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O FASCÍNIO das PALAVRAS A BE PROPORCIONA E REALIZA SESSÕES DE LEITURA E WORKSHOPS DE ESCRITA PARA AS CRIANÇAS DA EDUCAÇÃO PRÉ-ESCOLAR, DO 1º CICLO, DO 5ºANO E DO 7º ANO EM TORNO DA PROMOÇÃO DA LEITURA E DA CRIATIVIDADE. CONVIDADOS ESPECIAIS: ALUNOS DO 9º ANO E DO 10º ANO/A11. SESSÕES DE LEITURA PORTUGUÊS, HISTÓRIA &E.M. WORKSHOPS DE ESCRITA MANHÃ 9HOO 12HOO TARDE 13H3O 17HOO JORNADAS DA TOLERÂNCIA IV

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O FASCÍNIO das PALAVRAS

A BE PROPORCIONA E REALIZA SESSÕES DE LEITURA E WORKSHOPS DE ESCRITA PARA AS CRIANÇAS DA EDUCAÇÃO PRÉ-ESCOLAR, DO 1º CICLO, DO 5ºANO E DO 7º ANO EM TORNO DA PROMOÇÃO DA LEITURA E DA CRIATIVIDADE.

CONVIDADOS ESPECIAIS: ALUNOS DO 9º ANO E DO 10º ANO/A11.

SESSÕES DE LEITURA PORTUGUÊS, HISTÓRIA &E.M. WORKSHOPS DE ESCRITA

MANHÃ 9HOO 12HOO TARDE 13H3O 17HOO

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PRÉ-ESCOLAR

LEITURA SENSORIAL ATIVA

A Minha MÃE é a melhor

Tenho a certeza que, para ti, a Tua MÃE também é a melhor.

Para todos nós, a Nossa MÃE é única, especial e a mais querida de todas.

Quer seja uma mãe galinha ou formiga, leoa ou gata,

panda ou macaca, andorinha ou pata,

a MÃE está sempre presente para nos abraçar.

Ela repreende-nos mas perdoa, defende, ajuda

e ensina-nos a crescer até sabermos que chegou a hora de voar.

MÃE, QUERIDA MÃE é uma homenagem à minha, à tua

e a TODAS as MÃES deste mundo.

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SOBRE O AUTOR

Hans Christian Andersen nasceu

no dia 2 de abril de 1805, na Dinamarca,

e morreu em 4 de agosto de 1875.

Acreditava profundamente que a

igualdade de direitos deveria reger o

mundo e a relação entre os homens,

nomeadamente:

Reduzir as diferenças sociais;

Valorizar o indivíduo pelas suas

qualidades;

Conhecer e aceitar o Eu e o Outro;

Conhecer a efemeridade da vida e sua

precariedade;

Distinguir a superioridade das coisas

naturais em relação às artificiais;

Criticar a arrogância, a ambição e a

maldade contra os mais fracos;

Era filho de um humilde sapateiro e de uma lavadeira. O pai, lutou nas guerras

napoleónicas e voltou gravemente doente à sua terra natal morrendo pouco depois.

Ficou órfão de pai com apenas 11 anos. Precisou de abandonar os estudos e começou

a escrever contos e pequenas peças teatrais.

É o autor de contos de fadas mais conhecido mundialmente. Enquanto que as

peças de teatro, romances, poemas, livros de viagem e muitas biografias que

escreveu só são conhecidos na Dinamarca, os seus Contos (1835-1872) encontram-se

traduzidos em muitas línguas.

Andersen escreveu mais de 156 contos de fadas, autobiografias, romances,

peças de teatro, poesia, relatos de viagem. Toda a sua obra estava direcionada tanto

para as crianças como para os adultos. As suas criações são ainda hoje fonte de

inspiração e de novas reflexões.

H.C. Andersen era e continua a ser um escritor insuperável. A sua obra é

fascinante e a sua popularidade reflete a capacidade única da sua escrita evocar

emoções profundas nos seus leitores, independentemente da idade, sexo ou

cultura. É em sua homenagem que se celebra o Dia Internacional do Livro no

dia do seu aniversário – 2 de abril.

HANS CHRISTIAN ANDERSEN

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SOBRE A OBRA LITERÁRIA

O livro é uma extensão da memória e da imaginação.

Jorge Luís Borges

A leitura de um bom livro é um diálogo incessante: o livro fala e a alma responde.

André Maurois

Creio que grande parte da vitalidade e permanência dos grandes livros não está nas suas qualidades intrínsicas, mas no potencial de leituras que elas permitem.

Ana Maria Machado

LEITURA PARTILHADA INTERATIVA

Lá longe, bem longe no mar, a água é

tão azul como as folhas da centáurea mais

bonita e tão límpida como o vidro mais

puro, mas aí é também muito funda, tão

profunda que seria preciso colocar muitas

torres de igrejas umas sobre as outras para

surgirem à superfície da água. É aí que

vivem os povos marinhos.

- E o fundo do mar tem brancos

pavores?

1º CICLO

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Não se pense que o fundo só tem areia branca e mais nada. Não senhor, aí

crescem árvores e plantas maravilhosas, com tão delicados troncos e folhas, que com

a mínima agitação da água se agitam, como se fossem vivas. Todos os peixes,

pequenos e grandes, deslizam por entre os ramos, como voam cá em cima os

pássaros no ar. No ponto mais fundo está o palácio do rei do mar.

- Como é o palácio do rei do mar?

As paredes são constituídas por corais e as janelas longas, de âmbar muito

claro, mas o telhado é de conchas, que se abrem ou fecham, conforme a água se

move. É um espetáculo lindo de ver, pois em cada uma das conchas há pérolas a

brilhar. E bastava só uma para vir a ser um grande luxo na coroa duma rainha.

- Que lindo!

O rei do mar tinha enviuvado há muitos anos, mas a mãe, já velhinha, cuidava da

casa. Esta era uma sereia inteligente, orgulhosa da sua nobreza, por isso andava com

doze ostras na cauda e as outras sereias para se distinguirem só podiam trazer seis.

Merecia ser louvada, especialmente pelo muito que se ocupava com as princesas do

mar, suas netinhas. As princesinhas eram seis crianças lindas, mas a mais nova era a

mais bonita de todas. A pele era tão clara e suave como uma pétala de rosa, os olhos

tão azuis como o lago mais profundo, mas tal como todas as outras não tinha pés, o

corpo terminava em cauda de peixe.

- E onde brincavam as sereiazinhas?

Podiam brincar todo o dia nos salões do palácio, onde flores vivas cresciam das

paredes. Se as janelas grandes de âmbar ficavam abertas, entravam os peixes, tal

como as andorinhas entram nas nossas casas, quando abrimos as janelas. Mas os

peixes nadavam direitos às princesinhas, comiam das suas mãos e deixavam fazer-

lhes festas.

- Que lindo! E à volta do palácio, como era?

Cá fora, diante do palácio, havia um jardim grande com árvores rubras cor de

fogo e azuis escuras. Os frutos luziam como ouro e as flores pareciam um fogo

ardente, pois agitavam constantemente o tronco e as folhas.

- E o chão? Como era o chão?

O chão era de areia muito fina e tinha um azul lindíssimo. Sobre tudo isto

refletia-se um clarão azul maravilhoso. Julgar-se-ia antes que se estava no alto mar a

ver só céu por cima e por baixo e não no fundo do mar. Com tempo calmo, podia-se

observar o sol, parecendo uma flor irradiando luz. Cada uma das princesinhas tinha o

seu canteiro no jardim, onde podia cavar e plantar como quisesse.

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- Que forma deram as princesinhas aos seus canteiros?

Uma deu ao seu canteiro a forma de uma baleia, outra pareceu-lhe melhor que

o seu se assemelhasse a uma sereiazinha, mas a mais nova fez o dela completamente

redondo como o sol e só lá pôs flores que brilhavam vermelhas como ele.

- Como era a princesa mais nova?

Era uma criança estranha, calada e pensativa e enquanto as suas irmãs se

enfeitavam com as coisas mais extraordinárias que colhiam dos navios naufragados,

ela só se interessava, além das flores cor-de-rosa que se assemelhavam ao sol lá em

cima, por uma bonita estátua de mármore dum belo jovem.

- Estátua, que estátua?

Era uma estátua esculpida em pedra branca e clara, vinda para o fundo do mar

com outros destroços. A princesinha plantou junto à estátua um chorão cor-de-rosa

que cresceu maravilhosamente, deixando cair os ramos frescos sobre ela, com

movimentos extraordinários. Parecia que a copa e as raízes do chorão estavam a

brincar, beijando-se umas às outras.

- Qual era a maior alegria da princesinha mais nova?

Para ela, nenhuma alegria era maior do que ouvir falar do mundo dos seres

humanos lá em cima. A velha avó tinha de contar tudo o que sabia dos navios e

cidades, dos homens e dos animais.

- Conta avó, conta!

Parecia-lhe estranhamente belo que lá em cima, na terra, as flores exalassem

perfume, o que não sucedia no fundo do mar. E que os bosques fossem verdes e que

os peixes, que aí se viam entre os ramos, pudessem cantar tão alto e tão

admiravelmente que dava gosto de ouvir. Eram os passarinhos, aos quais a avó

chamava peixes, pois doutro modo não a compreenderiam, porque nunca tinham

visto um pássaro. Um dia a avó disse:

- Quando fizerem quinze anos receberão autorização para subirem à superfície

do mar, para se sentarem ao luar nas rochas e ver os grandes navios navegando ao

largo, e bosques e cidades!

No ano seguinte, uma das irmãs fazia quinze anos, e cada uma era um ano mais

nova do que as outras, por isso a mais nova tinha que esperar cinco anos antes de

poder subir à superfície para ver como eram as coisas lá em cima. Mas cada uma

prometera contar às outras o que vira e achara mais bonito no primeiro dia, pois a

avó não lhes contara o suficiente. E tanto havia que precisavam de saber!...

- Conta avó, conta!

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- Mas avó ficava no mais profundo silêncio.

Nenhuma estava tão ansiosa como a mais nova, precisamente aquela que tinha

de esperar mais tempo e que era tão calada e pensativa. Ficava muitas noites com as

janelas abertas a olhar a água azul-escura, onde os peixes agitavam as barbatanas e

as caudas. Conseguia ver a lua e as estrelas a brilhar bastante pálidas, que vistas

através da água, pareciam muito maiores. Se aí deslizava uma espécie de nuvem

negra por baixo, sabia logo que era uma baleia que nadava por cima dela ou um

navio com muitos seres humanos. Estes não imaginavam certamente que uma linda

sereiazinha estava lá em baixo a estender as mãos brancas para cima. Quando a

princesa mais velha fez quinze anos subiu à superfície do mar.

- E quando regressou, que contou ela às irmãs?

Quando regressou, tinha centenas de coisas para contar, mas a mais bonita,

disse ela:

- A coisa mais de que mais gostei foi deitar-me ao luar num banco de areia no

mar calmo, a ver junto à costa a cidade grande, onde brilhavam luzes, como

centenas de estrelas, escutar a música e o alarido das carruagens e dos homens, ver

as torres das igrejas com as suas agulhas e ouvir os sinos tocar.

Oh! Como a escutou a irmã mais nova! E quando depois, à noite, se pôs na

janela aberta a olhar através da água azul-escura, pensou na cidade grande e que o

alarido chegava lá abaixo, até ela.

- E que ouvia ela que tanto a encantava?

- Era o som dos sinos das igrejas a tocar: Dlim, Dlão sem parar.

- Devia ser lindo de escutar.

Claro que era. Imaginem os sinos a repicar em eco naquele silêncio de azul!

No ano seguinte, a segunda irmã recebeu autorização para subir e nadar por onde

quisesse. Emergiu exatamente quando o sol se punha e achou que esta visão era a

coisa mais bonita que vira. Quando desceu contou:

- Todo o céu parecia ouro e a beleza das nuvens era tanta que nem consigo descrever.

As nuvens flutuaram vermelhas sobre mim.

E com enorme rapidez, um bando de cisnes brancos voou sobre a água onde se refletia o sol.

Nadei na direção do sol, mas este afundou-se e o clarão róseo desapareceu na água.

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Um ano depois a terceira irmã foi lá acima. Era a mais audaciosa de todas, e

nadou por um longo rio adentro, que desaguava no mar.

- E que viu ela?

- Vi belas colinas verdes com vinhas, castelos e quintas espreitando por entre

bosques magníficos.

Ouvi como todos os pássaros cantavam e o sol brilhava tão quente que teve de

mergulhar várias vezes para refrescar o rosto ardente.

Encontrei um bando de seres humanos inteiramente nus, que corriam e

chapinhavam na água. Quis brincar com eles, mas correram assustados a fugir e

surgiu então perto de mim um animalzinho negro.

- E não tiveste medo?

- Claro que teve, mas teve também muitas alegrias. As irmãs perguntaram-lhe:

- Que animal era?

- Era um cão. Ladrou-me tão terrivelmente, que tive medo e afastei-me para o

alto mar.

- Queres voltar lá acima?

- Claro, nunca poderei esquecer os bosques magníficos, as colinas verdes e as lindas crianças que sabiam nadar, se bem que não tivessem nenhuma cauda de peixe como nós.

A quarta irmã não foi tão audaciosa.

- Até onde foi ela?

Ela preferiu ficar no meio do mar alto.

- Então não viu nada de bonito?

- Claro que vi. Fiquei no mar alto, bravo e agitado, mas foi isso precisamente o

mais bonito que vi.

- Porquê?

Então, a sereiazinha explicou deslumbrada.

- Via-se muito mais longe à volta, e o céu por cima era como um grande copo em forma de sino. Vi navios ao longe que pareciam gaivotas. Os golfinhos divertidos davam cambalhotas e as baleias grandes esguichavam água das narinas, parecendo assim centenas de repuxos ao redor.

(adaptação de um excerto do conto)

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WORKSHOP DE ESCRITA

Estratégia de ação

1. Trabalho colaborativo

2. Formação de pares

3. Leitura desta sinopse

A Pequena Sereia será possivelmente a história que todas as crianças

mais vezes ouviram contar ou leram, a história que todos os adultos gostam de

conservar da sua infância, a história mais vezes editada em todas as línguas, a que

mais vezes foi ilustrada em todo o mundo.

O conto gira ao torno de uma sereia que vive num reino subaquático com seu

pai, o Rei dos Mares, a sua mãe e as suas seis irmãs mais velhas, cada uma com um

ano de diferença. Quando uma sereia atingia os quinze anos, era-lhe permitido nadar

até à superfície. À medida que as irmãs iam crescendo, uma delas visitava a superfície

cada ano. Quando cada uma delas regressava, contava as suas aventuras e a

curiosidade da Pequena Sereia sobre o mundo e sobre os humanos crescia.

Quando a vez da Pequena Sereia chegou, ela avistou um príncipe num barco e

apaixonou-se.

4. Realização desta proposta de trabalho. Imaginem a parte da história em que a princesa mais nova avistou o príncipe,

que estava num barco, quando chegou à superfície do mar e contem o que se

passou a seguir.

Número de palavras : 120 a 200.

Tipologia de texto: Narrativo com descrição e momentos de diálogo.

CANETA NA MÃO PAPEL A4 EM BRANCO

LIBERTEM A IMAGINAÇÃO VAMOS NAVEGAR!

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SOBRE O AUTOR

Nasceu em 1943 e morreu em 2012. Exerceu advocacia e foi técnico de publicidade. Abraçou a carreira de jornalista no Jornal de Notícias. A sua colaboração nos media também se distribui pela rádio e pela televisão.

Autor de livros para a infância e juventude e de textos poéticos, a sua obra reflete uma grande criatividade. Brincando com as palavras e os conceitos, num verdadeiro trocadilho, Manuel António Pina faz da sua obra um permanente jogo de imaginação, que obriga a um verdadeiro trabalho de desconstrução para se encontrar a saída.

Transmissora de valores, muita da sua obra infantil e juvenil faz parte dos manuais escolares e de antologias portuguesas e espanholas.

Os seus textos dramáticos são representados por companhias de teatro de

todo o país. Acerca dos livros escreveu o poema Os Livros.

É então isto um livro,

este, como dizer?, murmúrio,

este rosto virado para dentro de

alguma coisa escura que ainda não existe

que, se uma mão subitamente

inocente a toca,

se abre desamparadamente

como uma boca

falando com a nossa voz?

É isto um livro,

esta espécie de coração (o nosso coração)

dizendo "eu"entre nós e nós?

MANUEL ANTÓNIO

PINA

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Dou-me muito bem com os

gatos porque eles, os

animais em geral, estão

muito próximos do Ser.

Como estão algumas

personagens literárias.

O Tesouro deu origem ao

premiado filme de João

Botelho:

Se a Memória Existe

1º CICLO E 5º ANO

MANUEL ANTÓNIO PINA

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SOBRE O LIVRO O TESOURO

Há muitos anos existia um país chamado País das Pessoas Tristes. As pessoas

não podiam dizer o que sentiam nem fazer o que queriam porque havia polícias por

toda a parte a vigiá-las. Até abriam as cartas das pessoas e tentavam ouvir as

conversas. Os meninos e as meninas não se podiam encontrar na escola, não

podiam ouvir música e ver os filmes que queriam nem beber Coca-Cola. As meninas

não podiam vestir calças e tinham que usar meias e os rapazes, quando cresciam,

iam para as guerras e eram obrigados a matar pessoas que não lhes tinham feito

mal.

As pessoas que visitavam esse país achavam muito estranho que os seus

habitantes não pudessem votar para escolherem os seus governantes.

Um dia, as pessoas do País das Pessoas Tristes, decidiram reconquistar o seu

tesouro, a Liberdade. Os soldados e o povo foram para as ruas gritar: “Viva a

liberdade!”. Nesse dia, 25 de Abril, as pessoas ficaram muito felizes e comovidas e

os soldados colocaram cravos vermelhos nas espingardas.

A partir desse dia os presos voltaram para casa, os jovens vieram da guerra e

os meninos e as meninas puderam andar mais juntos sem castigos. Por tudo isto o

dia 25 de Abril ficou conhecido como Dia da Liberdade porque foi nesse dia que

esse povo recuperou o seu tesouro, a Liberdade.

Esta história não foi inventada e o País das Pessoas Tristes era Portugal.

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DA LEITURA FICCIONAL À LEITURA HISTÓRICA

ANTECIPAÇÃO DA LEITURA DO LIVRO O TESOURO

1. O que é, para ti, ser feliz?

2. O que é, para ti, ser infeliz?

3. Qual é o tesouro sem o qual não podes ser feliz?

4. Achas que a liberdade e a tolerância podem ser consideradas tesouros? Porquê?

5. O que é que sentias se só pudesses ler, ouvir e ver coisas que os outros

escolhessem para ti?

6. Como é que te sentias se não pudesses dar a tua opinião?

WORKSHOP DE ESCRITA CRIATIVA

PALAVRAS PARA RECORDAR

HOMENAGEM Ao autor Manuel António Pina

À Festa da Liberdade

Proposta: Pesquisem nos livros ou na Internet outros elementos, para além dos que vos

apresentamos neste livro, que vos ajudem a elaborar um pequeno texto em homenagem ao

escritor Manuel António Pina e à Festa da Liberdade.

Número de palavras : 120 a 200 (no caso de texto narrativo; imagens e palavras sem limite

no caso de BD)

Tipologia de texto: narrativo ou BD. Valorizem o vosso talento para expressar sentimentos:

por palavras e imagens).

CANETA NA MÃO PAPEL A4 EM BRANCO

ABRAM O PORÃO DA MEMÓRIA

VOEM EM LIBERDADE!

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WORKSHOP DE ESCRITA LÚDICA

PALAVRAS PARA RECREAR

PROPOSTA A

Era uma vez, outra vez o abecedário.

Estratégia de ação

1. Trabalho colaborativo.

2. Apresentação da proposta de escrita.

3. Escolha de um elemento que reproduza, no computador, o registo do texto

elaborado e que seja, simultaneamente, projetado no ecrã, no tempo da criação

textual.

4. Construção de um texto em rede com a participação de todos as crianças.

5. A entrada é dada pelo professor para a letra A.

6. A articulação entre as entradas das seguintes letras do abecedário e feita pelo

professor e as crianças concluem o raciocínio dos segmentos de texto formados

por cada letra.

7. O ritmo de ação é rápido, não ultrapassando 2 segundos, para que as crianças

concluam as dicas do professor. No caso de uma criança não respeitar o tempo

limite, a vez passará para outro colega.

8. Leitura e remediação da produção escrita final, com a ajuda de todos os

intervenientes.

PROPOSTA B

Toma lá vinte, dá cá vinte.

Estratégia de ação

1. Trabalho colaborativo.

2. Apresentação da proposta de escrita.

3. Formação de grupos.

4. Entrega de uma tarjeta com vinte palavras a cada grupo para que sejam criadas

pelos grupos e reencaminhadas ao emissor outras vinte palavras que estabeleçam

nexos por forma a ser criado um texto com sentido ou nonsense em que a

criatividade e imaginação são postas à prova.

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Projeto

leitura.com Ler em família

Contai aos vossos pais como celebrámos o Dia Internacional do Livro Infantil na nossa escola e partilhai com eles leituras entrelaçadas com as histórias que ouvistes. Para isso tereis que pesquisar poemas sobre as temáticas:

O que se Vê no ABC Daphne Rocha

Poema à Mãe

Eugénio de Andrade

Outros poemas sobre as mães

Mar – No fundo do mar

Sophia de Mello Breyner Andresen

Liberdade – O Voo do Golfinho Ondjaki

Tolerância – Poemas sobre a paz

Se Eu Fosse um Livro premiado em Barcelona José Jorge letria

Podereis também criar os vossos textos em família e depois lê-los, na biblioteca

escolar, para os vossos colegas com os vossos pais/ familiares, em data a definir.

LÊ!

A alegria era uma coisa bonita dentro do meu coração.

Era bonita porque me fazia

voar.

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