58
7/21/2019 Fertirrega Horticultura 1 http://slidepdf.com/reader/full/fertirrega-horticultura-1 1/58  Fertirrega em horticultura __________________________________________________________ Guia de rega Fertirre a em Horticultura Armindo J. G. Rosa (2009)

Fertirrega Horticultura 1

Embed Size (px)

DESCRIPTION

agricultura,

Citation preview

Page 1: Fertirrega Horticultura 1

7/21/2019 Fertirrega Horticultura 1

http://slidepdf.com/reader/full/fertirrega-horticultura-1 1/58

  Fertirrega em horticultura__________________________________________________________

Guia de rega

Fertirre a em Horticultura

Armindo J. G. Rosa(2009)

Page 2: Fertirrega Horticultura 1

7/21/2019 Fertirrega Horticultura 1

http://slidepdf.com/reader/full/fertirrega-horticultura-1 2/58

  Fertirrega em horticultura

Guia de rega1

INDICE1 – Introdução ………………………….2 – Vantagens e inconvenientes dafertirrega ………………………………..

3 – Rega …………………………………3.1 – Equipamentos e procedimentospara estimar as necessidade de rega …..3.1.1 – Tensiómetros …………………...3.1.1.1 – Preparação dos tensiómetros..3.1.1.2 – Instalação dos tensiómetros …3.1.1.3 – Nº de tensiómetros a utilizar ...3.1.1.4 – Locais de Instalação ………….3.1.1.5 – Interpretação das leituras dotensiómetro …………………………….

3.1.2 – Tina de Classe A ……………….3.1.2.1 – Estimativa de cálculo dadotação  de  rega  com base naevaporação registada na Tina de Classe A3.1.2.1.1 – Influência da rega localizadana diminuição da evapotraspiração da cultura3.1.2.2 – Dados orientativos para a regade algumas culturas hortofrutícolas noAlgarve (Campina de Faro) …………...3.2 – Frequência das regas …………….3.3 – A água de rega ………………….3.3.1 – Análise química ………………...4 – Nutrição das culturas ………………4.1 – Influência da solução do solo nosequilíbrios minerais ……………………4.2 – Fertilizantes ………………………4.2.1 – Função dos elementos nutritivos.4.2.1.1 – Macronutrientes ……………...4.2.1.2 – Micronutrientes ………………

5 – Soluções nutritivas …………………5.1 – Aplicação das soluções Nutritivas .5.2 – Equipamentos para injecção dosnutrientes ……………………………….5.2.1 – Tanques de fertilização ………...5.2.2 – Adubadores Venturi …………...5.2.3 – Bombas injectoras ou Dosificadoras.5.3 – Cálculos de adubação ……………6 – Normas de segurança ………………7 – Bibliografia …………………………

2

2

3334556

8

10

11

12

1324242630

3031333335

3842

46474849515354

Page 3: Fertirrega Horticultura 1

7/21/2019 Fertirrega Horticultura 1

http://slidepdf.com/reader/full/fertirrega-horticultura-1 3/58

  Fertirrega em horticultura

Guia de rega2

1 - Introdução

A rega pode ser definida como aaplicação artificial de água ao solo com

o objectivo de fornecer humidade àsplantas cultivadas e melhorar ascondições em que as mesmas vegetam.Esta distribuição deverá efectuar-setendo em atenção a qualidade da água, acultura e fase de desenvolvimento, aépoca do ano, o tipo de solo, ascondições culturais etc.Na actualidade é consensual que os

agricultores olham a água e o meioambiente como bens a preservar. Taisfactos, aliados ao desenvolvimento dossistemas de rega localizada, levaram aque a horticultura intensiva se visseconfrontada com a necessidade deadequar os equipamentos de fertilizaçãode forma a conjuga-los com oaparecimento das novas tecnologias,

mais eficientes e amigas da natureza.Surgiu assim a ideia da “fertirrega” ,que consiste na aplicação conjunta daágua e dos elementos nutritivos, deacordo com as exigências das plantas.A aplicação desta técnica, que seadequa tanto a culturas hortícolas comoa culturas frutícolas e ornamentais,implica a recolha de elementos

auxiliares tais como análises ao solo, àágua e às plantas, de forma a melhorestabelecer um sistema integrado denutrição vegetal.

2 - Vantagens e inconvenientesda fertirrega

A fertirrega, quando comparada com osmétodos tradicionais, de rega efertilização, apresenta inúmerasvantagens, das quais destacamos:

• Maior economia no consumo da águae adubos, uma vez que a sua absorçãoe disponibilidade é melhorada pelofacto de serem localizados na zona demaior actividade radicular;

• Proporciona uma distribuiçãouniforme e controlada da água e dosfertilizantes, nas doses e proporçõesmais adequadas, ao estado fenológico

das culturas;• As perdas de água e nutrientes por

lixiviação e volatilização, bem como aacumulação de sais no solo, diminuemdevido ao fraccionamento ediminuição das doses aplicadas;

• Permite o incremento da fertilizaçãoem culturas intensivas, com elevadastaxas de exportação de nutrientes e por

conseguinte um aumento daprodutividade e qualidade;• As operações de aplicação da água e

adubos ficam facilitadas, são maiseconómicas e evita-se compactar osolo, pois deixa de haver necessidadede passagem de homens e máquinassobre o solo, para a realização destasoperações;

• Diminuição do impacto ambiental.

Ao mudar o modo de aplicação dosadubos podem aparecer algunsinconvenientes, que não se podematribuir ao método em si, mas sim a ummanejo incorrecto ou à ignorância queexiste de alguns aspectos da nutriçãodas plantas, tais como:

Page 4: Fertirrega Horticultura 1

7/21/2019 Fertirrega Horticultura 1

http://slidepdf.com/reader/full/fertirrega-horticultura-1 4/58

  Fertirrega em horticultura

Guia de rega3

• Obstrução dos orifícios devido aprecipitações por incompatibilidade dealguns fertilizantes entre si e a água derega, ou devido a dissolução

insuficiente;• Aumento excessivo da salinidade da

água de rega;• Devido à pureza dos adubos faltam

alguns elementos que apareciam nosadubos tradicionais, sendo por issomais importante dar atenção àaplicação de elementos secundários emicronutrientes.

3 - Rega

A distribuição da água de rega deveefectuar-se tendo em atenção a cultura,a fase de desenvolvimento, a época doano, o tipo de solo as condiçõesculturais etc.Para o cálculo das quantidades de água

a aplicar às culturas tomam-se comoreferência, em geral, os valores daevapotranspiração das culturas.A instalação de tensiómetros, e sondasde monitorização da humidade no solo(Enviroscan, TDR, Watermark etc.) sãooutros instrumentos a que podemosrecorrer para apoio e orientação dadotação e frequência das regas.

Para as culturas, em estufa e ar livre,mais representativas da região doAlgarve, a Direcção Regional deAgricultura e Pescas do Algarve (DRAP Algarve) dispõe de publicações,com valores orientativos, aplicáveis emespecial às culturas a realizar naCampina de Faro.

3.1 - Equipamentos e procedimentospara estimar as necessidades de rega.

Vamos considerar neste capítulo a tina

de classe A e os tensiómetros, vistoserem os equipamentos que, no Centrode Experimentação Horto-Frutícola doPatacão, tomamos como referência paraestimar e aferir as dotações de água aaplicar às culturas.

3.1.1 - Tensiómetros 

São aparelhos que dão informaçõesacerca do grau de secura ou dehumidade num solo regado, baseadas naleitura do valor da tensão da água nosolo. Dado que medem directamente aenergia que as raízes devem empregar,para utilizar a água retida pelo solo,podem constituir excelentes auxiliaresdo agricultor, fornecendo indicações de

razoável precisão quanto ao momento equantidades de água a fornecer àsplantas.Em termos gerais recomenda-se regarquando os registos sobem acima dos200 a 300 milibares. Sempre quepossível evitar as regas muito copiosas,de modo a que os tensiómetros nãodesçam abaixo dos 100 milibares na

camada superficial, até 30 a 40 cm,região onde se desenvolvem a maioriadas raízes activas.

Em muitos casos substituem comvantagem os métodos tradicionais quedeterminam a humidade no solo combase em análises gravimétricas, umavez que se eliminam os trabalhos de

Page 5: Fertirrega Horticultura 1

7/21/2019 Fertirrega Horticultura 1

http://slidepdf.com/reader/full/fertirrega-horticultura-1 5/58

  Fertirrega em horticultura

Guia de rega4

recolha das amostras, as determinaçõesem laboratório etc.Os tensiómetros funcionamsatisfatoriamente dentro de um

intervalo de valores compreendido entre0 e 80 cb, valores estes que sãoadequados para a vegetação em boascondições da maioria das culturasregadas, sendo por isso óptimosauxiliares na rega em horticultura,floricultura e fruticultura.

Um tensiómetro é constituído por um

tubo, com possibilidade de serhermeticamente fechado, que na parteinferior tem uma cápsula de porcelanaporosa e na parte superior ummanómetro, graduado de 0 a - 100centibares (cb), que mede a tensão daágua no solo (figura1).

O funcionamento do aparelho é baseadona depressão criada no interior do tubo,cheio de água e fechado, pela água aoser sugada pelo solo. Assim, partindode um solo húmido, a terra à medidaque vai perdendo humidade, porosmose através da cápsula de porcelanaporosa, absorve água  do interior dotubo, criando uma depressão. Estadepressão é acusada pelo ponteiro do

manómetro, o qual sobe, tanto maisquanto maior a secura do solo. Ao regaro solo fica húmido e a água nele contidaé sugada para o interior do tubo,

circulando agora em sentido contrário,devido à depressão ai existente. Oponteiro do manómetro começa então adescer, podendo mesmo chegar ao zerose o nível de água aplicada for tal quesature o solo. Depois da rega, o solo, àmedida que seca, perde de novo água,cria-se nova depressão no interior dotubo, repetindo-se o ciclo ao regar de

novo.

3.1.1.1 - Preparação dos tensiómetros

Antes de instalar um tensiómetros éconveniente fazer uma preparaçãocuidada de modo a evitar erros eleituras menos correctas. Assim é

importante começar por garantir asaturação da cápsula de porcelanaporosa, bem como a eliminação debolhas de ar que possam existir na água,o que nem sempre é fácil,aconselhando-se por isso o uso de águadestilada ou fervida para o enchimentodos aparelhos.Em termos práticos a preparação de um

tensiómetro consiste no seguinte:1.  - Colocar o tensiómetro vazio, numbalde com água destilada, demaneira a que a extremidade com acápsula porosa fique mergulhadauns 15 a 20 cm. Para que a águapossa penetrar através da cápsula eintroduzir-se no interior do tubo,este deve ficar destapado, sendo

 Figura 1 - Tensiómetros

Page 6: Fertirrega Horticultura 1

7/21/2019 Fertirrega Horticultura 1

http://slidepdf.com/reader/full/fertirrega-horticultura-1 6/58

  Fertirrega em horticultura

Guia de rega5

conveniente que a operação demoreno mínimo umas 12 horas.

2.  - Retirar o tensiómetro, enche-locom água destilada, e suspende-lo

verticalmente fora de água, sempresem rolha, durante cerca de duashoras, tendo o cuidado de evitarque a água se esgote totalmente.

3.  - Despejar o aparelho e repetir aoperação indicada em 1.

4.  - Repetir a operação 2, durante 30minutos.

5.  - Com a cápsula porosa mergulhada

em água, atestar o aparelho, e comuma bomba de vácuo (que se podeadquirir junto ao aparelho) aspiraras bolhas de ar que possam existir.

6.  - Retirar o aparelho, tapá-lo, secar acápsula com um papel absorvente ecolocá-lo em situação de forteevaporação (perto de uma fonte decalor). Nestas condições deve então

registar-se uma forte subida datensão, que pode chegar aos 60 a80 cb. Caso isso não se verifique,repetir a operação 3.

7.  - Colocar o aparelho verticalmentenum balde com água, a uma alturaligeiramente superior à da cápsula.Após alguns minutos registar ovalor obtido, o qual devecorresponder ao de um meio emestado de saturação.

Em caso de não utilização imediata, ouapós um período de utilização, ostensiómetros devem ficar guardadosnum recipiente com água destilada.Para evitar a perda de porosidade, acápsula de porcelana não deve ser

manuseada com os dedos nem contactarcom objectos gordurosos.

3.1.1.2 - Instalação dos tensiómetros

Com água e um pouco de terra fina,sem pedras ou elementos grosseiros,prepara-se uma espécie de " papa" nãomuito espessa. Com o auxílio de umtubo de ferro, de diâmetrosensivelmente igual ao do tensiómetro,e onde previamente se marcou aprofundidade desejada, abre-se um

orifício no solo. Depois, rodandoligeiramente para ambos os lados,retira-se o tubo com cuidado, demaneira a evitar a queda de torrões ouelementos grosseiros para o interior doorifício. Em seguida molha-se a cápsulaporosa na "papa"  de lama, enche-se ofundo do buraco com a lama restante e,com cuidado, rodando ligeiramente,

vai-se introduzindo o tensiómetro até acápsula de porcelana tocar no fundo e alama jorrar à superfície.Esta operação é especialmenteimportante e deve merecer a máximaatenção, em especial nos solosarenosos, dado que se não for bemexecutada o aparelho pode "desferrar",perdendo a água, devido à entrada de arpara o interior do tensiómetro.

3.1.1.3 - Número de tensiómetros autilizar

Não é possível indicar um númeroexacto porque as condições variam. Emmuitos casos pode ser suficiente umúnico local de instalação, mas, o ideal, éhaver no mínimo dois locais para

Page 7: Fertirrega Horticultura 1

7/21/2019 Fertirrega Horticultura 1

http://slidepdf.com/reader/full/fertirrega-horticultura-1 7/58

  Fertirrega em horticultura

Guia de rega6

instalação de tensiómetros por cadaparcela a regar.Em cada local de instalação podemainda ser necessários tensiómetros a

diferentes profundidades. Assim paraplantas com raízes superficiais, até 40cm, caso das hortícolas, bastará umtensiómetro. Para fruteiras, em que asraízes activas vão além dos 40 cm, jáserá aconselhável usar tensiómetros a 2níveis, e além de 120 cm poderá mesmoser necessário instalar aparelhos a trêsprofundidades.

3.1.1.4 - Locais de instalação

Os tensiómetros devem ser instaladosna zona de desenvolvimento das raízesactivas, próximo de um emissor, demodo a que cápsula de porcelanaporosa fique situada, numa zona dobolbo húmido, compreendida entre a

parte mais saturada de água e a zonamais seca da periferia (figura 2).

O ponto ideal é todavia difícil dedeterminar com rigor, sendo por issoimportante escolher a melhor

localização, atendendo por um lado aoafastamento lateral em relação aoemissor de rega e por outro àprofundidade de instalação da cápsula

porosa.Ensaios por nós realizados mostraramque os tensiómetros, quando instaladosa pouca profundidade, junto aosgotejadores, têm tendência a registarbaixos valores de tensão da água nosolo, ainda que a água aplicada tenhasido diminuta. Nestas condições, paramanter os registos do tensiómetro

dentro dos valores normalmenterecomendados, as regas tenderão a sermuito curtas e frequentes, podendo osvalores registados sofrer alteraçõesbruscas, devido ao facto da pouca águaaplicada ser rapidamente absorvida pelosolo seco das zonas mais afastadas dogotejador. Afastando os tensiómetros dogotejador ou, quando instalados a maior

profundidade, aumentamos asensibilidade de medida, observando-seentão que após uma rega, ainda quecopiosa, o ponteiro do tensiómetro nãodesce bruscamente, demora mais tempoa responder, sendo os valoresregistados, por norma, bastante maisaltos que os obtidos nas condiçõesanteriormente referidas. Depois, segue-se uma subida igualmente lenta egradual até ao momento de efectuarnova rega. Nestas condições, paramanter os registos dentro dosparâmetros recomendados, haverátendência para efectuar regas maiscopiosas e menos frequentes, correndo-se então o risco de após as regas, naszonas mais perto dos gotejadores,ocorrerem períodos em que o solo

 Figura. 2 - Esquema de instalação de tensiómetros

Page 8: Fertirrega Horticultura 1

7/21/2019 Fertirrega Horticultura 1

http://slidepdf.com/reader/full/fertirrega-horticultura-1 8/58

  Fertirrega em horticultura

Guia de rega7

apresenta elevada saturação. Assim, seos tensiómetros forem instalados nestascondições, o ideal será trabalhar comvalores de referência mais elevados.

Refira-se ainda que o afastamento doponto de rega aumenta a sensibilidadeda medida mas aumenta também ahipótese de "desferrar", caso ointervalo entre regas seja de tal modoelevado que permita a subida da tensãoacima de valores da ordem dos 70 a 80cb.Em culturas regadas gota a gota, a

nossa experiência bem como diversainformação recolhida, leva-nos aaconselhar que se instalem ostensiómetros, perpendicularmente àlinha de rega, afastados 15 a 30 cm dogotejador.Relativamente à profundidade deinstalação da cápsula porosa,recomenda-se, no caso de culturas

anuais, como as hortícolas com raízessuperficiais, a colocação de umtensiómetro a 15 - 20 cm deprofundidade. Este tensiómetro servirápara orientação das regas a aplicar àsculturas, podendo instalar-se outro amaior profundidade, 40 a 50 cm, paraorientação quanto a possíveis perdas deágua por infiltração, para camadas maisprofundas fora do alcance das raízes.Convém referir que caso o tensiómetrode baixo, indique sistematicamentevalores de tensão inferiores aosindicados pelo colocado mais acima,isso quer dizer que estamos a aplicarregas demasiado copiosas. O ideal seráconseguir que as leituras, em ambos ostensiómetros, sejam aproximadamenteiguais, mas com registos no

tensiómetros de baixo ligeiramentemais elevados. Este objectivo nemsempre se consegue às primeirastentativas mas, à medida que se adquire

experiência, torna-se mais fácil.No caso das fruteiras a escolha daprofundidade ideal é mais delicada.Convêm verificar, se possível com umcorte feito nas proximidades dum pontode rega qual a zona que contém maisraízes. Quando elas são superficiaiscoloca-se a cápsula porosa a 25 - 30 cmde profundidade. Se as raízes são mais

abundantes em profundidade coloca-sea cápsula porosa a 40 - 50 cm deprofundidade, aumentando também adistância lateral em relação ao ponto derega. Também aqui poderá serinteressante a instalação de umtensiómetro a maior profundidade, emlocal abaixo da zona de maiordesenvolvimento radicular, para

monitorar a água que eventualmente seinfiltre para as camadas inferiores, ondeas raízes não abundam.Muito do que acabamos de referir étambém influenciado pelo tipo de solo,o qual condiciona o local de instalaçãodos tensiómetros. Assim, nos solosarenosos, onde a água apresenta umamaior velocidade de infiltração, compouco deslocamento horizontal e obolbo húmido, junto ao ponto de rega,apresenta a forma alongada de um"fuso", os tensiómetros devem sercolocados mais perto do ponto de rega.Já nos solos pesados, onde a água sedesloca mais na horizontal e menos navertical, formando um bolbo com aforma de uma "cebola", se aconselha ainstalação dos tensiómetros um pouco

Page 9: Fertirrega Horticultura 1

7/21/2019 Fertirrega Horticultura 1

http://slidepdf.com/reader/full/fertirrega-horticultura-1 9/58

  Fertirrega em horticultura

Guia de rega8

mais afastados do gotejador. Destemodo, tomando como referência osvalores anteriormente indicados, querem relação ao afastamento lateral quer

em relação à profundidade, parainstalação dos tensiómetros,aconselhamos que se escolham osvalores mais baixos para solos arenosose os mais altos para os solos pesados,tipo argiloso.Caso tenhamos disponibilidade, o idealserá para cada tipo de solo ou situação,efectuar um pequeno ensaio de campo

com vista a determinar a localizaçãomais correcta para instalação dostensiómetros, podendo então procede-sedo seguinte modo:• - Após uma rega abundante colocam-

se tensiómetros a distâncias diferentesdo ponto de rega (ex. 15, 20, 25 cm).Espera-se cerca de 12 horas e fazem-se as leituras dos aparelhos. Os valores

da humidade observados devem ser nomáximo os da capacidade de campo,ou seja acima dos 200 - 300 mb, senãoisso significa que a zona saturada estámuito estendida.

• - Param-se as regas até ostensiómetros indicarem 150 a 200 mbacima da capacidade de campo.

• - Logo que este nível seja obtido,

recomeçam-se as regas, aumentando-as progressivamente, até que otensiómetro mais próximo comece areagir. Se os três aparelhos reagiremao mesmo tempo, pode-se estabelecera distância maior. Se o tensiómetromais afastado se mostrar poucosensível, e o mais próximo, ao

contrário, registar um valor muitobaixo, é preferível escolher umadistância intermédia. Se o aparelhomais próximo do gotejador não reagir,

mesmo aumentando a quantidade deágua, isso demonstra que a difusãolateral é fraca e a água tende ainfiltrar-se verticalmente, o que põeem causa a rega localizada para essetipo de solo.

3.1.1.5 - Interpretação das leituras dotensiómetro

Para obter bons resultados com a rega,tomando como referência os valores dasleituras observadas nos tensiómetros, éconveniente evitar que o solo sequedemasiado, efectuando regas curtas efrequentes, o que não é difícil, quandose dispõe dum sistema de regalocalizada. Assim, após a rega, a água

reparte-se pelo solo formando um bolbohúmido que, como já referimos, podeadquirir diferentes formas em função dotipo de solo. Em qualquer dos casos,após uma rega, junto ao emissorobserva-se sempre uma zona muitosaturada em água. No caso de dotaçãoexcessiva essa zona tende a aumentar e,ao contrário, se a dotação é baixa tendea diminuir (figura 3). Deste modo ostensiómetros colocados na periferiadessa zona podem detectar a evoluçãoda humidade no bolbo húmidopossibilitando um eficaz controlo dasregas.

Page 10: Fertirrega Horticultura 1

7/21/2019 Fertirrega Horticultura 1

http://slidepdf.com/reader/full/fertirrega-horticultura-1 10/58

  Fertirrega em horticultura

Guia de rega9

Rega excessiva

A zona muito húmidaestende-se, a tensãodiminui: é preciso

diminuir o tempo de rega

Rega correcta

A zona saturada nãoevolui, a tensão éestável: a irrigação é

correcta

Rega baixa

A zona muito húmidadiminui, a tensão sobe:é preciso aumentar o

tempo de rega

Zona saturada

Zona média

Zona de baixa humidade

Regra geral as leituras devem efectuar-se diariamente, de preferência sempre àmesma hora logo pela manhã, pois énessa altura que o movimento da águanas plantas e no solo é quase nulo,existindo por isso condições muitopróximas de um equilíbrio.Após alguns dias de registos nestascondições é possível observar aevolução da tensão da água no solo,podendo então manifestar-se váriastendências:

• - Os valores não variamsignificativamente. Nestas condiçõesos períodos de rega devem manter-secomo programado;

• 

- Os valores sobem, seja brusca sejaprogressivamente, dia após dia, o quesignifica uma diminuição da zonahúmida. Nestes casos é necessárioaumentar os períodos de rega;

• - Os valores baixam, seja brusca sejaprogressivamente, dia após dia, o quesignifica que a zona húmida tende aaumentar. Nestas condições énecessário reduzir os períodos de rega.

A partir destas observações temosdepois que decidir qual o momentomais oportuno para efectuar as regas,operação que pode ainda sercondicionada por factores tais como otipo de solo, o clima, o método de regaetc., devendo por isso esta operação serdecidida pelo técnico ou agricultor de

 Figura. 3 – Evolução do bolbo húmido em função da dotação de rega

Page 11: Fertirrega Horticultura 1

7/21/2019 Fertirrega Horticultura 1

http://slidepdf.com/reader/full/fertirrega-horticultura-1 11/58

  Fertirrega em horticultura

Guia de rega10

acordo com as suas próprias condições.A experiência e a investigaçãofornecem também indicações gerais,muito úteis, que ajudam a interpretar os

resultados das leituras dos tensiómetros:

• - 0 a 10 cb - O solo está saturado,podendo as raízes das plantas sofreruma falta de oxigenação. Nestascondições não é necessário regar. Sese teima em regar é certo que a águaaplicada se perderá;

• - 10 a 20 cb - Valores adequados à

rega localizada. Na maior parte doscasos, em condições satisfatórias, arega não será necessária. Em diasquentes, especialmente nos solos tipoarenoso, se a leitura oscilar entre os 13- 15 cb, convirá regar reduzindoligeiramente a dotação, ou regar com adotação programada se a leitura sesitua nos 15 - 20 cb;

• - 30 a 60 cb - Valores desta ordemindicam que o solo tem poucahumidade. As plantas não morremmas o teor de humidade no solo éinsuficiente para a rega localizada.Assim é necessário regar, sendomesmo aconselhável, aumentarprogressivamente os períodos de rega;

• - > 70 cb - Leituras acima deste valor

indicam falta de água nos solos. Érecomendável, em rega localizada,regar muito antes do aparelho acusarvalores desta grandeza. Nestascondições, não só as plantas podemcomeçar a sentir os efeitos da seca,como o próprio tensiómetro pode darresultados menos correctos, correndoo risco de "desferrar"; 

Tendo em conta a nossa própriaexperiência, no manejo de tensiómetros,recomendamos que se tomem comoreferência, dotações e intervalos de rega

previamente estabelecidos, regandocom mais frequência nos solos tipoarenoso e nos meses de elevadaevapotranspiração, podendo diminuir-seum pouco esta frequência nos solos tipoargiloso e nos meses frios, onde aevapotranspiração é menor. No caso darega localizada o nosso objectivo serámanter as leituras dentro dos limites de

10 a 25 cb, podendo a titulo orientativo,indicar-se os seguintes valores:

• 10 a 20 cb - Valores adequados à regade Fruteiras;

• 10 a 15 cb - valores adequados à regade Hortícolas.

3.1.2 - Tina de Classe A

A Tina de Classe A é um recipientecircular, com 120.7 cm de diâmetro e25 cm de altura, que permite medir aevaporação numa região em que seencontre instalada. De construçãosimples, podem fabricar-se localmente,com chapa de alumínio ou de ferrozincado. No campo a tina é depois

colocada, horizontalmente, sobre umestrado em madeira, de estrutura aberta,que se instala no solo deixando umaabertura, entre este e o fundo da tina,por onde circula o ar (figura 4).

É importante que a tina esteja semprelimpa e cheia até 5 cm, por debaixo do

Page 12: Fertirrega Horticultura 1

7/21/2019 Fertirrega Horticultura 1

http://slidepdf.com/reader/full/fertirrega-horticultura-1 12/58

  Fertirrega em horticultura

Guia de rega11

bordo superior; não devendo nuncapermitir-se que o nível da água desçamais de 7.5 cm abaixo do referido

bordo.Para efectuar as leituras utiliza-se, emgeral, um parafuso micrométricoinstalado num tubo cilíndrico, colocadono interior da tina com a finalidade deevitar a turbulência da água àsuperfície. As leituras, se feitasdiariamente, sempre à mesma hora,dão-nos o valor da evaporação em mm,

relativa ao dia anterior, com base naqual é depois possível estimar asnecessidades hídricas de diferentesculturas.A utilização dos dados assim estimados,sempre que possível, deve sercomplementada pelas indicações dostensiómetros, o que permite compararos resultados e corrigir as dotações de

água a aplicar às culturas.3.1.2.1. - Estimativa de cálculo dadotação de rega com base evaporaçãoregistada na tina de classe A

A partir dos valores da evaporaçãoobtidos numa tina de classe A épossível estimar a quantidade de água aaplicar a diferentes culturas.

Primeiro, com os dados da evaporação éfeita uma estimativa daevapotranspiração de referência (Eto),que se obtém com base na seguinte

relação:

• Eto = Epan * Kp

Eto  - Representa a evapotranspiraçãode uma cultura de gramíneas verdes dealtura uniforme, (8 a 15 cm) comcrescimento activo cobrindo um solobem abastecido de água. Em mm/dia ou

mm/período.Epan - Evaporação na tina de classe A.Representa a perda de água porevaporação na superfície de uma tina,em mm/dia ou mm/períodoKp  - Coeficiente especifico relativo àtina de classe A. Representa a relaçãoentre a evapotranspiração da cultura dereferência (Eto) e a perda de água por

evaporação na superfície de água livrede uma tina. Os valores destecoeficiente variam com a extensão e oestado da vegetação que cobre o soloem redor da tina, assim como com ascondições de humidade e de vento.Pode variar entre 0.55 e 0.85.A partir do início do Projecto Luso-Alemão (1981/87) iniciaram-se registosdos valores da Evaporação numa tinaclasse A, instalada ao ar livre, no postometeorológico do CEHFP (Faro). Noquadro I apresentam-se os valoresmédios recolhidos ao longo de 4 anos,referentes a um período, em querealizamos ensaios com base nestemétodo de medição da evaporação. Aiverificámos que, nas nossas condições,os valores do coeficiente Kp variavam

 Figura. 4 – Tina de classe A

Page 13: Fertirrega Horticultura 1

7/21/2019 Fertirrega Horticultura 1

http://slidepdf.com/reader/full/fertirrega-horticultura-1 13/58

  Fertirrega em horticultura

Guia de rega12

de 0.85 a 0.65, sendo os valores maiselevados registados nos meses deOutono/Inverno e mais baixos naPrimavera/Verão.A rega é depois estimada aplicando afórmula:

 Etc = Eto * KcEtc - Evapotranspiração da cultura. Estevalor representa a quantidade de água aaplicar à cultura. Neste valor incluem-sea perda de água devida à transpiraçãoda cultura, mais a evaporação do solo eda superfície húmida da vegetação.Kc  - Coeficiente cultural. Representa a

relação entre a evapotranspiração dacultura e a evapotranspiração da culturade referência, Eto, quando ambas seencontram em espaços amplos, emcondições de crescimento óptimas. Estevalor é função da espécie cultivada e doseu estado de desenvolvimento,apresentando geralmente valoresinferiores a 1.Os valores de Kc são determinadosexperimentalmente e vêm publicadosem diversa documentação, comdestaque para as publicações da FAO (Estudos FAO: Rega e Drenagem nºs 24e 33). Todavia, a sua aplicação directanem sempre é aconselhável, uma vezque foram estudados em condições porvezes muito diferentes daquelas em quevão ser utilizados. Por isso é

recomendável, sempre que possível,que se façam estudos de maneira aadapta-los às condições locais.

3.1.2.1.1 - Influência da regalocalizada na diminuição daevapotranspiração da cultura

É conhecido de todos que de um solocom muita humidade à superfície, seevapora mais água que num solo seco,resultando dai uma evapotranspiraçãotambém maior.

Na rega localizada, quer gota a gotaquer por microaspersão, a área de solomolhado é claramente menor do quepelos métodos clássicos (alagamento,aspersão etc.). Assim, na prática, aevapotranspiração é menor quando seutilizam técnicas de microirrigação.Nestas condições os valores de Etc nãovão além de 70 a 90 % dos valoresnormalmente aceites.Esta diminuição de Etc é tanto maiorquanto menor for a densidade dosdistribuidores de água e humidificaçãodo solo em superfície. Actualmente,principalmente em estufas utiliza-setambém a cobertura do solo complástico ("paillage")  o que condicionaigualmente a evaporação à superfície ea humidade do solo.Tendo em conta estes factores,"Veschambre et Vaysse"  indicam

QUADRO I Valores Médios da Evaporação (mm) registada no Centro deExperimentação Horto-Frutícola do Patacão ao longo de 4 anos.

Mês Jan. Fev. Mar Abr. Mai. Jun. Jul. Ago. Set. Out. Nov. DezEpan 1,7 2,1 3,2 4,5 5,7 7,0 8,3 8,7 6,5 4,5 2,2 1,8

Page 14: Fertirrega Horticultura 1

7/21/2019 Fertirrega Horticultura 1

http://slidepdf.com/reader/full/fertirrega-horticultura-1 14/58

  Fertirrega em horticultura

Guia de rega13

alguns coeficientes, que se introduzemna fórmula de cálculo, com a finalidadede corrigir a dotação de rega a aplicar àsplantas tendo em conta esta poupança

de água e que, com cáracter orientativo,se referem no quadro II.

Assim, se a cultura a regar utiliza umsistema de rega localizada, serárecomendável introduzir na fórmula decálculo este coeficiente (p), resultandoentão a seguinte equação:

• Etc = Epan * Kc * p

p  - Coeficiente de poupança de água.Este valor está ligado à prática da regalocalizada, que provoca umadiminuição na evapotranspiração dacultura. 

3.1.2.2 - Dados orientativos para arega de algumas culturashortofrutícolas no Algarve (Campinade Faro)

Ensaios realizados no Centro deExperimentação Horto-Frutícola doPatacão (Faro), onde estudamos atemática da rega, permitiram a

elaboração de quadros com valoresorientativos para a programação da regaem algumas culturas hortícolas.Aplicando os mesmos princípios,tomando como referência oscoeficientes culturais estudados paraoutras regiões semelhantes à nossa foitambém possível estimar as dotações derega para diversas fruteiras, ainda que

nesta área o rigor seja menor, poisexiste menos experimentação do queem horticultura.

Há vários factores que devem sertomados em consideração no cálculo daquantidade de água a aplicar às culturas.Um deles é a própria cultura, havendoespécies mais exigentes que outras,

donde resultam diferentes consumos deágua, para idênticos períodos culturais(figura 5).Por outro lado há espécies que seadaptam a solos mais húmidos e outrasa solos mais secos (quadro III)Dentro da mesma espécie temos aindaque atender ao estado dedesenvolvimento da cultura (figura 6).Em geral na primeira fase o consumo ébaixo, sobe bastante na fase de plenaprodução e volta a diminuir na fasefinal do ciclo cultural.

Quadro II – Valores do coeficiente depoupança de água (p)

Tipo de cultura / sistema de rega (p)Micro aspersores 0,90Pomares clássicos com gotejadores(1500-2000 / Ha) 0,80

Pomares de alta densidade com

gotejadores (>2500 / Ha)0,90

Tomate em estufa regado gota a gota 0,75Tomate, beringela, pimento com solonú ao ar livre (gota a gota) 0,85

Morangos, pimentos, melão com“paillage” plástica e gota a gota 0,70

Citrinos 0,70

Page 15: Fertirrega Horticultura 1

7/21/2019 Fertirrega Horticultura 1

http://slidepdf.com/reader/full/fertirrega-horticultura-1 15/58

  Fertirrega em horticultura

Guia de rega14

A época do ano é outro factor de grandeinfluência sobre os consumos de água

pela planta. Para uma mesma espécietemos consumos baixos nos mesesfrios, em que a evaporação é fraca, e

consumos elevados nos meses quentes,quando a evaporação é alta (figura 7).

 Para estimar a quantidade de água aaplicar em cada rega podemos tomarcomo referência a evapotranspiração dacultura ou a humidade do solo, como jáfoi referido, ao falar da tina de classe Ae dos tensiómetros.No primeiro caso os cálculos são feitoscom base na fórmula: - Rega = Eto *Kc * p, em (l/m²).

No segundo caso, deixamos o solo secar

Quadro III – Grupos de culturas de acordo com o esgotamento da água no solo

Grupo Culturas1 Cebola, Pimento, Batata2 Couve, Tomate, Ervilha, Banana,

Vinha3 Feijão, Melancia, Citrinos,

Ananás,4 Algodão, Milho, Beterraba,

Oliveira1 - Mais exigentes em água no solo

 4 - Menos exigentes em água no solo

 Figura 5 – Consumos de água registados em culturas realizada no CEHFP

Figura 6 – Consumos de água a o longo do ciclo cultural

Page 16: Fertirrega Horticultura 1

7/21/2019 Fertirrega Horticultura 1

http://slidepdf.com/reader/full/fertirrega-horticultura-1 16/58

Page 17: Fertirrega Horticultura 1

7/21/2019 Fertirrega Horticultura 1

http://slidepdf.com/reader/full/fertirrega-horticultura-1 17/58

  Fertirrega em horticultura

Guia de rega16

• - O tensiómetro indicar, por períodosde 6-7 dias, valores acima dos 20 a 25centibares.

* Diminuir os valores dos quadros,até um máximo de 20 %, se:

• - O tempo decorre mais frio e húmidoque o normal;

• - O solo se apresenta persistentementeencharcado na camada dos 10 a 40 cmde profundidade;

• - O tensiómetro indicar, por períodos

de 6-7 dias, valores inferiores a 9 a 10centibares.

No caso das fruteiras, ao utilizar estesdados, recomenda-se ainda que setomem em consideração também osseguintes aspectos:- Os valores indicados têm por basecoeficientes culturais retirados de

literatura da especialidade, mas nãoforam ainda suficientemente testadosnas nossas condições, pelo que devemser utilizados com as devidasprecauções;- As tabelas destinam-se à rega depomares, cobrindo mais de 60 % daárea cultivada, e nalguns casos, somentepara situações de solo limpo de

infestantes, pelo que os valores devemser alterados, sempre que se registemsituações diferentes, de acordo com oseguinte:

a) Solo com infestantes aumentar a regaem 20 a 25 %;

b) Pomares cobrindo até 20 % da áreacultivada, reduzir a rega em 25 a 30 %;c) Pomares cobrindo 20 a 60 % da áreacultivada, reduzir a rega em 10 a 15 %;

d) Nas nossas condições a situaçãonormal será a de clima seco. Emsituações prolongadas de dias commuita humidade, tomar como referênciaa tabela de clima húmido.

Page 18: Fertirrega Horticultura 1

7/21/2019 Fertirrega Horticultura 1

http://slidepdf.com/reader/full/fertirrega-horticultura-1 18/58

  Fertirrega em horticultura

Guia de rega17

Quadro V – Rega localizada do tomateiro ao Ar Livre(água a aplicar em litros /m2 / dia)

----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------Fase de MêsDesenvol- ---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------vimento JAN. FEV. MAR. ABR. MAI. JUN. JUL. AGO. SET. OUT. NOV. DEZ-----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------1ª Fase 0.60 0.75 1.15 1.60 2.05 2.55 3.00 3.15 2.35 1.60 0.80 0.652ª Fase 0.80 1.00 1.50 2.10 2.70 3.30 3.90 4.10 3.05 2.10 1.05 0.853ª Fase 1.00 1.20 1.85 2.60 3.30 4.10 4.80 5.05 3.80 2.60 1.30 1.05

4ª Fase 1.20 1.50 2.30 3.25 4.10 5.05 5.95 6.25 4.70 3.20 1.60 1.305ª Fase 1.00 1.20 1.85 2.60 3.30 4.10 4.80 5.05 3.80 2.60 1.30 1.05

-----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------Fases de Desenvolvimento Nota: Os dados do quadro têm por base valores

1ª - da plantação à floração do 1º cacho médios da evaporação numa Tina Classe A

2ª - da floração do 1º cacho à floração do 3º cacho durante 4 anos

3ª - da floração do 3º cacho à floração do 4º cacho

4ª - da floração do 4º cacho a meio das apanhas

5ª - do meio das apanhas até final

Quadro IV – Rega localizada do tomateiro em Estufa(água a aplicar em litros /m2 / dia)

-----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------Fase de MêsDesenvol- ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------vimento JAN. FEV. MAR. ABR. MAI. JUN. JUL. AGO. SET. OUT. NOV. DEZ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------1ª Fase 0.50 0.60 0.95 1.30 1.60 1.95 2.25 2.30 1.65 1.15 0.60 0.502ª Fase 0.60 0.75 1.20 1.65 2.10 2.50 2.90 2.95 2.10 1.45 0.75 0.653ª Fase 0.75 0.90 1.50 2.00 2.55 3.05 3.55 3.60 2.60 1.80 0.95 0.804ª Fase 0.80 1.00 1.60 2.15 2.80 3.30 3.85 3.95 2.85 1.95 1.05 0.905ª Fase 0.75 0.90 1.50 2.00 2.55 3.05 3.55 3.60 2.60 1.80 0.95 0.80

----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------Fases de Desenvolvimento Nota: Os dados do quadro têm por base valores1ª - da plantação à floração do 1º cacho médios da evaporação numa Tina Classe A

2ª - da floração do 1º cacho à floração do 3º cacho durante 4 anos3ª - da floração do 3º cacho à floração do 4º cacho4ª - da floração do 4º cacho a meio das apanhas

5ª - do meio das apanhas até final

Page 19: Fertirrega Horticultura 1

7/21/2019 Fertirrega Horticultura 1

http://slidepdf.com/reader/full/fertirrega-horticultura-1 19/58

  Fertirrega em horticultura

Guia de rega18

Quadro VI – Rega localizada do Melão em Estufa

(água a aplicar em litros /m2

 / dia-------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------Fase de MêsDesenvol- ------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------vimento JAN. FEV. MAR. ABR. MAI. JUN. JUL. AGO. SET. OUT. NOV. DEZ-------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------1ª Fase 0.50 0.60 0.90 1.30 1.65 2.05 2.40 2.50 1.90 1.30 0.65 0.502ª Fase 0.85 1.10 1.65 2.35 2.95 3.65 4.30 4.50 3.40 2.30 1.15 0.903ª Fase 0.70 0.90 1.40 1.95 2.45 3.00 3.55 3.75 2.80 1.90 0.95 0.75-------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------Fases de Desenvolvimento Nota: Os dados do quadro têm por base valores

1ª - da plantação ao vingamento dos 1ºs frutos médios da evaporação numa Tina Classe A

2ª - do vingamento dos 1ºs frutos ao início das colheitas durante 4 anos3ª - do início das colheitas até final

Quadro VII – Rega localizada do Melão ao Ar Livre(água a aplicar em litros /m2 / dia)

----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------Fase de MêsDesenvol- ---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------vimento JAN. FEV. MAR. ABR. MAI. JUN. JUL. AGO. SET. OUT. NOV. DEZ-----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------1ª Fase 0.60 0.70 1.10 1.55 1.95 2.40 2.80 2.95 2.20 1.50 0.75 0.602ª Fase 0.90 1.15 1.75 2.50 3.15 3.85 4.55 4.80 3.60 2.45 1.20 0.953ª Fase 1.15 1.40 2.20 3.05 3.90 4.80 5.60 5.90 4.45 3.05 1.50 1.204ª Fase 0.90 1.15 1.75 2.50 3.15 3.85 4.55 4.80 3.60 2.45 1.20 0.95

-----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------Fases de Desenvolvimento Nota: Os dados do quadro têm por

1ª - da sementeira ou plantação ao vingamento dos 1ºs frutos base valores médios da2ª - após vingamento dos 1ºs frutos e durante a floração feminina evaporação numa Tina Classe A3ª - durante o engrossamento dos frutos até ao início das colheitas durante 4 anos4ª - durante as colheitas

 

Page 20: Fertirrega Horticultura 1

7/21/2019 Fertirrega Horticultura 1

http://slidepdf.com/reader/full/fertirrega-horticultura-1 20/58

  Fertirrega em horticultura

Guia de rega19

Quadro VIII – Rega localizada do Pimento em Estufa

(água a aplicar em litros /m2

 / dia)------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------Fase de MêsDesenvol- -----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------vimento JAN. FEV. MAR. ABR. MAI. JUN. JUL . AGO. SET. OUT. NOV. DEZ------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------1ª Fase 0.40 0.50 0.75 1.10 1.35 1.70 2.00 2.10 1.55 1.10 0.50 0.452ª Fase 0.65 0.80 1.20 1.70 2.15 2.70 3.15 3.30 2.50 1.70 0.85 0.703ª Fase 0.80 1.00 1.55 2.15 2.75 3.40 3.95 4.20 3.15 2.15 1.05 0.85

------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------Fases de Desenvolvimento Nota: Os dados do quadro têm por base valores médios da

1ª - da plantação ao início da floração evaporação numa Tina Classe A durante 4 anos

2ª - da floração ao início das colheitas

3ª - durante as colheitas

Quadro IX – Rega localizada do Pimento ao Ar Livre(água a aplicar em litros /m2 / dia)

------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------Fase de MêsDesenvol- -----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------vimento JAN. FEV. MAR. ABR. MAI. JUN. JUL. AGO. SET. OUT. NOV. DEZ-------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------1ª Fase 0.60 0.75 1.15 1.60 2.05 2.55 3.00 3.15 2.35 1.60 0.80 0.652ª Fase 1.00 1.20 1.85 2.60 3.30 4.10 4.80 5.05 3.80 2.60 1.30 1.053ª Fase 1.20 1.50 2.30 3.25 4.10 5.05 5.95 6.25 4.70 3.20 1.60 1.30-------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------Fases de Desenvolvimento Nota: Os dados do quadro têm por base valores médios da

1ª - da plantação ao início da floração evaporação numa Tina Classe A durante 4 anos

2ª - da floração ao início das colheitas

3ª - durante as colheitas

Page 21: Fertirrega Horticultura 1

7/21/2019 Fertirrega Horticultura 1

http://slidepdf.com/reader/full/fertirrega-horticultura-1 21/58

  Fertirrega em horticultura

Guia de rega20

Quadro X – Rega localizada do Pepino em Estufa(água a aplicar em litros /m2 / dia)

------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------Fase de MêsDesenvol- -----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------vimento JAN. FEV. MAR. ABR. MAI. JUN. JUL. AGO. SET. OUT. NOV. DEZ-------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------1ª Fase 0.50 0.60 0.90 1.30 1.65 2.05 2.40 2.50 1.90 1.30 0.65 0.502ª Fase 0.60 0.70 1.10 1.55 1.95 2.40 2.80 2.95 2.20 1.55 0.75 0.603ª Fase 0.65 0.80 1.20 1.70 2.15 2.70 3.15 3.30 2.50 1.70 0.85 0.704ª Fase 0.70 0.90 1.40 1.95 2.45 3.00 3.55 3.75 2.80 1.90 0.95 0.75

------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------Fases de Desenvolvimento Nota: Os dados do quadro têm por base valores

1ª - da plantação ao início da floração médios da evaporação numa Tina Classe A

2ª - do início da floração até cerca de 1-1.5 m de altura durante 4 anos

3ª - do 1-1.5 m de altura até ao início das colheitas

4ª - durante as colheitas

 

Quadro XI – Rega localizada do Feijão Verde em Estufa

(água a aplicar em litros /m2

 / dia)Rega localizada do feijão verde em estufa (água a aplicar em litros/m²/dia)

-------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------Fase de MêsDesenvol- -----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------vimento JAN. FEV. MAR. ABR. MAI. JUN. JUL. AGO. SET. OUT. NOV. DEZ-------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------1ª Fase 0.30 0.35 0.55 0.75 0.95 1.20 1.40 1.45 1.10 0.75 0.40 0.302ª Fase 0.55 0.70 1.10 1.50 1.90 2.35 2.75 2.90 2.20 1.50 0.75 0.603ª Fase 0.75 0.95 1.45 2.05 2.60 3.20 3.75 3.95 2.95 2.05 1.00 0.80

4ª Fase 0.70 0.90 1.40 1.95 2.45 3.00 3.55 3.75 2.80 1.90 0.95 0.75------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------Fases de Desenvolvimento Nota: Os dados do quadro têm por base valores médios

1ª - da sementeira à germinação da evaporação numa Tina Classe A durante 4 anos

2ª - da germinação ao início da floração

3ª - do início da floração ao início das colheitas

4ª - durante as colheitas

 

Page 22: Fertirrega Horticultura 1

7/21/2019 Fertirrega Horticultura 1

http://slidepdf.com/reader/full/fertirrega-horticultura-1 22/58

  Fertirrega em horticultura

Guia de rega21

Quadro XII – Rega localizada da Beringela em Estufa(água a aplicar em litros /m2 / dia)

-------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------Fase de MêsDesenvol- -----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------vimento JAN. FEV. MAR. ABR. MAI. JUN. JUL. AGO. SET. OUT. NOV. DEZ------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------1ª Fase 0.40 0.50 0.75 1.10 1.35 1.70 2.00 2.10 1.55 1.10 0.50 0.452ª Fase 0.60 0.70 1.10 1.55 1.95 2.40 2.80 2.95 2.20 1.50 0.75 0.603ª Fase 0.70 0.90 1.40 1.95 2.45 3.00 3.55 3.75 2.80 1.90 0.95 0.75-------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------Fases de Desenvolvimento Nota: Os dados do quadro têm por base valores médios da

1ª - da plantação ao início da floração evaporação numa Tina Classe A durante 4 anos

2ª - da floração ao início das colheitas

3ª - durante as colheitas

Quadro XIII – Rega localizada de Citrinos

(água a aplicar em litros /m2

 / dia)-----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------Fase de MêsDesenvol- ---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------vimento JAN. FEV. MAR. ABR. MAI. JUN. JUL. AGO. SET. OUT. NOV. DEZ-----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------1ª Fase a) 0.45 0.55 0.90 1.20 1.55 2.15 2.50 2.65 2.00 1.40 0.60 0.502ª Fase a) 0.50 0.65 1.10 1.55 1.95 2.60 3.10 3.25 2.45 1.70 0.75 0.603ª Fase a) 0.60 0.70 1.20 1.70 2.15 2.85 3.40 3.55 2.65 1.80 0.80 0.65-----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------1ª Fase b) 1.00 1.20 1.95 2.75 3.50 4.55 5.35 5.60 4.20 2.90 1.35 1.10

2ª Fase b) 0.85 1.05 1.75 2.45 3.10 4.05 4.80 5.00 3.80 2.60 1.20 0.953ª Fase b) 0.85 1.05 1.75 2.45 3.10 4.05 4.80 5.00 3.80 2.60 1.20 0.95-----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------Fases de Desenvolvimento Nota: Os dados do quadro têm por base

1ª - árvores jovens cobrindo menos de 20 % da área total valores médios da evaporação numa

2ª - árvores cobrindo de 20 % a 60 % da área total Tina Classe A durante 4 anos

3ª - árvores cobrindo mais de 60 % da área total

a)- solo limpo de ervas b)- solo com infestantes

 

Page 23: Fertirrega Horticultura 1

7/21/2019 Fertirrega Horticultura 1

http://slidepdf.com/reader/full/fertirrega-horticultura-1 23/58

  Fertirrega em horticultura

Guia de rega22

Quadro XIV – Rega localizada de Amendoeiras, Ameixeiras,Pereiras, Damasqueiros, Pessegueiros, Nespereiras

(água a aplicar em litros /m2 / dia)

---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------Mês

Situação --------------------------------------------------------------------------------------------MAR. ABR. MAI. JUN. JUL. AGO. SET. OUT. NOV.

---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------Clima Húmido / Vento Ligeiro a Moderado a) 1.05 1.90 2.55 3.35 3.70 3.40 2.55 1.75 ----Clima Seco / Vento Ligeiro a Moderado a) 1.05 1.90 2.90 3.78 4.20 4.35 2.90 2.25 -------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------Clima Húmido / Vento Ligeiro a Moderado b) ---- 2.00 3.05 4.20 4.65 4.90 3.45 2.15 1.20Clima Seco / Vento Ligeiro a Moderado b) ---- 2.55 3.60 4.85 5.30 5.60 4.00 2.40 1.30

---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------  a) solo limpo de ervas Nota: Os dados do quadro têm por base valores médios

da evaporação numa Tina Classe A durante 4 anosb) solo com infestantes

Quadro XV – Rega localizada de Nogueiras(água a aplicar em litros /m2 / dia)

---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------Mês

Situação --------------------------------------------------------------------------------------------MAR. ABR. MAI. JUN. JUL. AGO. SET. OUT. NOV.

---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------Clima Húmido / Vento Ligeiro a Moderado a) 1.05 1.90 2.55 3.35 3.70 3.40 2.55 1.75 ----Clima Seco / Vento Ligeiro a Moderado a) 1.05 1.90 2.90 3.78 4.20 4.35 2.90 2.25 -------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------Clima Húmido / Vento Ligeiro a Moderado b) ---- 2.00 3.05 4.20 4.65 4.90 3.45 2.15 1.20

Clima Seco / Vento Ligeiro a Moderado b) ---- 2.55 3.60 4.85 5.30 5 .60 4.00 2.40 1.30

--------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- a) solo limpo de ervas Nota: Os dados do quadro têm por base valores médios

da evaporação numa Tina Classe A durante 4 anosb) solo com infestantes

Page 24: Fertirrega Horticultura 1

7/21/2019 Fertirrega Horticultura 1

http://slidepdf.com/reader/full/fertirrega-horticultura-1 24/58

  Fertirrega em horticultura

Guia de rega23

Quadro XVI – Rega localizada de Vinhas(chuvas pouco frequentes superfície do solo seca)

(água a aplicar em litros /m2 / dia)

---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

Situação Mês

Climática ------------------------------------------------------------------------------------------

MAR. ABR. MAI. JUN. JUL. AGO. SET. OUT. NOV.---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------Clima Húmido / Vento Ligeiro a Moderado a) ---- 1.35 1.90 2.55 2.85 2.90 2.00 1.05 0.50Clima Seco / Vento Ligeiro a Moderado a) ---- 1.20 2.05 2.95 3.25 3.40 2.40 1.35 0.50

---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------Clima Seco / Vento Ligeiro a Moderado b) 0.50 1.20 2.05 2.95 3.25 3.15 2.00 1.20 0.50---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------a) - Vinhas Adultas, em regiões de geadas ligeiras; primeiras folhas em princípios de Abril, Nota: Os dados do quadro têm por base valores médios

vindima em começos de Setembro; a meio do período vegetativo a cobertura do solo deve da evaporação numa Tina Classe A durante 4 anos

rondar os 30/35 %. Solo limpo de infestantes

b) - Vinhas Adultas, em regiões de clima seco e quente; primeiras folhas em finais de

Fevereiro ou principio de Março, vindima meados de Julho; a meio do período vegetativo

a cobertura do solo deve rondar os 30/35 %. Solo limpo de infestantes

 

Page 25: Fertirrega Horticultura 1

7/21/2019 Fertirrega Horticultura 1

http://slidepdf.com/reader/full/fertirrega-horticultura-1 25/58

  Fertirrega em horticultura

Guia de rega24

3.2 - Frequência das regas

Tão importante como saber estimar aquantidade de água a aplicar à cultura, é

o conhecimento da oportunidade derega.Se as regas forem muito espaçadas, aplanta fica submetida a períodos demuita humidade no solo, intercaladoscom outros de grande secura. Alémdisso, nestas condições, as regasacabam por ser muito copiosasoriginando perdas de água elevadas,

principalmente se os solos são leves, dotipo arenoso.Se as regas são muito frequentes, emcertos casos, conduzem aoencharcamento do solo, durantebastante tempo, podendo então ocorrerproblemas de asfixia radicular.No caso das plantas hortícolas,aconselha-se que antes da plantação, de

preferência no dia anterior, se apliqueao solo uma rega que deixe as linhas deplantação uniformemente humedecidas.Evita-se assim a perda de plantasaquando da plantação, pois assegura-selogo de inicio um solo provido de águana zona de desenvolvimento das raízes.As regas posteriores terão início uma aquatro semanas após a plantação(dependendo da época do ano e do tipode solo), mas sempre antes das plantasapresentarem sintomas de secura.Para escolher a melhor oportunidade derega podemos tomar como referência aágua existente no solo. Nestascondições os tensiómetros, são, como jávimos, um óptimo auxiliar. Na prática,para a maioria das culturas, as regasterão lugar quando se registam valores

acima dos 20 a 30 centibares, sendo deevitar regas muito copiosas, de modo aque os aparelhos não acusem valoresabaixo dos 10 centibares, na camada

superficial até 30 ou 40 cm deprofundidade, região onde sedesenvolvem a maioria das raízesactivas.Outro modo de determinar a frequênciadas regas é estabelecer períodos fixos,tendo em atenção a época do ano e otipo de solo, podendo então tomar-secomo orientação, o seguinte:

Cultura a decorrer na época quente(Abril a Setembro)

Solos tipoArenoso

Rega diária oucada 2 Dias

Solos tipoArgiloso

Rega cada2 – 3 Dias

Cultura a decorrer na época fria(Outubro a Março)

Solos tipoArenoso

Rega cada2 - 3 Dias

Solos tipoArgiloso

Rega cada3 – 5 Dias

3.3 - A água de rega

As águas segundo a sua origem podemapresentar diferentes composições, equantidades variáveis de sais emdissolução.Assim as águas provenientes das serras,captadas em reservatórios ou barragens,são em geral de boa qualidade podendo

Page 26: Fertirrega Horticultura 1

7/21/2019 Fertirrega Horticultura 1

http://slidepdf.com/reader/full/fertirrega-horticultura-1 26/58

  Fertirrega em horticultura

Guia de rega25

ser utilizadas, sem grandes restrições,para a rega das culturas.Pelo contrário as águas do litoral,captadas por meio de “furos”   no

subsolo, como acontece em algumasregiões do Algarve, apresentam comfrequência salinidade elevada, comvalores por vezes altos de sódio, cloro,magnésio, cálcio, bicarbonatos esulfatos. Noutras ocasiões apresentamgrandes concentrações de azoto, sob aforma de nitrato e pequenas quantidadesde fósforo e potássio, com origem em

desequilíbrios na fertilização dasculturas.Assim torna-se importante avaliar, doponto de vista químico, a qualidade daágua como forma de prevenirproblemas de salinização ealcalinização ou acidificação do solo,bem como a possibilidade de ocorreremdanos devido à toxicidade, que alguns

elementos em excesso possam provocarnas culturas.Por outro lado certos elementos, como ocálcio e o magnésio, por si sós oudevido a reacções com os adubos aaplicar podem precipitar e entupir osgotejadores ou fitas de rega.Também as águas muito sujas comareias, argilas, algas etc. podem causarproblemas, obstruindo as saídas daágua.Por vezes proliferam aindamicroorganismos (bactérias, fungos)que entopem os emissores.Assim, a qualidade da água de rega,deverá ser também avaliada do ponto devista fisíco-biológico.Os problemas de entupimento físico dosemissores, de origem mineral ou

orgânica, solucionam-se instalandofiltros adequados, para o que seaconselha contactar técnicos daespecialidade.

Os entupimentos devidos amicroorganismos podem-se minoraraplicando cerca de 200 cc de hipocloritode sódio (lixívia) a 10 % por cada m³ deágua.No caso das obstruções de origemquímica com base no cálcio, o idealserá actuar preventivamente,acidificando a água, de maneira a evitar

que o pH seja superior a 6 – 6,5. Se aobstrução já ocorreu, antes de iniciarnova cultura, pode empregar-se ácidonitríco, na proporção de 3 a 4 litros porcada m³ de água, deixando actuardurante cerca de 30 minutos com a águaa correr a baixa pressão. Depoisdestapam-se as pontas dos tubos edeixa-se correr a água, à pressão

normal, para que esta arraste o resto dasimpurezas, repetindo se necessário.Se as obstruções são devidas àexistência de ferro utiliza-se o ácidosulfúrico nas doses de 0,5 a 1 % ou opermanganato de potássio a 0,6 mg/l,por cada mg/l de ferro na água de rega.No caso das algas, recomenda-se evitara exposição da água à luz solar tapandoos reservatórios ou, caso isso não sejaviável, adicionando 0,5 a 1 g sulfato decobre ou 0,2 g de permanganato depotássio / m³ de água.Refira-se no entanto que estesprodutos se deverão aplicar o menospossível, pois não só implicamacréscimo de custos como vão diminuira qualidade da água para as plantas.

Page 27: Fertirrega Horticultura 1

7/21/2019 Fertirrega Horticultura 1

http://slidepdf.com/reader/full/fertirrega-horticultura-1 27/58

  Fertirrega em horticultura

Guia de rega26

3.3.1 - Análise química

Para efeitos de fertirrega interessa-nosfundamentalmente os resultados da

análise química pois, em última análise,são eles que nos permitem avaliar aaptidão das águas para efeitos da suaaplicação às culturas.Para melhor interpretação dos valoresdas análises, que podem ser efectuadasem diversos laboratórios oficiais,nomeadamente o laboratório da DRAPAlgarve em Tavira e Rebelo da Silva

em Lisboa, importa referir os seguintesaspectos:

• pH  – Avalia a acidez ou alcalinidadeda água. Para efeitos de rega importaque o seu valor se situe entre 5,5-6,5

 já que valores acima de 6,5 podemprovocar precipitações dos iões Fe++,

Ca++, Mg++, e PO4=  que, conduzem à

insolubilidade dos sais, provocandodificuldades de absorção dosnutrientes e entupimento dosgotejadores;

• Salinidade  – Este parâmetro permiteavaliar a concentração de todos ossais, solúveis e ionizados, existentesna água. Estes sais dão lugar a umapressão osmótica que é tanto maior

quanto maior a sua concentração. Umapressão osmótica elevada dificulta aabsorção da água e adubos a elaincorporados, pelo que a água terátanto melhor quanto menor a suasalinidade.Na prática os resultados da salinidadevêm expressos pela sua“condutividade eléctrica” (CE) que sepode exprimir em milimhos/cm

(mmhos/cm), equivalendo 1mmhos/cm a aproximadamente 0,64g/litro.Considera-se, regra geral, que não

ocorrem problemas de salinidade comáguas de CE não superior a 0,75mmhos/cm.Refira-se que os adubos adicionados àágua fazem elevar a salinidade.Dependendo da sensibilidade dacultura e da própria salinidade do solo,a concentração de sais na água de reganão deve exceder, na pior das

hipóteses, 2 g / l.Este dado é importante pois mostraque as águas de baixa salinidadepermitem a incorporação de maioresquantidades de adubo.Quando se utilizam águas salinas éconveniente utilizar um volume deágua adicional para lavagem do solo.Também se recomenda, mesmo com

chuva, continuar a regar até estaatingir os 50 mm, para evitar a subidados sais para o interior do bolbohúmido.Os iões que usualmente se analisamnas águas de rega são:

CatiõesCálcio (Ca++) Magnésio (Mg++)Sódio (Na++) Potássio (K+) 

AniõesCloreto (Cl)Sulfato (SO4=)Bicarbonato (CO3H)Carbonato (CO2=)

Page 28: Fertirrega Horticultura 1

7/21/2019 Fertirrega Horticultura 1

http://slidepdf.com/reader/full/fertirrega-horticultura-1 28/58

  Fertirrega em horticultura

Guia de rega27

• Cálcio  – Se exceptuarmos osproblemas de entupimento dosgotejadores devido à precipitação comos sulfatos e com os carbonatos, a sua

presença não é prejudicial e emalgumas ocasiões pode beneficiar ossolos que contenham baixos teores decarbonatos.

Cálcio que a água pode solubilizar

sem que haja precipitados, em

função do pH

pH Ca (meq/l) pH Ca (meq/l)

6,0 36,80 7,0 7,006,2 25,20 7,2 5,406,4 17,60 7,4 4,206,6 12,70 7,6 3,306,8 9,30 7,8 2,56

Fonte: WWW.fertiberia.com 

Normalmente, em águas salinizadas, éo catião em maior proporção,contribuindo para reduzir os efeitosadversos do sódio, cloretos, sulfatosetc. A sua presença contribui paraaumentar a permeabilidade dos solosricos em sódio. O cálcio contido naágua de rega deverá ser consideradopara efeitos de fertilização dasculturas.

• Magnésio  – É outro elemento quedeve ser tido em linha de conta noscálculos de adubação, podendoaparecer em concentrações elevadasnas águas salinas, situação em quepoderá induzir o aparecimento decarências de potássio. Quando arelação Ca/Mg é inferior a 1 os efeitosdo sódio tendem a aumentar.

• Sódio  – A existência do catião sódionas águas de rega em nada beneficia

as culturas, podendo ocorrerfenómenos de toxicidade à medida queo sódio absorvido se acumula nasfolhas em concentrações superiores ao

limite de tolerância da cultura. Nasculturas mais sensíveis, caso dasfruteiras, e arbustos ornamentais, sãode prever problemas crescentes apartir de valores da ordem dos 69mg/l. A maioria das culturas anuaissão mais resistentes mas podemigualmente ser afectadas porconcentrações mais elevadas.

Quando as águas apresentam valoreselevados de sódio, este acumula-senos primeiros centímetros do solo,degradando a sua estrutura. Daí resultauma obstrução dos poros, comdiminuição da permeabilidade do solo,em consequência do aumento devolume dos agregados existentes,devido ao seu humedecimento.

Nestas condições podem surgirhorizontes compactos onde a água nãocircula em profundidade.A quantidade de sódio, cálcio emagnésio existente no complexo detroca tem influência na compactaçãodo solo e nos problemas de toxicidade,desempenhando o magnésio e ocálcio, mas principalmente esteúltimo, uma acção benéfica contrária àdo sódio. Por esse motivo importaconhecer a acção resultante daproporção em que cada um deles seencontra na água de rega, cujo valornos é dado pelo índice de adj. SAR(razão de absorção de sódio ajustada).Assim quanto maior for a quantidadede sódio em relação ao cálcio emagnésio, maior será o valor de adj.

Page 29: Fertirrega Horticultura 1

7/21/2019 Fertirrega Horticultura 1

http://slidepdf.com/reader/full/fertirrega-horticultura-1 29/58

  Fertirrega em horticultura

Guia de rega28

SAR e portanto maiores os problemas.Águas com valores de adj. SARsuperiores a 6 podem ocasionarproblemas de impermeabilidade. Para

valores acima de 3 surgem ossintomas de toxicidade nas plantasmais sensíveis• Potássio – Ao contrário do elemento

anterior, a presença do potássiorevela-se benéfica, pois podefuncionar como um suplemento extrade adubo, devendo por isso ser tidoem consideração quando se apresenta

em quantidades elevadas nas águasde rega.• Cloro  – A maioria das árvores e

plantas lenhosas são sensíveis apequenas concentrações de cloro aopasso que as herbáceas anuaisapresentam maior resistência.Absorvido pelas raízes acumula-senas folhas, tal como o sódio,

apresentando todavia sintomas detoxicidade diferentes. Nesta situaçãoas folhas começam por apresentarqueimaduras nas pontas e não nasbordaduras. Com frequência ocorremtambém cloroses foliares acentuadasnas partes muito iluminadas, quepodem degenerar em queimadurasnas bordas. À medida que as folhas

envelhecem e o problema se agrava,estas queimaduras são acompanhadaspela queda periférica das folhas edesfoliação das plantas. Se asconcentrações de cloro são altas ofósforo e o azoto são absorvidos comdificuldade.Em culturas sensíveis, concentraçõesacima de 106 mg / l no caso dasplantas absorverem os sais pelas

folhas, ou 142 mg / l se a absorção seefectua pelas raízes, podem darorigem à ocorrência dos problemasanteriormente referidos.

• Sulfatos  – Este anião é menosperigoso que o cloro, e a suapresença em geral não afecta muitoas plantas. Todavia em algumasespécies, concentrações elevadaspodem afectar o ápice e depois aborda das folhas, que perdemclorofila e se tornam amarelas. Esteelemento também limita a absorção

do cálcio e facilita a do sódio, comos inconvenientes dai resultantes.Nas redes de rega que utilizam tubosde fibrocimento, valores da ordemdos 300 a 400 mg / l podem provocara corrosão dos mesmos.

• Carbonatos e bicarbonatos  –Isoladamente os carbonatos nãoaparecem nas nossas águas de rega

(região Algarvia).Os bicarbonatos não causamtoxicidade mas, quando emconcentrações elevadas, podemprovocar a precipitação no solo doscarbonatos de cálcio e magnésio, oque origina uma subida daconcentração do sódio. Em regas poraspersão, com baixa humidade e alta

evaporação, podem formar-semanchas esbranquiçadas sobre asfolhas e frutos que reduzem o valorcomercial das culturas. Além disso,nos sistemas de rega gota a gota, napresença de cálcio e magnésio,produzem-se precipitados que vãoobstruir os orifícios de saída da água.O seu teor na água de rega não deveultrapassar os 90 mg / l.

Page 30: Fertirrega Horticultura 1

7/21/2019 Fertirrega Horticultura 1

http://slidepdf.com/reader/full/fertirrega-horticultura-1 30/58

  Fertirrega em horticultura

Guia de rega29

Ainda que, de momento, a suaanálise não se efectue por rotinatemos dois elementos, o azoto e oboro, cujo valor convém conhecer.

• Azoto  – Em principio não são deprever níveis elevados desteelemento nas águas de rega. Todaviaem zonas de forte implantaçãoagrícola, como sejam aquelas ondese pratica a horticultura intensiva, hátendência para utilizar este elementoem excesso, podendo o mesmoaparecer nas águas sob a forma de

nitratos (NO3). Nestas situações, além dos aspectosecológicos, devemos ter em atençãoque o nitrato, contido na água derega, é um nutriente que estimula ocrescimento das plantas tal comoqualquer adubo azotado.A produção de culturas sensíveispode ver-se afectada por

concentrações a partir de 5 mg/ l (5Kg de N por 1000 m3 de água). Porisso se recomenda a análise desteelemento sempre que se suspeite dasua existência na água de rega,tendo-o depois em consideração nomomento de efectuar a adubação,tanto mais que isso é tambémeconomicamente vantajoso para oagricultor.Outro problema que pode ocorrer emáguas com excesso de elementosazotados é a proliferação de algasque podem entupir os gotejadores.

• Boro  – O boro é um elementoessencial para o crescimento dasculturas mas estas consomem-no emquantidades reduzidas. Quando emexcesso é tóxico sendo essa

toxicidade, por vezes, devida à suapresença nas águas de rega. O boroacumula-se nas folhas e em outraspartes da planta, aparecendo os

primeiros sintomas de toxicidade naspontas das folhas mais velhas, assimcomo nos bordos.Plantas tolerantes ao boro tais comoo espargo ou a fava podem regar-secom águas com 3 a 4 mg / l ao passoque as mais sensíveis, caso doscitrinos, podem ver-se afectadas seas águas contêm mais de 0,3 a 0,5

mg / l de boro.

Sendo possível, seria bom disportambém de indicações acerca dosmicronutrientes, em especial aquelesa que a cultura a regar é maissensível, dado que isso seria bastanteútil para elaborar os calendários defertirrega da cultura.

No quadro XVII indicam-se asconcentrações máximas recomendadasde oligoelementos em águas de rega.

Page 31: Fertirrega Horticultura 1

7/21/2019 Fertirrega Horticultura 1

http://slidepdf.com/reader/full/fertirrega-horticultura-1 31/58

  Fertirrega em horticultura

Guia de rega30

4 - Nutrição das culturas 

Na fertilização tradicional os adubos,necessários ao desenvolvimento dasculturas, são incorporados ao solo em

adubações de fundo, sendo mais tardecomplementadas com a aplicação decoberturas, normalmente com base noazoto, na forma de adubos granuladosou cristalizados.Com a fertirrega, a adubação de fundo émenos importante e a totalidade ou, oque é mais normal, parte dos adubossão fornecidos em simultâneo com a

água de rega (fertirrega) ao longo dociclo cultural, respeitando tanto quantopossível as necessidades das plantas etendo em atenção as maiores ou

menores exigências dos diferentesnutrientes, ao longo desse mesmo ciclo.

4.1 - Influência da solução do solo nosequilíbrios minerais

A absorção de um dado ião éfortemente influenciada:• Pela concentração desse mesmo ião

no meio;• Pela presença simultânea de outros

iões.A presença de determinados iões emdiferentes concentrações num meiopode influenciar a absorção de um dadoião por parte da planta. Por outro ladodois iões podem entrar em competiçãopelos pontos de fixação implicados na

absorção mineral.No quadro XVIII indicam-se osprincipais “antagonismos”   (menorassimilação) e “sinergismos”  (aumentoda assimilação) observados, aquando daassimilação dos nutrientes.Temos ainda que atender ao facto dosolo funcionar como suporte e armazémda água e elementos nutritivos a

fornecer às plantas.Se num solo aumentamos aconcentração de um determinado catião,provocamos um desequilíbrio na suasolução, que dá origem à fixação de unse ao desprendimento de outros. Algunscatiões são absorvidos com maiorintensidade que outros, resultando porisso mais difícil a sua substituição poroutro ião. Assim temos, por ordem

Quadro XVII

Elemento (Símbolo) mg / l

Alumínio Al 5,00Arsénio As 0,10Berílio Be 0,10Cádmio Cd 0,01Cromo Cr 0,10Cobalto Co 0,05Cobre Cu 0,20Flúor F 1,00

Ferro Fe 5,00Chumbo Pb 5,00Lítio Li 2,50Manganês Mn 0,20Molibdénio Mo 0,01Níquel Ni 0,20Selénio Se 0,02Vanádio V 0,10Zinco Zn 2,00

Fonte : Environmental Studies Board, NatAcad. Of Sci. Nat. Acad. of Eng.Water Quality Criteria, 1972

Page 32: Fertirrega Horticultura 1

7/21/2019 Fertirrega Horticultura 1

http://slidepdf.com/reader/full/fertirrega-horticultura-1 32/58

  Fertirrega em horticultura

Guia de rega31

crescente de intensidade de absorção:Na+, NH4, K+, Mg++  e Ca++, ocupandoos micronutrientes Zn++, Cu++, Mn++  eFe++  uma posição intermédia entre oMg++ e o Ca++.A capacidade que um solo tem pararetenção dos catiões de troca designa-sepor “capacidade de troca” , sendo

maior em solos argilosos ou ricos emmatéria orgânica do que nos pobresneste elemento ou nos muito arenosos.Por sua vez os aniões presentes nasolução do solo, sulfatos (SO4=),cloretos (Cl-), fosfatos (PO4=), eNitratos (NO3-) não são atraídos pelocomplexo de troca pois têm, tal comoele, carga negativa.

Como consequência os nitratos ecloretos são facilmente arrastados pelaágua de rega, perdendo-se porpercolação profunda. Os sulfatos e

fosfatos em solos ácidos, podem reagircom hidróxidos de ferro e alumínio,formando compostos insolúveis queprecipitam, mas em solos neutros oualcalinos os sulfatos são bastantemóveis e os fosfatos são absorvidospelo complexo através da associação aocálcio e ao magnésio. Por isso, e apesarda pouca mobilidade dos fosfatos, com

rega localizada, produz-se fixaçãoiónica de troca, de tal modo que pordifusão vão ficando ao alcance dasplantas.Do exposto se depreende ser necessárioelaborar planos de fertilização queconsiderem os parâmetros atrásmencionados, programando afertilização, procurando que a água

tenha um pH dentro dos valoresrecomendados e tendo presente que ossolos com forte poder de retençãopermitem uma maior fixação doscatiões e da água de rega, ao contráriodos solos arenosos e com pouca matériaorgânica. Assim, nestes últimos, aaplicação da água e adubos deveefectuar-se de modo repartido efrequente, sob pena de perdermos porarrastamento, grande parte da água edos iões nela contidos.

4.2 - Fertilizantes

A prática da fertilização exige umconhecimento básico sobre a utilizaçãodos adubos a aplicar.

Quadro XVIIIAssimilaçãodo Ião Antagonismo Sinergismo

NH4 

Mg, Ca, K,

Mo

Mn, P, S,

ClNH3  Fe, Zn

Ca, Mg,K, Mo

PCu, Zn, ( K,Fe, Zn)

Mo, (Mg)

KCa, Mg,(Bo, Mg)

Mn*,( Fe)

Ca (K, Fe, Mg) Mn**Mg Ca, K  Mo

Fe Cu, ZnZn CuCu Zn, MoMn Zn, Ca, MoNa (Mg, Ca)HCO3  (Fe)SO4  (Ca) (Na)* Solos ácidos; ** Solos alcalinosFonte: Burt, et all., 1998 e Pizarro, F “Riegos

localizados de alta frequência”

Page 33: Fertirrega Horticultura 1

7/21/2019 Fertirrega Horticultura 1

http://slidepdf.com/reader/full/fertirrega-horticultura-1 33/58

  Fertirrega em horticultura

Guia de rega32

Os adubos são sais que a água podedissolver, em maior ou menorproporção, e que contribuem para lhemodificar tanto o valor de pH como o

da condutividade (CE).Como já tivemos ocasião de referir, asoma da CE  da “ÁGUA de REGA +ADUBOS” não deve superar os 2-3mmhos/cm (1,28 a 1,92 g/l) e o pHdeve ser inferior a 6,5. Com pH acimadeste valor podem ocorrer precipitaçõesde alguns elementos, especialmente se ocálcio está presente (carbonatos,

hidróxidos, fosfatos).Para evitar a salinização da água derega os fertilizantes devem aplicar-se deforma fraccionada. Este fraccionamentoresulta ainda mais vantajoso no casodos adubos azotados, e mesmo dospotássicos ou ricos em magnésio, emespecial nos solos arenosos, onde asperdas por lixiviação poderiam ser

elevadas, dado o fraco poder deretenção deste tipo de solos.

Partindo do princípio de que dispomosde uma boa instalação, com adubador eoutros componentes resistentes aosácidos, podemos utilizar qualqueradubo suficientemente solúvel, desdeque se respeitem as características decada um podendo utilizar-se tanto osadubos sólidos solúveis como os aduboslíquidos.Resumidamente os requisitos a respeitarpara a utilização de adubos na fertirregadas culturas são:• Serem perfeitamente solúveis em água

com o objectivo de evitar obstruções,tendo em atenção a compatibilidade

dos adubos uns com os outros e com aprópria água de rega;

• Serem puros. As impurezas na soluçãofertilizante, sejam elas da água de rega

sejam de produtos químicos a elaincorporados, provocam obstruçõesnos sistemas de rega, que podemreduzir de forma notável a eficiênciada fertirrega, com efeitos negativossobre a produção;

• Ter em atenção a salinidade etoxicidade produzida ou induzidapelos adubos. Ao calcular as doses a

aplicar não se devem superar osvalores admissíveis de salinidade outoxicidade de certos iões quando aconcentração na água de regaultrapassa determinados limites;

• Na medida do possível os adubos nãodevem ser de manuseamento perigoso,nem corrosivos para os materiais einstalações. Estas questões devem

considerar-se quando se utilizemácidos para combater os entupimentosou fornecer nutrientes.

Com solos desequilibrados e águas derega que contenham quantidadeselevadas de nitratos, cálcio e magnésio,como acontece em algumas zonas doAlgarve, é importante que a fertilização

tenha em atenção os nutrientesregistados nas análises ao solo e à águade rega. Por esse motivo damospreferência à utilização de adubossimples, razão pela qual nãorecomendamos o uso de aduboscompostos, sólidos ou líquidos,fabricados na maioria das vezes combase em equilíbrios que não

Page 34: Fertirrega Horticultura 1

7/21/2019 Fertirrega Horticultura 1

http://slidepdf.com/reader/full/fertirrega-horticultura-1 34/58

  Fertirrega em horticultura

Guia de rega33

contemplam os elementos fornecidospela água e pelo solo.

4.2.1 - Função dos elementos

nutritivos

São dezasseis os nutrientes essenciaispara o desenvolvimento das plantas. Ocarbono, oxigénio e hidrogénio são

absorvidos directamente do ar e da águade rega. Os restantes, azoto, fósforo,potássio, enxofre, cálcio, magnésio(Macronutrientes), ferro, cobre,manganês, zinco, molibdénio, cloro eboro (Micronutrientes) podem existir nosolo e na água. Quando não existam naquantidade suficiente às exigências das

plantas é necessário aplica-los sob aforma de adubos.Em geral os adubos contendo azoto,fósforo, potássio, cálcio e magnésio são

aqueles que, na maioria dos casos, énecessário aplicar às culturas instaladasno solo.No quadro XIX apresentam-se algumascaracterísticas dos adubos que, com

maior frequência, se utilizam emfertirrega.

4.2.1.1 - Macronutrientes

 Adubos azotados  – São consumidospelas plantas, em quantidades elevadas,ao longo do ciclo vegetativo o que

Riqueza em nutrientes (%)Solubilidade

(g/l)Fertilizante

N P2O5  K2O S MgO Ca 0ºC 20ºC

pH

(1 g/l)

CEmmhos/cm

(1g/l)

Densidade Reacção

Nitrato deAmónio

33,5 00 00 00 00 1180 1920 5,6 0,94 0,00 A

Sulfato deAmónio

21 22 700 760 5,5 2,14 A

Ureia 46 667 1033 5,8 <0,01 N/A

Acido Nítrico(56%)

12,6 2,65 3,33 1,33 A

FosfatoMonoamonio

12 61 227 384 4,9 0,80 A

AcidoFosfórico(75%)

54,3 2,85 1,84 1,57 A

Nitrato depotássio

13 46 130 316 7,0 1,26 N/B

Sulfato depotássio

50 17 74 111 7,1 1,42 B

Nitrato deCálcio

15,5 19 1020 1220 5,87 1,11 A

Nitrato deMagnésio

11,0 15,7 279 1330 5,43 0,86 A

Sulfato deMagnésio

12 16 600 700

(A ) Acida ; (B) Alcalina; (N) Neutra 

Quadro XIX – Características de alguns adubos para utilização em fertirrega

Page 35: Fertirrega Horticultura 1

7/21/2019 Fertirrega Horticultura 1

http://slidepdf.com/reader/full/fertirrega-horticultura-1 35/58

  Fertirrega em horticultura

Guia de rega34

aliado ao seu fácil arrastamentorecomenda uma aplicação muitofraccionada.A sua absorção é diminuta até à

floração incrementando-se depois deforma acentuada. O Azoto contribuipara o rápido desenvolvimento davegetação, sendo essencial para seobterem elevadas produções.Quando em excesso pode provocaratrasos na maturação dos frutos,predispor aos ataques de pragas edoenças, provocar o alongamento dos

entre-nós e debilidade das plantas, bemcomo diminuir o poder de conservaçãoe a resistência ao transporte.Da nossa experiência na região doAlgarve, somos levados a concluir queos horticultores utilizam os adubosazotados em excesso, facto que éconfirmado pelas análises de solo eáguas de rega.

 Adubos fosfatados  – São consumidospelas plantas em menores quantidadesdo que os adubos azotados, acentuando-se as necessidades das plantas na faseque vai da plantação ao vingamento dosfrutos. A sua aplicação é importantepara o desenvolvimento das raízes e asua presença contribui para o aumentoda quantidade e qualidade dos produtos,actuando de forma positiva sobre afloração, vingamento e maturação dosfrutos.A época da sua aplicação ao longo dociclo cultural é indiferente, sendotodavia importante criar uma riquezasuficiente de fósforo junto ao bolbohúmido. Este facto, conjugado com ofacto de apresentarem baixa mobilidade

no solo, com perdas por lixíviaçãodiminutas, permite que se apliquemmaiores quantidades na adubação defundo e menos fraccionados na água de

rega.Com fertirrega há uma ligeira acidez nobolbo, devido à aplicação de aduboscom reacção ácida, que facilita aassimilação pelas plantas e amobilidade do fósforo.Quando em excesso pode induzircarências (Cu, Zn; Fe).Ao contrário dos azotados, os adubos

fosfatados são insuficientementeutilizados pela maioria dos horticultoresalgarvios.

 Adubos potássicos – O seu consumo éelevado sendo assimilados pelas plantasao longo do ciclo vegetativo e, de formamais intensa, nas fases da floração e“engrossamento” dos frutos.

Contribuem para aumentar a resistênciadas plantas às doenças, melhorar aqualidade e quantidade de da produção,influindo ainda na assimilação do azotoe no acelerar da maturação dos frutos. Asua falta contribui para reduzir o calibree as qualidades organolépticas dosfrutos.Juntamente com os azotados sãos osadubos mais utilizados em fertirrega nahorticultura moderna. Sendo o potássiomais móvel que o fósforo mas menosmóvel que o azoto, as perdas porlavagem, são menores e a suadistribuição no solo é mais uniforme, jáque se distribui lateralmente e emprofundidade, na zona do bolbo húmido

 junto aos gotejadores.

Page 36: Fertirrega Horticultura 1

7/21/2019 Fertirrega Horticultura 1

http://slidepdf.com/reader/full/fertirrega-horticultura-1 36/58

  Fertirrega em horticultura

Guia de rega35

Quando em excesso podem influir deforma indirecta sobre a absorção do Cae Mg, induzindo carências.

 Adubos com cálcio – Na maioria dasvezes são esquecidos, por agricultores etécnicos, possivelmente por se partir doprincípio de que, quer os solos quer aságuas de rega, contêm cálcio emquantidades suficientes. Em muitoscasos isso não se verifica, sendofrequentes os sintomas de carência e aocorrência de enfermidades fisiológicas

em algumas culturas (“Bitter-pit”, frutos rachados, podridões apicais),como seja o caso das maçãs, tomate,pimento, morangos e alfaces. Estasituação pode ocorrer quando o cálcionão se encontra presente na solução dosolo ou, existindo, estar sob forma nãoassimilável pelas culturas.As deficiências ocorrem especialmente

em solos muito ácidos ou em solosarenosos. Concentrações elevadas deNa, K ou Mg, na água de rega podeminduzir carências de cálcio. Nestascondições o pouco cálcio assimiladopela planta concentra-se nas folhaspodendo os frutos sofrer gravesdeficiências.A presença de cálcio favorece ocrescimento dos tecidos meristemáticos,mas quando em excesso, contribui parareduzir as disponibilidades do P, K, Fe,Zn e B, podendo ocorrer carências.

 Adubos com Magnésio – Por razõesidênticas às referidas anteriormente, emmuitos casos, não se dá a devidaimportância à aplicação destes adubos.

Sendo o Magnésio um elementoessencial e abundante pode ocorrer asua deficiência em regadios com águade barragem, nos solos ácidos e nos

solos arenosos ou muito caliços. Aságuas ricas em sulfatos e potássiotambém restringem a absorção do Mg.O magnésio é um elementofundamental na composição dospigmentos da clorofila e é importantenos fenómenos da fecundação.Quando em falta podem ocorrercarências nas culturas, caso do pepino,

com sintomas muito característicos nasfolhas mais velhas.Em excesso produz frutos com elevadaacidez e maturação tardia.

4.2.1.2 - Micronutrientes

Na agricultura tradicional não se lhesdava muita importância, sendo pouco

utilizados.Na verdade as plantas consomem-nosem quantidades reduzidas e tanto o solocomo a água de rega dispunham deníveis suficientes para as exigências dasculturas, pelo que só em casos pontuais,com culturas mais exigentes ou solosmuito explorados, esse problema sepunha.Com a rega localizada, muitas vezesusando águas de barragem mais puras eisentas de sais, as raízes das plantaspassam a explorar um volume reduzidode solo. Nestas condições adisponibilidade dos micronutrientesesgota-se com mais rapidez, tornandonecessária a sua aplicação em fertirregaou por via foliar.

Page 37: Fertirrega Horticultura 1

7/21/2019 Fertirrega Horticultura 1

http://slidepdf.com/reader/full/fertirrega-horticultura-1 37/58

  Fertirrega em horticultura

Guia de rega36

Todavia não se devem utilizar osmicronutrientes de formaindiscriminada, mas sim quando hajauma necessidade comprovada, pois é

fácil, passar do estado de carência aoaparecimento de sintomas detoxicidade.

 Enxofre - As Raízes das plantasabsorvem o enxofre na forma de SO4

=,podendo também ser absorvido pelosestomas das folhas, em pequenasquantidades, directamente da

atmosfera.O enxofre é essencial para a síntese dasproteínas, é importante na formação dosnódulos das raízes das leguminosas eestá presente nos compostos oleososque determinam os aromascaracterísticos de plantas como a cebolae o alho.A deficiência neste elemento provoca

nas folhas jovens uma coloração verde-claro a amarelada, por vezes comredução do seu tamanho. Também podeprovocar atrasos na maturação.O enxofre tem uma acção acidificanteno solo que facilita a acção do ferro edo manganês. A existência de cloropode bloquear a assimilação do iãoSO4

= pelas raízes.

 Ferro – É absorvido pelas plantas naforma de ião ferroso Fe++  e a suapresença é requerida para a síntese daclorofila nas células vegetais. Funcionaainda como activador de processosbioquímicos como a respiração, afotossíntese e a fixação simbiótica doazoto.

A carência de ferro afecta as folhas,provocando clorose entre as nervurasdas folhas jovens que ficam com umacor amarelada. As nervuras, salvo casos

muito severos, apresentam-se verdes.As carências em ferro são comuns emmuitas regiões do Algarve, aparecendoespecialmente nos solos alcalinos, comelevados teores de carbonato de cálcio,e nos solos húmidos e pouco arejados.Para a sua correcção aconselha-se o usoquelatos, que devem ser escolhidos deacordo com o pH do solo.

 Zinco – É absorvido pelas plantas naforma do ião Zn++ sendo a sua presençaimprescindível para a formação daclorofila. Intervém ainda comoactivador de algumas funçõesimportantes e participa na formação dasauxinas e hormonas de crescimento. Acarência de zinco provoca o

aparecimento de folhas mais pequenasque o normal, com um ponteadoclorótico entre as nervuras, conservandoas nervuras principais e secundárias asua cor verde. O crescimento da plantapode ser afectado, há menor formaçãode gemas frutícolas e, nos citrinos, osfrutos ficam mais pequenos e de coramarelada.A aplicação de sulfato de zinco por viafoliar pode solucionar o problema.

 Manganês – A sua absorção pela plantadá-se principalmente na forma do iãoMn++.Conjuntamente com o ferro éimportante na formação da clorofila eactua como catalizador em muitosprocessos enzimáticos.

Page 38: Fertirrega Horticultura 1

7/21/2019 Fertirrega Horticultura 1

http://slidepdf.com/reader/full/fertirrega-horticultura-1 38/58

  Fertirrega em horticultura

Guia de rega37

Os sintomas de carência, que se podemconfundir-se com os de zinco,provocam cloroses amareladas entre asnervuras das folhas jovens que não

chegam à borda das folhas. Nas folhasadultas os sintomas são menosfrequentes.Em concentrações elevadas podeinduzir a deficiência de ferro.Esta carência, tal como a de zinco, éfrequente na cultura dos citrinos sendorecomendável, para correcção deambas, a aplicação conjunta de sulfato

de manganês e sulfato de zinco narebentação de primavera.

Cobre – As plantas podem absorve-loem forma de iões cuproso Cu+ e cúpricoCu++. Intervém na formação daclorofila, sendo um activador de váriasenzimas das plantas e desempenha umafunção importante na síntese da

vitamina A. A deficiência em cobreinterfere com a síntese das proteínas.No geral não são de temer carênciasmas a sua falta pode originar aformação de bolsas com exsudaçõesgomosas (citrinos), achaparrado dasplantas, murchidão e morte do ápice dasfolhas.Este elemento deve manter-se no soloem equilíbrio com o ferro. O excesso decobre provoca uma maior oxidação doferro, que passa a formas insolúveis. OCobre pode ser muito tóxico, mesmo aníveis baixos, não se recomendando asua aplicação salvo em casos decomprovada necessidade.

 Molibdénio – É absorvido pelas plantasna forma do ião molibdato MoO4

=.

A sua presença é necessária para asplantas poderem utilizar o azoto.Quando em falta as plantas ficamachaparradas, com pouco vigor e as

folhas podem apresentar enrolamento equeimaduras marginais.Ao contrário dos outros elementos a suacarência acentua-se nos solos ácidos. Apresença de fósforo no solo provoca alibertação de molibdénio assimilável.As carências de molibdénio corrigem-secom aplicações de molibdato de sódio.

 Boro  – É absorvido pelas plantas naforma do ião borato BO3=. A sua função

nas plantas tem a ver com adiferenciação das célulasmeristemáticas, regulando também ometabolismo dos carbohidratos. Talcomo o cálcio, quando assimilado, nãose dissemina no interior das plantasrequerendo-se por isso uma aplicação

continuada em todas as zonas decrescimento.As carências de boro impedem onormal crescimento terminal. Formam-se gomos laterais, ficando as plantascomo no caso dos craveiros, com oaspecto de “vassouras de bruxa” . Asfolhas ficam cloróticas com aspectobronzeado, coriáceas, enroladas e emalguns casos deformadas. A polinizaçãoé afectada e há menor floração. Podehaver queda excessiva de frutos queficam com casca grossa e menordiâmetro.Para tratar esta carência podemosaplicar o ácido bórico (bórax).

Cloro  – O cloro é absorvido pelasplantas na forma do ião cloreto Cl-,

Page 39: Fertirrega Horticultura 1

7/21/2019 Fertirrega Horticultura 1

http://slidepdf.com/reader/full/fertirrega-horticultura-1 39/58

  Fertirrega em horticultura

Guia de rega38

sendo necessário para a realização dafotossíntese. Apresenta grandemobilidade no interior da planta,imigrando com facilidade para as partes

de maior actividade fisiológica.A dificiencia neste elemento é rara, poisexiste em abundância na natureza,sendo a sua função nas plantas aindamal conhecida, embora se considereessencialOs sintomas da deficiência em cloropodem passar pela murchidão seguidade cloroses, ramificação excessiva das

raízes laterais, bronzeado das folhas. Oexcesso de cloro, preocupa-nos mais

podendo as folhas apresentar uma cormais clara, manchas e necrosemarginais assim como um princípio deenrolamento. As folhas ficam tambémmais pequenas.

5 - Soluções Nutritivas

As soluções nutritivas para fertirregasão em geral obtidas a partir de

soluções concentradas, tambémconhecidas por  “Soluções Mãe”   quedepois se incorporam na água de regapor intermédio de adubadores /injectores de adubo.

Previamente há que determinar quais osnutrientes e a quantidade, de cada umdeles (Quadro XX), que é necessário

para o cálculo das soluções nutritivas ainjectar no sistema de rega. Na

preparação das soluções nutritivasdevemos considerar em especial osseguintes parâmetros:

Quadro XX - Exportações de Macronutrientes(*) de algumas culturas hortícolas

CulturaProdução

(t/ha)N

(g/m2)P2O5(g/m2)

K2O(g/m2)

CaO(g/m2)

Mg O(g/m2)

Tomate 91,0 27,0 9,5 51,6 25,5 8,1

Melão 54,7 23,3 10,0 41,7 32,7 7,8Pimento 53,5 22,6 7,9 32,5 15,3 4,4Pepino 143,9 29,6 15,9 53,0 21,3 6,1Feijão 23,6 18,0 4,9 16,5 16,3 3,0Morango 36,6 22,2 12,6 32,2 10,5 3,7Couves 42,2 20,27 6,29 17,9 13,1 1,8Abóboras“Courgettes”

46,5 15,3 6,4 23,1 7,7 5,5

Melancia 46,1 12,1 8,9 19,8 13,2 3,8

Alface 41,6 12,1 4,9 22,2 7,2 2,4(*) – Valores médios obtidos com base em pesquisas bibliográficas, de diferentes autores. Estes dados têm um

cáracter orientativo, podendo tomar-se como referência nos casos em que não se disponha de valores reais das

exportações da cultura

Page 40: Fertirrega Horticultura 1

7/21/2019 Fertirrega Horticultura 1

http://slidepdf.com/reader/full/fertirrega-horticultura-1 40/58

  Fertirrega em horticultura

Guia de rega39

a) Na solução devem estar presentes osnutrientes necessários à planta(basicamente nitratos, sulfatos, fosfatos,potássio, cálcio e magnésio);

b) Na escolha dos adubos é importanteatender à solubilidade, disponibilidadedos elementos nutritivos, índice desalinidade, iões tóxicos e custo dosfertilizantes;c) A natureza dos sais para veicular osnutrientes à solução não deve provocarinteracções entre eles, isto é, os saisdevem ter grande solubilidade, e

quando misturados na água de regadevem ser compatíveis entre si;d) O mais correcto será dissolverprimeiro os adubos mais solúveis eácidos e depois os outros. Os nitratos ea ureia que produzem reacçãoendotérmica devem aplicar-se no final;e) Se possível, especialmente se não sedispõe de agitador, os adubos devem ser

previamente dissolvidos num balde comágua. Esta diluição será depois vertidano tanque da “Solução Mãe” , que deveestar meio de água, atestando depoiscom água até perfazer o volumeprevisto;f) Devido à incompatibilidade do cálciocom fosfatos e sulfatos, sempre que sejanecessário aplicar o cálcio emsimultâneo com estes adubos, seránecessário preparar, em tanquesseparados, no mínimo, duas “SoluçõesMãe”, podendo então incluir-se em cadatanque, de acordo com as necessidades,todos ou alguns dos seguintes adubos:

Tanque A – pH < 2• Água• Acido nítrico (correcção do pH)

•  Fosfatos  (acido fosfórico, fosfato deamónio)

• Sulfato de potássio, Sulfato de

 magnésio, Sulfato de amónio

• Nitrato de potássio, Nitrato de amónio• Micronutrientes (* Com pH < 3 não se

pode adicionar ferro)(Nunca o Cálcio)

Tanque B – 3< pH < 6• Água• Acido nítrico (correcção do pH)•  Nitrato de cálcio, Nitrato de potássio,

Nitrato de magnésio, Nitrato deamónio

• Quelatos de ferro (eventualmenteoutros micronutrientes)

Com águas de pH > 7 o ideal seriadispor de um terceiro tanque, com ácidonítrico diluído, para controlo do pH dasolução nutritiva final. Com águas

ácidas (pH <5,5), usaríamosbicarbonato de potássio no lugar doácido nitríco.g) As “Soluções Mãe”   devem serpreservadas da luz, com o objectivo deevitar a formação de algas, e renovar-secom intervalos não superiores a 5 dias.h) O pH da solução final deve ser ácido,podendo situar-se entre 5,5 e 6,5, para

evitar precipitações nas formas decarbonatos, fosfatos ou sulfatos decálcio.i) Na solução diluída, que chega àsplantas, o potencial osmótico deve serligeiramente superior ao do solo masinferior ao da planta.

Page 41: Fertirrega Horticultura 1

7/21/2019 Fertirrega Horticultura 1

http://slidepdf.com/reader/full/fertirrega-horticultura-1 41/58

  Fertirrega em horticultura

Guia de rega40

 A compatibilidade dos fertilizantes a aplicar em fertirrega  – Os fertilizantessão sais, que em contacto com a água sedissociam formando iões, que podem

interagir na solução e precipitarformando compostos insolúveis. Asinteracções mais comuns são:

Ca +++SO4= →CaSO4 (precipitado)Ca +++HPO4=→CaHPO4 (precipitado) Mg +++SO4= →MgSO4 (precipitado)

Daqui resulta que quando se juntam

dois ou mais adubos numa solução épossível a reacção dos compostos que oformam. Em geral não se devemmisturar adubos com elevada % decálcio (nitrato de cálcio) com adubosfosfatados (ácido fosfórico,fosfatomonoamónio) pois forma-sefosfato de cálcio que obstrui osemissores. Igual problema se pode pôr

quando se usam águas duras, comelevados teores de cálcio, e se pretendeincorporar fósforo na fertirrega.A preparação de soluções com nitratode cálcio e sulfatos (amónio, potássio,magnésio) sãos outras misturas a evitar.Em águas ricas em bicarbonatos decálcio e magnésio, ou sulfato de cálcio,podem ocorrer também problemas se osiões destes elementos ficareminsolúveis, por serem superiores aopermitido para os valores de pH etemperatura da água de rega.Nestas condições os nutrientes podemficar indisponíveis para as plantas eprovocar obstrução dos emissores derega.O ideal, antes de aplicar uma soluçãonutritiva, será fazer testes de

compatibilidade e solubilidadecolocando os fertilizantes a utilizar numbalde com a mesma água que se utilizana rega, para testar se aparecem

precipitados ou turvação na soluçãonutritiva final. Depois esperamos cercade duas horas, sendo possível queocorra uma das seguintes situações:• Os fertilizantes dissolvem-se e não

deixam resíduos;• Forma-se um precipitado que se

deposita no fundo. Neste caso,tomando precauções, pode injectar-se

a solução transparente evitando detodo as impurezas do fundo, quepoderiam entupir os emissores.

• Forma-se precipitado no fundo edeixam a água turva. Nestas condiçõesdevemos verificar se há algum erro namistura, não se recomendando a suainjecção no sistema de rega.

Também os micronutrientes podem

reagir com os sais da água de rega,formando precipitados, pelo que éaconselhável a sua aplicação, via foliar,na forma de quelatos.Por vezes é ainda necessário injectar nosistema de fertirrega outros produtos,nomeadamente para limpeza dosemissores. Nestes casos é de evitar amistura de ácidos (nítrico, sulfúrico,

fosfórico) com hipoclorito de sódio(lixívia) já que pode haver libertação degases tóxicos.No quadro XXI indicam-se ascompatibilidades e incompatibilidadesde alguns adubos usados com maisfrequência em fertirrega.

Page 42: Fertirrega Horticultura 1

7/21/2019 Fertirrega Horticultura 1

http://slidepdf.com/reader/full/fertirrega-horticultura-1 42/58

Page 43: Fertirrega Horticultura 1

7/21/2019 Fertirrega Horticultura 1

http://slidepdf.com/reader/full/fertirrega-horticultura-1 43/58

  Fertirrega em horticultura

Guia de rega42

Para o controlo do pH, da solução ou da

água de rega, existem hoje aparelhos apreços acessíveis e fáceis de operar, nãosendo em muitos casos necessáriorecorrer ao laboratório para estaoperação.Refira-se a propósito que a aplicação emanejo de ácidos exige a tomada deprecauções dado serem produtoscorrosivos, que podem causar

queimaduras e danificar as peçasmetálicas de rede de rega.Com estas tabelas conseguimos umrigor elevado mas, este modo de actuarnem sempre resulta prático.Quando se observam muitas curvas deneutralização das águas verifica-se quehá uma inflexão da curva quecorresponde à neutralização total dosbicarbonatos existentes na água, que seregista aproximadamente quando o pHatinge o valor 5,5. Este facto permiteutilizar outro método, mais simples eprático, com base no seguinte:- osbicarbonatos são neutralizados pelosácidos “equivalente a equivalente” ouseja 1 equivalente de bicarbonato é

 neutralizado por um equivalente de ácido.  Assim conhecido o valor dos

bicarbonatos da água é fácil calcular aquantidade de ácido a juntar à mesmapara que fique com um pH de 5,5 a 6.Na prática deixamos 0,5 meq de

bicarbonatos sem neutralizar para evitardescidas bruscas do pH.

5.1 - Aplicação das soluçõesNutritivas

Culturas no solo - Nas culturas quedecorrem no solo, como atrás referimos,é normal efectuar uma adubação de

fundo de modo a deixar este com umnível de fertilidade adequado ao bomdesenvolvimento das culturas. Trabalhando com culturas protegidas ouculturas de ar livre, que decorram emcondições semelhantes (rega localizadae fertirrega), o “Laboratório Rebelo daSilva”   recomenda que as fertilizaçõestenham por base a análises do solo pelo

método de extracção com águadestilada, na proporção solo: água - 1:5p/v.Nestas condições, antes da fertirregacom as soluções nutritivas, é feita umaadubação de fundo, que terá em linha deconta tanto a falta como o excesso denutrientes existentes no solo, queprocura deixar o solo dentro dosparâmetros seguintes:

Azoto mineral (Nmin) 30 – 50 ppmFósforo (P2O5) 21 – 30 ppmPotássio (K2O) 60 – 120 ppmCálcio (Ca) 56 – 175 ppmMagnésio (Mg) 21 – 30 ppm.

Antes de aplicar a solução nutritivaconcentrada, -“Solução Mãe”-

Figura 8 – Tabela de acidificação(água de rega do Patacão)

Page 44: Fertirrega Horticultura 1

7/21/2019 Fertirrega Horticultura 1

http://slidepdf.com/reader/full/fertirrega-horticultura-1 44/58

  Fertirrega em horticultura

Guia de rega43

previamente preparada com base nasunidades fertilizantes a usar em cadafase da cultura, é importante observar asseguintes normas:

• No início do ciclo vegetativo asnecessidades em água e fertilizantessão diminutas, aumentandoprogressivamente conforme odesenvolvimento da cultura;

• Partindo do princípio de que foiefectuada uma correcta adubação defundo, o solo está suficientementefértil pelo que a fertirrega poderá

iniciar-se 15 dias a um mês após aplantação (ou sementeira);• Após o início da fertirrega o ideal será

fornecer os adubos, necessários aobom desenvolvimento da cultura,efectuando aplicações diárias. Comoisso nem sempre é prático, devemosno mínimo procurar efectuar uma aduas aplicações semanais;

• A “Solução Mãe”- será previamentediluída na água de rega, de modo aevitar que a salinidade da soluçãonutritiva que chega ás plantas (água derega + adubos da solução concentrada)exceda os valores já anteriormenterecomendados (2-3 mmhos/cm).

A aplicação de alguns dos princípios

acima referidos às condições reaistorna-se por vezes difícil em virtude danatureza dos solos, da qualidade daságuas de rega e da quantidade, porvezes elevada, de nutrientes a aplicarem especial nas culturas que decorramnas épocas de Outono/Inverno e emsolos de textura argilosa.

Para ultrapassar esta situação podeproceder-se da seguinte forma:

1ª HIPOTESE

a) Aplicar em adubação de fundo aquantidade de fósforo e potássiorecomendada pela análise mais atotalidade de fósforo e 1/3 do potássio,correspondente à exportação da culturaa instalar;b) Aplicar na fertirrega os restantesnutrientes. Se houver necessidade de

corrigir o pH da solução, utilizar ácidonítrico, que actuará também comoadubação azotada.

2ª HIPOTESE

a) Aplicar em adubação de fundo aquantidade de fósforo e potássiorecomendada pela análise, mais a

totalidade do fósforo e ½ do potássiocorrespondente às exportações dacultura a instalar;b) Aplicar na fertirrega os restantesnutrientes. Se houver necessidade decorrecção do pH da solução utilizarácido fosfórico que actuará comoadubação fosfatada.

3ª HIPOTESE

a) Aplicar em adubação de fundo oselementos recomendados pela análisemais as seguintes % do total dasexportações da cultura a instalar:

• Fósforo 50 a 80 %• Potássio 20 a 30 %• Magnésio 50 a 80 %

Page 45: Fertirrega Horticultura 1

7/21/2019 Fertirrega Horticultura 1

http://slidepdf.com/reader/full/fertirrega-horticultura-1 45/58

  Fertirrega em horticultura

Guia de rega44

Quadro XXII – Valores de referência das soluções nutritivas (mmol/litro)

Cultura NO3-

  NH4+

  H2PO4-

  K+

  Ca++

  Mg++

  SO4=

  Na++

  Cl-

  HCO3(**)

  Microsg/m3  CE(*)mS/cm

pH

Tomate 10-11 0,5-0,75 1,5-2,0 5,5-7,0 4,25-5,5 2,0-2,5 1,5-2,5 <6 <6 0,5 20-30 +1-2 5,5

Melão 14-15 0,5 1,5-1,75 5,5-6,5 5,5-4,8 2,5-1,75 3,0-1,5 <6 <6 0,5 20-30 +1,5-2 5,5

Pepino 14 0,5 1,25 5,80 4,8 1,75 1,5-2,0 <6 <6 0,5 20-30 +1-1,5 5,5

Pimento 12-14 0,5 1,0-1,25 4,0-5,5 4,25-6,5 1,5-2,0 1,5-2,5 <6 <6 0,5 20-30 +1-1,5 5,5

Melancia 12-13 0,5 1,5-1,6 5,0-5,5 4,0-5,0 2,0 2,0-2,5 <6 <6 0,5 20-30 +1-1,5 5,5

Feijão 10-11 0,5 1,3-1,5 5,0-5,5 4,0-5,0 1,5-2,0 1,5-20 <6 <6 0,5 20-30 +1-2 5,5

Courgette 10-14 0,5 1,3-1,5 6,0-6,5 4,0-5,0 1,5-2,0 1,5-2,0 <6 <6 0,5 20-30 +1-1,5 5,5

(*) – Valor a somar à CE da água de rega (**) – 0,5 mmol sem neutralizar

• Cálcio 80 a 100 %b) Aplicar na fertirrega os restanteselementos, escolhendo adubos muitosolúveis, recorrendo sempre que

necessário ao ácido fosfórico e nítricopara baixar o pH e fornecer nutrientes.

Em relação aos micronutrientes aaplicação deverá efectuar-se, depreferência por via foliar, para maisfácil e rápida absorção dos nutrientespela planta e evitar acumulaçõesexcessivas no solo. Na escolha dos

produtos dá-se preferência às formasmais facilmente assimiláveis pelasplantas, sendo em muitas situações

 justificável a escolha de formasquelatadas.Se a opção for pela aplicação emfertirrega recomenda-se o uso deprodutos comerciais, denominados“complexos de micronutrientes”   que

contêm todos os elementos necessáriosem proporções adequadas à maioria dasculturas. O uso isolado de 1 ou 2elementos não se recomenda poispodem produzir precipitados ealterações causadas por desequilíbriosentre eles.

Culturas em substrato - Neste caso osubstrato, que tem como finalidadeprincipal servir de suporte às raízes dacultura, é geralmente inerte ou muito

pobre em elementos nutritivos. Assimao programar a fertilização temos queatender ao facto da totalidade doselementos, macros e micros, seremforçosamente aplicados na fertirrega. Nestas condições a solução nutritiva écalculada de modo diferente do queacontece com as culturas no solo, ondeos cálculos têm, como referimos, por

base as exportações da cultura. Nasculturas em substrato procuramos dar àcultura uma solução bem equilibradacontendo todos os elementos nutritivos.Fruto da investigação, na literatura daespecialidade encontram-se dadosrelativos às soluções base maisadequadas a cada cultura. Na DirecçãoRegional de Agricultura e Pescas do

Algarve, em colaboração com aUniversidade do Algarve e o Centro deHidroponia temos realizado desde1993/4 numerosos ensaios, ondeutilizámos soluções nutritivas quetinham por base os equilíbrios nutritivosreferidos no quadro XXII.

Page 46: Fertirrega Horticultura 1

7/21/2019 Fertirrega Horticultura 1

http://slidepdf.com/reader/full/fertirrega-horticultura-1 46/58

  Fertirrega em horticultura

Guia de rega45

Para calcular os nutrientes a incorporarna “solução Mãe” recorre-se a tabelas

de dupla entrada (quadro XXIII).

Para o preenchimento destas tabelaspodemos seguir a seguinte sequênciametodológica:1.  Estabelecer quais os elementos

nutritivos, e em quantidade, aincorporar em cada litro de soluçãonutritiva base;

2.  Analisar a água de rega paradeterminar a qualidade e

quantidade dos elementos aiexistentes;

3.  Com base nos ácidos fosfórico enítrico ajustar o pH da solução,deixando 0,5 mmol/l semneutralizar;

4.  Ajustar os Macronutrientes(mmol/litro) e os micronutrientes(g/1000 litros);

(SEQUÊNCIA) 1 – pH2 – H3PO4

 

3 –Ca4 – NH4 NO3 5 – KNO3 6 – K2SO4 7 – MgSO4 8 - Micros

Quadro XXIII – Solução nutritiva para uma cultura de tomate

ANIÕES (mMol/l) CATIÕES (mMol/l) CE

NO 3-  H 2PO 4-  SO 4=  HC O 3-  Cl -  NH 4+  K +  Ca ++   Mg ++   Na +  pH mS/cm

ÁGUA DE REGA 0.07 ___ 0.2 6.7 2.3 ___ 0.05 2.4 1.3 1.9 7.5 0.8

SOLUÇÃO IDEAL 10.0 1.50 1.5 0.5 < 6 0 .5 5.50 4.5 2.0 < 6 5.5 1.0

VALORES PREVISTOS 9.93 1.50 1.3 6.2 ___ 0.5 5.45 2.1 0.7 ___ 1.8

FERTILIZANTES mMol/l

H 3PO4  1.50 1.50 -1.50

HNO 3  4.70 4.70 -4.70

Ca(NO3)2  2.10 4.20 2.1

KNO 3  0.53 0.53 0.53

NH 4NO 3  0.50 0.50 0.5

K 2SO 4  2.46 2.46 4.92

MgSO4  0.70 0.70 0.70

NH 4H 2PO 4  

KH 2PO 4 

Mg(NO 3)2 

CONSUM O REAL 9.93 1.5 3.16 -6.2 ___ 0.5 5.45 2.1 0.7

SOLUÇÃO NUTRITIVA FINAL 1.75mMol/l

10 1.5 3.36 0.5 2.3 0.5 5.5 4.5 2.0 1.9 5.5 2.09

Meq/l 10 1.5 6.72 0.5 2 .3 0.5 5.5 9.0 4.0 1.9

ANIÕES ∑∑∑∑   21.020

CATIÕES ∑∑∑∑   20.900

ppm ∑∑∑∑   2.066 620 145.5 645 30.5 81.6 9.0 214.5 180 96 43.7

Page 47: Fertirrega Horticultura 1

7/21/2019 Fertirrega Horticultura 1

http://slidepdf.com/reader/full/fertirrega-horticultura-1 47/58

  Fertirrega em horticultura

Guia de rega46

5.  Nas situações mais frequentespodemos seguir esta ordem naescolha dos nutrientes e adubos:1º Fósforo (H2PO4

-)

2º Cálcio (Ca (NO3)2 3º Amónio (NH4NO3 )4º Nitrato (KNO3) 5º Potássio (K2S04) 6º Magnésio (MgSO4) 7º Micronutrientes (25 g/ 1000 l);

6.  Calcular os quilos ou litros dosdiferentes adubos a utilizar parapreparar 1000 litros (1 m3) de

“Solução Mãe”   100 vezesconcentrada (quadro XXIV).

 Nota: Cada litro desta solução dá para preparar 100 litros de solução

nutritiva (1 litro sc + 99 litros de água

de rega) diluída pronta a ser aplicada

às plantas.

5.2 - Equipamentos para injecção dosnutrientes

A incorporação das soluções nutritivasna rede de rega é feita a partir de umaunidade de fertilização que,basicamente, será composta por: um

tanque para preparação da “Solução Mãe” , válvula de retenção que impeçao recuo dos fertilizantes, filtro à saídadas soluções concentradas,eventualmente um medidor de caudal eum equipamento de injecção dassoluções (adubadores).Estes equipamentos instalam-se nocabeçal, ou em distintos sectores de

rega. Além de permitirem incorporar àágua de rega os elementos nutritivos de

que as plantas carecem, possibilitam aaplicação de fungicidas, nematodicidas,herbicidas, ácidos para limpeza dosistema, etc. bastando para tal quesejam solúveis na água de rega.Daqui resultam numerosos benefíciostais como:

QUADRO XXIV - Fertilizantes para 1000 l de solução mãe 100 vezes concentrada 

Ácido Nítrico (37%) x 13,8 = litros

Ácido Nítrico (59%) 4.70 x 7,8 = 36.6 litros

Ácido Fosfórico (85%) 1.50 x 6,8 = 10.2 litros

Ácido Fosfórico (75%) x 8,2 = litros

Nitrato de Potássio 0.53 x 10,1 = 5.4 quilos

Nitrato de Cálcio 2.10 x 18,1 = 30.0 quilos

Nitrato de Amónia 0.50 x 8,0 = 4.0 quilos

Sulfato de Potássio 2.46 x 17,4 = 42.8 quilos

Sulfato de Magnésio 0.70 x 24,6 = 17.2 quilos

Fosfato monoamónio x 11,5 = quilos

Fosfato monopotássico x 13,6 = quilos

Nitrato de Magnésio x 25,6 = quilos

Complexo de micronutrientes 2.5 quilos

Page 48: Fertirrega Horticultura 1

7/21/2019 Fertirrega Horticultura 1

http://slidepdf.com/reader/full/fertirrega-horticultura-1 48/58

  Fertirrega em horticultura

Guia de rega47

- Distribuição uniforme e controlada de

elementos nutritivos e outros produtos

incorporados à água;

- Reduzida acumulação de sais no

terreno, devido às baixas doses deadubo aplicadas em cada rega;

- Rapidez na assimilação dos elementos

nutritivos pelas plantas;

- Menores encargos em mão-de-obra

devido ao facto destas operações serem

simultâneas à rega;

- Possibilidade de dosificar adubos,

ácidos, pesticidas etc., em proporção

com o volume de água.

Com vista a uma escolha cuidada, doequipamento mais adequado a cadasituação, a instalação destes elementos,deve ser precedida de um estudo prévioque tenha em atenção um conjunto defactores, de que destacamos:

- Prevenir a ocorrência de corrosão doequipamento de rega;

- O método de incorporação dos

adubos na água de rega;

- O volume de solução fertilizante a

incorporar;

- A concentração da solução

 fertilizante;

- A capacidade dos depósitos ou

tanques de fertilização;

- A precisão necessária das doses a

injectar;

- A pressão na rede de rega;

- A existência ou não de electricidade.

Os adubadores podem dividir-se nasseguintes classes:

- Tanques de fertilização

- Adubadores tipo Venturi

- Bombas Injectoras ou dosificadoras

5.2.1 - Tanques de fertilização

São constituídos por um depósitohermeticamente fechado, no interior doqual se coloca a solução nutritiva. Estedepósito pode ser metálico, de plásticoou em fibra de vidro e deve estarpreparado para resistir a pressões até 5 -6 kg/m2, bem como à corrosão, dosprodutos (adubos, ácidos etc.)

utilizados.A instalação do adubador faz-se emparalelo, com a tubagem principal darede de rega, mediante uma ligaçãodesignada por "by - passe". Na maioriados modelos existem dois tubos naparte superior. Um deles, que desce atéao fundo do depósito, proporciona aentrada da água tangencialmente às

paredes, provocando um movimento derotação que ajuda a dissolver os adubos.O outro tubo, que serve para saída dasolução nutritiva, penetra apenas algunscentímetros no interior do depósito.A saída de mais ou menos aduboconsegue-se fechando, mais ou menos atorneira do "by-passe", intercaladaentre a entrada e a saída do adubador.Alguns fabricantes fazem acompanhar oadubador de gráficos ou tabelas onde,entrando com a diferença de pressão,entre a entrada e a saída do depósito,dada por manómetros ai instalados, secalcula a quantidade de soluçãofertilizante incorporada à água de rega.A colocação de um corante ou adubosque vão colorir a solução nutritiva e umtubo de plástico transparente à saída,

Page 49: Fertirrega Horticultura 1

7/21/2019 Fertirrega Horticultura 1

http://slidepdf.com/reader/full/fertirrega-horticultura-1 49/58

  Fertirrega em horticultura

Guia de rega48

 Figura 10 - Esquema adubador Venturi

Rede

SoluçãoMãe 

1) Torneira2) Válvula de retenção3) Filtro 

também ajudam a reconhecer omomento em que todo o adubo foiincorporado à água de rega. Outroprocesso mais rigoroso consiste em

medir a condutividade, à entrada e àsaída, e ir verificando até que asmedições efectuadas depois da saída doadubador coincidam com a CE da águade rega.Estes adubadores são fáceis de utilizarmas são pouco rigorosos, dado que aconcentração de adubo na água de regavai diminuindo ao longo da rega, não

sendo por isso possível uma aplicaçãouniforme dos adubos (figura 9).

Funcionando pelo mesmo princípio,diferenças de pressão, existem tambémadubadores, mais rigorosos esofisticados, formados por doisdepósitos. Um deles é idêntico ao já

referido. O outro, que se coloca dentrodele, é constituído por um saco flexível.Neste caso a saída do adubo éprovocada pela “força” da água, quecirculando entre os dois depósitos, vaiempurrando, de cima para baixo, oadubo contido no interior do sacoflexível, obrigando então à saída dasolução nutritiva. Estes modelos vêm

providos de uma "cabeça"  componteiro regulável, que permite marcarcom rigor a quantidade de adubo aincorporar na água de rega.

5.2 2 - Adubadores Venturi

Nos adubadores que utilizam oprincípio de Venturi, a água entra numtubo, que sofre um estrangulamento,imediatamente antes do ponto deligação à tubagem de aspiração dasolução fertilizante.

Este estrangulamento dá origem a umaelevação da pressão à entrada e a umabaixamento à saída, que provoca asucção do líquido contido no depósito.A sucção dos adubos que pode serdoseada, variando o diâmetro doestrangulamento, depende da perda depressão gerada entre a entrada e a saída,sendo tanto maior quanto mais elevado

o caudal que passa no Venturi.Os modelos mais simples e económicosnão têm depósito incorporado, sendoformados por uma peça compacta emforma de cruzeta, que se intercala natubagem principal, reunindo numa sóunidade todos os elementos deregulação e controlo necessários para

 Fi ura 9 - T T  a a n n uuee d  d ee  ee r r t tiil l ii z z a a  ã ã o o 

Page 50: Fertirrega Horticultura 1

7/21/2019 Fertirrega Horticultura 1

http://slidepdf.com/reader/full/fertirrega-horticultura-1 50/58

  Fertirrega em horticultura

Guia de rega49

provocar o efeito de Venturi (figura 10).Os modelos que permitem maior rigordispõem de um depósito para osadubos, onde se insere depois o

Venturi, com dispositivos quepossibilitam estabelecer diferentesconcentrações de adubo na água de rega

(figura 11).

Os injectores tipo “Venturi” são decusto relativamente baixo e para o seufuncionamento não requerem energiaeléctrica. Como inconvenientes,apontam-se o facto de provocaremelevadas perdas de carga e exigirem,para um funcionamento correcto,caudais relativamente elevados.Também se aponta a exigência deadubos líquidos, ou sólidos bemdissolvidos e sem impurezas, sob penade se entupirem com frequência,impedindo a sucção. Qualquer flutuaçãoda pressão afectará a taxa de injecção.

5.2.3 - Bombas Injectoras ouDosificadorasEstes adubadores são bombasinjectoras, mediante as quais se pode

regular com precisão o caudal dasolução nutritiva a injectar na rede derega. Ao contrário dos tanques defertilização e de alguns modelosVenturi, os injectores de adubo, nãotrazem depósito incorporado, podendoadaptar-se a qualquer recipiente,resistente à acção corrosiva dosprodutos a utilizar, e cuja capacidade

depende do volume da solução ainjectar.Nas bombas injectoras temos as quefuncionam com pequenos motoreseléctricos e permitem incorporar asolução fertilizante a débito constante,independentemente do caudal na redeprincipal. Nestes casos as bombas sãoem geral de membrana, exigindo baixas

potências pois, ainda que a pressão deinjecção entre 5 e 15kg/cm², tenha queser sempre superior à da rede, oscaudais de injecção são baixos,podendo variar entre os 20 a 250 l/h(figura 12).

 Figura 11 - Adubador Venturi com

 depósito incorporado.

 Figura 12 – Bomba injectora eléctrica

Page 51: Fertirrega Horticultura 1

7/21/2019 Fertirrega Horticultura 1

http://slidepdf.com/reader/full/fertirrega-horticultura-1 51/58

  Fertirrega em horticultura

Guia de rega50

Nestes adubadores, é possível regular ocaudal com a bomba em marcha,actuando sobre um parafuso que rodasobre uma escala graduada.

Possibilitam ainda adubar com elevadaprecisão e são fáceis de automatizar.Por intermédio um programador derega, há a possibilidade de controlar,tanto o pH como a concentração doselementos nutritivos na solução final, apartir de eléctrodos que medem acondutividade e o pH, bastando para talprogramar o equipamento com os

valores previamente escolhidos.Têm como principal inconveniente,para lá do custo elevado, a exigência deenergia eléctrica para o seufuncionamento.Outros sistemas utilizam a pressão daágua, para accionar hidraulicamentebombas de pistões, que promovem ainjecção dos adubos.

De entre os aparelhos que funcionampor acção da água sob pressão, damospreferência aos que injectam a soluçãoem função do caudal. Nestes casos asolução fertilizante é injectadaproporcionalmente ao caudal da rede,obtendo-se a cada momento a mesmaconcentração de adubo,independentemente das oscilações quepossam ocorrer, no caudal ou napressão, da rede de rega. Dependendodo modelo estes adubadores, quefuncionam com caudais desde 2,5 a 20m3 /hora, injectam a solução fertilizantea concentrações que oscilam entre os0.5 a 10% do caudal principal, podendoem alguns casos o mesmo aparelhoapresentar a possibilidade de variar essaconcentração (figura 13).

Se o caudal for superior aos limites dodoseador, podemos fazer uma ligação

em “by-pass”, mas perde-se aproporcionalidade directa e diminui a %de solução injectada, em função docaudal na tubagem principal.O custo destes aparelhos é também algoelevado e provocam perdas de carga nosistema.

Noutros modelos (figura 14) o caudal

de injecção é proporcional à pressão daágua no tubo de alimentação do motorhidráulico, regulando-se o caudal porajuste da pressão, numa válvulareguladora aí instalada. Se desejarmosum caudal de injecção constante,independente da pressão, teremos queinstalar um acessório denominadoregulador de caudal.

 Figura 13 – Doseador proporcional (Dosatron)

Page 52: Fertirrega Horticultura 1

7/21/2019 Fertirrega Horticultura 1

http://slidepdf.com/reader/full/fertirrega-horticultura-1 52/58

  Fertirrega em horticultura

Guia de rega51

Nestes modelos a perda de carga émenor mas em contrapartida

necessitam expulsar para o exterior umpequeno fluxo de água, que se perde,encharcando a zona envolvente.Os injectores hidráulicos apresentam avantagem de poder funcionar emlocais que não disponham de energiaeléctrica.

5.3 – Cálculos de adubação

Quando se trabalha com adubadoresproporcionais ou com bombasinjectoras é possível calcularantecipadamente, com rigor, imensosdados que nos irão auxiliar a utilizarda melhor maneira estes aparelhos.Para facilidade dos cálculos, podemossocorrer-nos de fórmulas que se

podem encontrar em numerosasrevistas da especialidade. As questões

a resolver são variadas assim comovariados são os caminhos que sepodem tomar para a sua resolução.Sem querer esgotar o tema, vamosapontar algumas pistas, escolhendo deentre as situações que no dia a dia sedeparam, algumas das queconsideramos mais importantes efrequentes.

Partindo da fórmula : - Ca = Cs *Ads/Vs, podemos calcular qualquerdestes valores, se considerarmos que:

- Ca = concentração de adubo na águade rega (g/l)- Cs = concentração da solução mãe naágua de rega (%)

Figura 14 – Injector Hidráulico (Amiad)

1 - Válvula de controlo da pressão2 - União rápida3 - Filtro4 - Paragem automática5 - Cabeça de sucção6 - Válvula de saída de ar7 - Válvula manual de controlo da injecção8 - Válvula de descarga da água9 - Válvula de retenção

Page 53: Fertirrega Horticultura 1

7/21/2019 Fertirrega Horticultura 1

http://slidepdf.com/reader/full/fertirrega-horticultura-1 53/58

  Fertirrega em horticultura

Guia de rega52

- Ads = quantidade de adubo adissolver na solução mãe (g)- Vs = volume da solução mãe, "água+ adubo" (l)

Deste modo temos que:

. Cs = Ca * Vs / Ads

. Ads = Ca * Vs / Cs

. Vs = Cs * Ads / Ca

Exemplos

1) Supondo que desejamos uma

concentração de 2.5 g/l de adubo naágua de rega e temos um adubador

que injecta 1 l de solução mãe por

cada 100 l (1%) de água de rega. No

caso de querermos dissolver 25 kg de

adubo, calcular qual o volume da

solução mãe?

.Vs = ?

.Cs = 1 % = 1 / 100 = 0,01.Ads = 25 Kg = 25.000 g

.Ca = 2,5 g/l

- Vs = 25.000*0.01/2,5- Vs = 100 l

RESPOSTA  - A solução mãe teráum volume de 100 l, ou seja, os 25Kg de adubo devem ser misturadoscom água até perfazer 100 l.

2) Calcular a quantidade de adubo a

incorporar em cada litro de solução

mãe, para que a água de rega fique

com 2 g/l de adubo. Dispomos de uma

bomba eléctrica, regulada para

injectar 200 l/hora, de solução mãe na

água de rega e o caudal de rega é de

20.000 l/hora.

.Ads = ?

.Ca = 2 g/l.Vs = 1 l

.Cs = é um valor que podemos obter apartir do volume de solução mãeinjectado na água de rega.

Assim temos que, em cada hora, 200 lde solução mãe são misturados em20.000 l de água de rega. donde:

200 l ---------------- 20.000 lx ---------------- 100 l

x = 1 l

Daqui se conclui que cada 100 l deágua de rega recebe 1 l de soluçãomãe, ou seja, o nosso valor Cs = 1 %

= 0,01..Ads = 2*1/0,01.Ads = 200 g

RESPOSTA - Cada litro de soluçãomãe deve conter 200 g de adubo.

3) Dissolvemos 30 Kg de adubo em

água, até perfazer 200 l de solução

mãe. Supondo que o caudal de rega é

de 20 m3/hora e que a bomba

doseadora lhe injecta 150 l/hora de

solução mãe, saber qual a

concentração do adubo na água de

rega.

. Ca =?

.Ads = 30.000 g

Page 54: Fertirrega Horticultura 1

7/21/2019 Fertirrega Horticultura 1

http://slidepdf.com/reader/full/fertirrega-horticultura-1 54/58

  Fertirrega em horticultura

Guia de rega53

.Vs = 200 l

.Cs = poderia também ser calculadoaplicando a fórmula Cs = q * 100 / Qem que:

q = caudal da bomba injectora (l/h)Q = Caudal na rede de rega (l/h)Deste modo teríamos:

.Cs = 150*100/20.000

.Cs = 0,75 % = 0,0075

.Ca = 0,0075*30.000/200

.Ca = 1,125 g/l

RESPOSTA - A concentração doadubo na água de rega é de 1,125 g/l

Outras questões se poderão colocarreferem-se ao cálculo do tempo defertilização.

Podemos então aplicar a fórmula Tf =

Ads*60/Q*Ca e daqui deduzir osoutros valores, de modo que teremos:

. Ads = Tf*Q*Ca/60

. Q = Ads*60/(Tf*Ca)

. Ca = Ads*60/(Tf*Q)

Onde Tf = ao tempo de fertilização(min). Os outros elementos mantêm ossignificados já referidos anteriormente.

6 - Normas de segurança

Quando se trabalha com adubos,ácidos e outros produtos, ao nível dasplantas, da rede de rega e mesmo dohomem e do meio ambiente, podemocorrer situações problemáticas, dado

tratar-se de produtos que, se malutilizados são corrosivos e tóxicos.Assim devem tomar-se algumasprecauções, no seu uso e manipulação,

tendo em vista minorar possíveisacidentes.De entre as situações a ter em contarecomendamos especial atenção aosseguintes aspectos:

• Instalar uma válvula que impeça oretrocesso da solução injectada nafertirrega de modo a evitar a

possibilidade de contaminação daágua na fonte;• É aconselhável que o sistema

disponha de automatismos queimpeçam a injecção se houverinterrupção no fornecimento da águade rega;

• Instalar letreiros que indiquem aproibição de beber a água de rega.

Isto implica estabelecer pontos comágua potável para o pessoal quetrabalha na exploração;

• Os fertilizantes e outros produtosquímicos devem guardar-se em localapropriado junto ao centro decontrolo das operações de fertirrega.A porta deve ser fechada à chave edeve haver letreiros a indicar o

armazenamento de produtosquímicos tóxicos;• Os restos de produtos, que ficam nos

tanques e não são utilizados, nãodevem ser vertidos nos cursos deágua naturais ou canais de rega. Érecomendável aplicar este resíduo emalguma árvore ou em sebes queenvolvam a exploração;

Page 55: Fertirrega Horticultura 1

7/21/2019 Fertirrega Horticultura 1

http://slidepdf.com/reader/full/fertirrega-horticultura-1 55/58

  Fertirrega em horticultura

Guia de rega54

• Não usar as embalagens vazias parao armazenamento de água oucomida. É recomendável perfurar asembalagens e inutiliza-las,

depositando-as depois em localapropriado;• Os Trabalhadores encarregues de

preparar as soluções nutritivas emanusear os adubos, os ácidos eoutros produtos consideradosperigosos, devem estar equipadoscom luvas, óculos, roupa e calçadoapropriado;

• No caso de ser necessário prepararsoluções em tanques de grandesdimensões, deve providenciar-se umfácil acesso que permita verter osadubos e os ácidos sem grandeesforço e em condições de segurançapor parte dos trabalhadores. Aexistência de agitador mecânico paramistura dos adubos também se

recomenda.

Page 56: Fertirrega Horticultura 1

7/21/2019 Fertirrega Horticultura 1

http://slidepdf.com/reader/full/fertirrega-horticultura-1 56/58

  Fertirrega em horticultura

Guia de rega55

7 - Bibliografia

AMOROS CASTAÑER, M.: Riego porgoteo en cítricos. - Manual práctico.Ediciones Mundi-Prensa. Madrid 1991.

AYERS, R.S. y WESTCOT, D.W: Calidaddel agua para la agricultura. Estúdio FAO:RIEGO y DRENAJE Nº 29 – Roma 1976.

BARRERA, L. M.: Manual defertirrigação. Instituto de Investigaciones

Agropecuárias – Centro Regional deInvestigacion. La Serena, Chile 1998.

BELTRÃO J.: A rega localizada. Curso dehidrologia aplicada à região do Algarve.

CADAHIA LOPEZ, C. et al.:Fertirrigacion– Cultivos horticolas y ornamentales.Ediciones Mundi-Prensa. Madrid (SPAIN)1997.

CALDEVILLA, E. Y LOZANO, M.:Cultivos sin solo: hortalizas en climamediterraneo. Ediciones de horticultura,S.L.. Reus – España. 1993.

CASTEL SÁNCHES J.R.: Manejo deinstalaciones de riego localizado. Revista:-Riegos y Drenajes XXI. Nº 47, pág.33-40 -Barcelona - Dezembro 1990.

COSTA S.E.A.: Riego por goteo encultivos Horticolas - Manejo yMantenimiento. HD 23/82 Servicio deExtension Agraria - Junta de Andalucia.Edita: Centro de Extension de ATARFE(Granada) 1982

COTILLAS, A. J.: Mejora de una finca enel término municipal de Daimiel – ANEJOIX Fertirrigación. Ciudad Real

2002.(http://www.ingenieriarural.com/BibliotecaProyectos.htm#MejoradeFinca)

DOORENBOS J.e KASSAM A.H. :Efectos del água sobre el rendimiento delos cultivos. Estudio FAO: RIEGO y -DRENAJE. Nº33 - Roma 1979

DOORENBOS J.e PRUITT W.O.: Lasnecessidades de água de los cultivos.Estudio FAO: RIEGO y DRENAJE. Nº24- Roma 1976.

DOORENBOS, J.: Estacionesagrometeorológicas. Estudio FAO: RIEGO

y DRENAJE. Nº 27 - Roma 1978.

FARRÉ MASIP J. M. y HERMOSOGONZÁLEZ J. M.: Riego por goteo defrutales. Informacion Técnica - Servicio deextension agraria; Centro Regional deAndalucia Oriental ATARFE(GRANADA).

FERNANDES M. e ROSA A.:

Fertirrigação em horticultura . Revista oAlgarve e o Campo - Revista informativada DRAAG - Horticultura. DRAAG - Faro1994.Fertilizantes sólidos y líquidos parafertirriggacion en riego por goteo. Notastécnicas, Dir. Marketing y rel. externas;Depto Técnico-Agronómico.FESA*ENFERSA 1981.Fertirrigacion. Informacion tecnica -

ERTFITOS, Departamento TécnicoAgronómico FESA (España)

MEDINA SAN JUAN J. A.: Riego porgoteo. - Teoria y practica. EdicionesMundi-Prensa. Madrid 1979.

MONTESINOS, M. e CÁMARA, M.:Curso de Fertirrigacion por Goteo de losCítricos. Orihuela (Espanha)1998.

Page 57: Fertirrega Horticultura 1

7/21/2019 Fertirrega Horticultura 1

http://slidepdf.com/reader/full/fertirrega-horticultura-1 57/58

  Fertirrega em horticultura

Guia de rega56

NICOLAS CASTILLA PRADOS:Contribuicion al estudio de los cultivosenarenados en Almeria - Necesidadeshídricas y extracción de nutrientes delcultivo de tomate de crecimientoindeterminado en abrigo de polietileno.Caja Rural Provincial - Almeria 1986.

OBSTRUCCION DE GOTEROS –Prevención y tratamiento de obstruccionesde los goteros (heroga.net).http://www.herogra.net/modules.php?name=content&pa=showpage&pid=56.

P. PEYREMORTE (Sociedade do canal daProvença e do desenvolvimento da RegiãoProvençal) : Os tensiómetros paramelhorar a instalação de rega localizada.Tradução fornecida pela firma SebastiãoBeltrão, comércio e técnicas de máquinas,LDA.

PERGUNTAS SOBRETENSIÓMETROS. Departamento de

Ciências Agrícolas - Universidade daCalifórnia, folheto 2264, Março 1981.

PERGUNTAS y RESPUESTASFERTIRRIGACIÓN. - (FERTIBERIA) -.http://www.fertiberia.com/fertirrigacion/faq.html.

RAPOSO, J. Rasquilho.: A RegaLocalizada (gota a gota e miniaspersão).

Edições Correio Agrícola - Lisboa 1994.

RAPOSO, J. Rasquilho: A Rega emPortugal. Cadernos de divulgaçãoDirecção-Geral de Planeamento eAgricultura - Lisboa 1989.

RECOMENDACIONES GENERALESDE ABONADO - Guía deabonado/Recomendaciones generales/

Consejos para selección defertilizantes/Abonado-Ferirrigación.(FETIBERIA).http://www.fertiberia.com/fertirrigacion/guia_de_abonado/recomendaciones/  

RINCONS SÁNCHES; SIRONI J.S.;DOMINGOS M.R : Obstrucciones ensistemas de riego localizado. Revista:-Riegos y Drenajes XXI. Nº 73, pág.17-32 -Barcelona - Mayo 1993.

ROSA A. e PACHECO C.: A regalocalizada da beringela em estufa. -Elementos para a Campina de Faro.

Folhetos de divulgação. DRAAG - 1987FARO.

ROSA A. e PACHECO C.: A regalocalizada do feijão verde em estufa. -Elementos para a Campina de Faro.Folhetos de divulgação. DRAAG - 1987FARO.

ROSA A. e PACHECO C.: A rega

localizada do melão ao Ar livre. -Elementos para a Campina de Faro.Folhetos de divulgação. DRAAG - 1987FARO.

ROSA A. e PACHECO C.: A regalocalizada do melão em estufa. -Elementos para a Campina de Faro.Folhetos de divulgação. DRAAG - 1987FARO.

ROSA A. e PACHECO C.: A regalocalizada do pepino em estufa. -Elementos para a Campina de Faro.Folhetos de divulgação. DRAAG - 1987FARO.

ROSA A. e PACHECO C.: A regalocalizada do pimenteiro ao Ar livre. -Elementos para a Campina de Faro.

Page 58: Fertirrega Horticultura 1

7/21/2019 Fertirrega Horticultura 1

http://slidepdf.com/reader/full/fertirrega-horticultura-1 58/58

  Fertirrega em horticulturaFolhetos de divulgação. DRAAG - 1987FARO.

ROSA A. e PACHECO C.: A regalocalizada do pimenteiro em estufa. -Elementos para a Campina de Faro.Folhetos de divulgação. DRAAG - 1987FARO.

ROSA A. e PACHECO C.: A regalocalizada do tomateiro ao Ar livre. -Elementos para a Campina de Faro.Folhetos de divulgação. DRAAG - 1987FARO.

ROSA A. e PACHECO C.: Gotejadores efitas de rega para horticultura. Folhetos dedivulgação. DRAAG - 1987 FARO.

ROSA A.: A rega em horticulturaprotegida na região do Algarve. CadernosAgro-pecuários - Horticultura, Ano II nº 5.Junho 1992.

ROSA A.: Rega localizada em horticultura

- Guia do extensionista. DRAALG –FARO 1995

ROSA, A. e PACHECO C.: A regalocalizada do tomateiro em estufa. -Elementos para a Campina de Faro.Folhetos de divulgação. DRAAG - 1987FARO.

ROSA, A. e PACHECO C.: Ensaio de

Dotações de água em tomateiro. -Relatório nº 33. DRAAG - DDI. Faro1987.

ROSA, A.: Culturas agrícolas sem solo noAlgarve. Folha informativa Nº 56. daAssociação portuguesa de horticultura(Lisboa) Jan 1999

ROSA, A.: Rega. - Folhas para as aulasdos cursos de iniciação em horticultura.Arquivo da Formação Profissional.Patacão 1984.

SÁNCHES - TORIBIO e otros :Calibración de los modelos FAO deestimación de Eto, en un árearepresentativa de la región de Murcia.Revista:- Riegos y Drenajes XXI. Nº 57,pág.9-16 - Barcelona - Novembro 1991.

SANCHES, J.: Fertirrigacion – Principios,factores, aplicaciones.- Artículos Fertitec -INAGRO SUR

S.(http://www.fertitec.com/informaciones/f er_princ_fac_apl.htm#up)

SOIL IMPROVEMENTE COMMITTEECALIFORNIA FERTILIZERASSOCIATION: Manual de Fertilizantespara Horticultura. UTEHA-NoriegaEditores. México 1990.Universidade do Algarve. Faro Abril 1985

VESCHAMBRE, D. et VAYSSE, P.:Mémento goutte à goutte.- Guide pratiquede la micro-irrigattion par goutteur etdiffuseur. CTIFL-INRA Paris 1980

_________________________________________________________

 Armindo José Gonçalves Rosa

DRAP Algarve - Direcção Regional deAgricultura e Pescas do AlgarveDSAP / DAPA - Faro-Patacão, 2009