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Instituto de Ciência Política Aluno: Danilo Morais dos Santos Matrícula: 11/0027523 Professora Dra. Sueli. III Avaliação- Federalismo e Políticas Públicas Questão: Estudamos a dinâmica do federalismo brasileiro em diferentes áreas de políticas públicas. Com base nas leituras feitas e nos debates ocorridos, escrevam uma dissertação sobre "Federalismo e Políticas Públicas no Brasil", abordando, entre outros pontos, a resposta à seguinte pergunta: EM QUE MEDIDA O DEBATE SOBRE COORDENAÇÃO DA UNIÃO VERSUS AUTONOMIA DOS ENTES FEDERADOS É REALMENTE UM DEBATE SETORIAL? É obrigatório o uso de exemplos concretos de políticas públicas na dissertação. Tentem fazer uma análise pessoal. Podem fazer citações, mas deixo claro que espero mais a visão de vocês do que a reprodução dos autores estudados. Se é certo que podemos compilar uma meia dúzia de características que definem o que é uma federação, a partir da observação das características comuns experimentadas pelos Estados federais conhecidos, é certo também que essas características não esgotam os pluralismo presente nestes arranjos, sendo adequado dizer que existem tantos federalismos quanto for o número existente de países federalistas. Se o arranjo federativo comparado é demasiado plural, é também plural o modo de relacionamento entre o governo nacional e os entes subnacionais, sendo que essa diferença fundamentalmente pode ser traduzida inicialmente a partir

Federalism o

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Instituto de Cincia PolticaAluno: Danilo Morais dos Santos Matrcula: 11/0027523Professora Dra. Sueli.III Avaliao- Federalismo e Polticas PblicasQuesto: Estudamos a dinmica do federalismo brasileiro em diferentes reas de polticas pblicas. Com base nas leituras feitas e nos debates ocorridos, escrevam uma dissertao sobre "Federalismo e Polticas Pblicas no Brasil", abordando, entre outros pontos, a resposta seguinte pergunta: EM QUE MEDIDA O DEBATE SOBRE COORDENAO DA UNIO VERSUS AUTONOMIA DOS ENTES FEDERADOS REALMENTE UM DEBATE SETORIAL? obrigatrio o uso de exemplos concretos de polticas pblicas na dissertao. Tentem fazer uma anlise pessoal. Podem fazer citaes, mas deixo claro que espero mais a viso de vocs do que a reproduo dos autores estudados.Se certo que podemos compilar uma meia dzia de caractersticas que definem o que uma federao, a partir da observao das caractersticas comuns experimentadas pelos Estados federais conhecidos, certo tambm que essas caractersticas no esgotam os pluralismo presente nestes arranjos, sendo adequado dizer que existem tantos federalismos quanto for o nmero existente de pases federalistas.Se o arranjo federativo comparado demasiado plural, tambm plural o modo de relacionamento entre o governo nacional e os entes subnacionais, sendo que essa diferena fundamentalmente pode ser traduzida inicialmente a partir do grau de centralizao ou descentralizao de poder existente. No obstante essa diferena no grau de centralizao, as experincias histricas globais sinalizam para uma tendncia de descentralizao. este tambm o esprito do Constituinte originrio de 1988, no sentido da descentralizao, muito embora esta descentralizao na prtica, por vezes, restrinja-se ao nvel meramente programtico, no tendo se consubstanciado em uma realidade efetiva.No arranjo federativo brasileiro, mesmo esse grau de (des) centralizao no uniforme na arquitetura interna do Estado, mas antes diverge conforme a poltica pblica analisada, sendo, deste modo, tambm acertado dizer que as polticas setoriais divergem no grau de centralizao ou no de competncias materiais, legislativas, fiscais, de recursos financeiros e etc.Essas assimetrias que tornam a centralizao ou a descentralizao um debate setorial podem ter origens diversas: do processo histrico de formao do pacto federativo (se originrio de um pacto do tipo come together ou hold together), da formao das instituies, at a prpria especificidade da poltica pblica em anlise (se extrapola o nvel subnacional ou no). Assim, correto dizer que, no caso brasileiro, pode-se dizer que h tantas intensidades de centralizao quanto existem polticas setoriais.A ttulo ilustrativo, na sade pblica, h uma diretriz por focalizar a ateno bsica e sade da famlia no mbito municipal, atendimentos de mdia complexidade no mbito regional dos estados-membros e atendimentos de alta complexidade e tecnologia ficam, em geral, a cargo da Unio. Esta diviso, antes de ser disjuntiva e de fixao de limites exclusivos de competncia, se trata de uma mera orientao de focalizao, sendo verdadeira a concluso de que a prestao dos servios de sade pblica pode ser exigida de todos os entes federativos, indistintamente. A Unio possui uma capacidade de agncia centralizadora, de outro lado, no que tange normalizao da sade, atravs da edio das chamadas Normas Operacionais Bsicas-NOBs, atos administrativos normativos editados pelo Ministrio da Sade que tensionam certa centralizao no planejamento e formulao, muito embora, sob o prisma da execuo, a poltica de sade seja descentralizada.No que tange poltica de transportes, adota-se uma tcnica de repartio mais precisa que no mbito de sade, tendo o constituinte estabelecido de modo expresso as fronteiras de competncia de cada ente federal: aos municpios, compete a prestao dos servios de transporte coletivo urbano; para os estados-membros, o transporte intermunicipal; e Unio, o transporte interestadual e internacional. No entanto, na sua articulao institucional h tendncia centralizadora, face a sua gnese no Estado Novo.Na poltica educacional, h tambm uma prevalncia da participao do municpio no ensino fundamental, do estado-membro no ensino mdio e da Unio no ensino tcnico e superior. No Bolsa Famlia, poltica de seguridade social, o desenho, planejamento e monitoramento ficam a cargo da Unio, assim como a responsabilidade pelo financiamento, restando, de outro lado, aos municpios a maior parte da sua implementao.Desse modo, a concentrao de competncias e de recursos em um determinado ente podem dar pistas gerais sobre o carter centralista ou no de uma federao, mas, caso se intente conhecer a real dimenso deste centralismo, h que analisar caso a caso a poltica que objetiva conhecer, pois, mesmo em uma conjuntura geral de centralizao de recursos e atribuies ela pode se apresentar como fortemente descentralizada. As razess destas variaes podem ser investigadas a partir da sua gnese histrica, da predominncia de interesses ou no modo de relacionamento existente entre o ente central e as unidades descentralizadas.