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OLHARES | REVISTA DO CSCM | ABR-JUL 2009 | 1 Revista do Colégio do Sagrado Coração de Maria de Lisboa Revista trimestral Número 21 Ano 2008 | 2009 Famílias Solidárias Gente nossa na Missão da AMI na Guiné

Famílias Solidárias Gente nossa na Missão da AMI na Guiné

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Revista do Colégiodo Sagrado Coraçãode Maria de LisboaRevista trimestralNúmero 21Ano 2008 | 2009

Famílias SolidáriasGente nossa na Missão da AMI na Guiné

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Vocaçõesque aqui

cresceram João Manzarra

Acerca da minha vocação gostava de ter a certeza do Ronaldo, “Nasci para jogar à bola”. Primeiro porque ele tem uma cer-teza e depois porque eu próprio nunca fui grande jogador. Nos intervalos para o recreio a frase que mais ouvia era: “Gordo, baliza!”.

Penso ser cedo demais para respon-der a esta questão. Para já, o que me dá emprego é uma consequência da minha forma de estar na vida: empenho em fa-zer rir, em criar boa disposição e o mais importante, saber rir de mim mesmo.

O João Manzarra está de saúde e pára muitas vezes em Paço de Arcos onde, diariamente e em directo, apresenta o Curto Circuito na SIC Radical. No mesmo canal teve uma experiência como guionista e actor na série Pokerzada. Está muito envolvido no seu videoblog pelo sudeste asiá-tico em www.sudeste1516.wordpress.com

Ana Maria Magalhães

A minha vocação sempre foi a escrita, mas descobri a minha paixão pelo ensino quando acompanhei o meu marido a África durante a Guerra Colonial. Quando voltei resolvi que não iria dar o curso no qual me licenciei (em Filosofia) mas antes História e Português.

Onde pára?Neste momento estou reformada, dei aulas durante

39 anos de Português e História no 2º ciclo, e escrevo há 27 anos, por isso, de certa maneira, acumulei as duas coi-sas que mais gostava de fazer.

Ricardo Figueira

Não sei qual é a minha vocação... Na estória “The Hitchhiker’s Guide to the Galaxy”, seres inteligentíssimos e ultra-dimensionais criam um mega computador para encontrar a resposta para “The Ultimate Question of Life, the Universe, and Everything” o qual, após 7.5 milhões de

anos de cálculos, conclui que a resposta é “42”. Moral da estória: as perguntas fun-damentais só se respondem percorren-do o caminho. E eu, até agora, já aprendi algumas coisas, embora me faltem mui-tas mais... sei que aquilo que mais me motiva é servir os outros; sei que gosto de Ciência e de a ensinar; sei que não sou capaz de não me envolver nas co-munidades a que pertenço; sei que me preocupam os grandes temas com que a sociedade se confronta e que quero dar o meu contributo para os resolver.

Actualmente estou totalmente focado em concluir o Mestrado em Engenharia Física Tecnológica no Instituto Superior Técnico após algumas paragens para me dedicar a outros projectos. Um desses projectos foi o Núcleo de Física do Instituto Superior Técnico que me levou a per-correr o país todo a ensinar Física a alunos do Ensino Bá-sico e Secundário e ainda a Moçambique e a Timor-Leste. Mais tarde dediquei-me ao Conselho Pedagógico da mi-nha faculdade onde trabalhei particularmente no âmbito da mediação de conflitos entre alunos e docentes e na definição e implementação de estratégias que garantam a qualidade do Ensino. O próximo passo? A Associação Cientistas no Mundo.

Vinicius de Morais escreveu um dia que a vida é a arte do Encontro. Neste número da

Olhares, partimos à descoberta dos diferentes olhares sobre o mistério do Encontro que não

será muito distante do mistério da vida.

O que é encontro?

“É achar qualquer coisa, um tesouro, uma coisa boa.” Pedro Pereira 5ºD “É quando se está à procura de uma pessoa ou duma coisa e depois vê-se essa pessoa ou coisa.” Catarina Ferreira 6ºB

“Encontro, para os bebés, significa “tropeçar num colega”, para crianças, significa cair em cima de alguém quando se sai de um escorrega, para adolescentes, significa um momento romântico, para adultos, significa encontrar alguém na sala de café quando se tem uma pausa. Por fim, para idosos, significa encontrar outro idoso num banco e observar carros a passar durante a tarde toda.” Francisco Cunha, 7ºC “Se eu quero encontrar uma coisa, procuro-a.” Alexandre Miedzir, 8ºA “É abrir-se uma nova porta para o futuro em que temos que escolher entre o caminho mau ou bom.” Nuno Neves 9ºD “É o destino.” Afonso Melo 10ºB “Quando penso em encontrar, lembro-me de pessoas que não vejo há muito tempo e que, quando as encontro, me fazem sentir bem.” Laura Duarte, 11ºD “É descobrir o desconhecido.” Rita Lino 12ºA

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Teria sido melhor se voltasses à mesma hora - disse a raposa. Se tu vens, por exemplo, às quatro da tarde, desde as três eu começarei a ser feliz! Quanto mais a hora for chegando, mais eu me sentirei feliz. Às quatro horas, então, estarei inquieta e agitada: descobrirei o preço da felicidade! Mas se tu vens a qualquer momento, nunca saberei a hora de preparar meu coração... É preciso que haja um ritual.

É desta forma, absolutamente deliciosa que Antoine de Saint-Exupéry nos fala do Encontro entre a Raposa e o principezinho! Há todo um ritual de preparação, ansiedade, expectativa e entrega que antecipa esse momento... Permitam-me que ouse uma pergunta: São ainda assim os nossos encontros? Ou... vivemos de tal forma na era do imediato, do aqui e agora, que não experienciamos mais o mistério da espera por um encontro? Será que às três da tarde não ligámos já a antecipar o encontro porque não queremos esperar mais? Ou será que às quatro e um minuto estamos já desiludidos com a demora e um sem número de SMS procuram perceber o que se passa.

Teremos ainda a paciência e doçura de esperar e sentirmo-nos felizes nessa espera?

A nossa vida é feita de encontros e desencontros. Mas para que o encontro tenha verdadeiro sentido é preciso preparar o nosso coração. Dito de outra forma, é preciso ter o coração disponível para nos irmos encontrando, caso contrário as pessoas ou as causas passam ao nosso lado sem que lhes demos a mais pequena importância... depois, podemos sempre rematar com a célebre frase: Não te vi ou não dei por nada...

Sem ofensa, os asnos é que caminham com palas nos olhos, condicionando assim o seu olhar e consequentemente os seus horizontes. Viver numa perspectiva de encontro é viver abertos à vida e aos outros! É não permitir que o nosso mundinho funcione como palas. É sermos capazes de nos deixarmos provocar com causas sociais e humanas, é aceitar dispor do nosso tempo e das nossas capacidades para os colocar aos serviço de outros e depois deixarmo-nos maravilhar...

Para nós cristãos, os encontros do dia a dia remetem-nos para um encontro maior. Viver numa perspectiva de encontro é, também, encontrarmo-nos com Deus na oração, um mistério que só se entende em termos de encontro. Vamos ao encontro de Deus e ao encontrá-lO, encontramo-nos também a nós mesmos e aos outros. Esta certeza de um Deus que se encontra connosco no silêncio da oração e na acção dos irmãos, deverá tornar-nos homens e mulheres felizes e capazes de preparar o coração para acolher quem se cruza no nosso caminho... Se assim for, encontrar-nos-emos mais vezes com Deus, que veio ao nosso encontro, plenamente, em Jesus Cristo que nos procura todos os dias (estou certo!), em mil encontros que deixaremos acontecer.

Luís Pedro de Sousa, Coord.

Esses múltiplos Olhares

Em final de ano lectivo é tempo de fazer balanço a vários níveis: das aulas, das diversas actividades, dos encontros que se multiplicaram, das celebrações, dos momentos em que festejamos acontecimentos importantes da vida do Colégio, dos momentos de formação... enfim, um sem número de pontos importantes a que fomos dando corpo e vida. Todos estes momentos têm em comum a promoção do encontro entre os vários intervenientes. Mais do que juntar pessoas, o encontro promove a partilha, a união, o convívio, a disponibilidade, o enriquecimento a vários níveis e ainda a gratuitidade.

Recentemente tivemos a Festa das Famílias, com a actuação dos mais pequeninos do Jardim de Infância, dos mais crescidos do 1º ciclo e ainda diversas apresentações de outros ciclos e de outras actividades de enriquecimento curricular. É uma altura de encontrarmos antigas alunas e alunos, pais e encarregados de educação que não víamos há algum tempo, avós que já foram mães e algumas até antigas alunas...muitas recordações vêm nesta altura. Este ano, em particular, foi possível o encontro entre a Mère St Jean e o Pe. Jean Gailhac e a nossa comunidade educativa, no recriar do seu carácter fundacional do Instituto das Religiosas do Sagrado Coração de Maria, e na compreensão da razão de viver e missão das primeiras Irmãs. Foi, sem dúvida, uma ‘Grande’ Festa da(s) Família(s).

Outro encontro, que em breve concretizará a sua segunda parte, é aquele que os nossos finalistas do 12º ano realizarão, quando prosseguirem o seu caminho, noutro local, com outras ambições, com outros horizontes. São dois encontros em simultâneo, o encontro de despedida num ‘até já’, que aguarda passagem obrigatória pelo nosso colégio, num futuro mais ou menos próximo, e o encontro com as novas perspectivas de vida, com as faculdades e com o mercado de trabalho.

Também um encontro muito transbordante de vida, de alegria e de dinamismo tem sido aquele que, ao longo deste ano, se foi desenvolvendo nas diversas vertentes do Centro Jean Gailhac. De todas elas, evidencio as ‘Famílias Solidárias’ , em que o encontro, a partilha, a união, a troca desinteressada de saberes e recursos entre famílias diversas tem acontecido.

De muitos outros encontros vos podia falar. Muitos outros vão encontrar nesta revista. Menciono apenas mais um, o regresso em Setembro, para mais um ano lectivo, cheio de vida, de dinamismo, de motivação para fazer mais e melhor.

Boas férias, bom descanso, até Setembro,Com amizade,

Margarida Marrucho Mota AmadorDirectora Pedagógica

A maravilhae o mistériodo Encontro

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Um encontro que alarga horizontes e proporciona mais vidaA família é, porventura, o bem mais precioso que temos. É no seu seio que nos estruturamos, crescemos e fazemos a experiência de ser com os outros. No entanto, fazemos muitas vezes a experiência da família não se limitar aos laços de sangue. Ser família é ser acolhimento para outros.

No nosso colégio temos mais de mil famílias. É um manancial imenso de vida e potencialidades. Por outro lado, crescem, semanalmente, o número de famílias que nos pedem ajuda quer material, quer humana.. Neste sentido, o Centro Jean Gailhac lançou um desafio às nossas famílias: Tornarem-se FAMÍLIAS SOLIDÁRIAS e apadrinhar uma família acompanhada pelo CJG. Aos poucos... os bens materiais passam para segundo plano e ganha terreno o encontro, a partilha, a brincadeira conjunta, a celebração de um aniversário ou um telefonema durante a semana, só para saber se está tudo bem... Há vida nova a passar por aqui, uma vida que o Pe. Gailhac sonhou para todos e que é possível fazer crescer!

Ousamos, na primeira pessoa. Aqui fica o testemunho de duas das nossas famílias:

O que nos levou a participar neste projecto foi a vonta-de de ajudar de um modo directo, palpável e eficaz. É uma oportunidade que só poderíamos concretizar desta forma, mediada pelo Centro Jean Gailhac e pela Irmã Purificação a qual tem desenvolvido ao longo dos anos um trabalho social imenso, conhece o terreno e as reais dificuldades de quem necessita de auxílio. Nesta experiência de ajuda di-recta, quem tem mais, materialmente, sente-se responsável

pelo bem-estar e pelo desenvolvimento dos membros da família que têm algumas dificuldades (especialmente das crianças). No entanto, a nível emocional, não é uma ajuda material de que se trata, mas sim de uma troca de experiên-cias e, esperemos, de amizade.

A “nossa” família é composta por 5 elementos: a Edna é uma rapariga de catorze anos, responsável e determinada. A Letícia tem doze, é reservada mas intensa. O Emanuel, aos 5 anos é um menino calmo e atento. A Ana Lúcia tem 3 anos. É espontânea e despreocupada. A Mãe, Eva, apesar de o ma-rido não estar em Portugal, consegue encontrar força para manter esta família unida e sã. No entanto ela não está só, a Irmã Purificação vela e apoia. Quanto a nós, espera-mos poder ajudar para que cresçam bem e sejam felizes.

Maria Leonor Barbosa

Deixo-vos com o testemunho dos meus filhos e do meu marido:

A família da D. Eva Domingues é uma família muito unida e alegre. Gosto muito quando estamos todos jun-tos.

Maria Tareco, aluna do 8ºC

Eu acho que são todos muito simpáticos e gosto muito de ajudar esta família.

João Tareco, aluno do 5ºE

São todos muito educados e bem comportados. É diver-tido estarmos juntos.

Fernando Tareco

Certamente que já todos ouvimos: “Amai-vos uns aos outros como Eu vos amei”. Mas será que sabemos real-mente o que Jesus nos pediu?! Ou será que nos nossos dias atarefados já parámos um pouco para reflectir sobre estas palavras?! Sim, para poucos ainda...

Este mundo cada vez mais voltado para o exterior e para os bens materiais tem-nos levado a esquecer o que de mais importante temos na vida: as Conquistas Morais. Buscamos felicidade nas coisas mas não nos apercebe-mos que conforme as adquirimos também elas desapa-recem. Somente as nossas conquistas espirituais perma-necerão.

Então porque não voltarmo-nos novamente para o mais Alto? Para o que sempre esteve presente? Para Jesus e o seu exemplo? Jesus foi certamente o homem mais sereno, justo e sábio que alguma vez pisou a Terra. Foi o homem mais feliz que conhecemos porque simplesmente se entregou ao ou-tro… Amou sem olhar a cores, estatutos e bens.

E que fazemos nós outros nos dias de hoje?! Há dois mil anos já Ele nos ensinava o caminho e, após todo este tem-po, ainda nos acotovelamos e olhamos com indiferença.

Optámos então por fazer o nosso papel neste cenário da Vida. Pena é que sejam poucos os actores a participar nela, porquanto ainda tivermos de lhe chamar Solidária, a Família não será Universal.

Bem hajam. Alexandra e Ricardo Matos Luís, país da Maria Rita da Sala

Verde Claro

Famíliassolidárias

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notíciasdo pré-escolar

Passeio aos moinhos No dia 19 de Maio o grupo dos três anos foi passear ao Parque dos Moinhos de Santana. Foi uma manhã cheia de sol e de muita brincadeira!

A Magia da DançaO Auditório do Colégio encheu-se de Magia para os olhos dos mais pequeninos, maravilhados perante a exibição dos ex-bailarinos da Companhia de Bailado da Fundação Calouste Gulbenkian, que vieram ao nosso colégio festejar o Dia Mundial da Dança, no dia 29 de Abril.

Foi um momento de grande beleza que encantou os nossos alunos dos três aos cinco anos.

Muitas vezes, os pais dos nossos alunos vêm às salas partilhar as suas experiências, profissões ou dons. Desta vez foram a Paula e o Francisco Rousseau, pais da Beatriz e da Julieta . O nosso muito obrigado!

Semana das Ciências Sociais e Humanas

Ao entrar no Colégio, no passado dia 20 de Abril, e apesar de à segunda-feira de manhã muitos ainda estarem a dormitar em pé, foi possível ver que alguma coisa tinha mudado na decoração dos átrios…

Era a Semana das Ciências Sociais e Humanas que começa-va, contando não só com as exposições mas com outras inicia-tivas, como conferências e bancas de venda, relacionadas prin-cipalmente com os conceitos de mundialização, globalização e dos direitos humanos, nas áreas das disciplinas que integram o departamento – História, Geografia, Filosofia, Economia e Direito.

Uma semana de árduo trabalho, tanto de alunos como de professores, que correu às mil maravilhas.

Conferências e ExposiçõesNo âmbito das conferências, destacam-se as presenças de

António Camões Vieira, na área da História, de Luís Moreira (as-sociado ao Centro de Informação Jacques Delors), nas áreas da Geografia e Economia, e de José Arêdes, na área da Filosofia.

A exposição presente no átrio principal, que na área da His-tória foi elaborada pelos alunos do 2º e 3º ciclos e Secundário, espelhava a evolução dos conceito de globalização e mundia-lização, mas também de europeização, no referente aos sécu-los XV e seguintes devido ao contacto colonizador-colono que mantivemos com quase todo mundo.

Junto à secretaria, pudemos também encontrar este con-ceito presente na exposição “Sinais da Imigração”, que eviden-ciava a grande diversidade cultural que podemos encontrar junto ao Colégio, desde pessoas da Europa de Leste a africanos e asiáticos.

Comércio JustoPela primeira vez, pudemos também contar nesta semana

com a iniciativa do «Comércio Justo», que contando com uma vasta gama de produtos, desde chás, especiarias, artesanatos, chocolates, sendo que a maior parte deles vem do outro lado do mundo, se distingue de qualquer outra iniciativa, visto que aposta em pontos essencias, esquecidos por muitos:

– a protecção dos direitos humanos, recusando a explora-ção do trabalho infantil ou escravo;

– a garantia dos direitos sindicais e envolvimento do traba-lhador na tomada de decisão;

– o apoio aos produtores, no sentido de melhorar os méto-dos de produção, produtos, embalagens e impacte ambiental;

– a aposta no desenvolvimento sustentado, assegurando acima de tudo os recursos locais e a biodiversidade;

– o respeito pela identidade cultural, promovendo o talen-to artístico de cada povo.

É um movimento que envolve, a nível mundial, cerca de milhão e meio de produtores e trabalhadores de 58 países, po-dendo encontrar-se 3.931 lojas e 112.439 supermercados em 73 países.

Também estão presentes em Lisboa. Deste modo, podem sempre procurar uma maior diversidade de produtos e satisfa-zer a vossa curiosidade na Loja Mundo, que se situa nos núme-ros 70 e 72 da Rua da Prata, em Lisboa.

Rita Louro Gonçalves, 11D2

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notíciasdo 2º Ciclo

notíciasdo 1º Ciclo

No dia 14 de Maio veio à nossa sala a mãe da Leonor. Ela veio falar sobre os locutores de Rádio. A mãe da Leonor chama-se Maria da Paz e trabalha na Rádio Renascença.

Mariana Figueiredo -2ºB

Maria da Paz,Obrigado por vir à nossa sala falar um pouco da sua profissão. Se calhar vou para a Rádio quando for maior. Eu não sabia que os que trabalham na rádio usam sempre auscultadores. Foi fantástico!

Madalena Beirão , 2ºB

Eu gostei muito de a ter cá na nossa sala. Aprendi muitas coisas, como por exemplo, que os locutores não largam os seus auscultadores. Eles não gostam nada de usar os dos outros, por isso não podem perder os seus.

Maria do Rosário , 2ºB

Finalistas!

Felizes estamos nósIndo para o 5º anoNesta aventuraAinda de espanto.Lembranças boasIremos levar.Surpresas novasTeremos de encontrar. As férias estão a chegarSetembro está quase a começar!Vasco Catarro, 4ºB

4 anos de memóriasHoje vou contar-vosA história da minha vidaVida muito agradávele muito bem vivida.

1º ano foi em grandeAinda muito pequeninosAprendemos o ABCE conhecemos muitos meninos.

2º ano mais crescidosAprendemos a tabuadaVivemos felizes com os amigosE não levámos nenhuma reguada!

Chegámos ao 3º anoAdorámos aprender!Já sabemos andar de patinsE, especialmente, ler e escrever!Agora estou no 4º anoA escrever este poemaEstudo sempre, todos os diasÉ este o meu grande lema.

Agora sou finalistaVou para o 5º ano.Comer tostas-mistasE aprender a tocar piano!

Quero agradecerA todos os professoresEspecialmente à professora CarlaQue sempre me acompanhou!O meu muito obrigada!!!Carolina Costa, 4ºB

Finalista eu serei

Finalista eu sereiCom os meus amigos tambémNão sei, não sei , não seiEm que turma ficarei.

Saudades vão surgir De tantas coisas que já nem seiAcho que de aprender, brincar e rirÉ o que mais me lembrarei.

O 2º ciclo está a chegarE os agradecimentos tenho que fazerAos professores que nos ensinaram E aos amigos que nos ajudaram.Constança Cardoso, 4ºB

Noite de contosUnião. Imaginação. Aprendizagem. Divertimento. Sonho. Magia. Partilha. Ilusão. Autonomia. Desprendimento. Ami-zade. Ousadia. Confraternização. Inovação. São estas as palavras com que os alunos descrevem a Noite de Contos. Uma noite diferente que ficará para sempre na sua memória e nas inúmeras fotografias tiradas.

É sempre com imensa alegria e curiosidade que regres-sam ao colégio após um intenso dia de aulas. De mochila às costas, aí estão eles prontos para mais uma misteriosa e entusiasmante noite junto dos amigos.

Esta é uma actividade que se pretende enriquecida com os talentos de cada um, por isso, os alunos foram convidados a colocar os seus dons ao serviço de todos.

Cantaram, tocaram instrumentos, contaram lendas, fi-zeram jogos e escreveram poemas inspirados em Fernan-do Pessoa, personagem central da nossa história.

Para que possam sentir um pouco da magia desta noi-te, partilhamos convosco as experiências e sentimentos por nós vividos nas palavras dos nossos alunos.

A todos os que incansavelmente contribuíram dispo-nibilizando o seu tempo e esforço... o nosso sincero agra-decimento.

Gostei imenso, nunca tinha experimentado o saco cama. Ouvimos uma história sobre Fernando Pessoa.

Diogo Marcos, 5º B

Uma noite diferente e magnífica. Houve tempo para tudo: rir, aprender e dormir. Catarina Ferreira, 5ºD

Eu gostei muito da noite de contos porque gosto muito de ouvir histórias e de dormir com os meus amigos no Colégio. Devíamos repetir mais vezes. Margarida Silva, 5ºB

Foi uma noite mágica. Leonor Castelo, 5ºB

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notíciasdo Secundário

Era importante desenvolver o espírito de trabalho em grupo, promover competências, desenvolver um projec-to ao longo de um ano lectivo e apresentar, fundamen-tando, um produto final. Junta-se a tudo isto um ingre-diente final – originalidade. Parece difícil, para alguns pareceu mesmo algo impossível, mas ultrapassadas as primeiras dificuldades, meteram mãos ao trabalho e os resultados foram admiráveis. Através das apresentações dos projectos, foi-nos possível perceber que os nossos alunos chegam ao final do ensino secundário com a capacidade de desenvolver projectos a longo prazo, as-sumir responsabilidades, trabalhar de forma autónoma, gerindo tempo, recursos e espaços.

Conseguiram concretizar projectos marcados por um carácter fortemente solidário e reveladores de grande originalidade – organizou-se uma festa solidária com a UNICEF; divulgou-se a Tuberculose e anga-riaram-se fundos para vacinas, em parceria com a AMI; projectou-se um plano de vo-luntariado com o Centro Social e Paroquial das Galinheiras; elaborou-se um projecto com o objectivo de criar uma associação para apadrinhamento de crianças.

Podemos dizer ainda que alguns destes projectos marcaram a vida do Colégio, ao longo do ano: falou-se de alimentação sau-dável; foi possível relaxar com massagens; pensar na hipótese de um futuro unifor-me escolar para o nosso Colégio e ainda vislumbrar um Colégio mais funcional e inteligente a nível energético, ambiental e tecnológico .

Brilharam os potenciais empreendedo-res em projectos inovadores e, quem sabe, um dia concretizáveis – restaurantes, hotéis, gestores de moda, promotores de eventos, gestores desportivos, gestores agrícolas..

De destacar também aqueles que fize-ram incursões em áreas mais específicas ou totalmente novas para criar cosméti-cos, montanhas-russas, revistas científicas, energia limpa, estúdio de som...

Difícil será enumerar todos os projectos desenvolvidos, dada a sua diversidade, mas de facto existiram vectores comuns a to-dos os trabalhos: o entusiasmo, a entrega, a autonomia, a perseverança, o trabalho em equipa. Com estes factores e o apoio dos Directores de Turma, foi possível levar a bom termo e com sucesso aquilo que à partida pareceu a alguns uma tarefa hercúlea.

Os Directores de Turma do 12ºano

Área de Projecto– Um desafio?!Em Setembro, os alunos do 12ºano ficaram a conhecer uma nova área curricular não disciplinar – Área de Projecto. Aquilo que pareceu no início algo assustador, e ao mesmo tempo desafiante, tornou-se rapidamente num projecto a que todos se entregaram com dedicação e de forma comprometida.

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culturalmente...

Conversandosobre livrosOlhares - Qual o tipo de relação que tem com os livros?

Inês - Desde miúda que tenho uma relação muito próxi-ma com a leitura e com os livros. Quando aprendi a ler, lia tudo com igual prazer, cartazes na rua, indicações nos paco-tes de sumo, postais, cartas, livros.

Nessa altura, a minha mãe ralhava comigo porque eu lia demais (em vez de ir apanhar sol ou de ir brincar ao ar livre). Eu escondia-me nos banquinhos de pedra atrás das cortinas do meu quarto de férias e lia toda a tarde.

Vejo os livros como grandes amigos. Não todos, claro! Mas os livros ajudaram-me a dar voltas e voltas ao mundo, e a conhecer a cabeça e o coração de muitas personagens diferentes.

Olhares - Que livros elegeria como os seus preferidos?Inês - Não é fácil escolher “amigos preferidos”. Para mim,

também não é fácil falar de livros preferidos. Mas posso fa-lar de livros inesquecíveis, que gosto de reler sempre que posso. Entre eles, os “Capitães da Areia”, do Jorge Amado, “Amai os lírios do campo”, do Erico Veríssimo, todos os livros da Agatha Christie, “A cidade e as serras”, do Eça de Queiroz, a colecção “Uma aventura”, da Ana Maria Magalhães e da Isa-bel Alçada, “O velho e o mar”, do Hemmingway, “Lisboa, livro de bordo”, do José Cardoso Pires, e a lista continua...

Gosto muito de um livro que fala sobre os direitos do lei-tor, sobre o direito de ler em liberdade, não importa onde nem o quê, “Como um romance”, do Daniel Pennac.

Olhares – Já publicou livros? Que temas abordam?Inês - Sinto-me sortuda quando respondo que sim. Te-

nho publicado alguns poemas para crianças, em livros sobre temas diversos, como as Fábulas de La Fontaine, os reis de Portugal, o Natal, as Lendas de Portugal, entre outros. Além destes, publiquei uma antologia de poesia, que reúne poe-mas de 101 Poetas de Língua Portuguesa, desde D. Sancho I. A minha última publicação intitula-se “Canta o Galo Gordo - poemas e canções para todo o ano”. Como o nome indi-ca, é um livro que fala sobre vários momentos do dia e do ano. Fala do que aprendemos na escola, como as cores, os animais, os meses, as quatro estações, mas também os dias da Mãe, do Pai, dos Avós, o Natal, o São Martinho, o Pão por Deus, as férias, entre outras coisas. O livro tem um disco, em que são cantadas canções que foram feitas para musicar estes poemas. As músicas são do Gonçalo Pratas. Para apre-sentarmos o livro ao público, fizémos um lançamento, em que foram cantadas algumas das canções, com a ajuda de muitos alunos do Gonçalo.

Olhares - Na sua opinião, qual a importância da realiza-ção de feiras do livro nas escolas?

Inês - Acho que as feiras do livro são importantíssimas.

Foi no dia 17 de Abril, pelas 10 horas da manhã, que um grupo de alunos do nosso Colégio aceitou o desafio de ir “passear” por locais pelos quais já haviam passado tantas e tantas vezes, uns mais que outros, mas que, até àquele dia, só tinham observado com um olhar apressado de século XXI.

Desta vez, foram convidados a dar asas à imaginação e a tentar viver como as personagens do livro que ocupa as leituras de grande parte deles, neste ano lectivo, e, assim, perceber o modo como elas viam aqueles mesmo lugares e ali passavam por encantos e desencantos, tão bem descri-tos n’Os Maias.

Chegámos à estação do Cais do Sodré e logo começámos a entrar na atmosfera da época. Visitámos a Praça Duque da Terceira, à beira-rio, onde se encontra o edifício do antigo Grande Hotel Central. Quase que pudemos imaginar Maria Eduarda a chegar ao Hotel, e sentir as emoções que Carlos da Maia sentiu quando a viu pela primeira vez. Subimos a Rua do Alecrim, que também é referida na obra, passando pelo monumento erguido a Eça de Queirós, com a seguinte inscrição: Sobre a nudez forte da verdade, o manto diáfano da fantasia. Concluímos que aquela citação se adequa à corrente realista que caracteriza a obra, na qual, através de um romance fantasioso, Eça critica a verdade “nua e crua” da sociedade lisboeta dos finais do século XIX.

Subindo a rua, seguimos para a Praça Luís de Camões no Chiado, o antigo Loreto. Lemos um excerto da obra, no qual o narrador nos descreve a Praça, “velho coração da capital”, e a sua gente, “feíssima, encardida, molenga, reles, amare-lada, acabrunhada!...”. Olhando em volta, vimos que aquela gente fôra substituída por turistas, intelectuais e executivos apressados. Passámos depois pela Rua da Misericórdia e pelo Café Tavares, indo ter ao Teatro da Trindade, onde ha-víamos estado há menos de um mês a ver a peça “Os Maias no Trindade”.

Dirigimo-nos então à antiga Rua do Chiado, pelo Largo do Carmo, onde se situavam alguns locais referidos no li-vro, como a Casa Havanesa. Passámos pelo Teatro S. Carlos, onde Pedro da Maia se encontrava com a sua Maria Monfor-te, e pela rua onde se situaria a casa dos Cohen.

De seguida, visitámos a Rua Ivens, antiga Rua de São Francisco. Antes de ir para a Toca, nos Olivais, Maria Eduarda encontrava-se com Carlos na sua casa alugada, nº 31 desta rua, onde todo o seu romance foi ganhando vida. Algumas portas ao lado, vimos o Grémio Literário, que, para surpresa de alguns de nós, ainda existe e é frequentado por persona-lidades dos nossos dias.

Passámos pela Praça D. Pedro IV, o Rossio, onde num ”primeiro andar de esquina” se situaria o consultório do Dr. Carlos da Maia. Vimos, também, o edifício e a placa da casa do escritor que lhe deu vida. Uns passos mais à frente, encontrámos os Restauradores e a Avenida da Liberdade, antes conhecida por Passeio Público, por onde também cir-culavam as personagens d’Os Maias no seu dia-a-dia.

Fomos depois convidados a imaginar o episódio do final da obra: o do Americano. Depois de Carlos e Ega estabele-cerem a sua teoria definitiva de existência, “não valia a pena dar um passo para alcançar coisa alguma na Terra”, uma esperança apoderou-se deles, fazendo-os correr atrás daquele meio de transporte. Será que conseguiram apa-nhá-lo?

Foi o fim da visita. Connosco ficou esta questão, e um novo modo, es-pecial, de ver a cidade em que vive-mos. Ela é, afinal, pouco diferente da Lisboa Queirosiana em que se moveram as personagens que têm preenchido os nossos pensamentos.

Maria José Prata, 11ºano

Feira do Livro no CSCMDurante o mês de Maio, e como já vem sendo um hábito, realizou-se mais uma Feira do Livro no nosso colégio. Contámos com a participação das estrelas principais... os livros, claro! Animou-se o átrio do colégio com a sua presença mágica e diversificada! Realizaram-se muitas outras actividades interessantes e dinamizadoras da leitura.

A propósito deste acontecimento, decidimos conversar com a nossa psicóloga, Inês Pupo, e ouvir atentamente os conselhos da nossa ex-aluna, Ana Maria Magalhães. Com a primeira, também ex-aluna do nosso colégio, conversámos sobre livros e da segunda ouvimos atentamente as palavras sobre como motivar para a leitura, numa altura em que tanto se discute este tema.

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os nossos escritosÀ conversa com Ana Maria MagalhãesSão muitos os leitores de Ana Maria Magalhães no CSCM, como a longa e muito animada sessão de autógrafos mos-trou, em que a fila dos alunos se estendeu do átrio até à capela do colégio. Alguns dos alunos trouxeram vários li-vros, não apenas seus, mas também de colegas que não puderam ficar para a sessão. Após este momento, pensado para os mais novos, estava prevista uma sessão de sensi-bilização de pais e enc. de educação para a leitura que, na verdade, se transformou numa agradável partilha informal, pois foram apenas sete mães, uma avó e algumas docentes que ficaram para a conversa.

Foi com alguma comoção, confesso, que ouvi as pri-meiras palavras da autora juvenil. Começou por dizer que entrou no colégio ainda muito pequena e que de cá saiu di-recta para a universidade, pelo que este regresso se revestia de alguma emoção.: “Fui muito feliz aqui. Levei daqui uma grande bagagem, não apenas cultural. É por isso que, tendo estado aqui hoje, num colégio de elite, amanhã vou à escola da Cova da Moura.”.

Falou-nos da sua experiência enquanto leitora, da sua vocação para os livros. Compreendeu os que a não têm, fa-lou de casos e de muitas das estratégias que, como profes-sora, mãe, avó, irmã, foi adoptando para tentar cativar lei-tores. De tudo o que disse, e pensando nos que acreditam não gostar de ler, sugeriu a autora que a estes se fossem sempre oferecendo livros “fininhos”. Quanto aos apaixona-dos pela leitura, concluiu que basta ir proporcionando o contacto sempre variado com os livros. Apagou também alguns possíveis preconceitos ao dizer que todos os livros, desde que não ameacem a integridade moral, são válidos. Sugeriu que todos os dias terminassem com a leitura… nem que fosse de uma só página ou de um poema, porque este ritual também contribui para formar leitores e cultivar o gosto pelo objecto livro.

Foi um imenso prazer, nesta conversa, algo intimista, ouvir falar Ana Maria Magalhães, a escritora, a amante dos livros e a ex-aluna do colégio. Sem dúvida, uma conversa que não esquecerei.

Ana Soares, prof.

Ao longo deste ano lectivo, fomos deixando, em prosa e em verso, textos escritos pelos nossos alunos. Dos mais velhos aos mais novos, muitos têm mostrado gosto pela leitura e motivação e talento para a escrita. Desta feita, apresentamos um poema escrito a propósito da obra de Alice Vieira, Leandro, Rei da Helíria, leccionada no 7º ano e assinalamos o mérito de uma aluna do secundário, cujo talento para a escrita foi premiado a nível nacional.Qualidade e quantidade! Este foi, desde o início, o problema com que nos deparámos na página Os Nossos Escritos. Esperemos que a veia criativa continue!

Ano VieirinoEm 2008 comemorou-se o ano vieirino. A propósito desta comemoração foi lançado um concurso denominado “À Descoberta da Obra do Padre António Vieira”. Esta figura ímpar da literatura e cultura, cuja vida foi repartida entre Portugal e Brasil, durante o século XVII, inspirou alguns dos nossos alunos do ensino secundário a participar no concurso acima referido.

A verdade é que, uma vez mais, o nosso colégio está de parabéns. Raquel Mariano, aluna do 11ºC, conquistou o 2º prémio para alunos do ensino secundário, a nível na-cional.

Recolhemos o seu teste-munho.

O concurso consistia em redigir uma carta endereçada a Padre António Vieira sobre um tema à nossa escolha, mas demonstrando conhecimento sobre a sua vida e obra. Os pa-râmetros avaliados eram origi-nalidade, expressão e rigor dos conteúdos.

Na minha carta, partindo de pequenos excertos do Ser-mão de Santo António aos Pei-xes, reflecti sobre o comporta-mento dos homens no tempo de Vieira e na actualidade.

É certo que tinha que me basear na obra de Padre Antó-nio Vieira, mas podia escrever livremente o que quisesse e, sendo eu da área de Ciências e Tecnologias, nem sempre te-nho oportunidade de o fazer,

por isso vi o concurso como uma oportunidade de expressar a minha veia criativa. Assim que escrevi o primeiro rascunho da carta, só pensava em como melhorá-la, por isso, não participar não faria sentido.

Participar foi, como já disse, uma maneira de poder escrever. Não sei se divertido será a melhor maneira de o descrever mas, sim, gostei de o fazer. Para além de ter gostado de redigir a car-ta, também fiquei feliz por ficar bem classificada. O reconhecimento de um júri imparcial deixou-me, obvia-mente, satisfeita.

Aprofundei o meu conhecimen-to da vida e obra de Vieira, devido à pesquisa que tive de fazer para redi-gir a carta e ganhei alguns prémios: livros relacionados com cultura, dicionários, cadernos, e outros ma-teriais do mesmo género.

Aqui está um pequeno excerto, escolhido pela autora, do trabalho vencedor:

“Já no ano de 1654, quando nas terras do Maranhão pro-feristes o vosso sermão aos peixes, vós dizíeis “Aos homens deu Deus uso de razão, e não aos peixes; mas neste caso os

homens tinham a razão sem o uso, e os peixes o uso sem a ra-zão.”. Pois entristece-me cons-tatar que pouco ou nada mu-dou em tantos séculos. (…)

Porque é que as pessoas não vêem que a história se repete? Porque será que os homens continuam a não ver que o que distingue as pes-soas é a sua alma? Esta alma de que falo, a alma de quem rouba, sob qualquer forma, é como a que vós teríeis visto re-flectida nos voadores quando sobre eles escrevíeis “Grande ambição é, que sendo o mar tão imenso, lhe não basta a um peixe tão pequeno todo o mar, e queira outro elemento mais largo”. A alma de todos eles foi corrompida pela ambi-ção desmedida, pela ambição destruidora e imoral. E assim, os homens continuam a errar, erros repetidos, erros errados e repreendidos, mas o maior problema de errar é que os erros são erros humanos. E os erros humanos custam vidas, destroem o amor, a confiança e a fé. “

Em todos os espaços, porque permitem que as pessoas to-mem contacto directo com os livros. Podem folhear, pensar se querem comprar ou não, por vezes conhecer autores e fazer-lhes perguntas que ajudam a perceber como é que se escreve um livro, como é que se escolhe o tema, como é que se organizam as ideias, etc.

Nas escolas as feiras do livro assumem ainda maior im-portância. Tenho estado em escolas em que a feira do livro é uma das poucas oportunidades que os alunos têm para folhear livros e ver a enorme variedade de livros que há. Por-que o meio em que vivem não favorece os hábitos de leitu-ra, porque os pais nunca lhes leram uma história, por muitos outros motivos. O importante é que, quando os livros che-gam à escola (num espaço que não é o da sala de aula), as pessoas podem conhecê-los, folheá-los e, quem sabe, atre-ver-se a experimentar uma relação de amizade com eles.

Entrevista conduzida por Catarina Carrilho, coord.

Leandro, Rei de Helíria

O pior cegoÉ aquele que não quer ver.Embrulha a verdade E deixa a mentira erguer.

O rei perdeu tudoSentiu-se pouco sortudoE perdeu a sua filhaA que mais o queria

Assim, o Rei LeandroFicou cego.Não só pela sua mente,Mas também pelo seu ego.

Violeta ficou sentida,Não só com seu pai, mas também com a partida.No rei, onde estava amor e amizade,Ficou uma ferida por culpa da verdade.

Violeta partiu entãoCom Reginaldo, seu amor,Deixando pelo reino e no chãoIngratidão e dor.

O rei, lá no fundo, sentia-seTriste, só e infeliz.O bobo avisou-oMas ele fez o que quis.

Tudo porque um sonhoO mandou fazerLargar o tronoE sua filha perder.

Agora, o reino Está divido em dois,Por Hortênsia e AmarílisE os seus duzentos e cin-quenta e seis bois.

E agora o reiEstá cego de tanto “ver”.Perdeu o reino e uma filha:O que é que vai fazer?

“Eu sou Leandro, rei da Helíria”,Insistia o rei.Mas perdeu o reino e VioletaE é tudo o que sei.

Leandro foi brandoCom suas filhas,E a verdadeEle via a milhas.

Agora é como o bobo,Pobre gente do povo.Antes vestia fatosAgora, veste farrapos.

Os sentimentos do reiNão são o que eram.Resta-me dizer:Todos os humanos erram.

Francisco Rocha, 7ºB

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a nossa gente

Maria Cristina Monteiro foi aluna do nosso colégio desde a infantil até terminar o secundário. É também mãe de duas ex-alunas nossas que neste momento frequentam o ensino universitário. Neste momento, trabalha como jornalista e há pouco tempo participou numa significativa Missão da AMI à Guiné Bissau.

Tendo como pano de fundo a palavra ENCONTRO e o entusiasmo demonstrado pela nossa entrevistada, con-versámos sobre as suas experiências de vida, com especial destaque para esta, recente, em que foi ao encontro de gentes africanas.

Aqui fica a conversa, capaz de nos emocionar, de nos fa-zer reflectir, de nos fazer redescobrir o que é verdadeiramen-te importante.

Olhares: O tema da nossa revista deste trimestre é O ENCONTRO / ENCONTRAR O OUTRO. Que significado têm para si estas palavras?

Maria Cristina Monteiro: Só nos descobrimos e desenvol-vemos no contacto com o outro. Ir ao encontro do outro é a Missão primeira. É a grande viagem.

Olhares: De que forma as relaciona com a profissão que exerce?

MCM: A minha profissão, jornalista, leva-me ao encontro das pessoas, dos seus problemas, das suas preocupações. Abre-me ao mundo e obriga-me a estar atenta e em cons-tante aprendizagem. Infelizmente, perdemos muito tempo com matérias obrigatórias e fica pouco espaço para outras que poderiam ter um maior impacto na vida, efectiva, das pessoas.

Olhares: Recentemente esteve em África, colaboran-do numa missão da AMI. O que a motivou a participar?

MCM: Sempre quis partir em Missão. Sonhei com uma Mis-são de pelo menos seis meses, que me levasse a África, aos países que durante séculos fizeram parte de Portugal e onde se fala português. O tempo passou num ápice e achei que ti-nha perdido a oportunidade. Por isso, esforcei-me por plan-tar essa vontade nas minhas filhas. Por outro lado, gosto mui-to de viajar, e ambicionava poder viajar sem ser como turista. Queria muito percorrer África, de carro, fazer o Paris – Dakar,

ou algo parecido, e atravessar o deserto. Queria poder viajar e escrever, em simultâneo. Quando realizar estes sonhos, um a um, me parecia já uma missão impossível, caiu-me nos bra-ços este pacote tipo “cinco em um”, que juntou numa Missão, pequena, todos os meus sonhos grandes. Não foi fácil partir. Tinha muitos medos e não estou habituada a deixar a família. A 6ª Missão Humanitária à Guiné-Bissau foi uma iniciativa da Turma Todo o Terreno, com a parceria da AMI de Tomar e do Instituto Luso-Árabe para a Cooperação. O objectivo era levar material médico e hospitalar ao Hospital de Cumura e alimentos, roupas, brinquedos à Missão de Antula. Missão cumprida!

Olhares: De que maneira sentiu a realidade que encon-trou na Guiné?

MCM: A viagem para sul, através de África, vai para além de tudo o que tenho capacidade de transmitir. A sensação é de uma descida aos infernos que encontra na Guiné-Bissau uma tábua de salvação, quando o mundo já parecia irrecu-perável! Tudo o que se veja em filmes, ou se conte, não che-ga para ilustrar a realidade. Assusta não perceber se aquelas pessoas vivem no passado ou, se pelo contrário, estão já a viver o ameaçante futuro de seca, miséria e horror.

A entrada na Guiné trava esta espiral de desuma-nização. Pelas pessoas, pelas aldeias com vida e orga-nizadas, pela natureza exuberante. Quando cheguei à Guiné senti-me em casa, livre de pesadelos. Os guineen-ses acolhem os portugueses com um carinho enorme. O Hospital de Cumura, onde fomos, precisa urgentemente de todos os apoios possíveis. O Frei Vítor é o único médico residente para mais de cem internados, massacrados com lepra, HIV, tuberculose ou malária.

A vida de muitos daqueles doentes depende de médi-cos voluntários que ali aparecem. Alguns vão de férias à Guiné e aparecem no Hospital para ajudar nas consultas, fazer tratamentos da sua especialidade e até operar. Esta-mos a falar de um País onde falta tudo, desde a anestesia aos desinfectantes mais básicos. Onde uma cesariana é, muitas vezes, uma sentença de morte. O Hospital tem ma-terial muito actualizado, que lhe tem sido doado ao abrigo de programas de saúde de várias instituições, mas não tem quem o saiba utilizar. É uma festa quando aparece um téc-nico que, durante uns dias, se oferece para fazer exames.

Olhares: Sabemos que levaram muitas coisas de Por-tugal. Gostaríamos de saber o que “trouxeram” convos-co?

MCM: Penso que, acima de tudo, trouxemos connosco um mundo novo que nos obrigou a abrir os nossos horizontes para o abrigarmos em nós, de tal forma é diferente de tudo o que conseguimos imaginar. A viagem através de África é uma viagem ao início e, simultaneamente, ao fim do mundo. E é, também, uma viagem ao interior de nós mesmos. É emocio-nante ver a terra transformar-se, as pessoas a escurecerem, as prioridades a alterarem-se. No caminho, as estradas quase deixam de o ser, as fronteiras são exercícios de paciência e as barreiras policiais e militares chegavam a ser de cinco em cin-co minutos. A terra desertificou-se durante cerca de dois mil quilómetros, para depois rebentar de vida na Guiné. A apren-dizagem, ao longo de toda a viagem, é imensa e ininterrupta. Constatámos que a água, mesmo sem ser potável, é um bem precioso e raro que corre por um fio nas torneiras e que é muitas vezes terrosa e percebemos que a limpeza é uma ideia ocidental que pouco tem a ver com a realidade fora do Ocidente. Aprendemos que não sabemos do que falamos quando dizemos que “eles não têm nada”, porque o nos-so nada é muito para a grande maioria dos Africanos. Mas, para nós, é libertador voltar a dar valor a pequenas coisas.

Olhares: Como mãe de duas ex-alunas do nosso co-légio, de que modo rentabiliza este tipo de experiência com as suas filhas?

MCM: Costumo dizer que os filhos vêm através de nós mas não são nossos. São pessoas independentes com quem partilhamos o grande Dom que é a Vida e a quem devemos acompanhar no processo de aprendiza-gem do seu próprio caminho. Quando a minha filha Ma-ria Ana fez vinte anos, em Fevereiro passado, escrevi-lhe que “a Vida, mais do que tempo, dá-nos oportunidades”. Para isso é preciso estarmos atentos. É preciso acredi-tarmos nos sonhos e aceitarmos que realizarmo-nos a nós mesmos é uma Missão espinhosa que vale a pena. A Vida muda num segundo e, no dia seguinte aos seus anos, apareceu-me esta oportunidade. Não percebi logo o que se estava a passar mas percebi que, se não fosse, desperdiçava uma oportunidade basilar da minha vida em que, por um lado, podia realizar os meus sonhos e, por outro, podia transmitir às minhas filhas, Maria Ana e Bárbara, a importância de partir ao encontro do mun-do e ao encontro de nós mesmos, em Missão. Já não podia dizer que não, mais do que por mim, por elas.

Olhares: Que apoios e ajudas recebeu a vossa mis-são?

MCM: Tive um mês e meio para arranjar apoios. Apoios para cumprir a Missão de levar material humanitário urgente à Guiné-Bissau e apoios para a minha viagem, uma vez que cada Missionário paga a sua parte do gasóleo, dos hotéis, das refeições, das fronteiras, vistos, etc. Éramos 21, distribuídos por oito jipes e um furgão. Partimos no dia 21, por 21 dias, curiosa-mente. Tive sorte com as portas a que bati. Em cerca de quinze dias tinha tudo o que precisava. Apesar de ainda não ter a co-ragem completa, sabia que o meu caminho seguia por África. O Centro Jean Gailhac, que contactei através do Prof. Luís Pedro, contribuiu com roupas, brinquedos e medicamentos que entreguei no Hospital e na Missão de Antula. As duas únicas farmácias que contactei doaram cerca de mil e qui-nhentos euros em medicamentos e houve laboratórios que participaram com centenas de litros de desinfectantes.

Foi comovente ver a emoção com que todos, à minha vol-ta, viveram a Missão. Lembrei-me de agradecer levando-os comigo na viagem, através das crónicas, que fui escrevendo e enviando, e que estão a ser publicadas no site da Visão Via-gens.

Entrevista conduzida por Catarina Carrilho, coordenadora

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11º ano foi ao teatro

No passado dia 26 de Março, todo o 11º ano do Colégio teve, em tempo extracurricular, a oportunidade de assistir à peça Os Maias, encenada por Rui Mendes e constando no elenco nomes como José Fidalgo e Sofia Duarte Silva, no Teatro da Trindade.

Foi tempo de aprendizagem sobre um dos grandes romances do século XIX, escrito por Eça de Queirós, que entra no currículo da disciplina de Português.

É de destacar o apoio da Associação de Pais, que possibilitou esta ida aos cerca de 80 alunos inscritos no 11º ano.

Rita Louro Gonçalves, 11D2

Ano Internacional da Astronomia

No âmbito do Ano Internacional da Astrono-mia, em 2009, os alunos das turmas da Área de Ciências e Tecnologias do 10º ano apresenta-ram trabalhos aos alunos das turmas do 5º e do 6º ano, no passado dia 24 de Março.

A proposta dos trabalhos foi feita pelos pro-fessores das disciplinas de Física e Química A e de Biologia e Geologia, no início do 2º período. Após semanas de trabalho árduo e de prepara-ção intensa, os alunos das turmas do 10ºA e do 10ºB passaram uma tarde com os alunos mais novos a expor os conteúdos programáticos do projecto em causa que envolviam entre outros a Origem do Universo, o Sistema Solar e o Pla-neta Terra.

Os trabalhos foram feitos em suporte PowerPoint mas também houve tempo para actividades lúdicas e interactivas com os alunos do 2º ciclo, isto para que eles pudessem perceber melhor a Teoria do Big Bang, como se formou o Sistema Solar e quais as principais características do Planeta Terra. As actividades de interacção entre os alunos das turmas do 10º ano e os alunos mais novos consegui-ram criar as analogias necessárias para que estes últimos até pudes-sem perceber o que é um átomo!

Sempre mostrando muito interesse foram constantemente co-locadas dúvidas aos alunos do Secundário que prontamente res-ponderam a todas as questões, colocando eles também dúvidas para que os alunos do 2º ciclo pudessem mostrar e exibir o conhe-cimento que já têm de Química e de Geologia.

Com este projecto os alunos do 10º ano esperam ter ajudado os alunos do 5º e do 6º ano numa melhor compreensão do Universo e esperam também já ter captado alguns novos e potenciais investi-gadores e cientistas.

Margarida Reis, 10ºA

Foi muito divertido. Os alunos do 10º ano, ensinaram-nos várias coisas.

Tenho a certeza de que todas as pessoas da nossa turma, 6ºC, gostaram de ouvir os colegas do secundário, a apresentar o seu trabalho.

No final da apresentação fizemos um jogo em que tínha-mos de corresponder cada astro com o seu símbolo.

Nós gostámos muito da apresentação dos alunos mais velhos, porque foi sobre Astronomia, um tema pelo qual nos interessamos muito.

Vasco Caldas e Tomaz Barreiro, 6ºC

Uma Associação com A grande!

Ao terminar mais um ano lectivo, manifes-tamos a nossa alegria pelo facto dos alunos que este ano integraram a equipa da actual Associação de Estudantes terem assumido ao longo do seu mandato um papel de grande dinamismo, criatividade, revelando preocupa-ção com a integração dos alunos dos diversos ciclos.

Foi manifesta a forma como envolveram toda a comunidade no seu entusiasmo e como deixaram a sua marca de identidade e diversidade, que desejamos que inspire futu-

ras equipas neste trabalho para a comunidade.Desejamos ainda, que este entusiasmo se continue a manifestar

nos futuros desafios que o ensino superior lhes colocará.Paulo Campino, Coordenador do Ensino Secundário

Uma ida a Conimbriga passando pelas grutas

A minha turma foi em visita de estudo a Conímbriga e às grutas de Mira d’Aire. No caminho para as grutas o tempo, que parecia estar óptimo escureceu de repente.

Quando lá chegámos, descemos cerca de 100 m. de profundi-dade e muitos, muitos degraus. Fiquei deslumbrada com a sensa-ção de humidade que experimentei, ao tocar nas pedras. Achei lin-das as estalactites e as estalagmites que faziam lembrar colunas de gelo. O chão era muito escorregadio. As grutas estavam iluminadas com luz artificial e tudo brilhava de maneira especial. Havia alguns lagos e uma cascata que tinha um cheiro estranho.

Depois dirigimo-nos para Conímbriga, onde almoçámos, assim que chegámos. Depois deste intervalo, iniciámos a visita às ruínas romanas da cidade.

A professora explicou então que os romanos ricos (os patrícios) viviam na domus ou na villa (casa de campo). Dentro de casa ti-nham esplêndidos jardins interiores. Havia termas na cidade, aon-de se dirigiam depois tratarem dos negócios. O chão das casas era pavimentado a mosaico. Havia vários tipos de mosaico (figurativos e geométricos). Eu gostei especialmente dos que representavam o Minotauro e o labirinto de Minos, em Creta. A cidade tinha um fórum (praça pública), do qual vimos vestígios. O museu tem uma maqueta deste fórum.

Achei este passeio muito interessante, porque vi na realidade as “coisas” que os livros contam. Aquilo que me impressionou mesmo e deslumbrou foi o jardim interior cheio de repuxos. E assim regres-sámos numa viagem calma e cheia de vontade de voltar.

brevementeAssociação de Pais e Responsabilidade Social...Este é um ano particularmente difícil. Não apenas para nós mas à escala global... A crise afectou-nos a todos, directa ou indirectamente. Quem não tem um amigo que ficou sem emprego, quem não conhece uma ou várias situações de trabalho precário... enfim, não está fácil para ninguém.

No entanto, também nos parece que é nestas alturas que a maior onda de solidariedade vem ao de cima, que conhecemos o verdadeiro espírito altruísta e humano dos portugueses e que nos sentimos, ainda mais, na obriga-ção de contribuir... contribuir com qualquer coisa...com dinheiro, roupas, bens alimentares ou com apenas um bocadinho do nosso tempo.

Este ano, a Associação de Pais colocou um desafio aos Pais do Colégio...pintar o salão da Paróquia de Arroios! E foi com enorme satisfação que alguns dos Pais imediata-mente disponibilizaram o seu sábado de descanso para dar um bocadinho do seu tempo a esta causa. Foi um sucesso. Não sei se o Salão ficou muito bem pintado, até porque não havia especialistas na matéria, mas sei que, quem lá esteve, pais e filhos, se entregou às tintas de “alma e coração” e ...pintou! Houve uma verdadeira partilha de tempo. A todos os que foram o nosso muito obrigado! Aos que não foram, contamos com a vossa presença no próximo dia de Responsabilidade Social dos Pais do Colé-gio Sagrado Coração de Maria.

Para além disto, a Associação de Pais resolveu, este ano, apoiar outras causas. Estamos a apoiar o Clube 10/14 no Centro Social e Paroquial das Galinheiras no fantástico projecto que está a ser desenvolvido pelo Centro Jean Gailhac (com mesas e cadeiras para os meninos poderem estudar e com dinheiro para que possam ter um campo no final do ano escolar); a Comunidade Vida e Paz (com leite); a Ajuda de Mãe (reconstrução de uma cozinha da casa de acolhimento de Paço d`Arcos); o Lar da Cruz Ver-melha (colónia de férias para crianças portadoras de de-ficiência).

Ficam aqui algumas imagens do nosso Dia de Respon-sabilidade Social...

Associação de Pais do CSCM

OlharesNúMERO 21 | ANO 7 | PROPRIEDADE: COLÉGIO DO SAGRADO CORAçãO DE MARIA DE LISBOA | AV. MANUEL DA MAIA, Nº 2, 1000 – 201 LISBOA | TEL. 21 8477575 | FAX. 21 8476435 | DIRECçãO: MARGARIDA MARRUCHO MOTA AMADOR | COORDENAçãO: CATARINA CARRILHO E LUÍS PEDRO DE SOUSA | REDACçãO: ANA RITA GONçALVES, CATARINA MAIA, LEONOR CASTRO, MARTA BAPTISTA, MATEUS LEITE DE CAMPOS. | APOIO GRÁFICO: FERNANDO COELHO | IMPRESSãO: CLIO, ARTES GRÁFICAS | TIRAGEM: 1330 EXEMPLARES | DISTRIBUIçãO: GRATUITA à COMUNIDADE EDUCATIVA

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Festa das Famílias

Construir comunidadeOs portões do Colégio abriram-se e o pátio de todos os dias encheu-se de pais, avós, tios, primos e muitos antigos alunos. A Festa das Famílias é um marco na vida do nosso Colégio, uma alegria que ganha expressão no palco com as apresentações de pequenos e graúdos. Faz bem abrir assim as portas do Colégio. Faz bem viver em familia, poder trocar uma conversa mais informal, partilhar uma gargalhada ou um jogo.

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Festa de finalistasEm cada chegada há sempre uma partida. Por estes dias vivemos a alegria dos nossos alunos e famílias que festejaram o final de um longo percurso escolar. Foram (em alguns casos) quinze anos no nosso Colégio. Chegaram pequeninos e saíram homens e mulheres que esperamos marcados pelos valores da promoção de vida para todos e competência profissional. Neste percurso todos tiveram o seu papel, desde a educadora e a auxiliar que os receberam no primeiro dia até aos seus últimos professores e irmãs que os acompanharam.

Parti pois... e fazei novas todas as coisas!

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Festa de finalistas

Parti pois... e fazei novas todas as coisas!