um indício de perpetuação dessa desvalorização e segregação social seria o

acontecimento de 1997 em que um indígena foi queimado vivo por um grupo de

arruaceiros e em 2018 um professor indígena foi morto a pauladas, nota-se ainda,

comportamentos de ódio e desprezo a essa parcela da população.

Além disso, um outro fator seria a demarcação de terras indígenas. Grande parte

desses territórios estão em conflito, entre agricultores e povos indígenas que lutam

pelo direito de ocupação das terras de origem, ou seja, esses povos não são

valorizados como parte da identidade brasileira, sendo que, apenas 12,2 % do

território nacional é de terras indígenas, de acordo com a Funai (Fundação nacional

do índio).

Tendo em vista a importância da preservação da identidade cultural brasileira,

esses povos que possuem seus próprios modos de vida devem ser protegidos pela

ordem jurídica nacional e devem ser reconhecidos pela população através de

campanhas sobre a valorização indígena no Brasil, promovidas pela Funai e pelos

meios de comunicação.

Em ambas as situações nada mudou, e essa diversidade étnica brasileira

continua sendo desumanizada e ignorada a ponto de gerar a violência e a aversão ao

diferente causada pelo fato de que tudo que não é igual desestabiliza o modelo de

interpretação do indivíduo gerando, assim, incômodo.

Outra solução seria o aumento da penalização contra a violência sofrida por

esses indivíduos, uma medida que deveria ser adotada pelo governo para garantir a

segurança e evitar que novos casos de agressão contra esses

povos surjam. Assim, essas comunidades poderiam ter a chance

de participar e conviver em harmonia com outras culturas

diferentes, sem sofrerem com visões preconceituosas.

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DESENHADO ACONTECIMENTOS, OU NÃO ACONTECIMENTOSRodrigo Volpe Battistin

A obra "Guernica", de Pablo Picasso, é considerada a grande responsável pela

divulgação a nível global dos horrores ocasionados pelo bombardeamento da cidade

de Guernica. A compreensão da história por meio de imagens é perceptível em

muitas obras de arte, revelando como o ser humano retém uma relação mais forte

com o passado quando possui símbolos desse para apoiar-se.

Percebe-se que a perpetuação de erros históricos, ou seja, supostos fatos que se

fixaram no senso comum mesmo sendo historicamente errôneos, é muitas vezes

resultado da construção de uma imagem falsa do passado.

A romantização dos tempos anteriores ao presente é um processo comum na

história da humanidade, às vezes feito propositadamente para se enaltecer os

antepassados de um povo, enquanto em outros casos ocorre devido à falta de

informações precisas; de um jeito ou de outro, são feitas representações não

verídicas, mas que por terem um caráter romântico acabam sendo mais atrativas

que a realidade, dentro da imaginação das pessoas.

Consequentemente, fica evidente que a interação das pessoas com fatos

históricos muitas vezes está associada à sua relação com símbolos. Seja

construindo mentiras ou expondo verdades, estes símbolos estreitam a conexão do

ser humano com o seu passado, mas não com a realidade, necessariamente.

Por outro lado, nota-se o poder das imagens como instrumentos de denúncia e

compreensão dos fatos, já que estas têm a capacidade de trazer à tona e marcar na

memória coletiva as verdades de acontecimentos separados do indivíduo pelo

decorrer do tempo. Tal poder é explicado, em partes, pela possibilidade de se

estudar objetos, pessoas e eventos sem estar em sua presença física através das

representações visuais, a exemplo das obras brasileiras dos anos de 1960 e 1970 que

relatavam a extrema censura vigente na época da ditadura militar.

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SOCIEDADE DE CONSUMO

“Contando os plaquês de cem / Dentro de um Citroën / Aí nós convida porque

sabe que elas vêm”, a música de Mc Guimê ilustra um dos sintomas do capitalismo

(atual sistema econômico predominante no mundo): o consumo. Este fenômeno tem

sua permanência devido a uma herança de âmbito social e econômico e,

consequentemente, leva a um ciclo compulsivo de compras.

Este hábito se deve ao atual modelo dominante no mundo, iniciado em um

contexto pós-feudal, o sistema de câmbio que regia a economia foi substituído pelo

uso de moedas e pela atribuição de valores padrões aos objetos e serviços. Tendo em

vista o pensamento do sociólogo Jean Jacques Rousseau, “o homem é bom por

natureza, a sociedade o corrompe”, em uma sociedade capitalista, as vertentes do

consumo se encaixam como responsáveis pelo molde da forma de pensar

populacional, visto que é um processo antigo e carregado até os dias atuais.

Daniela Pedro Fontes

Assim, a compulsão às compras não se resume apenas a vontade de fazê-las,

deve-se levar em conta também os processos históricos ocorridos. A construção de

um pensamento social em adição à prática econômica estruturada durante anos,

favorecem a permanência desta atividade viciosa e compulsiva.

Devido a essa herança histórica, somado a fatores midiáticos expositivos, as

pessoas tendem cada vez mais a cair em um ciclo vicioso compulsivo de consumo.

Para análise, por exemplo, o lançamento de uma nova coleção de tênis. O consumidor

que entra em contato com divulgações de propaganda é instigado pela insatisfação

de não possuir o novo produto e o compra, mesmo tendo outros tantos pares que

exercem a mesma função. Porém, quando outro lançamento é exposto, estas ações

se repetem, tornando-se assim, um ciclo.

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PARA QUEM LEVA A EDUCAÇÃO A SÉRIO E FAZ DA VIDA UM ETERNO APRENDIZADO

www.santaterezinha.com.br / www.facebook.com/santaterezinhaSanta Terezinha

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Sinceros agradecimentos da equipe de Português aos colegas das

demais áreas do conhecimento e à equipe técnico-pedagógica, pela

presença constante e incentivo diário.

Mantenedora e Diretora-geral - Neuza Maria Scattolini

EQUIPE TÉCNICO-PEDAGÓGICA

Coordenadora Pedagógica (Fundamental II e Médio) - Ivete Fierro Araújo Segabinazzi

Professora Adriana Lilian Garcia

Professora Leticia Amoroso Gregio

EQUIPE DE LÍNGUA PORTUGUESA

Professor Lucas Medrado

Professora Silvana E. O. da Matta Vívolo

Professora Valéria Maceis

Professora Maria Inez Ferreira de Jesus

DESIGNER GRÁFICO - Silvio da Matta