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Fatores condicionantes da gestão de custos de produção dos cafeicultores do Sul de Minas Gerais Costa, C.H.G; Castro Júnior., L.G. de; Andrade, F.T; Calegário, CL.L; Oliveira, D.H. de. Custos e @gronegócio on line - v. 9, n. 2 – Abr/Jun - 2013. ISSN 1808-2882 www.custoseagronegocioonline.com.br 65 Fatores condicionantes da gestão de custos de produção dos cafeicultores do Sul de Minas Gerais Recebimento dos originais: 14/09/2012 Aceitação para publicação: 02/05/2013 Cássio Henrique Garcia Costa Mestrado em Administração Instituição: Universidade Federal de Lavras Endereço: Campus universitário, Caixa Postal, 3037, Lavras/MG. CEP: 37200-000. E-mail: [email protected] Luiz Gonzaga de Castro Júnior Doutorado em Economia Aplicada Instituição: Universidade Federal de Lavras Endereço: Campus universitário, Caixa Postal, 3037, Lavras/MG. CEP: 37200-000. E-mail: [email protected] Fabrício Teixeira Andrade Mestrado em Administração Instituição: Universidade Federal de Lavras Endereço: Campus universitário, Caixa Postal, 3037, Lavras/MG. CEP: 37200-000. E-mail: [email protected] Cristina Lelis Leal Calegario Doutorado em Agricultural and Applied Economics Instituição: Universidade Federal de Lavras Endereço: Campus universitário, Caixa Postal, 3037, Lavras/MG. CEP: 37200-000. E-mail: [email protected] Diego Humberto de Oliveira Mestrando em Agronomia/Fitotecnia Instituição: Universidade Federal de Lavras Endereço: Campus universitário, Caixa Postal, 3037, Lavras/MG. CEP: 37200-000. E-mail: [email protected] Resumo O Sul de Minas Gerais é a maior região produtora de café do estado e do Brasil. Um problema do setor produtivo da cafeicultura atualmente diz respeito à gestão das propriedades cafeeiras, à incapacidade gerencial dessas empresas. A situação econômica atual demanda mudança de paradigmas dos agentes, para conseguirem se adequar ao novo contexto, que se apresenta mais amplo e dinâmico. A gestão custos de produção tem papel preponderante neste cenário, pois gera informações utilizadas como medida de desempenho organizacional e operacional,

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Fatores condicionantes da gestão de custos de produção dos cafeicultores do Sul de Minas Gerais Costa, C.H.G; Castro Júnior., L.G. de; Andrade, F.T; Calegário, CL.L; Oliveira, D.H. de.

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Fatores condicionantes da gestão de custos de produção dos cafeicultores do Sul de Minas Gerais

Recebimento dos originais: 14/09/2012 Aceitação para publicação: 02/05/2013

Cássio Henrique Garcia Costa

Mestrado em Administração Instituição: Universidade Federal de Lavras

Endereço: Campus universitário, Caixa Postal, 3037, Lavras/MG. CEP: 37200-000.

E-mail: [email protected]

Luiz Gonzaga de Castro Júnior Doutorado em Economia Aplicada

Instituição: Universidade Federal de Lavras Endereço: Campus universitário, Caixa Postal, 3037, Lavras/MG.

CEP: 37200-000. E-mail: [email protected]

Fabrício Teixeira Andrade Mestrado em Administração

Instituição: Universidade Federal de Lavras Endereço: Campus universitário, Caixa Postal, 3037, Lavras/MG.

CEP: 37200-000. E-mail: [email protected]

Cristina Lelis Leal Calegario

Doutorado em Agricultural and Applied Economics Instituição: Universidade Federal de Lavras

Endereço: Campus universitário, Caixa Postal, 3037, Lavras/MG. CEP: 37200-000.

E-mail: [email protected]

Diego Humberto de Oliveira Mestrando em Agronomia/Fitotecnia

Instituição: Universidade Federal de Lavras Endereço: Campus universitário, Caixa Postal, 3037, Lavras/MG.

CEP: 37200-000. E-mail: [email protected]

Resumo

O Sul de Minas Gerais é a maior região produtora de café do estado e do Brasil. Um problema do setor produtivo da cafeicultura atualmente diz respeito à gestão das propriedades cafeeiras, à incapacidade gerencial dessas empresas. A situação econômica atual demanda mudança de paradigmas dos agentes, para conseguirem se adequar ao novo contexto, que se apresenta mais amplo e dinâmico. A gestão custos de produção tem papel preponderante neste cenário, pois gera informações utilizadas como medida de desempenho organizacional e operacional,

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uma vez que sintetiza a eficiência do processo produtivo na transformação dos recursos empregados no negócio em uma unidade monetária comum. O objetivo principal deste estudo é determinar quais os fatores condicionantes da gestão de custos de produção dos cafeicultores do Sul de Minas Gerais. O método utilizado na indicação dos fatores baseia-se na estimação do modelo logit binomial. Os principais fatores condicionantes da gestão de custos de produção dos cafeicultores do Sul de Minas Gerais são a escolaridade, a utilização da informática e o número de funcionários contratados pelos cafeicultores. A gestão de custos por talhão, onde o produtor possui um controle eficiente e setorial dos seus custos de produção é a que exige maior domínio e utilização por parte dos cafeicultores da tecnologia da informação. Palavras-chave: Condicionantes. Gestão de custos de produção. Cafeicultura.

1. Introdução

O Brasil se destaca como o maior produtor mundial, produzindo em 2010, 2,9 milhões

de toneladas (ABIC, 2011). O país é também o segundo maior consumidor, atrás apenas dos

Estados Unidos.

O estado de Minas Gerais é o maior produtor nacional. Dentre os produtos agrícolas

mineiros o café se destaca em relação aos demais, em 2008 ele foi responsável por 50% das

exportações (BRASIL, 2010). Essa cultura é representativa para o saldo positivo da balança

comercial, sustenta uma grande cadeia produtiva e é grande geradora de empregos, cerca de

3.000.000 (diretos e indiretos) e 800.000 empregos temporários. Seu parque cafeeiro abrange

mais de 90 mil propriedades em 587 municípios.

O Sul de Minas Gerais é a maior região produtora de café do estado e do Brasil, com

cerca de 37.000 propriedades cafeeiras, área cultivada de 516 mil hectares (BRASIL, 2000),

A região é responsável por cerca de 25% da produção nacional. No aspecto social, a

cafeicultura sul-mineira é uma verdadeira indústria verde, pois gera 672 mil empregos, diretos

e indiretos (COMPANHIA NACIONAL DE ABASTECIMENTO - CONAB, 2002).

O grande problema do setor atualmente diz respeito ao processo gestão das

propriedades cafeeiras, à incapacidade gerencial dessas empresas, fragilidade organizacional,

e a presença de práticas e costumes muito arraigados. Alguns autores detectaram que muitas

vezes as decisões são tomadas fundamentadas no sentimento (KASSAI, 1997) e sem

planejamento, ou seja, improvisadamente (PINHEIRO, 1996).

A situação econômica atual demanda mudança de paradigmas dos agentes, para assim,

conseguirem se adequar ao novo contexto, que se apresenta mais amplo e dinâmico. Muitos

esforços têm sido empregados visando a garantir maior competitividade ao setor,

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especialmente os relacionados ao aumento da produtividade e da qualidade da produção.

Entretanto, a eficiência produtiva isoladamente não é suficiente para garantir a manutenção

rentável e o crescimento sustentável da cafeicultura nesse ambiente caracterizado pela

globalização dos mercados e pela alta velocidade de mudanças. Giordano (2003) corrobora

essa premissa ao afirmar que sustentável tem como sinônimo a palavra suportável. Tem-se,

portanto, que um determinado meio tem uma capacidade de sustentabilidade ou de suporte,

determinada pelo conjunto de fatores que o compõe.

Para que os cafeicultores consigam a sobrevivência nesse novo ambiente desafiador, a

eficiência econômica, a qual se relaciona à eficiência financeira e administrativa, é tão

importante quanto à eficiência produtiva. A cafeicultura deve se transformar em negócio

gerador de lucros, e para isso, não é suficiente produzir bem e em alta produtividade. Nessa

transformação, os produtores deverão aprimorar o processo de planejamento, objetivando

aumentar a eficiência econômica, fazendo com que a cafeicultura se torne rentável e

sustentável.

Nesse contexto a gestão de custos de produção tem extrema importância, pois gera

informações para que o gestor tome decisões mais acertadas e em tempo hábil. Tal

procedimento deve visar à criação de condições para o desempenho eficiente do processo

produtivo, o que por sua vez é necessário para o objetivo principal das empresas rurais, que é

aumentar a riqueza dos proprietários. Obviamente, os bons resultados econômicos geram

outros benefícios como os sociais, que são de grande valia para as regiões produtoras de café

do país, e, principalmente para a região em que se dá este estudo, por ser amplamente

dependente econômica e socialmente de tal atividade.

Dada a importância da cafeicultura para o Sul de Minas Gerais é interessante que se

saiba em que nível se dá tal processo pelos cafeicultores, além de quais os fatores são

condicionantes da gestão de custos dos produtores de café da região, ou seja, que

características dos produtores e das suas propriedades determinam a adoção de ferramentas de

gestão de custos, como: nível de escolaridade, renda, idade, acesso a fontes de informação,

área destinada à atividade, nível tecnológico, dentre outras.

O objetivo principal deste estudo é determinar os fatores condicionantes da gestão de

custos de produção dos cafeicultores do Sul de Minas Gerais. Especificamente, pretende-se

identificar características do perfil do produtor e das propriedades na estrutura produtiva da

cafeicultura no sul de Minas Gerais.

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2. Referencial Teórico

2.1. Gestão de custos de produção

Os custos de produção são medidas monetárias ligadas às atividades produtivas,

constituindo informações necessárias à avaliação do desempenho do negócio café. O cálculo

do custo de produção gera informações utilizadas como medida de desempenho

organizacional e operacional, uma vez que sintetiza a eficiência do processo produtivo na

transformação dos recursos empregados no negócio em uma unidade monetária comum.

Para Reis (1999), o estudo do custo de produção é um dos assuntos mais importantes

da microeconomia, pois fornece ao empresário um indicativo para a escolha das linhas de

produção a serem adotadas e seguidas, permitindo a empresa dispor e combinar os recursos

utilizados na produção, visando apurar melhores resultados econômicos.

2.2. Gestão de custos setorial - por talhão

Os indicadores de custos globais expressam a situação da empresa integralmente, isto

é, expressam a “situação macro” do negócio, por exemplo, se ele é lucrativo ou não. Essa é

uma informação importante e não deve ser desconsiderada no processo de análise; entretanto,

por sua própria natureza, ela é limitada por não subsidiar o processo de gestão operacional do

negócio. Em outras palavras, as informações agregadas não indicam especificamente onde

estão os acertos e as falhas. Assim, ao se utilizar apenas esse tipo de informação, todas as

áreas produtivas serão consideradas por um valor médio, o que distorcerá os resultados, uma

vez que os talhões (setores) ineficientes serão falsamente consideradas razoáveis.

Segundo Costa (2001), para atingir as metas relativas a custos e produtividade e,

consequentemente, lucros, os gestores devem decompor os indicadores globais em

específicos, estabelecendo medidas capazes de orientar as ações. Por meio da decomposição

do processo produtivo em suas partes constitutivas (talhões), o custo de produção orienta a

análise de eficiência da produção, integral ou setorialmente. Ao mesmo tempo, fornece

informações extremamente relevantes, que permitem uma avaliação mais aprofundada da

situação, o que resulta em decisões mais eficazes.

Portanto, os custos de produção por talhão fornecem informações pontuais sobre a

eficiência na alocação de recursos em cada setor produtivo. Isso faz com que os cafeicultores

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tenham a possibilidade de melhorar seus resultados, atuando nas unidades produtivas de

forma individual, por meio da gestão.

3. Modelo Conceitual

O gerenciamento de propriedades rurais tem sido preocupação de diversos estudiosos

de gestão agrícola. Os estudos buscam analisar os condicionantes da utilização de

determinadas ferramentas de gestão, levando em consideração aspectos dos produtores rurais

e de suas propriedades. Portanto, a revisão aqui apresentada visa levantar quais variáveis

devem ser utilizadas na busca pelos condiocionates da realização da gestão de custos de

produção pelos cafeicultores do Sul de Minas Gerais.

Knight et al. (1989), observou que os tomadores de empréstimos, os produtores rurais,

entendem que o uso de práticas de gestão de riscos faz com que os financiadores considerem

seu pedido de empréstimo mais favorável, optando por melhorar suas condições gerenciais.

Em um estudo sobre os determinantes da adoção das melhores práticas de gestão

agrícola Prokopy et al. (2008) revisaram 25 anos de literatura focando na adoção de práticas

agrícolas de manejo (BPMs), nos Estados Unidos. O trabalho comprovou que os níveis de

educação, capital, renda, tamanho da propriedade, o acesso à informação, atitudes positivas de

sensibilização ambiental e utilização de redes sociais foram algumas das variáveis que se

comportaram positivamente relacionadas a melhores práticas de gestão.

A fim de determinar as variáveis que definem a escolha de estratégias de

comercialização, Isengildina e Hudson (2001), estudando produtores de algodão nos Estados

Unidos, propuseram que tais variáveis fossem divididas em três categorias: (1) características

do administrador rural e da fazenda, como nível educacional, participação em treinamento,

aversão ao risco, tamanho da propriedade etc.; (2) uso, por parte do administrador, de técnicas

de redução de risco, tal como seguro agrícola; e (3) fatores não econômicos.

Por meio da utilização do modelo logit multinomial esses autores verificaram que o

tamanho da propriedade, uso do seguro de colheitas, a aversão ao risco e a renda não agrícola

são determinantes da utilização do mercado futuro por parte dos produtores.

Hanson e Pederson (1998) assim como Roe e Gopinath (1998), apontaram como

principais determinantes do uso de mercados futuros as seguintes variáveis: renda bruta, idade

do produtor e nível de escolaridade.

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Na medida em que produtores apresentam maior renda bruta provavelmente possuem

operações agrícolas maiores, maiores áreas de produção e, também, maiores obrigações fixas,

necessitando, consequentemente, da garantia de um nível de renda adequado para cobrir suas

despesas empresariais. Esses fatores fazem com que eles busquem conhecer e entender todos

os métodos e instrumentos, tal como o mercado futuro, que permita a venda de seu produto

com o menor risco possível, no que tange às oscilações negativas de preço.

Para Isengildina e Hudson (2001), outra característica de produtores que possuem

grandes áreas é que tais fazendas, normalmente, possuem maior número de empregados, razão

por que sobra mais tempo para que os administradores se dediquem à comercialização, o que

favorece a utilização de mercados futuros.

No que diz respeito à idade do produtor, há geralmente maior aversão a inovações por

parte dos produtores de idade mais elevada, ou seja, produtores mais jovens estariam mais

dispostos a inovar e, consequentemente, mais propensos a utilizar os mercados futuros como

instrumento de gestão de risco. Os estudos citados indicaram que fazendeiros que tinham mais

de 60 anos preferiam usar outros tipos de contratos.

A maior parte dos produtores que usavam mercados futuros, nos países estudados,

possuía curso superior ou escola secundária completa, visto que os investidores precisam

entender o funcionamento dos mercados futuros para se sentirem seguros ao utilizarem esse

instrumento e que tal funcionamento não é trivial.

O trabalho realizado por Meuwissen, Huirne e Hardaker (1999), apontou a

diversificação das atividades exercidas na propriedade e o trabalho fora da propriedade como

determinantes para utilização de mercados futuros. Em ambos os casos, o produtor estaria

buscando maneiras de reduzir o risco de atuar em apenas uma atividade.

Burton, Rigby e Souza Filho (1998), em estudo sobre a adoção de novas tecnologias,

analisaram algumas características que podem ser determinantes para o uso de mercados

futuros, considerando-se estas como uma nova tecnologia para gestão de risco de preço: se o

produtor tem acesso a informações; se o produtor recebeu algum tipo de treinamento (técnico,

administrativo, econômico); se o produtor recebe assistência técnica e consultoria econômico-

financeira; e se o produtor faz parte de alguma associação de classe.

Tal estudo evidencia que os produtores que possuem informações relativas à própria

área de atuação têm melhores condições de conhecer e adotar novas tecnologias e métodos

para melhorar o desempenho da empresa rural. A assistência técnica exerce grande influência

nesses produtores. Quanto à participação em treinamentos, produtores que receberam algum

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tipo de treinamento, quer por meio de palestras, quer por meio de cursos, são mais receptivos

à implantação de novas tecnologias, visto que conhecem o funcionamento e os benefícios que

essas novas tecnologias podem trazer ao seu empreendimento.

Segundo Francisco, Pino e Vegro (2005), a proporção de estoques de café mantidos na

cooperativa sobre o total de produção quase duplica a chance de usar computadores por parte

dos produtores. Esta variável está relacionada aos agricultores capitalizados, bem como a

dimensão da atividade, medida pela área plantada de café. Portanto, quanto maior a plantação

de café maior a chance de adoção de tecnologia de informação por parte dos cafeicultores. O

café é uma mercadoria cotada diariamente, portanto, é necessário seguir as listas de preços e

cotações o mais rapidamente possível, sendo necessário para isso o uso da

informática/internet.

Dias (1997) estudando o papel da informação de mercado na comercialização de

hortigranjeiros no Distrito Federal, comprovou a hipótese de que o produtor com maior

volume de informações de mercado agrícola dispõe de melhores perspectivas para a

comercialização de sua produção, com rendimentos econômicos satisfatórios para sua

atividade.

Marques e Aguiar (2004), propuseram que o modelo de Isengildina e Hudson (2001)

poderia ser modificado para mostrar mais claramente os determinantes do uso de mercados

futuros por produtores de soja no Paraná. Para esses autores, as variáveis poderiam ser

divididas em aspectos associados ao tomador de decisão e variáveis associadas à propriedade,

havendo a possibilidade de interação mútua entre essas variáveis, uma vez que algumas das

características da propriedade podem ser afetadas pelo tomador de decisão, assim como

podem facilitar ou dificultar algumas das características do administrador. Entretanto, o

sentido de causalidade determinante seria das variáveis dos dois grupos em direção a decisão

de usar, ou não, os mercados futuros.

Tal estudo comprova a ideia de que a educação, a renda dos produtores e a execução

de trabalho fora das propriedades têm forte correlação com o uso de mercados futuros para

gestão de risco de preço por parte dos produtores agrícolas. Portanto, um típico produtor que

investe em mercados futuros é o que possui alto grau de escolaridade, proprietário de uma

grande área e que tenha, também, atividade fora da propriedade. Outra constatação do estudo

é que a maioria dos produtores os quais não usavam mercados futuros não possuía um

planejamento de comercialização da produção agrícola.

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Diante das variáveis apresentadas nos diversos trabalhos citados, além das variáveis

disponíveis para a pesquisa, optou-se por manter a mesma linha dos autores Marques e Aguiar

(2004), que trabalharam com características da propriedade e do administrador como fatores

condicionantes da gestão de riscos das propriedades rurais. Porém, tal modelo tem como

variável dependente a realização da gestão de custos de produção das propriedades. Buscar-

se-á descobrir se as diversas variáveis estudadas pelos autores citados impactam também no

processo de gestão de custos de produção dos cafeicultores.

O novo modelo proposto no presente estudo incorpora também variáveis associadas ao

tomador de decisão e variáveis associadas à propriedade, porém, elas apareceram em outros

estudos classificadas de acordo com o modelo adotado por cada autor. Uma vez que algumas

das características da propriedade podem ser afetadas pelo tomador de decisão, assim como

podem facilitar ou dificultar algumas das características do administrador, há possibilidade de

interação mútua entre essas variáveis.

Considera-se para este estudo, que a gestão de custos se dá em dois níveis: Custos de

produção globais da propriedade (nível 1) e custos de produção setoriais ou por talhão (nível

2). Nas análises entende-se que o produtor tenha que passar pelo nível 1 para chegar ao nível

2 de gestão de custos. Portanto, só são considerados aptos a realizar a gestão de custos por

talhão, os produtores que tiverem a informação dos custos globais da propriedade. Pelo

conhecimento da realidade estudada, a cafeicultura do Sul de Minas, esta é uma condição

necessária.

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Figura 1: Modelo conceitual da decisão da gestão de custos de produção Fonte: Dados da pesquisa

4. Modelo Econométrico

Para analisar os fatores condicionantes da realização da gestão de custos dos

cafeicultores do Sul e Sudoeste de Minas, o modelo empregado é o logit. Em tal modelo, a

variável resposta, ou regressando, só pode assumir dois valores, 1 para a ocorrência de um

fato e 0 em caso contrário. Em outras palavras, o regressando é uma variável binária ou

dicotômica.

4.1. Modelo logit

A regressão logística é uma regressão múltipla, mas com variáveis de saída

categóricas dicotômicas e variáveis previsoras contínuas e categóricas (FIELD, 2009). Em tal

modelo, a probabilidade de ocorrência de cada resposta binária é decorrente de um conjunto

de atributos dos indivíduos, tais como nível educacional, renda, idade, sexo etc. (GUJARATI,

2006). Um dos principais objetivos dos modelos de resposta binária é calcular a probabilidade

Características da propriedade:

- Área total

- Área destinada à cafeicultura

- Produtividade

- Número de empregados

- Diversificação das atividades na

propriedade

- Uso de informática na propriedade

Características do cafeicultor:

- Escolaridade - Idade - Nível de renda - Participação em cursos e treinamentos - Diversificação - Conhecimento em informática - Utilização da internet - Obtenção de financiamento de terceiros -Número de fontes de informação utilizadas

Gestão de Custos de Produção - Nível 1 (Custos globais) - Nível 2 (Custos por talhão)

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de um indivíduo, com determinado conjunto de atributos e tomar uma decisão sobre um dado

evento.

O modelo Logit usa a função de distribuição acumulada logística, que é dada por:

(1)

Na tomada de decisão sobre a realização da gestão de custos, admite-se que o produtor

avalie as vantagens e desvantagens, bem como as facilidades da adoção dessa estratégia. O

padrão de adoção observado pode ser descrito pela variável binária, Y, tal que yi=1, caso o

produtor realize a gestão de custos; e yi = 0, caso não realize.

O modelo é estimado pelo Método de Máxima Verossimilhança, ou seja, por meio da

maximização da seguinte função, denominada função de verossimilhança.

L = (2)

em que i se refere aos produtores que realizam gestão de custos e j, aos que não realizam. No

modelo logit, o efeito marginal da variável sobre a probabilidade de se realizar gestão de

custos é representado da seguinte maneira:

= (3)

considerando-se:

= = (4)

= (5)

em que β é o coeficiente da variável ; , o valor da probabilidade de se fazer gestão de

custos; e 1 - , o valor da probabilidade de não se fazer.

O efeito marginal de cada variável explicativa sobre a probabilidade não é constante;

depende do efeito do valor em que cada variável é considerada. Pode-se calcular o efeito

marginal sobre cada observação. Geralmente, usa-se o ponto médio da amostra.

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4.2. Variáveis explicativas do modelo:

A seguir são apresentadas as variáveis explicativas utilizadas nos modelos de

regressão logística, assim como o efeito marginal que se espera de cada uma na realização da

gestão de custos, de acordo com a teoria consultada.

Quadro 1 : Variáveis explicativas dos modelos de regressão e efeitos marginais esperados

Variável explicativa Efeito

marginal

a) Escolaridade de tomador de decisão (ESCOLARIDADE) Positivo

b) Idade do tomador de decisão (IDADE) Negativo

c) Área total propriedade (ÁREATOTAL) Positivo

d) Área destinada à cafeicultura (AREACAFE) Positivo

e) Produtividade média por hectare (PRODHECTARE) Positivo

f) Nível de renda (RENDAFAM) Positivo

g) Funcionários eventuais (FUNCIONARIOSEVENTUAIS) Positivo

h) Número de empregados (FUNCIONARIOSCONTR) Positivo

i) Participação em cursos e treinamentos

(CURSOSTREINAMENTO)

Positivo

j) Conhecimento em informática (CONHECINFORMATICA) Positivo

k) Utilização de informática na fazenda

(FAZENDAINFORMATIZADA)

Positivo

l) Utilização da internet (INTERNET) Positivo

m) Trabalho em outras atividades (DIVERSIFICAÇÃO) Positivo

n) Participação da cafeicultura na renda do cafeicultor

(PARTICCAFERENDA)

Negativa

o) Obtenção de financiamento de terceiros (FINANCIADORES) Positivo

p) Fontes de Informação (FONTESINFORMACÃO) Positivo

Fonte: Dados da pesquisa

4.3. Amostra e instrumento de coleta de dados

Para a definição do tamanho da amostra empregou-se a fórmula para populações

finitas, obtida em Fonseca e Martins (1996). Para efeitos estatísticos, na prática, uma

população é considerada finita quando o seu tamanho é inferior a cinco mil, mas

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conceitualmente a população finita são aquelas passíveis de serem contadas. Para o cálculo da

seleção da amostra da população de cafeicultores foi utilizado a seguinte equação:

(6)

onde,

n = tamanho da amostra

Z = nível de confiança escolhido, expresso e número de desvios padrão (adotado

confiança de 90% ou dois desvios padrões)

P = é a estimativa percentual prévia com a qual o fenômeno se verifica

q = percentagem complementar

N = tamanho da população

e = erro máximo permitido

O Sul de Minas Gerais possui cerca de 37000 propriedades cafeeiras (BRASIL, 2000).

Tal população é a que o presente estudo visa representar. Para determinar o número de

cafeicultores a serem entrevistados utilizou-se um nível de confiança de 90% (Z =1,645) ,

uma margem de erro de 10 % e um valor (P) de 50%, já que a proporção de cafeicultores que

adotam a gestão de custos é desconhecida. Consequentemente, o valor (Q) foi de 50%.

Utilizando os dados preliminares para o cálculo da amostra, foi encontrado um valor amostral

(n) de 67 (0,18%) ou seja, o número da população total a ser entrevistada seria de 67

produtores de café. Mas a população entrevistada para a realização do trabalho foi bem maior

que o tamanho determinado sendo de aproximadamente 0,9%, ou seja, de 332 produtores.

A aplicação dos questionários ocorreu no Circuito Mineiro da Cafeicultura, que tem

por objetivo sistematizar e organizar encontros na área da cafeicultura na região, integrando

as instituições públicas, privadas e os cafeicultores, na busca dos seguintes objetivos:

melhorar a qualidade do café, manter e criar novos empregos, aumentar a produtividade,

reduzir custos de produção e, por consequência, melhorar a renda dos cafeicultores

(ABRAHÃO, 2001).

Os questionários foram respondidos nas etapas do Circuito realizadas nos municípios

de Conceição Aparecida, Machado, Coqueiral, Ibituruna, Cristais, Santo Antônio do Amparo,

Z2 . P.Q. N η =

(N – 1). e2 + P.Q.Z2

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Nepomuceno, Três Pontas, Lavras, Santa Rita do Sapucaí e Ouro Fino. A coleta de dados

ocorreu nos meses de setembro e 2009 a Junho de 2010, totalizando 332 respondentes. Para

tabulação e análises dos dados foi utilizado o software SPSS Statistics 17.0 e o Gretl.

5. Resultados e discussões

5.1. Características do elo produtor na estrutura produtiva da cafeicultura no Sul de

Minas Gerais

Foram entrevistadas 332 pessoas, incluindo cafeicultores, filhos, esposas, parceiros,

meeiros, arrendatários, desde que cada um respondente representasse uma propriedade

cafeeira individual. Portanto, os questionários respondidos envolveram características de

propriedades e de gestores distintos. O atual estudo contém, predominantemente, como

amostra, (cerca de 70% dos casos) pequenas propriedades, onde 77% dos cafeicultores são

responsáveis pela gerência das suas propriedades.

Quanto à escolaridade, 42% dos respondentes estudaram somente até o 1º grau, 34%

possuem 2º grau completo, 20% fizeram curso superior e aproximadamente 3% fizeram pós-

graduação. A maioria dos produtores participantes da pesquisa (aproximadamente 54%)

possuem renda familiar mensal inferior a 3 salários mínimos e 94% dos cafeicultores possuem

pelo menos uma fonte de renda complementar, proveniente de atividades ligadas ou não à

propriedade rural. A maioria dos cafeicultores pesquisados (cerca de 40%) não utiliza mão de

obra contratada, 32% utilizam mão de obra contratada durante todo o ano e 26% contratam

funcionários durante a colheita do café. Tais resultados comprovam características recorrentes

à cafeicultura da região, a utilização de mão de obra familiar por grande parte dos produtores,

que neste estudo são predominantemente pequenos cafeicultores.

A maioria das propriedades envolvidadas na pesquisa são de pequeno porte.

Aproximadamente 39% das unidades produtivas têm menos de 10 hectares e cerca de 21%

possuem de 11 a 20 hectares, 10% têm de 21 a 30 hectares. Portanto, o total de todas as

propriedades com mais de 30 hectares não chega a 30% do total.

Verifica-se que apesar do grande potencial de auxílio ao produtor rural e ao processo

de gestão das propriedades, a utilização da internet ainda é bem limitada entre os cafeicultores

da região estudada. Apenas 38% dos respondentes são usuários da internet em alguma

circunstância.

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Destaca-se o pequeno percentual de respondentes que disseram utilizar informática

(computador) na fazenda. Apenas 16% das propriedades são informatizadas, o que dificulta a

qualidade do processo de gestão, visto que tal tecnologia é importante para o controle e

planejamento das atividades dos cafeicultores.

A fonte de informação técnica/econômica mais utilizada pelos produtores é a Emater,

sendo procurada por cerca de 55% dos respondentes. A segunda e a terceira fontes de

informação mais utilizadas pelos produtores são respectivamente os técnicos/agrônomos e as

cooperativas, com 54% e 51% de utilização pelos cafeicultores. Destaca-se o baixo percentual

de procura por parte dos cafeicultores a instituições importantes e reconhecidas pela atuação

junto ao setor como a Embrapa, Epamig e Sebrae.

Com relação ao controle dos custos de produção, verificou-se que 49% dos produtores

consultados responderam ter algum tipo de controle de custos dos seus custos de produção

globais da propriedade, desde os mais simples aos mais eficientes.

Ainda em relação aos métodos utilizados no processo de contabilização de custos, os

resultados evidenciam uma das possíveis falhas no processo. Segundo os dados apresentados

acima, 49% dos respondentes controlam os custos; entretanto, o controle efetuado pela

maioria não gera dados discriminados por setor produtivo. A proporção dos cafeicultores que

responderam levantar dados discriminados por talhão, que corresponde a 18% dos

respondentes.

A ausência de controle discriminado por talhão impede as ações necessárias para a

melhora dos indicadores das unidades produtivas, pois não é possível saber, seguramente,

onde estão às falhas, tampouco os acertos, do processo produtivo. As ineficiências camufladas

pela ausência desse controle conduzem ao decréscimo dos resultados globais. O controle

generalizado indica apenas a situação global do negócio, não fornecendo informações

necessárias à gestão operacional. Essa falha metodológica distorce as análises, pois todos os

talhões são nivelados pela média.

5.2. Condicionantes da gestão de custos de produção dos cafeicultores do Sul de Minas

Gerais

Os dois modelos a seguir foram estimados para a determinação dos fatores que

condicionam a gestão de custos de produção dos cafeicultores no Sul Minas Gerais. Eles

compreenderam 14 variáveis independentes, ressaltando-se que duas delas, “área total

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propriedade” (AREATOTAL) e “número de funcionários eventuais” (FUNCIONÁRIOS

EVENTUAIS) foram eliminadas por problemas de alta correlação com outras variáveis.

Foi considerado como produtor que calcula os custos de produção por talhão, apenas o

que tem o controle do custo de produção global da propriedade.

Os níveis de significâncias das variáveis, assim como os testes de ajustamento global

do modelo (qui-quadrado), a medida da acurácia e o teste de Hosmer e Lemeshow se

encontram na tabela 1.

Quanto ao nível de significância individual de cada variável nos modelos, nota-se pela

estatísticas que as variáveis “RENDAFAM”, “PRODHECTARE”,

“FAZENDAINFORMATIZADA”, “ ESCOLARIDADE”, “FUNCIONARIOSCONTR”,

“CURSOSTREINAMENTO”, “DIVERSIFICAÇÃO”, “FONTESINFORMACÃO”,

“INTERNET”, “CONHECINFORMATICA” foram estatisticamente significativas em pelo

menos um dos modelos. O teste Wald mede a contribuição individual de cada variável do

modelo. As variáveis explicativas citadas foram significativas a 5% de significância.

Os testes de aderência global dos modelos (qui-quadrado) foram todos significativos a

1%, indicando que os modelos se aderem bem aos dados.

Foi realizado o teste de Hosmer e Lemeshow, que testa a hipótese de que os dados são

significativamente diferentes dos valores previstos pelo modelo. Tais testes foram não

significativos para ambas as regressões. É o resultado que se espera, indicando que os

modelos prevêem bem os valores.

A acurácia indica o quão bem o modelo classifica os dados, os cafeicultores que fazem e os

não que fazem a gestão de custos de produção. Como se observa na Tabelas 1, os dois

modelos apresentaram bons percentuais de classificação dos dados, 81,70% e 89,60%,

respectivamente.

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Tabela 1: Condicionantes da gestão de custos de produção dos cafeicultores do sul e sudoeste de Minas Gerais

Modelo 1 Modelo 2 Nível 1 (Custo de produção global) Nível 2 (Custos de produção por talhão) qui-

quadrado sig. qui-

quadrado sig.

Hosmer e Lemeshow

12,544 0,129 Hosmer e Lemeshow

8,852 0,355

Qui-quadrado

152,099 0,000 Qui-quadrado

122,009 0,000

Acurácia 81,70% Acurácia 89,60% Variáveis Independentes Coeficiente Wald Sig Exp(B) Coeficiente Wald Sig Exp(B)

Intercepto -7,681 66,397 0,000 0,000 -9,803 45,678 0,000 0,000 RENDAFAM 0,879 12,681 0,000 2,409

PRODHECTARE 0,518 8,966 0,003 1,678 FAZENDAINFORMATIZADA 0,64 10,038 0,019 4,381 1,254 6,825 0,009 3,505

ESCOLARIDADE 0,733 14,276 0,000 2,081 0,597 5,33 0,021 1,816 FUNCIONARIOSCONTR 0,576 9,408 0,002 1,780 0,952 17,534 0,000 2,591

CURSOSTREINAMENTOS 0,251 4,667 0,031 1,293 DIVERSIFICAÇÃO 0,768 11,558 0,001 2,156

FONTESINFORMACAO 0,64 5,463 0,019 1,067 CONHECINFORMATICA 0,835 9,281 0,002 2,305

INTERNET 1,085 4,198 0,040 2,959 Fonte: dados da pesquisa

Observa-se pela Tabela 1 que os sinais dos coeficientes são concordantes com as

hipóteses formuladas. Todas as variáveis estatisticamente significativas empregadas no estudo

apresentam relação positiva com a gestão de custos de produção.

A coluna com o exp (B) mostra o efeito das variáveis explicativas sobre a gestão de

custos em termos marginais. Tais resultados mostram a variação causada nos níveis de gestão

de custos quando da variação de uma unidade nas variáveis explicativas.

Os principais fatores condicionantes da gestão de custos de produção dos cafeicultores

do Sul de Minas são a escolaridade, a utilização da informática e o número de funcionários

contratados pelos cafeicultores. Ambas as variáveis forma significativas tanto para gestão

global de custos, como para a gestão de custos por talhão de café.

Com relação à escolaridade verifica-se que os resultados aqui encontrados são

coerentes com os trabalhos desenvolvidos por diversos autores consultados. O modelo

conceitual formulado mostra que o nível de educação tem relação positiva com boas práticas

de gestão.

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Analisando-se os exp (B) nota-se que a mudança em um nível de escolaridade leva ao

aumento na probabilidade de realização da gestão de custos e da gestão de custos de produção

por talhão de 2,081 e 1,816, respectivamente. A realização da gestão de custos demanda que

os produtores entendam o funcionamento de procedimentos para que se sintam seguros ao

utilizarem os instrumentos, cujo entendimento não é trivial. Portanto, o aumento da

escolaridade da classe de cafeicultores da região estudada é um fator preponderante para a

gestão de custos da atividade.

A informatização da propriedade, representada pela variável “utilização de informática

na fazenda” (FAZENDAINFORMATIZADA), se mostrou condicionante para os dois níveis

de gestão de custos. Tal variável explicativa é binária, portanto para o nível 1 de gestão de

custos, o fato da fazenda passar de “não possuir computador” para “possuir computador”

aumenta em 4,381 vezes a probabilidade do produtor realizar a gestão de custos. Para o nível

2, a probabilidade aumenta 3,505 vezes.

A utilização da informática nas propriedades está intimamente ligada ao controle

gerencial e à análise da eficiência da atividade. O pequeno percentual de cafeicultores que

possuem computador na fazenda, que não passa de 16%, está mais propenso a realizar a

gestão de custos.

O número de empregados contratados (FUNCIONARIOSCONTR) mostrou-se fator

determinante para a realização da gestão de custos de produção. A variação positiva no

número de empregados utilizados pelos produtores acarretaram aumento de 1,78 e de 2,59

vezes a probabilidade que os produtores realizem o nível 1 e o nível 2 de gestão de custos

respectivamente.

Tais resultados comprovam a hipótese de que produtores com um número maior de

funcionários têm a possibilidade de dedicar mais tempo à gestão da propriedade, se afastando

de questões mais operacionais. Existe também a possibilidade de que tais produtores tenham

funcionários contratados que realizem a gestão de custos na fazenda.

O aumento da produtividade por hectare “PRODHECTARE”, a participação em

cursos e treinamentos “CURSOSTREINAMENTOS”, a diversificação da atividade

“DIVERSIFICAÇÃO” e a utilização de fontes de informação “FONTESINFORMACAO”

por parte dos produtores se mostraram condicionantes para que se realize o nível 1 de gestão

de custos. Os aumentos na probabilidade foram de 1,67, 1,29, 2,15 e 1,06, respectivamente. A

cafeicultura tem melhorado significativamente seus índices de produtividade no Sul e Minas

Gerais e tais resultados se devem em grande parte à disseminação do conhecimento e à

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utilização de tecnologia, o que repercute também na gestão de custos. A participação em

cursos e treinamentos e a busca por fontes de informação são também propulsores do

processo, pela disseminação do conhecimento no setor. Já a diversificação, que representa a

redução de riscos da atividade, é outro condicionante da gestão de custos.

Um importante resultado a ser destacado é que o nível 2 de gestão de custos, onde o

produtor possui um controle eficiente e setorial dos seus custos de produção é o que exige

maior domínio e utilização por parte dos gestores da tecnologia da informação. Nota-se que

além da variável “utilização de informática na fazenda” (FAZENDAINFORMATIZADA), o

“conhecimento em informática (CONHECINFORMATICA) e “utilização da internet”

(INTERNET), foram fatores condicionantes do nível 2 de gestão de custos de produção.

Sendo a INTERNET uma variável dicotômica, o simples fato de o produtor utilizar a

internet em qualquer ocasião aumenta em 2,959 vezes a probabilidade de que ele faça a gestão

de custos por talhão da atividade. A variação positiva do nível do

“CONHECINFORMATICA” aumenta em 2,305 vezes as chances de que ele realize o nível 2

de gestão de custos. Portanto, a tecnologia da informação é fator preponderante para a gestão

eficiente dos produtores de café.

Observa-se que a renda, representada pela variável “nível de renda familiar”

(RENDAFAM), é condicionante para o 2 de gestão de custos. Variações positivas na renda

familiar aumentam em 2,409 a probabilidade de realização do nível 2 de gestão de custos.

Como observado em outros estudos, o aumento na renda faz com que os produtores de

café busquem alternativas de controle gerencial que diminuam o risco da atividade e garantam

o cumprimento das suas obrigações. No caso deste estudo, tal alternativa é controle dos custos

de produção por talhão.

6. Conclusões

Apesar do grande potencial de auxílio ao produtor rural e ao processo de gestão das

propriedades, a utilização da tecnologia da informação ainda é bem limitada entre os

cafeicultores da região. A gestão de custos de produção por talhão também não faz parte da

realidade da grande maioria dos cafeicultores estudados.

A não realização do controle de custos discriminados por talhão impede as ações

necessárias para a melhora dos resultados das propriedades, pois não é possível saber,

seguramente, onde estão às falhas do processo produtivo. O controle global dos custos indica

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apenas a situação média do negócio, não fornecendo informações necessárias à gestão dos

setores produtivos.

Os principais fatores condicionantes da gestão de custos de produção dos cafeicultores

do Sul de Minas são a escolaridade, a utilização da informática e o número de funcionários

contratados pelos cafeicultores. O aumento da produtividade por hectare, a participação em

cursos e treinamentos, a diversificação da atividade e a utilização de fontes de informação por

parte dos produtores também se mostraram condicionantes para que se realize o nível 1 de

gestão de custos.

O nível 2 de gestão de custos, onde o produtor possui um controle eficiente e setorial

dos seus custos de produção é o que exige maior domínio e utilização por parte dos gestores

da tecnologia da informação. Os produtores mais propensos a realização da gestão de custos

por talhão tem a fazenda informatizada, possuem algum conhecimento em informática e

utilizam internet.

Produtores que apresentam maior número de funcionários, níveis mais elevados de

escolaridade e domínio da tecnologia da informação apresentam maiores possibilidades de

realizarem a gestão de custos de produção de seus negócios. Os resultados corroboram a

importância do conhecimento e da informação no gerenciamento de qualquer atividade, não

sendo diferente na cafeicultura. Portanto, produtores com essas características estão mais

aptos a obter melhores resultados na atividade por meio de gestão, alocando de forma

eficiente seus recursos baseados nos indicadores de custos de produção obtidos.

7. Referências

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