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Casa de Nossa Senhora do Rosário, Figueira,
ganha 1º Prémio de Concurso
Al. Linhas de Torres, 2 1750-146 LISBOA [email protected]
Pastoral vocacional “em saída” no
dia da Diocese
Renovação dos Votos
da Paula e da Ida
Visita ao Carmelo da Guarda
Pastoral Vocacional no Dia da Diocese, em Lisboa
Férias com Nossa Senhora
A Susana na sua vivência da Casa Comum
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Encontro da Área Europa
Depois do encontro de Área com representantes de todos os nossos Centros Educativos, que se realizou
em Roma, em Maio do ano passado, decidiu-se criar uma Equipa de Animação de Área para esta nossa
realidade de missão.
A Equipa Coordenadora é composta por representantes de Es-
panha: Francisco Balado Cortizo, Pontevedra, e Juan Muñíz
Cuervo-Arango, Avilés; de Itália: Maria Luisa Miggiano e Irmã
Ada Tavilla, Arcore; de Malta: Caroline Jane Anastasi, Zebbug;
de Portugal: Ana Isabel Santos, Irmã Maria da Conceição Amo-
rim, Lisboa, José Luís Gonçalves, da ESEPF-Porto.
Esta equipa reuniu, pela primeira vez, de 29 a 31 de Maio, em
Lisboa, na Casa Provincial.
As Provinciais da Europa - Irmã Teresa López, Irmã Lúcia Soa-
res e Irmã Sílvia Oesterheld - também estiveram presentes e fi-
caram em reunião até ao dia 1 de Junho.
Animaram este encontro a Irmã Maria da Conceição Ribeiro,
Conselheira que acompanha a Europa, e a Irmã Maria Emília Nabuco, Animadora de Área.
A Equipa assumiu totalmente a missão que lhe foi confiada com muita responsabilidade e entusiasmo.
Apesar das diferenças de culturas, línguas e experiências, o clima de família e a identificação com o carisma
de Paula permitiram chegar verdadeiramente a uma proposta de caminho de conjunto, do qual espera-
mos um bom fruto para a vida de toda a área.
Atividades da Pastoral Juvenil Vocacional
O fim-de-semana de 30 e 31 de Maio foi de grande intensidade para a promoção vocacional das Dorotei-
as como Vida Consagrada na Igreja e para o mundo.
No sábado partimos rumo à Guarda para participar no Dia da Igreja Diocesana daquela diocese. A pro-
posta era montar uma barraca onde déssemos a conhecer o nosso carisma e tivéssemos uma dinâmica de
interação com o povo.
Chegámos ao largo da Sé e juntámo-nos a outros institutos e movimentos
da diocese. Montámos a nossa banca que chamava a atenção pela cor e
alegria. Ao longo da manhã foram muitos os visitantes, desde o Sr. Bispo
D. Manuel Felício, o responsável
pela Pastoral Vocacional, Pe. Hél-
der Lopes, e turistas que foram
surpreendidos pela alegria duma
Igreja em saída.
Após o almoço, juntaram-se a nós
as Irmãs de Pinhel, e aí a festa e in-
teração com o povo foi ainda
maior, porque a moldura come-
çou a funcionar e a girar pela pra-
ça em busca de rostos de cristãos
felizes que não perdiam a oportu-
nidade de tirar uma foto com Jesus Cristo e a nossa Paula.
Enquanto as paróquias iam chegando ao largo em cortejo, num
ambiente de festa e de comunhão, íamos surpreendendo os jo-
vens que corriam para um I like Jesus! comunitário. O momento
alto do dia foi a eucaristia campal no largo da sé presidida pelo
Bispo D. Manuel Felício, bem acompanhado pelo seu clero. A
tarde terminou ao som do concerto da Banda Jota que evangeli-
zava com músicas Rock-Cristão. Disfarçadamente desmontámos a
barraca e fizemo-nos à estrada com o coração agradecido e a cer-
teza de as sementes terem sido lançadas.
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Chegámos a Lisboa mas a mala não foi desfeita; no dia 31 era dia
de marcar presença no Dia da Igreja Diocesana de Lisboa.
Desta vez a barraca foi montada no espaço das Oficinas de S. Jo-
sé onde fomos bem recebidas pelos nossos irmãos Salesianos.
O vento não nos impediu de anunciar, e era ele mesmo que le-
vava os panfletos até aos visitantes (literalmente os papéis iam
pelo ar); mas, como diz o evangelho, “o vento sopra onde
quer!” e por isso acreditamos que mais sementes foram lançadas
ao longo deste dia.
Ao longo da manhã escutaram-se testemunhos da alegria da vida
consagrada com diferentes rostos e missões. A manhã terminou
com uma grande selfie à Vida Consagrada (onde a cor da Juventude Doroteia não passou despercebida!!).
A tarde foi preenchida, tal como no dia anterior, com fotos I like Jesus! Onde nem o Cardeal Patriarca, D.
Manuel, nem o Núncio Apostólico escaparam ao nosso flash.
Neste dia tivemos a colaboração das nossas Irmãs Natércia
João e Purificação que tomaram conta da banca enquanto a
moldura girava pelo espaço. Foi um dia vivido em convívio
e partilha entre famílias consagradas.
O dia terminou com uma eucaristia festiva de ação de graças
pela presença, testemunho e serviço da Vida Consagrada na
Igreja e para o mundo.
Mais uma vez regressámos a casa contentes e com a certeza
da missão cumprida: as sementes foram lançadas, agora va-
mos esperar que o terreno as faça germinar. Rezemos por
todos aqueles que foram tocados pela alegria duma Igreja
que sonha ser missionária e para todos! Irmã Francisca Dias
Exercícios Espirituais para Leigos
No Linhó
Era sexta-feira, já noite, quando os doze elementos
do grupo foram chegando à casa de retiros do Li-
nhó, vindos de vários pontos do país. Desafiados a
viver a beleza de escutar -“Uma escuta que trans-
forma” - fomos fazer Exercícios Espirituais, levando
na bagagem sonhos e expectativas, dúvidas e receios:
- Que bom ter tempo para parar um pouco!
- Ai que saudades da calma e beleza destes espaços!
- Não me agrada o vazio do silêncio.
- Vou ter que pensar naquilo que me custa e que
venho a adiar.
O acolhimento caloroso das Irmãs e a beleza do
espaço logo nos convidaram a entrar, sem medo,
na barca de Pedro. E foi na companhia de Simão
Pedro que embarcámos nesta viagem, procurando
entender “Quem sou eu? Quem és Tu, Senhor?”
O silêncio, afinal não é vazio, é cheio de vida e de surpresas, permite escutar Deus, os nossos passos, os
sons da natureza e o nosso coração. Aqui percebemos a importância de sair do rebuliço, parar o corre-
corre do dia-a-dia para sentir e saborear a vida, para buscar um novo sentido e ver com outro olhar. E, se
este olhar for o de Deus, se tivermos Jesus por companheiro para partilhar a vida, temos muito mais do
que um tempo para descansar e pensar na vida.
Em cada recanto, no jardim, na quinta, no meio das árvores, na capela, à volta da mesa, nas palavras da
Irmã Goreti e da Irmã Anabela, num sorriso, num gesto, numa imagem, em tudo e em todos Te fomos
encontrando, Jesus. Vieste ao nosso encontro para curar feridas e mostrar a beleza que levamos dentro,
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desfazer medos e ilusões, desinstalar e lançar novos desafios para chegarmos a desejar partilhar com os
outros o que somos e temos, procurando servir como Tu e contigo.
Na vida, sabemos que estás sempre pronto a estender-nos a mão, Jesus, a perdoar as nossas falhas, que
nos olhas com ternura e paciência, que nos levantas e nos chamas a ir contigo. Na vida quotidiana, em
missão, em Portugal ou no Brasil, na alegria e na tribulação, em tudo e em todos, Tu estás e contas con-
nosco.
E foi em dia de Pentecostes que nos despedimos, cheios de gratidão, com um sorriso no rosto, um brilho
no olhar e alegria no coração.
Paula Martins (uma das jovens do grupo)
No Sardão
Na azáfama desta vida alucinante em que todos vivemos, há quem consiga deixar o que tem para fazer
para se dedicar ao exercício físico. Porém, andar em cima de um tapete rolante, olhando-me ao espelho
constantemente, com a ilusão de que o meu aspeto exterior já está a mudar para melhor e/ou que viverei
uns minutinhos a mais, é para mim uma canseira. Tento aplicar-me mas acabo sempre por desistir. Mas
porquê? Melhorar o meu aspeto exterior, ser mais elegante, deveria fazer com que me aguentasse.
Ao invés, tudo o que seja para melhorar o meu aspeto interior não me cansa. Há muito que descobri que,
tornando-me melhor por dentro, mais perfeita, acabo por ficar muito mais elegante do que a correr no
tapete rolante do ginásio, simplesmente porque corro ao encontro de Deus. E isso muda tudo. Desde logo
porque, em vez de olhar para mim própria ao espelho passo a olhar à volta, passo a observar os sorrisos
das pessoas, a ouvir o que têm para me dizer, a falar-lhes diretamente ao coração, a saborear a vida como
deve ser… em abundância.
E é por isso que sempre que sei da existência de Exercícios Espirituais procuro
estar presente. Foi assim nos Exercícios com o tema “CONDUZIR-TE-EI AO
DESERTO E AÍ FALAREI AO TEU CORAÇÃO“ (Os 2, 16), no ano passado;
no Encontro sobre o tema “REZAR COM OS ÍCONES – OS ROSTOS DE
CRISTO”, e foi assim nos Exercícios deste ano com o tema “EU VIM PARA
QUE TENHAM VIDA E A TENHAM EM ABUNDANCIA” (Jo 10, 10) que se
realizaram no Colégio do Sardão, em Vila Nova de Gaia, nos dias 15,16 e 17
de Maio.
Eu e várias outras pessoas, de diversas idades e de estaturas diferentes, esti-
vemos juntas numa aula de ginástica fantástica em que o exercício não foi fí-
sico mas espiritual. Conduzidas pelas Irmãs Maria Antónia e Paula, juntas
examinámos a nossa consciência, meditámos, contemplámos, orámos vocal e
mentalmente, tudo à boa maneira de Santo Inácio de Loyola.
Durante toda essa paragem e num ambiente de recolhimento, oração, liber-
dade, desejo, abertura e escuta, cada uma de nós procurou ordenar a sua vi-
da à luz de Deus, cada uma de nós procurou buscar e encontrar a sua vontade em todas as coisas, pessoas
e relações.
Ora, ao contrário do exercício físico, estes não cansam, descansam-nos, refazem-nos... Por isso deste tipo
de exercício não se desiste!
Porto, 31 de Maio de 2014 Susana Costa Pinto (antiga aluna do Colégio da Paz)
FFéérriiaass ccoomm NNoossssaa SSeennhhoorraa
Aconteceu mais uma vez este ano de 25 a 31 de Maio!
E Maria lá estava à espera das que se tinham "alistado" neste "encontro de Ir-
mãs!".
Era uma representação de 8 comunidades que, ao entrar na nossa casa de Monte
Moro, encontrava a recebê-la Santa Paula, dona da casa, e um cartaz com o slo-
gan que lhe é mais querido: "OLHARMO-NOS COMO IRMÃS".
Nem podia deixar de ser!...
Irmãs, já sabíamos que éramos! O que ignorávamos eram as "surpresas" que
quem "inventa" sempre gera clima de autêntica irmandade! E assim os mimos sur-
giam e sucediam-se sem dar tréguas ao nosso espanto! Primeiro, visitámos um
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novo Museu bem pertinho de casa, onde nos sentimos envolvidas por imagens e sons que precederam a
aparição do Anjo, até ao Milagre do Sol. Uma maravilha!
Logo na manhã seguinte, conduzidas pela mão sábia da Aurora no carro de Abrantes, fomos visitar o po-
ço do Arneiro, as casas dos Pastorinhos e o Museu Etnográfico da época das aparições.
Estava calor mas o coração fraterno de quem nos guiava, inventou frescura e fomos deliciadas por um ge-
lado! Noutro dia, de novo no nosso transporte, tivemos uma visita guiada pelo Frei Lopes Morgado
ao Jardim Bíblico da casa dos Capuchinhos. Percorremos uma boa parte da História do A.T. e do N.T.
que muito nos afervorou e interpelou... Toda a Natureza nos falava!
Mais surpresas? Sem dúvida! Um serão na agradável companhia do nosso amigo D. César, que muito nos
animou com as suas histórias e anedotas.
E, a fechar a semana com chave de ouro, tivemos a visita da nossa querida Irmã Diana Barbosa, carregan-
do na bagagem da sua memória e do seu coração, passagens da vida de Santa Paula revelando a sua fina
delicadeza nas palavras e gestos do quotidiano (da sua vida) com as Irmãs e não só... Encontrámo-nos
mesmo na "Fonte" e com sede!...
Querem mais? Só vindo, para experimentar, saborear e viver!
Irmã Leonor Campos Matos
PPaasssseeiioo ddaass IIrrmmããss ddee IIddaaddee
No dia 6 de Junho, um belo grupo de Irmãs de
várias Comunidades do Norte, no seu passeio
anual, visitou o Carmelo da Guarda.
Em Ano da Vida Consagrada, o Carmelo da
Santíssima Trindade foi uma excelente opção.
Até porque temos lá grandes amigas: a Prioresa
foi colega da Irmã Maria Antónia Marques
Guerreiro em Coimbra, viveu no nosso Lar da
Avenida Dias da Silva, entrou no Carmelo de
Coimbra e dali foi uma das fundadoras da
Guarda; a nossa Irmã Claudina Assunção sen-
tiu-se chamada a maior recolhimento e fez-se
carmelita; o mesmo aconteceu à nossa Yara, a
única vocação que a passagem por S. Tomé nos tinha dado!
Chegámos precisamente à hora da Missa anunciada nas portas de entrada. A Capela ficou mesmo cheia,
pois havia também um grande grupo de jovens de Pinhel a viver um dia de preparação para o Crisma, e
as onze Irmãs da Comunidade ocupam metade do espaço: a parte do coro que
é reservado à Comunidade!
A seguir almoçámos numa salinha junto do “locutório” onde encontrámos a
surpresa de algumas ofertas das Irmãs Carmelitas: chá, Cerejas, yogurtes, queijo
fatiado “pronto a comer” com guardanapinho e tudo!!! Uma bonita delicade-
za e uma delícia! Disseram-nos depois que não compram nada para comer,
pois a gente da Guarda é muito generosa, e vivem mesmo ao lado do super-
mercado LIDL. Mas lá diz o povo: “Quem dá do que lhe dão é amigo do co-
ração”!!!
Pelas 14 horas, embora não fosse hora de “visitas” (não há regra sem exceção)
tivemos a alegria de sentir que se abria a porta do locutório e entravam as Ir-
mãs todas, colocando-se em roda para um santo convívio. Ouvimos histórias
engraçadas a recordar os primeiros tempos das Irmãs ali e a mudança da Casa
na cidade em que viveram enquanto se construiu o Carmelo. Depois foram canções lindíssimas… têm lin-
das vozes! E nós também cantámos entre outras canções, estes versos feitos pela Irmã Maria Antónia para
o momento:
À vossa comunidade
Queremos agradecer
A partilha e a alegria
Com que sabeis acolher
Santa Teresa e Santa Paula,
João da Cruz e Maria
Façam de nós dom p’rò mundo
Graça de Deus dia a dia!
Louvado seja o Senhor
P’la nossa fraternidade:
Que bom é sermos irmãs
No coração da Trindade!
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Aqui ficam algumas fotografias que tirei, metendo a máquina fotográfica por entre as “grades”…
Ainda tivemos tempo de ir visitar a Sé da Guarda que é uma jóia de arquitetura e não só!!
Irmã Casimira Marques
A nossa Casa Comum
Viver numa comunidade internacional e estudar na Confer dá-me cada vez mais a certeza de que vivemos
numa imensa Casa Comum! Em cada dia, em cada encontro, confronto-me com uma diversidade de no-
mes, histórias, rostos, idiomas, culturas... que se entrecruzam numa multiplicidade que me ressoa por den-
tro a uma riqueza partilhada e a processos de mútuo conhecimento.
Se na nossa Comunidade temos Irmãs da Espanha, Peru, Brasil e Portugal, na Confer vivemos uma dimen-
são planetária: Argentina, Brasil, Peru, Colômbia, Burquina-Faso, Costa Rica, El Salvador, México, Guate-
mala, EUA, Haiti, Bolívia, Portugal – só ao nível dos noviços e noviças – que se alarga para muitos outros
pontos do mundo ao chegar aos formadores, aos postulantes e
aos juniores! Nesta dinâmica Intercultural, formamo-nos juntos
e juntas, abrindo espaços de amizade e descobrindo sintonias
entre diferentes carismas, fundadores e espiritualidades!
Viver esta experiência de Casa Comum só é possível indo mais
longe nos nossos próprios parâmetros, tantas vezes enraizados
em nacionalismos e culturas próprias que não nos permitem
viver plenamente o encontro com o outro e nos negam a reci-
procidade, contradizendo o projeto de Reino anunciado por
Jesus Cristo!
O cpartilhar entre culturas diferentes, passa pelo intercâmbio de histórias, costumes, músicas, características
pessoais, comida... mas não se pode ficar por aí! O horizonte deste intercâmbio tem de nos levar mais
longe, passando da inter-relação para a TRANS-relação, ou seja, relações que exercem efeitos transfor-
mantes e transformadores, que promovem verdadeiras relações de Transcendência, pela capacidade de
escutar, aceitar, aprender e incorporar nas nossas vidas tradições simbólicas diferentes das nossas.
Nesta Casa Comum a interpelação é a de ir ampliando as diferentes experiências que temos de “inter”,
porque o nosso mundo está repleto destas realidades, e as nossas
missões são entre-gentes em experiências de inter-
congregacionalidades, inter-geracionalidades, inter-culturalidades, in-
ter-religiosidades – e aproveitar cada oportunidade para ampliar es-
te sentir-nos habitantes de uma mesma Casa, partilhando vidas,
anunciando este Amor que se dá amplamente, trabalhando com o
olhar no futuro, mantendo-nos atentos aos sinais dos tempos, dis-
cernindo e deixando-nos verdadeiramente transformar, e anunciar a
possibilidade de uma humanidade plural, de paz, reconciliada e jus-
ta!
Irmã Susana Santos
A nossa Yara (ao batuque) A nossa Claudina Assunção (à esquerda) A nossa Carmo (à direita)
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Figueira da Foz - Casa de Nossa Senhora do Rosário
Uma aventura literária
Este ano, e pela segunda vez, participámos no concurso “Uma aventura... literária 2015”, promovido pela
Editorial Caminho, na modalidade de texto original - trabalho de grupo.
O tema era livre, e os alunos Manuel Ruano e Manuel Reis Gonçalves, da turma do 3º Ano, receberam,
cada um, uma menção honrosa por terem escrito o texto “O vulcão da savana”.
“O vulcão da savana” é um texto original que revela, para
além de competências de escrita, a criatividade dos alunos.
Conta a história de cinco animais amigos e destemidos que
encontram uma solução bastante original para um problema
que aconteceu no lugar onde vivem. A união entre amigos é
um dos valores que o Manuel Ruano e o Manuel Gonçalves
quiseram ressaltar com a escrita do texto. No final, há um
momento de convívio onde os outros animais se mostram
agradecidos por os cinco amigos terem conseguido salvar a
savana onde habitam.
Este ano foram a concurso 10 278 trabalhos provenientes de
centenas de escolas do país e até do estrangeiro, tendo sido
com grande satisfação que recebemos a notícia das
menções honrosas com que os dois alunos da nossa Es-
cola foram agraciados. Estão de parabéns!
Professora Graça Peixoto
Primeiro prémio
Decorreu no dia 9 de Junho, em Castelo Branco, a en-
trega de prémios da 12.ª Edição do concurso «CIÊNCIA
NA ESCOLA», promovido pela Fundação Ilídio Pinho.
O projeto “Ciência com sabor a algas” apresentado pe-
lo Jardim de Infância da Casa Nossa Senhora do Rosá-
rio foi um dos 300 selecionados pelos Júris Regionais
para a fase de desenvolvimento entre os mais de 700
projetos concorrentes a nível nacional.
As Educadoras Ana Isabel Monteiro e Graça Maria
Aveiro estiveram presentes na cerimónia de entrega de
prémios tendo sido atribuído o 1º lugar ao nosso proje-
to.
O prémio, no valor de 7.500€, foi entregue pelo Primeiro Ministro Pedro Passos Coelho. A cerimónia
contou ainda com a presença do Engenheiro Ilídio Pinho, do Ministro da Educação e Ciência, Dr. Nuno
Crato, e do Ministro da Economia, Dr. Pires de Lima.
Colaborou no projeto o chefe Pedro Miguel, da Pastelaria Dionísio, que confecionou queques (os de fru-
tos silvestres com algas foram os mais apreciados), biscoitos com algas e trouxas de atum com algas, além
de ter elaborado uma ficha técnica que dá credibilidade ao produto. Fizeram também “esparguete de al-
gas”!
O projeto teve ainda a parceria “inestimável” do
investigador da Universidade de Coimbra, Leonel
Pereira, e de Júlia Roque (na área da biologia) que
acompanhou a parte laboratorial do processo.
O jornal “Diário de Coimbra” foi divulgando as
etapas do trabalho e dando a conhecer as vanta-
gens das “Algas à mesa”, propondo a confeção de
ementas com algas comestíveis que abundam na
costa da Figueira.
Graça Aveiro e Ana Isabel
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ESE de Paula Frassinetti - Manta de…
A vida em Comunidade é como uma manta de retalhos… à medida que o ano passa vai crescendo e ga-
nhando mais cor. De cada retalho fica um significado e uma beleza única. Seria bonito falar de todos já
vividos… mas há sempre alguns que trazem mais brilho às cores da manta. Estes foram…
Com Maria entre silêncios e Palavras no Espaço Conne©tti
No mês de Maio convidámos os professores e alunos para que, de um
modo criativo, fizessem uma homenagem a Maria tendo como tema:
“A liberdade da fé, Maria, Mãe e Mulher.” O convite foi aceite, e to-
das as segundas e sextas-feiras as diferentes turmas foram passando pe-
lo espaço Conne(c)tti, apresentando de forma original as suas home-
nagens a Maria. Foram momentos de reflexão, de poesia, de prosa e
de canto em que houve tempo para parar e lembrar Maria, a nossa
Mãe.
O Passeio Comunitário
No colorido desta manta de retalhos, apreciámos e vivemos:
O azul - na partilha simples de palavras, gestos, sorrisos, peripécias…
O amarelo - no piquenique realizado no parque do Sameiro: o sol, a
paisagem, o lago, as pessoas, os pássaros, os cavalos…
O verde - nas paisagens do mosteiro de Tibães, no Santuário do Bom Je-
sus, nos caminhos percorridos…
O vermelho - na eucaristia do Santuário do Sameiro, na beleza das igre-
jas visitadas…
O castanho - na cripta do Santuário do Sameiro: os painéis pintados a óleo. Na visita guiada ao Mosteiro
de Tibães: a beleza dos recantos, as memórias guardadas em cada peça de arte,… Nas igrejas de Braga: as
imagens, os retábulos…
O laranja - nos sentimentos de gratidão, nas expressões de alegre descontração, na simplicidade e sobre-
tudo nos gestos e nos silêncios que tanto falam da profundidade de cada uma.
A nossa Manta de retalhos ganhou mais vida, tornou-se mais forte e sobretudo reavivou a beleza das suas
cores. Sabemos que as memórias podem desaparecer, mas fica sempre a certeza de que vale a pena apos-
tar mais em momentos como estes…
A renovação dos Votos da Paula e da Ida
Foi com muita alegria, simplicidade e espírito de família que vivemos o pas-
sado dia 14 de junho em que a Paula e a Ida, as nossas juniores mais novas,
renovaram os votos.
A comunidade do Alto Lumiar e a Irmã Margarida Ribeirinha dirigiram-se
ao Porto logo pela manhã e juntaram-se a nós na comunidade da
ESE/Postulantado para viver e celebrar connosco este dia.
Depois de um almoço fraterno, de algum ensaio de cânticos, dirigimo-nos ao
novo espaço Conne(c)tti, onde celebrámos a Eucaristia que foi presidida pelo
P. Carlos Carneiro, s.j. Com o entusiasmo que todas lhe conhecemos deixou-
nos esta interpelação: “Preparados talvez não estejamos…mas estamos pron-
tos? Estamos prontos para o que Deus nos pedir?” Foi com este desejo de
prontidão, que a Paula e a Ida renovaram o seu sim ao Senhor.
FESTA no espaço… e almoço partilhado no jardim.
Estando em ano de vida consagrada, quisemos partilhar com a Comunidade
Educativa este momento significativo da renovação dos votos das nossas manas
mais novas. Assim, no dia 15 de junho, fizemos no espaço Conne(c)tti, uma
oração pela Paula e pela Ida. Na presença de professores e alunos, a Paula foi
convidada a partilhar com todos a sua história vocacional. A este momento de
oração tão significativo seguiu-se um almoço partilhado com todos aqueles que
puderam estar presentes. Irmãs da Comunidade da ESE Paula Frassinetti
9
VViillaa ddoo CCoonnddee -- ESPAÇO “PÁRA UM MOMENTO”…
Há já algum tempo, mais exatamente no dia 4 de Maio, Dia da Mãe, inaugurámos um espaço a que dê-
mos o nome: “Pára um Momento”…
Como o nome sugere, este espaço, situado no coro da Capela, pre-
tende ser um local em que se deseja proporcionar, a quem o quiser
visitar - crianças, jovens, irmãs, colaboradores, pais, familiares… -
momentos de reflexão, oração, leitura, silêncio, partilha… momen-
tos de verdadeiro encontro consigo mesmo, com Deus e com os ou-
tros.
Será, assim acreditamos, um precioso auxiliar na educação da interio-
ridade que procuramos cultivar e desenvolver, especialmente, nas
nossas crianças e nos nossos jovens. Mas fica, igualmente, à disposição de todos os que quiserem e pude-
rem usufruir desses momentos de intimidade. Instituto de S. José – VILA DO CONDE
CCoollééggiioo NNoossssaa SSeennhhoorraa ddaa PPaazz –– PPoorrttoo
Visita Pascal
No dia 8 de abril, regressados das férias da Páscoa, toda a Comunidade Educativa recebeu uma visita mui-
to especial, dinamizada pelo Grupo de Acólitos de Santa Paula Frassinetti: a Visita Pascal percorreu todas
as salas do colégio, e anunciou a alegria da Páscoa da Ressurreição de Jesus.
Em cada sala fez-se uma oração comunitária e deu-se a imagem de Jesus ressuscitado a beijar.
Semana do Sorriso
Na semana de 27 a 30 de abril, a comunidade educativa do Colégio celebrou os pequenos e grandes mo-
tivos que nos fazem sorrir.
Todos foram convidados a partilhar, através de uma fo-
tografia, momentos que proporcionaram grandes sorri-
sos, e a portaria encheu-se de imagem, cor e, acima de
tudo, muitos sorrisos.
Também os intervalos e o recreio foram invadidos por
palhaços e palco de algumas atividades divertidas que
animaram todos os alunos.
Com a ajuda de todos, o Colégio da Paz celebrou o sor-
riso e os motivos que nos fazem sorrir!
Dia da Mãe
Há um domingo,
No mês de maio,
Que tem mais luz,
Que tem mais cor.
Em todo o mundo,
Por toda a parte,
Por cada mãe
Nasce uma flor.
Há um domingo,
No mês de maio,
Com mais afeto
E paixões.
Em todo o mundo,
Por toda a parte,
por cada mãe, ai,
Batem, batem corações.
10
Assim cantaram os meninos do 1.º ciclo às suas mães para comemorar o Dia da Mãe, a 4 de maio, na por-
taria do colégio.
Depois de canções e de um momento de oração, seguiram-se algumas atividades bem divertidas no giná-
sio, permitindo que mães e filhos se reunissem, divertissem, interagissem e convivessem num momento
muito especial.
Mês de Maria
Como é habitual no Colégio, celebrámos em maio o mês de Maria, Mãe de Jesus.
À semelhança dos momentos especiais do calendário litúrgico, procurámos viver este tempo com a parti-
cipação de toda a Comunidade Educativa, desde o Jardim de Infância até ao Ensino Secundário, com
tempos de oração diária ou semanal e, no final do mês, com a visita a cada turma da imagem de Nossa
Senhora.
Sacramentos de Iniciação Cristã
No dia 3 de maio, os alunos do 3.º ano celebraram a Festa da Eucaristia, na Igreja da Paróquia Senhora
da Conceição.
Depois de terem assumido, no início deste ano letivo, um exigente com-
promisso: “Queremos seguir Jesus” e de terem participado na catequese de
forma atenta, interessada e ambiciosa por conhecer cada vez mais e melhor
este amigo que é Jesus, os alunos receberam-nO pela primeira vez, num
momento muito importante para a vida de cada um, como cristão.
Para esta vivência tão especial, os alunos prepararam ainda, nas aulas de
Expressão Plástica, as suas pagelas.
Mais tarde, no dia 17, foi a vez de os alunos do 6.º ano celebrarem a festa da Profissão de Fé, também na
Igreja da Paróquia Senhora da Conceição. Foi um momento único na vida destes alunos que, com grande
alegria, aceitaram avançar mais uma etapa na sua vida espiritual e quiseram declarar publicamente os con-
teúdos da sua fé e a sua disposição em viver de acordo com o que professam.
De realçar ainda o batismo de alguns alunos do 1.º e 2.º ciclos, que decidiram professar conscientemente a
sua fé e participar da Igreja, da comunidade e da missão dos que seguem Jesus Cristo.
Encontro de Reflexão - Catequese
No fim de semana de 9 e 10 de maio, os
alunos da catequese do 7.º ano, o Grupo
de Jovens, os membros do Coro e do Gru-
po de Acólitos de Santa Paula Frassinetti es-
tiveram em retiro / encontro de reflexão,
na Serra da Estrela.
Este encontro, que se realizou pela primeira
vez no nosso colégio, com o tema Trans-
formados para Intervir, tinha diferentes
objetivos para cada um dos grupos. Assim,
para os alunos da catequese do 7.º ano repre-
sentou a mística da subida à montanha para receber as Bem-aventuranças; para o Grupo de Jovens, uma
preparação para o Crisma; e, para os que servem na Liturgia, a transformação da celebração e a vivência
da Eucaristia.
Sementes de Paz: caminhada, dádiva de sangue e concerto
O grupo de voluntariado e de solidariedade Sementes da Paz continua a promover algumas iniciativas.
À semelhança do que aconteceu no ano passado, realizou-se, no dia 29 de maio, um Concerto Solidário,
nas instalações do Ateneu Comercial do Porto, que contou com a presença do pianista Constantin Sandu
e, desta vez, com os seus convidados Marta Eufrázio (violino), Carlos Alves (clarinete) e Henk Van
Twillwert (saxofone).
As receitas deste concerto reverteram a favor da Porta Solidária e dos Missionários da Boa Nova.
No dia 30 de maio realizou-se uma Caminhada Solidária, na marginal de Matosinhos, para apoiar a Mis-
são AD-Gentes, Brasil 2015. Unidos a esta causa estiveram o Colégio Nossa Senhora da Paz e a Escola Su-
perior de Educação de Paula Frassinetti. Foi uma manhã que será lembrada pelo sol e pela boa disposição.
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Por último, como dar sangue é um gesto de vi-
da, verdadeiramente essencial, que demonstra
enorme preocupação pelos outros e pode salvar
vidas, o grupo de solidariedade convidou toda a
Comunidade Educativa a participar numa cam-
panha de Dádiva de Sangue.
Dia da Criança
No dia 1 de junho, os alunos do 1.º ciclo realizaram um conjunto de atividades de caráter lúdico, cultural
e, sobretudo, com muito convívio! Pretendia-se que todos se divertissem, aprendessem e tivessem um dia
diferente!
Para isso, todas as turmas passearam pela cidade em que vivem e que é, actualmente, um destino turístico
privilegiado: o Porto! Torre dos Clérigos, Igreja de Santa Clara, Ribeira, Ponte D. Luís, Câmara Municipal
do Porto, Livraria Lello, Praça dos Leões, Estação de São Bento e Sé eram os locais que constavam do
programa para os diferentes anos de escolaridade. Cada um seguiu um percurso diferente e todos se reu-
niram no Jardim da Cordoaria para um almoço especial e regional: Sandinha (a francesinha que se come à
mão), preparada propositadamente para os nossos alunos. Ana Luísa Correia
CCoovviillhhãã –– FFuunnddaaççããoo IImmaaccuullaaddaa CCoonncceeiiççããoo
Dia da Mãe
No dia 4 de maio celebrámos o dia da mãe. A data é uma home-
nagem a todas as mães e à maternidade e serve para reforçar e
demonstrar o amor dos filhos pelas suas mães.
Na nossa instituição este dia foi comemorado convidando todas as
mães das nossas crianças a passar algum tempo com os seus filhos
na sala de atividades. As mães brincaram com eles e fizeram várias
atividades conjuntas dentro de um horário pré-estabelecido. Todas
as salas elaboraram também um pequeno presente para oferecer à
mãe neste dia tão especial.
Mês de Maio
Maio, mês de Maria, nossa
Mãe. Este mês é um convite
para voltarmos o nosso olhar
para esta Mãe querida para
pedir-lhe que abra as mãos
maternas em bênção de cari-
nho sobre os nossos passos
nesta aventura que é educar.
Por isso, esta altura do ano, sensibilizamos as nossas crianças, desde
as mais pequenas às mais crescidas, a fazer reflexões alusivas a Nossa
Senhora.
Para isso, o nosso placard da Quaresma foi modificado, tendo colo-
cado nele a figura de Nossa Senhora, e convidámos as várias salas a
dirigirem-se ao átrio, onde estava colocado esse placard, para faze-
rem várias orações e cânticos dedicadas a Maria, nossa Mãe.
Outra das iniciativas deste mês, foi a colocação de uma fotografia de
Nossa Senhora no placard na entrada da Instituição, onde todas as
crianças, com a ajuda dos pais, confecionaram uma flor para Maria.
Foi uma iniciativa muito participada, pois todas as mães são muito
sensíveis ao amor materno de Nossa Senhora.
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Dia da Criança
No dia Mundial da Criança participámos numa iniciativa da
Câmara Municipal da Covilhã que, juntamente com o Clube
do Professor, organizou, dia 1 de junho, a “Ponte Solidária”.
Este evento celebrou o Dia Mundial da Criança reunindo no
Jardim Público e na Ponte da Carpinteira dezenas de crianças
pertencentes aos diferentes organismos educativos. A ponte
serviu de símbolo da união solidária entre as escolas e o
Mundo.
A vertente solidária da iniciativa está patente na recolha de
bens alimentares e brinquedos para serem distribuídos pelas
famílias mais carenciadas do município.
Passeio ao Museu do Pão em Seia
No dia 15 de maio, sexta-feira, as crianças mais novas do pré-
escolar visitaram o Museu do Pão situado em Seia, em plena
Serra da Estrela, tratando-se de um complexo museológico onde
é possível fazer uma pequena viagem ao maravilhoso mundo
do pão nas suas vertentes etnográfica, política, social, histórica
religiosa e artística.
Nesta visita,
começaram
por se deslo-
car ao Museu
num peque-
no comboio turístico de que as crianças muito gosta-
ram. Seguidamente, puderam conhecer o ciclo do pão
através de uma sala com catorze painéis ilustrados, a
que se juntam as alfaias e os utensílios para a sua pro-
dução. Puderam ver também a recriação de uma antiga
padaria com três moinhos em laboração. A visita finali-
zou-se com a elaboração do pão, e as nossas crianças
puderam pôr mãos-à-obra e trabalhar a massa que de-
pois faria o pão, que lhes foi oferecido.
Passeio ao Jardim Zoológico de Lisboa
As duas salas de finalistas foram visitar o Jardim Zoológico
em Lisboa no dia 22 de maio, sexta-feira.
Saíram da nossa cidade bem cedo e começaram esta aventu-
ra no autocarro até à capital.
À chegada ao Jardim Zoológico, as crianças puderam desfru-
tar de várias apresentações e atividades que lhes deram
oportunidade de conhecer melhor e até descobrir várias es-
pécies de animais que até então não conheciam ou que nun-
ca tinham visto ao vivo. Esta visita foi muito divertida, e as
crianças gostaram muito deste passeio que também as ajuda
a perceber a importância da conservação da biodiversidade.
Covilhã 2014/2015
CCoollééggiioo ddaa IImmaaccuullaaddaa CCoonncceeiiççããoo VViisseeuu
Publicado no jornal “Diário de Viseu”, este texto do Dr. César Rodrigues, no Diretor pedagógico do Co-
légio, mostra bem como “vestiu a camisola” da Família Doroteia.
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Projeto ajuda alunos com dificuldades de aprendizagem
AAnnttiiggaass aalluunnaass ee aalluunnooss ddoo CCoollééggiioo ddee VViisseeuu
Tiveram as suas reuniões em vária datas do mês de Maio e delas daremos notícias no próximo boletim in-
formativo.
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RReessiiddêênncciiaa UUnniivveerrssiittáárriiaa –– CCooiimmbbrraa
Festa de Finalistas da Carol
Como manda a tradição, quando
chega o último ano do curso, temos a
festa de finalistas, cá em casa. Este
ano foi a festa da Ana Carolina Ba-
jouco, mais conhecida, nesta casa,
por Carol.
A Carol viveu aqui durante 5 anos.
Frequentou o curso de Ciências Far-
macêuticas na Universidade de Co-
imbra.
Durante estes 5 anos, a Carol criou
amizades, cresceu e divertiu-se, passou por altos e baixos, e fez o percurso de caloira a cartolada.
Nesta festa, que reuniu antigas residentes, amigos e famílias, celebrou-se a vida da Carol, o seu percurso
como Mulher e universitária e as amizades que foram criadas.
A festa começou com um acolhimento aos convidados. Seguiu-se o almoço, fruto da partilha de todos.
Terminou com uma missa de ação de graças e uma foto de grupo, que não podia faltar.
A missa foi presidida pelo P. Paulo (Coordenador da Pastoral Universitária) e concelebrada pelo P. Eduar-
do (Dehoniano). No momento da oração dos fiéis, cada uma pôde agradecer o quanto a presença da Ca-
rol foi importante na sua vida. No ofertório, os pais da Carol levaram uma fotografia que representava a
família; o irmão mais novo, o Rui, levou uma imagem do Cristo dos Milagres, representando a dedicação
da Carol à sua Paróquia de origem, os Milagres; e o irmão do meio, o Daniel, tocou guitarra, contribuin-
do para a animação da missa. As Irmãs Graciosa e Joaquina levaram um quadro com dedicatórias das ra-
parigas que cá viveram este ano. A Patrícia, caloira de Ciências Farmacêuticas, levou rosas brancas que
simbolizavam o futuro, a Daniela (Dany) no 4º ano de Ciências Farmacêuticas, com quem a Carol parti-
lhou 4 dos 5 anos, levou a pasta que simbolizava o percurso académico.
Foi uma festa muito especial, familiar, única e criou a oportunidade de reunir amigos e famílias.
A Carol teve direito a tudo, como manda a tradição.
Obrigada, Carol, pela expansão da tua beleza interior. Com ela enfeitaste esta casa. Obrigada pelo teste-
munho de simplicidade, delicadeza e responsabilidade.
Maria Araújo, aluna do 1º ano de Arquitetura
A Saudade abriu o nosso coração…
Custou-nos muito voltar a ver vazios os espaços da casa que serviram ao postulantado e ao noviciado,
agora abertos a atividades necessárias.
Uma vez por mês vem a equipa da formação; esse, é um dia especial, na missa, na mesa, no movimento
pela casa. Na Semana Santa, os espaços foram habitados pelo grupo missionário / Brasil. Como gostámos
e rezámos, acompanhando!
Mas, pelo ano fora, outras oportunidades desenvolveram na Comunidade o espírito de acolhimento tão
testemunhado por Santa Paula. Situações pontuais, ligadas a Irmãs nossas e dos nossos campos de missão,
normalmente para acompanhar pessoas de família hospitalizadas. Agora vai também abrir-se, mensalmen-
te, a um grupo de oração para o seu retiro de um dia. Entre os orientadores está uma “Mãe de Paula.”
A caminhada espiritual foi-nos fazendo subir a nossa escada, movidas pelas experiências orientadas pela
equipa de formação e os tempos fortes do retiro de mês estão a refletir-se em comportamentos e no am-
biente fraterno da Comunidade. Mesmo o que já se fazia ganhou nova força. Os “carismas”pessoais das
Irmãs já bastante fragilizadas de saúde são postos a render com disponibilidade. Até uma bela toalha de
altar, com uma magnífica renda, foi possível… Desde a festa do Corpo de Deus lá está a encantar-nos a
todas.
O nosso acolhimento tem de limitar-se à disponibilidade dos espaços, mas as pessoas ficam-nos tão gratas
e tão ligadas! Talvez pelos contactos, interesse, oração…
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Mantemos ainda a relação com a Paróquia e Capela dos Franciscanos pela catequese; a equipa de leigas
tem a delicadeza de vir, à noite, preparar as sessões de catequese com a Irmã que presta esse serviço. A
Comunidade beneficia da comunicação fiel; até vamos “conhecendo” os miúdos…”
A Comunidade da Residência das Irmãs/Coimbra
AAccoonntteecceeuu...... AAccoonntteeccee...... AAccoonntteecceerráá......
No dia 14 de Junho, as Juniores Paula Martins
e Idalécia renovaram os Votos Temporários na Comunidade da ESEPF/Postulantado, juntan-do as duas comunidades de que fazem parte estas Irmãs.
O Encontro de Irmãs Professas, até 45 anos, de toda a Congregação está a realizar-se em Fátima, de 20 a 30 de Junho. Estão reunidas,
com o Governo Geral, onze Irmãs de Angola, cin-co Irmãs do Brasil Nordeste, uma Irmã do Brasil Sul, duas Irmãs de Itália, duas Irmãs de Portugal (Anabela Pereira e Lisete Gonçalves), uma Irmã de Moçambique. Faltou uma Irmã das Filipinas.
Estamos todas convidadas para o encerramento a 30 de Junho com a Missa das 12.30 na Capelinha das Aparições, seguida de almoço.
Familiares de Irmãs falecidos:
Faleceu a 14 de Maio uma irmã da Irmã Conceição Leal, da Comunidade de Viseu.
Faleceu no dia 26 de Maio a mãe da Irmã Fernanda Santos, da Comunidade da Residência de Santa Do-
roteia - Calvanas.
Agradeço a todas as Irmãs, e foi de todas as Comunidades que recebi mensagens de carinho, agora
nesta última semana de Maio, a quando do falecimento da minha querida Mãe.
Maria quis vir buscá-la para terminar o seu sofrimento, pois já há 3 anos e meio que estava muito
doente, e os já avançados 95 anos não a deixaram resistir mais.
Agora, sereninha e no seio de Deus, olha para nós dum modo diferente, para o meu pai com 95
anos, para os filhos, netos e bisnetos (a quem chamava os pequeninos e com quem gostava de
brincar...).
Agradeço as Eucaristias já celebradas por ela e as que ainda se projetam no 7º dia, aqui na aldeia e
na Igreja do Coração de Jesus em Viseu.
Um agradecimento muito sentido às Irmãs presentes no funeral, as Irmãs da minha comunidade
que se deslocaram de Lisboa a Viseu com a Ilda, as Irmãs de Viseu e a Irmã São Oliveira que ainda
ia para o Porto.
Para todas um OBRIGADA da minha família e um beijo especial meu para todas e cada uma.
Irmã Fernanda Santos
Faleceu no dia 17 de Junho um irmão da Irmã Fernanda Manso, da Comunidade do Alto do Lumiar.
IIrrmmãã GGlloorriinnhhaa -- MARIA DA GLÓRIA DUQUE FERREIRA
Faleceu no Sardão a 07 de Maio de 2015, com 92 anos de idade e 75 de Vida Religiosa.
Escreve a Irmã Maria da Conceição Ferreira Pinto, Coordenadora da Comunidade:
Foi mesmo no dealbar do dia 7 de Maio, que Maria, no mês a ela dedicado, veio condu-
zir ao seio da Trindade a nossa querida Irmã Maria da Glória Duque Ferreira, 8 minutos
depois da meia-noite.
Grande missionária – 50 anos em África, distribuídos por Angola, Moçambique e S. Tomé.
O seu zelo apostólico sempre a conduziu, com muita discrição e atenção aos outros sobretudo os mais
débeis. Esse zelo tão notório estendeu-se até aos seus últimos dias no Hospital. Chamava as Enfermeiras
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meninas e dizia-lhes que viessem para junto dela, para lhes ensinar as orações. Disse-me muito espantada:
“Veja lá que não sabem rezar, mas eu estive a ensiná-las”.
Repetia vezes sem conta a mesma oração: “Tudo por Vós, meu bem imenso, quanto sou, quanto faço,
quanto digo, quanto sofro e quanto penso”. Já está junto do seu “BEM IMENSO” para sempre. Foi um
grande testemunho de vida para todos os que a trataram e por ela sentiam carinho. Que de junto de Deus
peça por nós.
E a Secretaria Provincial acrescenta: Desde finais de 1981 acompanhou a Irmã Maria Rita Valente Perfeito
na Namaíta (Moçambique) no serviço fraterno aos leprosos. Na madrugada de 4 de Outubro de 1983 fo-
ram raptadas pela Renamo.
Queridas Irmãs!
Recebemos com muita tristeza a notícia do falecimento da Irmã Maria da Glória Duque Ferreira, mas, por
outro lado, anima-nos a esperança de termos mais uma intercessora junto de Jesus e a certeza de que a
grande missionária fará com que as sementes que colocou nas terras de África durante 50 anos se multipli-
quem, "cem por um". Das vossas Irmãs angolanas.
Visitas de Deus à Casa Paula Frassinetti
Dizia Santa Paula (Carta 677): O Senhor visitou-nos com doenças e mortes (...). Seja bendito por tudo,
porque tudo faz e dispõe para o nosso bem.
Podemos dizer também: Em três meses e meio, o Senhor visitou-nos com 3 mortes... «Deus faz sinal; - que
nos quer Deus?». No dia 7 de Março, 'visitou-nos'... e levou consigo a Irmã Maria Helena Dias Ferreira.
Agora, com uma semana de intervalo, 'visitou-nos' e levou consigo a Irmã Maria Augusta Carvalho e a
Irmã Maria Ausenda Braz. E todas três fortemente liagadas a Angola.
Queremos dizer com Santa Paula: Seja bendito por tudo, porque tudo faz e dispõe para o nosso bem… E
repetimos: «Deus faz sinal; - que nos quer Deus?»
Lembramos que uma e outra (Maria Augusta Carvalho e Maria Ausenda Braz) fizeram parte do 1º
governo da Província de Angola, sendo Provincial a Irmã Júlia Maria Gamas Pires (13 de Maio de 1975).
IIrrmmãã MMaarriiaa AAuugguussttaa CCaarrvvaallhhoo
Nasceu a 30 de Agosto de 1920 em «Aldeia das Dez», que ela sempre recordava.
Podia esquecer-se de muitas coisas, mas o nome da terra onde nasceu e o nome
dos 10 irmãos, não esquecia nunca. E explicava, a quem lhe perguntava se o nome
Aldeia das Dez era por serem 10 irmãos... sabendo que era pura coincidência...
Faleceu em Lisboa - Casa Paula Frassinetti - a 14 de Junho de 2015.
Os últimos anos desta Irmã são a imagem do 'mistério' que é a vida humana... Ca-
minhadas sem parar... como quem tem alguém à espera... E o Senhor esperava-a no Céu, aquele Céu que
ela foi construindo na terra com o seu acolhimento, a sua presença próxima, acolhedora, não se poupan-
do a qualquer sacrifício para fazer os outros felizes.
Grande educadora, foi também grande missionária. Deu sobretudo a sua vida em Angola, onde esteve
cerca de 20 anos, e também em Moçambique (Nova Freixo, onde foi Coordenadora). Em Portugal, a sua
acção apostólica foi sobretudo em Évora (13 anos) e no Parque (cerca de 30 anos), deixando sempre uma
marca de proximidade e serenidade. Os últimos anos de vida (no Parque e na Casa Paula) foram difíceis,
sem nunca deixar a sua relação tão próxima e amiga. Há cerca de 3 semanas, um AVC tornou-a mais de-
pendente e deixou-a em grande sofrimento; mas faleceu serena.
A Irmã Maria Augusta foi professora/educadora na Póvoa de Varzim, em Évora, no Externato do Parque,
mas a sua actividade apostólica foi mais em Angola, onde foi Coordenadora de várias Comunidades.
Esteve dois anos em Vila Coutinho (Moçambique), onde foi também Coordenadora de Comunidade.
Diz uma Irmã que viveu com a Irmã Maria Augusta em Angola: «Foi verdadeira 'mãe' para a Comunidade
e para os de fora. No tempo da guerra tratava os Seminaristas com todo o carinho, e eles diziam: 'Onde
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está a nossa mãe?'. Muito acolhedora, abria a casa a todas as pessoas que queriam refigiar-se lá. Incutia
serenidade, sobretudo nos momentos mais assustadores do tempo da guerra».
Da História das Doroteias em Angola (1934 - 1980):
Falando da chegada de duas Irmãs, diz: Acompanhava-as a Irmã Maria Augusta Carvalho, presença cons-
tante em tantos momentos! Com que carinho e alegria foram recebidas estas duas queridas Irmãs!
E falando do Lobito diz: Não podemos esquecer a nossa Irmã Maria Augusta, que não se poupou a traba-
lhos e fadigas para que nos sentíssemos bem e felizes.
Dizem as Irmãs do Externato do Parque:
Com saudade recordamos a nossa Irmã Maria Augusta na sua passagem longa por esta Casa, por várias
vezes num total de cerca de 30 anos. Sempre próxima, sempre bem disposta, com carinho pelas crianças
por quem tinha uma predileção especial. Chamavam-lhe a avozinha. Desde a Administração, Contabili-
dade, Secretaria, Obras, Horta e Jardim, Sacristã, em tudo serviu o Senhor com disponibilidade, entrega e
simplicidade. Mas a sua grande paixão eram as flores. Até aos últimos dias que esteve no Parque, ia para o
jardim e horta cuidar das flores, e trazia sempre um raminho, uns frutos que ofertava às Irmãs da Comu-
nidade Escolar. Quando passava no corredor das aulas visitava as Irmãs dessa Comunidade. Por todo o
seu testemunho, pela sua obra, as Irmãs e os Leigos do Externato do Parque lhe estão gratos, pedindo que
Deus a recompense pelo bem que fez.
Diz a Irmã Laurentina Mendonça:
Estávamos em 1975 e os conflitos partidário de então trouxeram para Sá da Bandeira, hoje Lubango, mui-
tos refugiados do interior. As alunas do Lar foram indo pouco a pouco para as suas famílias. Encontrando-
me mais disponível, sugeri proporcionar algum apoio àquela população. Para o efeito precisava de trans-
porte: idas ao hospital, ao aeroporto, aos armazéns… e quem pudesse ajudar com roupas e mantimentos.
A Irmã Maria Augusta, pronta no seu sim, revelou uma abertura e generosidade que não consigo calar!
Alguns sacos bem recheado me meteu no carro, lembro bem!! No dia em que levei a mãe da Irmã Valério
ao aeroporto, e no regresso fui apanhada por um tiroteio, disse-me quando cheguei a casa: “Foi uma im-
prudência... mas a Madre Fundadora não lhe ralhava!”. Isto marcou-me na vida da Irmã Maria Augusta.
IIrrmmãã MMaarriiaa AAuusseennddaa BBrraazz
A Irmã Maria Ausenda nasceu a 20 de Agosto de 1925 em Caala - Angola. Entrou
na Congregação a 25 de Junho de 1951.
Depois de 6 anos em Portugal, dedicando-se ao ensino nos Colégios da Póvoa de
Varzim, Covilhã e Externato do Parque, regressou à 'sua Angola', onde generosa-
mente procurou responder a todas as necessidades. Inseriu-se mais na missão,
aprendendo a língua da região para maior facilidade de comunicação. Pensar na
Irmã Maria Ausenda é pensar em Angola.
Foi uma verdadeira missionária, sempre a querer ir mais longe, com preferência pelos mais carenciados.
Nunca queria ir de mãos vazias, levando alimentos para quem passava fome. Muito 'aventureira', ultra-
passava todos os obstáculos, indo sempre em frente. Respeitava muito as Irmãs, e ajudava-as em tudo.
Nada queria para ela: era só dar... só dar...
No livro «Doroteias em Angola (1934-1980)» pode ler-se um bocadinho do que foi a sua vida missionária:
Em 1975, a guerra civil que se fez sentir no Lobito, a saída de Irmãs para Portugal, a insegurança em que
se vive, fazem com que as Irmãs deixem de habitar no Alto Liro. No entanto, a partir da Comunidade do
Colégio, a Irmã Maria Ausenda Braz foi respondendo às necessidades mais urgentes da Obra.
Nesse mesmo ano, o Padre Emílio Frick, Superior Regional dos Missionários de La Salette, solicitou uma
ajuda que considerava imprescindível: a presença da Irmã Maria Ausenda Braz junto da Congregação nas-
cente [as Irmãs de Santa Catarina], para ajudar nos primeiros passos da sua formação. Após a licença de
Roma, a Irmã Maria Ausenda iniciou a sua acção em Agosto de 1976, procurando sempre ser “uma Irmã
entre as Irmãs”. Tomou a seu cargo a escolarização, ao mesmo tempo que fez vida de comunidade com as
Irmãs. Através de uma presença discreta de Irmã mais velha, a Irmã Maria Ausenda ajudou este Instituto nas-
cente, servindo com dedicação e generosidade a Igreja Missionária.
Depois desta vida entregue, ao regressar a Portugal, em 1994, esteve no Lar de Abrantes, no Externato do
Parque e em Fátima, vindo para a Casa Paula em 2007. O seu estado de saúde foi-se progressivamente
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deteriorando. Muitas foram as vezes em que se esperava a 'partida'... e afinal veio a falecer 'sem aviso'...
Agora está em Deus.
Queridas Irmãs!
Estamos muito unidas a cada uma de vós, nestes últimos momentos da entrada no céu da nossa Irmã Ma-
ria Augusta e agora da Irmã Maria Ausenda. Recordamos o seu itinerário de entrega sem reservas de uma
e de outra á actividade missionária cá em Angola, o seu serviço incansável às Comunidades por onde pas-
saram. Para nós é também momento de gratidão a Deus por tudo o que as duas Irmãs semearam no solo
angolano e que tem dado muito fruto. Estamos certas de que "se as perdemos como companheiras, ga-
nhámo-las como advogadas no céu”, como diz Santa Paula.
Em comunhão de sentimentos, um forte abraço das Irmãs de Angola
AAnnoo ddaa VViiddaa CCoonnssaaggrraaddaa
A minha vocação
Nasci de uma família remediada que vivia do trabalho do campo. Os meus pais eram
muito unidos e muito amigos. Criaram-nos num ambiente de muita união e de muita
alegria, na nossa casa era uma festa contínua. Éramos nove irmãos, oito raparigas e
um rapaz que morreu aos dez anos: eu era a 6ª das mais velhas. Os meus pais eram
pessoas de Deus e transmitiram-nos esse amor. Todos os dias rezávamos o terço em
conjunto. Sempre que possível, íamos à missa, mas, se não podíamos, o Senhor Prior
ia a outra hora dar-nos a comunhão.
O meu pai era o sacristão e nós tínhamos os arranjos da Igreja e das roupas; a minha mãe queria que fi-
zéssemos tudo muito bem feito. As hóstias era o meu pai que as fazia e nós íamos ajudando e aprenden-
do. Eles faziam tudo por nos transmitirem, em tudo, o seu grande amor a Nosso Senhor. Ensinavam-nos a
respeitar todas as pessoas; lembro-me de que a minha mãe nos dizia: “Quando se passa pelas pessoas, dá-
se o bom-dia, a boa-tarde…”, e como ela era muito amiga de toda a gente e gostava de lhes fazer bem,
levava-nos a fazer o mesmo. Ao ensinar-nos a fazer os trabalhos, quaisquer que eles fossem, queria que
fossem bem feitos e dizia-nos: “Nosso Senhor também gosta que façamos tudo bem”.
Fui criada assim numa vida muito simples mas, ao mesmo tempo, exigente. Eu ia crescendo mas nunca
pensei em ser freira, religiosa…
O Senhor P. Américo começou a ir para lá com os “Gaiatos”. Ficavam num casarão antigo que pertencia
aos meus pais. Nós gostávamos muito deles e de os ajudáar. Iam também as Criaditas dos Pobres mas eu
não mudei nada, gostava delas mas o coração não se moveu. Elas lavavam a sua roupa e iam estendê-la
na nossa eira. Lembro-me de que a minha mãe, um dia, me perguntou: “Trindade, não gostavas de ter
um avental como o das Irmãzinhas?”. Não sei o que lhe respondi; a minha mãe afeiçoou-se muito a elas e
ajudou-as sempre muito; eu continuava a minha vida normal. Sentia que não me faltava nada. Depois, fo-
ram também para lá as Jacistas de Coimbra e, com elas, duas Irmãs Doroteias – a Madre Maria José Mar-
tins e a Irmã Graça. Iam à Missa e, como de costume, sempre que possível, nós também íamos. Eu gostava
de as acompanhar até à minha casa; elas seguiam e eu ia para a minha vida. Continuei sem pensar ser frei-
ra, mas Nosso Senhor ia-me trabalhando sem eu dar conta. Não sei bem como comecei a pensar: e se eu
fosse para o pé da Madre Martins? Até que um dia disse ao Senhor Prior: parece que gostava de ir para o
pé da Madre Martins! Ele escreveu-lhe logo e, passados poucos dias, respondeu a dizer que fosse quando
quisesse que tinha muito gosto. Já não sosseguei… E fui dizendo em casa, mas ninguém acreditava. Até
que um dia disse à minha mãe que queria mesmo ir, ela aceitou. Eu não tinha coragem de dizer ao meu
pai porque sabia que ele ia sofrer muito, e pedi à minha mãe que lho dissesse. Passados dias ela comuni-
cou-me: “Olha, já disse ao teu pai e ele disse que sim que te deixava ir”.
Fui arranjando algumas coisas e pedi a uma minha tia, irmã do meu pai, se ela me ajudava a arranjar as
coisitas que era preciso trazer. E, no dia 21 de Novembro de 1943, entrei em Coimbra.
Não posso pensar o que foi a minha despedida de todos. A minha mãe apertava-me ao coração e parece
que se desfazia dizendo: “Nunca mais te torno a ver!” As minhas irmãs também. Foi difícil. O meu pai
não tinha coragem, eu chamava por ele mas não me aparecia. Por fim lá veio, agarrou-se a mim, aperta-
va-me num pranto que metia dó. Foi um momento muito difícil! Mas Nosso Senhor deu-me muita força e
muita coragem. E, ao entrar nas portas da casa religiosa, senti-me felicíssima e sou-o até hoje…
Testemunho da Irmã Maria da Trindade Figueira de Almeida Videira
natural de S. Pedro d’Alva / Penacova, agora na Comunidade da Residência das Irmãs – Coimbra
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HUMANIZAÇÃO DO QUOTIDIANO em Santa Paula
Ouves os passos de quem caminha a teu lado?
(inscrição na Estação do Lumiar do Metro de Lisboa)
O relacionamento de Paula com os outros era pautado por pequenos gestos de ter-
nura que deixavam marcas indeléveis em todos aqueles que com ela viveram ou al-
guma vez com ela se cruzaram. É de crer que esta atitude tenha tido por fundamento
a enorme importância que atribuía às coisas pequenas, como se pode verificar percor-
rendo o seu vasto epistolário:
E se sentimos em nós vazio e tristeza (…) [é] talvez por não termos tido nas nossas obras a recta e pura
intenção que deveria sempre animar as nossas acções, mesmo as mais pequenas (Carta 107,1).
Lemos com muito gosto a parte da história dos princípios dessa fundação, escrita pela Irmã Josefina; que
continue a escrever, relatando tudo o que vos acontece, ainda que pareça pequeno: tudo edifica e dá gos-
to saber (273,5).
Basta que façamos tudo com Jesus para que possamos dar grande glória a Deus, mesmo com as coisas
mais pequenas e indiferentes; portanto, atenta em fazer tudo com Jesus (301,6).
Seja, portanto, firme a nossa vontade, não só em não querer desgostá-l’O, ainda que em coisas pequenís-
simas, mas também em querer amá-l’O… (334,7).
Coragem, portanto, e coragem sempre renovada; muita generosidade nos sacrifícios, grandes e pequenos
(338,3).
Oh, como é bom o Senhor! E como generosamente compensa os pequenos sacrifícios que por Ele se fa-
zem! (493,2).
(…) o pensamento de poder fazer com frequência alguma pequena oferta a um Coração tão cheio de amor é
um grande conforto! (506,9).
E o que de modo particular vos recomendo é que façais muito caso das coisas pequenas tanto no evitar
defeitos, como no exercício das virtudes. Gravai bem na mente e no coração que nunca é coisa pequena a
que pode desagradar a Deus, e que nunca é de pouca importância aquilo que pode dar-Lhe gosto. Além
disso, um pequeno furo num barco, não tapado a tempo, pode ser causa do seu afundamento; e os pe-
quenos lucros postos à parte pelos negociantes diligentes são, a maior parte das vezes, a origem das suas
grandes riquezas (685,4).
Fazei agora a aplicação desta dupla comparação e utilizai-a em vosso benefício (…); e fazei caso dos pe-
quenos sacrifícios. As ocasiões para fazer grandes sacrifícios apresentar-se-vos-ão raramente, mas os pe-
quenos podeis fazê-los a cada instante (685,5).
(…) quereria que o principal empenho de cada uma fosse a exactidão nas coisas pequenas, evitando toda a
sombra de defeito e não descurando as pequenas ocasiões de praticar actos de virtude, ainda que pequenís-
simos; procurá-las até, para delas fazer um tesouro (789,7).
(…) cada uma procure a perfeição em tudo, agindo sempre em espírito de amor, em espírito de gratidão
e em espírito de sacrifício, fazendo muito caso das coisas pequenas, isto é, propondo-se evitar não só os
pequenos defeitos, mas também as imperfeições voluntárias (862,8).
Fazei muito caso das coisas pequenas, quer evitando os defeitos, quer praticando as virtudes; abraçai to-
das as ocasiões que se vos apresentem de vos humilhardes, de vos mortificardes e de praticar a bela virtu-
de da caridade fraterna (867,10).
Irmã Diana Barbosa
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PPaappaa FFrraanncciissccoo
O Papa Francisco termina assim a sua maravi-
lhosa Encíclica Laudato si:
Depois desta longa reflexão, jubilosa e ao mesmo tempo dramática, proponho duas orações: uma que podemos partilhar to-dos quantos acreditam num Deus Criador Omnipotente, e outra pedindo que nós, cristãos, saibamos assumir os compromis-sos para com a criação que o Evangelho de Jesus nos propõe.
Oração pela nossa terra
Deus Omnipotente, que estais presente em todo o universo e na mais pequenina das vossas criaturas, Vós que envolveis com a vossa ternura tudo o que existe, derramai em nós a força do vosso amor para cuidarmos da vida e da beleza. Inundai-nos de paz, para que vivamos como irmãos e irmãs sem prejudicar ninguém. Ó Deus dos pobres, ajudai-nos a resgatar os abandonados e esquecidos desta terra que valem tanto aos vossos olhos. Curai a nossa vida, para que protejamos o mundo e não o depredemos, para que semeemos beleza e não poluição nem destruição. Tocai os corações daqueles que buscam apenas benefícios à custa dos pobres e da terra. Ensinai-nos a descobrir o valor de cada coisa, a contemplar com encanto, a reconhecer que estamos profundamente unidos com todas as criaturas no nosso caminho para a vossa luz infinita. Obrigado porque estais connosco todos os dias. Sustentai-nos, por favor, na nossa luta pela justiça, o amor e a paz.
Oração cristã com a criação
Nós Vos louvamos, Pai, com todas as vossas criaturas,
que saíram da vossa mão poderosa. São vossas e estão repletas da vossa presença
e da vossa ternura.
Louvado sejais, Filho de Deus, Jesus, por Vós foram criadas todas as coisas.
Fostes formado no seio materno de Maria, fizestes-Vos parte desta terra,
e contemplastes este mundo com olhos humanos.
Hoje estais vivo em cada criatura com a vossa glória de ressuscitado.
Louvado sejais, Espírito Santo, que, com a vossa luz, guiais este mundo para o amor do Pai
e acompanhais o gemido da criação, Vós viveis também nos nossos corações
a fim de nos impelir para o bem.
Louvado sejais, Senhor Deus, Uno e Trino, comunidade estupenda de amor infinito,
ensinai-nos a contemplar-Vos na beleza do universo, onde tudo nos fala de Vós.
Despertai o nosso louvor e a nossa gratidão
por cada ser que criastes. Dai-nos a graça de nos sentirmos
intimamente unidos a tudo o que existe. Deus de amor,
mostrai-nos o nosso lugar neste mundo como instrumentos do vosso carinho
por todos os seres desta terra,
porque nem um deles sequer é esquecido por Vós. Iluminai os donos do poder e do dinheiro
para que não caiam no pecado da indiferença, amem o bem comum, promovam os fracos,
e cuidem deste mundo que habitamos.
Os pobres e a terra estão bradando: Senhor, tomai-nos sob o vosso poder e a vossa luz,
para proteger cada vida, para preparar um futuro melhor,
para que venha o vosso Reino
de justiça, paz, amor e beleza. Louvado sejais!
Amen.
Vamos acompanhar o Papa Francisco na
sua Viagem Apostólica ao Equador, à
Bolívia e ao Paraguai, de 5 a 13 de julho
de 2015.