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DIREITO FALIMENTAR EMENTA: INTRODUÇÃO. BREVE HISTÓRICO DO DIREITO FALIMENTAR. PRINCÍPIOS DO DIREITO FALIMENTAR. FALÊNCIA: CONCEITO E NATUREZA JURÍDICA. PRESSUPOSTOS DA FALÊNCIA.

falência Cesrei

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  • DIREITO

    FALIMENTAREMENTA: INTRODUO. BREVE HISTRICO DODIREITO FALIMENTAR. PRINCPIOS DO DIREITOFALIMENTAR. FALNCIA: CONCEITO E NATUREZAJURDICA. PRESSUPOSTOS DA FALNCIA.

  • INTRODUO

    A EMPRESA EM CRISE:

    ECONMICA;

    FINANCEIRA;

    PATRIMONIAL;

  • INTRODUO

    A CRISE DA EMPRESA E SOLUES MERCADOLGICAS:

    O OBJETIVO DO DIREITO FALIMENTAR A RECUPERAO DAEMPRESA EM CRISE A TODO CUSTO?

    VALOR IDIOSSINCRTICO DA EMPRESA;

  • BREVE HISTRICO

    DO DIREITO

    CAMBIRIO

  • ROMA ANTIGA

    O DEVEDOR RESPONDIA POR SUAS OBRIGAES COM A PRPRIA VIDA OU LIBERDADE;

    LEX POETELIA PAPIRIA (428 a.C.) OS BENS DO DEVEDOR SO A GARANTIA DO CREDOR;

  • ROMA JUSTINIANO

    EXECUO ESPECIAL CONTRA O DEVEDOR INSOLVENTE (CDIGO DE JUSTINIANO);]

    CARTER REPRESSIVO;

    MISSIO IN POSSESSIO BONORUM;

    CURATOR BONORUM;

  • IDADE MDIA

    PERODO EM QUE O DIREITO COMERCIAL COMEOU A SER CONSTRUDO;

    NAS REPBLICAS ITALIANAS DE GNOVA, FLORENA. EVENEZA COMEA A SE DESENVOLVER UM TRATAMENTO DE

    EXECUO CONCURSAL DOS DEVEDORES INSOLVENTES;

  • IDADE MDIA

    SE ORIGINAM OS CRITRIOS:

    DE UNIVERSALIDADE DA FALNCIA;

    DA PAR CONDITIO CREDITORUM;

    DA POSSIBILIDADE DE CONCORDATA PELO VOTO MAJORITRIO DOS CREDORES;

    DA IRRELEVNCIA DOS ATOS PRATICADO PELO FALIDO INDEPENDENTE DE PROVA DE FRAUDE;

  • PERODO MODERNO

    CODE DE COMMERCE DE NAPOLEO;

    TEORIA DOS ATOS DE COMRCIO E SEPARAO ENTREDIREITO COMERCIAL E DIREITO CIVIL.

    INSTITUIU UM REGIME JURDICO ESPECIAL APLICVELSOMENTE AOS DEVEDORES INSOLVENTES QUE RESVESTIAM-

    SE DA QUALIDADE DE COMERCIANTES;

  • PERODO ATUAL

    DESPENALIZAO DO DEVEDOR FALIDO;

    FOCO NA RECUPERAO DA EMPRESA E DA REPARTIO SOCIAL DOS RISCOS DO EMPREENDIMENTO;

  • LEGISLAO FALIMENTAR

    BRASILEIRA

    AT MEADOS DE 1800, PERODO DA COLONIZAO ESTAVASUJEITO S ORDENAES DO REINO DE PORTUGAL

    (AFONSINAS, MANUELINAS, FILIPINAS);

    ALVAR DE 1756 MARQUS DE POMBAL;

  • LEGISLAO FALIMENTAR

    BRASILEIRA

    ABERTURA DOS PORTOS S NAES AMIGAS;

    LEI DA BOA RAZO (INCORPORAO DE PRECEITOS DOCODE DE COMMERCE AO DIREITO BRASILEIRO);

    CDIGO COMERCIAL DE 1850 (REAL JUNTA DE COMRCIO,AGRICULTURA, FBRICA E NAVEGAO);

  • LEGISLAO FALIMENTAR

    BRASILEIRA

    DECRETO 917/1890 ABOLIU O SISTEMA DE CESSAO DEPAGAMENTOS E ADOTOU OS SISTEMAS DE IMPONTUALIDADE E DAENUMERAO LEGAL COMO CRITRIOS DE CARACTERIZAO DAINSOLVNCIA DO DEVEDOR;

    DECRETO-LEI 7.661/45;

    LEI 11.101/05;

  • PRINCPIOS DO

    DIREITO

    FALIMENTAR

  • PRINCPIO DA PRESERVAO DA

    EMPRESA

    A FALNCIA DO DEVEDOR NO NECESSRIAMENTEACARRETAR O FIM DA ATIVIDADE EXERCIDA (EMPRESA),

    QUE PODER TER CONTINUIDADE SOB A TTULARIDADE DE

    OUTRO EMPRESRIO (OU SOCIEDADE EMPRESRIA);

  • MAXIMIZAO DOS ATIVOS

    PRESERVAM-SE OS ATIVOS DA EMPRESA, EVITANDO SUADETERIORAO OU DESVALORIZAO COM O FIM DE QUE A

    VENDA DESTES SEJA FEITA PELO MELHOR PREO DE MODO A

    MELHOR SATISFAZER OS CREDORES;

  • PAR CONDITIO CREDITORUM

    DEVE SER DADO AOS CREDORES TRATAMENTO ISONMICO (ISONOMIA MATERIAL);

    ENUNCIADO 57 DA I JORNADA DE DIREITO EMPRESARIAL DO CJF: OPLANO DE RECUPERAO JUDICIAL DEVE PREVER TRATAMENTOIGUALITRIO PARA OS MEMBROS DA MESMA CLASSE DE CREDORES QUEPOSSUAM INTERESSES HOMOGNEOS, SEJAM ESTES DELINEADOS EMFUNO DA NATUREZA DO CRDITO, DA IMPORTNCIA DO CRDITO OUDE OUTRO CRITRIO DE SIMILITUDE JUSTIFICADO PELO PROPONENTE DOPLANO E HOMOLOGADO PELO MAGISTRADO.

  • FALNCIA:

    CONCEITO E

    NATUREZA

    JURDICA

  • CONCEITO

    CONCEITO DOUTRINRIO: EXECUO CONCURSAL DODEVEDOR EMPRESRIO;

    CONCEITO LEGAL: Art. 75. A falncia, ao promover o afastamento do devedor de suas atividades, visa a preservar e otimizar a utilizao produtiva dos bens, ativos e recursos produtivos, inclusive os intangveis, da empresa.

    Pargrafo nico. O processo de falncia atender aos princpios da celeridade e da economia processual.

  • NATUREZA JURDICA

    DIREITO MATERIAL OU PROCESSUAL?

    CARTER HBRIDO DA FALNCIA;

  • PRESSUPOSTOS DA

    FALNCIA

  • PRESSUPOSTO MATERIAL SUBJETIVO

    QUALIDADE DE EMPRESRIO DO DEVEDOR;

    EXCEES:

    HIPTESES DE EXCLUSO ABSOLUTA DO REGIME FALIMENTAR:

    A) EMPRESAS PBLICAS E SOCIEDADES DE ECONOMIA MISTA (ART 2,INCISO I, LF);

    B) CMARAS OU PRESTADORAS DE SERVIOS DE COMPENSAO EDE LIQUIDAO FINANCEIRA (ART. 194, LF);

    C) ENTIDADES FECHADAS DE PREVIDNCIA SOCIAL (ART. 47, LC109/01);

  • PRESSUPOSTO MATERIAL SUBJETIVO

    Art. 194. O produto da realizao das garantias prestadas pelo participante dascmaras ou prestadores de servios de compensao e de liquidao financeirasubmetidos aos regimes de que trata esta Lei, assim como os ttulos, valoresmobilirios e quaisquer outros de seus ativos objetos de compensao ou liquidaosero destinados liquidao das obrigaes assumidas no mbito das cmaras ouprestadoras de servios. (LF)

    Art. 47. As entidades fechadas no podero solicitar concordata e no esto sujeitas a falncia, mas somente a liquidao extrajudicial. (LC 109/01)

  • PRESSUPOSTO MATERIAL SUBJETIVO

    SOCIEDADES RELATIVAMENTE EXCLUDAS DO REGIME FALIMENTAR:

    A) AS COMPANHIAS DE SEGURO S/A (ART. 26, DECRETO-LEI N. 73/66);

    B) AS ENTIDADES ABERTAS DE PREVIDNCIA COMPLEMENTAR (LC N. 109/01, ART. 73)

    C) AS OPERADORAS DE PLANOS PRIVADOS DE ASSISTNCIA SADE (ART. 23, LEI N. 9.656/98 MP 2.177-44/01);

  • PRESSUPOSTO MATERIAL SUBJETIVO

    Art. 197. Enquanto no forem aprovadas as respectivas leis especficas, esta Lei aplica-se subsidiariamente, no que couber, aos regimes previstos

    no Decreto-Lei no 73, de 21 de novembro de 1966, na Lei no 6.024, de 13 de

    maro de 1974, no Decreto-Lei no 2.321, de 25 de fevereiro de 1987, e na Lei

    no 9.514, de 20 de novembro de 1997. (LF)

    http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Decreto-Lei/Del0073.htmhttp://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L6024.htmhttp://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Decreto-Lei/Del2321.htmhttp://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9514.htm
  • PRESSUPOSTO MATERIAL SUBJETIVO

    D) AS INSTITUIES FINANCEIRAS (LEI N. 6.024/74)

    E) SOCIEDADES EMPRESRIAS ARRENDADORAS DEDICADAS EXPLORAO DE LEASING (RES. BC N. 2.309/96);

    F) ADMINISTRADORAS DE CONSRCIO DE BENS DURVEIS, FUNDOS MTUOS E OUTRAS ATIVIDADES ASSEMELHADAS (ART. 10, LEI N. 5.768/71);

    G) AS SOCIEDADES DE CAPITALIZAO ( DEC. LEI N. 261/67, ART. 4)

  • PRESSUPOSTO MATERIAL SUBJETIVO

    Art. 197. Enquanto no forem aprovadas as respectivas leis especficas, esta Lei aplica-se subsidiariamente, no que couber, aos regimes previstos

    no Decreto-Lei no 73, de 21 de novembro de 1966, na Lei no 6.024, de 13 de

    maro de 1974, no Decreto-Lei no 2.321, de 25 de fevereiro de 1987, e na Lei

    no 9.514, de 20 de novembro de 1997. (LF)

    http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Decreto-Lei/Del0073.htmhttp://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L6024.htmhttp://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Decreto-Lei/Del2321.htmhttp://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9514.htm
  • PRESSUPOSTO MATERIAL OBJETIVO

    (COELHO, 2014, P 501)Para se decretar a falncia da sociedade empresria, irrelevante a insolvncia econmica, caracterizada pela insuficincia do

    ativo para solvncia do passivo. Exige a lei a insolvncia jurdica, que se

    caracteriza, no direito falimentar brasileiro:

    1. Pela impontualidade INJUSTIFICADA (ART. 94,I, LF);

    2. Pela execuo frustrada (art. 94, II, LF);

    3. Pela prtica de ato de falncia (art. 94, III, LF);

  • PRESSUPOSTO MATERIAL OBJETIVO

    1. Pela impontualidade INJUSTIFICADA (ART. 94,I, LF);

    Art. 94. Ser decretada a falncia do devedor que:

    I sem relevante razo de direito, no paga, no vencimento, obrigao lquida materializada em ttulo ou ttulos executivos protestados cuja soma

    ultrapasse o equivalente a 40 (quarenta) salrios-mnimos na data do pedido

    de falncia;

  • PRESSUPOSTO MATERIAL OBJETIVO

    EMPRESARIAL. FALNCIA REQUERIDA SOB A GIDE DO DECRETO-LEI N 7.661/45. PEQUENO VALOR. PRINCPIO DA PRESERVAO DAEMPRESAIMPLCITO NAQUELE SISTEMA LEGAL. INVIABILIDADE DAQUEBRA.

    - Apesar de o art. 1 do Decreto-lei n 7.661/45 ser omisso quanto ao valor dopedido, no razovel, nem se coaduna com a sistemtica do prprio Decreto, quevalores insignificantes provoquem a quebra de uma empresa. Nessas circunstncias,h de prevalecer o princpio, tambm implcito naquele diploma, de preservao daempresa. Recurso Especial no provido.

    (STJ, Resp 959695/SP, Rel. Min. Nancy Andrighi, Dje 10/03/2009)

  • PRESSUPOSTO MATERIAL OBJETIVO

    ART. 94. 1o Credores podem reunir-se em litisconsrcio a fim de perfazero limite mnimo para o pedido de falncia com base no inciso I

    do caput deste artigo.

    3o Na hiptese do inciso I do caput deste artigo, o pedido de falncia serinstrudo com os ttulos executivos na forma do pargrafo nico do art.

    9o desta Lei, acompanhados, em qualquer caso, dos respectivos instrumentos

    de protesto para fim falimentar nos termos da legislao especfica.

  • PRESSUPOSTO MATERIAL OBJETIVO

    Comprovada a prestao dos servios, a duplicata no aceita, mas protestada, ttulo hbil para instruir pedido de falncia. (Sm. 248, STJ).

    A notificao do protesto, para requerimento de falncia da empresadevedora, exige a identificao da pessoa que a recebeu. (Sm. 361, STJ).

  • PRESSUPOSTO MATERIAL OBJETIVO

    2. Execuo Frustrada;

    Art. 94. Ser decretada a falncia do devedor que:

    II executado por qualquer quantia lquida, no paga, no deposita e nonomeia penhora bens suficientes dentro do prazo legal;

    4o Na hiptese do inciso II do caput deste artigo, o pedido de falncia serinstrudo com certido expedida pelo juzo em que se processa a execuo..

  • PRESSUPOSTO MATERIAL OBJETIVO

    O oferecimento de bens insuficientes para garantir a execuo aindacaracteriza o pedido de falncia?

    E se o oferecimento for intempestivo? Resp 741.053/SP.

  • PRESSUPOSTO MATERIAL OBJETIVO

    3. Atos de falncia:

    3.1. Liquidao precipitada;

    3.2. Negcio simulado;

    3.3. Alienao irregular do estabelecimento;

  • PRESSUPOSTO MATERIAL OBJETIVO

    3.4. Transferncia simulada do principal estabelecimento;

    3.5. Constituio ou reforo de garantia real a determinado credor de dividacontrada anteriormente, sem lhe restar bens livres e desembaraados para

    saldar seu passivo;

    3.6. Abandono do estabelecimento empresarial;

  • PRESSUPOSTO MATERIAL OBJETIVO

    Descumprimento de obrigao assumida no plano de recuperao judicial;

  • PROCESSO FALIMENTAR

    FASES DO PROCESSO FALIMENTAR:

    1. PR-FALIMENTAR.

    2. FALIMENTAR.

    3. PS-FALIMENTAR OU DE REABILITAO.

  • PROCESSO FALIMENTAR

    1. PR-FALIMENTAR.

    VAI DA PETIO INICIAL AT A DECISO (SENTENA) QUEDECRETA OU NO A FALNCIA;

    1.1. LEGITIMIDADE ATIVA.

    A PRPRIA PESSOA EMPRESARIAL, O SEU SCIO OU SEUCREDOR;

  • PROCESSO FALIMENTAR

    1.1.1. PRPRIA PESSOA EMPRESARIAL (AUTOFALNCIA);

    Art. 105. O devedor em crise econmico-financeira que julgue no atenderaos requisitos para pleitear sua recuperao judicial dever requerer ao juzo

    sua falncia, expondo as razes da impossibilidade de prosseguimento da

    atividade empresarial, acompanhadas dos seguintes documentos:

  • PROCESSO FALIMENTAR

    I demonstraes contbeis referentes aos 3 (trs) ltimos exerccios sociais e as levantadas especialmente para instruir o pedido, confeccionadas com estrita

    observncia da legislao societria aplicvel e compostas obrigatoriamente de:

    a) balano patrimonial;

    b) demonstrao de resultados acumulados;

    c) demonstrao do resultado desde o ltimo exerccio social;

    d) relatrio do fluxo de caixa;

  • PROCESSO FALIMENTAR

    II relao nominal dos credores, indicando endereo, importncia, natureza e classificao dos respectivos crditos;

    III relao dos bens e direitos que compem o ativo, com a respectiva estimativa de valor e documentos comprobatrios de propriedade;

    IV prova da condio de empresrio, contrato social ou estatuto em vigor ou, se no houver, a indicao de todos os scios, seus endereos e a relao de seus bens pessoais;

    V os livros obrigatrios e documentos contbeis que lhe forem exigidos por lei;

    VI relao de seus administradores nos ltimos 5 (cinco) anos, com os respectivos endereos, suas funes e participao societria.

  • PROCESSO FALIMENTAR

    Art. 106. No estando o pedido regularmente instrudo, o juiz determinar que seja emendado.

    Art. 107. A sentena que decretar a falncia do devedor observar a forma do art. 99 desta Lei.

    Pargrafo nico. Decretada a falncia, aplicam-se integralmente os dispositivos relativos falncia requerida pelas pessoas referidas nos

    incisos II a IV do caput do art. 97 desta Lei.

  • PROCESSO FALIMENTAR

    1.1.2. CNJUGE, HERDEIRO OU INVENARIANTE DO EMPRESRIO INDIVIDUAL;

    1.1.3. SCIO (QUOTISTA OU ACIONISTA) DA SOCIEDADE EMPRESRIA;

  • PROCESSO FALIMENTAR

    1.1.4. CREDOR.

    IV qualquer credor.

    1o O credor empresrio apresentar certido do Registro Pblico de Empresas que comprove a regularidade de suas atividades.

    2o O credor que no tiver domiclio no Brasil dever prestar cauo relativa s custas e ao pagamento da indenizao de que trata o art. 101 desta Lei.

    NECESSRIO QUE O DBITO DO CREDOR ESTEJA VENCIDO?

  • PROCESSO FALIMENTAR

    LEGITIMIDADE ATIVA DA FAZENDA PBLICA;

    REsp 363206 / MG

  • PROCESSO FALIMENTAR

    TRIBUTRIO E COMERCIAL CRDITO TRIBUTRIO FAZENDA PBLICA AUSNCIA DE LEGITIMIDADE PARA REQUERER A FALNCIA DE EMPRESA.

    1. A controvrsia versa sobre a legitimidade de a Fazenda Pblica requerer falncia de empresa.

    2. O art. 187 do CTN dispe que os crditos fiscais no esto sujeitos a concurso de credores. J os arts. 5, 29 e 31 da LEF, a fortiori, determinam que o crdito tributrio no est abrangido no processo falimentar, razo pela qual carece interesse por parte da Fazenda em pleitear a falncia de empresa.

    3. Tanto o Decreto-lei n. 7.661/45 quanto a Lei n. 11.101/2005 foram inspirados no princpio da conservao da empresa, pois preveem respectivamente, dentro da perspectiva de sua funo social, a chamada concordata e o instituto da recuperao judicial, cujo objetivo maior conceder benefcios s empresas que, embora no estejam formalmente falidas, atravessam graves dificuldades econmico-financeiras, colocando em risco o empreendimento empresarial.

  • PROCESSO FALIMENTAR

    4. O princpio da conservao da empresa pressupe que a quebra no um fenmeno econmico que interessa apenas aos credores, mas sim, uma manifestao jurdico-econmica na qual o Estado tem interesse preponderante.

    5. Nesse caso, o interesse pblico no se confunde com o interesse da Fazenda, pois o Estado passa a valorizar a importncia da iniciativa empresarial para a sade econmica de um pas. Nada mais certo, na medida em que quanto maior a iniciativa privada em determinada localidade, maior o progresso econmico, diante do aquecimento da economia causado a partir da gerao de empregos.

    6. Raciocnio diverso, isto , legitimar a Fazenda Pblica a requerer falncia das empresas inviabilizaria a superao da situao de crise econmico-financeira do devedor, no permitindo a manuteno da fonte produtora, do emprego dos trabalhadores, tampouco dos interesses dos credores, desestimulando a atividade econmico-capitalista. Dessarte, a Fazenda poder requerer a quebra da empresa implica incompatibilidade com a ratio essendi da Lei de Falncias, mormente o princpio da conservao da empresa, embasador da norma falimentar.

    Recurso especial improvido.

  • PROCESSO FALIMENTAR

    O PEDIDO DE FALNCIA PODE SER UTILIZADO COMO MEIO DE COBRANA DE DVIDA?

  • PROCESSO FALIMENTAR

    FALNCIA - REQUERIMENTO - PEQUENO CREDOR - LICITUDE INDEFERIMENTO - SUBSTITUIO DO PROCESSO EXECUTIVO - ABUSO INEXISTENTE

    1. O Ordenamento jurdico pe disposio do credor lesado por inadimplemento de comerciante, dois caminhos, absolutamente lcitos, a saber:

    a) o primeiro linear e barato que requerer a declarao da falncia materializada pelo inadimplemento. Esta via, apesar de mais cmoda, mais arriscada. De fato, se o devedor por descuido ou falta de dinheiro, no pagar no prazo assinalado, instaura-se o processo falimentar e a nota promissria perde a fora executiva, para tornar-se reles ttulo quirografrio, despido de qualquer preferncia;

    b) a segunda via a cobrana executiva. Para percorr-la, o credor obrigado a localizar bens do devedor, indic-los penhora, pagar o oficial de justia, para que efetue a citao e, depois, para que consume a penhora. Depois, com o processo suspenso, o exeqente obrigado a esperar o julgamento dos embargos. Por ltimo, decorridos vrios anos, compelido a despender mais dinheiro, para os editais de praa ou leilo. Como se v, este segundo caminho consideravelmente lento e dispendioso. Obrigar o pequeno credor a segui-lo colocar o Poder Judicirio a servio do mau pagador, em patente injustia.

  • PROCESSO FALIMENTAR

    2 - Para obviar a declarao de falncia o comerciante solvente e decente deve resgatar seus ttulos, no prprio dia do vencimento. Em caso de protesto, honra a obrigao imediatamente, ou informa ao oficial de protesto, os motivos que justificam o no pagamento. Por exigir decncia de todos os comerciantes, o Direito Positivo enxerga na inadimplncia um sinal inconfundvel de insolvncia.

    3 - Em constatando que o comerciante "sem relevante razo de direito" no pagou, no vencimento, obrigao lquida, constante de

    ttulo que legitime ao executiva, cumpre ao juiz declarar a falncia. No lhe lcito furtar-se declarao, a pretexto de que o credor est usando o pedido de falncia, como substitutivo da ao de execuo.

    (STJ, REsp 515.285)

  • PROCESSO FALIMENTAR

    COMPETNCIA E UNIVERSALIDADE DO JUZO FALIMENTAR.

    DO JUZO DO PRINCIPAL ESTABELECIMENTO DO DEVEDOR NO BRASIL (LF, ART. 3);

    PRINCIPAL ESTABELECIMENTO, PARA FINS DE DEFINIO DACOMPETNCIA PARA O DIREITO FALIMENTAR, AQUELE EM QUE SEENCONTRA CONCENTRADO O MAIOR VOLUME DE NEGCIOS DAEMPRESA; O MAIS IMPORTANTE DO PONTO DE VISTA ECONMICO(COELHO, 2014, p. 520)

  • PROCESSO FALIMENTAR

    O JUZO DE FALNCIA UNIVERSAL (ART. 75, LF)

    EXCEES AO PRINCPIO DA UNIVERSALIDADE DO JUZO FALIMENTAR:

    A) AES NO REGULADAS PELA LEI DE FALNCIAS EM QUE A MASSA FALIDA FOI AUTORA OU LITISCONSORTE ATIVA (ART. 75,

    LF);

  • PROCESSO FALIMENTAR

    B) AS AES QUE DEMANDAM QUANTIA ILQUIDA,INDEPENDENTEMENTE DA POSIO DA MASSA FALIDA NA

    RELAO PROCESSUAL, TAMBM NO SO ATRADAS PELO

    JUZO UNIVERSAL DA FALNCIA, CASO J ESTIVESSEM EM

    TRAMITAO AO TEMPO DA DECRETAO DESTA (LF, ART. 6,

    1);

    C) RECLAMAES TRABALHISTAS (ART. 144, CRFB);

  • PROCESSO FALIMENTAR

    D) EXECUES TRIBUTRIAS (ART. 187, CTN);

    E) AES DE CONHECIMENTO DE QUE PARTE OUINTERESSADA A UNIO, ENTIDADE AUTRQUICA OU EMPRESA

    PBLICA FEDERAL (ART. 109, INCISO I, CRFB);

  • PROCESSO FALIMENTAR

    RITOS DO PROCESSO DE FALNCIA:

    REQUERIDA A FALNCIA PELO CREDOR OU SCIO MINORITRIO, ORITO SEGUE OS PRECEITOS DOS ARTS. 94 A 96 E 98 DA LF;

    NO CASO DE AUTO FALNCIA, O RITO DOS ARTS. 105 A 107 DA LF.

  • PROCESSO DE FALNCIA

    PROPOSTA A PETIO INICIAL, NO PROCEDIMENTO DE JURISDIOCONTENCIOSA, ESTANDO EM TERMOS, SER CITADO O RU PARA OFERECERDEFESA NO PRAZO DE 10 DIAS (art. 98, caput, lei 11.101/05);

    Art. 96. A falncia requerida com base no art. 94, inciso I do caput, desta Lei, no ser decretada se o requerido provar:

    I falsidade de ttulo;

    II prescrio;

    III nulidade de obrigao ou de ttulo;

  • PROCESSO DE FALNCIA

    IV pagamento da dvida;

    V qualquer outro fato que extinga ou suspenda obrigao ou no legitime a cobrana de ttulo;

    VI vcio em protesto ou em seu instrumento;

    VII apresentao de pedido de recuperao judicial no prazo da contestao, observados os requisitos do art. 51 desta Lei;

    VIII cessao das atividades empresariais mais de 2 (dois) anos antes do pedido de falncia, comprovada por documento hbil do Registro Pblico de Empresas, o qual no prevalecer contra prova de exerccio posterior ao ato registrado.

  • PROCESSO DE FALNCIA

    1o No ser decretada a falncia de sociedade annima aps liquidado epartilhado seu ativo nem do esplio aps 1 (um) ano da morte do devedor.

    2o As defesas previstas nos incisos I a VI do caput deste artigo noobstam a decretao de falncia se, ao final, restarem obrigaes no

    atingidas pelas defesas em montante que supere o limite previsto naquele

    dispositivo.

  • PROCESSO DE FALNCIA

    DEPSITO ELISIVO DA FALNCIA;

    Com a eliso da falncia, esta no ser decretada de forma alguma, caso seja fundamentada na impontualidade injustificada ou na execuo frustrada.

  • PROCESSO DE FALNCIA

    Art. 98. Citado, o devedor poder apresentar contestao no prazo de 10

    (dez) dias.

    Pargrafo nico. Nos pedidos baseados nos incisos I e II do caput do art. 94 desta Lei, o devedor poder, no prazo da contestao, depositar o

    valor correspondente ao total do crdito, acrescido de correo monetria,

    juros e honorrios advocatcios, hiptese em que a falncia no ser

    decretada e, caso julgado procedente o pedido de falncia, o juiz ordenar o

    levantamento do valor pelo autor.

  • PROCESSO DE FALNCIA

    EMBORA A LEI NO PREVEJA EXPRESSAMENTE, DEVE SER ADMITIDO O DEPSITO ELISIVO TAMBM NOS PEDIDOS DE

    CREDOR FUNDADOS EM ATO DE FALNCIA, J QUE ELE

    AFASTA A LEGITIMIDADE DO REQUERENTE. ASSEGURADO,

    PELO DEPSITO, O PAGAMENTO DO CRDITO POR ELE

    TITULARIZADO, NO TEM MAIS INTERESSE LEGTIMO NA

    INSTAURAO DO CONCURSO FALIMENTAR (COELHO, 2014)

  • PROCESSO DE FALNCIA

    Denegao do pedido de falncia, causas:

    1) Improcedncia do pedido de falncia;

    2) Depsito elisivo;

  • PROCESSO DE FALNCIA

    JULGADO IMPROCEDENTE O PEDIDO DE FALNCIA AQUELE QUE INTENTOU A AO SER CONDENADO NOS NUS DA SUCUMBNCIA E PODER PAGAR A MULTA DO ART. 101 DA LF, EM CASO DE DOLO;

    Art. 101. Quem por dolo requerer a falncia de outrem ser condenado, na sentena que julgar improcedente o pedido, a indenizar o devedor, apurando-se as perdas e danos em liquidao de sentena.

    1o Havendo mais de 1 (um) autor do pedido de falncia, sero solidariamente responsveis aqueles que se conduziram na forma prevista no caput deste artigo.

    2o Por ao prpria, o terceiro prejudicado tambm pode reclamar indenizao dos responsveis.

  • PROCESSO DE FALNCIA

    No caso de realizao do depsito elisivo, com contestao do pedido pelo devedor, podero acontecer duas situaes:

    1) O pedido de falncia ser julgado improcedente em razo da no configurao dos requisitos para tal, hiptese em que o devedor, a depender do caso, poder levantar a importncia depositada;

    2) A falncia ser denegada unicamente pelo depsito elisivo, o que implicar que o pedido do Autor foi julgado procedente. Neste caso, o Autor ter direito a levantar a quantia depositada;

  • PROCESSO DE FALNCIA

    FASE FALIMENTAR:

    A sentena que decreta a falncia tem natureza constitutiva;

    Art. 99. A sentena que decretar a falncia do devedor, dentre outras determinaes:

    I conter a sntese do pedido, a identificao do falido e os nomes dos que forem a esse tempo seus administradores;

    II fixar o termo legal da falncia, sem poder retrotra-lo por mais de 90 (noventa) dias contados do pedido de falncia, do pedido de recuperao judicial ou do 1o (primeiro) protesto por falta de pagamento, excluindo-se, para esta finalidade, os protestos que tenham sido cancelados;

    III ordenar ao falido que apresente, no prazo mximo de 5 (cinco) dias, relao nominal dos credores, indicando endereo, importncia, natureza e classificao dos respectivos crditos, se esta j no se encontrar nos autos, sob pena de desobedincia;

  • PROCESSO DE FALNCIA

    IV explicitar o prazo para as habilitaes de crdito, observado o disposto no 1o do art. 7o desta Lei;

    V ordenar a suspenso de todas as aes ou execues contra o falido, ressalvadas as hipteses previstas nos 1o e 2o do art. 6o desta Lei;

    VI proibir a prtica de qualquer ato de disposio ou onerao de bens do falido, submetendo-os preliminarmente autorizao judicial e do Comit, se houver, ressalvados os bens cuja venda faa parte das atividades normais do devedor se autorizada a continuao provisria nos termos do inciso XI docaput deste artigo;

    VII determinar as diligncias necessrias para salvaguardar os interesses das partes envolvidas, podendo ordenar a priso preventiva do falido ou de seus administradores quando requerida com fundamento em provas da prtica de crime definido nesta Lei;

    VIII ordenar ao Registro Pblico de Empresas que proceda anotao da falncia no registro do devedor, para que conste a expresso "Falido", a data da decretao da falncia e a inabilitao de que trata o art. 102 desta Lei;

    IX nomear o administrador judicial, que desempenhar suas funes na forma do inciso III do caput do art. 22 desta Lei sem prejuzo do disposto na alnea a do inciso II do caput do art. 35 desta Lei;

  • PROCESSO DE FALNCIA

    VIII ordenar ao Registro Pblico de Empresas que proceda anotao da falncia no registro do devedor, para que conste a expresso "Falido", a data da decretao da falncia e a inabilitao de que trata o art. 102 desta Lei;

    IX nomear o administrador judicial, que desempenhar suas funes na forma do inciso III do caput do art. 22 desta Lei sem prejuzo do disposto na alnea a do inciso II do caput do art. 35 desta Lei;

    X determinar a expedio de ofcios aos rgos e reparties pblicas e outras entidades para que informem a existncia de bens e direitos do falido;

    XI pronunciar-se- a respeito da continuao provisria das atividades do falido com o administrador judicial ou da lacrao dos estabelecimentos, observado o disposto no art. 109 desta Lei;

  • PROCESSO DE FALNCIA

    XII determinar, quando entender conveniente, a convocao da assemblia-geral de credores para a constituio de Comit de Credores, podendo ainda autorizar a manuteno do Comit eventualmente em funcionamento na recuperao judicial quando da decretao da falncia;

    XIII ordenar a intimao do Ministrio Pblico e a comunicao por carta s Fazendas Pblicas Federal e de todos os Estados e Municpios em que o devedor tiver estabelecimento, para que tomem conhecimento da falncia.

    Pargrafo nico. O juiz ordenar a publicao de edital contendo a ntegra da deciso que decreta a falncia e a relao de credores.

  • PROCESSO DE FALNCIA

    Art. 102. O falido fica inabilitado para exercer qualquer atividade empresarial a partir da decretao da falncia e at a sentena que extingue

    suas obrigaes, respeitado o disposto no 1o do art. 181 desta Lei.

    Pargrafo nico. Findo o perodo de inabilitao, o falido poder requerer ao juiz da falncia que proceda respectiva anotao em seu

    registro.

  • PROCESSO DE FALNCIA

    DESIGNAO DO ADMINISTRADOR JUDICIAL;

    O ADMINISTRADOR JUDICIAL, ALM DAS INMERAS ATRIBUIES DE CUNHO ADMINISTRATIVO (ART. 22 DA LF)

    TAMBM O REPRESENTANTE LEGAL DA MASSA FALIDA

    SUBJETIVA (COMUNIDADE DE CREDORES QUE SE FORMA COM

    A DECRETAO DA FALNCIA);

  • PROCESSO DE FALNCIA

    Art. 21. O administrador judicial ser profissional idneo, preferencialmente advogado, economista, administrador de empresas ou contador, ou pessoa

    jurdica especializada.

    Pargrafo nico. Se o administrador judicial nomeado for pessoa jurdica, declarar-se-, no termo de que trata o art. 33 desta Lei, o nome de

    profissional responsvel pela conduo do processo de falncia ou de

    recuperao judicial, que no poder ser substitudo sem autorizao do juiz.

  • PROCESSO DE FALNCIA

    Art. 24. O juiz fixar o valor e a forma de pagamento da remunerao do administrador judicial, observados a capacidade de pagamento do devedor, o grau de complexidade do trabalho e os valores praticados no mercado para o desempenho de atividades semelhantes.

    1o Em qualquer hiptese, o total pago ao administrador judicial no exceder 5% (cinco por cento) do valor devido aos credores submetidos recuperao judicial ou do valor de venda dos bens na falncia.

    2o Ser reservado 40% (quarenta por cento) do montante devido ao administrador judicial para pagamento aps atendimento do previsto nos arts. 154 e 155 desta Lei.

    3o O administrador judicial substitudo ser remunerado proporcionalmente ao trabalho realizado, salvo se renunciar sem relevante razo ou for destitudo de suas funes por desdia, culpa, dolo ou descumprimento das obrigaes fixadas nesta Lei, hipteses em que no ter direito remunerao.

  • PROCESSO DE FALNCIA

    4o Tambm no ter direito a remunerao o administrador que tiver suas contas desaprovadas.

    5o A remunerao do administrador judicial fica reduzida ao limite de 2% (dois por cento), no caso de microempresas e empresas de pequeno porte. (Includo pela Lei Complementar n 147, de 2014)

    Art. 25. Caber ao devedor ou massa falida arcar com as despesas relativas remunerao do administrador judicial e das pessoas eventualmente contratadas para auxili-lo.

    http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/LCP/Lcp147.htm#art5
  • PROCESSO DE FALNCIA

    Art. 22. Ao administrador judicial compete, sob a fiscalizao do juiz e do Comit, alm de outros deveres que esta Lei lhe impe:

    I na recuperao judicial e na falncia:

    a) enviar correspondncia aos credores constantes na relao de que trata o inciso III do caput do art. 51, o inciso III do caput do art. 99 ou o inciso II do caput do art. 105 desta Lei, comunicando a data do pedido de recuperao judicial ou da decretao da falncia, a natureza, o valor e a classificao dada ao crdito;

    b) fornecer, com presteza, todas as informaes pedidas pelos credores interessados;

    c) dar extratos dos livros do devedor, que merecero f de ofcio, a fim de servirem de fundamento nas habilitaes e impugnaes de crditos;

    d) exigir dos credores, do devedor ou seus administradores quaisquer informaes;

  • PROCESSO DE FALNCIA

    e) elaborar a relao de credores de que trata o 2o do art. 7o desta Lei;

    f) consolidar o quadro-geral de credores nos termos do art. 18 desta Lei;

    g) requerer ao juiz convocao da assemblia-geral de credores nos casos previstos nesta Lei ou quando entender necessria sua ouvida para a tomada de decises;

    h) contratar, mediante autorizao judicial, profissionais ou empresas especializadas para, quando necessrio, auxili-lo no exerccio de suas funes;

    i) manifestar-se nos casos previstos nesta Lei;

  • PROCESSO DE FALNCIA

    III na falncia:

    a) avisar, pelo rgo oficial, o lugar e hora em que, diariamente, os credores tero sua disposio os livros e documentos do falido;

    b) examinar a escriturao do devedor;

    c) relacionar os processos e assumir a representao judicial da massa falida;

    d) receber e abrir a correspondncia dirigida ao devedor, entregando a ele o que no for assunto de interesse da massa;

  • PROCESSO DE FALNCIA

    e) apresentar, no prazo de 40 (quarenta) dias, contado da assinatura do termo de compromisso, prorrogvel por igual perodo, relatrio sobre as causas e circunstncias que conduziram situao de falncia, no qual apontar a responsabilidade civil e penal dos envolvidos, observado o disposto no art. 186 desta Lei;

    f) arrecadar os bens e documentos do devedor e elaborar o auto de arrecadao, nos termos dos arts. 108 e 110 desta Lei;

    g) avaliar os bens arrecadados;

    h) contratar avaliadores, de preferncia oficiais, mediante autorizao judicial, para a avaliao dos bens caso entenda no ter condies tcnicas para a tarefa;

    i) praticar os atos necessrios realizao do ativo e ao pagamento dos credores;

  • PROCESSO DE FALNCIA

    j) requerer ao juiz a venda antecipada de bens perecveis, deteriorveis ou sujeitos a considervel desvalorizao ou de conservao arriscada ou dispendiosa, nos termos do art. 113 desta Lei;

    l) praticar todos os atos conservatrios de direitos e aes, diligenciar a cobrana de dvidas e dar a respectiva quitao;

    m) remir, em benefcio da massa e mediante autorizao judicial, bens apenhados, penhorados ou legalmente retidos;

    n) representar a massa falida em juzo, contratando, se necessrio, advogado, cujos honorrios sero previamente ajustados e aprovados pelo Comit de Credores;

  • PROCESSO DE FALNCIA

    o) requerer todas as medidas e diligncias que forem necessrias para o cumprimento desta Lei, a proteo da massa ou a eficincia da administrao;

    p) apresentar ao juiz para juntada aos autos, at o 10o (dcimo) dia do ms seguinte ao vencido, conta demonstrativa da administrao, que especifique com clareza a receita e a despesa;

    q) entregar ao seu substituto todos os bens e documentos da massa em seu poder, sob pena de responsabilidade;

    r) prestar contas ao final do processo, quando for substitudo, destitudo ou renunciar ao cargo.

  • PROCESSO DE FALNCIA

    ASSEMBLIA GERAL DE CREDORES:

    Art. 35. A assemblia-geral de credores ter por atribuies deliberar sobre:

    II na falncia:

    a) (VETADO)

    b) a constituio do Comit de Credores, a escolha de seus membros e sua substituio;

    c) a adoo de outras modalidades de realizao do ativo, na forma do art. 145 desta Lei;

    d) qualquer outra matria que possa afetar os interesses dos credores.

    http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2005/Msg/Vep/VEP-0059-05.htm#art35iia
  • PROCESSO DE FALNCIA

    Art. 36. A assemblia-geral de credores ser convocada pelo juiz por edital publicado no rgo oficial e em jornais de grande circulao nas localidades da sede e filiais, com antecedncia mnima de 15 (quinze) dias, o qual conter:

    I local, data e hora da assemblia em 1a (primeira) e em 2a (segunda) convocao, no podendo esta ser realizada menos de 5 (cinco) dias depois da 1a (primeira);

    II a ordem do dia;

    III local onde os credores podero, se for o caso, obter cpia do plano de recuperao judicial a ser submetido deliberao da assemblia.

    1o Cpia do aviso de convocao da assemblia dever ser afixada de forma ostensiva na sede e filiais do devedor.

    2o Alm dos casos expressamente previstos nesta Lei, credores que representem no mnimo 25% (vinte e cinco por cento) do valor total dos crditos de uma determinada classe podero requerer ao juiz a convocao de assemblia-geral.

    3o As despesas com a convocao e a realizao da assemblia-geral correm por conta do devedor ou da massa falida, salvo se convocada em virtude de requerimento do Comit de Credores ou na hiptese do 2o deste artigo.

  • PROCESSO DE FALNCIA

    Art. 37. A assemblia ser presidida pelo administrador judicial, que designar 1 (um) secretrio dentre os credores presentes.

    1o Nas deliberaes sobre o afastamento do administrador judicial ou em outras em que haja incompatibilidade deste, a assemblia ser presidida pelo credor presente que seja titular do maior crdito.

    2o A assemblia instalar-se-, em 1a (primeira) convocao, com a presena de credores titulares de mais da metade dos crditos de cada classe, computados pelo valor, e, em 2a (segunda) convocao, com qualquer nmero.

    3o Para participar da assemblia, cada credor dever assinar a lista de presena, que ser encerrada no momento da instalao.

    4o O credor poder ser representado na assemblia-geral por mandatrio ou representante legal, desde que entregue ao administrador judicial, at 24 (vinte e quatro) horas antes da data prevista no aviso de convocao, documento hbil que comprove seus poderes ou a indicao das folhas dos autos do processo em que se encontre o documento.

  • PROCESSO DE FALNCIA

    5o Os sindicatos de trabalhadores podero representar seus associados titulares de crditos derivados da legislao do trabalho ou decorrentes de acidente de trabalho que no comparecerem, pessoalmente ou por procurador, assemblia.

    6o Para exercer a prerrogativa prevista no 5o deste artigo, o sindicato dever:

    I apresentar ao administrador judicial, at 10 (dez) dias antes da assemblia, a relao dos associados que pretende representar, e o trabalhador que conste da relao de mais de um sindicato dever esclarecer, at 24 (vinte e quatro) horas antes da assemblia, qual sindicato o representa, sob pena de no ser representado em assemblia por nenhum deles; e

    II (VETADO)

    7o Do ocorrido na assemblia, lavrar-se- ata que conter o nome dos presentes e as assinaturas do presidente, do devedor e de 2 (dois) membros de cada uma das classes votantes, e que ser entregue ao juiz, juntamente com a lista de presena, no prazo de 48 (quarenta e oito) horas.

    http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2005/Msg/Vep/VEP-0059-05.htm#art356ii
  • PROCESSO DE FALNCIA

    Art. 38. O voto do credor ser proporcional ao valor de seu crdito, ressalvado, nas deliberaes sobre o plano de recuperao judicial, o disposto no 2o do art. 45 desta Lei.

    Pargrafo nico. Na recuperao judicial, para fins exclusivos de votao em assemblia-geral, o crdito em moeda estrangeira ser convertido para moeda nacional pelo cmbio da vspera da data de realizao da assemblia.

    Art. 39. Tero direito a voto na assemblia-geral as pessoas arroladas no quadro-geral de credores ou, na sua falta, na relao de credores apresentada pelo administrador judicial na forma do art. 7o, 2o, desta Lei, ou, ainda, na falta desta, na relao apresentada pelo prprio devedor nos termos dos arts. 51, incisos III e IV do caput, 99, inciso III do caput, ou 105, inciso II do caput, desta Lei, acrescidas, em qualquer caso, das que estejam habilitadas na data da realizao da assemblia ou que tenham crditos admitidos ou alterados por deciso judicial, inclusive as que tenham obtido reserva de importncias, observado o disposto nos 1o e 2o do art. 10 desta Lei.

  • PROCESSO DE FALNCIA

    1o No tero direito a voto e no sero considerados para fins de verificao do quorum de instalao e de deliberao os titulares de crditos excetuados na forma dos 3o e 4o do art. 49 desta Lei.

    2o As deliberaes da assemblia-geral no sero invalidadas em razo de posterior deciso judicial acerca da existncia, quantificao ou classificao de crditos.

    3o No caso de posterior invalidao de deliberao da assemblia, ficam resguardados os direitos de terceiros de boa-f, respondendo os credores que aprovarem a deliberao pelos prejuzos comprovados causados por dolo ou culpa.

  • EFICCIA DA DECRETAO DA

    FALNCIA

    A decretao da falncia, como visto, feita por sentena de natureza jurdica constitutiva, com eficcia, por tanto, ex-nunc, em regra;

    Estudaremos a partir deste ponto a irradiao da eficcia da decretao de falncia nas diversas esferas jurdicas por ela atingidas, a saber: da pessoa do falido, de seus bens, de suas obrigaes, de seus credores, das aes em curso contra o falido, etc.

  • EFICCIA DA DECRETAO DA

    FALNCIA

    1) QUANTO A PESSOA E OS BENS DA PESSOA FALIDA;

    DISSOLUO DA SOCIEDADE;

    OS SCIOS DE RESPONSABILIDADE ILIMITADA TAMBM SO DECLARADOS FALIDOS (ART. 81, LF)

  • EFICCIA DA DECRETAO DA

    FALNCIA

    Art. 81. A deciso que decreta a falncia da sociedade com scios ilimitadamente responsveis tambm acarreta a falncia destes, que ficam sujeitos aos mesmos

    efeitos jurdicos produzidos em relao sociedade falida e, por isso, devero ser

    citados para apresentar contestao, se assim o desejarem.

    1o O disposto no caput deste artigo aplica-se ao scio que tenha se retirado voluntariamente ou que tenha sido excludo da sociedade, h menos de 2 (dois)

    anos, quanto s dvidas existentes na data do arquivamento da alterao do contrato,

    no caso de no terem sido solvidas at a data da decretao da falncia.

  • EFICCIA DA DECRETAO DA

    FALNCIA

    EM PRINCPIO OS SCIOS DE RESPONSABILIDADE LIMITADA NO SE SUBMETEM AOS EFEITOS DA FALNCIA;

    Art. 82. A responsabilidade pessoal dos scios de responsabilidade limitada, dos controladores e dos administradores da sociedade falida, estabelecida nas respectivas leis, ser apurada no prprio juzo da falncia, independentemente da realizao do ativo e da prova da sua insuficincia para cobrir o passivo, observado o procedimento ordinrio previsto no Cdigo de Processo Civil.

    1o Prescrever em 2 (dois) anos, contados do trnsito em julgado da sentena de encerramento da falncia, a ao de responsabilizao prevista no caput deste artigo.

    2o O juiz poder, de ofcio ou mediante requerimento das partes interessadas, ordenar a indisponibilidade de bens particulares dos rus, em quantidade compatvel com o dano provocado, at o julgamento da ao de responsabilizao.

  • EFICCIA DA DECRETAO DA

    FALNCIA

    ENUNCIADO 48, CJF I JORNADA DE DIREITO EMPRESARIAL. A apurao da responsabilidade pessoal dos scios, controladores e

    administradores feita independentemente da realizao do ativo e da prova

    da sua insuficincia para cobrir o passivo, prevista no art. 82 da Lei n.

    11.101/2005, no se refere aos casos de desconsiderao da personalidade

    jurdica.

  • EFICCIA DA DECRETAO DA

    FALNCIA

    INABILITAO PARA EXERCCIO DE ATIVIDADE EMPRESRIA;

    ATINGE O SCIO DE RESPONSABILIDADE ILIMITADA E O EMPRESRIO INDIVIDUAL.

  • EFICCIA DA DECRETAO DA

    FALNCIA

    Art. 102. O falido fica inabilitado para exercer qualquer atividade empresarial a partir da decretao da falncia e at a sentena que extingue suas

    obrigaes, respeitado o disposto no 1o do art. 181 desta Lei.

    Pargrafo nico. Findo o perodo de inabilitao, o falido poder requerer ao juiz da falncia que proceda respectiva anotao em seu

    registro.

  • EFICCIA DA DECRETAO DA

    FALNCIA

    NA HIPTESE DE CRIME FALIMENTAR A INABILITAO PERSISTIR APS 5 (CINCO) ANOS DA EXTINO DA PUNIBIIDADE (ART. 181, LF);

    Art. 181. So efeitos da condenao por crime previsto nesta Lei:

    I a inabilitao para o exerccio de atividade empresarial;

    II o impedimento para o exerccio de cargo ou funo em conselho de administrao, diretoria ou gerncia das sociedades sujeitas a esta Lei;

    III a impossibilidade de gerir empresa por mandato ou por gesto de negcio.

    1o Os efeitos de que trata este artigo no so automticos, devendo ser motivadamente declarados na sentena, e perduraro at 5 (cinco) anos aps a extino da punibilidade, podendo, contudo, cessar antes pela reabilitao penal.

  • EFICCIA DA DECRETAO DA

    FALNCIA

    PERDA DO DIREITO DE ADMINISTRAO DOS BENS;

    Art. 103. Desde a decretao da falncia ou do seqestro, o devedor perde o direito de administrar os seus bens ou deles dispor.

    Pargrafo nico. O falido poder, contudo, fiscalizar a administrao da falncia, requerer as providncias necessrias para a conservao de seus direitos ou dos bens arrecadados e intervir nos processos em que a massa falida seja parte ou interessada, requerendo o que for de direito e interpondo os recursos cabveis.

  • EFICCIA DA DECRETAO DA

    FALNCIA

    DEVERES ESPECFICOS DO FALIDO;

    Art. 104. A decretao da falncia impe ao falido os seguintes deveres:

    I assinar nos autos, desde que intimado da deciso, termo de comparecimento, com a indicao do nome, nacionalidade, estado civil, endereo completo do domiclio, devendo ainda declarar, para constar do dito termo:

    a) as causas determinantes da sua falncia, quando requerida pelos credores;

    b) tratando-se de sociedade, os nomes e endereos de todos os scios, acionistas controladores, diretores ou administradores, apresentando o contrato ou estatuto social e a prova do respectivo registro, bem como suas alteraes;

    c) o nome do contador encarregado da escriturao dos livros obrigatrios;

    d) os mandatos que porventura tenha outorgado, indicando seu objeto, nome e endereo do mandatrio;

    e) seus bens imveis e os mveis que no se encontram no estabelecimento;

  • EFICCIA DA DECRETAO DA

    FALNCIA

    f) se faz parte de outras sociedades, exibindo respectivo contrato;

    g) suas contas bancrias, aplicaes, ttulos em cobrana e processos em andamento em que for autor ou ru;

    II depositar em cartrio, no ato de assinatura do termo de comparecimento, os seus livros obrigatrios, a fim de serem entregues ao administrador judicial, depois de encerrados por termos assinados pelo juiz;

    III no se ausentar do lugar onde se processa a falncia sem motivo justo e comunicao expressa ao juiz, e sem deixar procurador bastante, sob as penas cominadas na lei;

    IV comparecer a todos os atos da falncia, podendo ser representado por procurador, quando no for indispensvel sua presena;

  • EFICCIA DA DECRETAO DA

    FALNCIA

    V entregar, sem demora, todos os bens, livros, papis e documentos ao administrador judicial, indicando-lhe, para serem arrecadados, os bens que porventura tenha em poder de terceiros;

    VI prestar as informaes reclamadas pelo juiz, administrador judicial, credor ou Ministrio Pblico sobre circunstncias e fatos que interessem falncia;

    VII auxiliar o administrador judicial com zelo e presteza;

    VIII examinar as habilitaes de crdito apresentadas;

    IX assistir ao levantamento, verificao do balano e ao exame dos livros;

  • EFICCIA DA DECRETAO DA

    FALNCIA

    X manifestar-se sempre que for determinado pelo juiz;

    XI apresentar, no prazo fixado pelo juiz, a relao de seus credores;

    XII examinar e dar parecer sobre as contas do administrador judicial.

    Pargrafo nico. Faltando ao cumprimento de quaisquer dos deveres que esta Lei lhe impe, aps intimado pelo juiz a faz-lo, responder o falido

    por crime de desobedincia.

  • EFICCIA DA DECRETAO DA

    FALNCIA

    EFEITOS SOBRE AS OBRIGAES DO FALIDO:

    Art. 115. A decretao da falncia sujeita todos os credores, que somente podero exercer os seus direitos sobre os bens do falido e do scio

    ilimitadamente responsvel na forma que esta Lei prescrever.

    HABILITAO DE CRDITOS OU PEDIDO DE RESTITUIO.

  • EFICCIA DA DECRETAO DE

    FALNCIA

    Art. 116. A decretao da falncia suspende:

    I o exerccio do direito de reteno sobre os bens sujeitos arrecadao, os quais devero ser entregues ao administrador judicial;

    II o exerccio do direito de retirada ou de recebimento do valor de suas quotas ou aes, por parte dos scios da sociedade falida.

  • EFICCIA DA DECRETAO DE

    FALNCIA

    Art. 77. A decretao da falncia determina o vencimento antecipado das dvidas do devedor e dos scios ilimitada e solidariamente responsveis, com

    o abatimento proporcional dos juros, e converte todos os crditos em moeda

    estrangeira para a moeda do Pas, pelo cmbio do dia da deciso judicial, para

    todos os efeitos desta Lei.

  • EFICCIA DA DECRETAO DE

    FALNCIA

    Art. 122. Compensam-se, com preferncia sobre todos os demais credores, as dvidas do devedor vencidas at o dia da decretao da falncia, provenha o vencimento da sentena de falncia ou no, obedecidos os requisitos da legislao civil.

    Pargrafo nico. No se compensam:

    I os crditos transferidos aps a decretao da falncia, salvo em caso de sucesso por fuso, incorporao, ciso ou morte; ou

    II os crditos, ainda que vencidos anteriormente, transferidos quando j conhecido o estado de crise econmico-financeira do devedor ou cuja transferncia se operou com fraude ou dolo.

  • EFICCIA DA DECRETAO DE

    FALNCIA

    Art. 124. Contra a massa falida no so exigveis juros vencidos aps a decretao da falncia, previstos em lei ou em contrato, se o ativo apurado no bastar para o pagamento dos credores subordinados.

    Pargrafo nico. Excetuam-se desta disposio os juros das debntures e dos crditos com garantia real, mas por eles responde, exclusivamente, o produto dos bens que constituem a garantia.

    RESP 760.752/SC.

  • EFICCIA DA DECRETAO DE

    FALNCIA

    EFEITOS EM RELAO AOS CONTRATOS DO FALIDO;

    NO SO EXTINTOS AUTOMATICAMENTE;

    Art. 117. Os contratos bilaterais no se resolvem pela falncia e podem ser cumpridos pelo administrador judicial se o cumprimento reduzir ou evitar o aumento do passivo da massa falida ou for necessrio manuteno e preservao de seus ativos, mediante autorizao do Comit.

    1o O contratante pode interpelar o administrador judicial, no prazo de at 90 (noventa) dias, contado da assinatura do termo de sua nomeao, para que, dentro de 10 (dez) dias, declare se cumpre ou no o contrato.

    2o A declarao negativa ou o silncio do administrador judicial confere ao contraente o direito indenizao, cujo valor, apurado em processo ordinrio, constituir crdito quirografrio.

  • EFICCIA DA DECRETAO DE

    FALNCIA

    Art. 118. O administrador judicial, mediante autorizao do Comit, poder dar cumprimento a contrato unilateral se esse fato reduzir ou evitar o

    aumento do passivo da massa falida ou for necessrio manuteno e

    preservao de seus ativos, realizando o pagamento da prestao pela qual

    est obrigada.

  • EFICCIA DA DECRETAO DE

    FALNCIA

    H ENTENDIMENTO DOUTRINRIO NO SENTIDO DE QUE APENAS PODE SER EXTINTO CONTRATO BILATERAL CUJA

    EXECUO NO TENHA SIDO INICIADA.

    PODE A MASSA FALIDA SER CREDORA E/OU DEVEDORA DESTES CONTRATOS;

  • EFICCIA DA DECRETAO DE

    FALNCIA

    CONTRATOS SUBMETIDOS A REGIME ESPECIAL:

    Art. 119. Nas relaes contratuais a seguir mencionadas prevalecero as seguintes regras:

    I o vendedor no pode obstar a entrega das coisas expedidas ao devedor e ainda em trnsito, se o comprador, antes do requerimento da falncia, as tiver revendido, sem fraude, vista das faturas e conhecimentos de transporte, entregues ou remetidos pelo vendedor; (RIGHT OF STOPPAGE IN TRANSITU)

    II se o devedor vendeu coisas compostas e o administrador judicial resolver no continuar a execuo do contrato, poder o comprador pr disposio da massa falida as coisas j recebidas, pedindo perdas e danos;

    III no tendo o devedor entregue coisa mvel ou prestado servio que vendera ou contratara a prestaes, e resolvendo o administrador judicial no executar o contrato, o crdito relativo ao valor pago ser habilitado na classe prpria;

  • EFICCIA DA DECRETAO DE

    FALNCIA

    IV o administrador judicial, ouvido o Comit, restituir a coisa mvel comprada pelo devedor com reserva de domnio do vendedor se resolver no continuar a execuo do contrato, exigindo a devoluo, nos termos do contrato, dos valores pagos;

    V tratando-se de coisas vendidas a termo, que tenham cotao em bolsa ou mercado, e no se executando o contrato pela efetiva entrega daquelas e pagamento do preo, prestar-se- a diferena entre a cotao do dia do contrato e a da poca da liquidao em bolsa ou mercado;

    VI na promessa de compra e venda de imveis, aplicar-se- a legislao respectiva;

    VII a falncia do locador no resolve o contrato de locao e, na falncia do locatrio, o administrador judicial pode, a qualquer tempo, denunciar o contrato;

  • EFICCIA DA DECRETAO DE

    FALNCIA

    VIII caso haja acordo para compensao e liquidao de obrigaes no mbito do sistema financeiro nacional, nos termos da legislao vigente, a parte no falida poder considerar o contrato vencido antecipadamente, hiptese em que ser liquidado na forma estabelecida em regulamento, admitindo-se a compensao de eventual crdito que venha a ser apurado em favor do falido com crditos detidos pelo contratante;

    IX os patrimnios de afetao, constitudos para cumprimento de destinao especfica, obedecero ao disposto na legislao respectiva, permanecendo seus bens, direitos e obrigaes separados dos do falido at o advento do respectivo termo ou at o cumprimento de sua finalidade, ocasio em que o administrador judicial arrecadar o saldo a favor da massa falida ou inscrever na classe prpria o crdito que contra ela remanescer.

  • EFICCIA DA DECRETAO DE

    FALNCIA

    Art. 120. O mandato conferido pelo devedor, antes da falncia, para a realizao de negcios, cessar seus efeitos com a decretao da falncia, cabendo ao

    mandatrio prestar contas de sua gesto.

    1o O mandato conferido para representao judicial do devedor continua em vigor at que seja expressamente revogado pelo administrador judicial.

    2o Para o falido, cessa o mandato ou comisso que houver recebido antes da falncia, salvo os que versem sobre matria estranha atividade empresarial.

  • EFICCIA DA DECRETAO DE

    FALNCIA

    Art. 121. As contas correntes com o devedor consideram-se encerradas no momento de decretao da falncia, verificando-se o respectivo saldo.

    O QUE OCORRE SE AINDA HOUVER CHEQUES A SEREM PAGOS?

  • EFICCIA DA DECRETAO DE

    FALNCIA

    3) EFEITOS EM RELAO AOS CREDORES.

    ATRAO UNIVERSAL DO JUZO FALIMENTAR E EXECUO CONCURSAL DE SEUS CRDITOS;

  • EFICCIA DA DECRETAO DE

    FALNCIA

    AES DE EXECUO J AJUIZADAS E COM BENS PENHORADOS;

    SEGUE A HASTA PBLICA, SE DECRETADA A FALNCIA ANTES DA VENDA, O PRODUTO IR PARA A MASSA FALIDA. SE APS A

    VENDA, O PRODUTO IR PRIMEIRO AO EXEQUENTE E A

    SOBRA PARA A MASSA FALIDA;