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Fatos: Trata-se de recurso ordinário em mandado de segurança interposto por Katia Becker e Laura Raquel da Cruz Severo contra acórdão proferido pelo Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul. As recorrentes sustentam que no momento da publicação do Edital, 2001, para ingresso no curso de formação de segundo-sargento, preenchiam todos os requisitos previstos na lei que regeu o Edital. Todavia, durante o Curso de Formação, 2002, adveio legislação estadual, alterando o requisito temporal de efetivo exercício de serviço militar de três anos para cinco anos, para a promoção ao posto de segundo sargento, ferindo direito líquido e certo à promoção. Dessa forma, as recorrentes impetraram mandado de segurança contra ato do Governador do Estado do Rio Grande do Sul, irresignando-se quanto à alteração da legislação no tocante ao prazo de três anos de serviço militar para cinco anos. O Tribunal a quo denegou a segurança sob o fundamento de que a Administração não violou o princípio da legalidade. Fundamentos: No caso, no decorrer do Curso Técnico, houve alteração da legislação no tocante ao requisito temporal para promoção, majorando-o para cinco anos. Consoante precedentes ao próprio STJ é lícito à Administração, tendo em vista a conveniência e o interesse público, alterar, a qualquer tempo, unilateralmente, as regras estabelecidas para uma das fases do concurso

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Fatos:

Trata-se de recurso ordinário em mandado de segurança interposto por Katia Becker e Laura Raquel da Cruz Severo contra acórdão proferido pelo Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul.

As recorrentes sustentam que no momento da publicação do Edital, 2001, para ingresso no curso de formação de segundo-sargento, preenchiam todos os requisitos previstos na lei que regeu o Edital.

Todavia, durante o Curso de Formação, 2002, adveio legislação estadual, alterando o requisito temporal de efetivo exercício de serviço militar de três anos para cinco anos, para a promoção ao posto de segundo sargento, ferindo direito líquido e certo à promoção.

Dessa forma, as recorrentes impetraram mandado de segurança contra ato do Governador do Estado do Rio Grande do Sul, irresignando-se quanto à alteração da legislação no tocante ao prazo de três anos de serviço militar para cinco anos.

O Tribunal a quo denegou a segurança sob o fundamento de que a Administração não violou o princípio da legalidade.

Fundamentos:

No caso, no decorrer do Curso Técnico, houve alteração da legislação no tocante ao requisito temporal para promoção, majorando-o para cinco anos.

Consoante precedentes ao próprio STJ é lícito à Administração, tendo em vista a conveniência e o interesse público, alterar, a qualquer tempo, unilateralmente, as regras estabelecidas para uma das fases do concurso público, sem qualquer ofensa ao direito adquirido dos candidatos.

A jurisprudência do STF, também, mostra-se uníssona em afirmar que, após a publicação do edital e no curso do certame, só se admite a alteração das regras do concurso se houver modificação na legislação que disciplina a respectiva carreira.

Nesse sentido, antes do provimento do cargo, o candidato tem mera expectativa de direito à nomeação.

Toda atividade do administrador público deve ser orientada para o bem comum da coletividade. Os fins da Administração estão voltados à defesa do interesse público. No caso, a alteração legal ocorreu durante o curso de formação, para atender às exigências da carreira. Afasto, portanto, a ilegalidade apontada.