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FECHAMENTO AUTORIZADO PODE SER ABERTO PELA ECT JORNAL DA DIOCESE DE GUAXUPÉ | ANO XXXII - 354 | MAIO DE 2019

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JORNAL DA DIOCESE DE GUAXUPÉ | ANO XXXII - 354 | MAIO DE 2019

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“Jesus falou ainda: ‘Eu sou a luz do mundo. Quem me segue não caminha nas trevas, mas terá a luz da vida”. (...) Embora eu dê

testemunho de mimmesmo, o meu testemunho é verdadeiro, porque eu sei de onde

venho e para onde vou. Mas vós não sabeis de onde venho, nem para onde eu vou. Vós julgais segundo a carne; eu não julgo

ninguém, e se eu julgo, o meu julgamento é verdadeiro, porque eu não estou só, mas o Pai que me enviou está comigo. Na vossa Lei está escrito que o testemunho de duas pessoas é verdadeiro.

Ora, eu dou testemunho de mim mesmo, e também o Pai, que me enviou, dá testemunho de mim’

” [Jo 8, 12. 14-18]

Ao estabelecer um panorama da comunicação humana, ao longo da história, percebe-se que ela se

mescla ao processo de desenvolvimen-to espiritual humano. Quanto mais o ser humano é capaz de expressar-se, tanto maior se torna seu potencial em perceber e discursar sobre sua relação transcen-dente com Deus.

Desde os tempos primitivos, an-tes mesmo da história existir enquanto etapa de desenvolvimento da humani-dade, já havia tentativas de esboçar as-pectos metafísicos e míticos em registros arcaicos nas cavernas, assim como con-figurações específicas e simbólicas no modo como sepultar, com ritos e a pre-sença de elementos de significado tanto para o indivíduo morto quanto ofertas às entidades ancestrais.

É possível estabelecer um pro-fundo ligame entre a fé e a comunicação, pois uma torna-se condição e objeto da

outra, reciprocamente. A fé é objetificada pela comunicação, pois a experiência reli-giosa ocorre num diálogo entre o divino e o humano, assim como se torna elemento fundamental de significado para a troca de consciências entre humanos. A comunica-ção, por sua vez, se fortalece pela fé, pois o discurso religioso foi um grande incenti-vador do estabelecimento de paradigmas da comunicação interpessoal individual e coletiva (oratória e documentos eclesiás-ticos) e também do desenvolvimento dos meios de comunicação (como a imprensa de Gutenberg e as artes plásticas).

No prólogo do Evangelho de João, o autor destaca o Verbo divino como palavra criadora que, através da história da salvação, manifesta a graça divina que ingressa na história para dar-lhe um novo significado. “No princípio era a Pa-lavra, e a Palavra estava junto de Deus, e a Palavra era Deus” (João 1, 1). A Igreja, em seu discipulado, insiste em assumir

editorial

voz do pastor

expediente

Vivemos num tempo onde a comu-nicação tem uma importância pro-funda nas relações pessoais, no

trabalho e na expressão das ideias e dos sentimentos. Estamos vivendo uma mudan-ça de época e somos desafiados a repen-sar nossas atitudes de modo constante.

Algumas pessoas insistem em se man-ter apegadas ao passado, mas as transfor-mações da tecnologia devem fazer com que a gente se coloque na observação do que está por vir. É claro, que precisamos estar atentos para que a modernidade não tire de nós o que temos de melhor, mas po-demos aproveitar o que há de bom no novo para crescermos como pessoas e como co-munidade.

Por mais que muitas pessoas insistam que a tecnologia mudou o mundo, isso não

é verdade. O que tem a capacidade de mo-dificar a realidade é o ser humano com sua inteligência, dom gratuito de Deus. Pode-mos utilizar os recursos da tecnologia, mas devemos preservar o que há de mais pre-cioso na alma do ser humano: a intimidade com Deus.

Mesmo que tenhamos muitos recur-sos disponíveis diante de nós, precisamos manter a consciência de que não devemos ocupar o lugar de Deus. Não podemos de-cidir o futuro da humanidade e do mundo, sem medir o impacto de nossas escolhas, muitas vezes inconsciente.

O critério que deve condicionar as deci-sões humanas está na consciência de fazer parte de algo que é maior que ele. A res-ponsabilidade do ser humano em contribuir com a Criação de Deus deve ser a bússola

Diretor geral

DOM JOSÉ LANZA NETO Editor

PE. SÉRGIO BERNARDES | MTB - MG 14.808

Equipe de produção

LUIZ FERNANDO GOMESJANE MARTINS

Revisão

JANE MARTINS

Jornalista responsável ALEXANDRE A. OLIVEIRA | MTB: MG 14.265

Projeto gráfico e editoração BANANA, CANELA bananacanela.com.br | 35 3713.6160

Telefone35 3551.1013

E-mail

[email protected]

Os Artigos assinados não representam necessariamente a opinião do Jornal.

Uma Publicação da Diocese de Guaxupé

www.guaxupe.org.br

Dom José Lanza Neto,Bispo da Diocese de Guaxupé

que nos guia no caminho do conhecimento.Se formos capazes de manter Deus

como o nosso fundamento e nossa base sólida, não importa quais ferramentas use-mos ou espaços estejamos, pois sempre estaremos alicerçados pela misericórdia e pelo amor à humanidade.

A consciência de ser amado por Deus deveria ser a essência da comunicação humana, pois nessa partilha amorosa, se-remos verdadeiros evangelizadores que anunciam não somente por palavras, mas principalmente com a vida.

Que Nossa Senhora, Mãe de Deus e nossa, nos ajude a sempre anunciarmos o bem e a verdade do Evangelho de seu Filho Ressuscitado, através de nossa vida e de nosso testemunho.

em sua vocação os gestos e as palavras de Cristo, concretiza em sua ação pastoral as mesmas ações de seu Fundador, com o objetivo de construir o Reino de Amor e Esperança ao longo da história.

Assumir com coragem e convic-ção o apostolado nos meios de comunica-ção é um duplo desafio para a fé cristã, primeiramente pela realidade midiatizada ser muito complexa em sua formatação e também pela conservação de regras e normas desde sua origem, com uma adap-tação em sua linguagem em consonância com a cosmovisão do ser humano de cada época. Assim, ao reconhecer o ambiente comunicacional como elemento consti-tuinte da condição humana, a Igreja se esforça em manter-se eloquente e partici-pante do areópago contemporâneo, como o exemplo de Paulo ao posicionar-se em Atenas, utilizando-se de uma linguagem apropriada à mentalidade grega (cf. At 17, 16-34).

2 | JORNAL COMUNHÃO - DIOCESE DE GUAXUPÉ

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O mundo atual vive a era da comuni-cação ou das comunicações. Des-de os primórdios da humanidade,

a comunicação vem transformando as relações humanas. Para nós, cristãos-ca-tólicos, Nosso Deus criador é o grande comunicador. Ele cria a vida e confere às suas criaturas a capacidade de se comuni-carem, relacionarem e conviverem.

“O Criador revela-se à humanidade e comunica seu projeto de amor para o pri-meiro homem e a primeira mulher, confe-rindo-lhes a missão de serem colaborado-res e continuadores do projeto da criação. (...) A predileção pelo ser humano e a mis-são que lhe confia na criação exigem do homem e da mulher uma resposta livre e uma abertura para o diálogo” (Cf. Diretó-rio de Comunicação, n. 34-35). A doutora em Comunicação e religiosa paulina, Irmã Helena Corazza, reforça a temática de que somos comunicação quando afirma: “Di-zer ‘eu sou comunicação’ é diferente de dizer: eu faço comunicação e, para isso, utilizo tais e tais recursos, meios e formas de comunicar. (...) Dizer ‘eu sou comuni-cação’ é tomar consciência de que nos comunicamos de todo jeito, com o olhar, o tato, a fala, os gestos, os sentimentos, o modo de andar, de vestir; e, enfim, a

gente fala o tempo todo. O nosso ser fala, ainda que não diga palavra alguma” (Co-municação e Liturgia na Comunidade e na Mídia, p. 17).

Somos comunicadores por excelência. Você que lê este artigo pode se nomear um comunicador, pois você carrega dentro de sua constituição humana esta capaci-dade. Mas comunicar o que ou com quem? Deus nos comunicou a Vida, dando-nos a oportunidade de saborear um pouco de sua Realidade Divina. Ele partilhou conos-co sua força. Soprou em nós e em todo ser que vive o hálito de sua vida. Ser comuni-cação, como nos lembrou a irmã Corazza, é criar condições de interação.

O Dicionário da Comunicação (Edito-ra Paulus) traz no verbete Comunicação que a etimologia da palavra vem do latim “communicatio: estabelecer relação com alguém mas também com um objeto cul-tural”. Sendo uma capacidade de relação, de saída de si mesmo, as pessoas criam e desenvolvem a comunicação interpes-soal. Ainda segundo o dicionário, é a co-municação direta estabelecida entre dois ou mais indivíduos por meio da fala, frente a frente, sem intermediação de aparelhos ou suportes materiais.

Mas não se pode esquecer que a pró-

pria capacidade comunicacional do huma-no e sua dimensão interpessoal fez com se desenvolvesse o modo de se comunicar. Não é de agora que a humanidade vem de-senvolvendo suas formas de conviver e se relacionar. A humanidade já experimentou muitas revoluções tecnológicas. Todas elas com o objetivo de favorecer a interação, o convívio e o aprimoramento das pessoas. Podemos falar do desenvolvimento da es-crita. Os primeiros relatos de uma escrita datam do século 13 a.C., sendo, ainda, os primórdios do alfabeto grego. Mas, a partir da construção dessas sílabas, já se vislum-bra a mudança na forma de se comunicar. Outra revolução é a Imprensa. Poder não só escrever mas imprimir várias cópias de suas mensagens, dava aos emissores a certeza de que poderiam se comunicar com muitas outras pessoas.

Começam a se desenvolver os meios de comunicação. Estes meios chegam para facilitar e aproximar aquele que quer comunicar e aquele que quer receber a comunicação. Hoje, no século 21, depois de outras revoluções tecnológicas, como o telégrafo, o telefone, o cinema, o rádio, a TV, assistimos à mais nova e gigantes-ca revolução: a revolução digital. Ela traz consigo a realidade virtual. A internet,

opiniãoDA COMUNICAÇÃO INTERPESSOAL PARA A VIRTUAL

de acordo com a doutora em Comu-nicação e também religiosa paulina Irmã Joana Puntel, constitui a última fase da história das tecnologias da informação e da comunicação. Com essa nova tecnologia surge a pergunta: O que há de novo nestas novas mídias? Por que novas mídias? Isto a partir da rea-lidade digital e vir-tual que amplia os espaços e as ferra-mentas de comuni-cação. Surge uma nova forma de con-viver e interagir.

Hoje, pode-se dizer que a socie-dade se estabele-ce como sociedade em redes, não ten-do mais um perfil estático e defini-do. Por isso, vê-se uma grande mu-dança de atitudes e comportamento. Muitos chamam de cibercultura.

Em muitos lugares, não há mais o encon-tro pessoal que leva a um crescimento interpessoal e intersubjetivo. “As redes sociais caracterizam-se por pessoas que partilham de algum objetivo em comum por meio da interatividade elástica, fluida, rápida e flexível em diversos níveis das re-des de relacionamento como Facebook e Twitter” (Geração Net, p. 22). Muitos po-dem aderir a uma campanha e serem con-trários a outras. Essa adesão não mexe necessariamente com sua intersubjetivi-dade. A pessoa pode se manifestar a favor de pontos comuns com o papa Francisco e em outros pode ser seu algoz. O seu sub-jetivismo não é alterado.

O que fazer? Irmã Joana Puntel lembra a todos de dois documentos do Pontifício Conselho para as Comunicações Sociais: Igreja e Internet e Ética e Internet. Ambos documentos falam e incentivam as pesso-as a usarem a internet de modo criativo, formar os agentes para que usem dela e não ela usar deles. Saber escolher os melhores sites e plataformas sem deixar--se levar por informações atraentes sem nenhuma apuração das fontes. E nunca esquecer que o virtual nunca conseguirá substituir uma boa prosa presencial entre pessoas.

Por padre Sandro Henrique Almeida dos Santos, coordenador diocesano da Pastoral da Comunicação

COMUNIDADES EM MISSÃO - IGREJA VIVA | 3

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notícias

Texto: diácono José Eduardo Ap. Silva | Imagem: Lázara Assunção

Texto/Imagem: VaticanNews

Ação Missionária reúne leigos para consolidação do projeto ‘Missão Permanente’

Papa: tristeza e dor pelos atentados no Sri Lanka: “violência cruel!”

No dia 24 de março, aconte-ceu o encontro

com representantes da Ação Missionária na Cúria Diocesana de Guaxupé.

Com a partici-pação de membros de 32 paróquias, o encontro buscou mo-tivar os missionários para assumir os traba-lhos procedentes da 5ª Assembleia Dioce-sana de Pastoral, prin-cipalmente o Projeto Missão Permanente, com o objetivo geral de “despertar no (a) discípulo (a) missioná-rio (a) a necessidade de anunciar ‘Jesus Cristo em todos os lugares e situações em que se encontrar, apresentan-do com clareza e força testemunhal quem é Ele e qual sua proposta para toda a humani-dade’” (CNBB, doc. 102, 38).

A primeira parte do encontro contou com a participação do padre Valdenísio Justino Goulart, pároco da Paróquia Nossa Senhora de Fátima, em Passos, que conduziu a ora-ção inicial e um momento de espiritualidade,

No Domingo de Páscoa, o terror voltou a atacar. Desta vez os alvos foram 3 igrejas onde os cristãos celebravam

a Páscoa no Sri Lanka, quatro hotéis e um complexo residencial. O Papa Francisco condenou os atentados após ler sua men-sagem de Páscoa:

“Recebi com tristeza e dor a notícia dos graves atentados que, precisamente hoje, no dia da Páscoa, levaram luto e dor a algu-mas igrejas e outros locais de encontro no Sri Lanka. Desejo manifestar minha afetuo-sa proximidade à comunidade cristã, atin-gida enquanto estava reunida em oração e a todas as vítimas de tão cruel violência. Confio ao Senhor os que morreram tragi-camente e rezo pelos feridos e por todos aqueles que sofrem por causa deste acon-tecimento dramático”.

290 mortos e 500 feridos O porta-voz da Polícia do país, Ruwan

Gunasekara, confirmou nesta segunda-fei-ra a morte de 290 pessoas e ferimentos em mais de 500, na série de atentados em 3 cidades do país.

enfocando a importância de o missionário conhecer-se bem para servir melhor, apre-sentando a técnica do Eneagrama de perso-nalidade.

Padre Valdenísio, ao apresentar as estra-tégias de ação do projeto Missão Permanen-te, motivou os missionários a se esforçarem por estudar e colocar em prática as proposi-ções do Plano Diocesano de Ação Evangeli-zadora:

Às 8h45 do domingo, houve explosões simultâneas no Santuário de Santo Antô-nio, em Colombo, na Igreja de São Sebas-tião, em Negombo, e nos hotéis Kigsbury, Cinnamon Grand Hotel e Shangri La, todos na capital Colombo. Às 9h05, outra explo-são na Igreja Zion, em Batticaloa. Às 13h45 nova explosão no New Tropical Inn em Dehiwela, proximidades do zoológico na-cional. E às 14h15, explosão em um comple-xo residencial no Bairro de Dematagoda, também Colombo, durante uma operação policial, quando morreram três policiais. Às 22h30, foi relatado um ataque a bomba contra uma mesquita e ataques incendiá-rios contra duas lojas de propriedade de muçulmanos, em diferentes partes do país.

No país foram anuladas todas as cele-brações pascais, imposto o toque de re-colher – revogado na manhã do dia 22 de abril – e bloqueadas as redes sociais para evitar circulação de notícias falsas e mais violência.

A segurança na cidade e no aeroporto foi intensificada. Entre as vítimas, segundo as autoridades, há pelo menos 35 estran-

• Prosseguir com a setorização das pa-róquias, tendo como texto iluminador o documento Comunidade de Comu-nidades: uma nova Paróquia (CNBB, doc. 100);

• Fortalecer grupos de reflexão como instâncias de formação, espaços de convivência e partilha;

• Capacitar animadores de setores missionários e demais lideranças

geiros. O ataque foi duramente condenado pelo presidente do Sri Lanka, Mathripala Si-risena, e pela comunidade internacional. O Presidente exortou os cidadãos a apoiarem a polícia na investigação.

A guerra civilO Sri Lanka é um país com 21 milhões

de habitantes viveu uma longa guerra civil

pastorais;• Acompanhar as instâncias sinodais em vista de uma pastoral orgânica.

Na segunda

parte do encontro, orientado pelo diá-cono José Eduardo Apº Silva, assessor diocesano da ação missionária, e pelo padre Alexandre José Gonçalves, coordenador dio-cesano de pastoral, foi realizado um le-vantamento das ati-vidades realizadas em 2018 no âmbito da missão nas pa-

róquias. Logo após, dois representantes de cada setor foram eleitos para representação no setor pastoral e para a constituição do Conselho Missionário Diocesano (Comidi).

Esteve presente no encontro dom José Lanza Neto, bispo diocesano e referencial da Ação Missionária no Regional Leste 2, que motivou os participantes a intensificar a pre-sença e os trabalhos dos missionários junto a sua comunidade e a sua paróquia.

entre o governo do Sri Lanka e os rebeldes Tamil: segundo a ONU, durante a guerra que durou de 1979 a 2009 houve 80 mil vítimas.

O Papa Francisco - recordamos - visitou o país em janeiro de 2015. Os cristãos são pouco mais de 7% da população de maio-ria budista.

4 | JORNAL COMUNHÃO - DIOCESE DE GUAXUPÉ

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notícias

Texto/Imagem: Assessoria de Comunicação - CNBB

Assembleia dos Bisposapresentará novas Diretrizes da Ação Evangelizadora

SER CRISTÃO ONDE QUER QUE ESTEJAMOS

De 1º a 10 de maio acontece no Santuário Nacional de Aparecida (SP), a 57ª As-sembleia Geral (AG) dos Bispos do Brasil

da qual podem participar, segundo o Estatuto da CNBB, os 309 bispos na ativa (com direi-to a voto), os 171 eméritos, os administradores apostólicos e representantes de organismos e pastorais da Igreja. Este ano, a AG tem a tarefa central de atualizar as Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora (DGAE) da Igreja no Brasil para o quadriênio 2019 a 2023.

A versão que os bispos aprovarão na 57ª AG, produzida inicialmente pela Comissão Es-pecial sobre a atualização das Diretrizes da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil (DGAE) 2019/2023, foi objeto de sugestões e emendas dos bispos do Brasil, dos organismos e pasto-rais. Sua atualização teve início ainda na 56ª AG do ano passado quando os bispos apontaram as primeiras sugestões.

O arcebispo de São Luiz (MA) e presidente do Regional Nordeste 5, dom José Belisário da Silva, coordenador dos trabalhos desta comis-são, lembra que a atuação da Igreja no mundo urbano, conforme já amadurecido pelos bispos do Brasil, é o foco do documento. “O texto re-força que vivemos uma cultura urbana, com predominância no país das grandes cidades”, acentua.

A atualização das diretrizes também foi tema de discussão em duas reuniões do Conse-lho Permanente da CNBB em 2018, em junho e novembro. A primeira versão mártir foi enviada em janeiro deste ano ao episcopado brasileiro. No início de março, a Comissão enviou mais uma vez o texto a todos os organismos da Igreja ainda com a possibilidade de apresentação de emendas.

Segundo o presidente da Comissão Espe-cial, o grupo recebeu significativas contribui-ções. A tendência da equipe, segundo dom Be-lisário, foi acolher todas as emendas propostas, exceto as que apresentam caráter contraditório. A equipe se encontrou mais uma vez antes da antes da 57ª AG com a missão de incorporar as contribuições enviadas. É desta reunião, re-força, que saiu o texto final que será aprovado pelos bispos em Aparecida.

Estrutura do documento A proposta que os bispos avaliarão está

estruturada a partir da imagem da comunidade cristã como casa. No centro, como eixo, está a Comunidade Eclesial Missionária, sustentada por quatro pilares: Palavra, Pão, Caridade e Mis-são.

O texto está estruturado em 4 partes. A pri-meira, que inclui uma introdução e o 1º capítulo,

Dácio Francisco Morais, policial civil e escrivão de Polícia, em Passosvida pública

Meu nome é Dácio Francisco Morais, tenho 41 anos de idade e desde os 18 sou Policial Civil em Minas Gerais.

Mas, bem antes de ser um agente da lei, aos 9 anos de idade, iniciei minha vida pastoral, ser-vindo como acólito até os 14 anos; aos 15, co-mecei a participar da Renovação Carismática Católica, onde tornei-me servo da música; aos 19 anos, já policial, assumi a coordenação de um grupo de jovens e, aos 22, a vice-coorde-nação da Pastoral da Juventude. Concomitan-temente, atuava como catequista de Crisma e ainda servia no Ministério de Música, onde estou até hoje, sempre na comunidade de São Benedito em Passos, hoje casado e com dois filhos.

Na Polícia, já há muitos anos, laboro, em especial, com homicídios e outras mortes vio-lentas como suicídio, acidentes de trabalho e de trânsito com vítimas fatais. É um meio hostil, em que, diariamente, me vejo frente a frente com criminosos sanguinolentos, líderes de facções, ou, ao contrário, tendo que ajudar parentes de vítimas que anseiam por justiça, ou mesmo, que precisam, somente, de um documento para um seguro de vida, ou outra

necessidade.Por ser engaja-

do desde quando nasci, já que meu pai, também policial, e minha genitora eram ministros da Eucaristia e atuantes no Apostolado da Oração, sempre fui verdadeiro pregador por onde passei, fa-lando de Jesus, de seu Evangelho, de seu amor por nós, de seu despojamen-to e de tudo que ele nos oferece no seu projeto de salvação.

Por óbvio, que não é fácil falar das coisas de Deus a um assassino ou mesmo para outro policial, mas me sinto realizado como cristão, por ter a oportunidade de assim o fazer, pois que a misericórdia de Jesus é, justamente, di-recionada a essas pessoas, que muitas vezes estão marginalizadas e sequer acreditam no

Cristo ressuscitado ou conhecem sua Palavra. Sou huma-no e, às vezes, jul-go o irmão por um crime que cometeu ou um colega por uma ou outra atitude não condizente com nossa carreira po-licial, mas, quando isso acontece, me ponho novamente na condição de ins-trumento de Jesus, conscientizo-me de que também sou pecador e que cabe a mim, naquele am-

biente, somente levar o Evangelho a quem quer que seja.

Nos acidentes e suicídios, sempre recebo, de braços abertos, as famílias inconsoladas e revoltadas, muitas vezes com o próprio Cria-dor, mas ofereço a palavra amiga, que sempre conforta e, principalmente, ofereço-lhes algu-

mas palavras sobre a promessa de salvação.A vida em comunidade, de fato, dá força

para encarar esse sacerdócio que é ser policial cristão, mas, muitas vezes somos, especial-mente, observados pela própria comunidade que usa frases como “você nem parece ser policial” ou “como você é policial e está na Igreja?”, deduzindo que ser policial e ser enga-jado são condições impossíveis de coexistirem na mesma pessoa, mas, encaro essas obser-vações como exemplo de que é possível ser testemunho de fé, onde quer que estejamos, na Igreja, na Delegacia, na Cadeia ou em qual-quer outro lugar.

Maduro, hoje, concluo lembrando-me do quanto era fácil preparar os encontros de Crisma, pois todos estavam de coração aberto para a Palavra, diferente do meio em que tra-balho, onde, geralmente, as pessoas não que-rem saber de fé, de esperança, de caridade, enfim, de Jesus, mas nesse desafio é que com-preendo minha missão, ser sal e luz, primeiro para minha família e depois para cada pessoa, de bem ou de mal, que atendo, independente do lugar, tratando todos com isonomia, que é a melhor expressão de Direito e Justiça.

aprofunda os rumos da Igreja no mundo urbano atual. O 2º capítulo aprofunda o olhar dos discípu-los missionários; o 3º capítulo trata da ideia-força da Igreja nas Casas, retoman-do a inspiração das primeiras comuni-dades cristãs; O 4º, e último capítulo, constitui-se de indi-cadores que apon-tam sobre qual que maneira a Igreja em Missão no Brasil pode estar presente da melhor manei-ra possível neste novo mundo urbano.

“Fundamentalmente, a nossa pergunta é: como que a nossa Igreja no Brasil agora se co-loca diante deste novo momento da realidade brasileira?”, questiona dom Belisário. O desafio, após a 57ª AG, será transformar estas Diretrizes em projetos pastorais que, respeitando a uni-dade da Igreja em todo o Brasil, respondam às realidades regionalmente diversificadas.

A 57ª AG da CNBB também tem como de-safio eleger a nova presidência da CNBB para o próximo quadriênio. A presidência da CNBB

é composta do presidente, vice-presidente e secretário-geral. A assembleia também elege 12 presidentes das comissões episcopais pasto-rais e o delegado e o suplente junto ao Conse-lho Episcopal Latino Americano (Celam).

Outros temas são prioritários: relatório do quadriênio, assuntos de liturgia, textos litúrgicos – CETEL, assuntos de Doutrina da Fé, relatório econômico e conjuntura eclesial: avaliação da Igreja no Brasil e da CNBB. Também serão abor-dados, no âmbito dos temas diversos, a análise sociopolítica do Brasil, a Campanha da Fraterni-dade em 2021, definição das Comissões Epis-copais Pastorais e a 6ª Semana Social Brasileira.

COMUNIDADES EM MISSÃO - IGREJA VIVA | 5

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O avanço das for-mas de comu-nicação com-

provam a profunda intenção humana em produzir informações, interações e registros sobre sua existência. Além da comunicação interpessoal cotidia-na, a humanidade produz história e este percurso da espécie exige a transmissão deste roteiro criativo construído por mais de 7,5 bilhões de indivíduos da espécie hu-mana. Será sempre um mistério compreen-der a capacidade humana em superar sua existência biológica e se estabelecer como cooperadora e transformadora da Criação.

Em busca de compreender o ser huma-no e seu universo complexo contemporâ-neo, é necessário estabelecer relações com o avançar histórico da humanidade, interpretando, em cada etapa histórica, as características intrínsecas à espécie sa-piens que, ao mesmo tempo, a configura em todos os tempos e os aspectos que lhe diferencia dos outros seres vivos.

A dimensão dialogal é tão inerente ao ser humano quanto a própria linguagem, pois essa surge como desejo de expressão do homem a fim de comunicar uma ideia, um sentimento ou mesmo uma informação objetiva com seus registros.

“Todos nós sentimos neces-sidade de esta-belecer relações sinceras e autên-ticas com os nos-sos semelhantes. O isolamento e a solidão nos inco-modam, ferem e machucam. Tra-zemos impresso em nosso ser a capacidade comunicativa”, afirma a teóloga Vera Bombonatto, autora do livro Evangelizar é comunicar (Paulinas, 2009). A comunicação surge como instru-mento, em constante aperfeiçoamento, de criar canais de troca entre dois seres hu-manos ou até mesmo entre um emissor e bilhões de receptores.

Porém, é essencial discutir sobre as-suntos convergentes a esse espaço múlti-plo de possibilidades e de discursos que se tornaram os meios de comunicação. Será que a tão anunciada democracia digital é realmente aberta a todos os atores sociais? O crescimento dos grandes grupos de co-municação tem contribuído para a repre-sentação social das mais variadas formas de compreender o mundo ou até mesmo de se viver? A proliferação das técnicas e sua grande oferta têm promovido uma co-

A TRANSFORMAÇÃO DAS RELAÇÕES PESSOAIS E SOCIAIS A PARTIR DE UM CENÁRIO DE DIGITALIZAÇÃO COMUNICACIONAL

municação de maior qualidade e responsa-bilidade?

Responder a es-sas questões contribui para a construção de um panorama para o trabalho evangeli-zador, pois, ao se ter esse caminho traçado,

é possível estabelecer estratégias de evan-gelização e promoção da cultura do Evan-gelho nos meios eletrônicos, digitais e im-pressos. Ao trazer como marca essencial o diálogo como elemento da missão eclesial, a Igreja estabelece características impor-tantes para a valorização desta atitude em sua ação. “O diálogo não nasce de tácti-cas ou de interesses, mas é uma actividade que apresenta moti-vações, exigências, dignidade própria: é exigido pelo profun-do respeito por tudo o que o Espírito, que sopra onde quer, operou em cada homem” (RM 56).

DO 1 A 1 AO TODOS PARA TODOS

Considerado o maior fenômeno na co-municação a partir do século 20, a internet

vem demonstran-do sua potencia-lidade, principal-mente desde os anos 1990. Com o impacto produ-zido pela internet 2.0 e os inúmeros recursos propor-cionados pela tec-nologia tem trans-formado o modo e

a velocidade da comunicação, não somen-te na transmissão de informações, mas o meio on line tem influenciado fortemente as relações sociais e as formas de comu-nicação interpessoal. O ambiente real e o virtual são dimensões diferentes de uma mesma realidade, com as interações midi-áticas houve uma simbiose tremenda entre as pessoas e o ambiente virtual, parte inte-grante da existên-cia de um número crescente de pes-soas. Há muitos que optam por nu-trir relações pre-dominantemente virtuais, mas nem por isso deixam de ser reais.

Para uma

definição deste efer-vescente universo de sentido, é fundamental utilizar-se de uma ex-posição clara de que este ciberespaço é um “espaço de comunica-ção aberto pela inter-conexão mundial dos computadores e das memórias dos compu-tadores”. Assim define o conceito o filósofo Pierre Lévy em sua obra Cibercultura (Edi-tora 34, 1999).

No mesmo texto, o autor apresenta uma versão mais poética e futurista: “Eis o ciberespaço, a pululação de suas comuni-dades, a ramificação entrelaçada de suas

obras, como se toda a memória dos homens se desdobrasse no instante: um imenso ato de inteligência coletiva sincrônica, convergindo para o presente, clarão si-lencioso, divergen-te, explodindo como uma ramificação de

neurônios”. Independentemente das versões con-

ceituais sobre a realidade virtual, há uma característica fundamental deste meio que interfere na sua produção: a democrati-zação. Com a elaboração de espaços de difusão de pensamento, a internet se tor-nou um espaço plural de trocas de experi-ências, onde, com recursos muito bá-sicos, um sujeito pode utilizar-se do instrumental téc-nico disponibiliza-do pelos inúmeros instrumentos para difundir sua men-sagem e, até mes-mo, do seu grupo social.

Nunca dantes na história um canal de comunicação possibilitou desta forma a comunicação entre todos aqueles que se vinculam à plataforma on line. É possível estabelecer um contato direto e rápido com quaisquer pessoas, grupos ou orga-

nizações. A pos-sibilidade de c o m u n i c a ç ã o aberta pela inter-net é um recurso que supera todas as outras formas de comunicação, não por expô-las ao fim, mas por convergir em um

só equipamento di-versas linguagens de comunicação (áudio, vídeo, foto e texto).

Assim, compreen-der a relevância desta guinada no proces-so comunicacional é fundamental para a

evangelização, pois as instituições e gru-pos religiosos poderão utilizar-se desta infinidade de recursos para transmitir seus ensinamentos, além da possibilidade de construir redes de partilha e ajuda mútua. Com o avanço da tecnologia é necessário reavaliar os métodos utilizados na vivência religiosa, pois, com o progresso, surgem novas questões e necessidades que antes não existiam. Adaptar-se à nova realidade tornou-se uma condição de existência.

O MODUS OPERANDI DA IGREJAO agir da Igreja no universo da comuni-

cação deve essencialmente se inspirar no modelo de Jesus de Nazaré, ao criar uma linguagem simples e direta para comuni-car o Reino de Deus. A partir de sua vida e sua pregação, Ele desperta nas pessoas confiança e segurança para que elas pos-sam revelar suas dores, seus sonhos, sua riqueza interior e seus projetos. E faz isso de modo a favorecer o encontro das pes-soas consigo mesmas, com sua liberdade interior, com seus dons, e as envolve no compromisso de uma ética de valorização da vida e da dignidade humana, tornando-

-as protagonistas (cf. CNBB, doc. 99, 44).

Na visão do te-ólogo contempo-râneo Urbano Zil-les, a comunicação está no DNA da fé cristã e da revela-ção judaico-cristã. “O cristianismo é, antes de tudo,

uma religião da comunicação. Os cristãos fundam sua fé num Deus que se comunica com os homens, de maneira singular atra-vés do Deus encarnado em Jesus Cristo. O conceito de comunicação é, pois, nem mais amplo, mais profundo e mais rico do que o da comunicação centrada nos meios de comunicação. Deus comunica-se com os homens, usando todas as formas e modu-lações da comunicação”. (Desafios atuais para a Teologia, Paulus, 2011)

Fiel à sua missão de continuar o anún-cio da Boa Nova do Cristo, a Igreja procla-ma enfaticamente que o movimento rumo à identificação cristã é a proclamação dos direitos do homem. Desse modo, a institui-ção católica não mede esforços para res-

em pauta

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Por da Redação

Como as redes sociais e a digitalização da comunicação têm afetado sua rotina e suas relações pessoais e profissionais?

As formas de comunicações através das mídias sociais possuem avanços e retroces-sos em alguns aspectos. Como estudante de Física, catequista e professor particular o uso de ferramentas como o mensageiro Whatsapp é imprescindível. Além disso, utilizo outras ferramentas para ter acesso aos meus alunos e catequizandos como o formulário [eletrônico] do Google que pos-sibilita uma interação prévia e ajuda a en-tender a forma como eles pensam. Outra vantagem da utilização das redes sociais é a diversidade de conteúdo na internet como vídeos, podcast e artigos de revistas que, quando bem selecionados, são ótimas fontes de conhecimento.

O retrocesso se dá principalmente na

você em comunhão

ponder eficazmente às exi-gências imprescindíveis da dignidade humana. A visão da ética dos direitos huma-nos está relacionada com os valores do Evangelho. Jesus Cristo, no anúncio de sua mensagem, propõe uma nova ética fundamen-tada no amor a Deus e ao próximo, exemplificada de modo especial na parábola do Bom Samaritano.

Para Jesus, a pessoa humana é templo de Deus. A ação eclesial, na análise de Bombonatto, deve buscar “inserir-se na cultura da comunicação e usar os meios modernos de comunicação para o anúncio do Evangelho da vida não é apenas uma escolha estratégica relevante, uma opção entre outras; é uma opção evangélica que está relacionada à sua missão”. Não há como dissociar o trabalho evangelizador do ambiente da comunicação, pois este novo aerópago converge inúmeros grupos sociais, propiciando o acesso a pessoas que ainda desconhecem o caminho cristão. Pode-se afirmar seguramente que os meios e os espaços de comunicação são terra de missão para os cristãos e para a Igreja.

A comunicação entendida como pro-cesso e meio de representação so-cial se reveste de importância para a relação entre a Igreja e a socieda-de, marcada por desafios e possibi-lidades no diálogo entre fé e cultura. “A ruptura entre o

Evangelho e a cultura é, sem dúvida, o drama de nossa época, como o foi também em outras épocas. Assim, importa empregar todos os esforços no sentido de uma generosa evangelização da cultura, ou mais exatamente das culturas. Estas devem ser regeneradas mediante o impacto da Boa Nova. Mas tal encontro não se dará se a Boa Nova não for proclama-da” (CNBB, doc. 99, 237).

Essa vocação de comu-nicar se expressa por meio

do dom da criatividade, do uso da inteligên-cia e da liberdade, para explorar as ciências, buscar novas linguagens e meios de comuni-car seus dons, seus anseios, de expressar sua liberdade e imaginação criadoras (cf. CNBB, doc. 99, 36). Portanto, “coloca-se como prio-ridade aprimorar as estratégias de comuni-cação para que a ação pastoral alcance seus objetivos de forma eficiente” (CNBB, doc. 99, 126).

Assim, Bombonatto insiste que os “meios de comunicação estão presentes em todos os lugares e em todos os momentos do nosso cotidiano. Vivemos a era da comunicação, do conhecimento e da informação. A comunica-ção, no contexto da revolução tecnológica

e do processo de globalização, gera cultura, e a cultura se transmite por meio destes poten-tes instrumentos de comunicação”.

PARA ONDE CA-MINHAMOS

A compreen-

são católica sobre o pro-cesso de comunicação avançou consideravel-mente em todos esses anos. Pode-se conside-rar o decreto conciliar Inter Mirifica (1963) um marco definitivo na ca-minhada da Igreja no campo da evangeliza-ção midiatizada. Seria impossível pensar a ação evangelizadora distante do espaço co-municacional, pois este não se insere como um recurso acessório, mas como parte integrante e essencial para a con-temporaneidade. Vive-se a era da informa-ção. Em nenhum outro momento histórico a sociedade humana foi tão impactada pelo fenômeno da comunicação como atual-mente.

Assim, a postura eclesial avança forte-mente em investir em meios e canais pró-prios e no diálogo com a mídia convencio-nal para estabelecer-se como interlocutor neste grande diálogo múltiplo de ideias, propostas e discursos. Buscar a reclusão é optar por desaparecer do cenário público. Quanto mais a ins-tituição eclesial for capaz de expor-se e dialogar com os vários influen-ciadores digitais ou não, mais será capaz de assu-mir a postura de Jesus de Nazaré que se dedicava constantemente

a conversar com os ex-cluídos, interagir com os pecadores, confrontar os fariseus etc..

A postura de Jesus de Nazaré é paradigmá-tica para os comunica-dores, pois sempre está em busca da construção de canais de diálogo, oportunidades de cres-cimento e atitudes sócio transformadoras. Com o uso da linguagem afeti-va, integrada à realida-de do sujeito dialogan-te e com um discurso objetivo e profundo, o Mestre de Nazaré se

torna capaz de estabelecer uma troca de consciências, objetivo fundamental da co-municação.

Ao integrar-se ao ambiente da comuni-cação, a Igreja, em sua tarefa de evange-lizar, se esforça em assumir os processos de transmissão da sua verdade de fé, ao mesmo tempo que recebe da realidade in-terpelações e influências, aspecto próprio de uma comunicação eficaz. A partir dessa abertura, a instituição eclesial desenvolve uma evangelização que repercuta verda-

deiramente nas c o m u n i d a d e s , pois, na prática do diálogo, con-segue perceber as necessidades e os anseios dos fiéis, assim como as particularida-des do momento histórico atual.

viciante necessidade de informações. Per-cebo que passo muito tempo em frente ao celular e que perco importantes momentos com a minha família, minha noiva e meus amigos.

Ygor Lacerda Batista da Silva, Alfenas

A minha utilização destes meios de co-municação é diária, afinal a comunicação é algo muito presente em nossos dias e de fácil acesso. Tenho mais contato com a TV e internet pela correria do dia a dia e, ainda assim, a internet é, hoje, meu maior instrumento de utilização. As notícias são praticamente passadas em tempo real e o vínculo criado através das redes sociais tem sido mais atrativo.

Faça chuva ou faça sol, sempre busco estar antenado em tudo, desde a cotação do dólar até a notícia local da cidade. É interessante o impacto que a informação

traz nos dias de hoje. Em tempos de fácil acesso a ela, tem que se ter muito discer-nimento quanto às fake News, que atrapa-lham a informação de chegar corretamente aos usuários.

As relações interpessoais têm sido afe-tadas diretamente na comodidade. Muitas vezes o contato com alguém tem sido feito mais pela internet que pessoalmente por preguiça ou costume. Em contrapartida, no meu caso, tem sido muito mais prático participar da vida de pessoas queridas, através de fotos de momentos ali comparti-lhados [nas redes sociais]. As relações são mais intensas e com uma integração maior do que com alguém que está a uma cer-ta distância e com quem você não teria o mesmo contato.

Bruno Henrique de Oliveira Ferreira, Passos

Considero o uso dos meios de comu-nicação essenciais nos dias atuais. Faço uso desses em minha rotina diária, porém procuro utilizá-los com cautela, pois perce-bo que torna-se um vício, que interfere em nossas relações interpessoais. A facilidade que a mídia proporciona faz com que as relações se tornem momentâneas, a pre-sença já não é mais importante e isso leva à banalidade.

Com tudo isso, nos tornamos pessoas individualistas e solitárias, que, por ve-zes, enganam-se que estão rodeadas de amigos devido à dimensão que a mídia nos leva mas, na verdade, nos tornamos solitários e propensos a doenças físicas e psíquicas.

Adalgisa Tatiane, Divisa Nova

COMUNIDADES EM MISSÃO - IGREJA VIVA | 7

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Fonte: Didaque, Catecismo do Primeiros Cristãospatrimônio

N o que concerne à Eucaristia, celebrai-a da seguinte maneira: Primeiro sobre o cálice, dizen-

do: Nós te bendizemos (agradece-mos), nosso Pai, pela santa vinha de Davi, teu servo, que tu nos revelaste por Jesus, teu servo; a ti, a glória pe-los séculos! Amém.

Sobre o pão a ser quebrado: Nós te bendizemos (agradecemos), nosso Pai, pela vida e pelo conhecimento que nos revelaste por Jesus, teu ser-vo; a ti, a glória pelos séculos! Amém.

Da mesma maneira como este pão quebrado primeiro fora semeado so-

liturgiaA IGREJA NO CÂNON ROMANO

INSTRUÇÃO SOBRE A CELEBRAÇÃO EUCARÍSTICA E AÇÃO DE GRAÇAS APÓS A CEIA

Por padre José Luiz Gonzaga do Prado, biblista e professor na Faculdade Católica de Pouso Alegre

O propósito deste artigo é buscar desvendar a no-ção de Igreja subjacente

à Anáfora ou Oração Eucarística primeira, o antigo Cânon Roma-no. Enfoque especial será dado à dicotomia clero e povo, minis-tros e comunidade, presidentes e assembleia.

O textoO texto é composto de fór-

mulas antiquíssimas, bem ante-riores à época em que a cristan-dade se dividia em classes como nobreza, clero e povo. Talvez nossas reflexões possam suavi-zar os efeitos práticos que a tri-logia nobreza-clero-povo possa ter deixado.

O texto da atualmente cha-mada Anáfora ou Oração Euca-rística primeira supõe a concele-bração. Sendo assim, a primeira pessoa do plural que aí se en-contra refere-se muitas vezes apenas aos presbíteros conce-lebrantes ou co-presidentes, ao clero. Com um pouco mais de atenção ao contexto imediato, podemos perceber a diferença do nós que inclui a as-sembleia toda e o nós que se restringe ao clero. Será o caminho para entendermos a eclesiologia que lhe está subjacente.

Referência, a família patriarcalA Igreja, comunidade ou assembleia,

é uma família, uma família do tempo em que foram formulados os textos. O pai era a autoridade máxima, a mãe e os filhos

constituíam a família e, além da família, ha-via também os servos ou escravos. Esses estavam a serviço da família, a serviço dos filhos.

Na Oração Eucarística primeira, Deus é

o Pai a quem se dirigem todas as orações. Os ministros ou bispo e padres concelebrantes são os servos ou escravos e a família é o povo, os filhos de Deus. “Eles vos oferecem conosco (os co--presidentes) este sacrifício de louvor”. Eles circundam, estão em volta do altar. Os fiéis não são o público, nem mesmo a pla-teia, eles “oferecem conosco”, por isso “circundam este altar”.

Pouco antes ainda da Consa-gração diz: “Recebei, ó Pai, (...) a oferenda dos vossos servos (os ministros) e de toda a vossa fa-mília...” (o povo, os filhos).

Logo depois da Consagra-ção: “nós, vossos servos (os co--presidentes) e também vosso povo santo vos oferecemos”.

Pouco antes do final os tradu-tores introduziram um todos que não está no latim. Sem o todos, assim diz o texto original: “A nós (ministros) pecadores”. Os minis-tros são os escravos, o povo os filhos, a família. Os ministros são pecadores, o povo é santo.

Isso se confirma na Oração pela paz: “Não olheis os nossos (dos concelebran-tes) pecados, mas a fé que anima a vossa Igreja” (a assembleia ali reunida).

bre as colinas e depois recolhido para tornar-se um, assim das extremidades da terra seja unida a ti tua igreja (as-sembleia) em teu reino; pois tua é a glória e o poder pelos séculos! Amém.

Ninguém coma nem beba de vossa Eucaristia se não estiver batizado em nome do Senhor. Pois a respeito dela, disse o Senhor: Não deis as coisas santas aos cães!

Mas depois de saciados, bendizei (agradecei) da seguinte maneira: Nós te bendizemos (agradecemos), Pai Santo, por teu santo nome, que tu fi-zeste habitar em nossos corações, e

pelo conhecimento, pela fé e imorta-lidade que tu nos revelaste por Jesus, teu servo; a ti, a glória pelos séculos. Amém.

Tu, Senhor, Todo-poderoso, criaste todas as coisas para a glória de teu nome e, para o gozo deste alimento e a bebida aos filhos dos homens, a fim de que eles te bendigam; mas a nós deste uma comida e uma bebida es-pirituais para a vida eterna por Jesus, teu servo. Por tudo te agradecemos, pois és poderoso; a ti, a glória pelos séculos.

Amém.

Lembra-te, Senhor, de tua Igreja, para livrá-la de todo o mal e aperfei-çoá-la no teu amor; reúne esta igreja santificada dos quatro ventos no teu reino que lhe preparaste, pois teu é o poder e a glória pelos séculos. Amém.

Venha tua graça e passe este mun-do! Amém. Hosana à casa de Davi [Cf. Mt 21,15]. Venha aquele que é santo! Aquele que não é (santo) faça peni-tência: Maranatá! [Cf. 1Cor 16,22; Apoc 22,20] Amém.

Deixai os profetas bendizerem (ce-lebrarem a Eucaristia) à vontade.

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Por Papa FranciscoatualidadeMENSAGEM PARA O 53º DIA MUNDIAL DAS COMUNICAÇÕES SOCIAIS« “Somos membros uns dos outros” (Ef 4, 25): das comunidades de redes sociais à comunidade humana »

Queridos irmãos e irmãs!

Desde quando se tornou possível dispor da internet, a Igreja tem sempre procu-rado que o seu uso sirva o encontro das

pessoas e a solidariedade entre todos. Com esta Mensagem, gostaria de vos convidar uma vez mais a refletir sobre o fundamento e a importância do nosso ser-em-relação e des-cobrir, nos vastos desafios do atual panorama comunicativo, o desejo que o homem tem de não ficar encerrado na própria solidão.

As metáforas da «rede» e da «comunida-de»

Hoje, o ambiente dos mass-media é tão in-vasivo que já não se consegue separar do cír-culo da vida cotidiana. A rede é um recurso do nosso tempo: uma fonte de conhecimentos e relações outrora impensáveis. Mas numero-sos especialistas, a propósito das profundas transformações impressas pela tecnologia às lógicas da produção, circulação e fruição dos conteúdos, destacam também os riscos que ameaçam a busca e a partilha duma informa-ção autêntica à escala global. Se é verdade que a internet constitui uma possibilidade extraordinária de acesso ao saber, verdade é também que se revelou como um dos locais mais expostos à desinformação e à distorção consciente e pilotada dos fatos e relações in-terpessoais, a ponto de muitas vezes cair no descrédito.

É necessário reconhecer que se, por um lado, as redes sociais servem para nos co-nectarmos melhor, fazendo-nos encontrar e ajudar uns aos outros, por outro, prestam-se também a um uso manipulador dos dados pessoais, visando obter vantagens no plano político ou econômico, sem o devido respei-to pela pessoa e seus direitos. As estatísticas relativas aos mais jovens revelam que um em cada quatro adolescentes está envolvido em episódios de cyberbullying.

Na complexidade deste cenário, pode ser útil voltar a refletir sobre a metáfora da rede, colocada inicialmente como fundamento da internet para ajudar a descobrir as suas po-tencialidades positivas. A figura da rede con-vida-nos a refletir sobre a multiplicidade de percursos e nós que, na falta de um centro, uma estrutura de tipo hierárquico, uma orga-nização de tipo vertical, asseguram a sua con-sistência. A rede funciona graças à compartici-pação de todos os elementos.

Reconduzida à dimensão antropológica, a metáfora da rede lembra outra figura densa de significados: a comunidade. Uma comuni-dade é tanto mais forte quando mais for coesa e solidária, animada por sentimentos de con-fiança e empenhada em objetivos comparti-

lháveis. Como rede solidária, a comunidade requer a escuta recíproca e o diálogo, basea-do no uso responsável da linguagem.

No cenário atual, salta aos olhos de todos como a comunidade de redes sociais não seja, automaticamente, sinônimo de comunidade. No melhor dos casos, tais comunidades con-seguem dar provas de coesão e solidariedade, mas frequentemente permanecem agregados apenas indivíduos que se reconhecem em tor-no de interesses ou argumentos caraterizados por vínculos frágeis. Além disso, na social web, muitas vezes a identidade funda-se na contra-posição ao outro, à pessoa estranha ao grupo: define-se mais a partir daquilo que divide do que daquilo que une, dando espaço à suspeita e à explosão de todo o tipo de preconceito (ét-nico, sexual, religioso e outros). Esta tendência alimenta grupos que excluem a heterogenei-dade, alimentam no próprio ambiente digital um individualismo desenfreado, acabando às vezes por fomentar espirais de ódio. E, assim, aquela que deveria ser uma janela aberta para o mundo, torna-se uma vitrine onde se exibe o próprio narcisismo.

A rede é uma oportunidade para promover o encontro com os outros, mas pode também agravar o nosso autoisolamento, como uma teia de aranha capaz de capturar. Os adoles-centes é que estão mais expostos à ilusão de que a social web possa satisfazê-los com-pletamente a nível relacional, até se chegar ao perigoso fenômeno dos jovens «eremitas sociais», que correm o risco de se alhear total-mente da sociedade. Esta dinâmica dramática manifesta uma grave ruptura no tecido rela-cional da sociedade, uma laceração que não podemos ignorar.

Esta realidade multiforme e insidiosa colo-ca várias questões de caráter ético, social, jurí-dico, político, econômico, e interpela também a Igreja. Enquanto cabe aos governos buscar as vias de regulamentação legal para salvar a visão originária duma rede livre, aberta e se-gura, é responsabilidade ao alcance de todos nós promover um uso positivo da mesma.

Naturalmente não basta multiplicar as conexões, para ver crescer também a com-preensão recíproca. Então, como reencontrar a verdadeira identidade comunitária na cons-

ciência da responsabilidade que temos uns para com os outros inclusive na rede on-line?

«Somos membros uns dos outros»Pode-se esboçar uma resposta a partir

duma terceira metáfora – o corpo e os mem-bros – usada por São Paulo para falar da re-lação de reciprocidade entre as pessoas, fun-dada num organismo que as une. «Por isso, despi-vos da mentira e diga cada um a ver-dade ao seu próximo, pois somos membros uns dos outros» (Ef 4, 25). O fato de sermos membros uns dos outros é a motivação pro-funda a que recorre o Apóstolo para exortar a despir-se da mentira e dizer a verdade: a obrigação de preservar a verdade nasce da exigência de não negar a mútua relação de comunhão. Com efeito, a verdade revela-se na comunhão; ao contrário, a mentira é recusa egoísta de reconhecer a própria pertença ao corpo; é recusa de se dar aos outros, perden-do assim o único caminho para se reencontrar a si mesmo.

A metáfora do corpo e dos membros leva--nos a refletir sobre a nossa identidade, que se funda sobre a comunhão e a alteridade. Como cristãos, todos nos reconhecemos como membros do único corpo cuja cabeça é Cris-to. Isto ajuda-nos a não ver as pessoas como potenciais concorrentes, considerando os próprios inimigos como pessoas. Já não tenho necessidade do adversário para me autodefi-nir, porque o olhar de inclusão, que aprende-mos de Cristo, faz-nos descobrir a alteridade de modo novo, ou seja, como parte integrante e condição da relação e da proximidade.

Uma tal capacidade de compreensão e co-municação entre as pessoas humanas tem o seu fundamento na comunhão de amor entre as Pessoas divinas. Deus não é Solidão, mas Comunhão; é Amor e, consequentemente, co-municação, porque o amor sempre comunica; antes, comunica-se a si mesmo para encontrar o outro. Para comunicar conosco e Se comuni-car a nós, Deus adapta-Se à nossa linguagem, estabelecendo na história um verdadeiro e próprio diálogo com a humanidade (cf. Con-cílio Ecumênico Vaticano II, Constituição Dog-mática Dei Verbum, 2).

Em virtude de termos sido criados à ima-

gem e semelhança de Deus, que é comunhão e comunicação-de-Si, trazemos sempre no co-ração a nostalgia de viver em comunhão, de pertencer a uma comunidade. Como afirma São Basílio, «nada é tão específico da nossa natureza como entrar em relação uns com os outros, ter necessidade uns dos outros».

O panorama atual convida-nos, a todos nós, a investir nas relações, a afirmar – tam-bém na rede e através da rede – o caráter interpessoal da nossa humanidade. Por maior força de razão nós, cristãos, somos chamados a manifestar aquela comunhão que marca a nossa identidade de crentes. De fato, a pró-pria fé é uma relação, um encontro; e nós, sob o impulso do amor de Deus, podemos comu-nicar, acolher e compreender o dom do outro e corresponder-lhe.

É precisamente a comunhão à imagem da Trindade que distingue a pessoa do indivíduo. Da fé num Deus que é Trindade, segue-se que, para ser eu mesmo, preciso do outro. Só sou verdadeiramente humano, verdadeiramente pessoal, se me relacionar com os outros. Com efeito, o termo pessoa conota o ser humano como «rosto», voltado para o outro, compro-metido com os outros. A nossa vida cresce em humanidade passando do caráter indivi-dual ao caráter pessoal; o caminho autêntico de humanização vai do indivíduo que sente o outro como rival para a pessoa que nele reco-nhece um companheiro de viagem.

Do «like» ao «amém»A imagem do corpo e dos membros re-

corda-nos que o uso da social web é comple-mentar do encontro em carne e osso, vivido através do corpo, do coração, dos olhos, da contemplação, da respiração do outro. Se a rede for usada como prolongamento ou ex-pectativa de tal encontro, então não se atrai-çoa a si mesma e permanece um recurso para a comunhão. Se uma família utiliza a rede para estar mais conectada, para depois se encon-trar à mesa e olhar-se olhos nos olhos, então é um recurso. Se uma comunidade eclesial co-ordena a sua atividade através da rede, para depois celebrar juntos a Eucaristia, então é um recurso. Se a rede é uma oportunidade para me aproximar de casos e experiências de bon-dade ou de sofrimento distantes fisicamente de mim, para rezar juntos e, juntos, buscar o bem na descoberta daquilo que nos une, en-tão é um recurso.

Assim, podemos passar do diag-nóstico à terapia: abrir o caminho ao diálogo, ao encontro, ao sorriso, ao carinho... Esta é a rede que queremos: uma rede feita, não para capturar, mas para libertar, para preservar uma comunhão de pessoas livres. A própria Igreja é uma rede tecida pela Comunhão Eucarística, onde a união não se baseia nos gostos [«like»], mas na verdade, no «amém» com que cada um adere ao Corpo de Cristo, acolhendo os outros.

COMUNIDADES EM MISSÃO - IGREJA VIVA | 9

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comunicaçõesaniversários maio

agenda pastoral

Natalício3 Padre Jeremias Nicanor Alves Moreira3 Padre Paulo Rogério Sobral4 Padre Geraldo Henrique Benjamin10 Padre Benedito Clímaco Passos14 Padre José Benedito dos Santos15 Padre Thomaz Patrick O’Brien – OMI20 Padre José Hamilton de Castro

1 Dia do Trabalho1 - 10 57ª Assembleia Geral da CNBB em Aparecida – SP3 - 5 10º Encontro de Casais com Cristo 3º Etapa - Setor Guaxupé4 Reunião da Coordenação Diocesana dos MECEs - Guaxupé Reunião da Coordenação Diocesana da Formação de Leigos - Guaxupé Reunião do Setor Juventude em Guaxupé Reunião do GED do Cursilho5 Encontro Setorial da Mãe Rainha - Setor Areado Encontro dos MECE’s – Setor São Sebastião do Paraíso11 Reunião do Conselho Diocesano do ECC – Paróquia São Pedro - Alfenas12 Dia das Mães13 Reunião dos Presbíteros dos Setores Alfenas e Areado – Paróquia São José e Nossa Senhora das Dores – Alfenas 15 Reunião dos Presbíteros do Setor Passos – São José da Barra16 Reunião dos Presbíteros dos Setores São Sebastião do Paraíso e Cássia – Paróquia Nossa Senhora da Abadia – São Sebastião do Paraíso17 - 19 Congresso Missionário Provincial – Três Corações Cursilho Recolores

21 Padre Hiansen Vieira Franco22 Padre Antônio Carlos Maia22 Padre Antônio Batista Cirino24 Padre Graziano Cirina26 Padre Homero Hélio de Oliveira

Ordenação 4 Padre Francisco Albertin Ferreira

18 Encontro Diocesano de Comunicação - Guaxupé Reunião da Coordenação Diocesana dos Grupos de Reflexão - Guaxupé Reunião da Coordenação Diocesana da Catequese - Guaxupé Reunião do Setor Famílias - Guaxupé 18-19 Encontro formação para ministério crianças da RCC - Petúnia 19 Encontro Setorial da Mãe Rainha - Setor Passos22 Reunião dos Presbíteros do Setor Poços de Caldas – Paróquia São Paulo Apóstolo – Poços de Caldas23 Reunião dos Presbíteros do Setor Guaxupé – Paróquia Santa Bárbara - Guaranésia 24 Reunião do Conselho de Presbíteros - Guaxupé24-26 Encontro Vocacional no Seminário São José - Guaxupé25 Setor Missionário – Missão Permanente29 Data de Falecimento do 4º Bispo Diocesano – Servo de Deus - Dom Inácio Dal Monte (1963)30 Reunião do Conselho de Formação Presbiteral - Guaxupé30-31 Escola de Formação das Novas Comunidades – Machado

4 Padre José Hamilton de Castro6 Padre Dione R. Ferreira Piza7 Padre César Acorinte7 Padre Rovilson Ângelo da Silva9 Padre Francisco Carlos Pereira10 Padre Eduardo Pádua Carvalho13 Padre Michel Donizetti Pires16 Padre Antônio Donizetti de Oliveira

16 Padre Francisco Clóvis Nery20 Padre Geraldo Henrique Benjamin22 Padre Vítor Aparecido Francisco22 Padre José Carlos de Carvalho27 Padre Lucas de Souza Muniz30 Padre Donizete Miranda Mendes30 Padre José Ricardo Esteves Pereira31 Padre Thomaz Patrick O’Brien – OMI

para lerO ELOGIO DO VIRA-LATA O SÍNODO PARA A AMAZÔNIA

EDUARDO GIANETTI CARDEAL CLÁUDIO HUMMES

É possível virar do avesso o “complexo de vira-latas” — a expressão cunhada por Nelson Rodrigues para a subalternidade

dos brasileiros em relação ao que é estrangei-ro — e reinventá-lo não apenas como compo-nente identitário, mas também como virtude tropical? No ensaio inédito que dá nome ao livro, Eduardo Giannetti vai na contramão do senso comum e defende que “não ter pedigree” é um caminho civilizatório tão vá-lido quanto os trilhados por sociedades tidas como exemplos de desenvolvimento.

Nesta coletânea, o leitor encontrará ainda outros 24 textos em que o economista abor-da, com a lucidez e a argúcia que lhe são características, assuntos pertinentes à identi-dade, à cultura e à economia. Agrupados em eixos temáticos, os escritos aliam o diálogo com as inquietações do presente à lucidez e à erudição que firmaram o autor como um de nossos pensadores mais originais.

Ao reunir textos concebidos durante qua-se três décadas de prolífica atividade, O elogio do vira-lata se revela a um só tempo registro de uma brilhante trajetória intelectual e tributo otimista e apaixonado ao conhecimento.

A proxima-se o Sínodo Especial dos Bispos para a Amazônia, a ser realizado em Roma, em

outubro de 2019. Seu objetivo, defini-do pelo Papa Francisco, é “encontrar novos caminhos para a evangelização daquela porção de Povo de Deus, so-bretudo dos indígenas, muitas vezes esquecidos e sem perspectiva de um futuro sereno, também por causa da crise da floresta amazônica, pulmão de importância fundamental para o nosso planeta”.

Este livro surgiu da vontade de querer divulgar ao máximo esse síno-do e expor o processo sinodal e sua temática. Com certeza, esse evento eclesial iluminará não apenas a Igre-ja da Amazônia com seus povos, mas também toda a Igreja universal. “Tudo está interligado”, diz o Papa Francis-co.

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