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Fazendo um balanço crítico da situação atual da educação escolar indígena no Brasil, Lopes da Silva (1995, p. 5) explicita que se, de um lado, os últimos vinte e poucos anos foram marcados por problemas e ameaças crescentes à sobrevivência dos povos indígenas no Brasil — o que nos enche de tristeza e indignação —, de outro, estes foram anos de organização e fortalecimento do movimento indígena, de avanços na Legislação Indigenista e envolvimento positivo de setores não-índios da sociedade civil na questão indígena. O Movimento dos Professores Indígenas do Amazonas, Roraima e Acre pertence ao contexto e conjuntura histórica e política tão bem sintetizado por Silva, na citação acima. Dentre os vários trabalhos que têm recentemente enfocado a temática da educação escolar indígena, com ênfase na autonomia e protagonismo indígena, destacamos dois onde a participação definidora do movimento indígena é explicitada. Ferreira (1992), em sua dissertação Da origem dos homens à conquista da escrita: um estudo sobre povos indígenas e educação escolar no Brasil, demonstra que a escola é um dos instrumentos de contato que é apropriado pelos índios, que a utilizam como estratégia de construção política de suas identidades atuais. Destaca- se, nesses processos, o papel dos professores indígenas enquanto novos atores sociais. Conforme Monserrat (1993, p. 9), professor indígena é categoria em estruturação na sociedade atual, a partir de variadas experiências, necessidades e expectativas tanto das sociedades indígenas em contato permanente (ou frequente) com a sociedade majoritária, como dos grupos e entidades de apoio envolvidas em ações de educação escolarizada (para) indígena. Já na opinião de Silva e Azevedo (1995, p. 158), da discussão sobre educação escolar indígena, tem um único sentido: não pretende caracterizar uma classe particular de professores.

Fazendo Um Balanço Crítico Da Situação Atual Da Educação Escolar Indígena No Brasil

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Fazendo um balano crtico da situao atual da educao escolar indgena no Brasil, Lopes da Silva (1995, p. 5) explicita que se, de um lado, os ltimos vinte e poucos anos foram marcados por problemas e ameaas crescentes sobrevivncia dos povos indgenas no Brasil o que nos enche de tristeza e indignao , de outro, estes foram anos de organizao e fortalecimento do movimento indgena, de avanos na Legislao Indigenista e envolvimento positivo de setores no-ndios da sociedade civil na questo indgena. O Movimento dos Professores Indgenas do Amazonas, Roraima e Acre pertence ao contexto e conjuntura histrica e poltica to bem sintetizado por Silva, na citao acima. Dentre os vrios trabalhos que tm recentemente enfocado a temtica da educao escolar indgena, com nfase na autonomia e protagonismo indgena, destacamos dois onde a participao definidora do movimento indgena explicitada. Ferreira (1992), em sua dissertao Da origem dos homens conquista da escrita: um estudo sobre povos indgenas e educao escolar no Brasil, demonstra que a escola um dos instrumentos de contato que apropriado pelos ndios, que a utilizam como estratgia de construo poltica de suas identidades atuais. Destaca-se, nesses processos, o papel dos professores indgenas enquanto novos atores sociais. Conforme Monserrat (1993, p. 9), professor indgena categoria em estruturao na sociedade atual, a partir de variadas experincias, necessidades e expectativas tanto das sociedades indgenas em contato permanente (ou frequente) com a sociedade majoritria, como dos grupos e entidades de apoio envolvidas em aes de educao escolarizada (para) indgena. J na opinio de Silva e Azevedo (1995, p. 158), da discusso sobre educao escolar indgena, tem um nico sentido: no pretende caracterizar uma classe particular de professores.