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Fazenda

Milton Nascimento e Nélson Ângelo Água de beber

Bica no quintal

Sede de viver tudo

E o esquecer

Era tão normal que o tempo parava

E a meninada respirava o vento

Até vir a noite e os velhos falavam coisas dessa vida

Eu era criança, hoje é você, e no amanhã, nós.

Água de beber

Bica no quintal, sede de viver tudo

E o esquecer

Era tão normal que o tempo parava

Tinha sabiá, tinha laranjeira, tinha manga rosa

Tinha o sol da manhã

E na despedida,

tios na varanda, jipe na estrada

E o coração lá.

O CORAÇÃO LÁ

Seria capaz de abrir mão do tumulto das ruas? Da correria das pessoas que

atravessavam rapidamente as esquinas? Sempre fugindo dos motoristas

apavorados. Da grande quantidade de lojas onde poderia encontrar, a qualquer

momento, os sapatos da moda, calças, camisas e os agasalhos, quase

desnecessários nesse nosso clima. O lanche da tarde e, algumas vezes, a

sessão da tarde no cinema do shopping. A troca era simples e objetiva.

Passaria um mês na fazenda. Isso mesmo, aquele lugar onde os dias de verão

são imensos. Onde os ruídos nada musicais de buzinas, assobios, anúncios de

vendedores são substituídos por verdadeiras músicas. Seja da cachoeira, com

seu ruído que acalma e o canto dos pássaros que lhe fazem coro. De outros

passarinhos que, menos ousados, não se arriscam junto à grande queda

d'água. Do mugido dos animais ali no curral. Da brisa que sempre sopra. As

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frutas compradas junto aos passeios lá da grande cidade, com sua procedência

duvidosa, seriam substituídas por mangas e laranjas colhidas no próprio pé. O

leite não seria pasteurizado, mas, seria tomado ainda quente, sempre

acompanhado por algumas folhas de hortelã. Sabe de uma coisa, minha opção

está feita. Vou seguir o exemplo do Mílton Nascimento e gozar minhas férias lá

na fazenda. Assim como ele narra na letra de sua canção chamada: Fazenda.