3
10/04/2015 Feministas que amam homens, as desventuras de príncipes e bruxas - Geledés http://www.geledes.org.br/feministas-que-amam-homens-as-desventuras-de-principes-e-bruxas/#axzz3WvFuXCMM 1/3 Feministas que amam homens, as desventuras de príncipes e bruxas Publicado há 2 semanas - em 29 de março de 2015 » Atualizado às 11:10 Categoria » Questões de Gênero Sofia era feminista, ela conheceu Henrique. Eles formavam um casal bonito, todos congratulavam aquele amor. Ela passava por algumas saias justas por amar Henrique, nos almoços de família dele, por exemplo, ela tinha que segurar um pouco a língua para não criar indisposições. Ela não podia ir com o batom muito vermelho, era preciso maneirar no decote, não mostrar as tatuagens ou a depilação que ela fazia só quando tinha vontade. A família dela adorava Henrique, afinal, ele, corajoso, gostava dela mesmo tendo um gênio difícil e uma aparência nada convencional. por Debora Sá no Cabine Privada Cláudio era comunista e não-monogâmico, ele conheceu Bruna. Ela não ficava tão à vontade em abandonar os projetos monogâmicos, mas fez vista grossa para as próprias necessidades afetivas e tentou por amor, não deu certo, eles romperam. Bruna ficou conhecida como possessiva, insegura, retrógrada, Cláudio, ficou conhecido como um cara sensível, de incrível apetite sexual, aventureiro. Célia era bissexual, ela conheceu Ricardo, também bissexual, ele não demonstrava ciúmes, quer dizer, só se ela transava com outros homens; por isso, Ricardo ganhou fama de companheiro, Célia, ganhou fama de insaciável e não tão confiável, uma vez que “não resistiu” e saiu com um cara que conheceu na internet (depois de uma super DR, Ricardo, o benevolente, perdoou). . Camila era feminista, ela conheceu Samuel. Eles formavam um casal bonito, todos congratulavam aquele amor. Ele não tinha uma aparência tão convencional, mas sabia impor suas opiniões nos almoços de domingo, era estudado, de faculdade federal! Inteligente ele! Combativo! Era bastante evidente porque se encantou pelo rapaz. A família dele até que não era muito hostil com Camila, só achava um pouquinho sem sal, a outra namorada dele era bem melhor. Susana era socialista e não-monogâmica, ela conheceu Gustavo. Ela não ficava tão à vontade em abandonar os projetos não-monogâmicos, mas fez vista grossa para as próprias necessidades afetivas e tentou por amor, não deu certo, eles romperam; Susana ficou conhecida como insensível, sexualmente egoísta, propagadora de Dst’s, Gustavo, ficou conhecido como um cara fofo, raro, que merecia ser valorizado pelo esforço. Helena era bissexual, ela conheceu Thiago, também bissexual, ela não demonstrava ciúmes, quer dizer, só se ela transava com outras mulheres; por isso, Helena ganhou fama de empata-foda, insegura, coxinha, Thiago, ganhou fama de um incompreendido pela libido que tinha de abafar. A releitura do príncipe encantado é o Princeso Feminista. Não importa o que ele fez, não foi por maldadeSe ele jogou na sua cara aquela frase cortante, se ele levantou a voz uma vez ou outra, se ele fez você duvidar do próprio entendimento, será que não está sendo muito dura? Ele sabe da teoria feminista, ele tem um discurso libertário, ele ao menos está tentando, diferente dos outros caras abertamente escrotos. Por isso mulheres se sentem super culpadas em deixar um Princeso partir. Porque ele está sempre certo, as inseguranças dele valem mais, as lágrimas dele valem mais e não importa como e quais as razões, se vocês terminarem é você quem ficará com fama de uma vadia difícil (para a família dele, os amigos, até entre a boca miúda nos círculos em comum), e ele, bem, ele será compreendido e aceito de braços abertos, disputado, cobiçado, se errou é porque é humano. Uma mulher feminista que ama um Princeso tem de ser paciente e perdoar deslizes, ser compreensiva é o mínimo. Um Princeso que ama uma mulher feminista já merece medalha, uma chuva de papel picado, ele não faz por favor, mas por legítima vontade e um coração muito elevado e altruísta, ele topa namorar a mulher problemática. O amor entre um homem e uma mulher feminista é competição para resolução de cubos mágicos, quando o cronômetro parar, não importa quantas combinações ocorreram individualmente, o vencedor é escolhido pela audiência e nesse quesito, os homens têm prioridade absoluta. 3/4/2015 Geledés Instituto da Mulher Negra REDES SOCIAIS VOCÊ JÁ LEU? 10 comportamentos machis disfarçados de “coisas natu Os cotistas desagradecidos Quem usa, recomenda: econômico, seguro e ecológ coletor menstrual ganha adeptas no Brasil 11 sinais de que você pode e namorando um sociopata Infantolatria: as consequên de deixar a criança ser o cen da família As cotas para negros: por qu mudei de opinião por William Douglas, juiz federal (RJ) O país onde os negros tem cabelos naturalmente loiros Afrobetizar a educação no B NOTÍCIAS NO SEU E-MAIL Informe seu melhor email Assinar! 243.4K FÃS 9.1K SEGUIDORES 631 FÃS 26.4K NEWSLETTER 241 INSCRITOS 279.9 CURTIRAM GEL 1.07k 1.07k GELEDÉS ÁREAS DE ATUAÇÃO QUESTÃO RACIAL QUESTÕES DE GÊNERO EM PAUTA RACISMO E PRECONCEITOS ATLÂNTICO NEGRO

Feministas Que Amam Homens, As Desventuras de Príncipes e Bruxas - Geledés

Embed Size (px)

DESCRIPTION

Feministas que amam homens

Citation preview

Page 1: Feministas Que Amam Homens, As Desventuras de Príncipes e Bruxas - Geledés

10/04/2015 Feministas que amam homens, as desventuras de príncipes e bruxas - Geledés

http://www.geledes.org.br/feministas-que-amam-homens-as-desventuras-de-principes-e-bruxas/#axzz3WvFuXCMM 1/3

Feministas que amam homens, as desventurasde príncipes e bruxas

Publicado há 2 semanas - em 29 de março de 2015 » Atualizado às 11:10

Categoria » Questões de Gênero

Sofia era feminista, ela conheceu Henrique. Eles formavam

um casal bonito, todos congratulavam aquele amor. Ela

passava por algumas saias justas por amar Henrique, nos

almoços de família dele, por exemplo, ela tinha que segurar

um pouco a língua para não criar indisposições. Ela não

podia ir com o batom muito vermelho, era preciso maneirar

no decote, não mostrar as tatuagens ou a depilação que ela

fazia só quando tinha vontade. A família dela adorava

Henrique, afinal, ele, corajoso, gostava dela mesmo tendo

um gênio difícil e uma aparência nada convencional.

por Debora Sá no Cabine Privada

Cláudio era comunista e não-monogâmico, ele conheceu

Bruna. Ela não ficava tão à vontade em abandonar os

projetos monogâmicos, mas fez vista grossa para as

próprias necessidades afetivas e tentou por amor, não deu certo, eles romperam. Bruna ficou conhecida como

possessiva, insegura, retrógrada, Cláudio, ficou conhecido como um cara sensível, de incrível apetite sexual,

aventureiro.

Célia era bissexual, ela conheceu Ricardo, também bissexual, ele não demonstrava ciúmes, quer dizer, só se ela

transava com outros homens; por isso, Ricardo ganhou fama de companheiro, Célia, ganhou fama de insaciável e

não tão confiável, uma vez que “não resistiu” e saiu com um cara que conheceu na internet (depois de uma super DR,

Ricardo, o benevolente, perdoou). .

Camila era feminista, ela conheceu Samuel. Eles formavam um casal bonito, todos congratulavam aquele amor. Ele

não tinha uma aparência tão convencional, mas sabia impor suas opiniões nos almoços de domingo, era estudado,

de faculdade federal! Inteligente ele! Combativo! Era bastante evidente porque se encantou pelo rapaz. A família dele

até que não era muito hostil com Camila, só achava um pouquinho sem sal, a outra namorada dele era bem melhor.

Susana era socialista e não-monogâmica, ela conheceu Gustavo. Ela não ficava tão à vontade em abandonar os

projetos não-monogâmicos, mas fez vista grossa para as próprias necessidades afetivas e tentou por amor, não deu

certo, eles romperam; Susana ficou conhecida como insensível, sexualmente egoísta, propagadora de Dst’s, Gustavo,

ficou conhecido como um cara fofo, raro, que merecia ser valorizado pelo esforço.

Helena era bissexual, ela conheceu Thiago, também bissexual, ela não demonstrava ciúmes, quer dizer, só se ela

transava com outras mulheres; por isso, Helena ganhou fama de empata-foda, insegura, coxinha, Thiago, ganhou

fama de um incompreendido pela libido que tinha de abafar.

A releitura do príncipe encantado é o Princeso Feminista. Não importa o que ele fez, não foi por maldade… Se ele

jogou na sua cara aquela frase cortante, se ele levantou a voz uma vez ou outra, se ele fez você duvidar do próprio

entendimento, será que não está sendo muito dura? Ele sabe da teoria feminista, ele tem um discurso libertário, ele

ao menos está tentando, diferente dos outros caras abertamente escrotos. Por isso mulheres se sentem super

culpadas em deixar um Princeso partir. Porque ele está sempre certo, as inseguranças dele valem mais, as lágrimas

dele valem mais e não importa como e quais as razões, se vocês terminarem é você quem ficará com fama de uma

vadia difícil (para a família dele, os amigos, até entre a boca miúda nos círculos em comum), e ele, bem, ele será

compreendido e aceito de braços abertos, disputado, cobiçado, se errou é porque é humano. Uma mulher feminista

que ama um Princeso tem de ser paciente e perdoar deslizes, ser compreensiva é o mínimo. Um Princeso que ama

uma mulher feminista já merece medalha, uma chuva de papel picado, ele não faz por favor, mas por legítima

vontade e um coração muito elevado e altruísta, ele topa namorar a mulher problemática. O amor entre um homem

e uma mulher feminista é competição para resolução de cubos mágicos, quando o cronômetro parar, não importa

quantas combinações ocorreram individualmente, o vencedor é escolhido pela audiência e nesse quesito, os

homens têm prioridade absoluta.

3/4/2015 Geledés Instituto da Mulher Negra

R E D E S S O C I A I S

V O C Ê J Á L E U ?

10 comportamentos machistas

disfarçados de “coisas naturais”

Os cotistas desagradecidos

Quem usa, recomenda:

econômico, seguro e ecológico,

coletor menstrual ganha

adeptas no Brasil

11 sinais de que você pode estar

namorando um sociopata

Infantolatria: as consequências

de deixar a criança ser o centro

da família

As cotas para negros: por que

mudei de opinião por William

Douglas, juiz federal (RJ)

O país onde os negros tem

cabelos naturalmente loiros

Afrobetizar a educação no Brasil

N O T Í C I A S N O S E U E - M A I L

Informe seu melhor email

Assinar!

i243.4K

FÃS

h9.1K

SEGUIDORES

j631

FÃS

r26.4K

NEWSLETTER

y241

INSCRITOS

a279.9K

CURTIRAM GELEDÉS

1.07k

1.07k

GELEDÉS ÁREAS DE ATUAÇÃO QUESTÃO RACIAL

QUESTÕES DE GÊNERO EM PAUTA

RACISMO E PRECONCEITOS ATLÂNTICO NEGRO

Page 2: Feministas Que Amam Homens, As Desventuras de Príncipes e Bruxas - Geledés

10/04/2015 Feministas que amam homens, as desventuras de príncipes e bruxas - Geledés

http://www.geledes.org.br/feministas-que-amam-homens-as-desventuras-de-principes-e-bruxas/#axzz3WvFuXCMM 2/3

Escreva um comentário e participe!33 comentário(s).

Tags: Feminismo · Feminista · machismo Existe racismo no Brasil? Faça o

Teste do Pescoço e descubra

Pai compra tênis à vista para os

filhos, é tratado como ladrão e

dá uma aula de resistência

negra para a PM

32 lições feministas para a

minha filha

Assista o filme de super-heróis

africanos Oya – Rise of The

Orisha

Professores evangélicos

impedem ensino da história e

cultura africana nas escolas, diz

especialista

L E I A N O S S O S G U E S T P O S T S

Bem vindo ao nossos Guest Posts

1 DIA ATRÁS

O machismo

também mora nos

detalhes

1 DIA ATRÁS

Sete ensinamentos

do feminismo para a

teoria política

7 DIAS ATRÁS

12 frases que

precisamos parar de

falar para os

meninos urgente

2 SEMANAS ATRÁS

Dá para ser

feminista e cristã?

Dá sim!

2 SEMANAS ATRÁS

9 razões para ser

feminista

2 SEMANAS ATRÁS

Sobre as coisas que

o feminismo não me

fez ser

Page 3: Feministas Que Amam Homens, As Desventuras de Príncipes e Bruxas - Geledés

10/04/2015 Feministas que amam homens, as desventuras de príncipes e bruxas - Geledés

http://www.geledes.org.br/feministas-que-amam-homens-as-desventuras-de-principes-e-bruxas/#axzz3WvFuXCMM 3/3

P A L A V R A S – C H A V E S

Aborto Africanos e suas lutas afro-brasileiros e

suas lutas cantoras e compositoras cantores e

compositores casos de preconceito

casos de racismoConsciência Negra cotas cotas raciais

Direitos Humanos dossiê monteiro lobato

Educação Eleições 2014escravidão estupro FeminismoFeminista Fernanda Pompeu futebol genocidio da

juventude negra genocídio Guest Post

História do Brasil Homofobiaintolerância religiosa lei 10.639/03 LGBTImachismo Mulher Negra Mídia

Patrimônio Cultural Questão RacialQuestões de GêneroRacismo racismo e preconceito Saúde

Carneiro tráfico de escravos Violênciacontra Mulher Violência

Doméstica violência policialviolência racial violênciaracial e policial África e sua diáspora

S O B R E O P O R T A L G E L E D É S

Quem Somos

Nossa Missão

Doações

Contato

Geledés Instituto da Mulher Negra

Rua Santa Isabel, 137 - CJ 41/42 - São Paulo / SP

Copyright © 2014 - Portal Geledés

Projeto: Odemur Marangoni - Desenvolvimento: iFOCUS Tecnologia