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Ronaldo Silva, Cap PM EMPREGO DAS FERRAMENTAS DE ANÁLISE CRIMINAL NO PLANEJAMENTO OPERACIONAL NOS BATALHÕES DA 12ª REGIÃO DA POLÍCIA MILITAR: ANÁLISE E DIAGNÓSTICO Belo Horizonte, 2005

Ferramentas de Análise Criminalbibliotecapolicial.com.br/upload/documentos/ANALISE-CRIMINAL-NOS... · de vídeo, mouse, teclado, enfim, qualquer periférico ou outro componente eletrônico

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Ronaldo Silva, Cap PM

EMPREGO DAS FERRAMENTAS DE ANÁLISE CRIMINAL NO PLANEJAMENTOOPERACIONAL NOS BATALHÕES DA 12ª REGIÃO DA POLÍCIA MILITAR: ANÁLISE E

DIAGNÓSTICO

Belo Horizonte, 2005

Ronaldo Silva, Cap PM

EMPREGO DAS FERRAMENTAS DE ANÁLISE CRIMINAL NO PLANEJAMENTOOPERACIONAL NOS BATALHÕES DA 12ª REGIÃO DA POLÍCIA MILITAR: ANÁLISE E

DIAGNÓSTICO

Monografia apresentada à Academia de Polícia Militar e àFundação João Pinheiro, como requisito para aprovação noCurso de Especialização de Segurança Pública, sob orientaçãode conteúdo do Ten Cel PM Hudson Ferreira Bento.

Belo Horizonte, 2005

AGRADECIMENTOS

Inicialmente agradeço a Deus por me guiar nos momentos difíceis, zelando

por minha saúde física, mental e espiritual e a meus pais Noé e Maria Aparecida, pela

educação e formação que me proporcionaram.

A minha amada esposa Angélica, a quem presto esta reconhecida

homenagem pelo carinho, paciência e compreensão, possibilitando-me momentos de

reflexão e dedicação aos estudos para conclusão desta tarefa.

A minha querida filha Paula Marina, pelo seu carinho e compreensão quanto

aos momentos de minha ausência.

A todos os meus familiares e amigos que torcem pelo meu sucesso.

Ao Coronel Cabral, por haver prestado auxílio necessário, vindo a

proporcionar o pleno êxito deste trabalho.

Ao Coronel Hudson, meu orientador, pela dedicação, competência e amizade,

bem como pelos conhecimentos que me repassou ao longo dessa jornada.

Ao Tenente Coronel Campos, Chefe da PM/3, que muito contribuiu para o

sucesso deste trabalho.

A Professora Helena Schirm que, com muita dedicação e profissionalismo,

prestou todo apoio quanto à revisão e correção desta monografia.

Aos Professores, por terem nos guiado além das teorias, das filosofias e das

técnicas. Por nos terem dado consciência do valor de nossa profissão.

Aos meus colegas de curso que me apoiaram nos momentos difíceis.

A todos aqueles que, direta ou indiretamente, contribuíram para que este

trabalho fosse concluído com êxito e atingisse os objetivos propostos.

i

SUMÁRIO

LISTA DE ABREVIATURAS................................................................................................. iii

DEFINIÇÃO DE PALAVRAS E TERMOS............................................................................. iv

RESUMO ............................................................................................................................. vii

ABSTRACT .........................................................................................................................viii

1 INTRODUÇÃO....................................................................................................................9

2 IDENTIDADE ORGANIZACIONAL ...................................................................................152.1 Contextualização..........................................................................................................162.2 Fundamentação............................................................................................................16

3 GESTÃO DO CONHECIMENTO ......................................................................................223.1 Tecnologias da informação .........................................................................................233.1.1 Dado, informação e conhecimento ..............................................................................243.1.2 Gerenciamento humano..............................................................................................263.2 Aspectos da análise criminal ......................................................................................273.2.1 Escorço histórico.........................................................................................................273.2.2 Noções básicas de análise criminal.............................................................................283.2.3 Análises quantitativa e qualitativa................................................................................303.2.4 Tipos de análise criminal .............................................................................................313.2.5 Qualificação técnica do analista criminal .....................................................................333.2.6 Construção de ambiente de análise criminal na Polícia Militar ....................................363.2.7 Processo de análise criminal na Polícia Militar ............................................................373.2.8 Participação comunitária na análise criminal ...............................................................373.2.9 Ferramentas de análise criminal..................................................................................393.3 Mapeamento da criminalidade ....................................................................................413.3.1 Evolução histórica .......................................................................................................423.3.2 Sistema de Informação Geográfica .............................................................................433.3.3 Mapas .........................................................................................................................453.3.4 Zonas quentes de criminalidade..................................................................................473.3.5 Geoprocessamento na Polícia Militar ..........................................................................473.4 Estatísticas criminais...................................................................................................513.4.1 Breve histórico ............................................................................................................513.4.2 Contextualização.........................................................................................................523.4.3 Exemplos de interpretações imprecisas ......................................................................533.4.4 Índices de criminalidade..............................................................................................54

4 PLANEJAMENTO ............................................................................................................564.1 Contextualização..........................................................................................................574.2 Definições de planejamento ........................................................................................584.3 Inovação e criatividade ................................................................................................584.4 Princípios do planejamento.........................................................................................604.4.1 Princípios gerais do Planejamento ..............................................................................604.4.2 Princípios específicos do planejamento.......................................................................614.5 Tipos de planejamento ................................................................................................624.5.1 Planejamento estratégico............................................................................................624.5.2 Planejamento tático.....................................................................................................634.5.3 Planejamento operacional ...........................................................................................634.6 Planejamento na Polícia Militar ...................................................................................644.6.1 Normatização ..............................................................................................................64

ii

4.6.2 Planejamento participativo ..........................................................................................654.6.3 Execução do planejamento .........................................................................................694.6.4 Avaliação do planejamento .........................................................................................71

5 METODOLOGIA ...............................................................................................................735.1 Tipo de pesquisa ..........................................................................................................745.2 Natureza da pesquisa ..................................................................................................745.3 Método de abordagem .................................................................................................745.4 Método de procedimento.............................................................................................745.5 Técnicas........................................................................................................................755.6 Universo da pesquisa ..................................................................................................765.7 Tipo de amostragem ....................................................................................................775.8 Tratamento estatístico .................................................................................................785.9 Limitações ....................................................................................................................78

6 UTILIZAÇÃO DAS FERRAMENTAS DE ANÁLISE CRIMINAL .......................................796.1 Diagnóstico sobre a utilização ....................................................................................806.2 Recursos humanos e logísticos..................................................................................866.3 Planejamento participativo..........................................................................................876.4 Execução do planejamento .........................................................................................986.5 Metas de redução da criminalidade ..........................................................................1076.6 Avaliação dos serviços prestados............................................................................108

7 CONCLUSÕES E SUGESTÕES ....................................................................................1107.1 Conclusões.................................................................................................................1117.2 Sugestões...................................................................................................................115

REFERÊNCIAS .................................................................................................................118

APÊNDICE A: MAPA DO ESTADO DE MINAS GERAIS..................................................121

APÊNDICE B: MAPA DA 12ª REGIÃO DA POLÍCIA MILITAR.........................................122

APÊNCICE C: ROTEIRO DE ENTREVISTAS ...................................................................123

APÊNCICE D: QUESTIONÁRIOS .....................................................................................126

APÊNDICE E: ESTATÍSTICA CRIMINAL..........................................................................130

iii

LISTA DE ABREVIATURAS

BPM - Batalhão da Polícia Militar

Cia PM - Companhia de Polícia Militar

Cmt - Comandante

CONSEP - Conselho Comunitário de Segurança Pública

COPOM - Central de Operações da Polícia Militar

CPU - Central Processing Unit (português: Unidade Central de Processamento)

DBF - Data Base File

DPSSP - Diretriz para Produção de Serviços de Segurança Pública

GPS - Global Positioning System: português: Sistema de Posicionamento Global

IC - Índice de criminalidade

ICV - Índice de criminalidade violenta

P/2 - Seção de Inteligência de Batalhão

P/3 - Seção de Planejamento de Batalhão

PM - Policial Militar

PM/2 - Seção de Inteligência do Estado Maior da Polícia Militar

PM/3 - Seção de Planejamento do Estado Maior da Polícia Militar

PMMG - Polícia Militar do Estado de Minas Gerais

POG - Policiamento ostensivo geral

PRODEMGE - Processamento de Dados do Estado de Minas Gerais

PROERD - Programa Educacional de Resistência às Drogas e à Violência

REDS - Registro de Eventos de Defesa Social

RPM - Região da Polícia Militar

SIDS - Sistema Integrado de Defesa Social

SIG - Sistema de informação geográfica.

SPSS - Statistical Package for the Social Sciences

TI - Tecnologia da informação

iv

DEFINIÇÃO DE PALAVRAS E TERMOS

ArcView - Programa informatizado utilizado para trabalho com informações

geográficas.

Banco de dados - Conjunto de informações inter-relacionadas, organizadas e

estruturadas em forma de arquivo. Cada arquivo de banco de

dados é constituído de registros e campos os quais armazenam

as informações.

Dbase - Aplicativo criado na década de 80, cuja finalidade é permitir a

criação e manipulação de arquivos de banco de dados. Muito

fácil de operar, porém, tinha a desvantagem de ser lento no

tratamento das informações. Suas versões mais recentes

podem ser utilizadas em conjunto com o Clipper no

desenvolvimento de sistemas de gerenciamento de banco de

dados.

DBF - Data Base File, que significa extensão de arquivos de bancos de

dados criados no Dbase.

Eventos especiais - São eventos previsíveis, como shows musicais, partidas de

futebol, dentre outros.

Excel - Aplicativo utilizado para o desenvolvimento de planilhas

eletrônicas de cálculos, que faz parte do pacote Microsoft Office.

Hardware - Toda parte física de um computador e seus componentes.

Sendo assim, quaisquer placas, unidades de discos, micro

chips, microprocessadores, sistemas de cabeamento, monitores

de vídeo, mouse, teclado, enfim, qualquer periférico ou outro

componente eletrônico adaptado ou conectado à CPU.

Home-page - Página de entrada em um site da Web, ou de outro sistema de

hipertexto ou de hipermídia, que contém uma apresentação

geral e um índice, com elos de hipertexto que remetem às

principais seções de conteúdo do site.

Hot spots - Zonas quentes de criminalidade. São os locais de maior

concentração de crimes.

Interface - Dispositivo físico ou lógico que faz a adaptação entre dois

sistemas.

Intranet - Rede interna utilizada em empresas de pequeno a grande porte,

que permite o acesso de seus usuários à internet, devido ao uso

v

de um protocolo em comum. Apesar de oferecer acesso externo,

não permite que usuários de fora da empresa acessem a rede

privada.

Mapinfo - Programa informatizado utilizado para trabalho com informações

geográficas.

Modus operandi - O termo é originado do latim e significa modo de agir. É

comumente utilizado na literatura policial para se fazer

referência ao modo como um agente comete determinado crime.

Plotagem - Ato ou efeito de plotar.

Plotar - Desenhar uma imagem a partir de linhas e pontos

estrategicamente distribuídos e ligados sobre uma superfície.

Policiais Militares que

atuam no policiamento

ostensivo geral

- Todas as Praças que exercem atividades no policiamento

ostensivo geral (Sub Tenente, Sargento, Cabo e Soldado).

Policiamento ordinário - Emprego rotineiro de meios operacionais em obediência a um

plano sistemático, que contém a escala de prioridades.

Policiamento ostensivo

geral

- Tipo de policiamento ostensivo que visa a satisfazer as

necessidades basilares de segurança, inerentes a qualquer

comunidade ou a qualquer cidadão.

Sistema operacional - Software que, na realidade, é um conjunto de comandos e

pequenos programas cuja finalidade é dar todo o suporte para o

perfeito funcionamento do computador e os programas de

aplicações de usuário.

Software - Toda parte lógica da informática, ou seja, qualquer tipo de

programa, aplicativo, utilitário, arquivo, sistema operacional.

SPSS - Statistical Package for the Social Sciences. Em português

significa: Pacote Estatístico para as Ciências Sociais. Trata-se

de um dos programas de análise estatística mais usados nas

ciências sociais; é também usado por pesquisadores de

mercado, na pesquisa relacionada com a saúde, no governo,

educação e outros setores.

Terra Crime - Programa informatizado utilizado para trabalho com informações

geográficas.

Unix - Sistema operacional produzido para os mini computadores, com

a finalidade de proporcionar um meio uniforme e simples em que

um número relativo pequeno de usuários pudessem utilizar um

vi

só sistema.

Web site - Termo utilizado para definir uma home-page, ou seja, um

conjunto de documentos escritos e dispostos de forma visual

para visitas através de um navegador de internet.

Zonas quentes de

criminalidade

- São áreas com alta incidência de criminalidade, que têm servido

de base para o planejamento conjunto entre diversas agências

públicas. São produzidas a partir da montagem e superposição

de mapas temáticos de diferentes fontes, com informações a

respeito de dados censitários e registro de ocorrências policiais

atendidas num setor pré-estabelecido. Compõem os chamados

geo-arquivos, cujo resultado mais visível é a possibilidade de

análise específica da criminalidade de determinado local.

vii

RESUMO

O objetivo deste trabalho é analisar e diagnosticar o emprego das

ferramentas de análise criminal no planejamento operacional nos Batalhões subordinados à

12ª Região da Polícia Militar até nível de Companhia da Polícia Militar. A pesquisa

caracterizou-se como descritiva e exploratória. O instrumento de pesquisa adotado foi o

questionário, aplicado a todos os Comandantes de Companhia e Chefes de Seção de

Planejamento Operacional e de Inteligência; aos Policiais Militares que atuam no

policiamento ostensivo geral, atingindo a 22,54 % do efetivo de Praças que trabalham nos

municípios sedes de Batalhões e de Companhia; a todos os Presidentes de Conselhos

Comunitários de Segurança Pública, existentes nas sedes de Companhia. Foram realizadas

também entrevistas ao Comandante da 12ª Região de Polícia Militar, aos Comandantes de

Batalhões da Região, e ao Chefe da Seção de Planejamento e Operações do Estado Maior

da Polícia Militar. Abordou-se a definição da identidade organizacional da Corporação, a

gestão do conhecimento e o planejamento. Os resultados obtidos na pesquisa demonstram

a necessidade de se adotar nos Batalhões da 12ª Região medidas para o melhor emprego

das ferramentas de análise criminal no planejamento operacional de maneira a otimizar as

ações e operações de polícia ostensiva da ordem pública.

viii

ABSTRACT

The objective of this work is to analyze and to diagnose the job of the tools of

criminal analysis in the operational planning in the subordinate Battalions to 12nd Area of the

military police to level of Company of the military police. The research was characterized as

descriptive and exploratory. The research instrument adopted was the questionnaire, applied

the all the Commanders of Company and Bosses of Section of Operational Planning and of

Intelligence; to the Military Policemen that you/they act in the general ostensible policing,

reaching to 22,54% of the cash of Squares that work in the municipal districts headquarters

of Battalions and of Company; the all of the Presidents of Community Council of Public

Safety, existent in the headquarters of Company. They were also accomplished interviews to

the Commander of the 12nd military police Area, to the Commanders of Battalions of the

Area, and to the Boss of the Section of Planning and Operations of the Larger State of the

military police. It was approached the definition of the identity organizacional of the

Corporation, the administration of the knowledge and the planning. The results obtained in

the research demonstrate the need to adopt in the Battalions of the 12nd Area measured for

the best job of the tools of criminal analysis in the operational planning in way to optimize the

actions and operations of ostensible police of the public order.

9

SEÇÃO 1

INTRODUÇÃO

1 INTRODUÇÃO

10

1 INTRODUÇÃO

A análise de estatísticas criminais e do geoprocessamento direcionada para a

segurança pública é um processo sistemático de produção de conhecimento, realizada a

partir do estabelecimento de correlações entre fatos delituosos ocorridos (constantes de

boletins de ocorrências policiais) e padrões e tendências da criminalidade num determinado

tempo e lugar.

Por intermédio da análise de estatísticas criminais e da sua aplicação

eficiente o administrador de segurança pública pode gerir os recursos que lhe são

disponibilizados pelo Estado e ser efetivo no propósito de controlar e buscar a neutralização

de manifestações da criminalidade e da violência.

Os produtos da análise criminal servem ao propósito de apoiar as áreas

estratégica, tática e administrativa das organizações de segurança pública, orientando o

planejamento e emprego de recursos humanos e materiais no sentido da prevenção e

repressão do fenômeno da criminalidade. Contribuem, de maneira específica, para as

atividades de investigação, prisão de delinqüentes e esclarecimento de crimes, bem como

norteiam a gestão das organizações policiais no suporte daquelas mesmas atividades.

A Polícia Militar do Estado de Minas Gerais, reconhecendo a importância da

polícia científica introduziu na filosofia de emprego da Corporação a Polícia Orientada por

Resultados, que tem como pilares o geoprocessamento e a participação da comunidade,

por meio dos Conselhos Comunitários de Segurança Pública.

Esta nova forma de “ser” e “fazer” polícia vem ganhando força desde 1999 na

capital e vem se disseminando ao longo dos anos nos demais municípios do estado de

Minas Gerais.

No ano de 2002 o programa Polícia de Resultados foi consolidado na Diretriz

para Produção de Serviços de Segurança Pública nº 01, que estabelece entre seus

princípios estratégicos: o acompanhamento da evolução da violência e da criminalidade com

uso do geoprocessamento; o envolvimento da comunidade através dos Conselhos

Comunitários de Segurança Pública (CONSEP); o planejamento e execução das atividades

de polícia ostensiva e a adequada coleta e utilização das informações gerenciais de

Segurança Pública.

11

Nesse sentido, verificou-se a necessidade de analisar o emprego das

ferramentas de análise criminal no planejamento operacional da 12ª Região da Polícia

Militar, nas quatro etapas que dão contorno ao exercício da atividade policial: gestão do

conhecimento; planejamento operacional; execução de serviços de segurança pública; e

avaliação dos resultados.

Definiu-se como tema do presente trabalho: O emprego das ferramentas de

análise criminal no planejamento operacional nos Batalhões da 12ª Região da Polícia

Militar: análise e diagnóstico.

A pesquisa foi realizada nos Batalhões subordinados à 12ª Região da Polícia

Militar até nível de Companhia PM, quanto ao policiamento ostensivo geral, levando-se em

consideração o ano de 2004.

A 12ª Região da Polícia Militar foi instalada em março de 2005 na cidade de

Ipatinga e compreende 03 (três) Unidades de emprego operacional: 11º Batalhão de Polícia

Militar (sede em Manhuaçu); 14º Batalhão de Polícia Militar (sede em Ipatinga) e 26º

Batalhão de Polícia Militar (sede em Itabira). Abrange uma extensão territorial de 35.971 de

Km² e uma população de 1.795.617 pessoas.

A pesquisa limitou-se, portanto, aos municípios relacionados no quadro nr 1.

Quadro 1 Municípios da 12ª Região da Polícia Militar, até nível Companhia PM(1)

PopulaçãoBatalhão Município CompanhiaPM Área 2001 2002 2003 2004

Carangola 75ª 357 32030 32110 32198 32383Caratinga 74ª 1255 78592 79168 79808 81151Manhuaçu 72ª 629 68113 68943 69788 71561Ponte Nova 73ª 472 55654 55884 56154 56720Rio Casca 118ª 385 15233 15237 15227 1520511

º B

PM

(2)

Sub total .. 3098 249622 251342 253175 257020Coronel Fabriciano 178ª 222 98636 99558 100535 102588Ipaba 152ª 115 14871 15104 15370 15929Ipatinga 82ª, 138ª, 143ª 166 216429 219319 222485 229133Timóteo 85ª 146 73072 74251 75538 7824014

º B

PM

Sub total .. 649 403008 408232 413928 425890

12

PopulaçãoBatalhão Município CompanhiaPM Área 2001 2002 2003 2004

Barão de Cocais 57ª 342 23708 24043 24346 24981Guanhães 78ª 1079 28372 28387 28646 29190Itabira 83ª, 89ª 1260 99770 100998 102239 104846João Monlevade 84ª 99 67482 68236 68954 70461Nova Era 96ª 364 17770 17785 17800 1783026

º B

PM

Sub total .. 3144 237102 239449 241985 247308Total .. 6891 889732 899023 909088 930218Fonte: Polícia Militar de Minas Gerais: Seção de Planejamento e Operações do Estado MaiorNota: Sinal convencional utilizado: .. Não se aplica dado(1) Polícia Militar(2) Batalhão de Polícia Militar

A relevância em se ter estudado o emprego das ferramentas de análise

criminal é devido ao fato de que cada vez mais tem sido necessário o desenvolvimento de

um modelo de polícia científica para se combater o crime e o medo dele decorrente.

A presente pesquisa teve por objetivo geral: analisar e diagnosticar o

emprego das ferramentas de análise criminal no planejamento operacional nos Batalhões

subordinados à 12ª Região da Polícia Militar até nível de Companhia da Polícia Militar.

Os objetivos específicos são: verificação da qualificação dos recursos

humanos empregados na operação dos programas informatizados e na análise criminal,

bem como dos recursos logísticos e tecnológicos; verificação da participação dos Conselhos

Comunitários de Segurança Pública e do Policial Militar que atua no policiamento ostensivo

geral no planejamento de emprego do policiamento; e verificar o grau de comprometimento

da ocorrência de eventos especiais no planejamento operacional preventivo, fundamentado

em análise criminal.

Para o desenvolvimento da pesquisa, definiu-se como problema: as

ferramentas de análise criminal estão sendo efetivamente aplicadas no planejamento

operacional de forma a otimizar as ações e operações policiais militares?

A resposta preliminar à solução deste problema foi assim definida na

hipótese básica: as ferramentas de análise criminal são utilizadas no planejamento

operacional nas Unidades, no entanto não têm otimizado as ações e operações de polícia

ostensiva, desacordando com a filosofia da Instituição prevista na Diretriz para Produção de

Serviços de Segurança Pública nº 01/2002.

13

A primeira hipótese secundária é: a deficiência dos recursos humanos,

tecnológicos e logísticos dificulta a exploração das ferramentas de análise criminal em sua

plenitude e a produção de informações qualitativas.

A segunda hipótese básica é: o planejamento operacional não é realizado

conjuntamente entre a Polícia Militar e Conselhos Comunitários de Segurança Pública.

A terceira hipótese secundária é: o Policial Militar que executa o

policiamento ostensivo geral não é participante ativo do planejamento de emprego

operacional.

A quarta hipótese secundária é: a ocorrência de eventos especiais

compromete o planejamento operacional preventivo resultante da análise criminal.

A quinta hipótese secundária é: as análises qualitativas das estatísticas

criminais não vêm ocorrendo com freqüência, prevalecendo apenas as análises

quantitativas.

O presente trabalho, estruturado em sete seções, visa apresentar uma

análise da utilização das ferramentas de análise criminal no planejamento das ações e

operações de polícia ostensiva nos Batalhões com responsabilidade territorial da 12ª Região

da Polícia Militar.

A fundamentação teórica acerca do tema foi tratada em três seções, onde

foram abordadas a identidade organizacional da Polícia Militar de Minas Gerais, a gestão do

conhecimento e planejamento.

Na seção 1 é apresentada a introdução deste trabalho de pesquisa, bem

como seu objeto de estudo, problema e hipóteses.

Na seção 2 foi realizada uma abordagem acerca da identidade organizacional

da Polícia Militar de Minas Gerais, sendo apresentada a fundamentação para definição do

negócio, missão, visão e valores da Instituição.

Na seção 3 é feita abordagem a respeito da primeira etapa de aplicação das

ferramentas de análise criminal no planejamento operacional, que é a gestão do

14

conhecimento, onde são tratadas as tecnologias de informação; aspectos gerais da análise

criminal; mapeamento da criminalidade; e estatísticas criminais.

Na seção 4 são tratados os principais aspectos do planejamento, onde

buscou-se abordar as três últimas etapas de aplicação das ferramentas de análise criminal,

que são constituídas pela elaboração, execução e avaliação do planejamento. Esta

abordagem é feita nas subseções: contextualização; definições de planejamento; inovação e

criatividade; princípios do planejamento; tipos de planejamento; e planejamento na Polícia

Militar de Minas Gerais.

Na seção 5 é abordada a metodologia do trabalho, sendo tratados os

métodos de abordagem e de procedimento, técnicas, universo da pesquisa, tipo de

amostragem, tratamento estatístico e limitações.

Na seção 6 são apresentados e analisados os dados da pesquisa quantitativa

e qualitativa, relativos ao emprego das ferramentas de análise criminal no planejamento

operacional dos Batalhões da 12ª Região da Polícia Militar. Esta abordagem é feita nas

subseções: diagnóstico da utilização; qualificação dos recursos humanos; planejamento

participativo; execução do planejamento; metas para redução da criminalidade; avaliação do

planejamento.

Na seção 7 são apresentadas as conclusões acerca do objeto de pesquisa,

bem como as sugestões consideradas relevantes para a Polícia Militar de Minas Gerais,

com vistas a otimizar a sua atuação operacional, demonstrando a necessidade de

implementar de forma consistente os conceitos de Polícia Orientada por Resultados,

previstos na Diretriz para Produção de Serviços de Segurança Pública nr 01/2002, e em

especial a mudança do modelo de uma polícia reativa para uma polícia comunitária com

enfoque preventivo, e voltada para a solução de problemas de segurança publica.

Por fim, foram inseridas as referências, e cinco apêndices, contendo mapas

de Minas Gerais e da 12ª Região da Polícia Militar; roteiro de entrevistas realizadas,

questionários da pesquisa aplicados aos Oficiais e Praças que atuam nos Batalhões na

elaboração e execução do planejamento operacional, bem como aos Presidentes de

Conselhos Comunitários de Segurança Pública; e estatística criminal.

15

SEÇÃO 2

IDENTIDADE ORGANIZACIONAL

2 IDENTIDADE ORGANIZACIONAL

16

2 IDENTIDADE ORGANIZACIONAL

Serão apresentadas nesta SEÇÃO a contextualização da identidade

organizacional e a sua fundamentação para definição do negócio, missão e os valores da

Polícia Militar do Estado de Minas Gerais.

2.1 Contextualização

O planejamento tem se tornado um instrumento de gestão indispensável para

organizações públicas e privadas de grande, pequeno ou médio porte, já que o quadro

econômico, político e social vem sendo marcado por turbulências e mudanças imprevisíveis.

Mais abrangente, o planejamento estratégico vem sendo implementado nas

organizações na medida em que surge a necessidade de elaboração de filosofias e

políticas, na escolha de objetivos, no desenvolvimento de estratégias e na sua

implementação e controle.

O Comando da PMMG1, com o propósito de legitimar o planejamento

estratégico da Corporação e baseado na premissa de que o seu ponto de partida é

constituído pela definição da identidade organizacional, designou a Comissão nº 040/02

para estudar e apresentar proposta acerca desta identidade em suas dimensões: o negócio,

a missão, a visão e os valores (MINAS GERAIS, 2003c).

Os trabalhos foram subsidiados pelas sugestões coletadas junto ao público

interno e em ampla pesquisa bibliográfica existente, alusiva aos fundamentos legais e

doutrinários de atuação da Polícia Militar e à sua cultura organizacional.

A comissão iniciou os estudos a partir da análise dos aspectos legais que

regem a missão da Polícia Militar de Minas Gerais e as concluiu em 2003, quando então deu

continuidade às demais etapas para a elaboração do Plano estratégico da Instituição.

2.2 Fundamentação

Nesta subseção será apresentado o produto deste trabalho, que definiu o

negócio, a missão, a visão e os valores da Polícia Militar de Minas Gerais.

1 Polícia Militar do Estado de Minas Gerais

17

a) Missão institucional

No tocante aos aspectos legais, buscou-se identificar na legislação pertinente

as atribuições da Polícia Militar:

- Constituição Federal, 5 de outubro de 1988

Art 144 – A Segurança Pública, dever do Estado, direito e responsabilidade de todos,é exercida para a preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e dopatrimônio, através dos seguintes órgãos:[...]V – Polícias Militares e Corpos de Bombeiros Militares;[...]§ 5º - Ás Polícias Militares cabem a polícia ostensiva e a preservação da ordempública [...]

- Constituição Estadual, 21 de setembro de 1989

Art 142 – A Polícia Militar e Corpo de Bombeiros Militar, forças públicas estaduais,são órgãos permanentes, organizados com base na hierarquia e disciplina militares,[...] competindo:I – Á Polícia Militar, a polícia ostensiva de prevenção criminal, de segurança, detrânsito urbano, e rodoviário, de florestas e de mananciais e as atividadesrelacionadas com a preservação e restauração da ordem pública, além da garantia doexercício do poder de polícia dos órgãos e entidades públicos, especialmente dasáreas fazendária sanitária, de proteção ambiental, de uso e ocupação do solo e depatrimônio cultural.

- Decreto-lei nº 667, 2 de julho de 1969

Art 3º – Instituídas para a manutenção da ordem pública e segurança interna nosEstados, nos Territórios e no Distrito Federal, compete às Polícias Militares, noâmbito de suas respectivas jurisdições:a) executar com exclusividade, ressalvadas as missões peculiares das ForçasArmadas, o policiamento ostensivo, fardado, planejado pela autoridade competente, afim de assegurar cumprimento da lei, a manutenção da ordem pública e o exercíciodos poderes constituídos.

- Lei estadual nº 6624, de 18 de julho de 1975 (Lei de Organização Básica)

Art 1º – À Polícia Militar do Estado de Minas Gerais, considerada força auxiliarreserva do Exército, nos termos da Constituição, é organizada com base nahierarquia e na disciplina, sob a autoridade superior do Governado do Estado, edestina-se à manutenção da ordem pública no território do Estado.

Verificou-se que a Polícia Militar assume papel de relevância na preservação

da ordem pública, prevenindo ou inibindo atos anti-sociais, atuando repressivamente na

restauração da ordem pública, adotando medidas de proteção e socorro comunitários ou

18

atuando em apoio aos órgãos da administração pública, no exercício do poder de polícia

que lhes couber.

b) Definição do negócio

Tavares (1991) revela que o negócio de uma organização é definido pelos

desejos ou necessidades que ela satisfaz quando o usuário ou o consumidor compra seus

produtos ou utiliza seus serviços, e não se deve ater à sua razão social, contratos ou

estatutos. Satisfazer parcelas de consumidores ou usuários é o negócio básico de qualquer

organização. O negócio é a linha mestra que a alta direção adota para orientar a ação e

tornar possível a contínua interação da organização com o ambiente. A sua definição resulta

da expressão de um propósito estabelecido através do consenso dos membros da alta

administração. Sua função é orientar o comportamento de todos os membros da

organização e expressar seus valores.

A identificação de oportunidades, a neutralização de ameaças e atuação

competente da organização só podem ocorrer a partir de uma definição precisa e sólida do

seu negócio. “Implica em identificar quais mudanças básicas são apropriadas para a

organização redefinir seu negócio.” (TAVARES, 1991, p. 87).

Para a delimitação do negócio da PMMG, buscou-se encontrar termo ou

expressão comum a todas as leis e regulamentos que balizam seu trabalho e orientam sua

relação com o público externo. A partir desse elemento constante, procurou-se diagnosticar

a “fatia de mercado” que a Instituição ocupa, no que se refere ao produto abstrato e

genérico, de que resulta o empenho diuturno institucional ao buscar o provimento da

segurança à sociedade mineira como um todo.

Analisando toda a base jurídica de justificação social da PMMG, chegou-se à

expressão “ordem pública” como termo comum. Partindo-se dessa expressão comum, o

próximo passo foi a definição do bem abstrato maior, decorrente da atuação na ordem

pública.

A ordem pública é constituída por três pilares básicos: a segurança pública, a

tranqüilidade pública e a salubridade pública.

A segurança pública tende a evitar os perigos, geralmente sob a forma de

delitos, que possam ameaçar os indivíduos ou a coletividade. A tranqüilidade pública tende

19

a evitar que pessoas ou situações possam prejudicar a convivência social. Já a salubridade

pública está ligada a problemas de higiene e saúde pública. Assegurar a ordem pública é

evitar que a segurança, a tranqüilidade e a salubridade sejam de certa forma perturbadas.

Como o efeito buscado na promoção da ordem pública é a paz social, o

negócio da Polícia Militar é, justamente, promove-la, na esfera de suas atribuições.

Assim, o resultado da ordem pública e, consequentemente, o Negócio da Polícia Militar do

Estado de Minas Gerais é a paz social.

c) Definição da missão

Missão, segundo Tavares (1991), consiste na tradução do negócio em áreas

específicas de desempenho, servindo para a tomada de decisão e para a definição de

objetivos. Missão é a razão de existir da organização e delimita as atividades dentro do

espaço que ela deseja ocupar.

A definição da missão da PMMG tem origem no pensamento de Vasconcellos

Filho e Pagnocelli (apud MINAS GERAIS, 2003c), segundo o qual a frase que explicitará a

missão organizacional deverá conter respostas para as seguintes perguntas: (1) o que a

organização deve fazer? (2) Para quem deve fazer? (3) Para que deve fazer? (4) Como

deve fazer?

Desdobrando-se a missão da Polícia Militar, em respostas específicas,

verifica-se que significa: quanto à pergunta (1) O que a organização deve fazer?

Proporcionar ambiente seguro, porque, como órgão integrante do sistema de segurança

pública e com atribuições de polícia ostensiva, cabe prioritariamente à Corporação através

das ações de presença em locais públicos e abertos ao público, proporcionar a sensação

objetiva e subjetiva de segurança no ambiente. Quanto à pergunta (2) Para quem deve

fazer? Todos os que estejam em Minas Gerais, porque as ações da Corporação são

desenvolvidas em todo o território mineiro, atingindo qualquer pessoa que esteja presente

no Estado, em caráter definitivo ou transitório.

Na seqüência, observa-se que, à pergunta (3) Para que deve fazer? Cabe a

resposta: proteger a vida, porque esta consiste no maior bem a ser preservado, sendo

atribuição constitucional da Corporação (Constituição Federal), devendo-se frisar que a

20

escolha desse bem não retira da esfera de cuidados da PMMG os outros bens juridicamente

tutelados.

Ainda nesta resposta, reduzir o crime e o medo, pois prevenir delitos também

é atribuição constitucional (Constituição Estadual), além de se constituir na principal

estratégia para alcançar o ambiente seguro. Deve-se buscar não somente a redução dos

índices criminais, como também evitar a crença de que existe a oportunidade de delinqüir.

Como parte final do enunciado de resposta à questão para que deve fazer, tem a

Corporação o escopo de garantir a lei, haja vista que, além de preservar a incolumidade

física das pessoas e do patrimônio, garantir a lei também é competência da Corporação

quando deve garantir o poder de polícia aos órgãos e entidades públicos.

A última indagação – (4) Como deve fazer?, cabe “com participação

comunitária”, pois representa a principal vocação e filosofia que orienta as ações

operacionais da PMMG, dentro do exercício de seu papel social, contemporaneamente

voltado, como as demais instituições, para a abertura democrática.

A missão da Polícia Militar é proporcionar um ambiente seguro em Minas Gerais: com

participação comunitária, protegendo a vida, garantindo a lei e reduzindo o crime e o medo.

d) Visão de futuro

Com o propósito de fazer com que o Policial Militar se sinta parte da

instituição, motivando-o a elevar o nome da marca “Polícia Militar”, através de sua conduta

pessoal e profissional, buscou-se delinear uma visão clara, envolvente, fácil de memorizar, e

principalmente simpática ao público interno e externo.

A referência na produção de serviços públicos é indicativa da busca por se

colocar a Corporação numa posição de exemplo de gestão de recursos, no contexto de

todas as organizações governamentais. Ser orgulho do povo mineiro significa como a

Corporação quer ser percebida, o que somente ocorrerá com a cultuação e a prática diária

dos valores e princípios éticos e morais.

A visão da Polícia Militar é “sermos reconhecidos como referência na produção de serviços

públicos e orgulho do povo mineiro”.

21

e) Valores da Polícia Militar

Valores são os princípios basilares que norteiam a conduta dos integrantes de

um determinado grupo social, podendo variar com o tempo, de acordo com a própria

evolução da sociedade. Expressam, por isto, fundamentos que balizam as ações do

indivíduo no seu meio de convívio social. Assim, entender os valores é perceber o espírito

reinante no grupo, num determinado momento histórico, geralmente de longa duração, que

conduzem as atitudes das pessoas que o integram.

Os valores da Polícia Militar são ética, respeito, humanização, crescimento e participação.

Na PMMG, a ética significa uma aguçada percepção do certo e do errado, e

de uma opção institucional consciente, pela prática e defesa do bem, dirigida para a conduta

global dos seus integrantes, nas esferas profissional e pessoal. Assim, a Corporação não

admite a prática de condutas que comprometam sua imagem de organização concebida

para a promoção do bem comum, do interesse da coletividade, em detrimento de interesses

pessoais, na relação de seus integrantes entre si, com autoridades públicas ou pessoas que

de algum modo se relacionem com a Polícia Militar.

O respeito traduz, enquanto valor institucional, o conjunto de atitudes,

apregoadas desde os cursos de formação profissional, de demonstração de observância

dos direitos humanos, de respeito às leis e regulamentos, de consideração às autoridades

constituídas, e de observância da hierarquia interna, como meio para convívio harmonioso

entre os diversos postos e graduações e afluência de ordens.

A humanização, enquanto valor, refere-se ao esforço institucional no sentido

de, externamente, promover os direitos humanos, no provimento de segurança pública e,

internamente, respeitar as potencialidades e características individuais, dentro de uma base

comum de direitos e obrigações.

Crescimento é valor indicativo do apoio institucional ao desenvolvimento

individual e profissionalização de seus talentos humanos, dentro da percepção de que a

grandiosidade da PMMG, enquanto organização pública deve-se ao conjunto dos valores

dos seus integrantes.

Participação é valor concernente a políticas institucionais de apoio à

mobilização comunitária e de envolvimento de seus integrantes nesse processo.

22

SEÇÃO 3

GESTÃO DO CONHECIMENTO

3 GESTÃO DO CONHECIMENTO

23

3 GESTÃO DO CONHECIMENTO

Objetivando ilustrar o processo de aplicação das ferramentas de análise

criminal no planejamento operacional nos Batalhões da 12ª Região da Polícia Militar,

buscou-se abordar nesta SEÇÃO as tecnologias da informação; aspectos da análise

criminal; mapeamento da criminalidade; e estatísticas criminais.

3.1 Tecnologias da informação

As mudanças drásticas na TI2 durante a última década têm sido alguns dos

principais impulsionadores da hipercompetição e têm levado à rotulagem de nossa era como

a “era da informação”. Esta era está provando ser um período de competição intensa,

extraordinária. Novas formas de tecnologia de informação têm levado ao colapso das

barreiras tradicionais da era industrial para a entrada de economias de escala, acesso a

sistemas de distribuição, propaganda em massa, localização e acesso por competência.

No novo milênio, a TI tornou-se estratégia, pois tem se tornado um meio para

a obtenção de vantagem, ou seja, cada vez mais a mudança do seu modelo comercial

significa o uso explorador da tecnologia da informação. É mediante a tecnologia da

informação que a vantagem é criada, a definição da empresa é revisada. A tecnologia da

informação tornou-se o principal veículo por meio do qual os modelos comerciais se

expressam.

Tecnologia da informação não é mais apenas uma despesa; é o veículo para

alcançar os clientes, dar mais valor aos produtos, desviar competidores e melhorar a

produtividade.

As tecnologias de informação são encaradas como o grande suporte para o

armazenamento e difusão de conhecimentos. Mas suas utilidades não se restringem tão

somente a estas tarefas, sendo muito mais abrangentes, pois, segundo Alves (apud SILVA,

2003, p. 30) “a aplicação das novas tecnologias visa a avaliação, gestão e controle de

sistemas, de forma eficaz e à distância. Aumenta a cooperação entre os braços distantes

das linhas de produção, de forma a gerar soluções cada vez mais eficientes e eficazes.”.

2 Tecnologia da Informação

24

Boar (2002, p. 28), ao tratar dos paradoxos estratégicos da era da

informação, destaca um deles: “Para usar a TI de modo eficaz, é preciso usá-la em

excesso”. Para o autor, o estrategista de tecnologia de informação preocupado com o custo

não busca usar apenas os meios suficientes, mas um excesso de meios para realizar seus

fins. “Excesso” significa mais do que analiticamente justificado pelas circunstâncias; no

entanto, isso não significa desperdício ou prodígio. A tecnologia da informação consegue,

paradoxalmente, seu maior valor para a empresa quando é usada em excesso.

Neste sentido, considerar-se-á um comandante militar que precisa atrair seu

inimigo. Se ele usar a lógica linear e distribuir apenas os recursos suficientes, ele ganhará,

mas essa será uma vitória cara. Se ele aplicar uma força em excesso ao seu oponente,

conseguirá seus objetivos com menos casualidades. Todos os custos da batalha serão

evitados (armas danificadas, confusão, soldados feridos e mortos). No ponto do conflito, o

comandante eficaz não busca usar apenas o suficiente, mas aplica meios em excesso ao

oponente. O comando não usa a lógica contábil mantida em situações de conflito, mas

aplica a lógica paradoxal que governa no ponto da batalha.

Ao aplicar este paradoxo na gestão de informações da Polícia Militar, significa

que quanto maior for o uso da tecnologia, mais informações serão obtidas sobre a

criminalidade, tanto quantitativas como qualitativas. Isto possibilita alocação de recursos nos

locais e horários de maior necessidade de presença de policiamento, e consequentemente o

alcance dos objetivos com menor custo.

Serão tratados nesta subseção: dado, informação e conhecimento; e

gerenciamento humano.

3.1.1 Dado, informação e conhecimento

Para uma melhor compreensão da gestão da tecnologia da informação, é

necessário conhecer as distinções existentes entre os termos: dado, informação e

conhecimento.

a) Definição de dado

Davenport (1998, p. 19) afirma haver dificuldades em se distinguir tais termos,

por estarem intrinsecamente ligados, entretanto, define dado como “observação sobre o

25

estado do mundo”, ou seja, são elementos básicos pelos quais pode-se observar uma

realidade, mas não possuem significado para o observador, por apresentarem-se isolados.

Aplicando este conceito à realidade da Polícia Militar, pode-se afirmar que o

registro de uma determinada ocorrência policial no sistema é considerado um dado que,

isoladamente, não apresenta nenhum significado sobre o fenômeno da criminalidade.

b) Definição de informação

Peter Drucker (apud DAVENPORT, 1998, p. 19) definiu informação, com

eloqüência, como “dados dotados de relevância e propósito”. Ao contrário dos dados, a

informação exige análise. Para Fialho Jr. (2002, p.115) informação: “trata-se do resultado do

processamento de determinados dados, o qual pode ser interpretado pelo ser humano [...]”.

Já McGee e Prusak (apud SILVA, 2003, p. 24) estabeleceram que “informação são dados

coletados, organizados, ordenados, aos quais são atribuídos significados e contexto.

Informação deve informar [...]” e afirmam ainda que as pessoas “[...] criam informações a

partir de suas próprias leituras, relação com os dados e contexto que criam para elas.”

(MCGEE E PRUSAK apud SILVA, 2003, p. 24). Informação, pois, deve ser entendida como

o dado transformado para atender a uma finalidade.

A informação é a principal matéria prima do trabalho policial, tanto a

informação macro sobre as tendências e características do crime em determinadas áreas

quanto a informação micro, que leva ao desbaratamento de quadrilhas e a prisão de

suspeitos.

Portanto, para que o Policial Militar obtenha êxito nas suas ações, deve-se

municiá-lo de informações e não de dados ou informações pouco consistentes ou que

tenham decorrido de uma análise deficiente, como tem sido observado, atualmente, nos

Batalhões da 12ª Região da Polícia Militar.

c) Definição de conhecimento

Por fim, Davenport (1998, p. 19) define conhecimento como “a informação

mais valiosa e consequentemente, a mais difícil de gerenciar”. É valiosa precisamente

porque alguém deu à informação um contexto, um significado, uma interpretação; alguém

refletiu sobre o conhecimento, acrescentou a ele sua própria sabedoria.

26

Para Silva (2003, p. 24) o conhecimento é “uma informação mais trabalhada,

devidamente contextualizada, fruto do trabalho crítico e dotado de saber do homem,

incluindo reflexão e síntese”.

Dado, informação e conhecimento fazem, portanto, parte de um mesmo

processo, diferenciando-se um do outro através do grau de participação da mente humana

aplicado a cada um.

Quadro 2 Conceituação de dados, informação e conhecimento

Dado Informação Conhecimento

Simples observação sobre oestado do mundo• Facilmente estruturado• Facilmente obtido por

máquinas• Frequentemente

qualificado• Facilmente transferível

Dados dotados de relevânciae propósito• Requer unidade de análise• Exige consenso em relação

ao significado• Exige necessariamente a

mediação humana

Informação valiosa da mentehumanaInclui reflexão, síntese,contexto• De difícil estruturação• De difícil captura em

máquinas• Frequentemente tático• De difícil transferência

Fonte: Quadro apresentado por DAVENPORT, Thomas H. Ecologia da informação: porque só a tecnologia não basta para o sucesso na era da informação. São Paulo: Futura,1998.

3.1.2 Gerenciamento humano

Como naturalmente seria de se esperar, grande parte do foco da estratégia

de tecnologias de informação tem sido sobre a tecnologia. Como conseqüência disso, a

estratégia de tecnologia de informação focaliza quase exclusivamente o não-humano; por

exemplo, os estrategistas de tecnologia de informação debatem exaustivamente sobre

sistemas operacionais, banco de dados, web site3, tecnologias de objeto, entre outros. O

que eles não debatem é o elemento humano da estratégia de tecnologia de informação.

Boar (2002, p. 102) traz uma abordagem a respeito:

[...] A experiência tem mostrado que, com mais freqüência, o sucesso estámuito ligado ao comprometimento das equipes de implementação com seusesforços de tecnologia. A parte humana na equação da tecnologia dainformação geralmente faz a diferença.

3 Termo utilizado para definir uma home-page, ou seja, um conjunto de documentos escritos e dispostos deforma visual para visitas através de um navegador de internet.

27

Percebe-se que o sucesso definitivo da execução de uma estratégia de

tecnologia depende mais de sua capacidade de gerenciar os aspectos humanos do

comprometimento organizacional.

Nesse sentido, pode-se afirmar que uma estratégia de tecnologia medíocre,

implementada com uma análise organizacional profunda e duradoura, terá um sucesso

brilhante, enquanto uma estratégia de tecnologia excepcional, implementada com apatia,

será um fracasso. O desempenho estratégico das vantagens da tecnologia de informação

serão maiores, se esta estratégia passar de uma absorção desqualificada com o não-

humano para uma apreciação do humano.

Para que se possa alcançar este propósito é importante que a organização

elabore um planejamento do comprometimento. Um plano de comprometimento é, segundo

Boar (2002), um conjunto específico de ações tomadas para estabelecer e sustentar a

credibilidade. É um conjunto de ações tomadas para alterar as crenças e redirecionar as

ações de outros no suporte da sua estratégia de tecnologia. Ele demonstra o

comprometimento da equipe de liderança com a estratégia e, fazendo isso, influencia e

molda os níveis de comprometimento do pessoal à estratégia. Um plano de

comprometimento complementa o plano da tecnologia.

3.2 Aspectos da análise criminal

Nesta subseção serão abordados: escorço histórico; noções básicas de

análise criminal; análises quantitativa e qualitativa; tipos de análise criminal; qualificação

técnica do analista criminal; construção de ambiente de análise criminal na Polícia Militar;

processo de análise criminal na Polícia Militar; participação comunitária na análise criminal;

e ferramentas de análise criminal.

3.2.1 Escorço histórico

A tentativa de identificar modelos estáveis de causalidade sobre o fenômeno

da violência e da criminalidade tem sido objeto de estudo de várias disciplinas ao longo da

história das ciências sociais, entre outras, a criminologia e a chamada "antropologia da

violência". Desde muito tempo, ainda nos pródromos da formulação das bases teórico-

conceituais que culminaram com o estabelecimento da disciplina da moderna Sociologia

Criminal, no Século XX, estudiosos já se ocupavam de tentar explicar as origens da

28

violência e da criminalidade, como Becaria (1738-1794) e Bentham (1748-1832), sob a

égide da chamada “Teoria da Natureza Humana”.

Dos primórdios da escola clássica e da Teoria da Natureza Humana, aos dias

de hoje, persiste à busca de modelos explicativos de expressões anti-sociais do

comportamento humano. Essa busca, na modernidade, continua, na expressão das

formulações das teorias Marxista, da Distensão, Feminista e Pós-Modernista da

Criminologia.

O que existe de novo é a incorporação dos conhecimentos da criminologia a

uma área acadêmica relativamente recente, a chamada “Justiça Criminal". Tal disciplina é

hoje um continente de convergência das teorias clássicas acadêmicas e formulações da

ciência policial, disciplina gestada sob as experiências práticas, principalmente nos Estados

Unidos da América, na administração da segurança pública nos últimos dois séculos.

A moderna justiça criminal vem buscando, em seu viés do ambiente

conceitual da administração pública, identificar novas tecnologias do conhecimento capazes

de implementar uma gestão da segurança pública motivada por políticas, métodos e

processos científicos de produção de conhecimento, cuja influência prática e objetiva estaria

refletida na própria operação do sistema de segurança pública, aí incluídos os órgãos

policiais, caso das polícias civis e militares do Brasil. Um exemplo atual seria o Projeto

Mapa4, atualmente em uso na gestão do policiamento ostensivo realizada pela Polícia Militar

de Minas Gerais.

3.2.2 Noções básicas de análise criminal

A análise criminal, realizada pela Polícia Militar, revela um importante papel,

pois proporciona um acompanhamento geral e específico dos serviços prestados pela

Corporação; facilita a identificação e a localização de problemas e deficiências no

policiamento; proporciona a produção de resultados satisfatórios ao público alvo, atendendo

as necessidades dos clientes; proporciona segurança para o público interno e, por fim, dá

confiabilidade às informações produzidas pela Corporação.

4 O projeto MAPA consiste na utilização intensiva de informações oriundas das ocorrências registradas pelaPolícia Militar de Minas Gerais para efeitos de planejamento operacional, e para o desenvolvimento deprogramas e projetos de controle da criminalidade em Belo Horizonte.

29

a) Conceitos de análise criminal

Para um melhor entendimento sobre o assunto, buscou-se definir análise

criminal de acordo com entendimentos de alguns autores e da Instituição Policial Militar:

De acordo com Dantas (2000): é um processo analítico e sistemático de

produção de conhecimento, orientado segundo os princípios da pertinência e da

oportunidade, sendo realizado a partir do estabelecimento de correlações entre conjuntos de

fatos delituosos ocorridos (“ocorrências policiais”) e os padrões e tendências da “história” da

criminalidade de um determinado local ou região.

De acordo com Steven Gottieb (1994, apud DANTAS, 2004): é um conjunto

de processos sistemáticos direcionados para o provimento de informação oportuna e

pertinente sobre os padrões do crime e suas correlações de tendências, de modo a apoiar

as áreas operacional e administrativa no planejamento, distribuição de recursos para

prevenção e supressão de atividades criminais, auxiliando o processo investigativo e

aumentando o número de prisões e esclarecimento de casos. Em tal contexto, a análise

criminal tem várias funções setoriais na organização policial, incluindo a distribuição do

patrulhamento, operações especiais e de unidades táticas, investigações, planejamento e

pesquisa, prevenção criminal e serviços administrativos (como orçamento e planejamento

de programas).

De acordo com a Polícia Militar de Minas Gerais análise criminal é atividade

desenvolvida por pessoa capacitada, que visa à identificação dos fatores que envolvem a

criminalidade, em termos qualitativos e quantitativos, bem como a identificação de variáveis

que se relacionam com esses fatores, apresentando correlações entre si, ou não. A análise

criminal é feita com base nos aspectos de espaço e tempo e é fundamental no planejamento

de ações e operações policiais (MINAS GERAIS, 2004, p. 103-104).

b) Objetivos da análise criminal

A análise criminal tem por objetivo apoiar as áreas operacionais e da gestão

administrativa das organizações policiais, orientando o planejamento e emprego de recursos

humanos e materiais no sentido da prevenção e repressão do fenômeno da criminalidade e

da violência. Contribui de maneira objetiva para as atividades de investigação, prisão de

delinqüentes, esclarecimento de crimes e, obviamente, prevenção criminal.

30

Na atuação policial, a análise criminal procura chegar às causas da

criminalidade, através do estudo de seus efeitos; procura decompor os fatores e as variáveis

da criminalidade e estudá-las detalhadamente.

A polícia junta diversos tipos de informações e as usa para diferentes fins,

orientando-se por suposições, baseadas no senso comum, a respeito de seu trabalho, de

sua atuação principal, e nas expectativas de seu público. A polícia junta informações

primárias5, ou dados “crus”, que então são processadas, no policiamento, para resolver

crimes ou encerrar eventos, transformando-os em informações secundárias6 (TONRY, 2003,

p. 378).

Neste sentido o objetivo da análise criminal é a produção do conhecimento

relativo à identificação de parâmetros temporais e geográficos do crime, bem como detectar

a atividade e identidade da delinqüência correspondente.

Conclui-se, portanto, que a análise criminal tem o propósito de direcionar as

ações e operações da Polícia Militar com vistas o cumprimento de sua missão

constitucional. Isto, pois, a eficácia das ações e operações somente será atingida se o

planejamento fundamentar-se em informações consistentes advindas de análise acurada

dos indicadores de segurança públicos produzidos com base na geo-estatística, além de

utilizar-se de criatividade em sua concepção.

3.2.3 Análises quantitativa e qualitativa

Segundo a Polícia Militar de Minas Gerais análise criminal é abordada nos

aspectos quantitativo e qualitativo (MINAS GERAIS, 2004):

a) A análise quantitativa determina a proporção de fatores e variáveis que

influenciam no comportamento criminal. É uma abordagem numérica e de fácil

interpretação, podendo, muitas vezes, tornar-se apenas uma composição da estrutura geral

da análise criminal.

b) A análise qualitativa é responsável pela identificação dos fatores e das

variáveis que influenciam no comportamento criminal. A identificação é um processo mais

5 Informações não trabalhadas6 Informações trabalhadas, ou processadas

31

complexo porque, além do apontamento simples dos fatores, na realização da análise

qualitativa, o analista deve conhecer a relação que os fatores identificados têm com o

comportamento criminal e entre si. A análise qualitativa identifica o problema a ser

solucionado.

De acordo com Silva (2003) a análise quantitativa consiste na busca de

respostas para as perguntas: “O que?”, “Quando?” e “Onde?”. Estas respostas devem

ser respondidas pela Seção de Planejamento das Unidades da Polícia Militar, por intermédio

da análise das estatísticas criminais e do geoprocessamento, provenientes dos dados

registrados no sistema. Já a análise qualitativa, é feita pela Seção de Inteligência, que

procura responder: “Quem?”, “Como?” e “Porque?”, através dos dados não constantes

no sistema, verificando modus operandi7, residência do agente, meios utilizados para

consumação do crime, dentre outros.

Figura 1 Representação gráfica da análise criminal

Isto permite inferir que a análise criminal não é atividade a ser desenvolvida

somente pela Seção de Planejamento mas, também, pela Seção de Inteligência. E, havendo

esse trabalho conjunto é possível que se obtenha uma análise quantitativa e qualitativa.

3.2.4 Tipos de análise criminal

Dantas (2004) identifica três tipos de análise criminal: tática, estratégica e a

administrativa.

32

a) Análise criminal tática

É um processo analítico de produção de conhecimento em suporte às

atividades policiais operacionais (policiamento ostensivo e investigação), visando subsidiar

pronta resposta das autoridades policiais às ocorrências criminais surgidas num

determinado momento e lugar.

Esse tipo de análise inclui a associação de dados relativos a ocorrências

específicas com dados de grandes bases históricas das demais ocorrências policiais,

visando a identificação de relações entre variáveis como: método, data-hora, local e

instrumento(s) utilizado(s), entre outras possibilidades, no sentido da identificação e prisão

de autores de delitos.

Visto de outra forma, através da identificação de aspectos específicos de

ocorrências do fenômeno da criminalidade a análise tática produz indicações que podem

levar a um rápido esclarecimento de casos/ocorrências, através da vinculação de um

determinado indivíduo e respectivo modus operandi à autoria de um delito sendo investigado

num dado momento.

Cite-se como exemplo de análise criminal tática os trabalhos analíticos que

identificam um padrão resultante das ações de um determinado delinqüente que comete

uma série de crimes, do mesmo tipo penal, em uma mesma localidade, e em um pequeno

espaço de tempo.

b) Análise criminal estratégica

Está voltada para a resolução de problemas de longo alcance na gestão da

segurança pública, partindo de "projeções de cenários" em que as premissas básicas

indicam diferenciação qualitativa e/ou aumento ou diminuição da criminalidade futura

(padrões e tendências).

A análise criminal estratégica inclui a preparação de sumários de estatística

criminal, bem como a realização de estudos e elaboração de planos para a identificação e

aquisição de recursos futuros para a gestão.

7 O termo é originado do latim e significa modo de agir. É comumente utilizado na literatura policialpara se fazer referência ao modo como um agente comete determinado crime.

33

Também pode ser colocado que esse tipo de análise está voltado para a

formulação de estratégias operacionais na busca de soluções para problemas gerais de

natureza corrente. Assim, produzirá informações para a alocação de recursos institucionais,

incluindo a configuração das áreas físicas de atividade policial e dias e horários do emprego

da força policial. Busca também identificar atividades criminais fora do padrão comum de

ocorrências, e/ou com freqüência inferior ou superior aos valores usuais, e/ou consumadas

em tempos diversos da sua distribuição sazonal regular.

Assim, a análise estratégica pode identificar condições anômalas na

segurança pública, possibilitando um redimensionamento da prestação de serviços policiais,

otimizando sua efetividade. Essa análise, portanto, pode resultar em redução ou supressão

de problemas crônicos, contribuindo para o estabelecimento de políticas comunitárias e de

resolução de problemas da gestão da segurança pública.

Na análise estratégica, o analista estará voltado, por exemplo, para a

determinação de um padrão geral de delinqüência (a exemplo, arrombamentos) e que

produz uma série de vítimas tipicamente pertencentes a um mesmo grupo de risco (a

exemplo, os comerciantes de determinado tipo de produto e de uma determinada cidade).

Um dos resultados típicos da análise criminal estratégia é a formulação de programas

preventivos.

c) Análise criminal administrativa

Está focada nas atividades de produção de vários tipos de conhecimento,

incluindo o econômico, geográfico, social e organizacional (policial), com a finalidade de dar

suporte a gestão policial, a do executivo local e dos conselhos comunitários e grupos da

sociedade organizada. Envolve projetos de longo alcance nas áreas financeira, política e

legislativa. Sua produção é crucial para a gestão orçamentária, de pessoal e de relações

públicas, sem esquecer questões relativas à vinculação da segurança pública local com o

funcionamento do Poder Judiciário.

Ela provê os gestores de informações gerais de natureza econômica, social,

geográfica, ou de outra área qualquer do conhecimento com interface com a segurança

pública.

3.2.5 Qualificação técnica do analista criminal

34

O analista de criminalidade, no âmbito da Polícia, é o profissional capacitado

a identificar e correlacionar, através de uma abordagem científica, os fatores e as variáveis

que envolvem a criminalidade e controle do crime, para o planejamento de ações e

operações policiais.

O analista tem um papel de extrema importância no contexto organizacional.

Ele, em primeiro lugar, deve conhecer detalhadamente os objetivos da organização em que

trabalha e, principalmente, o serviço realizado por ela. Deve ter uma visão pormenorizada

da situação que envolve a produção dos serviços para identificação mais precisa de

problemas.

As técnicas de análise devem ser de domínio do analista, que além de um

espírito de pesquisador, deve ser proativo e curioso. O monitoramento constante de

informações deve ser sua principal diretriz de ação.

O analista deve conhecer bem os métodos estatísticos, o processo de gestão

de informações, através de banco de dados e o geoprocessamento entre outras

ferramentas.

Beato (2000?, p. 12), ao tratar do curso de análise de crimes para policiais

que ocupavam cargos nas diretorias de planejamento e emprego operacional de Belo

Horizonte, relata que: “o nível de analistas de crime interessa-se por identificar tendências,

padrões e representações gráficas do nível de crime para fins de gerenciamento, orientação

de ações num nível agregado e para dar informações para a comunidade.”.

Segundo Dantas (2000?), o analista criminal deve ter técnicas e

conhecimentos específicos, entre os quais buscou-se destacar: análise de vínculos; análise

de fenômenos da segurança pública; estatística aplicada ao estudo dos fenômenos da

segurança pública; e análise de fenômenos da segurança pública através dos chamados

"Sistemas de Informação Geográfica" (SIG8).

a) Análise de vínculos

8 O nome original em inglês é Gograph Information System (GIS)

35

A utilização da análise de vínculos, análise investigativa visual, mapas e

tabelas de eventos temporais como instrumentos analíticos empregados na segurança

pública, inclui técnicas de análise, desenvolvimento de mapas e tabelas de eventos

temporais e uma visão geral dos softwares9 comumente utilizados para tal finalidade.

b) Análise de fenômenos da segurança pública

Os elementos básicos de análise e técnicas para o estabelecimento de

cenários prospectivos de ocorrências futuras e criação de boletins de ocorrências através da

utilização de informações que correspondem às variáveis da análise de delitos e respectivas

tendências, inclui os tipos de análise e como elas são utilizadas na segurança pública. O

processo de análise, o mapeamento de fenômenos e os aplicativos (software) utilizados

para tal finalidade.

c) Estatística aplicada ao estudo dos fenômenos da segurança pública

A introdução ao uso da estatística para realização de análises de fenômenos

da segurança pública, inclui uma visão geral das funções da estatística descritiva e

inferencial, cálculo das funções mais comumente utilizadas nos trabalhos de análise e

utilização de instrumentos computacionais (software) para sua realização.

d) Análise de fenômenos da segurança pública através dos chamados

"Sistemas de Informação Geográfica" (SIG)

A utilização do aplicativo ArcView10 de SIG na realização de análise de

inteligência da segurança pública ocorre em três fases: administrativa, estratégica e tática.

Os vários tipos de mapas, identificação de "pontos quentes", padrões de ocorrências de

fenômenos, relatórios de ocorrências e análise espacial são instrumentos de apoio à

implementação das três fases de análise.

O trabalho do analista criminal, fundamentalmente, é obter respostas para

questões que possam afetar a qualidade de vida da comunidade, fruto de problemas

relativos ao crime.

9 Toda parte lógica de informática, ou seja, qualquer tipo de programa, aplicativo, utilitário, arquivo,sistema operacional e jogos.10 Programa informatizado utilizado para trabalho com informações geográficas.

36

3.2.6 Construção de ambiente de análise criminal na Polícia Militar

De acordo com a Polícia Militar do Estado de Minas Gerais para composição

de uma estrutura responsável pela análise criminal, o analista deve seguir alguns critérios

básicos que tornarão os trabalhos de análise mais adequados e metodizados, trazendo uma

maior confiabilidade (MINAS GERAIS, 2004): trabalho com um sistema de informação,

mapeamento da criminalidade e análise estatística.

a) Trabalho com um sistema de informação

Sistema de informação é um software capacitado para a coleta de dados,

processamento de informações e geração de conhecimento. São capacitados para gerir

grandes volumes de informações e são chamados de sistemas de banco de dados.

b) Mapeamento da criminalidade

O analista de criminalidade deve conhecer e saber trabalhar com um Sistema

de Informações Geográficas (SIG).

A criação de mapas temáticos que possibilitem a demonstração visual dos

dados e das informações coletadas é um dos pontos fundamentais na análise criminal.

Os mapas criados devem primar pelas variáveis tempo e espaço, focalizando

a criminalidade estudada sobre esses dois aspectos. Podem enfocar a análise quantitativa

ou qualitativa e devem demonstrar a concepção de crimes e delitos por tipo, por ano, mês,

dia da semana e faixa horária.

O analista de criminalidade, de posse de um mapa temático, pode formular

hipóteses sobre determinado crime ou delito, estudar o comportamento do cidadão infrator,

realizar estudo sócio-econômico, quantitativo e cultural da população, verificar padrões de

mobilidade da população e acompanhar o crime organizado.

c) Análises estatísticas

37

Uma estrutura adequada necessita da análise estatística que em conjunto

com o mapeamento do crime dê condições para um planejamento que enfatize a prevenção

nas ações e operações policiais.

Através da análise estatística, os índices e as taxas de segurança pública

poderão ser calculados e trabalhados periodicamente proporcionando um quadro

comparativo e evolutivo da criminalidade local.

3.2.7 Processo de análise criminal na Polícia Militar

Conforme a Polícia Militar de Minas Gerais, a análise da criminalidade na

Corporação deve ser desenvolvida com base em dois princípios básicos: visão sistêmica do

problema e análise com ênfase na ação preventiva (MINAS GERAIS, 2004).

a) Visão sistêmica do problema

É o modo como o analista de criminalidade deve abordar o problema da

criminalidade dentro do sistema social e como um dos tópicos principais da segurança

pública.

b) Análise com ênfase na ação preventiva

A análise com ênfase na ação preventiva reveste a análise criminal na Polícia

Militar, por ser a prevenção o principal objetivo da Organização, constituindo em seu

“negócio”, que se origina do papel constitucional previsto: “Às polícias militares cabem a

polícia ostensiva e a preservação da ordem pública [...]” (BRASIL, 2005). Policiamento

ostensivo e preservação da ordem estão diretamente relacionados à prevenção.

Esta análise deve enfocar, no problema da criminalidade, nos fatores tempo,

espaço, modo de atuação do cidadão infrator e tipo de crime ou delito. Na ação policial, a

análise deve verificar a correta alocação dos recursos logístico e potencial humano para

uma prevenção eficiente e eficaz.

3.2.8 Participação comunitária na análise criminal

Não restam dúvidas de que a participação comunitária agrega valor às

ferramentas de análise criminal disponíveis ao planejamento, pois:

38

[...] os encontros comunitários formais e os contatos informais da Polícia com osmoradores e trabalhadores locais aumentariam o fluxo de informações sobre crimes esuspeitos, da população para a Polícia, aumentando também a probabilidade depunição dos criminosos. Este aumento do fluxo de informações seria útil também paraas estratégias preventivas contra o crime (KAHN, 2002, p. 15).

A Polícia Militar de Minas Gerais, através da Diretriz para Produção de

Serviços de Segurança Pública nº 04/2002 identificou os Conselhos Comunitários de

Segurança Pública para buscar esta participação (MINAS GERAIS, 2002b), de maneira que

as informações produzidas pela comunidade possam agregar valor às estatísticas e às

informações do geoprocessamento, aprimorando ainda mais as análises criminais. É desta

forma que a comunidade participa.

Para exemplificar esta participação, segundo Kahn (2002), a Polícia de

Chicago, utiliza-se de um sistema de montagem de dados sobre suspeitos e modus

operandi cujas informações tem origem de, pelo menos, três fontes, entre elas estão os

grupos comunitários. As informações são produzidas por meio de encontros formais e

informais com a comunidade e de agências e associações de programas de prevenção e

são confrontadas com outras fontes.

Todas estas informações são processadas pelo sistema que as encaminha a

uma unidade de análise, encarregada da identificação de hot spots11. Esta informação é

disseminada posteriormente para os encarregados do policiamento, de unidades especiais

da polícia e aos órgãos da administração municipal envolvidos, além da comunidade,

associações e organizações da sociedade civil.

Para Beato (2000?, p. 7) “A criação de unidades de análise de crimes tem se

constituído num dos principais suportes para o desenvolvimento de policiamento comunitário

e de solução de problemas.”.

Esta abordagem sobre a participação da comunidade na análise criminal, vem

a corroborar quando a Polícia Militar de Minas Gerais destaca o geoprocessamento e a

polícia comunitária como pilares da “polícia de resultados” (MINAS GERAIS, 2002a, p. 8).

Infere-se, portanto, que uma análise criminal somente será completa e

consistente se forem agregadas às estatísticas criminais e ao geoprocessamento as

informações provenientes da comunidade. Este conjunto de informações, se bem

11 Zonas quentes de criminalidade. Locais de maior concentração de crimes.

39

trabalhadas, podem constituir em um conhecimento mais profundo a respeito do fenômeno

da criminalidade.

3.2.9 Ferramentas de análise criminal

Ferramentas de análise criminal devem ser entendidas como recursos

utilizados para produzir informações quantitativas, de maneira que, após analisadas pelo ser

humano, possam ser transformadas em conhecimento do fenômeno criminal (informações

qualitativas).

Na 12ª Região da Polícia Militar de Minas Gerais são disponibilizadas as

seguintes ferramentas:

a) Sistema COPOM12

Sistema empregado para o gerenciamento das ações e operações dos

municípios sedes da grande maioria dos Batalhões da Polícia Militar de Minas Gerais. Na

12ª Região da Polícia Militar é utilizado pelos municípios: Ipatinga, Manhuaçu e Itabira.

Este sistema funciona em ambiente UNIX13, cuja base de dados é formada

por dois módulos: um de atendimento de chamada e outro de despachos das ocorrências. O

software da base de dados foi desenvolvido pela PRODEMGE. Possibilita o cadastro e

pesquisa de dados das ocorrências policiais, bem como de prisões e apreensões de

menores, dentre outros. Estes dados são lançados no sistema concomitante com o

desenrolar de uma ocorrência policial. Isto significa que o Boletim de Ocorrência é gerado

no sistema no mesmo instante em que a Polícia Militar é solicitada a comparecer ao local e

é encerrado quando as ações desenvolvidas por uma determinada guarnição são

encerradas diante do fato que gerou a intervenção policial.

Atualmente há projeto na Secretaria de Defesa Social de Minas Gerais no

sentido de substituir o sistema COPOM de todos os Batalhões da capital e do interior pelo

Sistema Integrado de Defesa Social – SIDS –, considerando que o atual instrumento já está

bastante defasado diante das necessidades de coordenação e controle, uniformização de

banco de dados e padronização de estatísticas criminais.

12 Central de Operações da Polícia Militar

40

b) SM20

Sistema destinado ao cadastro e pesquisa das ocorrências policiais e de

dados de prisões e apreensões de menores de todos os municípios do Estado de Minas

Gerais. Cada Batalhão efetua o cadastro dos boletins gerados nos municípios que compõem

a área, exceto daqueles em que há o sistema COPOM, pois há um procedimento que

permite a transferência destes dados para o SM20.

O SM20, por ser o único instrumento que registra as ocorrências policiais de

todos os municípios do Estado de Minas, é reconhecido como principal fonte de consulta de

toda Polícia Militar. No entanto, há de ressaltar algumas limitações desse programa: a

pesquisa ao módulo de estatística somente é possível fazê-la após o lançamento de todas

as ocorrências geradas em todo o Estado e depois da consolidação dos dados; a pesquisa

de dados espaciais é limitada, pois não constam registros de endereços, logradouros ou

bairros no sistema; não há interface com o sistema Windows14, não permitindo a

transferência dos dados estatísticos para uma planilha de um editor de texto ou planilha

eletrônica, como do excel15.

Devido a essas limitações é que há um projeto na Secretaria de Defesa

Social de Minas Gerais, no sentido de estar substituindo o SM20 por um módulo do Sistema

Integrado de Defesa Social, que é o Registro de Eventos de Defesa Social – REDS.

c) Geoprocessamento

O 14º Batalhão de Polícia Militar, mediante apoio da Prefeitura Municipal de

Ipatinga, tem realizado o mapeamento da criminalidade da cidade desde 2002, utilizando

para tanto o software Mapinfo, que possibilita a conversão da base de ocorrências policiais

do sistema COPOM para uma base geográfica, onde são identificadas todas as

coordenadas de todos os boletins de ocorrência.

13 Sistema operacional produzido pelos laboratórios BELL em 1971 para os mini computadores DEC PDP 11. Afinalidade do UNIX era proporcionar um meio uniforme e simples em que um número relativamente pequeno deusuários, com considerável grau de inter-relacionamento, pudessem utilizar um só sistema.14 Ambiente operacional gráfico criado e lançado pela Microsoft Corporation, no início dos anos 90.15 Aplicativo utilizado para o desenvolvimento de planilhas eletrônicas de cálculos.

41

Desta forma tem sido possível ao Batalhão a criação de mapas contendo

pontos onde foram geradas as ocorrências policiais em Ipatinga, bem como a identificação

de zonas quentes de criminalidade.

d) Programas de estatísticas

Para fazer face às deficiências do sistema COPOM e do SM20, alguns

Batalhões não só da 12ª Região da Polícia Militar como de toda Corporação têm utilizado de

alguns programas de estatísticas capazes de absorver as ocorrências geradas no sistema

COPOM, o que vem possibilitando um melhor gerenciamento das pesquisas, já que os

relatórios podem ser transferidos para editores de texto e planilhas, possibilitando

construção de gráficos; as consultas podem ser melhor formuladas; dentre outras

vantagens.

e) Procedimento manual

Há ainda, além dos instrumentos de informática o procedimento manual que

consiste na contabilização de determinados dados das ocorrências policiais de maneira

“mecânica”, ou seja, através de consulta direta a cada boletim de ocorrência.

Esta medida é adotada, quando se pretende obter dados que não constam

nos sistemas ou devido ao fato do SM20 não fornecer as informações em tempo oportuno,

uma vez que há necessidade de estar consolidado para fins de pesquisa a dados de

determinado período.

3.3 Mapeamento da criminalidade

De acordo com a Polícia Militar de Minas Gerais, o mapeamento da

criminalidade é a representação gráfica da distribuição espacial dos dados da criminalidade,

através de mapas e é uma das técnicas utilizadas pelo analista criminal para a produção de

informações necessárias ao planejamento operacional, proporcionando a prevenção do

crime (MINAS GERAIS, 2004).

O mapeamento do crime, aliado às técnicas de estatística, geoprocessamento

e conhecimentos de banco de dados, torna-se uma ferramenta importantíssima na gestão

da informação para a prevenção e combate à criminalidade.

42

Para um melhor entendimento sobre o assunto, buscou-se nesta subseção

fazer uma abordagem sobre a evolução histórica do mapeamento da criminalidade; Sistema

de Informação Geográfica; mapas; zonas quentes de criminalidade; e geoprocessamento na

Polícia Militar.

3.3.1 Evolução histórica

Evidências conclusivas, retiradas de placas de cerâmica encontradas no

Iraque, comprovam que os mapas existiam há milhares de anos – talvez dezenas de

milênios. A necessidade de visualizar dados geográficos é, evidentemente, fundamental e

persistente. Em nenhum outro lugar a necessidade de mapas é tão premente quanto no

campo da navegação, seja para uma viagem épica em torno do planeta, seja para o esforço

de um policial iniciante em encontrar um endereço em um mapa da cidade (HARRIES,

1999).

O mapeamento da criminalidade é há muito tempo parte integrante do

processo conhecido hoje como análise da criminalidade. De acordo com Weisburd, Mcewen

(1998, apud SILVA, 2000), o primeiro registro de mapeamento de crimes envolveu o

trabalho desenvolvido por Adriano Balbi e André-Michel Guerry, em 1829, na França. Foram

confeccionados mapas de crimes contra a propriedade e contra a pessoa, estabelecendo

relação com o grau de instrução. Concluiu-se que regiões com altas taxas de crimes contra

a pessoa eram constituídas de populações com baixo nível de educação, ao passo que

regiões com taxa elevada de crimes contra a propriedade contavam com populações mais

educadas.

O departamento de Polícia da cidade de Nova Iorque vem utilizando mapas

desde, no mínimo, 1900, que consistia, à época, em alfinetes pregados em uma

representação “jumbo” de uma jurisdição (HARRIES, 1999).

Os antigos mapas de alfinetes eram úteis por mostrarem onde os crimes

ocorriam, mas contavam com graves limitações. Na medida em que eram atualizados, os

padrões de criminalidade anteriores eram perdidos. Enquanto os dados brutos podiam ser

arquivados, os mapas não, exceto talvez quando eram fotografados.

Os mapas eram estáticos; não podiam ser manipulados ou investigados.

Seria difícil, por exemplo, acompanhar uma série de roubos que ultrapassasse a duração de

um mapa de alfinetes (uma semana ou um mês). Muitos mapas, depois de prontos, já

43

haviam se tornado obsoletos, por motivo da evolução do “modo de operação” do infrator da

lei. Além disso, esses mapas eram de difícil leitura quando misturavam-se diversos tipos de

crime – normalmente representados por alfinetes de cores diferentes. O processo requeria

muito tempo, trabalho e conhecimento por parte dos analistas, para produzir mapas

explicativos e adequados.

Com o passar dos anos e com o desenvolvimento da informática, a utilização

de computadores para produzir mapas e processar dados tornou-se cada vez mais

freqüente, devido ao desenvolvimento e facilidade de aquisição dos equipamentos e

programas.

Hoje em dia, um mapa de acompanhamento de determinado delito, que

demorava semanas para ficar pronto, em tempos passados, pode ser produzido em apenas

alguns minutos, bem como modificado e copiado.

Atualmente, o processo de elaboração de um mapa criminal começa com o

registro do boletim de ocorrência, que passa pela equipe de processamento de dados, é

introduzido no banco de dados, e finalmente transformado em um símbolo no papel. É, na

verdade, representado por dados colocados de tal maneira que possamos vê-los de uma só

vez. Neste sentido Harries (1999, p. 7) ressalta que “os mapas e outros gráficos são

basicamente figuras de informação, aquelas figuras proverbiais que valem mais que mil

palavras. Se bem feitos, passam sua mensagem mais ou menos de uma só vez.”.

3.3.2 Sistema de Informação Geográfica

O Sistema de Informação Geográfica – SIG - é “[...] um sistema voltado para

a coleta, armazenamento, recuperação, análise, manipulação e apresentação sobre

entidades de expressão espacial sobre dados georeferenciados, com a utilização da

informática.” (MATKOWSKI, 1997, apud SILVA, 2000, p. 20).

São sistemas automatizados usados para armazenar, analisar e manipular

dados geográficos, ou seja, dados que representam objetos e fenômenos em que a

localização geográfica é uma característica inerente à informação e indispensável para

analisá-la (MINAS GERAIS, 2004).

Para Harries (1999, p. 73) o SIG é “um sistema de mapeamento

computadorizado que permite, através da sobreposição de informações em camadas, a

44

produção de descrições detalhadas de condições geográficas e a análise das relações entre

variáveis.”.

É, portanto, um conjunto de ferramentas computacionais composto de

equipamentos e programas que, por meio de técnicas, integra dados, pessoas e instituições,

de forma a tomar possível a coleta, o armazenamento, o processamento, a análise e a

disponibilização, a partir de dados georeferenciados, de informação produzida por meio das

aplicações disponíveis, visando à maior facilidade, segurança e agilidade nas atividades

humanas referentes ao monitoramento, planejamento e tomada de decisão relativa ao

espaço geográfico.

a) Composição

De acordo com a Polícia Militar o SIG é um sistema computacional composto

de softwares e hardwares16, que permite a integração entre bancos de dados alfanuméricos

(tabelas) e gráficos (mapas), para o processamento, análise e saída de dados

georeferenciados. Os produtos criados são arquivos digitais contendo mapas, gráficos,

tabelas e relatórios convencionais (MINAS GERAIS, 2004).

b) Funcionamento

Em relação ao funcionamento, segundo Adami (2000, apud SILVA, 2000), o

banco de dados de um SIG pode ser dividido em duas partes: uma contendo dados geo-

espaciais, descrevendo a posição e a forma dos elementos da superfície em estudo e outra

contendo a qualidade e atributos desses elementos.

c) Áreas de aplicação

Segundo OLIVEIRA (1997, apud SILVA, 2000), o campo de aplicações de

SIG tem se expandido muito nos últimos anos. Os órgãos da Administração Pública, em

geral, são os que mais utilizam este sistema em razão de terem como tarefa o controle e a

gestão de espaços geográficos.

16 Toda parte física de um computador e seus componentes. Sendo assim, quaisquer placas, unidades dediscos, microchips, microprcessadores, sistema de cabeamento, monitores de vídeo, teclados, mouse, enfim,qualquer periférico ou outro componente eletrônico adaptado ou conectado à CPU é um hardware.

45

O SIG pode ser aplicado em uma grande variedade de situações. Cada

aplicação requer a manipulação de dados geográficos distintos, associados a diferentes

características e propriedades que variam no tempo e no espaço. Além disso, um fenômeno

geográfico pode ser analisado diferentemente segundo sua forma e precisão, dependendo

do objeto da aplicação.

As diversas áreas de aplicação de SIG podem ser divididas em cinco grupos

principais, de acordo com RAMIREZ (apud SILVA, 2000): 1º) ocupação humana como redes

de infra-estrutura, planejamento e supervisão de limpeza urbana, cadastramento territorial

urbano, mapeamento eleitoral, rede hospitalar, rede de ensino, controle de tráfego aéreo; 2º)

uso da terra como planejamento agropecuário, classificação de solos, cadastramento de

propriedades rurais; 3º) uso de recursos naturais como classificação de poços petrolíferos,

distribuição de energia elétrica, identificação de mananciais e gerenciamento costeiro e

marítimo; 4º) meio ambiente como controle de queimadas, estudos de modificações

climáticas, acompanhamento de emissão e ação de poluentes, gerenciamento florestal de

desmatamento e reflorestamento; 5º) atividades econômicas como planejamento de

marketing, pesquisas sócio-econômicas, distribuição de produtos e serviços e transporte de

matéria-prima.

Outra área de emprego do SIG é em segurança pública, mediante sistemas

de localização automática de viaturas, integrados ao Global Positioning System (GPS)17, em

comunicações, em coordenação de operações e na produção de mapas criminais, e que vai

interessar particularmente a este estudo.

3.3.3 Mapas

A Polícia Militar de Minas Gerais aborda através da apostila de análise

criminal, de uma forma geral, aspectos básicos da construção de mapas de criminalidade,

como informações do mapa, elementos, tipos de informações, localização e projeção do

mapa (MINAS GERAIS, 2004).

a) Informações do mapa

17 Sistema de posicionamento global orientado por satélite.

46

Os mapas são definidos com as seguintes características: são desenhos de

informações sobre áreas e lugares; auxiliam na visualização dos dados; permitem a rápida

visualização da informação.

Assim como outras formas de visualização, os mapas são resultado da

atividade científica: formulação de hipóteses, coleta de dados, análise, revisão dos

resultados e avaliação da hipótese inicial como aceita ou rejeitada em prol de uma versão

modificada.

Os mapas tentam mostrar algum aspecto da realidade. Mas assim como os

livros, filmes, televisão ou jornais que tentam fazer o mesmo, eles são insuficientes.

b) Elementos do mapa

Os mapas apresentam, em geral, os seguintes elementos: título para a

descrição do mapa; uma legenda para a interpretação do conteúdo do mapa, como

símbolos e cores; uma escala para a tradução da distância no mapa em distância no solo;

orientação indicando a direção.

c) Tipos de informação dos mapas

Os mapas podem fornecer uma ampla variedade de informações, que

incluem localização, distância e direção, bem como padrão de apresentação de dados

pontuais ou de área. Cada tipo de dado tem significados diferentes, conforme o tipo de

usuários a que se destine.

d) Localização

A localização é, na perspectiva do analista criminal, o tipo mais importante de

informação a ser representado ou reunido em um mapa. Onde as coisas aconteceram, ou

onde podem acontecer no futuro, é a informação mais procurada e potencialmente útil, pois

tem diversas implicações para os investigadores e para a alocação dos recursos da polícia e

da comunidade, além da sua utilidade no campo do planejamento e da política.

e) Projeção do mapa

47

Um problema fundamental enfrentado pelos construtores dos mapas, é que a

Terra é redonda, e o papel no qual colocam-se os mapas, plano. Quando se representa a

Terra redonda sobre o papel plano, alguma distorção é inevitável.

3.3.4 Zonas quentes de criminalidade

São áreas com alta incidência de criminalidade, que têm servido de base para

o planejamento conjunto entre diversas agências públicas. São produzidas a partir da

montagem e superposição de mapas temáticos de diferentes fontes, com informações a

respeito de dados censitários e registro de ocorrências policiais atendidas num setor pré-

estabelecido. Compõem os chamados “geo-arquivos”, cujo resultado mais visível é a

possibilidade de análise específica da criminalidade de determinado local (MINAS GERAIS,

2002a).

Segundo Eck, Gersh e Taylor (apud HARRIES, 1999, p. 60) zona quente é

“um único local com muitos crimes.”. O termo “muitos crimes” é definido através da

densidade mínima de pontos – que significa que deve ocorrer um número mínimo de

eventos em um local específico para que ele seja qualificado como zona quente.

Para Harries (1999) zona quente é, portanto, uma condição indicativa de

alguma forma de aglomeração em uma distribuição espacial. Mas, segundo o autor, nem

todos os aglomerados são zonas quentes, uma vez que os ambientes que ajudam a gerar o

crime – os locais onde estão as pessoas – também tendem a constituir aglomerados. Assim

toda definição de zona quente tem que ser qualificada.

O conceito de zona quente, segundo Harries (1999), é geralmente aplicado

ao crime de rua, e não ao crime de “colarinho branco”, crime organizado ou crime de

terrorismo, por exemplo. Normalmente ignora-se que alguns poucos crimes de colarinho

branco podem superar o crime de rua em termos do seu impacto econômico. Isso ocorre

porque o crime de “colarinho branco” não provoca o mesmo tipo de receio e ansiedade na

comunidade provocados pelo crime de rua. Da mesma maneira, se uma cidade passou por

diversos atentados à bomba terroristas ou tiroteios em escolas dentro de um ano, isso é

considerado uma zona quente que desafia a definição normal do conceito. Há um aspecto

qualitativo implícito no conceito de zona quente; ele diz respeito a somente alguns tipos de

crimes.

3.3.5 Geoprocessamento na Polícia Militar

48

Para um melhor entendimento sobre o significado de geoprocessamento,

buscou-se expor o seu conceito, segundo a Polícia Militar de Minas Gerais, que identificou

esta ferramenta como:

[...] conjunto de técnicas computacionais relacionadas com a coleta, oarmazenamento e o tratamento de informações espaciais ou georreferenciadas, paraserem utilizadas em sistemas específicos a cada aplicação que, de alguma forma,utiliza espaço físico geográfico (MINAS GERAIS, 2004, p. 54).

Esse poderoso conjunto instrumental se aplica aos diversos campos

profissionais, tornando-se imprescindível para projetos que lidam com questões voltadas à

organização, planejamento e gestão do território geográfico ou que envolvam análises

espaciais em seus estudos, como é o caso da segurança pública.

Para tanto, o geoprocessamento incorpora tecnologias de última geração,

envolvendo desde satélites de observação da Terra, técnicas de mensuração por sistemas

GPS, até sofisticados programas e equipamentos de informática.

Pode, ainda, ser entendido como desenhos sobre áreas e lugares; mostram

algo concreto sobre a criminalidade; são figuras proverbiais, pois valem mais do que mil

palavras; permitem uma liberdade de experimentação; servem como ferramenta de

persuasão para alocação lógica dos recursos durante a elaboração do planejamento

participativo junto à comunidade.

O geoprocessamento da criminalidade e da violência permite identificar:

tendências e padrões do fenômeno; incidência em diferentes grupos sociais; perfil de

vítimas e de agressores; diversidade oculta dos dados estatísticos; relação entre

percepções sociais do medo (sensação de insegurança) e taxas reais de criminalidade.

O resultado mais visível da montagem dos chamados geo-arquivos (base

geo-referenciada de informações) é possibilitar a análise específica para problemas locais,

isto é, atividades de polícia ostensiva de preservação da ordem pública orientadas para a

solução de problemas e não por incidentes.

a) Polícia orientada por resultados

49

O programa “Polícia orientada por resultados” foi introduzido pela Polícia

Militar de Minas Gerais, por meio da Diretriz para Produção de Serviços de Segurança

Pública nr 01/2002 e sua estratégia é traduzida em um conceito contemporâneo e

progressista de “ser” e “fazer” polícia ostensiva.

Suas doutrinas e princípios são simples e versam sobre estratégicas e táticas

de “como fazer” a polícia funcionar em função do ambiente em que ela se encontra inserida.

Dentre os princípios norteadores da gestão pública orientada por resultados,

destacam-se aquelas que estão em consonância com o objeto de estudo do presente

trabalho (MINAS GERAIS, 2002a, p.4):

- acompanhamento da evolução da violência, criminalidade e características

sócio-econômicas dos municípios, com o uso do geoprocessamento e indicadores

estatísticos de segurança pública;

- envolvimento da comunidade, através dos Conselhos Comunitários de

Segurança Pública (CONSEP);

- planejamento e execução das atividades de polícia ostensiva com maior

especificidade e de acordo com as demandas locais;

- adequada coleta e utilização das informações gerenciais de segurança

pública, em especial aquelas relacionadas à geo-estatística;

Observando estes princípios a Polícia Militar passa a atuar com maior

cientificidade, acompanhando a evolução da violência e da criminalidade, adotando medidas

de correções das distorções e óbices nas falhas detectadas que estejam comprometendo a

prestação de serviços à comunidade.

b) Introdução do geoprocessamento na Polícia Militar

A introdução do geoprocessamento na PMMG está no bojo do Programa

Polícia de Resultados e Projeto Mapa e é fruto de uma parceria com a UFMG18 iniciada em

fevereiro de 1999.

18 Universidade Federal de Minas Gerais

50

Na 12ª Região da Polícia Militar os únicos municípios a contar com o emprego

do geoprocessamento na segurança pública são Ipatinga e Coronel Fabriciano. A Polícia

Militar em Ipatinga, desde 2002, vem obtendo apoio da Prefeitura Municipal local para o

mapeamento da criminalidade, com uso do programa Mapinfo19. Em Coronel Fabriciano,

esta ferramenta é ainda de uso recente, pois foi instalado em 2004.

c) Funcionamento do geoprocessamento em Ipatinga

Para a organização da base de dados que compõe o geo-arquivo, são

percorridas algumas etapas:

1ª) o sistema COPOM da cidade de Ipatinga é inicialmente alimentado pelo

telefone 190, e sofre atualizações fornecidas pelos patrulheiros encarregados do

atendimento das ocorrências;

2ª) os dados do COPOM são convertidos para arquivo do tipo texto, o que

possibilita a sua exportação para uma base de dados compatível com o Mapinfo com

formato DBF20.

3ª) os dados de geoprocessamento foram fornecidos pela Prefeitura Municipal

de Ipatinga, por meio de parceria. São arquivos gráficos, que podem ser convertidos para o

formato Mapinfo, com representação de informações que vão desde a malha viária até

dados físicos, tais como hidrografia, arborização e topografia da cidade. Para efeitos do

projeto, foram utilizados inicialmente os dados referentes aos quarteirões, eixos de ruas,

bairros, favelas, áreas verdes, alem de informações georreferenciadas sobre alvos de

delitos tais como bancos, supermercados, mercearias, padarias, casas lotéricas e outros;

4ª) de posse das duas bases de dados: da Polícia Militar e da Prefeitura

Municipal, é possível alocar a cada registro de ocorrência policial a coordenada geográfica

19 Programa utilizado para trabalhar com informações geográficas.20 Data Base File, que significa extensão de arquivos de bancos de dados criados no dBASE. O dBASE é umaplicativo criado na década de 80, cuja finalidade é permitir a criação e manipulação de arquivos debanco de dados. Muito fácil de operar, porém, tinha a desvantagem de ser lento no tratamento dasinformações. Suas versões mais recentes podem ser utilizadas em conjunto com o Clipper nodesenvolvimento de sistemas de gerenciamento de banco de dados.

51

referente ao endereço, possibilitando assim a plotagem21 de pontos no mapa da cidade,

representando em cada, uma ocorrência policial registrada.

5ª) é possível, também, criar mapas com identificação de zonas quentes de

criminalidade, representadas por manchas, cujas diversidades das cores determinam se

estas zonas são de alta, média ou baixa incidência.

Figura 2 Mapas da criminalidade de Ipatinga do 1º trimestre de 2003

Plotagem dos crimes (arrombamentos) Identificação de zonas quentes

Fonte: Policia Militar de Minas Gerais: 14º Batalhão de Polícia Militar

3.4 Estatísticas criminais

3.4.1 Breve histórico

Os autores são unânimes quando, ao elaborarem seus estudos acerca da

estatística, se reportam à história para demonstrarem quão antiga é a noção de seus

fundamentos. Santa Cecília (1984) chega a apontar registros datados de 2366 a. C., quando

um imperador chinês determinou o levantamento dos bens de seus súditos e, a partir daí,

pode estabelecer critérios para se classificar as províncias do império, conforme a produção,

qualidade de produtos e impostos arrecadados.

21 Ato ou efeito de plotar. Plotar significa Desenhar uma imagem a partir de linhas e pontosestrategicamente distribuídos e ligados sobre uma superfície.

52

Por sua vez, Cruz (1993, apud SÁ, BARROS JÚNIOR, CROVATO, 1995)

ressalta a lentidão com que se desenvolveu a estatística, até fins do século XIX. Com a

revolução industrial e seus avanços tecnológicos, foi identificada a necessidade de se

avaliar o todo por intermédio de parcelas, face à impossibilidade de controlar a produção

que, já àquela época, extrapolava a capacidade dos instrumentos de vigilância. Outros

trabalhos, na área da experimentação estatística, foram produzidos por estudiosos de

diversos segmentos e profissões. Tal circunstância determinou a adição de novos recursos

à metodologia do emprego da estatística analítica.

Segundo Santa Cecília (1984), o termo “estatística” só veio a ser utilizado no

século XVII por Achenwall, um matemático alemão, para quem a estatística era conceituada

como “conjunto do que é realmente notável em um Estado ou a descrição da situação atual

de um Estado.”.

Na Polícia Militar, segundo Santa Cecília (1983, p. 17), a estatística somente

veio a ser utilizada a partir de 1969, quando a Corporação passou a registrar a atuação dos

serviços de radiopatrulha, muito embora o policiamento motorizado já tenha sido lançado em

1963.

3.4.2 Contextualização

De acordo com a Polícia Militar de Minas Gerais, estatística é “uma ciência

aplicada que fornece métodos para coleta, organização, descrição, análise e interpretação

de dados, para utilização dos mesmos na tomada de decisões [...]” (MINAS GERAIS, 2004,

p. 18).

As estatísticas oficiais de criminalidade são utilizadas regularmente por toda

Polícia Militar de Minas para retratar a situação de segurança pública e auxiliar no

planejamento de ações e operações de combate a criminalidade. Contudo, há de se

considerar que estes dados estão sujeitos a uma série de limites de validade e

confiabilidade: eles são antes um retrato do processo social de notificação de crimes do que

um retrato fiel do universo dos crimes realmente cometidos num determinado local.

Para que um crime faça parte das estatísticas oficiais são necessárias três

etapas sucessivas: o crime deve ser detectado, notificado às autoridades policiais e por

último registrado no boletim de ocorrência. Segundo a Secretaria de Segurança Pública do

Estado de São Paulo, “pesquisas de vitimização realizadas no Brasil sugerem que, em

53

média, os organismos policiais registram apenas um terço dos crimes ocorridos, percentual

que varia de acordo com o delito [...]” (SÃO PAULO, 2005). Além disso, o aumento das

estatísticas oficiais de criminalidade pode estar refletindo flutuações causadas por práticas

policiais mais ou menos intensas.

Por estas e outras razões, nem sempre um aumento de dados de

criminalidade oficiais pode ser interpretado como uma piora da situação de segurança

pública, ao contrário, nos locais onde é grande a “cifra negra”, o aumento dos crimes

notificados é considerado um indicador positivo da credibilidade e performance policial.

3.4.3 Exemplos de interpretações imprecisas

A Secretaria de Segurança Pública de São Paulo, ao editar o manual de

estatísticas criminais faz abordagens a alguns exemplos que podem levar a uma

interpretação imprecisa da realidade (SÃO PAULO, 2005):

a) Sazonalidade

Os índices criminais estão sujeitos às variações cíclicas, sazonais e

irregulares: no verão os dias são mais longos e as pessoas vão mais às ruas, aumentando

as oportunidades para o cometimento de crimes; nas férias as pessoas viajam e deixam as

casas desprotegidas, facilitando os arrombamentos; também aumentam nas férias os

mortos nos acidentes nas estradas. Na volta às aulas crescem os furtos e roubos de

automóveis em torno das universidades; nos finais de semana e feriados as pessoas estão

mais em casa, aumentando a ocorrência de violência doméstica. O término da colheita das

safras agrícolas desemprega grande quantidade de mão-de-obra migrante e pouco

qualificada, aumentando o desemprego e diminuindo a renda do trabalhador em certos

períodos do ano, com efeitos sobre os roubos e furtos.

A passagem do tempo não é linear, pois implica em mudanças climáticas,

alteração das atividades sociais e econômicas, favorecendo ou inibindo a ocorrência de

determinados crimes. Em outras palavras, existem diversas situações e fatores ligados ao

calendário anual que explicam porque a criminalidade sobe ou desce, sistematicamente, em

certos momentos.

b) Escolha do período base de comparação

54

Dependendo do crime que se escolha e do período usado como base para a

comparação, pode-se tanto “provar” que a criminalidade está caindo como o contrário,

dependendo da interpretação.

c) Cálculos de porcentagens e taxas pequenas

Uma porcentagem é uma relação que se estabelece entre uma das partes

com relação ao todo, multiplicando por cem, em sua principal função é obter

comparabilidade. É freqüente encontrarmos manchetes alardeando aumentos elevados no

percentual de crimes, que foram baseadas em números pequenos, transmitindo uma

sensação de insegurança que nem sempre condiz com a realidade.

d) Tomar dados de notificação como se fosse o universo dos crimes

As estatísticas oficiais estariam corretas se todos os cidadãos vitimados

relatassem os crimes de que foram vítimas às autoridades, mas a experiência em diversos

países desenvolvidos ou não, revela este raramente é o caso.

e) Atividade policial

A magnitude dos indicadores de atividade policial de resultados varia com a

quantidade de crimes22. Por isso os indicadores de atividade policial – veículos recuperados,

cargas recuperadas, armas apreendidas, prisões efetuadas, cativeiros descobertos – devem

ser vistos, quando possível, em relação aos crimes, pois quanto mais crimes, maior a

probabilidade de que a polícia consiga mais flagrantes, mais armas, mais entorpecentes,

mais cargas e veículos recuperados. Se analisados do ponto de vista de sua magnitude

absoluta, estes indicadores podem ser enganosos, pois se o volume absoluto de veículos

roubados está caindo, é claro que o volume absoluto de veículos recuperados também

cairá. Neste caso o mais correto é verificar qual a porcentagem de veículos recuperados

sobre o total de veículos roubados e furtados. Ou qual o percentual de prisões efetuadas

sobre o total de crimes que geram prisões (homicídios, roubos, dentre outros).

3.4.4 Índices de criminalidade

22 Além dos indicadores de resultados, como apreensão de armas, prisões efetuadas, etc. o trabalho policialpode ser mensurado com indicadores de atividades como número de operações realizadas, número de pessoasrevistas, número de desmanches fiscalizados e outros, que não variam com a criminalidade.

55

A finalidade da taxa por 100.000 habitantes é permitir a comparabilidade entre

locais com diferentes tamanhos de população e neutralizar o crescimento populacional,

permitindo a comparação a médio e longo prazo.

De acordo com a Diretriz para Produção de Serviços de Segurança Pública nr

01/2002 (MINAS GERAIS, 2002a), a norma internacional estabeleceu que os índices são

calculados através da fórmula: número de ocorrências x 100.000 / população.

Tendo em vista que várias cidades do Estado possuem populações com

menos de 10.000 habitantes, devem ser utilizados para o cálculo do índice os valores: nº de

ocorrências x 1.000 / população. Esta medida objetiva corrigir a discrepância que causaria

em cidades com menos de 10.000 habitantes o emprego da fórmula padrão (MINAS

GERAIS, 2002a, p. 11).

A definição das naturezas relacionadas aos índices são as seguintes:

a) Índice de Criminalidade (IC): relacionadas conforme artigos do Código

Penal, e legislações especiais (Código de Trânsito Brasileiro, Código Florestal);

b) Índice de Criminalidade Violenta (ICV): são os crimes considerados

violentos: roubos, assaltos, estupros, homicídios, latrocínios, seqüestro e cárcere privado e

extorsão mediante seqüestro.

c) Índices de Contravenções: relacionadas conforme artigos da Lei das

Contravenções Penais e legislações especiais (Código de Trânsito Brasileiro, Código

Florestal).

56

SEÇÃO 4

PLANEJAMENTO

4 PLANEJAMENTO

57

4 PLANEJAMENTO

Nesta SEÇÃO serão abordados: contextualização; definições de

planejamento; inovação e criatividade; princípios do planejamento; tipos de planejamento; e

planejamento na Polícia Militar.

4.1 Contextualização

A primeira notícia da utilização dos princípios do planejamento teve origem

em um documento escrito há cerca de 2500 anos, no qual é registrada a sabedoria de Sun

Tzu, General chinês que viveu no norte daquele país. Seus exércitos surgiram para atender

a determinados objetivos e como resposta a ameaças ou oportunidades específicas e

concretas. Ele era considerado um especialista em estratégia militar e teve seus

ensinamentos e métodos compilados pelo líder militar Cao Cao, apenas cem anos após a

sua morte.

Alguns ensinamentos de Sun Tzu, segundo Boar (2002, pp. 314-320),

evidenciaram a aplicação dos princípios do planejamento:

É fácil tomar o controle daqueles que não planejam com antecedência.Aqueles que encaram os despreparados com preparo são vitoriosos.Um exército vitorioso primeiro vence e depois busca a batalha, um exército derrotadoprimeiro batalha e depois busca a vitória.Se você não tem um esquema oculto e nenhum planejamento, mas simplesmente sebaseia na sua braveza individual, com petulância considerando seus oponenteslevianamente e não considerando a situação, certamente será aprisionado.

Estes ensinamentos mostram, portanto, que o planejamento não é apenas

uma necessidade nos dias de hoje, mas também foi de vital importância no passado e será

no futuro, para o qual as empresas devem estar preparadas para que possam sobreviver

institucionalmente.

É inevitável, porém, a adaptação do planejamento à evolução dos tempos. O

planejamento tradicional ou convencional utilizado no passado não mais atende às

empresas atualmente, na medida em que a complexidade do cenário internacional exige um

planejamento adequado às ameaças e oportunidades do ambiente, que é o planejamento

estratégico.

O planejamento estratégico é hoje o foco da alta administração das empresas

públicas ou privadas, que enfrentam cotidianamente mudanças rápidas no ambiente.

58

4.2 Definições de planejamento

Segundo Tavares (1991 p. 68) planejamento pode ser definido como: “o

conjunto previamente ordenado de ações com o fim de alcançar os objetivos,

compreendendo a alocação de recursos humanos, materiais e financeiros, e procedimentos

de avaliação.”.

A função de planejar compreende a determinação dos objetivos da

organização e a designação dos meios para alcançá-los.

Fornece uma estrutura por meio da qual a organização toma decisões de

forma integrada. É função chave da administração, e que fornece aos indivíduos e às

organizações os meios de que necessitam para fazer frente a ambientes dinâmicos e

complexos em constantes transformações.

O processo de planejamento compreende uma ampla faixa de atividades, em

toda a extensão que vai do sentimento inicial de que algo precisa ser feito até a decisão

firme sobre quem fará, o que e quando.

Consiste na tomada antecipada de decisões. Trata-se de decidir agora o que

fazer, antes que ocorra a ação necessária. Não se trata da previsão das decisões que

deverão ser tomadas no futuro, mas da tomada de decisões que produzirão efeitos e

conseqüências futuras. (MINAS GERAIS, 2002a, p. 24).

Planejar é algo muito mais amplo do que simplesmente compilar e analisar

informações. É mais do que a lógica, a imaginação ou o julgamento. É a reunião de todos

esses elementos, culminando com uma decisão – a decisão sobre o que deve ser feito.

Enfim, o planejamento não é algo que se faça uma só vez, mas um processo

que precisa ser repetido com regularidade. O elemento importante não é o plano, mas sim a

atividade criativa de planejar.

4.3 Inovação e criatividade

A inovação e a criatividade são elementos chaves no planejamento eficiente.

A criatividade consiste no reconhecimento, elaboração, proposição e execução de soluções

59

novas e mais eficientes, para determinados problemas. É uma nova resposta, à procura de

um novo ajuste, dada pelo sistema em seu meio ambiente.

Dentro dos conceitos sistêmicos de planejamento, a administração deve levar

em conta que a criatividade e a inovação não constituem características individuais isoladas,

que possam ser adquiridas. Elas dependem principalmente do clima que reinar na empresa.

Na realidade, para ser eficiente, o planejamento deve se operar dentro de um

sistema estabelecido de relações individuais e organizacionais.

O indivíduo criativo busca algumas providências como: a percepção das

necessidades e exigências de sua clientela, cria um sistema que proporcione um fluxo de

comunicações e informações através do qual, os membros da empresa participam do

processo de planejamento, fixa metas, obtém uma visão do papel que se deseja que a

organização desempenhe em seu ambiente, fazendo constante avaliação de seus objetivos

e resultados.

Para Boar (2002, p. 16): “[...] o que mais importa não é preservar o que existe,

mas criar muito rapidamente o que existirá e fazer isso repetidamente.”.

Muitas dificuldades encontradas no processo de planejamento, coordenação,

execução e controle da missão da Polícia Militar podem ser enfrentadas e vencidas com

uma boa dose de criatividade e dedicação dos militares envolvidos, partindo-se do

pressuposto teórico de que não existem soluções definidas para as questões relacionadas à

comunidade.

É de conhecimento de que os recursos, tanto logísticos como humanos, são

escassos na Polícia Militar de Minas Gerais, mas a essência está na forma de utilização

destes recursos. São poucos, mas têm que ser utilizados de forma racional e com

criatividade.

Pode-se, portanto verificar que o planejamento é um processo que deve ser

implementado mais de uma vez, de maneira que os resultados obtidos possam retro

alimentar as decisões futuras.

60

Se todos assim agirem, multiplicar-se-ão os meios empregados para o

cumprimento da missão e, consequentemente, teremos o estabelecimento do ambiente de

tranqüilidade pública com cientificidade.

4.4 Princípios do planejamento

Segundo Oliveira (1998 apud VIEIRA, 2001), o planejamento dentro de uma

empresa deve respeitar alguns princípios para que os resultados esperados sejam

alcançados e, separa esses princípios em gerais e específicos.

4.4.1 Princípios gerais do Planejamento

São quatro os princípios para os quais o executivo deve estar atento:

a) Da contribuição dos objetivos, onde o planejamento deve sempre visar os

objetivos da empresa. No processo de planejamento devem-se hierarquizar os objetivos

estabelecidos e procurar alcançá-los em sua totalidade, tendo em vista a interligação entre

eles;

b) O princípio da precedência do planejamento, correspondendo a uma

função administrativa que vem antes das outras (organização, direção e controle).Na

realidade, é difícil separar e seqüenciar as funções administrativas, mas pode-se considerar

que, de maneira geral, o planejamento “do que e como vai ser feito”, aparece na ponta do

processo. Como conseqüência, o planejamento assume uma situação de maior importância

no processo administrativo;

c) O princípio da maior penetração e abrangência, pois o planejamento pode

provocar uma série de modificações nas características e atividades da empresa. As

modificações provocadas nas pessoas podem corresponder à necessidade de treinamento,

substituição, transferências, funções, avaliação, dentre outros; na tecnologia pode ser

apresentada pela evolução dos conhecimentos, pelas novas maneiras de fazer os trabalhos;

e nos sistemas podem ocorrer alterações nas responsabilidades estabelecidas, nos níveis

de autoridade, descentralização, comunicações, procedimentos, instruções, dentre outros.

d) O princípio da eficiência, eficácia e efetividade. O Planejamento deve

procurar maximizar os resultados e minimizar deficiências. Através desses aspectos, o

61

planejamento procura proporcionar à empresa uma situação de eficiência, eficácia e

efetividade, sendo que:

- Eficiência é: fazer as coisas de maneira adequada; resolver problemas;

salvaguardar os recursos aplicados; cumprir o seu dever; e reduzir os custos.

- Eficácia é: fazer as coisas certas; produzir alternativas criativas; maximizar a

utilização de recursos; obter resultados; e aumentar o lucro.

- Efetividade é: manter-se no ambiente; e apresentar resultados globais

positivos ao longo do tempo.

4.4.2 Princípios específicos do planejamento

Ackoff (1974 apud VIEIRA, 2001), com base na atitude e na visão interativa

diante do planejamento, apresenta quatro princípios de planejamento que podem ser

considerados como específicos:

a) Planejamento participativo

O principal benefício do planejamento não é seu produto, ou seja, o plano,

mas o processo envolvido. O papel do responsável pelo planejamento não é só elaborá-lo,

mas facilitar o processo de sua elaboração pela própria empresa e deve ser realizado pelas

áreas pertinentes ao processo.

b) Planejamento coordenado

Todos os aspectos envolvidos devem ser projetados de forma que atuem

interdependentemente, pois nenhuma parte ou aspecto de uma empresa pode ser planejado

eficientemente se o for de maneira independente de qualquer outra parte ou aspecto.

c) Planejamento interligado

Os vários escalões de uma empresa devem ter seus planejamentos

integrados. Nas empresas voltadas para o ambiente, nas quais seus objetivos empresariais

dominam os dos seus membros, geralmente os objetivos são escolhidos de cima para baixo

e os meios para atingi-los de baixo para cima, sendo esse fluxo usualmente invertido em

62

uma empresa cuja função primária é servir aos seus membros.

d) Planejamento permanente

Essa condição é exigida pela própria turbulência do ambiente, pois nenhum

plano mantém seu valor com o tempo.

4.5 Tipos de planejamento

Segundo OLIVEIRA (1998), são distinguidos três tipos de planejamento nos

grandes níveis hierárquicos: estratégico, operacional e tático.

4.5.1 Planejamento estratégico

É conceituado como um processo gerencial que possibilita estabelecer o

rumo a ser seguido pela empresa, com vistas a obter um nível de otimização na relação da

empresa com o seu ambiente, sendo, normalmente, de responsabilidade dos níveis mais

alto da empresa e diz respeito tanto à formulação de objetivos quanto à seleção dos cursos

de ação a serem seguidos para a sua consecução, levando em conta as condições externas

e internas à empresa e sua evolução esperada.

A importância do planejamento estratégico também era uma preocupação há

milhares de anos, quando Sun Tzu (apud BOAR, 2002, p. 296), ao tratar sobre a velocidade,

a adaptação e a surpresa, os imaginou ocorrendo dentro do contexto de um plano de

orientação geral: “Se você não tem um esquema oculto e nenhum planejamento, mas

simplesmente se baseia na sua braveza individual, com petulância considerando seus

oponentes levianamente e não considerando a situação, você certamente será

aprisionado.”.

Boar (2002) revela que a necessidade do planejamento estratégico tem

origem na dinâmica de três variáveis: mudança, incerteza e complexidade. Se a mudança

fosse mínima, o futuro fosse altamente previsível e a complexidade da tecnologia de

informação estivesse em declínio, então o planejamento estratégico não seria necessário.

Ao contrário, quando a mudança é violenta, a incerteza prevalece e a complexidade cresce

espontaneamente, o planejamento estratégico é necessário para oferecer direção,

orientação e flexibilidade para a organização.

63

Não restam dúvidas de que no momento atual, rotulado como “era da

informação”, o planejamento estratégico é absolutamente necessário às empresas face às

constantes mudanças de ambiente.

4.5.2 Planejamento tático

Tem por objetivo otimizar determinada área de resultado e não a empresa

como um todo. Portanto, trabalha com decomposições dos objetivos, estratégias e políticas

estabelecidas no planejamento estratégico, sendo desenvolvido a níveis organizacionais

inferiores, tendo como principal finalidade a utilização eficiente dos recursos disponíveis

para a consecução dos objetivos previamente fixados, segundo uma estratégia

predeterminada, bem como, as políticas orientativas para o processo decisório da empresa.

4.5.3 Planejamento operacional

Pode ser considerado como a formalização, principalmente através de

documentos escritos, das metodologias de desenvolvimento e implantação estabelecidas.

Portanto, nesta situação tem-se basicamente, os planos de ação ou planos operacionais e

que correspondem a um conjunto de partes homogêneas do planejamento tático.

O planejamento operacional se caracteriza pelo detalhamento com que

estabelece as tarefas e operações, pelo caráter imediatista, focalizando apenas o curto

prazo e pela abrangência local, abordando uma tarefa ou uma operação a ser desenvolvida

pela execução. Ele é constituído de uma infinidade de planos e ordens que proliferam dentro

das organizações, com o intuito de otimizar e maximizar resultados.

O planejamento parte do reconhecimento de que desde que as ações

presentes refletem necessariamente antecipações implícitas e projeções sobre o futuro,

estas devem ser bem claras de forma a tornar menos nebulosos certos assuntos imediatos.

Somente através do exame lógico e metódico de um problema podemos

encontrar soluções eficazes. Isto significa que através de um planejamento, inteligente e

racional, têm-se condições propícias para atingir determinados objetivos. O profissional de

Segurança Pública, por sua vez, detém uma responsabilidade muito grande, face à dinâmica

de sua missão de proporcionar às comunidades um nível aceitável de tranqüilidade pública.

64

A falta de planejamento, quase sempre, obriga a adoção de medidas

improvisadas que, por sua vez, conduzem a resultados inesperados e que podem gerar

sérios prejuízos.

Na Polícia Militar o tema “planejamento” é enfocado como peça fundamental

para o exercício da polícia ostensiva da ordem pública e enaltece a inadmissibilidade do seu

uso em qualquer ação ou operação policial: “Não se admite a ação de uma fração da Polícia

Militar ou de um militar isolado que não obedeça a um planejamento oportuno e, via de

regra, escrito. Nos casos simples ou de urgência, poderá ser verbal ou mental” (MINAS

GERAIS 2002a, p. 22).

Portanto, quando o emprego do policiamento ocorrer através de um

planejamento fundamentado de uma acurada análise criminal, com inteligência e

criatividade, e sobretudo, com a participação da comunidade e dos policiais que atuam

nessa atividade operacional, haverá uma grande probabilidade de se atingir as metas

previamente estabelecidas no tocante a redução da criminalidade.

4.6 Planejamento na Polícia Militar

4.6.1 Normatização

O planejamento na Polícia Militar de Minas Gerais é tratado atualmente em

conformidade com a DPPSP23 Nº 01/2002, cuja finalidade do instrumento é o

estabelecimento de diretrizes básicas para o planejamento, coordenação, execução e

controle, em todo o Estado, das atividades de polícia ostensiva de prevenção criminal, de

segurança, de trânsito urbano e rodoviário, de proteção do meio ambiente e das atividades

relacionadas com a preservação e restauração da ordem pública e a garantia do exercício

do poder de polícia dos órgãos da administração pública (MINAS GERAIS, 2002a).

Seus objetivos são atuações preventivas, com ênfase nas atividades de

policiamento ostensivo, evitando a incidência de ocorrências em geral, ou minimizando-as,

mediante a presença fardada inibidora das vontades delinqüenciais e obstaculizadora de

oportunidades; atuações de restauração, que façam retornar a normalidade da ordem

pública, quando da sua ruptura; comportamento com alto grau de profissionalização e na

justa proporção das necessidades, de forma a não afrontar a comunidade nem constranger

23 DPPSP - Diretriz para Produção de Serviços de Segurança Pública

65

os cidadãos honestos, e que mantenha a Corporação credora da confiança da população

(MINAS GERAIS, 2002a, p. 82).

Em 2003 foi editado o Plano Estratégico da Polícia Militar de Minas Gerais,

para o período de 2004 a 2007, instrumento através do qual, buscou-se destacar as

estratégias e objetivos que estão em consonância com o objeto desta pesquisa (MINAS

GERAIS, 2003c):

a) Objetivo 21 - Atualização da doutrina operacional da PMMG, adequando-a

às novas demandas de segurança pública: estratégia 5 (publicar o Manual de Estatística,

Geoprocessamento e Banco de Dados) e estratégia 7 (expedir diretriz destinada a orientar o

atendimento de ocorrências, elaboração e codificação de boletim de ocorrência unificado,

com participação da Polícia Civil e Corpo de Bombeiros).

b) Objetivo 26 – Melhoramento da qualidade da execução das ações e

operações de polícia ostensiva em todo Estado de Minas Gerais: estratégia 1 (expandir o

modelo de gestão de polícia orientada por resultados para todas as frações da Polícia

Militar); estratégia 2 (elaborar guia contendo procedimentos operacionais para utilização do

policial); estratégia 5 (divisão da Companhia com responsabilidade territorial em setores e

subsetores de policiamento preventivo).

c) Objetivo 28 – Implantação do Sistema Integrado de Defesa Social (SIDS),

nas frações da Policia Militar: estratégia 1 (desenvolver o módulo de Registro de Eventos de

Defesa Social, destinado ao registro informatizado de boletins de ocorrências policiais,

trânsito, meio ambiente, bombeiro, requisições e representações); estratégia 2 (criar Centros

Integrados de Atendimento e Despacho nas Regiões da Polícia Militar); estratégia 3

(implantar o módulo de estatística espacial nas frações da PMMG); estratégia 4 (criar e

implementar o armazém de dados de Defesa Social).

4.6.2 Planejamento participativo

Planejamento participativo é um processo segundo o qual os atores

envolvidos, direta ou indiretamente afetados pelas ações do projeto, influenciam e

compartilham da construção do consenso, da tomada de decisões e da aplicação dos

recursos do projeto.

66

A participação é abordada por Ackoff (1974 apud VIEIRA, 2001) como um dos

princípios específicos do planejamento, em que a principal tarefa não é simplesmente

elaborá-lo, mas facilitar o processo de sua elaboração pela própria empresa.

Basicamente, as razões para a utilização do planejamento participativo na

definição de planos de um projeto ou programa, em todos os seus níveis, podem ser

resumidas como um apoio considerável para desenvolver projetos mais consistentes e mais

transparentes; definir objetivos claros e realistas e indicadores para acompanhar e avaliar as

ações, resultados e objetivos previstos; melhorar a comunicação, integração e a cooperação

entre as instituições parceiras, grupos e pessoas envolvidas; estabelecer as

responsabilidades e deveres de todos os envolvidos; compartilhar informações, entre outros.

Procurou-se restringir o estudo à participação de dois grupos no planejamento

para definição de estratégias de segurança pública: 1º) comunidade, representada pelos

Conselhos Comunitários de Segurança Pública; e 2º) policiais militares que atuam no

policiamento ostensivo geral.

a) Participação da comunidade

A evidência de que o mero endurecimento das leis penais e do rigor policial

não produzia necessariamente reduções nos índices de criminalidade e tampouco contribuía

para o relacionamento com a população, despertou a atenção das autoridades policiais para

a questão do Policiamento Comunitário.

Verificou-se que a lógica básica do policiamento para solução de problemas e

comunitário, os casos de sucesso e a avaliação positiva de programas operacionais

oferecem razões para se acreditar que o policiamento para solução de problemas e o

policiamento comunitário podem ser eficientes para se lidar com o crime e para melhorar a

segurança da população em geral.

Isto levou as Polícias do mundo inteiro a adotar as filosofias do policiamento

comunitário, tendo isto ocorrido oficialmente em Minas Gerais desde 1993, quando se

consolidou a Diretriz Operacional da Polícia Militar nº 12, que atualmente foi substituída pela

Diretriz para Produção de Serviços de Segurança Pública nº 04/2002, que trata da

implementação destas filosofias em todo Estado.

67

A meta do policiamento comunitário, segundo a Polícia Militar é “a redução do

crime, da desordem e do medo, através do exame cuidadoso das características dos

problemas locais (da vizinhança), aplicando então soluções apropriadas.” (MINAS GERAIS,

2002a, p. 12).

Verificou-se, portanto, que o objetivo do policiamento não é reduzir apenas o

crime mas também reduzir o medo, restaurar a civilidade nos espaços públicos e garantir os

direitos democráticos dos cidadãos; em resumo, é criar comunidades democráticas, seguras

e tolerantes.

Para que se possa atingir esta meta foi identificada a necessidade de se

buscar a participação da comunidade nos planejamentos para o exercício da polícia

ostensiva da ordem pública.

Esta participação está, atualmente, fundamentada na DPSSP nr 05/2002, a

partir do momento em que a Polícia Militar define a participação social, nas questões da

segurança pública, como sinônimo de exercício de cidadania, podendo o cidadão inferir:

[...] nos processos de planejamento na prestação de serviços pelo Estado, no que dizrespeito à prevenção e ao combate ao crime, e se informa sobre modos de contribuirpara redução das taxas de criminalidade, mediante políticas públicas e atitudes queevitam ou diminuem a possibilidade do delito (MINAS GERAIS, 2002c, p. 3).

Nesse sentido surge o Conselho Comunitário de Segurança Pública

(CONSEP), como entidade de direito privado, com vida própria e independente em relação à

Polícia Militar ou a qualquer outro órgão público. Trata-se de uma modalidade de associação

comunitária, de utilidade pública, sem fins lucrativos, constituída no exercício do direito de

associação garantido no art. 5º, XVII, da Constituição Federal, e que tem por objetivos

mobilizar e congregar forças da comunidade para discussão de problemas locais da

segurança pública, no contexto municipal ou em subdivisão territorial de um município.

Entre as finalidades do CONSEP, cita-se o ato de “democratizar o

planejamento das atividades de polícia ostensiva de preservação da ordem pública, no

âmbito de cada município, para a definição de prioridades de segurança pública, no espaço

de abrangência de cada CONSEP.” (MINAS GERAIS, 2002c, p. 8).

Esta democratização do planejamento, portanto, pode ser definida através do

envolvimento social em três diferentes formas: 1ª) a comunidade participa do planejamento

68

como elemento de informação, vindo a corroborar com as informações produzidas pela

estatística criminal e pelo geoprocessamento; 2ª) a comunidade participa no sentido de

conhecer as estatísticas criminais, tipos de delitos que vêm ocorrendo no bairro e demais

informações para que sirvam de subsídio para adoção de medidas de auto-proteção; e 3ª) a

comunidade informa à Polícia Militar sobre suas necessidades de segurança pública, como

bem prevê a DPSSP nr 01/2002, ao estabelecer que “[...] os locais e os horários de

presença policial devem ser decididos em conjunto com as lideranças dos bairros [...]”

(MINAS GERAIS, 2002a).

No tocante à segunda forma de participação da comunidade, Kahn (2002,

p.15), ainda explica que:

[...] o aumento do fluxo de informações da Polícia Militar para a comunidade aumentaa capacidade de autoproteção da população. A Polícia informaria as instituições dobairro sobre os padrões e tendências da criminalidade local e quais as medidas maisadequadas para preveni-las. [...]

Percebe-se, portanto, uma troca de informações entre a Polícia Militar e

comunidade, com o objetivo específico de melhorar os níveis de segurança da população

em geral.

b) Participação do Policial Militar que atua no policiamento ostensivo

A participação do Policial Militar, também é de fundamental importância para

o planejamento de ações e operações a serem desencadeadas no combate ao crime, pois é

ele quem vai colocar em prática este plano e precisa estar conscientizado acerca do seu

envolvimento para o pleno êxito das ações. Boar (2002, p. 34) já reportava que “o processo

de planejamento só funciona melhor para aqueles que estão preparados e comprometidos

em trabalhar arduamente na reflexão em cima das questões.” Sun Tzu chama isso de

“ganhar pela inteligência”. Enquanto o exército grego de Aquiles, Ájax e Ulisses não

puderam fazer em dez anos de combate brutal na Guerra de Tróia, eles conseguiram em

uma noite usando um subterfúgio.

Nesse sentido, identificar as formas de como o Policial Militar deve participar

do planejamento é princípio basilar para que esta participação seja bem sucedida. Verificou-

se, portanto, três maneiras de participação: 1ª) o Policial Militar participa do planejamento

como elemento de informações de segurança pública, fundamentado em sua vivência diária

no policiamento ostensivo, agregando valores à estatística criminal e ao geoprocessamento;

2ª) emite sugestões para emprego do policiamento quanto aos locais e horários de maior

69

necessidade, bem como para a formulação do cartão programa24, uma vez que conhece os

principais problemas do local onde atua; e 3ª) participa no sentido de conhecer os índices de

criminalidade do local onde atua.

O que se busca, no entanto, é a conscientização e comprometimento do

Policial Militar quanto às ações a serem desenvolvidas, pois “o senso da missão

compartilhada norteará os caminhos da corporação na busca da perenidade institucional,

partindo do princípio de que todos, do soldado ao coronel, são responsáveis pelo sucesso

das atividades operacionais.” (MINAS GERAIS, 2002a, p. 19).

4.6.3 Execução do planejamento

De nada adianta um planejamento bem elaborado, fundamentado em acurada

análise criminal, se não for bem concebido em sua execução. Não basta grande número de

policiais empregados no policiamento ostensivo, se estes policiais não estiverem preparados

e comprometidos. Sherman (1997, apud KAHN, 2002, p. 51), ao abordar sobre a quantidade

de policiais ideal para combater a criminalidade, relata que:

[...] se policiais adicionais previnem o crime ou não, pode depender de quão bem elesestão focados em objetivos, tarefas, locais, períodos e pessoas específicas. Acima detudo, pode depender da colocação de policiais onde os crimes sérios estãoconcentrados, nos períodos em que são mais prováveis de ocorrer: policiamentofocado em fatores de risco.

Percebe-se que talvez uma Polícia menor, mas ao mesmo tempo equipada,

treinada, bem informada, mais proativa e focada, seja mais eficiente no combate à

criminalidade do que, como dizia a canção, “uma multidão de soldados perdidos de armas

na mão, defendendo antigas missões.”.

a) Fixação do Policial Militar no mesmo bairro

Com o advento do policiamento comunitário, chegou-se a uma conclusão de

que o Policial Militar deve estar mais próximo da comunidade, permanecendo no bairro sem

ser desviado para outras atividades.

Policiais designados por muito tempo para o mesmo turno e ronda se tornam

figuras familiares aos membros da comunidade, e ficam cientes das suas atividades diárias.

24 Programação indicando horários e locais para patrulhamento e permanência do policiamento ostensivo

70

Essa maior presença policial é o primeiro passo para o estabelecimento da confiança, e

serve para reduzir o medo do crime entre os membros da comunidade, o que, por sua vez,

auxilia na construção da segurança da vizinhança.

O que existe de doutrina sobre a fixação do Policial Militar no mesmo bairro,

está inserta na DPSSP nr 01/2002 e DPSSP nr 04/2002, onde se prevê que: “[...] as escalas

de serviço fixarão o mesmo militar, o maior tempo possível, em um mesmo local de atuação,

exceto para o policiamento de guardas em presídios e cadeias públicas, que observará

normas particulares [...]” (MINAS GERAIS, 2002a, p. 61).

Não restam dúvidas de que esta permanência é um caminho para a solução

dos problemas de segurança pública, muito embora se conheça as dificuldades relativas à

rotatividade de policiais e comandantes, bem como a necessidade de um acompanhamento

mais efetivo acerca de todo este processo.

b) Ocorrência de eventos especiais

Entre os diversos planos elaborados pela PMMG, buscou-se dar enfoque

para dois deles: o primeiro é o planejamento para emprego do policiamento preventivo,

fundamentado em análise da criminalidade e o segundo é o destinado ao emprego do

policiamento por ocasião dos eventos especiais25. Não raras vezes, tem ocorrido um choque

na gestão da execução destes planos, uma vez que, para cada evento a ser realizado,

torna-se necessário o remanejamento do policiamento que seria lançado em outras áreas.

De acordo com estudo realizado pelo Comandante do 14º Batalhão de Polícia

Militar, Tenente Coronel PM Hudson Ferreira Bento, sobre o impacto dos eventos especiais

nos índices de criminalidade, concluiu-se que nos dias em que há emprego de grande parte

de policiais militares nos eventos de repercussão estadual ou nacional, os crimes são

majorados em torno de 25 % naquele dia, comparado ao dia da semana anterior. No turno

noturno, por exemplo, este aumento chega a 81,82 %, horário este em que o policiamento

também é refluído para o momento do evento (MINAS GERAIS, 2005b).

Apesar de estar fundamentado através de planejamento prévio o emprego de

Policiais Militares em eventos especiais, não significa que não vá comprometer a execução

do policiamento preventivo, pois, via de regra tem ocorrido o remanejamento de policiais não

25 São eventos previsíveis, como shows musicais, partidas de futebol, dentre outros.

71

só de local e horário, como também de dia, vindo a causar prejuízos para a segurança

pública, também nos dias que se seguem ao dia do evento.

4.6.4 Avaliação do planejamento

A avaliação dos resultados deve ser uma prática constante com o objetivo de

realimentar novas estratégias de emprego, já que o planejamento por si só não garante o

alcance das metas. Portanto, um dos princípios básicos a serem observados pelos

responsáveis pelo planejamento é a sujeição constante das ações à constante avaliação.

Segundo Tavares (1991) avaliação é o mecanismo que visa medir a

efetividade das ações. Consiste na identificação de aspectos e no levantamento de

hipóteses que podem afetar ou estejam afetando positiva ou negativamente o planejamento.

A grande questão não é simplesmente definir o momento exato para

avaliação dos resultados, mas também estabelecer a forma correta de interpretar os dados,

possibilitando saber se as ações de polícia ostensiva estão, de fato, corroborando ou não

com o negócio da Polícia Militar, que é a promoção da paz social.

Robert Peel (apud DANTAS, 2002, p. 1) ao descrever os princípios que

norteiam as ações de uma Instituição Policial Militar, enfatiza que “o grande parâmetro da

eficiência policial é a ausência do crime e da desordem, não a visibilidade das ações

policiais [...]”.

Esta ausência do crime e da desordem precisa influenciar o sentimento de

segurança da população, para que as ações da Instituição Policial Militar sejam, de fato,

legitimadas por ela. Nada adianta a redução dos índices oficiais de criminalidade se a

população continua com medo e não percebe esta diminuição.

O modo como as pessoas se informam sobre o crime, o tipo e a quantidade

de crimes apresentados pelos meios de comunicação, o grau de confiança na Polícia, o

aspecto físico da comunidade e muitos outros fatores influenciam este sentimento, além das

taxas de criminalidade.

Para Beato (2000?) o resultado de um programa ou estratégia bem sucedida

de ação policial será, muitas vezes, o não acontecimento de algo. A ausência de crimes

pode ser justamente um dos melhores indicadores da excelência da atividade policial. No

72

entanto, este autor relata, ainda, que os gerentes de polícia estão apegados a indicadores

de produção como apreensão de armas, número de prisões efetuadas e operações

realizadas. Estas informações levariam, portanto, a uma avaliação equivocada se estas

operações de apreensões e prisões tiverem sido dirigidas a locais e pessoas erradas.

Há ainda a questão da análise bem menos profunda a cerca dos dados

levantados, sem atribuir correlação entre eles. O aumento da apreensão de armas de fogo,

por exemplo, deveria levar a um declínio dos crimes violentos. Sem que isto ocorra, o saldo

operacional não seria tão positivo assim.

Esta abordagem leva a direcionar a avaliação dos resultados de acordo com

o nível de segurança subjetiva da população, exatamente porque as taxas de criminalidade,

por si só, influenciam muito pouco no sentimento de segurança da população.

Sabe-se, no entanto, o quanto é difícil avaliar a qualidade da atividade

policial, bem como, também, o resultado dessa atividade que deveria gerar metas e

objetivos a serem alcançados, e muitas vezes intangíveis tais como “segurança” e “ordem”.

A polícia é um tipo de organização bastante particular, que “é concebido na

literatura como coping organizations, isto é, organizações em que nem a produção dos

operadores nem os resultados dessa produção podem ser facilmente observados ou

mensurados [...]” (WILSON apud BEATO, 2000?, p. 3).

Apesar dessa situação peculiar da Polícia Militar, mecanismos de avaliação

devem ser estabelecidos para que o planejamento seja realimentado, através do qual será

verificada a conveniência do prosseguimento das linhas de ação em curso, ou sua

mudança. Somente com a avaliação é que será possível fechar o ciclo de emprego das

ferramentas de análise criminal no planejamento da Polícia Militar, oportunidade em que

saberemos se houve ou não a efetiva aplicação dessas ferramentas na maximização dos

resultados de segurança pública.

73

SEÇÃO 5

METODOLOGIA

5 METODOLOGIA

74

5 METODOLOGIA

Essa SEÇÃO apresenta a metodologia adotada no presente trabalho, com o

tipo e natureza da pesquisa, métodos de abordagem e procedimento, técnicas, universo da

pesquisa, tipo de amostragem, tratamento estatístico e limitações.

5.1 Tipo de pesquisa

Quanto aos objetivos, foram utilizadas as pesquisas exploratória e descritiva,

já que se procedeu a uma avaliação crítica do emprego das ferramentas de análise criminal

no planejamento operacional, sendo necessário estabelecer uma relação entre os dados

coletados e a doutrina de emprego operacional da Polícia Militar, prevista na Diretriz para

Produção de Serviços de Segurança Pública Nr 01 e demais documentos normativos da

PMMG.

Utilizou-se a pesquisa bibliográfica documental, através da verificação de

legislação, metodologia de análise criminal, documentos e diretrizes pertinentes ao assunto,

bibliografias correlatas e de uma pesquisa de campo, com aplicação de questionários e

entrevistas.

5.2 Natureza da pesquisa

A pesquisa realizada teve natureza tanto quantitativa quanto qualitativa, uma

vez que se buscou a generalização de opiniões e o levantamento de visões de autoridades

quanto ao objeto pesquisado.

5.3 Método de abordagem

Foi utilizado o método hipotético dedutivo, uma vez que havia um

conhecimento inicial sobre o assunto objeto da pesquisa, com base em dados estatísticos e

observação do processo de planejamento e execução do policiamento ostensivo geral.

5.4 Método de procedimento

Foi empregado o método monográfico e traços dos métodos estatístico e

comparativo, uma vez que se buscou abordar o tema em profundidade, esgotando todas as

suas possibilidades, estabelecendo-se, a partir dos dados verificados nas entrevistas e

75

questionários, comparações relativas à doutrina de emprego operacional da Polícia Militar

de Minas Gerais.

5.5 Técnicas

a) Documentação indireta

Quanto às fontes primárias foram pesquisadas a Diretriz para Produção de

Serviços de Segurança Pública Nr 01/2002 que trata do emprego operacional da Polícia

Militar, apostila de análise criminal elaborada pela Polícia Militar do Estado de Minas Gerais

e demais obras e documentos correlatos ao objeto da pesquisa.

Com relação às fontes secundárias foram pesquisados Planos de Emprego

Operacional e escalas de serviço das Companhias e Batalhões subordinados a 12ª Região

da Polícia Militar, estatística criminal, dentre outros.

b) Documentação direta

Foi realizada pesquisa de campo através de: observação direta intensiva,

com a realização de entrevistas ao Comandante da 12ª Região da Polícia Militar, aos

Comandantes de Batalhões, e ao Chefe da Seção de Planejamento de Operações do

Estado Maior da Polícia Militar; e observação direta extensiva, com aplicação de

questionários aos Chefes de Seção de Planejamento e de Seção de Inteligência dos

Batalhões da 12ª Região da Polícia Militar; Comandantes de Companhias; Policiais Militares

que atuam no policiamento ostensivo geral em seus respectivos municípios e Presidentes

dos Conselhos Comunitários de Segurança Pública.

c) Descrição da observação

- entrevistas ao Comandante da 12ª Região da Polícia Militar, aos

Comandantes de Batalhões, e ao Chefe da Seção de Planejamento de Operações do

Estado Maior da Polícia Militar;

- questionário aplicado aos Chefes de Seção de Planejamento e Operações;

Chefes de Seção de Inteligência dos Batalhões; Comandantes de Companhia; Policiais

Militares que atuam no policiamento ostensivo geral e Presidentes dos Conselhos

Comunitários de Segurança Pública: questionário com questões fechadas.

76

d) Forma de aplicação

- entrevista ao Comandante da 12ª Região da Polícia Militar, aos

Comandantes de Batalhões e ao Chefe da Seção de Planejamento e Operações do Estado

Maior da Polícia Militar: diretamente pelo pesquisador;

- questionário aos Chefes de Seção de Planejamento e Operações e de

Seção de Inteligência dos Batalhões e Comandantes de Companhia: diretamente pelo Sub

Comandante da respectiva Unidade, durante treinamento extensivo dos Oficiais.

- questionário aos Policiais Militares que atuam no policiamento ostensivo

geral: diretamente pelos Comandantes de Companhia durante treinamento extensivo da

tropa;

- questionário aos Presidentes de Conselhos Comunitários de Segurança

Pública: diretamente pelos Comandantes de Companhia durante reuniões ordinárias.

5.6 Universo da pesquisa

a) Questionário

Foram pesquisados:

- Chefes de Seção de Planejamento e Operações e de Inteligência do 11º

BPM26, 14º BPM e 26º BPM, somando um total de seis;

- Comandantes da 29ª Cia PM27 e da 72ª Cia PM, com sede em Manhuaçu; e

Comandantes da 73ª Cia PM Especial, da 74ª Cia PM Especial, da 75ª Cia PM Especial e

da 118ª Cia PM, com sede respectivamente em Ponte Nova, Caratinga, Carangola e Rio

Casca. Todas essas Companhias, em total de seis, estão articuladas na área do 11º

Batalhão de Polícia Militar, cuja sede é Manhuaçu.

- Comandantes da 82ª Cia PM, da 138ª Cia PM e 143ª Cia PM, com sede em

Ipatinga; e Comandantes da 85ª Cia PM, da 152ª Cia PM e da 178ª Cia PM Especial, com

sede respectivamente em Timóteo, Ipaba e Coronel Fabriciano. Todas essas Companhias,

26 Batalhão de Polícia Militar

77

em total de cinco, estão articuladas na área do 14º Batalhão de Polícia Militar, cuja sede é

Ipatinga.

- Comandantes da 83ª Cia PM e da 89ª Cia PM, com sede em Itabira; e

Comandantes da 57ª Cia PM, da 78ª Cia PM, da 84ª Cia PM Especial e da 96ª Cia PM, com

sede respectivamente em Barão de Cocais, Guanhães, João Monlevade e Nova Era. Todas

essas Companhias, em total de seis, estão articuladas na área do 11º Batalhão de Polícia

Militar, cuja sede é Itabira.

- Presidentes de Conselhos Comunitários de Segurança Pública dos

municípios de Manhuaçu, Caratinga, Ponte Nova e Rio Casca, na área do 11º BPM; dos

municípios de Ipatinga (total de nove), Coronel Fabriciano (total de três), na área do 14º

BPM; e dos municípios de Guanhães (total de dois), Nova Era e Barão de Cocais, na área

do 26º BPM.

b) Entrevistas

Foram entrevistados:

- Cmt28 da 12ª Região da Polícia Militar: Coronel Gilberto Cabral Costa;

- Cmt do 14º BPM: Coronel Hudson Ferreira Bento;

- Cmt do 26º BPM: Tenente Coronel Luis Fernando de Oliveira Aleixo;

- Cmt do 11º BPM: Tenente Coronel Geraldo Henrique Guimarães da Silva;

- Chefe da PM/329: Tenente Coronel Robson Alves Campos Ferreira.

5.7 Tipo de amostragem

Foi utilizada a técnica de amostragem simples para definir a quantidade de

Policiais Militares que atuam no policiamento ostensivo geral dos municípios sedes de

Batalhões e de Companhias da 12ª Região da Policia Militar: Manhuaçu, Caratinga,

Carangola, Ponte Nova e Rio Casca, pertencentes ao 11º Batalhão de Polícia Militar;

Ipatinga, Timóteo, Coronel Fabriciano e Ipaba, pertencentes ao 14º Batalhão de Polícia

Militar; e Itabira, João Monlevade, Guanhães, Barão de Cocais e Nova Era, pertencentes ao

26º Batalhão de Polícia Militar.

27 Companhia de Polícia Militar28 Abreviatura utilizada na Polícia Militar de Minas Gerais que significa: Comandante.29 Seção de Planejamento e Operações do Estado Maior da Polícia Militar de Minas Gerais.

78

a) Cálculo da amostra:

- população: 1331;

- nível de confiança: 95 %;

- erro amostral: 5 %;

- amostra: 300.

b) Distribuição percentual da amostra para cada Batalhão:

Batalhão População % Amostra11º BPM 337 25,32 7614º BPM 644 48,38 14526º BPM 350 26,30 79Total 1331 100,00 300

5.8 Tratamento estatístico

Visando verificar a comprovação ou não das hipóteses, utilizou-se da

estatística descritiva, após a tabulação dos dados, permitindo a sua análise e interpretação

em atendimento às questões de interesse desta pesquisa.

5.9 Limitações

Não foi possível ter acesso a todas as escalas de serviço do ano de 2004,

bem como a outros documentos das Companhias articuladas nos Batalhões da 12ª Região

da Polícia Militar, o que dificultou verificar de forma mais precisa sobre o emprego do

policiamento de todo o ano por faixa horária, dia da semana e por local.

Apesar da adoção de todas as medidas possíveis por parte da Academia de

Polícia Militar e Fundação João Pinheiro, no sentido de facilitar e viabilizar a realização

dessa monografia, o tempo destinado para sua elaboração foi escasso, o que dificultou o

aprofundamento e o aperfeiçoamento do trabalho.

79

SEÇÃO 6

UTILIZAÇÃO DAS FERRAMENTAS DE

ANÁLISE CRIMINAL

6 UTILIZAÇÃO DAS FERRAMENTAS DE ANÁLISE CRIMINAL

80

6 UTILIZAÇÃO DAS FERRAMENTAS DE ANÁLISE CRIMINAL: ANÁLISE DOS DADOS

Nesta SEÇÃO proceder-se-á a apresentação dos dados obtidos através da

pesquisa de campo, analisando-os com as entrevistas realizadas e com a pesquisa

documental.

Em observância à metodologia adotada, a pesquisa de campo envolveu todos

Comandantes de Companhia PM, Chefes de Seção de Inteligência e de Seção de

Planejamento em nível gerencial; Policiais Militares que atuam no policiamento ostensivo

geral, em nível de execução e Presidentes de Conselhos Comunitários de Segurança

Pública, como líderes comunitários. A pesquisa foi realizada nos Batalhões da 12ª Região

da Polícia Militar, no universo considerado30.

6.1 Diagnóstico sobre a utilização

De acordo com a Diretriz para Produção de Serviços de Segurança Pública nr

01/2002, a eficácia das atividades de polícia ostensiva somente será atingida se o

planejamento fundamentar-se em informações consistentes, advindas de análise acurada

dos indicadores de segurança pública, produzidos com base na geo-estatística.

Estas informações são produzidas por meio da utilização das chamadas

ferramentas de análise criminal, como o geoprocessamento, programas de estatísticas

criminais, dentre outros, permitindo ao responsável pelo planejamento obter o conhecimento

sobre o fenômeno e adotar uma estratégia de combate ao crime.

A tabela 1 revela que as ferramentas de análise criminal são utilizadas na

gestão do planejamento pelos gerentes operacionais, no entanto, quando se buscou

verificar a utilização dos Índices de Criminalidade (IC) e Índices de Criminalidade Violenta

(ICV), instrumentos estes, também, utilizados na análise criminal, foi constatado que 65,22

% dos pesquisados ou empregam estes índices poucas vezes, ou não empregam ou

simplesmente desconhecem este método.

O Comandante da 12ª Região da Polícia Militar, ao ser entrevistado, avalia

que as ferramentas são empregadas no planejamento, no entanto, não ocorrem em sua

30 Ipatinga, Timóteo, Coronel Fabriciano, Ipaba, Manhuaçu, Caratinga, Carangola, Ponte Nova, Rio Casca,Itabira, João Monlevade, Nova Era, Guanhães e Barão de Cocais.

81

plenitude, pois se buscam dados mais simples, com pouca profundidade. Esclarece ainda

que: “[...] falta ainda uma preparação do nosso pessoal para fazer uma análise mais

profunda daqueles dados que tem às mãos [...]”.

O Comandante do 14º Batalhão de Polícia Militar afirma que as ferramentas

não são utilizadas no planejamento, pois: “falta investir um pouco mais na qualificação

desses militares, pois na maior parte das vezes os policiais militares empregados nessas

atividades atuam mais com ‘boa vontade’ do que preparação técnica.”.

O Chefe da Seção de Planejamento e Operações do Estado Maior da Polícia

Militar do Estado de Minas Gerais, ao ser entrevistado, afirma que as ferramentas de análise

criminal são levadas em conta no planejamento de todas as Unidades, de uma maneira ou

de outra, mas ressalta que o geoprocessamento é, apenas, uma ferramenta e verifica-se

que algumas Unidades utilizam-na como “fim”.

Um dos Policiais Militares que atuam no policiamento ostensivo geral

observou que as estatísticas criminais deveriam ser mais bem aplicadas para emprego do

policiamento e não apenas para fins de estudos.

Apesar da maior parte dos gerentes afirmarem que utilizam as ferramentas de

análise criminal no planejamento operacional, pode-se deduzir que este procedimento não

vem ocorrendo em sua plenitude uma vez que há desconhecimento sobre um dos métodos

de análise criminal, que são os índices de criminalidade (IC e ICV), conforme constatado na

tabela 1, em que 65,22 % dos gerentes afirmam que aplicam este método poucas vezes, ou

não aplicam ou simplesmente deixaram de emitir opinião.

Tabela 1: Freqüência de utilização das ferramentas de análise criminal e dos índices decriminalidade (IC/ICV) na gestão do planejamento operacional, segundo osgerentes operacionais(1) dos Batalhões da 12ª Região da Polícia Militar – MinasGerais – 2005

Ferramentas deanálise criminal

Índices de criminalidade(IC e ICV)Freqüência de utilização

Abs. % Abs. %Muitas vezes 9 39,13 4 17,39Algumas vezes 7 30,43 4 17,39Poucas vezes 6 26,09 6 26,09Não são utilizados 1 4,35 5 21,74Sem opinião formada - - 4 17,39Total 23 100,00 23 100,00Nota: Sinal convencional utilizado: - dado numérico igual à zero não resultante de arredondamento(1) Comandantes de Companhia e Chefes das Seções de Inteligência e de Planejamento.

82

a) Exploração das ferramentas

Entre as ferramentas que produzem informações para análise criminal estão

disponíveis nos Batalhões da 12ª Região de Polícia Militar o SM20, sistema destinado ao

cadastro e pesquisa de ocorrências policiais e de prisões de todo o Estado de Minas Gerais;

sistema da Central de Operações da Polícia Militar (COPOM), destinado ao gerenciamento

e registro de ocorrências dos municípios de Ipatinga, Itabira e Manhuaçu;

geoprocessamento, disponível somente nas cidades de Ipatinga e Coronel Fabriciano;

outros programas de estatísticas criminais; e, também, procedimento manual, como forma

de catalogar todas ocorrências policiais manualmente.

Visando obter o grau de utilização destas ferramentas, foram pesquisados os

Comandantes de Companhia e Chefes de Seções de Inteligência e de Planejamento, sendo

constatado, de acordo com a tabela 2, que o SM20 apresentou maior índice de utilização,

como era de se esperar, pois é o único sistema comum em todos os Batalhões da 12ª

Região da Polícia Militar. Entretanto o mais preocupante é que o procedimento manual

(contagem manual das ocorrências) foi apontado como o segundo maior instrumento de

produção de informações. Há duas explicações para a ocorrência de tal fato: 1ª) o SM20

não tem produzido as informações necessárias e em tempo oportuno; e 2ª) há falta de

capacitação técnica dos recursos humanos na busca de alternativas mais adequadas e

rápidas para se obter as informações, como é o caso da utilização de programas de

estatísticas utilizadas por alguns Batalhões da Polícia Militar.

Tabela 2: Ferramentas utilizadas para produção de estatística criminal e outrasinformações de segurança pública, segundo os gerentes operacionais(1) dosBatalhões da 12ª Região da Polícia Militar – Minas Gerais – 2005

Freqüência%Ferramentas utilizadas Abs. Simples Acumulada

SM20(2) 16 27,59 27,59Procedimento manual 15 25,86 53,45Outros programas informatizados 10 17,24 70,69Geoprocessamento 9 15,52 86,21Sistema COPOM(3) 8 13,79 100Total 58 100,00 ..Nota: Sinal convencional utilizado: .. não se aplica dado numérico.(1) Comandantes de Companhia e Chefes das Seções de Inteligência e de Planejamento(2) Sistema de ocorrências e prisões(3) Central de Operações da Polícia Militar.

83

b) Critérios utilizados para subsidiar o planejamento operacional

Quanto aos critérios utilizados para subsidiar o planejamento operacional,

verificou-se, de acordo com a tabela 3, que há um emprego uniforme de todos os meios,

com prevalência dos pedidos da comunidade, em geral e das informações da estatística

criminal.

Tabela 3: Critérios utilizados para embasar o planejamento operacional, segundo osgerentes operacionais(1) dos Batalhões da 12ª Região da Polícia Militar – MinasGerais – 2005

Freqüência%Critérios utilizados Abs. Simples Acumulada

Pedidos da comunidade, em geral 22 24,72 24,72Informações da estatística criminal 19 21,35 46,07Informações oriundas do Policial Militar 17 19,1 65,17Informações do geoprocessamento 16 17,98 83,15Experiência profissional 15 16,85 100Total 89 100 ..Nota: Sinal convencional utilizado: .. não se aplica dado numérico.(1) Comandantes de Companhia e Chefes das Seções de Inteligência e de Planejamento.

c) Análise qualitativa das informações

Segundo a Polícia Militar a análise criminal visa à identificação dos fatores

que envolvem a criminalidade, em termos qualitativos e quantitativos, bem como a

identificação de variáveis que se relacionam com esses fatores, apresentando correlações

entre si, ou não (MINAS GERAIS, 2004).

O Chefe da Seção de Planejamento e Operações do Estado Maior da Polícia

Militar explica que na análise quantitativa são obtidas informações como dia, horário e local

de maior freqüência de delitos enquanto que na qualitativa, são agregadas outras

informações como modus operandi do meliante, onde ele mora, quais são os locais em que

essas pessoas tem normalmente agido, em fim. Segundo o Oficial a análise qualitativa é

“uma sintonia da análise fina da análise quantitativa [...]”.

Isto implica afirmar que as informações da estatística criminal e do

geoprocessamento necessitam passar por um processo de análise mais profunda,

procurando dar respostas para as questões: o que, quando e onde; e também para: quem,

como e por que, o que vai exigir a agregação das informações de inteligência e da

comunidade, para que se possa atingir o conhecimento do fenômeno.

84

De acordo com a tabela 4, percebe-se que, na visão dos gerentes

operacionais, esta agregação tem ocorrido, mas não completamente, pois 43,48 % dos

pesquisados afirmam que esta agregação ou ocorre poucas vezes, ou não ocorre ou é,

simplesmente, desconhecida ou ignorada.

Tabela 4: Freqüência com que as informações de inteligência e outros indicadores desegurança pública são agregados à estatística criminal e ao geoprocessamentopropiciando análise qualitativa da criminalidade segundo os gerentesoperacionais(1) dos Batalhões da 12ª Região da Polícia Militar – Minas Gerais –2005

Freqüência%Freqüência de agregação Abs. Simples Acumulada

Muitas vezes 6 26,09 26,09Algumas vezes 7 30,43 56,52Poucas vezes 3 13,04 69,57Não são agregadas 6 26,09 95,65Sem opinião formada 1 4,35 100,00Total 23 100,00 ..Nota: Sinal convencional utilizado: .. não se aplica dado numérico;(1) Comandantes de Companhia e Chefes das Seções de Inteligência e de Planejamento.

Para que as informações da estatística criminal e do geoprocessamento

possam produzir os efeitos necessários a um bom planejamento é importante que estas

sejam qualitativas e não apenas quantitativas. Conforme destacou Beato (2000?), há

necessidade de desenvolver técnicas e métodos de análise mais sofisticados, a fim de que o

sistema sirva efetivamente de suporte ao planejamento de programas e estratégias. “Do

contrário teremos apenas tabelas e mapas ‘bonitinhos’ para serem utilizados em relatórios,

mas de pouca utilidade prática.” (BEATO, 2000?, p. 15).

Visando avaliar a qualidade destas informações nos Batalhões da 12ª Região

da Polícia Militar, no universo considerado, buscou-se a opinião dos gerentes operacionais,

Policiais Militares que atuam no policiamento ostensivo geral e Presidentes dos Conselhos

Comunitários de Segurança Pública, o que pode ser verificado através da tabela 5.

Constatou-se que a grande maioria dos gerentes operacionais afirma que a

qualidade é ótima ou boa, somando um percentual de 82,6 %. Quanto aos Presidentes de

Conselhos Comunitários de Segurança Pública este índice cai para 55 %, prevalecendo

ainda uma boa ou ótima avaliação. Já os Policiais Militares que atuam no policiamento

ostensivo geral fazem esta avaliação com um percentual ainda menor: 45,33 %,

prevalecendo a opinião dos outros 54,67 % que avaliaram como regular ou ruim ou que

85

deixaram de opinar.

O índice de 19,67 dos Policiais Militares que não tinham opinião formada

sobre a questão, leva-nos a inferir que as informações da estatística criminal e do

geoprocessamento ou não têm sido difundidas a esses policiais, ou quando são não têm

despertado atenção necessária a ponto de provocar juízo de valor a respeito do assunto.

O Comandante do 14º Batalhão de Polícia Militar, ao ser entrevistado, afirma

que a “atividade de análise criminal do 14º BPM carece de melhor investimento, pois

normalmente o Comandante recebe dados estatísticos sem uma análise criminal oportuna e

inteligente.”.

No entanto, o Comandante do 26º Batalhão de Polícia Militar afirma que a

análise qualitativa vem ocorrendo com mais intensidade atualmente, pois o Chefe da Seção

de Inteligência vem se dedicando mais com informações relativas ao meliante e modus

operandi e o Chefe da Seção de Planejamento e Operações vem procedendo à análise

referente ao local, horário, mês e dia da semana de maior freqüência dos delitos.

Segundo o Chefe da Seção de Planejamento e Operações do Estado Maior

da Polícia Militar “[...] um grande equívoco é pegar dados estatísticos e repassá-los aos

Comandantes de Companhia. Isso é um grande equívoco, porque o P/3 precisa traduzir

esses dados estatísticos em informações e mediante essas informações traçar metas para

as Companhias [...]”.

Após verificar as estatísticas criminais produzidas pelos Batalhões da 12ª

Região da Policia Militar, percebeu-se que os dados não têm sido tratados qualitativamente

e se restringem em tabelas e gráficos, sem análise mais profunda em torno do fenômeno da

criminalidade.

De uma maneira geral, o que se pode inferir após está análise é que as

informações provenientes da estatística criminal e do geoprocessamento são produzidas, no

entanto, carecem de ser mais bem trabalhadas qualitativamente, para que elas possam ser

mais bem entendidas, principalmente pelos Policiais Militares que atuam no policiamento

ostensivo geral.

86

Tabela 5: Avaliação da qualidade das informações da estatística criminal e dogeoprocessamento, segundo os gerentes operacionais(1), Policial Militar ePresidentes de CONSEP(2) dos Batalhões da 12ª Região da Polícia Militar –Minas Gerais – 2005

Gerentes Policial Militar Pres. CONSEPAvaliação dasinformações Abs. % Abs. % Abs. %

Ótima 4 17,39 9 3,00 1 5,00Boa 15 65,22 127 42,33 10 50,00Regular 2 8,70 78 26,00 5 25,00Ruim 2 8,70 27 9,00 - -Sem opinião formada - - 59 19,67 4 20,00Total 23 100,00 300 100,00 20 100,00Nota: Sinal convencional utilizado: - dado numérico igual a zero não resultante de arredondamento(1) Comandantes de Companhia e Chefes das Seções de Inteligência e de Planejamento(2) Conselhos Comunitários de Segurança Pública.

6.2 Recursos humanos e logísticos

Após analisar a tabela 6, verificou-se que há um consenso entre os gerentes

operacionais a cerca da deficiente qualificação dos recursos humanos empregados na

produção e análise da estatística e mapeamento criminais.

O Comandante da 12ª Região da Polícia Militar e os Comandantes do 11º,

14º e 26º Batalhões também confirmam que há necessidade de melhor capacitação desses

recursos humanos para que possam utilizar de melhores técnicas e métodos visando uma

análise criminal mais qualitativa.

O resultado inserto na tabela 2 também corrobora com o quadro de

desqualificação dos recursos humanos, quando revela que a contagem manual de

ocorrências é apontada como um dos instrumentos mais utilizados na produção de

informações de segurança pública nos Batalhões da 12ª Região da Polícia Militar. Isto

demonstra que tais recursos humanos estão despreparados, não somente pela falta de

cursos preparatórios, mas também porque resistem à evolução tecnológica e optam pelos

métodos obsoletos e mais lentos.

O fato de se verificar inexistência de análise qualitativa mais freqüente nos

Batalhões da 12ª Região da Polícia Militar nos leva a inferir que isto vem ocorrendo fruto de

um despreparo dos Policiais Militares responsáveis pela análise criminal, que a fazem

utilizando apenas informações quantitativas.

Quanto aos recursos logísticos utilizados, de acordo com a Diretoria de Apoio

87

Logístico da Polícia Militar, são utilizados 140 micro-computadores na 12ª RPM, no universo

considerado, sendo que vários equipamentos estão bastante defasados em relação aos

existentes no mercado na atual conjuntura.

Tabela 6: Nível de qualificação dos recursos humanos empregados na produção e análiseda estatística e mapeamento criminais segundo os gerentes operacionais(1) dosBatalhões da 12ª Região da Polícia Militar – Minas Gerais – 2005

Freqüência%Nível de qualificação dos recursos humanos Abs. Simples Acumulada

Ótimo 2 8,70 8,70Bom 4 17,39 26,09Regular 10 43,48 69,57Ruim 5 21,74 91,30Sem opinião formada 2 8,70 100,00Total 23 100,00 ..Nota: Sinal convencional utilizado: .. não se aplica dado numérico(1) Comandantes de Companhia e Chefes das Seções de Inteligência e de Planejamento.

6.3 Planejamento participativo

Buscou-se por meio da pesquisa verificar o nível de participação dos

Conselhos Comunitários de Segurança Pública; dos Policiais Militares que atuam no

policiamento ostensivo geral e dos gerentes operacionais.

a) Participação comunitária

Está demonstrado que não apenas no Brasil, mas em todo o mundo, a

decisão da comunidade em participar do processo de planejamento de segurança pública é

condição necessária para o atingimento de resultados satisfatórios em termos de contenção

da criminalidade.

De acordo com a Diretriz para Produção de Serviços de Segurança Pública nr

01/2002, os Conselhos Comunitários de Segurança Pública têm por objetivo desenvolver

programas de prevenção da criminalidade com a participação da comunidade, cumprindo a

função de planejar junto com a polícia as estratégias de policiamento, enfatizando a

prevenção.

Os planos de policiamento devem, portanto, ser concebidos com a

participação das lideranças comunitárias, que representam a população, alvo dos serviços a

serem prestados (MINAS GERIAS, 2002b).

88

A fim de verificar a aplicabilidade desta teoria à prática, verificou-se através

da pesquisa que, conforme a tabela 7, os Conselhos Comunitários de Segurança Pública

não têm participado de forma mais freqüente do planejamento operacional, tanto na opinião

dos gerentes operacionais como também na dos Presidentes dos referidos Conselhos.

Há também a questão, conforme exposto na tabela 7, de que parte dos

gerentes operacionais alegaram não ter opinião a respeito, ensejando o desconhecimento

quanto ao fato dos Conselhos Comunitários de Segurança Pública estarem ou não

participando do planejamento operacional da Polícia Militar.

O Comandante do 14º Batalhão de Polícia Militar destaca a participação dos

membros do CONSEP no planejamento operacional, contudo ainda não está no nível

desejável, em razão do fato dos CONSEP de Ipatinga serem relativamente novos, pois

foram criados a partir de 2004.

O Comandante do 26º Batalhão de Polícia Militar, durante a entrevista, ao ser

perguntado sobre a participação dos CONSEP, afirmou que é “acanhadíssima, para não

dizer que não tem participação nenhuma.”.

O Chefe da Seção de Planejamento do Estado Maior da Polícia Militar do

Estado de Minas Gerais observa que os Conselhos Comunitários de Segurança Pública

devem participar do planejamento como fonte de informações e para levar à Instituição

Policial Militar os seus desejos e anseios no tocante à segurança pública. Em sua opinião as

reuniões têm sido realizadas, mas na maioria das vezes têm como objetivos os de se buscar

apoio logístico para reparo de viaturas, dentre outras necessidades.

Os Presidentes dos Conselhos Comunitários de Segurança Pública, ao

responderem à pesquisa de campo, entre aqueles que alegaram não ter participado do

planejamento operacional da Polícia Militar, observaram que não têm sido convidados pela

Instituição Policial Militar a participarem desse planejamento.

Esta observação nos leva a inferir que está faltando um pouco mais de

envolvimento dos Comandantes de Companhia no sentido de estar buscando mais a

participação comunitária, sendo esta conduta já prevista como um dos princípios básicos a

serem perseguidos pelos responsáveis pelo planejamento, através da promoção do

envolvimento dos cidadãos, conforme, a Diretriz para Produção de Serviços de Segurança

Pública nr 01/2002.

89

Tabela 7: Freqüência de participação dos Conselhos Comunitários de Segurança Públicana elaboração do planejamento operacional preventivo, segundo os gerentesoperacionais(1) dos Batalhões da 12ª Região da Polícia Militar e Presidentes dosCONSEP(2) – Minas Gerais, 2005.

GerentesOperacionais

Presidentes dosCONSEP

Freqüência de participaçãodos CONSEP no

planejamento Abs. % Abs. %Muitas vezes 1 4,35 2 10,00Algumas vezes 5 21,74 4 20,00Poucas vezes 5 21,74 4 20,00Não participam 7 30,43 10 50,00Não opinaram 5 21,74 - -Total 23 100,00 20 100,00Nota: Sinal convencional utilizado: - dado numérico igual a zero não resultante de arredondamento(1) Comandantes de Companhia e Chefes das Seções de Inteligência e de Planejamento(2) Conselho Comunitário de Segurança Pública.

A participação do CONSEP no planejamento operacional de uma Companhia

implica em conhecer os índices de criminalidade do respectivo bairro ou setor, através das

estatísticas criminais, vindo assim a corroborar com o que está previsto na Diretriz para

Produção de Serviços de Segurança Pública nr 01/2002, quando identifica a comunidade e

o geoprocessamento da violência e da criminalidade como pilares da “Polícia de Orientada

por Resultados”31.

A fim de diagnosticar o fluxo destas informações, buscou-se através da

pesquisa de campo realizada junto aos gerentes operacionais e Presidentes de Conselhos

Comunitários de Segurança Pública, a freqüência com que são divulgadas junto à

comunidade, durante as reuniões desses conselhos.

Conclui-se que a estatística criminal e o geoprocessamento precisam ser

mais bem divulgados, pois mais da metade dos pesquisados de ambos os grupos alegaram

que a divulgação ou ocorre poucas vezes, ou não ocorre ou, simplesmente, informaram não

ter opinião formada sobre o assunto.

Percebe-se que os que informaram não ter opinião formada sobre o assunto

são os gerentes operacionais, incluídos aí os Comandantes de Companhia e Chefes das

Seções de Inteligência e Planejamento, ensejando que, se não têm opinião formada é

porque desconhecem a ocorrência do fato.

31 Trata-se de um modelo de gestão adotado pela Polícia Militar de Minas Gerais que passa a privilegiar umaadministração operacional fundamentada na definição de resultados a alcançar – método indutivo que parte do

90

O Comandante da 12ª Região da Polícia Militar, em entrevista realizada,

afirma que “[...] ainda é muito frágil esta relação mais profissional entre os Comandantes de

setores e CONSEP na divulgação da ferramenta geo para que as pessoas possam

conhecer o que está acontecendo em cada bairro, em cada setor [...]”.

Tabela 8: Freqüência de divulgação das informações da estatística criminal e dogeoprocessamento, durante as reuniões dos Conselhos Comunitários deSegurança Pública, segundo os gerentes operacionais(1) dos Batalhões da 12ªRegião da Polícia Militar e Presidentes dos CONSEP(2) – Minas Gerais, 2005.

GerentesOperacionais

Presidentes dosCONSEPFreqüência de divulgação

das informações Abs. % Abs. %Muitas vezes 2 8,70 2 10,00Algumas vezes 9 39,13 7 35,00Poucas vezes 1 4,35 6 30,00Não são divulgadas 7 30,43 5 25,00Não opinaram 4 17,39 - -Total 23 100,00 20 100,00Nota: Sinal convencional utilizado: - dado numérico igual a zero não resultante de arredondamento(1) Comandantes de Companhia e Chefes das Seções de Inteligência e de Planejamento(2) Conselho Comunitário de Segurança Pública.

De acordo com a Diretriz para Produção de Serviços de Segurança Pública nr

05/2002, que trata do funcionamento e estruturação dos Conselhos Comunitários de

Segurança Pública, a Polícia Militar deve promover reuniões periódicas mensais com o

objetivo de auxiliar no direcionamento das ações destes conselhos (MINAS GERAIS,

2002c).

No tocante a freqüência com que ocorrem as reuniões dos Conselhos

Comunitários de Segurança Pública no universo considerado, está evidenciado, conforme a

tabela 9 que os Presidentes dos conselhos, em sua grande maioria, afirmam que estas

reuniões têm ocorrido com uma certa freqüência.

Contudo, ao se verificar o quadro de reuniões dos Conselhos Comunitários de

Segurança Pública, junto à Seção de Planejamento do Estado Maior da Polícia Militar,

percebe-se que houve, apenas, um total de sessenta e seis reuniões no ano de 2004,

envolvendo os vinte conselhos pesquisados.

Se fosse observado o mínimo de uma reunião por mês, deveria ocorrer em

todo o ano de 2004 um total de 240 reuniões para os vinte Conselhos Comunitários de

conhecimento científico dos problemas locais de segurança pública e dos seus efeitos sociais para atingir os

91

Segurança Pública abrangidos por esta pesquisa de campo.

Tabela 9: Freqüência com que ocorrem as reuniões dos Conselhos Comunitários deSegurança Pública (CONSEP), segundo seus respectivos Presidentes – MinasGerais – 2005

Freqüência%Freqüência das reuniões dos CONSEP Abs. Simples Acumulada

Com muita freqüência 5 25,00 25,00Com razoável freqüência 8 40,00 65,00Com pouca freqüência 6 30,00 95,00Não tem ocorrido 1 5,00 100,00Total 20 100,00 ..Nota: Sinal convencional utilizado: .. não se aplica dado numérico.

Verificou-se também, conforme gráfico 1 que as reuniões comunitárias (entre

elas, reuniões com CONSEP) realizadas nos municípios sedes de Batalhões e Companhias

da 12ª Região da Polícia Militar passaram a ocorrer com mais freqüência nos últimos anos,

mas houve um decréscimo na ordem de 39,23 % em 2004 em relação a 2003.

Gráfico 1: Reuniões comunitárias realizadas nos municípios(1) sedes de Batalhões eCompanhias da 12ª Região da Polícia Militar no período de 2001 a 2004 – MinasGerais – 2005.

33158

1282

779

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

2001 2002 2003 2004

Fonte: Polícia Militar de Minas Gerais: Armazém de dados(1) Ipatinga, Timóteo, Coronel Fabriciano, Ipaba, Manhuaçu, Carangola, Caratinga, Ponte Nova, Rio Casca,Itabira, João Monlevade, Nova Era, Guanhães e Barão de Cocais.

objetivos esperados.

92

Buscou-se verificar, também, qual era o nível de conhecimento dos

Presidentes de Conselhos Comunitários de Segurança Pública acerca da estatística criminal

do bairro ou local de abrangência do conselho.

De acordo com a tabela 10, os Presidentes de Conselhos Comunitários de

Segurança Pública, em sua grande maioria, confirmam conhecer a estatística criminal do

bairro ou local de abrangência do referido conselho, apesar das estatísticas criminais não

ser apresentadas nas reuniões dos conselhos com muita freqüência pela Polícia Militar,

conforme verificado na tabela 8.

Tabela 10: Nível de conhecimento dos Presidentes de Conselhos Comunitários deSegurança Pública (CONSEP) acerca da estatística criminal do bairro ou local deabrangência do Conselho, segundo seus respectivos Presidentes – Minas Gerais- 2005.

Freqüência%Nível de conhecimento Abs. Simples Acumulada

Ótimo 2 10,00 10,00Bom 9 45,00 55,00Regular 7 35,00 90,00Ruim - - 90,00Não conhecem 2 10,00 100,00Total 20 100,00 ..Nota: Sinal convencional utilizado: - dado numérico igual a zero não resultante de arredondamento; .. não seaplica dado numérico.

b) Participação do Policial Militar que atua no policiamento ostensivo

A participação no planejamento operacional do Policial Militar que atuam

diretamente no policiamento ostensivo geral, conhecido como de “linha de frente” é de

fundamental importância para o êxito das ações, por duas razões: (1ª) permite ao

responsável pelo planejamento agregar mais informações à estatística e ao

geoprocessamento e (2ª) faz com que o Policial Militar se comprometa de forma voluntária e

espontânea com os objetivos traçados.

Boar (2002, p. 28), ao tratar sobre a importância do planejamento, lembra que

“[...] os resultados do processo serão tão bons quanto o investimento intelectual dos

participantes ao pensarem profundamente sobre as questões. [...] O processo de

planejamento só funciona melhor para aqueles que estão preparados e comprometidos em

trabalhar arduamente na reflexão em cima das questões.”.

93

Neste sentido, buscou-se pesquisar a opinião dos gerentes operacionais e do

próprio Policial Militar que atua no policiamento ostensivo geral sobre essa participação e

verificou-se, de acordo com a tabela 11, que a maioria dos dois grupos afirma que a

participação é pouco significativa. Os gerentes operacionais identificaram esse fato de uma

forma menos expressiva, pois 52,17 % alegam que esta participação ocorre poucas vezes

ou, simplesmente não ocorrem. Já a pesquisa com os Policiais Militares que atuam no

policiamento ostensivo geral, confirmou que 70,33 % desses policiais alegam que participam

poucas vezes ou simplesmente não participam.

Tabela 11: Freqüência de participação do Policial Militar que atua no policiamento ostensivogeral na elaboração do planejamento operacional preventivo segundo osgerentes operacionais(1) dos Batalhões da 12ª Região da Polícia Militar e PolicialMilitar – Minas Gerais – 2005

GerentesOperacionais

Policial Militar que atua noPOG(2)Freqüência de participação

Abs. % Abs. %Muitas vezes 4 17,39 25 8,33Algumas vezes 6 26,09 64 21,33Poucas vezes 4 17,39 51 17,00Não participam 8 34,78 160 53,33Não opinaram 1 4,35 - -Total 23 100,00 300 100,00Nota: Sinal convencional utilizado: - dado numérico igual a zero não resultante de arredondamento(1) Comandantes de Companhia e Chefes das Seções de Inteligência e de Planejamento.(2) Policiamento ostensivo geral

Após analisar o questionário aplicado aos Policiais Militares que atua no

policiamento ostensivo geral, buscou-se extrair as observações mais importantes emitidas

por cada Policial sobre o assunto. Destacam-se:

a) “Falta mais diálogo com quem trabalha na rua e que conhece as

peculiaridades de cada lugar. A estatística tem que estar lado a lado com a experiência de

quem está nas ruas.”;

b) “Deve-se questionar mais o setor operacional, pois faz a linha de frente e

tem como ajudar no planejamento das operações.”;

c) “O que falta para alcançarmos o sucesso no planejamento operacional é os

responsáveis contarem com a participação dos militares que estão diretamente envolvidos

na execução do policiamento.”;

94

d) “Quando nos mandam cumprir um cartão programa, dá a impressão de que

o objetivo é facilitar a fiscalização e não para baixar o índice de criminalidade. Normalmente

nestas ocasiões estes índices aumentam.”.

O Comandante da 12ª Região da Polícia Militar, em entrevista concedida

sobre o assunto, reputa ainda como fraca a participação do Policial Militar no planejamento

e aponta algumas dificuldades logísticas, como falta projetor de multimídia, tempo de

treinamento, dentre outras.

O Comandante do 14º Batalhão de Polícia Militar afirma que “[...] a

participação dos policiais militares no planejamento operacional é mínima, pois ainda nos

falta à cultura de consultá-los e deles em querer participar.”.

Confirma-se que o Policial Militar que atua no policiamento ostensivo geral

não é consultado e nem tampouco participa do planejamento operacional de sua Companhia

e essa participação constitui em um de seus grandes anseios.

Quanto à divulgação das informações da estatística criminal e do

geoprocessamento, aos Policiais Militares que atuam no policiamento ostensivo geral,

conforme a tabela 12, os gerentes operacionais afirmam que tem ocorrido com uma relativa

freqüência, prevalecendo a opção de muitas e algumas vezes, contudo, os Policiais Militares

dividem opinião a respeito.

Alguns Policiais Militares, ao responderem os questionários, expressaram

textualmente seus sentimentos com relação ao assunto: “o geoprocessamento e a

estatística deveriam ser divulgados com mais freqüência, assim a tropa ficaria mais

informada e se comprometeria em dar uma resposta.”. Outros expressaram: “Em um

determinado período foi implantado na Companhia o policiamento setorisado, quando

tínhamos conhecimento das estatísticas criminais. Entretanto tal modalidade de

policiamento deixou de ser aplicada e as informações das estatísticas criminais deixaram de

ser fornecidas aos policiais.”.

O Comandante da 12ª Região da Polícia Militar reportou alguns óbices para

uma freqüente divulgação destas informações, como a falta de um projetor de multimídia,

impressora de alta capacidade para impressão de mapas e gráficos e o pouco tempo antes

do turno de serviço destinado a ministrar um treinamento sobre os índices de criminalidade.

95

Tabela 12: Freqüência de divulgação das informações da estatística criminal e dogeoprocessamento, aos Policiais Militares que atuam no policiamento ostensivogeral segundo os gerentes operacionais(1) dos Batalhões da 12ª Região daPolícia Militar e Policial Militar – Minas Gerais - 2005

GerentesOperacionais

Policial Militar que atua noPOG (2)Freqüência de divulgação

das informações Abs. % Abs. %Muitas vezes 6 26,09 41 13,67Algumas vezes 6 26,09 107 35,67Poucas vezes 5 21,74 81 27,00Não são apresentadas 4 17,39 71 23,67Sem opinião formada 2 8,70 - -Total 23 100,00 300 100,00Nota: Sinal convencional utilizado: - dado numérico igual a zero não resultante de arredondamento(1) Comandantes de Companhia e Chefes das Seções de Inteligência e de Planejamento(2) Policiamento ostensivo geral

De acordo com a tabela 13 os Policiais Militares que atuam no policiamento

ostensivo geral alegam que têm um bom conhecimento a respeito dos índices de

criminalidade do local onde trabalham, contudo, os gerentes operacionais destacam que

este conhecimento está deficiente, evidenciando que deva melhorar.

Tabela 13: Nível de conhecimento do Policial Militar que atua no policiamento ostensivogeral acerca da estatística criminal do local onde atua segundo os gerentesoperacionais(1) dos Batalhões da 12ª Região da Polícia Militar e Policial Militar –Minas Gerais – 2005

GerentesOperacionais

Policial Militar que atua noPOG (2)Nível de conhecimento

Abs. % Abs. %Ótimo 3 13,04 45 15,00Bom 7 30,43 155 51,67Regular 7 30,43 78 26,00Ruim 5 21,74 14 4,67Não tem conhecimento 1 4,35 8 2,67Total 23 100,00 300 100,00(1) Comandantes de Companhia e Chefes das Seções de Inteligência e de Planejamento(2) Policiamento ostensivo geral

c) Coordenação entre os Oficiais

Buscou-se, através da pesquisa de campo, verificar qual o nível de

coordenação e troca de informações entre os Comandantes de Companhia e Chefes das

Seções de Inteligência e Planejamento, o que possibilitou, de acordo com a tabela 14, aferir

o nível como bom.

No entanto, segundo o Comandante da 12ª Região da Polícia Militar, o

96

Comandante de Companhia deve participar do planejamento e que deve haver envolvimento

de todo o Estado Maior e não, simplesmente, de Chefes da Seção de Inteligência e de

Planejamento. Acrescenta que o trabalho de análise ainda está um pouco estanque, pois

não se sabe exatamente qual é a missão de cada um. “A análise quem faz é o P/2 ou o P/3?

E o Comandante de Companhia vai apenas receber os dados consolidados?” Portanto,

esclarece o Comandante da 12ª Região que ainda há certa confusão quanto à missão de

cada um, por parte desses Oficiais.

O Comandante do 14º Batalhão de Polícia Militar afirma que a coordenação

tem ocorrido de forma satisfatória, contudo, percebe-se que pode ser otimizada, pois de

nada adianta um planejamento que não possa ser executado por falta de informações.

O Comandante do 26º Batalhão de Polícia Militar esclarece que a

coordenação entre estes Oficiais no planejamento de operações acontece de “forma

acanhada” e rara e quanto ao planejamento de ações preventivas, já não ocorre.

O Comandante do 11º Batalhão de Polícia Militar afirma que essa

coordenação vem ocorrendo atualmente com mais freqüência, em que o Chefe da Seção de

Inteligência trabalha com informações sobre o agente de delito e modus operandi e o Chefe

da Seção de Planejamento trabalha com informações sobre horário, dia, mês e local dos

delitos.

O Chefe da Seção de Planejamento do Estado Maior da Polícia Militar do

Estado de Minas Gerais observa que esta coordenação acontece de uma forma eventual e

não contínua, como deveria ocorrer.

O Policial Militar que atua no policiamento ostensivo geral, ao responder o

questionário desta pesquisa, observa que: “poderiam ser elaborados estudos sobre os

crimes registrados, informando modus operandi e rota de fuga, bem como os meios

utilizados para a fuga, para uma atuação mais positiva e eficiente [...]”.

De uma forma geral, apesar de se observar na tabela 14 que o nível de

coordenação entre os Oficiais é bom, verifica-se que, na realidade é ainda pouco freqüente

e tem ocorrido eventualmente, mas não continuadamente para estabelecer estratégias de

ações preventivas, o que pode ser comprovado de acordo com as entrevistas concedidas

sobre o assunto.

97

Tabela 14: Nível de coordenação e troca de informações entre P/2, P/3 e Comandante deCompanhia em relação à análise criminal para fins de emprego no planejamentooperacional preventivo segundo os gerentes operacionais(1) dos Batalhões da12ª Região da Polícia Militar – Minas Gerais – 2005

Freqüência%Nível de coordenação e troca

de informações Abs. Simples AcumuladaÓtimo 7 30,43 30,43Bom 6 26,09 56,52Regular 5 21,74 78,26Ruim 5 21,74 100,00Sem opinião - - -Total 23 100,00 ..Nota: Sinal convencional utilizado: - dado numérico igual a zero não resultante de arredondamento; .. não seaplica dado numérico(1) Comandantes de Companhia e Chefes das Seções de Inteligência e de Planejamento.

Visando buscar um aprofundamento acerca da interatividade entre os

gerentes responsáveis pelo planejamento do emprego operacional das Unidades da 12ª

Região da Policia Militar, buscou-se verificar a missão de cada um, no tocante a elaboração

das estatísticas criminais e sua análise.

O Chefe da Seção de Planejamento do Estado Maior da Polícia Militar do

Estado de Minas Gerais esclarece que o Chefe da Seção de Planejamento de um Batalhão

tem a missão de produzir a estatística criminal, bem como a sua análise quantitativa. O

Chefe da Seção de Inteligência deve agregar valores a está análise, verificando modus

operandi, quem são os agentes dos crimes, onde moram estes agentes, rota de fugas,

meios utilizados para cometimento dos crimes, propiciando assim uma análise qualitativa,

que na verdade é uma sintonia fina da análise quantitativa. O que tem ocorrido, segundo o

Oficial, é que Comandantes de Companhia têm montado estruturas de estatística criminal,

com emprego de efetivo, quando na verdade, é atribuição do Chefe da Seção de

Planejamento do Batalhão. E, quando ocorre o repasse da estatística aos Comandantes de

Companhia, as informações não são tratadas de forma qualitativa.

Diante do conhecimento empírico de que a missão no tocante a produção das

estatísticas criminais e respectivas análises não estavam bem definidas nos Batalhões da

12ª Região da Polícia Militar, buscou-se através da pesquisa de campo, obter a opinião dos

gerentes operacionais sobre o assunto.

A tabela 15 identificou o Chefe da Seção de Planejamento como o maior

responsável pelas estatísticas criminais, contudo o Comandante de Companhia também, foi

98

apontado como quem elabora as estatísticas em sua respectiva Fração, o que seria

atribuição do Chefe da Seção de Planejamento.

Este resultado nos permite inferir que o Comandante de Companhia tem

realizado tarefas que são de responsabilidade da P/3, pois, conforme esclareceu o Chefe da

Seção de Planejamento e Operações do Estado Maior da Polícia Militar: “[...] o Comandante

de Companhia não pode usurpar as funções do P/3 [...]”.

Tabela 15: Responsáveis pela elaboração da estatística criminal, segundo os gerentesoperacionais(1) dos Batalhões da 12ª Região da Polícia Militar – Minas Gerais –2005

Freqüência%Responsáveis pela elaboração da estatística

criminal Abs. Simples AcumuladaChefe da Seção de Planejamento do Batalhão 21 47,73 47,73Chefe da Seção de Inteligência do Batalhão 10 22,73 70,45Comandante de Companhia 13 29,55 100,00Oficial de Informática - - ..Ninguém produz estatística - - ..Total 44 100,00 ..Nota: Sinal convencional utilizado: - dado numérico igual a zero não resultante de arredondamento; .. não seaplica dado numérico(1) Comandantes de Companhia e Chefes das Seções de Inteligência e de Planejamento.

6.4 Execução do planejamento

Aplicar adequadamente a informação ao planejamento e estabelecer uma boa

estratégia de ação, por si só, não garante o atingimento das metas estabelecidas, se não

houver uma boa concepção na execução deste planejamento.

a) Reflexo dos eventos especiais no policiamento ordinário preventivo

Sabe-se que os Policiais Militares empregados em eventos especiais da 12ª

Região da Polícia Militar são remanejados do policiamento ostensivo geral programado para

serem lançados nas zonas quentes de criminalidade e outros locais de maior necessidade,

conforme aponta a estatística criminal e os anseios da comunidade.

Estes eventos têm ocorrido de forma muito freqüente, alterando o

planejamento operacional baseado em análise crítica criminal, segundo opinião dos

gerentes operacionais, Policiais Militares empregados no policiamento ostensivo geral e

Presidentes de Conselhos Comunitários de Segurança Pública.

99

Analisando-se a tabela 16, verifica-se que esta opinião é da grande maioria

dos pesquisados, contudo, percebe-se que os gerentes operacionais, que estão lidando

diretamente com planejamento de ações e operações policiais têm uma percepção maior

em relação a esta questão. Os Policiais Militares empregados no policiamento ostensivo

geral tem essa percepção, mas é ainda menor em relação aos gerentes operacionais. Os

Presidentes de Conselhos Comunitários de Segurança Pública, por sua vez, têm essa

percepção já um pouco menor em relação aos Policiais Militares que atuam no policiamento

ostensivo geral.

O Comandante da 12ª Região da Polícia Militar, durante entrevista, afirma

que a freqüente ocorrência de eventos especiais é “algo que prejudica bastante o nosso

serviço, porque às vezes é necessário remanejar o Policial Militar não só de outro local

como de outro dia. O reflexo não fica só no dia, mas também antes e após estes eventos

[...]”. O Comandante da Região revela, por exemplo, que recentemente em Ipatinga houve

vários clássicos de futebol, quando houve necessidade de remanejamento do efetivo

empregado no policiamento ordinário, desguarnecendo o policiamento ostensivo na cidade.

Acrescenta, ainda, que há um estudo no Estado Maior da Polícia Militar com o objetivo de

permitir o emprego extraordinário remunerado e voluntário do Policial Militar que estiver de

folga no dia do evento.

O Comandante do 14º Batalhão de Polícia Militar fez um estudo estatístico

comparando os dias em que ocorrem eventos especiais em Ipatinga com outros dias da

semana e “ficou claramente comprovado que há aumento do número de crimes e

contravenções nos dias em que há eventos especiais ou extraordinários em bairros e outros

locais da cidade.”.

Este estudo, citado pelo Comandante do 14º Batalhão de Polícia Militar,

tomou por base quatro diferentes dias entre o período de 14 de novembro de 2004 e 3 de

abril de 2005, quando houve grandes clássicos do futebol mineiro no estádio Ipatingão, na

cidade de Ipatinga. Foi empregado um efetivo médio de 150 a 200 policiais militares em

cada evento.

Foi feita uma comparação da quantidade de crimes registrados nos dias dos

eventos, com os dias da semana imediatamente anterior e foi constatado um aumento

global de 24,3 %. O turno que apresentou maior crescimento foi o 4º turno, com 81,82 %.

Neste estudo foram verificados apenas os crimes registrados nos bairros e nos locais

diversos ao local onde foram realizados os eventos (MINAS GERAIS, 2005b).

100

O Comandante do 26º Batalhão de Polícia Militar, ao ser entrevistado afirmou

que os eventos especiais e extraordinários “alteram em muito o planejamento operacional.”.

O Comandante do 11º Batalhão de Polícia Militar também alega que a

ocorrência de eventos especiais tem alterado o planejamento preventivo nos municípios que

compõe a Unidade e reporta sobre carência de efetivo e de meios.

Segundo o Chefe da Seção de Planejamento do Estado Maior da Polícia

Militar de Minas Gerais, os eventos especiais, de fato, pulverizam o policiamento ordinário32

principalmente quando ocorrem vários eventos simultaneamente.

Após uma breve análise acerca da questão, verifica-se que é bastante

perceptível que o emprego do policiamento nos eventos especiais altera o planejamento

operacional voltado para o policiamento ordinário e preventivo em todos os Batalhões da 12ª

Região da Polícia Militar.

Tabela 16: Freqüência com que os eventos especiais ou extraordinários têm alterado oplanejamento operacional baseado em análise crítica criminal segundo osgerentes operacionais(1), Policial Militar e Presidentes de CONSEP(2) dosBatalhões da 12ª Região da Polícia Militar – Minas Gerais, 2005.

Gerentes Policial Militar Pres. CONSEPFreqüência deAlteração Abs. % Abs. % Abs. %

Muitas vezes 14 60,87 92 30,67 5 25,00Algumas vezes 6 26,09 104 34,67 7 35,00Poucas vezes 2 8,70 44 14,67 3 15,00Não alteram 1 4,35 47 15,67 3 15,00Não opinaram - - 13 4,33 2 10,00Total 23 100,00 300 100,00 20 100,00Nota: Sinal convencional utilizado: - dado numérico igual a zero não resultante de arredondamento(1) Comandantes de Companhia e Chefes das Seções de Inteligência e de Planejamento(2) Conselhos Comunitários de Segurança Pública.

De acordo com o gráfico 2 verifica-se que grande parcela do emprego do

policiamento em eventos especiais ocorre nos finais de semana, já que há concentração

desse policiamento em 47 % nos dias de sábado e domingo.

Nos demais dias da semana os eventos especiais com emprego de

policiamento tem ocorrido com um percentual médio de 10 % em cada dia.

32 Trata-se do emprego rotineiro de meios operacionais em obediência a um plano sistemático, que contém aescala de prioridades.

101

Gráfico 2: Distribuição percentual dos registros de policiamento em eventos especiais nosmunicípios(1) sedes de Batalhões e de Companhias da 12ª Região da PolíciaMilitar no ano de 2004, por dia da semana.

28%

9%

11%10%

10%

13%

19%

DOM SEG TER QUA QUI SEX SÁB

Fonte: Polícia Militar de Minas Gerais: Armazém de dados(1) Ipatinga, Timóteo, Coronel Fabriciano, Ipaba, Manhuaçu, Carangola, Caratinga, Ponte Nova, Rio Casca,Itabira, João Monlevade, Nova Era, Guanhães e Barão de Cocais.

Por outro lado, as operações preventivas caem exatamente nos finais de

semana, em detrimento do emprego do policiamento nos eventos especiais, conforme o

gráfico 3.

Gráfico 3: Distribuição percentual das operações Proteja Seu Bairro e Presença nosmunicípios(1) sedes de Batalhões e de Companhias da 12ª Região da PolíciaMilitar no ano de 2004, por dia da semana.

Operação Proteja Seu Bairro Operação Presença

12,21

14,8015,61 15,46

14,59 14,47

12,87

0,00

2,00

4,00

6,00

8,00

10,00

12,00

14,00

16,00

DOM SEG TER QUA QUI SEX SÁB

%

10,74

14,5915,56 15,87 15,88

14,87

12,49

0,00

2,00

4,00

6,00

8,00

10,00

12,00

14,00

16,00

DOM SEG TER QUA QUI SEX SÁB

%

Fonte:Polícia Militar: Armazém de dados.(1) Ipatinga, Timóteo, Coronel Fabriciano, Ipaba, Manhuaçu, Carangola, Caratinga, Ponte Nova, Rio Casca,Itabira, João Monlevade, Nova Era, Guanhães e Barão de Cocais.

102

Enquanto que o emprego do policiamento em eventos especiais ocorre com

mais freqüência nos finais de semana (gráfico 2), as operações preventivas caem (gráfico 3)

e a criminalidade aumenta nesse período (gráfico 4).

Gráfico 4: Distribuição percentual da criminalidade nos municípios(1) sedes de Batalhões ede Companhias da 12ª Região da Polícia Militar no ano de 2004, por dia dasemana.

0,00

2,00

4,00

6,00

8,00

10,00

12,00

14,00

16,00

18,00

20,00

DOM SEG TER QUA QUI SEX SÁB

CRIMES NÃO VIOLENTOS CRIMES VIOLENTOS

%

Fonte: Polícia Militar: Armazém de dados.(1) Ipatinga, Timóteo, Coronel Fabriciano, Ipaba, Manhuaçu, Carangola, Caratinga, Ponte Nova, Rio Casca,Itabira, João Monlevade, Nova Era, Guanhães e Barão de Cocais.

b) Permanência do Policial Militar no bairro

A Polícia Militar de Minas Gerais, através da Diretriz para Produção de

Serviços de Segurança Pública nr 01/2002, estabelece que os Policiais Militares designados

para o policiamento comunitário devem permanecer no bairro, não sendo desviados para

outras atividades da corporação. Estabelece ainda que “[...] as escalas de serviço fixarão o

mesmo militar, o maior tempo possível, em um mesmo local de atuação, exceto para o

policiamento de guardas em presídios e cadeias públicas, que observará normas

particulares [...]” (MINAS GERAIS, 2002a, p. 61).

Policiais designados por muito tempo para o mesmo turno e ronda se tornam

figuras familiares aos membros da comunidade, e ficam cientes das suas atividades diárias.

103

Essa maior permanência do policial no mesmo local de trabalho é o primeiro passo para o

estabelecimento da confiança, e serve para reduzir o medo do crime entre os membros da

comunidade.

Segundo o Comandante da 12ª Região da Polícia Militar a manutenção do

Policial Militar no mesmo bairro por maior tempo possível é muito importante, pois

estabelece uma relação de confiança entre a Polícia Militar e população, no entanto,

acrescenta algumas dificuldades para que seja mantida tal medida, como a grande

rotatividade de Praças e Oficiais para outras Unidades e cursos. Destaca também a

necessidade para um processo contínuo de acompanhamento e fiscalização.

O Comandante do 14º Batalhão de Polícia Militar avalia a medida como

importante e necessária e esclarece que não há como obter a confiança da comunidade em

um Policial Militar que ela não conhece e também não há como o Policial Militar estabelecer

uma rede de contatos de informações de segurança pública se ele é permanentemente

mudado de local de trabalho.

O Chefe da Seção de Planejamento do Estado Maior da Polícia Militar avalia

a fixação do Policial Militar no bairro como fundamental para o policiamento comunitário,

mas alerta para a necessidade de constantes avaliações e acompanhamento para que

sejam evitados desvios.

Conforme se verifica, não há dúvidas quanto ao ganho da comunidade se o

Policial Militar é mantido no mesmo bairro por maior tempo possível, garantindo assim um

estabelecimento de confiança, maior conhecimento acerca dos problemas da comunidade,

dentre outras vantagens. Há, no entanto, conforme, alertou o Comandante da 12ª Região da

Polícia Militar, a necessidade de se manter um melhor acompanhamento e avaliação.

Após conhecer as vantagens da fixação do Policial Militar no mesmo bairro,

buscou-se avaliar com que freqüência ele tem sido mantido no mesmo local de trabalho, e

foi constatado de acordo com a tabela 17 que isto vem ocorrendo efetivamente no universo

considerado, na 12ª Região da Polícia Militar.

104

Tabela 17: Freqüência com que o Policial Militar tem sido mantido no mesmo local detrabalho segundo os gerentes operacionais(1), Policial Militar e Presidentes deCONSEP(2) dos Batalhões da 12ª Região da Polícia Militar – Minas Gerais –2005

Gerentes Policial Militar Pres. CONSEPFreqüência depermanência Abs. % Abs. % Abs. %

Muitas vezes 10 43,48 86 28,67 6 30,00Algumas vezes 8 34,78 76 25,33 7 35,00Poucas vezes 3 13,04 84 28,00 1 5,00Não são mantidos 1 4,35 45 15,00 4 20,00Não opinaram 1 4,35 9 3,00 2 10,00Total 23 100,00 300 100,00 20 100,00(1) Comandantes de Companhia e Chefes das Seções de Inteligência e de Planejamento(2) Conselhos Comunitários de Segurança Pública.

c) Análise do emprego quanto aos dias, horários e locais

Buscou-se pesquisar junto aos Presidentes de Conselhos Comunitários de

Segurança Pública e Policiais Militares que atuam no policiamento ostensivo geral a

percepção com relação ao lançamento dos policiais nos locais, dias e horários de maior

necessidade (tabelas 18 e 19).

Analisando a tabela 18 verificou-se que a comunidade, representada pelos

Conselhos Comunitários de Segurança Pública da 12ª Região da Polícia Militar, no universo

considerado, tem sido atendida parcialmente quanto ao emprego do policiamento nos locais,

dias e horários de maior necessidade.

Tabela 18: Atendimento aos anseios da comunidade, quanto ao emprego do policiamento,em local, dia e horário de necessidade segundo Presidentes dos CONSEP(1) dosBatalhões da 12ª Região da Polícia Militar – Minas Gerais – 2005

Freqüência%Atendimento Abs. Simples Acumulada

Completamente 1 5,00 5,00Parcialmente 16 80,00 85,00Atendido pouco 1 5,00 90,00Não tem atendido 2 10,00 100,00Não opinaram - - ..Total 20 100,00 ..Nota: Sinal convencional utilizado: - dado numérico igual a zero não resultante de arredondamento; .. não seaplica dado numérico(1) Conselhos Comunitários de Segurança Pública.

A tabela 19 demonstra que os Policiais Militares empregados no policiamento

105

ostensivo geral avalia como bom o planejamento operacional da Companhia, no tocante a

definição de locais e horários de emprego, o que vem a corroborar com o resultado

constante na tabela 18.

Tabela 19: Avaliação do planejamento operacional da Companhia PM no tocante a definiçãode locais e horários de emprego, segundo Policial Militar que atua nopoliciamento ostensivo geral nos Batalhões da 12ª Região da Polícia Militar –Minas Gerais – 2005.

Freqüência%Avaliação do planejamento operacional Abs. Simples Acumulada

Ótima 31 10,33 10,33Boa 171 57,00 67,33Regular 75 25,00 92,33Ruim 11 3,67 96,00Não opinaram 12 4,00 100,00Total 300 100,00 ..Nota: Sinal convencional utilizado: .. não se aplica dado numérico

Visando fazer uma comparação dos dados obtidos nas tabelas 18 e 19 com

outras fontes de dados, a fim de checar a coerência das informações, foi realizada uma

conferência das escalas de serviço quanto ao emprego do policiamento ostensivo geral no

mês de agosto de 2004 nos Batalhões da 12ª Região da Polícia Militar, no universo

considerado.

Estabeleceu-se, portanto, um paralelo entre o efetivo distribuído ao longo

desse mês, por faixa horária e os crimes violentos e não violentos registrados também no

referido mês (gráfico 5).

Não foi possível fazer esta análise tomando por base todo o ano de 2004,

pela dificuldade de acesso a todas as escalas de serviço das respectivas Companhias. Por

esta razão foi escolhido somente o mês de agosto de 2004 para fazer esta pesquisa.

Também, não foi possível fazer um comparativo entre o efetivo empregado e

crimes registrados, quanto aos locais, devido à insuficiência de informações, uma vez que

as escalas de serviço não especificam regularmente os locais de emprego, e as estatísticas

criminais indicam apenas os municípios onde foram registradas as ocorrências.

Após analisar o gráfico 5 é possível inferir que o efetivo tem sido empregado

na medida adequada, acompanhando os índices de criminalidade em cada horário,

principalmente no 3º turno, horário de maior fluxo de pessoas nas ruas da cidade. No 4º

106

turno há uma queda no lançamento do efetivo, quando também ocorre decréscimo dos

crimes não violentos.

Com relação aos crimes violentos, foi verificado um aumento desses delitos

no 4º turno, especialmente entre o horário de 17:00 hs e 22:00 hs, enquanto que o

lançamento do efetivo diminui a partir de 18:00 hs.

Não se verificou, no entanto, inabilidade por parte dos gerentes ao

empregarem o efetivo em maior quantidade no período diurno, uma vez que neste horário

há uma demanda maior por policiamento preventivo, por se tratar de horário comercial. O

remanejamento de Policiais Militares para o 4º turno provocaria prejuízos para a segurança

pública durante o dia, até mesmo porque há claros de efetivo nas Unidades. Percebe-se que

há necessidade de se obter mais informações sobre os crimes violentos registrados à noite,

para que possam ser combatidos com o mesmo efetivo, porém com inteligência e

informação.

Gráfico 5: Distribuição percentual entre o efetivo empregado no policiamento ostensivogeral, crimes violentos e não violentos, por faixa horária, nos municípiossedes(1) de Batalhões e Companhias – Ago/2004

0,000

1,000

2,000

3,000

4,000

5,000

6,000

7,000

8,000

9,000

10,000

00:00

/ 00:5

9

01:00

/ 01:5

9

02:00

/ 02:5

9

03:00

/ 03:5

9

04:00

/ 04:5

9

05:00

/ 05:5

9

06:00

/ 06:5

9

07:00

/ 07:5

9

08:00

/ 08:5

9

09:00

/ 19:5

9

10:00

/ 10:5

9

11:00

/ 11:5

9

12:00

/ 12:5

9

13:00

/ 13:5

9

14:00

/ 14:5

9

15:00

/ 15:5

9

16:00

/ 16:5

9

17:00

/ 17:5

9

18:00

/ 18:5

9

19:00

/ 19:5

9

20:00

/ 20:5

9

21:00

/ 21:5

9

22:00

/ 22:5

9

23:00

/ 23:5

9

Faixa horária

%

Efetivo Crimes não violentos Crimes violentos

Fonte: Polícia Militar de Minas Gerais: Escalas de Serviço das Companhias e Armazém de dados(1) Ipatinga, Timóteo, Coronel Fabriciano, Ipaba, Manhuaçu, Caratinga, Carangola, Ponte Nova, Rio Casca,Itabira, João Monlevade, Nova Era, Guanhães e Barão de Cocais.

107

6.5 Metas de redução da criminalidade

Quanto ao estabelecimento de metas para redução da criminalidade, de

acordo com a tabela 20, estas metas vêm sendo estabelecidas e cumpridas, no entanto,

pouca documentação foi encontrada a respeito nos Batalhões da 12ª Região da Polícia

Militar.

O Chefe da Seção de Planejamento do Estado Maior da Polícia Militar do

Estado de Minas Gerais, durante entrevista, ressaltou que todas as Unidades vêm

estabelecendo metas de redução de criminalidade, mas, de uma maneira informal, pois

poucos documentos que tratam do assunto têm sido encontrados durante as supervisões do

Estado Maior da Polícia Militar.

Foi feita uma análise nos Planos de Emprego Operacional dos Batalhões e

Companhias da 12ª Região da Polícia Militar e foi constatado que, de fato, as metas não são

estabelecidas formalmente em geral, com exceção do 14º Batalhão de Polícia Militar, onde

há registro de um plano de metas para o ano 2004.

Essa Unidade estabeleceu em 2003 meta de redução dos índices de

dezesseis crimes de naturezas específicas para o ano de 2004. Houve redução dos índices

de nove deles.

Conclui-se, portanto, que as metas de redução de criminalidade são

estabelecidas por cada Batalhão, só que de maneira informal, com algumas exceções.

Tabela 20: Freqüência com que as metas para redução de criminalidade são estabelecidas ecumpridas com enfoque de crimes específicos segundo gerentes operacionais(1)dos Batalhões da 12ª Região da Polícia Militar – Minas Gerais – 2005.

MetasEstabelecidas CumpridasFreqüência para redução

de criminalidadeAbs. % Abs. %

Muitas vezes 10 43,48 7 30,43Algumas vezes 7 30,43 10 43,48Poucas vezes 3 13,04 3 13,04Não são estabelecidas 2 8,70 2 8,70Não tenho opinião formada 1 4,35 1 4,35Total 23 100,00 23 100,00(1) Comandantes de Companhia e Chefes das Seções de Inteligência e de Planejamento

108

6.6 Avaliação dos serviços prestados

Buscou-se verificar, de acordo com a opinião dos gerentes operacionais,

quais critérios são mais utilizados para se avaliar as ações policiais decorrentes do

planejamento operacional e ficou evidenciado que a análise dos índices de criminalidade foi

identificada como o critério de maior uso, de acordo com a tabela 21.

Os índices de criminalidade podem levar a uma avaliação das ações policiais,

no entanto, há de se levar em consideração que o aumento do registro dos crimes pode

significar aumento da confiança da comunidade em relação à Polícia Militar, proveniente da

implantação das filosofias de policiamento comunitário, levando o cidadão a acionar mais a

Polícia.

Uma verificação sobre a evolução das chamadas “cifras negras” juntamente

com a evolução dos índices oficiais de criminalidade pode tornar uma análise mais precisa e

realista. Mas para que isto ocorra, é necessário que se faça uma pesquisa junto ao público

alvo dos serviços de segurança pública, buscando inclusive obter uma avaliação sobre a

sensação de segurança da população.

Mais importante do que reduzir o número de crimes é reduzir o medo dele

decorrente, porque para a comunidade de nada adianta se há informações de redução da

criminalidade, se ela continua com uma sensação de insegurança. Esta observação vem a

corroborar com a missão da PMMG que é “proporcionar ambiente seguro em Minas Gerais

com a participação comunitária: protegendo a vida, reduzindo o crime e o seu medo e

garantindo a lei.” (MINAS GERAIS, 2003b, grifo nosso).

Conforme se pode verificar, através da tabela 21, esta pesquisa de satisfação

comunitária não vem ocorrendo de forma freqüente na 12ª Região da Polícia Militar, no

universo considerado, dando espaço a uma avaliação por meio dos índices oficiais de

criminalidade, número de prisões realizadas e armas apreendidas, dentre outros aspectos.

A avaliação da efetividade das ações policiais decorrentes do planejamento

operacional é, portanto, deficiente e precisa buscar uma participação maior da população

nesta avaliação.

109

Tabela 21: Aspectos observados para avaliar as ações policias decorrentes do planejamentooperacional segundo os gerentes operacionais(1) dos Batalhões da 12ª Regiãoda Polícia Militar – Minas Gerais – 2005.

Freqüência%Aspectos para avaliar as ações policiais Abs. Simples Acumulada

Índice de criminalidade 23 35,38 35,38Nº de prisões, armas apreendidas, operações 19 29,23 64,62Informações do Policial Militar 10 15,38 80,00Pesquisa de satisfação comunitária 9 13,85 93,85Controle de emprego de efetivo e VTR 4 6,15 100,00Total 65 100 ..Nota: Sinal convencional utilizado: .. não se aplica dado numérico(1) Comandantes de Companhia e Chefes das Seções de Inteligência e Planejamento

De acordo com a tabela 22 os gerentes operacionais, Policiais Militares que

atuam no policiamento ostensivo geral e Presidentes de Conselhos Comunitários de

Segurança Pública avaliam como bom o nível de satisfação da comunidade em relação aos

serviços prestados pela Polícia Militar.

Tabela 22: Nível de satisfação da comunidade em relação aos serviços prestados pelaPolícia Militar, segundo os gerentes operacionais(1), Policial Militar e Presidentesde CONSEP(2) dos Batalhões da 12ª Região da Polícia Militar – Minas Gerais –2005

Gerentes Policial Militar Pres. CONSEPNível de satisfaçãoda comunidade Abs. % Abs. % Abs. %

Ótimo 3 13,04 26 8,67 2 10,00Bom 16 69,57 203 67,67 18 90,00Regular 4 17,39 54 18,00 - -Ruim - - 9 3,00 - -Não opinaram - - 8 2,67 - -Total 23 100,00 300 100,00 20 100,00Notas: Sinal convencional utilizado: - dado numérico igual a zero não resultante de arredondamento(1) Comandantes de Companhia e Chefes das Seções de Inteligência e de Planejamento(2) Conselhos Comunitários de Segurança Pública.

Quanto à avaliação dos resultados com base nos índices oficiais de

criminalidade, é possível aferi-la como boa, considerando que houve redução de 6,32 % da

taxa de crimes violentos no ano de 2004 em relação a 2003 (tabela 3 do apêndice E).

Quanto aos crimes não violentos esta redução foi de 2,74 % (tabela 1 do apêndice E).

Com relação à taxa média de crimes violentos na 12ª RPM, no universo

considerado, foi de 21 crimes por 100.000 habitantes, segundo armazém de dados da

Polícia Militar, enquanto que em todo o Estado foi de 44,83 (MINAS GERAIS, 2005a, p. 4).

110

SEÇÃO 7

CONCLUSÕES E SUGESTÕES

7 CONCLUSÕES E SUGESTÕES

111

7 CONCLUSÕES

Nesta SEÇÃO serão apresentadas as conclusões do presente trabalho e as

sugestões julgadas pertinentes com base no que foi até aqui discutido.

7.1 Conclusões

O aumento do medo da população decorrente dos índices de criminalidade e

violência tem provocado um clamor da sociedade que passou a exigir adoção de

providências por parte dos governos Federal, Estadual e Municipal. Diante do grave cenário

da segurança pública as instituições responsáveis pelo Sistema de Defesa Social procuram

adotar medidas que proporcionem um ambiente mais seguro para a comunidade.

A Polícia Militar do Estado de Minas Gerais, integrante do Sistema de Defesa

Social, e cônscia de suas responsabilidades constitucionais vem buscando a sua

modernização para que possa dar respostas ao clamor da sociedade, e neste sentido tem

procurado libertar-se das amarras do modelo burocrático que tem dificultado suas respostas

às exigências ambientais, com a implementação em sua administração do modelo gerencial,

como uma forma de agilizar seus processos, buscando soluções eficientes e eficazes no

cumprimento de sua missão constitucional.

A otimização da prestação de serviços à comunidade tem exigido da PMMG

um esforço de pesquisa focado nas mais modernas tendências das instituições policiais do

mundo, na busca de modelos de atuação policial que possam ser adequados à atual

realidade, permitindo uma resposta ao grave problema da segurança pública.

A PMMG não conseguiu ainda libertar-se do modelo de uma polícia reativa,

que trabalha normalmente depois que o crime aconteceu, acionada por uma central de

operações e que normalmente não consegue atender a toda a demanda operacional.

O planejamento operacional tem se pautado por um planejamento estático

que não leva em conta a dinamicidade da evolução criminal. Os tempos atuais exigem a

implementação de um planejamento estratégico, que perceba as ameaças do ambiente, que

seja flexível e dinâmico, buscando o estabelecimento de metas e avaliações de resultados

que permitam traçar caminhos para o futuro.

Neste sentido a Polícia Militar iniciou a implementação de um novo modelo de

112

"ser" e "fazer" polícia, através do projeto de polícia orientada por resultados que iniciou-se

em 1999 e foi consolidado com a Diretriz para Produção de Serviços de Segurança Pública

n°01/2002-CG que estabelece as regras de seu desenvolvimento e que foram discutidos no

presente trabalho.

Um dos pilares deste modelo é a utilização das ferramentas de análise

criminal no planejamento operacional, objetivando convergir os escassos recursos humanos

e logísticos para os locais de maior necessidade num esforço de toda Instituição para

manter sobre controle a violência e a criminalidade.

Assim buscou-se identificar uma problemática adequada para a presente

pesquisa, que permitisse verificar em que pontos eram possíveis otimizar as ações e

operações de polícia ostensiva.

Foi estabelecido como problema do presente trabalho: as ferramentas de

análise criminal estão sendo efetivamente aplicadas no planejamento operacional de forma

a otimizar as ações e operações policiais militares?

Para responder ao problema estabeleceu-se a hipótese básica e as hipóteses

secundárias que serão apresentadas logo adiante, tomando por base a pesquisa levada a

efeito neste trabalho, procurando confirmá-las ou refutá-las.

A hipótese básica foi assim definida: as ferramentas de análise criminal são

utilizadas no planejamento operacional nas Unidades, no entanto não têm otimizado as

ações e operações de polícia ostensiva, desacordando com a filosofia da Instituição prevista

na Diretriz para Produção de Serviços de Segurança Pública nº 01/2002.

Esta hipótese foi parcialmente comprovada na medida em que os dados

quantitativos e qualitativos demonstraram que os Comandantes de Batalhões e de

Companhias procuram utilizá-las da melhor forma possível.

No entanto, este fato aliado a falta de qualificação dos recursos humanos;

escassez de recursos logísticos e tecnológicos; dificuldade de coordenação entre as seções

de Planejamento e Operações e de Inteligência; pouca participação dos Conselhos

Comunitários de Segurança Pública e dos Policiais Militares que atuam no policiamento

ostensivo geral no planejamento operacional; e constantes remanejamentos de policiamento

por ocasião da ocorrência de eventos especiais têm sido causas para não otimização das

113

ações e operações de polícia ostensiva da ordem pública nos Batalhões da 12ª Região da

Polícia Militar.

Estes fatos indicam que a hipótese foi confirmada parcialmente e serão

analisadas com maior consistência na discussão das hipóteses secundárias.

a) A primeira hipótese secundária estabelece que: a deficiência dos

recursos humanos, tecnológicos e logísticos dificulta a exploração das ferramentas de

análise criminal em sua plenitude.

Esta hipótese foi totalmente confirmada, levando-se em consideração que o

percentual de 65,22 % dos Oficiais pesquisados admite que os recursos humanos

empregados na operação de programas informatizados e análise criminal apresentam nível

de qualificação regular ou ruim (tabela 6). O percentual de 8,70 % simplesmente

desconhece se esses recursos vêm atendendo ou não à demanda. Há também

unanimidade entre os Comandantes da Região e dos Batalhões quanto à necessidade de

qualificação desses recursos, pois se constatou que o quadro atual constitui uma grande

dificuldade para elaboração de análises quantitativa e qualitativa. Entre os funcionários

empregados na atividade de análise, apenas um tem o curso de geoprocessamento e

nenhum deles freqüentou curso de análise criminal.

Com relação aos equipamentos disponibilizados nos Batalhões da 12ª Região

da Polícia Militar estão muito aquém do necessário, tanto em quantidade como em

qualidade.

Os sistemas informatizados em uso atualmente, como SM20, por exemplo,

não atendem à demanda, principalmente na questão de oportunidade de difusão das

informações.

b) A segunda hipótese básica estabelece que: o planejamento operacional

não é realizado conjuntamente entre a Polícia Militar e Conselhos Comunitários de

Segurança Pública.

Esta hipótese foi parcialmente comprovada uma vez que 50 % dos

Presidentes de CONSEP entendem que a participação no planejamento, na realidade, não

vem ocorrendo e 20 % asseguram que esse envolvimento tem ocorrido muito pouco. Quanto

aos Oficiais o percentual de pesquisados que alega não ocorrer essa participação é de

114

30,43 %, enquanto que 21,74 % deixaram de emitir opinião a respeito, ensejando cocluir

neste caso, que desconhecem se há ou não participação dos CONSEP no planejamento

operacional da Polícia Militar (tabela 6).

Visando diagnosticar melhor esta participação e partindo do pressuposto que

conhecendo os índices de criminalidade os CONSEP estariam de alguma forma,

participando do planejamento da Polícia Militar, buscou-se verificar com que freqüência as

informações de criminalidade eram divulgadas pela Instituição durante as reuniões dos

conselhos e foi detectado que 55 % dos Presidentes de CONSEP asseguram que esta

divulgação ou ocorre muito pouco ou simplesmente não ocorre. Quanto aos Oficiais

pesquisados, o percentual é de 52,17 % dos que afirmam que a divulgação ou tem ocorrido

muito pouco ou não tem ocorrido ou simplesmente deixaram de emitir opinião a respeito,

demonstrando desconhecer tal fato (tabela 7).

Desta forma infere-se que alguns Presidentes de Conselhos Comunitários de

Segurança Pública, em sua minoria, têm participado do planejamento operacional conjunto,

mas existem dificuldades de se operacionalizar esta filosofia de trabalho.

c) A terceira hipótese secundária estabelece que: o Policial Militar que

executa o policiamento ostensivo geral não é participante ativo do planejamento de emprego

operacional.

Esta hipótese foi totalmente comprovada uma vez que o percentual de 70,33

% dos Policiais Militares que atuam no policiamento ostensivo geral assegura que esta

participação não vem ocorrendo com freqüência, apesar do índice entre os Oficiais

pesquisados ser de apenas 52,17 % (tabela 11).

Entre os anseios apresentados por esses Policiais Militares durante a

pesquisa houve destaque para a necessidade que tem o PM em participar do planejamento

operacional de sua Companhia.

d) A quarta hipótese secundária estabelece que: a ocorrência de eventos

especiais compromete o planejamento operacional preventivo resultante da análise criminal.

Esta hipótese foi totalmente comprovada uma vez que a grande maioria dos

Oficiais, Policiais Militares que atuam no policiamento ostensivo geral e Presidentes de

Conselhos Comunitários de Segurança Pública assegura que os eventos especiais têm

115

alterado o planejamento operacional preventivo fundamentado em análise criminal, com

índice percentual respectivo de 86,96 %, 65,34 % e 60 %.

Verificou-se também que os eventos especiais têm ocorrido com freqüência

maior nos finais de semana, enquanto que neste mesmo período há queda nas operações

preventivas e aumento da criminalidade.

e) A quinta hipótese secundária estabelece que: as análises qualitativas

das estatísticas criminais não vêm ocorrendo com freqüência, prevalecendo apenas as

análises quantitativas.

Esta hipótese foi totalmente comprovada considerando as informações

prestadas pelos Comandantes da 12ª Região da Polícia Militar e de Batalhões a respeito

das análises produzidas nas Unidades, bem como a respeito da coordenação entre as

Seções de Planejamento Operacional e de Inteligência, que não vem ocorrendo

continuadamente.

A grande maioria dos Policiais Militares que atua no policiamento ostensivo

geral avaliou como regular as informações da estatística criminal, o que nos leva a inferir

que há uma carência de tratamento desses dados. Há necessidade de se transformar esses

dados em informações qualitativas que proporcione ao PM o conhecimento sobre quem está

cometendo os delitos, onde ele mora, qual é o modus operandi, dentre outras informações.

Há também a questão de que, após analisar as estatísticas produzidas pelas

Unidades, verificou-se inexistência de qualquer análise qualitativa, prevalecendo apenas a

quantitativa.

7.2 Sugestões

A apresentação das sugestões objetiva otimizar as ações e operações de

polícia ostensiva através da utilização das ferramentas de análise criminal em um

planejamento adequado à atual realidade, colocando em prática os princípios estratégicos

previstos na Diretriz para Produção de Serviços de Segurança Pública nr 01/2002-CG.

116

As sugestões são:

a) Utilização efetiva das informações de estatística criminal e do

geoprocessamento no planejamento operacional e disponibilização dessas informações a

tropa semanalmente, durante o treinamento intensivo, para que possam focar suas atenções

no policiamento preventivo;

b) Destinação de cursos de análise criminal aos Oficiais da Polícia Militar,

principalmente aos Chefes da Seção de Planejamento Operacional e de Inteligência e aos

Comandantes de Companhia;

c) Destinação de cursos de utilização de programas de informática como

Mapinfo, Terra Crime, SPSS33, aos Policiais Militares responsáveis pelo geoprocessamento

e estatísticas criminais das Unidades;

d) Difusão do Manual de Banco de Dados, Estatística e Geoprocessamento

elaborado pela Polícia Militar de Minas Gerais, a todos os seus componentes;

e) Orientação aos Chefes de Seção de Planejamento Operacional e de

Inteligência dos Batalhões da Polícia Militar a respeito do uso, não apenas de dados

absolutos, mas também dos índices de criminalidade (IC e ICV) o que permitirá uma melhor

percepção do fenômeno da criminalidade e da violência;

f) Dotação de impressoras e computadores adequados para serem utilizados

exclusivamente em análises de criminalidade nos Batalhões da Polícia Militar;

g) Fornecimento mensal pelo Estado Maior da Polícia Militar, às Seções de

Planejamento Operacional das Unidades da Polícia Militar do banco de ocorrências policiais

da respectiva área de atuação, para uso em programas como Access, SPSS, dentre outros,

suprimindo assim as deficiências de consultas do SM20. Esta medida ocorreria, portanto,

provisoriamente, até a implantação definitiva do Registro de Eventos de Defesa Social

(REDS);

33 Statistical Package for the Social Sciences. Em português significa: Pacote Estatístico para as CiênciasSociais. Trata-se de um dos programas de análise estatística mais usados nas ciências sociais; é

117

h) Introdução na home page da Polícia Militar de formulário de pesquisa de

opinião, visando avaliar a segurança subjetiva da população e dos serviços prestados pela

Corporação;

i) Utilização do conteúdo deste trabalho científico como elemento de subsídio

ao estudo existente no Estado Maior da Polícia Militar de Minas Gerais, conforme

esclareceu o Comandante da 12ª Região da Polícia Militar, em entrevista, sobre emprego

voluntário e remunerado de Policiais Militares que estiverem de folga, em eventos especiais;

j) Estimulação do trabalho conjunto dos P/2, P/3 e Comandantes de

Companhia não só nos grandes eventos ou operações especiais, mas também no cotidiano,

de forma que as análises de criminalidade sejam constituídas de informações não só

quantitativas como também qualitativas;

k) Envolvimento dos Conselhos Comunitários de Segurança Pública e dos

Policiais Militares que atuam no policiamento ostensivo geral, no estabelecimento de

estratégias de atuação na prevenção criminal através de um planejamento conjunto que leve

em consideração as reais necessidades das comunidades em termos de segurança pública;

l) Criação de uma adjuntoria de Prevenção Ativa na Seção de Planejamento

Operacional das Unidades, ficando esta equipe responsável não só pelas atividades de

policiamento comunitário, direitos humanos e PROERD34, mas também pela análise de

criminalidade;

m) Divulgação mensal aos Comandantes de Companhia de análise criminal,

contendo informações quantitativas e qualitativas, por parte das Seções de Planejamento

Operacional e de Inteligência.

também usado por pesquisadores de mercado, na pesquisa relacionada com a saúde, no governo,educação e outros sectores.34 Programa Educacional de Resistência às Drogas e à Violência

118

REFERÊNCIAS

1 BAYLEY, David H. Padrões de policiamento: uma análise comparativainternacional.São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 2001.

2 BEATO, Cláudio Chaves. Informação e desempenho policial. Paper apresentado noIV Seminário Brasileiro do Projeto Polícia e Sociedade [2000?]

3 BOAR, Bernard. Tecnologia da informação: A arte do planejamento estratégico. 2 ed.São Paulo: Editora Berkeley, 2002.

4 BRASIL, Constituição 1988. Constituição da República Federativa do Brasil. 35 ed.São Paulo: Saraiva, 2005.

5 BRASIL, Decreto-lei nº 667, de 2 de julho de 1969. Reorganiza as Polícias Militares eCorpos de Bombeiros Militares dos Estados, Territórios e do Distrito Federal, e dá outrasprovidências. 1969.

6 DANTAS, George Felipe de Lima. Algumas considerações básicas acerca damoderna “análise criminal”, [2000?]. Disponível em <http://www.policiaeseguranca.hpg.ig.com.br/basicas.htm> Acesso em 15/04/2005

7 DANTAS, George Felipe de Lima. As bases introdutórias da análise criminal nainteligência policial”, 2004 . Disponível em <http://www.policiaeseguranca.hpg.ig.com.br/basicas.htm> Acesso em 15/04/2005

8 DANTAS, George Felipe. Velhas coisas sempre novas: os nove princípios de RobertPeel & “Scotland Yard”, 2002. Disponível em <http://www.fenapef.org.br/htm/com_tribuna_exibe.cfm?Id=288> Acesso em 29/04/2005.

9 DAVENPORT, Thomas H. Ecologia da informação: por que só a tecnologia não bastapara o sucesso na era da informação. São Paulo: Editora Futura, 1998.

10 DINIZ, Paulo Márcio. A utilização das informações gerenciais de segurança públicae do geoprocessamento nas ações e operações de polícia ostensiva nas unidadescom responsabilidade territorial sediadas na cidade de Belo Horizonte, Estado deMinas Gerais / 8ª RPM. Monografia (Curso de Especialização em Gestão Estratégicade Segurança Pública) Fundação João Pinheiro. Belo Horizonte, 2003.

11 ESPÍRITO SANTO, Lúcio Emílio do, MEIRELES, Amauri. Entendendo a nossainsegurança. Belo Horizonte: Instituto Brasileiro de Policiologia, 2003.

12 FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda.Mini aurélio: século XXI. O minidicionário dalíngua portuquesa.4 ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2000.

13 FIALHO JR, Mozart. Novo Dicionário de Informática. 2 ed. Goiânia: Editora Terra,2002.

14 FREITAS, Hércules de Paula. Planejamento participativo das estratégias de políciapreventiva na Oitava Região da Polícia Militar. Monografia (Curso de Especializaçãoem Segurança Pública) Fundação João Pinheiro. Belo Horizonte, 2001.

15 GOULART, Audemaro Taranto. O planejamento estratégico. O Alferes Nº 23. BeloHorizonte, 1983.

119

16 HARRIES, Keith. Mapeamento da criminalidade: princípios e práticas. 1999.Disponível em <http://www.crisp.ufmg.br/livro.htm> Acessado em 05/04/2005>

17 KAHN, Túlio. Velha e nova polícia: Polícia e políticas de segurança pública no Brasilatual. São Paulo: Sicurezza, 2002.

18 MINAS GERAIS, Constituição 1989. Constituição do Estado de Minas Gerais. BeloHorizonte: Delrey, 2003a

19 MINAS GERAIS, Polícia Militar. Definição da identidade organizacional da PolíciaMlitar de Minas Gerais. Belo Horizonte, 2003b

20 MINAS GERAIS, Polícia Militar. Diretriz para Produção de Serviços de SegurançaPública Nº 01: Emprego da Polícia Militar de Minas Gerais na Segurança Pública. BeloHorizonte, 2002a

21 MINAS GERAIS, Polícia Militar. Diretriz para Produção de Serviços de SegurançaPública Nº 04: A filosofia de Polícia Comunitária na Polícia Militar de Minas Gerais. BeloHorizonte, 2002b

22 MINAS GERAIS, Polícia Militar. Diretriz para Produção de Serviços de SegurançaPública Nº 05: Estruturação e funcionamento de Conselhos Comunitários de SegurançaPública – CONSEP. Belo Horizonte, 2002c

23 MINAS GERAIS, Polícia Militar. Plano estratégico: 2004-2007. Belo Horizonte, 2003c

24 MINAS GERAIS. Decreto-lei nº 6624, de 18 de julho de 1975. Dispõe sobre aorganização básica da Polícia Militar do Estado de Minas Gerais e dá outrasprovidências. 1975.

25 MINAS GERAIS. Fundação João Pinheiro. Anuário de informações criminais deMinas Gerais de 2004. Belo Horizonte: 2005a

26 MINAS GERAIS. Polícia Militar. 14º Batalhão de Polícia Militar. Estudo sobre eventosespeciais. 2005b

27 MINAS GERAIS. Polícia Militar. Apostila de análise criminal para o Curso Técnico deSegurança Pública. Belo Horizonte: 2004.

28 OLIVEIRA, D.P.R. de. Planejamento estratégico: conceitos, metodologia e práticas.12. Ed. São Paulo: Atlas, 1998.

29 OLIVEIRA, D.P.R. de. Planejamento estratégico: conceitos, metodologia e práticas.12. Ed. São Paulo: Atlas, 1998.

30 SÁ, Itamar de Almeida; BARROS JÚNIOR, João da Silva; CROVATO, DilmarFernandes. A utilização da estatística no planejamento operacional em face dasocorrência dos crimes contra o patrimônio a nível de Cia, na RMBH. Monografia(Curso de Aperfeiçoamento de Oficiais) Fundação João Pinheiro. Belo Horizonte: 1995.

31 SANTA CECÍLIA, Verter. Estatística aplicada às operações. Belo Horizonte: 1984.

32 SANTA CECÍLIA, Verter. Estatística aplicada às operações. O Alferes, Nº 1. BeloHorizonte: 1983.

120

33 SANTANA, Eliezer da Silva. Polícia de resultados: uma proposta para PMSE.Monografia (Curso de Especialização em Segurança Pública). Fundação João Pinheiro.Belo Horizonte: 2001.

34 SÃO PAULO. Secretaria de Segurança Pública. Estatística de criminalidade: manualde interpretação. São Paulo, 2005.

35 SCHIRM, Helena. Apresentação de referências, citações e notas de rodapé. BeloHorizonte: Fundação João Pinheiro, 2003.

36 SCHIRM, Helena. Apresentação de trabalhos acadêmicos. Belo Horizonte: FundaçãoJoão Pinheiro, 2003.

37 SILVA NETO, Severo A. Projeto GPGA: Um novo modelo de gestão de atividadespoliciais de preservação da ordem pública. Belo Horizonte, 2001.

38 SILVA, Geraldo Henrique Guimarães. O emprego do geoprocessamento na definiçãode estratégias para o exercício da polícia ostensiva da ordem pública, no 8ºComando Regional de Polícia Militar. Monografia (Curso de Especialização emGestão Estratégica de Segurança Pública) Fundação João Pinheiro. Belo Horizonte,2000.

39 SILVA, José Eduardo. Rede de Inteligência: a disseminação dos conhecimentoscomo suporte ao planejamento das atividades operacionais da Polícia Militar deMinas Gerais. Monografia (Curso de Especialização em Gestão Estratégica deSegurança Pública) Fundação João Pinheiro. Belo Horizonte, 2003.

40 SOUZA, Luiz Humberto de Freitas et al. Mapeamento de homicídios em Uberlândiaentre 1999 e 2002 utilizando o software ArcView. Uberlândia: Instituto de Geografia,2004.

41 TAVARES, Mauro Calixta. Planejamento estratégico: a opção entre sucesso efracasso empresarial.São Paulo: Harbra,1991.

42 TONRY, Michael; MORRIS, Norval (orgs); tradução Jacy Cárdia Ghirotti. Policiamentomoderno. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 2003.

43 TZU, Sun. A arte da guerra. 33 ed. São Paulo: Record, 2004

44 VASCONCELOS FILHO, Paulo de; FERNANDES, Marcos Antônio da Cunha; DIAS,José Maria A. M. Planejamento empresarial: Teoria & Prática. Rio de Janeiro: LTC,1992.

45 VASCONCELOS FILHO, Paulo de; PAGNOCELLI, Dernizo. Construindo estratégiaspara competir no século XXI. Rio de Janeiro: Campus, 2001.

46 VIERIA, Marcos Antônio. Planejamento estratégico e o alinhamento da PolíciaMilitar com o futuro: um estudo exploratório. Monografia. Universidade do Sul de SantaCatarina. Florianópolis, 2001.

121

APÊNDICE A: MAPA DO ESTADO DE MINAS GERAIS

Mapa 1 Mapa do Estado de Minas Gerais dividido em Regiões da Polícia Militar – MinasGerais - 2005

Fonte: Seção de Planejamento e Operações do Estado Maior da Polícia Militar de Minas Gerais(a) BPM: Batalhão de Polícia Militar(b) RPM: Região da Polícia Militar

122

APÊNDICE B: MAPA DA 12ª REGIÃO DA POLÍCIA MILITAR

Mapa 1 Mapa da 12ª Região da Polícia Militar dividido em Batalhões e municípios quecompõem o universo da pesquisa – Minas Gerais - 2005

Fonte: Seção de Planejamento e Operações do Estado Maior da Polícia Militar de Minas Gerais(a) BPM: Batalhão de Polícia Militar(b) RPM: Região da Polícia Militar

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APÊNCICE C: ROTEIRO DE ENTREVISTAS

1 COMANDANTE DA 12ª REGIÃO DA POLÍCIA MILITAR

1) De acordo com avaliação de V.Sa. o nível de qualificação dos policiais militaresempregados nas atividades de operação de programas informatizados destinados aconsolidação de estatísticas e produção de mapas de criminalidade, bem como nasatividades de análise criminal nos Batalhões dessa Região é satisfatório ao desempenhodessa atividade?

2) Como tem ocorrido a participação dos CONSEP no planejamento operacional nosBatalhões dessa Região?

3) Com tem ocorrido a participação dos Policiais Militares que atuam no policiamentoostensivo geral no planejamento operacional dos Batalhões dessa Região?

4) Na opinião de V.Sa. a manutenção do Policial Militar no bairro ou setor sem ser desviadopara outras atividades, de maneira a ser conhecido no seio da comunidade é importantepara o atingimento dos objetivos da PM?

5) Como tem ocorrido o trabalho de coordenação e troca de informações entre P/2, P/3 eComandante de Companhia em face do planejamento das ações e operações de políciaostensiva?

6) Na opinião de V.Sa. o geoprocessamento (se houver na Unidade) e a estatística criminalsão levados em conta na elaboração dos Planos de Emprego Operacional - PLEMOP. Asmetas são estabelecidas e cumpridas? Ocorre avaliação de resultados?

7) Na avaliação de V.Sa. qual a importância da utilização da estatística criminal e dogeoprocessamento na gestão das ações e operações de polícia ostensiva nos Batalhõesdessa Região?

8) Na opinião de V.Sa. o policiamento tem sido empregado observando-se planejamentoselaborados com base em análise estatística e geoprocessamento (se houver na Unidade)?

9) A ocorrência de eventos especiais e/ou extraordinários tem comprometido o policiamentoostensivo geral ordinário dos Batalhões dessa Região?

10) Quais são as principais deficiências verificadas no tocante a elaboração e execução doplanejamento operacional, fundamentado em análise criminal? O Policial Militar que atua nopoliciamento ostensivo, bem como os CONSEP têm participado do planejamento? Hádeficiência de recursos humanos, tecnológicos e logísticos?

2 COMANDANTES DE BATALHÕES DA 12ª REGIÃO DA POLÍCIA MILITAR

1) De acordo com avaliação de V.Sa. o nível de qualificação dos policiais militaresempregados nas atividades de operação de programas informatizados destinados aconsolidação de estatísticas e produção de mapas de criminalidade, bem como nasatividades de análise criminal nos Batalhões dessa UEOp é satisfatório ao desempenhodessa atividade?

2) Como tem ocorrido a participação dos CONSEP no planejamento operacional nessaUEOp?

124

3) Com tem ocorrido a participação dos Policiais Militares que atuam no policiamentoostensivo geral no planejamento operacional nessa UEOp?

4) Na opinião de V.Sa. a manutenção do Policial Militar no bairro ou setor sem ser desviadopara outras atividades, de maneira a ser conhecido no seio da comunidade é importantepara o atingimento dos objetivos da PM?

5) Como tem ocorrido o trabalho de coordenação e troca de informações entre P/2, P/3 eComandante de Companhia em face do planejamento das ações e operações de políciaostensiva nessa UEOp?

6) Na opinião de V.Sa. o geoprocessamento (se houver na Unidade) e a estatística criminalsão levados em conta na elaboração dos Planos de Emprego Operacional - PLEMOP. Asmetas são estabelecidas e cumpridas? Ocorre avaliação de resultados?

7) Na avaliação de V.Sa. qual a importância da utilização da estatística criminal e dogeoprocessamento na gestão das ações e operações de polícia ostensiva nessa UEOp?

8) Na opinião de V.Sa. o policiamento tem sido empregado observando-se planejamentoselaborados com base em análise estatística e geoprocessamento (se houver na Unidade)?

9) A ocorrência de eventos especiais e/ou extraordinários tem comprometido o policiamentoostensivo geral ordinário dessa UEOp?

10) Quais são as principais deficiências verificadas no tocante a elaboração e execução doplanejamento operacional, fundamentado em análise criminal? O Policial Militar que atua nopoliciamento ostensivo, bem como os CONSEP têm participado do planejamento? Hádeficiência de recursos humanos, tecnológicos e logísticos?

3 CHEFE DA SEÇÃO DE PLANEJAMENTO E OPERAÇÕES DA POLÍCIA MILITAR

1) De acordo com avaliação de V.Sa. o nível de qualificação dos policiais militaresempregados nas atividades de operação de programas informatizados destinados aconsolidação de estatísticas e produção de mapas de criminalidade, bem como nasatividades de análise criminal é satisfatório ao desempenho dessa atividade?

2) Como deve ocorrer a participação dos CONSEP no planejamento operacional das UEOp.Como isto tem ocorrido? Qual seria a freqüência mínima de reuniões?

3) Como deve ocorrer a participação dos policiais militares que atuam no policiamentoostensivo geral no planejamento operacional das UEOp. Como isto tem ocorrido?

4) Na opinião de V.Sa. a manutenção do Policial Militar no bairro ou setor sem ser desviadopara outras atividades, de maneira a ser conhecido no seio da comunidade é importantepara o atingimento dos objetivos da PM?

5) Como deve ocorrer o trabalho de coordenação e troca de informações entre P/2, P/3 eComandante de Companhia em face do planejamento das ações e operações de políciaostensiva? Qual é o papel de cada um? Conforme supervisões do Estado Maior realizadasnas Unidades do interior, esta coordenação tem sido detectada?

6) Na opinião de V.Sa. o geoprocessamento (se houver na Unidade) e a estatística criminalsão levados em conta na elaboração dos Planos de Emprego Operacional - PLEMOP. Asmetas são estabelecidas e cumpridas? Ocorre avaliação de resultados?

125

7) Na avaliação de V.Sa. qual a importância da utilização da estatística criminal e dogeoprocessamento na gestão das ações e operações de polícia ostensiva?

8) Na opinião de V.Sa. o policiamento tem sido empregado observando-se planejamentoselaborados com base em análise estatística e geoprocessamento (se houver na Unidade)?

9) A ocorrência de eventos especiais e/ou extraordinários tem comprometido o policiamentoostensivo geral ordinário?

10) Quais são as principais deficiências verificadas no tocante a elaboração e execução doplanejamento operacional, fundamentado em análise criminal? O Policial Militar que atua nopoliciamento ostensivo, bem como os CONSEP têm participado do planejamento? Hádeficiência de recursos humanos, tecnológicos e logísticos?

126

APÊNCICE D: QUESTIONÁRIOS

1 COMANDANTES DE COMPANHIA, P/2 E P/3 DA 12ª RPM

A - ( ) ÓtimoB - ( ) BomC - ( ) RegularD - ( ) Ruim

1) Na sua opinião, o nível de qualificação dosrecursos humanos empregados na produção eanálise da estatística e mapeamento criminais é:

E - ( ) Não tenho opinião formadaA - ( ) Muitas vezesB - ( ) Algumas vezesC - ( ) Poucas vezesD - ( ) Não são utilizados

2) A estatística criminal e o geoprocessamento (seexistente) têm sido plenamente utilizados na gestãodo planejamento operacional permitindo a otimizaçãodos resultados?

E - ( ) Não tenho opinião formadaA - ( ) Muitas vezesB - ( ) Algumas vezesC - ( ) Poucas vezesD - ( ) Não participa

3) Na sua Unidade o CONSEP participa daelaboração do planejamento operacional preventivo?

E - ( ) Não tenho opinião formadaA - ( ) Muitas vezesB - ( ) Algumas vezesC - ( ) Poucas vezesD - ( ) Não são apresentadas

4) As informações da estatística criminal e dogeoprocessamento (se existente) são apresentadaspela Polícia Militar durante as reuniões do CONSEP?

E - ( ) Não tenho opinião formadaA - ( ) Muitas vezesB - ( ) Algumas vezesC - ( ) Poucas vezesD - ( ) Não são apresentadas

5) As informações da estatística criminal e dogeoprocessamento (se existente) são apresentadasaos Policiais Militares que atuam no policiamentoostensivo geral, durante o treinamento semanal?

E - ( ) Não tenho opinião formadaA - ( ) Muitas vezesB - ( ) Algumas vezesC - ( ) Poucas vezesD - ( ) Não participa

6) O Policial Militar empregado no policiamentoostensivo geral participa da elaboração doplanejamento operacional preventivo da CompanhiaPM?

E - ( ) Não tenho opinião formadaA - ( ) ÓtimoB - ( ) BomC - ( ) RegularD - ( ) Ruim

7) Na sua opinião, o nível de conhecimento do PolicialMilitar que atua no policiamento ostensivo geralacerca da estatística criminal do local onde atua é:

E - ( ) Não tem conhecimento algumA - ( ) Muitas vezesB - ( ) Algumas vezesC - ( ) Poucas vezesD - ( ) Não é fixado

8) A Cia PM tem procurado fixar o Policial Militar nomesmo local de trabalho?

E - ( ) Não tenho opinião formadaA - ( ) Muitas vezesB - ( ) Algumas vezesC - ( ) Poucas vezesD - ( ) Não altera

9) Na opinião de V.Sa. a ocorrência de eventosespeciais e/ou extraordinários (shows, futebol, outros)com repercussão na segurança pública tem alteradoo planejamento operacional preventivo resultante daanálise criminal? E - ( ) Não tenho opinião formada

A - ( ) Muitas vezesB - ( ) Algumas vezesC - ( ) Poucas vezesD - ( ) Não são agregados

10) As informações de inteligência e outrosindicadores de segurança pública são agregados àestatística criminal e ao geoprocessamento (seexistente) propiciando análise qualitativa dacriminalidade? E - ( ) Não tenho opinião formada

127

A - ( ) Muitas vezesB - ( ) Algumas vezesC - ( ) Poucas vezesD - ( ) Não são estabelecidas

11) As metas para redução de criminalidade sãoestabelecidas com enfoque de crimes específicos,possibilitando planejamento com mais especificidade?

E - ( ) Não tenho opinião formadaA - ( ) Muitas vezesB - ( ) Algumas vezesC - ( ) Poucas vezesD - ( ) Não tem sido cumpridas

12) Se são estabelecidas, de uma forma geral, estasmetas tem sido cumpridas?

E - ( ) Não tenho opinião formadaA - ( ) Muitas vezesB - ( ) Algumas vezesC - ( ) Poucas vezesD - ( ) Não são aplicados

13) Os índices de segurança pública (IC ou ICV)correspondem à relação das ocorrências com osdados fornecidos pelos indicadores de segurançapública (nº de crimes x 1.000 / população). Nestesentido estes índices são aplicados na gestão doplanejamento operacional?

E - ( ) Não tenho opinião formada

A - ( ) ÓtimoB - ( ) BomC - ( ) RegularD - ( ) Ruim

14) Na sua opinião, o nível de coordenação e troca deinformações entre P/2, P/3 e Comandante deCompanhia em relação à análise criminal para fins deemprego no planejamento operacional preventivo é?

E - ( ) Não tenho opinião formadaA - ( ) ÓtimoB - ( ) BomC - ( ) RegularD - ( ) Ruim

15) Como V.Sa. avalia a qualidade das informaçõesda estatística criminal e do geoprocessamento (seexistente) produzidos na Unidade/Cia PM?

E - ( ) Não tenho opinião formadaA - ( ) ÓtimoB - ( ) BomC - ( ) RegularD - ( ) Ruim

16) Na sua opinião, o nível de satisfação dacomunidade em relação aos serviços prestados pelaPolícia Militar no âmbito da Unidade é?

E - ( ) Não tenho opinião formadaA - ( ) SM20B - ( ) Sistema COPOMC - ( ) GeoprocessamentoD - ( ) Procedimento manual

17) Na sua Unidade, quais são as ferramentasutilizadas para produzir estatística e outrasinformações de segurança pública? (podem sermarcadas mais de uma alternativa)

E - ( ) Outros programas informatizadosA - ( ) P/3B - ( ) P/2C - ( ) Comandante de Companhia PMD - ( ) Oficial de Informática

18) Quem produz estatística criminal na suaUnidade? (podem ser marcadas mais de umaalternativa).

E - ( ) Ninguém produz estatísticaA - ( ) Pedidos da comunidade, em geralB - ( ) Informações da estatística criminalC - ( ) Informações do geoprocessamentoD - ( ) Informações oriundas do PM

19) Na sua opinião, quais são os critérios maisutilizados na Unidade para embasar a elaboração deum planejamento operacional? (podem ser marcadasmais de uma alternativa).

E - ( ) Experiência profissionalA - ( ) Índice de criminalidadeB - ( ) Nº prisões, armas apreendidas ....C - ( ) Pesquisa de satisfação comunitáriaD - ( ) Controle de emprego de efetivo

20) Na sua opinião, quais são os aspectos maisobservados para avaliar as ações policiasdecorrentes do planejamento operacional de suaUnidade? (podem ser marcadas mais de umaalternativa). E - ( ) Informações do Policial Militar

128

2 POLICIAIS MILITARES QUE ATUAM NO POLICIAMENTO OSTENSIVO GERAL

A - ( ) Muitas vezesB - ( ) Algumas vezesC - ( ) Poucas vezesD - ( ) Não são apresentadas

1) As informações da estatística criminal e dogeoprocessamento (se existente) são apresentadasaos Policiais Militares que atuam no policiamentoostensivo geral, durante o treinamento semanal?

A - ( ) Muitas vezesB - ( ) Algumas vezesC - ( ) Poucas vezesD - ( ) Não tem participado ou consultado

2) V.Sa. tem sido consultado ou participado quandoda elaboração do planejamento operacionalpreventivo de sua Companhia PM?

A - ( ) ÓtimoB - ( ) BomC - ( ) RegularD - ( ) Ruim

3) Qual é o nível de conhecimento de V.Sa. acerca daestatística criminal do local onde atua?

E - ( ) Não tenho conhecimento algumA - ( ) Muitas vezesB - ( ) Algumas vezesC - ( ) Poucas vezesD - ( ) Não tem sido mudado

4) Com que freqüência V.Sa. tem sido mudado delocal de atuação durante o ano?

E - ( ) Não tenho opinião formadaA - ( ) Muitas vezesB - ( ) Algumas vezesC - ( ) Poucas vezesD - ( ) Não altera

5) Na opinião de V.Sa. a ocorrência de eventosespeciais e/ou extraordinários (shows, futebol, outros)com repercussão na segurança pública temcomprometido o policiamento ostensivo ordináriopreventivo? E - ( ) Não tenho opinião formada

A - ( ) ÓtimoB - ( ) BomC - ( ) RegularD - ( ) Ruim

6) Como V.Sa. classifica o nível de qualidade dasinformações da estatística criminal e dogeoprocessamento (se existente) apresentadosdurante o treinamento semanal?

E - ( ) Não são apresentadasA - ( ) ÓtimoB - ( ) BomC - ( ) RegularD - ( ) Ruim

7) Como V.Sa. avalia o planejamento operacional desua Companhia PM no tocante a definição de locais ehorários de emprego, em face da real necessidade depoliciamento?

E - ( ) Não tenho opinião formadaA - ( ) ÓtimoB - ( ) BomC - ( ) RegularD - ( ) Ruim

8) Na sua opinião, o nível de satisfação dacomunidade em relação aos serviços prestados pelaPolícia Militar no âmbito da Unidade é?

E - ( ) Não tenho opinião formada9) A respeito da utilização do geoprocessamento e das estatísticas criminais para o planejamento doemprego operacional, na sua UEOp, caso V.Sa. deseje emitir a sua opinião não abordada noquestionário, discorra abaixo ou no verso:

129

3 PRESIDENTES DE CONSELHOS COMUNITÁRIOS DE SEGURANÇA PÚBLICA

A - ( ) Com muita freqüênciaB - ( ) Com razoável freqüênciaC - ( ) Com pouca freqüênciaD - ( ) Não tem ocorrido

1) Com que freqüência ocorre às reuniões doCONSEP?

A - ( ) Muitas vezesB - ( ) Algumas vezesC - ( ) Poucas vezesD - ( ) Não tem participado

2) O CONSEP participa da elaboração doplanejamento operacional preventivo juntamente coma Polícia Militar?

A - ( ) Muitas vezesB - ( ) Algumas vezesC - ( ) Poucas vezesD - ( ) Não tem sido apresentadas

3) As informações da estatística criminal e dogeoprocessamento (se existente) são apresentadaspela Polícia Militar durante as reuniões do CONSEP?

A - ( ) ÓtimoB - ( ) BomC - ( ) RegularD - ( ) Ruim

4) Como V.Sa. avalia a qualidade das informações daestatística criminal e do geoprocessamento (seexistente) apresentados durante as reuniões doCONSEP pela Polícia Militar?

E - ( ) Não são apresentadasA - ( ) CompletamenteB - ( ) ParcialmenteC - ( ) Atendido poucoD - ( ) Não tem atendido

5) O emprego do policiamento quanto ao local,horário e freqüência tem atendido aos anseios dacomunidade abrangida pelo CONSEP?

E - ( ) Não tenho opinião formadaA - ( ) Com muita freqüênciaB - ( ) Com razoável freqüênciaC - ( ) Com pouca freqüênciaD - ( ) Não tem fixado

6) A Polícia Militar tem fixado o mesmo Policial Militarno bairro ou local de abrangência do CONSEP deforma a lhe permitir maior aproximação com acomunidade?

E - ( ) Não tenho opinião formadaA - ( ) ÓtimoB - ( ) BomC - ( ) RegularD - ( ) Ruim

7) Qual é o nível de conhecimento de V.Sa. acerca daestatística criminal do bairro ou local de abrangênciado CONSEP?

E - ( ) Não são apresentadasA - ( ) Muitas vezesB - ( ) Algumas vezesC - ( ) Poucas vezesD - ( ) Não altera

8) Na opinião de V.Sa. o emprego de efetivo emeventos especiais e/ou extraordinários (shows,futebol, outros) com repercussão na segurançapública tem comprometido o policiamento ostensivoordinário preventivo? E - ( ) Não tenho opinião formada

A - ( ) Muitas vezesB - ( ) Algumas vezesC - ( ) Poucas vezesD - ( ) Não tem conseguido

9) A Polícia Militar tem conseguido reduzir acriminalidade e o medo do crime nos bairros onde oCONSEP atua?

E - ( ) Não tenho opinião formadaA - ( ) ÓtimoB - ( ) BomC - ( ) RegularD - ( ) Ruim

10) Como V.Sa. classifica o nível de satisfação dacomunidade em relação aos serviços prestados pelaPolícia Militar?

E - ( ) Não tenho opinião formada

130

APÊNDICE E: ESTATÍSTICA CRIMINAL

Tabela 1 Crimes não violentos registrados nos municípios sedes de Companhias e deBatalhões da 12ª Região da Polícia Militar no período de 2001 a 2004 - Dadosabsolutos e taxa por 1000 pessoas (agrupados por municípios)

Total de crimes Taxa por 1000 pessoasÁrea Município

2001 2002 2003 2004 2001 2002 2003 2004Carangola 1605 1569 1519 1490 50,11 48,86 47,18 46,01Caratinga 3673 4044 3862 3682 46,74 51,08 48,39 45,37Manhuaçu 3055 3701 3870 4142 44,85 53,68 55,45 57,88Ponte Nova 2238 2308 2272 2269 40,21 41,30 40,46 40,0011

º B

PM

Rio Casca 464 668 639 717 30,46 43,84 41,96 47,16Coronel Fabriciano 4537 4841 5781 6265 46,00 48,62 57,50 61,07Ipaba 554 627 811 812 37,25 41,51 52,77 50,98Ipatinga 12666 14842 16223 15081 58,52 67,67 72,92 65,82

14º

BP

M

Timóteo 4061 4293 4789 4762 55,58 57,82 63,40 60,86Barão de Cocais 692 899 987 1038 29,19 37,39 40,54 41,55Guanhães 1434 1425 1393 1538 50,54 50,20 48,63 52,69Itabira 5963 5360 5643 5613 59,77 53,07 55,19 53,54João Monlevade 2990 3610 3916 4036 44,31 52,90 56,79 57,2826

º B

PM

Nova Era 691 936 975 984 38,89 52,63 54,78 55,19Total 44623 49123 52680 52429 50,15 54,64 57,95 56,36Fonte: Polícia Militar de Minas Gerais: Armazém de dados(a) BPM: Batalhão da Polícia Militar

Tabela 2 Crimes não violentos registrados nos municípios sedes(a) de Companhias e deBatalhões da 12ª Região da Polícia Militar no período de 2001 a 2004 - Dadosabsolutos e taxa por 1000 pessoas (agrupados por grupo)

Total de crimes Taxa por 1000 pessoasGrupo

2001 2002 2003 2004 2001 2002 2003 2004Contra Administração Pública 594 645 622 1007 0,67 0,72 0,68 1,08Contra Costumes 3320 3761 4066 3943 3,73 4,18 4,47 4,24Contra Incolumidade Pública 365 377 344 405 0,41 0,42 0,38 0,44Contra Patrimônio 18067 20275 23413 23410 20,31 22,55 25,75 25,17Contra Pessoa 15575 17188 16773 15930 17,51 19,12 18,45 17,13Preservação Fauna Ictiológica 43 51 41 46 0,05 0,06 0,05 0,05Legislação da Fauna Silvestre 228 180 199 254 0,26 0,20 0,22 0,27Legislação da Flora 206 169 590 376 0,23 0,19 0,65 0,40Mineração 51 48 41 38 0,06 0,05 0,05 0,04Substância entorpecente 1179 1128 1106 1042 1,33 1,25 1,22 1,12Trânsito Rodoviário 509 663 634 729 0,57 0,74 0,70 0,78Trânsito Urbano 4486 4638 4851 5249 5,04 5,16 5,34 5,64Total 44623 49123 52680 52429 50,15 54,64 57,95 56,36Fonte: Polícia Militar de Minas Gerais: Armazém de dados(a) Ipatinga, Timóteo, Coronel Fabriciano, Ipaba, Manhuaçu, Carangola, Caratinga, Ponte Nova, Rio Casca,Itabira, João Monlevade, Nova Era, Guanhães e Barão de Cocais.

131

Tabela 3 Crimes violentos registrados nos municípios sedes de Companhias e deBatalhões da 12ª Região da Polícia Militar no período de 2001 a 2004 - Dadosabsolutos e taxa por 1000 pessoas (agrupados por municípios)

Total de crimes Taxa por 1000 pessoasÁrea Município

2001 2002 2003 2004 2001 2002 2003 2004Carangola 33 29 39 39 1,03 0,90 1,21 1,20Caratinga 99 77 55 59 1,26 0,97 0,69 0,73Manhuaçu 63 78 98 111 0,92 1,13 1,40 1,55Ponte Nova 127 165 151 170 2,28 2,95 2,69 3,0011

º B

PM

Rio Casca 14 18 16 29 0,92 1,18 1,05 1,91Coronel Fabriciano 220 249 290 335 2,23 2,50 2,88 3,27Ipaba 19 16 28 26 1,28 1,06 1,82 1,63Ipatinga 652 696 945 844 3,01 3,17 4,25 3,68

14º

BP

M

Timóteo 103 99 141 128 1,41 1,33 1,87 1,64Barão de Cocais 17 23 31 30 0,72 0,96 1,27 1,20Guanhães 50 46 37 34 1,76 1,62 1,29 1,16Itabira 174 187 298 282 1,74 1,85 2,91 2,69João Monlevade 154 187 285 221 2,28 2,74 4,13 3,1426

º B

PM

Nova Era 26 35 30 37 1,46 1,97 1,69 2,08Total 1751 1905 2444 2345 1,97 2,12 2,69 2,52Fonte: Polícia Militar de Minas Gerais: Armazém de dados(a) BPM: Batalhão da Polícia Militar

Tabela 4 Crimes violentos registrados nos municípios sedes(a) de Companhias e deBatalhões da 12ª Região da Polícia Militar no período de 2001 a 2004 - Dadosabsolutos e taxa por 1000 pessoas (agrupados por natureza)

Total de crimes Taxa por 1000 pessoasNatureza

2001 2002 2003 2004 2001 2002 2003 2004Assaltos35 consumados 595 646 949 871 0,67 0,72 1,04 0,94Roubos consumados 532 580 840 846 0,60 0,65 0,92 0,91Homicídio tentado 425 441 446 433 0,48 0,49 0,49 0,47Homicídio consumado 87 107 103 101 0,10 0,12 0,11 0,11Estupro tentado 56 66 61 46 0,06 0,07 0,07 0,05Estupro consumado 40 54 33 40 0,04 0,06 0,04 0,04Seqüestro e cárcere privado 15 6 8 6 0,02 0,01 0,01 0,01Latrocínio 1 5 2 2 0,00 0,01 0,00 0,00Extorsão mediante seqüestro 0 0 2 0 0,00 0,00 0,00 0,00Total 1751 1905 2444 2345 1,97 2,12 2,69 2,52Fonte: Polícia Militar de Minas Gerais: Armazém de dados(a) Ipatinga, Timóteo, Coronel Fabriciano, Ipaba, Manhuaçu, Carangola, Caratinga, Ponte Nova, Rio Casca,Itabira, João Monlevade, Nova Era, Guanhães e Barão de Cocais.

35 Roubos praticados com uso de arma de fogo

132

Tabela 5 Crimes contra o patrimônio registrados nos municípios sedes de Companhias e deBatalhões da 12ª Região da Polícia Militar no período de 2001 a 2004 - Dadosabsolutos e taxa por 1000 pessoas (agrupados por municípios)

Total de crimes Taxa por 1000 pessoasÁrea Município

2001 2002 2003 2004 2001 2002 2003 2004Carangola 502 514 546 539 15,67 16,01 16,96 16,64Caratinga 1267 1508 1662 1591 16,12 19,05 20,82 19,61Manhuaçu 1072 1363 1713 1781 15,74 19,77 24,55 24,89Ponte Nova 986 863 980 1068 17,72 15,44 17,45 18,8311

º B

PM

Rio Casca 136 183 191 248 8,93 12,01 12,54 16,31Coronel Fabriciano 2417 2569 3307 3605 24,50 25,80 32,89 35,14Ipaba 181 197 323 314 12,17 13,04 21,01 19,71Ipatinga 6189 7172 8061 7651 28,60 32,70 36,23 33,39

14º

BP

M

Timóteo 1666 1950 2228 2159 22,80 26,26 29,50 27,59Barão de Cocais 237 347 430 406 10,00 14,43 17,66 16,25Guanhães 514 501 480 559 18,12 17,65 16,76 19,15Itabira 2463 2409 2809 2820 24,69 23,85 27,47 26,90João Monlevade 1331 1627 2140 2015 19,72 23,84 31,04 28,6026

º B

PM

Nova Era 234 303 336 373 13,17 17,04 18,88 20,92Total 19195 21506 25206 25129 21,57 23,92 27,73 27,01Fonte: Polícia Militar de Minas Gerais: Armazém de dados(a) BPM: Batalhão da Polícia Militar

Tabela 6 Crimes contra a pessoa registrados nos municípios sedes de Companhias e deBatalhões da 12ª Região da Polícia Militar no período de 2001 a 2004 - Dadosabsolutos e taxa por 1000 pessoas (agrupados por municípios)

Total de crimes Taxa por 1000 pessoasÁrea Município

2001 2002 2003 2004 2001 2002 2003 2004Carangola 685 689 679 642 21,39 21,46 21,09 19,83Caratinga 1489 1688 1464 1345 18,95 21,32 18,34 16,57Manhuaçu 1377 1755 1543 1678 20,22 25,46 22,11 23,45Ponte Nova 827 966 883 922 14,86 17,29 15,72 16,2611

º B

PM

Rio Casca 239 352 347 354 15,69 23,10 22,79 23,28Coronel Fabriciano 1346 1482 1529 1653 13,65 14,89 15,21 16,11Ipaba 254 263 294 273 17,08 17,41 19,13 17,14Ipatinga 3521 4233 4197 3238 16,27 19,30 18,86 14,13

14º

BP

M

Timóteo 1348 1394 1592 1526 18,45 18,77 21,08 19,50Barão de Cocais 353 412 381 402 14,89 17,14 15,65 16,09Guanhães 626 612 547 617 22,06 21,56 19,10 21,14Itabira 2557 2140 2078 1987 25,63 21,19 20,32 18,95João Monlevade 1116 1263 1339 1390 16,54 18,51 19,42 19,7326

º B

PM

Nova Era 364 493 457 443 20,48 27,72 25,67 24,85Total 16102 17742 17330 16470 18,10 19,73 19,06 17,71Fonte: Polícia Militar de Minas Gerais: Armazém de dados(a) BPM: Batalhão de Polícia Militar

133

Gráfico 1 Evolução dos crimes não violentos nos municípios sedes(a) de Companhias e deBatalhões da 12ª Região da Polícia Militar no período de 1995 a 2004

5242952680

34155

42187

0

10000

20000

30000

40000

50000

60000

1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004

Anos

Crimes Média

To

tal d

e cr

imes

Fonte: Polícia Militar de Minas Gerais: Armazém de dados(a) Ipatinga, Timóteo, Coronel Fabriciano, Ipaba, Manhuaçu, Carangola, Caratinga, Ponte Nova, Rio Casca,Itabira, João Monlevade, Nova Era, Guanhães e Barão de Cocais.

Gráfico 2 Evolução dos crimes violentos nos municípios sedes(a) de Companhias e deBatalhões da 12ª Região da Polícia Militar no período de 1995 a 2004

2345

910

2444

1638

0

500

1000

1500

2000

2500

3000

1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004

Anos

Crimes Média

To

tal d

e cr

imes

Fonte: Polícia Militar de Minas Gerais: Armazém de dados(a) Ipatinga, Timóteo, Coronel Fabriciano, Ipaba, Manhuaçu, Carangola, Caratinga, Ponte Nova, Rio Casca,Itabira, João Monlevade, Nova Era, Guanhães e Barão de Cocais.

134

Gráfico 3 Evolução dos crimes contra o patrimônio nos municípios sedes(a) de Companhiase de Batalhões da 12ª Região da Polícia Militar no período de 1995 a 2004

25129

7962

16703

0

5000

10000

15000

20000

25000

30000

1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004

Anos

Crimes Média

To

tal d

e cr

imes

Fonte: Polícia Militar de Minas Gerais: Armazém de dados(a) Ipatinga, Timóteo, Coronel Fabriciano, Ipaba, Manhuaçu, Carangola, Caratinga, Ponte Nova, Rio Casca,Itabira, João Monlevade, Nova Era, Guanhães e Barão de Cocais.

Gráfico 4 Evolução dos crimes contra a pessoa nos municípios sedes(a) de Companhias ede Batalhões da 12ª Região da Polícia Militar no período de 1995 a 2004

16470

10878

14281

0

2000

4000

6000

8000

10000

12000

14000

16000

18000

20000

1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004

Anos

Crimes Média

To

tal d

e cr

imes

Fonte: Polícia Militar de Minas Gerais: Armazém de dados(a) Ipatinga, Timóteo, Coronel Fabriciano, Ipaba, Manhuaçu, Carangola, Caratinga, Ponte Nova, Rio Casca,Itabira, João Monlevade, Nova Era, Guanhães e Barão de Cocais.

135

Gráfico 5 Evolução dos roubos à mão armada nos municípios sedes(a) de Companhias e deBatalhões da 12ª Região da Polícia Militar no período de 1995 a 2004

871

646

140

521

0

100

200

300

400

500

600

700

800

900

1000

1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004

Anos

Crimes Média

To

tal d

e cr

imes

Fonte: Polícia Militar de Minas Gerais: Armazém de dados(a) Ipatinga, Timóteo, Coronel Fabriciano, Ipaba, Manhuaçu, Carangola, Caratinga, Ponte Nova, Rio Casca,Itabira, João Monlevade, Nova Era, Guanhães e Barão de Cocais.

Gráfico 6 Evolução dos homicídios consumados nos municípios sedes(a) de Companhias ede Batalhões da 12ª Região da Polícia Militar no período de 1995 a 2004

101

97

94

0

20

40

60

80

100

120

1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004

Anos

Crimes Média

To

tal d

e cr

imes

Fonte: Polícia Militar de Minas Gerais: Armazém de dados(a) Ipatinga, Timóteo, Coronel Fabriciano, Ipaba, Manhuaçu, Carangola, Caratinga, Ponte Nova, Rio Casca,Itabira, João Monlevade, Nova Era, Guanhães e Barão de Cocais.

136

Mapa 1 Mapa dos crimes não violentos registrados em Ipatinga no ano de 2004

Fonte: Polícia Militar de Minas Gerais: 14º BPM

137

Mapa 2 Mapa dos crimes violentos registrados em Ipatinga no ano de 2004

Fonte: Polícia Militar de Minas Gerais: 14º BPM