228
FASE OFENSIVA EM FUTEBOL Análise Sequencial de padrões de jogo ofensivos relativos à Selecção Nacional de Espanha no Euro 2008 Manuel José Alves Ramos Porto, 2009

FASE OFENSIVA EM FUTEBOL - Repositório Aberto...87 Figura 5.11. Padrão de conduta definitivo para a conduta critério IEgr, tendo como objecto a conduta contextual – Centro do

  • Upload
    others

  • View
    1

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: FASE OFENSIVA EM FUTEBOL - Repositório Aberto...87 Figura 5.11. Padrão de conduta definitivo para a conduta critério IEgr, tendo como objecto a conduta contextual – Centro do

 

FASE OFENSIVA  EM FUTEBOL 

 

Análise Sequencial de padrões de jogo ofensivos relativos à Selecção Nacional de Espanha no 

Euro 2008

Manuel José Alves Ramos

Porto, 2009

Page 2: FASE OFENSIVA EM FUTEBOL - Repositório Aberto...87 Figura 5.11. Padrão de conduta definitivo para a conduta critério IEgr, tendo como objecto a conduta contextual – Centro do
Page 3: FASE OFENSIVA EM FUTEBOL - Repositório Aberto...87 Figura 5.11. Padrão de conduta definitivo para a conduta critério IEgr, tendo como objecto a conduta contextual – Centro do

FASE OFENSIVAEM FUTEBOL 

 

Análise Sequencial de padrões de jogo ofensivos relativos à Selecção Nacional de 

Espanha no Euro 2008

Orientador: Professor Doutor Júlio Manuel Garganta da Silva  

               Manuel José Alves Ramos 

Porto, 2009

Monografia  realizada  no  âmbito  da disciplina  de  Seminário  do  5º  ano  da Licenciatura em Desporto e Educação Física, na  área  de  Desporto  de  Rendimento  – Futebol,  da  Faculdade  de  Desporto  da Universidade do Porto 

Page 4: FASE OFENSIVA EM FUTEBOL - Repositório Aberto...87 Figura 5.11. Padrão de conduta definitivo para a conduta critério IEgr, tendo como objecto a conduta contextual – Centro do

Ficha de Catalogação

Ramos, M. (2009). Fase Ofensiva em Futebol. Análise Sequencial de padrões

de jogo relativos à Selecção Nacional de Espanha no EURO 2008. Dissertação

de Licenciatura. Porto: FADEUP.

Palavras-Chave: FASE OFENSIVA; PADRÕES DE JOGO; METODOLOGIA

OBSERVACIONAL; FUTEBOL; EURO 2008; SELECÇÃO DE ESPANHA;

ORGANIZAÇÃO TÁCTICA.

Page 5: FASE OFENSIVA EM FUTEBOL - Repositório Aberto...87 Figura 5.11. Padrão de conduta definitivo para a conduta critério IEgr, tendo como objecto a conduta contextual – Centro do

Universidade do Porto – FADEUP

Manuel Ramos III

AGRADECIMENTOS

Durante a elaboração do nosso trabalho, contámos, directa ou indirectamente,

com o apoio de várias pessoas. Nesta página, queremos expressar os nossos

agradecimentos a todos os que tornaram possível, pela sua participação,

incentivo ou influência, a realização desta dissertação.

- Ao Professor Doutor Júlio Garganta, pelo seu saber, orientação e

disponibilidade revelados ao longo da elaboração do estudo. Por me

mostrar que conhecimento e competência podem coabitar com coerência,

humildade e sensibilidade.

- Ao Daniel Barreira por tudo o que me ensinou, por tudo o que me orientou,

por tudo o que me ajudou. Pela imensurável disponibilidade e paciência,

pelo conhecimento partilhado e, sobretudo, pela amizade.

- Ao Rui Espincho, pela forma como me obrigou a pensar o treino. É um

prazer discutir contigo, é um prazer ter-te como amigo.

- Ao Brito, ao coordenador mas sobretudo ao amigo, por me questionares.

Pela conviccção e pelos valores que me acrescentás-te.

- Ao Bruno Vale, pela amizade de sempre e pela disponibilidade e

generosidade demonstradas na criação do programa informático

(Visualizador) de suporte ao registo das observações.

- Aos Catingas, por serem diferentes mas iguais, por estarem ausentes mas

presentes. São os amigos de sempre e para sempre.

- À minha família, por nunca me deixarem a chorar ou a rir sozinho.

- Aos meus Pais e à Ana, pelo seu AMOR.

Page 6: FASE OFENSIVA EM FUTEBOL - Repositório Aberto...87 Figura 5.11. Padrão de conduta definitivo para a conduta critério IEgr, tendo como objecto a conduta contextual – Centro do
Page 7: FASE OFENSIVA EM FUTEBOL - Repositório Aberto...87 Figura 5.11. Padrão de conduta definitivo para a conduta critério IEgr, tendo como objecto a conduta contextual – Centro do

Universidade do Porto – FADEUP

Manuel Ramos V

ÍNDICE GERAL

Agradecimentos III Índice Geral V Índice de Figuras VIII Índice de Quadros XII Resumo XV Lista de Abreviaturas / Legenda XVI

1. INTRODUÇÃO 3 1.1. Pertinência e âmbito do estudo 3 1.2. Estrutura do trabalho 7 2. REVISÃO DA LITERATURA 11 2.1. Enfoque táctico do jogo de Futebol 13 2.1.1. Táctica individual e táctica colectiva: convergência para um saber

táctico colectivo 14 2.1.2. Multi-análises do fluxo de jogo de Futebol 15 2.1.3. Análise do jogo a partir da respectiva organização táctica: a busca de

padrões 19 2.2. Lógica(s) para um entendimento do jogo de Futebol 22 2.3. Fase ofensiva 28 2.3.1. Macro-estruturas indutoras da dinâmica acontecimental do jogo de

Futebol 29 2.3.1.1. Espaço 29 2.3.1.2. Tempo 32 2.3.1.3. Tarefa 32 2.3.2. A Interacção nos contextos de jogo 33 2.3.2.1. Centro do Jogo 33 2.3.2.2. Configuração Espacial de Interacção 35 2.3.3. Métodos de Jogo Ofensivo / Estilos de Jogo 38 3. PROBLEMA, OBJECTIVOS E HIPÓTESES 43 3.1. Problema 43 3.2. Objectivos 44 3.3. Hipóteses 45 4. METODOLOGIA 49 4.1 Proposta conceptual que sustenta a metodologia da presente

investigação 50 4.2 Desenho Observacional da Investigação 53 4.3 Amostra 54

4.3.1. Justificação para a selecção da amostra 54 4.3.2. Amostra Observacional 55 4.3.2.1. Nível da Amostra Inter-sessional 56 4.3.1.2. Nível da Amostra Intra-sessional 56 4.4. Instrumento de Observação: Combinação Formato de Campo e

Sistema de Categorias 58 4.4.1. Instrumento de Observação 59 4.4.2. Combinação Formato de Campo e Sistema de Categorias “Padrões

de jogo da Fase Ofensiva em Futebol” 60 4.4.3. Procedimentos de Observação e de Registo 81 4.4.3. Qualidade dos dados 84 4.5. Análise dos dados 87 4.5.1. Análise Sequencial 87 4.5.2. Processamento dos dados 90

Page 8: FASE OFENSIVA EM FUTEBOL - Repositório Aberto...87 Figura 5.11. Padrão de conduta definitivo para a conduta critério IEgr, tendo como objecto a conduta contextual – Centro do

Universidade do Porto – FADEUP

Manuel Ramos VI

5. ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS 95 5.1 Análise Descritiva 95 5.1.1. Análise Descritiva das Condutas Regulares 97 5.1.2. Análise descritiva da Conduta Estrutural: Espaço 98 5.1.3. Análise descritiva das Condutas Contextuais: Centro do Jogo (CJ) e

Contexto Espacial de Interacção (CEI) 100 5.2. Análise Sequencial 101 5.2.1. Padrões de Jogo encontrados para as Condutas de Início da

Transição – Estado defesa/ataque (IE) e Início da Transição – Interfase Defesa/Ataque (II) 102

5.2.1.1. Início da TEDA (IE) por recuperação da posse de bola por acção do guarda-redes em fase defensiva – (IEgr) 102

5.2.1.2. Início da Transição – Estado Defesa/Ataque (IE) por recuperação da posse de bola por acção defensiva seguida de passe – (IEp) 105

5.2.1.3. Início da Transição – Interfase Defesa/Ataque (II) por recuperação da posse de bola por infracção do adversário às leis do jogo – (IIi) 108

5.2.1.4. Início da Transição – Interfase Defesa/Ataque (II) por recuperação da posse de bola por pontapé de canto a favor – (IIc) 109

5.2.1.5. Início da Transição – Interfase defesa/ataque (II) por recuperação da posse de bola por pontapé de baliza a favor – (IIpb) 110

5.2.2. Padrões de Jogo encontrados para as condutas de Desenvolvimento da Transição-Estado defesa/ataque (DT) 112

5.2.2.1. Desenvolvimento da Transição-Estado defesa/ataque (DT) por passe curto positivo – DTpcp 112

5.2.2.2. Desenvolvimento da Transição-Estado defesa/ataque (DT) por passe longo positivo – DTplp 114

5.2.2.3. Desenvolvimento da Transição-Estado defesa/ataque (DT) por cruzamento positivo – DTczp 118

5.2.2.4. Desenvolvimento da Transição-Estado defesa/ataque (DT) por condução – DTcd 120

5.2.2.5. 5.2.2.5. Desenvolvimento da Transição-Estado defesa/ataque (DT) por drible (1x1) – DTd 121

5.2.2.6. Desenvolvimento da Transição-Estado defesa/ataque (DT) por recepção/controle – DTrc 124

5.2.2.7. Desenvolvimento da Transição-Estado defesa/ataque (DT) por duelo – DTdu 125

5.2.2.8. Desenvolvimento da Transição-Estado defesa/ataque (DT) por remate – DTr 126

5.2.2.9. Desenvolvimento da Transição-Estado defesa/ataque (DT) por acção do guarda-redes da equipa em fase defensiva – DTgra 127

5.2.3. Padrões de Jogo encontrados para as condutas de Desenvolvimento da Posse de Bola (DP) 129

5.2.3.1. Desenvolvimento da Posse de Bola (DP) por passe curto positivo – DPpcp 129

5.2.3.2. Desenvolvimento da Posse de Bola (DP) por passe longo positivo – DPplp 131

5.2.3.3. Desenvolvimento da Posse de Bola (DP) por cruzamento positivo – DPczp 133

5.2.3.4. Desenvolvimento da Posse de Bola (DP) por Condução – DPcd 135

5.2.3.5. Desenvolvimento da Posse de Bola (DP) por drible (1x1) – DPd 136

Page 9: FASE OFENSIVA EM FUTEBOL - Repositório Aberto...87 Figura 5.11. Padrão de conduta definitivo para a conduta critério IEgr, tendo como objecto a conduta contextual – Centro do

Universidade do Porto – FADEUP

Manuel Ramos VII

5.2.3.6. Desenvolvimento da Posse de Bola (DP) por recepção/controle – DPrc 138

5.2.3.7. Desenvolvimento da Posse de Bola (DP) por duelo – DPdu 139 5.2.3.8. Desenvolvimento da Posse de Bola (DP) por remate – DPr 140 5.2.3.9. Desenvolvimento da Posse de Bola (DP) por acção do

guarda-redes da equipa em fase ofensiva – DPgro 141 5.2.3.10. Desenvolvimento da Posse de Bola (DP) por infracção do

adversário às leis do jogo – DPi 142 5.2.4. Padrões de Jogo encontrados para as condutas de final da Fase

Ofensiva (F) 143 5.2.4.1. Final da Fase Ofensiva (F) por remate para fora – (Frf) 144 5.2.4.2. Final da Fase Ofensiva (F) por remate dentro – (Frd) 145 5.2.4.3. Final da Fase Ofensiva (F) por remate contra o adversário

sem continuidade da posse de bola – (Frad) 147 5.2.4.4. Final da Fase Ofensiva (F) por remate com obtenção de golo

– (Fgl) 148 5.2.4.5. Final da Fase Ofensiva (F) por perda da posse de bola por

erro do portador da bola e/ou acção do adversário (com excepção do Gr) – (Fbad) 152

5.2.4.6. Final da Fase Ofensiva (F) por perda da posse de bola por erro do portador da bola com acção do guarda-redes adversário – (Fgrad) 153

5.2.4.7. Final da Fase Ofensiva (F) por lançamento para fora – (Ff) 154 6. CONCLUSÕES 159 7. CONSIDERAÇÕES FINAIS 163 8. SUGESTÕES PARA FUTUROS ESTUDOS 173 9. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 177 ANEXOS

Page 10: FASE OFENSIVA EM FUTEBOL - Repositório Aberto...87 Figura 5.11. Padrão de conduta definitivo para a conduta critério IEgr, tendo como objecto a conduta contextual – Centro do

Universidade do Porto – FADEUP

Manuel Ramos VIII

ÍNDICE DE FIGURAS

Figura 2.1. Comportamento estratégico dos jogadores (Adaptado Bayer, 1994) 13

Figura 2.2. Diagrama da segmentação do fluxo conductural do jogo de Futebol (Adaptado Castellano Paulis, 2000) 13

Figura 2.3. Modelo Unitário da organização do jogo de Futebol (Adaptado Cervera & Malavés, 2001) 15

Figura 2.4. Modelo da dinâmica comportamental da organização do jogo de Futebol (Barreira, 2006: 67) 16

Figura 2.5. Espacialização do terreno de jogo: corredores e sectores (Adaptado Quina, 2001) 20

Figura 2.6. Representação do espaço de jogo efectivo e das cinco partes ou zonas que o compõe, num determinado instante (Adaptado Silva, 2004) 27

Figura 4.1. A Fase Ofensiva no modelo de organização da dinâmica do jogo de Futebol (Adaptado Barreira, 2006: 68) 35

Figura 4.2. Desenhos Observacionais em quadrantes definidos (Adaptado Anguera, s/d, in Barreira, 2006) 38

Figura 4.3. Software de visualização e registo das sequências ofensivas da Espanha no Campeonato da Europa Áustria - Suíça 2008 (Barreira, em preparação) 66

Figura 4.4. Exemplo do registo de dois multieventos – ordem de registo. 68

Figura 4.5. Folha Excell com sequências exportadas do software de visualização e registo das sequências ofensivas da Espanha no Campeonato da Europa Áustria - Suíça 2008 (Barreira, em preparação) 69

Figura 4.6. Análise Sequencial pela técnica de retardos ou de transições (lag method) (Barreira, 2006: 118) 73

Figura 4.7. Condutas Objecto activadas a partir da Conduta Critério Desenvolvimento da Posse de Bola por Cruzamento Positivo. 75

Figura 4.8. Padrão de jogo DPczp encontrado através da forma (b) acima referida 75 Figura 5.1. Frequência absoluta relativa às condutas de Início da Fase Ofensiva 80

Figura 5.2. Frequência absoluta relativa às condutas de Desenvolvimento da Transição/Estado defesa-ataque 80

Figura 5.3. Frequência absoluta relativa às condutas de Desenvolvimento da Fase Ofensiva 80

Figura 5.4. Frequência absoluta relativa às condutas de Final da Fase Ofensiva 81

Figura 5.5. Frequência absoluta relativa às condutas de Espacialização, em função do campograma (zonas 1 a 12) 82

Figura 5.6. Frequência absoluta relativa às condutas de Centro do Jogo 83

Figura 5.7. Frequência absoluta relativa às condutas de Contexto Espacial de interacção 83

Figura 5.8. Padrão de conduta definitivo para a conduta critério IEgr, tendo como objecto as condutas regulares – desenvolvimento e final. 86

Figura 5.9. Padrão de conduta definitivo para a conduta critério IEgr, tendo como objecto as condutas regulares – desenvolvimento e final. 86

Figura 5.10. Padrão de conduta definitivo para a conduta critério IEgr, tendo como objecto a conduta estrutural – Espaço. 87

Figura 5.11. Padrão de conduta definitivo para a conduta critério IEgr, tendo como objecto a conduta contextual – Centro do Jogo. 87

Figura 5.12. Padrão de conduta definitivo para a conduta critério IEgr, tendo como objecto a condutas contextual – contexto espacial de interacção. 88

Figura 5.13. Padrão de conduta definitivo para a conduta critério IEp, tendo como objecto as condutas regulares – desenvolvimento e final. 90

Page 11: FASE OFENSIVA EM FUTEBOL - Repositório Aberto...87 Figura 5.11. Padrão de conduta definitivo para a conduta critério IEgr, tendo como objecto a conduta contextual – Centro do

Universidade do Porto – FADEUP

Manuel Ramos IX

Figura 5.14. Padrão de conduta definitivo para a conduta critério IEp, tendo como objecto a conduta estrutural – espaço. 90

Figura 5.15. Padrão de conduta definitivo para a conduta critério IEp, tendo como objecto a conduta contextual – Centro do Jogo. 90

Figura 5.16. Padrão de conduta definitivo para a conduta critério IEp, tendo como objecto a condutas contextual – Contexto Espacial de Interacção. 90

Figura 5.17. Padrão (1) de conduta IIc eficaz 92 Figura 5.18. Padrão (2) de conduta IIc eficaz 93

Figura 5.19. Padrão de conduta definitivo para a conduta critério DTpcp, tendo como objecto as condutas regulares – início, desenvolvimento e final. 96

Figura 5.20. Padrão de conduta definitivo para a conduta critério DTpcp, tendo como objecto a conduta estrutural – espaço. 96

Figura 5.21. Padrão de conduta definitivo para a conduta critério DTpcp, tendo como objecto a conduta contextual – Centro do Jogo. 96

Figura 5.22. Padrão de conduta definitivo para a conduta critério DTpcp, tendo como objecto a condutas contextual – Contexto Espacial de Interacção. 97

Figura 5.23. Padrão de conduta definitivo para a conduta critério DTplp, tendo como objecto a conduta estrutural – espaço. 98

Figura 5.24. Padrão de conduta DTplp eficaz 98

Figura 5.25. Padrão de conduta definitivo para a conduta critério DTplp, tendo como objecto a conduta contextual – Centro do Jogo. 99

Figura 5.26. Padrão de conduta definitivo para a conduta critério DTplp, tendo como objecto a condutas contextual – Contexto Espacial de Interacção. 99

Figura 5.27. Padrão de conduta definitivo para a conduta critério DTczp, tendo como objecto as condutas regulares – início, desenvolvimento e final. 101

Figura 5.28. Padrão de conduta DTczp eficaz 102

Figura 5.29. Padrão de conduta definitivo para a conduta critério DTczp, tendo como objecto a conduta estrutural – espaço. 102

Figura 5.30. Padrão de conduta definitivo para a conduta critério DTczp, tendo como objecto a conduta contextual – Centro do Jogo. 102

Figura 5.31. Padrão de conduta definitivo para a conduta critério DTcd, tendo como objecto as condutas regulares – início, desenvolvimento e final. 103

Figura 5.32. Padrão de conduta definitivo para a conduta critério DTcd, tendo como objecto a conduta estrutural – espaço. 104

Figura 5.33. Padrão de conduta definitivo para a conduta critério DTcd, tendo como objecto a conduta contextual – Centro do Jogo. 104

Figura 5.34. Padrão de conduta definitivo para a conduta critério DTd, tendo como objecto as condutas regulares – início, desenvolvimento e final. 105

Figura 5.35. Padrão de conduta definitivo para a conduta critério DTd, tendo como objecto a conduta estrutural – espaço. 106

Figura 5.36. Padrão de conduta DTd eficaz 106

Figura 5.37. Padrão de conduta definitivo para a conduta critério DTcd, tendo como objecto a condutas contextual – Contexto Espacial de Interacção. 106

Figura 5.38. Padrão de conduta definitivo para a conduta critério DTr, tendo como objecto as condutas regulares – início, desenvolvimento e final. 109

Figura 5.38. Padrão de conduta definitivo para a conduta critério DTr, tendo como objecto a conduta estrutural – espaço. 110

Figura 5.40. Padrão de conduta definitivo para a conduta critério DTr, tendo como objecto a condutas contextual – Contexto Espacial de Interacção. 110

Figura 5.41. Padrão de conduta definitivo para a conduta critério DPpcp, tendo como objecto as condutas regulares – início, desenvolvimento e final. 113

Figura 5.42. Padrão de conduta definitivo para a conduta critério DPpcp, tendo como objecto a conduta estrutural – espaço. 113

Figura 5.43. Padrão de conduta definitivo para a conduta critério DPplp, tendo como 115

Page 12: FASE OFENSIVA EM FUTEBOL - Repositório Aberto...87 Figura 5.11. Padrão de conduta definitivo para a conduta critério IEgr, tendo como objecto a conduta contextual – Centro do

Universidade do Porto – FADEUP

Manuel Ramos X

objecto as condutas regulares – início, desenvolvimento e final.

Figura 5.44. Padrão de conduta definitivo para a conduta critério DPplp, tendo como objecto a conduta estrutural – espaço. 115

Figura 5.45. Padrão de conduta definitivo para a conduta critério DPczp, tendo como objecto as condutas regulares – início, desenvolvimento e final. 116

Figura 5.46. Padrão de conduta definitivo para a conduta critério DPczp, tendo como objecto a conduta estrutural – espaço. 117

Figura 5.47. Padrão de conduta definitivo para a conduta critério DPczp, tendo como objecto a condutas contextual – Contexto Espacial de Interacção. 117

Figura 5.48. Padrão de conduta DPczp 117

Figura 5.49. Padrão de conduta definitivo para a conduta critério DPd, tendo como objecto as condutas regulares – início, desenvolvimento e final. 119

Figura 5.50. Padrão de conduta definitivo para a conduta critério DPd, tendo como objecto a conduta contextual – Centro do Jogo. 120

Figura 5.51. Padrão de conduta definitivo para a conduta critério DPd, tendo como objecto a conduta estrutural – espaço. 121

Figura 5.52. Padrão de conduta definitivo para a conduta critério Frf, tendo como objecto as condutas regulares – início e desenvolvimento. 127

Figura 5.53. Padrão de conduta definitivo para a conduta critério Frf, tendo como objecto a condutas contextual – Contexto Espacial de Interacção. 128

Figura 5.54. Padrão de conduta definitivo para a conduta critério Frd, tendo como objecto as condutas regulares – início e desenvolvimento. 129

Figura 5.55. Padrão de conduta definitivo para a conduta critério Frd, tendo como objecto a conduta estrutural – espaço. 129

Figura 5.56. Padrão de conduta definitivo para a conduta critério Frad, tendo como objecto as condutas regulares – início e desenvolvimento. 130

Figura 5.57. Padrão de conduta definitivo para a conduta critério Frad, tendo como objecto a condutas contextual – Contexto Espacial de Interacção. 130

Figura 5.58. Padrão de conduta definitivo para a conduta critério Frad, tendo como objecto a conduta estrutural – espaço. 131

Figura 5.59. Padrão de conduta Fgl eficaz 132

Figura 5.60. Padrão de conduta definitivo para a conduta critério Fgl, tendo como objecto a conduta estrutural – espaço. 133

Figura 5.61. Padrão de conduta definitivo para a conduta critério Fgl, tendo como objecto a condutas contextual – CEI 133

Figura 5.62. Padrão de conduta definitivo para a conduta critério Fbad, tendo como objecto as condutas regulares – início e desenvolvimento 136

Figura 5.63. Padrão de conduta definitivo para a conduta critério Fbad, tendo como objecto a conduta contextual – CJ 136

Figura 5.64. Padrão de conduta definitivo para a conduta critério Fgrad, tendo como objecto as condutas regulares – início e desenvolvimento. 137

Figura 5.65. Padrão de conduta definitivo para a conduta critério Fgrad, tendo como objecto as condutas regulares – início e desenvolvimento. 137

Figura 5.66. Padrão de conduta definitivo para a conduta critério Ff, tendo como objecto a condutas contextual – CEI 138

Page 13: FASE OFENSIVA EM FUTEBOL - Repositório Aberto...87 Figura 5.11. Padrão de conduta definitivo para a conduta critério IEgr, tendo como objecto a conduta contextual – Centro do

Universidade do Porto – FADEUP

Manuel Ramos XI

ÍNDICE DE QUADROS Quadro 2.1. Resumo das vantagens da Análise de Jogo (adapt. Silva, 2006) 6

Quadro 2.2. Resumo das características de cada Método de Jogo Ofensivo, segundo vários autores e agrupadas em função das Macroestruturas Espaço, Tempo e Tarefa (Adaptado Morgado, 1999: 26) 30

Quadro 4.1. Amostra Observacional 40 Quadro 4.2. Comparação de instrumentos da metodologia observacional: SC e FC 43

Quadro 4.3. Critério 1 do Formato de Campo: Início da Fase Ofensiva (I) (Barreira, em preparação) 46

Quadro 4.4. Critério 2 do Formato de Campo: Desenvolvimento TEDA (DT) (Barreira, em preparação) 48

Quadro 4.5. Critério 3 Formato Campo: Desenvolvimento Posse de Bola (DP) (Barreira, em preparação) 50

Quadro 4.6. Critério 4 do Formato de Campo: Final da Fase Ofensiva (F) (Barreira, em preparação) 53

Quadro 4.7. Critério 5: Espacialização do Terreno de Jogo (Barreira, em preparação) 54

Quadro 4.8. Critério 6 (Sistema de Categorias): Centro do Jogo (Barreira, em preparação) 55

Quadro 4.9. Critério 6 (Sistema de Categorias): Centro do Jogo (Barreira, em preparação) 58

Quadro 4.10. Instrumento de Observação ad hoc: combinação formato de campo – sistema de categorias (Barreira, em preparação) 64

Quadro 4.11. Análise da qualidade de dados: resultados da fiabilidade para cada um dos critérios de formato de campo 70

Quadro 4.12.

Sentidos retrospectivo, prospectivo e retrospectivo-prospectivo utilizadas para realizar a análise sequencial de retardos, tendo como condutas critério o catálogo de condutas que fazem parte das três fases do desenvolvimento da fase ofensiva (Inicio; Desenvolvimento e Final), e os critérios estruturais (espaço) e interaccionais (CJ e CEI). 77

Quadro 5.1. Frequências absolutas (FA) e relativas (FR) obtidas para as variáveis estudadas. 79

Quadro 5.2.

Padrão de conduta ou “max lag” definitivo para a conduta critério de Início da Transição – Estado defesa/ataque por recuperação da posse de bola pelo guarda-redes (IEgr), tendo como condutas objecto: as regulares (desenvolvimento e final), as estruturais (espaço) e as contextuais (CJ e CEI). 85

Quadro 5.3.

Padrão de conduta ou “max lag” definitivo para a conduta critério de Início da Transição – Estado defesa/ataque por recuperação da posse de bola por acção defensiva seguida de passe (IEp), tendo como condutas objecto: as regulares (desenvolvimento e final), as estruturais (espaço) e as contextuais (Centro do Jogo e Contexto Espacial de Interacção). 89

Quadro 5.4.

Padrão de conduta ou “max lag” definitivo para a conduta critério de Início da Transição – Interfase Defesa/Ataque (II) por recuperação da posse de bola por infracção do adversário às leis do jogo (IIi), tendo como condutas objecto: as regulares (desenvolvimento e final), as estruturais (espaço) e as contextuais (Centro do Jogo e Contexto Espacial de Interacção). 91

Quadro 5.5.

Padrão de conduta ou “max lag” definitivo para a conduta critério de Início da Transição – Interfase Defesa/Ataque (II) por recuperação da posse de bola por pontapé de canto a favor (IIc), tendo como condutas objecto: as regulares (desenvolvimento e final), as estruturais (espaço) e as contextuais (Centro do Jogo e Contexto Espacial de Interacção). 92

Page 14: FASE OFENSIVA EM FUTEBOL - Repositório Aberto...87 Figura 5.11. Padrão de conduta definitivo para a conduta critério IEgr, tendo como objecto a conduta contextual – Centro do

Universidade do Porto – FADEUP

Manuel Ramos XII

Quadro 5.6.

Padrão de conduta ou “max lag” definitivo para a conduta critério de Início da Transição – Interfase Defesa/Ataque (II) por recuperação da posse de bola por pontapé de baliza a favor (IIpb), tendo como condutas objecto: as regulares (desenvolvimento e final), as estruturais (espaço) e as contextuais (Centro do Jogo e Contexto Espacial de Interacção) 94

Quadro 5.7.

Padrão de conduta ou “max lag” definitivo para a conduta critério de Desenvolvimento da Transição – Estado Defesa/Ataque (DT) por passe curto positivo (DTpcp), tendo como condutas objecto: as regulares (início, desenvolvimento e final), as estruturais (espaço) e as contextuais (CJ e CEI). 95

Quadro 5.8.

Padrão de conduta ou “max lag” definitivo para a conduta critério de Desenvolvimento da Transição – Estado Defesa/Ataque (DT) por passe longo positivo (DTplp), tendo como condutas objecto: as regulares (início, desenvolvimento e final), as estruturais (espaço) e as contextuais (CJ e CEI). 97

Quadro 5.9.

Padrão de conduta ou “max lag” definitivo para a conduta critério de Desenvolvimento da Transição – Estado Defesa/Ataque (DT) cruzamento positivo (DTczp), tendo como condutas objecto: as regulares (início, desenvolvimento e final), as estruturais (espaço) e as contextuais (CJ e CEI). 101

Quadro 5.10.

Padrão de conduta ou “max lag” definitivo para a conduta critério de Desenvolvimento da Transição – Estado Defesa/Ataque (DT) por condução (DTcd), tendo como condutas objecto: as regulares (início, desenvolvimento e final), as estruturais (espaço) e as contextuais (CJ e CEI). 103

Quadro 5.11.

Padrão de conduta ou “max lag” definitivo para a conduta critério de Desenvolvimento da Transição – Estado Defesa/Ataque (DT) por drible (1x1) (DTd), tendo como condutas objecto: as regulares (início, desenvolvimento e final), as estruturais (espaço) e as contextuais (CJ e CEI). 105

Quadro 5.12.

Padrão de conduta ou “max lag” definitivo para a conduta critério de Desenvolvimento da Transição-Estado defesa/ataque (DT) por recepção/controle (DTrc), tendo como condutas objecto: as regulares (início, desenvolvimento e final), as estruturais (espaço) e as contextuais (CJ e CEI). 107

Quadro 5.13.

Padrão de conduta ou “max lag” definitivo para a conduta critério de Desenvolvimento da Transição-Estado defesa/ataque (DT) por duelo (DTdu), tendo como condutas objecto: as regulares (início, desenvolvimento e final), as estruturais (espaço) e as contextuais (CJ e CEI). 108

Quadro 5.14.

Padrão de conduta ou “max lag” definitivo para a conduta critério de Desenvolvimento da Transição-Estado defesa/ataque (DT) por remate (DTr), tendo como condutas objecto: as regulares (início, desenvolvimento e final), as estruturais (espaço) e as contextuais (CJ e CEI). 109

Quadro 5.15.

Padrão de conduta ou “max lag” definitivo para a conduta critério de Desenvolvimento da Transição-Estado defesa/ataque (DT) por acção do guarda-redes da equipa em fase defensiva (DTgra), tendo como condutas objecto: as regulares (início, desenvolvimento e final), as estruturais (espaço) e as contextuais (Centro do Jogo e Contexto Espacial de Interacção). 111

Quadro 5.16.

Padrão de conduta ou “max lag” definitivo para a conduta critério de Desenvolvimento da Posse de Bola (DP) por passe curto positivo (DPpcp), tendo como condutas objecto: as regulares (início, desenvolvimento e final), as estruturais (espaço) e as contextuais (CJ e CEI). 112

Page 15: FASE OFENSIVA EM FUTEBOL - Repositório Aberto...87 Figura 5.11. Padrão de conduta definitivo para a conduta critério IEgr, tendo como objecto a conduta contextual – Centro do

Universidade do Porto – FADEUP

Manuel Ramos XIII

Quadro 5.17.

Padrão de conduta ou “max lag” definitivo para a conduta critério de Desenvolvimento da Posse de Bola (DP) por passe longo positivo (DPplp), tendo como condutas objecto: as regulares (início, desenvolvimento e final), as estruturais (espaço) e as contextuais (CJ e CEI). 115

Quadro 5.18.

Padrão de conduta ou “max lag” definitivo para a conduta critério de Desenvolvimento da Posse de Bola (DP) por cruzamento positivo (DPczp), tendo como condutas objecto: as regulares (início, desenvolvimento e final), as estruturais (espaço) e as contextuais (CJ e CEI). 116

Quadro 5.19. Padrão de conduta ou “max lag” definitivo para a conduta critério de Desenvolvimento da Posse de Bola (DP) por condução (DPcd), tendo como condutas objecto: as regulares (início, desenvolvimento e final), as estruturais (espaço) e as contextuais (CJ e CEI). 118

Quadro 5.20. Padrão de conduta ou “max lag” definitivo para a conduta critério de Desenvolvimento da Posse de Bola (DP) por drible (1x1) (DPd), tendo como condutas objecto: as regulares (início, desenvolvimento e final), as estruturais (espaço) e as contextuais (CJ e CEI). 119

Quadro 5.21. Padrão de conduta ou “max lag” definitivo para a conduta critério de Desenvolvimento da Posse de Bola (DP) por recepção/controle (DPrc), tendo como condutas objecto: as regulares (início, desenvolvimento e final), as estruturais (espaço) e as contextuais (CJ e CEI). 122

Quadro 5.22.

Padrão de conduta ou “max lag” definitivo para a conduta critério de Desenvolvimento da Posse de Bola (DP) por duelo (DPdu), tendo como condutas objecto: as regulares (início, desenvolvimento e final), as estruturais (espaço) e as contextuais (Centro do Jogo e Contexto Espacial de Interacção). 122

Quadro 5.23.

Padrão de conduta ou “max lag” definitivo para a conduta critério de Desenvolvimento da Posse de Bola (DP) por remate (DPr), tendo como condutas objecto: as regulares (início, desenvolvimento e final), as estruturais (espaço) e as contextuais (Centro do Jogo e Contexto Espacial de Interacção). 123

Quadro 5.24.

Padrão de conduta ou “max lag” definitivo para a conduta critério de Desenvolvimento da Posse de Bola (DP) por acção do guarda-redes da equipa em fase ofensiva (DPgro), tendo como condutas objecto: as regulares (início, desenvolvimento e final), as estruturais (espaço) e as contextuais (CJ e CEI). 124

Quadro 5.25.

Padrão de conduta ou “max lag” definitivo para a conduta critério de Desenvolvimento da Posse de Bola (DP) por infracção do adversário às leis do jogo (DPi), tendo como condutas objecto: as regulares (início, desenvolvimento e final), as estruturais (espaço) e as contextuais (CJ e CEI). 125

Quadro 5.26. Padrão de conduta ou “max lag” definitivo para a conduta critério de Final da Fase Ofensiva (F) por remate para fora (Frf), tendo como condutas objecto: as regulares (início e desenvolvimento), as estruturais (espaço) e as contextuais (CJ e CEI). 127

Quadro 5.27. Padrão de conduta ou “max lag” definitivo para a conduta critério de Final da Fase Ofensiva (F) por remate dentro (Frd), tendo como condutas objecto: as regulares (início e desenvolvimento), as estruturais (espaço) e as contextuais (CJ e CEI). 128

Quadro 5.28. Padrão de conduta ou “max lag” definitivo para a conduta critério de Final da Fase Ofensiva (F) por remate contra o adv. sem continuidade da posse de bola (Frad), tendo como condutas objecto: as regulares (início e desenvolvimento), as estruturais (espaço) e as contextuais (CJ e CEI). 130

Quadro 5.29. Padrão de conduta ou “max lag” definitivo para a conduta critério de Final da Fase Ofensiva (F) por remate com obtenção de golo (Fgl), tendo 132

Page 16: FASE OFENSIVA EM FUTEBOL - Repositório Aberto...87 Figura 5.11. Padrão de conduta definitivo para a conduta critério IEgr, tendo como objecto a conduta contextual – Centro do

Universidade do Porto – FADEUP

Manuel Ramos XIV

como condutas objecto: as regulares (início e desenvolvimento), as estruturais (espaço) e as contextuais (CJ e CEI).

Quadro 5.30.

Padrão de conduta ou “max lag” definitivo para a conduta critério de Final da Fase Ofensiva (F) por perda da posse de bola por erro do portador da bola e/ou acção do adversário (com excepção do Gr) (Fbad), tendo como condutas objecto: as regulares (início e desenvolvimento), as estruturais (espaço) e as contextuais (Centro do Jogo e Contexto Espacial de Interacção). 135

Quadro 5.31.

Padrão de conduta ou “max lag” definitivo para a conduta critério de Final da Fase Ofensiva (F) por perda da posse de bola por erro do portador da bola com acção do guarda-redes adversário (Fgrad), tendo como condutas objecto: as regulares (início e desenvolvimento), as estruturais (espaço) e as contextuais (Centro do Jogo e Contexto Espacial de Interacção). 136

Quadro 5.32. Padrão de conduta ou “max lag” definitivo para a conduta critério de Final da Fase Ofensiva (F) por lançamento para fora (Ff), tendo como condutas objecto: as regulares (início e desenvolvimento), as estruturais (espaço) e as contextuais (CJ e CEI). 138

Page 17: FASE OFENSIVA EM FUTEBOL - Repositório Aberto...87 Figura 5.11. Padrão de conduta definitivo para a conduta critério IEgr, tendo como objecto a conduta contextual – Centro do

Universidade do Porto – FADEUP

Manuel Ramos XV

RESUMO Actualmente, o grau competitivo alcançado pelo Futebol profissional tem exigido níveis

de performance cada vez mais elevados. Neste sentido, o desempenho das equipas em treino,

mas sobretudo em competição, tem sido analisado ao pormenor. Uma das formas que vem

sendo utilizada para monitorizar e conhecer a performance em Futebol é a análise do jogo,

sobretudo através da metodologia observacional em geral e a análise sequencial em particular.

É finalidade primeira do Futebol a obtenção de golo na baliza adversária, sendo

objectivo do presente estudo identificar os padrões de conduta ofensivos que, com maior

probabilidade, configuram Métodos/Estilos de Jogo da Selecção Nacional de Futebol da

Espanha, que conduziram à sua eficácia ofensiva no Euro 2008. Para esse efeito, foram

identificados os critérios e as respectivas condutas, que constituem o instrumento de

observação ad hoc utilizado (Barreira, em preparação), a partir da metodologia observacional.

Na presente investigação registaram-se um total de 19178 comportamentos, que

perfazem 5208 multieventos inerentes à fase ofensiva da Espanha, resultantes dos cinco jogos

observados. Para o tratamento e análise dos dados recolhidos, recorreu-se ao Software SDIS-

GSEQ de Bakeman & Quera (1996), devido à sua especificidade na análise de eventos

múltiplos. Os dados foram submetidos a uma análise descritiva e a uma análise sequencial

(retardos ou transições), possibilitando esta última verificar a probabilidade de existência de

relações de excitação ou inibição significativas entre as diferentes categorias do instrumento de

observação, assim como a força de coesão existente entre a conduta critério e as objecto.

A análise dos resultados permitiu estimar padrões comportamentais da Fase Ofensiva

da Selecção da Espanha, que firmam as seguintes conclusões: (1) os padrões de conduta

encontrados caracterizam-se por indicadores de ataque de curta e de longa duração e por

estilos de jogo directo e indirecto, respectivamente; (2) a eficácia ofensiva, no que concerne à

execução do remate é favorecida pela adopção de um método ofensivo “misto”, uma vez que a

Espanha privilegia, em zonas recuadas, o ataque posicional, utilizando o corredor central

através dos seus médios para uma circulação de bola segura e calma, até que o adversário se

desorganize defensivamente, acelerando nesse momento o jogo através dos corredores

laterais, utilizando habitualmente o cruzamento para criar situações de finalização; (3) a

obtenção de golo advém, com maior probabilidade, de um estilo de jogo directo e de um ataque

de curta duração, isto é, de ataque rápido ou de contra-ataque. Não obstante a Espanha

privilegiar a posse de bola durante a fase de construção do ataque, a obtenção de golo está

fortemente relacionada com um jogo em progressão longitudinal desde o SD até ao SO, e com

a preferencial utilização do passe longo em TEDA; (4) as condutas que se encontram mais

fortemente associadas à obtenção de golo são as que pressupõem um maior risco,

nomeadamente, o drible, a condução de bola e o passe longo, enquanto o remate é activado

pelo cruzamento positivo desde zonas laterais do sector ofensivo.

Palavras-Chave: FASE OFENSIVA; PADRÕES DE JOGO; METODOLOGIA OBSERVACIONAL; FUTEBOL; ORGANIZAÇÃO TÁCTICA; SELECÇÃO DE ESPANHA.

Page 18: FASE OFENSIVA EM FUTEBOL - Repositório Aberto...87 Figura 5.11. Padrão de conduta definitivo para a conduta critério IEgr, tendo como objecto a conduta contextual – Centro do

Universidade do Porto – FADEUP

Manuel Ramos XVI

Page 19: FASE OFENSIVA EM FUTEBOL - Repositório Aberto...87 Figura 5.11. Padrão de conduta definitivo para a conduta critério IEgr, tendo como objecto a conduta contextual – Centro do

Universidade do Porto – FADEUP

Manuel Ramos XVII

LISTA DE ABREVIATURAS / LEGENDA

ABREVIATURA DESCRIÇÃO

FA Fase Ofensiva MJO Método de jogo ofensivo

EJ Estilo de jogo JDC Jogo desportivo colectivo TDA Transição Defesa/Ataque TAD Transição Ataque/Defesa

TEDA Transição – Estado defesa/ataque TIDA Transição – Interfase defesa/ataque

FC Formato de Campo SC Sistema de Categorias

EObs Equipa Observada Adv Adversário da equipa observada

Tj Tempo de jogo gr Guarda-redes

RPB Recuperação da Posse de Bola PB Posse de bola CJ Centro do Jogo SP Sem Pressão

P Pressão CC Conduta Critério CO Conduto Objecto FA Frequência absoluta FR Frequência relativa

LEGENDA

IEi Recuperação da posse de bola por intercepção IEd Recuperação da posse de bola por desarme

IEgr Recuperação da posse de bola por acção do guarda-redes em Fase Defensiva

IEp Recuperação da posse de bola por acção defensiva seguida de passe IIcg Inicio / reinício da Fase Ofensiva por começo/recomeço do jogo

IIi Recuperação da posse de bola por infracção do adversário às leis de jogo IIc Recuperação da posse de bola por pontapé de canto a favor

IIpb Recuperação da posse de bola por pontapé de baliza a favor IIbs Recuperação da posse de bola por bola ao solo IILL RECUPERAÇÃO DA POSSE DE BOLA POR LANÇAMENTO DE LINHA LATERAL A FAVOR

DTpcp Desenvolvimento da Transição-Estado defesa/ataque por passe curto positivo

DTpcn Desenvolvimento da Transição-Estado defesa/ataque por passe curto negativo

DTplp Desenvolvimento da Transição-Estado defesa/ataque por passe longo positivo

DTpln Desenvolvimento da Transição-Estado defesa/ataque por passe longo negativo

DTczp Desenvolvimento da Transição-Estado defesa/ataque por cruzamento positivo

DTczn Desenvolvimento da Transição-Estado defesa/ataque por cruzamento negativo

DTcd Desenvolvimento da Transição-Estado defesa/ataque por condução DTd Desenvolvimento da Transição-Estado defesa/ataque por drible (1x1)

Page 20: FASE OFENSIVA EM FUTEBOL - Repositório Aberto...87 Figura 5.11. Padrão de conduta definitivo para a conduta critério IEgr, tendo como objecto a conduta contextual – Centro do

Universidade do Porto – FADEUP

Manuel Ramos XVIII

DTrc Desenvolvimento da Transição-Estado defesa – ataque por recepção /controle

DTdu Desenvolvimento da Transição-Estado defesa – ataque por duelo DTr Desenvolvimento da Transição-Estado defesa – ataque por remate

DTse Desenvolvimento da Transição-Estado defesa – ataque com intervenção do adversário sem êxito

DTgro Desenvolvimento da TEDA por acção do guarda-redes da equipa em fase ofensiva

DTgra Desenvolvimento da TEDA por acção do guarda-redes da equipa em fase defensiva

DPpcp Desenvolvimento da Posse de Bola por passe curto positivo DPpcn Desenvolvimento da Posse de Bola por passe curto negativo DPplp Desenvolvimento da Posse de Bola por passe longo positivo DPpln Desenvolvimento da Posse de Bola por passe longo negativo DPczp Desenvolvimento da Posse de Bola por cruzamento positivo DPczn Desenvolvimento da Posse de Bola por cruzamento negativo DPcd Desenvolvimento da posse de bola por condução

DPd Desenvolvimento da posse de bola por drible (1x1) DPrc Desenvolvimento da posse de bola por recepção /controle DPdu Desenvolvimento da posse de bola por duelo

DPr Desenvolvimento da posse de bola por remate

DPse Desenvolvimento da posse de bola com intervenção do adversário sem êxito

DPgro Desenvolvimento da posse de bola por acção do guarda-redes da equipa em fase ofensiva

DPgra Desenvolvimento da posse de bola por acção do guarda-redes da equipa em fase defensiva

DPi Desenvolvimento da posse de bola Por infracção do adversário às leis de jogo

DPc Desenvolvimento da posse de bola por pontapé de canto a favor DPpb Desenvolvimento da posse de bola por pontapé de baliza a favor DPbs Desenvolvimento da posse de bola por bola ao solo DPLL Desenvolvimento da posse de bola por lançamento de linha lateral a favor

Frf Remate fora Frd Remate dentro

Frad Remate contra adversário sem continuidade da posse de bola Fgl Remate com obtenção de golo

Fbad Perda da posse de bola por erro do portador da bola / acção do adversário (excepção para o gr)

Fgrad Perda da posse de bola por erro do portador da bola, com acção do gr adversário

Ff Lançamento para fora Fi Infracção às leis de jogo 1 Zona 1 do campograma 2 Zona 2 do campograma 3 Zona 3 do campograma 4 Zona 4 do campograma 5 Zona 5 do campograma 6 Zona 6 do campograma 7 Zona 7 do campograma 8 Zona 8 do campograma 9 Zona 9 do campograma

10 Zona 10 do campograma 11 Zona 11 do campograma 12 Zona 12 do campograma

Page 21: FASE OFENSIVA EM FUTEBOL - Repositório Aberto...87 Figura 5.11. Padrão de conduta definitivo para a conduta critério IEgr, tendo como objecto a conduta contextual – Centro do

Universidade do Porto – FADEUP

Manuel Ramos XIX

Pr Inferioridade numérica relativa no Centro do Jogo Pa Inferioridade numérica absoluta no Centro do Jogo Pi Igualdade numérica pressionada no Centro do Jogo

SPi Igualdade numérica não pressionada no Centro do Jogo SPr Superioridade numérica relativa no Centro do Jogo SPa Superioridade numérica absoluta no Centro do Jogo

VAD A bola encontra-se em posse do guarda-redes (zona vazia) da equipa em fase ofensiva e a zona adiantada da equipa adversária.

ATAD A bola encontra-se entre a zona atrasada da equipa em fase ofensiva e a zona adiantada da equipa adversária.

ATM A bola encontra-se entre a zona atrasada da equipa em fase ofensiva e a zona média da equipa adversária.

ATE A bola encontra-se entre a zona atrasada da equipa em fase ofensiva e a zona exterior da equipa adversária.

MAD A bola encontra-se entre a zona média da equipa em fase ofensiva e a zona adiantada da equipa adversária.

MM A bola encontra-se entre a zona média da equipa em fase ofensiva e a zona média da equipa adversária.

MAT A bola encontra-se entre a zona média da equipa em fase ofensiva e a zona atrasada da equipa adversária.

ADM A bola encontra-se entre a zona a adiantada da equipa em fase ofensiva e a zona média da equipa adversária.

ADAT A bola encontra-se entre a zona adiantada da equipa em fase ofensiva e a zona atrasada da equipa adversária.

EAT A bola encontra-se entre a zona exterior da zona adiantada da equipa em fase ofensiva e a zona atrasada da equipa adversária.

ADV A bola encontra-se entre a zona adiantada da equipa em fase ofensiva e a zona vazia da equipa adversária.

Jogador em posse de bola Jogador adversário Bola

Passe (curto ou longo) Drible

Deslocamento do colega do portador de bola Condução de bola

Remate à baliza adversária R Retardo Retardo vazio Linha atrasada da equipa em Fase Defensiva

Nota: Quando após uma conduta (retardo) apenas surge o desenho da bola e não surge a representação gráfica do jogador, como é o caso de R2 da Figura 5.14., significa que é o mesmo jogador da conduta precedente que realiza a conduta ou retardo em questão.

Page 22: FASE OFENSIVA EM FUTEBOL - Repositório Aberto...87 Figura 5.11. Padrão de conduta definitivo para a conduta critério IEgr, tendo como objecto a conduta contextual – Centro do

Universidade do Porto – FADEUP

Manuel Ramos XX

Page 23: FASE OFENSIVA EM FUTEBOL - Repositório Aberto...87 Figura 5.11. Padrão de conduta definitivo para a conduta critério IEgr, tendo como objecto a conduta contextual – Centro do

Universidade do Porto – FADEUP

Capítulo 1

INTRODUÇÃO

Page 24: FASE OFENSIVA EM FUTEBOL - Repositório Aberto...87 Figura 5.11. Padrão de conduta definitivo para a conduta critério IEgr, tendo como objecto a conduta contextual – Centro do
Page 25: FASE OFENSIVA EM FUTEBOL - Repositório Aberto...87 Figura 5.11. Padrão de conduta definitivo para a conduta critério IEgr, tendo como objecto a conduta contextual – Centro do

Universidade do Porto – FADEUP

Manuel Ramos 3

1. INTRODUÇÃO 1.1. PERTINÊNCIA E ÂMBITO DO ESTUDO Em 1981, Desmond Morris conta no seu livro “A tribo do Futebol”, que de todos

os acontecimentos da história humana aquele que havia atraído maior

audiência até à data não havia sido um acontecimento político nem uma

celebração especial, mas sim um jogo de Futebol. No mesmo ano, relata

também que em 1978 mais de mil milhões de pessoas assistiram à final do

Campeonato do Mundo que opôs a Argentina à Holanda. Verifica-se, assim,

que o jogo de Futebol se converteu no entretenimento preferido e mais popular

nos cinco continentes do mundo (Castellano Paulis, 2000). Contudo, não se trata apenas de um jogo de natureza recreativa, é sobretudo

um desporto profissional, que move interesses vários (Ali, 1988), sendo a sua

importância reflectida na crescente investigação científica na área das Ciências

do Desporto (Joyce, 2002). Treinadores e investigadores vêm percebendo que

é necessário reduzir a fronteira do desconhecido, já que uma decisão errada

devido a um conhecimento superficial ou desconhecimento de conteúdo pode

significar a derrota (Oliveira, 1993) e/ou o insucesso. Neste contexto, o estudo

do jogo de Futebol, no que diz respeito à sua lógica interna e respectivos

princípios, parece ser fundamental pois estes afiguram-se como importantes

factores que implicam fortemente os planos do ensino, do treino e do controlo

da prestação dos jogadores e das equipas (Garganta & Gréhaigne, 1999). Em

suma, procura-se averiguar e entender os factores que permitem aos atletas e

equipas alcançar melhores níveis de performance (Mendes & Janeira, 1998).

O Futebol é entendido como um jogo em que a eficiência e a eficácia dos

jogadores e das equipas dependem em larga medida das competências táctico

– estratégicas que devem ser investigadas e suportadas numa

interdisciplinariedade de conhecimentos aplicáveis (Barreira, 2006). Castellano

Paulis (2000) acrescenta que a interligação entre aspectos físicos e fisiológicos

do jogador com os aspectos tácticos e estratégicos contextualizados do jogo

deve ser optimizado. Corroboramos Garganta (2002) quando refere que o

Page 26: FASE OFENSIVA EM FUTEBOL - Repositório Aberto...87 Figura 5.11. Padrão de conduta definitivo para a conduta critério IEgr, tendo como objecto a conduta contextual – Centro do

Universidade do Porto – FADEUP

Manuel Ramos 4

primeiro problema que se coloca no Futebol é de natureza táctica. Assim, para

serem dadas respostas efectivas às inevitáveis situações de final aberto que

emanam do jogo, são reclamadas aos jogadores inteligência e desenvoltura

táctico-técnica, perceptiva e informacional (idem, 2002).

Jamais se pode esquecer que a essência primeira dos Jogos Desportivos

Colectivos é a disputa, entre dois grupos de pessoas (interacção), de uma série

de objectivos, suportada por um regulamento determinado. Tal como a relação

entre o indivíduo e o grupo é comandada por um duplo princípio de

cooperação-solidariedade, por um lado, e de competição-antagonismo, por

outro (Morin, 1973; cit. Silva, 2004), também o jogo de Futebol obedece a este

duplo princípio. Assim, observa-se na concepção do Futebol enquanto Jogo

Desportivo Colectivo, relações de cooperação e de oposição que medem

forças para ser conseguida a obtenção de desequilíbrios na relação

ataque/defesa do sistema inicial do jogo. Para tal, activa-se um emaranhando

de acções individuais que se devem traduzir em benefício colectivo,

desenvolvendo-se actuações criativas e de cooperação (Garganta, 2001b).

Posto isto, o Futebol acontece em contextos de grande complexidade e

imprevisibilidade. Concordamos com Barreira (2006) quando refere que o jogo

de Futebol deve ser analisado a partir de processos investigacionais rigorosos

e imparciais, e apenas vendo os seus temas abordados com critério e

consciência, poderá evoluir e atingir patamares de entendimento superiores.

Perseguindo o acima referido e objectivando-se o estudo da fase ofensiva em

Futebol, utilizando-se o modelo de organização da dinâmica proposto por

Barreira (2006), utilizar-se-á no presente trabalho a Metodologia observacional

a partir da técnica de Análise Sequencial, por se ter vindo a apresentar como

um modelo de análise pertinente e inovador, que tem ajudado a perceber

melhor as relações de condutas e de comportamentos de jogadores e equipas

nos Jogos Desportivos Colectivos e em particular no Futebol, como revelam os

trabalhos de Castellano Paulis (2000), Silva (2004), Lopes (2007), entre outros.

Page 27: FASE OFENSIVA EM FUTEBOL - Repositório Aberto...87 Figura 5.11. Padrão de conduta definitivo para a conduta critério IEgr, tendo como objecto a conduta contextual – Centro do

Universidade do Porto – FADEUP

Manuel Ramos 5

A Metodologia observacional permite uma análise quali-quantitativa, não só

quantificando mas, essencialmente, qualificando o comportamento espontâneo

no contexto natural em que a(s) conduta(s) ocorre(m), conferindo sentido

probabilístico de ocorrência sequencial aos dados. Neste pressuposto, procura-

se estudar como as equipas em confronto, face a constrangimentos estruturais

como o espaço de jogo e contextuais como a interacção no Centro do Jogo

(CJ) e a Configuração Espacial de Interacção das equipas (CEI), tendem a

influir a adopção de padrões de jogo ofensivos que, assentando em

comportamentos individuais e colectivos, conseguem conduzir a uma fase

ofensiva eficaz. Pensamos que esta tarefa é fundamental pois acreditamos que

as exigências do jogo de Futebol do futuro serão ainda maiores (Mombaerts,

2000). Deste modo, é sobremaneira importante encontrar indicadores de

qualidade de jogo de alto nível que permitam sistematizar os conteúdos e

delinear metodologias adequadas aos processos de ensino e de treino do

Futebol (Barreira, 2006).

Entendendo-se uma equipa de Futebol como uma rede viva (Capra, 2002), ela

cria ou recria-se a si mesma continuamente mediante a transformação ou a

substituição dos seus componentes. Desta maneira, sofre mudanças

estruturais contínuas ao mesmo tempo que preservam os seus padrões de

organização, que se assemelham a teias. Uma equipa de Futebol deve ser um

sistema aberto capaz de se desenvolver e evoluir constantemente na direcção

da novidade, no entanto, sem nunca perder de vista o seu conjunto de

princípios de referência, que estão na base da sua existência. Porquanto, este

estudo pretende perceber indicadores de ordem no aparente caos. Ou seja,

como refere Silva (2004) descobrir um carácter de regularidade e de

probabilidade de determinadas condutas relativamente a outras, que ultrapasse

o mero conceito de sorte ou acaso, e a partir daí configurar padrões

conducturais que permitam determinar sequências da acção do jogo de Futebol

em geral e do processo ofensivo em particular.

Page 28: FASE OFENSIVA EM FUTEBOL - Repositório Aberto...87 Figura 5.11. Padrão de conduta definitivo para a conduta critério IEgr, tendo como objecto a conduta contextual – Centro do

Universidade do Porto – FADEUP

Manuel Ramos 6

As estatísticas das grandes competições de Futebol, tanto de selecções como

de clubes, mostram que tem havido um decréscimo significativo do número

total de golos por competição (Castellano Paulis, 2009). Esta é uma tendência

que vem sendo notada há algumas décadas e é explicada, em grande parte,

como refere Barreira (2006), pelo maior equilíbrio táctico-estratégico entre as

equipas e entre os jogadores em confronto, repercutindo-se na dificuldade de

obtenção de espaço e de tempo para poder decidir e romper com a

predominante igualdade, a principal inibidora da rota do golo e da vitória.

Cientes desta realidade, decidimos debruçar o nosso trabalho sobre a fase

ofensiva em Futebol, para tentar perceber quais os factores ofensivos que

estão inerentes ao golo e, só assim, à possibilidade de vitória. Com a procura

de máxima objectividade, assume-se a fase ofensiva como uma etapa definida

por um início, um desenvolvimento e um fim rigorosamente delimitados. Com

base no modelo de segmentação do fluxo conductural da acção de jogo de

Futebol, proposto por Castellano Paulis (2000), podemos inferir que esta fase é

composta por três etapas: (1) início da posse de bola; (2) desenvolvimento da

posse de bola; (3) final da posse de bola. Porém, pretendemos ainda

acrescentar a este modelo, as noções de transição. Jones et al. (2004)

sustenta que as tendências evolutivas do nível de rendimento internacional

revelam que os processos de transição decidem frequentemente as partidas.

Assim, trazemos para este estudo os conceitos de Transição-Estado

defesa/ataque e de Transição-Interfase defesa/ataque, propostos por Barreira

(2006), no sentido de ser possível construir um modelo que permita estudar a

fase ofensiva do jogo de Futebol em toda a sua abrangência.

Para a presente investigação seleccionaram-se como amostra cinco jogos da

Selecção nacional de Futebol de Espanha no Campeonato da Europa de 2008

(n=5), actual campeã Europeia. Pretende-se, assim, indagar sobre os factores

ofensivos que parecem conduzir a uma organização e dinâmica em termos do

fluxo acontecimental possivelmente capaz de originar resultados muito

positivos.

Page 29: FASE OFENSIVA EM FUTEBOL - Repositório Aberto...87 Figura 5.11. Padrão de conduta definitivo para a conduta critério IEgr, tendo como objecto a conduta contextual – Centro do

Universidade do Porto – FADEUP

Manuel Ramos 7

1.2. ESTRUTURA DO TRABALHO Como refere Barreira (2006: 9), “uma dissertação de carácter académico e

científico exige, desde logo, um método que a conduza à coerência dos seus

componentes”. Desta forma, organizar-se-á o presente trabalho em nove

capítulos para lhe atribuir pressupostos organizativos que induzam um

processo coerente e congruente, que convirja num produto final com qualidade:

O primeiro capítulo – Introdução – reflecte o “quadro de fundamentações

e de operações” (idem, 2006: 9) em que se baseia todo o estudo. Trata-

se de indagar o estado actual do conhecimento do tema em estudo, bem

como em que pressupostos metodológicos assenta a resolução do

problema delineado, assim como a concretização dos objectivos

propostos.

No capítulo dois efectuar-se-á a Revisão da Literatura, onde, através do

conhecimento declarado de vários autores, se enquadra

conceptualmente o estudo. Visto este pressupor a utilização de um

instrumento ad hoc, no nosso caso, já construído (Barreira, em

preparação), o presente capítulo constituir-se-á como uma base de

sustentabilidade de conhecimentos e de apoio aos procedimentos

metodológicos.

No terceiro capítulo é tornado claro o Problema do estudo, os Objectivos

propostos, bem como as Hipóteses formuladas para o mesmo.

O quarto ponto deste trabalho trata da Metodologia, sendo apresentados

com pormenor os aspectos basilares para a compreensão da

metodologia observacional e da técnica de análise sequencial,

direccionando-os para o nosso estudo. Ponto importante deste capitulo é

a proposta conceptometodológica da fase ofensiva para esta

investigação, assim como o instrumento ad hoc utilizado para a

observação e registo das sequencias comportamentais. Como no estudo

de Barreira (2006), são ainda aflorados os procedimentos de observação

Page 30: FASE OFENSIVA EM FUTEBOL - Repositório Aberto...87 Figura 5.11. Padrão de conduta definitivo para a conduta critério IEgr, tendo como objecto a conduta contextual – Centro do

Universidade do Porto – FADEUP

Manuel Ramos 8

e de registo e, por fim, as características do processamento dos dados

inerentes à técnica de análise sequencial.

Segue-se o quinto capítulo - Análise e Discussão dos resultados -, que

assume especial destaque numa investigação deste carácter, pois são

aqui analisados os outputs alcançados pelos processos de recolha,

observação, registo e análise dos dados da amostra. Utilizar-se-á, para

a análise, a técnica descritiva, embora se dê primazia à análise

sequencial através do software SDIS-GSEQ de Bakeman & Quera

(1996; actualizado em http://www.ub.e/comporta/sg.htm)

As conclusões constituem-se como o sexto capítulo, sendo neste ponto

sintetizada a análise dos resultados, de forma a dar resposta ao

problema, objectivos e hipóteses formuladas no capítulo três.

As Considerações Finais, sétimo capítulo, assume-se como o lugar

privilegiado para se relacionar o jogo de Futebol com os resultados

obtidos, existindo lugar para uma reflexão, interpretação e expressão

mais livres e concorrentes com a realidade. Assim, presume-se maior

atenção à aplicabilidade dos resultados nos processos de ensino e de

treino, para que exista o transfere da teoria para a prática.

O oitavo capítulo presume a divulgação de ideias para investigações

com carácter convergente com o aumento do conhecimento com

qualidade - Sugestões para futuros estudos -. Este ponto é de todo

pertinente uma vez que a quantidade de dados extraída pelo software de

registo, através das suas possibilidades, permitiu o surgimento de ideias

ao longo do processo de elaboração do trabalho

Por fim, no capítulo nove surgem as Referências Bibliográficas, as quais

constituem a base teórica em que se sustenta a realização do presente

estudo.

Page 31: FASE OFENSIVA EM FUTEBOL - Repositório Aberto...87 Figura 5.11. Padrão de conduta definitivo para a conduta critério IEgr, tendo como objecto a conduta contextual – Centro do

Capítulo 2

REVISÃO DA LITERATURA

Page 32: FASE OFENSIVA EM FUTEBOL - Repositório Aberto...87 Figura 5.11. Padrão de conduta definitivo para a conduta critério IEgr, tendo como objecto a conduta contextual – Centro do
Page 33: FASE OFENSIVA EM FUTEBOL - Repositório Aberto...87 Figura 5.11. Padrão de conduta definitivo para a conduta critério IEgr, tendo como objecto a conduta contextual – Centro do

Universidade do Porto – FADEUP

Manuel Ramos 11

2. REVISÃO DA LITERATURA Uma característica essencial dos desportos de equipa é a constante situação

de inter-relação entre as condutas de colaboração que se estabelecem entre os

elementos da mesma equipa para conseguir os seus objectivos, e as condutas

de oposição que se desenrolam para evitar que a equipa contrária alcance os

seus (Alcalde, 2000).

O jogo de Futebol, enquanto Jogo Desportivo Colectivo (JDC), caracteriza-se

por uma simultânea e permanente relação de forças que, a cada momento,

induz uma dinâmica relacional colectiva que suscita aos jogadores a realização

de julgamentos e a tomada de decisões (Barreira, 2006). Conclui-se,

facilmente, que se trata de um desporto cuja complexidade radica

fundamentalmente na existência de múltiplas fontes de incerteza, que têm

origem tanto nos dez companheiros do portador da bola, como nos onze

adversários. Estes assumem-se como os verdadeiros actores (Oliveira, 2001),

que continuamente recebem informação e elaboram respostas em função da

situação, o que significa que existe uma contínua comunicação em toda e

qualquer situação de jogo (Cervera & Malavés, 2001).

É comum afirmar-se que o rendimento competitivo no jogo de Futebol é

multidimensional por serem vários os factores que concorrem para a sua

efectivação (Garganta et al., 2002). Aliás, parece-nos que qualquer conceito

táctico individual ou colectivo só pode ser concretizado através de um bom

suporte técnico, físico e mental. Assim, a permanente interacção das várias

dimensões do rendimento (energético - funcional, antropométrica,

psicológica/social, técnica, táctica, entre outras), com o acaso1 (Garganta &

Cunha e Silva, 2000) e com variáveis caóticas2 (Werner, 1995) parecem

fundamentar a construção do jogo (processo) e do sequente produto.

1 O Acaso é designado por «sorte» quando nos é favorável e por «azar» quando nos é desfavorável (Eigen & Winkler, 1989; cit. Garganta e Cunha e Silva, 2000). 2 Variáveis Caóticas são as circunstâncias através das quais se pode atingir o objectivo (golo) de forma não planificada, casual ou imprevisível (Werner, 1995).

Page 34: FASE OFENSIVA EM FUTEBOL - Repositório Aberto...87 Figura 5.11. Padrão de conduta definitivo para a conduta critério IEgr, tendo como objecto a conduta contextual – Centro do

Universidade do Porto – FADEUP

Manuel Ramos 12

Caracterizando-se o jogo de Futebol por habilidades abertas e de regulação

externa, que lhe conferem características incertas, variáveis e imprevisíveis

(Contreras & Pino Ortega, 2000), um comportamento competitivo adequado

requer do jogador uma perfeita visão e percepção tácticas. Corroboramos

Faina et al. (1987), citado por Silva (2004), quando refere que os jogos de

equipa são modalidades onde a componente orgânico-funcional é complexa e

sempre dependente da componente táctico-técnica. O enfoque táctico parece

então ser o que mais se aproxima de uma abordagem conceptometodológica,

estruturada e estruturante do jogo (Garganta, 1997; Gréhaigne, 2001), sendo

esta faceta, enquanto dimensão unificadora, que dá sentido e lógica a todas as

outras (Queiroz, 1983, 1986; Teodorescu, 1984; Castelo, 1994, 1996;

Garganta, 1997; Gréhaigne, 2001; Mombaerts, 2000; Guilherme Oliveira,

2004), condicionando a prestação dos jogadores e das equipas de Futebol.

Contudo, muita da investigação realizada no Futebol foi, e continua a ser,

orientada para a descrição e explicação de aspectos relacionados com

parâmetros de ordem física e fisiológica, menorizando-se, por outro lado,

aspectos relativos à acção de jogo em geral e à táctica em particular (Silva,

2004). Segundo Garganta et al. (2002), este facto pode dever-se à dificuldade

que o seu estudo envolve do ponto de vista científico. Não obstante, os

investigadores têm procurado melhorar e ampliar o conhecimento,

multiplicando as linhas de investigação que, utilizando processos

metodológicos divergentes, tentam compreender a lógica que governa o jogo

de Futebol (Barreira, 2006).

Page 35: FASE OFENSIVA EM FUTEBOL - Repositório Aberto...87 Figura 5.11. Padrão de conduta definitivo para a conduta critério IEgr, tendo como objecto a conduta contextual – Centro do

Universidade do Porto – FADEUP

Manuel Ramos 13

2.1. ENFOQUE TÁCTICO DO JOGO DE FUTEBOL O entendimento da noção de táctica tem sido debatido sobre diferentes

perspectivas. De entre as várias, descobre-se que a táctica decorre de

objectivos: imediatos da acção de jogo quando tomados isoladamente; de

médio e longo prazo quando referentes à vitória na competição. Exprime-se por

comportamentos observáveis, formadores e constituintes do fluxo de jogo,

desenvolvidos por um saber fazer individual alicerçado e/ou construtor de um

saber fazer colectivo, que pressupõe informação e conhecimento dos

jogadores que cooperam e se opõem.

A táctica apresenta uma “dimensão espaço – temporal de realização, traduzida

quer pela sua subordinação à estratégia, quer pela delimitação ou

constrangimentos espaço – temporais da acção de jogo” (Letzelter, 1978;

Zerhouni, 1980; LaRose, 1992; Duricek, 1985; Moreno, 1993; Mercier & Cross,

s.d.; cit. Garganta & Oliveira, 1996: 15), sendo também observáveis os níveis

de relação intra-equipa, onde coexistem a táctica individual, de grupo e

colectiva (Zech, 1977; Zerhouni, 1980; cit. Garganta & Oliveira, 1996). Os

mesmos autores (1996) reforçam que o desenvolvimento de comportamentos

tácticos é condicionado por diversos constrangimentos, como são os de

carácter psíquico, condicional e de perícia motora.

Castelo (1994) acrescenta que táctica não significa apenas uma organização

em função do espaço de jogo e das missões específicas dos jogadores.

Pressupõem a existência de uma concepção unitária, através da qual é

permitida a existência de uma linguagem comum essencial para se comunicar

numa equipa. Para que isso aconteça, deverá existir uma base de acção

idêntica assente em princípios operacionais, para que, ante situações idênticas,

os jogadores assumam decisões convergentes e complementares, que

permitem unificar pautas comportamentais, capazes de por meio de uma acção

final integrada, operarem de forma vantajosa relativamente à oposição

efectuada (Barreira, 2006).

Page 36: FASE OFENSIVA EM FUTEBOL - Repositório Aberto...87 Figura 5.11. Padrão de conduta definitivo para a conduta critério IEgr, tendo como objecto a conduta contextual – Centro do

Universidade do Porto – FADEUP

Manuel Ramos 14

2.1.1. Táctica individual e Táctica colectiva: convergência para um saber táctico colectivo O jogador, entendido como o conteúdo e agente da táctica, deve tentar,

individualmente mas em proveito do colectivo, percepcionar a situação

envolvente e relacioná-la com a própria actividade, orientando as suas acções

no campo de jogo (idem, 2006). É através da potenciação da actuação dos

jogadores no seio de uma equipa, em interacção com a adversária, que são

permanentemente construídas a diversidade e a singularidade do fluxo

acontecimental do jogo (Júlio & Araújo, 2005), tendo como objectivo que o seu

desenvolvimento possa confluir na marcação de golos na baliza adversária e

no seu evitamento relativamente à própria baliza (Castelo, 1996). Romão

(2002) conclui que é imprescindível que cada jogador, dentro da equipa, tenha

relação com todos os outros elementos, e conheça o papel que os outros

desempenham, para que a sua própria função possua um sentido e uma

ordem, assumindo-se este pressuposto no conceito de “outro generalizado”

proposto por Sánchez Bañuelos (2000), que significa numa equipa as relações

entre o indivíduo e o seu grupo, em prol de um projecto colectivo.

Defende-se, por conseguinte, que a forma mais eficaz de atingir os objectivos

do jogo de Futebol passa pela optimização de um saber táctico colectivo,

entendido como o conjunto de conhecimentos existentes nos jogadores que

permitem que estes se orientem prioritariamente para certas sequências de

acção em detrimento de outras (Araújo, 1998). Isto é, em função da situação de

jogo, devem ser utilizados pelo jogador comportamentos adequados que se

identifiquem com a linguagem comum do colectivo, evidenciando uma intenção

táctica anteriormente estabelecida (idem, 1998). Deduz-se, assim, que um

saber táctico colectivo só pode existir quando nos elementos da mesma equipa

se denota uma táctica individual consolidada, conceito definido por Teodorescu

(1984) como todas as acções individuais que um jogador realiza para resolver

eficazmente as situações de jogo.

Page 37: FASE OFENSIVA EM FUTEBOL - Repositório Aberto...87 Figura 5.11. Padrão de conduta definitivo para a conduta critério IEgr, tendo como objecto a conduta contextual – Centro do

Universidade do Porto – FADEUP

Manuel Ramos 15

Sustenta-se que são os jogadores quem concretiza a organização racional do

jogo, sendo que qualidade desta organização é traduzida pelas interacções por

eles produzidas no momento da aplicação da táctica. Enquadra-se aqui a teoria

desenvolvida pelos psicólogos alemães Max Wertheimer, Wolfgang Köhler e

Kurt Koffka nos princípios do século XX, que aponta ao todo como mais do que

a simples soma de suas partes. Deduz-se, portanto, que “cada jogador deve

ser um estratego capacitado para integrar as suas soluções tácticas individuais

no projecto colectivo e vice-versa” (Garganta & Oliveira, 1996: 20), sendo o elo

de ligação entre os jogadores – interacção - o responsável pela “mais qualquer

coisa que a totalidade dos elementos” (Pinto, 1996: 54) responsável pela

maximização do rendimento. Em suma, a dominante táctica que o jogo de

Futebol envereda faz emergir a interacção como o eixo da sua dinâmica,

derivando daqui a ideia de padrão(ões) de jogo colectivo(s) observável(eis) e

identificável(eis) no terreno de jogo a partir de comportamentos individualmente

colectivos.

O jogo de Futebol assume então diversas cambiantes, que actualmente são

estudadas numa multiplicidade de perspectivas. Não obstante, vários autores

(Garganta & Gréhaigne, 1999; Garganta & Cunha e Silva, 2000; Gréhaigne,

2001; Guilherme Oliveira, 2004; Júlio & Araújo, 2005; Garganta, 2005) têm

destacado a importância de se perspectivar este jogo enquanto sistema

complexo, na medida em que tal faculta uma mais ajustada identificação com a

essência do fenómeno.

2.1.2. Multi-análises do fluxo de jogo de Futebol A ciência evolui com a observação (Anguera, 1989). O crescimento da

performance no desporto nos últimos 50 anos, tanto nos desportos individuais

como nos Jogos Desportivos Colectivos (JDC) é disso indicativo (Kuhn, 2005).

A análise de jogo, entendida como o estudo do jogo a partir da observação da

actividade dos jogadores e das equipas (Garganta, 1997), é considerada uma

das ferramentas que mais e melhor proporciona o acesso à informação

Page 38: FASE OFENSIVA EM FUTEBOL - Repositório Aberto...87 Figura 5.11. Padrão de conduta definitivo para a conduta critério IEgr, tendo como objecto a conduta contextual – Centro do

Universidade do Porto – FADEUP

Manuel Ramos 16

importante acerca do confronto desportivo (Garganta, 2001a). Por conseguinte,

o Futebol parece ter beneficiado com o seu crescimento, instrumento

progressivamente mais objectivo, capaz de extrair dados relevantes do jogo e

de transformá-los em informação clara que retorne ao seu habitat natural: o

terreno de jogo.

Existem na literatura diversas denominações para o estudo do jogo,

destacando-se a observação do jogo (game observation), a análise do jogo

(match analysis) e a análise notacional (notational analysis) (idem, 2001a). No

entanto, segundo o mesmo autor (1997), a expressão mais utilizada na

literatura é análise do jogo, considerando-se que engloba diferentes fases do

processo, nomeadamente a observação dos acontecimentos, a notação dos

dados e a sua interpretação (Hughes, 1996).

De acordo com vários autores, trata-se de uma ferramenta capaz de fornecer

informações importantes sobre o jogo (conforme o Quadro 2.1.), permitindo,

lato senso: (1) aumentar o conhecimento acerca do jogo de Futebol; (2)

entender as relações e características de factores ofensivos e defensivos,

mostrando índices relacionados com a eficácia desportiva; (3) auxiliar na

elaboração de planos de treino (Janeira, 1998; Garganta, 2001a). Garganta

(2001a) acrescenta que a análise de jogo é um ramo importante no Quadro da

investigação científica aplicada aos jogos desportivos, que para além de ser

utilizada para avaliar padrões de jogo e performances das equipas e dos

jogadores, tem-se constituído, cada vez mais, como uma forma de

aproximação entre a ciência e o Futebol.

Quadro 2.1. – Resumo das vantagens da Análise de Jogo (adapt. Silva, 2006)

Moutinho (1991)

(1) Identificar e compreender os princípios estruturais do jogo, os critérios de eficácia de rendimento individual e colectivo, e a adequação dos modelos de preparação;

Oliveira (1993) (1) Rentabilizar o processo de treino e as competições; (2) Aprofundar o conhecimento do jogo;

Page 39: FASE OFENSIVA EM FUTEBOL - Repositório Aberto...87 Figura 5.11. Padrão de conduta definitivo para a conduta critério IEgr, tendo como objecto a conduta contextual – Centro do

Universidade do Porto – FADEUP

Manuel Ramos 17

McGarry & Franks (1994)

(1)Analisar e inferir tendências ou padrões de jogo; (2)Realizar uma avaliação imparcial da performance desportiva e focar a atenção do treinador nos indicadores chave do comportamento desportivo;

Bacconi & Marella (1995)

(1) Treinador – descobrir os erros técnico-tácticos condicionantes da prestação da sua própria equipa para tentar corrigi-los; determinar o nível técnico-táctico do adversário e as suas debilidades; (2) Jogador – observar objectivamente a própria prestação sob as directrizes orientadoras do treinador;

O’Donoghue & Ingram (1998)

(1) Monitorizar a evolução dos jogadores; (2) Direccionar a atenção do treinador para os aspectos chave;

Hughes & Churchill (2005)

(1) Identificar os pontos fortes e as fraquezas da sua própria equipa e do adversário;

McGarry & Franks (1995b)

(1) Obter informações sobre o processo de treino e a partir daí tomar decisões;

Sampaio (1999)

(1) Aceder ao conhecimento da organização do jogo e aos factores que concorrem para o sucesso desportivo; (2) Planificar e organizar o treino, tornando os seus conteúdos mais objectivos e específicos; (3) Regular a aprendizagem, o treino e a competição;

Garganta (2001)

(1) Configurar modelos de actividade dos jogadores e das equipas; (2) Identificar os traços da actividade cuja presença ou ausência se correlaciona com a eficácia de processos e a obtenção de resultados positivos; (3) Promover o desenvolvimento de métodos de treino que garantam uma maior especificidade; (4) Indiciar tendências evolutivas das diferentes modalidades desportivas;

Caixinha (2004)

(1) Avaliação e conhecimentos das variáveis estruturais e funcionais do rendimento em Futebol;

Pacheco (2005)

(1) Aprofundar conhecimentos acerca do desenvolvimento do jogo;

Sousa (2005) (1) Meio de evolução do processo de treino e das competições e de aprofundamento do conhecimento relativo ao jogo.

Page 40: FASE OFENSIVA EM FUTEBOL - Repositório Aberto...87 Figura 5.11. Padrão de conduta definitivo para a conduta critério IEgr, tendo como objecto a conduta contextual – Centro do

Universidade do Porto – FADEUP

Manuel Ramos 18

Actualmente surgem diversas perspectivas conceptuais que procuram coligir e

confrontar dados relativos aos comportamentos expressos no jogo. Pretende-

se, em última análise, a tipificação das acções que se associam à eficácia dos

jogadores e das equipas que, como refere Garganta (2001a), apontam três vias

preferenciais de estudo: (1) uma que consiste em reunir e caracterizar blocos

quantitativos de dados; (2) outra mais centrada na dimensão qualitativa dos

comportamentos, e na qual o aspecto quantitativo funciona como suporte à

caracterização das acções, de acordo com a efectividade destas no jogo; (3)

uma terceira, voltada para a modelação do jogo, a partir da observação de

variáveis técnicas e tácticas e da análise da sua co-variação.

Neste sentido, é comummente aceite que a investigação tem recorrido quer a

métodos quantitativos de análise quer a procedimentos qualitativos (Hughes et

al., 2001; Yiannakos & Armatas, 2006). A este respeito, Leitão (2001) identifica

e caracteriza os primeiros procedimentos como uma análise de forma

descontextualizada, verificando apenas a questão dos números quantificados e

relacionando-os com as acções técnicas realizadas, a partir de ferramentas

estatísticas visando demonstrar os níveis de eficiência dos jogadores; e os

segundos como uma análise qualitativa, que a partir dos mesmos dados

quantitativos analisados estatisticamente, permitem uma descrição mais

detalhada das acções do jogo, levando em consideração as acções

adversárias e a evolução dessas acções ao longo do jogo, sendo possível a

obtenção, por parte daquele que usufrui de tais descrições, de uma visão mais

clara do jogo e da participação mais ou menos relevante dos jogadores.

Compreende-se, deste modo, que alguns estudos apresentam uma orientação

descritiva cujos resultados se fundamentam na análise de frequências e/ou de

percentagens dos acontecimentos registados, como são o caso de resultados

relacionados com a frequência de posse de bola e zona onde se inicia, passes

realizados na fase ofensiva que termina em golo, contactos com a bola que o

jogador que remata realiza previamente a essa acção, com que uma equipa

chega à área adversária, remates realizados à baliza adversária, com que são

utilizados certos tipos de ataques rápidos e indirectos, entre outros (Castellano

Page 41: FASE OFENSIVA EM FUTEBOL - Repositório Aberto...87 Figura 5.11. Padrão de conduta definitivo para a conduta critério IEgr, tendo como objecto a conduta contextual – Centro do

Universidade do Porto – FADEUP

Manuel Ramos 19

Paulis & Hernández Mendo, 2002a). Depreende-se que as conclusões

decorrentes dos resultados provenientes de estudos quantitativos, centrados

nas acções técnicas individuais, são incipientes, levando os analistas a

questionar a pouca relevância contextual dos dados recolhidos e a duvidar da

sua pertinência e utilidade (Garganta, 2001a). Verifica-se também a existência

de trabalhos direccionados para a utilização de metodologias baseadas em

instrumentos ou testes estandardizados e em questionários ou entrevistas,

métodos que parecem ser pouco efectivos no acrescento de conhecimento

objectivo à dimensão conductural e interactiva do jogo. Estes tendem a revelar

no seu conteúdo o que os estudados pensam e/ou fazem na sua actividade,

retirando-se ilações qualitativas de carácter pouco objectivo, não incidindo nas

condutas que o jogo em competição pode evidenciar (Barreira, 2006).

2.1.3. Análise do jogo a partir da respectiva organização táctica: a busca de padrões Uma das tendências actuais prende-se com o estudo do jogo a partir da

dinâmica da sua organização, através da análise das acções e, sobretudo, das

interacções, tácticas que se processam no decurso das relações de

cooperação e oposição dos jogadores e das equipas (Garganta, 2005). Neste

sentido, a atenção volta-se para as competências comportamentais de carácter

individual e/ou colectivo do jogo (Caldeira, 2001).

De facto, cada vez mais se procura investigar o comportamento e o

desempenho de jogadores e equipas através da respectiva dinâmica de

confronto, projectando-as numa perspectiva interaccional. Pretende-se, assim,

indagar sobre a detecção de padrões de jogo a partir das acções de jogo mais

representativas ou críticas, com o intuito de perceber os factores que induzem

perturbação ou desequilíbrio no balanço ataque/defesa. Neste sentido, procura-

se detectar e interpretar a permanência e/ou ausência de traços

comportamentais na variabilidade de acções de jogo (McGarry & Franks,

Page 42: FASE OFENSIVA EM FUTEBOL - Repositório Aberto...87 Figura 5.11. Padrão de conduta definitivo para a conduta critério IEgr, tendo como objecto a conduta contextual – Centro do

Universidade do Porto – FADEUP

Manuel Ramos 20

1996), denominados por Castellano Paulis & Hérnandez Mendo (2002a) e Silva

(2004) como padrão de conduta.

Silva (2004) refere que este conceito assenta no carácter de regularidade e de

probabilidade de ocorrência de certas condutas3 relativamente a outras, pelo

que deve ser assumido quando ocorre um ordenado e lógico contíguo de

comportamentos que configuram padrões ou “cenários”. Por sua vez,

Castellano Paulis & Hérnandez Mendo (2002a) sustentam que por padrão de

conduta se entende o conjunto de condutas que se repetem com elevada

frequência, portanto não devidas ao acaso.

A construção de modelos de explicação causal da acção motriz que provêm do

fluxo do jogo vem sendo realizada através da utilização da Metodologia

observacional, através das técnicas de análise sequencial e de coordenadas

polares (Castellano Paulis, 2000). Esta metodologia é actualmente considerada

como reforço dos sistemas de análise conhecidos no Futebol, proporcionando

aos treinadores, jogadores e investigadores, um acréscimo de informação

sobre condutas de jogo, tendo presente princípios específicos que explicam as

acções táctico-técnicas e/ou táctico-estratégicas (Silva, 2004). Reúne

características que permitem o estudo científico do comportamento humano em

contexto natural (Anguera et al., 2000), que são válidas para os JDC, e em

concreto para o Futebol (Anguera, 2004). Assim, esta opção metodológica

permite o registo de condutas lúdicas em contexto natural, respeita a

espontaneidade do comportamento do desportista em competição/treino, e

possibilita o seguimento diacrónico ao longo de um período de tempo

prolongado (Lago & Anguera, 2002).

Assim, parece ser premente a procura da compreensão do “enredo do jogo,

isto é, do respectivo fluxo histórico, mais do que do comportamento pontual e

avulso dos seus actores” (Garganta, 2005: 181). O mesmo autor (2005) refere

3 Neste estudo, Conduta significa todo o comportamento que um jogador realiza no seu contexto natural (jogo de Futebol), que seja perceptível e que esteja incluído no catálogo de condutas inerente ao instrumento Formato de Campo – Sistema de Categorias (Barreira, 2006).

Page 43: FASE OFENSIVA EM FUTEBOL - Repositório Aberto...87 Figura 5.11. Padrão de conduta definitivo para a conduta critério IEgr, tendo como objecto a conduta contextual – Centro do

Universidade do Porto – FADEUP

Manuel Ramos 21

que a descoberta dos processos que emanam das interacções dos

comportamentos, condensadas na dinâmica auto – organizacional das equipas,

evidencia maior relevância para o conhecimento do fluxo conductural do jogo

do que o produto per se.

Em suma, torna-se fundamental promover a detecção de padrões de conduta

com maiores probabilidades de ocorrência do que as dependentes do acaso,

considerando as diferentes categorias desenhadas para representar o fluxo do

jogo (Castellano Paulis & Hernández Mendo, 2002a), bem como da

emergência de certas condutas em função da ocorrência de outras (Hérnandez

Mendo et al., 2000).

Page 44: FASE OFENSIVA EM FUTEBOL - Repositório Aberto...87 Figura 5.11. Padrão de conduta definitivo para a conduta critério IEgr, tendo como objecto a conduta contextual – Centro do

Universidade do Porto – FADEUP

Manuel Ramos 22

2.2. LÓGICA(S) PARA UM ENTENDIMENTO DO JOGO DE FUTEBOL O jogo de Futebol, visto como macrosistema (Gréhaigne, 2001), envolve

subsistemas ou níveis de organização (de equipa; de confronto colectivo e de

confronto individual), que originam comportamentos tácticos observáveis na

dinâmica acontecimental do jogo. Trata-se de um sistema dinâmico em que as

equipas operam segundo distintos padrões de acção que evidenciam uma

variabilidade interindividual.

Para o entendimento deste macrosistema - jogo de Futebol -, deve procurar-se

uma operacionalização com base na sua modelação4, no sentido de permitir

uma análise do fenómeno que se pretende investigar sem que lhe seja retirada

a ligação ao todo. Ou seja, devem utilizar-se modelos parciais que “procurem

reproduzir as estruturas funcionais representativas dos factores, do nível e da

dinâmica dos processos complexos passíveis de influenciar o rendimento”

(Queiroz, 1983: 66), sem que lhe sejam retiradas as interacções que lhe

conferem a essência, ou seja, o “sentido e sentimento” (Guilherme Oliveira,

2004: 122). É assim inevitável o surgimento de distintas concepções e

modelações do jogo, que reúnem diferentes terminologias, tentando efectuar,

de um modo coerente e fundamentado, a simplificação da complexidade que o

jogo de Futebol comporta.

A maioria dos autores privilegia um modelo de organização dualista (Castelo,

2004). De uma forma irreversível um jogador num jogo apresenta dois

comportamentos opostos consoante os elementos com que se relaciona: é

solidário para com os seus colegas, e rival para com todos os elementos da

equipa adversária (Lopes, 2007). Nesta relação adversa o jogo desenvolve-se

segundo um quadro de luta permanente pela posse de bola, que consubstancia

duas fases fundamentais do jogo: o ataque (fase ofensiva), que é determinado

pela posse de bola, e a defesa (fase defensiva), que corresponde à procura da

sua posse. 4 Por Modelação entende-se “o processo através do qual se procura correlacionar o treino com as exigências e especificidades sugeridas pelo jogo e competição: o grau de significação de tal correlação fundamenta o processo de optimização do treino, isto é, no treino quanto maior for o grau de correspondência entre os modelos utilizados e o jogo melhores e mais eficazes serão os seus efeitos” (Queiroz, 1986: 65).

Page 45: FASE OFENSIVA EM FUTEBOL - Repositório Aberto...87 Figura 5.11. Padrão de conduta definitivo para a conduta critério IEgr, tendo como objecto a conduta contextual – Centro do

Universidade do Porto – FADEUP

Manuel Ramos 23

Bayer (1994), diferencia claramente que ter posse de bola por parte de uma

equipa implica atacar, e não ter a posse implica defender. A partir desta

diferenciação o autor formula os princípios gerais de ataque e os princípios

gerais de defesa, como mostra a Figura 2.1..

Figura 2.1. - Comportamento estratégico dos jogadores (Adaptado Bayer, 1994)

Neste sentido, da posse ou não da bola, Castellano Paulis (2000) propõe o

conceito de segmentação do fluxo conductural da acção de jogo de Futebol

que contempla diferentes partes (conforme figura 2.2.): (1) início da posse de

bola; (2) desenvolvimento da posse de bola; (3) final da posse de bola; (4)

desenvolvimento da não posse de bola; (5) final da não posse de bola.

Figura 2.2. – Diagrama da segmentação do fluxo conductural do jogo de Futebol (Adaptado Castellano Paulis, 2000)

A minha Equipa tem a bola

A minha Equipa não tem a bola

ATAQUE

DEFESA

Princípios do Ataque (1) Conservar a bola (2) Progressão dos jogadores e da

bola até à baliza (3) Marcar golo na baliza adversária

Princípios da Defesa (1) Recuperar a bola (2) Impedir a progressão da bola e

dos jogadores até à baliza (3) Proteger baliza e campo próprio

Início da Posse de Bola

Início da Não Posse de Bola

Desenvolvimento da Posse de Bola

Desenvolvimento da Não Posse de Bola

Final da Posse de Bola

Início da Não Posse de Bola

Page 46: FASE OFENSIVA EM FUTEBOL - Repositório Aberto...87 Figura 5.11. Padrão de conduta definitivo para a conduta critério IEgr, tendo como objecto a conduta contextual – Centro do

Universidade do Porto – FADEUP

Manuel Ramos 24

Como refere Silva (2004), das seis situações indicadas, quatro sobrepõem-se,

já que o início de uma posse de bola implica a finalização de uma não posse de

bola para a mesma equipa, assim como o final de uma posse de bola implica

necessariamente o início de uma não posse de bola.

Contudo, concordamos com Castelo (1996) e com Ardá Suárez (1998) quando

referem que os jogadores que não intervêm directamente na fase defensiva

devem preparar mentalmente o ataque, enquanto que os que não se implicam

directamente no ataque têm a obrigação de pensar defensivamente, fazendo

prevalecer uma harmoniosa convergência de atitudes e comportamentos

táctico-estratégicos na prestação colectiva. Assume-se que numa mesma

equipa os jogadores deverão conseguir evidenciar, em todas as fases do jogo,

uma permanente cumplicidade operacional por meio da produção de um jogo

de atitudes e sinergias comuns (Barreira, 2006), o que só será possível através

de um saber táctico colectivo, tornando a equipa mais ou menos ofensiva ou

mais ou menos defensiva (Silva, 2004).

Assim, este entendimento faz convergir que a totalidade de uma fase se

encontra na totalidade da outra (Castelo, 1996; Ardá Suaréz, 1998), fazendo-se

o transfere para um Modelo Unitário da organização da dinâmica do jogo de

Futebol, como mostra a Figura 2.3.. Este modelo, lato senso, pressupõe que os

jogadores devem estar permanentemente predispostos para responder com

eficiência à necessidade de defender e de atacar, devendo colaborar ao

máximo em ambas as funções de acordo com a situação de jogo (quer a sua

equipa possua ou não a bola) (Barreira, 2006).

Page 47: FASE OFENSIVA EM FUTEBOL - Repositório Aberto...87 Figura 5.11. Padrão de conduta definitivo para a conduta critério IEgr, tendo como objecto a conduta contextual – Centro do

Universidade do Porto – FADEUP

Manuel Ramos 25

Figura 2.3. – Modelo Unitário da organização do jogo de Futebol (Adaptado Cervera & Malavés, 2001)

Uma outra perspectiva pretende mapear o jogo de Futebol a partir de

momentos, em detrimento de fases. Pressupõe que os jogadores, tanto

individual como colectivamente, procuram atingir o objectivo do jogo através de

quatro momentos (Louis Van Gaal, in Kormelink e Seeverens, 1997; Mourinho,

1999; Guilherme Oliveira, 2004; Vélasquez, 2005): (1) o momento de

organização ofensiva, considerado o conjunto de comportamentos que a

equipa assume quando adquire a posse de bola, com o objectivo de preparar e

criar situações ofensivas, de forma a marcar golo; (2) o momento de transição

ataque/defesa, como os comportamentos que se devem assumir nos segundos

após perda de posse de bola, estando ambas as equipas desorganizadas; (3) o

momento de organização defensiva, que visa contrariar o primeiro momento,

isto é, quando não existe a posse de bola, organizar-se de forma a impedir que

a equipa adversária se prepare, crie situações de golo e marque golo; e (4) o

momento de transição defesa/ataque, que se caracteriza pelos

comportamentos que se devem ter nos segundos imediatos ao recuperar-se a

posse de bola.

Barreira, em 2006, apresenta um modelo de entendimento da dinâmica do jogo

de Futebol baseado em duas fases, propondo também os conceitos de

A minha Equipa tem a bola

A minha Equipa não tem a bola

ATAQUE + DEFESA

DEFESA + ATAQUE

Transição para o modelo unitário ATAQUE + DEFESA

A MINHA EQUIPA PARTICIPA ATAQUE + DEFESA

Page 48: FASE OFENSIVA EM FUTEBOL - Repositório Aberto...87 Figura 5.11. Padrão de conduta definitivo para a conduta critério IEgr, tendo como objecto a conduta contextual – Centro do

Universidade do Porto – FADEUP

Manuel Ramos 26

Transição-Estado e Transição-Interfase como definidores e identificadores do

tipo de Transição ofensiva e defensiva (conforme a Figura 2.4.). Contrariando

os pressupostos do modelo anteriormente enunciado, refere que a natureza do

jogo de Futebol, enquanto desenvolvido em contexto caótico, imprevisível,

aleatório e variável, não deve ser observado à luz de uma sequenciação

cronológica. Assim, o fluxo acontecimental do jogo deve ser visto quanto à

forma de utilização do espaço e do tempo e na realização das tarefas, em

permanente relação com a equipa adversária (Garganta, 1997; Pino Ortega,

2001). Imbuídos neste modelo encontram-se ainda os denominados

fragmentos constantes de jogo, mais comummente designados de lances de

bola parada, que Mombaerts (2000) expõe como fase estática do jogo.

Figura 2.4. – Modelo da dinâmica comportamental da organização do jogo de Futebol (Retirado de Barreira, 2006: 67).

O presente modelo referencia dois tipos de transição defesa/ataque e

ataque/defesa: como Interfase e Estado, conforme a recuperação ou a perda

da posse de bola aconteça, ou não, de modo directo5. Assim, segundo Barreira

5 A Recuperação da Posse de Bola de modo directo pressupõe a manutenção da fase dinâmica do jogo, ou seja, a bola tem de ser recuperada, permanecendo dentro do espaço de jogo regulamentar e não sendo cometidas infracções às leis do jogo (contra ou a favor). Não podem, deste modo, ocorrer condutas indutoras da fase estática de jogo (Barreira, 2006).

Page 49: FASE OFENSIVA EM FUTEBOL - Repositório Aberto...87 Figura 5.11. Padrão de conduta definitivo para a conduta critério IEgr, tendo como objecto a conduta contextual – Centro do

Universidade do Porto – FADEUP

Manuel Ramos 27

(2006), a “Transição” é considerada como um Estado quando a recuperação ou

a perda da posse de bola acontece de modo directo, enquanto quando ocorre

de forma indirecta, é entendida como Transição–Interfase. No caso de se

verificar a existência de uma Transição-Estado, poderá acontecer o

desenvolvimento da posse de bola ou o desenvolvimento da não posse de

bola, mas também poderá não se verificar condutas no fluxo de jogo que

informem nesse sentido. Ou seja, poderá acontecer uma Fase ofensiva ou uma

Fase defensiva em transição6. Nas restantes situações de jogo, continua a

acontecer uma transição, representando agora uma Interfase, que traduz o

instante de mudança de posse de bola entre as equipas e, por conseguinte, da

passagem da fase ofensiva para defensiva ou vice-versa. Assim, atribui-se a

esta transição a designação de Transição-Interfase. Imediatamente a seguir a

este instante dá-se o desenvolvimento da posse ou da não posse de bola.

Na presente investigação, basear-nos-emos neste modelo para estudar a Fase

Ofensiva do jogo de Futebol, que se inicia quando a equipa recupera a posse

de bola até a perder, incluindo-se aqui o final da fase ofensiva com a obtenção

de golo.

6 Por Fase Ofensiva ou Fase Defensiva em Transição entende-se o processo que decorre desde a recuperação/perda da posse de bola até à final dessa mesma posse/não posse, não tendo lugar condutas inerentes ao critério de desenvolvimento da posse/não posse de bola. São somente observadas condutas de Transição-Estado defesa/ataque ou Transição-Estado ataque/defesa (idem, 2006).

Page 50: FASE OFENSIVA EM FUTEBOL - Repositório Aberto...87 Figura 5.11. Padrão de conduta definitivo para a conduta critério IEgr, tendo como objecto a conduta contextual – Centro do

Universidade do Porto – FADEUP

Manuel Ramos 28

2.3. FASE OFENSIVA Com base em estudos da fase ofensiva em Futebol, verifica-se a utilização de

um conjunto de variáveis relativas à acção dos jogadores e das equipas que se

afiguram importantes para a sua compreensão.

Para Hughes (1990) e Garganta et al. (2002), a zona de recuperação da posse

de bola pode influenciar a eficácia de uma equipa. Castelo (1996), num estudo

que realizou dos cinco jogos das finais do Campeonato do Mundo e da Europa

entre 1982 e 1990, concluiu o mesmo, verificando que quanto mais próximo da

baliza adversária fosse conquistada a posse de bola, mais eficácia tinham as

acções ofensivas subsequentes.

Garganta, Marques & Maia (2002), num estudo efectuado sobre o processo

ofensivo em equipas de alto rendimento, concluíram que: (1) a variabilidade

das acções ofensivas é um factor associado à eficácia das equipas e a uma

maior variabilidade corresponde uma maior eficácia; (2) as variações de

corredor, de tipo de passe e de ritmo de jogo são indicadores associados à

eficácia ofensiva das equipas; (3) uma acção de jogo aparentemente simples,

como um passe longo, pode induzir desequilíbrio no balanço ataque-defesa e

provocar rupturas no sistema defensivo do adversário; (4) o baixo tempo de

realização do ataque não se verificou um factor associado a uma superior

eficácia ofensiva das equipas; e (5) um baixo tempo de realização do ataque, e

uma elevada velocidade de transmissão da bola não são variáveis

necessariamente associadas à eficácia ofensiva das equipas. Wrzos (1984),

Mombaerts (1991), Bezerra (1995) e Reina et al. (1997), entre outros, referem

que as possibilidades de finalizar com êxito são maiores quanto mais perto da

baliza se encontram os jogadores da equipa em posse de bola.

Estudos realizados por Mombaerts (1991), Castelo (1994), Garganta (1997),

Mendes (2002) e Ribeiro (2003), relatam que as equipas utilizam

predominantemente o passe curto-médio e dirigido para a frente e para os

lados no desenvolvimento das sequências ofensivas. Mombaerts (1998) conclui

Page 51: FASE OFENSIVA EM FUTEBOL - Repositório Aberto...87 Figura 5.11. Padrão de conduta definitivo para a conduta critério IEgr, tendo como objecto a conduta contextual – Centro do

Universidade do Porto – FADEUP

Manuel Ramos 29

que a duração da fase ofensiva se caracteriza pela sua brevidade. Verlinden et

al. (2005) constataram também a importância deste aspecto, pois os ataques

rápidos constituem as acções de ataque mais perigosas. As jogadas que

terminam em golo não ultrapassam os 2-4 passes.

Inferimos que sendo o Futebol um jogo de “colaboração versus oposição”, é

impreterível associar a natureza das interacções ofensivas (princípios

ofensivos), com procedimentos defensivos da equipa opositora (princípios

defensivos) e relacioná-los com constrangimentos de ordem espacial e

temporal que de alguma forma dão um cariz particular à natureza e

características da interacção entre as equipas (Silva, 2004). Ou seja, a

organização das equipas pode ser configurada a partir do modo como os

jogadores estruturam o espaço do jogo, gerem o tempo e realizam as tarefas,

sempre em relação com a equipa adversária, considerando-se a interacção

destas dimensões ao longo das diferentes fases do jogo como a indutora da

sua dinâmica (Lopes, 2007).

2.3.1. Macroestruturas indutoras da dinâmica acontecimental do jogo de Futebol 2.3.1.1. Espaço O espaço de jogo pode ser perspectivado numa dupla dimensão que, de

acordo com Tissié (1971), citado por Pino Ortega (1997), corresponde a dois

subespaços: as zonas fixas e as zonas variáveis.

As primeiras pressupõem que o terreno onde se desenvolve o jogo de Futebol

seja um espaço rectangular com um comprimento variável entre 90 e 120

metros e uma largura entre 45 e 90 metros. Para além das marcações físicas, o

campo de jogo é também perspectivado através de linhas e zonas virtuais

(imaginárias), que orientam os comportamentos dos jogadores e das equipas.

São estas últimas que permitem mapear o campo (conforme a Figura 2.5.),

obtendo-se uma configuração com três corredores e três sectores. De acordo

Page 52: FASE OFENSIVA EM FUTEBOL - Repositório Aberto...87 Figura 5.11. Padrão de conduta definitivo para a conduta critério IEgr, tendo como objecto a conduta contextual – Centro do

Universidade do Porto – FADEUP

Manuel Ramos 30

com Garganta (1997), os corredores de jogo catalogam-se por esquerdo,

central e direito, estabelecidos pelas linhas laterais e duas linhas longitudinais

que unem as pequenas áreas das balizas. Como sectores de jogo tem-se os

defensivo, médio e ofensivo, delimitados por duas linhas transversais que

subdividem em partes iguais as duas metades do terreno de jogo. O sector

médio é subdividido em dois sectores pela linha visível denominada linha de

meio-campo, nos sectores médio-defensivo e médio-ofensivo (idem, 1997).

Figura 2.5. – Espacialização do terreno de jogo: corredores e sectores (Adaptado Quina, 2001)

Existe, deste modo, uma dimensão física caracterizada por um espaço formal,

estável e estandardizado (Garganta & Pinto, 1994; Garganta, 1997; Pino

Ortega, 1997), que é delimitado pelo regulamento de jogo. Por outro lado, é

neste espaço que outros subespaços se criam e transformam, à medida que a

comunicação e a contra-comunicação evoluem (Velásquez, 2005), o que

reflecte a natureza do Futebol, enquanto jogo de invasão.

Falar-se de espaço de jogo impõe, desde logo, um vínculo à interacção

(Castellano Paulis, 2000), pelo que um comportamento positivo parece também

orientar-se em função do comportamento do adversário, sendo este um

parâmetro relevante da acção (idem, 2000). Parece ser nesta dimensão de

espaço - subespaço de zona variável - que assenta a dinâmica do jogo de

Futebol. Como refere Comucci (1983: 49) “… todas as sagacidades técnicas e

Page 53: FASE OFENSIVA EM FUTEBOL - Repositório Aberto...87 Figura 5.11. Padrão de conduta definitivo para a conduta critério IEgr, tendo como objecto a conduta contextual – Centro do

Universidade do Porto – FADEUP

Manuel Ramos 31

tácticas são focalizadas neste elemento – o espaço”. Assim, esta dimensão

permite e ajuda os jogadores a responder aos imperativos do jogo fazendo com

que respeitem nas diferentes fases (ataque e defesa) os respectivos princípios

de jogo (Garganta, 2002), e por outro lado, a estabelecer uma correlação e/ou

coerência entre a denominada lógica interna do jogo e a lógica didáctica de

intervenção no treino (Teodorescu, 1984).

Toda a acção de jogo deve possibilitar a concretização dos objectivos, que na

equipa em posse de bola passam pela criação, ocupação e exploração dos

espaços livres, enquanto que na equipa sem posse de bola, passam por tentar

restringir e vigiar os espaços vitais do jogo (Guia et al., 2004). Compreende-se

aqui que na estrutura do jogo existem zonas significativas ou espaços vitais,

que são permanentemente alteradas no que concerne à sua relevância para o

fluxo acontecimental do jogo – o espaço configuracional. Assim, se num

instante um determinado espaço é considerado vital, isto é, significativo para a

concretização do objectivo do jogo ou, pelo menos, de uma etapa que possa

conduzir a tal concretização, no instante seguinte, derivado da(s) acção(ões)

do(s) jogador(es), essa mesma zona pode tornar-se menos significativa. Por

conseguinte, cada jogador encontra-se confrontado por espaços dinâmicos

funcionalmente ligados entre si, que assumem diferentes configurações em

função da evolução e desenvolvimento do jogo (Castelo, 1996). Deste modo,

as equipas devem criar linhas de força que permitam fazer o jogo evoluir no

sentido mais favorável para a concretização dos próprios objectivos, evitando

em simultâneo que o adversário se aproxime da concretização dos seus.

Em suma, as equipas e respectivos jogadores tendem a utilizar o espaço de

jogo (físico, configuracional e informacional) de forma a assegurar que as

disposições básicas dos jogadores dentro da equipa estabeleçam linhas de

força unitárias e homogéneas, que constituem o Quadro referencial da rede de

comunicação da equipa, ou de intercepção das ligações do adversário

(Castelo, 1996), objectivando sempre que o espaço possa ser utilizado e,

simultaneamente, controlado (Comucci, 1983).

Page 54: FASE OFENSIVA EM FUTEBOL - Repositório Aberto...87 Figura 5.11. Padrão de conduta definitivo para a conduta critério IEgr, tendo como objecto a conduta contextual – Centro do

Universidade do Porto – FADEUP

Manuel Ramos 32

2.3.1.2. Tempo O factor tempo parece funcionar como agente limitador, impondo fortes

constrangimentos à utilização do espaço e realização de tarefas, e sobretudo à

sua interacção, na medida em que os jogadores não podem parar para pensar,

devendo tomar decisões fortemente pressionados (Thomas & Thomas, 1994).

De acordo com Bacconi & Marella (1995), dada a premente necessidade de

reagir/responder a estímulos em função da pressão temporal imposta pelo

jogo, requer-se que o jogador consiga interpretar as situações no mais curto

espaço de tempo possível, sem contudo descurar a qualidade das suas

acções. Quanto mais tempo tiverem os jogadores para percepcionar, analisar e

executar as suas acções táctico-técnicas, menor será o risco de cometerem

erros, decidindo-se assim pela solução mais apropriada ao contexto táctico

(Castelo, 1994).

Desta forma, o desenvolvimento das acções de jogo compreende uma

temporalidade que permite configurar aspectos relacionados com a forma de

jogar das equipas (Miller, 1996), estando indiscutivelmente associado à

quantidade e à qualidade desse mesmo fenómeno.

2.3.1.3. Tarefa A dimensão tarefa representa a acção ou acções desempenhadas pelos

jogadores nas diferentes fases do jogo, em função dos constrangimentos de

espaço e tempo que se lhes deparam (Garganta,1997). Segundo Castelo

(1996), a concretização dos objectivos pré-estabelecidos consubstanciam a

necessidade do estabelecimento de um estatuto e de uma função táctica

específica, as quais definem o sentido e os limites da participação de cada

jogador na resolução das variadíssimas situações que o jogo em si encerra.

Assim, segundo Garganta (1997), a actividade dos jogadores organiza-se em

função de escolhas tácticas e de formas de execução, que giram em torno de

quatro factores fundamentais: (1) portador da bola; (2) companheiro do

Page 55: FASE OFENSIVA EM FUTEBOL - Repositório Aberto...87 Figura 5.11. Padrão de conduta definitivo para a conduta critério IEgr, tendo como objecto a conduta contextual – Centro do

Universidade do Porto – FADEUP

Manuel Ramos 33

portador da bola; (3) adversário do portador da bola; (4) adversário do jogador

atacante colega do portador da bola.

Como refere Castelo (1994), logo que a bola entra em movimento, efectuam-se

com uma certa liberdade, de sector para sector e de corredor para corredor,

movimentos compensatórios, em que a ocupação é a cada instante adaptada

consoante as situações momentâneas de jogo, onde se procuram assegurar as

respostas tácticas especificas – imediatas e prementes, à consecução dos

objectivos da equipa.

2.3.2. A Interacção nos Contextos de Jogo Da interacção das três macroestruturas referidas emerge uma característica

fundamental do jogo de Futebol, que configura a finalidade para a qual

convergem todas as fases do jogo, isto é, a organização colectiva. Neste

contexto, há que considerar as facetas “cooperação” “oposição. A primeira

constrói-se a partir das acções resultantes da pretendida optimização de

comportamentos colectivos (Barreira, 2006); da segunda resulta a natureza

invasiva do jogo de Futebol.

No presente estudo, utilizou-se como contextos de interacção o Centro do Jogo

(CJ) e a Configuração Espacial de Interacção (CEI) (Castellano Paulis, 2000).

2.3.2.1. Centro do Jogo Muitos são os investigadores que no jogo de Futebol consideram o factor

número ou, mais precisamente, a superioridade numérica, como um dos

elementos determinantes para se alcançar a vitória. Contudo, o número de

jogadores neste jogo está regulamentado pelas leis do jogo: onze para cada

equipa. Por isso, e na impossibilidade de se atingir uma superioridade

numérica permanente (excepto em casos excepcionais – expulsões, lesões,

etc.), importa às equipas tentarem assegurar uma superioridade relativa em

Page 56: FASE OFENSIVA EM FUTEBOL - Repositório Aberto...87 Figura 5.11. Padrão de conduta definitivo para a conduta critério IEgr, tendo como objecto a conduta contextual – Centro do

Universidade do Porto – FADEUP

Manuel Ramos 34

cada situação momentânea de jogo, graças a uma judiciosa utilização dos

jogadores e do espaço.

Neste estudo, define-se Centro do Jogo como a zona onde a bola se

movimenta num determinado instante (Castelo, 1996), isto é, através do

contexto de cooperação e de oposição dos jogadores influentes no jogo.

Entende-se por este conceito, o(s) jogador(es) que pode(m) participar de modo

directo na continuidade da acção em curso (Gréhaigne, 2001), na zona do

campo onde se encontra o portador da bola.

Neste contexto, a superioridade numérica refere-se à maioria que é conseguida

momentaneamente no Centro do Jogo e nas zonas circundantes. Nestes

espaços, de acordo com a generalidade dos autores, é fulcral procurar-se

sempre: (1) recusar a inferioridade numérica, (2) evitar a igualdade numérica,

(3) criar a superioridade numérica (Castelo, 1994). Aliás, estes três aspectos

foram já elevados à categoria de princípios gerais do jogo de futebol, visto as

equipas que sistematicamente conseguirem criar superioridade numérica nas

sucessivas situações de jogo têm maiores probabilidades de alcançar o

objectivo do jogo. Ou seja, a equipa que mais situações de jogo ganhar,

maiores probabilidades tem de vencer o jogo (Quina, 2001).

Tendo por base o número, a zona e a possível participação dos jogadores da

equipa em fase ofensiva, e o número, a zona, e a possível participação dos

jogadores adversários na zona do campo em que se encontra o portador de

bola, distinguem-se duas categorias da equipa observada em processo

ofensivo: (1) sem pressão; (2) com pressão (Barreira, 2006). O conceito de

Pressão encontra-se directamente relacionado com factores táctico –

estratégicos inerentes ao contexto de cooperação e oposição dos subsistemas

ou níveis de organização «equipa»; «confronto parcial» e «confronto

individual», que transformam a cada momento o fluxo acontecimental do jogo

(Gréhaigne, 2001), sendo fundamental compreender qual a influência do

contexto de interacção no Centro do Jogo no fluxo acontecimental do jogo.

Page 57: FASE OFENSIVA EM FUTEBOL - Repositório Aberto...87 Figura 5.11. Padrão de conduta definitivo para a conduta critério IEgr, tendo como objecto a conduta contextual – Centro do

Universidade do Porto – FADEUP

Manuel Ramos 35

Na tentativa de se objectivar e operacionalizar este conceito, poder-se-ia

utilizar um critério métrico, ou seja, que no instante pretendido fosse

identificada uma circunferência de um raio determinado, delimitando-se os

elementos dispostos no interior desse circulo como estando no Centro do Jogo,

e os restantes como estando fora do mesmo (Barreira, 2006). No entanto, o

mesmo autor (2006) alerta para os problemas que podem advir deste método:

1. Num instante do jogo, um jogador apesar de estar mais afastado

(metricamente) do portador da bola do que outro, pode ter uma maior

possibilidade de intervenção na situação de jogo do que o segundo,

fazendo mais sentido que aquele seja incluído no Centro do Jogo.

2. Na observação das situações de jogo, o instrumento utilizado para

concretizar a imagem das mesmas permite aumentar ou diminuir o campo

de visão e, por conseguinte, faz variar a distância com que percepcionamos

a situação de jogo, o que pode induzir erros de análise.

Desta forma, sugere-se a capacidade de intervenção e a função dos jogadores

na situação momentâneo do jogo, como critérios definidores de Centro do

Jogo, uma vez que o contexto de interacção é modificado quando o Centro do

Jogo também se altera. Cria-se de imediato uma nova situação de

confrontação, tanto no Centro do Jogo como em todo o espaço mais afastado

da bola, visando sempre a estabilidade da própria organização colectiva e a

desorganização da estrutura adversária.

2.3.2.2. Configuração Espacial de Interacção Castellano Paulis (2000) alerta para a importância da interacção da equipa

observada com a adversária para a investigação do jogo de Futebol. De acordo

com Silva (2004), só nestas condições é possível oferecer o mesmo nível de

informação relativamente à contextualização da interacção com a equipa

adversária (Silva, 2004). Neste sentido, Castellano Paulis (2000) define

contextos de interacção como sendo a configuração espacial momentânea

Page 58: FASE OFENSIVA EM FUTEBOL - Repositório Aberto...87 Figura 5.11. Padrão de conduta definitivo para a conduta critério IEgr, tendo como objecto a conduta contextual – Centro do

Universidade do Porto – FADEUP

Manuel Ramos 36

gerada pelas duas equipas no confronto. Na base deste conceito encontram-se

o de espaço de jogo efectivo (E.J.E.) e de Configuração espacial da equipa

(C.E.E.), que são fundamentais para o seu entendimento (idem, 2000). São

noções dadas pela disposição espaço-temporal das equipas em relação à bola,

conferindo-lhe um carácter estruturante e contextualizado do jogo, pelo que as

equipas devem dispor-se em função da sua posição e também do momento do

jogo, ou das possibilidades estratégicas que a posse ou não da bola permite

(Silva, 2004).

O contexto de interacção é definido pelo conceito de Configuração espacial de

interacção (C.E.I.), que recorrendo à técnica de Análise Sequencial, permitirá:

1) conhecer a dinâmica que ditas configurações sofrem no decorrer do

confronto; 2) transcrever os contextos de interacção que emanam do confronto

entre as equipas; 3) perceber como estes estados surgem, se sucedem, se

transformam e evoluem ao longo do jogo (Castellano Paulis, 2000).

É na clarificação da noção de Configuração espacial de interacção das equipas

(C.E.I.), que surge o de espaço de jogo efectivo (E.J.E.) (conforme a Figura

2.6.), que é considerado como a superfície que abarca a disposição de todos

os jogadores de uma equipa, tendo em conta aqueles que se encontram nas

partes mais exteriores do seu conjunto, não incluindo o guarda-redes. Para

melhor delimitar a ampla superfície da Configuração espacial para ser utilizada

no âmbito da observação surgiu a necessidade de decompor o espaço de jogo

efectivo da equipa, que compõe a sua Configuração espacial, em diferentes

partes ou zonas: E.J.E. Atrasado (AT); E.J.E. Médio (M); E.J.E. Adiantado

(AD); E.J.E. Exterior (E) e E.J.E. vazio (V).

Page 59: FASE OFENSIVA EM FUTEBOL - Repositório Aberto...87 Figura 5.11. Padrão de conduta definitivo para a conduta critério IEgr, tendo como objecto a conduta contextual – Centro do

Universidade do Porto – FADEUP

Manuel Ramos 37

Figura 2.7. – Representação do espaço de jogo efectivo e das cinco partes ou zonas que o compõe, num determinado instante (Adaptado Silva, 2004)

O espaço de jogo efectivo é um espaço em constante alteração uma vez aos

jogadores, em função do jogo, são requeridas constantes adaptações e

readaptações. De acordo com Silva (2004), é importante salientar que:

1. Estas zonas não guardam qualquer relação directa com os sistemas

de jogo;

2. Não levam em conta o número de jogadores que possam encontrar-

se em cada uma delas;

3. Apesar de muitas vezes a zona atrasada, média, adiantada e externa

coincidir em determinados momentos do jogo com os conceitos de

zona defensiva, zona de médios, zona de avançados e zona de

extremos respectivamente, estes conceitos não são equivalentes.

Castellano Paulis (2000) eleva o conceito de interacção ao parâmetro mais

relevante da acção de jogo em Futebol. Bruggemann & Albrecht (2000) referem

que o bom comportamento de uma equipa parece orientar-se no

comportamento do adversário, pelo que a observação e a previsão das

intenções contrárias facilitam tanto o jogo de ataque como o de defesa.

V M ADAT

EESPAÇO DE JOGO

Page 60: FASE OFENSIVA EM FUTEBOL - Repositório Aberto...87 Figura 5.11. Padrão de conduta definitivo para a conduta critério IEgr, tendo como objecto a conduta contextual – Centro do

Universidade do Porto – FADEUP

Manuel Ramos 38

De acordo com Silva (2004), a posição da bola na Configuração espacial de

interacção das equipas em confronto, parece fornecer informação importante

sobre as possibilidades que uma ou outra equipa pode ter, tanto para iniciar

como para finalizar as suas acções, quer as ofensivas quer as defensivas.

Pode também sugerir a perigosidade de certos contextos de interacção, a

relação de determinados contextos de interacção com as recuperações de

bola, a obtenção de golo, entre outros. Neste conceito, a posição da bola passa

a ser considerada tendo em conta a Configuração espacial das duas equipas

em confronto, não nos cingindo apenas à sua posição em relação ao lugar que

ocupa na Configuração espacial da equipa observada. Assim, no presente

estudo relevamos a interacção entre as equipas como parâmetro fulcral,

utilizando-se a Configuração espacial da equipa (C.E.E.) ou espaço de jogo

efectivo (E.J.E.) de ambas as equipas em confronto para atingir o conceito de

Configuração espacial de interacção (C.E.I).

2.3.3. Métodos de Jogo Ofensivos (MJO) / Estilos de Jogo (EJ) Entende-se por método de jogo ofensivo, a forma geral de organização das

acções dos jogadores na fase ofensiva, com o propósito de concretizar um

conjunto de princípios implícitos no modelo de jogo da equipa, que pretendem

garantir a racionalização do processo ofensivo, desde a recuperação da bola

até à progressão / finalização e/ou à manutenção de posse de bola

(Teodorescu, 1984; Castelo, 1994, 1996; Garganta, 1997).

Compreendem um conjunto coordenado de princípios colectivos e acções

técnicas individuais, que têm por objectivo a organização racional do ataque e

da defesa, a passagem rápida de situação defensiva à situação ofensiva e

vice-versa (Garganta, 1997). Representam a forma geral das acções de jogo e

expressam-se através do modo como os jogadores/equipa: (1) ocupam o

terreno de jogo e nele se movimentam; (2) gerem o tempo de jogo, impondo o

Page 61: FASE OFENSIVA EM FUTEBOL - Repositório Aberto...87 Figura 5.11. Padrão de conduta definitivo para a conduta critério IEgr, tendo como objecto a conduta contextual – Centro do

Universidade do Porto – FADEUP

Manuel Ramos 39

ritmo ou adaptando-se ao adversário; (3) coordenam as tarefas nas acções

individuais, de grupo e colectivas.

Segundo Castelo (2004), os métodos de jogo ofensivo visam uma coordenação

eficaz das acções dos jogadores que constituem a equipa, por forma a criar as

condições mais favoráveis para concretizar os objectivos do ataque, em

consonância com os objectivos do jogo – o golo. Assim, os pressupostos

essenciais de qualquer método de jogo ofensivo são: (1) o equilíbrio ofensivo;

(2) a velocidade de transição das atitudes e comportamentos táctico-técnicos

individuais e colectivos da fase defensiva para a fase ofensiva, assim como o

centro do jogo; (3) o relançamento do processo ofensivo; (4) os deslocamentos

ofensivos em largura e em profundidade; e (5) a circulação táctica.

Posto isto, são comummente referidos na literatura três métodos de jogo

ofensivo, conforme o Quadro 2.2.:

Contra-ataque;

Ataque rápido;

Ataque posicional.

Page 62: FASE OFENSIVA EM FUTEBOL - Repositório Aberto...87 Figura 5.11. Padrão de conduta definitivo para a conduta critério IEgr, tendo como objecto a conduta contextual – Centro do

Universidade do Porto – FADEUP

Manuel Ramos 40

Quadro 2.2. – Resumo das características de cada Método de Jogo Ofensivo, segundo vários autores e agrupadas em função das Macroestruturas Espaço, Tempo e Tarefa (Adaptado Morgado, 1999: 26)

ATAQUE DE CURTA DURAÇÃO ATAQUE DE LONGA DURAÇÃO

MET. MACRO. CONTRA-ATAQUE ATAQUE RÁPIDO ATAQUE POSICIONAL

ESPA

ÇO

(1) Velocidade elevada de deslocamento dos jogadores

(2) Velocidade elevada de transmissão da bola

(3) Pouco tempo de ataque

(1) Grande velocidade de transmissão da bola

(2) Passagem rápida ao terreno de jogo da equipa adversária (3) Pouco tempo de ataque (4) Tempo de realização do ataque não ultrapassa, em

regra, os 18 segundos

(1) Criação constante de condições mais favoráveis, de tempo, de espaço, e número, para uma

simples, eficaz e segura resposta táctica, em função dos

constrangimentos do jogo (2) Tempo elevado de realização do

ataque (superior a 18 segundos)

TEM

PO (4) Passes longos,

preferencialmente em profundidade

(5) Realizado a partir do meio-campo defensivo

(5) Equipa adversária equilibrada defensivamente

(6) Circulação de bola realizada em profundidade

(preferencialmente) e em largura(7) Bola conquistada no meio campo defensivo ou ofensivo

(3) Bola conquistada no meio campo defensivo ou ofensivo

(4) A circulação da bola é realizada mais em largura do que em

profundidade (5) Organização que evidencia um

bloco homogéneo e compacto (6) Procura permanente de uma ocupação racional do espaço de

jogo

TAR

EFA

(6) Grande velocidade de

deslocamento dos jogadores (7) Baixa organização defensiva adversária (8) Desmarcações de

ruptura (9) Número reduzido de

passes (10) Passes longos em

profundidade (11)Poucos jogadores a intervirem na bola e no

ataque (12) Rápida transição de

atitudes e comportamentos defesa – ataque

(13) Simplicidade (14) Superioridade numérica

ou vantagem posicional perto da baliza adversária (15) Transição rápida da

bola da zona de recuperação à zona de

finalização

(8) 7 é o número máximo de

passes realizados (9) Desmarcações de ruptura (10) Elevada velocidade de circulação dos jogadores (11) Equipa adversária

eficientemente organizada no seu método defensivo

(12) Número reduzido dos passes

(13) Passes rápidos, curtos e longos alternados

(14) Ritmo de jogo elevado (elevada velocidade de circulação de bola e dos

jogadores) (15) Preparação mais demorada

e laboriosa da fase de finalização que o contra-ataque

(16) Grande velocidade de deslocamento dos jogadores, sobretudo em profundidade

(7) Adversário apresenta-se defensivamente equilibrado

(8) Acções de cobertura ofensiva, sobretudo pelos jogadores que

intervêm directamente sobre a bola (9) Aplicação de métodos

defensivos pressionantes de forma a recuperar a posse de bola longe da sua própria baliza e diminuir a

profundidade do processo ofensivo adversário e retirar-lhe parte da

iniciativa, quando este se encontra de posse de bola

(10) Constante equilíbrio da organização do MJO

(11) Intervêm mais de 6 jogadores sobre a bola

(12) Passes curtos e desmarcações de apoio

(13) Preferível acções a mais do que acções que possam provocar a

perda da posse de bola extemporaneamente

(14) Realiza acima de 7 passes (15) Segurança nas

atitudes/comportamentos individuais e colectivos nas situações de

construção do processo ofensivo (16) Utilização de acções técnico

tácticas de compensação e permutação

(17) Utilização de um grande número de jogadores e de acções técnico tácticas para concretizar os

objectivos do ataque (18) Menor velocidade de circulação

da bola e dos jogadores (19) Ritmo de jogo lento

relativamente aos outros 2 métodos.

Page 63: FASE OFENSIVA EM FUTEBOL - Repositório Aberto...87 Figura 5.11. Padrão de conduta definitivo para a conduta critério IEgr, tendo como objecto a conduta contextual – Centro do

Capítulo 3

PROBLEMA, OBJECTIVOS E HIPÓTESES

Page 64: FASE OFENSIVA EM FUTEBOL - Repositório Aberto...87 Figura 5.11. Padrão de conduta definitivo para a conduta critério IEgr, tendo como objecto a conduta contextual – Centro do
Page 65: FASE OFENSIVA EM FUTEBOL - Repositório Aberto...87 Figura 5.11. Padrão de conduta definitivo para a conduta critério IEgr, tendo como objecto a conduta contextual – Centro do

Universidade do Porto – FADEUP

Manuel Ramos 43

3. PROBLEMA, OBJECTIVOS E HIPÓTESES

3.1. PROBLEMA O objecto do presente estudo é, na sua essência, o jogo de Futebol. Tendo

presente a variabilidade e a complexidade inerentes à sua lógica específica e,

sabendo ser demasiado a análise do jogo na sua totalidade sob pena de se

perder o essencial na superficialidade, optou-se por direccionar o estudo para a

fase ofensiva do jogo de Futebol.

O recurso à Metodologia Observacional permite identificar sequências e/ou

padrões conducturais provenientes de variáveis que decorrem da dinâmica das

partidas, nomeadamente no que se refere à utilização de diferentes Métodos

de Jogo. Tal pode ser conseguido através do recurso à técnica de análise

sequencial, isto é, uma técnica capaz de detectar –a partir de um sistema de

observação ad hoc - a existência de padrões de conduta ou configurações

estáveis do comportamento.

Para tal, e desenrolando-se o jogo em contextos imprevisíveis, aleatórios e

variáveis, deve definir-se cuidadosamente o problema, os objectivos e as

respectivas hipóteses, assim como os meios e os métodos em que se baseará

a investigação. É, então, nossa pretensão encontrar resultados capazes de

produzir respostas para o seguinte problema:

– Quais os padrões de conduta ofensivos que, com maior

probabilidade, configuram Métodos/Estilos de Jogo da Selecção

Nacional de Futebol da Espanha, que conduziram à sua eficácia

ofensiva no Euro 2008? –

Page 66: FASE OFENSIVA EM FUTEBOL - Repositório Aberto...87 Figura 5.11. Padrão de conduta definitivo para a conduta critério IEgr, tendo como objecto a conduta contextual – Centro do

Universidade do Porto – FADEUP

Manuel Ramos 44

3.2. OBJECTIVOS Os objectivos que são colocados para esta investigação possuem uma relação

directa com as condutas e comportamentos que emanam da dinâmica de

funcionamento de jogadores e da equipa relativamente ao espaço onde se

desenrola a acção de jogo (o terreno de jogo), ao objecto (a bola) utilizado

como elemento principal dessa acção, as sub-fases consideradas na fase

ofensiva (inicio, desenvolvimento e final) e aos contextos de interacção

proporcionados pelas duas equipas, tanto ao nível do Centro do Jogo como da

Configuração Espacial de Interacção. Posto isto, os objectivos são:

1. Averiguar os Métodos de Jogo Ofensivo e os Estilos de Jogo que,

com maior probabilidade, se encontram ligados à eficácia da fase

ofensiva da Selecção Nacional de Futebol de Espanha, no Euro 2008.

2. Perceber quais são as condutas comportamentais ou regulares

(acções) que se encontram fortemente associadas à eficácia da fase

ofensiva da Selecção Nacional Espanhola de Futebol, no Campeonato

da Europa de 2008.

3. Explorar um instrumento de observação e análise de jogo baseado

na Análise Sequencial – SDIS-GSEQ , através da técnica de retardos ou

de transições (Lag Method).

Page 67: FASE OFENSIVA EM FUTEBOL - Repositório Aberto...87 Figura 5.11. Padrão de conduta definitivo para a conduta critério IEgr, tendo como objecto a conduta contextual – Centro do

Universidade do Porto – FADEUP

Manuel Ramos 45

3.3. HIPÓTESES Sendo a hipótese, por definição, uma suposição que se faz de certas coisas e

de que se tiram consequências sujeitas a verificação, constituindo-se como

uma proposição particular compreendida sob a tese geral, os parâmetros

orientadores do nosso estudo, bem como os objectivos formulados induzem as

seguintes hipóteses:

1. Espera-se que existam padrões de conduta estáveis da fase ofensiva

da Selecção da Espanha, no Euro 2008, que induzem à sua eficácia.

Caracterizam-se por indicadores de ataque de curta ou de longa duração

(ataque rápido; contra-ataque ou ataque posicional) e por estilos de jogo

directo ou indirecto.

2. Prevê-se que os padrões de conduta da fase ofensiva da Selecção

da Espanha, no Euro 2008 que, com maior probabilidade, conduzem à

eficácia ofensiva se encontrem associados ao jogo directo e ao ataque

de curta duração (sequência curta de passes).

3. Espera-se que as condutas comportamentais ou regulares (acções)

que se encontram mais fortemente associadas à eficácia ofensiva do

jogo de Futebol, são as que pressupõem comportamentos de carácter

individual (drible e condução de bola) e um maior risco aquando da sua

execução.

Page 68: FASE OFENSIVA EM FUTEBOL - Repositório Aberto...87 Figura 5.11. Padrão de conduta definitivo para a conduta critério IEgr, tendo como objecto a conduta contextual – Centro do
Page 69: FASE OFENSIVA EM FUTEBOL - Repositório Aberto...87 Figura 5.11. Padrão de conduta definitivo para a conduta critério IEgr, tendo como objecto a conduta contextual – Centro do

Capítulo 4

METODOLOGIA

Page 70: FASE OFENSIVA EM FUTEBOL - Repositório Aberto...87 Figura 5.11. Padrão de conduta definitivo para a conduta critério IEgr, tendo como objecto a conduta contextual – Centro do
Page 71: FASE OFENSIVA EM FUTEBOL - Repositório Aberto...87 Figura 5.11. Padrão de conduta definitivo para a conduta critério IEgr, tendo como objecto a conduta contextual – Centro do

Universidade do Porto – FADEUP

Manuel Ramos 49

4. METODOLOGIA Depreende-se que a investigação do jogo de Futebol passa, em grande parte,

pela sua Análise através de instrumentos adequados e objectivados para

extrair do jogo dados relevantes para a sua interpretação e conhecimento.

Como referem Franks & McGarry (1996), no domínio competitivo para optimizar

os comportamentos dos jogadores e equipas é necessário observar as acções

dos jogadores, e assim, partir das informações retiradas do jogo como meio de

aceder ao conhecimento do desporto em competição. Defende-se, assim, o

estudo do jogo a partir do próprio jogo.

Desta forma, pelas características e qualidades encontradas na Metodologia

observacional, e em particular na Análise Sequencial, será esta a base do

modus operandi a utilizar neste estudo para tentar alcançar a plenitude dos

objectivos. De acordo com Castellano Paulis & Hernández Mendo (2002b), este

é um processo capaz de ultrapassar limitações verificadas em estudos cujos

resultados assentam na análise de frequências e/ou percentagens dos

acontecimentos registados. Trata-se de uma modalidade do método científico

que se processa pela delimitação do problema, recolha e registo de dados,

revelando-se particularmente pertinente quando se pretendem estudar

condutas ou episódios espontâneos ou habituais (Barreira, 2006).

Uma das suas maiores vantagens parece estar relacionada com a

possibilidade de inclusão do aspecto temporal do jogo, permitindo uma análise

contínua do fluxo de comportamentos (equipa(s), acção(ões) de jogo,

jogador(es), entre outros), dentro da sessão de observação.

Serão utilizados os passos metodológicos que alguns autores exploram nos

respectivos trabalhos produzidos neste âmbito, com particular atenção para os

de Anguera Argilaga, Castellano Paulis, António Silva e Daniel Barreira,

Destaca-se, contudo, a utilização mais próxima dos trabalhos do último autor,

nomeadamente através do instrumento ad hoc e proposta para o mapeamento

do jogo de Futebol.

Page 72: FASE OFENSIVA EM FUTEBOL - Repositório Aberto...87 Figura 5.11. Padrão de conduta definitivo para a conduta critério IEgr, tendo como objecto a conduta contextual – Centro do

Universidade do Porto – FADEUP

Manuel Ramos 50

4.1. PROPOSTA CONCEPTUAL QUE SUSTENTA A METODOLOGIA DA PRESENTE INVESTIGAÇÃO

Um dos passos metodológicos que deve assumir-se quando se utiliza a

Metodologia observacional é a construção de um instrumento ad hoc, na

medida que é fundamental dar uma resposta simultânea a um marco teórico e

à especificidade do estudo (Anguera, 1991; cit. Hernández Mendo et al., 2000).

Parece ser também essencial definir o objecto de estudo à luz de um esqueleto

conceptual que possibilite balizar o objecto de estudo no seio do jogo

desportivo colectivo Futebol. Trata-se, em suma, de estabelecer um

mapeamento da dinâmica comportamental do jogo para se perseguir maior

objectividade e clareza dos dados e resultados do estudo.

Como refere Barreira (2006), as várias perspectivas de mapeamento do jogo

enunciadas no ponto 2.2. da Revisão da Literatura, de um modo geral,

divergem sobretudo em aspectos índole terminológica. Assim, importa

principalmente a significação conceptual para o estudo em questão, pelo que,

não obstante ser um requisito da Metodologia Observacional a criação de um

instrumento ad hoc, utilizar-se-á uma proposta do referido autor (2006)

(conforme Figura 4.1.) assim como o instrumento de observação (em

preparação), pois afiguram-se apropriados para o desenvolvimento da presente

investigação.

Figura 4.1. A Fase Ofensiva no modelo de organização da dinâmica do jogo de Futebol

(Adaptado Barreira, 2006: 68)

Page 73: FASE OFENSIVA EM FUTEBOL - Repositório Aberto...87 Figura 5.11. Padrão de conduta definitivo para a conduta critério IEgr, tendo como objecto a conduta contextual – Centro do

Universidade do Porto – FADEUP

Manuel Ramos 51

Verifica-se que a Fase Ofensiva apresenta a posse de bola como pilar ou factor

crítico para a sua identificação. Torna-se essencial definir quando a temos e

quando a perdemos, de forma eficaz ou não, ou seja, definir critérios que

permitam identificar rigorosamente quando o objecto de estudo deve ser

observado. Além deste factor, a presente proposta sugere dois tipos de

transição defesa/ataque: como Interfase e Estado, conforme a recuperação ou

a perda da posse de bola aconteça, ou não, de modo directo (ver ponto 2.2. da

Revisão da Literatura), assim como comportamentos de desenvolvimento da

Transição-Estado defesa/ataque e de desenvolvimento da posse de bola.

A Fase Ofensiva é definida e balizada a partir dos seguintes pressupostos:

INICIO DA FASE OFENSIVA: Sempre que a equipa até então não possuidora da bola a consegue recuperar,

de forma Directa ou Não-directa, passando a estar em sua posse:

- Recuperação da Posse de Bola de forma Directa dá-se quando se respeita

pelo menos uma das seguintes situações:

(1) O jogador realiza pelo menos três contactos consecutivos com a bola;

(2) O jogador executa um passe positivo (permite a manutenção da posse de

bola);

(3) O jogador realiza um remate (finalização) (Garganta, 1997);

(4) O guarda-redes contacta a bola, controlando-a (Castellano Paulis, 2000).

Uma RPB de forma directa (Transição-Estado defesa/ataque) pressupõe:

(1) Intercepção do remate ou do passe do adversário (também é

considerado intercepção, um passe errado do adversário para o espaço

vazio);

(2) Desarme, intervindo sobre a bola, a uma situação de luta directa com um

atacante adversário, que a procura conservar (Garganta, 1997).

Terão ainda de ser cumpridas as seguintes directivas:

- A bola permanece dentro do espaço de jogo regulamentar;

- Não são cometidas infracções às leis do jogo (contra ou a favor).

Page 74: FASE OFENSIVA EM FUTEBOL - Repositório Aberto...87 Figura 5.11. Padrão de conduta definitivo para a conduta critério IEgr, tendo como objecto a conduta contextual – Centro do

Universidade do Porto – FADEUP

Manuel Ramos 52

- Recuperação da posse de bola de forma Não-directa:

Uma equipa inicia a Fase Ofensiva de forma Não-directa (Transição-

Interfase defesa/ataque) após uma interrupção regulamentar do jogo

favorável. Isto é, depois da equipa adversária ter cometido uma infracção às

leis de jogo (por fora de jogo, falta atacante, etc.), por erro (bola para fora do

terreno de jogo após um passe errado ou um remate mal orientado, etc.) ou

por golo do adversário (golo contra). A Fase Ofensiva é iniciada com a mão

(lançamento da bola pela linha lateral) ou com o pé (pontapé de saída,

pontapé livre, pontapé de canto, etc.). Desta categoria fazem parte todos os

pontapés ou lançamentos de bola parada (Silva, 2004).

DESENVOLVIMENTO DA FASE OFENSIVA: Os comportamentos, assim como as directrizes que comandam a observação

do desenvolvimento da Transição-Estado defesa/ataque e da posse de bola,

através da utilização do instrumento respectivo, encontram-se perfeitamente

descritos e definidos nos Quadros ilustrativos do instrumento ad hoc (ver

Quadros 4.3.; 4.4.; 4.5.; 4.6.; 4.7.; 4.8.; 4.9 e 4.10.).

FINAL DA FASE OFENSIVA: Identifica-se pela realização dos comportamentos de início da Fase Ofensiva

acima enunciados, quando referentes à equipa não observada (adversário –

equipa recuperadora da posse de bola), e ainda a concretização de golo pela

equipa observada.

Page 75: FASE OFENSIVA EM FUTEBOL - Repositório Aberto...87 Figura 5.11. Padrão de conduta definitivo para a conduta critério IEgr, tendo como objecto a conduta contextual – Centro do

Universidade do Porto – FADEUP

Manuel Ramos 53

4.2. DESENHO OBSERVACIONAL DA INVESTIGAÇÃO O desenho observacional opera como meio de orientação para saber que

dados são necessários obter, como os organizar e analisar. Deve reflectir, de

forma exaustiva e clara, a realidade do problema quanto à actividade a

desenvolver, ao período de tempo a considerar, ao(s) indivíduo(s) sobre o(s)

qual(ais) recairá a observação e ao contexto situacional da realidade a

observar (Anguera, 1992).

Figura 4.2. Desenhos Observacionais em quadrantes definidos (Adaptado Anguera, s/d, in Barreira, 2006). A partir do cruzamento das três dimensões propostas por Losada (1997),

nomeadamente Sujeitos, Temporal e Conductural, emanam os oito desenhos

observacionais possíveis (ver Figura 4.2.), que resultam do conhecimento

conseguido pela última década de investigação da Metodologia observacional.

Por se registarem diferentes níveis de resposta desenvolvidos por uma equipa

(n=1) durante a fase ofensiva, através de um seguimento ao longo do tempo, o

presente estudo é situado no quadrante I, tratando-se assim de um desenho

observacional do tipo seguimento / idiográfico / multidimensional: desenho

Diacrónico – S/I/M.

Page 76: FASE OFENSIVA EM FUTEBOL - Repositório Aberto...87 Figura 5.11. Padrão de conduta definitivo para a conduta critério IEgr, tendo como objecto a conduta contextual – Centro do

Universidade do Porto – FADEUP

Manuel Ramos 54

4.3. AMOSTRA Depois de encontrado o desenho observacional adequado à investigação,

importa delimitar as possíveis situações de observação a partir das quais serão

recolhidos os dados. Desta forma, a etapa seguinte passa por definir um

conjunto de critérios conducentes à selecção da possível amostra, uma vez

que em virtude do carácter da investigação, apenas no final da recolha de

dados é que será possível aferir a amostra real utilizada (Barreira, 2006) –

número de sequências de conduta / configurações de multieventos. Neste

sentido, é elementar tomar um conjunto de decisões que convirjam, por um

lado, na recolha de um universo de dados que circunscreva as mais variadas

situações que o jogo suscita ao nível da Fase Ofensiva, e por outro,

caracterizem a equipa observada no que respeita aos padrões de conduta

ofensivos.

4.3.1. Justificação para a selecção da amostra Desde os anos 50 são utilizados distintos níveis de análise em Futebol,

sobretudo no estudo dos Campeonatos da Europa e do Mundo, por estarem

nestes representados os melhores jogadores e treinadores, os traços

específicos do Futebol de cada cultura, o máximo empenho devida à

valorização do triunfo, a aplicação das melhores estratégias de jogo, e

decorrerem com um intervalo de tempo que permite observar evoluções

significativas (Oliveira, 2008). Castelo (1994); Castellano Paulis, (2000) e

Romão (2002) corroboram, acrescentando que os grandes acontecimentos

desportivos, onde se incluem naturalmente os Campeonatos do Mundo e da

Europa, são o espaço e o momento ideal para se poderem observar, não só as

grandes “estrelas”, mas também as novas tendências do jogo, como reflexo

principal do Futebol praticado nas diversas Ligas Profissionais da Europa e do

Mundo.

Elegeu-se, para a presente investigação, o Campeonato da Europa de 2008,

através dos jogos da equipa vencedora – Espanha –, na medida em que, como

Page 77: FASE OFENSIVA EM FUTEBOL - Repositório Aberto...87 Figura 5.11. Padrão de conduta definitivo para a conduta critério IEgr, tendo como objecto a conduta contextual – Centro do

Universidade do Porto – FADEUP

Manuel Ramos 55

Silva (2004: 79) refere, estas competições são acontecimentos ímpares para a

aplicação do “componente máximo dos conteúdos táctico-técnico e estratégico,

tanto a nível individual como colectivo do jogo, estabelecendo neles os pontos

de referência da modalidade desportiva”.

4.3.2. Amostra Observacional Os jogos codificados dizem respeito à totalidade dos jogados pela Selecção

Nacional da Espanha – equipa observada / unidade de observação -, com

excepção do que a opôs à Grécia por este não possuir carácter decisivo para o

resultado final na competição, perfazendo assim o total de cinco (n=5) jogos.

Estes foram convertidos em outras tantas observações, ou seja, em outras

tantas sessões de observação. Assim, conforme o Quadro 4.1., dois são

referentes à fase de grupos, um aos Quartos-de-Final, um à Meia-final e outro

à Final do EURO 2008. Destaca-se que o jogo entre a Espanha e a Itália foi

sujeito a prolongamento em virtude de terminar o tempo regulamentar com o

resultado de empate. Neste, procedeu-se apenas à observação do tempo

regulamentar, para manter os mesmos parâmetro de observação das restantes

sessões.

Quadro 4.1. – Amostra Observacional SESSÃO DE

OBSERVAÇÃO FASE DA COMPETIÇÃO

/ JORNADA JOGO RESULTADO FINAL

1 Fase de Grupos / 1ª Jornada Espanha – Rússia 4-1

2 Fase de Grupos / 2ª Jornada Suécia - Espanha 1-2

3 Quartos-de-Final Espanha – Itália 0-0

4 Meia-Final Rússia - Espanha 0-3

5 Final Alemanha - Espanha 0-1

Page 78: FASE OFENSIVA EM FUTEBOL - Repositório Aberto...87 Figura 5.11. Padrão de conduta definitivo para a conduta critério IEgr, tendo como objecto a conduta contextual – Centro do

Universidade do Porto – FADEUP

Manuel Ramos 56

As decisões tomadas em relação ao plano de amostra observacional tiveram

em conta o estabelecimento de dois níveis amostrais – inter-sessional e intra-

sessional – a partir do qual se tomaram uma série de decisões. O nível

amostral inter-sessional corresponde a decisões relativas ao período de

observação, à periodicidade das sessões de observação, ao número mínimo

de sessões, e aos critérios de início e de final de cada sessão. Quanto ao outro

nível – o intra-sessional -, é referente aos procedimentos de registo da

informação dentro de cada sessão de observação.

4.3.2.1. Nível da Amostra Inter-sessional O critério utilizado neste estudo para a recolha das sequências de conduta de

Fase Ofensiva vai de encontro aos estudos de Caldeira (2001), Silva (2004) e

Lopes (2007), uma vez que se opta por pré-determinar um grupo de jogos a

observar e, a partir desses, obter as sequências, independentemente do

número total que se possa obter do conjunto de jogos pré-determinados.

Tiveram-se, então, em conta as seguintes decisões:

Período de observação: Fase final do Campeonato da Europa de 2008;

Número de sessões: 5;

Critério de início e fim da sessão: tempo que vai desde o sinal dado pelo

árbitro para início e final das duas partes que compõem o jogo. Ou até

que uma das equipas fique, por qualquer razão, em inferioridade

numérica.

4.3.2.2. Nível da Amostra Intra-sessional Refere à informação registada dentro de cada sessão, e foi estabelecido a

partir das seguintes decisões (Silva, 2004: 81):

Registo da sessão: Foi somente registada a informação relevante da

sessão de acordo com os objectivos propostos para este estudo,

nomeadamente pelo que é entendido por Fase Ofensiva e

Page 79: FASE OFENSIVA EM FUTEBOL - Repositório Aberto...87 Figura 5.11. Padrão de conduta definitivo para a conduta critério IEgr, tendo como objecto a conduta contextual – Centro do

Universidade do Porto – FADEUP

Manuel Ramos 57

correspondentemente delimitado e definido pelos critérios do

instrumento ad hoc. Procedeu-se, exclusivamente, ao registo dos

processos ofensivos em que foi possível observar a totalidade de

condutas que os compõem. Foram eliminadas todas as sequências em

que, por uma ou outra razão, não foi perceptível o registo de alguma

conduta.

Amostra de multieventos: Registaram-se as condutas que são tomadas

como de acordo com o pretendido dentro de cada sessão de

observação. Deste registo, resultará uma lista de configurações (unidade

básica no registo de formatos de campo), e que consiste no

encadeamento de códigos correspondentes a condutas simultâneas ou

concorrentes (Barreira, 2006).

Page 80: FASE OFENSIVA EM FUTEBOL - Repositório Aberto...87 Figura 5.11. Padrão de conduta definitivo para a conduta critério IEgr, tendo como objecto a conduta contextual – Centro do

Universidade do Porto – FADEUP

Manuel Ramos 58

4.4. INSTRUMENTO DE OBSERVAÇÃO: COMBINAÇÃO FORMATO DE CAMPO E SISTEMA DE CATEGORIAS

A literatura refere como necessário para uma investigação baseada na

Metodologia observacional a construção de um instrumento ad hoc, no sentido

de ser possível dar uma resposta simultânea a um marco teórico e à

especificidade do estudo (Anguera, 1991; cit. Hernández Mendo et al., 2000).

Contudo, neste estudo, além da proposta do mapeamento do jogo de Futebol

de Barreira (2006), utilizar-se-á também o instrumento de observação do

mesmo autor (em preparação), pois este afigura-se perfeitamente ajustado ao

desenvolvimento da investigação.

Existem, como instrumentos básicos da Metodologia observacional, o sistema

de categorias (SC) e o formato de campo (FC). Partindo do conhecimento das

qualidades e limitações destas ferramentas, conforme o Quadro 4.2., optou-se

por elaborar uma combinação entre ambos, seguindo a linha dos trabalhos

desenvolvidos por Castellano Paulis (2000); Hernández Mendo et al. (2000);

Caldeira (2001); Silva (2004); Amaral (2004); Barreira (2006), entre outros, nos

quais a Metodologia observacional é aplicada em contextos desportivos.

Quadro 4.2. Comparação de instrumentos da metodologia observacional: SC e FC

INSTRUMENTOS DA METODOLOGIA OBSERVACIONAL CRITÉRIOS

SISTEMA DE CATEGORIAS (SC) FORMATO DE CAMPO (FC) VANTAGEM

PARA:

ESTRUTURA Sistema fechado Sistema aberto FC RELAÇÃO COM TEORIA Marco teórico imprescindível Marco teórico recomendável SC

DIMENSIONALIDADE Unidimensional Multidimensional FC CODIFICAÇÃO De código único De código múltiplo FC FLEXIBILIDADE Sistema rígido Sistema auto regulável FC

(Adaptado Anguera, 2003, in Barreira, 2006: 88)

Visto ser indispensável um grau óptimo de concordância do instrumento criado

com o problema do estudo, pois este factor vai determinar a forma como o

investigador contempla o problema e, posteriormente, toma decisões sobre o

mesmo (Barreira, 2006), foi realizada a combinação dos dois instrumentos de

registo sistemático enunciados: Formato de Campo e Sistema de Categorias.

Page 81: FASE OFENSIVA EM FUTEBOL - Repositório Aberto...87 Figura 5.11. Padrão de conduta definitivo para a conduta critério IEgr, tendo como objecto a conduta contextual – Centro do

Universidade do Porto – FADEUP

Manuel Ramos 59

O instrumento de observação é assim formado por sete critérios vertebradores,

para os quais se estabeleceu um sistema de categorias exaustivo e

mutuamente exclusivo (E/ME) para três dos critérios e aberto para os restantes

quatro, de modo a que todos os comportamentos fossem susceptíveis de

registo e que a cada um deles apenas correspondesse uma só categoria. Os

sete critérios que delimitam a observação dos padrões de jogo da Fase

Ofensiva do presente estudo são os seguintes:

Critério 1: Início da Fase Ofensiva (...);

Critério 2: Desenvolvimento da Transição-Estado defesa/ataque (...);

Critério 3: Desenvolvimento da Posse de Bola (...);

Critério 4: Final da Fase Ofensiva (...);

Critério 5: Espacialização do terreno de jogo (E/ME);

Critério 6: Centro do Jogo (E/ME);

Critério 7: Configuração Espacial de Interacção das equipas (E/ME).

4.4.1. Instrumento de Observação Como foi já referido, o desenho observacional deste estudo, relativamente às

dimensões sujeito, tempo e fluxo conductural, é de seguimento/sequencial,

idiográfico e multidimensional (S/I/M). Assim, a situação observacional deste

estudo esta configurada pelas seguintes dimensões:

1. Dimensão Sujeito: Processa-se a observação de uma equipa a que

chamamos Equipa Observada (EObs), pelo que apesar da necessária e

contínua interacção com a equipa adversária (EAdv.), a Equipa

Observada assume-se como a unidade de observação.

2. Dimensão temporal: Mantém-se a unidade de observação de forma

continuada no tempo, pelo que se trata de uma observação de carácter

de seguimento ou sequencial.

3. Dimensão conductural: é composta por condutas distintas, pelo que se

trata de uma observação sequencial heterocontigente.

Page 82: FASE OFENSIVA EM FUTEBOL - Repositório Aberto...87 Figura 5.11. Padrão de conduta definitivo para a conduta critério IEgr, tendo como objecto a conduta contextual – Centro do

Universidade do Porto – FADEUP

Manuel Ramos 60

Analisar-se-ão os comportamentos tácticos em situação de competição,

utilizando-se uma observação activa (problema está definido); não participante

(observador actua de forma neutra); e directa pois exige-se uma transcrição do

real, mediante uma observação em tempo real e, em simultâneo, indirecta, pois

são utilizados meios audiovisuais (DVD).

Através do instrumento ad hoc FC-SC, tem-se por objectivo indagar sobre a

incidência, sobre a frequência (número de ocorrências de determinada

categoria ou código de formatos de campo durante um período de tempo

previamente fixado), sobre a sequência / ordem e acerca dos valores em que

se manifestam as variáveis escolhidas para o estudo (Silva, 2004: 61).

4.4.2. Combinação Formato de Campo e Sistema de Categorias “Padrões de jogo da Fase Ofensiva em Futebol”

Através da utilização do instrumento ad hoc de Barreira (em preparação), será

permitida a elaboração de configurações em que é possível o encadeamento

de códigos que representam exactamente o fluxo acontecimental decorrido em

contexto real. Assim, caso o mesmo fluxo seja descrito textualmente ou

codificado numa Configuração, a informação retirada de ambas as técnicas de

registo deve evidenciar exactamente a mesma realidade (idem, 2006).

O Sistema de Categorias parte da análise ou dedução das possibilidades de

actuação de cada jogador na fase ofensiva do jogo, inserido num contexto de

cooperação (sua equipa) e noutro de oposição (equipa adversária), atendendo

a aspectos relativos à “localização espacial das condutas motoras no terreno

de jogo, à movimentação da bola no mesmo, e à relação dos contextos de

interacção” Silva (2004: 62), entre os jogadores das duas equipas no centro do

jogo (ver Quadros 4.3.; 4.4.; 4.5.; 4.6.; 4.7.; 4.8.; 4.9 e 4.10.).

Page 83: FASE OFENSIVA EM FUTEBOL - Repositório Aberto...87 Figura 5.11. Padrão de conduta definitivo para a conduta critério IEgr, tendo como objecto a conduta contextual – Centro do

Universidade do Porto – FADEUP

Manuel Ramos 61

Quadro 4.3. - Critério 1 do Formato de Campo: Início da Fase Ofensiva (I) (Barreira, em preparação) CRITÉRIO 1 DE FORMATO DE CAMPO INÍCIO DA FASE OFENSIVA (TEDA/TIDA) – I

DEFINIÇÃO OPERACIONAL: Considera-se o Início da Fase Ofensiva (IFO) sempre que a equipa até então não possuidora da bola a consegue recuperar, de forma Directa ou Não-directa, passando a estar em sua posse: RECUPERAÇÃO DA POSSE DE BOLA (RPB) DE FORMA DIRECTA: Uma equipa tem a Posse de Bola quando se respeita pelo menos uma das seguintes situações: (1) O jogador realiza pelo menos três contactos consecutivos com a bola; (2) O jogador executa um passe positivo (permite a manutenção da posse de bola); (3) O jogador realiza um remate (finalização)” (Garganta, 1997); (4) O guarda-redes contacta a bola, controlando-a (Castellano Paulis, 2000).

Uma RPB de forma directa (Transição-Estado defesa/ataque) pressupõe: (1) Intercepção do remate ou do passe do adversário (também é considerado intercepção, um passe errado do adversário para o espaço vazio); (2) Desarme, intervindo sobre a bola, a uma situação de luta directa com um atacante adversário, que a procura conservar (Garganta, 1997). Terão ainda de ser cumpridas as seguintes directivas: - A bola permanece dentro do espaço de jogo regulamentar; - Não são cometidas infracções às leis do jogo (contra ou a favor).

RECUPERAÇÃO DA POSSE DE BOLA DE FORMA NÃO-DIRECTA: Uma equipa inicia a Fase Ofensiva de forma Não-directa (Transição-Interfase defesa/ataque) após uma interrupção regulamentar do jogo favorável. Isto é, depois da equipa adversária ter cometido uma infracção às leis de jogo (por fora de jogo, falta atacante, etc.), por erro (bola para fora do terreno de jogo após um passe errado ou um remate mal orientado, etc.) ou por golo do adversário (golo contra). A Fase Ofensiva é iniciada com a mão (lançamento da bola pela linha lateral) ou com o pé (pontapé de saída, pontapé livre, pontapé de canto, etc.). Desta categoria fazem parte todos os pontapés ou lançamentos de bola parada (Silva, 2004).

São propostas quatro categorias para o início da TEDA e seis categorias para o início da TIDA

CATÁLOGO CÓDIGO DESCRIÇÃO TRANSIÇÃO – ESTADO DEFESA/ATAQUE (IE)

RECUPERAÇÃO DA POSSE DE BOLA POR INTERCEPÇÃO

IEi

A TEDA inicia-se através da intercepção de um passe ou remate do adversário, sem que exista interrupção do jogo. É também intercepção quando o adversário efectua um passe errado para o espaço vazio.

RECUPERAÇÃO DA POSSE DE BOLA POR DESARME

IEd

A TEDA inicia-se através de desarme, intervindo sobre a bola a uma situação de luta directa com um atacante adversário, que a procura conservar, sem que exista interrupção do jogo.

RECUPERAÇÃO DA POSSE DE BOLA POR ACÇÃO DO GUARDA-

REDES EM FASE DEFENSIVA IEgr

A TEDA inicia-se através da conquista da posse de bola por acção do gr (como por exemplo agarrar a bola após cruzamento ou remate, passe, etc.). Esta conduta contará como início de TEDA se a bola for reposta pelo Guarda-Redes da EObs num período de 3 segundos (inclusive), contado desde que a toca até ao momento em que a liberta.

RECUPERAÇÃO DA POSSE DE BOLA POR ACÇÃO DEFENSIVA

SEGUIDA DE PASSE IEp

A TEDA inicia-se com uma acção defensiva de um jogador da EObs, que é de imediato seguida por transmissão, sem que exista interrupção do jogo. Considera-se transmissão o envio da bola, de forma deliberada ou não, até um outro jogador da EObs, sem que exista Posse de Bola, dando continuidade à TEDA. A acção defensiva pode ser uma intercepção, disputa de bola (p. ex. uma bola em trajectória aérea não controlada por nenhum dos jogadores), ou um desarme.

… … …

Page 84: FASE OFENSIVA EM FUTEBOL - Repositório Aberto...87 Figura 5.11. Padrão de conduta definitivo para a conduta critério IEgr, tendo como objecto a conduta contextual – Centro do

Universidade do Porto – FADEUP

Manuel Ramos 62

TRANSIÇÃO-INTERFASE DEFESA/ATAQUE (II)

INICIO / REINÍCIO DA FASE OFENSIVA POR

COMEÇO/RECOMEÇO DO JOGO

IIcg

A TIDA inicia-se através de um pontapé de saída – processo de começar ou recomeçar o jogo –. Acontece no início do jogo, depois de ser marcado um golo contra (quando uma equipa marca um golo, será a equipa que sofreu o golo que procede ao novo pontapé de saída), no começo da segunda parte do jogo ou no começo de cada período do prolongamento, se for caso disso. A bola entra em jogo logo que seja pontapeada para a frente.

RECUPERAÇÃO DA POSSE DE BOLA POR

INFRACÇÃO DO ADVERSÁRIO ÀS LEIS DE

JOGO

IIi

A TIDA inicia-se após uma interrupção regulamentar sem continuidade a favor da EObs. (Castellano Paulis, 2000) – fora-de-jogo, falta, comportamento anti-desportivo, etc. A bola é reposta em jogo com o pé, executando-se um pontapé livre (directo ou indirecto) ou um pontapé de grande penalidade.

RECUPERAÇÃO DA POSSE DE BOLA POR

PONTAPÉ DE CANTO A FAVOR

IIc

A TIDA inicia-se devido a uma interrupção regulamentar sem continuidade a favor da EObs. (Castellano Paulis, 2000) – envio da bola pela EAdv. pela respectiva linha final, de forma a ultrapassá-la completamente, quer seja pelo solo ou pelo ar. A bola é reposta em jogo com o pé, no quarto de círculo (raio de 1 m) marcado a partir de cada bandeira de canto, no interior do terreno de jogo.

RECUPERAÇÃO DA POSSE DE BOLA POR

PONTAPÉ DE BALIZA A FAVOR

IIpb

A TIDA inicia-se devido a uma interrupção regulamentar sem continuidade a favor da EObs. (Castellano Paulis, 2000) – envio da bola pela EAdv. pela linha final da EObs., de forma a ultrapassá-la completamente, quer seja pelo solo ou pelo ar, sem que tenha sido marcado golo. A bola é reposta em jogo com o pé, dum ponto qualquer da área de baliza por um jogador da EObs, estando em jogo quando sair directamente da área de grande penalidade.

CO

LOC

ÃO

DA

BO

LA E

M J

OG

O C

OM

O M

EMB

RO

INFE

RIO

R

RECUPERAÇÃO DA POSSE DE BOLA POR

BOLA AO SOLO IIbs

A TIDA inicia-se após uma interrupção temporária do jogo provocada por uma causa não prevista nas Leis do Jogo. O jogo recomeça com uma bola ao solo no local onde ela se encontrava no momento da interrupção, recomeçando o jogo logo que a bola toque no solo. A EObs. recupera a posse de bola.

CO

LOC

ÃO

DA

BO

LA

EM J

OG

O C

OM

O

MEM

BR

O S

UPE

RIO

R

RECUPERAÇÃO DA POSSE DE BOLA POR

LANÇAMENTO DE LINHA LATERAL A FAVOR

IILL

A TIDA inicia-se devido a uma interrupção regulamentar sem continuidade a favor da EObs. (Castellano Paulis, 2000) – envio da bola pela EAdv. pela linha lateral, de forma a ultrapassá-la completamente, quer seja pelo solo ou pelo ar. A bola é reposta em jogo com as mãos, no local em que a mesma ultrapassou a linha lateral, por um jogador da equipa adversária à que tocou a bola em último lugar.

… … …

Page 85: FASE OFENSIVA EM FUTEBOL - Repositório Aberto...87 Figura 5.11. Padrão de conduta definitivo para a conduta critério IEgr, tendo como objecto a conduta contextual – Centro do

Universidade do Porto – FADEUP

Manuel Ramos 63

Quadro 4.4. - Critério 2 do Formato de Campo: Desenvolvimento TEDA (DT) (Barreira, em preparação) CRITÉRIO 2 DE FORMATO DE CAMPO

DESENVOLVIMENTO DA TRANSIÇÃO-ESTADO DEFESA/ATAQUE – DT

DEFINIÇÃO OPERACIONAL: São todas as intervenções motoras que um jogador e companheiros da mesma equipa (colectivo) realizam desde o local onde a bola é recuperada, estando em disposição de dar continuidade à Transição-Estado defesa/ataque. A TEDA termina quando se observa uma das seguintes situações: 1) RPB directa no Sector Defensivo ou Sector Médio – Defensivo:

Após RPB directa, a mesma atinge o SMO ou o SO, devendo passar a existir um contexto de interacção «Sem Pressão» no Centro de Jogo (ver critério 6). A TEDA não termina enquanto não for criada uma situação «Sem Pressão» nos SMO ou SO.

2) RPB directa no Sector Médio – Ofensivo ou Sector Ofensivo: i) No CJ verifica-se uma situação de «Pressão» (ver critério 6), terminando a TEDA quando é

realizada a passagem para uma situação de SP nos SMO ou SO. ii) No CJ verifica-se uma situação «Sem Pressão». A TEDA termina quando, mantendo o

contexto de interacção, sejam efectuados 3 passes positivos entre jogadores da mesma equipa. Se o contexto de interacção no CJ se alterar, adoptam-se os critérios anteriores.

São propostas oito categorias para o desenvolvimento da TEDACATÁLOGO CÓDIGO DESCRIÇÃO

DESENVOLVIMENTO DA TRANSIÇÃO-ESTADO DEFESA/ATAQUE POR

PASSE CURTO POSITIVO

DTpcp

Sempre que o portador da bola realiza um passe positivo – considerado a acção em que a bola é efectivamente transmitida a um elemento da mesma equipa, permitindo manter a sua posse (Garganta, 1997) –, e curto – considerado um passe dentro da mesma zona ou entre duas zonas contíguas.

DES

ENVO

LVIM

ENTO

DA

TR

AN

SIÇ

ÃO

-EST

AD

O

DEF

ESA

/ATA

QU

E PO

R P

ASS

E C

UR

TO

DESENVOLVIMENTO DA TRANSIÇÃO-ESTADO DEFESA/ATAQUE POR

PASSE CURTO NEGATIVO

DTpcn

Sempre que o portador da bola realiza um passe negativo – considerado a acção em que a bola não é efectivamente recebida pelo elemento da mesma equipa, perdendo-se a sua posse ou existindo uma intervenção do adversário sem êxito (condutas DTse / DPse) –, e curto – considerado um passe dentro da mesma zona ou entre duas zonas contíguas.

DESENVOLVIMENTO DA TRANSIÇÃO-ESTADO DEFESA/ATAQUE POR

PASSE LONGO POSITIVO

DTplp

Sempre que o portador da bola realiza um passe com êxito – considerado a acção em que a bola é efectivamente transmitida a um elemento da mesma equipa, permitindo manter a sua posse (Garganta, 1997) –, e longo – considerado um passe entre duas zonas não contíguas.

DES

ENVO

LVIM

ENTO

DA

TR

AN

SIÇ

ÃO

-EST

AD

O

DEF

ESA

/ATA

QU

E PO

R

PASS

E LO

NG

O

DESENVOLVIMENTO DA TRANSIÇÃO-ESTADO DEFESA/ATAQUE POR

PASSE LONGO NEGATIVO

DTpln

Sempre que o portador da bola realiza um passe sem êxito – considerado a acção em que a bola não é efectivamente recebida pelo elemento da mesma equipa, perdendo-se a sua posse ou existindo uma intervenção do adversário sem êxito (condutas DTse / DPse) –, e longo – considerado um passe entre duas zonas não contíguas.

DES

ENVO

LVIM

ENTO

D

A T

EDA

PO

R

CR

UZA

MEN

TO

DESENVOLVIMENTO DA TRANSIÇÃO-ESTADO DEFESA/ATAQUE POR

CRUZAMENTO POSITIVO

DTczp

O portador da bola, situado num dos corredores laterais e no SO (zonas 10 e 12), envia a bola com êxito para o corredor central (acção em que a bola é efectivamente transmitida a um elemento da mesma equipa), seja em trajectória aérea ou junto ao solo, dando continuidade ao ataque.

Page 86: FASE OFENSIVA EM FUTEBOL - Repositório Aberto...87 Figura 5.11. Padrão de conduta definitivo para a conduta critério IEgr, tendo como objecto a conduta contextual – Centro do

Universidade do Porto – FADEUP

Manuel Ramos 64

DESENVOLVIMENTO DA TRANSIÇÃO-ESTADO DEFESA/ATAQUE POR

CRUZAMENTO NEGATIVO

DTczn

O portador da bola, situado num dos corredores laterais e no SO (zonas 10 e 12), envia a bola sem êxito para o corredor central (acção em que a bola não é efectivamente recebida pelo elemento da mesma equipa), perdendo-se a sua posse ou existindo uma intervenção do adversário sem êxito (condutas DTse / DPse), seja em trajectória aérea ou junto ao solo.

DESENVOLVIMENTO DA TRANSIÇÃO-ESTADO DEFESA/ATAQUE POR

CONDUÇÃO DTcd

O portador da bola realiza um número de contactos consecutivo, igual ou superior a três, fazendo-a progredir pelo terreno de jogo, com o intuito de dar continuidade à Fase Ofensiva.

DESENVOLVIMENTO DA TRANSIÇÃO-ESTADO DEFESA/ATAQUE POR

DRIBLE (1X1) DTd

O portador da bola procura ultrapassar o(s) seu(s) adversário(s) directo(s), e manter a posse de bola ou ganhar posição ou espaço sobre este(s), mantendo a posse de bola.

DESENVOLVIMENTO DA TRANSIÇÃO-ESTADO DEFESA – ATAQUE POR

RECEPÇÃO /CONTROLE DTrc

Acção em que um jogador da equipa em TEDA recebe e controla a bola enviada por um colega, mantendo a continuidade da Fase Ofensiva.

DESENVOLVIMENTO DA TRANSIÇÃO-ESTADO DEFESA – ATAQUE POR

DUELO DTdu

Acção em que um jogador da equipa em posse de bola disputa a mesma com um adversário (p. ex. uma bola em trajectória aérea não controlada por nenhum dos jogadores), tentando manter a continuidade da Fase Ofensiva.

DESENVOLVIMENTO DA TRANSIÇÃO-ESTADO DEFESA – ATAQUE POR

REMATE DTr

Acção em que um jogador da equipa em TEDA remata à baliza, não resultando em golo, existindo continuidade da Fase Ofensiva após o remate.

DESENVOLVIMENTO DA TRANSIÇÃO-ESTADO DEFESA – ATAQUE COM

INTERVENÇÃO DO ADVERSÁRIO SEM ÊXITO

DTse

Um adversário intervém sobre a bola em posse da equipa em Transição-Estado defesa – ataque, interrompendo temporal e ocasionalmente a posse de bola. São acções do adversário sobre a bola, não consideradas como posse de bola, ou seja, como integrantes da Fase ofensiva.

DESENVOLVIMENTO DA TEDA POR ACÇÃO DO GUARDA-REDES DA

EQUIPA EM FASE OFENSIVA DTgro

Intervenção do guarda-redes da equipa em Transição-Estado defesa/ataque (Fase Ofensiva).

DESENVOLVIMENTO DA TEDA POR ACÇÃO DO GUARDA-REDES DA

EQUIPA EM FASE DEFENSIVA DTgra

Intervenção do guarda-redes da equipa sem a posse de bola (equipa em Fase Defensiva), sem a recuperar.

… … …

Page 87: FASE OFENSIVA EM FUTEBOL - Repositório Aberto...87 Figura 5.11. Padrão de conduta definitivo para a conduta critério IEgr, tendo como objecto a conduta contextual – Centro do

Universidade do Porto – FADEUP

Manuel Ramos 65

Quadro 4.5. Critério 3 Formato Campo: Desenvolvimento Posse de Bola (DP) (Barreira, em preparação) CRITÉRIO 3 DE FORMATO DE CAMPO

DESENVOLVIMENTO DA POSSE DE BOLA – DP DEFINIÇÃO OPERACIONAL: São todas as intervenções motoras que um jogador e companheiros da mesma equipa (colectivo) realizam desde o final da Transição-Estado defesa/ataque / Transição-Interfase defesa/ataque, estando em disposição de dar continuidade à Fase Ofensiva, na tentativa de cumprir os princípios gerais da acção do jogo ofensivo: (1) conservar a bola; (2) progredir com a bola para a baliza adversária; (3) desequilibrar a defesa adversária e tentar marcar golo (Bayer, 1994), até acontecer uma conduta inerente ao critério de formato de campo 4: final da Fase Ofensiva (F).

São propostas dezasseis categorias para o Desenvolvimento da Posse de BolaCATÁLOGO CÓDIGO DESCRIÇÃO

DESENVOLVIMENTO DA POSSE DE BOLA POR

PASSE CURTO POSITIVO DPpcp

Sempre que o portador da bola realiza um passe positivo – considerado a acção em que a bola é efectivamente transmitida a um elemento da mesma equipa, permitindo manter a sua posse (Garganta, 1997) –, e curto – considerado um passe dentro da mesma zona ou entre duas zonas contíguas.

DES

ENVO

LVIM

ENTO

DA

PO

SSE

DE

BO

LA P

OR

PA

SSE

CU

RTO

DESENVOLVIMENTO DA POSSE DE BOLA POR

PASSE CURTO NEGATIVO DPpcn

Sempre que o portador da bola realiza um passe negativo – considerado a acção em que a bola não é efectivamente recebida pelo elemento da mesma equipa, perdendo-se a sua posse ou existindo uma intervenção do adversário sem êxito (condutas DTse / DPse) –, e curto – considerado um passe dentro da mesma zona ou entre duas zonas contíguas.

DESENVOLVIMENTO DA POSSE DE BOLA POR

PASSE LONGO POSITIVO DPplp

Sempre que o portador da bola realiza um passe com êxito – considerado a acção em que a bola é efectivamente transmitida a um elemento da mesma equipa, permitindo manter a sua posse (Garganta, 1997) –, e longo – considerado um passe entre duas zonas não contíguas.

DES

ENVO

LVIM

ENTO

DA

PO

SSE

DE

BO

LA P

OR

PA

SSE

LON

GO

DESENVOLVIMENTO DA POSSE DE BOLA POR

PASSE LONGO NEGATIVO DPpln

Sempre que o portador da bola realiza um passe sem êxito – considerado a acção em que a bola não é efectivamente recebida pelo elemento da mesma equipa, perdendo-se a sua posse ou existindo uma intervenção do adversário sem êxito (condutas DTse / DPse) –, e longo – considerado um passe entre duas zonas não contíguas.

DESENVOLVIMENTO DA POSSE DE BOLA POR

CRUZAMENTO POSITIVO DPczp

O portador da bola, situado num dos corredores laterais e no SO (zonas 10 e 12), envia a bola com êxito para o corredor central (acção em que a bola é efectivamente transmitida a um elemento da mesma equipa), seja em trajectória aérea ou junto ao solo, dando continuidade ao ataque.

DES

ENVO

LVIM

ENTO

DA

PO

SSE

DE

BO

LA

POR

CR

UZA

MEN

TO

DESENVOLVIMENTO DA POSSE DE BOLA POR

CRUZAMENTO NEGATIVO DPczn

O portador da bola, situado num dos corredores laterais e no SO (zonas 10 e 12), envia a bola sem êxito para o corredor central (acção em que a bola não é efectivamente recebida pelo elemento da mesma equipa), perdendo-se a sua posse ou existindo uma intervenção do adversário sem êxito (condutas DTse / DPse), seja em trajectória aérea ou junto ao solo.

Page 88: FASE OFENSIVA EM FUTEBOL - Repositório Aberto...87 Figura 5.11. Padrão de conduta definitivo para a conduta critério IEgr, tendo como objecto a conduta contextual – Centro do

Universidade do Porto – FADEUP

Manuel Ramos 66

DESENVOLVIMENTO DA POSSE DE BOLA POR CONDUÇÃO

DPcd

O portador da bola realiza um número de contactos consecutivo, igual ou superior a três, fazendo-a progredir pelo terreno de jogo.

DESENVOLVIMENTO DA POSSE DE BOLA POR DRIBLE (1X1)

DPd

O portador da bola procura ultrapassar o(s) seu(s) adversário(s) directo(s), e manter a posse de bola ou ganhar posição ou espaço sobre este(s), mantendo a continuidade do ataque.

DESENVOLVIMENTO DA POSSE DE BOLA POR RECEPÇÃO

/CONTROLE DPrc

Acção em que um jogador da equipa em posse de bola recebe e controla a mesma enviada por um colega, mantendo a continuidade do ataque.

DESENVOLVIMENTO DA POSSE DE BOLA POR DUELO

DPdu

Acção em que um jogador da equipa em posse bola disputa a mesma com um adversário (p. ex. uma bola em trajectória aérea não controlada por nenhum dos jogadores), tentando manter a continuidade da posse de bola.

DESENVOLVIMENTO DA POSSE DE BOLA POR REMATE DPr

Acção em que um jogador da equipa em posse bola remata à baliza, não resultando em golo mas também não perdendo a posse da bola, existindo continuidade da Fase Ofensiva após o remate.

DESENVOLVIMENTO DA POSSE DE BOLA COM INTERVENÇÃO DO

ADVERSÁRIO SEM ÊXITO DPse

Um adversário intervém sobre a bola em posse da equipa em DP, interrompendo temporal e ocasionalmente a Fase Ofensiva. São acções do adversário sobre a bola, não consideradas como posse de bola, ou seja, como integrantes da Fase ofensiva.

DESENVOLVIMENTO DA POSSE DE BOLA POR ACÇÃO DO GUARDA-

REDES DA EQUIPA EM FASE OFENSIVA

DPgro Intervenção do guarda-redes da equipa em posse de bola (equipa em Fase Ofensiva).

DESENVOLVIMENTO DA POSSE DE BOLA POR ACÇÃO DO GUARDA-

REDES DA EQUIPA EM FASE DEFENSIVA

DPgra Intervenção do guarda-redes da equipa sem a posse de bola (equipa em Fase Defensiva), sem a recuperar.

DESENVOLVIMENTO DA POSSE DE BOLA

POR INFRACÇÃO DO ADVERSÁRIO ÀS LEIS DE

JOGO

DPi

A equipa em Fase Ofensiva beneficia de uma interrupção regulamentar com continuidade (Castellano Paulis, 2000). A bola é reposta em jogo com o pé, executando-se um pontapé livre (directo ou indirecto) ou um pontapé de grande penalidade.

CO

LOC

ÃO

DA

BO

LA E

M J

OG

O C

OM

O

MEM

BR

O IN

FER

IOR

DESENVOLVIMENTO DA POSSE DE BOLA POR

PONTAPÉ DE CANTO A FAVOR

DPc

A equipa em Fase Ofensiva beneficia de uma interrupção regulamentar com continuidade (Castellano Paulis, 2000) – envio da bola pela EAdv. pela respectiva linha final, de forma a ultrapassá-la completamente, quer seja pelo solo ou pelo ar. A bola é reposta em jogo com o pé, no quarto de círculo (raio de 1 m) marcado a partir de cada bandeira de canto, no interior do terreno de jogo.

Page 89: FASE OFENSIVA EM FUTEBOL - Repositório Aberto...87 Figura 5.11. Padrão de conduta definitivo para a conduta critério IEgr, tendo como objecto a conduta contextual – Centro do

Universidade do Porto – FADEUP

Manuel Ramos 67

DESENVOLVIMENTO DA POSSE DE BOLA POR

PONTAPÉ DE BALIZA A FAVOR

DPpb

A equipa em Fase Ofensiva beneficia de uma interrupção regulamentar com continuidade (Castellano Paulis, 2000) – envio da bola por um jogador da EAdv. (sem entrar em sua posse - fase ofensiva) pela linha final da EObs., de forma a ultrapassá-la completamente, quer seja pelo solo ou pelo ar, sem que tenha sido marcado golo. A bola é reposta em jogo com o pé, dum ponto qualquer da área de baliza por um jogador da EObs, estando em jogo quando sair directamente da área de grande penalidade.

DESENVOLVIMENTO DA POSSE DE BOLA POR

BOLA AO SOLO DPbs

A equipa em Fase Ofensiva continua em posse de bola após uma interrupção temporária do jogo provocada por uma causa não prevista nas Leis do Jogo, que origina o recomeço do jogo com uma bola ao solo no local onde ela se encontrava no momento da interrupção.

CO

LOC

ÃO

DA

BO

LA E

M

JOG

O C

OM

O M

EMB

RO

SU

PER

IOR

DESENVOLVIMENTO DA POSSE DE BOLA POR

LANÇAMENTO DE LINHA LATERAL A FAVOR

DPLL

A equipa em Fase Ofensiva beneficia de uma interrupção regulamentar com continuidade (Castellano Paulis, 2000) – envio da bola pela EAdv. pela linha lateral (sem entrar em sua posse), de forma a ultrapassá-la completamente, quer seja pelo solo ou pelo ar . A bola é reposta em jogo com as mãos, no local em que a mesma ultrapassou a linha lateral, por um jogador da equipa adversária à que tocou a bola em último lugar.

… … …

Page 90: FASE OFENSIVA EM FUTEBOL - Repositório Aberto...87 Figura 5.11. Padrão de conduta definitivo para a conduta critério IEgr, tendo como objecto a conduta contextual – Centro do

Universidade do Porto – FADEUP

Manuel Ramos 68

Quadro 4.6. - Critério 4 do Formato de Campo: Final da Fase Ofensiva (F) (Barreira, em preparação) CRITÉRIO 4 DE FORMATO DE CAMPO

FINAL DA FASE OFENSIVA – F

DEFINIÇÃO OPERACIONAL: Considera-se que a equipa finaliza a Fase Ofensiva quando se concretiza uma das situações do presente catálogo, apresente um final com eficácia ou não.

São propostas duas categorias e nove subcategorias para o final da Fase Ofensiva

CATÁLOGO CÓDIGO DESCRIÇÃO

REMATE FORA Frf

A Fase Ofensiva finaliza com um remate efectuado por um jogador atacante, que sai pela linha de fundo e/ou para fora do terreno de jogo, sem atingir o alvo.

REMATE DENTRO Frd

A Fase Ofensiva finaliza com remate efectuado por um atacante, que atinge o alvo (baliza adversária, incluindo os postes e a barra) e/ou que é defendido pelo guarda-redes adversário, não resultando em golo

REMATE CONTRA ADVERSÁRIO SEM

CONTINUIDADE DA POSSE DE BOLA

Frad

A Fase Ofensiva finaliza com remate de um atacante que atinge um adversário, com excepção para o gr (neste caso considera-se a conduta Frd).

REMATE COM OBTENÇÃO DE GOLO

Fgl

A Fase Ofensiva finaliza com a obtenção de um golo a favor devidamente validado pelo árbitro do jogo tendo por base as Leis do jogo.

FIN

AL

FASE

OFE

NSI

VA C

OM

EFI

CIA

… … …

PERDA DA POSSE DE BOLA POR ERRO DO PORTADOR

DA BOLA / ACÇÃO DO ADVERSÁRIO (EXCEPÇÃO

PARA O GR)

Fbad

A Fase Ofensiva finaliza através de uma perda da posse de bola originada por erro de um jogador em posse de bola ou de uma acção defensiva do adversário (desarme, intercepção, duelo, etc.), com excepção do guarda-redes.

PERDA DA POSSE DE BOLA POR ERRO DO PORTADOR DA BOLA, COM ACÇÃO DO

GR ADVERSÁRIO

Fgrad

A Fase Ofensiva finaliza através de uma perda da posse de bola originada por erro de um jogador em posse de bola, com acção defensiva do guarda-redes adversário. Exclui-se a acção de defesa de um remate pelo gr adversário por esta se tratar de uma conduta Frd).

LANÇAMENTO PARA FORA Ff

A Fase Ofensiva finaliza devido a um lançamento para fora do terreno de jogo por parte de um jogador em posse de bola, dando origem à PPB (excluindo a acção de remate que sai pela linha de fundo e/ou para fora do terreno de jogo sem atingir a baliza adversária: conduta Frf).

INFRACÇÃO ÀS LEIS DE JOGO

Fi

A Fase Ofensiva finaliza devido a uma infracção às leis do jogo cometida pela equipa atacante, que perde a posse de bola.

FIN

AL

FASE

OFE

NSI

VA S

EM E

FIC

ÁC

IA

… … …

Page 91: FASE OFENSIVA EM FUTEBOL - Repositório Aberto...87 Figura 5.11. Padrão de conduta definitivo para a conduta critério IEgr, tendo como objecto a conduta contextual – Centro do

Universidade do Porto – FADEUP

Manuel Ramos 69

Quadro 4.7. - Critério 5: Espacialização do Terreno de Jogo (Barreira, em preparação) CRITÉRIO 5 – SISTEMA DE CATEGORIAS

ESPACIALIZAÇÃO DO TERRENO DE JOGO DEFINIÇÃO OPERACIONAL: Para o registo espacial das condutas comportamentais do(s) jogador(es) em cada critério definido, foi seguida a divisão utilizada por Garganta (1997) em doze zonas de igual dimensão, a que se atribui a designação de Campograma. A cada zona corresponde uma categoria diferente, ou seja, um campo de jogo é constituído por doze unidades categoriais que formam um sistema de categorias exaustivo e mutuamente excludente (E/ME).

São propostas doze categorias para a Espacialização do terreno de jogoCATÁLOGO CÓDIGO DESCRIÇÃO

ZONA UM 1 As condutas do(s) jogador(es) da equipa em Fase Ofensiva ocorrem na zona um, conforme o campograma acima.

ZONA DOIS 2 As condutas do(s) jogador(es) da equipa em Fase Ofensiva ocorrem na zona dois, conforme o campograma acima.

ZONA TRÊS 3 As condutas do(s) jogador(es) da equipa em Fase Ofensiva ocorrem na zona três, conforme o campograma acima.

ZONA QUATRO 4 As condutas do(s) jogador(es) da equipa em Fase Ofensiva ocorrem na zona quatro, conforme o campograma acima.

ZONA CINCO 5 As condutas do(s) jogador(es) da equipa em Fase Ofensiva ocorrem na zona cinco, conforme o campograma acima.

ZONA SEIS 6 As condutas do(s) jogador(es) da equipa em Fase Ofensiva ocorrem na zona seis, conforme o campograma acima.

ZONA SETE 7 As condutas do(s) jogador(es) da equipa em Fase Ofensiva ocorrem na zona sete, conforme o campograma acima.

ZONA OITO 8 As condutas do(s) jogador(es) da equipa em Fase Ofensiva ocorrem na zona oito, conforme o campograma acima.

ZONA NOVE 9 As condutas do(s) jogador(es) da equipa em Fase Ofensiva ocorrem na zona nove, conforme o campograma acima.

ZONA DEZ 10 As condutas do(s) jogador(es) da equipa em Fase Ofensiva ocorrem na zona dez, conforme o campograma acima.

ZONA ONZE 11 As condutas do(s) jogador(es) da equipa em Fase Ofensiva ocorrem na zona onze, conforme o campograma acima.

ZONA DOZE 12 As condutas do(s) jogador(es) da equipa em Fase Ofensiva ocorrem na zona doze, conforme o campograma acima.

Campograma da Espacialização do terreno de jogo em doze zonas/categorias – Formado a partir de uma divisão longitudinal em três corredores (lateral direito, lateral esquerdo e central) e quatro sectores (defensivo; médio – defensivo; médio – ofensivo; ofensivo).

(Garganta, 1997)

SENTIDO DE ATAQUE

Page 92: FASE OFENSIVA EM FUTEBOL - Repositório Aberto...87 Figura 5.11. Padrão de conduta definitivo para a conduta critério IEgr, tendo como objecto a conduta contextual – Centro do

Universidade do Porto – FADEUP

Manuel Ramos 70

Quadro 4.8. - Critério 6 (Sistema de Categorias): Centro do Jogo (Barreira, em preparação) CRITÉRIO 6 – SISTEMA DE CATEGORIAS

CENTRO DO JOGO (CJ) DEFINIÇÃO OPERACIONAL: Define-se Centro do Jogo como a zona onde a bola se movimenta num determinado instante (Castelo, 1996), isto é, através do contexto de cooperação e de oposição dos jogadores influentes no jogo7 na zona do campograma onde se encontra o portador da bola (JAp). Tendo por base o número, a zona, e a possível participação dos jogadores da equipa em TEDA/DP (JA), e o número, a zona, e a possível participação dos jogadores adversários (JD) na zona do campograma em que se encontra o JAp, distinguem-se 2 categorias da EObs na TEDA/DP:

- Sem Pressão; - Pressão.

O conceito de Pressão encontra-se directamente relacionado com factores táctico – estratégicos inerentes ao contexto de cooperação e oposição dos subsistemas ou níveis de organização «equipa»; «confronto parcial» e «confronto individual», que transformam a cada momento o fluxo acontecimental do jogo (Gréhaigne, 2001), sendo fundamental compreender qual a influência do contexto de interacção no CJ no fluxo conductural do jogo. Este sistema de categorias é exaustivo e mutuamente excludente (E/ME).

São propostas duas categorias / seis subcategorias para a situação momentânea do Centro do Jogo CATÁLOGO CÓD DESCRIÇÃO EXEMPLOS

PRES

SÃO

(P)

INFERIORIDADE RELATIVA

Pr

No Centro do Jogo, a EObs encontra-se numa relação numérica de inferioridade com a equipa adversária. Esta inferioridade numérica corresponde à EObs ter no Centro do Jogo menos um ou dois jogadores que a equipa adversária. Por exemplo: Situação 1x2; 2x3; 3x4; 3x5; etc.

INFERIORIDADE NUMÉRICA: 3x4 na zona 7

INFERIORIDADE NUMÉRICA: 1x2 na zona 5

7 Considera-se Jogador influente no jogo quando pode participar de modo directo na continuidade da acção em curso (Gréhaigne, 2001: 103).

Page 93: FASE OFENSIVA EM FUTEBOL - Repositório Aberto...87 Figura 5.11. Padrão de conduta definitivo para a conduta critério IEgr, tendo como objecto a conduta contextual – Centro do

Universidade do Porto – FADEUP

Manuel Ramos 71

INFERIORIDADE ABSOLUTA

Pa

No Centro do Jogo, a EObs encontra-se numa relação numérica de inferioridade com a equipa adversária. Esta inferioridade numérica corresponde à EObs ter no Centro do Jogo menos três ou mais jogadores que a equipa adversária. Por exemplo: Situação 1x4; 2x5; 2x6; 3x6; etc.

IGUALDADE PRESSIONADA

Pi

No CJ: SD e SMD, ou SMO e SO (quando o JAp se encontra de costas para a baliza adversária, com um adversário em contenção e sem linhas de passe para zonas de maior ofensividade) – a equipa observada encontra-se numa relação numérica de igualdade com a equipa adversária. Por exemplo: Situação 1x1; 2x2; 3x3; etc.

IGUALDADE NUMÉRICA: 2x2 na zona 3 (sector defensivo)

IGUALDADE NUMÉRICA: 1x1 (atacante de costas) na zona 8 (sector médio - ofensivo)

INFERIORIDADE NUMÉRICA: 1x4 na zona 10

Page 94: FASE OFENSIVA EM FUTEBOL - Repositório Aberto...87 Figura 5.11. Padrão de conduta definitivo para a conduta critério IEgr, tendo como objecto a conduta contextual – Centro do

Universidade do Porto – FADEUP

Manuel Ramos 72

IGUALDADE NÃO

PRESSIONADA

SPi

No CJ: SMO e SO (quando o JAp se encontra de costas para a baliza adversária com linhas de passe de maior ofensividade, ou se encontra de frente para a baliza adversária), a EObs encontra-se numa relação numérica de igualdade com a equipa adversária. Por exemplo: Situação 1x1; 2x2; 3x3 no SMO e SO.

IGUALDADE NUMÉRICA: SMO 1x1 - zona 8 (JAp de frente para baliza adv.)

IGUALDADE NUMÉRICA: 3x3 na zona 9 (sector médio - ofensivo)

SUPERIORIDADE RELATIVA

SPr

No Centro do Jogo, a EObs encontra-se numa relação numérica de superioridade com a equipa adversária. Esta superioridade corresponde à EObs ter no Centro do Jogo mais um ou dois jogadores que a equipa adversária.

Por exemplo: Situação 2x1; 2x0; 3x2; 3x1

SUPERIORIDADE NUMÉRICA: 2x0 na zona 4

SUPERIORIDADE NUMÉRICA: 3x1 na zona 5

SEM

PR

ESSÃ

O (S

P)

SUPERIORIDADE ABSOLUTA

SPa

No Centro do Jogo, a EObs encontra-se numa relação numérica de superioridade com a equipa adversária. Esta superioridade corresponde à EObs ter no Centro do Jogo três ou mais jogadores que a equipa adversária.

Por exemplo: Situação 4x1; 5x2; 5x1

SUPERIORIDADE NUMÉRICA: 5x2 na zona 2

SUPERIORIDADE NUMÉRICA: 4x1 na zona 5

Sentido do Ataque Sentido do Ataque

Sentido do Ataque

Page 95: FASE OFENSIVA EM FUTEBOL - Repositório Aberto...87 Figura 5.11. Padrão de conduta definitivo para a conduta critério IEgr, tendo como objecto a conduta contextual – Centro do

Universidade do Porto – FADEUP

Manuel Ramos 73

Quadro 4.9. - Critério 6 (Sistema de Categorias): Centro do Jogo (Barreira, em preparação) CRITÉRIO 7 – SISTEMA DE CATEGORIAS

CONFIGURAÇÃO ESPACIAL DE INTERACÇÃO (CEI)

DEFINIÇÃO OPERACIONAL: A relação do Espaço de Jogo Efectivo (E.J.E.) (Gréhaigne, 1992) ou Configuração Espacial de Equipa (C.E.E.) (Castellano Paulis, 2000) de ambas as equipas vai determinar o contexto de interacção das equipas (C.E.I.). Por E.J.E. de uma equipa entende-se a superfície que abarca todos os jogadores que se encontram nas partes exteriores do conjunto – equipa. Ou seja, num instante t do jogo corresponde a toda a área representada pelo interior de uma zona delimitada pelos jogadores exteriores da equipa. Castellano Paulis (2000) considera a Configuração Espacial de Interacção das equipas (C.E.I) como a relação dos E.J.E / C.E.I das equipas em confronto. Depois de realizadas todas as restrições, os contextos de interacção que são possíveis no jogo ficam reduzidos a onze e correspondem às configurações espaciais de interacção abaixo indicadas (idem, 2000).

São propostas onze categorias para a Configuração Espacial de Interacção das Equipas (CEI)

CATÁLOGO

EQ. EM FO

EQUIPA EM FASE DEFENSIVA

CÓD. DESCRIÇÃO EXEMPLOS

BO

LA N

O G

UA

RD

A-R

EDES

(V)

ZONA ADIANTADA

(AD)

VAD

A bola encontra-se em posse do guarda-redes (zona vazia) da equipa em fase ofensiva e a zona adiantada da equipa adversária.

CONFIGURAÇÃO ESPACIAL DE INTERACÇÃO: VAD

Espaço Vazio

Sentido do Ataque

Page 96: FASE OFENSIVA EM FUTEBOL - Repositório Aberto...87 Figura 5.11. Padrão de conduta definitivo para a conduta critério IEgr, tendo como objecto a conduta contextual – Centro do

Universidade do Porto – FADEUP

Manuel Ramos 74

ZONA ADIANTADA

(AD) ATAD

A bola encontra-se entre a zona atrasada da equipa em fase ofensiva e a zona adiantada da equipa adversária.

CONFIGURAÇÃO ESPACIAL DE INTERACÇÃO: ATAD

B

OLA

NA

ZO

NA

ATR

ASA

DA

(AT)

ZONA MÉDIA (M)

ATM

A bola encontra-se entre a zona atrasada da equipa em fase ofensiva e a zona média da equipa adversária.

CONFIGURAÇÃO ESPACIAL DE INTERACÇÃO: ATM

Sentido do Ataque

Sentido do Ataque

Page 97: FASE OFENSIVA EM FUTEBOL - Repositório Aberto...87 Figura 5.11. Padrão de conduta definitivo para a conduta critério IEgr, tendo como objecto a conduta contextual – Centro do

Universidade do Porto – FADEUP

Manuel Ramos 75

ZONA EXTERIOR

(E) ATE

A bola encontra-se entre a zona atrasada da equipa em fase ofensiva e a zona exterior da equipa adversária.

CONFIGURAÇÃO ESPACIAL DE INTERACÇÃO: ATE

B

OLA

NA

ZO

NA

MÉD

IA (M

)

ZONA ADIANTADA

(AD) MAD

A bola encontra-se entre a zona média da equipa em fase ofensiva e a zona adiantada da equipa adversária.

CONFIGURAÇÃO ESPACIAL DE INTERACÇÃO: MAD

Sentido do Ataque

Sentido do Ataque

Page 98: FASE OFENSIVA EM FUTEBOL - Repositório Aberto...87 Figura 5.11. Padrão de conduta definitivo para a conduta critério IEgr, tendo como objecto a conduta contextual – Centro do

Universidade do Porto – FADEUP

Manuel Ramos 76

ZONA MÉDIA (M)

MM

A bola encontra-se entre a zona média da equipa em fase ofensiva e a zona média da equipa adversária.

CONFIGURAÇÃO ESPACIAL DE INTERACÇÃO: MM

ZONA ATRASADA

(AT) MAT

A bola encontra-se entre a zona média da equipa em fase ofensiva e a zona atrasada da equipa adversária.

CONFIGURAÇÃO ESPACIAL DE INTERACÇÃO: MAT

Sentido do Ataque

Sentido do Ataque

Page 99: FASE OFENSIVA EM FUTEBOL - Repositório Aberto...87 Figura 5.11. Padrão de conduta definitivo para a conduta critério IEgr, tendo como objecto a conduta contextual – Centro do

Universidade do Porto – FADEUP

Manuel Ramos 77

ZONA MÉDIA (M)

ADM

A bola encontra-se entre a zona a adiantada da equipa em fase ofensiva e a zona média da equipa adversária.

CONFIGURAÇÃO ESPACIAL DE INTERACÇÃO: ADM B

OLA

NA

ZO

NA

AD

IAN

TAD

A (A

D)

ZONA ATRASADA

(AT) ADAT

A bola encontra-se entre a zona adiantada da equipa em fase ofensiva e a zona atrasada da equipa adversária.

CONFIGURAÇÃO ESPACIAL DE INTERACÇÃO: ADAT

Sentido do Ataque

Sentido do Ataque

Page 100: FASE OFENSIVA EM FUTEBOL - Repositório Aberto...87 Figura 5.11. Padrão de conduta definitivo para a conduta critério IEgr, tendo como objecto a conduta contextual – Centro do

Universidade do Porto – FADEUP

Manuel Ramos 78

ZONA ATRASADA

(AT) EAT

A bola encontra-se entre a zona exterior da zona adiantada da equipa em fase ofensiva e a zona atrasada da equipa adversária.

CONFIGURAÇÃO ESPACIAL DE INTERACÇÃO: EAT

ZONA VAZIA (V)

ADV

A bola encontra-se entre a zona adiantada da equipa em fase ofensiva e a zona vazia da equipa adversária.

CONFIGURAÇÃO ESPACIAL DE INTERACÇÃO: ADV

Esp. Vazio

Sentido do Ataque

Sentido do Ataque

Page 101: FASE OFENSIVA EM FUTEBOL - Repositório Aberto...87 Figura 5.11. Padrão de conduta definitivo para a conduta critério IEgr, tendo como objecto a conduta contextual – Centro do

Universidade do Porto – FADEUP

Manuel Ramos 79

Quadro 4.10. - Instrumento de Observação ad hoc: combinação formato de campo – sistema de categorias (Barreira, em preparação) CRITÉRIO 1 CRITÉRIO 2 CRITÉRIO 3 CRITÉRIO 4 CRITÉRIO 5 CRITÉRIO 6 CRITÉRIO 7 INICIO FASE OFENSIVA

(TEDA/TIDA) (I)

DESENVOLVIMENTO DA TRANSIÇÃO-ESTADO DEFESA/ATAQUE (DT)

DESENVOLVIMENTO DA POSSE DE BOLA (DP)

FINAL FASE OFENSIVA (F)

ESPACIALI-ZAÇÃO

CENTRO DO JOGO (CJ)

CONFIGURAÇÃO ESPACIAL DE INTERACÇÃO

(CEI) TRANSIÇÃO-

ESTADO DEFESA/ATAQUE

Desenvolvimento da TEDA por passe curto positivo

(DTpcp)

Desenvolvimento da Posse de Bola por passe curto positivo

(DPpcp) COM EFICÁCIA Zona um

(1) PRESSÃO

(P)

Bola no gr – zona adiantada

(VAD) Recuperação da

PB por Intercepção (IEi)

Desenvolvimento da TEDA por passe curto negativo

(DTpcn)

Desenvolvimento da Posse de Bola por passe curto negativo

(DPpcn) Remate Fora (Frf) Zona dois

(2) Inferioridade Relativa (Pr)

Zona atrasada – zona adiantada

(ATAD)

Recuperação PB por desarme (IEd)

Desenvolvimento da TEDA por passe longo positivo

(DTplp)

Desenvolvimento da Posse de Bola por passe longo positivo

(DPplp) Remate Dentro

(Frd) Zona três

(3) Inferioridade Absoluta (Pa)

Zona atrasada – zona média

(ATM) Recuperação PB por acção do gr

em Fase Defensiva (IEgr)

Desenvolvimento da TEDA por passe longo negativo

(DTpln)

Desenvolvimento da Posse de Bola por passe longo negativo

(DPpln)

Remate contra adversário sem continuidade da

posse bola (Frad)

Zona quatro (4)

Igualdade pressionada (Pi)

Zona atrasada – zona exterior

(ATE)

Recuperação PB por acção

defensiva seguida de passe (IEp)

Desenvolvimento da TEDA por cruzamento positivo

(DTczp)

Desenvolvimento da Posse de Bola por cruzamento positivo

(DPczp) Obtenção de golo

(Fgl) Zona

cinco (5) SEM PRESSÃO

(SP)

Zona média – zona adiantada

(MAD)

TRANSIÇÃO-INTERFASE

DEFESA/ATAQUE

Desenvolvimento da TEDA por cruzamento negativo

(DTczn)

Desenvolvimento da Posse de Bola por cruzamento negativo

(DPczn) SEM EFICÁCIA Zona seis

(6) Igualdade Não

pressionada (SPi) Zona média – zona média

(MM)

Inicio / Reinício da Fase Ofensiva por começo/recomeço

do jogo (IIcg)

Desenvolvimento da TEDA por condução

(DTcd)

Desenvolvimento da Posse de Bola por condução

(DPcd)

PPB por erro do portador da bola /

acção do adv (excepção para o

gr) (Fbad)

Zona sete (7)

Superioridade Relativa (SPr)

Zona média – zona atrasada

(MAT)

Recuperação PB por Infracção do adversário às leis

de jogo (IIi)

Desenvolvimento da TEDA por drible (1x1) (DTd)

Desenvolvimento da Posse de Bola por drible (1x1) (DPd)

PPB por erro do portador da bola / acção do guarda-redes adversário

(Fgrad)

Zona oito (8)

Superioridade Absoluta (SPa)

Zona adiantada – zona média

(ADM)

Page 102: FASE OFENSIVA EM FUTEBOL - Repositório Aberto...87 Figura 5.11. Padrão de conduta definitivo para a conduta critério IEgr, tendo como objecto a conduta contextual – Centro do

Universidade do Porto – FADEUP

Manuel Ramos 80

Recuperação PB por Pontapé de

Canto a favor (IIc) Desenvolvimento da TEDA

por recepção/controle (DTrc) Desenvolvimento da Posse de

Bola por recepção/controle (DPrc)

Lançamento para fora (Ff)

Zona nove (9)

Zona adiantada – zona atrasada

(ADAT) Recuperação PB por Pontapé de Baliza a favor

(IIpb)

Desenvolvimento da TEDA por duelo (DTdu)

Desenvolvimento da Posse de Bola por duelo (DPdu)

Infracção às leis de jogo (Fi)

Zona dez (10)

Zona exterior – zona atrasada

(EAT)

Recuperação PB por Bola ao Solo

(IIbs) Desenvolvimento da TEDA

por remate (DTr) Desenvolvimento da Posse de

Bola por remate (DPr) Zona onze (11)

Zona adiantada – zona vazia

(ADV) Recuperação PB por Lançamento

de Linha Lateral a favor (IILL)

Desenvolvimento da TEDA com intervenção do

adversário sem êxito (DTse)

Desenvolvimento da Posse de Bola com intervenção do

adversário sem êxito (DPse) Zona

doze (12)

Desenvolvimento da TEDA por acção do gr da equipa em Fase Ofensiva (DTgro)

Desenvolvimento da Posse de Bola por acção do gr da equipa

em Fase Ofensiva (DPgro)

Desenvolvimento da TEDA por acção do gr da equipa

em Fase Defensiva (DTgra)

Desenvolvimento da Posse de Bola por acção do gr da equipa

em Fase Defensiva (DPgra)

Desenvolvimento da Posse de

Bola por infracção do adversário às leis do jogo (DPi)

Desenvolvimento da Posse de Bola por pontapé de canto a

favor (DPc)

Desenvolvimento da Posse de Bola por pontapé de baliza a

favor (DPpb)

Desenvolvimento da Posse de Bola por bola ao solo (DPbs)

Desenvolvimento da Posse de Bola por Lançamento de Linha

Lateral a favor (DPLL)

Page 103: FASE OFENSIVA EM FUTEBOL - Repositório Aberto...87 Figura 5.11. Padrão de conduta definitivo para a conduta critério IEgr, tendo como objecto a conduta contextual – Centro do

Universidade do Porto – FADEUP

Manuel Ramos 81

4.4.3. Procedimentos de Observação e de Registo Os cinco jogos utilizados para a recolha de dados amostrais foram gravados

em vídeo VHS, a partir de emissões realizadas por uma cadeia privada de

televisão. Foram digitalizados em formato “avi” e comprimidos para “mpg”,

sendo utilizado para esta transformação um leitor-gravador LG RH 265.

A visualização dos jogos e respectivas tarefas de observação e registo foram

realizadas através de um computador portátil ASUS A6VA, com processador

Intel Pentium M 1.73 GHz, através da utilização de um software

especificamente criado para o instrumento ad hoc em aplicação neste estudo

(Barreira, em preparação), conforme a Figura 4.3..

Figura 4.3. - Software de visualização e registo das sequências ofensivas da Espanha no Campeonato da Europa Áustria - Suíça 2008 (Barreira, em preparação)

O software permite registar as sequências ofensivas simultaneamente à

visualização do vídeo, permitindo também o registo, antes de cada sequência,

das variáveis: fase da competição; resultado momentâneo; e tempo de jogo

Page 104: FASE OFENSIVA EM FUTEBOL - Repositório Aberto...87 Figura 5.11. Padrão de conduta definitivo para a conduta critério IEgr, tendo como objecto a conduta contextual – Centro do

Universidade do Porto – FADEUP

Manuel Ramos 82

(dividido em seis partes de quinze minutos cada) (Garganta, 1997). Cada fluxo

da fase ofensiva foi observado tantas vezes quanto as necessárias para se

registar, convenientemente, o fluxo acontecimental.

Na construção do instrumento, em particular na definição de cada critério

vertebrador, foi criado para cada critério/categoria uma raiz identificativa, que

colocada no início de cada código, permite identificar a conduta codificada

como pertencente a um critério (Barreira, 2006). Como se trata de um estudo

onde se analisam a sucessão de eventos em contexto natural, representaram-

se os dados observacionais de forma sequencial. Assim, efectuou-se o registo

dos códigos de cada comportamento ou comportamentos concorrentes

observados, de acordo com a ordem em que se sucedem ao longo de cada

ataque.

Deste modo, a codificação dos comportamentos individuais e colectivos da

equipa em fase ofensiva, tendo por base o contexto de cooperação/oposição, é

o passo imediatamente anterior à utilização de um software específico de

análise sequencial seleccionado para o presente estudo, ou seja, o programa

SDIS-GSEQ de Bakeman & Quera (1996; actualizado em

http://www.ub.e/comporta/sg.htm). Assim, todo o processo de registo dos

dados terá por base a linguagem do referido programa.

O software de registo, conforme a Figura 4.3., foi criado tendo por base a

linguagem do programa de análise, correspondendo aos parâmetros

adequados. Assim, evitando-se erros constantes de registo, uma das medidas

utilizadas na criação do software passou por, por exemplo, apenas permitir

registar uma conduta de final de fase ofensiva depois de assinalada a conduta

de desenvolvimento e respectivas condutas de espaço e contexto de

interacção (CJ e CEI), assim como a colocação do sinal de final (de

multievento, de sequência ou de unidade de observação) e clicar no botão

aceitar. O mesmo se aplica à conduta de desenvolvimento, só podendo ser

registada depois de se assinalar a conduta de início, e respectivos critérios de

Page 105: FASE OFENSIVA EM FUTEBOL - Repositório Aberto...87 Figura 5.11. Padrão de conduta definitivo para a conduta critério IEgr, tendo como objecto a conduta contextual – Centro do

Universidade do Porto – FADEUP

Manuel Ramos 83

formato de campo. Assim, cada multievento apresentará a seguinte

configuração e cronologia de registo:

1º Conduta Comportamental

2º Conduta de Espaço

3º Conduta de Centro do Jogo (CJ)

4º Conduta de Configuração Espacial de Interacção das Equipas (CEI)

5º Sinal de final de multievento (comportamento)

Figura 4.4. - Exemplo do registo de dois multieventos – ordem de registo.

A linguagem do software de análise SDIS-GSEQ apresenta as seguintes

regras:

Após o registo de uma conduta (multievento) será utilizado um ponto

final (.) como passagem para a conduta seguinte da mesma sequência

Para definir o final de uma sequência será utilizado um ponto e vírgula (;)

Para definir o final de uma sequência de fase ofensiva e também do

registo de uma sessão de observação será utilizado o sinal (/)

Cada sequência recolhida diz respeito a uma fase ofensiva, pois um

novo ataque implica a passagem para a linha seguinte.

Por fim, estando as sequências comportamentais registadas, são exportadas

para uma folha Microsoft Excell 2003 (Figura 4.4.), clicando no botão “exportar

para excell”, permitindo-se assim a sua manipulação no software de análise

sequencial referido.

Page 106: FASE OFENSIVA EM FUTEBOL - Repositório Aberto...87 Figura 5.11. Padrão de conduta definitivo para a conduta critério IEgr, tendo como objecto a conduta contextual – Centro do

Universidade do Porto – FADEUP

Manuel Ramos 84

Figura 4.5. - Folha Excell com sequências exportadas do software de visualização e registo das sequências ofensivas da Espanha no Campeonato da Europa Áustria - Suíça 2008 (Barreira, em preparação) 4.4.4. Qualidade dos dados Previamente à aplicação do instrumento ad hoc (Barreira, em preparação) ou

mesmo à analise da qualidade dos dados, realizou-se uma fase exploratória,

no sentido de averiguar se o instrumento ad hoc seria viável para aplicar no

estudo predefinido. Assim, nesta etapa pré-cientifica, de forma passiva,

observou-se e registou-se um conjunto de sequências, nomeadamente as da

primeira parte do jogo que opôs a Espanha à Grécia (jogo não utilizado para a

recolha de dados por não possuir carácter decisivo para a competição). Esta

etapa objectiva também aumentar a identificação entre o observador e o

instrumento a utilizar, assim como com possíveis situações de observação, e

ainda possibilitar que o observador adquira conhecimentos que lhe permitam

tomar decisões mais precisas em etapas posteriores, ou seja, no registo

propriamente dito (activo) (Anguera, 2003).

Neste estudo, para se manter a constância inter-sessional utilizaram-se os

seguintes critérios:

- Todos os jogos pertencem à mesma competição - fase final do

Campeonato da Europa de Futebol Áustria - Suíça 2008;

Page 107: FASE OFENSIVA EM FUTEBOL - Repositório Aberto...87 Figura 5.11. Padrão de conduta definitivo para a conduta critério IEgr, tendo como objecto a conduta contextual – Centro do

Universidade do Porto – FADEUP

Manuel Ramos 85

- Eliminaram-se os jogos sem carácter decisivo para passar à fase

seguinte da prova, designadamente o Espanha – Grécia.

Outras medidas foram também utilizadas para manter ou aumentar a

fiabilidade, tais como o não registo de sequências em caso da não igualdade

numérica de onze jogadores entre as equipas; da inobservabilidade que

impossibilite o registo (por exemplo a ruptura temporária de imagem); ou a

realização de uma fase exploratória (Barreira, 2006). Silva (2004), neste

âmbito, refere que é importante que os procedimentos de medida se

mantenham estáveis, tanto numa comprovação de concordância intra-

observador (o mesmo observador regista a mesma sessão em dois momentos

diferentes) como numa comprovação de concordância inter-observadores (dois

ou mais observadores registam a mesma sessão em separado).

Neste trabalho optou-se pela análise da qualidade dos dados através da

concordância inter-observador, que foi verificada por intermédio do índice de

fiabilidade de Kappa. Para a concretização desta tarefa, dois observadores

procederam ao registo, em separado, das sequências dos primeiros 30 minutos

do jogo da final do EURO 2008, que opôs a Espanha à Alemanha, recorrendo-

se posteriormente ao programa SDIS-GSEQ de Bakeman & Quera (1996;

actualizado em http://www.ub.e/comporta/sg.htm) e à sua função Calcular

Kappa, para determinar a fiabilidade, conforme o Quadro 4.11.

Quadro 4.11. Análise da qualidade de dados: resultados da fiabilidade para cada um dos critérios de formato de campo

CRITÉRIOS DE FORMATO DE CAMPO KAPPA DE COHEN ÍNDICE DE CONCORDÂNCIA

INTER-OBSERVADOR

Inicio da fase ofensiva (I) 1,000 100,00% Desenvolvimento da TEDA 0,9605 97,75%

Desenvolvimento da Posse de Bola (DP) 0,9719 98,20%

Final da fase ofensiva (F) 0,9689 97,53% Espacialização do terreno

de jogo 0,9660 97,08%

Centro do Jogo (CJ) 0,8888 98,43% Configuração Espacial de

Interacção (CEI) 0,9510 96,40%

Page 108: FASE OFENSIVA EM FUTEBOL - Repositório Aberto...87 Figura 5.11. Padrão de conduta definitivo para a conduta critério IEgr, tendo como objecto a conduta contextual – Centro do

Universidade do Porto – FADEUP

Manuel Ramos 86

Através do Quadro 4.11., constata-se que quase todos os critérios possuem um

valor de Kappa superior a 0,9, com excepção para o Centro do Jogo, o que

parece garantir uma elevada estabilidade entre os dois observadores e,

obviamente, transferir-se-á esta relação para posteriores observações. Pode

então ser assumido que existe um forte conhecimento dos observadores em

relação ao instrumento utilizado, e que no processo de observação subsiste

ausência do desejo de ambos. Salienta-se, contudo, que à semelhança do

estudo de Barreira (2006), o critério interaccional Centro do Jogo foi o que

apresentou um valor de Kappa mais baixo, seguindo-se-lhe o outro critério

interaccional – Configuração Espacial de Interacção. Assim, concordamos com

o referido autor (2006), quando refere que estes critérios podem tornar-se de

difícil avaliação, quer pela subjectividade que acarretam ao nível da

interpretação da situação momentâneo de jogo, quer pela inobservabilidade

que a imagem concede relativamente a aspectos relevantes.

Page 109: FASE OFENSIVA EM FUTEBOL - Repositório Aberto...87 Figura 5.11. Padrão de conduta definitivo para a conduta critério IEgr, tendo como objecto a conduta contextual – Centro do

Universidade do Porto – FADEUP

Manuel Ramos 87

4.5. ANÁLISE DOS DADOS A análise sequencial é uma das modalidades de análise qualitativa que se

pode aplicar aos dados observacionais (Silva, 2004). Aplicar-se-á, em

especifico, a técnica de retardos8 ou de transições (lag method).

4.5.1. Análise Sequencial O principal objectivo das técnicas sequenciais é a ordenação de condutas no

tempo, podendo ajudar a compreender como a conduta se produz momento a

momento ou dar uma explicação causal para a sua ordenação (Silva, 2004).

Ou seja, crê-se que a análise sequencial9 procura a comprovação de uma

estabilidade na sucessão de sequências acima das probabilidades que são

outorgadas pelo mero acaso (Anguera, 1992: 192), bem como da emergência

de certas condutas em função da ocorrência de outras (Hérnandez Mendo et

al., 2000).

Este pensamento pode ser aplicado ao jogo de Futebol, na medida em que,

apesar de este tratar de situações de mudança em que o final é aberto e, por

conseguinte, a sua dinâmica tornar-se de difícil análise (Garganta, 2001), sabe-

se que os seus acontecimentos não são apenas condicionados pelo acaso.

Assim, existem comportamentos que se repetem com alguma frequência, que

são perceptíveis de forma intuitiva, e que a sequencialidade de ocorrência

desses comportamentos é também um aspecto observável no jogo de Futebol.

Vários autores defendem que a aplicação da sequencialidade em estudos no

âmbito dos JDC e em particular do Futebol, permitem recolher informação

indutora de um avanço substancial na análise da acção de jogo nesta

modalidade (Silva, 2004).

Como nos estudos de Silva (2004) e de Barreira (2006), das duas abordagens

8 Retardo é o número de ordem que ocupa cada conduta registada a partir de cada ocorrência da conduta critério. 9 O termo Sequencial refere-se a “fenómenos, condutas ou comportamentos (eventos) de relativa temporalidade que vão surgindo no decorrer de um jogo de Futebol, como resultado da interacção entre jogadores da mesma equipa (relação de cooperação) e/ou entre jogadores da equipa adversária (relação de oposição)” (Silva, 2004: 82).

Page 110: FASE OFENSIVA EM FUTEBOL - Repositório Aberto...87 Figura 5.11. Padrão de conduta definitivo para a conduta critério IEgr, tendo como objecto a conduta contextual – Centro do

Universidade do Porto – FADEUP

Manuel Ramos 88

possíveis para a análise sequencial: a modelização e a descrição, será

utilizada a segunda. Esta pressupõe que o observador, carecendo de um

modelo substantivo para as sequências que observa, tenta, de forma indutiva,

descobrir as regularidades existentes nas mesmas (Hernández Mendo &

Anguera, 2000). No âmbito da descrição, a técnica de retardos ou de transições

(lag method) assume-se como a prioritária.

De acordo com Anguera (1983, cit. Silva, 2004:84), a técnica de retardos “…

facilita, senão a identificação directa e exacta de padrões de ocorrência entre

condutas, uma aproximação a ela..” Este método baseia-se na eleição de uma

determinada conduta como Conduta Critério (CC) a partir da qual se contabiliza

as vezes ou tempo em que uma determinada Conduta Objecto (CO) segue a

CC no lugar de ordem seguinte, o qual supõe o primeiro retardo, e assim

sucessivamente até se chegar ao retardo máximo (“max lag”) que nos marca o

fim do padrão de conduta para efeitos interpretativos.

É assim possível aceder a um cálculo de tipo probabilístico, onde um

determinado evento conductural ou comportamental de uma cadeia ou

sequência de eventos conducturais, é dependente tanto do evento inicial

(conduta critério) como dos eventos anteriores, procurando-se encontrar assim,

uma probabilidade nas transições entre os diferentes acontecimentos do jogo

(Castellano Paulis & Hernández Mendo, 2002b), conforme a Figura 4.5..

Procura-se identificar as transições conducturais que resultam da interacção

das equipas em jogo, que pode ser realizada em dois sentidos:

- Sentido retrospectivo: analisam-se os retardos negativos (-1,-2,-3…), ou

seja, condutas que acontecem até chegar a conduta critério;

Conduta Critério (CC) Transição 1 Transição 2 Transição 3

Figura 4.6. Análise Sequencial pela técnica de retardos ou de transições (lag method) (Barreira, 2006: 118)

Page 111: FASE OFENSIVA EM FUTEBOL - Repositório Aberto...87 Figura 5.11. Padrão de conduta definitivo para a conduta critério IEgr, tendo como objecto a conduta contextual – Centro do

Universidade do Porto – FADEUP

Manuel Ramos 89

- Sentido prospectivo: analisam-se os retardos positivos (1,2,3…), ou seja,

condutas que surgem a partir da conduta critério.

De salientar que existem condutas ou categorias que apenas podem ser

analisadas desde um ponto de vista prospectivo (de início) ou retrospectivo (de

final), enquanto outras, devido à sua aplicação no continuum do jogo (de

desenvolvimento) permitem uma dupla análise a partir dos dois sentidos (Silva,

2004), como específica para o presente estudo o Quadro 4.12.

No presente estudo foram seguidas duas formas de apreender a forma

definitiva de padrão conductural:

a. Série de regras interpretativas de carácter convencional que facilitam a

adopção da forma definitiva de padrão;

b. Força de Coesão entre as condutas sequenciais, de acordo com a

lógica do jogo de Futebol e o observado aquando da fase de

observação e recolha dos dados.

Salienta-se que estes padrões encontram-se distinguidos na apresentação dos

resultados, correspondendo ao padrão comportamental sublinhado.

(a) Para definir qual o retardo máximo ou “max-lag” do padrão de conduta

Anguera (2003); citado por Silva (2004: 102) introduziram uma série de regras

interpretativas de carácter convencional que facilitam a adopção da forma

definitiva de padrão:

1. Um padrão de conduta termina de forma natural quando não há mais

retardos excitatórios. Neste estudo, o padrão conductural nunca

excederá o retardo 5, tanto retrospectiva como prospectivamente, pois

este foi convencionado como o retardo máximo;

2. Um padrão de conduta em que há dois retardos consecutivos vazios

(sem condutas excitatórias) termina em consequência destes;

3. Quando num padrão de conduta há dois retardos consecutivos com

várias condutas excitatórias, o primeiro deles denomina-se “max-lag”, e

considera-se o ultimo retardo interpretativo do padrão de conduta.

Page 112: FASE OFENSIVA EM FUTEBOL - Repositório Aberto...87 Figura 5.11. Padrão de conduta definitivo para a conduta critério IEgr, tendo como objecto a conduta contextual – Centro do

Universidade do Porto – FADEUP

Manuel Ramos 90

(b) Em virtude da forte relação excitatória entre condutas sequentes, e tendo

por base a lógica de acontecimento das mesmas em função da lógica interna

do jogo de Futebol e também do que foi observado ao longo do processo de

recolha e registo dos dados, os comportamentos com maior valor de Z foram

relacionados, atribuindo-se-lhe carácter de padrão de jogo, no caso desta

investigação, ofensivo, conforme o exemplo das Figuras 4.5. e 4.6..

Figura 4.7. - Condutas Objecto activadas a partir da Conduta Critério Desenvolvimento da Posse de Bola por Cruzamento Positivo.

Figura 4.8. - Padrão de jogo DPczp encontrado através da forma (b) acima referida

O produto final inerente à utilização da técnica de análise sequencial consiste

num padrão de conduta, que corresponde a um extracto muito condensado da

informação obtida, sendo muito útil para um conhecimento objectivo do

comportamento estudado e para a análise da sua evolução (Hérnandez Mendo

et al., 2000).

4.5.2. Processamento dos dados As sequencias recolhidas das sessões de observação foram introduzidas no

programa SDIS-GSEQ para Windows (versão 4.1.2.) de Bakeman & Quera

(1996; actualizado em http://www.ub.e/comporta/sg.htm), resultando daí um

ficheiro SDS. Através da função do programa check syntax only foram

verificados possíveis erros no processo de digitalização dos dados. Utilizando-

se a função compile SDS file, foi criado um ficheiro MDS, a partir do qual se

DPczp DPdu DPr Frf DPse

DPgra

Fgl

Page 113: FASE OFENSIVA EM FUTEBOL - Repositório Aberto...87 Figura 5.11. Padrão de conduta definitivo para a conduta critério IEgr, tendo como objecto a conduta contextual – Centro do

Universidade do Porto – FADEUP

Manuel Ramos 91

realizou a análise sequencial, pela técnica de retardos ou de transições (lag

method), utilizando para tal as condutas critério que se afiguravam necessárias

e significativas para o estudo, conforme o Quadro 4.12..

Utilizou-se, quer em termos retrospectivos como prospectivos, o lapso 5 de

Transição visto a consistência da sequência se ver muito reduzida a partir do

mesmo (Castellano Paulis, 2000; cit. Silva, 2004). Ou seja, a determinação da

excitatoriedade das transições entre as diferentes condutas consideradas como

critério e objecto teve lugar considerando o padrão sequencial até ao limite 5,

ou seja, pedindo-se retardos de -5 a +5.

Foram seguidos alguns preceitos para o processo de determinação da

excitatoriedade e da relação entre as condutas critério e as condutas objecto:

As cadeias de retardo serão tão longas quanto maior for a existência de

continuidade excitatória entre as condutas critério e objecto, nunca

excedendo os cinco retardos, quer retrospectiva como prospectivamente

(idem, 2004);

Só foram considerados as transições cujo valor de Z fosse igual ou

superior a 1,96, pois este é o que representa uma maior probabilidade

de Transição que o esperado pelo mero conceito da sorte ou acaso,

existindo assim uma dependência excitatória ou positiva. Se o valor Z é

menor que 1,96, a dependência torna-se inibitória ou negativa (Bakeman

& Gottman, 1989: 173);

Quando num retardo existem duas ou mais condutas excitadas,

considera-se como primária aquela cuja diferença entre a probabilidade

condicional e incondicional for maior. A partir deste carácter de

primariedade pode-se ordenar os diferentes padrões de conduta obtidos,

em ordem da maior para a menor força de coesão entre os diferentes

retardos (Anguera, 2003).

Page 114: FASE OFENSIVA EM FUTEBOL - Repositório Aberto...87 Figura 5.11. Padrão de conduta definitivo para a conduta critério IEgr, tendo como objecto a conduta contextual – Centro do

Universidade do Porto – FADEUP

Manuel Ramos 92

Quadro 4.12. Sentidos retrospectivo, prospectivo e retrospectivo-prospectivo utilizadas para realizar a análise sequencial de retardos, tendo como condutas critério o catálogo de condutas que fazem parte das três fases do desenvolvimento da fase ofensiva (Inicio; Desenvolvimento e Final), e os critérios estruturais (espaço) e interaccionais (CJ e CEI).

CONDUTAS OBJECTO CONDUTAS CRITÉRIO ANÁLISE SEQUENCIAL

PROSPECTIVA ANÁLISE SEQUENCIAL

RETROSPECTIVA ANÁLISE SEQUENCIAL

RETROSPECTIVA-PROSPECTIVA

CONDUTAS DE INÍCIO (I)

INICIO DA TRANSIÇÃO-ESTADO

DEFESA/ATAQUE (IE): IEi; IEd; IEgr; IEp

INICIO DA TRANSIÇÃO-

INTERFASE DEFESA/ATAQUE (II):

IIcg; IIi; IIc; IIpb; IIbs; IILL

DESENVOLVIMENTO DA TEDA DTpcp; DTpcn; DTplp; DTpln; DTczp; DTczn; DTcd; DTd; DTrc; DTdu; DTr; DTse; DTdu; DTgro; DTgra. DESENVOLVIMENTO DA POSSE DE BOLA (DP): DPpcp; DPpcn; DPplp; DPpln; DPczp; DPczn; DPcd; DPd; DPrc; DPdu; DPr; DPse; DPdu; DPgro; DPgra; DPI; DPc; DPpb; DPbs; DPLL. FINAL DA FASE OFENSIVA (F): Frf; Frd; Frad; Fgl; Fbad; Fgrad; Ff; Fi. ESPACIALIZAÇÃO: 1;2;3;4;5;6;7;8;9;10;11;12 CENTRO DO JOGO (CJ): Pr; Pa; Pi; SPr; Spa; SPi. CONFIGURAÇÃO ESPACIAL DE INTERACÇÃO (CEI): VAD; ATAD; ATM; ATE; MAD; MM; MAT; ADM; ADAT; EAT; ADV.

CONDUTAS DE DESENVOLVIMENTO DESENVOLVIMENTO DA

TEDA (DT): DTpcp; DTpcn; DTplp; DTpln; DTczp; DTczn;

DTcd; DTd; DTrc; DTdu; DTr; DTse;

DTdu; DTgro; DTgra

DESENVOLVIMENTO DA POSSE DE BOLA (DP):

DPpcp; DPpcn; DPplp; DPpln; DPczp; DPczn; DPcd; DPd; DPrc; DPdu; DPr;

DPse; DPdu; DPgro; DPgra; DPI; DPc;

DPpb; DPbs; DPLL

INICIO DA TEDA (IE): IEi; IEd; IEgr; IEp. INICIO DA TIDA (II): IIcg; IIi; IIc; IIpb; IIbs; IILL ESPACIALIZAÇÃO: 1;2;3;4;5;6;7;8;9;10;11;12 CENTRO DO JOGO (CJ): Pr; Pa; Pi; SPr; Spa; SPi. CONFIGURAÇÃO ESPACIAL DE INTERACÇÃO (CEI): VAD; ATAD; ATM; ATE; MAD; MM; MAT; ADM; ADAT; EAT; ADV.

CONDUTAS DE FINAL

FINAL DA FASE OFENSIVA (F):

Frf; Frd; Frad; Fgl; Fbad; Fgrad; Ff; Fi.

INICIO DA TEDA (IE): IEi; IEd; IEgr; IEp. INICIO DA TIDA (II): IIcg; IIi; IIc; IIpb; IIbs; IILL DESENVOLVIMENTO DA TEDA DTpcp; DTpcn; DTplp; DTpln; DTczp; DTczn; DTcd; DTd; DTrc; DTdu; DTr; DTse; DTdu; DTgro; DTgra. DESENVOLVIMENTO DA POSSE DE BOLA (DP): DPpcp; DPpcn; DPplp; DPpln; DPczp; DPczn; DPcd; DPd; DPrc; DPdu; DPr; DPse; DPdu; DPgro; DPgra; DPI; DPc; DPpb; DPbs; DPLL. ESPACIALIZAÇÃO: 1;2;3;4;5;6;7;8;9;10;11;12 CENTRO DO JOGO (CJ): Pr; Pa; Pi; SPr; Spa; SPi. CONFIGURAÇÃO ESPACIAL DE INTERACÇÃO (CEI): VAD; ATAD; ATM; ATE; MAD; MM; MAT; ADM; ADAT; EAT; ADV.

Page 115: FASE OFENSIVA EM FUTEBOL - Repositório Aberto...87 Figura 5.11. Padrão de conduta definitivo para a conduta critério IEgr, tendo como objecto a conduta contextual – Centro do

Capítulo 4

ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

Page 116: FASE OFENSIVA EM FUTEBOL - Repositório Aberto...87 Figura 5.11. Padrão de conduta definitivo para a conduta critério IEgr, tendo como objecto a conduta contextual – Centro do
Page 117: FASE OFENSIVA EM FUTEBOL - Repositório Aberto...87 Figura 5.11. Padrão de conduta definitivo para a conduta critério IEgr, tendo como objecto a conduta contextual – Centro do

Universidade do Porto – FADEUP

Manuel Ramos 95

5. ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS O presente capítulo encontra-se organizado em duas partes distintas: - a primeira consiste numa análise descritiva e tem por base a utilização de

medidas estatísticas básicas, nomeadamente a frequência absoluta e a

frequência relativa.

- na segunda parte é realizada uma análise sequencial através da técnica de

retardos (lag method). Nesta técnica, uma conduta, tomada como conduta

critério (CC), é considerada como possível iniciadora ou desencadeante das

que se seguem, objectivando-se detectar a ocorrência de padrões de

conduta com maiores probabilidades que as estimadas pelo azar entre as

diferentes categorias desenhadas para representar o fluxo conductural do

jogo (Castellano Paulis & Hérnandez Mendo, 2002a), e ainda averiguar

como mudam as probabilidades de ocorrência de certas condutas em

função da ocorrência prévia de outras (Hérnandez Mendo et al., 2000).

5.1. ANÁLISE DESCRITIVA No Quadro 5.1. são expostas as frequências absolutas (FA) e as frequências

relativas (FR), obtidas para cada uma das categorias ou condutas constituintes

do sistema de observação (instrumento ad hoc) da totalidade da amostra, com

excepção .

No sentido de clarificar a análise descritiva, a mesma foi dividida em três

segmentos: (1) quanto aos códigos indutores de condutas regulares ou

comportamentais; (2) quanto aos códigos indutores de condutas estruturais

(Bakeman & Quera, 1996) (de Espacialização do terreno de jogo); e

contextuais (idem, 1996) (de Centro do Jogo e Contexto Espacial de

Interacção).

Da grande quantidade de informação que contém o Quadro 5.1., analisar-se-á

apenas a que se afigura como mais relevante para o presente estudo.

Page 118: FASE OFENSIVA EM FUTEBOL - Repositório Aberto...87 Figura 5.11. Padrão de conduta definitivo para a conduta critério IEgr, tendo como objecto a conduta contextual – Centro do

Universidade do Porto – FADEUP

Manuel Ramos 96

Quadro 5.1. – Frequências absolutas (FA) e relativas (FR) obtidas para as variáveis estudadas. CATEGORIA FA FR CATEGORIA FA FR

IEi 54 0,003 1 52 0,003 IEd 14 0,001 2 227 0,012 IEgr 42 0,002 3 64 0,003 IEp 147 0,008 4 396 0,021 IIcg 5 0,000 5 1351 0,070 IIi 40 0,002 6 431 0,022 IIc 5 0,000 7 515 0,027 IIpb 41 0,002 8 1009 0,053 IIbs 1 0,000 9 503 0,026 IILL 56 0,003 10 157 0,008 DTpcp 954 0,050 11 320 0,017 DTpcn 48 0,003 12 182 0,009 DTplp 23 0,001 DTpln 15 0,001 Pr 552 0,029 DTczp 10 0,001 Pa 11 0,001 DTczn 11 0,001 Pi 215 0,011 DTcd 210 0,011 SPi 2365 0,123 DTd 70 0,004 SPr 1230 0,064 DTrc 639 0,033 SPa 9 0,000 DTdu 20 0,001 DTr 8 0,000 VAD 68 0,004 DTse 48 0,003 ATAD 749 0,039 DTgro 7 0,000 ATM 7 0,000 DTgra 5 0,000 ATE 147 0,008 DPpcp 996 0,052 MAD 331 0,017 DPpcn 56 0,003 MM 2392 0,125 DPplp 12 0,001 MAT 20 0,001 DPpln 13 0,001 ADM 51 0,003 DPczp 24 0,001 ADAT 325 0,017 DPczn 11 0,001 EAT 266 0,014 DPcd 122 0,006 ADV 25 0,001 DPd 52 0,003 DPrc 798 0,042 TOTAL 19178 1,000 DPdu 41 0,002 DPr 15 0,001 DPse 54 0,003 DPgro 12 0,001 DPgra 2 0,000 DPi 64 0,003 DPc 21 0,001 DPpb 1 0,000 DPbs 0 0,000 DPLL 32 0,002 Frf 31 0,002 Frd 21 0,001 Frad 7 0,000 Fgl 11 0,001 Fbad 244 0,013 Fgrad 27 0,001 Ff 36 0,002 Fi 33 0,002

Page 119: FASE OFENSIVA EM FUTEBOL - Repositório Aberto...87 Figura 5.11. Padrão de conduta definitivo para a conduta critério IEgr, tendo como objecto a conduta contextual – Centro do

Universidade do Porto – FADEUP

Manuel Ramos 97

0100200300400500600700800900

1000

DTpc

p

DTpc

n

DTp

lp

DTp

ln

DTc

zp

DTc

zn

DTcd

DTd

DTr

c

DTd

u

DTr

DTs

e

DTgr

o

DTgr

a

Desenvolvimento da TEDA

Figura 5.2. - Frequência absoluta relativa às condutas de Desenvolvimento da Transição/Estado defesa-ataque

Figura 5.3. - Frequência absoluta relativa às condutas de Desenvolvimento da Fase Ofensiva

0100200300400500600700800900

1000

DPp

cp

DPp

cn

DPpl

p DP

pln

DPcz

p DP

czn

DPc

d DP

d DP

rc

DPdu

D

Pr

DPse

D

Pgro

D

Pgra

DP

i D

Pc

DPpb

DP

bs

DPLL

Desenvolvimento da Fase Ofensiva

5.1.1. Análise descritiva das Condutas Regulares A Fase Ofensiva da Selecção Espanhola, conforme a Figura 5.1., inicia-se

regularmente através de uma acção defensiva (intercepção, desarme, disputa

de bola aérea, etc.), de imediato seguida por passe (IEp).

0

2040

6080

100120

140160

IEi IEd IEgr IEp IIcg IIi IIc IIpb IIbs IILL

Início da Fase Ofensiva

Figura 5.1. - Frequência absoluta relativa às condutas de Início da Fase Ofensiva

Quanto às condutas de Desenvolvimento da Fase Ofensiva, as mais utilizadas

são o passe curto positivo e a recepção/controle, quer no desenvolvimento da

Transição-Estado defesa/ataque como da posse de bola, como mostram as

Figuras 5.2. e 5.3..

A relação entre estas condutas parece ser de todo lógica, na medida em que a

seguir a um passe curto positivo o jogador receptor tende a controlar a bola,

passando-a novamente para um companheiro de equipa. Também o facto do

passe curto ser uma acção mais segura que o passe longo, ou até que a

Page 120: FASE OFENSIVA EM FUTEBOL - Repositório Aberto...87 Figura 5.11. Padrão de conduta definitivo para a conduta critério IEgr, tendo como objecto a conduta contextual – Centro do

Universidade do Porto – FADEUP

Manuel Ramos 98

Figura 5.4. - Frequência absoluta relativa às condutas de Final da Fase Ofensiva

0

50

100

150

200

250

Frf Frd Frad Fgl Fbad Fgrad Ff Fi

Final da Fase Ofensiva

condução e que o drible (Barreira, 2006), pode explicar esta regularidade na

sua frequência de utilização ao longo da Fase Ofensiva.

Relativamente ao Final da Fase Ofensiva, a perda de posse de bola, por erro

do portador da bola e/ou acção do adversário, assume principal destaque,

acontecendo por 244 vezes. As

restantes condutas mostram

alguma homogeneidade,

inferindo-se que existe equilíbrio

entre os comportamentos

indutores de sequências

comportamentais eficazes e não

eficazes, conforme a Figura 5.4.

Os resultados obtidos parecem ir ao encontro dos resultados de Dufour (1991),

quando refere que 90% das posses de bola no Futebol terminam sem um

remate à baliza adversária. Mombaerts (2000) acrescenta que, dependendo a

eficácia ofensiva do número de remates enquadrados com a baliza adversária,

para um golo acontecer é necessário que sejam realizadas dez destas acções.

Em termos absolutos, 83% das sequências ofensivas da Espanha não

terminam de forma eficaz, culminando com a recuperação da posse de bola por

parte da equipa adversária, ou seja, habitualmente a fase dinâmica de jogo

prevalece.

5.1.2. Análise descritiva da Conduta Estrutural: Espaço No que concerne à Espacialização do terreno de jogo, observa-se que o

corredor central ao nível do sector médio (zonas 5 e 8) é o mais utilizado pelos

jogadores na recuperação da posse de bola e na construção da fase ofensiva,

conforme a Figura 5.5..

Page 121: FASE OFENSIVA EM FUTEBOL - Repositório Aberto...87 Figura 5.11. Padrão de conduta definitivo para a conduta critério IEgr, tendo como objecto a conduta contextual – Centro do

Universidade do Porto – FADEUP

Manuel Ramos 99

Figura 5.5. - Frequência absoluta relativa às condutas de Espacialização, em função do campograma (zonas 1 a 12)

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12

Espacialização

Denota-se supremacia do corredor central relativamente aos corredores

laterais, esbatendo-se progressivamente à medida que a equipa progride para

zonas de maior ofensividade.

Estes resultados confirmam

os de Castelo (1996),

Garganta (1997) e

Mombaerts (2000) quando

verificaram que a maior

percentagem de

recuperações de posse de

bola tende a ocorrer na

zona defensiva central e

média-defensiva central. No sector de maior ofensividade (sector ofensivo)

pode observar-se que o corredor lateral direito (zona 12) chega a atingir,

embora de forma ligeira, maior preponderância que a zona lateral esquerda

(zona 10).

Relativamente aos sectores do terreno de jogo, parece manifestar-se a

tendência para um jogo no meio-campo, isto é, os sectores médio-defensivo e

médio-ofensivo são os mais utilizados. Esta prevalência pode ser observada

pela «suavização» do binómio risco – segurança, ou seja, quando ocorre uma

perda da posse de bola na zona média, verifica-se a existência da capacidade

de reorganização defensiva (acções de cobertura ou de compensação) antes

do adversário criar uma oportunidade de golo. Todavia, se ocorrer uma

recuperação da posse de bola, o jogador e a equipa tendem a jogar sem

assumir o risco, mas de forma a privilegiar a segurança de construção ofensiva.

Tratam-se assim de zonas de preparação da situação de finalização na

perspectiva ofensiva, e de organização defensiva ao nível da coesão entre

linhas (proximidade para se formar um bloco compacto sem espaço interior) do

ponto de vista defensivo.

Page 122: FASE OFENSIVA EM FUTEBOL - Repositório Aberto...87 Figura 5.11. Padrão de conduta definitivo para a conduta critério IEgr, tendo como objecto a conduta contextual – Centro do

Universidade do Porto – FADEUP

Manuel Ramos 100

Figura 5.6. - Frequência absoluta relativa às condutas de Centro do Jogo

0

500

1000

1500

2000

2500

Pr Pa Pi SPi SPr SPa

Centro de Jogo

0

500

1000

1500

2000

2500

VA

D

ATA

D

ATM

ATE

MA

D

MM

MA

T

AD

M

ADA

T

EA

T

AD

V

CEI

Figura 5.7. - Frequência absoluta relativa às condutas de Contexto Espacial de interacção

5.1.3. Análise descritiva das Condutas Contextuais: Centro do Jogo (CJ) e Contexto Espacial de Interacção (CEI)

Quanto ao critério Centro do Jogo, definidor do contexto de interacção das

equipas nas zonas próximas da bola, como mostra a Figura 5.6. as situações

de superioridade relativa e de

igualdade não pressionada são

as mais frequentes. Assumindo

que as equipas procuram

constantemente a criação de

situações de superioridade

numérica relativamente ao

adversário, tanto defensiva

como ofensivamente, estes

dados podem ser fundamentais na explicação do sucesso obtido pela Espanha

no Euro 2008, já que permitem concluir que a sua dinâmica de jogo parece

permitir ao portador da bola estar numa situação privilegiada para decidir.

Quanto à superioridade ou à inferioridade numérica absoluta, raramente este

contexto de interacção se observa no fluxo do jogo, ocorrendo o registo destes

códigos apenas por 20 vezes num total de 19178 registos realizados.

A CEI entre as equipas que se regista com maior frequência durante o jogo é a

do tipo MM, ou seja, em que a bola se disputa entre as zonas médias de

ambas as equipas. Também se verifica a ocorrência regular do tipo ATAD, isto

é, em que a bola se disputa entre

a zona atrasada da equipa

observada ou em fase ofensiva e

a zona adiantada da equipa

adversária. Pelo contrário, as CEI

do tipo ADV, MAT, ATM e ADM

tiveram uma frequência bastante

baixa em todos os jogos

codificados em relação ao resto

das categorias do mesmo critério de formato de campo.

Page 123: FASE OFENSIVA EM FUTEBOL - Repositório Aberto...87 Figura 5.11. Padrão de conduta definitivo para a conduta critério IEgr, tendo como objecto a conduta contextual – Centro do

Universidade do Porto – FADEUP

Manuel Ramos 101

5.2. ANÁLISE SEQUENCIAL Serão aqui apresentados os padrões de conduta considerados no presente

estudo mediante a utilização da técnica de retardos. Isolar-se-á cada conduta

critério e agrupar-se-á em cada retardo as condutas objecto associadas. Para

cada conduta critério e em cada retardo em que se observe um padrão de

conduta (e até se atingir o retardo máximo), será possível observar as condutas

regulares, bem como a situação relativa aos critérios estruturais e contextuais.

Ter-se-á assim informação relativa a essa conduta critério considerando

retrospectivamente, prospectivamente ou retrospectiva – prospectivamente

(Quadro 4.12.), através da associação entre as três análises realizadas com as

condutas objecto pretendidas (com as condutas comportamentais, com os

critérios Espacialização do terreno de jogo, Centro do Jogo e Configuração

Espacial e Interacção).

A partir dos resultados das três análises, estabelecer-se –á uma associação

em cada retardo, recolhendo-se informação com qualidade acerca do fluxo

acontecimental de jogo em geral e dos padrões de conduta da Fase Ofensiva

em particular. As relações estabelecidas não devem ser entendidas sob um

ponto de vista determinista, mas sim como uma probabilidade (Pereira, 2005),

já que este tipo de análise procura identificar a probabilidade de transição entre

condutas para além do determinado pela sorte ou acaso (Castellano Paulis &

Hernández Mendo, 2002b). Destaca-se ainda que este procedimento pode

implicar alguns desacertos pois é assumido, desde logo, que mesmo sendo

realizadas três análises em separado, é possível agrupar a informação em

cada retardo e inferir sobre a mesma de uma forma conjunta (Barreira, 2006).

Face ao volume de dados recolhidos e analisados neste estudo, para a

determinação dos padrões de conduta ofensivos utilizou-se o conjunto de

regras interpretativas de carácter convencional que facilita a adopção da forma

definitiva de padrão de Anguera (2003), citado por Silva (2004: 102), e ainda as

relações de elevada força de coesão e em que se denotava concordância com

o observado e registado na fase correspondente.

Page 124: FASE OFENSIVA EM FUTEBOL - Repositório Aberto...87 Figura 5.11. Padrão de conduta definitivo para a conduta critério IEgr, tendo como objecto a conduta contextual – Centro do

Universidade do Porto – FADEUP

Manuel Ramos 102

5.2.1. Padrões de Jogo encontrados para as Condutas de Início da Transição – Estado defesa/ataque (IE) e Início da Transição – Interfase Defesa/Ataque (II)

Quando se analisam as condutas de início de TEDA e início da TIDA (II),

determinam-se os padrões de conduta desde uma análise prospectiva, quer em

termos de condutas comportamentais (Desenvolvimento e Final), como de

estruturais (Espacialização do terreno de jogo) e contextuais (Centro do Jogo e

Contexto Espacial de Interacção), à conduta tomada como critério.

5.2.1.1. Início da TEDA (IE) por recuperação da posse de bola por acção do guarda-redes em fase defensiva – (IEgr)

Verifica-se que a seguir à intervenção do guarda-redes, enquanto conduta que

marca o início da TEDA, existem vários comportamentos possíveis, que podem

implicar o término da Fase Ofensiva, ou a sua continuidade, nunca sendo

encontradas acções que conduzam à eficácia da mesma.

Quadro 5.2. – Padrão de conduta ou “max lag” definitivo para a conduta critério de Início da Transição – Estado defesa/ataque por recuperação da posse de bola pelo guarda-redes (IEgr), tendo como condutas objecto: as regulares (desenvolvimento e final), as estruturais (espaço) e as contextuais (CJ e CEI).

Conduta Critério - IEgr Análise Prospectiva

R 1 R 2 R 3 R 4 R 5

Condutas Regulares: - Desenvolvimento - Final

DTpcp (3,87) DTplp (3,21) DTpln (4,17)

DTrc (4,82) Fgrad (3,20)

Fi (3,20) DTpcp (4,40) DTcd (2,69)

DTrc (3,13) DTczn (2,96)

Conduta Estrutural: - Espaço 2 (10,24) 6 (2,23) 5 (2,70) 5 (2,21)

6 (2,24) Conduta Contextual: - Centro de Jogo SPr (4,13) SPr (4,31) SPr (3,59)

Conduta Contextual: - CEI

VAD (11,60) ADM (2,04) ATE (3,86) ATE (5,56) MAD (3,92) ATE (2,40)

MAD (3,09) Como se observa nas Figuras 5.8 e 5.9., e analisando os restantes critérios

quanto aos comportamentos de jogo subsequentes, pode ser referido que é o

guarda-redes que tende a manter a posse de bola e a dar continuidade à

TEDA. Esta inferência vem confirmar o que Silva (2004) concluiu, isto é, após

recuperação da posse de bola pelo guarda-redes, é este que dá continuidade à

Fase Ofensiva.

Page 125: FASE OFENSIVA EM FUTEBOL - Repositório Aberto...87 Figura 5.11. Padrão de conduta definitivo para a conduta critério IEgr, tendo como objecto a conduta contextual – Centro do

Universidade do Porto – FADEUP

Manuel Ramos 103

Figura 5.8. - Padrão de conduta definitivo para a conduta critério IEgr, tendo como objecto as condutas regulares – desenvolvimento e final.

Figura 5.9. - Padrão de conduta definitivo para a conduta critério IEgr, tendo como objecto as condutas regulares – desenvolvimento e final.

Parecem existir, portanto, dois padrões - um eficaz e outro ineficaz:

No padrão eficaz, e analisando também as Figuras 5.10. e 5.11., o guarda-

redes permanece na posse de bola numa zona recuada do terreno de jogo

(zona 2) com superioridade numérica relativa (SPr), realizando de seguida

um passe curto para o sector médio (zona 6), permitindo que a equipa,

através de um jogo apoiado (método de jogo ofensivo ataque posicional),

consiga atingir a zona ofensiva de forma a dar continuidade ao ataque. A

preferência pela zona 6, parece estar relacionada com a opção frequente

da Selecção de Espanha em atribuir ao jogador que ocupa esse espaço

tarefas essencialmente de equilíbrio defensivo em detrimento de funções

de estruturação do jogo ofensivo. Estes resultados vão ao encontro dos

obtidos num estudo de Barreira et al. (2009) sobre o EURO 2008, que

relata que 60% das vezes que o jogador Capdevila (normalmente ocupa a

zona 4) tem a bola ele a passa ao jogador Marchena (assume a função de

defesa central, sendo normalmente o responsável por dar cobertura

ofensiva à zona 4).

No segundo padrão de jogo, o guarda-redes cria uma situação de imediata

perda da posse de bola. Este facto parece ser consequência de um passe

longo que tenta aproveitar a possível desorganização momentânea do

adversário – opção primeira de TEDA. No entanto, na maioria das vezes,

IEgr

DPd

DTrc DTpcp

DTcd

DTrc DTpcp

DTczn

IEgr DTpln

Fgrad

Fi

Page 126: FASE OFENSIVA EM FUTEBOL - Repositório Aberto...87 Figura 5.11. Padrão de conduta definitivo para a conduta critério IEgr, tendo como objecto a conduta contextual – Centro do

Universidade do Porto – FADEUP

Manuel Ramos 104

embora esta opção de risco seja antecipada (a bola é perdida no sector

ofensivo e com as linhas defensiva e média atrás da linha da bola), não

parece surtir o efeito desejado. Assim, a bola é normalmente perdida logo

no retardo 2, e mesmo quando a sua posse é mantida para além desse

momento não costumam ser criadas situações de finalização.

Posto isto, torna-se importante realçar que a alternância de métodos e ritmos

de jogo são, desde logo, uma das preocupações do guarda-redes da EObs..

Figura 5.10. - Padrão de conduta definitivo para a conduta critério IEgr, tendo como objecto a conduta estrutural – Espaço.

Figura 5.11. - Padrão de conduta definitivo para a conduta critério IEgr, tendo como objecto a conduta contextual – Centro do Jogo.

Quando a conduta de início de TEDA por acção do guarda-redes ocorre, a

equipa adversária tende a fazer recuar as suas linhas, objectivando a

recuperação e a reorganização defensiva, criando um contexto de interacção

de alguma liberdade de acção para o portador da bola (superioridade numérica

relativa - SPr), como mostra a Figura 5.11..

Se atentarmos ainda à Figura 5.12., verifica-se que esta forma de recuperação

da posse de bola activa configurações espaciais de interacção entre as equipas

em que a bola se disputa entre a zona atrasada da equipa observada (em fase

ofensiva) e a zona externa da equipa adversária (ATE) ou entre a zona média

da equipa observada e a zona adiantada da equipa adversária (MAD).

IEgr 2 6 5

6

5

IEgr SPr SPr SPr

Page 127: FASE OFENSIVA EM FUTEBOL - Repositório Aberto...87 Figura 5.11. Padrão de conduta definitivo para a conduta critério IEgr, tendo como objecto a conduta contextual – Centro do

Universidade do Porto – FADEUP

Manuel Ramos 105

Figura 5.12. - Padrão de conduta definitivo para a conduta critério IEgr, tendo como objecto a condutas contextual – contexto espacial de interacção.

Estes contextos espaciais de interacção, principalmente o do tipo MAD, tem

uma elevada componente de segurança quando a equipa tem a posse da bola,

oferecendo garantias para a sua manutenção, sem que suponha risco de

perda. Isto sugere que após a perda de posse da bola por intercepção do

adversário - principalmente no sector defensivo e com menor intensidade no

sector intermédio defensivo – as equipas parecem preferir reorganizar-se

defensivamente, fazendo recuar a sua zona mais adianta em vez de pressionar

o opositor na tentativa de voltar a recuperar a posse da bola ou de pelo menos

interromper o desenvolvimento da sua fase ofensiva (Silva, 2004).

Com esta atitude defensiva do adversário, a equipa que recupera a posse da

bola vê-se confrontada com contextos de interacção que dificultam o

desenvolvimento do seu ataque, dando origem a um jogo de ataque posicional

com grande controlo sobre a bola mas com uma maior dificuldade de

progressão. Contudo, estamos convencidos que na Selecção de Espanha, este

estilo de jogo parece ser o preferido, não estando a sua utilização dependente

das dificuldades impostas pelo adversário.

5.2.1.2. Início da Transição – Estado Defesa/Ataque (IE) por recuperação

da posse de bola por acção defensiva seguida de passe – (IEp)

Importa, desde já, referir que a conduta em análise no Quadro 5.3. engloba

todas as acções defensivas (intercepção, desarme, duelo, etc.) enquanto

imediatamente precedidas de passe, sendo excepção a acção do guarda-

redes.

IEgr

VAD

ATE ATE

ATE

ADM

MAD

MAD

Page 128: FASE OFENSIVA EM FUTEBOL - Repositório Aberto...87 Figura 5.11. Padrão de conduta definitivo para a conduta critério IEgr, tendo como objecto a conduta contextual – Centro do

Universidade do Porto – FADEUP

Manuel Ramos 106

Quadro 5.3. – Padrão de conduta ou “max lag” definitivo para a conduta critério de Início da Transição – Estado defesa/ataque por recuperação da posse de bola por acção defensiva seguida de passe (IEp), tendo como condutas objecto: as regulares (desenvolvimento e final), as estruturais (espaço) e as contextuais (Centro do Jogo e Contexto Espacial de Interacção).

Conduta Critério - IEp Análise Prospectiva

R 1 R 2 R 3 R 4 R 5

Condutas Regulares: - Desenvolvimento - Final

DTrc (9,53) DTpcp (7,88) DTrc (5,47) DTpcp (4,98) DTpcp (4,03)

Conduta Estrutural: - Espaço 5 (5,09) 5 (2,25)

Conduta Contextual: - Centro de Jogo SPi (3,05) SPi (2,57)

Conduta Contextual: - CEI MM (4,30) MM (2,78) MM (2,50) MM (2,10)

Da revisão da literatura efectuada é possível concluir que para as equipas que

se encontram em processo de organização ofensiva é fundamental que exista

simultaneamente uma preocupação defensiva. Porém, esta nunca se deve

sobrepor à tentativa de obtenção do objectivo do jogo em geral e da fase

ofensiva em particular - o golo.

Ou seja, como refere Barreira (2006), a equipa deve tentar atingir rapidamente

o último sector do terreno de jogo mas através de meios vantajosos e efectivos,

o que se traduz em comportamentos coincidentes com a manutenção do

equilíbrio ofensivo. Assim, alguns elementos da equipa devem adoptar atitudes

de maior segurança defensiva enquanto outros devem ter presente acções de

risco, não significando contudo que os primeiros não possam surgir em

condições favoráveis para finalizar, embora o devam fazer com rigor e critério

para não ser descurado o equilíbrio ofensivo da equipa em posse de bola.

A este respeito, e como é perceptível na Figura 5.13., a Selecção Espanhola

opta por conservar a posse de bola, privilegiando a fase de construção do

ataque, com os seus jogadores a jogarem a dois toques (recepção-passe),

fazendo a bola girar a grande velocidade.

Page 129: FASE OFENSIVA EM FUTEBOL - Repositório Aberto...87 Figura 5.11. Padrão de conduta definitivo para a conduta critério IEgr, tendo como objecto a conduta contextual – Centro do

Universidade do Porto – FADEUP

Manuel Ramos 107

Figura 5.13. - Padrão de conduta definitivo para a conduta critério IEp, tendo como objecto as condutas regulares – desenvolvimento e final.

Figura 5.14. - Padrão de conduta definitivo para a conduta critério IEp, tendo como objecto a conduta estrutural – espaço.

Como podemos observar na Figura 5.14., após a recuperação da posse de

bola, a Espanha normalmente procura o corredor central. Pensamos que este

comportamento se justifica por este se afigurar mais propício à finalização,

sendo nele que se encontra a baliza e mais opções para o portador de bola.

Pensamos, também, que este facto está intrinsecamente ligado a dois factores:

(1) o primeiro relaciona-se com a própria estrutura que a Espanha apresenta

em campo, com dois avançados centro, assumindo-se sempre como referência

após a recuperação da posse de bola; (2) pela enorme mobilidade e qualidade

técnico-táctica dos médios, que permite, por um lado, que haja sempre

coberturas ofensivas e, por outro, que dificilmente o adversário consiga criar

situações de superioridade numérica (Figura 5.15.) relativamente ao Centro do

Jogo, no sector médio, conforme a Figura 5.16..

Figura 5.15. - Padrão de conduta definitivo para a conduta critério IEp, tendo como objecto a conduta contextual – Centro do Jogo.

Figura 5.16. - Padrão de conduta definitivo para a conduta critério IEp, tendo como objecto a condutas contextual – Contexto Espacial de Interacção.

IEp DTrc DTpcp DTrc DTpcp DTpcp

IEp SPi SPi

IEp MM MM MM MM

IEp 5 5

Page 130: FASE OFENSIVA EM FUTEBOL - Repositório Aberto...87 Figura 5.11. Padrão de conduta definitivo para a conduta critério IEgr, tendo como objecto a conduta contextual – Centro do

Universidade do Porto – FADEUP

Manuel Ramos 108

5.2.1.3. Início da Transição – Interfase Defesa/Ataque (II) por recuperação da posse de bola por infracção do adversário às leis do jogo – (IIi)

O Quadro 5.4 reforça os resultados acima analisados, uma vez que mesmo nos

Esquemas Tácticos a Espanha opta por jogar curto, deslocando

sistematicamente o Centro do Jogo para zonas recuadas, “aliciando” assim o

adversário para zonas mais afastadas da sua baliza. Supõe-se que esta opção

táctica pode estar também relacionada com uma questão antropométrica, já

que a média de alturas dos jogadores da Espanha é inferior à da maior parte

das equipas adversárias presentes no Euro 2008, sendo este um indicador, à

partida, de insucesso na disputa de bolas aéreas. Pensamos ainda que a zona

do terreno de jogo onde tem lugar este comportamento de início da Fase

Ofensiva influencia o seu padrão acontecimental.

Quadro 5.4. – Padrão de conduta ou “max lag” definitivo para a conduta critério de Início da Transição – Interfase Defesa/Ataque (II) por recuperação da posse de bola por infracção do adversário às leis do jogo (IIi), tendo como condutas objecto: as regulares (desenvolvimento e final), as estruturais (espaço) e as contextuais (Centro do Jogo e Contexto Espacial de Interacção).

Conduta Critério - IIi Análise Prospectiva

R 1 R 2 R 3 R 4 R 5

Condutas Regulares: - Desenvolvimento - Final

DPrc (7,00) DPpcp (8,17) DPrc (4,51) DPpcp (5,55) DPrc (4,65)

Conduta Estrutural: - Espaço 8 (2,57) 8 (2,12)

2 (2,16) 7 (2,40) 10 (3,63)

Conduta Contextual: - Centro do Jogo

Conduta Contextual: - CEI VAD (3,31) VAD (4,07)

EAT (2,70)

Ao contrário do encontrado por Silva (2004), designadamente que as acções

ofensivas que se iniciam com um lance de bola parada têm grande

probabilidade de interromper a continuidade da fase ofensiva, desencadeando-

se comportamentos de final de ataque ou condutas que lhe estão de alguma

forma associadas, na Selecção da Espanha verificou-se que a opção por “sair

a jogar” no desenvolvimento destes lances permite a continuidade da dinâmica

ofensiva da equipa.

Page 131: FASE OFENSIVA EM FUTEBOL - Repositório Aberto...87 Figura 5.11. Padrão de conduta definitivo para a conduta critério IEgr, tendo como objecto a conduta contextual – Centro do

Universidade do Porto – FADEUP

Manuel Ramos 109

5.2.1.4. Início da Transição – Interfase Defesa/Ataque (II) por recuperação da posse de bola por pontapé de canto a favor – (IIc)

Neste ponto encontra-se, pela primeira vez, uma conduta associada à

obtenção do objectivo nuclear do jogo de Futebol - o golo. De facto, dos 11

golos apontados pela Espanha no Euro 2008, três foram na sequência de

pontapé de canto a favor. Parecem existir dois pontapés de canto padrão na

Selecção nacional de Espanha, conforme as Figuras 5.17. e 5.18..

Quadro 5.5. – Padrão de conduta ou “max lag” definitivo para a conduta critério de Início da Transição – Interfase Defesa/Ataque (II) por recuperação da posse de bola por pontapé de canto a favor (IIc), tendo como condutas objecto: as regulares (desenvolvimento e final), as estruturais (espaço) e as contextuais (Centro do Jogo e Contexto Espacial de Interacção).

Conduta Critério - IIc Análise Prospectiva

R 1 R 2 R 3 R 4 R 5

Condutas Regulares: - Desenvolvimento - Final

DPpcp (3,53)DPr (8,96)

DPrc (4,09) DPgra (8,82)

DPpcp (2,63)Frd (9,57)

DPrc (3,65) DPr (10,49) Fgl (7,12)

Conduta Estrutural: - Espaço

10 (7,90) 11 (15,55)

Conduta Contextual: - Centro do Jogo Pi (5,09) SPi (2,37) Pi (2,51)

Conduta Contextual: - CEI ADAT (5,64) MAT (4,63)

EAT (2,75)

No pontapé de canto padrão (1), conforme a Figura 5.17., a bola é jogada para

o espaço exterior à grande área, normalmente para um colega que está

desviado do aglomerado de jogadores que se encontra mais perto da baliza

adversária. Parece haver, depois, uma pequena circulação de bola, que pode

envolver o executante do esquema

táctico, com o intuito de fazer a

equipa adversária deslocar-se para

fora da área. Por fim, a bola é

colocada em jogadores que

realizam diagonais de ruptura,

aproveitando a equipa adversária

em contra-pé.

CC: IIc

R3: DPr

Figura 5.17. – Padrão (1) de conduta IIc eficaz

R1: DPpcp

R2: DPczp

Page 132: FASE OFENSIVA EM FUTEBOL - Repositório Aberto...87 Figura 5.11. Padrão de conduta definitivo para a conduta critério IEgr, tendo como objecto a conduta contextual – Centro do

Universidade do Porto – FADEUP

Manuel Ramos 110

Como ilustra a Figura ao lado, o

pontapé de canto tipo (2) é

marcado de “forma convencional”,

com a bola a ser enviada pelo

executante para a área,

procurando atingir o alvo com o

mínimo de comportamentos

procedentes à marcação.

Como esperado, este comportamento excita, com elevada intensidade, as

zonas onde, habitualmente, evolui o Centro do Jogo logo após a marcação do

pontapé de canto (zonas 10 e 11) e, obviamente, de forma semelhante, a

Configuração espacial de interacção do tipo ADAT e EAT, que caracterizam

esta situação de jogo. A elevada excitação do CEI do tipo MAT no retardo -2

(Z=4.63.), permite inferir que o canto curto é frequentemente utilizado.

A análise do CJ mostrou ainda resultados que confirmam a substancial

dificuldade em contrariar a igualdade numérica neste tipo de lances, parecendo

ser através da vantagem de ter a bola parada e assim poder decidir sob essa

condição, bem como a evolução da condição táctico-estratégica nesta tipologia

de acontecimentos de jogo, as principais razões para que o sucesso ofensivo

tenha vindo a crescer na generalidade das equipas.

5.2.1.5. Início da Transição – Interfase defesa/ataque (II) por recuperação

da posse de bola por pontapé de baliza a favor – (IIpb)

Parecem existir duas opções quanto à forma de marcação do pontapé de

baliza, conforme o Quadro 5.6.: (1) a bola é enviada para as zonas próximas da

área, privilegiando-se a fase de construção do ataque; (2) a bola é enviada

para o meio-campo ofensivo, onde é disputada pelos avançados da Espanha,

habitualmente Torres ou Villa.

CC: IIc

R1: DPr

Figura 5.18. – Padrão (2) de conduta IIc eficaz

Page 133: FASE OFENSIVA EM FUTEBOL - Repositório Aberto...87 Figura 5.11. Padrão de conduta definitivo para a conduta critério IEgr, tendo como objecto a conduta contextual – Centro do

Universidade do Porto – FADEUP

Manuel Ramos 111

Apesar dos pontapés de baliza marcados de forma longa se revelarem mais

frequentes, facto que parece contrariar os comportamentos analisados até

então, parece-nos de todo lógico referir que este aspecto pode dever-se à

vantagem no resultado momentâneo da Espanha em quase todo o tempo

regulamentar dos jogos em que participou no EURO 2008. Ou seja, derivado

desta condicionante, os adversários tendem a subir as respectivas linhas,

criando limitações ou mesmo impossibilitando que se pudessem executar estes

comportamentos de modo curto e seguro.

Quadro 5.6. – Padrão de conduta ou “max lag” definitivo para a conduta critério de Início da Transição – Interfase Defesa/Ataque (II) por recuperação da posse de bola por pontapé de baliza a favor (IIpb), tendo como condutas objecto: as regulares (desenvolvimento e final), as estruturais (espaço) e as contextuais (Centro do Jogo e Contexto Espacial de Interacção)

Conduta Critério - IIpb Análise Prospectiva

R 1 R 2 R 3 R 4 R 5

Condutas Regulares: - Desenvolvimento - Final

DPdu (8,08) DPpcp (3,89)Fbad (6,55) DPrc (3,65) DPse (5,20) DPrc (3,20)

Conduta Estrutural: - Espaço 8 (6,74) 8 (2,80)

Conduta Contextual: - Centro do Jogo

Conduta Contextual: - CEI

ATAD (2,50) ADAT (6,93)

O modo de execução do pontapé de baliza longo contraria o comummente

defendido, designadamente o envio da bola para as zonas laterais. Assim, a

Espanha parece optar por uma execução propositada para direccionar a bola

para o corredor central, o que no nosso entender implica um risco maior se

houver perda imediata da bola. Contudo, por outro lado poderá permitir que os

médios, jogadores que são os principais responsáveis pela construção do jogo

ofensivo da Espanha, recuperem um número maior de “segundas bolas” nas

zonas 5 e 8 do corredor central, e em zonas mais próximas da baliza

adversária.

Page 134: FASE OFENSIVA EM FUTEBOL - Repositório Aberto...87 Figura 5.11. Padrão de conduta definitivo para a conduta critério IEgr, tendo como objecto a conduta contextual – Centro do

Universidade do Porto – FADEUP

Manuel Ramos 112

5.2.2. Padrões de Jogo encontrados para as condutas de Desenvolvimento da Transição-Estado defesa/ataque (DT)

No presente investigação considera-se que para existir uma Transição-Estado

defesa/ataque é necessário que a recuperação da posse de bola se dê de

modo directo, isto é, que se mantenha a fase dinâmica de jogo (Mombaerts,

2000).

5.2.2.1. Desenvolvimento da Transição-Estado defesa/ataque (DT) por passe curto positivo – DTpcp

A partir da análise descritiva efectuada, verifica-se que a conduta tomada aqui

como critério é a que mais vezes ocorre no fluxo acontecimental do jogo (ver

Figura 5.2.). Na apreciação da conduta desenvolvimento da TEDA por passe

curto positivo, existe um padrão conductural longo relativamente às condutas

regulares (início, desenvolvimento e final) e à conduta estrutural (espaço), tanto

do ponto de vista retrospectivo como prospectivo. A partir da análise do Quadro

5.7., verifica-se uma alteração das tendências observadas nas últimas grandes

competições de Selecções (Silva, 2004), uma vez que mesmo em situação de

TEDA a Espanha adopta uma fase ofensiva em que a construção privilegia a

amplitude do terreno de jogo em detrimento da verticalização do ataque, sendo

assim mais demorada mas também mais segura.

Quadro 5.7. – Padrão de conduta ou “max lag” definitivo para a conduta critério de Desenvolvimento da Transição – Estado Defesa/Ataque (DT) por passe curto positivo (DTpcp), tendo como condutas objecto: as regulares (início, desenvolvimento e final), as estruturais (espaço) e as contextuais (CJ e CEI).

R -5 R -4 R -3 R -2 R -1 Conduta Critério DTpcp R 1 R 2 R 3 R 4 R 5

DTrc (17.43)

DTpcp (22.91)

DTrc (24.60)

IEp (12,41) DTpcp (33,22)

DTrc (37,85)

Condutas Regulares - Início

- Desenvolvimento - Final

DTrc (43,66)

DTpcp (36.79)

DTd (7.94)

DTcd (26.95)

DTpcp (24.69)

DTd (6.34)

DTrc 19.09

2 (2,60) 5 (2,63) 6 (2,68)

2 (4,04) 5 (4,19) 2 (4,97)

1 (2,56) 3 (2,19) 5 (3,72) 6 (4,07)

Conduta Estrutural - Espaço

4 (2,17) 5 (4,46) 6 (3,49)

5 (4,58) 6 (1,98) 6 (2,62) 3 (2,51) 4 (2,28)

SPr (2,93) SPr

(2,48) SPr

(2,86) SPr

(4,44) Conduta Contextual

- Centro do Jogo SPr (2,50)

ATE (2,49) MM

(5,07)

Conduta Contextual - CEI

MM (2,96)

ATE (2,36) MM

(3,34)

MM (2,61)

MM (2,11)

Page 135: FASE OFENSIVA EM FUTEBOL - Repositório Aberto...87 Figura 5.11. Padrão de conduta definitivo para a conduta critério IEgr, tendo como objecto a conduta contextual – Centro do

Universidade do Porto – FADEUP

Manuel Ramos 113

Através das Figuras 5.19. e 5.20 verifica-se que a conduta de desenvolvimento

da TEDA por passe curto positivo é sobretudo activada pela conduta de

recepção/controle e pelas zonas do meio-campo defensivo, quer retrospectiva

como prospectivamente. Assume-se, portanto, que a selecção de Espanha

privilegia uma construção do ataque com segurança através da utilização do

passe curto, raramente efectuado ao primeiro toque, tornando comum a

sequência passe curto (positivo) – recepção/controle – passe curto (positivo).

Figura 5.19. - Padrão de conduta definitivo para a conduta critério DTpcp, tendo como objecto as condutas regulares – início, desenvolvimento e final.

Figura 5.20. - Padrão de conduta definitivo para a conduta critério DTpcp, tendo como objecto a conduta estrutural – espaço. É relevante notar que, embora a fase de construção ocorra no sector

intermédio e com as linhas médias das equipas em oposição, conforme a

Figura 5.22., a selecção Espanhola consegue ter sempre superioridade relativa

no Centro do Jogo (ver Figura 5.21.). Esta situação parece dever-se à

mobilidade dos seus médios mas também à zona onde se encontra a bola -

longe da baliza adversária -, pelo que o adversário tenderá a efectuar uma

oposição mais passiva, esperando no próprio meio-campo pela Espanha.

Figura 5.21. - Padrão de conduta definitivo para a conduta critério DTpcp, tendo como objecto a conduta contextual – Centro do Jogo.

DTrc

Ip

DTpcp DTrc DTrc

DTpcp

DTcd DTrc DTpcp DTrc

DTpcp DTd

DTpcp

DTd

1

DTpcp 5 5 6 6 2

2

3

5

6

2 5

6

4

5

6

3

4

DTpcp SPr SPr SPr SPr SPr

Page 136: FASE OFENSIVA EM FUTEBOL - Repositório Aberto...87 Figura 5.11. Padrão de conduta definitivo para a conduta critério IEgr, tendo como objecto a conduta contextual – Centro do

Universidade do Porto – FADEUP

Manuel Ramos 114

Figura 5.22. - Padrão de conduta definitivo para a conduta critério DTpcp, tendo como objecto a condutas contextual – Contexto Espacial de Interacção.

Quanto aos resultados obtidos referentes à conduta critério Desenvolvimento

da TEDA por passe curto negativo, verifica-se que nas transições a partir do

momento em que existe uma aproximação à baliza adversária as condutas

contextuais alteram-se, aumentando a pressão ao portador da bola no Centro

do Jogo e, naturalmente, o CEI passa para contexto ADAT. Nestas condições,

é possível concluir que o passe curto não é eficaz uma vez que induz a um

encurtamento do espaço de jogo efectivo, facilitando a concentração e,

consequentemente, beneficiando a equipa que defende.

5.2.2.2. Desenvolvimento da Transição-Estado defesa/ataque (DT) por

passe longo positivo – DTplp

É perceptível, através do Quadro 5.8., que a CC em análise é, com elevada

probabilidade, uma acção de jogo indutora de eficácia ofensiva,

consubstanciada na obtenção quer de golo, quer de acções que o permitem

(situações de pré-finalização), como são os cruzamentos e os remates.

Quadro 5.8. – Padrão de conduta ou “max lag” definitivo para a conduta critério de Desenvolvimento da Transição – Estado Defesa/Ataque (DT) por passe longo positivo (DTplp), tendo como condutas objecto: as regulares (início, desenvolvimento e final), as estruturais (espaço) e as contextuais (CJ e CEI).

R -5 R -4 R -3 R -2 R -1 Conduta Critério DTplp R 1 R 2 R 3 R 4 R 5

DTrc (4.50)

DTpcp (3.76)

DTrc (5,38)

DTpcp (4,90)

IEgr (6,05) DTrc (4,10)

Condutas Regulares - Início

- Desenvolvimento - Final

DTdu (12,30)

DTczp (4.26)

Fgl (4.26)

DTdu (6.68)

DTr (6.61)

DTgra (8.10)

3 (2,35) 6 (2,33) 1 (2,25) 1 (2,13) 6 (2,05) 2 (2,89)

6 (4,32) Conduta Estrutural

- Espaço 11

(4,31) 12

(2,33) 11

(3,01) 11

(3,09) 11

(2,20)

Conduta Contextual - Centro do Jogo

Pi (4,68)

Pr (2,91)

ATE (2,40)

ATAD (2,17) ATE

(2,06)

MAD (2,22)

Conduta Contextual - CEI

ADAT (4,16) EAT

(4,67) ADV

(2,66)

ADV (5,84)

ADAT (3,70)

ADAT (3,43)

DTpcp

ATE

MM

ATE MM MM

MM MM

Page 137: FASE OFENSIVA EM FUTEBOL - Repositório Aberto...87 Figura 5.11. Padrão de conduta definitivo para a conduta critério IEgr, tendo como objecto a conduta contextual – Centro do

Universidade do Porto – FADEUP

Manuel Ramos 115

R-1: DTrc

R 2: Fgl

R1: DTdu

Figura 5.24. – Padrão de conduta DTplp eficaz

Encontram-se, nesta análise, conforme a Figura 5.23., vários padrões de jogo,

todos com a mesma lógica sequencial. Ou seja, antes da ocorrência do passe

longo, o fluxo de jogo desenvolve-se por zonas recuadas do terreno de jogo

(sector defensivo e sector médio-defensivo), podendo ser precedida (retardo 1)

por um início de TEDA pelo guarda-redes ou por um passe curto (retardo 2),

sendo que, na conduta imediatamente anterior à conduta critério, existe uma

recepção/controle de bola. Este aspecto parece indicar que para a execução de

um passe longo, os jogadores necessitam de a preparar através do domínio

(controle) da bola, sendo o passe longo, portanto, uma acção técnico-táctica

individual de difícil concretização.

Figura 5.23. - Padrão de conduta definitivo para a conduta critério DTplp, tendo como objecto a conduta estrutural – espaço.

Estes resultados parecem estar em consonância com a literatura, na medida

em que demonstram que o passe longo é uma conduta que exibe bastante

eficácia aquando da transição defesa-ataque (Barreira, 2006). No entanto,

normalmente, os padrões de

eficácia são mais elevados quando

a bola é enviada para os corredores

laterais, o que não é o caso da

selecção da Espanha que privilegia,

os lançamentos para o corredor

central, conforme Figura 5.24..

O comportamento DTplp é precedido de acções em zonas defensivas, sendo

através desta conduta que a bola é enviada para o sector ofensivo.

Imediatamente a seguir ao passe longo positivo, verifica-se uma situação de

igualdade pressionada (ver Figura 5.25.). A literatura aponta para que

imediatamente a seguir a um passe longo, a situação no Centro do Jogo seja

2

DTplp 1 11 12 11 11 1

3

6

11 6

6

Page 138: FASE OFENSIVA EM FUTEBOL - Repositório Aberto...87 Figura 5.11. Padrão de conduta definitivo para a conduta critério IEgr, tendo como objecto a conduta contextual – Centro do

Universidade do Porto – FADEUP

Manuel Ramos 116

de inferioridade absoluta (Silva, 2004), embora neste estudo os resultados

apontem noutro sentido, o que pode dever-se ao facto da Espanha jogar com

dois avançados centro, ambos posicionados sobre o corredor central,

encontrando-se frequentemente próximos dos defesas centrais adversários.

Figura 5.25. - Padrão de conduta definitivo para a conduta critério DTplp, tendo como objecto a conduta contextual – Centro do Jogo.

Através do passe longo é possível deslocar de forma súbita o Centro do Jogo

para zonas mais ofensivas e, embora aí a pressão sobre o portador da bola

seja maior, o Contexto Espacial de Interacção é favorável, conforme aponta a

Figura 5.26.. Pressupõe-se que assim se passa a jogar mais perto do alvo

adversário e numa situação de menor complexidade do ponto de vista

interaccional, conduzindo ao sucesso deste tipo de comportamentos.

Figura 5.26. - Padrão de conduta definitivo para a conduta critério DTplp, tendo como objecto a condutas contextual – Contexto Espacial de Interacção.

Sendo o passe longo em profundidade uma das características do estilo de

jogo directo, os padrões de jogo encontrados vão ao encontro do que Reep et

al. (1968), Franks et al. (1983, 1990), Partridge & Franks (1989), Gréhaigne

(1999), cit. Hughes & Franks (2005), Hughes et al. (1988), Bate (1988),

Mombaerts (2000) e Barreira (2006) concluem nos respectivos estudos, ou

seja, que a movimentação da bola deve ser tão directa quanto possível, de

forma a atingir rapidamente as zonas de finalização (zonas 10, 11 e 12),

traduzindo-se este comportamento por um número reduzido de passes. De

acordo com Hughes & Franks (2005), apesar de o jogo directo ser sempre mais

eficiente do ponto de vista da concretização do golo, é através de um jogo mais

tecido e trabalhado, onde prevaleçam os passes curtos, que se verifica uma

DTplp Pi Pr

ATAD

DTplp ATE EAT ADV ADAT ATE

ADAT MAD

ADV

ADAT

Page 139: FASE OFENSIVA EM FUTEBOL - Repositório Aberto...87 Figura 5.11. Padrão de conduta definitivo para a conduta critério IEgr, tendo como objecto a conduta contextual – Centro do

Universidade do Porto – FADEUP

Manuel Ramos 117

maior realização de remates. Contudo, esta última inferência, de acordo com

os mesmos autores (2005), é apenas aplicável em equipas de nível superior,

isto é, que possuem uma aceitável capacidade de realizar uma sequência

longa de passes.

Reep et al. (1971), citados por Hughes & Franks (2005), referem que

aproximadamente 80% dos golos são obtidos através de sequências de passe

de número igual ou inferior a 3. Já Mombaerts (2000) refere que a eficácia de

finalização é inversamente proporcional ao número de passes realizados para

chegar à baliza adversária, o que é comprovado por Hughes & Franks (2005)

aquando da análise dos padrões de golos obtidos nos Mundiais de Futebol de

1990 e 1994. Estes autores (2005), tal como Basto et al. (1997) e Mombaerts

(2000), concluíram que a maior eficácia surge de sequências curtas passes

(igual ou inferior a 4). Ou seja, segundo Hughes & Franks (2005), 80% dos

golos obtidos decorrem de sequências de passes de número igual ou inferior a

4, pelo que à medida que o número de passes por posse de bola aumenta, a

probabilidade de acontecerem golos diminui numa relação proporcionalmente

inversa.

Atrevemo-nos a dizer, através da recolha e análise dos dados do actual

Campeão Europeu, que a eficácia da fase ofensiva não se limita ao número

reduzido de passes, mas sim através da integração deste comportamento

quando o contexto de interacção o permite e o requer.

Os resultados obtidos relativamente à CC de Desenvolvimento da Transição-

Estado defesa/ataque por passe longo negativo confirma os resultados acima

mencionados, na medida em que o passe longo sem sucesso normalmente é

antecedido por condução de bola ou é realizado pelo guarda-redes, sendo a

distância a percorrer pela bola maior e, normalmente, a trajectória menos fiável.

Podemos então concluir que para o sucesso desta acção de jogo é necessário

um tempo ou uma acção prévia de preparação, normalmente a

recepção/controle de bola.

Page 140: FASE OFENSIVA EM FUTEBOL - Repositório Aberto...87 Figura 5.11. Padrão de conduta definitivo para a conduta critério IEgr, tendo como objecto a conduta contextual – Centro do

Universidade do Porto – FADEUP

Manuel Ramos 118

5.2.2.3. Desenvolvimento da Transição-Estado defesa/ataque (DT) por cruzamento positivo – DTczp

O comportamento de cruzamento positivo, entendido neste estudo como o

envio da bola desde as zonas laterais mais ofensivas do campograma (10 e 12)

para a área (11), não encontra na literatura associações evidentes e

declaradas com eficácia ofensiva (Caldeira, 2001; Silva, 2004). Como sustenta

Silva (2004), a realização de cruzamento pode induzir eficácia mas também

pode originar a perda da posse de bola, inferência confirmada pelos resultados

do nosso estudo, conforme a Figura 5.27..

Quadro 5.9. – Padrão de conduta ou “max lag” definitivo para a conduta critério de Desenvolvimento da Transição – Estado Defesa/Ataque (DT) cruzamento positivo (DTczp), tendo como condutas objecto: as regulares (início, desenvolvimento e final), as estruturais (espaço) e as contextuais (CJ e CEI).

R -5 R -4 R -3 R -2 R -1 Conduta Critério DTczp R 1 R 2 R 3 R 4 R 5

IEi (3.01) IEp

(3.24)

DTcd (2.66)

IEd (5.32)

DTplp (5,37) DTdu (5,37)

DTcd (3,85)

Condutas Regulares - Início

- Desenvolvimento - Final

DTse (12.11)

DPczp (4.69)

Fgl (7.43)

DPdu (6.19)

DPczp 4.58 Frad

(8.73)

DPse (4.93)

9 (3,38) 8 (2,22) 9 (2,18)

12 (7,71)

Conduta Estrutural - Espaço

11 (8,90)

10 (5,78)

11 (3,50)

10 (3,93)

10 (3,81)

11 (3,65)

10 (2,61)

SPr (2,35) Pi

(4,86) Conduta Contextual - Centro do Jogo Pr

(3,68) Pi

(3,35) Pi

(3,74)

MAT (4,96) EAT

(8,75)

Conduta Contextual - CEI

ADAT (5,12) ADV

(6,18)

ADV (5,99)

ADAT (3,76)

ADAT (2,60) EAT

(2,85)

EAT (2,34)

Através da Figura 5.27., observa-se que um cruzamento positivo é

normalmente antecedido de condução, corroborando Silva (2004). Ao invés,

um cruzamento sem sucesso acontece habitualmente quando é realizado logo

no primeiro contacto com a bola. Trata-se, assim, à semelhança do passe

longo, de uma acção com alguma complexidade de execução, pelo que parece

necessitar de uma fase de preparação, normalmente realizada através da

conduta de condução de bola.

Figura 5.27. - Padrão de conduta definitivo para a conduta critério DTczp, tendo como objecto as condutas regulares – início, desenvolvimento e final.

DTplp

DTczp IEd DTse

DPczp

DPdu DPse DTcd

IEi

Fgl

DPczp

DTdu

DTcd

Frad IRp

Page 141: FASE OFENSIVA EM FUTEBOL - Repositório Aberto...87 Figura 5.11. Padrão de conduta definitivo para a conduta critério IEgr, tendo como objecto a conduta contextual – Centro do

Universidade do Porto – FADEUP

Manuel Ramos 119

R-1: DTcd

R 2: Fgl

R1: DTse

Figura 5.28. – Padrão de conduta DTczp eficaz

Como é ilustrado na Figura 5.28, o

sucesso ofensivo aparece no retardo 2

uma vez que estamos numa situação

de transição rápida, em que

normalmente o cruzamento “recuado”

alcança a linha defensiva adversária

em movimentação contrária ?a

direcção da bola, dificultando assim a

sua intervenção com êxito.

A Figura 5.29. exibe que a Espanha, aquando em transição, opta quase sempre

pela utilização do corredor direito, utilizando preferencialmente as zonas 9 e 12.

Esta parece ser uma situação que pode ser explicada pela lateralidade dos

avançados da Espanha já que ambos se revelam destros. Acreditamos que este é

um factor que condiciona, de forma decisiva, a efectividade dos cruzamentos.

Figura 5.29. - Padrão de conduta definitivo para a conduta critério DTczp, tendo como objecto a conduta estrutural – espaço.

A verticalização do jogo ofensivo da Espanha (estilo de jogo directo) pode estar

associada a contextos de jogo desfavoráveis no Centro do Jogo, conforme

Figura 5.30. A existência de uma situação de igualdade pressionada no

retardo -2 levará a que perante o risco de perda de posse de bola, se jogue

longo, para zonas mais ofensivas do terreno de jogo.

Figura 5.30. - Padrão de conduta definitivo para a conduta critério DTczp, tendo como objecto a conduta contextual – Centro do Jogo.

Como seria de esperar, esta conduta integrante do Desenvolvimento da TEDA

excita com elevada intensidade a CEI do tipo EAT antes do cruzamento e

ADAT e ADV depois de executada a conduta critério.

9

DTczp 9 11

10

10 12

10

11

10 8

11

Pi

DTczp SPr Pr Pi Pi

Page 142: FASE OFENSIVA EM FUTEBOL - Repositório Aberto...87 Figura 5.11. Padrão de conduta definitivo para a conduta critério IEgr, tendo como objecto a conduta contextual – Centro do

Universidade do Porto – FADEUP

Manuel Ramos 120

5.2.2.4. Desenvolvimento da Transição-Estado defesa/ataque (DT) por condução – DTcd

Como se pode observar no Quadro 5.10., a conduta de desenvolvimento da

TEDA por condução de bola apresenta um padrão temporal longo tanto na

apreciação retrospectiva como numa visão prospectiva, quando são atendidas

as condutas regulares ou comportamentais do fluxo acontecimental do jogo.

Quadro 5.10. – Padrão de conduta ou “max lag” definitivo para a conduta critério de Desenvolvimento da Transição – Estado Defesa/Ataque (DT) por condução (DTcd), tendo como condutas objecto: as regulares (início, desenvolvimento e final), as estruturais (espaço) e as contextuais (CJ e CEI).

R -5 R -4 R -3 R -2 R -1 Conduta Critério DTcd R 1 R 2 R 3 R 4 R 5

IEp (3.21) DTpcp (7.60)

DTrc (8.65)

DTpcp 10,56

DTrc (14,02)

IEi (17,58) DTpcp (14,91)

Condutas Regulares - Início

- Desenvolvimento - Final

DTpcp (19.42)

DTrc (12.98)

DTpcp (9.57)

DTczp (6.69)

DTpcp (7.58) DTd

(6.43) 1 (2,65) 2 (2,22) 3 (3,98)

2 (2,42) 2 (5,47) 5 (3,61) 5 (3,06) 5 (4,06)

3 (3,12) Conduta Estrutural

- Espaço 8 (4,62) 8 (3,25) 9 (2,32)

11 (2,51)

Pa (2,43)

SPr (4,11)

SPr (3,46)

Conduta Contextual - Centro do Jogo

Spi (2,74)

Pa (2,45)

ATM (1,98) ATE

(2,43)

VAD (3,21)

MM (2,53)

VAD (2,52) MM

(2,53)

Conduta Contextual - CEI

ATM (3,59) MM

(5,35) MAT (4,11)

Verifica-se, através da Figura 5.31., que a condução de bola é activada tanto

por condutas de início da fase ofensiva como por comportamentos de

desenvolvimento da TEDA, não havendo qualquer probabilidade para que

imediatamente a seguir a esta se verifique o final do ataque já que excita

apenas outras condutas que permitem a continuidade do mesmo, como são o

passe, o drible e o cruzamento. No entanto, as duas últimas são condutas que

podem conduzir a fase ofensiva para situações de pré-finalização ou

finalização (Silva, 2004).

Figura 5.31. - Padrão de conduta definitivo para a conduta critério DTcd, tendo como objecto as condutas regulares – início, desenvolvimento e final.

IEi

DTcd DTpcp DTpcp DTrc DTpcp DTczp DTrc

IEp DTpcp

DTpcp DTd DTpcp

DTrc

Page 143: FASE OFENSIVA EM FUTEBOL - Repositório Aberto...87 Figura 5.11. Padrão de conduta definitivo para a conduta critério IEgr, tendo como objecto a conduta contextual – Centro do

Universidade do Porto – FADEUP

Manuel Ramos 121

O presente estudo comprova os de Silva (2004) e Barreira (2006) pois permite

verificar que a condução de bola é uma acção muito utilizada para transportar a

bola, em situação de transição, para zonas do terreno de jogo de maior

ofensividade, nomeadamente da zona 5 para a 8, aproveitando a superioridade

numérica relativa criada no Centro do Jogo, conforme as Figuras em baixo.

Figura 5.32. - Padrão de conduta definitivo para a conduta critério DTcd, tendo como objecto a conduta estrutural – espaço.

Figura 5.33. - Padrão de conduta definitivo para a conduta critério DTcd, tendo como objecto a conduta contextual – Centro do Jogo.

5.2.2.5. Desenvolvimento da Transição-Estado defesa/ataque (DT) por drible (1x1) – DTd

A acção de drible pode ser entendida como uma condução de bola destinada a

«eliminar» um ou vários adversários, tendo as mudanças de direcção, de

velocidade e as fintas um papel fundamental na sua execução (Barreira, 2006).

Assim, por drible, neste estudo, entende-se o portador da bola procurar

ultrapassar o(s) seu(s) adversário(s) directo(s), e manter a posse de bola ou

ganhar posição ou espaço sobre este(s), mantendo a continuidade do ataque.

Atendendo à conjectura da anterior definição, prever-se-ia o que o Quadro

5.11. evidencia, ou seja, que o drible é uma conduta excitatória de eventos de

perda de bola, faltas, intervenções do adversário e novos duelos (Caldeira,

2001), mas por outro, de situações de continuidade do ataque, tal como

concluiu Barreira (2006). No entanto, visto estarmos em situação de transição,

normalmente associada a mais espaço, menos complexidade e adversário algo

desequilibrado, vislumbra-se que as condutas mais excitadas, são, de longe, as

que permitem concluir com êxito a fase ofensiva ou então permitir a sua

continuidade.

2

DTcd

2

8 8 3

9

5

11 5

1

2 2

2

SPr

DTcd SPi Pa SPr Pa

Page 144: FASE OFENSIVA EM FUTEBOL - Repositório Aberto...87 Figura 5.11. Padrão de conduta definitivo para a conduta critério IEgr, tendo como objecto a conduta contextual – Centro do

Universidade do Porto – FADEUP

Manuel Ramos 122

Quadro 5.11. – Padrão de conduta ou “max lag” definitivo para a conduta critério de Desenvolvimento da Transição – Estado Defesa/Ataque (DT) por drible (1x1) (DTd), tendo como condutas objecto: as regulares (início, desenvolvimento e final), as estruturais (espaço) e as contextuais (CJ e CEI).

R -5 R -4 R -3 R -2 R -1 Conduta Critério DTd R 1 R 2 R 3 R 4 R 5

DTcd (6.32)

DTpcp (5,61)

DTcd (8,43)

DTpcp (7,31)

DTrc (7,37)

Condutas Regulares - Início

- Desenvolvimento - Final

DTr (5.29)

Fgl (4.65)

DTgra (3.77)

DTr (3.33)

DTgra (4.89)

DTpcn (4.20) DTr

(3.98) DPi

(4.95) Fgl

(3.98)

8 (2,61)

9 (2,13) 11

(4,81) 12

(2,57)

Conduta Estrutural - Espaço

11 (6,49)

3 (4,59) 11

(5,97)

11 (3,96)

10 (3,55)

10 (2,82)

Pr (3,44)

Pr (2,78)

Pi (3,27)

Conduta Contextual - Centro do Jogo

Pr (3,63)

Pa (2,12)

SPi (2,07)

ATM (3,13) MAT (3,13)

ATM (3,13)

MM (2,98)

MM (3,21) ADAT (1,98)

EAT (6,06)

Conduta Contextual - CEI

ADAT (7,25) EAT

(3,03) ADV

(2,55)

ADAT (3,97)

ADAT (5,33)

EAT (3,16)

ADV (4,62)

Relativamente ao padrão encontrado, confirma-se o preconizado por Caldeira

(2001), que refere que as situações de 1x1 são substancialmente precedidas

de combinações tácticas ou de episódios de condução. Como mostra a Figura

5.34., antes da ocorrência do drible a Espanha tende a circular rapidamente a

bola, a dois toques e pelo corredor central, concentrando a defesa adversária,

até ser criada uma situação de 1x1 passível de ser aproveitada com sucesso.

Figura 5.34. - Padrão de conduta definitivo para a conduta critério DTd, tendo como objecto as condutas regulares – início, desenvolvimento e final. O drible comporta risco para a organização defensiva da equipa atacante, que

adquirem contornos mais gravosos quando é realizada em zonas recuadas do

terreno de jogo. Daí também se compreender que, de forma a «diminuir» o

risco que lhe inere, as zonas excitadas que precedem e procedem o drible no

desenvolvimento da TEDA sejam as do meio-campo ofensivo (Figura 5.35.).

DTrc

DTd DTcd

DTr

DTgra DTr DTgra DTpcp DTcd

DTr

DPi

DTpcp

Fgl

Fgl

DTpcn

Page 145: FASE OFENSIVA EM FUTEBOL - Repositório Aberto...87 Figura 5.11. Padrão de conduta definitivo para a conduta critério IEgr, tendo como objecto a conduta contextual – Centro do

Universidade do Porto – FADEUP

Manuel Ramos 123

Figura 5.35. - Padrão de conduta definitivo para a conduta critério DTd, tendo como objecto a conduta estrutural – espaço.

Aglutinando estas informações com as obtidas na conduta critério anterior –

condução de bola -, estabelece-se um padrão de jogo eficaz de TEDA da

Selecção Espanhola, conforme Figura 5.36.. Assim, após recuperação da

posse de bola, quando surge uma situação no Centro do Jogo favorável (SPr),

dá-se o transporte de bola pelo corredor central através de condução de bola

da zona 5 para a zona 8, acelerando-se jogo. Aí, a equipa da Espanha tende a

circular rapidamente a bola, a dois toques e pelo corredor central,

concentrando a defesa adversária, até ser criada uma situação de 1x1 passível

de ser aproveitada. Esta Configuração é normalmente criada num contexto CEI

de EAT (Figura 5.37.) em que o portador de bola utiliza o drible para se

deslocar para o corredor central e tentar finalizar.

Figura 5.37. - Padrão de conduta definitivo para a conduta critério DTcd, tendo como objecto a condutas contextual – Contexto Espacial de Interacção.

ADAT

DTd MM EAT ADAT ADAT EAT ATM MAT

ADV

MM

ADV

ADAT

EAT

ATM

11

DTd 11

3

11 10 10 8

11

9

12

R-2: DTpcp

R 1: Fgl

Figura 5.36. – Padrão de conduta DTd eficaz

R-3: DTcd

Page 146: FASE OFENSIVA EM FUTEBOL - Repositório Aberto...87 Figura 5.11. Padrão de conduta definitivo para a conduta critério IEgr, tendo como objecto a conduta contextual – Centro do

Universidade do Porto – FADEUP

Manuel Ramos 124

5.2.2.6. Desenvolvimento da Transição-Estado defesa/ataque (DT) por recepção/controle – DTrc

O comportamento de recepção/controle de bola, como se constata na análise

sequencial das condutas de passe curto e de passe longo positivos (ver

Quadros 5.7. e 5.8.), encontra-se fortemente relacionada com acções de

passe, corroborando os estudos de Caldeira (2001), Silva (2004), Barreira

(2006) e Lopes (2007). Torna-se assim compreensível a relação retrospectiva e

prospectiva com as condutas de passe, sobretudo com as de passe curto,

verificada no Quadro 5.12. pois estes são comportamentos que acontecem

com maior frequência que os passes longos no fluxo do jogo da Espanha.

Quadro 5.12. – Padrão de conduta ou “max lag” definitivo para a conduta critério de Desenvolvimento da Transição-Estado defesa/ataque (DT) por recepção/controle (DTrc), tendo como condutas objecto: as regulares (início, desenvolvimento e final), as estruturais (espaço) e as contextuais (CJ e CEI).

R -5 R -4 R -3 R -2 R -1 Conduta Critério DTrc R 1 R 2 R 3 R 4 R 5

DTpcp 17.67

DTcd (6,72) DTrc

(18.97)

DTpcp 24,83

DTcd (13,45) DTrc

(22,55)

DTpcp 39,78

Condutas Regulares - Início

- Desenvolvimento - Final

DTpcp (38.92)

DTcd (14.09) DTrc

(29.03)

DTpcp (25.57)

DTrc (19.38)

DTpcp (18.37)

2 (4,08) 6 (3,35) 2 (3,21) 6 (3,02) 6 (2,93) 2 (4,04)

6 (2,43) Conduta Estrutural

- Espaço

1 (2,03) 3 (2,76) 4 (2,43) 5 (3,70) 6 (3,22)

5 (2,76) 5 (5,02) 3 (5,27) 5 (2,27)

Pa (2,18)

Conduta Contextual - Centro do Jogo

SPr (4,11)

VAD (2,93)

VAD (2,72) ATE

(1,99)

MM (2,78)

VAD (5,04) MM

(2,02)

Conduta Contextual - CEI

ATE (4,31) MM

(2,17) MM

(2,35)

Em relação ao espaço, à semelhança da conduta de passe curto, mantém uma

elevada probabilidade de transição de carácter associativo com as zonas do

sector médio-defensivo nos dois sentidos de análise. Neste ponto é confirmado

o referido para as condutas de passe curto e de passe longo positivos, isto é,

que existe uma relação de coesão muito forte entre estas acções de jogo e a

conduta critério, confirmando Silva (2004) e Barreira (2006), quando referem

que se trata de uma acção muito utilizada no processo de construção da fase

ofensiva, neste caso, de Desenvolvimento TEDA.

Page 147: FASE OFENSIVA EM FUTEBOL - Repositório Aberto...87 Figura 5.11. Padrão de conduta definitivo para a conduta critério IEgr, tendo como objecto a conduta contextual – Centro do

Universidade do Porto – FADEUP

Manuel Ramos 125

5.2.2.7. Desenvolvimento da Transição-Estado defesa/ataque (DT) por duelo – DTdu

Caldeira (2001), no seu estudo sobre a relevância contextual das situações de

1x1 no processo ofensivo em Futebol, com recurso à análise sequencial,

encontrou, em termos de análise retrospectiva, resultados semelhantes aos da

presente investigação quanto à conduta de duelo (ver Quadro 5.13.), referindo

que estes são fortemente activados por um passe longo anterior.

Quadro 5.13. – Padrão de conduta ou “max lag” definitivo para a conduta critério de Desenvolvimento da Transição-Estado defesa/ataque (DT) por duelo (DTdu), tendo como condutas objecto: as regulares (início, desenvolvimento e final), as estruturais (espaço) e as contextuais (CJ e CEI).

R -5 R -4 R -3 R -2 R -1 Conduta Critério DTdu R 1 R 2 R 3 R 4 R 5

DTse (5.52)

IEd (6.92)

IIi (3.91)

DTplp (5,62)

DTcd (3,67) DTrc (3,06)

DTplp (9,67)

Condutas Regulares - Início

- Desenvolvimento - Final

DTr (5.06) DTse (6.14) DPi

(5.60) DPc

(6.35) DPLL (4.91) Fbad (4.97)

DTgra (7.43)

DPLL (3.05)

Fgl (5.39)

DPcd (4.10)

DPpcn (4.58) DPi

(2.57)

6 (4,74) 3 (2,17) 6 (2,07) 2 (5,36) Conduta Estrutural

- Espaço

7 (2,09) 10

(2,93) 12

(3,64)

11 (2,94)

11 (3,01)

12 (3,20)

Conduta Contextual - Centro do Jogo

Pi (6,11)

Conduta Contextual - CEI

ADAT (4,56) ADV

(4,26)

ADV (3,64)

ADM (2,85) ADV

(3,72))

EAT (2,80)

Em termos prospectivos, os duelos parecem ser comportamentos excitadores

de eventos que atrasam ou interrompem o desenvolvimento normal da fase

ofensiva, que podem, com alguma facilidade, desencadear o final e/ou

continuidade do ataque. Quando consideradas as condutas objecto estruturais

e de interacção, os padrões de jogo encontrados parecem seguir uma lógica,

uma vez que com a realização do passe longo a bola passa para zonas do

campo mais ofensivas (7, 10 e 12), com alterações constantes da Configuração

de interacção (ADAT) e situações de igualdade pressionada, que pode dever-

se à disputa aérea da bola.

Page 148: FASE OFENSIVA EM FUTEBOL - Repositório Aberto...87 Figura 5.11. Padrão de conduta definitivo para a conduta critério IEgr, tendo como objecto a conduta contextual – Centro do

Universidade do Porto – FADEUP

Manuel Ramos 126

5.2.2.8. Desenvolvimento da Transição-Estado defesa/ataque (DT) por remate – DTr

O remate é considerado o comportamento que traduz o último passo para a

obtenção do objectivo principal do jogo, podendo ser entendido como a

expressão do resultado da fase ofensiva, indicando que este não foi abortado e

conseguiu chegar à fase de finalização (Garganta, 1997).

Quadro 5.14. – Padrão de conduta ou “max lag” definitivo para a conduta critério de Desenvolvimento da Transição-Estado defesa/ataque (DT) por remate (DTr), tendo como condutas objecto: as regulares (início, desenvolvimento e final), as estruturais (espaço) e as contextuais (CJ e CEI).

R -5 R -4 R -3 R -2 R -1 Conduta Critério DTr R 1 R 2 R 3 R 4 R 5

DTr (11.03)

DTgra (12.42)

DTr (7,92)

DTgra (11,08)

DTd (6,36) DTgra (11,64)

Condutas Regulares - Início

- Desenvolvimento - Final

DTgra (52.35)

DTr (7.78)

Fgl (6.93)

DTgra (10.08)

DPc (5.24)

DTr 9.85 Frad 10.80

11 (5,84)

11 (7,80)

10 (4,51)

11 (12,21)

11 (15,39)

Conduta Estrutural - Espaço

11 (7,41)

10 (3,38)

11 (3,17)

12 (2,86)

10 (3,57)

11 (4,62)

11 (2,49)

Pr (4,19) Conduta Contextual

- Centro do Jogo

ADAT 2,60

ADAT (6,55) ADV

(12,17)

ADAT (10,3)

ADAT (9,82)

Conduta Contextual - CEI

EAT (2,60) ADV

(9,86)

EAT (2,89)

ADAT (5,24)

ADAT (2,60)

Na Figura 5.38. pode-se observar que entre as condutas excitadas, aquela que

mantém uma relação de coesão mais forte com a conduta critério é a de

desenvolvimento da TEDA por intervenção do guarda-redes adversário

(DTgra). O drible assume-se como incentivador do remate, confirmando os

resultados descritos anteriormente.

Figura 5.38. - Padrão de conduta definitivo para a conduta critério DTr, tendo como objecto as condutas regulares – início, desenvolvimento e final.

Os resultados das Figuras 5.39. e 5.40. vão ao encontro dos de Silva (2004),

quando refere que do ponto de vista retrospectivo, o remate à baliza é activado

pelas zonas 10 e 11 do terreno de jogo e pela Configuração espacial de

interacção das do tipo ADAT. Em termos prospectivos excita, também, no

DTd

DTr DTr

Dtr

DPc DTgra DTr

DTr

Frad

DTgra DTgra

Fgl

DTgra

DTgra

Page 149: FASE OFENSIVA EM FUTEBOL - Repositório Aberto...87 Figura 5.11. Padrão de conduta definitivo para a conduta critério IEgr, tendo como objecto a conduta contextual – Centro do

Universidade do Porto – FADEUP

Manuel Ramos 127

retardo 1, a zona 11 e a CEI do tipo ADAT, havendo uma forte probabilidade

para que a uma maior distância continuem a ser excitadas, quer as mesmas

condutas, quer as zonas do sector ofensivo (12 e 10) e a CEI do tipo ADV, que

se assume como de maior perigo em termos de jogo ofensivo.

Figura 5.39. - Padrão de conduta definitivo para a conduta critério DTr, tendo como objecto a conduta estrutural – espaço.

Figura 5.40. - Padrão de conduta definitivo para a conduta critério DTr, tendo como objecto a condutas contextual – Contexto Espacial de Interacção. 5.2.2.9. Desenvolvimento da Transição-Estado defesa/ataque (DT) por

acção do guarda-redes da equipa em fase defensiva – DTgra

O Quadro 5.18. reforça os resultados anteriormente obtidos na medida em que

a conduta critério - Desenvolvimento da TEDA por acção do guarda-redes da

equipa em fase defensiva - é activada por um remate, que por sua vez foi

precedida de um drible ou de uma intervenção do guarda-redes. Normalmente,

quando o guarda-redes adversário intervém há um novo remate e uma

posterior intervenção, acabando a transição, sendo a fase ofensiva continuada

através da marcação de um pontapé de canto a favor.

11

DTr 11 11 11 11 11

10

11

12

10

11

10

ADAT

DTr

ADAT EAT

ADAT ADAT ADAT ADAT

ADV

EAT

ADV

Page 150: FASE OFENSIVA EM FUTEBOL - Repositório Aberto...87 Figura 5.11. Padrão de conduta definitivo para a conduta critério IEgr, tendo como objecto a conduta contextual – Centro do

Universidade do Porto – FADEUP

Manuel Ramos 128

Quadro 5.15. – Padrão de conduta ou “max lag” definitivo para a conduta critério de Desenvolvimento da Transição-Estado defesa/ataque (DT) por acção do guarda-redes da equipa em fase defensiva (DTgra), tendo como condutas objecto: as regulares (início, desenvolvimento e final), as estruturais (espaço) e as contextuais (Centro do Jogo e Contexto Espacial de Interacção).

R -5 R -4 R -3 R -2 R -1 Conduta Critério DTgra R 1 R 2 R 3 R 4 R 5

DTplp (8.97)

IEi (3.72) DTd

(4,65)

DTr (10,07)

DTd (4,26) DTr

(7,72) DTgra (14,06)

DTr (52,33)

Condutas Regulares - Início

- Desenvolvimento - Final

DTr (10.39)

DTr (11.09) DTgra (14.06)

DPc (6.77)

DTr (11.61)

Frad (10.70)

DPc (7.75)

10 (4,15)

11 (4,04)

11 (7,02)

11 (10,02)

11 (12,44)

10 (2,52)

11 (11,09)

Conduta Estrutural - Espaço

11 (4,56)

10 (3,39)

11 (3,18)

10 (2,24)

10 (2,61)

11 (2,37)

Pr (2,36)

Pi (2,50)

Pi (1,97)

Conduta Contextual - Centro do Jogo

ADAT (3,27) EAT

(3,06)

ADAT (9,57)

ADAT (10,7)

ADAT (8,18)

ADAT (4,06) ADV

(24,59)

Conduta Contextual - CEI

ADV (14,50)

ADAT (2,22)

Conforme o Quadro em cima, a zona mais frequentemente utilizada para a

finalização das transições da Espanha é a 11, num contexto de igualdade

pressionada e em que se confrontam a linha adiantada da Espanha com a

atrasada da equipa adversária ou com o guarda-redes adversário.

Posto isto, não podemos deixar de “estranhar” a ausência de obtenção de golo

na análise prospectiva efectuada, parecendo indicar que esta Selecção é

pouco eficaz neste contexto tendo em conta o número total de situações

criadas.

Page 151: FASE OFENSIVA EM FUTEBOL - Repositório Aberto...87 Figura 5.11. Padrão de conduta definitivo para a conduta critério IEgr, tendo como objecto a conduta contextual – Centro do

Universidade do Porto – FADEUP

Manuel Ramos 129

5.2.3. Padrões de Jogo encontrados para as condutas de Desenvolvimento da Posse de Bola (DP)

De acordo com a organização da dinâmica do jogo de Futebol desta

investigação (ver Figura 2.4.), as condutas de Desenvolvimento são

consideradas em duas componentes: da Transição-Estado defesa/ataque e da

Posse de Bola. A segunda é a aqui considerada, podendo não ocorrer numa

sequência conductural, quando o fluxo de jogo corresponde a uma Fase

Ofensiva em Transição. Um outro aspecto relevante diz respeito às condutas

DP, que são as mesmas do critério de desenvolvimento da TEDA, diferindo

pela passagem do Estado de Transição para a fase de posse de bola, além de

serem acrescentadas condutas correspondentes a situações estáticas do jogo,

ou seja, subsequentes a uma interrupção da fase dinâmica. 5.2.3.1. Desenvolvimento da Posse de Bola (DP) por passe curto positivo

– DPpcp

O passe curto positivo encontra-se fortemente associado, quer retrospectiva

como prospectivamente, à conduta de recepção/controle de bola, pelas razões

anteriormente enunciadas para a conduta desenvolvimento da TEDA pela

mesma conduta.

Quadro 5.16. – Padrão de conduta ou “max lag” definitivo para a conduta critério de Desenvolvimento da Posse de Bola (DP) por passe curto positivo (DPpcp), tendo como condutas objecto: as regulares (início, desenvolvimento e final), as estruturais (espaço) e as contextuais (CJ e CEI).

R -5 R -4 R -3 R -2 R -1 Conduta Critério DPpcp R 1 R 2 R 3 R 4 R 5

DPrc (19.32)

DPpcp 23.95

DPcd (7,75) DPrc

(28,76)

DPpcp 34,89

DPcd (13,83) DPrc

(44,42)

Condutas Regulares - Início

- Desenvolvimento - Final

DPcd (15.21) DPrc

(43.81)

DPpcp (35.86)

DPcd (9.42) DPrc

(25.39)

DPpcp (23.67)

DPcd (6.52) DPrc

(16.58)

5 (2,36) 7 (3,75) 9 (2,16)

Conduta Estrutural - Espaço

2 (2,38) 7 (2,45)

Conduta Contextual - Centro do Jogo

Pi (2,12)

SPi (2,91)

ATAD 4,82 MAD (3,63)

Conduta Contextual - CEI

VAD (3,37) ATAD 2,73 MAD (2,73

Page 152: FASE OFENSIVA EM FUTEBOL - Repositório Aberto...87 Figura 5.11. Padrão de conduta definitivo para a conduta critério IEgr, tendo como objecto a conduta contextual – Centro do

Universidade do Porto – FADEUP

Manuel Ramos 130

Para além da recepção/controle, conforme o Quadro 5.19., atendendo ao

comportamento que precede a CC, ao contrário do verificado relativamente à

mesma conduta em situação TEDA, é a seguir a uma condução de bola, em

zonas correspondentes aos corredores laterais (7 e 9), que o passe curto é

executado, tal como Silva (2004) concluiu no seu estudo.

Analisando as Figuras 5.41. e 5.42., observa-se uma diferença de processos

de ataque na selecção Espanhola, que distingue de forma clara quando está ou

não em TEDA. De facto, o passe curto positivo é o meio mais utilizado para a

construção da fase ofensiva desta selecção, não se encontrando quaisquer

tipos de acções de finalização ou de pré-finalização nos retardos

subsequentes, o que explica as longas sequências registadas aquando da

observação dos jogos amostrais.

A grande diferença relativamente ao observado em TEDA relaciona-se com a

excitação das zonas laterais do sector médio. De acordo com a literatura, o

método de jogo ataque posicional pressupõe um jogo predominantemente em

amplitude, objectivando a criação constante de condições mais favoráveis de

tempo, de espaço e de número, para uma simples, eficaz e segura resposta

táctica, em função dos constrangimentos do jogo, para penetrar nas zonas de

mais eficaz finalização.

Figura 5.41. - Padrão de conduta definitivo para a conduta critério DPpcp, tendo como objecto as condutas regulares – início, desenvolvimento e final.

Figura 5.42. - Padrão de conduta definitivo para a conduta critério DPpcp, tendo como objecto a conduta estrutural – espaço.

DPrc DPpcp

DPcd DPpcp DPpcp DPpcp DPrc

DPrc DPrc

DPpcp

DPcd

DPrc

DPcd DPcd

DPrc

DPcd

DPpcp

2

7

5

9

7

Page 153: FASE OFENSIVA EM FUTEBOL - Repositório Aberto...87 Figura 5.11. Padrão de conduta definitivo para a conduta critério IEgr, tendo como objecto a conduta contextual – Centro do

Universidade do Porto – FADEUP

Manuel Ramos 131

Parece-nos, então, que a Selecção de Espanha privilegia a utilização deste

MJO, executando-o com recurso às habilidades motoras mais simples do jogo

de Futebol, nomeadamente o passe curto e a recepção/controle, tendo sido

registadas 3387 destas ocorrências. Acrescentando a este dado a grande

mobilidade dos colegas do portador de bola, pensamos que a obtenção da

eficácia e da eficiência na circulação de bola, sem deixar de ser objectiva e

obrigando o adversário a reajustes constantes, até haver um desequilíbrio,

pode derivar destes comportamentos táctico-estratégicos.

Salienta-se que o insucesso do passe curto (conduta de DPpcn) só se

manifesta nas zonas mais ofensivas, onde normalmente o contexto

interaccional com que, tanto o portador de bola (maior pressão) como os seus

colegas (constrangimentos de espaço) se deparam é desfavorável.

5.2.3.2. Desenvolvimento da Posse de Bola (DP) por passe longo positivo – DPplp

Quando se comparam as duas condutas de passe ao nível do critério DP -

passe longo e passe curto -, verifica-se que a primeira raramente ocorre sendo

apenas registada por 25 vezes, ao contrário das 1052 situações da segunda,

sendo esta CC pouco substancial no que concerne à sua ocorrência.

Conforme o Quadro 5.20. e a Figura 5.43., observa-se que a conduta de

desenvolvimento da posse de bola por passe longo é excitada, no

comportamento imediatamente precedente, pelas acções de condução de bola,

de recepção/controle e de, com o valor mais alto (Z=5,89), desenvolvimento da

posse de bola por acção do guarda-redes em fase ofensiva. Prospectivamente,

a conduta critério excita comportamentos de desenvolvimento de posse de

bola, estando normalmente presente a seguir a um passe longo uma disputa de

bola por duelo que, embora nas acções seguintes possibilita a criações de

situações de pré-finalização, não conduz a situações de finalização eficazes.

Page 154: FASE OFENSIVA EM FUTEBOL - Repositório Aberto...87 Figura 5.11. Padrão de conduta definitivo para a conduta critério IEgr, tendo como objecto a conduta contextual – Centro do

Universidade do Porto – FADEUP

Manuel Ramos 132

Quadro 5.17. – Padrão de conduta ou “max lag” definitivo para a conduta critério de Desenvolvimento da Posse de Bola (DP) por passe longo positivo (DPplp), tendo como condutas objecto: as regulares (início, desenvolvimento e final), as estruturais (espaço) e as contextuais (CJ e CEI).

R -5 R -4 R -3 R -2 R -1 Conduta Critério DPplp R 1 R 2 R 3 R 4 R 5

DPplp (2.73) DPd

(4.78)

DPrc (2,36)

IIpb (3,53) DPse (2,85)

DPLL (3,47)

DPcd (3,18) DPrc (3,21) DPgro (5,89)

Condutas Regulares - Início

- Desenvolvimento - Final

DPdu (12.64)

DPd (5.00)

DPczp (3.86)

DPse (5.66)

DPdu (4.66) Fgrad (4.33)

10 (5,42)

12 (2,60)

3 (2,04) 2 (1,96) 3 (2,08)

Conduta Estrutural - Espaço

9 (2,53) 12

(2,23) 12

(2,54)

12 (6,72)

11 (2,64)

Conduta Contextual - Centro do Jogo

Pi (2,51)

VAD (4,20) ATE

(2,40)

Conduta Contextual - CEI

ADAT (2,94) EAT

(3,30)

ADAT (1,99)

ATE (2,14) ADAT 1,97

Figura 5.43. - Padrão de conduta definitivo para a conduta critério DPplp, tendo como objecto as condutas regulares – início, desenvolvimento e final.

Assume-se, portanto, que o passe longo, em desenvolvimento de posse de

bola, é essencialmente usado pelo guarda-redes. Se aglutinarmos as

informações recolhidas a partir da Figura 5.44. relativas à conduta de

desenvolvimento da posse de bola por passe longo negativo, parece-nos ser

pertinente afirmar que a Espanha apresenta mais sucesso na utilização do

passe longo quando este é realizado de zonas mais distantes (1, 2 ou 3).

Figura 5.44. - Padrão de conduta definitivo para a conduta critério DPplp, tendo como objecto a conduta estrutural – espaço.

DPLL

DPplp

IIpb DPd DPrc

DPplp DPdu

DPse DPrc DPdu DPczp

DPgro

DPcd

DPse DPd Fgrad

3

DPplp 10

1

9

12

3

2

12 11 12

Page 155: FASE OFENSIVA EM FUTEBOL - Repositório Aberto...87 Figura 5.11. Padrão de conduta definitivo para a conduta critério IEgr, tendo como objecto a conduta contextual – Centro do

Universidade do Porto – FADEUP

Manuel Ramos 133

5.2.3.3. Desenvolvimento da Posse de Bola (DP) por cruzamento positivo – DPczp

Encontrou-se, para esta CC, um padrão comportamental longo para as CO em

relação, tanto em termos retrospectivos como prospectivos, com excepção

para as condutas contextuais, conforme o Quadro 5.21..

Quadro 5.18. – Padrão de conduta ou “max lag” definitivo para a conduta critério de Desenvolvimento da Posse de Bola (DP) por cruzamento positivo (DPczp), tendo como condutas objecto: as regulares (início, desenvolvimento e final), as estruturais (espaço) e as contextuais (CJ e CEI).

R -5 R -4 R -3 R -2 R -1 Conduta Critério DPczp R 1 R 2 R 3 R 4 R 5

DTgra (6.28)

DTczp (6.62) DPr

(5.05)

DPd (4,64)

DTczp (5,09) DPLL (7,55)

DPd (10,58)

Condutas Regulares - Início

- Desenvolvimento - Final

DPse (15.06)

Fgl (4.06)

DPdu (7.20)

DPgra (17.32)

Frf (6.46)

DPr (6.56)

8 (3,03) 10

(3,02) 11

(4,67) 12

(3,02)

11 (7,74)

11 (7,23)

12 (11,13)

10 (11,05)

12 (13,82)

Conduta Estrutural - Espaço

11 (16,02)

11 (7,65)

11 (4,28)

12 (2,01)

11 (2,44)

11 (2,15)

12 (3,35)

Pr (2,80)

Pr (2,31)

Pi (4,94)

Pi (4,64)

SPi (2,29)

Conduta Contextual - Centro do Jogo

Pa (5,17)

Pi (8,81)

ADM (4,47)

MAT (4,08) ADAT (6,31)

ADAT (5,12)

EAT (10,29)

MAT (2,92) EAT

(14,67)

Conduta Contextual - CEI

ADAT (11,1) ADV

(3,09)

ADAT (5,47)

Do ponto de vista retrospectivo o cruzamento positivo é principalmente

precedido pelo drible (Figura 5.45.) e excitado pelas zonas laterais do sector

ofensivo - zona 10 e 12 (Figura 5.56.) -, o que parece explicar a forte

probabilidade para ser activado também pela Configuração espacial de

interacção das equipas do tipo EAT (Figura 5.47.).

Figura 5.45. - Padrão de conduta definitivo para a conduta critério DPczp, tendo como objecto as condutas regulares – início, desenvolvimento e final.

Estes resultados corroboram os de Mombaerts (2000), que refere que o

cruzamento e, portanto, o desenvolvimento do jogo pelos corredores laterais,

desempenha um papel importante para o crescimento da qualidade do jogo

ofensivo das equipas, e como considera Caldeira (2001), trata-se de um

comportamento que activa o remate.

DPLL

DPczp DPd DPdu

DTczp

DTgra DPr Frf DPd

DPse

DPgra

DTczp

DPr Fgl

Page 156: FASE OFENSIVA EM FUTEBOL - Repositório Aberto...87 Figura 5.11. Padrão de conduta definitivo para a conduta critério IEgr, tendo como objecto a conduta contextual – Centro do

Universidade do Porto – FADEUP

Manuel Ramos 134

R 1: Fgl DPdu

Figura 5.48. – Padrão de conduta DPczp

R-3: DPd R-2: DPLL R-1: DPd

Figura 5.46. - Padrão de conduta definitivo para a conduta critério DPczp, tendo como objecto a conduta estrutural – espaço.

A zona excitada com maior intensidade pelo cruzamento é a zona central do

sector ofensivo (11), seguido das zonas laterais do mesmo sector. Pensa-se

que o facto do cruzamento também excitar as mesmas zonas que o activam

(zonas 10 e 12) se deverá, de alguma forma, à activação pelo cruzamento das

condutas de intervenção do adversário (DPse) e duelo (DPdu). Já a activação

da zona 11 estará mais relacionada com a excitação das condutas de final da

fase defensiva, quer por obtenção de golo (Fgl) como por final por remate para

fora (Frf), ou ainda, pela conduta de desenvolvimento da fase ofensiva por

intervenção do guarda-redes adversário (DPgra). Para além disso, constata-se

que o cruzamento excita essencialmente configurações espaciais de interacção

entre as equipas do tipo EAT e ADAT, ou seja, de características ofensivas.

Figura 5.47. - Padrão de conduta definitivo para a conduta critério DPczp, tendo como objecto a condutas contextual – Contexto Espacial de Interacção.

Esta conduta revela-se a única

acção de desenvolvimento de posse

de bola que excita o golo, mostrando

que em situação de ataque a

Espanha realiza um número

substancial de cruzamentos positivos

– 35 -. Não admira assim que se

verifique a tendência para a

Espanha realizar uma circulação de

DPczp

ADAT

ADV

MAT

EAT ADAT

MAT

ADM

EAT ADAT

ADAT

12

DPczp 11 11 11 10 11

11

12

11

11 10

11 12

12

8

12

Page 157: FASE OFENSIVA EM FUTEBOL - Repositório Aberto...87 Figura 5.11. Padrão de conduta definitivo para a conduta critério IEgr, tendo como objecto a conduta contextual – Centro do

Universidade do Porto – FADEUP

Manuel Ramos 135

bola “paciente” até ser criado um contexto interaccional favorável nos

corredores laterais (Figura 5.48.). Pelo contrário, em Transição-Estado

defesa/ataque, o jogo é preferencialmente conduzido pelo corredor central,

sendo lógico o menor número absoluto de cruzamentos negativos e positivos

encontrados – 21 -, sendo ainda alvo de insucesso aquando da sua execução,

com 11 positivos e 10 negativos. Este facto confirma a opção por um jogo

vertical para o corredor central em TEDA e um perfil de processos mais

apoiado, essencialmente em largura, no desenvolvimento da posse de bola –

da maior para menor pressa na procura do golo, respectivamente.

5.2.3.4. Desenvolvimento da Posse de Bola (DP) por Condução – DPcd Os dados obtidos no Quadro 5.22. parecem ir de encontro aos resultados

obtidos por Barreira (2006), que concluiu que aquando do desenvolvimento da

posse bola através de um jogo indirecto e de longa duração, é um

comportamento pouco utilizado para a criação de situações de finalização e

para a finalização. No entanto, o mesmo autor (2006) refere que a conduta de

condução de bola é principalmente utilizada para a transposição do Centro do

Jogo para zonas laterais mais ofensivas, o que contraria os dados por nós

obtidos, que mostram que a Selecção Espanhola executa, preferencialmente,

essa transposição pelo corredor central.

Quadro 5.19. – Padrão de conduta ou “max lag” definitivo para a conduta critério de Desenvolvimento da Posse de Bola (DP) por condução (DPcd), tendo como condutas objecto: as regulares (início, desenvolvimento e final), as estruturais (espaço) e as contextuais (CJ e CEI).

R -5 R -4 R -3 R -2 R -1 Conduta Critério DPcd R 1 R 2 R 3 R 4 R 5

DPpcp (6.82)

DPrc (7.25)

DPpcp 10,06

DPrc (12,34)

DPpcp 14,44

Condutas Regulares - Início

- Desenvolvimento - Final

DPpcp (12.67) DPpcn (6.17)

DPrc (9.42) Fgrad (4.48)

Ff (4.15)

DPpcp (7.57) DPd

(6.31)

DPrc (5.30)

DPpcp (4.97)

5 (2,61) 5 (2,00) Conduta Estrutural - Espaço 8 (5,23) 9 (3,05)

8 (2,02) 11

(2,82) 12

(2,23)

Conduta Contextual - Centro do Jogo

Pr (3,92)

Pr (2,83)

ATAD 2,18

Conduta Contextual - CEI

ATM (2,21) EAT

(2,72)

ADAT (3,08) EAT

(3,10) MAT (4,24)

Page 158: FASE OFENSIVA EM FUTEBOL - Repositório Aberto...87 Figura 5.11. Padrão de conduta definitivo para a conduta critério IEgr, tendo como objecto a conduta contextual – Centro do

Universidade do Porto – FADEUP

Manuel Ramos 136

5.2.3.5. Desenvolvimento da Posse de Bola (DP) por drible (1x1) – DPd As relações de excitatoriedade são semelhantes à conduta de drible em TEDA,

conforme o Quadro 5.23.. Ou seja, o drible é uma conduta particularmente

utilizada para criar situações de finalização e para a finalização, em zonas

ofensivas (sector médio ofensivo e sector ofensivo). Aplica-se, portanto, o que

Castelo (1996) defende: os dribles são acções fundamentalmente executadas

nas zonas e nos sectores do terreno de jogo próximas da baliza adversária,

logo mais utilizados pelos atacantes do que pelos defesas.

Quadro 5.20. – Padrão de conduta ou “max lag” definitivo para a conduta critério de Desenvolvimento da Posse de Bola (DP) por drible (1x1) (DPd), tendo como condutas objecto: as regulares (início, desenvolvimento e final), as estruturais (espaço) e as contextuais (CJ e CEI).

R -5 R -4 R -3 R -2 R -1 Conduta Critério DPd R 1 R 2 R 3 R 4 R 5

DPd (3.60) DPrc (3.18)

DPpcp (4.34)

DPcd (6,47)

DPpcp (7,38)

DPcd (3,35) DPd

(6,85) DPrc (9,15)

Condutas Regulares - Início

- Desenvolvimento - Final

DPczp (8.92)

DPse (5.51)

DPczp (4.06) DPdu (5.35)

DPse 3.13

(Frad) 4.21

8 (2,28) 8 (5,31) 8 (4,19) 8 (4,23)

7 (2,20) 9 (2,35)

10 (2,43)

12 (7,00)

Conduta Estrutural - Espaço

10 (4,90)

12 (9,15)

11 (6,17)

11 (4,43)

12 (2,31)

11 (2,91)

11 (2,75)

Pr (3,34)

SPi (3,13)

Pr (2,13) SPi

(2,14)

Conduta Contextual - Centro do Jogo

Pr (3,74) Pr

(2,74)

MAD (2,33) MAT (2,91)

ADAT (2,47)

MM (3,32)

ADM (3,29) ADAT (4,15) EAT

(6,26)

Conduta Contextual - CEI

EAT (10,00)

MAT (2,56) EAT

(3,21)

MAT (3,02)

ADAT (2,06)

De acordo com a Figura 5.49., a conduta de desenvolvimento da posse de bola

por drible é activada por condutas do mesmo critério, nomeadamente de

desenvolvimento da posse de bola por recepção/controle, por drible e por

condução de bola. Infere-se, assim, que é o jogador que realiza o drible o

responsável pela execução da acção imediatamente anterior.

Figura 5.49. - Padrão de conduta definitivo para a conduta critério DPd, tendo como objecto as condutas regulares – início, desenvolvimento e final.

DPpcp

DPd DPcd DPse DPpcp

DPrc

Frad DPse DPd DPczp DPczp

DPdu DPrc

DPcd

DPd

Page 159: FASE OFENSIVA EM FUTEBOL - Repositório Aberto...87 Figura 5.11. Padrão de conduta definitivo para a conduta critério IEgr, tendo como objecto a conduta contextual – Centro do

Universidade do Porto – FADEUP

Manuel Ramos 137

O drible, segundo Bonizzoni (1984), citado por Barreira (2006: 168), “é uma

acção de jogo que encontra o seu pressuposto na finta, tendo esta a finalidade

de pôr em condições inferiores o adversário que está em frente”. O mesmo

autor (1984), citado por Barreira (2006: 169) refere que “o objectivo desta

acção de jogo é conduzir o adversário ao engano, isto é, torna-se uma espécie

de «mentira útil» que faz parte integrante do jogo”. Parece então ser uma

conduta utilizada como meio eficaz para a progressão do ataque em termos

longitudinais, mas principalmente, como instrumento para desorganizar e criar

pontos de ruptura na estrutura organizativa do adversário.

Contudo, é um comportamento de jogo que pressupõe elevado risco. Assim, as

zonas e o contexto de interacção pelos quais o drible é activado correspondem

a zonas ofensivas dos corredores laterais e a contextos interaccionais

favoráveis, o que é de todo lógico atendendo ao referido, conforme Figura

5.50.. Não admira, portanto, que o contexto de interacção precedente ao drible

seja de igualdade numérica não pressionada (SPi), o que corresponde a

situações em que, não existindo linhas de passe disponíveis no Centro do

Jogo, a opção pelo drible seja uma solução vantajosa para finalizar a fase

ofensiva com eficácia ou, pelo menos, para criar desequilíbrios na estrutura

defensiva adversária, conforme a Figura 5.50..

Figura 5.50. - Padrão de conduta definitivo para a conduta critério DPd, tendo como objecto a conduta contextual – Centro do Jogo.

De acordo com a Figura 5.51., vislumbra-se que a acção de drible é precedida

e procedida por zonas laterais do sector médio-ofensivo e ofensivo,

corroborando o estudo de Barreira (2006). Esta situação parece dever-se,

segundo o mesmo autor (2006) ao menor risco defensivo quando a bola é

perdida, à menor quantidade de adversários e à presença de mais e mais

próximas coberturas defensivas por parte do adversário, e consideração global

SPi

DPd Pr

Pr

Pr Pr

SPi

Page 160: FASE OFENSIVA EM FUTEBOL - Repositório Aberto...87 Figura 5.11. Padrão de conduta definitivo para a conduta critério IEgr, tendo como objecto a conduta contextual – Centro do

Universidade do Porto – FADEUP

Manuel Ramos 138

dos jogadores que actuam nas zonas laterais ofensivas como tendo uma

elevada capacidade técnica e de sentido de improvisação.

Figura 5.51. - Padrão de conduta definitivo para a conduta critério DPd, tendo como objecto a conduta estrutural – espaço.

Assim, no SMO o drible é utilizado com o objectivo de eliminação do adversário

para prosseguir a acção construtiva com um companheiro de equipa, enquanto

no SO, o drible objectiva conduzir à eliminação do último adversário e assim

permitir o remate ou o cruzamento/assistência, confirmando os resultados de

Caldeira (2001). De acordo com Barreira (2006: 169), “noutras situações, tais

como a inexistência de linhas de passe, o drible permitirá ao portador da bola

conservá-la, «ganhando tempo» para que os companheiros de equipa se

desmarquem. Ou ainda quando o portador da bola se apercebe que um colega

se encontra em posição de fora-de-jogo, não podendo receber o passe, o drible

permitirá conservar a bola para que o colega saia de posição ilegal ou, caso

seja possível, penetrar para zonas de maior ofensividade.”.

5.2.3.6. Desenvolvimento da Posse de Bola (DP) por recepção/controle – DPrc

Como acontece no critério de desenvolvimento da TEDA, a conduta de

recepção/controle no desenvolvimento da posse de bola encontra-se muito

fortemente associada às condutas de passe, especialmente às de passe curto,

na medida em que os jogadores realizam uma recepção/controle de bola antes

de executar outra acção de jogo, ao nível do sector intermédio (zonas 5, 7 e 9),

como por exemplo, a relação com um outro passe, retrospectiva (Z=41,69) e

prospectivamente (Z=43,75). Destaca-se que frequentemente o Centro do Jogo

é atrasado pois nos retardos subsequentes à CC activam-se zonas do SMD,

sendo um indicador claro que o método de jogo preferencial da Espanha é o

indirecto.

8

DPd 8 11 8 8 11 11

9 10 11

12 10

7

12

12

Page 161: FASE OFENSIVA EM FUTEBOL - Repositório Aberto...87 Figura 5.11. Padrão de conduta definitivo para a conduta critério IEgr, tendo como objecto a conduta contextual – Centro do

Universidade do Porto – FADEUP

Manuel Ramos 139

Quadro 5.21. – Padrão de conduta ou “max lag” definitivo para a conduta critério de Desenvolvimento da Posse de Bola (DP) por recepção/controle (DPrc), tendo como condutas objecto: as regulares (início, desenvolvimento e final), as estruturais (espaço) e as contextuais (CJ e CEI).

R -5 R -4 R -3 R -2 R -1 Conduta Critério DPrc R 1 R 2 R 3 R 4 R 5

DPpcp (16.65)

DPcd (6.24) DPrc

(21.59)

DPpcp (25,93)

DPcd (11,32) DPrc

(33,92)

DPpcp (41,69)

Condutas Regulares - Início

- Desenvolvimento - Final

DPpcp (43.75)

DPrc (31.95)

DPpcp (28.14)

DPcd 7.09 DPrc

(20.47)

DPpcp (18.1)

7 (2,70) 9 (2,62) 7 (2,19) 7 (2,86)

9 (2,60) 9 (2,36) Conduta Estrutural - Espaço 5 (2,57) 2 (2,23) 5 (2,37)

Conduta Contextual - Centro do Jogo

SPr (2,24)

Pi (2,68)

ATAD 3,10 ATAD

(4,10)

ATAD (3,60) MAD (2,55)

Conduta Contextual - CEI

ATAD (6,47)

VAD (2,10) ATAD (3,94)

ATAD (5,30)

ATAD (2,95)

ATAD 2,85

5.2.3.7. Desenvolvimento da Posse de Bola (DP) por duelo – DPdu Atendendo ao retardo -1 do Quadro 5.25. observa-se que o duelo encontra-se

ligado ao passe longo positivo, mas sobretudo aos comportamentos de

(re)começo do jogo através de lances de bola parada, embora o número de

vezes que ocorre (20) deixe entender que o pontapé longo não é uma opção

considerável na marcação deste tipo de lances.

Quadro 5.22. – Padrão de conduta ou “max lag” definitivo para a conduta critério de Desenvolvimento da Posse de Bola (DP) por duelo (DPdu), tendo como condutas objecto: as regulares (início, desenvolvimento e final), as estruturais (espaço) e as contextuais (Centro do Jogo e Contexto Espacial de Interacção).

R -5 R -4 R -3 R -2 R -1 Conduta Critério DPdu R 1 R 2 R 3 R 4 R 5

DPplp (5.32) DPc

(5.78)

DPdu (3.87)

DTczp (5,99) DPd

(5,84)

DPczp (8,15)

IIi (7,75) IIpb

(21,40) DPplp (9,09) DPc

(7,68)

Condutas Regulares - Início

- Desenvolvimento - Final

DPse (3.26) DPLL (3.26) Fbad (5.54)

Fi (5.37)

Fi (4.28)

1 (3,79)

2 (10,44)

Conduta Estrutural - Espaço 8 (3,72) 4 (2,41) 11

(2,02)

Conduta Contextual - Centro do Jogo

Pi (3,34) Pa

(4,45)

EAT (3,19)

EAT (2,87)

EAT (5,61)

EAT (2,34)

VAD (4,20) MAD (2,05)

Conduta Contextual - CEI

ADAT (4,96) ADV

(1,98)

EAT (2,14)

Verifica-se, também, que em situação de desenvolvimento da posse de bola a

ocorrência desta CC conduz ao insucesso ofensivo, facto que parece dever-se

a ser uma disputa que ocorre em situação de igualdade pressionada, levando

Page 162: FASE OFENSIVA EM FUTEBOL - Repositório Aberto...87 Figura 5.11. Padrão de conduta definitivo para a conduta critério IEgr, tendo como objecto a conduta contextual – Centro do

Universidade do Porto – FADEUP

Manuel Ramos 140

posteriormente a uma inferioridade absoluta. Parece-nos, portanto, que a

selecção de Espanha não está perfeitamente preparada para jogar longo e

directo em situações de desenvolvimento da posse de bola.

5.2.3.8. Desenvolvimento da Posse de Bola (DP) por remate – DPr O Quadro seguinte vem confirmar a dificuldade que a Selecção Espanhola

demonstra em conseguir rematar com sucesso (obtenção de golo) da zona 11,

uma vez que a conduta referente (Fgl) não é excitada nesta conduta critério.

Quadro 5.23. – Padrão de conduta ou “max lag” definitivo para a conduta critério de Desenvolvimento da Posse de Bola (DP) por remate (DPr), tendo como condutas objecto: as regulares (início, desenvolvimento e final), as estruturais (espaço) e as contextuais (Centro do Jogo e Contexto Espacial de Interacção).

R -5 R -4 R -3 R -2 R -1 Conduta Critério DPr R 1 R 2 R 3 R 4 R 5

DPczp (7.21)

IIc (9.45) DPse (5.63)

DPLL (3,29)

IIC (8,33)

IIc (7,53) DPi

(6,60) DPc

(4,20)

Condutas Regulares - Início

- Desenvolvimento - Final

DPse (9.43) DPgra (12.04)

DPc (18.94)

DPse (5.10)

DPLL (8.30)

DPczp (4.58)

DPczp (4.90) DPse (3.72)

9 (4,22) 10

(2,27) 9 (4,98) 12

(3,84)

10 (5,04)

12 (5,27)

11 (7,65)

Conduta Estrutural - Espaço

10 (6,52)

11 (7,91)

11 (5,52)

10 (3,27)

12 (4,47)

Pr (2,45)

Pa (9,25)

Pi (3,49)

Pa (7,17)

Pr (2,05)

Pa (7,24)

Conduta Contextual - Centro do Jogo Pi

(2,71) Pi (3,33)

Pr (2,11)

ADM (3,06) EAT

(5,10) EAT

(5,10)

MAT (9,57) ADAT (2,55) EAT

(2,27) ADV

(8,61)

Conduta Contextual - CEI

ADAT (3,51)

MAT (5,14) ADAT (3,13)

EAT (3,37)

EAT (4,07)

EAT (3,31)

Realça-se ainda que a CC é precedida apenas de situações estáticas de jogo,

o indica que a Espanha denota dificuldades em conseguir situações de

finalização aquando do desenvolvimento da posse de bola. Como se assume

como estilo de jogo ofensivo privilegiado o indirecto, é normal que as equipas

adversárias recuem linhas tornando difícil encontrar espaços de finalização

junto da sua baliza. No entanto, a qualidade individual dos jogadores

espanhóis, bem como a sua dinâmica colectiva, permitem ganhar um número

importante de lances de bola parada que permitem, aquando da sua execução,

atingir a baliza adversária.

Page 163: FASE OFENSIVA EM FUTEBOL - Repositório Aberto...87 Figura 5.11. Padrão de conduta definitivo para a conduta critério IEgr, tendo como objecto a conduta contextual – Centro do

Universidade do Porto – FADEUP

Manuel Ramos 141

5.2.3.9. Desenvolvimento da Posse de Bola (DP) por acção do guarda-redes da equipa em fase ofensiva – DPgro

A presente CC é activada por condutas de início da fase ofensiva e,

consequentemente, pela zona que corresponde habitualmente ao seu campo

de acção - a zona 2 do sector defensivo, bem como por configurações

espaciais de interacção das equipas (CEI) do tipo ATAD e VAD de

características iminentemente defensivas.

Quadro 5.24. – Padrão de conduta ou “max lag” definitivo para a conduta critério de Desenvolvimento da Posse de Bola (DP) por acção do guarda-redes da equipa em fase ofensiva (DPgro), tendo como condutas objecto: as regulares (início, desenvolvimento e final), as estruturais (espaço) e as contextuais (CJ e CEI).

R -5 R -4 R -3 R -2 R -1 Conduta Critério DPgro R 1 R 2 R 3 R 4 R 5

DPpcp (2.82)

DPpcp (2.84)

DPgro (6,26)

IIpb (3,24) DPrc (2,97)

Dpcp (5,83)

Condutas Regulares - Início

- Desenvolvimento - Final

DPpcp (4.81) DPplp (5.35) DPdu (4.06)

DPi (3.04)

DPrc (3.29) DPgro (6.59)

DPpcp (2.56)

Frd (4.80)

1 (2,38) 5 (3,45)

Conduta Estrutural - Espaço 2 (4,62) 2 (3,28)

6 (2,23) 6 (2,27) 6 (2,53)

Conduta Contextual - Centro do Jogo

VAD 1,99 MAD 2,19

ATAD (4,42)

ATAD (4,57)

Conduta Contextual - CEI

VAD (6,16 ATAD (4,17)

ATAD (5,59)

VAD (3,74)

ATAD 1,96

ADAT 1,97

Em termos prospectivos esta conduta critério excita CEI do mesmo tipo, o que

significa que sempre que a bola está na posse do guarda-redes, embora

existam duas estratégias distintas para dar continuidade ao ataque, é

normalmente tomada como opção o lançamento curto para um espaço próximo

(meio campo defensivo), dando origem a um controle da bola em zonas

próximas da sua baliza. Tal poderá acontecer por ausência ou deficiente

pressão por parte da equipa em situação defensiva, fazendo com que a equipa

ofensiva encontre condições favoráveis para realizar o controle da bola de

forma fácil e segura. Embora menos frequente, a segunda estratégia consiste

no lançamento da bola para a zona mais adiantada da sua equipa originando

um duelo (aéreo) e, muito provavelmente, a uma perda da posse da bola, como

ficou demonstrado pela análise do padrão conductural prospectivo da conduta

de desenvolvimento da fase ofensiva por duelo (DPdu). Não obstante, esta

estratégia activa CEI favoráveis do ponto de vista ofensivo não sendo de

descorar a sua possível utilização em determinadas circunstâncias do jogo.

Page 164: FASE OFENSIVA EM FUTEBOL - Repositório Aberto...87 Figura 5.11. Padrão de conduta definitivo para a conduta critério IEgr, tendo como objecto a conduta contextual – Centro do

Universidade do Porto – FADEUP

Manuel Ramos 142

5.2.3.10. Desenvolvimento da Posse de Bola (DP) por infracção do adversário às leis do jogo – DPi

De acordo com os resultados encontrados para esta CC, conforme o Quadro

5.28., constata-se que a Espanha sofre a maioria das faltas na zona 8, o que

pode ser explicado pela enorme qualidade táctico-técnica e estratégica dos

seus médios, pelo facto de procurar criar desequilíbrios no corredor central

utilizando, como já vimos, a condução de bola para entrar no sector médio-

ofensivo, e ainda por ser uma zona muito povoada por jogadores adversários.

Quadro 5.25. – Padrão de conduta ou “max lag” definitivo para a conduta critério de Desenvolvimento da Posse de Bola (DP) por infracção do adversário às leis do jogo (DPi), tendo como condutas objecto: as regulares (início, desenvolvimento e final), as estruturais (espaço) e as contextuais (CJ e CEI).

R -5 R -4 R -3 R -2 R -1 Conduta Critério DPi R 1 R 2 R 3 R 4 R 5

DTd (5.28) DPc

(3.50)

DPLL (3.47) DTpcp

(3,09)

DTdu (6,66) DPd

(6,48) DPdu (6,36)

Condutas Regulares - Início

- Desenvolvimento - Final

DPrc (6.57) DPr

(6.24) Frad

(6.74)

DPpcp (3.59)

DPplp (2.75)

DPpcn (4.63) DPcd (2.81)

DPr (2.39) DPrc (3.07)

8 (3,96) Conduta Estrutural - Espaço 8 (2,92)

Pr (4,70)

Pi (5,92)

Conduta Contextual - Centro do Jogo

Pa (2,46)

ADM (4,53) ADAT (2,63)

Conduta Contextual - CEI

ADM (2,06)

MAT (2,33) ADM (2,64)

Prospectivamente, verifica-se que a Espanha tende a procurar a finalização

imediata, através da acção de remate, quando encontra situações de relativa

liberdade para atingir o alvo. Porém, a grande maioria das vezes opta por sair a

jogar, regressando à sua “circulação de base ou inicial”.

Page 165: FASE OFENSIVA EM FUTEBOL - Repositório Aberto...87 Figura 5.11. Padrão de conduta definitivo para a conduta critério IEgr, tendo como objecto a conduta contextual – Centro do

Universidade do Porto – FADEUP

Manuel Ramos 143

5.2.4. Padrões de Jogo encontrados para as condutas de final da Fase Ofensiva (F)

Com a presente investigação pretende-se, em última análise, encontrar os

padrões comportamentais da Selecção Espanhola que, com probabilidade,

conduzem à eficácia da fase ofensiva. A finalidade do trabalho consiste em

encontrar indicadores emergentes do fluxo de jogo que permitam relacionar a

eficácia da fase ofensiva com acções táctico-técnicas que a Espanha adopta

ao longo do jogo, com uma maior frequência que a outorgada pelo acaso,

tendo sempre presente que “a enorme complexidade que o jogo de Futebol

comporta é tecida pelos acontecimentos, interacções e acasos que ocorrem

entre os sistemas em presença” (Araújo e Garganta, 2002: 161).

Contrariamente a outros JDC, como o Andebol ou o Voleibol, em que é elevada

a frequência de concretização de golo ou ponto, na análise do jogo de Futebol,

em virtude de apenas 1% das acções de ataque terminarem com golo (Castelo,

1996), não é viável considerar eficácia como a obtenção de golo a favor.

Seguindo a linha dos estudos de Ali (1988), Castelo (1996), Garganta (1997),

Mombaerts (2000), Silva (2004) e Lopes (2007), considerar-se-á, neste estudo,

como eficácia ofensiva a execução de um remate, enquadrado ou não com a

baliza adversária. Esta opção é suportada por Dufour (1991), quando refere

que a quantidade de remates enquadrados com a baliza adversária é de

apenas 10% e por Mombaerts (2000) que acrescenta que a percentagem de

remates é somente de 2% quando comparadas com todas as acções da equipa

em fase ofensiva ao longo de um jogo de Futebol.

As estatísticas oficias do EURO 2008 confirmam o acima referido, que são

ligeiramente diferentes dos por nós encontrados neste estudo, o que se deve

ao instrumento utilizado para recolher informação comportar diferentes

concepções. A Espanha realizou em média 19,5 remates por jogo, sendo a

única equipa que ultrapassou a centena. Destes, 47 foram enviados para fora –

Frf - (7,83 por jogo), 19 foram interceptados pelo adversário – Fbad - (3,17 por

jogo), enquanto 51 atingiram a baliza adversária – Frd -, perfazendo uma média

Page 166: FASE OFENSIVA EM FUTEBOL - Repositório Aberto...87 Figura 5.11. Padrão de conduta definitivo para a conduta critério IEgr, tendo como objecto a conduta contextual – Centro do

Universidade do Porto – FADEUP

Manuel Ramos 144

de 8,5 por jogo, aproximando-se do valor encontrado por Dufour (1991). A

média de golos por jogo do Campeonato da Europa 2008 é também

semelhante ao encontrado por Castelo (1996), com o valor de 1,1.

Como consideramos que para entender comportamentos eficazes também se

deve atender aos ineficazes, seguidamente serão analisados estes dois

pontos, sendo primeiramente estudadas as condutas de final eficaz de TEDA

ou de posse de bola, sendo posteriormente analisadas as condutas indutoras

de um final de TEDA ou posse de bola não eficaz.

5.2.4.1. Final da Fase Ofensiva (F) por remate para fora – (Frf) Na presente investigação por remate para fora entende-se um remate

efectuado por um jogador atacante que sai pela linha de fundo e / ou para fora

do terreno de jogo sem atingir o alvo.

Quadro 5.26. – Padrão de conduta ou “max lag” definitivo para a conduta critério de Final da Fase Ofensiva (F) por remate para fora (Frf), tendo como condutas objecto: as regulares (início e desenvolvimento), as estruturais (espaço) e as contextuais (CJ e CEI).

Conduta Critério - Frf

R -5 R -4 R -3 R -2 R -1

Análise Prospectiva

DPczp (3,13) DPr (3,25) DPc (3,44) DPczp (2,40) Condutas Regulares: - Início - Desenvolvimento

11 (2,07) 12 (3,49)

Conduta Estrutural: - Espaço

Conduta Contextual: - Centro do Jogo

ADAT (2,35) ADAT (2,04) ADAT (3,14) ADAT (2,39) Conduta Contextual: - CEI

Através do Quadro em cima verifica-se que a CC é mais fortemente activada

pelo comportamento de cruzamento, normalmente na sequência de um canto,

assumindo-se que se trata da execução de canto do tipo curto.

Figura 5.52. - Padrão de conduta definitivo para a conduta critério Frf, tendo como objecto as condutas regulares – início e desenvolvimento.

DPczp DPr DPc DPczp Frf

Page 167: FASE OFENSIVA EM FUTEBOL - Repositório Aberto...87 Figura 5.11. Padrão de conduta definitivo para a conduta critério IEgr, tendo como objecto a conduta contextual – Centro do

Universidade do Porto – FADEUP

Manuel Ramos 145

Na Figura 5.51. denota-se que o remate executado para fora parece ocorrer

apenas em situações de Desenvolvimento da Posse de Bola, o que à partida

pressupõe uma maior organização defensiva do adversário sendo,

consequentemente, mais difícil encontrar situações óptimas no Centro do Jogo

para a finalização. Deste modo, este tipo de finalização parece acontecer

quando a bola está a ser jogada junto da área adversária há já algum tempo,

criando-se, por conseguinte, concentração junto da mesma o que dificulta

naturalmente a acção de remate. A Figura 5.52. ilustra esta ideia uma vez que

o CEI mantém-se inalterável do tipo ADAT, que também se afigura típico das

situações de canto.

Figura 5.53. - Padrão de conduta definitivo para a conduta critério Frf, tendo como objecto a condutas contextual – Contexto Espacial de Interacção.

5.2.4.2. Final da Fase Ofensiva (F) por remate dentro – (Frd) O padrão conductural analisado no Quadro 5.30. é relativo à conduta remate

dentro, entendido como remate enquadrado com a baliza adversária, incluindo

os postes e a barra.

Quadro 5.27. – Padrão de conduta ou “max lag” definitivo para a conduta critério de Final da Fase Ofensiva (F) por remate dentro (Frd), tendo como condutas objecto: as regulares (início e desenvolvimento), as estruturais (espaço) e as contextuais (CJ e CEI).

Conduta Critério - Frd

R -5 R -4 R -3 R -2 R -1

Análise Prospectiva

DPgro (4,06) IEi (3,97) DPse (2,63) DPc (3,35) DPse (3,55)

DPi (5,06)

Condutas Regulares: - Início - Desenvolvimento

8 (2,38) 8 (4,40) 8 (3,81) Conduta Estrutural: - Espaço

Conduta Contextual: - Centro do Jogo

ADM (2,66) Conduta Contextual: - CEI

ADAT ADAT ADAT ADAT Frf

Page 168: FASE OFENSIVA EM FUTEBOL - Repositório Aberto...87 Figura 5.11. Padrão de conduta definitivo para a conduta critério IEgr, tendo como objecto a conduta contextual – Centro do

Universidade do Porto – FADEUP

Manuel Ramos 146

A partir do Quadro 5.30. observa-se um padrão longo para as condutas objecto

regulares e estruturais. Ao invés, verifica-se que não existem relações

excitatórias com as condutas contextuais, já que a CC parece ser excitada por

lances de bola parada, não sendo registado o contexto destes na observação.

A Figura 5.53., reflecte que a CC é excitada: na sequência de um pontapé de

canto; numa situação em que a bola é tocada por um adversário, sobrando

para o corredor central; ou através da marcação de um livre directo na zona 8.

Posto isto, embora reparássemos que muitas vezes a Espanha opta por sair a

jogar nos lances de bola parada, sempre que tem a baliza ao alcance não

descarta a possibilidade de poder finalizar de imediato, o que normalmente

conduz a remates bem direccionados, confirmando a excelente qualidade

táctico-técnica dos executantes da Selecção Espanhola nestes lances.

Figura 5.54. - Padrão de conduta definitivo para a conduta critério Frd, tendo como objecto as condutas regulares – início e desenvolvimento.

Em relação à relação com o espaço de jogo, conforme Figura 5.54., verifica-se

que a zona 8 é a única excitada, o que pode indiciar alguma dificuldade da

Espanha em atingir o alvo a partir da zona considerada como de excelência

para o sucesso ofensivo – a zona 11.

Figura 5.55. - Padrão de conduta definitivo para a conduta critério Frd, tendo como objecto a conduta estrutural – espaço.

DPse

Frd

DPi

DPc

IEi

DPse

DPgro

8 8 8 Frd

Page 169: FASE OFENSIVA EM FUTEBOL - Repositório Aberto...87 Figura 5.11. Padrão de conduta definitivo para a conduta critério IEgr, tendo como objecto a conduta contextual – Centro do

Universidade do Porto – FADEUP

Manuel Ramos 147

5.2.4.3. Final da Fase Ofensiva (F) por remate contra o adversário sem continuidade da posse de bola – (Frad)

Como se observa no Quadro 5.31., o padrão relativo ao remate contra o

adversário é identificado através de duas configurações, tendo como objecto

condutas do tipo comportamental: (1) através de uma TEDA ou (2) através de

um lance de bola parada.

Quadro 5.28. – Padrão de conduta ou “max lag” definitivo para a conduta critério de Final da Fase Ofensiva (F) por remate contra o adv. sem continuidade da posse de bola (Frad), tendo como condutas objecto: as regulares (início e desenvolvimento), as estruturais (espaço) e as contextuais (CJ e CEI).

Conduta Critério - Frad

R -5 R -4 R -3 R -2 R -1

Análise Prospectiva

DTr (6,62) DTgra (6,85) DPLL (4,74)

DTse (5,24) DPczp (5,01) DPLL (7,46) DTse (5,28)

DPi (2,05)

Condutas Regulares: - Início - Desenvolvimento

10 (2,60) 11 (2,12) 11 (1,96) Conduta Estrutural:

- Espaço

Conduta Contextual: - Centro do Jogo

EAT (3,59) EAT (4,04) EAT (3,89) MAT (3,12) MAT (4,75) Conduta Contextual: - CEI

A excitação desta CC após a ocorrência de esquemas tácticos pode ser

relacionada com a execução de remates contra a barreira adversária, aquando

da sua execução. Já o padrão TEDA (Figura 5.55.) pressupõe que antes da

ocorrência do remate contra o adversário haja uma intervenção deste sobre a

bola, embora sem eficácia. Através da Figura 5.56., verifica-se que estamos

numa situação de TEDA típica da Selecção da Espanha, sendo a finalização

realizada pelos médios, num contexto interaccional do tipo MAT.

Figura 5.56. - Padrão de conduta definitivo para a conduta critério Frad, tendo como objecto as condutas regulares – início e desenvolvimento.

Figura 5.57. - Padrão de conduta definitivo para a conduta critério Frad, tendo como objecto a condutas contextual – Contexto Espacial de Interacção.

Frad DTgra DTse DTse DTr

EAT MAT MAT Frad EAT EAT

Page 170: FASE OFENSIVA EM FUTEBOL - Repositório Aberto...87 Figura 5.11. Padrão de conduta definitivo para a conduta critério IEgr, tendo como objecto a conduta contextual – Centro do

Universidade do Porto – FADEUP

Manuel Ramos 148

Atendendo-se ainda ao espaço de jogo, infere-se através da Figura 5.57, que a

acção de remate enviado contra o defesa adversário, é precedida pela

movimentação do Centro do Jogo desde um corredor lateral do sector ofensivo

(zona 10), possivelmente através de acções de cruzamento, de drible ou de

condução de bola, para a zona central do mesmo sector (zona 11). Aí, parece

ser criada uma situação desfavorável de interacção (inferioridade numérica

relativa), que é responsável pelo envio da bola contra o defesa adversário

aquando da execução do remate.

Figura 5.58. - Padrão de conduta definitivo para a conduta critério Frad, tendo como objecto a conduta estrutural – espaço.

5.2.4.4. Final da Fase Ofensiva (F) por remate com obtenção de golo –

(Fgl)

O objectivo primeiro do jogo de Futebol é a obtenção de golo na baliza

adversária, devendo estar em sinergia com o não sofrer golos na própria,

sendo deste modo alcançada a vitória (Barreira, 2006). Contudo, como refere

Castelo (1996), em determinadas situações, como são a equipa não necessitar

da vitória, o tipo de organização da competição, ou a equipa estar a ganhar e

faltar pouco tempo para terminar o jogo, a finalidade das equipas pode não

coincidir com a do jogo (Barreira, 2006). Este factor envolve objectivos táctico-

estratégicos que induzem uma forma de actuação peculiar da equipa em fase

ofensiva, tais como manter a posse de bola, quebrar o ritmo de jogo do

adversário, circular a bola em zonas de menor ofensividade, entre outros (idem,

2006).

De acordo com os estudos de Castellano Paulis et al. (2008) e Castellano

Paulis (2009), o número de golos marcados nos Campeonatos do Mundo

desde 1930 vem decrescendo, tendo sido no último – Alemanha 2006 - de 2,23

11

10

11 Frad

Page 171: FASE OFENSIVA EM FUTEBOL - Repositório Aberto...87 Figura 5.11. Padrão de conduta definitivo para a conduta critério IEgr, tendo como objecto a conduta contextual – Centro do

Universidade do Porto – FADEUP

Manuel Ramos 149

Figura 5.59. – Padrão de conduta Fgl eficaz

R-3: DTdu

R -5: DTd

R -1: Fgl

por jogo. No Campeonato da Europa em estudo, a média de golos atingiu um

valor de 1,1 golos por jogo, o que confirma a tendência referida, apesar das

competições em comparação não serem as mesmas tendo, contudo, a

semelhança de incluírem Selecções Nacionais. No que concerne à Espanha,

destaca-se que foi a segunda selecção que mais golos marcou, com uma

média por jogo de 2.

Quadro 5.29. – Padrão de conduta ou “max lag” definitivo para a conduta critério de Final da Fase Ofensiva (F) por remate com obtenção de golo (Fgl), tendo como condutas objecto: as regulares (início e desenvolvimento), as estruturais (espaço) e as contextuais (CJ e CEI).

Conduta Critério - Fgl

R -5 R -4 R -3 R -2 R -1

Análise Prospectiva

DTd (2,49) DTdu (4,14) DTczp (6,22) DTr (6,22) DTgra (6,32)

Condutas Regulares: - Início - Desenvolvimento

4 (2,01) 8 (2,16) 11 (2,26) 10 (3,31) 11 (2,71) 11 (5,61) Conduta Estrutural:

- Espaço

Pa (2,20) SPr (3,44)

Conduta Contextual: - Centro do Jogo

MAT (2,31) ADAT (3,13) MAT (2,16) ADV (4,18) ADV (7,52) Conduta Contextual:

- CEI Apesar da Espanha parecer privilegiar um jogo apoiado, essencialmente em

amplitude, o padrão comportamental indutor de golo encontrado mostra-nos o

contrário, conforme o Quadro 5.32. e a Figura 5.58. Assim, parece ser em

TEDA que a Espanha consegue, com maior probabilidade, marcar golo a favor.

A sequência Fgl eficaz inicia-se com

um drible no SMD, acção que

comporta elevado risco quando

executada nesta zona (4), apesar de

ao invés permitir tirar imediatamente

um adversário da jogada e assim

acelerar a TEDA. De seguida, a bola

é jogada para o corredor central do

meio-campo ofensivo - zona 8 (Figura 5.59.) -, perspectivando-se já a partir do

retardo -2 uma situação de pelo menos igualdade numérica uma vez que o CEI

Page 172: FASE OFENSIVA EM FUTEBOL - Repositório Aberto...87 Figura 5.11. Padrão de conduta definitivo para a conduta critério IEgr, tendo como objecto a conduta contextual – Centro do

Universidade do Porto – FADEUP

Manuel Ramos 150

excitado é do tipo MAT (Figura 5.60.). Posteriormente, é confirmada a intenção

de, em TEDA, continuar-se a desenvolver o ataque pelo corredor central,

enviando-se a bola para o último quarto do campo (zona 11). Num CEI do tipo

ADAT passa a procurar-se a finalização de imediato, ou então as zonas laterais

mais ofensivas quando o corredor central está muito povoado, sempre com a

intenção de finalizar rápido. De salientar que a obtenção de golo parece ser, na

maioria das vezes, conseguido apenas na segunda tentativa de finalização.

Figura 5.60. - Padrão de conduta definitivo para a conduta critério Fgl, tendo como objecto a conduta estrutural – espaço.

Apesar da Espanha, segundo as estatísticas oficiais do EURO 2008, ter

realizado um número igual de remates dentro e fora da grande área – seis –, o

nosso estudo mostra que a zona 11 do sector ofensivo é a que tem maior força

ou consistência associativa com o final da fase ofensiva por golo, bem como,

com as configurações espaciais de interacção das equipas do tipo ADAT e

ADV. Pensamos que a associação da CEI do tipo ADAT ao final do ataque com

golo na zona 11 vai de encontro à lógica da dinâmica do jogo de Futebol.

Figura 5.61. - Padrão de conduta definitivo para a conduta critério Fgl, tendo como objecto a condutas contextual – CEI

Os resultados da análise da CC em questão confirmam o que foi referido na

apreciação prospectiva da conduta de desenvolvimento da TEDA por passe

longo, isto é, que um jogo directo conduz, com maior probabilidade e

frequência, à obtenção de golo que um estilo de jogo indirecto. Todavia, os

11

10

11 Fgl 11 4 8

ADV

MAT

Fgl ADAT MAT ADV

Page 173: FASE OFENSIVA EM FUTEBOL - Repositório Aberto...87 Figura 5.11. Padrão de conduta definitivo para a conduta critério IEgr, tendo como objecto a conduta contextual – Centro do

Universidade do Porto – FADEUP

Manuel Ramos 151

mesmos resultados contrariam o que Hook & Hughes (2001: 300), citados por

Pereira (2005) sustentam, isto é, que as equipas sem sucesso optam por um

estilo de jogo directo, através de passes longos e em trajectória aérea. Conclui-se então que um jogo directo envolve riscos maiores, mas sendo

executado com rigor e qualidade, tende a originar uma maior concretização de

golos ou, pelo menos, a transportar o Centro do Jogo para zonas nas quais o

risco defensivo é menor. Pressupõe-se que este estilo de jogo é mais capaz de

surpreender e aproveitar a equipa adversária em momentos de desordem ou,

pelo menos, consegue-os criar com mais facilidade e celeridade, corroborando

Bota & Colibaba-Evulet (2001: 122), citados por Pereira (2005), sabendo-se

que os momentos de caos e desorganização adversária são propícios para o

acontecimento de golos.

Em suma, os dados obtidos parecem concluir que o sucesso da Selecção

Espanhola no Euro 2008 se encontra num meio-termo relativamente às duas

proposições acima enunciadas. Assim, apesar da CC em causa, conduta

principal da avaliação do sucesso da fase ofensiva em Futebol, activar

processos TEDA assentes num estilo de jogo mais directo, a Espanha tende a

jogar em ataque posicional, o que parece paradoxal. Todavia, atentando numa

perspectiva micro, esclarece-se esta aparente contradição pois é de admitir

que a variação de ritmos, estilos e métodos de jogo contribua efectivamente

para a obtenção do sucesso. Acrescenta-se ainda, que o que nos parece

fundamental é o saber quando variar, nomeadamente o interpretar o contexto

interaccional e a zona em que o jogo se desenvolve. A partir deste

pressuposto, surge a noção de saber-fazer táctico colectivo (ver ponto 2.1.1. da

Revisão da literatura), na medida em que toda a equipa deve, conjuntamente,

interpretar o jogo com ideias comuns, para os jogadores aferirem quando

existem ou não situações no Centro do Jogo favoráveis (igualdade não

pressionada ou superioridade numérica) ao sucesso ofensivo.

Page 174: FASE OFENSIVA EM FUTEBOL - Repositório Aberto...87 Figura 5.11. Padrão de conduta definitivo para a conduta critério IEgr, tendo como objecto a conduta contextual – Centro do

Universidade do Porto – FADEUP

Manuel Ramos 152

5.2.4.5. Final da Fase Ofensiva (F) por perda da posse de bola por erro do portador da bola e/ou acção do adversário (com excepção do Gr) – (Fbad)

A conduta tomada neste ponto como critério engloba as acções defensivas que

conduzem à recuperação da bola, tais como o desarme ou a intercepção,

mantendo-se a fase dinâmica do jogo. Assim, nesta análise apenas se obtém

informação acerca da ocorrência de uma perda de posse de bola para a equipa

defensora, mas não da forma como se deu.

Através da apreciação do Quadro 5.33. constata-se que as associações entre

as condutas objecto comportamentais e a conduta critério são pouco fortes.

Denota-se, contudo, que a conduta de recuperação da posse de bola Fbad é

activada por condutas de início e de desenvolvimento da TEDA, e nunca por

condutas de desenvolvimento de posse de bola, e habitualmente precedida por

um passe, corroborando Silva (2004) e Barreira (2006).

Quadro 5.30. – Padrão de conduta ou “max lag” definitivo para a conduta critério de Final da Fase Ofensiva (F) por perda da posse de bola por erro do portador da bola e/ou acção do adversário (com excepção do Gr) (Fbad), tendo como condutas objecto: as regulares (início e desenvolvimento), as estruturais (espaço) e as contextuais (Centro do Jogo e Contexto Espacial de Interacção).

Conduta Critério - Fbad

R -5 R -4 R -3 R -2 R -1

Análise Prospectiva

IIpb (2,00) DTpcn (3,25) DTdu (2,03)

Condutas Regulares: - Início - Desenvolvimento

7 (2,13) Conduta Estrutural: - Espaço

Pr (2,20) Conduta Contextual: - Centro do Jogo

MAD (2,30) MAD (3,06) MAD (2,22) MM (2,06) Conduta Contextual: - CEI

A análise das Figuras 5.61. e 5.62. permitem descortinar a presença de um

passe curto negativo e de um duelo, imediatamente antes da perda de posse

de bola. A primeira conduta parece dever-se sobretudo a um erro do portador

da bola, enquanto a segunda pode derivar, logicamente, da intervenção do

adversário, em trajectória aérea pois, provavelmente, ocorre após marcação de

um pontapé de baliza a favor e num contexto de inferioridade relativa.

Page 175: FASE OFENSIVA EM FUTEBOL - Repositório Aberto...87 Figura 5.11. Padrão de conduta definitivo para a conduta critério IEgr, tendo como objecto a conduta contextual – Centro do

Universidade do Porto – FADEUP

Manuel Ramos 153

Confirmam-se as ilações da CC anterior, na medida em que nos mostra que o

jogo directo não é condição sine qua non para se atingir o sucesso, pois torna-

se “quase obrigatório” que a equipa adversária esteja menos organizada e que

a equipa atacante seja capaz de equilibrar, em termos numéricos, o CJ.

5.2.4.6. Final da Fase Ofensiva (F) por perda da posse de bola por erro do

portador da bola com acção do guarda-redes adversário – (Fgrad)

Atendendo à lógica interna do jogo de Futebol e à função do guarda-redes em

particular, os resultados do Quadro 5.34., e ilustrados nas Figuras 5.62. e 5.63.,

demonstram coerência com a dinâmica comportamental do jogo já que a CC

em análise parece ocorrer mediante duas situações:

(1) por oposição com eficácia a um remate do adversário; e

(2) por intercepção de um cruzamento ou passe longo.

Quadro 5.31. – Padrão de conduta ou “max lag” definitivo para a conduta critério de Final da Fase Ofensiva (F) por perda da posse de bola por erro do portador da bola com acção do guarda-redes adversário (Fgrad), tendo como condutas objecto: as regulares (início e desenvolvimento), as estruturais (espaço) e as contextuais (Centro do Jogo e Contexto Espacial de Interacção).

Conduta Critério - Fgrad

R -5 R -4 R -3 R -2 R -1

Análise Prospectiva

DTrc (2,50) DTrc (2,78) DPcd (2,47)

DTpln (3,19) DTczn (3,02)

DPr (4,21)

Condutas Regulares: - Início - Desenvolvimento

Conduta Estrutural: - Espaço

SPr (2,99) Conduta Contextual: - Centro do Jogo

ADV (2,66) ATE (2,10) Conduta Contextual: - CEI

IIpb

DTpcn

DTdu

Fbad Pr Fbad

Figura 5.63. - Padrão de conduta definitivo para a conduta critério Fbad, tendo como objecto a conduta contextual – CJ

Figura 5.62. - Padrão de conduta definitivo para a conduta critério Fbad, tendo como objecto as condutas regulares – início e desenvolvimento

Page 176: FASE OFENSIVA EM FUTEBOL - Repositório Aberto...87 Figura 5.11. Padrão de conduta definitivo para a conduta critério IEgr, tendo como objecto a conduta contextual – Centro do

Universidade do Porto – FADEUP

Manuel Ramos 154

Figura 5.63. - Padrão de conduta definitivo para a conduta critério Fgrad, tendo como objecto as condutas regulares – início e desenvolvimento.

Figura 5.64. - Padrão de conduta definitivo para a conduta critério Fgrad, tendo como objecto as condutas regulares – início e desenvolvimento.

Uma das condutas que origina a perda de posse de bola através desta CC é o

passe longo negativo (DTpln) em Estado de Transição (Z=3,19), realizada,

provavelmente, de zonas recuadas, pelo facto de se encontrar um CEI

“Atrasado – Exterior (ATE)” e sem pressão relativa (SPr) como Configuração

interaccional em confronto. Assim, pode-se conjecturar que caso o adversário

optasse por adiantar mais as linhas e pressionasse os jogadores do sector

defensivo da Espanha, provavelmente esta equipa optaria pelo passe longo,

que foi já entendido como contraproducente ao seu sucesso ofensiva.

5.2.4.7. Final da Fase Ofensiva (F) por lançamento para fora – (Ff) Importa salientar que a CC em questão é activada tanto por condutas de TEDA

como de Desenvolvimento da Posse de Bola. Em ambas as situações o

lançamento da bola para fora parece ter origem num passe mal executado

desde o SMD e, embora não sejam excitadas condutas referentes ao Centro do

Jogo, presume-se que num contexto de pressão (P) - desfavorável.

Fgrad DPr DPcd

DTrc

DTpln

DTczn

Fgrad DTrc

Page 177: FASE OFENSIVA EM FUTEBOL - Repositório Aberto...87 Figura 5.11. Padrão de conduta definitivo para a conduta critério IEgr, tendo como objecto a conduta contextual – Centro do

Universidade do Porto – FADEUP

Manuel Ramos 155

Quadro 5.32. – Padrão de conduta ou “max lag” definitivo para a conduta critério de Final da Fase Ofensiva (F) por lançamento para fora (Ff), tendo como condutas objecto: as regulares (início e desenvolvimento), as estruturais (espaço) e as contextuais (CJ e CEI).

Conduta Critério - Ff

R -5 R -4 R -3 R -2 R -1

Análise Prospectiva

IIi (2,90) DTgro (3,31) DPrc (3,07) DPpcp (2,23) DTcd (2,92)

DPcd (2,41)

DTpln (3,42) DPpcn (5,71) DPpln (5,11)

Condutas Regulares: - Início - Desenvolvimento

2 (3,84) 5 (2,17) 5 (3,61) Conduta Estrutural:

- Espaço

Conduta Contextual: - Centro do Jogo

VAD (2,17) ATAD (3,19) MAD (3,42) MAD (3,29) Conduta Contextual:

- CEI Contrariamente à suposição anterior, a Figura 5.64. demonstra que a forma

que os adversários encontraram para diminuir o sucesso da circulação de bola

da Espanha ao nível da construção ofensiva, foi fazer recuar a respectiva linha

avançada, colocando-a em confronto com a linha média da Espanha, tentando

assim ganhar superioridade numérica no sector intermédio. Parece-nos ser

esta a justificação para a presença de um CEI do tipo MAD no instante

imediatamente anterior ao lançamento da bola para fora pela Selecção da

Espanha.

Figura 5.65. - Padrão de conduta definitivo para a conduta critério Ff, tendo como objecto a condutas contextual – CEI

Ff MAD

VAD

ATAD

MAD

Page 178: FASE OFENSIVA EM FUTEBOL - Repositório Aberto...87 Figura 5.11. Padrão de conduta definitivo para a conduta critério IEgr, tendo como objecto a conduta contextual – Centro do
Page 179: FASE OFENSIVA EM FUTEBOL - Repositório Aberto...87 Figura 5.11. Padrão de conduta definitivo para a conduta critério IEgr, tendo como objecto a conduta contextual – Centro do

Capítulo 6

CONCLUSÕES

Page 180: FASE OFENSIVA EM FUTEBOL - Repositório Aberto...87 Figura 5.11. Padrão de conduta definitivo para a conduta critério IEgr, tendo como objecto a conduta contextual – Centro do
Page 181: FASE OFENSIVA EM FUTEBOL - Repositório Aberto...87 Figura 5.11. Padrão de conduta definitivo para a conduta critério IEgr, tendo como objecto a conduta contextual – Centro do

Universidade do Porto – FADEUP

Manuel Ramos 159

6. CONCLUSÕES A partir da análise descritiva e sequencial efectuada, as conclusões seguintes

afiguram-se como as mais pertinentes para responder ao problema e para

possibilitar a confirmação ou a negação das hipóteses colocadas:

1. Existem padrões de conduta estáveis da fase ofensiva da Espanha que

induzem à sua eficácia no Euro 2008, confirmando-se a hipótese um do

estudo. Caracterizam-se por indicadores de ataque de curta e de longa

duração e por estilos de jogo directo e indirecto, respectivamente.

2. A hipótese dois é confirmada, na medida em que os que padrões de ataque

da Selecção da Espanha, no Euro 2008, que, com maior probabilidade,

conduzem à eficácia ofensiva possuem traços de um estilo de jogo directo e

de um ataque de curta duração, isto é, de ataque rápido ou de contra-

ataque. Assim, a fase ofensiva mais eficaz resume-se a uma Fase Ofensiva

em Transição. Não obstante a Espanha privilegiar a posse de bola durante

a fase de construção do ataque e em zonas recuadas do terreno de jogo,

encontrando-se preferencialmente indicadores de ataque de longa duração,

caracterizadores de um estilo de jogo indirecto, a eficácia de sua fase

ofensiva está fortemente relacionada com um jogo em progressão

longitudinal desde o sector defensivo até ao ofensivo, e com a preferencial

utilização do passe longo em Transição-Estado defesa-ataque. Conclui-se,

portanto, que a fase ofensiva em Futebol deve possuir alternância de estilos

de jogo, mediante o contexto em causa, impedindo a adaptação da equipa

adversária à organização da equipa em posse de bola.

3. Relativamente à hipótese três, os resultados encontrados permitem a sua

afirmação, dado que as condutas que se encontram mais fortemente

associadas à eficácia ofensiva são as que pressupõem um maior risco,

nomeadamente, o drible, a condução de bola e o passe longo. Depreende-

se, daqui, que estas condutas, apesar do risco de interrupção da fase

ofensiva que comportam, quando são utilizadas nas condições espaciais e

contextuais adequadas e em prol do colectivo, comportam elevada utilidade

para o sucesso ofensivo no jogo de Futebol.

Page 182: FASE OFENSIVA EM FUTEBOL - Repositório Aberto...87 Figura 5.11. Padrão de conduta definitivo para a conduta critério IEgr, tendo como objecto a conduta contextual – Centro do
Page 183: FASE OFENSIVA EM FUTEBOL - Repositório Aberto...87 Figura 5.11. Padrão de conduta definitivo para a conduta critério IEgr, tendo como objecto a conduta contextual – Centro do

Capítulo 7

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Page 184: FASE OFENSIVA EM FUTEBOL - Repositório Aberto...87 Figura 5.11. Padrão de conduta definitivo para a conduta critério IEgr, tendo como objecto a conduta contextual – Centro do
Page 185: FASE OFENSIVA EM FUTEBOL - Repositório Aberto...87 Figura 5.11. Padrão de conduta definitivo para a conduta critério IEgr, tendo como objecto a conduta contextual – Centro do

Universidade do Porto – FADEUP

Manuel Ramos 163

7. CONSIDERAÇÕES FINAIS O jogo de Futebol pressupõe o confronto de duas entidades, com objectivos

antagónicos que são concretizados através do entrelaçamento das acções

desenvolvidas pelos jogadores/equipas. É assim, por natureza, um jogo de

contexto imprevisível, tendo em consideração que a solução encontrada por

um jogador, para resolver uma situação de jogo, comporta quase sempre uma

margem considerável de subjectividade. Trata-se de uma decisão individual

que depende da forma como é interpretado o contexto interaccional e espacial

em cada momento que, segundo Garganta (2001), decorre da maneira como

os jogadores apreendem as linhas de força do jogo e do nível de conhecimento

táctico e repertório técnico que possuem.

Entende-se por equipa um “grupo de soldados, devidamente comandados e

empregados na execução de uma mesma tarefa” (in Grande Dicionário da

Língua Portuguesa). No Futebol este conceito permite inferir que, a cada

instante do jogo, apesar de ser exigido a um só jogador que decida e execute,

é o grupo que terá de o fazer através da tomada de decisão colectiva, ou

melhor, uma opção que o grupo reconheça, sendo capaz de também a prever.

Defendemos, assim, que uma equipa não é a soma da qualidade individual dos

jogadores que a constituem, só podendo assumir tal designação quando lhe é

conferida personalidade básica de grupo, que é entendido como o resultado da

interacção cognitiva e afectiva dos seus elementos (Chappuis & Thomas,

1988). Desta forma, será possível a cada um dos jogadores prever os

comportamentos dos seus colegas, colocando ordem e dando fundamento à

aparente desordem proveniente das suas acções.

No presente estudo optou-se por analisar numa equipa de sucesso – Selecção

Nacional de Espanha -, vencedora do EURO 2008, pressupondo que nela

poder-se-ia identificar padrões comportamentais que identificassem traços

definidores da sua personalidade básica de grupo, consubstanciados nos

métodos e estilos de jogo adoptados. Com o recurso à Metodologia

Observacional em geral e à análise sequencial em particular, identificaram-se

Page 186: FASE OFENSIVA EM FUTEBOL - Repositório Aberto...87 Figura 5.11. Padrão de conduta definitivo para a conduta critério IEgr, tendo como objecto a conduta contextual – Centro do

Universidade do Porto – FADEUP

Manuel Ramos 164

acções que ocorrem com regularidade no jogo da Espanha, assumindo-se

como fazendo parte da sua modelação táctica na competição em questão.

No fluxo acontecimental do jogo da Espanha é evidente que subsistem, com

maior ou menor frequência, características ou traços que consubstanciam

métodos e estilos de jogo. Apesar de estes dois termos serem considerados

em separado, de acordo com Barreira (2006) não devem ser entendidos desta

forma aquando da análise do jogo de Futebol, pois encontram-se em

permanente relação, interacção e complementaridade.

Os resultados encontrados assemelham-se aos de Barreira et al. (2009), que

comprovam que o ataque posicional, caracterizado pela realização de um

ataque com mais de 7 passes e de duração superior a 18 segundos, é o

método de jogo ofensivo mais utilizado pela Espanha no EURO 2008.

A utilização do ataque posicional apresenta vantagens substantivas, sobretudo

quando a equipa possui jogadores de elevada capacidade cognitiva, que são

capazes de tomar decisões correctas de forma rápida e eficaz. Parece ser o

caso da Espanha, cujos jogadores que habitualmente jogam no sector

intermédio possuem grande mobilidade e qualidade táctico-técnica ofensiva e

defensiva, permitindo-se a criação de constantes equilíbrios e impedindo

situações de confronto desfavoráveis no Centro do Jogo.

Este dado é comprovado pela verificação da utilização preferencial do corredor

central na recuperação da posse de bola, frequentemente através da conduta

acção defensiva de imediato seguida de passe (IEp), e na construção da fase

ofensiva, denotando-se supremacia deste corredor relativamente aos laterais,

que se esbate progressivamente à medida que a equipa progride para zonas

de maior ofensividade. Por conseguinte, a CEI entre as equipas que se regista

com maior frequência durante o jogo é a do tipo MM, enquanto as situações de

superioridade relativa e de igualdade não pressionada são as mais frequentes.

Em suma, as fases de construção e de criação são realizadas pela Espanha

Page 187: FASE OFENSIVA EM FUTEBOL - Repositório Aberto...87 Figura 5.11. Padrão de conduta definitivo para a conduta critério IEgr, tendo como objecto a conduta contextual – Centro do

Universidade do Porto – FADEUP

Manuel Ramos 165

pelo corredor central, sendo no sector ofensivo criadas situações de vantagem

numérica nos corredores laterais.

A Espanha privilegia o recurso ao passe curto e à recepção/controle,

afigurando-se como meios a privilegiar para dar corpo a um jogo curto e

apoiado. Assim, o passe é frequentemente precedido de uma

recepção/controle, evitando-se as acções táctico-técnicas ao “primeiro toque”,

constatando-se que cada jogador realiza poucos contactos com a bola. Mesmo

com jogadores de elevada qualidade e com proficiente repertório técnico, a

maioria das acções afiguram-se “simples”, sobretudo na fase de construção do

ataque, mostrando uma eficaz coordenação entre os elementos da equipa.

Depreendemos que em zonas defensivas deve predominar a segurança e nos

espaços ofensivos o risco deve ser prioritariamente assumido. No nosso estudo

o insucesso do passe curto só se manifesta nas zonas mais ofensivas onde

normalmente o contexto com que, tanto o portador de bola (maior pressão)

como os seus colegas (constrangimentos de espaço), se deparam é

desfavorável. Por outro lado as acções teoricamente mais perigosas, que

envolvem um maior risco de perda de posse de bola, como o drible e a

condução de bola, acontecem sobretudo em duas situações: (1) quando o

centro do jogo é favorável, permitindo deslocá-lo para zonas de maior

ofensividade; (2) para criar situações de finalização e para a finalização, em

zonas ofensivas.

Apesar de existirem vantagens pela utilização do ataque posicional, obrigando

o adversário a um desgaste físico e mental maior; à habituação da organização

defensiva adversária um ritmo de jogo lento, “adormecendo-o”; e ao ganho de

um maior número de esquemas tácticos a favor, não foram encontradas

relações directas entre a eficácia ofensiva da Espanha, no que concerne à

obtenção de golos, e a adopção de um estilo de jogo indirecto.

Page 188: FASE OFENSIVA EM FUTEBOL - Repositório Aberto...87 Figura 5.11. Padrão de conduta definitivo para a conduta critério IEgr, tendo como objecto a conduta contextual – Centro do

Universidade do Porto – FADEUP

Manuel Ramos 166

Outra das condutas que envolve elevado risco de perda da posse de bola é o

passe longo, característica do desenvolvimento do ataque através do Estado

de Transição. Contudo, apesar do risco, em TEDA, é com elevada

probabilidade uma acção de jogo indutora de eficácia ofensiva,

consubstanciada na obtenção quer de golo, quer de acções facilitadoras da

obtenção do mesmo (situações de pré-finalização), como cruzamentos e

remates. Antes da ocorrência do passe longo, o fluxo de jogo desenvolve-se,

normalmente por zonas recuadas do terreno de jogo.

Desta forma, ao nível da concretização do objectivo do jogo, o golo, a TEDA

assume na equipa da Espanha grande preponderância, pois quando os

processos ofensivos resultam numa Fase Ofensiva em Transição, e é realizada

com sucesso, permite-se a criação de contextos interaccionais favoráveis em

zonas ofensivas do terreno de jogo e, deste modo, maior probabilidade de se

obter eficácia da fase ofensiva.

Concordamos assim com Barreira (2006), quando sustenta a importância de se

desenvolver o jogo ofensivo de acordo com o modelo de jogo preconizado,

nomeadamente no que respeita à organização da defesa e do ataque.

Admitimos também que a adopção de uma orientação ofensiva coincidente

com as capacidades e com as características dos jogadores que a

operacionalizam, são constrangimentos a ter em conta no âmbito da

modelação da organização táctica.

Postulamos, através da recolha e análise dos dados realizada ao actual

Campeão Europeu, que a eficácia da fase ofensiva não se limita ao método ou

estilo de jogo escolhidos pelas equipas, mas sim à forma como conseguem

alterná-los durante um jogo e de acordo com os contextos que se vão

deparando, corroborando o estudo de Barreira et al. (2009). Castelo (1996:

139) apresenta a mesma ideia quando refere que “cada equipa utiliza ao longo

do jogo um método ofensivo predominante, que deverá corresponder à

preparação táctico-técnica, física e psicológica dos jogadores. No entanto, isto

Page 189: FASE OFENSIVA EM FUTEBOL - Repositório Aberto...87 Figura 5.11. Padrão de conduta definitivo para a conduta critério IEgr, tendo como objecto a conduta contextual – Centro do

Universidade do Porto – FADEUP

Manuel Ramos 167

não significa que, consoante as circunstâncias do momento, não se procure

tirar o máximo de vantagens e eficácia, através da aplicação de outros métodos

ofensivos”.

É então possível afirmar que a selecção da Espanha possui um “método misto”

de organização do seu jogo ofensivo. Este é um conceito que Barreira (2006)

utilizou no seu estudo para retratar o transporte do centro do jogo que as

equipas portuguesas tendiam a realizar, para zonas de sectores mais

ofensivos, dando-se nesses espaços situações de organização através de

ataque posicional e estilo indirecto. Aqui, o conceito é também aplicável,

embora de forma invertida já que a Espanha constrói atrás (SD e SMD) e

apenas procura jogar directo quando tem em vista a finalização imediata, com

contextos interaccionais muito favoráveis.

Afigura-se como provável que uma forma eficaz de contrariar o jogo ofensivo

habitualmente utilizado pela Espanha, comporta uma povoação maior do sector

intermédio, fazendo para isso recuar a linha avançada, criando-se assim

contextos interaccionais favoráveis nas zonas de construção e de criação. Esta

conclusão do nosso estudo vai ao encontro do que Peter Bradley, treinador da

selecção nacional de Futebol dos Estados Unidas da América, que na Taça

das Confederações 2009 venceu a Espanha, dizendo que “o segredo de

ganhar à Espanha é o acerto da táctica”, e que fizeram “um excelente trabalho

a fechar o meio-campo”. Acrescenta ainda que “quando se joga com a

Espanha, tem de se trabalhar com o grupo forte a defender e quando se tem a

bola, é preciso ser agressivo.” (Bradley, 2009: 40)

A noção de “método misto” parece ser transversal, não só a todos os jogadores

– o guarda-redes parece ser o primeiro a ter responsabilidade na decisão de

acelerar ou retardar a fase ofensiva – como a todos os momentos do jogo da

Espanha, mesmo no que concerne às situações estáticas do jogo. Importa

destacar que nos esquemas tácticos favoráveis à Espanha, para todas as

condutas (com excepção da bola ao solo) há, pelo menos, duas opções para a

Page 190: FASE OFENSIVA EM FUTEBOL - Repositório Aberto...87 Figura 5.11. Padrão de conduta definitivo para a conduta critério IEgr, tendo como objecto a conduta contextual – Centro do

Universidade do Porto – FADEUP

Manuel Ramos 168

sua conversão: (1) de forma longa, podendo envolver uma pequena circulação

prévia (lançamentos de linha lateral ou início/reinício de jogo); (2) de forma

curta onde há a opção por um estilo de jogo indirecto.

Para além da identificação de dois estilos/métodos de jogo diferentes é

possível perceber que a diferença não está apenas no tipo de acções

adoptadas, mas também na forma como o jogo é pensado e construído. Se por

um lado o cruzamento é a única acção de Desenvolvimento da Posse de Bola

que excita o golo, sugerindo que em situações de Posse de Bola a Espanha

circula até arranjar espaço nos corredores laterais, em TEDA o jogo é

preferencialmente conduzido pelo corredor central. De facto, parece-nos

importante reforçar a ideia, inerente aos princípios do jogo de Futebol, que

sempre que possível a bola deverá ser conduzida pelo corredor central,

sobretudo em situações de contra-ataque e ataque rápido.

Por conseguinte, os resultados vão de encontro à divisão que Silva (2004)

preconiza para a fase ofensiva: 1) fase de início da fase ofensiva; 2) fase de

construção da fase ofensiva; 3) fase de criação/pré finalização da fase

ofensiva; e por último, 4) fase de finalização da fase ofensiva. Estas etapas

desenvolvem-se no jogo em espaços bem definidos e mediante configurações

espaciais de interacção entre as equipas de características substancialmente

diferentes, logo, determinam comportamentos e formas de actuar também

diferentes. Para além disso, pensamos que estas sofrem uma diferenciação até

em termos estruturais na equipa, uma vez que, cada uma delas é levada a

cabo por zonas específicas da estrutura de uma equipa, e como tal, devem

merecer uma intervenção especializada no processo de treino. A observação

realizada à Espanha permite-nos acrescentar que a fase de construção pode

ser inexistente consoante o estilo/método de jogo adoptado.

Por fim, não podemos terminar este trabalho sem deixar de considerar que o

recurso à Metodologia observacional em geral e à técnica de Análise

Sequencial em particular continuam a merecer crescente importância no campo

Page 191: FASE OFENSIVA EM FUTEBOL - Repositório Aberto...87 Figura 5.11. Padrão de conduta definitivo para a conduta critério IEgr, tendo como objecto a conduta contextual – Centro do

Universidade do Porto – FADEUP

Manuel Ramos 169

de observação e análise do comportamento dos jogadores e equipas, por se

revelar um meio cada vez mais profícuo e qualitativo. Desta forma, a recolha de

informação relativamente às condutas que estão, não só na base da

regularidade mas, principalmente, nas variações do êxito da fase ofensiva,

como das condutas que induzem maior perturbação no balanço ataque/defesa,

são apenas duas das muitas possibilidades de investigação que, mediante a

elaboração e utilização de um sistema de observação ad hoc, poderão permitir

que se continue a extrair informação relevante centrada, essencialmente, nos

aspectos qualitativos do jogo de Futebol.

Page 192: FASE OFENSIVA EM FUTEBOL - Repositório Aberto...87 Figura 5.11. Padrão de conduta definitivo para a conduta critério IEgr, tendo como objecto a conduta contextual – Centro do
Page 193: FASE OFENSIVA EM FUTEBOL - Repositório Aberto...87 Figura 5.11. Padrão de conduta definitivo para a conduta critério IEgr, tendo como objecto a conduta contextual – Centro do

Capítulo 8

SUGESTÕES PARA FUTUROS ESTUDOS

Page 194: FASE OFENSIVA EM FUTEBOL - Repositório Aberto...87 Figura 5.11. Padrão de conduta definitivo para a conduta critério IEgr, tendo como objecto a conduta contextual – Centro do
Page 195: FASE OFENSIVA EM FUTEBOL - Repositório Aberto...87 Figura 5.11. Padrão de conduta definitivo para a conduta critério IEgr, tendo como objecto a conduta contextual – Centro do

Universidade do Porto – FADEUP

Manuel Ramos 173

8. SUGESTÕES PARA FUTUROS ESTUDOS Estamos cientes que o conhecimento apresenta-se sempre inacabado.

Contudo, torna-se fundamental continuar esta descoberta tendo a consciência

que só será possível quando o investigador é capaz de criar e entender

problemas, desenvolvendo-se novas propostas para o acrescento de

conhecimento com qualidade. A metodologia utilizada neste estudo apresenta,

no nosso entender, esta característica na medida em que faz extrapolar

constantemente resultados ricos e diversos, que induzem no investigador a

necessidade de procurar novos problemas e, por conseguinte, novas propostas

de estudo.

Tendo-se, à medida que se ia observando as sequências comportamentais,

registado para cada uma as variáveis resultado momentâneo, tempo de jogo

(dividido em seis partes de quinze minutos) e fase da competição, torna-se

pertinente sugerir as seguintes investigações, utilizando-se sempre a

metodologia observacional através da técnica de análise sequencial:

1. Indagar sobre padrões de jogo ofensivos da selecção da Espanha em

função do tempo de jogo, por exemplo, comparando os primeiros e os

últimos 30’ da partida;

2. Verificar se a selecção nacional da Espanha tende a alterar a forma

de jogar do ponto de vista atacante, de acordo com o resultado

momentâneo do jogo;

3. Analisar os padrões de jogo ofensivos da Espanha, comparando os

dados recolhidos da fase de grupos e da fase de eliminação,

averiguando se existem diferenças no que concerne à tipologia de

ataque adoptado;

4. Investigar os comportamentos da Espanha numa perspectiva

sectorial: linha defensiva; média e ofensiva, ao longo do fluxo de jogo;

5. Analisar, comparativamente, os padrões de jogo ofensivos da

selecção da Espanha no EURO 2008 e no EURO 2004, ou seja,

competições em que esta equipa obteve sucesso (vencedora) e

insucesso (não ultrapassou a fase de grupos), respectivamente.

Page 196: FASE OFENSIVA EM FUTEBOL - Repositório Aberto...87 Figura 5.11. Padrão de conduta definitivo para a conduta critério IEgr, tendo como objecto a conduta contextual – Centro do
Page 197: FASE OFENSIVA EM FUTEBOL - Repositório Aberto...87 Figura 5.11. Padrão de conduta definitivo para a conduta critério IEgr, tendo como objecto a conduta contextual – Centro do

Capítulo 9

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Page 198: FASE OFENSIVA EM FUTEBOL - Repositório Aberto...87 Figura 5.11. Padrão de conduta definitivo para a conduta critério IEgr, tendo como objecto a conduta contextual – Centro do
Page 199: FASE OFENSIVA EM FUTEBOL - Repositório Aberto...87 Figura 5.11. Padrão de conduta definitivo para a conduta critério IEgr, tendo como objecto a conduta contextual – Centro do

Universidade do Porto – FADEUP

Manuel Ramos 177

9. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS • Alcalde, J. (2000). Modelos de planificación y programación de la condición física en deportes.

Mod. 2.1.7 do Master en Alto Rendimiento Deportivo. Centro Olimpico de Estudios

Superiores. COE y UAM. Madrid.

Ali, A. H. (1988). A statistical analysis of tactical movement patterns in soccer. In T. Reilly; A.

Lees; K. Davids e W. Murphy (Eds.), Science and Football (302-307). London: E & FN Spon.

Amaral, R. (2004). A modelação do jogo em Futsal: análise sequencial do 1x1 no processo

ofensivo. Dissertação de Mestrado (não publicada). Porto: FCDEF-UP.

Anguera, M. T. (1989). Metodología de la observación en las ciencias humanas. Madrid:

Ediciones Cátedra Teorema.

Anguera, M. T. (1992). Metodología de la observación en las ciencias humanas. Madrid:

Ediciones Cátedra Teorema.

Anguera, M. T. (2003). Metodología Observacional. Comunicação apresentada no Mestrado

em Actividade Física Adaptada. Porto: FCDEF-UP.

Anguera, M. T. (2004). Hacia la búsqueda de estructuras regulares en la observación del

fútbol: Detección de patrones temporales. Cultura, Ciencia y Deporte. Revista de Ciencias de

la Actividad Física y del Deporte (Murcia), 1 (1), 15-20.

Anguera, M. T.; Blanco, A.; Losada, J. & Hernández Mendo, A. (2000). La metodología

observacional en el deporte: conceptos básicos. Lecturas Educación Física y Deportes.

Revista Digital, Año 5, 24. [em linha] http://www.efdeportes.com/.

Araújo, A. (1998). Congruência entre o modelo de jogo e do treinador e o Futebol praticado

pela equipa: o contra-ataque. Um estudo de caso em Futebol de alto rendimento. Dissertação

de Mestrado (não publicada). Porto: FCDEF-UP.

Araújo, M.; Garganta, J. (2002). Do modelo de jogo do treinador ao jogo praticado pela

equipa. Um estudo sobre o contra-ataque, em Futebol de alto rendimento. In J. Garganta; A.

Ardá Suarez; C. Lago Peñas (Eds.), A investigação em Futebol – Estudos Ibéricos (161-168).

Porto: FCDEF-UP.

Ardá Suárez, A. (1998). Análisis de los patrones de juego en fútbol a 7. Estudio de las

acciones ofensivas. Tesis Doctoral. Universidad de la Coruña – Departamento de Medicina,

Instituto Nacional de Educación Física de Galicia. Lecturas Educación Física y Deportes.

Revista Digital, Ano 5, 22, Junho de 2000. [em linha] http://www.efdeportes.com/.

Bacconi, A.; Marella, M. (1995). Nuevo sistema di analisi della partita in tempo reale. In

Preparazione atletica, analisi e riabilitazione nel calcio (17-28). 1º Convegno Nazionale

A.I.P.A.C. Cittá di Castelo: Nuova Prhomos.

Barreira, D. (2006). Transição defesa-ataque em Futebol. Análise Sequencial de padrões de

jogo relativos ao Campeonato Português 2004/05. Dissertação de Licenciatura (não

publicada). Porto: FADEUP.

Page 200: FASE OFENSIVA EM FUTEBOL - Repositório Aberto...87 Figura 5.11. Padrão de conduta definitivo para a conduta critério IEgr, tendo como objecto a conduta contextual – Centro do

Universidade do Porto – FADEUP

Manuel Ramos 178

Barreira, D. (em preparação). Tendências evolutivas da dinâmica táctica de equipas de

Futebol de Alto Rendimento. Análise Sequencial das fases finais dos Campeonatos da

Europa e do Mundo, entre 1984 e 2008.

Barreira, D.; Castelão, D.; Freitas, P.; Costa, I.; Brito, J.; Pinto, J.; Garganta, J. (2009).

Offensive playing methods of Spain Football national team during EURO 2008. Book of

Abstracts of the ISPAS Workshop 2009, Lincoln, UK.

Basto, F.; Maia, J.; Garganta, J. (1997). Analysis of goal-scoring patterns of European top

level soccer teams. In T. Reilly; J. Bangsbo; M. Hughes (Eds.), Science and Football III (246-

250). Proceedings of the Third World Congress of Science and Football. Cardiff. Wales, 1995.

London: E & FN Spon.

Bayer, C. (1994). O ensino dos desportos colectivos. Lisboa: Dinalivro.

Bate, R. (1988). Football chance: tactics and strategy. In T. Reilly; A. Lees; K. Davids e W.

Murphy (Eds.), Science and Football (293-301). London: E & FN Spon.

Bezerra, J, (1995). Análise do comportamento motor do jogador com bola no Futebol. Estudo

de uma equipa de alto rendimento no Mundial Sub 20. Dissertação de Mestrado (não

publicada). Porto: FCDEF-UP.

Bradley, P. (2009, 26 de Junho). Reportagem da Selecção Nacional dos EUA. Jornal O Jogo,

p. 40.

Bruggemann, D.; Albrecht, D. (2000). Entrenamiento moderno del Fútbol. Aprendizaje y

entrenamiento atraves de los juegos. Técnica, táctica, y preparación física. Planificación del

entrenamiento. Editorial Hispano Europea S. A. Terceira Edição. Barcelona. Espanha.

Caldeira, N. (2001). Estudo da relevância contextual das situações de 1x1 no processo

ofensivo em Futebol, com recurso à análise sequencial. Dissertação de Mestrado (não

publicada). Porto: FCDEF-UP.

Capra, F. (2002). As conexões ocultas. Ciência para umavida sustenável. Cultrix.

Chapuis, R., Thomas, R. (1998). L’ Équipe sportive. Presses Universitaires de France. Paris.

Hughes, M. (1996). Notational analysis. In In T. Reilly (Ed.), Science and Soccer (pp. 343 -

361). London: E & FN Spon.

Castellano Paulis, J. (2000). Observación y análisis de la acción de juego en fútbol. Tesis

Doctoral. Departamento de Historia y Teoría de la Educación de la Universidad del País

Vasco. Lecturas Educación Física y Deportes. Revista Digital, Ano 5, 22, Junho de 2000. [em

linha] http://www.efdeportes.com/.

Castellano Paulis, J. (2009). Conocer el pasado el fútbol para cambiar su futuro. Revista

Digital, Enero/Junio, 2. [em linha] http://www.accionmotriz.com

Castellano Paulis, J.; Hernández Mendo, A. (2002a). Análisis diacrónico de la acción de

juego en fútbol. Lecturas Educación Física y Deportes. Revista Digital, Ano 8, 49. [em linha]

http://www.efdeportes.com/.

Page 201: FASE OFENSIVA EM FUTEBOL - Repositório Aberto...87 Figura 5.11. Padrão de conduta definitivo para a conduta critério IEgr, tendo como objecto a conduta contextual – Centro do

Universidade do Porto – FADEUP

Manuel Ramos 179

Castellano Paulis, J.; Hérnandez Mendo, A. (2002b). Observación y análisis de la acción de

juego en el fútbol. In J. Garganta; A. Ardá Suarez; C. Lago Peñas (Eds.), A investigação em

Futebol – Estudos Ibéricos (15-27). Porto: FCDEF-UP.

Castellano Paulis, J.; Rodríguez, Abigail; Hernández Mendo, A. (2008). Análisis de la

evolución del fútbol a lo largo de los mundiales. Psicothema, 20 (4), 928-932.

Castelo, J. (1994). Futebol – modelo técnico-táctico do jogo. Lisboa: FMH-UTL.

Castelo, J. (1996). Futebol – a organização do jogo. Lisboa: Edição do autor.

Cervera, J.; Malavés, R. (2001). Hacia una concepción unitaria del proceso estratégico en

fútbol. Fútbol – cuadernos técnicos, 19, 64-70.

Comucci, N. (1983). A importância do espaço no jogo do Futebol. Futebol em Revista, 4 (4ª

ser.), 49-51.

Contreras, M. I. & Pino Ortega, J. (2000). La Observación en los deportes de equipo.

Lecturas Educación Física y Deportes. Revista Digital, Año 5, 18. [em linha]

http://www.efdeportes.com/.

Dufour, W, (1991). Observation techniques of motor behaviour - Scouting of soccer and

computerization. Comunicação apresentada ao Second WorldCongress of Science and

Football. Heindhoven.

Franks, I., Goodman, D. & Miller, G. (1983). Analyse de la performance. Qualitative ou

quantitative? Science du Sport, GY - 1, 1 - 7,.

Franks, I.; McGarry, T. (1996). The science of match analysis. In T. Reilly (Ed.), Science and

Soccer (363-375). London: E & FN Spon.

Garganta, J. (1997). Modelação táctica do jogo de Futebol. Estudo da organização da fase

ofensiva em equipas de alto rendimento. Dissertação de Doutoramento (não publicada).

Porto: FCDEF-UP.

Garganta, J. (2001). Futebol e ciência. Ciência e Futebol. Lecturas Educación Física y

Deportes. Revista Digital, Ano 7, 40. [em linha] http://www.efdeportes.com/.

Garganta, J. (2002). Competências no ensino e treino de jovens Futebolistas. Lecturas

Educación Física y Deportes. Revista Digital, Ano 8, 45. [em linha]

http://www.efdeportes.com/.

Garganta, J. (2005). Dos constrangimentos da acção à liberdade de (inter) acção, para um

Futebol com pés... e cabeça. In D. Araújo (Ed.), O contexto da decisão – a acção táctica no

desporto (179-190). Lisboa: Visão e Contextos, Lda.

Garganta, J., Maia, J. & Marques, A. (2002). Acerca da investigação dos fatores do

rendimento em Futebol. Revista Paulista de Educação Física, 10 (2), 146 – 158.

Garganta, J.; Oliveira, J. (1996). Estratégia e Táctica nos Jogos Desportivos Colectivos. In J.

Oliveira; Fernando Tavares (Eds.), Estratégia e Táctica nos Jogos Desportivos Colectivos (7-

23). CEJD, FCDEF-UP.

Garganta, J.; Gréhaigne, J.F. (1999). Abordagem sistémica do jogo de futebol: moda ou

necessidade. Movimento, V (10), 40 – 50.

Page 202: FASE OFENSIVA EM FUTEBOL - Repositório Aberto...87 Figura 5.11. Padrão de conduta definitivo para a conduta critério IEgr, tendo como objecto a conduta contextual – Centro do

Universidade do Porto – FADEUP

Manuel Ramos 180

Garganta, J.; Cunha e Silva, P. (2000). O jogo de Futebol: entre o caos e a regra. Revista

Horizonte, 91, 5-8.

Grande Dicionário da Língua Portuguesa. Vol. II, Circulo de Leitores, Lisboa

Gréhaigne, J. (2001). La organización del juego en el fútbol. Barcelona: INDE Publicaciones.

Guia, N.; Ferreira, N.; Peixoto, C. (2004). A eficácia do processo ofensivo em Futebol. O

incremento do rendimento técnico-táctico. Lecturas Educación Física y Deportes. Revista

Digital, Ano 10, 79. [em linha] http://www.efdeportes.com/.

Guilherme Oliveira, J. (2004). Conhecimento específico em Futebol - contributos para a

definição de uma matriz dinâmica do processo de “ensino – aprendizagem / treino” do

Futebol. Dissertação de Mestrado (não publicada). Porto: FCDEF-UP.

Hernández Mendo, A.; López, J.; Villaseñor, A.; Anguera, M. T. (2000). La metodología

observacional en el deporte: conceptos básicos. Lecturas Educación Física y Deportes.

Revista Digital, Ano 5, 24. [em linha] http://www.efdeportes.com/.

Hughes, C. (1990). The Winning Formula. London: William Collins Sons & Co Ltd.

Hughes, M.; Franks, I. (2005). Analysis of passing sequences, shots and goals in soccer.

Journal of Sports Sciences, 23 (5), 509-514.

Hughes, M. & Pettit, A. (2001). Patterns of play in the 1986 and 1998 World Cups for soccer.

In Hughes, M. y Franks, I.M. (Eds.) Computer science and sport III (267-275). Cardiff: Centre

for performance analysis.

Hughes, M.; Robertson, K.; Nicholson, A. (1988). An analysis of the 1984 World Cup of

Association Football. In T. Reilly; A. Lees; K. Davids e W. Murphy (Eds.). Science and Football

(363-367). London: E & FN Spon.

Janeira, M. (1998). A Metodologia da Observação em Basquetebol. Uma visão integradora.

In IV World Congress of Notational Analysis of Sport (livro de resumos). Porto. FCDEF-UP.

Jones, P.; James, N.; Mellalieu, S. (2004). Possession as a performance indicator in soccer.

International Journal of Performance Analysis in Sport, 4 (1), 98-102.

Joyce, J. (2002). News from the professional footballers association. Match analysis – a

simple exercise? Insight, 5 (3), 52 – 54.

Júlio, L.; Araújo, D. (2005). Abordagem dinâmica da acção táctica no jogo de Futebol. In D.

Araújo (Ed.), O contexto da decisão – a acção táctica no desporto (159-178). Lisboa: Visão e

Contextos, Lda.

Kormelink, H. ; Seeverens, T. (1997). Match analysis and game preparation. Spring

city: Reedswain.

Kuhn, W. (2005). Changes in Professional Soccer: a qualitative and quantitative study. In T.

Reilly; J. Cabri; D. Araújo (Eds.), Science and Football V (179-193). London: E & FN Spon.

Lago, C. P. & Anguera, M. T. (2002). Evaluación y análisis del rendimiento en el fútbol.

Aplicaciones de la metodología observacional. Metodología de las Ciencias del

Comportamiento, vol. especial, 327-330.

Page 203: FASE OFENSIVA EM FUTEBOL - Repositório Aberto...87 Figura 5.11. Padrão de conduta definitivo para a conduta critério IEgr, tendo como objecto a conduta contextual – Centro do

Universidade do Porto – FADEUP

Manuel Ramos 181

Leitão, R. (2001). Futebol Tático: análises qualitativas como ferramentas de avaliação.

Dissertação de Baixarelato - Universidade Estadual de Campinas, Faculdade de Educação

Física, Campinas, 2001.

Lopes, J. (2007). Análise diacrónica heterocontingente dos métodos de jogo ofensivo no

Futebol: estudo em equipas de nível competitivo superior. Dissertação de Mestrado (não

publicada). Porto: FADE-UP.

Losada, J. L. (1997). Propuesta para una categorización de los datos observacionales. V

Congresso de Metodología das Ciencias Humanas e Sociais. Sevilla.

Mendes, A. (2002). Transições defesa-ataque no futebol : estudo comparativo das

características do modelo de jogo adoptado por uma equipa na I liga e a correspondente

equipa B. Dissertação de Mestrado (não publicada). Porto: FCDEF-UP.

Mendes, L.; Janeira, M. (1998). Basketball performance - multivariate study in Portuguese

Professional basketball male teams. In M. Hughes & F. Tavares (Eds.), IV World Congress of

Notational Analysis of Sport (pp. 103 - 111). Porto: FCDEF-UP.

Mombaerts, É. (2000). Fútbol: del análisis del juego a la formación del jugador. Barcelona:

INDE Publicaciones.

Mourinho, J. (1999). Entrevista. In R. Faria (Ed.), Periodização Táctica. Um imperativo

conceptometodológico do rendimento superior em Futebol. Dissertação de Licenciatura.

Porto: FCDEF-UP.

Morgado, D. (1999). Análise dos métodos de jogo ofensivo no futebol e contributo para a sua

reclassificação. Dissertação de Mestrado (não publicada). Porto: FCDEF-UP.

Oliveira, J. (1993). A análise do jogo em basquetebol. In J. Bento & A. Marques (Eds.), A

ciência do desporto, a cultura e o Homem (pp. 297 - 306). Porto: FCDEF-UP.

Oliveira, J. (2001). Entre o sonho e a realidade, um mundo de expectativas e compromissos.

In J. Garganta; J. Oliveira; M. Murad (Eds.), Futebol de muitas cores e sabores: reflexões em

torno do deporto mais popular do Mundo (235-238). FCDEF-UP: Campo das Letras.

Oliveira, J. (2008b). Qual a congruência entre as ideias defendidas pelo treinador e a sua

operacionalização no microciclo semanal? Um estudo de caso em futebol de alto

rendimento. Dissertação de Licenciatura. FADEUP.

Pereira, N. (2005). Análise diacrónica da Transição defesa/ataque em equipas de Futebol de

rendimento superior: estudo dos padrões de jogo com recurso à análise sequencial e às

coordenadas polares. Dissertação de Mestrado (não publicada). Porto: FCDEF-UP.

Pino Ortega, J. (1997). Variables del elemento espacio en fútbol: aplicación práctica. Fútbol –

Cuadernos Técnicos, 7, 3-4.

Pino Ortega, J. (2001). Análisis de la dimensión organización en fútbol. Tesis Doctoral.

Universidad de Extremadura. Lecturas Educación Física y Deportes. Revista Digital, Ano 6,

30, Fevereiro de 2001. [em linha] http://www.efdeportes.com/.

Pinto, J. (1996). A táctica no Futebol: abordagem conceptual e implicações na formação. In J.

Oliveira; F. Tavares (Eds.), Estratégia e Táctica nos Jogos Desportivos Colectivos (51-62).

CEJD, FCDEF-UP.

Page 204: FASE OFENSIVA EM FUTEBOL - Repositório Aberto...87 Figura 5.11. Padrão de conduta definitivo para a conduta critério IEgr, tendo como objecto a conduta contextual – Centro do

Universidade do Porto – FADEUP

Manuel Ramos 182

Queiroz, C. (1983). Para uma teoria do ensino/treino do Futebol: análise sistémica do jogo.

Futebol em Revista, 2 (4ª ser.), 15-31.

Queiroz, C. (1986). Estrutura e Organização dos Exercícios de Treino em Futebol. Lisboa:

Edição de Federação Portuguesa de Futebol.

Quina, J, (2001). Futebol: Referências para a organização do jogo. Instituto Politécnico de

Bragança.

Reina, E. (1997). Análisis cualitativo y cuantitativo del esfuerzo en competición del futbolista.

Fútbol, Cuadernos Técnicos, 9, 31 - 39.

Ribeiro, S. (2003). Transição defesa-ataque no futebol : modelo de jogo adoptado pelo

treinador versus performance táctico-técnica da respectiva equipa. Estudo de caso realizado

na 2ª Liga Portuguesa. Dissertação de Mestrado (não publicada). Porto: FCDEF-UP.

Romão, J. (2002). Reflexão sobre uma carreira desportiva. José Romão, treinador de futebol

(um estudo de caso). Centro Oímpico de Estúdios Superiores. Comité Olímpico Español.

Universidade Autónoma de Madrid (não publicada). Madrid.

Sánchez Bañuelos, F. (2000). El entrenador como director y manager de deportistas y

equipos. Máster em Alto Rendimento Desportivo. COE & UAM. Madrid.

Silva, A. (2004). Padrões de jogo no processo ofensivo em Futebol de Alto rendimento:

análise dos jogos da segunda fase do Campeonato do Mundo Coreia – Japão 2002.

Dissertação de Mestrado (não publicada). Madrid: Universidad Autónoma de Madrid.

Teodorescu, L. (1984). Problemas de teoria e metodologia dos jogos desportivos. Lisboa:

Livros Horizonte.

Velásquez, R. (2005). El fútbol, factores de rendimiento para

planificar su enseñanza y entrenamiento. Lecturas Educación Física y Deportes. Revista

Digital, Año 10, 89. [em linha] http://www.efdeportes.com/.

Verlinden, O., Langendries, G., Coster, C. (2005). Descriptive statistics on football at the level

of pass type actions and 1/1 situations. Journal of Sports Sciences, 23 (5), 461-473.

Werner, S. (1995). El duelo entre dos: libro de ejercicios de uno contra uno. Paidotribo.

Wrzos, J. (1984)): Football - la tactique de l‘ataque. Ed. Broodcoorens, Belgium.

Yiannakos, A. & Armatas, V. (2006). Evaluation of the goal scoring patterns in European

Championship in Portugal 2004. International Journal of Performance Analysis in Sport, 6 (1),

178-188.

Page 205: FASE OFENSIVA EM FUTEBOL - Repositório Aberto...87 Figura 5.11. Padrão de conduta definitivo para a conduta critério IEgr, tendo como objecto a conduta contextual – Centro do

ANEXOS

Page 206: FASE OFENSIVA EM FUTEBOL - Repositório Aberto...87 Figura 5.11. Padrão de conduta definitivo para a conduta critério IEgr, tendo como objecto a conduta contextual – Centro do
Page 207: FASE OFENSIVA EM FUTEBOL - Repositório Aberto...87 Figura 5.11. Padrão de conduta definitivo para a conduta critério IEgr, tendo como objecto a conduta contextual – Centro do

Universidade do Porto – FADEUP

Manuel Ramos I

ANEXO 1 Definição do retardo máximo ou “max-lag”

Forma definitiva do padrão conductural Início com condutas regulares

CC Retardo 1 Retardo 2 Retardo 3 Retardo 4 Retardo 5

IEi DTcd (8,82) DTd (4,13) DTrc (2,81) DPrc (2,87)

DTpcp (2,62) DTczn (3,55)

Dpi (2,26)

DTr (2,45) Fbad (2,05) Fgrad (2,45)

Dtgra (2,60) DPpln (3,68) Fgrad (2,15)

IEd DTcd (6,69) DTrc (2,04) DTpcn (2,49) DTczp (5,04) DTdu (3,53)

IEgr

DTpcp (3,87) DTplp (3,21) DTpln (4,17) DTdu (2,23) DPrc (3,16)

DTcd (2,10) DTrc (4,82)

Fgrad (3,20) Fi (3,20)

DTpcp (4,40) DTcd (2,69) DTrc (3,13)

DTpcp (2,68) DTczn (2,96) DTrc (2,61)

IEp

DTpcp (4,46) DTrc (9,53)

DTgro (3,54) DPpcp (3,56) DPcd (2,41) DPrc (6,73) Dpdu (3,55) Fbad (2,16)

DTpcp (7,88) DTd (2,22) DTse (2,25)

DTpcp (3,75) DTd (2,83) DTrc (5,47)

DTpcp (4,98) DTpcn (2,81) DTd (2,08) DTrc (3,21)

DTpcp (4,03) DTd (2,49) DTrc (2,81) DTse (2,15)

IIcg DPpcp (9,62) DPpcp (2,14) DPrc (4,09)

DPpcp (3,68)

DPpcp (2,33) DP rc (2,56) DPcd (3,30)

IIi DPcd (4,31) DPrc (7,00) Dpdu (2,20) Fgrad (3,02)

DPpcp (8,17) DPcd (3,02) Dpdu (3,30)

DTpln (2,91) DPpcp (2,22) DPcd (2,58) DPrc (4,51) DPr (2,91)

Dpgro (2,91) DPLL (3,17)

DPpcp (5,55) DPpcn (4,13) DPczn (2,92) Fgrad (2,92)

DPpcn (2,63) DPrc (4,65)

Ff (2,20)

IIc DPpcp (3,53)

DPr (8,96) DPse (3,82)

DPrc (4,09) DPr (8,82)

DPgra (8,82) Frf (6,16)

DPpcp (2,63) DPse (6,70) Frd (9,57)

DPrc (3,65) DPr (10,49)

DPpcp (2,80) Fgl (7,12)

IIpb DPrc (2,96) Dpdu (8,08) Dpse (3,72) Fbad (2,59)

DPpcp (3,89) DPrc (2,18) Dpgro (3,11) Fbad (6,55)

DPpcp (3,43) DPplp (2,32) DPd (3,57) DPrc (3,65)

DPpcp (4,15) DPdu (3,67) DPse (5,20)

DPcd (2,99) DPrc (3,20)

IIbs DPrc (2,17) DPrc (2,30) DPpcp (2,05) DPpcp (2,61)

IILL DPpcp (3,96) Dprc (7,26) Dpi (4,34)

Fbad (4,03)

DPpcp (7,21) DPplp (2,62) DPd (2,62) DPrc (3,04) DPse (3,76) DPLL (2,82)

DPpcp (4,19) DPpcn (2,62) DPcd (2,25) DPrc (7,02) DPdu (2,62)

DPpcp (5,82) DPczn (4,52) DPrc (4,16)

Fi (2,53)

DPpcp (2,87) DPplp (2,57) DPd (2,57) DPrc (6,14)

Page 208: FASE OFENSIVA EM FUTEBOL - Repositório Aberto...87 Figura 5.11. Padrão de conduta definitivo para a conduta critério IEgr, tendo como objecto a conduta contextual – Centro do

Universidade do Porto – FADEUP

Manuel Ramos II

Início com Espacialização

CC Retardo 1 Retardo 2 Retardo 3 Retardo 4 Retardo 5

IEi 3 (2,92) 6 (1,99) 11 (1,96)

IEd 6 (3,25) 2 (1,97) 11 (2,32)

IEgr 2 (10,24) 6 (2,23) 5 (2,70) 5 (2,21) 6 (2,24)

IEp 5 (5,09) 5 (2,25) 8 (2,48)

IIcg 8 (4,27) 5 (2,13) 5 (2,47)

IIi 8 (2,57) 8 (2,12) 2 (2,16) 7 (2,40)

10 (3,63) 1 (2,96)

10 (2,20)

IIc 10 (7,90) 11 (15,55)

10 (5,67) 11 (8,21)

10 (4,11) 11 (4,68)

8 (2,28) 11 (2,64) 8 (2,30)

IIpb 8 (6,74) 8 (2,80)

IIbs 2 (2,76) 2 (4,86) 4 (3,14) 4 (3,07) 4 (3,07)

IILL 4 (3,44) 7 (2,67) 9 (5,48)

9 (4,81) 9 (2,50) 9 (2,13) 2 (2,19) 7 (2,28)

Page 209: FASE OFENSIVA EM FUTEBOL - Repositório Aberto...87 Figura 5.11. Padrão de conduta definitivo para a conduta critério IEgr, tendo como objecto a conduta contextual – Centro do

Universidade do Porto – FADEUP

Manuel Ramos III

Início com Centro do Jogo

CC Retardo 1 Retardo 2 Retardo 3 Retardo 4 Retardo 5

IEi

IEd Pi (2,31)

IEgr SPr (4,13) SPr (4,31) SPr (3,59)

IEp Spi (3,05) Spi (2,57) Pr (3,11)

IIcg

IIi

IIc Pi (5,09) Spi (2,37) Pi (2,51)

IIpb Pr (3,02)

IIbs

IILL Pr (4,11) Pr (2,27) Pi (2,02) SPa (2,57) SPa (2,47) SPr (2,07)

SPa (2,44)

Page 210: FASE OFENSIVA EM FUTEBOL - Repositório Aberto...87 Figura 5.11. Padrão de conduta definitivo para a conduta critério IEgr, tendo como objecto a conduta contextual – Centro do

Universidade do Porto – FADEUP

Manuel Ramos IV

Início com Contexto Espacial de Interacção

CC Retardo 1 Retardo 2 Retardo 3 Retardo 4 Retardo 5

IEi ATE (3,49) ATE (2,41) ADAT (2,24)

IEd ATM (3,55) ATM (3,42) MAT (2,22)

MM (1,96) MAT (2,27) ADAT (2,25) MAT (2,62)

IEgr VAD (11,60) ADM (2,04) ATE (3,86) ATE (5,56) MAD (3,92) ATE (2,40)

MAD (3,09)

IEp MM (4,30) MM (2,78) MM (2,50) MM (2,10)

IIcg MAD (4,41) ADM (8,19) MAD (8,34) MAD (5,73) MAD (2,41)

IIi VAD (3,31) VAD (4,07) EAT (2,70)

IIc ADAT (5,64) MAT (4,63) EAT (2,75)

MAT (5,07) EAT (2,74)

IIpb ATAD (2,50) ADAT (6,93)

ATAD (2,67) ADAT (2,78) MAD (2,11)

IIbs VAD (3,30) VAD (7,77) ATAD (2,13) ATAD (2,14)

IILL MM (2,94) VAD (2,04) ATAD (3,04)

Page 211: FASE OFENSIVA EM FUTEBOL - Repositório Aberto...87 Figura 5.11. Padrão de conduta definitivo para a conduta critério IEgr, tendo como objecto a conduta contextual – Centro do

Universidade do Porto – FADEUP

Manuel Ramos V

Desenvolvimento com condutas regulares

Retardo -5 Retardo -4 Retardo -3 Retardo -2 Retardo -1 CC Retardo 1 Retardo 2 Retardo 3 Retardo 4 Retardo 5

IEd (2.82) IEgr (3.63) IEp (6.27)

DTpcp (8.12) DTcd (7.08) DTrc (17.43)

IEi (3.35) IEd (2.12) IEgr (2.50) IEp (7.78)

DTpcp 22.91 DTcd (2.61) DTrc (3.85)

DTgro (3.36)

IEgr (2.18) IEp (4,09)

DTpcp (6.81) DTcd (9.64) DTd (2,48)

DTrc (24.60)

IEi (5,77) IEd (3,17) IEgr (2,45) IEp (12,41)

DTpcp 33,22 DTplp (3,44) DTgro (2,64)

IEgr (3,07) IEp (2,44)

DTcd (18,95) DTd (4,87) Dtrc (37,85)

DTpcp DTcd (19,43) DTrc (43,66) DTdu (3,37)

DTpcp 36.79 DTpcn 5.81 DTplp 5.55 DTpln 3.09 DTczn 3.88 DTd 7.94 DTse 3.28 DPi 3.51

DTpcp 7.10 DTczp 2.23 DTcd 26.95 DTrc 12.39

DTpcp 24.69 DTpcn 4.25 DTplp 4.58 DTczn 2.78 DTcd 2.98 DTd 6.34 DTrc 4.02 DTse 2.23

DTpcp 9.10 DTczp 4.44 DTcd 8.59 DTd 2.35

DTrc 19.09 DTse 3.97

IEp (3.38) DTd (4.12) DTrc (1.97)

IEp (5.32) DTpcp (3.30) DTplp (5.71)

DTrc (6.67) DTgro (3.87)

IEi (2,99) IEd (4,49) IEp (2,56)

DTpcp (4,44) DTplp (2,15)

DTcd (3,80) DTd (4,72) DTrc (6,40) DTse (2,17)

DTpcn Fbad (23,48) Fgrad (5,14)

Ff (9,02)

DTrc (4.50) IEgr (2.59) IIpb (3.34)

DTpcp (3.76)

IEi (2.06) IIi (2.36)

DTrc (5,38) DTse (2.55)

IEgr (2,17) DTpcp (4,90)

IEi (3,25) IEgr (6,05) DTd (3,42) DTrc (4,10)

DTplp

DTczn (3,94) DTcd (2,98) Dtrc (2,61)

DTdu (12,30) DTse (5,66) Fgrad (2,35)

Fi (2,09)

DTpcp 2.51 DTczp 4.26 DPLL 2.31 Frd 2.86 Fgl 4.26

Fbad 2.77

DTcd 5,00 DTdu 6.68 DTse 2.70

DTpcn 6.34 DTr 6.61

DTse 2.50 DPd 1.98

DTgra 8.10 DPpcn 2.09 DPd 1.99 DPc 3.87

IEp (2,29) DTcd (2,02)

IEi (5.96) IEp (3.18)

IIi (3,11) DTd (3.28) DTse (3,34)

IEi (2,01) IEp (3,78)

DTpcp (2,14) DTd (2,42)

IEgr (5,00) DTd (2,10) DTcd (3,66) Dtse (2,17)

DTpln Fbad (5.97)

Fgrad (13.18)Ff (13.98)

IEi (3.01) IEp (3.24)

DTpcp (2.77)

DTcd (2.66)

IEd (5.32) DTpcp (2.18) DTd (3,08)

DTplp (5,37) DTd (2,86) DTdu (5,37)

DTcd (3,85) DTd (2,64) DPi (2,52)

DTczp DTse 12.11 DPc 9.19 Frf 7.29

DTrc 2.41 DPczp 4.69 DPLL 4.31 Fgl 7.43

DTd 3.24 DPpcn 3.13 DPdu 6.19

DPczp 4.58 Frad 8.73 Fbad 2.97

DPse 4.93

IEgr (2.91) DTczp 10.39 DTcd (2.62) DTse (3.53)

DTpcp (2.45) DTd (3.34) DTse (3.42)

DTcd (5,86) IEi (4,88) DTpcp (3,38)

DTplp (4,26) DTcd (3,60) Dtrc (2,14)

DTczn Fbad 6.28

Fgrad 12.13 Ff 6.73

IEp (3.21) DTpcp (7.60)

IEgr (3.02) DTpcp (2.72)

IEi (2,79) IEd (3,23)

IEgr (2,36) DTcd (7,45)

IEi (17,58) IEd 12,95) DTcd DTpcp 19.42

DTpcn 6.60 DTcd 7.37 DTrc 12.98

DTpcp 9.57 DTczn 5.48

DTpcp 2.86 DTczp 6.69

DTpcp 7.58 DTpcn 2.15

Page 212: FASE OFENSIVA EM FUTEBOL - Repositório Aberto...87 Figura 5.11. Padrão de conduta definitivo para a conduta critério IEgr, tendo como objecto a conduta contextual – Centro do

Universidade do Porto – FADEUP

Manuel Ramos VI

DTcd (3.22) DTrc (8.65)

IEp (5,28) DTpcp 10,56 DTplp (2,39)

DTgro (3,84) DTrc (14,02) DTgro (3,84)

IEp (3,91) DTpcp 14,91 DTplp (2,14)

DTplp 2.49 DTczp 3.74 DTczn 3.50 DTd 4.81 DPi 2.19

DTdu 3.88 Ff 3.20

DTd 8.36 DTse 3.78 Fgl 2.40

DTcd 3.24 DTrc 2.67

DTpln 2.33 DTczn 2.70 DTd 6.43 DTse 2.17

IEp (2.19) DTpcp (2.26) DTcd (6.32) DTrc (2.31)

IEd (2.08) IEp (3.17)

DTpcp (5,61) DTd (2.47)

IEp (2,23) DTczp (3,06) DTcd (8,43) DTrc (4,06) DTdu (2,08) DTr (2,79)

IEp (2,60) DTpcp (7,31) DTse (4,49)

IEi (4,52) DTcd (4,49) DTd (2,50) DTrc (7,37)

DTd

DTpcp 3.31 DTpcn 3.75 DTplp 3.35 DTczp 2.12

DTr 5.29 Frf 3.60 Frd 2.91

Frad 2.68 Fgl 4.65

Fbad 4.42

DTpln 2.66 DTczp 2.49 DTrc 2.43 DTr 2.86

DTse 2.01 DTgra 3.77 DPc 3.52

DPLL 2.81 Frf 2.74 Fgl 2.49 Fi 2.81

DTpcp 1.98 DTpln 3.08 DTczp 2.87

DTr 3.33 DTse 2.41

Frf 2.99

DTczn 3.09 DTd 2.55 DTrc 4.12

DTgra 4.89 DPdu 2.50 Frd 1.98

DTpcn 4.20 DTr 3.98 DPi 4.95 Fgl 3.98

IEi (2.45) IEgr (3.74) IEp (5.20)

DTpcp 17.67 DTrc (2.52)

DTgro (4.55)

IEgr (3.66) IEp (3.68)

DTpcp (3.56) DTcd (6,72) DTd (4,2)

DTrc (18.97)

IEi (4,42) IEp (9,17) IILL (2,29)

DTpcp 24,83 DTgro (3,73)

IEgr (4,39) DTpln (5,58) DTcd (13,45) DTd (2,30)

DTrc (22,55)

IEgr (2,68) IEp (11,78)

DTpcp 39,78 DTplp (2,59) DTse (2,74) DTgro (4,78)

DTrc

DTpcp 38.92 DTpcn 6.176 DTplp 5.184: DTpln 4.02 DTczn 2.05 DTd 7.97

DTcd 14.09 DTrc 29.03 DTdu 3.35 DTse 2.30 Fgrad 3.34

DTpcp 25.57 DTpcn 6.82 DTplp 5.79 DTd 4.24 DTse 2.73

DTpcp 4.61 DTcd 8.91 DTrc 19.38 DTse 2.70 Fgrad 2.39

DTpcp 18.37 DTpcn 2.39 DTplp 4.22 DTd 2.37 DTrc 3.17

DTse (5.52) IEd (6.92) IIi (3.91)

IEi (2,75) IEp (2,99)

DTplp (5,62) Dtse (3,34)

IEi (2,25) DTcd (3,67) DTrc (3,06)

IEgr (6,55) IIpb (4,42)

DTplp (9,67) DTdu

DTr 5.06 DTse 6.14 DPi 5.60 DPc 6.35

DPLL 4.91 Fbad 4.97

DTczp 5.17 DTgra 7.43 DPc 3.52 Fi 2.89

DTd 1.98 DTse 2.31 DPse 2.17 DPLL 3.05

Frf 2.79 Fgl 5.39

DPd 2.11 DPcd 4.10

DPpcn 4.58 DPi 2.57

DTd (4.43) DTr (11.03) DTse (4.43)

DTplp (6.38) DTgra (12.42)

IEi (2,95) DTd (3,51) DTr (7,92)

DTd (3,26) DTr (8,33)

DTgra (11,08)

DTd (6,36) DTdu (6,11) DTse (3,22)

DTgra (11,64)

DTr DTse 3.18

DTgra 52.35 DPc 5.06

DTr 7.78 DTse 3.13 DPLL 4.00 Fgl 6.93

DTd 2.96 DTr 8.48

DTgra 10.08 DPczp 4.44 DPLL 4.34

DPc 5.24 Frf 3.79 Frd 4.91

DTr 9.85 Frad 10.80

DTpcp (4.37) DTcd (2.12) DTrc (2.04)

IEi (2.15) DTpcp (2.52) DTplp (2.42) DTrc (2,53) DTse (2.99)

DTplp (4,95) DTczn (3,82) DTd (2,95) DTrc (2,59) DTdu (2,42)

DTpcp (3,25) DTplp (2,21) DTd (2,29) DTrc (2,44) DTr (3,25)

IIpb (2,48) DTplp (5,99)

DTczp (14,26)DTd (1,99) DTdu (7,32)

DTse

DTpcn 2.06 DTpln 2.29 DTrc 3.07 DTr 3.10 DPc 8.15

DTd 4.33 DTse 3.60 Fgl 2.62

DTplp 2.48 DTpln 3.18 DTdu 3.75 DPr 2.48 Frad 7.14

DTczn 3.15 DTse 2.99 DPczn 3.15 DPc 2.20 Frd 2.02

DTczn 3.45 DTdu 5.07 DTr 4.06 DPc 2.25 Frad 2.25

Page 213: FASE OFENSIVA EM FUTEBOL - Repositório Aberto...87 Figura 5.11. Padrão de conduta definitivo para a conduta critério IEgr, tendo como objecto a conduta contextual – Centro do

Universidade do Porto – FADEUP

Manuel Ramos VII

DTse (3,91)

DTr (3,10) DTgra (5,60)

DPpb 9.51 DPLL 18.47 Frad 3.36

Fgrad 4.49

IEp (14,22) DTgro DTrc 4.72 DTpcp 4.10 DTcd 3.06

DTpcn 4.21 DTr 4.06

DTpcp 3.24 Ff 4.21 DTrc 5.01

DTplp (8.97) DTcd (2.02)

IEi (3.72) DTd (4,65) DTr (10,07)

DTd (4,26) DTr (7,72)

DTgra (14,06) DTr (52,33) DTgra

DTr 10.39 DTse 4.16 DPLL 9.28 Fgl 5.15

DTr 11.09 DTgra 14.06 DPLL 5.82

DPcd 2.61 DPc 6.77

DTr 11.61 Frad 10.70

DPczp 6.42 DPc 7.75

IIc (2.36) DPpcp (4.78) DPcd (5.18) DPrc (19.32) DPgro (2.24)

IIi (4.34) IIpb (3.28) IILL (4,44)

DPpcp 23.95 DPse (3.28) DPgro (2.75)

DPI (2.17)

DPczp (2,61) DPcd (7,75) DPrc (28,76)

IIi (6,91) IIpb (4,67) IILL (6,31)

DPpcp 34,89 DPdu (2,66) DPse (3,77) Dpgro (3,33)

Dpi (4,45) DPLL (2,92)

IIcg (4,13) DPcd (13,83) DPrc (44,42)

DPpcp DPcd 15.21 DPrc 43.81 DPgro 5.71

DPpcp 35.86 DPpcn 7.83 DPpln 3.40 DPczn 2.36 DPd 7.15

DPcd 9.42 DPd 2.78

DPrc 25.39 DPse 2.20 DPgro 2.55

Ff 3.49

DPpcp 23.67 DPpcn 3.53 DPd 4.10

DPgro 2.60

DPpcp 3.90 DPplp 1.97 DPczn 3.67 DPcd 6.52 DPrc 16.58 DPse 2.57 DPgro 2.46

IIc (2.32) DTplp (2.26) DTdu (4.35) DPrc (3.56)

IIi (2,12) DPpcp (3.77) DPplp (2.29) DPI (4,59) DPc (2,69)

DTczp (3,10) DPrc (6,65)

DPpcp (7,93) DPse (1,97)

DPplp (2,31) DPczp (3,32) Dpcd (6,61) DPrc (5,74)

DPgro (5,28)

DPpcn Fbad 19.92 Fgrad 4.73

Ff 23.39

DPplp (2.73) DPd (4.78) DPrc (2,36)

IIpb (3,53) IILL (2,35)

DPse (2,85) DPi (2,66)

IILL (2,30) DPLL (3,47)

DPcd (3,18) DPrc (3,21)

DPgro (5,89) DPplp

DPpcn 2.21 DPdu 12.64 DPse 5.13

Fi 3.16

DPd 5.00 DPse 2.50

DPczp 3.86 DPrc 2.08 DPse 2.75

DPpcn 2.35 DPse 5.66 DPLL 3.65

DPdu 4.66 Fgrad 4.33

IEi (5.59)

IEi (2,01) IIi (2,46)

IIpb (3,09) DPi (2,31)

DPrc (4,92) DPi (2,12) DPpln

Fgrad 7.27 Ff 6.61 Fi 18.91

DTgra (6.28) DPrc (1.97) DPr (4.78) DPc (4.33)

DPLL (2.25)

DTczp (6.62) DPczp (2,25)

DPr (5.05) DPLL (2.24)

DTr (4,44) DPplp (3,86) DPczp (3,64) DPd (4,64)

DPdu (2,65) DPse (3,83) DPc (7,97)

DTczp (5,09) DPdu (2,55) DPc (3,17)

DPLL (7,55)

DPd (10,58) DPrc (2,59) DPc (3,22)

DPczp

DPpcn 3.13 DPdu 2.71 DPr 3.35

DPse 15.06 Frf 4.47 Frd 2.63 Fgl 4.06

DPczn 4.28 DPdu 7.20 DPse 4.02 DPr 3.90 DPc 3.04

DPLL 2.47 Frad 5.47

DPpcp 2.10 DPczp 3.28 DPgra 17.32

Frad 6.42

DPrc 2.52 DPse 2.49

Frf 6.46

DPr 6.56 DPLL 4.44

Frf 3.90

Page 214: FASE OFENSIVA EM FUTEBOL - Repositório Aberto...87 Figura 5.11. Padrão de conduta definitivo para a conduta critério IEgr, tendo como objecto a conduta contextual – Centro do

Universidade do Porto – FADEUP

Manuel Ramos VIII

DPLL (2,25) Fi 2.03 Fbad 2.09 Ff 4.59

DPpcp (3.96) IIi (2.90) DTse (3.21) DPc (11,94) DPpcp (2,52)

DPczp (5,33) DPcd (3,37) DPd (6,20) DPczn

Fbad 9.09 Fgrad 3.22

Ff 8.00

IIcg (2.09) DPpcp (6.82) DPcd (2.03) DPdu (2.95)

IILL (3.28) DTr (2.13)

DPcd (2,61) DPrc (7.25) DPr (2.13) DPi (2.70)

DTgra (2,56) DPpcp 10,06 DPdu (3,51) Dpi (2,76)

DPcd (3,01) DPrc (12,34)

IIi (3,83) DPpcp 14,44 DPd (2,92) DPi (2,08)

DPcd

DPpcp 12.67 DPpcn 6.17 DPplp 2.93 DPczn 3.11 DPd 3.02 DPr 2.62

DPcd 2.39 DPrc 9.42 DPc 2.01

Fgrad 4.48 Ff 4.15

DPpcp 7.57 DPd 6.31

DPdu 2.77 DPse 1.97

DPcd 2.33 DPrc 5.30 DPse 1.98 Frd 2.34

DPpcp 4.97 DPcd 1.98

DTplp (2.26) DPd (3.60) DPrc (3.18) DPse (2.20) DPi (2.20)

DTplp (2.05) DTdu (2.05)

DPpcp (4.34) DPrc (2.22)

DTdu (2,16) DPpcp (3,23) DPcd (6,47) DPrc (2,87)

DPpcp (7,38) DPplp (5,53)

DPcd (3,35) DPd (6,85) DPrc (9,15)

DPd

DPczp 8.92 DPczn 5.22 DPcd 2.36 DPd 5.65 DPse 3.21 DPi 5.51 Frf 4.38

Fbad 3.23

DPrc 2.25 DPse 5.51 DPi 2.34 Fgl 2.08

Fbad 2.95

DPczp 4.06 DPdu 5.35 DPr 2.87

DPse 2.78 DPc 2.13

Fgrad 1.99

DPdu 2.82 DPse 3.13 DPc 2.59 Frd 2.41

Frad 4.21

DPplp 4.52 DPd 3.13 DPse 3.59 DPLL 2.23 Frd 2.71 Ff 2.23

IIi (4.29) IIpb (2.86) IILL (4.97)

DPpcp 16.65 DPse (3.50) DPI (3.50)

DTgra (2.04) DPczp (3.92) DPcd (6.24) DPrc (21.59)

IIi (3,92) IIpb (3,43) Iibs (2,03) IILL (5,45)

DPpcp 25,93 DPse (2,44) Dpgro (3,06)

DPi (2,82)

DPcd (11,32) DPd (3,12) DPrc 33,92 DPdu (1,96) DPse (1,96)

IIi (6,63) IIpb (2,99) Iibs (2,12) IILL (7,34)

DPpcp 41,69 Dpgro (3,43)

DPi (7,16) DPLL (4,39)

DPrc

DPpcp 43.75 DPpcn 5.63 DPplp 2.11 DPpln 4.78 DPczp 2.46 DPd 8.88

DPrc 31.95 DPse 2.80 DPgro 2.98

DPpcp 28.14 DPpcn 6.39 DPd 2.68

DPplp 2.14 DPcd 7.09 DPd 2.00

DPrc 20.47 Ff 2.59

DPpcp 18.1 DPpcn 3.52

DPd 2.82 DPdu 2.16

DPplp (5.32) DPrc (2.43) DPc (5.78)

IIpb (2.93) DTd (2.45) DPd (3,11)

DPdu (3.87) DPse (2.29)

DTczp (5,99) DPcd (2,75) DPd (5,84) DPse (2,25) DPLL (2,91)

IIi (4,24) DPczp (8,15) DPc (3,63)

IIi (7,75) IIpb (21,40) IILL (3,74)

DPplp (9,09) DPczp (2,04) DPse (2,30) Dpgro (2,98) DPc (7,68)

DPdu

DPse 3.26 DPLL 3.26 Frad 3.73 Fgl 3.03

Fbad 5.54 Fi 5.37

DPpcp 1.98 DPczp 2.15

Fi 4.28 DPczp 2.39 DPcd 3.21

DPdu 3.46 Fbad 3.24

DPcd 2.69 DPse 2.17 Fgrad 3.69

DPczp (7.21) DPI (2.68)

IIc (9.45) DPse (5.63)

IIi (2,48) DTse (2,67) DPd (3,12)

IIC (8,33) DPczp (4,68)

DPr (5,81)

IIc (7,53) DTd (2,02)

Dpczp (3,80) DPr

DPse 9.43 DPgra 12.04 DPc 18.94

DPr 4.87 DPse 5.10 DPc 3,31

DPc 4.69 DPLL 8.30 Frf 3.71

DPczp 4.58 DPcd 1.97

Frf 4.13

DPczp 4.90 DPse 3.72

Page 215: FASE OFENSIVA EM FUTEBOL - Repositório Aberto...87 Figura 5.11. Padrão de conduta definitivo para a conduta critério IEgr, tendo como objecto a conduta contextual – Centro do

Universidade do Porto – FADEUP

Manuel Ramos IX

DPi (2,39) DPLL (3,29)

DPcd (3,72) DPi (6,60) DPc (4,20)

DPLL 2.76 Fgrad 6.44

Fgl 5.24

DPLL 3.17 Frd 3.74

Fbad 2.97

Fi 4.33

DTczp (4.73) DPpcp (2.52) DPd (3.97)

DPdu (2,33) DPr (3.56)

DPse (4.05) DPLL (3.53)

IIpb (3.31) DPplp (5.51) DPcd (2.24) DPd (3.54) DPse (5.69) DPc (6,34)

DPLL (5.39)

IIc (5,01) DPdu (2,35) DPpcp (2,49) DPplp (2,67) DPcd (1,99) DPd (3,14) DPse (7,23) DPLL (3,33)

IILL (3,22) DPplp (2,69) DPczp (4,86) DPd (6,04) DPrc (2,82) DPr (6,11)

Dpgro (2,90) DPi (2,05) DPc (2,01)

IIc (3,81) IIpb (3,74)

DPplp (5,10) DPczp 16,66 DPd (3,74)

DPdu (6,56) DPr (10,10) DPc (4,26)

DPse

DPdu 3.57 DPgro 2.24 DPc 7.63

DPLL 22.27 Frd 3.46

DPpcp 3.11 DPplp 2.37 DPgra 8.97

Frf 3.14 Frad 2.78

DPplp 2.87 DPczp 3.39 DPrc 2.00 DPdu 2.06 DPse 3.06

Frf 2.99 Ff 6.63

DPpcp 3.32 DPdu 2.30 DPr 5.71

DPse 5.64

DPd 2.18 DPrc 3.74 DPse 4.17 DPi 2.91

DPpcp (2.82) DPpcp (2.84) IIi (2,75)

DPpcp (2,56) DPgro (6,26)

IIpb (3,24) DPrc (2,97)

Dppcp (5,83) DPse (3,38) DPgro

DPpcn 4.81 DPplp 5.35 DPrc 3.12 DPdu 4.06

DPpcp 2.86 DPse 2.66 DPi 3.04 Ff 2.59

DPrc 3.29 DPgro 6.59

DPpcp 2.56

DPpcp 1.96 Frd 4.80

DPczp 18,97 IIc (22,29) DPse (6,95)

DPr (13,46) DPc (12,03) DPgra Frf 8.33

Frd 10.15

DTd (5.28) DTdu (2.42) DPse (2.79) DPc (3.50)

IEi (2.01) DPLL (3.47)

IEi (2,73) DTpcp (3,09) DPd (2,53)

Dpgro (2,73)

IILL (2,95) DTcd (2,16) DTdu (6,66) DPd (6,48)

DPdu (6,36)

DPi

DTczp 2.26 DPrc 6.57 DPr 6.24 Frd 2.83

Frad 6.74

DPpcp 3.59 DPpln 2.37

Frf 2.59 Fbad 2.43

DPplp 2.75 DPcd 2.49 DPrc 2.52 DPr 2.29

DPpcp 2.38 DPpcn 4.63 DPcd 2.81

DPr 2.39 DPrc 3.07

DTplp (4.32) DTse (2.50) DTgra (7.74)

DTdu (3.72) DTr (5.72)

DTse (2,15) DPd (2.69)

DTgra (6,59) DPd (2,39) DPr (5,32)

DTd (4,05) DTdu (3,67) DPczp (3,85) DPcd (2,40) DPd (2,20) DPr (4,81)

DPLL (3,52)

DTczp (11,05)DTdu (7,69) DTr (5,06)

DTse (8,43) DPr (21,21) DPse (8,05)

DPc

DPczp 2.63 DPdu 9.43 DPr 3.62

DPse 3.68 DPgra 10.15

Frf 2.22 Fi 4.84

DPczp 3.04 DPdu 3.85 DPse 2.03 DPc 3.39

DPLL 2.71 Frf 2.77

DPczp 6.29 DPczn 6.94

Frf 5.66 Frd 9.51

DPpcn 2.53 DPse 6.05

DPczp 4.07 DPdu 5.33 DPi 3.38

DPplp (3.98) DPczp (4.78)

DPd (2.53) DPLL (2.25)

DPplp (3.57) DPLL (2.18)

IIi (3,35) DTdu (3,15) DTr (4,08) DPr (9,10)

DTplp (2,84) DTczp (4,43) DTd (3,05) DTr (4,07)

DTgra (5,52) DPczp (2,98)

DPr (3,78) DPc (2,72)

DTdu (6,07) DTse (19,10) DTgra (5,80) DPdu (4,26) DPr (3,16)

Dpgro (23,40)

DPLL DPrc 3.67 DPdu 2.25 Fbad 2.59

DPpcp 3.08 DPplp 3.56 DPczp 7.39 Frad 4.58

DPczp 2.39 DPdu 2.87 DPr 3.28

DPse 3.24 Frd 2.12

DPczp 2.10 DPse 5.24 DPi 3.67

DPLL 2.10 Frad 4.41

Fi 2.30

DPczp 2.16 DPse 3.47 DPLL 2.16

Fi 2.53

Page 216: FASE OFENSIVA EM FUTEBOL - Repositório Aberto...87 Figura 5.11. Padrão de conduta definitivo para a conduta critério IEgr, tendo como objecto a conduta contextual – Centro do

Universidade do Porto – FADEUP

Manuel Ramos X

Desenvolvimento com Espacialização

Retardo -5 Retardo -4 Retardo -3 Retardo -2 Retardo -1 CC Retardo 1 Retardo 2 Retardo 3 Retardo 4 Retardo 5

2 (2,60) 5 (2,63) 6 (2,68)

1 (2,40) 2 (4,04) 3 (2,81) 5 (2,58)

1 (2,23) 5 (4,19) 6 (3,25)

2 (4,97) 3 (2,81) 5 (2,32) 6 (3,57)

1 (2,56) 3 (2,19) 5 (3,72) 6 (4,07)

DTpcp 4 (2,17) 5 (4,46) 6 (3,49)

3 (2,62) 4 (2,14) 5 (4,58) 6 (3,01)

6 (1,98) 5 (1,98) 6 (2,62)

3 (2,51) 4 (2,28)

8 (2,58) 2 (3,36) DTpcn 8 (2,08) 11 (7,03)

3 (2,35) 6 (2,33) 1 (2,25) 1 (2,13) 6 (2,05) 2 (2,89)

6 (4,32) DTplp 11 (4,31) 12 (2,33) 11 (3,01) 11 (3,09) 11 (2,20)

3 (2,36) 2 (2,54) 3 (2,44)

1 (2,21) 2 (3,21) 3 (4,29)

2 (4,03) 3 (3,97) DTpln 11 (3,91)

9 (3,38) 8 (2,22) 9 (2,18) 12 (7,71) DTczp 11 (8,90) 10 (5,78)

11 (3,50) 10 (3,93) 11 (3,77)

10 (3,81) 11 (3,65) 10 (2,61)

12 (2,58) 11 (2,35) 10 (2,06) 9 (2,02) 9 (1,98) 10 (5,29) DTczn

2 (2,38) 11 (7,58) 12 (2,57)

1 (2,65) 2 (2,22) 3 (3,98)

2 (2,42) 3 (2,10) 5 (2,05)

1 (2,08) 2 (5,47) 5 (3,61)

2 (2,12) 5 (3,06)

2 (4,06) 3 (3,12) DTcd 8 (4,62) 8 (3,25)

11 (2,06) 9 (2,32) 11 (2,51)

8 (2,61) 11 (2,51)

9 (2,13) 11 (4,81) 12 (2,57)

DTd 3 (2,73) 11 (6,49) 12 (2,56)

3 (4,59) 11 (5,97) 12 (1,96)

11 (3,96) 10 (3,55) 10 (2,82)

2 (4,08) 6 (3,35) 2 (3,21) 6 (3,02) 6 (2,93) 2 (4,04)

6 (2,43) DTrc

1 (2,03) 3 (2,76) 4 (2,43) 5 (3,70) 6 (3,22)

5 (2,76) 5 (5,02) 3 (5,27) 5 (2,27)

Page 217: FASE OFENSIVA EM FUTEBOL - Repositório Aberto...87 Figura 5.11. Padrão de conduta definitivo para a conduta critério IEgr, tendo como objecto a conduta contextual – Centro do

Universidade do Porto – FADEUP

Manuel Ramos XI

6 (4,74) 3 (2,17) 6 (2,07) 2 (5,36) DTdu

7 (2,09) 10 (2,93) 12 (3,64)

11 (2,94) 11 (3,01) 12 (3,20)

10 (2,52) 12 (2,14) 10 (2,42)

10 (3,30) 11(3,20)

10 (2,75) 11(5,84)

10 (2,23) 11 (7,80)

10 (4,51) 11 (12,21) 11 (15,39) DTr 11 (7,41)

10 (3,38) 11 (3,17) 12 (2,86)

10 (3,57) 11 (2,00) 11 (4,62) 11 (2,49)

4 (2,13) 1 (2,23) 4 (2,36)

1 (2,19) 4 (2,66)

10 (2,50) 4 (2,53) 11 (4,45)

12 (2,67) DTse 3 (5,52) 10 (6,02)

3 (2,21) 10 (2,82) 11 (3,05)

3 (3,18) 10 (3,20) 11 (3,56)

10 (4,59) 11 (2,52)

1 (3,32) 5 (2,43) DTgro 2 (6,26) 2 (3,70) 5 (3,27) 5 (3,37) 5 (2,96)

10 (4,15) 11(4,04)

10 (3,37) 11(7,02)

10 (3,01) 11 (10,02)

10 (2,77) 11 (12,44)

10 (2,52) 11 (11,09) Dtgra 10 (2,09)

11 (4,56) 10 (3,39) 11 (3,18) 10 (2,24) 10 (2,61)

11 (2,37)

7 (2,81) 9 (3,10)

7 (2,05) 9 (2,49)

7 (3,37) 9 (2,07)

7 (2,98) 9 (2,58)

5 (2,36) 7 (3,75) 9 (2,16)

DPpcp 2 (2,38) 7 (2,45) 2 (2,69)

7 (2,16) 2 (2,24) 2 (2,80)

12 (2,26) 12 (3,17) DPpcn 10 (2,42) 11 (7,35)

4 (2,64) 10 (2,78) 12 (2,78)

10 (5,42) 12 (2,60) 3 (2,04) 2 (1,96)

3 (2,08) DPplp 9 (2,53) 12 (2,23) 12 (2,54) 1 (6,72)

11 (2,64)

3 (2,44) 3 (2,27) 5 (2,56) 1 (2,21) 6 (4,68) DPpln 10 (2,59)

11 (4,62)

8 (3,03) 10 (3,02) 11(4,67) 12 (3,02)

8 (3,35) 10 (2,73) 11(7,74)

10 (3,88) 11 (7,23) 12 (2,53)

10 (6,40) 11 (3,68) 12 (11,13)

10 (11,05) 12 (13,82) DPczp 11 (16,02) 11 (7,65)

12 (2,56) 11 (4,28) 12 (2,01) 11 (2,44) 11 (2,15)

12 (3,35)

8 (2,43) 11 (2,50)

8 (3,73) 11 (2,19)

8 (2,49) 12 (4,25)

9 (2,02) 12 (6,07)

10 (5,29) 12 (7,30) DPczn 11 (10,12)

10 (2,44) 5 (2,61) 5 (2,00) DPcd 8 (5,23) 9 (3,05) 8 (2,02) 11 (2,82) 12 (2,23)

1 (2,10) 8 (2,63)

Page 218: FASE OFENSIVA EM FUTEBOL - Repositório Aberto...87 Figura 5.11. Padrão de conduta definitivo para a conduta critério IEgr, tendo como objecto a conduta contextual – Centro do

Universidade do Porto – FADEUP

Manuel Ramos XII

8 (2,28) 8 (5,31) 8 (4,19) 8 (4,23) 12 (2,00)

7 (2,20) 9 (2,35)

10 (2,43) 12 (7,00)

DPd 10 (4,90) 12 (9,15)

10 (3,35) 11 (6,17)

11 (4,43) 12 (2,31) 11 (2,91) 11 (2,75)

7 (2,70) 9 (2,62) 7 (2,19) 7 (2,86)

9 (2,60) 9 (2,36) DPrc 5 (2,57) 2 (2,23) 5 (2,37)

12 (4,26) 12 (3,83) 10 (3,16) 12 (3,36)

3 (3,39) 10 (2,56)

1 (3,79) 2 (10,44) DPdu 8 (3,72) 4 (2,41) 11 (2,02)

9 (4,22) 10 (2,27) 9 (4,98)

8 (2,03) 11 (3,80) 12 (3,84)

10 (5,04) 11 (3,28) 12 (5,27)

10 (4,36) 11 (7,65) 12 (4,42)

DPr 10 (6,52) 11 (7,91)

11 (5,52) 12 (2,90)

10 (3,27) 12 (4,47)

10 (3,81) 12 (3,34) 12 (3,77)

11 (5,96) 12 (3,39)

10 (2,93) 12 (5,58)

10 (4,63) 12 (7,26)

8 (2,31) 10 (7,97) 12 (6,27)

10 (9,37) 11 (4,07) 12 (2,38)

DPse 10 (4,00) 12 (3,36)

11 (2,83) 12 (2,72)

10 (2,20) 11 (2,21) 12 (2,42)

11 (2,01) 12 (2,05)

9 (2,76) 12 (3,06)

1 (2,45) 1 (2,53) 6 (2,16) 2 (2,16) 1 (2,33)

5 (2,05) 1 (2,38) 5 (3,45) DPgro 2 (4,62) 2 (3,28)

6 (2,23) 6 (2,27) 6 (2,53)

7 (2,92) 8 (2,26) 10 (7,27) 10 (4,72) 12 (4,91)

10 (4,32) 11 (4,30) DPgra 8 (2,73)

1 (2,34) 7 (2,35) 8 (3,96) DPi 8 (2,92)

8 (2,47) 9 (3,98)

10 (3,21) 11 (3,21)

8 (2,71) 10 (4,37)

10 (5,58) 11 (7,35) 12 (2,60)

10 (3,60) 11 (15,05) 12 (5,10)

DPc 10 (4,05) 11 (10,55) 10 (10,71) 10 (7,93)

11 (2,82) 11 (4,21) 11 (3,22)

6 (3,04) DPpb 9 (2,95)

DPbs

11 (2,92) 11 (2,65) 12 (2,63)

10 (2,08) 11 (3,68) 12 (2,25)

10 (2,95) 11 (3,06)

7 (2,31) 9 (2,44)

10 (2,58) 11 (6,02) 12 (2,62)

DPLL 7 (2,07) 9 (2,16) 12 (4,25)

10 (2,39) 12 (5,80) 12 (5,79) 12 (5,06) 12 (4,35)

Page 219: FASE OFENSIVA EM FUTEBOL - Repositório Aberto...87 Figura 5.11. Padrão de conduta definitivo para a conduta critério IEgr, tendo como objecto a conduta contextual – Centro do

Universidade do Porto – FADEUP

Manuel Ramos XIII

Desenvolvimento com Centro do Jogo

Retardo -5 Retardo -4 Retardo -3 Retardo -2 Retardo -1 CC Retardo 1 Retardo 2 Retardo 3 Retardo 4 Retardo 5

SPr (2,93) SPr (2,48) SPr (2,86) SPr (4,44) DTpcp SPr (2,50)

SPa (4,43) Pr (2,01) DTpcn Pr (3,66)

DTplp Pi (4,68) Pr (2,91) Pr (2,25)

DTpln Pi (3,05)

SPr (2,35) Pi (4,86) DTczp Pr (3,68) Pi (3,35) Pi (3,74)

PI (2,60) DTczn

Pa (2,43) SPr (4,11) SPr (3,46) DTcd Spi (2,74) Pa (2,45)

Pr (3,44) Pr (2,78) Pi (3,27) DTd Pr (3,63)

Pa (2,12) SPi (2,07)

Pa (2,18) DTrc SPr (4,11)

SPr (2,17) DTdu Pi (6,11)

Pr (4,19) DTr

Pr (2,50) Pr (2,15) DTse Pr (2,03) Pr (5,21) Pr (2,64) SPi (2,34)

Page 220: FASE OFENSIVA EM FUTEBOL - Repositório Aberto...87 Figura 5.11. Padrão de conduta definitivo para a conduta critério IEgr, tendo como objecto a conduta contextual – Centro do

Universidade do Porto – FADEUP

Manuel Ramos XIV

DTgro Spr (3,57) Spr (4,26)

Pr (2,36) Pi (2,50) Pi (1,97) Dtgra

DPpcp Pi (2,12) SPi (2,91) Pi (2,39)

Pi (3,62) DPpcn

Pi (6,53) DPplp Pi (2,51) Pa (7,76)

SPa (6,47) SPa (6,39) DPpln

Pr (2,80) Pr (2,31) Pi (4,94) Pi (4,64) SPi (2,29) DPczp Pa (5,17) Pi (8,81)

Pa (5,63) Pi (4,69)

Pi (3,60) Pr (3,63) Pa (6,90) DPczn

DPcd Pr (3,92) P1 (2,83) Pr (2,36)

Pr (3,34) SPi (3,13) Pr (2,13) SPi (2,14) DPd Pr (3,74) Pr (2,74)

DPrc SPr (2,24) Pi (2,68)

DPdu Pi (3,34) Pa (4,45)

Pr (2,45) Pa (9,25) Pi (3,49)

Pa (7,17)

Pr (2,05) Pa (7,24) DPr Pi (2,71) Pi (3,33) Pr (2,11)

Page 221: FASE OFENSIVA EM FUTEBOL - Repositório Aberto...87 Figura 5.11. Padrão de conduta definitivo para a conduta critério IEgr, tendo como objecto a conduta contextual – Centro do

Universidade do Porto – FADEUP

Manuel Ramos XV

Pi (2,28) Pr (2,77) Pi (2,04) Pr (2,80)

Pi (3,66) DPse Pi (1,98) Pi (3,32)

Spi (2,37) DPgro

Pr (3,29) Pi (5,17) DPgra

Pr (4,70) Pi (5,92) DPi Pa (2,46)

Pa (7,84) Pa (6,67) Pa (6,24) Pi (2,03) Pi (4,21) DPc Pi (4,26) Pi (4,27)

DPpb Pr (2,59)

DPbs

Pr (2,43) Pr (2,06) Pr (3,71) Pi (2,54) Pi (3,91) DPLL Pr (4,28)

Pi (3,05) Pr (2,48)

Page 222: FASE OFENSIVA EM FUTEBOL - Repositório Aberto...87 Figura 5.11. Padrão de conduta definitivo para a conduta critério IEgr, tendo como objecto a conduta contextual – Centro do

Universidade do Porto – FADEUP

Manuel Ramos XVI

Desenvolvimento com Contexto Espacial de Interacção

Retardo -5 Retardo -4 Retardo -3 Retardo -2 Retardo -1 CC Retardo 1 Retardo 2 Retardo 3 Retardo 4 Retardo 5

VAD (3,77) ATE (2,43)

ATE (2,26) MM (2,29)

VAD (3,97) ATE (2,54)

ATE (2,49) MM (5,07) DTpcp MM (2,96) ATE (2,36)

MM (3,34) MM (2,61) MM (2,11)

MM (2,86) MM (2,59) MM (2,07) DTpcn ADAT (2,28)

ATE (2,40) ATAD (2,17)ATE (2,06) MAD (2,22) DTplp

ADAT (4,16)EAT (4,67) ADV (2,66)

ADAT (2,57)ADV (5,84) ADAT (3,70) ADAT

(3,43)

VAD (3,89) ATAD (2,70) ATE (5,48) DTpln ADAT

(4,96)

VAD (2,07) EAT (4,34)

MAT (4,96) EAT (8,75) DTczp ADAT (5,12)

ADV (6,18) ADAT (3,15)ADV (5,99)

ADAT (3,76)EAT (2,52)

ADAT (2,60)EAT (2,85) EAT (2,34)

ADAT(2,31) EAT (2,15) ADM (6,88) ADM (6,24) ADM (2,84) ADAT (3,89)

EAT (6,36) DTczn

ATM (1,98) ATE (2,43) VAD (3,21) MM (2,53) VAD (2,52)

MM (2,53) DTcd ATM (3,59) MM (5,35) MAT (4,11)

MAT (2,62) ADAT (3,63) ADV (3,04)

MAT (2,14) ADAT (3,11)EAT (3,75)

EAT (2,75) ADV (2,39)

ATM (3,13) MAT (3,13)

ATM (3,13) MAT (2,85) ADAT (2,10)

MM (2,98) MM (3,21) ADAT (1,98) EAT (6,06) DTd

ADAT (7,25)EAT (3,03) ADV (2,55)

ADAT (3,97)ADV (3,70) ADAT (5,33) EAT (3,16) ADV (4,62)

VAD (2,93) VAD (2,72) ATE (1,99) MM (2,78) VAD (5,04)

MM (2,02) DTrc ATE (4,31) MM (2,17) MM (2,35)

MAD (5,06) MAD (2,63) MAD (2,31) DTdu ADAT (4,56)ADV (4,26) ADV (3,64) ADM (2,85)

ADV (3,72)) EAT (2,80)

ADAT (6,04) ADAT 2,60 EAT (2,42)

ADAT (6,55)ADV (12,17)

ADAT (10,3)EAT (3,43) ADAT (9,82) DTr EAT (2,60)

ADV (9,86) EAT (2,89) ADAT (5,24) ADAT (2,60)

Page 223: FASE OFENSIVA EM FUTEBOL - Repositório Aberto...87 Figura 5.11. Padrão de conduta definitivo para a conduta critério IEgr, tendo como objecto a conduta contextual – Centro do

Universidade do Porto – FADEUP

Manuel Ramos XVII

MAT (3,47) EAT (2,39) MM (2,14) EAT (2,55)

MAT (2,62) ADAT (2,47)EAT (5,21)

ADAT (3,15)EAT (5,55) DTse ADAT (2,42)

EAT (2,13)

ADM (2,56) ADAT (4,17)EAT (2,16)

ADAT (2,59)EAT (3,69) EAT (2,39) EAT (2,59)

DTgro VAD (3,81) ATAD (3,87) ATAD (4,48) ATAD (2,28) ATAD (2,72) ATAD

(2,70) ADAT (3,27)

EAT (3,06) ADAT (9,57) ADAT (10,7)

EAT (2,12) ADAT (8,18)EAT (2,22)

ADAT (4,06)ADV (24,59) Dtgra ADV (14,50) ADAT

(2,22) EAT (2,34)

ATAD (3,22) ATAD (2,16) ATAD (4,38) ATAD (2,30)MAD (2,91)

ATAD 4,82 MAD (3,63) DPpcp

VAD (3,37) ATAD 2,73 MAD (2,73)

VAD (2,43) ATAD (3,69)MAD (2,64)

VAD (3,45) ATAD (2,18)

VAD (2,31) ATAD (3,30)MAD (2,14)

VAD (2,08)

EAT (2,61) MAT (2,30) ATM (2,88) EAT (2,86) DPpcn

ADAT (2,31) EAT (2,15) VAD (4,20)

ATE (2,40) DPplp ADAT (2,94)EAT (3,30) ADAT (1,99) ATE (2,14)

ADAT 1,97

DPpln MAD (3,40)

ADM (4,47) EAT (2,44)

MAT (4,08) ADM (3,86) ADAT (6,31) EAT (3,23)

ADAT (5,12)

ADAT (3,26)EAT (10,29)

MAT (2,92) EAT (14,67)

DPczp

ADAT (11,1)ADV (3,09)

ADAT (5,47) ADAT (2,60)

ADM (2,96) EAT (3,22)

ADM (2,50) ADAT (2,84)

EAT (4,08) EAT (7,78) DPczn

ADM (1,96) ATAD 2,18 DPcd ATM (2,21) EAT (2,72)

ADM (2,16) ADAT (3,08) EAT (3,10) MAT (4,24)

MAD (2,33) MAT (2,91) ADAT (2,47) MM (3,32)

ADAT (2,09)

ADM (3,29) ADAT (4,15)EAT (6,26)

DPd ADAT (2,12)EAT (10,00)

MAT (2,56) ADAT (2,08)EAT (3,21)

MAT (3,02) ADAT (2,19)

ADAT (2,06)

Page 224: FASE OFENSIVA EM FUTEBOL - Repositório Aberto...87 Figura 5.11. Padrão de conduta definitivo para a conduta critério IEgr, tendo como objecto a conduta contextual – Centro do

Universidade do Porto – FADEUP

Manuel Ramos XVIII

ATAD 3,10 ATAD (4,10) ATAD (3,60)MAD (2,55) DPrc ATAD (6,47) VAD (2,10)

ATAD (3,94)ATAD (5,30)MAD (2,65) ATAD (2,95) ATAD 2,85

EAT (3,19) EAT (2,87) EAT (5,61) EAT (2,34) VAD (4,20) MAD (2,05) DPdu ADAT (4,96)

ADV (1,98) EAT (2,14) ADV (3,43)

ADM (3,06) EAT (5,10) MAT (4,98) EAT (5,10)

MAT (9,57) ADAT (2,55)EAT (2,27) ADV (8,61)

DPr ADAT (3,51) MAT (5,14) ADAT (3,13) EAT (3,37) EAT (4,07) EAT (3,31)

MAT (3,41) ADAT 2,97 EAT (3,49) ADAT (2,15)

EAT (5,62) ADAT (2,92)EAT (6,23)

ADM (2,28) ADAT (4,06)EAT (6,47)

DPse ADAT (2,25) EAT (2,70) MAT (2,80)

VAD 1,99 MAD 2,19 ATAD (4,42) ATAD (4,57) DPgro VAD (6,16

ATAD (4,17) ATAD (5,59) VAD (3,74) ATAD 1,96 ADAT 1,97

EAT (5,46) ADAT (4,85) DPgra

ADM (3,53) ADM (4,53)

ADAT (2,63)

DPi ADM (2,06) MAT (2,33) ADM (2,64)

EAT (4,20) ADV (7,84)

MAT (4,96) EAT (3,36) ADV (7,75)

ADAT (3,40)EAT (10,63) ADV (7,75)

MAT (4,44) ADAT (5,41)EAT (4,94) ADV (8,20)

DPc MAT (3,52) ADAT (7,05) EAT (5,37) ADAT 2,81

EAT (6,31)

MAD (3,07) ATAD (2,02) DPpb

DPbs

EAT (2,25) ADAT (2,17) EAT (1,97) ADV (6,63)

MAT (3,46) ADM (3,26) EAT (4,26)

MAT (6,42) ADM (3,70) DPLL EAT (2,95) EAT (5,37) MAT (3,35)

EAT (3,02) ADM (2,28)

Page 225: FASE OFENSIVA EM FUTEBOL - Repositório Aberto...87 Figura 5.11. Padrão de conduta definitivo para a conduta critério IEgr, tendo como objecto a conduta contextual – Centro do

Universidade do Porto – FADEUP

Manuel Ramos XIX

Final com condutas regulares

Retardo -5 Retardo -4 Retardo -3 Retardo -2 Retardo -1 CC

DPczp (3,13) DTr (2,08)

DPczp (2,95) DPr (3,25)

DPse (2,08)

DTdu (2,23) DPr (2,23)

DPse (2,07) DPc (2,70)

IIc (3,44) DPc (3,44)

DTczp (3,88) DPczp (2,40) DPd (1,99)

DPgra (2,27)

Frf

DPgro (4,06) IEi (3,97)

IEgr (2,63) DTr (2,63)

DPse (2,63)

IIc (4,09) DPc (3,35)

DPLL (2,72)

DTse (2,88) DPse (3,55) Dpgra (2,88) DPi (5,06)

Frd

IEp (2,85) DTr (6,62)

DTse (3,10)

DTczp (3,79) DTgra (6,85) DPd (2,82) DPLL (4,74)

DTse (5,24) DPczp (5,01)

DPczp (2,79) DPse (2,15) DPLL (7,46)

DTse (5,28) DPi (2,05)

Frad

IIc (6,18) DTd (2,49) DTcd (2,16)

DTdu (4,14)

DTplp (2,00) DTczp (6,22)

DTr (6,22)

DTd (2,24) DTgra (6,32) DPczp (2,27)

DPr (3,48)

Fgl

IIpb (2,00) DTpcn (3,25) DTdu (2,03) Fbad

IEi (2,18) DPplp (2,53) DPdu (2,53)

DTrc (2,50) IIgr (3,12)

DTrc (2,78) DPcd (2,47)

IIi (3,77) DTpln (3,19) DTczn (3,02)

DPr (4,21)

Fgrad

IIi (2,90) DTgro (3,31) DPrc (3,07)

IIpb (2,74) DPpcp (2,23)

DTcd (2,92) DPczp (2,08) DPcd (2,41) DPrc (2,07)

DTpln (3,42) DPpcn (5,71) DPpln (5,11)

Ff

IEi (3,53) DTpcp (2,13) DPse (3,74) DPLL (2,46)

DPi (3,77) DPLL (2,48)

IIi (3,23) IILL (2,28) DPr (2,80)

IEgr (2,70) DTdu (3,44) DPdu (2,34)

IEgr (3,38) DTpcp (5,42) DPpcp (2,40) DPplp (3,38) DPc (2,29)

Fi

Page 226: FASE OFENSIVA EM FUTEBOL - Repositório Aberto...87 Figura 5.11. Padrão de conduta definitivo para a conduta critério IEgr, tendo como objecto a conduta contextual – Centro do

Universidade do Porto – FADEUP

Manuel Ramos XX

Final com Espacialização

Retardo -5 Retardo -4 Retardo -3 Retardo -2 Retardo -1 CC

8 (2,00) 11 (2,53) 11 (3,09) 10 (2,62)

11 (3,23) 11 (2,58) 12 (1,96)

11 (2,07) 12 (3,49) Frf

8 (2,38) 8 (4,40) 8 (3,81) Frd

10 (3,64) 10 (2,98) 12 (3,41)

10 (5,07) 12 (3,06)

10 (2,60) 11 (2,12) 11 (1,96) Frad

4 (2,01) 8 (2,16) 11 (2,26) 10 (3,31) 11 (2,71) 11 (5,61) Fgl

5 (2,51) 7 (2,13) Fbad

3 (2,53) Fgrad

2 (3,84) 5 (2,17) 5 (3,61) Ff

1 (2,46) 1 (3,77) Fi

Page 227: FASE OFENSIVA EM FUTEBOL - Repositório Aberto...87 Figura 5.11. Padrão de conduta definitivo para a conduta critério IEgr, tendo como objecto a conduta contextual – Centro do

Universidade do Porto – FADEUP

Manuel Ramos XXI

Final com Centro do Jogo

Retardo -5 Retardo -4 Retardo -3 Retardo -2 Retardo -1 CC

Pi (2,21) Frf

Frd

Frad

Pa (3,44) SPr (2,20) Fgl

Pr (2,20) Fbad

SPr (2,99) Fgrad

Ff

Fi

Page 228: FASE OFENSIVA EM FUTEBOL - Repositório Aberto...87 Figura 5.11. Padrão de conduta definitivo para a conduta critério IEgr, tendo como objecto a conduta contextual – Centro do

Universidade do Porto – FADEUP

Manuel Ramos XXII

Final com Contexto Espacial de Interacção

Retardo -5 Retardo -4 Retardo -3 Retardo -2 Retardo -1 CC

ADAT (2,35) ADAT (2,04) ADAT (3,14) ADAT (2,39) Frf

VAD (2,53) ADM (2,66) Frd

EAT (3,59) EAT (4,04) EAT (3,89) MAT (3,12) MAT (4,75) Frad

ADAT (2,31) MAT (3,13) MAT (2,16) ADV (4,18) ADV (7,52) Fgl

MAD (2,30) MAD (3,06) MAD (2,22) MM (2,06) Fbad

ADV (2,66) ATE (2,10) Fgrad

VAD (1,99) ATAD (3,19)

VAD (2,17) ATAD (3,19) MAD (3,42) MAD (3,29) Ff

ADM (3,22) Fi