O CONCEITO DE FAMLIA Poucos conceitos evoluram e modificaram-se
tanto, atravs dos tempos, como o de famlia. A etimologia refere-se
a dois vocbulos: famlia (conjunto de escravos e servidores de uma
pessoa) e famulus do latim (servidor, escravo domstico). O termo
encontrado nas lnguas latinas (famlia, famille), j no sculo XIV e
na lngua inglesa (family) no incio do sculo XV. Poucos conceitos
evoluram e modificaram-se tanto, atravs dos tempos, como o de
famlia. A etimologia refere-se a dois vocbulos: famlia (conjunto de
escravos e servidores de uma pessoa) e famulus do latim (servidor,
escravo domstico). O termo encontrado nas lnguas latinas (famlia,
famille), j no sculo XIV e na lngua inglesa (family) no incio do
sculo XV. Nas sociedades ocidentais da atualidade, a noo mais
generalizada de famlia est, predominantemente, ligada idia de um
casal e seus filhos, isto , famlia nuclear. Nas sociedades
ocidentais da atualidade, a noo mais generalizada de famlia est,
predominantemente, ligada idia de um casal e seus filhos, isto ,
famlia nuclear. Murdock (1976) conceitua a famlia como um
agrupamento social caracterizado por residncia comum, cooperao
econmica e reproduo. Para o autor, famlia competiriam as funes
sexuais, econmicas, reprodutivas e educacionais. Murdock (1976)
conceitua a famlia como um agrupamento social caracterizado por
residncia comum, cooperao econmica e reproduo. Para o autor, famlia
competiriam as funes sexuais, econmicas, reprodutivas e
educacionais.
Slide 3
O CONCEITO DE FAMLIA A estrutura familiar atual, centrada na
afeio e na intensificao das relaes entre pais e filhos na
privacidade de suas casas, uma inveno relativamente recente na
histria do homem ocidental, ganhando contornos mais ntidos a partir
do sculo XVII na Europa. A estrutura familiar atual, centrada na
afeio e na intensificao das relaes entre pais e filhos na
privacidade de suas casas, uma inveno relativamente recente na
histria do homem ocidental, ganhando contornos mais ntidos a partir
do sculo XVII na Europa. Estudo clssico de Aris Histria social da
criana e da famlia retrata com detalhes o processo histrico que
resultou na constituio dos costumes e valores da famlia moderna.
Estudo clssico de Aris Histria social da criana e da famlia retrata
com detalhes o processo histrico que resultou na constituio dos
costumes e valores da famlia moderna.
Slide 4
O CONCEITO DE FAMLIA Na sociedade medieval no havia condies
objetivas para a constituio de uma noo de privacidade e de
intimidade entre os indivduos em suas habitaes. Na sociedade
medieval no havia condies objetivas para a constituio de uma noo de
privacidade e de intimidade entre os indivduos em suas habitaes. As
famlias eram grandes agrupamentos compostos no apenas por parentes
consangneos, mas tambm pelos servidores e protegidos. As famlias
eram grandes agrupamentos compostos no apenas por parentes
consangneos, mas tambm pelos servidores e protegidos. Nos casares,
nos espaos onde as pessoas se alimentavam, tambm dormiam,
namoravam, danavam, trabalhavam e recebiam visitas. Nos casares,
nos espaos onde as pessoas se alimentavam, tambm dormiam,
namoravam, danavam, trabalhavam e recebiam visitas. Nesse perodo a
durao da infncia era reduzida a seu perodo mais frgil. Nesse perodo
a durao da infncia era reduzida a seu perodo mais frgil.
Slide 5
O CONCEITO DE FAMLIA A passagem da famlia medieval para a
moderna implicou numa lenta e insidiosa construo de um novo
sentimento de famlia. A passagem da famlia medieval para a moderna
implicou numa lenta e insidiosa construo de um novo sentimento de
famlia. Essa transformao foi possvel porque a famlia modificou suas
relaes e atribuies com a criana. Essa transformao foi possvel
porque a famlia modificou suas relaes e atribuies com a criana. A
presena constante da criana na escola sob interveno do Estado, da
Igreja e das referncias do mundo psi. A presena constante da criana
na escola sob interveno do Estado, da Igreja e das referncias do
mundo psi.
Slide 6
O CONCEITO DE FAMLIA Ento simultaneamente ao fortalecimento da
escola, a casa da famlia foi perdendo seu carter de espao social
aberto, para se fechar em sua privacidade. Ento simultaneamente ao
fortalecimento da escola, a casa da famlia foi perdendo seu carter
de espao social aberto, para se fechar em sua privacidade. Nos
sculos XVIII e XIX vai aos poucos se constituindo a tpica famlia
moderna, formada pelo homem provedor financeiro... Nos sculos XVIII
e XIX vai aos poucos se constituindo a tpica famlia moderna,
formada pelo homem provedor financeiro...
Slide 7
O CONCEITO DE FAMLIA O conceito cvel (1916) define: a famlia
compreende as pessoas unidas pelo casamento, as provenientes dessa
unio, as que descendem de um tronco ancestral comum e as vinculadas
por adoo. Em sentido restrito corresponde aos cnjuges e aos filhos.
O conceito cvel (1916) define: a famlia compreende as pessoas
unidas pelo casamento, as provenientes dessa unio, as que descendem
de um tronco ancestral comum e as vinculadas por adoo. Em sentido
restrito corresponde aos cnjuges e aos filhos. Adotaremos o
conceito de famlia em seu aspecto nuclear, e parentes ou agregados
que coabitam e, principalmente, interagem, caracterizando uma
dinmica psicossocial estruturada. Adotaremos o conceito de famlia
em seu aspecto nuclear, e parentes ou agregados que coabitam e,
principalmente, interagem, caracterizando uma dinmica psicossocial
estruturada.
Slide 8
O CONCEITO DE FAMLIA Muitas questes esto implicadas nessas
definies: espao e tempo compartilhados, formao e manuteno de laos,
hereditariedade, adoo, legitimao, transmisso e legados. Tudo isso
regido por leis que organizam as relaes e situam os indivduos em
uma linhagem. Muitas questes esto implicadas nessas definies: espao
e tempo compartilhados, formao e manuteno de laos, hereditariedade,
adoo, legitimao, transmisso e legados. Tudo isso regido por leis
que organizam as relaes e situam os indivduos em uma linhagem.
Slide 9
Durante o decurso de sua vida, na interao com a famlia e com a
sociedade que o ser humano obtm as condies necessrias para seu o
desenvolvimento biopsicossocial. No apenas o recm nascido sucumbe
diante do abandono dos demais, mas o equilbrio emocional, os
processos de subjetivao, a realizao dos ideais de vida, o
aprendizado e a adaptabilidade ao meio s so possveis graas aos
circunstantes, com os quais o homem convive obrigatria e
permanentemente. A subjetividade se d sempre na presena de um
outro. a partir de algum que me reconhea que sinto minha prpria
existncia. Durante o decurso de sua vida, na interao com a famlia e
com a sociedade que o ser humano obtm as condies necessrias para
seu o desenvolvimento biopsicossocial. No apenas o recm nascido
sucumbe diante do abandono dos demais, mas o equilbrio emocional,
os processos de subjetivao, a realizao dos ideais de vida, o
aprendizado e a adaptabilidade ao meio s so possveis graas aos
circunstantes, com os quais o homem convive obrigatria e
permanentemente. A subjetividade se d sempre na presena de um
outro. a partir de algum que me reconhea que sinto minha prpria
existncia. Poderamos brincar com Descartes e dizer o outro existe,
logo existo. o outro que d referncias sobre minha existncia.
Poderamos brincar com Descartes e dizer o outro existe, logo
existo. o outro que d referncias sobre minha existncia.
Slide 10
A importncia da famlia A famlia envolve uma organizao de espaos
e tempos. Seu presente traz sempre registros do passado e
continuamente prepara o futuro. A famlia envolve uma organizao de
espaos e tempos. Seu presente traz sempre registros do passado e
continuamente prepara o futuro. Como tudo o que acontece em famlia,
as diversas vivncias, compartilhadas ou mantidas em segredo, no
permanecem como propriedade exclusiva do indivduo. H constantemente
um processo de mtua influncia. Como tudo o que acontece em famlia,
as diversas vivncias, compartilhadas ou mantidas em segredo, no
permanecem como propriedade exclusiva do indivduo. H constantemente
um processo de mtua influncia. Dessa forma, tudo o que se passa em
famlia deixa marcas, cujos traos atravessam geraes, determinando,
inconscientemente, respostas e condutas. Dessa forma, tudo o que se
passa em famlia deixa marcas, cujos traos atravessam geraes,
determinando, inconscientemente, respostas e condutas.
Slide 11
A importncia da famlia Ao pensarmos na pr-maturidade do beb
humano, a finalidade primeira da famlia assegurar sua sobrevivncia
e proteg-lo tanto de condies naturais quanto daquelas externas e
adversas. Ao pensarmos na pr-maturidade do beb humano, a finalidade
primeira da famlia assegurar sua sobrevivncia e proteg-lo tanto de
condies naturais quanto daquelas externas e adversas. No entanto,
notadamente no CAMPO PSQUICO que a famlia se revela indispensvel, j
que o psiquismo humano se constitui a partir de um tecido psquico
grupal (Kes, 1976) por consanginidade ou adoo que permite em
condies suficientemente boas, a emergncia de aparelhos psquicos
individuais. No entanto, notadamente no CAMPO PSQUICO que a famlia
se revela indispensvel, j que o psiquismo humano se constitui a
partir de um tecido psquico grupal (Kes, 1976) por consanginidade
ou adoo que permite em condies suficientemente boas, a emergncia de
aparelhos psquicos individuais.
Slide 12
Familidade Para Meyer (2002), a tarefa bsica da famlia auxiliar
os indivduos que a compem na travessia de uma situao de absoluta
dependncia para uma gradativa autonomia. Para Meyer (2002), a
tarefa bsica da famlia auxiliar os indivduos que a compem na
travessia de uma situao de absoluta dependncia para uma gradativa
autonomia. Ao falar de familidade, o autor aborda uma parte da vida
mental que se v continuamente estimulada e ativada pela interao
familiar, com a funo de lidar com tal experincia e organiz- la. Ao
falar de familidade, o autor aborda uma parte da vida mental que se
v continuamente estimulada e ativada pela interao familiar, com a
funo de lidar com tal experincia e organiz- la. A famlia tambm
fornece ao indivduo um aspecto de sua identidade que faz com que
ele, internamente, se veja como participante dessa organizao. A
famlia tambm fornece ao indivduo um aspecto de sua identidade que
faz com que ele, internamente, se veja como participante dessa
organizao.
Slide 13
Sentimento de pertena Todo processo de subjetivao um processo
de HUMANIZAO que portanto envolve o outro. A possibilidade de vir a
ser ns o anseio de ser de cada ser humano. uma expanso da
integridade de si, de ser UM em COMUNIDADE. A nossa famlia (Safra,
2009).
Slide 14
Tudo Comea em Casa Winnicott (1983), destaca uma dimenso
fundamental da condio humana: a importncia dos fatores ambientais
desde o incio da vida, desde a concepo do feto, ou at mesmo antes
(expectativas dos pais). Winnicott (1983), destaca uma dimenso
fundamental da condio humana: a importncia dos fatores ambientais
desde o incio da vida, desde a concepo do feto, ou at mesmo antes
(expectativas dos pais).
Slide 15
A importncia do ambiente Levar em considerao o ambiente, na
constituio e estruturao psquicas fundamentais do ser humano,
vislumbrar a importncia do fator dependncia (caracterstica do incio
de todos os seres humanos): dependncia da figura materna, da figura
paterna, dependncia dos outros componentes da famlia, dos valores
culturais da poca e inclusive das normas correntes por exemplo da
medicina, e da psicologia da poca (pediatria, puericultura,
psicologia do desenvolvimento). Levar em considerao o ambiente, na
constituio e estruturao psquicas fundamentais do ser humano,
vislumbrar a importncia do fator dependncia (caracterstica do incio
de todos os seres humanos): dependncia da figura materna, da figura
paterna, dependncia dos outros componentes da famlia, dos valores
culturais da poca e inclusive das normas correntes por exemplo da
medicina, e da psicologia da poca (pediatria, puericultura,
psicologia do desenvolvimento).
Slide 16
Me ambiente Para Winnicott, a vida psquica comea com uma
experincia de fuso existe apenas um corpo e um psiquismo para duas
pessoas (uma unidade indivisvel). Para Winnicott, a vida psquica
comea com uma experincia de fuso existe apenas um corpo e um
psiquismo para duas pessoas (uma unidade indivisvel).
Slide 17
Me universo Para o beb, sua me e ele prprio constituem uma nica
pessoa. Embora ele j seja um ser separado, com suas capacidades
inatas, cujas potencialidades ainda no se realizaram, o beb no tem
conscincia disso. A me no ainda um objeto distinto, ela um ambiente
total, uma me-universo e o beb no passa de uma pequena parcela
dessa imensa unidade. (Winnicott, 1983) Para o beb, sua me e ele
prprio constituem uma nica pessoa. Embora ele j seja um ser
separado, com suas capacidades inatas, cujas potencialidades ainda
no se realizaram, o beb no tem conscincia disso. A me no ainda um
objeto distinto, ela um ambiente total, uma me-universo e o beb no
passa de uma pequena parcela dessa imensa unidade. (Winnicott,
1983)
Slide 18
Winnicott (1993) afirma que no existe beb sem me e que no
existe me sem beb, existe apenas uma unidade. Dessa forma, o autor
estabelece a importncia do meio ambiente (me) para o
desenvolvimento do indivduo. Ser somente por meio dos cuidados
dessa figura (ou alguma substituta, desde que, com um mnimo de
constncia) que o psiquismo do beb poder se desenvolver,
gradativamente, por seus estados e estgios naturais. Winnicott
(1993) afirma que no existe beb sem me e que no existe me sem beb,
existe apenas uma unidade. Dessa forma, o autor estabelece a
importncia do meio ambiente (me) para o desenvolvimento do
indivduo. Ser somente por meio dos cuidados dessa figura (ou alguma
substituta, desde que, com um mnimo de constncia) que o psiquismo
do beb poder se desenvolver, gradativamente, por seus estados e
estgios naturais. A relao constri a subjetividade, no existindo a
possibilidade do si mesmo sem esse contato. A relao constri a
subjetividade, no existindo a possibilidade do si mesmo sem esse
contato.
Slide 19
Tudo Comea em Casa Nesse momento de vida do beb, a devoo
materna fundamental pois a possibilidade desse beb existir num
lugar seguro e acolhedor. Nesse momento de vida do beb, a devoo
materna fundamental pois a possibilidade desse beb existir num
lugar seguro e acolhedor. Na relao me-beb, os pais podem ter sonhos
em relao a ele, mas importante. que esses sonhos no saturem o espao
de modo que a singularidade do beb fique achatada. impte. que esses
anseios sejam ensaios da possibilidade de poder receber a criana
que chega. Na relao me-beb, os pais podem ter sonhos em relao a
ele, mas importante. que esses sonhos no saturem o espao de modo
que a singularidade do beb fique achatada. impte. que esses anseios
sejam ensaios da possibilidade de poder receber a criana que
chega.
Slide 20
Devoo e funo especular No poder viver uma experincia dessa
(preocupao materna primria), significa a impossibilidade de ter
entrado no mundo do humano. Devoo abertura para o outro, um certo
esquecimento de si, dar lugar para que o indito do outro possa
acontecer e tornar-se uma experincia constitutiva do humano. No
poder viver uma experincia dessa (preocupao materna primria),
significa a impossibilidade de ter entrado no mundo do humano.
Devoo abertura para o outro, um certo esquecimento de si, dar lugar
para que o indito do outro possa acontecer e tornar-se uma
experincia constitutiva do humano. A funo especular, da me reflete
aquilo que ela v no beb. A me espelha o beb como ser, no um espelho
que joga o beb num plano bidimensional, ela reflete o que ele ,
reflete alteridade, reconhece o que o beb , e o beb peculiar,
singular desde o princpio. A funo especular, da me reflete aquilo
que ela v no beb. A me espelha o beb como ser, no um espelho que
joga o beb num plano bidimensional, ela reflete o que ele , reflete
alteridade, reconhece o que o beb , e o beb peculiar, singular
desde o princpio.
Slide 21
Tudo comea em casa O ser humano tem a necessidade de ser
reconhecido pelo que ele . Tem a necessidade de reencontrar o que
lhe singular no rosto da me, na fala da me. O ser humano tem a
necessidade de ser reconhecido pelo que ele . Tem a necessidade de
reencontrar o que lhe singular no rosto da me, na fala da me. A
realidade de si mesmo dada pelo olhar do outro o que portanto
emoldura a prpria singularidade. A realidade de si mesmo dada pelo
olhar do outro o que portanto emoldura a prpria singularidade. A
pessoa que no pode ser reconhecida pelo outro naquilo que lhe
singular, vive uma experincia de INVISIBILIDADE, o que faz com que
ela no se sinta real. A pessoa que no pode ser reconhecida pelo
outro naquilo que lhe singular, vive uma experincia de
INVISIBILIDADE, o que faz com que ela no se sinta real.
Slide 22
Holding Winnicott fala da necessidade do meio ambiente de
sustentao para que o processo de continuidade de ser possa se
desenvolver numa criana. Winnicott fala da necessidade do meio
ambiente de sustentao para que o processo de continuidade de ser
possa se desenvolver numa criana.
Slide 23
Holding A funo principal da figura materna, o holding reduzir
de modo significativo as invases (impingements) traumticas, pois de
outra maneira, a cr. experienciar o aniquilamento do ser pessoal,
um terror que W. chama de agonia impensvel. A alternativa a ser
reagir, e reagir interrompe o ser e o aniquila. H um colapso no
mbito da confiabilidade. A funo principal da figura materna, o
holding reduzir de modo significativo as invases (impingements)
traumticas, pois de outra maneira, a cr. experienciar o
aniquilamento do ser pessoal, um terror que W. chama de agonia
impensvel. A alternativa a ser reagir, e reagir interrompe o ser e
o aniquila. H um colapso no mbito da confiabilidade. Nesse momento,
o fracasso nas tentativas de integrao levam o indivduo a viver a
desintegrao, um estado muito doloroso, que significa o abandono aos
impulsos incontrolveis e portanto a vivncia do caos. Nesse momento,
o fracasso nas tentativas de integrao levam o indivduo a viver a
desintegrao, um estado muito doloroso, que significa o abandono aos
impulsos incontrolveis e portanto a vivncia do caos.
Slide 24
Inmeros autores j pesquisaram os processos pelos quais a
personalidade da criana estrutura-se, gradativamente, de acordo com
os padres de conduta de seus pais, irmos e familiares prximos,
formando uma base para a sociabilidade. Segundo as palavras de Abdo
e Meleiro (1992): no seio familiar que se desenvolvem as sensaes de
segurana, auto-estima, confiana e auto- preservao. Inmeros autores
j pesquisaram os processos pelos quais a personalidade da criana
estrutura-se, gradativamente, de acordo com os padres de conduta de
seus pais, irmos e familiares prximos, formando uma base para a
sociabilidade. Segundo as palavras de Abdo e Meleiro (1992): no
seio familiar que se desenvolvem as sensaes de segurana,
auto-estima, confiana e auto- preservao.
Slide 25
Navarro (1974), citando Ackerman, afirma que famlia compete: 1.
assegurar a sobrevivncia fsica e da espcie. 2. Desenvolver o
basicamente humano no homem: a) proviso de alimento e brigo; b)
ligao afetiva; c) identidade pessoal; d) desenvolvimento da
aprendizagem e da criatividade. Navarro (1974), citando Ackerman,
afirma que famlia compete: 1. assegurar a sobrevivncia fsica e da
espcie. 2. Desenvolver o basicamente humano no homem: a) proviso de
alimento e brigo; b) ligao afetiva; c) identidade pessoal; d)
desenvolvimento da aprendizagem e da criatividade.
Slide 26
Famlia e ps modernidade Vivemos numa sociedade que privilegia
cada vez mais o individualismo e o imediatismo. Cada hoje j se
tornando ontem. Vivemos numa sociedade que privilegia cada vez mais
o individualismo e o imediatismo. Cada hoje j se tornando ontem.
potncia do tecnolgico X condio do pensar potncia do tecnolgico X
condio do pensar imagemcontemplar prazersimblico Presenciamos a
famlia num contexto sem regras estveis, tendo que absorver as
vicissitudes da vida moderna. Presenciamos a famlia num contexto
sem regras estveis, tendo que absorver as vicissitudes da vida
moderna.
Slide 27
Famlia e ps modernidade UM EXCESSO QUE NA VERDADE DENUNCIA A
FALTA. UM EXCESSO QUE NA VERDADE DENUNCIA A FALTA. a valorizao do
presente e do futuro em detrimento do passado. H um desprezo pelo
antigo, havendo uma ruptura na cadeia geracional impossibilitando
uma das tarefas mais importantes da famlia que a transformao dos
contedos psquicos atravs das geraes. a valorizao do presente e do
futuro em detrimento do passado. H um desprezo pelo antigo, havendo
uma ruptura na cadeia geracional impossibilitando uma das tarefas
mais importantes da famlia que a transformao dos contedos psquicos
atravs das geraes. Hoje vivemos um borramento de papis, a funo
paterna diluda, famlias chefiadas por mulheres, famlias
reconstitudas. Hoje vivemos um borramento de papis, a funo paterna
diluda, famlias chefiadas por mulheres, famlias reconstitudas. O
modelo da famlia nuclear mudou muito. O modelo da famlia nuclear
mudou muito.
Slide 28
Famlia e adoecimento Portanto, se consideramos a famlia como a
unidade bsica de crescimento e experincia, nesse sentido, ela tambm
a unidade bsica de sade e doena (Ackerman, 1978). Portanto, se
consideramos a famlia como a unidade bsica de crescimento e
experincia, nesse sentido, ela tambm a unidade bsica de sade e
doena (Ackerman, 1978). J que ela a principal responsvel pela
formao da identidade do indivduo, torna-se ento fundamental
entender o transtorno mental como um processo familiar,
questionando-se a eficcia de qualquer tratamento que no leve em
considerao a sntese total desse indivduo (devendo necessariamente
incluir sua famlia). J que ela a principal responsvel pela formao
da identidade do indivduo, torna-se ento fundamental entender o
transtorno mental como um processo familiar, questionando-se a
eficcia de qualquer tratamento que no leve em considerao a sntese
total desse indivduo (devendo necessariamente incluir sua
famlia).
Slide 29
A Importncia da Famlia Segundo alguns autores (Bowen, Eiguer -
4,5) a famlia a principal responsvel pela formao da identidade do
indivduo que dela faz parte e, torna-se fundamental entender a
doena mental como um processo familiar, questionando-se a eficcia
de qualquer tratamento que no leve em considerao a sntese total
desse indivduo (devendo necessariamente incluir sua famlia ).
Segundo alguns autores (Bowen, Eiguer - 4,5) a famlia a principal
responsvel pela formao da identidade do indivduo que dela faz parte
e, torna-se fundamental entender a doena mental como um processo
familiar, questionando-se a eficcia de qualquer tratamento que no
leve em considerao a sntese total desse indivduo (devendo
necessariamente incluir sua famlia ).
Slide 30
O estudo criterioso do desenvolvimento dos vnculos familiares
permite elucidar o modo como o aparecimento de uma doena
desestrutura a dinmica de funcionamento da famlia e, tambm, como
interaes familiares desajustadas favorecem ou precipitam o
aparecimento de doenas em um ou mais de seus membros. O estudo
criterioso do desenvolvimento dos vnculos familiares permite
elucidar o modo como o aparecimento de uma doena desestrutura a
dinmica de funcionamento da famlia e, tambm, como interaes
familiares desajustadas favorecem ou precipitam o aparecimento de
doenas em um ou mais de seus membros. Os papis que o paciente
desempenha na famlia e esta, em relao a ele, adquirem formas muito
peculiares que dependem de uma rede muito extensa de articulaes. A
inequvoca importncia dos determinantes scio-familiares no
desencadeamento e evoluo dos quadros clnicos indica, claramente,
que a abordagem do paciente psiquitrico deve incluir intervenes com
a famlia e com o meio social. Os papis que o paciente desempenha na
famlia e esta, em relao a ele, adquirem formas muito peculiares que
dependem de uma rede muito extensa de articulaes. A inequvoca
importncia dos determinantes scio-familiares no desencadeamento e
evoluo dos quadros clnicos indica, claramente, que a abordagem do
paciente psiquitrico deve incluir intervenes com a famlia e com o
meio social.
Slide 31
Longe de responsabilizar as interaes scio- familiares como
nicas determinantes pela ecloso dos transtornos mentais estamos
simplesmente considerando at que ponto tais interaes podem
dificultar, ou mesmo impedir, uma adequada evoluo do ser humano no
desenvolvimento dos seus papis ao longo da vida. preciso assinalar,
tambm, que existem considerveis indcios que demonstram os benefcios
da participao da famlia no tratamento. Longe de responsabilizar as
interaes scio- familiares como nicas determinantes pela ecloso dos
transtornos mentais estamos simplesmente considerando at que ponto
tais interaes podem dificultar, ou mesmo impedir, uma adequada
evoluo do ser humano no desenvolvimento dos seus papis ao longo da
vida. preciso assinalar, tambm, que existem considerveis indcios
que demonstram os benefcios da participao da famlia no
tratamento.
Slide 32
A Importncia da Famlia Segundo Winnicott (1958), quando somos
chamados a intervir em situaes de desorganizao da dinmica familiar,
devemos procurar compreender os fatores subjacentes ao problema
manifesto para que nossa ajuda possa ser a mais adequada possvel.
Segundo Winnicott (1958), quando somos chamados a intervir em
situaes de desorganizao da dinmica familiar, devemos procurar
compreender os fatores subjacentes ao problema manifesto para que
nossa ajuda possa ser a mais adequada possvel. O sofrimento da
populao que procura atendimento numa instituio deve ser entendido
numa estrutura mais ampla, como uma experincia contnua de integrao
emocional com seu ambiente, seu grupo familiar e sua interao com
eles, focando principalmente no entendimento do contexto no qual
este indivduo se encontra (8). O sofrimento da populao que procura
atendimento numa instituio deve ser entendido numa estrutura mais
ampla, como uma experincia contnua de integrao emocional com seu
ambiente, seu grupo familiar e sua interao com eles, focando
principalmente no entendimento do contexto no qual este indivduo se
encontra (8).
Slide 33
A Importncia da Famlia O equilbrio dinmico do indivduo e do
grupo influencia: O equilbrio dinmico do indivduo e do grupo
influencia: 1. a precipitao da doena 2. o curso da mesma 3. a
possibilidade de recuperao 4. o risco de recidiva. Esta
estabilidade depende de um padro delicado de equilbrio e intercmbio
emocional no qual cada membro afetado por todos os outros. Segundo
Ackerman (1978), a famlia a unidade bsica de crescimento e
experincia e nesse sentido, ela tambm a unidade bsica de doena e
sade (Tommasi, 1996). Esta estabilidade depende de um padro
delicado de equilbrio e intercmbio emocional no qual cada membro
afetado por todos os outros. Segundo Ackerman (1978), a famlia a
unidade bsica de crescimento e experincia e nesse sentido, ela
tambm a unidade bsica de doena e sade (Tommasi, 1996).
Slide 34
Funcional X Disfuncional Parece que de fato no existem famlias
idealmente saudveis mas apenas aquelas que so ou predominantemente
saudveis ou predominantemente doentes. Entende-se aqui por famlias
doentes, aquelas que progressivamente no conseguiram levar adiante
suas funes familiares e que em estgios mais graves foi-se
observando sinais de desintegrao emocional os quais dependendo das
circunstncias acabavam culminando na desorganizao dos vnculos
familiares e no surgimento de diferentes psicopatologias. Parece
que de fato no existem famlias idealmente saudveis mas apenas
aquelas que so ou predominantemente saudveis ou predominantemente
doentes. Entende-se aqui por famlias doentes, aquelas que
progressivamente no conseguiram levar adiante suas funes familiares
e que em estgios mais graves foi-se observando sinais de
desintegrao emocional os quais dependendo das circunstncias
acabavam culminando na desorganizao dos vnculos familiares e no
surgimento de diferentes psicopatologias.
Slide 35
Famlias desintegradas Ento, frequentemente nessas situaes,
nessas famlias socialmente caticas que aparecem formas mltiplas de
doenas psiquitricas e desajustamento social. Na maioria das vezes,
as famlias que chegam ao hospital j esto nesse processo de
desintegrao, e como veremos adiante o paciente na maior parte dos
casos mostra-se como o sintoma emergente de toda esta dinmica.
Ento, frequentemente nessas situaes, nessas famlias socialmente
caticas que aparecem formas mltiplas de doenas psiquitricas e
desajustamento social. Na maioria das vezes, as famlias que chegam
ao hospital j esto nesse processo de desintegrao, e como veremos
adiante o paciente na maior parte dos casos mostra-se como o
sintoma emergente de toda esta dinmica.
Slide 36
Sendo assim, um dos objetivos do atendimento s famlias
capacit-las para lidar com essas adversidades. Entende-se a famlia
como CUIDADOR PRIMRIO desse paciente. Sendo assim, um dos objetivos
do atendimento s famlias capacit-las para lidar com essas
adversidades. Entende-se a famlia como CUIDADOR PRIMRIO desse
paciente. Aborda-se o clima afetivo do ambiente familiar, a
sobrecarga e o desconforto emocional destes familiares e as
caractersticas destas famlias que propiciam novas recadas no quadro
psiquitrico de seu familiar. Aborda-se o clima afetivo do ambiente
familiar, a sobrecarga e o desconforto emocional destes familiares
e as caractersticas destas famlias que propiciam novas recadas no
quadro psiquitrico de seu familiar. Nas intervenes Institucionais
desejamos que os cuidadores sejam mais tolerantes s mudanas pelas
quais o membro doente passa e mais realistas quanto s expectativas
em relao ao tratamento (Scazufca, 2000). Nas intervenes
Institucionais desejamos que os cuidadores sejam mais tolerantes s
mudanas pelas quais o membro doente passa e mais realistas quanto s
expectativas em relao ao tratamento (Scazufca, 2000).
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Necessidades bsicas No entanto... deve-se levar em conta que
muitas vezes, os perigos que essas famlias enfrentam so reais. No
um perigo neurtico imaginado, so privaes muito bsicas como fome,
falta de dinheiro e de moradia. Em alguns pases desenvolvidos muito
comum que antes de iniciar qualquer tipo de interveno teraputica
com as famlias, elas sejam primeiramente supridas em suas
necessidades mais bsicas (Bleandoum, 2). No entanto... deve-se
levar em conta que muitas vezes, os perigos que essas famlias
enfrentam so reais. No um perigo neurtico imaginado, so privaes
muito bsicas como fome, falta de dinheiro e de moradia. Em alguns
pases desenvolvidos muito comum que antes de iniciar qualquer tipo
de interveno teraputica com as famlias, elas sejam primeiramente
supridas em suas necessidades mais bsicas (Bleandoum, 2).
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Ajuda Adequada Segundo Winnicott (16), quando somos chamados a
intervir em situaes de desorganizao da dinmica familiar, devemos
procurar compreender os fatores subjacentes ao problema manifesto
para que nossa ajuda possa ser a mais adequada possvel. Segundo
Winnicott (16), quando somos chamados a intervir em situaes de
desorganizao da dinmica familiar, devemos procurar compreender os
fatores subjacentes ao problema manifesto para que nossa ajuda
possa ser a mais adequada possvel.
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Interveno psicanaltica Em linhas gerais, as intervenes
psicanalticas privilegiam a resoluo de conflitos interpessoais a
partir da elucidao das motivaes inconscientes dos membros da
famlia. A presena do terapeuta dirigida elucidao do significado
inconsciente do funcionamento do grupo parental, examinando sua
natureza, suas origens e o papel que desempenha na manuteno de um
certo nvel de estabilidade da estrutura (Melman, 9). Em linhas
gerais, as intervenes psicanalticas privilegiam a resoluo de
conflitos interpessoais a partir da elucidao das motivaes
inconscientes dos membros da famlia. A presena do terapeuta
dirigida elucidao do significado inconsciente do funcionamento do
grupo parental, examinando sua natureza, suas origens e o papel que
desempenha na manuteno de um certo nvel de estabilidade da
estrutura (Melman, 9).
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Etiologia: me Esquizofrenognica Um dos primeiros trabalhos
importantes nessa rea foi elaborado por Reichman, em 1948, que ao
estudar a relao do paciente esquizofrnico com sua famlia, formula o
conceito de me esquizofrenognica, atribuindo, desta maneira, a
explicao etiolgica da esquizofrenia relao me e filho. A autora
descreve essa me como sendo uma pessoa autoritria, dominadora,
ambivalente, que seria complementada por um pai passivo,
indiferente e ausente. Um dos primeiros trabalhos importantes nessa
rea foi elaborado por Reichman, em 1948, que ao estudar a relao do
paciente esquizofrnico com sua famlia, formula o conceito de me
esquizofrenognica, atribuindo, desta maneira, a explicao etiolgica
da esquizofrenia relao me e filho. A autora descreve essa me como
sendo uma pessoa autoritria, dominadora, ambivalente, que seria
complementada por um pai passivo, indiferente e ausente.
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Duplo Vnculo Dentre os vrios grupos de pesquisa que se
organizaram nessa poca, o grupo de Gregory Bateson, cujo trabalho
foi desenvolvido em Palo Alto, teve como resultado, em 1956, a
primeira publicao em trabalho clnico com famlia; o artigo clssico
intitulado Towards a Theory of Schizophrenia onde formulado o
conceito de duplo vnculo: Dentre os vrios grupos de pesquisa que se
organizaram nessa poca, o grupo de Gregory Bateson, cujo trabalho
foi desenvolvido em Palo Alto, teve como resultado, em 1956, a
primeira publicao em trabalho clnico com famlia; o artigo clssico
intitulado Towards a Theory of Schizophrenia onde formulado o
conceito de duplo vnculo: Duas pessoas com alto nvel de
envolvimento Um paradoxo infringido pela me ao beb (vtima) Repetio
da experincia que passa a ser habitual Impossibilidade da vtima
escapar
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Na Argentina, no final da dcada de 50, Pichon-Rivire inclui a
famlia na sua compreenso de doena mental. O autor desenvolveu a noo
do paciente como emergente de um grupo familiar doente (bode
expiatrio), assumindo a funo de depositrio e porta-voz da patologia
de toda a famlia. Sob essa perspectiva, o adoecimento de um membro
do grupo passou a ser entendido como um pedido de ajuda e como uma
forma de preservar o restante do grupo da situao destrutiva
(Pichon-Rivire, 11). O autor desenvolveu a noo do paciente como
emergente de um grupo familiar doente (bode expiatrio), assumindo a
funo de depositrio e porta-voz da patologia de toda a famlia. Sob
essa perspectiva, o adoecimento de um membro do grupo passou a ser
entendido como um pedido de ajuda e como uma forma de preservar o
restante do grupo da situao destrutiva (Pichon-Rivire, 11).
Paciente Identificado
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O Paciente Identificado comum observar que na maioria das
famlias comprometidas, a doena psiquitrica de um membro representa
o resultado sintomtico da necessidade dos diversos outros membros
se protegerem. comum observar que na maioria das famlias
comprometidas, a doena psiquitrica de um membro representa o
resultado sintomtico da necessidade dos diversos outros membros se
protegerem. Uma parte da famlia tenta manter-se intacta s custas de
outra parte. Uma parte da famlia tenta manter-se intacta s custas
de outra parte. Nesse sentido, visto que a histria pessoal de cada
um de algum modo nica, e que a vulnerabilidade correspondente
diferente, o membro mais frgil teria maior probabilidade de
tornar-se o paciente identificado (Skynner, 13) e, criana ou
adulto, ele vai revelar-se freqentemente um emissrio disfarado de
um grupo familiar emocionalmente deformado. Nesse sentido, visto
que a histria pessoal de cada um de algum modo nica, e que a
vulnerabilidade correspondente diferente, o membro mais frgil teria
maior probabilidade de tornar-se o paciente identificado (Skynner,
13) e, criana ou adulto, ele vai revelar-se freqentemente um
emissrio disfarado de um grupo familiar emocionalmente
deformado.
Slide 44
Resistncia Mudana Para muitos terapeutas familiares de orientao
psicanaltica, todos os membros de uma famlia esto conscientemente
de acordo em ajudar a superar os sintomas incmodos da pessoa
doente. Mas esse movimento esconde, muitas vezes, um desejo
inconsciente de no modificar o equilbrio familiar, mesmo que
insatisfatrio. Qualquer mudana pode ser forte geradora de
resistncias, temores de que o sistema grupal possa se desintegrar.
Para muitos terapeutas familiares de orientao psicanaltica, todos
os membros de uma famlia esto conscientemente de acordo em ajudar a
superar os sintomas incmodos da pessoa doente. Mas esse movimento
esconde, muitas vezes, um desejo inconsciente de no modificar o
equilbrio familiar, mesmo que insatisfatrio. Qualquer mudana pode
ser forte geradora de resistncias, temores de que o sistema grupal
possa se desintegrar. Segundo esse modelo, a cada pessoa dentro de
uma dinmica familiar so atribudos papis e funes. O paciente, ao
carregar o papel de doente do grupo, permite que os outros caminhem
relativamente bem e se encontrem protegidos dos sintomas mais
graves. Segundo esse modelo, a cada pessoa dentro de uma dinmica
familiar so atribudos papis e funes. O paciente, ao carregar o
papel de doente do grupo, permite que os outros caminhem
relativamente bem e se encontrem protegidos dos sintomas mais
graves.
Slide 45
Paciente identificado O fato de ter um paciente na famlia
dificulta a diluio da problemtica entre todos os membros.
Observamos uma fora que vai contra essa possibilidade. A chance
deles perceberem que por traz daquele quadro clnico, esconde-se um
ser humano com dificuldades que eventualmente eles prprios
apresentem, muito desestruturante. O fato de ter um paciente na
famlia dificulta a diluio da problemtica entre todos os membros.
Observamos uma fora que vai contra essa possibilidade. A chance
deles perceberem que por traz daquele quadro clnico, esconde-se um
ser humano com dificuldades que eventualmente eles prprios
apresentem, muito desestruturante. Existem famlias cujo paciente j
est doente h dez anos e no se sabe nada a respeito de sua doena,
muito menos dessa pessoa que sofre. A negao muito comum, e apesar
de em alguns momentos funcionar como um recurso protetor frente a
essa situao muito assustadora e desgastante, torna-se um importante
obstculo qualquer possibilidade de melhora. Existem famlias cujo
paciente j est doente h dez anos e no se sabe nada a respeito de
sua doena, muito menos dessa pessoa que sofre. A negao muito comum,
e apesar de em alguns momentos funcionar como um recurso protetor
frente a essa situao muito assustadora e desgastante, torna-se um
importante obstculo qualquer possibilidade de melhora.
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Deparamo-nos ento com famlias fragilmente estruturadas num
equilbrio muitas vezes precrio, na iminncia de uma ruptura. Nesses
ambientes familiares predominam a baixa qualidade das comunicaes, a
violncia objetiva ou encoberta e a pobreza material e/ou
afetiva.
Slide 47
Famlias Indiferenciadas Essas famlias apresentam-se
indiferenciadas, funcionando atravs de vnculos simbiticos e alianas
extremamente rgidas. Essas alianas caracterizam-se pelo
superenvolvimento emocional e seguidas invases. Essas famlias
apresentam-se indiferenciadas, funcionando atravs de vnculos
simbiticos e alianas extremamente rgidas. Essas alianas
caracterizam-se pelo superenvolvimento emocional e seguidas
invases. Os familiares mostram-se incapazes de perceber a qualidade
e a intensidade das crticas que um exerce sobre o outro,
observando-se tambm a dissimulao de fortes sentimentos de rejeio
entre eles. Alm do que, so famlias cuja comunicao absolutamente
atrapalhada onde um no escuta o outro, ou quando escuta, deturpa a
fala sob seu ponto de vista. Os familiares mostram-se incapazes de
perceber a qualidade e a intensidade das crticas que um exerce
sobre o outro, observando-se tambm a dissimulao de fortes
sentimentos de rejeio entre eles. Alm do que, so famlias cuja
comunicao absolutamente atrapalhada onde um no escuta o outro, ou
quando escuta, deturpa a fala sob seu ponto de vista.
Slide 48
Comunicao No atendimento a uma famlia cuja paciente matriculada
no hospital tem diagnstico de transtorno de personalidade
borderline ocorreu uma situao que ilustra o que foi dito: No
atendimento a uma famlia cuja paciente matriculada no hospital tem
diagnstico de transtorno de personalidade borderline ocorreu uma
situao que ilustra o que foi dito: Assim que entraram na sesso
(como sempre) a me pede para a filha comear a falar... Ela comea a
reclamar da me e diz que ela uma louca pois ficou tocando a
campainha dos portes e no aparecia no porteiro eletrnico e ficava
pra l e pra c!!!! A me por outro lado - refere que estava aflita
para que no atrasassem no atendimento (pois ela foi andar no
parque) e como no atenderam num porto... Ela foi no outro! Assim
que entraram na sesso (como sempre) a me pede para a filha comear a
falar... Ela comea a reclamar da me e diz que ela uma louca pois
ficou tocando a campainha dos portes e no aparecia no porteiro
eletrnico e ficava pra l e pra c!!!! A me por outro lado - refere
que estava aflita para que no atrasassem no atendimento (pois ela
foi andar no parque) e como no atenderam num porto... Ela foi no
outro!
Slide 49
Famlia - equipe Nesse sentido, deve-se observar que estes
comportamentos repetem-se no s na famlia mas na relao com o
terapeuta e tambm na relao com a equipe de sade mental. Nesse
sentido, deve-se observar que estes comportamentos repetem-se no s
na famlia mas na relao com o terapeuta e tambm na relao com a
equipe de sade mental. A famlia reproduz padres de funcionamento
doentios (extrema rigidez, indiferenciao e impermeabilidade) que
interferem diretamente na atuao dos profissionais. A famlia
reproduz padres de funcionamento doentios (extrema rigidez,
indiferenciao e impermeabilidade) que interferem diretamente na
atuao dos profissionais.
Slide 50
Portanto o atendimento a famlias gravemente disfuncionais
torna-se condio para melhor evoluo daquela situao especfica. A
terapia de Famlia concebida como um processo que visa mudana de
situaes de sofrimento no s atravs de fazer consciente o
inconsciente familiar, mas de restabelecer de forma saudvel e
diferenciada a ligao entre os elementos familiares.
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Famlias disfuncionais As famlias patolgicas (disfuncionais)
demonstram grande intolerncia a conflitos. No tendo tido condio de
fazer face s angstias inerentes ao desenvolvimento prevalecem
padres narcsicos de interao. As famlias patolgicas (disfuncionais)
demonstram grande intolerncia a conflitos. No tendo tido condio de
fazer face s angstias inerentes ao desenvolvimento prevalecem
padres narcsicos de interao. Ocorre um curto-circuito nos processos
de simbolizao e a comunicao familiar costuma se apresentar bastante
deficiente. Ocorre um curto-circuito nos processos de simbolizao e
a comunicao familiar costuma se apresentar bastante deficiente.
Funcionam de acordo com o princpio do nirvana, buscam nvel zero de
tenso interna. Funcionam de acordo com o princpio do nirvana,
buscam nvel zero de tenso interna.
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Famlias disfuncionais Nessas famlias os mitos encontram-se
rigidificados e se apresentam como cnones, com as diferenas no
sendo toleradas. Nessas famlias os mitos encontram-se rigidificados
e se apresentam como cnones, com as diferenas no sendo toleradas.
Prevalecem angstias narcsicas (de abandono, de desassistncia),
angstias persecutrias (de prejuzo e injustia) e angstias
catastrficas (de deixar de ser, com medo da morte psquica atravs do
enlouquecimento). Prevalecem angstias narcsicas (de abandono, de
desassistncia), angstias persecutrias (de prejuzo e injustia) e
angstias catastrficas (de deixar de ser, com medo da morte psquica
atravs do enlouquecimento).
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Famlias disfuncionais Os mecanismos de defesa nessas famlias so
caracterizados pela massificao e intensidade. Visam certo equilbrio
psquico, ainda que patolgico. Os mecanismos de defesa nessas
famlias so caracterizados pela massificao e intensidade. Visam
certo equilbrio psquico, ainda que patolgico. Qualquer interveno ,
portanto, ameaadora, porque esse equilbrio muito precrio e teme-se
um desmoronamento a partir do contato com uma realidade psquica
tida como muito estragada. Qualquer interveno , portanto,
ameaadora, porque esse equilbrio muito precrio e teme-se um
desmoronamento a partir do contato com uma realidade psquica tida
como muito estragada.
Slide 54
Tarefa bsica Segundo Recamier (1988) existem duas tarefas
bsicas que cabem a todo ser humano realizar: fazer face angstia e
ao luto fundamental. Angstia: prpria da natureza humana, presente
desde o incio da existncia. Luto fundamental: perdas, afastamentos
e desiluses inerentes ao processo de separao e individuao que no
cessam nunca por serem inerentes ao desenvolvimento e vida (separao
psicolgica da me e perda da iluso de onipotncia).
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Tarefa bsica Considerando-se a importncia que a famlia possa
ter nessas tarefas universais, podemos simplificadamente dizer que
quando elas se apresentam suficientemente saudveis, ajudam seus
membros a super-las, individual e conjuntamente. Considerando-se a
importncia que a famlia possa ter nessas tarefas universais,
podemos simplificadamente dizer que quando elas se apresentam
suficientemente saudveis, ajudam seus membros a super-las,
individual e conjuntamente. Famlias com potencial patolgico
obstinam-se em evitar, a todo custo, o vivido da angstia e a dor do
luto. Famlias com potencial patolgico obstinam-se em evitar, a todo
custo, o vivido da angstia e a dor do luto.
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Famlia disfuncional Segundo Meyer (2002), frente s ansiedades
suscitadas por essas tarefas universais j que nelas esto implicadas
experincias dolorosas de separao, excluso, perda, com todos os
sentimentos penosos e contraditrios que so o cerne mesmo dessas
experincias o grupo familiar tende a buscar modos de se livrar da
dor psquica, como principalmente a ciso e a projeo dos aspectos
insuportveis. Segundo Meyer (2002), frente s ansiedades suscitadas
por essas tarefas universais j que nelas esto implicadas
experincias dolorosas de separao, excluso, perda, com todos os
sentimentos penosos e contraditrios que so o cerne mesmo dessas
experincias o grupo familiar tende a buscar modos de se livrar da
dor psquica, como principalmente a ciso e a projeo dos aspectos
insuportveis.
Slide 57
Mecanismos de defesa Os sistemas defensivos familiares aparecem
como mecanismos matriciais para garantir a permanncia desse grupo-
famlia. Em certa medida so necessrios para a sobrevivncia do grupo.
Contudo quando utilizados em excesso revelam famlias cristalizadas
e fragilmente estruturadas. Os sistemas defensivos familiares
aparecem como mecanismos matriciais para garantir a permanncia
desse grupo- famlia. Em certa medida so necessrios para a
sobrevivncia do grupo. Contudo quando utilizados em excesso revelam
famlias cristalizadas e fragilmente estruturadas.
Slide 58
Mecanismos de defesa Ruffiot (1982) nos fala sobre mecanismos
de defesa familiares: Ruffiot (1982) nos fala sobre mecanismos de
defesa familiares: Identificao projetiva familiar: consiste no
esforo para expulsar para o exterior tudo que vivido como estranho,
no aceitvel e no assimilvel. Em geral so aspectos rejeitados que
conforme a gravidade do funcionamento familiar sugerem a
intensificao de vivncias persecutrias e tambm mecanismos de ciso,
negao e controle onipotente. Identificao projetiva familiar:
consiste no esforo para expulsar para o exterior tudo que vivido
como estranho, no aceitvel e no assimilvel. Em geral so aspectos
rejeitados que conforme a gravidade do funcionamento familiar
sugerem a intensificao de vivncias persecutrias e tambm mecanismos
de ciso, negao e controle onipotente. Recusa da dependncia:
assinala um funcionamento familiar autrquico, com a impossibilidade
de trocas e de renovao. Esta recusa quando extrema faz com que a
famlia evite o reconhecimento da diferena das geraes. Recusa da
dependncia: assinala um funcionamento familiar autrquico, com a
impossibilidade de trocas e de renovao. Esta recusa quando extrema
faz com que a famlia evite o reconhecimento da diferena das
geraes.
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Mecanismos de defesa Cises internas familiares: a famlia se
apresenta com grupos tidos como bons e maus. Isso se d em qualquer
famlia em menor grau e com menos sofrimento. Quando intenso
paciente identificado. Cises internas familiares: a famlia se
apresenta com grupos tidos como bons e maus. Isso se d em qualquer
famlia em menor grau e com menos sofrimento. Quando intenso
paciente identificado. Introjeo familiar: tendncia arcaica
incorporao que se particulariza pela sua massificao e crueza,
tomando um carter de vampirizao ou aspirao. Introjeo familiar:
tendncia arcaica incorporao que se particulariza pela sua
massificao e crueza, tomando um carter de vampirizao ou
aspirao.
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Em resumo... Em resumo... H famlias com capacidade para
enfrentar seus conflitos e super-los. Seus membros esto
suficientemente diferenciados, a comunicao d-se com suficiente
fluidez, h recursos para reparao e elaborao. Diante de alguma
dificuldade maior, procuram ajuda, estabelecem trocas, buscam
sadas, transformam. H famlias com capacidade para enfrentar seus
conflitos e super-los. Seus membros esto suficientemente
diferenciados, a comunicao d-se com suficiente fluidez, h recursos
para reparao e elaborao. Diante de alguma dificuldade maior,
procuram ajuda, estabelecem trocas, buscam sadas, transformam.
Slide 61
Nas famlias disfuncionais, o conflito original no foi superado,
prepondera a confuso entre os membros com padres paradoxais de
interao. Nessas famlias viver junto impossvel, mas separa-se
mortal. Nas famlias disfuncionais, o conflito original no foi
superado, prepondera a confuso entre os membros com padres
paradoxais de interao. Nessas famlias viver junto impossvel, mas
separa-se mortal.
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Padres de interao Poderamos agora tentar assinalar a prevalncia
de certos padres de interao, sem propor uma tipologia familiar, com
esquematizaes redutoras. Poderamos agora tentar assinalar a
prevalncia de certos padres de interao, sem propor uma tipologia
familiar, com esquematizaes redutoras. Alguns parmetros podem
nortear: a compreenso da sintomatologia familiar, uma possvel
indicao teraputica e os aspectos prognsticos a serem considerados.
Alguns parmetros podem nortear: a compreenso da sintomatologia
familiar, uma possvel indicao teraputica e os aspectos prognsticos
a serem considerados.
Slide 63
Famlias Psicossomticas So famlias que do uma nfase excessiva
nos papis de cuidado funcionando melhor quando algum est doente
(fisicamente). So famlias que do uma nfase excessiva nos papis de
cuidado funcionando melhor quando algum est doente (fisicamente).
Minuchin (1982) comenta que famlias psicossomticas so
caracterizadas principalmente pela falta de definies de limites,
por fronteiras difusas e tendncia a apoiar a expresso somtica dos
conflitos. Minuchin (1982) comenta que famlias psicossomticas so
caracterizadas principalmente pela falta de definies de limites,
por fronteiras difusas e tendncia a apoiar a expresso somtica dos
conflitos.
Slide 64
Famlias Psicossomticas Famlias com sintomatologia psicossomtica
apresentam uma vida de fantasia empobrecida, com maior propenso ao
raciocnio concreto, preocupao com o sucesso e disposio para falar
de sintomas corporais. A fantasia predominante nessas famlias a de
um corpo nico, portanto inseparvel. Famlias com sintomatologia
psicossomtica apresentam uma vida de fantasia empobrecida, com
maior propenso ao raciocnio concreto, preocupao com o sucesso e
disposio para falar de sintomas corporais. A fantasia predominante
nessas famlias a de um corpo nico, portanto inseparvel. Bruch
(1973) ressalta a presena de figuras parentais muito controladoras
e em geral intrusivas. Bruch (1973) ressalta a presena de figuras
parentais muito controladoras e em geral intrusivas.
Slide 65
Famlias com funcionamento perverso Famlias com funcionamento
perverso tm como caracterstica predominante a passagem ao ato,
tambm decorrente de uma falta de simbolizao. Caracterizam-se pela
dinmica violenta, agressiva e destrutiva, seja ela fsica, moral
e/ou sexual, ainda que no necessariamente explcita. Famlias com
funcionamento perverso tm como caracterstica predominante a
passagem ao ato, tambm decorrente de uma falta de simbolizao.
Caracterizam-se pela dinmica violenta, agressiva e destrutiva, seja
ela fsica, moral e/ou sexual, ainda que no necessariamente
explcita.
Slide 66
Famlias com funcionamento perverso Segundo um estudo
comparativo entre famlias de pacientes com transtorno de
personalidade borderline, com esquizofrenia paranide e
funcionamento neurtico constatou-se que: Segundo um estudo
comparativo entre famlias de pacientes com transtorno de
personalidade borderline, com esquizofrenia paranide e
funcionamento neurtico constatou-se que: - As famlias de pacientes
com transtorno de personalidade borderline (TPB) eram mais
distintas do que as outras duas do grupo controle. - Ambas as
figuras parentais eram mais doentes e menos funcionais em comparao
com os outros grupos - Os fatores utilizados para essa diferenciao
foram: psicose materna, colocao pobre de regras, ausncia de
envolvimento maternal e tendncia a ver um dos filhos como o bom e o
outro como mau. - Me de pacientes com transtorno borderline tem
menos condies de obter gratificao na relao com os filhos.
Slide 67
Famlias com funcionamento perverso Essas famlias so melhor
caracterizadas pela intensa rigidez do vnculo conjugal do que pela
falta de ateno, suporte ou proteo em relao aos filhos. Segundo o
autor (Gunderson, 1980), esse achado corresponde s observaes de
Kernberg (1992) sobre a tendncia dos pacientes com TPB perceberem
seus pais como um grupo muito unido. Ou seja, Essas famlias so
melhor caracterizadas pela intensa rigidez do vnculo conjugal do
que pela falta de ateno, suporte ou proteo em relao aos filhos.
Segundo o autor (Gunderson, 1980), esse achado corresponde s
observaes de Kernberg (1992) sobre a tendncia dos pacientes com TPB
perceberem seus pais como um grupo muito unido. Ou seja,
Investimento na relao conjugal em detrimento da funo parental Os
pais (fathers) dos pacientes com TPB eram menos dominantes e menos
efetivos em suas funes do que os pais dos outros dois grupos.
Punies inadequadas em relao ao comportamento dos filhos.
Slide 68
Famlia e o Funcionamento Obsessivo Compulsivo Nas famlias com
interaes obsessivo- compulsivas observa-se um intenso envolvimento
dos familiares com o transtorno do membro portador, inclusive com a
participao em seus rituais, que acabam se transformando em rituais
familiares. Nas famlias com interaes obsessivo- compulsivas
observa-se um intenso envolvimento dos familiares com o transtorno
do membro portador, inclusive com a participao em seus rituais, que
acabam se transformando em rituais familiares. H uma concordncia
familiar como meio de evitar conflitos: separao e individuao so
assim evitadas, porque ningum pode fazer nada sozinho. H uma
concordncia familiar como meio de evitar conflitos: separao e
individuao so assim evitadas, porque ningum pode fazer nada
sozinho. Observa-se tambm excessiva rigidez dos progenitores,
controle muito acentuado e grande preocupao com a ordem e a
meticulosidade, o que pode contribuir para o aparecimento de
disfunes comunicacionais. Observa-se tambm excessiva rigidez dos
progenitores, controle muito acentuado e grande preocupao com a
ordem e a meticulosidade, o que pode contribuir para o aparecimento
de disfunes comunicacionais.
Slide 69
Famlia e o Transtorno Obsessivo Compulsivo A superproteo e a
falta de afeto tambm influenciam no desenvolvimento desse tipo de
transtorno. A superproteo e a falta de afeto tambm influenciam no
desenvolvimento desse tipo de transtorno. O modelo de evitao,
cuidados excessivos e medos predispe uma criana mais vulnervel a
desenvolver sintomas obsessivos compulsivos. O modelo de evitao,
cuidados excessivos e medos predispe uma criana mais vulnervel a
desenvolver sintomas obsessivos compulsivos. Pais que reforam
interpretaes temerosas do mundo contribuem para o transtorno. Pais
que reforam interpretaes temerosas do mundo contribuem para o
transtorno. Em geral so famlias com pouca flexibilidade e
capacidade de adaptabilidade diante das adversidades. Em geral so
famlias com pouca flexibilidade e capacidade de adaptabilidade
diante das adversidades.
Slide 70
Famlia e Transtornos Afetivos Em famlias de pacientes com
transtornos afetivos comum observar dois tipos de funcionamento: Em
famlias de pacientes com transtornos afetivos comum observar dois
tipos de funcionamento: a famlia vive a depresso junto com o
paciente, com prostrao e paralisao diante da vida ou; reage
maniacamente quase que negando as condies de sofrimento do
familiar. muito comum a crena de que o paciente pode controlar seus
sintomas e o nvel de crtica e exigncia em relao a ele muito alto.
Essa postura reflete na verdade um forte sentimento de impotncia
diante do paciente deprimido. muito comum a crena de que o paciente
pode controlar seus sintomas e o nvel de crtica e exigncia em relao
a ele muito alto. Essa postura reflete na verdade um forte
sentimento de impotncia diante do paciente deprimido.
Slide 71
Famlias Enlutadas Nas famlias enlutadas, a depresso pela
experincia de uma perda real e significativa. Nas famlias
enlutadas, a depresso pela experincia de uma perda real e
significativa. Para que essa situao evolua de forma satisfatria, a
famlia tem que estar razoavelmente diferenciada e portanto ser
capaz de um cuidar da dor do outro e da prpria dor sem vnculos de
co-dependncia. Para que essa situao evolua de forma satisfatria, a
famlia tem que estar razoavelmente diferenciada e portanto ser
capaz de um cuidar da dor do outro e da prpria dor sem vnculos de
co-dependncia. Observa-se que muitas vezes uma situao de luto mal
resolvida vai eclodir em geraes seguintes e, em geral como um
elemento impeditivo da aquisio da autonomia. Observa-se que muitas
vezes uma situao de luto mal resolvida vai eclodir em geraes
seguintes e, em geral como um elemento impeditivo da aquisio da
autonomia.
Slide 72
Famlias de esquizofrnicos Em famlias de pacientes
esquizofrnicos comum observar-se um funcionamento simbitico entre
todos os membros. Observando-se muitas vezes pais distantes e
indiferentes. Em famlias de pacientes esquizofrnicos comum
observar-se um funcionamento simbitico entre todos os membros.
Observando-se muitas vezes pais distantes e indiferentes. Bowen em
1954, a partir de estudos sobre a esquizofrenia, observou que a
fuso emocional entre a me e o filho(a) pode assumir a forma de um
vnculo dependente afetivo ou uma luta conflituosa. A dinmica bsica
subjacente a essa fuso seria a alternncia entre a ansiedade de
separao e de incorporao. Bowen em 1954, a partir de estudos sobre a
esquizofrenia, observou que a fuso emocional entre a me e o
filho(a) pode assumir a forma de um vnculo dependente afetivo ou
uma luta conflituosa. A dinmica bsica subjacente a essa fuso seria
a alternncia entre a ansiedade de separao e de incorporao.
Slide 73
Comunicao Observa-se que a comunicao em geral se estabelece
atravs da identificao projetiva. Entende-se aqui por comunicao, a
possibilidade da criao de um campo de linguagem que propicie o
conhecimento e a compreenso de cada um dos membros da famlia
(Minuchin, 10). Observa-se que a comunicao em geral se estabelece
atravs da identificao projetiva. Entende-se aqui por comunicao, a
possibilidade da criao de um campo de linguagem que propicie o
conhecimento e a compreenso de cada um dos membros da famlia
(Minuchin, 10). A fala...no d ouvido para essas vozes..., revela a
angstia da famlia e a impossibilidade dela em acolher a situao de
crise (alm de certa concretude sobre o assunto). Esse movimento, na
verdade revela mais uma forma da famlia entrar em contato com esta
situao pois essa fala aparentemente apaziguadora para o paciente,
na verdade serve muito mais ao familiar, para ele prprio tentar se
tranqilizar. A fala...no d ouvido para essas vozes..., revela a
angstia da famlia e a impossibilidade dela em acolher a situao de
crise (alm de certa concretude sobre o assunto). Esse movimento, na
verdade revela mais uma forma da famlia entrar em contato com esta
situao pois essa fala aparentemente apaziguadora para o paciente,
na verdade serve muito mais ao familiar, para ele prprio tentar se
tranqilizar.
Slide 74
A famlia est em crise e a internao surge para resolver a
crise...o mdico, Graas a Deus, internou ele pra mim.... Esse desejo
de que o paciente fique internado (que muitas vezes ambivalente)
acaba impedindo que se criem possibilidades para o retorno do mesmo
e a famlia acaba atuando o tempo todo para uma atmosfera
perturbadora com conseqente piora do paciente e maior permanncia
deste numa enfermaria. A famlia est em crise e a internao surge
para resolver a crise...o mdico, Graas a Deus, internou ele pra
mim.... Esse desejo de que o paciente fique internado (que muitas
vezes ambivalente) acaba impedindo que se criem possibilidades para
o retorno do mesmo e a famlia acaba atuando o tempo todo para uma
atmosfera perturbadora com conseqente piora do paciente e maior
permanncia deste numa enfermaria.
Slide 75
Nos casos desses pacientes internados, os familiares tendem a
esperar que o terapeuta e a Instituio desempenhem o papel de Deus.
H a exigncia de uma proteo mgica. Contam com a possibilidade de
reaver um membro que era dado como caso perdido, como se o hospital
fosse devolv-lo completamente curado. possvel tambm que esta
fantasia seja fruto de uma postura da Instituio, esta atuando como
favorecedora deste tipo de vnculo. Nesse caso tem que se ter muito
cuidado com a comunicao estabelecida entre a famlia, a Instituio e
o paciente. Nos casos desses pacientes internados, os familiares
tendem a esperar que o terapeuta e a Instituio desempenhem o papel
de Deus. H a exigncia de uma proteo mgica. Contam com a
possibilidade de reaver um membro que era dado como caso perdido,
como se o hospital fosse devolv-lo completamente curado. possvel
tambm que esta fantasia seja fruto de uma postura da Instituio,
esta atuando como favorecedora deste tipo de vnculo. Nesse caso tem
que se ter muito cuidado com a comunicao estabelecida entre a
famlia, a Instituio e o paciente.
Slide 76
Em contrapartida o hospital psiquitrico associado a muitos
medos e estigmas e a tendncia de algumas famlias sentirem-se melhor
quanto mais longe possvel puderam ficar. Em contrapartida o
hospital psiquitrico associado a muitos medos e estigmas e a
tendncia de algumas famlias sentirem-se melhor quanto mais longe
possvel puderam ficar. Nesses casos, os profissionais devem
batalhar pela possibilidade do atendimento (sem desconsiderar a
importncia de um comprometimento da famlia). Nesses casos, os
profissionais devem batalhar pela possibilidade do atendimento (sem
desconsiderar a importncia de um comprometimento da famlia).
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Nos casos de internao fica muito mais fcil manter a dinmica do
bode expiatrio. No incomum ver a famlia responsabilizar o paciente
pela oscilao de seu prprio estado. Ou seja, quando o paciente no
est bem, ningum est, todos ficam mal. Cria-se um peso muito grande,
uma responsabilidade enorme para o paciente pois dele depende o bem
estar da famlia toda. Esse comportamento pode caracterizar uma
famlia com importante indiscriminao (11). Nos casos de internao
fica muito mais fcil manter a dinmica do bode expiatrio. No incomum
ver a famlia responsabilizar o paciente pela oscilao de seu prprio
estado. Ou seja, quando o paciente no est bem, ningum est, todos
ficam mal. Cria-se um peso muito grande, uma responsabilidade
enorme para o paciente pois dele depende o bem estar da famlia
toda. Esse comportamento pode caracterizar uma famlia com
importante indiscriminao (11). Algumas mais indiferenciadas
expressam verbalmente este aspecto...eu s vou ser feliz quando voc
ficar bom...,...quando ele sente-se em pnico, se recolhe, fica com
raiva e despeja tudo nos outros, eu fico igualzinha a ele.... Podem
at sentir-se melhor, mas na verdade esto colocando um peso enorme
nas mos do paciente, muitas vezes contribuindo para o aumento de
sua ansiedade e possvel piora. Algumas mais indiferenciadas
expressam verbalmente este aspecto...eu s vou ser feliz quando voc
ficar bom...,...quando ele sente-se em pnico, se recolhe, fica com
raiva e despeja tudo nos outros, eu fico igualzinha a ele.... Podem
at sentir-se melhor, mas na verdade esto colocando um peso enorme
nas mos do paciente, muitas vezes contribuindo para o aumento de
sua ansiedade e possvel piora.
Slide 78
Observa-se muita dificuldade de aceitao da doena, condio essa
que implica famlia, principalmente aos pais, entrar em contato com
uma ferida narcsica extremamente dolorida...quebrou nosso
orgulho.... a constatao de que esses pais falharam, de que erraram.
Surge um sentimento de impotncia muito grande principalmente nas
mes que sempre cuidaram dos filhos, sempre foram capazes de curar
qualquer doena. Ento, como se deparar com algo que foge
absolutamente ao controle e totalmente desconhecido? muito
desestruturante. Observa-se muita dificuldade de aceitao da doena,
condio essa que implica famlia, principalmente aos pais, entrar em
contato com uma ferida narcsica extremamente dolorida...quebrou
nosso orgulho.... a constatao de que esses pais falharam, de que
erraram. Surge um sentimento de impotncia muito grande
principalmente nas mes que sempre cuidaram dos filhos, sempre foram
capazes de curar qualquer doena. Ento, como se deparar com algo que
foge absolutamente ao controle e totalmente desconhecido? muito
desestruturante.
Slide 79
Foi relatado um caso de um paciente que ficou um ano isolado em
casa sem tratamento e sua me s levou-o ao hospital quando o mesmo
passou a ficar muito agitado. Esta situao ocorre com freqncia, pois
enquanto o paciente est quieto, sem dar trabalho, bonzinho, mesmo
que fique horas na cama, parece que para a famlia est tudo bem. A
maioria das famlias tem a concepo de que o indivduo s est doente
quando est agressivo, gritando e espumando. Nessas situaes os
familiares acabam procurando atendimento quando a doena j tem anos
de evoluo. Foi relatado um caso de um paciente que ficou um ano
isolado em casa sem tratamento e sua me s levou-o ao hospital
quando o mesmo passou a ficar muito agitado. Esta situao ocorre com
freqncia, pois enquanto o paciente est quieto, sem dar trabalho,
bonzinho, mesmo que fique horas na cama, parece que para a famlia
est tudo bem. A maioria das famlias tem a concepo de que o indivduo
s est doente quando est agressivo, gritando e espumando. Nessas
situaes os familiares acabam procurando atendimento quando a doena
j tem anos de evoluo.
Slide 80
A aceitao da doena fundamental tanto por parte da famlia quanto
por parte do paciente. O fato que esses transtornos colocam em
cheque uma srie de teorias que as famlias tem a respeito das relaes
e da educao. um assunto que no corresponde a nenhuma lgica, no faz
sentido, deixando a todos muito angustiados. A aceitao da doena
fundamental tanto por parte da famlia quanto por parte do paciente.
O fato que esses transtornos colocam em cheque uma srie de teorias
que as famlias tem a respeito das relaes e da educao. um assunto
que no corresponde a nenhuma lgica, no faz sentido, deixando a
todos muito angustiados.
Slide 81
De fato as famlias chegam ao hospital com as teorias mais
variadas possveis a respeito do que um transtorno mental. Cada
famlia divide uma srie de crenas e valores por vezes funcionando at
como um sistema de defesas. De fato as famlias chegam ao hospital
com as teorias mais variadas possveis a respeito do que um
transtorno mental. Cada famlia divide uma srie de crenas e valores
por vezes funcionando at como um sistema de defesas. Atravs de suas
falas observam-se essas fantasias:...meu filho sempre foi muito bom
menino, s as vezes faz malcriao...,... uma determinao de Deus e s
ele mesmo pra curar...,... deficincia de um lquido que no chega no
crebro...,...pegou esquizofrenia no baile...,...ai se eu tivesse no
lugar dele, eu faria esse tratamento.... Surgem tambm muitas
expectativas de solues mgicas...porque a senhora no desperta a
inteligncia de seu filho...,...eu sei que se ele casasse tudo se
resolveria..., algumas mes inconformadas,..ele foi super desejado,
foi super querido, primeiro neto, sempre teve tudo.... Atravs de
suas falas observam-se essas fantasias:...meu filho sempre foi
muito bom menino, s as vezes faz malcriao...,... uma determinao de
Deus e s ele mesmo pra curar...,... deficincia de um lquido que no
chega no crebro...,...pegou esquizofrenia no baile...,...ai se eu
tivesse no lugar dele, eu faria esse tratamento.... Surgem tambm
muitas expectativas de solues mgicas...porque a senhora no desperta
a inteligncia de seu filho...,...eu sei que se ele casasse tudo se
resolveria..., algumas mes inconformadas,..ele foi super desejado,
foi super querido, primeiro neto, sempre teve tudo....
Slide 82
Observa-se tambm o quanto essas famlias tm medo de enlouquecer
e o quanto em alguns momentos elas se misturam com a situao do
prprio paciente. A irm de um paciente em certa ocasio
falou:...nosso quadro familiar..., ou...nosso grupo s de
esquizofrnicos?. Observa-se tambm o quanto essas famlias tm medo de
enlouquecer e o quanto em alguns momentos elas se misturam com a
situao do prprio paciente. A irm de um paciente em certa ocasio
falou:...nosso quadro familiar..., ou...nosso grupo s de
esquizofrnicos?. Constata-se ento, que essas pessoas acabam
trazendo de forma muito rica como lidam com a situao e que poucas
famlias tentam (e podem) compreender o que acontece, enquanto a
maioria procura se afastar ou ento encontram-se to desorganizadas
que fundem-se loucura do paciente e atuam juntamente com ele.
Constata-se ento, que essas pessoas acabam trazendo de forma muito
rica como lidam com a situao e que poucas famlias tentam (e podem)
compreender o que acontece, enquanto a maioria procura se afastar
ou ento encontram-se to desorganizadas que fundem-se loucura do
paciente e atuam juntamente com ele.
Slide 83
As expectativas so muito altas, como j foi dito, chegando a
nveis de pensamentos mgicos, super-compensatrios. Em dada ocasio
uma senhora j de muita idade falou a respeito de seu filho... que
nem uma gulodice, a gente quer que sare logo!. As expectativas so
muito altas, como j foi dito, chegando a nveis de pensamentos
mgicos, super-compensatrios. Em dada ocasio uma senhora j de muita
idade falou a respeito de seu filho... que nem uma gulodice, a
gente quer que sare logo!. Contudo quanto mais altas essas
expectativas mais freqentemente o contato com o paciente torna-se
fonte de inmeras frustraes, principalmente no caso de pacientes
crnicos (3). Em um dos atendimentos um pai comentou... sinto-me
como um rato que entrou numa ratoeira e no tem mais retorno....
Contudo quanto mais altas essas expectativas mais freqentemente o
contato com o paciente torna-se fonte de inmeras frustraes,
principalmente no caso de pacientes crnicos (3). Em um dos
atendimentos um pai comentou... sinto-me como um rato que entrou
numa ratoeira e no tem mais retorno....
Slide 84
Outro aspecto importante observado nos atendimentos a
dificuldade no estabelecimento dos limites. As famlias em geral
confundem cuidar com cada uma faz o que quer. No h parmetros a
serem estabelecidos. Outro aspecto importante observado nos
atendimentos a dificuldade no estabelecimento dos limites. As
famlias em geral confundem cuidar com cada uma faz o que quer. No h
parmetros a serem estabelecidos. A questo quando dar colo e quando
colocar limites. A questo quando dar colo e quando colocar
limites.
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Por exemplo havia uma me, cujo filho estava internado, em surto
psictico, com graves distrbios alimentares, no tinha limites para
comer, alimentava-se de tudo o que havia na sua frente e aps,
vomitava. Essa me, em todas as visitas trazia um bolo (tipo Frap) o
qual obviamente o paciente comia inteiro. Ao ser abordado esse
assunto na sesso (pela irm) a me dizia que sentia muita pena do
filho, pois ele estava nessa enfermaria horrvel, sozinho e magrinho
e que um pouquinho de bolo na visita poderia alegr-lo. Nem sequer
passava pela sua cabea que ela poderia dar outras coisas ao seu
filho, que no comida, ou que ela poderia alegr-lo e preench-lo
tambm com palavras, ou at com um simples olhar. Por exemplo havia
uma me, cujo filho estava internado, em surto psictico, com graves
distrbios alimentares, no tinha limites para comer, alimentava-se
de tudo o que havia na sua frente e aps, vomitava. Essa me, em
todas as visitas trazia um bolo (tipo Frap) o qual obviamente o
paciente comia inteiro. Ao ser abordado esse assunto na sesso (pela
irm) a me dizia que sentia muita pena do filho, pois ele estava
nessa enfermaria horrvel, sozinho e magrinho e que um pouquinho de
bolo na visita poderia alegr-lo. Nem sequer passava pela sua cabea
que ela poderia dar outras coisas ao seu filho, que no comida, ou
que ela poderia alegr-lo e preench-lo tambm com palavras, ou at com
um simples olhar.
Slide 86
Em outras ocasies vemos que o discurso do paciente
veementemente rejeitado... isso papo de louco..., ou que muitas
vezes ele excludo de decises e problemticas da famlia. Em outras
ocasies vemos que o discurso do paciente veementemente rejeitado...
isso papo de louco..., ou que muitas vezes ele excludo de decises e
problemticas da famlia. Contudo, por mais frgil que esta famlia se
encontre ela ainda o nico ponto de referncia deste indivduo. o seu
nico elo de ligao com o meio externo, com suas razes, sua
identidade. Ocultar algumas situaes e emoes ao paciente compactuar
com sua alienao e conseqentemente com sua loucura. deixar de fazer
a ligao (ainda que precria) de seu mundo de fantasias com o mundo
real. Delirante ou no, naquele momento s o que o paciente tem a
oferecer. Contudo, por mais frgil que esta famlia se encontre ela
ainda o nico ponto de referncia deste indivduo. o seu nico elo de
ligao com o meio externo, com suas razes, sua identidade. Ocultar
algumas situaes e emoes ao paciente compactuar com sua alienao e
conseqentemente com sua loucura. deixar de fazer a ligao (ainda que
precria) de seu mundo de fantasias com o mundo real. Delirante ou
no, naquele momento s o que o paciente tem a oferecer.
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Slide 88
nesta relao to delicada que as famlias criam preconcepes a
respeito dos pacientes, como forma de diminuir a angstia frente a
este desconhecido. como se j o conhecessem e conseguissem prever
todas as suas atitudes sentindo-se mais seguros para lidar com
eles. Contudo, acaba surgindo uma barreira no contato com o mesmo
no permitindo um olhar mais amplo e a percepo de novos movimentos
do mesmo. O paciente por outro lado, acaba sentindo-se amarrado a
esses rtulos e acaba atuando de acordo com eles. A famlia traz um
discurso taxativo e possessivo...s eu o conheo, s eu que sei....
tambm uma maneira de impedir qualquer possibilidade de aproximao e
trabalho. nesta relao to delicada que as famlias criam preconcepes
a respeito dos pacientes, como forma de diminuir a angstia frente a
este desconhecido. como se j o conhecessem e conseguissem prever
todas as suas atitudes sentindo-se mais seguros para lidar com
eles. Contudo, acaba surgindo uma barreira no contato com o mesmo
no permitindo um olhar mais amplo e a percepo de novos movimentos
do mesmo. O paciente por outro lado, acaba sentindo-se amarrado a
esses rtulos e acaba atuando de acordo com eles. A famlia traz um
discurso taxativo e possessivo...s eu o conheo, s eu que sei....
tambm uma maneira de impedir qualquer possibilidade de aproximao e
trabalho.
Slide 89
O papel que o paciente desempenha perante a famlia e esta em
relao a ele adquire formas muito peculiares que vo depender de uma
rede muito extensa de articulaes. Como j mencionamos, muitas vezes
a doena necessria em determinada famlia que por uma srie de motivos
s mantm sua coeso diante da necessidade de cuidar de algum, o que
pode significar, cuidar da sua prpria loucura da qual esse paciente
o porta voz. O papel que o paciente desempenha perante a famlia e
esta em relao a ele adquire formas muito peculiares que vo depender
de uma rede muito extensa de articulaes. Como j mencionamos, muitas
vezes a doena necessria em determinada famlia que por uma srie de
motivos s mantm sua coeso diante da necessidade de cuidar de algum,
o que pode significar, cuidar da sua prpria loucura da qual esse
paciente o porta voz.
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Estgios de ciclo de vida familiar Processo emocional de transio
Mudanas de 2. Ordem no status familiar necessrias para prosseguir o
desenvolvimento 1.Saindo de casa: jovens solteiros 2.A unio de
famlias no casamento: o novo casal 3.Famlias com filhos pequenos
4.Famlias com adolescentes 5.Lanando os filhos e seguindo em frente
6. Famlias no estgio tardio da vida
Slide 91
FIM
Slide 92
BIBLIOGRAFIA 1.ACKERMAN, N. W.-Diagnstico e Tratamento das
Relaes Familiares. Porto-Alegre, Artes Mdicas, 1995. 1.ACKERMAN, N.
W.-Diagnstico e Tratamento das Relaes Familiares. Porto-Alegre,
Artes Mdicas, 1995. 2.BLEANDOUM,G.-Hopitaux de Jour et psychiatrie
dans la communaute. Paris, Payot, 1974. 2.BLEANDOUM,G.-Hopitaux de
Jour et psychiatrie dans la communaute. Paris, Payot, 1974.
3.BLEGER, J.-Psicohigiene y psicologia institucional.Buenos Aires,
Paids, 1966. 3.BLEGER, J.-Psicohigiene y psicologia
institucional.Buenos Aires, Paids, 1966. 4.BOWEN, M.-Principles and
Thecniques of Multiple Family Therapy, in BRADT, J. O. and
MORGNIHAN, O.J. Systems Therapy- Selected Paper: Theory, Technique
and Research, obtainable from Groome Child Guidance Center, 5225
Loughborough Rd., N.W., Washington, D.C. 20016. 4.BOWEN,
M.-Principles and Thecniques of Multiple Family Therapy, in BRADT,
J. O. and MORGNIHAN, O.J. Systems Therapy- Selected Paper: Theory,
Technique and Research, obtainable from Groome Child Guidance
Center, 5225 Loughborough Rd., N.W., Washington, D.C. 20016.
Slide 93
BIBLIOGRAFIA 5. EIGUER,A.-O Parentesco Fantasmtico.So
Paulo,Casa do Psiclogo,1995. 5. EIGUER,A.-O Parentesco
Fantasmtico.So Paulo,Casa do Psiclogo,1995. 6. GLICK, J.D.&
KESSELER, D.R.-Marital and Family Therapy. London, Hogarth, l988.
6. GLICK, J.D.& KESSELER, D.R.-Marital and Family Therapy.
London, Hogarth, l988. 7. GOLDBERG, Jairo.-A Clnica da Psicose um
projeto na Rede Pblica.Rio de Janeiro, Te Cor, 1994. 7. GOLDBERG,
Jairo.-A Clnica da Psicose um projeto na Rede Pblica.Rio de
Janeiro, Te Cor, 1994. 8. GRECO, Francisco.-Introduo de Tratamentos
Psicolgicos e Sociais em Enfermarias psiquitricas: contribuio
teraputica de esquizofrnicos hospitalizados. Dissertao de Mestrado
- Universidade de So Paulo, 1988. 8. GRECO, Francisco.-Introduo de
Tratamentos Psicolgicos e Sociais em Enfermarias psiquitricas:
contribuio teraputica de esquizofrnicos hospitalizados. Dissertao
de Mestrado - Universidade de So Paulo, 1988. 9. JONAS, M. Famlia e
Doena Mental: repensando a relao entre profissionais de sade e
familiares. So Paulo, Escrituras Editora, 2001. 9. JONAS, M. Famlia
e Doena Mental: repensando a relao entre profissionais de sade e
familiares. So Paulo, Escrituras Editora, 2001. 10. MINUCHIN,
S.-Famlies and Family Therapy.Cambridge, Harvard University Press,
1974. 10. MINUCHIN, S.-Famlies and Family Therapy.Cambridge,
Harvard University Press, 1974.
Slide 94
BIBLIOGRAFIA 11. PICHON - RIVIERE, E.-O Processo Grupal. So
Paulo, Martins Fontes, 1991. 11. PICHON - RIVIERE, E.-O Processo
Grupal. So Paulo, Martins Fontes, 1991. 12. PITTA, A.M.F.- Avaliao
de Servios e a produo de cidadania. In: KALIL, M.E. (org.). Sade
Mental e cidadania nos sistemas locais de sade. So Paulo, Hucitec,
1992. 12. PITTA, A.M.F.- Avaliao de Servios e a produo de
cidadania. In: KALIL, M.E. (org.). Sade Mental e cidadania nos
sistemas locais de sade. So Paulo, Hucitec, 1992. 13. SKYNNER,
A.C.R.- One Flash:Separate Persons-Principles of Familiy and
Marital Psychotherapy. Group Analysis, V : 95-98, 1962. 13.
SKYNNER, A.C.R.- One Flash:Separate Persons-Principles of Familiy
and Marital Psychotherapy. Group Analysis, V : 95-98, 1962. 14.
TOMMASI, MCF. - Uma Experincia Institucional com Grupos
Multifamiliares no Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clnicas
da Faculdade de Medicina da Universidade de So Paulo, Revista de
Psiquiatria Clnica 23(10): 33-40, 1996. 14. TOMMASI, MCF. - Uma
Experincia Institucional com Grupos Multifamiliares no Instituto de
Psiquiatria do Hospital das Clnicas da Faculdade de Medicina da
Universidade de So Paulo, Revista de Psiquiatria Clnica 23(10):
33-40, 1996. 15. SILVA, MCF. - Fundamentos e Prtica em Hospital-Dia
e Reabilitao Psicossocial. So Paulo, Atheneu, 2008. 15. SILVA, MCF.
- Fundamentos e Prtica em Hospital-Dia e Reabilitao Psicossocial.
So Paulo, Atheneu, 2008. 16. WINNICOTT, D.W. A Famlia e o
Desenvolvimento Individual. So Paulo, Martins Fontes, 1993. 16.
WINNICOTT, D.W. A Famlia e o Desenvolvimento Individual. So Paulo,
Martins Fontes, 1993.