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A Praia de Fécamp Albert Marquet, 1906 Óleo sobre tela, 51 x 61 cm

Fauvismo (1904-1908)

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Fauvismo (1904-1908)

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  • A Praia de FcampAlbert Marquet, 1906leo sobre tela, 51 x 61 cm

  • Nu de uma jovemKees van Dongen, 1907leo sobre tela, 100 x 81,5 cm

  • Marly-le-Roi Maurice de Vlamick, 1906

  • DEMPSEY, Amy.Estilos, Escolas e Movimentos: guia

    enciclopdico da arte modernaTrad. Carlos Eugnio

    Marcondes de MouraSo Paulo: Cosac & Naify,

    2003, 304 p.

    No Salo de Outono, realizado em 1905 em Paris, um grupo de artistas exps obras de tal maneira chocantes cores fortes e ousadas, aplicadas com espontaneidade e aspereza que foram imediatamente batizados como les fauves (as feras)

    pelo crtico Louis Vauxcelles. Com a inteno de ser

    um desmerecimento, a designao foi acolhida como uma

    descrio apropriada a seus mtodos e objetivos, e o fauvismo

    tornou-se um rtulo estilstico para a obra inovadora daquele

    grupo um tanto disperso de artistas franceses, que

    atuaram por volta de 1904 a 1908.

    (DEMPSEY, 2003, p.66)

  • KRAUBE, Anna-Carola.Histria da pintura: do

    Renascimento aos nossos diasTrad. Ruth Correia e

    Miriam Toms-MedeirosColnia. Knemann, 2001.

    Fauvismo (1904-1908)

  • The Turning RoadAndr Derain, 1906

  • The Turning RoadAndr Derain, 1906

    Foi a crena dos Fauves no elementar, no efeito da cor pura independentemente da aparncia natural e na simplificao radical da forma que levou o pblico a consider-los primitivos e selvagens.

    A requintada sofisticao do estilo ficava alm da sua percepo.(RUHRBERG et al, 2012, p.37)

  • The OrchardMaurice de Vlamick, 1905

  • RUHRBERG, Karl; SCHNECKENBURGER, Mandred;

    FRICKE, Christiane, HONNEF, Klaus.Arte do Sculo XX pintura,

    escultura, novos media, fotografiaTrad. Ida Boavida.

    Rev. Filipe RodriguesColnica: Taschen, 2012, 840 p.

    Como foi possvel que um estilo de pintura que tinha, segundo os

    prprios termos de Bertolt Brecht, objetivos culinrios, uma arte

    que pretendia ser apaziguadora e no perturbadora, tivesse

    provocado to profundamente o pblico e os crticos?

    Viraram-se no s contra os dois pintores que, na selvajaria,

    suplantaram os selvagens Derain fazendo explodir as suas

    granadas de cor sobre a audincia, Vlaminck, o brbaro,

    esguichando a tinta diretamente do tubo sobre a tela

    , como tambm contra Matisse e os seus quadros Janela

    Aberta em Collioure e Mulher com Chapu (ambos de 1905).

    (RUHRBERG et al, 2012, p.37)

    Fauvismo (1904-1908)

  • Trs figuras sentadas na relvaAndr Derain, 1906leo sobre tela, 38 x 55 cm

  • Maurice de Vlamick(1876-1958)

  • Maurice de Vlamick(1876-1958)

    Usavam as cores como se fossem granadas que soltavam luz, disse Andr Derain, um dos pintores que figura nas histrias da arte do sculo XX sob a denominao Fauves, Primitivos ou Homens Selvagens. No para admirar que os Parisienses tenham ficado horrorizados quando viram a primeira exposio conjunta dos Fauves, em 1905, na sala principal do Salon d'Automne, ou Salo do Outono, que comeara a realizar-se dois anos antes.(RUHRBERG et al, 2012, p.37)

  • Picking up DeadwoodMaurice de Vlamick, 1906

  • RUHRBERG, Karl; SCHNECKENBURGER, Mandred;

    FRICKE, Christiane, HONNEF, Klaus.Arte do Sculo XX pintura,

    escultura, novos media, fotografiaTrad. Ida Boavida.

    Rev. Filipe RodriguesColnica: Taschen, 2012, 840 p.

    Quando os Fauves distorciam coisas ou pessoas, faziam-no por razes decorativas e no como pura expresso das emoes.

    Sabiam muito bem que a escultura da Ocenia ou da frica

    Negra no era uma arte primitiva no sentido de no ser hbil

    e que a sua distoro era um meio perfeitamente consciente.

    (RUHRBERG et al, 2012, p.39)

  • RUHRBERG, Karl; SCHNECKENBURGER, Mandred;

    FRICKE, Christiane, HONNEF, Klaus.Arte do Sculo XX pintura,

    escultura, novos media, fotografiaTrad. Ida Boavida.

    Rev. Filipe RodriguesColnica: Taschen, 2012, 840 p.

    Sentiram que a brilhante luz do Sol e a luminosidade do mar

    j no podiam ser pintadas atravs dos meios naturalistas e que

    nem os meios do j aceite Impressionismo lhes conseguiam fazer

    justia. Temos de fazer a luz do Sol corresponder a uma

    orquestrao rica e policromtica, a interpretaes arrebatadas

    que devem comear sempre pelo conhecimento vivido da natureza

    e cujos resultados e teorias emergem de uma busca entusistica

    Othon Friesz descrevia aqui a essncia do Fauvismo.

    A transformao da realidade em forma esttica fundia-se com a sensibilidade do artista.

    Matisse realou-o vezes sem conta, Sou incapaz de diferenciar

    o que sinto pela vida, da maneira como o expresso.

    (RUHRBERG et al, 2012, p.38)

  • Origens

  • Luxo, calma e volpiaHenri Matisse, 1904leo sobre tela, 98,5 cm x 118,5 cm

  • Luxo, calma e volpiaHenri Matisse, 1904leo sobre tela, 98,5 cm x 118,5 cm

    O quadro foi pintado durante o vero de 1904, quando Matisse estava no sul da Frana com os neo-impressionistasPaul Signac e Henri-Edmond Cross.

    semelhana de Matisse, muitos fauvespassariam por uma fase neo-impressionista. O ttulo do quadro de Matisse se refere a uma estrofe de Uma viagem a Citera, poema de Charles Baudelaire (1821-67), o influente escritor e crtico que inspirou os simbolistas.

    Os fauves compartilhavam a atitude simbolista, no sentido de que a arte deveria evocar sensaes emocionais por meio da forma e da cor, mas a melancolia e a moralizao de boa parte da obra simbolista foram omitidas em favor de uma abordagem mais positiva da vida.(DEMPSEY, 2003, p.66)

  • RUHRBERG, Karl; SCHNECKENBURGER, Mandred;

    FRICKE, Christiane, HONNEF, Klaus.Arte do Sculo XX pintura,

    escultura, novos media, fotografiaTrad. Ida Boavida.

    Rev. Filipe RodriguesColnica: Taschen, 2012, 840 p.

    Foi um juvenil entusiasmo o que distinguiu os Fauves dos seus algo pedantes antecessores neo-impressionistas.

    Pintaram com maior vigor, dando grande expressividade forma.(RUHRBERG et al, 2012, p.38)

  • KRAUBE, Anna-Carola.Histria da pintura: do Renascimento aos nossos dias.Trad. Ruth Correia e Miriam Toms-Medeiros.Colnia. Knemann, 2001.

  • DEMPSEY, Amy.Estilos, Escolas e Movimentos: guia

    enciclopdico da arte modernaTrad. Carlos Eugnio

    Marcondes de MouraSo Paulo: Cosac & Naify,

    2003, 304 p.

    No entanto, outros pintores ainda desconhecidos do grande

    pblico influenciariam a obra dos fauves. Paul Gauguin

    foi particularmente importante para Matisse.

    No vero de 1906, Matisse e Derain viram muitas telas

    desconhecidas de Gauguin guardadas na casa de Daniel de

    Monfried, amigo desse pintor, e tiveram a oportunidade de estudar

    seu emprego imaginativo da cor e seus esquemas decorativos.

    (DEMPSEY, 2003, p.67)

    Influncia de Paul Gauguin

  • DEMPSEY, Amy.Estilos, Escolas e Movimentos: guia

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    Marcondes de MouraSo Paulo: Cosac & Naify,

    2003, 304 p.

    Paul Czanne tambm foi importante para os fauves

    e sua pintura tornou-se mais amplamente conhecida

    aps sua grande retrospectiva, realizada em 1907.

    Seus Banhistas e suas naturezas-mortas exerceram

    um impacto duradouro sobre Matisse.

    (DEMPSEY, 2003, p.67)

    Influncia de Paul Czanne

  • DEMPSEY, Amy.Estilos, Escolas e Movimentos: guia

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    Marcondes de MouraSo Paulo: Cosac & Naify,

    2003, 304 p.

    Derain, Vlaminck e Matisse tambm se incluram entre

    os primeiros artistas a colecionar a escultura africana.

    (DEMPSEY, 2003, p.67)

    Inspirao nas esculturas africanas

  • RUHRBERG, Karl; SCHNECKENBURGER, Mandred;

    FRICKE, Christiane, HONNEF, Klaus.Arte do Sculo XX pintura,

    escultura, novos media, fotografiaTrad. Ida Boavida.

    Rev. Filipe RodriguesColnica: Taschen, 2012, 840 p.

    A simplificao da forma no implicava uma

    abordagem simplista, coisa que Gauguin demonstrou,

    com os seus decorativos planos cromticos, e at Manet,

    muito antes, selara o compromisso entre pintura e

    escultura dando nfase bidimensionalidade da tela.

    Os pintores que se reuniram em torno de Matisse

    inspiraram-se nos primeiros primitivos franceses

    e nos seus brilhantes esquemas cromticos.

    (RUHRBERG et al, 2012, p.39)

    Inspirao nos primeiros primitivos franceses

  • DEMPSEY, Amy.Estilos, Escolas e Movimentos: guia

    enciclopdico da arte modernaTrad. Carlos Eugnio

    Marcondes de MouraSo Paulo: Cosac & Naify,

    2003, 304 p.

    Ao mesmo tempo em que descobriam a mais recente gerao da

    vanguarda os fauves se voltavam para a arte francesa pr-

    renascentista, a qual foi objeto de um novo reconhecimento, com

    a exposio intitulada Primitivos Franceses, em 1904.

    (DEMPSEY, 2003, p.67)

    Influncia a arte francesa pr-renascentista

  • DEMPSEY, Amy.Estilos, Escolas e Movimentos: guia

    enciclopdico da arte modernaTrad. Carlos Eugnio

    Marcondes de MouraSo Paulo: Cosac & Naify,

    2003, 304 p.

    Muitos dos futuros fauves Matisse, Rouault, Camoin, Marquet

    e Manguin estudaram com Gustave Moreau, cujas atitudes

    abertas, originalidade e crena no poder expressivo da cor pura

    seriam fonte de inspirao para vrios artistas. Matisse declarou:

    Ele no nos ps no caminho certo, mas nos desencaminhou. Ele

    perturbou nossa complacncia. Sua morte, ocorrida em 1898,

    privou os fauves de encorajamento e solidariedade.

    (DEMPSEY, 2003, p.67)

    Influncia simbolista

  • RUHRBERG, Karl; SCHNECKENBURGER, Mandred;

    FRICKE, Christiane, HONNEF, Klaus.Arte do Sculo XX pintura,

    escultura, novos media, fotografiaTrad. Ida Boavida.

    Rev. Filipe RodriguesColnica: Taschen, 2012, 840 p.

    Gustave Moreau simbolista durante muito tempo

    desprezado por ser um decadente e s recentemente

    redescoberto foi um visionrio alucinado como Redon, se

    bem que as suas vises se no tivessem inspirado na natureza,

    mas sim na iluminao a gs do seu atelier.

    Moreau reconhecido no s como mentor dos jovens

    talentos que vieram a ser conhecidos como os Fauves, mas

    tambm como um importante precursor do Surrealismo.

    Compreendeu rapidamente que a obra dos seus alunos

    Matisse, Rouault e Marquet continha algo de reserva. Vo

    simplificar a pintura, afirmou Moreau e definiu com exatido

    o papel que a sua atitude imaginativa iria desempenhar:

    Eu sou a ponte sobre a qual alguns de vs iro passar.

    (RUHRBERG et al, 2012, p.38)

    Influncia simbolista

  • Pintoresfauvistas

  • DEMPSEY, Amy.Estilos, Escolas e Movimentos: guia

    enciclopdico da arte modernaTrad. Carlos Eugnio

    Marcondes de MouraSo Paulo: Cosac & Naify,

    2003, 304 p.

    Entre eles, os mais destacados foram

    Henri Matisse, Andr Derain e Maurice de Vlaminck,

    embora seja costume incluir outros (Vauxcelles

    os chamava de fauvettes): Albert Marquet,

    Charles Camoin, Henri-Charles Manguin, Othon Friesz,

    Jean Puy, Louis Valtat, Georges Rouault, Raoul Dufy,

    Georges Braque e o holands Kees van Dongen.

    (DEMPSEY, 2003, p.66)

    Pintores fauvistas

  • RUHRBERG, Karl; SCHNECKENBURGER, Mandred;

    FRICKE, Christiane, HONNEF, Klaus.Arte do Sculo XX pintura,

    escultura, novos media, fotografiaTrad. Ida Boavida.

    Rev. Filipe RodriguesColnica: Taschen, 2012, 840 p.

    Foi Louis Vauxcelles, o crtico declarado de Gil Blas,

    quem fez a lendria e sarcstica observao:

    Donatello parmi les fauves (Donatello entre os selvagens).

    Com Donatello, referia-se ao escultor neoclssico Marque.

    Os selvagens cujos quadros ameaavam o tronco de esttua

    de uma criana de estilo florentino de Monsieur Marque

    foram Henri Matisse, Albert Marquet, Derain, Maurice de

    Vlaminck, Othon Friesz, Henri-Charles Manguin, Charles

    Camoin, Jean Puy, Louis Valtat e Georges Rouault.

    Um ano mais tarde, o sempre misterioso Georges

    Braque e o descontrado Raoul Dufy o Rossini

    da arte completaram o grupo.

    (RUHRBERG et al, 2012, p.37)

    Pintores fauvistas

  • DEMPSEY, Amy.Estilos, Escolas e Movimentos: guia

    enciclopdico da arte modernaTrad. Carlos Eugnio

    Marcondes de MouraSo Paulo: Cosac & Naify,

    2003, 304 p.

    Entre eles, os mais destacados foram Henri Matisse, Andr Deraine Maurice de Vlaminck(DEMPSEY, 2003, p.66)

    Pintores fauvistas

  • Henri Matisse (1869-1954)

  • RUHRBERG, Karl; SCHNECKENBURGER, Mandred;

    FRICKE, Christiane, HONNEF, Klaus.Arte do Sculo XX pintura,

    escultura, novos media, fotografiaTrad. Ida Boavida.

    Rev. Filipe RodriguesColnica: Taschen, 2012, 840 p.

    Matisse foi o seu porta-voz e lder incontestado.

    Formulou a sua teoria em 1909, quatro anos aps o escndalo no Salo

    do Outono: Sonho com uma arte equilibrada, pura e serena, desprovida

    de tema perturbante ou deprimente, uma arte que funcione para todos

    os que trabalham com o intelecto sejam eles homens de negcios ou

    escritores como algo apaziguador, como um calmante mental, como

    uma boa poltrona onde se descansa do cansao fsico.

    (RUHRBERG et al, 2012, p.37)

    Fauvismo (1904-1908)

  • DEMPSEY, Amy.Estilos, Escolas e Movimentos: guia

    enciclopdico da arte modernaTrad. Carlos Eugnio

    Marcondes de MouraSo Paulo: Cosac & Naify,

    2003, 304 p.

    Matisse, o mais velho e o mais bem-sucedido,

    em breve tornou-se conhecido como o rei das feras.

    em seu quadro Luxo, calma e volpia,

    de 1904, que muitas caractersticas dos fauves

    se tornam aparentes pela primeira vez.

    (DEMPSEY, 2003, p.66)

    O rei das feras

  • RUHRBERG, Karl; SCHNECKENBURGER, Mandred;

    FRICKE, Christiane, HONNEF, Klaus.Arte do Sculo XX pintura,

    escultura, novos media, fotografiaTrad. Ida Boavida.

    Rev. Filipe RodriguesColnica: Taschen, 2012, 840 p.

    Os quadros de Czanne proporcionaram os impulsos-chave.

    Comeando com o Impressionismo, o artista provenal atribuiu cor um estatuto de independncia, ao mesmo tempo que em contradio com a

    esttica impressionista trabalhou harmonicamente

    as suas pinceladas, de modo a

    formar campos coloridos e evitando assim que a cor se dissolvesse numa vaga evocao atmosfrica.(RUHRBERG et al, 2012, p.38)

    Henri Matisse (1869-1954)

  • RUHRBERG, Karl; SCHNECKENBURGER, Mandred;

    FRICKE, Christiane, HONNEF, Klaus.Arte do Sculo XX pintura,

    escultura, novos media, fotografiaTrad. Ida Boavida.

    Rev. Filipe RodriguesColnica: Taschen, 2012, 840 p.

    As asas da Janela Aberta e as paredes verde-azuladas e

    violeta-avermelhadas mostram claramente como

    Matisse rene as manchas de cor e as pinceladas

    dos impressionistas, devolvendo as coisas em planos

    amplos e polivalentes.

    Tambm a hera volvel deixa de ser pintada com uma

    tcnica neo-impressionista para passar a apresentar

    pinceladas soltas, ornamentais, que deixam antever os

    arabescos da obra final do artista.

    A vista do mar com a luz a brincar sua superfcie e os

    barcos na praia mostram igualmente uma tendncia para

    generosos planos lisos e uma concentrao da forma.

    (RUHRBERG et al, 2012, p.37 e 38)

  • Luxo, calma e volpiaHenri Matisse, 1904leo sobre tela, 98,5 cm x 118,5 cm

  • Luxo, calma e volpiaHenri Matisse, 1904leo sobre tela, 98,5 cm x 118,5 cm

    Matisse, o mais velho e o mais bem-sucedido, em breve tornou-se conhecido como o rei das feras.

    em seu quadro Luxo, calma e volpia, de 1904, que muitas caractersticas dos fauvesse tornam aparentes pela primeira vez.(DEMPSEY, 2003, p.66)

  • A cena, qual Matisse muitas vezes retornaria durante sua longa carreira, como o fariam outros fauves, teria sido facilmente

    reconhecvel pelos impressionistas mas o modo como Matisse a aborda muito diferente.

    Com sua paleta vibrante e o emprego emancipado e subjetivo da cor, criam-se uma atmosfera e uma superfcie decorativa, mais do que uma cena descritiva e, em termos estilsticos, ela est

    mais prxima dos ps-impressionistas e dos neo-impressionistas.(DEMPSEY, 2003, p.66)

  • RUHRBERG, Karl; SCHNECKENBURGER, Mandred;

    FRICKE, Christiane, HONNEF, Klaus.Arte do Sculo XX pintura,

    escultura, novos media, fotografiaTrad. Ida Boavida.

    Rev. Filipe RodriguesColnica: Taschen, 2012, 840 p.

    A admirao de Matisse por Signac, porta-voz dos neo-

    impressionistas e presidente do Salon des Indpendants,

    levou-o a segui-lo para Saint-Tropez, em 1904.

    A cidade, que ainda no fora descoberta pela alta sociedade, era

    nessa altura um lugar idlico para artistas com pouco dinheiro.

    (RUHRBERG et al, 2012, p.38)

    Admirao pelos neo-impressionistas

  • RUHRBERG, Karl; SCHNECKENBURGER, Mandred;

    FRICKE, Christiane, HONNEF, Klaus.Arte do Sculo XX pintura,

    escultura, novos media, fotografiaTrad. Ida Boavida.

    Rev. Filipe RodriguesColnica: Taschen, 2012, 840 p.

    A harmonia buscada sobretudo por Matisse, mas tambm pelo

    jovem Derain, mesmo nos seus perodos mais agitados, no foi

    conseguida atravs da subjugao da importncia e da combinao

    cromticas, mas sim conferindo s cores uma importncia

    emocional e reduzindo as formas a uma grande simplicidade.

    Conseguia-se agora uma impresso de profundidade e de

    espao mais atravs das prprias justaposies de cores do

    que atravs do desenho perspectivado ou do trompe l oeil.

    este o ponto de partida do Fauvismo, declarou Matisse.

    (RUHRBERG et al, 2012, p.38)

    Alm do neo-impressionismo

  • RUHRBERG, Karl; SCHNECKENBURGER, Mandred;

    FRICKE, Christiane, HONNEF, Klaus.Arte do Sculo XX pintura,

    escultura, novos media, fotografiaTrad. Ida Boavida.

    Rev. Filipe RodriguesColnica: Taschen, 2012, 840 p.

    Matisse e Marquet comearam a pintar com cores puras j

    em 1898. Durante algum tempo, a enfatuada figura de Signac

    reprimiu todas as outras influncias. Convencido de que tinha

    a misso de elaborar uma esttica normativa para a pintura,

    manteve os inexperientes fauves sob a sua asa.

    Mas Matisse, ao mesmo tempo que se mostrava reverente

    para com as doutrinas de Signac, ultrapassou-as. Luxe, calme,

    volupt disso um bom templo. S primeira vista que a

    colocao das manchas de tinta tem um ar pontilhista.

    (RUHRBERG et al, 2012, p.39)

    Alm do neo-impressionismo

  • Luxo, calma e volpiaHenri Matisse, 1904leo sobre tela, 98,5 cm x 118,5 cm

    Na pintura ao lado, olhando mais atentamente, vemos que a cor de Matisse muito mais intensa e luminosa do que a de Signac, cujo argnteo Matisse inicialmente tanto apreciou.

    Tambm evidente a maior liberdade com que aplica as tintas. Matisse sujeita a perfeio cientfica de Seurat e de Signac

    imaginao, quebra as regras objetivas, submetendo-as ao seu ponto de vista pessoal, subjetivo.(RUHRBERG et al, 2012, p.39)

  • Alegria de viverHenri Matisse, 1905-6leo sobre tela, 176,5 x 240,7 cm

  • Alegria de viverHenri Matisse, 1905-6leo sobre tela, 176,5 x 240,7 cm

    Alegria de viver (1905-6), tela de Matisse, dominou o Salo dos Independentes, e o Salo de Outono incluiu obras de todos os participantes do grupo. Era um conjunto ousado de

    paisagens de um colorido brilhante, de retratos e cenas figurativas, temas tradicionais interpretados sob um novo olhar.(DEMPSEY, 2003, p.69)

  • Alegria de viverHenri Matisse, 1905-6leo sobre tela, 176,5 x 240,7 cm

    Os ousados contornos em arabesco de Matisse evocam Ingres, e

    o modo como ele desenha a figura e usa a cor claramente inovador e moderno.

  • O ttulo de uma das suas primeiras obras-chave,

    que sintetizava as experincias do Neo-Impressionismo,

    foi retomado de Baudelaire: Luxe, calme, volupt

    (ttulo cuja traduo letra pode ser enganadora

    e que seria melhor parafrasear como

    coisas maravilhosas, paz de esprito e prazer sensual).

    Estes objetivos caracterizam toda a obra de Matisse, porque representam um programa: a criao artstica como a mais elevada forma de volpia mental e espiritual.(RUHRBERG et al, 2012, p.37)

    Luxo, calma e volpiaHenri Matisse, 1904

    Alegria de viverHenri Matisse, 1905

  • Harmonia em vermelhoHenri Matisse, 1908leo sobre tela, 180 x 220 cm

  • KRAUBE, Anna-Carola.Histria da pintura: do

    Renascimento aos nossos diasTrad. Ruth Correia e

    Miriam Toms-MedeirosColnia. Knemann, 2001.

    Henri Matisse (1869-1954)

  • Mulher com chapuHenri Matisse, 1905leo sobre tela, 80,6 x 59,6 cm

  • Mulher com chapuHenri Matisse, 1905leo sobre tela, 80,6 x 59,6 cm

    O chapu azul-violeta usado pela senhora do retrato (Madame Matisse), encimado por um colorido e fantstico ornamento de plumas, o cabelo vermelho-tijolo e azul-cobalto, o rosto verde, amarelo e rosa, o pescoo vermelho e laranja, a saia e as luvas verdes, a parte de cima do vestido cintilando em variaes de verde, violeta, rosa e amarelo, seguidos do eco de todas estas combinaes nos planos expansivos e soltos do

    fundo tudo isto ia muito alm do Impressionismo, ao qual as pessoas haviam acabado de habituar-se.(RUHRBERG et al, 2012, p.37 e 38)

  • Mulher com chapuHenri Matisse, 1905leo sobre tela, 80,6 x 59,6 cm

    Uma das principais telas expostas no Salo de Outono de 1905 foi Mulher com chapu, de Matisse (1905), um retrato de sua esposa.

    Com suas cores vibrantes e pouco naturais e pinceladas aparentemente frenticas, provocou escndalo. Boa parte do choque advinha do fato de se tratar de um retrato, de um personagem reconhecvel, o que

    chamou a ateno para a distoro qual ela foi submetida.

    Enquanto o pblico e os crticos encararam o quadro com incompreenso, os marchands e colecionadores reagiram com presteza e entusiasmo. (DEMPSEY, 2003, p.69)

  • DEMPSEY, Amy.Estilos, Escolas e Movimentos: guia

    enciclopdico da arte modernaTrad. Carlos Eugnio

    Marcondes de MouraSo Paulo: Cosac & Naify,

    2003, 304 p.

    Em Notas de um pintor, publicadas em La Grande Revue, em 1908,

    Matisse esclareceu seu conceito relativo ao papel da arte:

    O que busco, acima de tudo, a expresso [...]. Sou incapaz de distinguir entre o sentimento que tenho pela vida e meu modo de express-lo [...]. O principal objetivo da cor deveria ser o de servir a expresso to bem quanto possvel [...]. Sonho com uma arte de equilbrio, de pureza e serenidade, despojada de temas perturbadores ou depressivos, uma arte que possa ser fruda por todo trabalhador mental, seja ele um homem de negcios ou um escritor, e semelhante a uma influncia apaziguadora, um calmante mental, algo como uma poltrona confortvel na

    qual uma pessoa possa descansar da fadiga fsica. (DEMPSEY, 2003, p.66)

    Henri Matisse (1869-1954)

  • Luxo IIHenri Matisse, 1907-8leo sobre tela, 209 x 138 cm

  • Luxo IIHenri Matisse, 1907-8leo sobre tela, 209 x 138 cm

    A ltima obra fauvista de Matisse, O luxo II (1907-8), mostra o extremo a que ele havia chegado e oferece sinais de novas direes. Como Luxo, calma e volpia, a nova obra apresenta uma cena arcdica de nus em uma paisagem, com figuras modeladas pela cor e pela linha.

    O neo-impressionismo de sua obra anterior foi substitudo por um estilo mais despojado, baseado em cores e linhas simplificadas, que operam em conjunto para criar luz, espao, profundidade e movimento, olhando em direo ao tipo de espao pictrico que os cubistas desenvolveriam. Foi uma pintura como essa que levou o poeta Apollinaire a observar mais tarde que o fauvismo era

    uma espcie de introduo ao cubismo.(DEMPSEY, 2003, p.69)

  • A danaHenri Matisse, 1909leo sobre tela, 260 389 cm

  • RUHRBERG, Karl; SCHNECKENBURGER, Mandred;

    FRICKE, Christiane, HONNEF, Klaus.Arte do Sculo XX pintura,

    escultura, novos media, fotografiaTrad. Ida Boavida.

    Rev. Filipe RodriguesColnica: Taschen, 2012, 840 p.

    Andr Derain(1880-1954)

    Maurice de Vlaminck(1876-1958)

  • DEMPSEY, Amy.Estilos, Escolas e Movimentos: guia

    enciclopdico da arte modernaTrad. Carlos Eugnio

    Marcondes de MouraSo Paulo: Cosac & Naify,

    2003, 304 p.

    Entre eles, os mais destacados foram Henri Matisse, Andr Deraine Maurice de Vlaminck(DEMPSEY, 2003, p.66)

    Fauvismo (1904-1908)

  • RUHRBERG, Karl; SCHNECKENBURGER, Mandred;

    FRICKE, Christiane, HONNEF, Klaus.Arte do Sculo XX pintura,

    escultura, novos media, fotografiaTrad. Ida Boavida.

    Rev. Filipe RodriguesColnica: Taschen, 2012, 840 p.

    O caso dos dois Fauves de Chatou, Andr Derain

    e Maurice de Vlaminck, diferente. O seu dolo

    no era Czanne, mas sim van Gogh.

    Apesar de terem temperamentos to diferentes,

    a admirao que nutriam pelo artista holands

    uniu-os durante alguns anos.

    (RUHRBERG et al, 2012, p.40)

    Matisse e Marquet: seguidores de CzanneDerain e Vlaminck: seguidores de Van Gogh

  • RUHRBERG, Karl; SCHNECKENBURGER, Mandred;

    FRICKE, Christiane, HONNEF, Klaus.Arte do Sculo XX pintura,

    escultura, novos media, fotografiaTrad. Ida Boavida.

    Rev. Filipe RodriguesColnica: Taschen, 2012, 840 p.

    Derain era o nobre descendente de uma rica famlia de

    comerciantes que fizera estudos humansticos e Vlaminck era um tipo

    rude nascido perto de Les Halles e filho de msicos itinerantes.

    Vlaminck ganhava a vida a tocar violino nas ruas, como criado de

    lavoura, novelista e ciclista profissional antes de os seus quadros se

    comearem a vender suficientemente bem para poder viver deles.

    De entre os Fauves, foi ele o nico verdadeiro homem selvagem,

    e Derain, igualmente enrgico mas muito mais sensvel, achava

    irresistvel o seu impetuoso temperamento.

    (RUHRBERG et al, 2012, p.40)

    Andr Derain (1880-1954)Maurice de Vlaminck (1876-1958)

  • Vincent van Gogh iria exercer uma influncia poderosa sobre Vlaminck, segundo seu prprio relato.

    Ele viu pela primeira vez a obra de Van Gogh numa

    exposio em 1901 e declarou pouco mais tarde que o

    amou mais do que a seu prprio pai. Adquiriu o hbito de

    espremer a tinta diretamente do tubo sobre a tela,

    chamando a ateno para a fisicalidade do material, a

    exemplo do que se verifica em Piquenique no campo (1905).

    Vlaminck declarou: Eu era um selvagem de bom corao,

    repleto de violncia.

    (DEMPSEY, 2003, p.67)

    Piquenique no campoMaurice de Vlaminck, 1905

  • RUHRBERG, Karl; SCHNECKENBURGER, Mandred;

    FRICKE, Christiane, HONNEF, Klaus.Arte do Sculo XX pintura,

    escultura, novos media, fotografiaTrad. Ida Boavida.

    Rev. Filipe RodriguesColnica: Taschen, 2012, 840 p.

    Em Chatou, a cor no desabrochava, explodia em vermelhos,

    cobaltos, amarelos-crmios e verdes-veroneses no misturados.

    Durante a sua longa vida morreu em 1958 com 82 anos de idade

    , evidente que Vlaminck nunca foi assolado pela dvida.

    Nas suas memrias, parafraseando uma frase famosa de Lus XIV,

    declarou tranquilamente: Eu sou o Fauvismo. Aparentemente,

    Vlaminck esquecera que, como j foi mencionado, Matisse e Marquet

    haviam j comeado em 1898 a trabalhar com cores puras e que os

    colegas de Matisse o consideravam uma mente superior que

    fornecera ao Fauvismo as suas bases estticas e intelectuais.

    Na arte de Vlaminck, o instinto pictrico desempenhou um papel

    maior do que o intelecto. E o seu carcter apoltico levou-o a

    simpatizar com os Nazis durante a Ocupao.

    (RUHRBERG et al, 2012, p.40)

    Maurice de Vlaminck (1876-1958)

  • Barco Vela no Sena Maurice de Vlaminck, 1906leo sobre tela, 55 x 74 cm

  • RUHRBERG, Karl; SCHNECKENBURGER, Mandred;

    FRICKE, Christiane, HONNEF, Klaus.Arte do Sculo XX pintura,

    escultura, novos media, fotografiaTrad. Ida Boavida.

    Rev. Filipe RodriguesColnica: Taschen, 2012, 840 p.

    Derain era demasiado astuto para ser um eterno fauve,

    o que visvel quando comparamos o seu quadro Barcos em

    Collioure com o Barcos no Rdano do seu dolo van Gogh.

    Van Gogh trata o tema com toda a franqueza rstica de um

    holands; a pintura de Derain, com toda a vitalidade da sua

    paleta, a sua perspectiva misteriosa e a simplificao da forma,

    revela uma sensibilidade nervosa e um gosto decidido.

    A facilidade e a fluncia das suas pinceladas constituem um

    excelente exemplo da cultura pictrica francesa.

    (RUHRBERG et al, 2012, p.41)

    Andr Derain (1880-1954)

  • Boats in ColioureAndr Derain, 1905

  • Velas a SecarAndr Derain, 1905leo sobre tela, 82 x 101 cm

  • DEMPSEY, Amy.Estilos, Escolas e Movimentos: guia

    enciclopdico da arte modernaTrad. Carlos Eugnio

    Marcondes de MouraSo Paulo: Cosac & Naify,

    2003, 304 p.

    Derain pintou uma srie de cenas do rio Tmisa em resposta s

    cenas de Londres pintadas por Claude Monet, que haviam sido

    acolhidas com entusiasmo ao serem expostas em Paris em 1904.

    Enquanto as telas de Monet so observaes sobre a luz e a atmosfera, o tema preponderante, na obra de [fauvista] Derain, a alegria da cor.

    Tal como na obra de Monet, a atmosfera de Londres evocada com

    vivacidade, mas sua apresentao totalmente diferente. Derain

    combinava aspectos da tcnica divisionista usada pelos neo-

    impressionistas com as reas uniformes de cor de Gauguin e a

    perspectiva inclinada de Czanne, a fim de criar uma nova viso,

    baseada na expressividade da cor.

    (DEMPSEY, 2003, p.69)

  • Barcos em CollioureAndr Derain, 1905

    leo sobre tela, 60 x 73 cm

  • RUHRBERG, Karl; SCHNECKENBURGER, Mandred;

    FRICKE, Christiane, HONNEF, Klaus.Arte do Sculo XX pintura,

    escultura, novos media, fotografiaTrad. Ida Boavida.

    Rev. Filipe RodriguesColnica: Taschen, 2012, 840 p.

    A pintura fauve de Derain combina a veemncia

    de um Vlaminck com a cultura de um Matisse.

    A tcnica pontilhista da diviso das cores e a tcnica

    fauve da sua juno so misturadas harmonicamente

    num estilo animado e alegre. As paisagens que Derain

    pintou de Saint-Tropez, Collioure e Londres no s fazem

    parte das obras-primas do seu relativamente breve perodo

    fauve, como tambm representam o auge da sua obra.

    Ao contrrio dos impressionistas, Derain esteve sempre

    preocupado com a consistncia, a eternidade, a totalidade

    e resistiu tentao impressionista de se contentar com

    tremeluzentes efeitos atmosfricos.

    Este encoberto classicismo, presente at mesmo nos quadros

    em que d rdea solta cor, tpico da arte de Derain.

    (RUHRBERG et al, 2012, p.41)

    Andr Derain (1880-1954)

  • RUHRBERG, Karl; SCHNECKENBURGER, Mandred;

    FRICKE, Christiane, HONNEF, Klaus.Arte do Sculo XX pintura,

    escultura, novos media, fotografiaTrad. Ida Boavida.

    Rev. Filipe RodriguesColnica: Taschen, 2012, 840 p.

    As tendncias clssicas, se no a viragem final para um

    realismo estilizado, so j reconhecveis na brilhante obra

    inicial de Derain. Tal como Czanne o fez em relao a Poussin,

    Derain professou fidelidade a Rafael. Rafael o maior

    dos artistas incompreendidos, declarou, S Rafael divino.

    Depois dos seus anos selvagens, Derain tornou-se um pregador

    da moderao, da proporo e da harmonia, deixou de ser

    o poltico revolucionrio para se tornar o conservador, at mesmo

    o conformista que, durante as mais sombrias horas de Frana, no s

    traiu os seus princpios artsticos como tambm os humansticos ao

    mostrar simpatia pelos Nazis. Mas no podemos deixar de focar um

    aspecto crucial: Derain foi o primeiro artista europeu a descobrir o

    poder expressivo da escultura africana que colecionava e para a

    qual atraiu a ateno de Picasso. Foi um fato que, como sabemos, abriu

    uma via nova, e de grande alcance, para a arte moderna.

    (RUHRBERG et al, 2012, p.42)

    Andr Derain (1880-1954)

  • Trs figuras sentadas na relvaAndr Derain, 1906leo sobre tela, 38 x 55 cm

  • Trs figuras sentadas na relvaAndr Derain, 1906leo sobre tela, 38 x 55 cm

    A arte africana primitiva interessou Matisse, Vlaminck e Derain.O emprego de machas de cor, bastante realadas, por parte de Derain, evoca Czanne e Gauguin.

  • Independncia do modelo da natureza:as cores e formas possuem expresso prpria.

    A funo expressiva supera a anterior expresso representativa.

    Cores puras, fortes e ousadas, aplicadas com espontaneidade.

    Simplificao radical da forma.

    Distores feitas por razes decorativas, e no como pura expresso das emoes.

    A transformao da realidade em forma esttica fundia-se com a sensibilidade do artista.

    A criao artstica como volpia mental e espiritual.

    Fauvismo (1904-1908)

  • DEMPSEY, Amy.Estilos, Escolas e Movimentos: guia

    enciclopdico da arte modernaTrad. Carlos Eugnio

    Marcondes de MouraSo Paulo: Cosac & Naify,

    2003, 304 p.

    O fauvismo foi a primeira das manifestaes de vanguarda do sculo XX a agitar o mundo da arte,

    mas os fauves jamais foram um movimento organizado

    conscientemente, com um programa consensual.

    Caracterizou-se antes como uma afiliao um tanto solta de artistas,

    amigos e estudiosos, que compartilhavam suas ideias sobre a arte.

    (DEMPSEY, 2003, p.66)

  • DEMPSEY, Amy.Estilos, Escolas e Movimentos: guia

    enciclopdico da arte modernaTrad. Carlos Eugnio

    Marcondes de MouraSo Paulo: Cosac & Naify,

    2003, 304 p.

    Por volta de 1906 os fauves passaram a ser vistos como

    os pintores mais avanados de Paris. [...]

    A obra dos fauves tornou-se subitamente o que havia de mais

    desejvel no mercado de arte. O crtico americano Leo Stein

    comeou a colecionar os quadros de Matisse (incluindo Mulher

    com chapu, que ele descreveu posteriormente como a pintura

    mais lambuzada que vi at hoje), seguido por sua irm, a escritora

    Gertrude Stein, e por seu irmo Michael e a mulher dele.

    O comerciante de arte Ambroise Vollard adquiriu toda a produo

    do ateli de Derain, em 1905, e do ateli de Vlaminck, em 1906.

    Em breve a febre de aquisio da obra dos fauves se espalhou

    para fora da Frana. Os colecionadores russos Serguei Schkin

    que adquiriu 37 obras, inclusive as decoraes murais Dana e

    Msica, de Matisse, realizadas em 1910 e Ivan A. Morzov

    rapidamente iniciaram suas colees. (DEMPSEY, 2003, p.69)

    Fauvismo (1904-1908)

  • DEMPSEY, Amy.Estilos, Escolas e Movimentos: guia

    enciclopdico da arte modernaTrad. Carlos Eugnio

    Marcondes de MouraSo Paulo: Cosac & Naify,

    2003, 304 p.

    A preeminncia dos fauves em Paris foi monumental, porm breve.

    Cada artista seguiu seu prprio caminho e a ateno do mundo da arte acabou

    se voltando para os cubistas. Derain, por exemplo, aproximou-se de Pablo

    Picasso e, mais tarde, se entregou a uma abordagem mais clssica.

    Vlaminck abandonou as cores fauves para concentrar-se em paisagens, numa

    espcie de realismo expressivo, que aproximou sua obra dos expressionistas

    alemes.

    Outros fauves, tais como Van Dongen, que se tornou membro do grupo

    A Ponte, na Alemanha, deram nfase s afinidades entre os dois movimentos

    que revolucionaram as prticas artsticas do sculo XX.

    Matisse, o rei dos fauves, permaneceu um fauve em certo sentido e tornou-se

    um dos artistas mais adorados e influentes do sculo XX.

    (DEMPSEY, 2003, p.69)