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FAMÍLIA FAMÍLIA Autora: Dra. Beatriz Verri Autora: Dra. Beatriz Verri

FAMÍLIA Autora: Dra. Beatriz Verri. O CONCEITO DE FAMÍLIA Poucos conceitos evoluíram e modificaram-se tanto, através dos tempos, como o de família. A

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  • FAMLIA Autora: Dra. Beatriz Verri
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  • O CONCEITO DE FAMLIA Poucos conceitos evoluram e modificaram-se tanto, atravs dos tempos, como o de famlia. A etimologia refere-se a dois vocbulos: famlia (conjunto de escravos e servidores de uma pessoa) e famulus do latim (servidor, escravo domstico). O termo encontrado nas lnguas latinas (famlia, famille), j no sculo XIV e na lngua inglesa (family) no incio do sculo XV. Poucos conceitos evoluram e modificaram-se tanto, atravs dos tempos, como o de famlia. A etimologia refere-se a dois vocbulos: famlia (conjunto de escravos e servidores de uma pessoa) e famulus do latim (servidor, escravo domstico). O termo encontrado nas lnguas latinas (famlia, famille), j no sculo XIV e na lngua inglesa (family) no incio do sculo XV. Nas sociedades ocidentais da atualidade, a noo mais generalizada de famlia est, predominantemente, ligada idia de um casal e seus filhos, isto , famlia nuclear. Nas sociedades ocidentais da atualidade, a noo mais generalizada de famlia est, predominantemente, ligada idia de um casal e seus filhos, isto , famlia nuclear. Murdock (1976) conceitua a famlia como um agrupamento social caracterizado por residncia comum, cooperao econmica e reproduo. Para o autor, famlia competiriam as funes sexuais, econmicas, reprodutivas e educacionais. Murdock (1976) conceitua a famlia como um agrupamento social caracterizado por residncia comum, cooperao econmica e reproduo. Para o autor, famlia competiriam as funes sexuais, econmicas, reprodutivas e educacionais.
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  • O CONCEITO DE FAMLIA A estrutura familiar atual, centrada na afeio e na intensificao das relaes entre pais e filhos na privacidade de suas casas, uma inveno relativamente recente na histria do homem ocidental, ganhando contornos mais ntidos a partir do sculo XVII na Europa. A estrutura familiar atual, centrada na afeio e na intensificao das relaes entre pais e filhos na privacidade de suas casas, uma inveno relativamente recente na histria do homem ocidental, ganhando contornos mais ntidos a partir do sculo XVII na Europa. Estudo clssico de Aris Histria social da criana e da famlia retrata com detalhes o processo histrico que resultou na constituio dos costumes e valores da famlia moderna. Estudo clssico de Aris Histria social da criana e da famlia retrata com detalhes o processo histrico que resultou na constituio dos costumes e valores da famlia moderna.
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  • O CONCEITO DE FAMLIA Na sociedade medieval no havia condies objetivas para a constituio de uma noo de privacidade e de intimidade entre os indivduos em suas habitaes. Na sociedade medieval no havia condies objetivas para a constituio de uma noo de privacidade e de intimidade entre os indivduos em suas habitaes. As famlias eram grandes agrupamentos compostos no apenas por parentes consangneos, mas tambm pelos servidores e protegidos. As famlias eram grandes agrupamentos compostos no apenas por parentes consangneos, mas tambm pelos servidores e protegidos. Nos casares, nos espaos onde as pessoas se alimentavam, tambm dormiam, namoravam, danavam, trabalhavam e recebiam visitas. Nos casares, nos espaos onde as pessoas se alimentavam, tambm dormiam, namoravam, danavam, trabalhavam e recebiam visitas. Nesse perodo a durao da infncia era reduzida a seu perodo mais frgil. Nesse perodo a durao da infncia era reduzida a seu perodo mais frgil.
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  • O CONCEITO DE FAMLIA A passagem da famlia medieval para a moderna implicou numa lenta e insidiosa construo de um novo sentimento de famlia. A passagem da famlia medieval para a moderna implicou numa lenta e insidiosa construo de um novo sentimento de famlia. Essa transformao foi possvel porque a famlia modificou suas relaes e atribuies com a criana. Essa transformao foi possvel porque a famlia modificou suas relaes e atribuies com a criana. A presena constante da criana na escola sob interveno do Estado, da Igreja e das referncias do mundo psi. A presena constante da criana na escola sob interveno do Estado, da Igreja e das referncias do mundo psi.
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  • O CONCEITO DE FAMLIA Ento simultaneamente ao fortalecimento da escola, a casa da famlia foi perdendo seu carter de espao social aberto, para se fechar em sua privacidade. Ento simultaneamente ao fortalecimento da escola, a casa da famlia foi perdendo seu carter de espao social aberto, para se fechar em sua privacidade. Nos sculos XVIII e XIX vai aos poucos se constituindo a tpica famlia moderna, formada pelo homem provedor financeiro... Nos sculos XVIII e XIX vai aos poucos se constituindo a tpica famlia moderna, formada pelo homem provedor financeiro...
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  • O CONCEITO DE FAMLIA O conceito cvel (1916) define: a famlia compreende as pessoas unidas pelo casamento, as provenientes dessa unio, as que descendem de um tronco ancestral comum e as vinculadas por adoo. Em sentido restrito corresponde aos cnjuges e aos filhos. O conceito cvel (1916) define: a famlia compreende as pessoas unidas pelo casamento, as provenientes dessa unio, as que descendem de um tronco ancestral comum e as vinculadas por adoo. Em sentido restrito corresponde aos cnjuges e aos filhos. Adotaremos o conceito de famlia em seu aspecto nuclear, e parentes ou agregados que coabitam e, principalmente, interagem, caracterizando uma dinmica psicossocial estruturada. Adotaremos o conceito de famlia em seu aspecto nuclear, e parentes ou agregados que coabitam e, principalmente, interagem, caracterizando uma dinmica psicossocial estruturada.
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  • O CONCEITO DE FAMLIA Muitas questes esto implicadas nessas definies: espao e tempo compartilhados, formao e manuteno de laos, hereditariedade, adoo, legitimao, transmisso e legados. Tudo isso regido por leis que organizam as relaes e situam os indivduos em uma linhagem. Muitas questes esto implicadas nessas definies: espao e tempo compartilhados, formao e manuteno de laos, hereditariedade, adoo, legitimao, transmisso e legados. Tudo isso regido por leis que organizam as relaes e situam os indivduos em uma linhagem.
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  • Durante o decurso de sua vida, na interao com a famlia e com a sociedade que o ser humano obtm as condies necessrias para seu o desenvolvimento biopsicossocial. No apenas o recm nascido sucumbe diante do abandono dos demais, mas o equilbrio emocional, os processos de subjetivao, a realizao dos ideais de vida, o aprendizado e a adaptabilidade ao meio s so possveis graas aos circunstantes, com os quais o homem convive obrigatria e permanentemente. A subjetividade se d sempre na presena de um outro. a partir de algum que me reconhea que sinto minha prpria existncia. Durante o decurso de sua vida, na interao com a famlia e com a sociedade que o ser humano obtm as condies necessrias para seu o desenvolvimento biopsicossocial. No apenas o recm nascido sucumbe diante do abandono dos demais, mas o equilbrio emocional, os processos de subjetivao, a realizao dos ideais de vida, o aprendizado e a adaptabilidade ao meio s so possveis graas aos circunstantes, com os quais o homem convive obrigatria e permanentemente. A subjetividade se d sempre na presena de um outro. a partir de algum que me reconhea que sinto minha prpria existncia. Poderamos brincar com Descartes e dizer o outro existe, logo existo. o outro que d referncias sobre minha existncia. Poderamos brincar com Descartes e dizer o outro existe, logo existo. o outro que d referncias sobre minha existncia.
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  • A importncia da famlia A famlia envolve uma organizao de espaos e tempos. Seu presente traz sempre registros do passado e continuamente prepara o futuro. A famlia envolve uma organizao de espaos e tempos. Seu presente traz sempre registros do passado e continuamente prepara o futuro. Como tudo o que acontece em famlia, as diversas vivncias, compartilhadas ou mantidas em segredo, no permanecem como propriedade exclusiva do indivduo. H constantemente um processo de mtua influncia. Como tudo o que acontece em famlia, as diversas vivncias, compartilhadas ou mantidas em segredo, no permanecem como propriedade exclusiva do indivduo. H constantemente um processo de mtua influncia. Dessa forma, tudo o que se passa em famlia deixa marcas, cujos traos atravessam geraes, determinando, inconscientemente, respostas e condutas. Dessa forma, tudo o que se passa em famlia deixa marcas, cujos traos atravessam geraes, determinando, inconscientemente, respostas e condutas.
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  • A importncia da famlia Ao pensarmos na pr-maturidade do beb humano, a finalidade primeira da famlia assegurar sua sobrevivncia e proteg-lo tanto de condies naturais quanto daquelas externas e adversas. Ao pensarmos na pr-maturidade do beb humano, a finalidade primeira da famlia assegurar sua sobrevivncia e proteg-lo tanto de condies naturais quanto daquelas externas e adversas. No entanto, notadamente no CAMPO PSQUICO que a famlia se revela indispensvel, j que o psiquismo humano se constitui a partir de um tecido psquico grupal (Kes, 1976) por consanginidade ou adoo que permite em condies suficientemente boas, a emergncia de aparelhos psquicos individuais. No entanto, notadamente no CAMPO PSQUICO que a famlia se revela indispensvel, j que o psiquismo humano se constitui a partir de um tecido psquico grupal (Kes, 1976) por consanginidade ou adoo que permite em condies suficientemente boas, a emergncia de aparelhos psquicos individuais.
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  • Familidade Para Meyer (2002), a tarefa bsica da famlia auxiliar os indivduos que a compem na travessia de uma situao de absoluta dependncia para uma gradativa autonomia. Para Meyer (2002), a tarefa bsica da famlia auxiliar os indivduos que a compem na travessia de uma situao de absoluta dependncia para uma gradativa autonomia. Ao falar de familidade, o autor aborda uma parte da vida mental que se v continuamente estimulada e ativada pela interao familiar, com a funo de lidar com tal experincia e organiz- la. Ao falar de familidade, o autor aborda uma parte da vida mental que se v continuamente estimulada e ativada pela interao familiar, com a funo de lidar com tal experincia e organiz- la. A famlia tambm fornece ao indivduo um aspecto de sua identidade que faz com que ele, internamente, se veja como participante dessa organizao. A famlia tambm fornece ao indivduo um aspecto de sua identidade que faz com que ele, internamente, se veja como participante dessa organizao.
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  • Sentimento de pertena Todo processo de subjetivao um processo de HUMANIZAO que portanto envolve o outro. A possibilidade de vir a ser ns o anseio de ser de cada ser humano. uma expanso da integridade de si, de ser UM em COMUNIDADE. A nossa famlia (Safra, 2009).
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  • Tudo Comea em Casa Winnicott (1983), destaca uma dimenso fundamental da condio humana: a importncia dos fatores ambientais desde o incio da vida, desde a concepo do feto, ou at mesmo antes (expectativas dos pais). Winnicott (1983), destaca uma dimenso fundamental da condio humana: a importncia dos fatores ambientais desde o incio da vida, desde a concepo do feto, ou at mesmo antes (expectativas dos pais).
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  • A importncia do ambiente Levar em considerao o ambiente, na constituio e estruturao psquicas fundamentais do ser humano, vislumbrar a importncia do fator dependncia (caracterstica do incio de todos os seres humanos): dependncia da figura materna, da figura paterna, dependncia dos outros componentes da famlia, dos valores culturais da poca e inclusive das normas correntes por exemplo da medicina, e da psicologia da poca (pediatria, puericultura, psicologia do desenvolvimento). Levar em considerao o ambiente, na constituio e estruturao psquicas fundamentais do ser humano, vislumbrar a importncia do fator dependncia (caracterstica do incio de todos os seres humanos): dependncia da figura materna, da figura paterna, dependncia dos outros componentes da famlia, dos valores culturais da poca e inclusive das normas correntes por exemplo da medicina, e da psicologia da poca (pediatria, puericultura, psicologia do desenvolvimento).
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  • Me ambiente Para Winnicott, a vida psquica comea com uma experincia de fuso existe apenas um corpo e um psiquismo para duas pessoas (uma unidade indivisvel). Para Winnicott, a vida psquica comea com uma experincia de fuso existe apenas um corpo e um psiquismo para duas pessoas (uma unidade indivisvel).
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  • Me universo Para o beb, sua me e ele prprio constituem uma nica pessoa. Embora ele j seja um ser separado, com suas capacidades inatas, cujas potencialidades ainda no se realizaram, o beb no tem conscincia disso. A me no ainda um objeto distinto, ela um ambiente total, uma me-universo e o beb no passa de uma pequena parcela dessa imensa unidade. (Winnicott, 1983) Para o beb, sua me e ele prprio constituem uma nica pessoa. Embora ele j seja um ser separado, com suas capacidades inatas, cujas potencialidades ainda no se realizaram, o beb no tem conscincia disso. A me no ainda um objeto distinto, ela um ambiente total, uma me-universo e o beb no passa de uma pequena parcela dessa imensa unidade. (Winnicott, 1983)
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  • Winnicott (1993) afirma que no existe beb sem me e que no existe me sem beb, existe apenas uma unidade. Dessa forma, o autor estabelece a importncia do meio ambiente (me) para o desenvolvimento do indivduo. Ser somente por meio dos cuidados dessa figura (ou alguma substituta, desde que, com um mnimo de constncia) que o psiquismo do beb poder se desenvolver, gradativamente, por seus estados e estgios naturais. Winnicott (1993) afirma que no existe beb sem me e que no existe me sem beb, existe apenas uma unidade. Dessa forma, o autor estabelece a importncia do meio ambiente (me) para o desenvolvimento do indivduo. Ser somente por meio dos cuidados dessa figura (ou alguma substituta, desde que, com um mnimo de constncia) que o psiquismo do beb poder se desenvolver, gradativamente, por seus estados e estgios naturais. A relao constri a subjetividade, no existindo a possibilidade do si mesmo sem esse contato. A relao constri a subjetividade, no existindo a possibilidade do si mesmo sem esse contato.
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  • Tudo Comea em Casa Nesse momento de vida do beb, a devoo materna fundamental pois a possibilidade desse beb existir num lugar seguro e acolhedor. Nesse momento de vida do beb, a devoo materna fundamental pois a possibilidade desse beb existir num lugar seguro e acolhedor. Na relao me-beb, os pais podem ter sonhos em relao a ele, mas importante. que esses sonhos no saturem o espao de modo que a singularidade do beb fique achatada. impte. que esses anseios sejam ensaios da possibilidade de poder receber a criana que chega. Na relao me-beb, os pais podem ter sonhos em relao a ele, mas importante. que esses sonhos no saturem o espao de modo que a singularidade do beb fique achatada. impte. que esses anseios sejam ensaios da possibilidade de poder receber a criana que chega.
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  • Devoo e funo especular No poder viver uma experincia dessa (preocupao materna primria), significa a impossibilidade de ter entrado no mundo do humano. Devoo abertura para o outro, um certo esquecimento de si, dar lugar para que o indito do outro possa acontecer e tornar-se uma experincia constitutiva do humano. No poder viver uma experincia dessa (preocupao materna primria), significa a impossibilidade de ter entrado no mundo do humano. Devoo abertura para o outro, um certo esquecimento de si, dar lugar para que o indito do outro possa acontecer e tornar-se uma experincia constitutiva do humano. A funo especular, da me reflete aquilo que ela v no beb. A me espelha o beb como ser, no um espelho que joga o beb num plano bidimensional, ela reflete o que ele , reflete alteridade, reconhece o que o beb , e o beb peculiar, singular desde o princpio. A funo especular, da me reflete aquilo que ela v no beb. A me espelha o beb como ser, no um espelho que joga o beb num plano bidimensional, ela reflete o que ele , reflete alteridade, reconhece o que o beb , e o beb peculiar, singular desde o princpio.
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  • Tudo comea em casa O ser humano tem a necessidade de ser reconhecido pelo que ele . Tem a necessidade de reencontrar o que lhe singular no rosto da me, na fala da me. O ser humano tem a necessidade de ser reconhecido pelo que ele . Tem a necessidade de reencontrar o que lhe singular no rosto da me, na fala da me. A realidade de si mesmo dada pelo olhar do outro o que portanto emoldura a prpria singularidade. A realidade de si mesmo dada pelo olhar do outro o que portanto emoldura a prpria singularidade. A pessoa que no pode ser reconhecida pelo outro naquilo que lhe singular, vive uma experincia de INVISIBILIDADE, o que faz com que ela no se sinta real. A pessoa que no pode ser reconhecida pelo outro naquilo que lhe singular, vive uma experincia de INVISIBILIDADE, o que faz com que ela no se sinta real.
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  • Holding Winnicott fala da necessidade do meio ambiente de sustentao para que o processo de continuidade de ser possa se desenvolver numa criana. Winnicott fala da necessidade do meio ambiente de sustentao para que o processo de continuidade de ser possa se desenvolver numa criana.
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  • Holding A funo principal da figura materna, o holding reduzir de modo significativo as invases (impingements) traumticas, pois de outra maneira, a cr. experienciar o aniquilamento do ser pessoal, um terror que W. chama de agonia impensvel. A alternativa a ser reagir, e reagir interrompe o ser e o aniquila. H um colapso no mbito da confiabilidade. A funo principal da figura materna, o holding reduzir de modo significativo as invases (impingements) traumticas, pois de outra maneira, a cr. experienciar o aniquilamento do ser pessoal, um terror que W. chama de agonia impensvel. A alternativa a ser reagir, e reagir interrompe o ser e o aniquila. H um colapso no mbito da confiabilidade. Nesse momento, o fracasso nas tentativas de integrao levam o indivduo a viver a desintegrao, um estado muito doloroso, que significa o abandono aos impulsos incontrolveis e portanto a vivncia do caos. Nesse momento, o fracasso nas tentativas de integrao levam o indivduo a viver a desintegrao, um estado muito doloroso, que significa o abandono aos impulsos incontrolveis e portanto a vivncia do caos.
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  • Inmeros autores j pesquisaram os processos pelos quais a personalidade da criana estrutura-se, gradativamente, de acordo com os padres de conduta de seus pais, irmos e familiares prximos, formando uma base para a sociabilidade. Segundo as palavras de Abdo e Meleiro (1992): no seio familiar que se desenvolvem as sensaes de segurana, auto-estima, confiana e auto- preservao. Inmeros autores j pesquisaram os processos pelos quais a personalidade da criana estrutura-se, gradativamente, de acordo com os padres de conduta de seus pais, irmos e familiares prximos, formando uma base para a sociabilidade. Segundo as palavras de Abdo e Meleiro (1992): no seio familiar que se desenvolvem as sensaes de segurana, auto-estima, confiana e auto- preservao.
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  • Navarro (1974), citando Ackerman, afirma que famlia compete: 1. assegurar a sobrevivncia fsica e da espcie. 2. Desenvolver o basicamente humano no homem: a) proviso de alimento e brigo; b) ligao afetiva; c) identidade pessoal; d) desenvolvimento da aprendizagem e da criatividade. Navarro (1974), citando Ackerman, afirma que famlia compete: 1. assegurar a sobrevivncia fsica e da espcie. 2. Desenvolver o basicamente humano no homem: a) proviso de alimento e brigo; b) ligao afetiva; c) identidade pessoal; d) desenvolvimento da aprendizagem e da criatividade.
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  • Famlia e ps modernidade Vivemos numa sociedade que privilegia cada vez mais o individualismo e o imediatismo. Cada hoje j se tornando ontem. Vivemos numa sociedade que privilegia cada vez mais o individualismo e o imediatismo. Cada hoje j se tornando ontem. potncia do tecnolgico X condio do pensar potncia do tecnolgico X condio do pensar imagemcontemplar prazersimblico Presenciamos a famlia num contexto sem regras estveis, tendo que absorver as vicissitudes da vida moderna. Presenciamos a famlia num contexto sem regras estveis, tendo que absorver as vicissitudes da vida moderna.
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  • Famlia e ps modernidade UM EXCESSO QUE NA VERDADE DENUNCIA A FALTA. UM EXCESSO QUE NA VERDADE DENUNCIA A FALTA. a valorizao do presente e do futuro em detrimento do passado. H um desprezo pelo antigo, havendo uma ruptura na cadeia geracional impossibilitando uma das tarefas mais importantes da famlia que a transformao dos contedos psquicos atravs das geraes. a valorizao do presente e do futuro em detrimento do passado. H um desprezo pelo antigo, havendo uma ruptura na cadeia geracional impossibilitando uma das tarefas mais importantes da famlia que a transformao dos contedos psquicos atravs das geraes. Hoje vivemos um borramento de papis, a funo paterna diluda, famlias chefiadas por mulheres, famlias reconstitudas. Hoje vivemos um borramento de papis, a funo paterna diluda, famlias chefiadas por mulheres, famlias reconstitudas. O modelo da famlia nuclear mudou muito. O modelo da famlia nuclear mudou muito.
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  • Famlia e adoecimento Portanto, se consideramos a famlia como a unidade bsica de crescimento e experincia, nesse sentido, ela tambm a unidade bsica de sade e doena (Ackerman, 1978). Portanto, se consideramos a famlia como a unidade bsica de crescimento e experincia, nesse sentido, ela tambm a unidade bsica de sade e doena (Ackerman, 1978). J que ela a principal responsvel pela formao da identidade do indivduo, torna-se ento fundamental entender o transtorno mental como um processo familiar, questionando-se a eficcia de qualquer tratamento que no leve em considerao a sntese total desse indivduo (devendo necessariamente incluir sua famlia). J que ela a principal responsvel pela formao da identidade do indivduo, torna-se ento fundamental entender o transtorno mental como um processo familiar, questionando-se a eficcia de qualquer tratamento que no leve em considerao a sntese total desse indivduo (devendo necessariamente incluir sua famlia).
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  • A Importncia da Famlia Segundo alguns autores (Bowen, Eiguer - 4,5) a famlia a principal responsvel pela formao da identidade do indivduo que dela faz parte e, torna-se fundamental entender a doena mental como um processo familiar, questionando-se a eficcia de qualquer tratamento que no leve em considerao a sntese total desse indivduo (devendo necessariamente incluir sua famlia ). Segundo alguns autores (Bowen, Eiguer - 4,5) a famlia a principal responsvel pela formao da identidade do indivduo que dela faz parte e, torna-se fundamental entender a doena mental como um processo familiar, questionando-se a eficcia de qualquer tratamento que no leve em considerao a sntese total desse indivduo (devendo necessariamente incluir sua famlia ).
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  • O estudo criterioso do desenvolvimento dos vnculos familiares permite elucidar o modo como o aparecimento de uma doena desestrutura a dinmica de funcionamento da famlia e, tambm, como interaes familiares desajustadas favorecem ou precipitam o aparecimento de doenas em um ou mais de seus membros. O estudo criterioso do desenvolvimento dos vnculos familiares permite elucidar o modo como o aparecimento de uma doena desestrutura a dinmica de funcionamento da famlia e, tambm, como interaes familiares desajustadas favorecem ou precipitam o aparecimento de doenas em um ou mais de seus membros. Os papis que o paciente desempenha na famlia e esta, em relao a ele, adquirem formas muito peculiares que dependem de uma rede muito extensa de articulaes. A inequvoca importncia dos determinantes scio-familiares no desencadeamento e evoluo dos quadros clnicos indica, claramente, que a abordagem do paciente psiquitrico deve incluir intervenes com a famlia e com o meio social. Os papis que o paciente desempenha na famlia e esta, em relao a ele, adquirem formas muito peculiares que dependem de uma rede muito extensa de articulaes. A inequvoca importncia dos determinantes scio-familiares no desencadeamento e evoluo dos quadros clnicos indica, claramente, que a abordagem do paciente psiquitrico deve incluir intervenes com a famlia e com o meio social.
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  • Longe de responsabilizar as interaes scio- familiares como nicas determinantes pela ecloso dos transtornos mentais estamos simplesmente considerando at que ponto tais interaes podem dificultar, ou mesmo impedir, uma adequada evoluo do ser humano no desenvolvimento dos seus papis ao longo da vida. preciso assinalar, tambm, que existem considerveis indcios que demonstram os benefcios da participao da famlia no tratamento. Longe de responsabilizar as interaes scio- familiares como nicas determinantes pela ecloso dos transtornos mentais estamos simplesmente considerando at que ponto tais interaes podem dificultar, ou mesmo impedir, uma adequada evoluo do ser humano no desenvolvimento dos seus papis ao longo da vida. preciso assinalar, tambm, que existem considerveis indcios que demonstram os benefcios da participao da famlia no tratamento.
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  • A Importncia da Famlia Segundo Winnicott (1958), quando somos chamados a intervir em situaes de desorganizao da dinmica familiar, devemos procurar compreender os fatores subjacentes ao problema manifesto para que nossa ajuda possa ser a mais adequada possvel. Segundo Winnicott (1958), quando somos chamados a intervir em situaes de desorganizao da dinmica familiar, devemos procurar compreender os fatores subjacentes ao problema manifesto para que nossa ajuda possa ser a mais adequada possvel. O sofrimento da populao que procura atendimento numa instituio deve ser entendido numa estrutura mais ampla, como uma experincia contnua de integrao emocional com seu ambiente, seu grupo familiar e sua interao com eles, focando principalmente no entendimento do contexto no qual este indivduo se encontra (8). O sofrimento da populao que procura atendimento numa instituio deve ser entendido numa estrutura mais ampla, como uma experincia contnua de integrao emocional com seu ambiente, seu grupo familiar e sua interao com eles, focando principalmente no entendimento do contexto no qual este indivduo se encontra (8).
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  • A Importncia da Famlia O equilbrio dinmico do indivduo e do grupo influencia: O equilbrio dinmico do indivduo e do grupo influencia: 1. a precipitao da doena 2. o curso da mesma 3. a possibilidade de recuperao 4. o risco de recidiva. Esta estabilidade depende de um padro delicado de equilbrio e intercmbio emocional no qual cada membro afetado por todos os outros. Segundo Ackerman (1978), a famlia a unidade bsica de crescimento e experincia e nesse sentido, ela tambm a unidade bsica de doena e sade (Tommasi, 1996). Esta estabilidade depende de um padro delicado de equilbrio e intercmbio emocional no qual cada membro afetado por todos os outros. Segundo Ackerman (1978), a famlia a unidade bsica de crescimento e experincia e nesse sentido, ela tambm a unidade bsica de doena e sade (Tommasi, 1996).
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  • Funcional X Disfuncional Parece que de fato no existem famlias idealmente saudveis mas apenas aquelas que so ou predominantemente saudveis ou predominantemente doentes. Entende-se aqui por famlias doentes, aquelas que progressivamente no conseguiram levar adiante suas funes familiares e que em estgios mais graves foi-se observando sinais de desintegrao emocional os quais dependendo das circunstncias acabavam culminando na desorganizao dos vnculos familiares e no surgimento de diferentes psicopatologias. Parece que de fato no existem famlias idealmente saudveis mas apenas aquelas que so ou predominantemente saudveis ou predominantemente doentes. Entende-se aqui por famlias doentes, aquelas que progressivamente no conseguiram levar adiante suas funes familiares e que em estgios mais graves foi-se observando sinais de desintegrao emocional os quais dependendo das circunstncias acabavam culminando na desorganizao dos vnculos familiares e no surgimento de diferentes psicopatologias.
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  • Famlias desintegradas Ento, frequentemente nessas situaes, nessas famlias socialmente caticas que aparecem formas mltiplas de doenas psiquitricas e desajustamento social. Na maioria das vezes, as famlias que chegam ao hospital j esto nesse processo de desintegrao, e como veremos adiante o paciente na maior parte dos casos mostra-se como o sintoma emergente de toda esta dinmica. Ento, frequentemente nessas situaes, nessas famlias socialmente caticas que aparecem formas mltiplas de doenas psiquitricas e desajustamento social. Na maioria das vezes, as famlias que chegam ao hospital j esto nesse processo de desintegrao, e como veremos adiante o paciente na maior parte dos casos mostra-se como o sintoma emergente de toda esta dinmica.
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  • Sendo assim, um dos objetivos do atendimento s famlias capacit-las para lidar com essas adversidades. Entende-se a famlia como CUIDADOR PRIMRIO desse paciente. Sendo assim, um dos objetivos do atendimento s famlias capacit-las para lidar com essas adversidades. Entende-se a famlia como CUIDADOR PRIMRIO desse paciente. Aborda-se o clima afetivo do ambiente familiar, a sobrecarga e o desconforto emocional destes familiares e as caractersticas destas famlias que propiciam novas recadas no quadro psiquitrico de seu familiar. Aborda-se o clima afetivo do ambiente familiar, a sobrecarga e o desconforto emocional destes familiares e as caractersticas destas famlias que propiciam novas recadas no quadro psiquitrico de seu familiar. Nas intervenes Institucionais desejamos que os cuidadores sejam mais tolerantes s mudanas pelas quais o membro doente passa e mais realistas quanto s expectativas em relao ao tratamento (Scazufca, 2000). Nas intervenes Institucionais desejamos que os cuidadores sejam mais tolerantes s mudanas pelas quais o membro doente passa e mais realistas quanto s expectativas em relao ao tratamento (Scazufca, 2000).
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  • Necessidades bsicas No entanto... deve-se levar em conta que muitas vezes, os perigos que essas famlias enfrentam so reais. No um perigo neurtico imaginado, so privaes muito bsicas como fome, falta de dinheiro e de moradia. Em alguns pases desenvolvidos muito comum que antes de iniciar qualquer tipo de interveno teraputica com as famlias, elas sejam primeiramente supridas em suas necessidades mais bsicas (Bleandoum, 2). No entanto... deve-se levar em conta que muitas vezes, os perigos que essas famlias enfrentam so reais. No um perigo neurtico imaginado, so privaes muito bsicas como fome, falta de dinheiro e de moradia. Em alguns pases desenvolvidos muito comum que antes de iniciar qualquer tipo de interveno teraputica com as famlias, elas sejam primeiramente supridas em suas necessidades mais bsicas (Bleandoum, 2).
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  • Ajuda Adequada Segundo Winnicott (16), quando somos chamados a intervir em situaes de desorganizao da dinmica familiar, devemos procurar compreender os fatores subjacentes ao problema manifesto para que nossa ajuda possa ser a mais adequada possvel. Segundo Winnicott (16), quando somos chamados a intervir em situaes de desorganizao da dinmica familiar, devemos procurar compreender os fatores subjacentes ao problema manifesto para que nossa ajuda possa ser a mais adequada possvel.
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  • Interveno psicanaltica Em linhas gerais, as intervenes psicanalticas privilegiam a resoluo de conflitos interpessoais a partir da elucidao das motivaes inconscientes dos membros da famlia. A presena do terapeuta dirigida elucidao do significado inconsciente do funcionamento do grupo parental, examinando sua natureza, suas origens e o papel que desempenha na manuteno de um certo nvel de estabilidade da estrutura (Melman, 9). Em linhas gerais, as intervenes psicanalticas privilegiam a resoluo de conflitos interpessoais a partir da elucidao das motivaes inconscientes dos membros da famlia. A presena do terapeuta dirigida elucidao do significado inconsciente do funcionamento do grupo parental, examinando sua natureza, suas origens e o papel que desempenha na manuteno de um certo nvel de estabilidade da estrutura (Melman, 9).
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  • Etiologia: me Esquizofrenognica Um dos primeiros trabalhos importantes nessa rea foi elaborado por Reichman, em 1948, que ao estudar a relao do paciente esquizofrnico com sua famlia, formula o conceito de me esquizofrenognica, atribuindo, desta maneira, a explicao etiolgica da esquizofrenia relao me e filho. A autora descreve essa me como sendo uma pessoa autoritria, dominadora, ambivalente, que seria complementada por um pai passivo, indiferente e ausente. Um dos primeiros trabalhos importantes nessa rea foi elaborado por Reichman, em 1948, que ao estudar a relao do paciente esquizofrnico com sua famlia, formula o conceito de me esquizofrenognica, atribuindo, desta maneira, a explicao etiolgica da esquizofrenia relao me e filho. A autora descreve essa me como sendo uma pessoa autoritria, dominadora, ambivalente, que seria complementada por um pai passivo, indiferente e ausente.
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  • Duplo Vnculo Dentre os vrios grupos de pesquisa que se organizaram nessa poca, o grupo de Gregory Bateson, cujo trabalho foi desenvolvido em Palo Alto, teve como resultado, em 1956, a primeira publicao em trabalho clnico com famlia; o artigo clssico intitulado Towards a Theory of Schizophrenia onde formulado o conceito de duplo vnculo: Dentre os vrios grupos de pesquisa que se organizaram nessa poca, o grupo de Gregory Bateson, cujo trabalho foi desenvolvido em Palo Alto, teve como resultado, em 1956, a primeira publicao em trabalho clnico com famlia; o artigo clssico intitulado Towards a Theory of Schizophrenia onde formulado o conceito de duplo vnculo: Duas pessoas com alto nvel de envolvimento Um paradoxo infringido pela me ao beb (vtima) Repetio da experincia que passa a ser habitual Impossibilidade da vtima escapar
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  • Na Argentina, no final da dcada de 50, Pichon-Rivire inclui a famlia na sua compreenso de doena mental. O autor desenvolveu a noo do paciente como emergente de um grupo familiar doente (bode expiatrio), assumindo a funo de depositrio e porta-voz da patologia de toda a famlia. Sob essa perspectiva, o adoecimento de um membro do grupo passou a ser entendido como um pedido de ajuda e como uma forma de preservar o restante do grupo da situao destrutiva (Pichon-Rivire, 11). O autor desenvolveu a noo do paciente como emergente de um grupo familiar doente (bode expiatrio), assumindo a funo de depositrio e porta-voz da patologia de toda a famlia. Sob essa perspectiva, o adoecimento de um membro do grupo passou a ser entendido como um pedido de ajuda e como uma forma de preservar o restante do grupo da situao destrutiva (Pichon-Rivire, 11). Paciente Identificado
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  • O Paciente Identificado comum observar que na maioria das famlias comprometidas, a doena psiquitrica de um membro representa o resultado sintomtico da necessidade dos diversos outros membros se protegerem. comum observar que na maioria das famlias comprometidas, a doena psiquitrica de um membro representa o resultado sintomtico da necessidade dos diversos outros membros se protegerem. Uma parte da famlia tenta manter-se intacta s custas de outra parte. Uma parte da famlia tenta manter-se intacta s custas de outra parte. Nesse sentido, visto que a histria pessoal de cada um de algum modo nica, e que a vulnerabilidade correspondente diferente, o membro mais frgil teria maior probabilidade de tornar-se o paciente identificado (Skynner, 13) e, criana ou adulto, ele vai revelar-se freqentemente um emissrio disfarado de um grupo familiar emocionalmente deformado. Nesse sentido, visto que a histria pessoal de cada um de algum modo nica, e que a vulnerabilidade correspondente diferente, o membro mais frgil teria maior probabilidade de tornar-se o paciente identificado (Skynner, 13) e, criana ou adulto, ele vai revelar-se freqentemente um emissrio disfarado de um grupo familiar emocionalmente deformado.
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  • Resistncia Mudana Para muitos terapeutas familiares de orientao psicanaltica, todos os membros de uma famlia esto conscientemente de acordo em ajudar a superar os sintomas incmodos da pessoa doente. Mas esse movimento esconde, muitas vezes, um desejo inconsciente de no modificar o equilbrio familiar, mesmo que insatisfatrio. Qualquer mudana pode ser forte geradora de resistncias, temores de que o sistema grupal possa se desintegrar. Para muitos terapeutas familiares de orientao psicanaltica, todos os membros de uma famlia esto conscientemente de acordo em ajudar a superar os sintomas incmodos da pessoa doente. Mas esse movimento esconde, muitas vezes, um desejo inconsciente de no modificar o equilbrio familiar, mesmo que insatisfatrio. Qualquer mudana pode ser forte geradora de resistncias, temores de que o sistema grupal possa se desintegrar. Segundo esse modelo, a cada pessoa dentro de uma dinmica familiar so atribudos papis e funes. O paciente, ao carregar o papel de doente do grupo, permite que os outros caminhem relativamente bem e se encontrem protegidos dos sintomas mais graves. Segundo esse modelo, a cada pessoa dentro de uma dinmica familiar so atribudos papis e funes. O paciente, ao carregar o papel de doente do grupo, permite que os outros caminhem relativamente bem e se encontrem protegidos dos sintomas mais graves.
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  • Paciente identificado O fato de ter um paciente na famlia dificulta a diluio da problemtica entre todos os membros. Observamos uma fora que vai contra essa possibilidade. A chance deles perceberem que por traz daquele quadro clnico, esconde-se um ser humano com dificuldades que eventualmente eles prprios apresentem, muito desestruturante. O fato de ter um paciente na famlia dificulta a diluio da problemtica entre todos os membros. Observamos uma fora que vai contra essa possibilidade. A chance deles perceberem que por traz daquele quadro clnico, esconde-se um ser humano com dificuldades que eventualmente eles prprios apresentem, muito desestruturante. Existem famlias cujo paciente j est doente h dez anos e no se sabe nada a respeito de sua doena, muito menos dessa pessoa que sofre. A negao muito comum, e apesar de em alguns momentos funcionar como um recurso protetor frente a essa situao muito assustadora e desgastante, torna-se um importante obstculo qualquer possibilidade de melhora. Existem famlias cujo paciente j est doente h dez anos e no se sabe nada a respeito de sua doena, muito menos dessa pessoa que sofre. A negao muito comum, e apesar de em alguns momentos funcionar como um recurso protetor frente a essa situao muito assustadora e desgastante, torna-se um importante obstculo qualquer possibilidade de melhora.
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  • Deparamo-nos ento com famlias fragilmente estruturadas num equilbrio muitas vezes precrio, na iminncia de uma ruptura. Nesses ambientes familiares predominam a baixa qualidade das comunicaes, a violncia objetiva ou encoberta e a pobreza material e/ou afetiva.
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  • Famlias Indiferenciadas Essas famlias apresentam-se indiferenciadas, funcionando atravs de vnculos simbiticos e alianas extremamente rgidas. Essas alianas caracterizam-se pelo superenvolvimento emocional e seguidas invases. Essas famlias apresentam-se indiferenciadas, funcionando atravs de vnculos simbiticos e alianas extremamente rgidas. Essas alianas caracterizam-se pelo superenvolvimento emocional e seguidas invases. Os familiares mostram-se incapazes de perceber a qualidade e a intensidade das crticas que um exerce sobre o outro, observando-se tambm a dissimulao de fortes sentimentos de rejeio entre eles. Alm do que, so famlias cuja comunicao absolutamente atrapalhada onde um no escuta o outro, ou quando escuta, deturpa a fala sob seu ponto de vista. Os familiares mostram-se incapazes de perceber a qualidade e a intensidade das crticas que um exerce sobre o outro, observando-se tambm a dissimulao de fortes sentimentos de rejeio entre eles. Alm do que, so famlias cuja comunicao absolutamente atrapalhada onde um no escuta o outro, ou quando escuta, deturpa a fala sob seu ponto de vista.
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  • Comunicao No atendimento a uma famlia cuja paciente matriculada no hospital tem diagnstico de transtorno de personalidade borderline ocorreu uma situao que ilustra o que foi dito: No atendimento a uma famlia cuja paciente matriculada no hospital tem diagnstico de transtorno de personalidade borderline ocorreu uma situao que ilustra o que foi dito: Assim que entraram na sesso (como sempre) a me pede para a filha comear a falar... Ela comea a reclamar da me e diz que ela uma louca pois ficou tocando a campainha dos portes e no aparecia no porteiro eletrnico e ficava pra l e pra c!!!! A me por outro lado - refere que estava aflita para que no atrasassem no atendimento (pois ela foi andar no parque) e como no atenderam num porto... Ela foi no outro! Assim que entraram na sesso (como sempre) a me pede para a filha comear a falar... Ela comea a reclamar da me e diz que ela uma louca pois ficou tocando a campainha dos portes e no aparecia no porteiro eletrnico e ficava pra l e pra c!!!! A me por outro lado - refere que estava aflita para que no atrasassem no atendimento (pois ela foi andar no parque) e como no atenderam num porto... Ela foi no outro!
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  • Famlia - equipe Nesse sentido, deve-se observar que estes comportamentos repetem-se no s na famlia mas na relao com o terapeuta e tambm na relao com a equipe de sade mental. Nesse sentido, deve-se observar que estes comportamentos repetem-se no s na famlia mas na relao com o terapeuta e tambm na relao com a equipe de sade mental. A famlia reproduz padres de funcionamento doentios (extrema rigidez, indiferenciao e impermeabilidade) que interferem diretamente na atuao dos profissionais. A famlia reproduz padres de funcionamento doentios (extrema rigidez, indiferenciao e impermeabilidade) que interferem diretamente na atuao dos profissionais.
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  • Portanto o atendimento a famlias gravemente disfuncionais torna-se condio para melhor evoluo daquela situao especfica. A terapia de Famlia concebida como um processo que visa mudana de situaes de sofrimento no s atravs de fazer consciente o inconsciente familiar, mas de restabelecer de forma saudvel e diferenciada a ligao entre os elementos familiares.
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  • Famlias disfuncionais As famlias patolgicas (disfuncionais) demonstram grande intolerncia a conflitos. No tendo tido condio de fazer face s angstias inerentes ao desenvolvimento prevalecem padres narcsicos de interao. As famlias patolgicas (disfuncionais) demonstram grande intolerncia a conflitos. No tendo tido condio de fazer face s angstias inerentes ao desenvolvimento prevalecem padres narcsicos de interao. Ocorre um curto-circuito nos processos de simbolizao e a comunicao familiar costuma se apresentar bastante deficiente. Ocorre um curto-circuito nos processos de simbolizao e a comunicao familiar costuma se apresentar bastante deficiente. Funcionam de acordo com o princpio do nirvana, buscam nvel zero de tenso interna. Funcionam de acordo com o princpio do nirvana, buscam nvel zero de tenso interna.
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  • Famlias disfuncionais Nessas famlias os mitos encontram-se rigidificados e se apresentam como cnones, com as diferenas no sendo toleradas. Nessas famlias os mitos encontram-se rigidificados e se apresentam como cnones, com as diferenas no sendo toleradas. Prevalecem angstias narcsicas (de abandono, de desassistncia), angstias persecutrias (de prejuzo e injustia) e angstias catastrficas (de deixar de ser, com medo da morte psquica atravs do enlouquecimento). Prevalecem angstias narcsicas (de abandono, de desassistncia), angstias persecutrias (de prejuzo e injustia) e angstias catastrficas (de deixar de ser, com medo da morte psquica atravs do enlouquecimento).
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  • Famlias disfuncionais Os mecanismos de defesa nessas famlias so caracterizados pela massificao e intensidade. Visam certo equilbrio psquico, ainda que patolgico. Os mecanismos de defesa nessas famlias so caracterizados pela massificao e intensidade. Visam certo equilbrio psquico, ainda que patolgico. Qualquer interveno , portanto, ameaadora, porque esse equilbrio muito precrio e teme-se um desmoronamento a partir do contato com uma realidade psquica tida como muito estragada. Qualquer interveno , portanto, ameaadora, porque esse equilbrio muito precrio e teme-se um desmoronamento a partir do contato com uma realidade psquica tida como muito estragada.
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  • Tarefa bsica Segundo Recamier (1988) existem duas tarefas bsicas que cabem a todo ser humano realizar: fazer face angstia e ao luto fundamental. Angstia: prpria da natureza humana, presente desde o incio da existncia. Luto fundamental: perdas, afastamentos e desiluses inerentes ao processo de separao e individuao que no cessam nunca por serem inerentes ao desenvolvimento e vida (separao psicolgica da me e perda da iluso de onipotncia).
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  • Tarefa bsica Considerando-se a importncia que a famlia possa ter nessas tarefas universais, podemos simplificadamente dizer que quando elas se apresentam suficientemente saudveis, ajudam seus membros a super-las, individual e conjuntamente. Considerando-se a importncia que a famlia possa ter nessas tarefas universais, podemos simplificadamente dizer que quando elas se apresentam suficientemente saudveis, ajudam seus membros a super-las, individual e conjuntamente. Famlias com potencial patolgico obstinam-se em evitar, a todo custo, o vivido da angstia e a dor do luto. Famlias com potencial patolgico obstinam-se em evitar, a todo custo, o vivido da angstia e a dor do luto.
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  • Famlia disfuncional Segundo Meyer (2002), frente s ansiedades suscitadas por essas tarefas universais j que nelas esto implicadas experincias dolorosas de separao, excluso, perda, com todos os sentimentos penosos e contraditrios que so o cerne mesmo dessas experincias o grupo familiar tende a buscar modos de se livrar da dor psquica, como principalmente a ciso e a projeo dos aspectos insuportveis. Segundo Meyer (2002), frente s ansiedades suscitadas por essas tarefas universais j que nelas esto implicadas experincias dolorosas de separao, excluso, perda, com todos os sentimentos penosos e contraditrios que so o cerne mesmo dessas experincias o grupo familiar tende a buscar modos de se livrar da dor psquica, como principalmente a ciso e a projeo dos aspectos insuportveis.
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  • Mecanismos de defesa Os sistemas defensivos familiares aparecem como mecanismos matriciais para garantir a permanncia desse grupo- famlia. Em certa medida so necessrios para a sobrevivncia do grupo. Contudo quando utilizados em excesso revelam famlias cristalizadas e fragilmente estruturadas. Os sistemas defensivos familiares aparecem como mecanismos matriciais para garantir a permanncia desse grupo- famlia. Em certa medida so necessrios para a sobrevivncia do grupo. Contudo quando utilizados em excesso revelam famlias cristalizadas e fragilmente estruturadas.
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  • Mecanismos de defesa Ruffiot (1982) nos fala sobre mecanismos de defesa familiares: Ruffiot (1982) nos fala sobre mecanismos de defesa familiares: Identificao projetiva familiar: consiste no esforo para expulsar para o exterior tudo que vivido como estranho, no aceitvel e no assimilvel. Em geral so aspectos rejeitados que conforme a gravidade do funcionamento familiar sugerem a intensificao de vivncias persecutrias e tambm mecanismos de ciso, negao e controle onipotente. Identificao projetiva familiar: consiste no esforo para expulsar para o exterior tudo que vivido como estranho, no aceitvel e no assimilvel. Em geral so aspectos rejeitados que conforme a gravidade do funcionamento familiar sugerem a intensificao de vivncias persecutrias e tambm mecanismos de ciso, negao e controle onipotente. Recusa da dependncia: assinala um funcionamento familiar autrquico, com a impossibilidade de trocas e de renovao. Esta recusa quando extrema faz com que a famlia evite o reconhecimento da diferena das geraes. Recusa da dependncia: assinala um funcionamento familiar autrquico, com a impossibilidade de trocas e de renovao. Esta recusa quando extrema faz com que a famlia evite o reconhecimento da diferena das geraes.
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  • Mecanismos de defesa Cises internas familiares: a famlia se apresenta com grupos tidos como bons e maus. Isso se d em qualquer famlia em menor grau e com menos sofrimento. Quando intenso paciente identificado. Cises internas familiares: a famlia se apresenta com grupos tidos como bons e maus. Isso se d em qualquer famlia em menor grau e com menos sofrimento. Quando intenso paciente identificado. Introjeo familiar: tendncia arcaica incorporao que se particulariza pela sua massificao e crueza, tomando um carter de vampirizao ou aspirao. Introjeo familiar: tendncia arcaica incorporao que se particulariza pela sua massificao e crueza, tomando um carter de vampirizao ou aspirao.
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  • Em resumo... Em resumo... H famlias com capacidade para enfrentar seus conflitos e super-los. Seus membros esto suficientemente diferenciados, a comunicao d-se com suficiente fluidez, h recursos para reparao e elaborao. Diante de alguma dificuldade maior, procuram ajuda, estabelecem trocas, buscam sadas, transformam. H famlias com capacidade para enfrentar seus conflitos e super-los. Seus membros esto suficientemente diferenciados, a comunicao d-se com suficiente fluidez, h recursos para reparao e elaborao. Diante de alguma dificuldade maior, procuram ajuda, estabelecem trocas, buscam sadas, transformam.
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  • Nas famlias disfuncionais, o conflito original no foi superado, prepondera a confuso entre os membros com padres paradoxais de interao. Nessas famlias viver junto impossvel, mas separa-se mortal. Nas famlias disfuncionais, o conflito original no foi superado, prepondera a confuso entre os membros com padres paradoxais de interao. Nessas famlias viver junto impossvel, mas separa-se mortal.
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  • Padres de interao Poderamos agora tentar assinalar a prevalncia de certos padres de interao, sem propor uma tipologia familiar, com esquematizaes redutoras. Poderamos agora tentar assinalar a prevalncia de certos padres de interao, sem propor uma tipologia familiar, com esquematizaes redutoras. Alguns parmetros podem nortear: a compreenso da sintomatologia familiar, uma possvel indicao teraputica e os aspectos prognsticos a serem considerados. Alguns parmetros podem nortear: a compreenso da sintomatologia familiar, uma possvel indicao teraputica e os aspectos prognsticos a serem considerados.
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  • Famlias Psicossomticas So famlias que do uma nfase excessiva nos papis de cuidado funcionando melhor quando algum est doente (fisicamente). So famlias que do uma nfase excessiva nos papis de cuidado funcionando melhor quando algum est doente (fisicamente). Minuchin (1982) comenta que famlias psicossomticas so caracterizadas principalmente pela falta de definies de limites, por fronteiras difusas e tendncia a apoiar a expresso somtica dos conflitos. Minuchin (1982) comenta que famlias psicossomticas so caracterizadas principalmente pela falta de definies de limites, por fronteiras difusas e tendncia a apoiar a expresso somtica dos conflitos.
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  • Famlias Psicossomticas Famlias com sintomatologia psicossomtica apresentam uma vida de fantasia empobrecida, com maior propenso ao raciocnio concreto, preocupao com o sucesso e disposio para falar de sintomas corporais. A fantasia predominante nessas famlias a de um corpo nico, portanto inseparvel. Famlias com sintomatologia psicossomtica apresentam uma vida de fantasia empobrecida, com maior propenso ao raciocnio concreto, preocupao com o sucesso e disposio para falar de sintomas corporais. A fantasia predominante nessas famlias a de um corpo nico, portanto inseparvel. Bruch (1973) ressalta a presena de figuras parentais muito controladoras e em geral intrusivas. Bruch (1973) ressalta a presena de figuras parentais muito controladoras e em geral intrusivas.
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  • Famlias com funcionamento perverso Famlias com funcionamento perverso tm como caracterstica predominante a passagem ao ato, tambm decorrente de uma falta de simbolizao. Caracterizam-se pela dinmica violenta, agressiva e destrutiva, seja ela fsica, moral e/ou sexual, ainda que no necessariamente explcita. Famlias com funcionamento perverso tm como caracterstica predominante a passagem ao ato, tambm decorrente de uma falta de simbolizao. Caracterizam-se pela dinmica violenta, agressiva e destrutiva, seja ela fsica, moral e/ou sexual, ainda que no necessariamente explcita.
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  • Famlias com funcionamento perverso Segundo um estudo comparativo entre famlias de pacientes com transtorno de personalidade borderline, com esquizofrenia paranide e funcionamento neurtico constatou-se que: Segundo um estudo comparativo entre famlias de pacientes com transtorno de personalidade borderline, com esquizofrenia paranide e funcionamento neurtico constatou-se que: - As famlias de pacientes com transtorno de personalidade borderline (TPB) eram mais distintas do que as outras duas do grupo controle. - Ambas as figuras parentais eram mais doentes e menos funcionais em comparao com os outros grupos - Os fatores utilizados para essa diferenciao foram: psicose materna, colocao pobre de regras, ausncia de envolvimento maternal e tendncia a ver um dos filhos como o bom e o outro como mau. - Me de pacientes com transtorno borderline tem menos condies de obter gratificao na relao com os filhos.
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  • Famlias com funcionamento perverso Essas famlias so melhor caracterizadas pela intensa rigidez do vnculo conjugal do que pela falta de ateno, suporte ou proteo em relao aos filhos. Segundo o autor (Gunderson, 1980), esse achado corresponde s observaes de Kernberg (1992) sobre a tendncia dos pacientes com TPB perceberem seus pais como um grupo muito unido. Ou seja, Essas famlias so melhor caracterizadas pela intensa rigidez do vnculo conjugal do que pela falta de ateno, suporte ou proteo em relao aos filhos. Segundo o autor (Gunderson, 1980), esse achado corresponde s observaes de Kernberg (1992) sobre a tendncia dos pacientes com TPB perceberem seus pais como um grupo muito unido. Ou seja, Investimento na relao conjugal em detrimento da funo parental Os pais (fathers) dos pacientes com TPB eram menos dominantes e menos efetivos em suas funes do que os pais dos outros dois grupos. Punies inadequadas em relao ao comportamento dos filhos.
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  • Famlia e o Funcionamento Obsessivo Compulsivo Nas famlias com interaes obsessivo- compulsivas observa-se um intenso envolvimento dos familiares com o transtorno do membro portador, inclusive com a participao em seus rituais, que acabam se transformando em rituais familiares. Nas famlias com interaes obsessivo- compulsivas observa-se um intenso envolvimento dos familiares com o transtorno do membro portador, inclusive com a participao em seus rituais, que acabam se transformando em rituais familiares. H uma concordncia familiar como meio de evitar conflitos: separao e individuao so assim evitadas, porque ningum pode fazer nada sozinho. H uma concordncia familiar como meio de evitar conflitos: separao e individuao so assim evitadas, porque ningum pode fazer nada sozinho. Observa-se tambm excessiva rigidez dos progenitores, controle muito acentuado e grande preocupao com a ordem e a meticulosidade, o que pode contribuir para o aparecimento de disfunes comunicacionais. Observa-se tambm excessiva rigidez dos progenitores, controle muito acentuado e grande preocupao com a ordem e a meticulosidade, o que pode contribuir para o aparecimento de disfunes comunicacionais.
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  • Famlia e o Transtorno Obsessivo Compulsivo A superproteo e a falta de afeto tambm influenciam no desenvolvimento desse tipo de transtorno. A superproteo e a falta de afeto tambm influenciam no desenvolvimento desse tipo de transtorno. O modelo de evitao, cuidados excessivos e medos predispe uma criana mais vulnervel a desenvolver sintomas obsessivos compulsivos. O modelo de evitao, cuidados excessivos e medos predispe uma criana mais vulnervel a desenvolver sintomas obsessivos compulsivos. Pais que reforam interpretaes temerosas do mundo contribuem para o transtorno. Pais que reforam interpretaes temerosas do mundo contribuem para o transtorno. Em geral so famlias com pouca flexibilidade e capacidade de adaptabilidade diante das adversidades. Em geral so famlias com pouca flexibilidade e capacidade de adaptabilidade diante das adversidades.
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  • Famlia e Transtornos Afetivos Em famlias de pacientes com transtornos afetivos comum observar dois tipos de funcionamento: Em famlias de pacientes com transtornos afetivos comum observar dois tipos de funcionamento: a famlia vive a depresso junto com o paciente, com prostrao e paralisao diante da vida ou; reage maniacamente quase que negando as condies de sofrimento do familiar. muito comum a crena de que o paciente pode controlar seus sintomas e o nvel de crtica e exigncia em relao a ele muito alto. Essa postura reflete na verdade um forte sentimento de impotncia diante do paciente deprimido. muito comum a crena de que o paciente pode controlar seus sintomas e o nvel de crtica e exigncia em relao a ele muito alto. Essa postura reflete na verdade um forte sentimento de impotncia diante do paciente deprimido.
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  • Famlias Enlutadas Nas famlias enlutadas, a depresso pela experincia de uma perda real e significativa. Nas famlias enlutadas, a depresso pela experincia de uma perda real e significativa. Para que essa situao evolua de forma satisfatria, a famlia tem que estar razoavelmente diferenciada e portanto ser capaz de um cuidar da dor do outro e da prpria dor sem vnculos de co-dependncia. Para que essa situao evolua de forma satisfatria, a famlia tem que estar razoavelmente diferenciada e portanto ser capaz de um cuidar da dor do outro e da prpria dor sem vnculos de co-dependncia. Observa-se que muitas vezes uma situao de luto mal resolvida vai eclodir em geraes seguintes e, em geral como um elemento impeditivo da aquisio da autonomia. Observa-se que muitas vezes uma situao de luto mal resolvida vai eclodir em geraes seguintes e, em geral como um elemento impeditivo da aquisio da autonomia.
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  • Famlias de esquizofrnicos Em famlias de pacientes esquizofrnicos comum observar-se um funcionamento simbitico entre todos os membros. Observando-se muitas vezes pais distantes e indiferentes. Em famlias de pacientes esquizofrnicos comum observar-se um funcionamento simbitico entre todos os membros. Observando-se muitas vezes pais distantes e indiferentes. Bowen em 1954, a partir de estudos sobre a esquizofrenia, observou que a fuso emocional entre a me e o filho(a) pode assumir a forma de um vnculo dependente afetivo ou uma luta conflituosa. A dinmica bsica subjacente a essa fuso seria a alternncia entre a ansiedade de separao e de incorporao. Bowen em 1954, a partir de estudos sobre a esquizofrenia, observou que a fuso emocional entre a me e o filho(a) pode assumir a forma de um vnculo dependente afetivo ou uma luta conflituosa. A dinmica bsica subjacente a essa fuso seria a alternncia entre a ansiedade de separao e de incorporao.
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  • Comunicao Observa-se que a comunicao em geral se estabelece atravs da identificao projetiva. Entende-se aqui por comunicao, a possibilidade da criao de um campo de linguagem que propicie o conhecimento e a compreenso de cada um dos membros da famlia (Minuchin, 10). Observa-se que a comunicao em geral se estabelece atravs da identificao projetiva. Entende-se aqui por comunicao, a possibilidade da criao de um campo de linguagem que propicie o conhecimento e a compreenso de cada um dos membros da famlia (Minuchin, 10). A fala...no d ouvido para essas vozes..., revela a angstia da famlia e a impossibilidade dela em acolher a situao de crise (alm de certa concretude sobre o assunto). Esse movimento, na verdade revela mais uma forma da famlia entrar em contato com esta situao pois essa fala aparentemente apaziguadora para o paciente, na verdade serve muito mais ao familiar, para ele prprio tentar se tranqilizar. A fala...no d ouvido para essas vozes..., revela a angstia da famlia e a impossibilidade dela em acolher a situao de crise (alm de certa concretude sobre o assunto). Esse movimento, na verdade revela mais uma forma da famlia entrar em contato com esta situao pois essa fala aparentemente apaziguadora para o paciente, na verdade serve muito mais ao familiar, para ele prprio tentar se tranqilizar.
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  • A famlia est em crise e a internao surge para resolver a crise...o mdico, Graas a Deus, internou ele pra mim.... Esse desejo de que o paciente fique internado (que muitas vezes ambivalente) acaba impedindo que se criem possibilidades para o retorno do mesmo e a famlia acaba atuando o tempo todo para uma atmosfera perturbadora com conseqente piora do paciente e maior permanncia deste numa enfermaria. A famlia est em crise e a internao surge para resolver a crise...o mdico, Graas a Deus, internou ele pra mim.... Esse desejo de que o paciente fique internado (que muitas vezes ambivalente) acaba impedindo que se criem possibilidades para o retorno do mesmo e a famlia acaba atuando o tempo todo para uma atmosfera perturbadora com conseqente piora do paciente e maior permanncia deste numa enfermaria.
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  • Nos casos desses pacientes internados, os familiares tendem a esperar que o terapeuta e a Instituio desempenhem o papel de Deus. H a exigncia de uma proteo mgica. Contam com a possibilidade de reaver um membro que era dado como caso perdido, como se o hospital fosse devolv-lo completamente curado. possvel tambm que esta fantasia seja fruto de uma postura da Instituio, esta atuando como favorecedora deste tipo de vnculo. Nesse caso tem que se ter muito cuidado com a comunicao estabelecida entre a famlia, a Instituio e o paciente. Nos casos desses pacientes internados, os familiares tendem a esperar que o terapeuta e a Instituio desempenhem o papel de Deus. H a exigncia de uma proteo mgica. Contam com a possibilidade de reaver um membro que era dado como caso perdido, como se o hospital fosse devolv-lo completamente curado. possvel tambm que esta fantasia seja fruto de uma postura da Instituio, esta atuando como favorecedora deste tipo de vnculo. Nesse caso tem que se ter muito cuidado com a comunicao estabelecida entre a famlia, a Instituio e o paciente.
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  • Em contrapartida o hospital psiquitrico associado a muitos medos e estigmas e a tendncia de algumas famlias sentirem-se melhor quanto mais longe possvel puderam ficar. Em contrapartida o hospital psiquitrico associado a muitos medos e estigmas e a tendncia de algumas famlias sentirem-se melhor quanto mais longe possvel puderam ficar. Nesses casos, os profissionais devem batalhar pela possibilidade do atendimento (sem desconsiderar a importncia de um comprometimento da famlia). Nesses casos, os profissionais devem batalhar pela possibilidade do atendimento (sem desconsiderar a importncia de um comprometimento da famlia).
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  • Nos casos de internao fica muito mais fcil manter a dinmica do bode expiatrio. No incomum ver a famlia responsabilizar o paciente pela oscilao de seu prprio estado. Ou seja, quando o paciente no est bem, ningum est, todos ficam mal. Cria-se um peso muito grande, uma responsabilidade enorme para o paciente pois dele depende o bem estar da famlia toda. Esse comportamento pode caracterizar uma famlia com importante indiscriminao (11). Nos casos de internao fica muito mais fcil manter a dinmica do bode expiatrio. No incomum ver a famlia responsabilizar o paciente pela oscilao de seu prprio estado. Ou seja, quando o paciente no est bem, ningum est, todos ficam mal. Cria-se um peso muito grande, uma responsabilidade enorme para o paciente pois dele depende o bem estar da famlia toda. Esse comportamento pode caracterizar uma famlia com importante indiscriminao (11). Algumas mais indiferenciadas expressam verbalmente este aspecto...eu s vou ser feliz quando voc ficar bom...,...quando ele sente-se em pnico, se recolhe, fica com raiva e despeja tudo nos outros, eu fico igualzinha a ele.... Podem at sentir-se melhor, mas na verdade esto colocando um peso enorme nas mos do paciente, muitas vezes contribuindo para o aumento de sua ansiedade e possvel piora. Algumas mais indiferenciadas expressam verbalmente este aspecto...eu s vou ser feliz quando voc ficar bom...,...quando ele sente-se em pnico, se recolhe, fica com raiva e despeja tudo nos outros, eu fico igualzinha a ele.... Podem at sentir-se melhor, mas na verdade esto colocando um peso enorme nas mos do paciente, muitas vezes contribuindo para o aumento de sua ansiedade e possvel piora.
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  • Observa-se muita dificuldade de aceitao da doena, condio essa que implica famlia, principalmente aos pais, entrar em contato com uma ferida narcsica extremamente dolorida...quebrou nosso orgulho.... a constatao de que esses pais falharam, de que erraram. Surge um sentimento de impotncia muito grande principalmente nas mes que sempre cuidaram dos filhos, sempre foram capazes de curar qualquer doena. Ento, como se deparar com algo que foge absolutamente ao controle e totalmente desconhecido? muito desestruturante. Observa-se muita dificuldade de aceitao da doena, condio essa que implica famlia, principalmente aos pais, entrar em contato com uma ferida narcsica extremamente dolorida...quebrou nosso orgulho.... a constatao de que esses pais falharam, de que erraram. Surge um sentimento de impotncia muito grande principalmente nas mes que sempre cuidaram dos filhos, sempre foram capazes de curar qualquer doena. Ento, como se deparar com algo que foge absolutamente ao controle e totalmente desconhecido? muito desestruturante.
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  • Foi relatado um caso de um paciente que ficou um ano isolado em casa sem tratamento e sua me s levou-o ao hospital quando o mesmo passou a ficar muito agitado. Esta situao ocorre com freqncia, pois enquanto o paciente est quieto, sem dar trabalho, bonzinho, mesmo que fique horas na cama, parece que para a famlia est tudo bem. A maioria das famlias tem a concepo de que o indivduo s est doente quando est agressivo, gritando e espumando. Nessas situaes os familiares acabam procurando atendimento quando a doena j tem anos de evoluo. Foi relatado um caso de um paciente que ficou um ano isolado em casa sem tratamento e sua me s levou-o ao hospital quando o mesmo passou a ficar muito agitado. Esta situao ocorre com freqncia, pois enquanto o paciente est quieto, sem dar trabalho, bonzinho, mesmo que fique horas na cama, parece que para a famlia est tudo bem. A maioria das famlias tem a concepo de que o indivduo s est doente quando est agressivo, gritando e espumando. Nessas situaes os familiares acabam procurando atendimento quando a doena j tem anos de evoluo.
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  • A aceitao da doena fundamental tanto por parte da famlia quanto por parte do paciente. O fato que esses transtornos colocam em cheque uma srie de teorias que as famlias tem a respeito das relaes e da educao. um assunto que no corresponde a nenhuma lgica, no faz sentido, deixando a todos muito angustiados. A aceitao da doena fundamental tanto por parte da famlia quanto por parte do paciente. O fato que esses transtornos colocam em cheque uma srie de teorias que as famlias tem a respeito das relaes e da educao. um assunto que no corresponde a nenhuma lgica, no faz sentido, deixando a todos muito angustiados.
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  • De fato as famlias chegam ao hospital com as teorias mais variadas possveis a respeito do que um transtorno mental. Cada famlia divide uma srie de crenas e valores por vezes funcionando at como um sistema de defesas. De fato as famlias chegam ao hospital com as teorias mais variadas possveis a respeito do que um transtorno mental. Cada famlia divide uma srie de crenas e valores por vezes funcionando at como um sistema de defesas. Atravs de suas falas observam-se essas fantasias:...meu filho sempre foi muito bom menino, s as vezes faz malcriao...,... uma determinao de Deus e s ele mesmo pra curar...,... deficincia de um lquido que no chega no crebro...,...pegou esquizofrenia no baile...,...ai se eu tivesse no lugar dele, eu faria esse tratamento.... Surgem tambm muitas expectativas de solues mgicas...porque a senhora no desperta a inteligncia de seu filho...,...eu sei que se ele casasse tudo se resolveria..., algumas mes inconformadas,..ele foi super desejado, foi super querido, primeiro neto, sempre teve tudo.... Atravs de suas falas observam-se essas fantasias:...meu filho sempre foi muito bom menino, s as vezes faz malcriao...,... uma determinao de Deus e s ele mesmo pra curar...,... deficincia de um lquido que no chega no crebro...,...pegou esquizofrenia no baile...,...ai se eu tivesse no lugar dele, eu faria esse tratamento.... Surgem tambm muitas expectativas de solues mgicas...porque a senhora no desperta a inteligncia de seu filho...,...eu sei que se ele casasse tudo se resolveria..., algumas mes inconformadas,..ele foi super desejado, foi super querido, primeiro neto, sempre teve tudo....
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  • Observa-se tambm o quanto essas famlias tm medo de enlouquecer e o quanto em alguns momentos elas se misturam com a situao do prprio paciente. A irm de um paciente em certa ocasio falou:...nosso quadro familiar..., ou...nosso grupo s de esquizofrnicos?. Observa-se tambm o quanto essas famlias tm medo de enlouquecer e o quanto em alguns momentos elas se misturam com a situao do prprio paciente. A irm de um paciente em certa ocasio falou:...nosso quadro familiar..., ou...nosso grupo s de esquizofrnicos?. Constata-se ento, que essas pessoas acabam trazendo de forma muito rica como lidam com a situao e que poucas famlias tentam (e podem) compreender o que acontece, enquanto a maioria procura se afastar ou ento encontram-se to desorganizadas que fundem-se loucura do paciente e atuam juntamente com ele. Constata-se ento, que essas pessoas acabam trazendo de forma muito rica como lidam com a situao e que poucas famlias tentam (e podem) compreender o que acontece, enquanto a maioria procura se afastar ou ento encontram-se to desorganizadas que fundem-se loucura do paciente e atuam juntamente com ele.
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  • As expectativas so muito altas, como j foi dito, chegando a nveis de pensamentos mgicos, super-compensatrios. Em dada ocasio uma senhora j de muita idade falou a respeito de seu filho... que nem uma gulodice, a gente quer que sare logo!. As expectativas so muito altas, como j foi dito, chegando a nveis de pensamentos mgicos, super-compensatrios. Em dada ocasio uma senhora j de muita idade falou a respeito de seu filho... que nem uma gulodice, a gente quer que sare logo!. Contudo quanto mais altas essas expectativas mais freqentemente o contato com o paciente torna-se fonte de inmeras frustraes, principalmente no caso de pacientes crnicos (3). Em um dos atendimentos um pai comentou... sinto-me como um rato que entrou numa ratoeira e no tem mais retorno.... Contudo quanto mais altas essas expectativas mais freqentemente o contato com o paciente torna-se fonte de inmeras frustraes, principalmente no caso de pacientes crnicos (3). Em um dos atendimentos um pai comentou... sinto-me como um rato que entrou numa ratoeira e no tem mais retorno....
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  • Outro aspecto importante observado nos atendimentos a dificuldade no estabelecimento dos limites. As famlias em geral confundem cuidar com cada uma faz o que quer. No h parmetros a serem estabelecidos. Outro aspecto importante observado nos atendimentos a dificuldade no estabelecimento dos limites. As famlias em geral confundem cuidar com cada uma faz o que quer. No h parmetros a serem estabelecidos. A questo quando dar colo e quando colocar limites. A questo quando dar colo e quando colocar limites.
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  • Por exemplo havia uma me, cujo filho estava internado, em surto psictico, com graves distrbios alimentares, no tinha limites para comer, alimentava-se de tudo o que havia na sua frente e aps, vomitava. Essa me, em todas as visitas trazia um bolo (tipo Frap) o qual obviamente o paciente comia inteiro. Ao ser abordado esse assunto na sesso (pela irm) a me dizia que sentia muita pena do filho, pois ele estava nessa enfermaria horrvel, sozinho e magrinho e que um pouquinho de bolo na visita poderia alegr-lo. Nem sequer passava pela sua cabea que ela poderia dar outras coisas ao seu filho, que no comida, ou que ela poderia alegr-lo e preench-lo tambm com palavras, ou at com um simples olhar. Por exemplo havia uma me, cujo filho estava internado, em surto psictico, com graves distrbios alimentares, no tinha limites para comer, alimentava-se de tudo o que havia na sua frente e aps, vomitava. Essa me, em todas as visitas trazia um bolo (tipo Frap) o qual obviamente o paciente comia inteiro. Ao ser abordado esse assunto na sesso (pela irm) a me dizia que sentia muita pena do filho, pois ele estava nessa enfermaria horrvel, sozinho e magrinho e que um pouquinho de bolo na visita poderia alegr-lo. Nem sequer passava pela sua cabea que ela poderia dar outras coisas ao seu filho, que no comida, ou que ela poderia alegr-lo e preench-lo tambm com palavras, ou at com um simples olhar.
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  • Em outras ocasies vemos que o discurso do paciente veementemente rejeitado... isso papo de louco..., ou que muitas vezes ele excludo de decises e problemticas da famlia. Em outras ocasies vemos que o discurso do paciente veementemente rejeitado... isso papo de louco..., ou que muitas vezes ele excludo de decises e problemticas da famlia. Contudo, por mais frgil que esta famlia se encontre ela ainda o nico ponto de referncia deste indivduo. o seu nico elo de ligao com o meio externo, com suas razes, sua identidade. Ocultar algumas situaes e emoes ao paciente compactuar com sua alienao e conseqentemente com sua loucura. deixar de fazer a ligao (ainda que precria) de seu mundo de fantasias com o mundo real. Delirante ou no, naquele momento s o que o paciente tem a oferecer. Contudo, por mais frgil que esta famlia se encontre ela ainda o nico ponto de referncia deste indivduo. o seu nico elo de ligao com o meio externo, com suas razes, sua identidade. Ocultar algumas situaes e emoes ao paciente compactuar com sua alienao e conseqentemente com sua loucura. deixar de fazer a ligao (ainda que precria) de seu mundo de fantasias com o mundo real. Delirante ou no, naquele momento s o que o paciente tem a oferecer.
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  • nesta relao to delicada que as famlias criam preconcepes a respeito dos pacientes, como forma de diminuir a angstia frente a este desconhecido. como se j o conhecessem e conseguissem prever todas as suas atitudes sentindo-se mais seguros para lidar com eles. Contudo, acaba surgindo uma barreira no contato com o mesmo no permitindo um olhar mais amplo e a percepo de novos movimentos do mesmo. O paciente por outro lado, acaba sentindo-se amarrado a esses rtulos e acaba atuando de acordo com eles. A famlia traz um discurso taxativo e possessivo...s eu o conheo, s eu que sei.... tambm uma maneira de impedir qualquer possibilidade de aproximao e trabalho. nesta relao to delicada que as famlias criam preconcepes a respeito dos pacientes, como forma de diminuir a angstia frente a este desconhecido. como se j o conhecessem e conseguissem prever todas as suas atitudes sentindo-se mais seguros para lidar com eles. Contudo, acaba surgindo uma barreira no contato com o mesmo no permitindo um olhar mais amplo e a percepo de novos movimentos do mesmo. O paciente por outro lado, acaba sentindo-se amarrado a esses rtulos e acaba atuando de acordo com eles. A famlia traz um discurso taxativo e possessivo...s eu o conheo, s eu que sei.... tambm uma maneira de impedir qualquer possibilidade de aproximao e trabalho.
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  • O papel que o paciente desempenha perante a famlia e esta em relao a ele adquire formas muito peculiares que vo depender de uma rede muito extensa de articulaes. Como j mencionamos, muitas vezes a doena necessria em determinada famlia que por uma srie de motivos s mantm sua coeso diante da necessidade de cuidar de algum, o que pode significar, cuidar da sua prpria loucura da qual esse paciente o porta voz. O papel que o paciente desempenha perante a famlia e esta em relao a ele adquire formas muito peculiares que vo depender de uma rede muito extensa de articulaes. Como j mencionamos, muitas vezes a doena necessria em determinada famlia que por uma srie de motivos s mantm sua coeso diante da necessidade de cuidar de algum, o que pode significar, cuidar da sua prpria loucura da qual esse paciente o porta voz.
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  • Estgios de ciclo de vida familiar Processo emocional de transio Mudanas de 2. Ordem no status familiar necessrias para prosseguir o desenvolvimento 1.Saindo de casa: jovens solteiros 2.A unio de famlias no casamento: o novo casal 3.Famlias com filhos pequenos 4.Famlias com adolescentes 5.Lanando os filhos e seguindo em frente 6. Famlias no estgio tardio da vida
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  • FIM
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  • BIBLIOGRAFIA 1.ACKERMAN, N. W.-Diagnstico e Tratamento das Relaes Familiares. Porto-Alegre, Artes Mdicas, 1995. 1.ACKERMAN, N. W.-Diagnstico e Tratamento das Relaes Familiares. Porto-Alegre, Artes Mdicas, 1995. 2.BLEANDOUM,G.-Hopitaux de Jour et psychiatrie dans la communaute. Paris, Payot, 1974. 2.BLEANDOUM,G.-Hopitaux de Jour et psychiatrie dans la communaute. Paris, Payot, 1974. 3.BLEGER, J.-Psicohigiene y psicologia institucional.Buenos Aires, Paids, 1966. 3.BLEGER, J.-Psicohigiene y psicologia institucional.Buenos Aires, Paids, 1966. 4.BOWEN, M.-Principles and Thecniques of Multiple Family Therapy, in BRADT, J. O. and MORGNIHAN, O.J. Systems Therapy- Selected Paper: Theory, Technique and Research, obtainable from Groome Child Guidance Center, 5225 Loughborough Rd., N.W., Washington, D.C. 20016. 4.BOWEN, M.-Principles and Thecniques of Multiple Family Therapy, in BRADT, J. O. and MORGNIHAN, O.J. Systems Therapy- Selected Paper: Theory, Technique and Research, obtainable from Groome Child Guidance Center, 5225 Loughborough Rd., N.W., Washington, D.C. 20016.
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  • BIBLIOGRAFIA 5. EIGUER,A.-O Parentesco Fantasmtico.So Paulo,Casa do Psiclogo,1995. 5. EIGUER,A.-O Parentesco Fantasmtico.So Paulo,Casa do Psiclogo,1995. 6. GLICK, J.D.& KESSELER, D.R.-Marital and Family Therapy. London, Hogarth, l988. 6. GLICK, J.D.& KESSELER, D.R.-Marital and Family Therapy. London, Hogarth, l988. 7. GOLDBERG, Jairo.-A Clnica da Psicose um projeto na Rede Pblica.Rio de Janeiro, Te Cor, 1994. 7. GOLDBERG, Jairo.-A Clnica da Psicose um projeto na Rede Pblica.Rio de Janeiro, Te Cor, 1994. 8. GRECO, Francisco.-Introduo de Tratamentos Psicolgicos e Sociais em Enfermarias psiquitricas: contribuio teraputica de esquizofrnicos hospitalizados. Dissertao de Mestrado - Universidade de So Paulo, 1988. 8. GRECO, Francisco.-Introduo de Tratamentos Psicolgicos e Sociais em Enfermarias psiquitricas: contribuio teraputica de esquizofrnicos hospitalizados. Dissertao de Mestrado - Universidade de So Paulo, 1988. 9. JONAS, M. Famlia e Doena Mental: repensando a relao entre profissionais de sade e familiares. So Paulo, Escrituras Editora, 2001. 9. JONAS, M. Famlia e Doena Mental: repensando a relao entre profissionais de sade e familiares. So Paulo, Escrituras Editora, 2001. 10. MINUCHIN, S.-Famlies and Family Therapy.Cambridge, Harvard University Press, 1974. 10. MINUCHIN, S.-Famlies and Family Therapy.Cambridge, Harvard University Press, 1974.
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  • BIBLIOGRAFIA 11. PICHON - RIVIERE, E.-O Processo Grupal. So Paulo, Martins Fontes, 1991. 11. PICHON - RIVIERE, E.-O Processo Grupal. So Paulo, Martins Fontes, 1991. 12. PITTA, A.M.F.- Avaliao de Servios e a produo de cidadania. In: KALIL, M.E. (org.). Sade Mental e cidadania nos sistemas locais de sade. So Paulo, Hucitec, 1992. 12. PITTA, A.M.F.- Avaliao de Servios e a produo de cidadania. In: KALIL, M.E. (org.). Sade Mental e cidadania nos sistemas locais de sade. So Paulo, Hucitec, 1992. 13. SKYNNER, A.C.R.- One Flash:Separate Persons-Principles of Familiy and Marital Psychotherapy. Group Analysis, V : 95-98, 1962. 13. SKYNNER, A.C.R.- One Flash:Separate Persons-Principles of Familiy and Marital Psychotherapy. Group Analysis, V : 95-98, 1962. 14. TOMMASI, MCF. - Uma Experincia Institucional com Grupos Multifamiliares no Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clnicas da Faculdade de Medicina da Universidade de So Paulo, Revista de Psiquiatria Clnica 23(10): 33-40, 1996. 14. TOMMASI, MCF. - Uma Experincia Institucional com Grupos Multifamiliares no Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clnicas da Faculdade de Medicina da Universidade de So Paulo, Revista de Psiquiatria Clnica 23(10): 33-40, 1996. 15. SILVA, MCF. - Fundamentos e Prtica em Hospital-Dia e Reabilitao Psicossocial. So Paulo, Atheneu, 2008. 15. SILVA, MCF. - Fundamentos e Prtica em Hospital-Dia e Reabilitao Psicossocial. So Paulo, Atheneu, 2008. 16. WINNICOTT, D.W. A Famlia e o Desenvolvimento Individual. So Paulo, Martins Fontes, 1993. 16. WINNICOTT, D.W. A Famlia e o Desenvolvimento Individual. So Paulo, Martins Fontes, 1993.