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Fevereiro de 2010 n° 120, ano X www.portaldocomercio.org.br ainda... AS NOVIDADES DO SEGS, O SISTEMA DE EXCELÊNCIA EM GESTÃO SINDICAL PÁGINA 12 ENTIDADE LANÇA PROGRAMA DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL VOLTADO PARA O SUPEREVENTO PÁGINA 8

Fevereiro de 2010 n° 120, ano X - portaldocomercio.org.br · Utilizada na sua totalidade ou em partes, como se apresenta na natureza ou manipulada, uma mesma planta pode fornecer

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As novidAdes do seGs, o sistemA de excelênciA em Gestão sindicAl página 12

entidAde lAnçA proGrAmA de educAção profissionAl voltAdo pArA o supereventopágina 8

Contagem regressivaAinda faltam pouco mais de quatro anos para a abertura da Copa do Mundo de 2014, no Brasil. Para a ansiedade dos torcedores, pode parecer muito tempo. Mas, tendo em vista o que precisa ser realizado para atender aos requisitos de um evento desse porte, todas as ações devem ter um sentido de urgência, seja na esfera privada seja em nível de governo.O Sistema Comércio está empenhado no sucesso da realização da Copa brasileira, consciente de que isso pode significar, entre outros pontos positivos, um divisor de águas em uma das mais importantes áreas da nossa economia: o turismo. É com esse pensamento que vários projetos vêm ganhando corpo, como aquele que vai reforçar o papel do Senac como a principal instituição profissional do setor terciário. A entidade está lançando o Programa Nacional de Educação Profissional: Senac na Copa.O objetivo é atender às demandas do evento com ações voltadas para Estru-tura e Gestão, Educação Profissional, Comunicação e Divulgação e Ações de Relacionamento com o Mercado. São quatro linhas de projetos que se desdo-brarão em subprojetos, cujos escopos serão desenvolvidos por um grupo de trabalho composto por técnicos do Departamento Nacional e dos Departa-mentos Regionais.A melhoria contínua é um compromisso do Sistema CNC-SESC-SENAC. Os efeitos alcançados pelo Sistema de Excelência em Gestão Sindical (SEGS) junto às entidades que passaram pelo projeto fizeram com que a Confedera-ção Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) o tornasse um programa permanente para as entidades do Sistema Comércio que buscam inovar e aperfeiçoar suas práticas de gestão e também identificar e capacitar lideranças sindicais. Esta edição da CNC Notícias mostra as novidades e os benefícios da iniciativa.A revista traz, também, entre outras reportagens de interesse, uma entrevista com um dos mais expressivos nomes da diplomacia brasileira. Ministro das Relações Exteriores de 1995 a 2001, Luiz Felipe Lampreia comenta os aspec-tos da política externa brasileira e os impasses da Rodada Doha, que podem impedir a expansão do comércio internacional, com prejuízos para o Brasil.

Boa leitura!

1CNC NotíciasFevereiro 2010 n°120 1

EDITORIAL

Presidente: Antonio Oliveira Santos.

Vice-Presidentes: 1° - Abram Abe Szajman, 2° - Renato Rossi, 3° - Orlando Santos Diniz; Adelmir Araujo Santana, Carlos Fernando Amaral, José Arteiro da Silva, José Evaristo dos Santos, José Marconi M. de Souza, José Roberto Tadros, Josias Silva de Alburquerque, Lelio Vieira Carneiro.

Vice-Presidente Administrativo

Vice-Presidente Financeiro: Luiz Gil Siuffo Pereira.

Diretores: Antonio Airton Oliveira Dias; Antônio Osório; Bruno Breithaup; Canuto Medeiros de Castro; Carlos Marx Tonini; Darci Piana; Euclides Carli; Francisco Teixeira Linhares; Francisco Valdeci de Sousa Cavalcante; Jerfferson Simões; Joseli Angelo Agnolin; Ladislao Pedroso Monte; Laércio José de Oliveira; Leandro Domingos Teixeira Pinto; Luiz Gastão Bittencourt da Silva; Marcantoni Gadelha de Souza; Marco Aurélio Sprovieri Rodrigues; Norton Luiz Lenhart; Pedro Coelho Neto; Pedro Jamil Nadaf e Walker Martins Carvalho.

Conselho Fiscal: Hiram dos Reis Corrêa, Arnaldo Soter Braga Cardoso; Antonio Vicente da Silva.

CNC NOTÍCIASRevista mensal da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo

Ano X, nª 120, 2010Gabinete da Presidência:

Lenoura SchmidtAssessoria de Comunicação (Ascom):

[email protected]ção:

Cristina Calmon (editora), Celso Chagas (subeditor - Mtb 30683),

Redação:Andréa Blois, Celso Chagas, Geraldo Roque e Joanna Marini

Estagiária:Ana Luisa Alves

Design:Marcelo Vital

Revisão:DA/CAA-RJ/Secretaria Administrativa - Elineth Campos

Impressão:Gráfica MCE

Colaboradores da CNC Notícias de Fevereiro 2010: Ana Cláudia Coelho (Sesc-PI), Andreia Pessoa (Gerência de Projetos), Edith Afonseca (APEL/CNC), Fátima Seixas (CTec/CNC), Laura Figueira, Cynthia Carvalho e Fabiano Gonçalves (Senac-DN), Marcella Mesquita (Sesc-DN), Manoela de Borba (Fecomércio-SC), Renato Klein (Fecomércio-TO) e Alice Palme-rim (Fecomércio-AP).

Colaborador especial: Humberto Figueiredo (CET/CNC)

Créditos fotográficos: Cristina Bocayuva (páginas 7, 16, 17, 18, 24, 33, 44 e 45), Banco de imagens/Superior Tribunal Federal (página 22), Thiago Cristino (página 23), Joanna Marini (pági-nas 25 e 48), Claúdia Novaes (página 29), Cesar Duarte (pá-gina 36), Guarim de Lorena (páginas 36 e 46), Alice Palmerim (página 37), Sistema Fecomércio/Sesc/Senac-TO (página 38), Sistema Fecomércio/Sesc/Senac-PI (página 39), Eliana Vieira (página 41) Carlos Terra (páginas 42 e 43) e Acervo da Coord. Nacional da Pastoral da Criança (3ª capa).

Ilustrações:Marcelo Vital (capa, páginas 4, 8, 9, 10, 11, 12, 13, 14, 15, 19, 20, 21, 26, 27, 30, 31, 39 e 40)

Projeto Gráfico:Carolina Braga, Marcelo Almeida e Marcelo Vital

A CNC Notícias adota a nova ortografia.

CNC - BrasíliaSBN Quadra 1 Bl. B - n° 14 CEP.: 70041-902PABX: (61) 3329-9500/3329-9501

CNC - Rio de JaneiroAv. General Justo, 307 CEP.: 20021-130PABX: (21) 3804-9200

Profissionais para a CopaCom o programa para a Copa do Mundo de 2014, o Senac se consolida como a principal instituição nacional de educação para o setor do comércio de Bens, Serviços e Turismo.

Capa

12 Novidades do SEGSO sucesso do Sistema de Excelência em Gestão Sindical (SEGS) levou a CNC a torná-lo um programa permanente.

8

CNC NotíciasFevereiro 2010 n°12022

ErrataNa reportagem da página 39 da edição de janeiro (Balanço positivo dos programas de gratuidade) a meta fixada pelo SESC em 2009 foi de 67 milhões de atendimentos gratuitos. Para 2010, a meta é de 76 milhões de atendimentos gratuitos.

4 FIQUE POR DENTRO5 BOA DICA6 OPINIÃO8 CAPA - Senac investe na Copa do Mundo de 2014 - Programa Nacional vai reforçar imagem - Profissionais de Marketing e Educação em ação - Comunicação: o caminho para a vitória - SEGS - Programa avança em 2010 como propos-

ta da CNC - Resultados que geram continuidade - Números que falam por si, voltados para 2010 - Certificado será entregue pelas Federações

16 REUNIÃO DE DIRETORIA - Rumo a um futuro próximo - O ano da consolidação - Ecos da Diretoria

S U M Á R I O

28Sem esperanças em Doha

Para Luiz Felipe Lampreia, um dos mais expressivos nomes da diplomacia brasileira, a Rodada Doha não

deverá evoluir, pelo menos a curto prazo. Mas ele acredita no Mercosul.

31

Com entrada em vigor estabelecida para fevereiro, a RDC 44/09 regulamenta o que as farmácias e drogarias podem vender e os serviços a serem prestados. Para a CNC e entidades do setor, Anvisa ultrapassou limites de sua competência.

40

O Senac marca presença, pela segunda vez,no maior evento continental de educação profissional:

a Olimpíada do Conhecimento 2010, que ocorreráno Rio de Janeiro entre 8 e 14 de março.

Educação profissional que vale ouro

Justiça desobriga farmácias de cumprir resolução da Anvisa

3CNC NotíciasFevereiro 2010 n°120 3

19 REPRESENTATIVIDADE - Programa Empresa Cidadã: decisão a cargo do empresário - Anteprojeto sobre terceirização ameaça contratos - Projeto de lei incentiva informalidade e onera empresários - CNC ajuíza novas ações no Supremo Tribunal Federal

23 SERVIÇOS - Restaurante-escola do Senac faz sucesso - Fecomercio de São Paulo vai emitir certificado digital para o

empresariado

25 TURISMO - Ministro discute Plano Nacional de Turismo - Pesquisa avalia a importância socioeconômica do turismo - CET investe na formulação de políticas ambientais para o

turismo

28 ENREVISTA - Luiz Felipe Lampreia

30 EM FOCO - O impacto de pessoas e empresas sobre a natureza - Justiça desobriga farmácias de cumprir Resolução da Anvisa

32 ARTIGO - Os juros do Banco Central - Investimento e arbitragem internacional

36 SISTEMA COMÉRCIO - Inovação e Ética para professores e alunos - SESC Amapá comemora 33 anos com inauguração - SESC e Senac terão novo endereço em Gurupi - No Piauí, nova unidade administrativa do Sesc e do Senac - Parceria entre Fecomércio-RJ e Simerj - Educação profissional que vale ouro - Senac-SC firma convênio com Ministério do Trabalho - Programa de Aprendizagem é debatido no Senac-DF

44 ACONTECEU

47 AGENDA

As economias da América Latina mostraram uma resistência surpreendente du-rante a crise econômica mundial, com destaque para a estabilidade do Brasil. Um relatório da agência classificadora de risco Moody’s considera que a região se saiu melhor do que esperado.

O documento afirma que essa resistência evitou o aumento de tomadas de emprés-timos, situação comum em períodos anteriores de instabilidade. “A América Latina saiu-se muito bem nessa crise, melhor do que esperávamos”, afirmou o economista Gabriel Torres no relatório publicado.

Segundo a Moody’s, com uma recuperação global frágil à vista, as economias latino-americanas precisam voltar a ter taxas de crescimento mais altas para estimu-lar o desenvolvimento e o aumento da classe média. “Para continuar se saindo bem, a região precisa de um crescimento forte, previsível e sustentável”, afirma Torres.

A Copa do Mundo de 2010 é a maior oportunidade de marketing do ano, e a internet e o celular aproveitarão para desempenhar um papel inédito na experiência dos torcedores.

Para oferecer seus produtos, os patrocinadores da Fifa es-tão se afastando das campanhas tradicionais e indo em busca dos sites de relacionamentos social.

A Sony Ericsson vai criar uma comunidade de torcedo-res na internet que ajude a disseminar sua mensagem, uti-lizando sites como Twitter e Facebook para atingir direta e individualmente os torcedores.

De acordo com o diretor de parcerias de marketing mundial da Sony Ericsson, Calum MacDougall, o objetivo é concentrar

as ações nos torcedores, oferecendo algo e conquistando-os nos sites de relacionamento. “Colocar um logotipo ao lado de uma

propaganda não necessariamente permite isso. Então, optamos por não fazê-lo”, afirmou.

América Latina enfrentou bem a crise

Copa do mundo dos sites de relacionamento social

Representações CNC em livro

A nova edição do livro Representações CNC, produzida pela equipe da Che-fia do Gabinete da Presidência em Brasília, já está pronta. Resultado de um projeto criado para inovar o trabalho de representações, traz uma capa nova.

A publicação reúne as informações atualizadas do trabalho de represen-tações da CNC, que consiste na designação de representantes do comércio junto aos órgãos de jurisdição nacional – públicos, privados e organismos internacionais –, com o objetivo de garantir sua Missão, que é a defesa dos interesses da Classe Empresarial do Comércio. Essa atuação realiza-se por meio de debates para a formulação de diretrizes de política econômi-ca, administrativa, social e ambiental, dentre outras.

O livro foi distribuído na última reunião de Diretoria, em janeiro, no Rio de Janeiro.

CNC NotíciasFevereiro 2010 n°12044

FIQUE POR DENTRO

Utilizada na sua totalidade ou em partes, como se apresenta na natureza ou manipulada, uma mesma planta pode fornecer o remédio que cura, o veneno que mata, o bálsamo que alivia. O Senac São Pau-lo lança Venenosas: plantas que matam também curam, oferecendo a paisagistas, botânicos, agrônomos, herboristas e mesmo ao público em geral um conhecimento especial sobre essas plantas.

Sob o olhar do autor, Gil Felippe, conheceremos os usos das plan-tas de acordo com a época e acompanharemos o progresso da ciência e da tecnologia sobre o assunto. O texto é enriquecido pelas excelen-tes aquarelas de Maria Cecília Tomasi e vai além do campo da botâ-nica, incluindo paisagismo, cuidados necessários no que diz respeito a animais, crianças e adultos, além de receitas culinárias.

Plantas que matam também curam

As massagens são conhecidas mundialmente pe-los benefícios que proporcionam à saúde do corpo e da mente. O livro Bem-estar na palma das mãos – A cultura da massagem do Oriente ao Ocidente nos traz as principais características, indicações e contraindicações de várias técnicas, sob o ponto de vista de especialistas.

Para falar sobre a cultura da massagem e sua his-tória, a autora e jornalista Marcia Cezimbra aborda, de forma simples e objetiva, essa prática milenar, reunindo entrevistas com profissionais de diferentes técnicas e formações que comprovam a eficácia da massagem na busca pelo bem-estar.

É mais uma obra de destaque do Senac Nacional que promete ajudar profissionais e não profissionais na busca pelo bem-estar.

Bem-estar ao toque dos dedos

Fatos marcantes sobre o nascimento da indústria cultural brasileira por meio do rádio, tendo como cenário o ambiente político, cultural e empre-sarial da época. Este é o tema do livro As Rainhas do Rádio – Símbolos da nascente indústria cultural brasileira. A obra, uma coedição das Editoras Senac São Paulo e Senac Rio, resgata e preserva a memória sobre a época de ouro do rádio e suas rainhas.

O jornalista Heródoto Barbeiro assina o texto da orelha e aponta os fatos políticos que mudaram a trajetória do veículo de comunicação e a profissionalização do segmento radiofônico. Outra contribuição que en-riquece a obra é o prefácio do jornalista e escritor Sérgio Cabral, des-tacando a pesquisa da autora, Maria Luisa Rinaldi Hupfer, que utilizou revistas especializadas para resgatar a memória dos ídolos da música e das radionovelas. Segundo ele, Maria Luisa recupera “brilhantemente um aspecto dessa fantástica história da comunicação no Brasil”.

Resgate da época de ouro do rádio

5CNC NotíciasFevereiro 2010 n°120 5

BOA DICA

Crise &oportunidade

A crise econômico-financeira que assolou o mundo a partir de 2008

chegou também ao Brasil, com violência. As exportações brasileiras, que haviam crescido 16,5% em 2006 e em 2007, foram duramente atingidas, sofrendo pesada redu-ção a partir de outubro de 2008 e registrando uma queda ainda maior em 2009, com sig-nificativa perda anual de US$ 45 bilhões. O impacto sobre a produção industrial revelou uma queda de 19% no quarto trimestre de 2008 e no primeiro trimestre de 2009, perí-odo em que cerca de 750 mil trabalhadores brasileiros perderam seus empregos.

Mas a crise mundial encontrou a eco-nomia brasileira bem-fundamentada, com um sistema bancário sólido e perfeitamen-te enquadrado às sadias normas dos Acor-dos da Basileia. Paralelamente, dispunha o Banco Central do Brasil de dois instru-mentos eficientes, segundo os dados de setembro de 2008: R$ 272 bilhões em de-

pósitos bancários compulsórios, que pas-saram a ser liberados para irrigar a liquidez do sistema, e US$ 207 bilhões de reservas cambiais, que vinham sendo acumuladas desde 2007. A utilização desses recursos, ao lado das medidas fiscais anticíclicas, que estimulavam o consumo de bens du-ráveis, como automóveis, aparelhos eletro-domésticos, móveis e materiais de constru-ção, afastou os efeitos negativos da crise e infundiu confiança e segurança nos em-presários e consumidores nacionais.

Ao longo desse período de recupera-ção, a economia brasileira se destacou no contexto internacional – apesar da queda do comércio exterior – como um porto seguro para as aplicações e inves-timentos estrangeiros, favorecidos pela abundante liquidez empoçada nos bancos centrais dos Estados Unidos e da Europa. Em 2009, o Brasil recebeu o ingresso de mais de US$ 70 bilhões de financiamen-

CNC NotíciasFevereiro 2010 n°12066

OPINIÃO

Antonio Oliveira SantosPresidente da Confederação Nacional do

Comércio de Bens, Serviços e Turismo

tos e de US$ 25 bilhões de investimentos estrangeiros diretos. Em consequência, e a fim de impedir uma desastrosa valori-zação cambial, o Banco Central do Brasil passou a comprar os dólares excedentes, acumulando reservas cambiais que che-gam, hoje, a mais de US$ 240 bilhões, algo nunca antes imaginado.

As reservas internacionais blindaram a economia brasileira contra possíveis refle-xos e contra a evolução negativa da crise mundial, e, cada dia, novos capitais procu-ram aplicação no mercado brasileiro, par-ticularmente na Bolsa de Valores de São Paulo. De acordo com um velho ditado chinês, a crise, no Brasil, transformou-se em oportunidade.

A meu ver, cabe ao Governo brasilei-ro tirar todo partido dessa oportunidade, o que significa, primordialmente, usar com inteligência e eficácia uma parte dessas reservas acumuladas na crise para

financiar a importação dos equipamen-tos de que o País precisa para deslanchar os grandes projetos de infraestrutura do PAC, tais como energia elétrica, indús-trias de base, portos, ferrovias e rodovias, além de, necessariamente, dar cobertura aos investimentos nas áreas petrolíferas recém descobertas.

Sem dúvida, essa seria uma ação de bom senso, para dar sentido prático e dinâmico às nossas reservas cambiais, praticamente sem uso. Isso significa, a propósito, salien-tar a contradição que se observa, hoje, em várias oportunidades, de levantamentos de novos empréstimos em moeda estrangeira pela Petrobras, pelo Banco do Brasil, pelo BNDES e até mesmo pelo Tesouro Nacio-nal. A hora é de liquidar o que resta da dívi-da externa oficial e colocar as reservas cam-biais a serviço do expressivo programa de restauração e desenvolvimento econômico, que o Governo já tem pronto na prateleira.

7CNC NotíciasFevereiro 2010 n°120 7

OPINIÃO

Senac investe na Copa do Mundo de 2014O maior evento esportivo do mundo vai reforçar o papel do

Senac como a principal instituição de educação profissional do setor de Comércio de Bens, Serviços e Turismo. A entidade está

lançando o Programa Nacional de Educação Profissional: Senac na Copa 2014, com quatro linhas de projetos para atender às demandas para o evento. No campo da gestão, o foco principal é definir esforços

para otimizar recursos, alinhar estratégias e promover as adequações necessárias aos desafios que surgirão até 2014. No

campo da Competência e de Mercado, o Senac pretende realizar um mapeamento para

alinhar o portfolio de cursos às novas demandas do mercado de trabalho

e do Governo em termos de educação profissional. E a Comunicação trabalhará

com o conceito Senac na Copa, Brasil no

Mundo

8

CAPA

CNC NotíciasFevereiro 2010 n°1208

Senac investe na Copa do Mundo de 2014

O Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (SENAC) acaba de lançar

o Programa Nacional de Educação Pro-fissional: Senac na Copa 2014. “O maior evento mundial de futebol é uma excelente oportunidade para o Senac ratificar o seu papel, junto à sociedade brasileira, como a principal instituição nacional de educa-ção profissional para o setor do Comércio de Bens, Serviços e Turismo”, enfatiza o diretor-geral da entidade, Sidney Cunha, na apresentação do programa. Na sua avaliação, ajudará a disseminar a missão institucional do Senac e dar maior visibilidade aos produtos e serviços em todo o País, independentemente de a Copa 2014 só acontecer em 12 estados. “Todo o Brasil já vem sendo impactado pelo advento da Copa do Mundo, em especial a cadeia produtiva do turismo, para a qual historicamente desenvol-vemos diversas ações de ponta e com a qual estabelecemos parcerias importantes para a economia nacional”, lembra Sidney Cunha. O Programa Nacional de Educação Pro-fissional: Senac na Copa 2014 tem quatro linhas de projetos que se desdobrarão em

subprojetos, cujos escopos serão desenvol-vidos por grupo de trabalho composto por técnicos do Departamento Nacional e dos Departamentos Regionais. O documento que sintetiza o Programa resultou de reuniões, realizadas de 4 a 6 de novembro de 2009 na sede do Departamento Nacional do Senac, com representantes das áreas de Educação Profissional e de Marketing e Comunicação dos 12 Depar-tamentos Regionais cujas capitais serão cidades-sede do evento. De acordo com o diretor de Planejamento e Comunicação, Jacinto Corrêa, o Grupo de Trabalho vai realizar suas primeiras reuniões nos dias 8 e 9 de abril, para propor subprojetos nas áreas de Estrutura e Gestão, Educação Profissional, Comunicação e Di-vulgação, e Ações de Relacionamento com o Mercado.Para atender às demandas geradas pela Copa do Mundo, o Senac precisará investir, por exemplo, na requalificação dos docen-tes, por meio de programas presenciais e a distância, especialmente desenhados para o evento.

Programa Nacional vai reforçar imagem

9

CAPA

9CNC NotíciasFevereiro 2010 n°120

Senac na Copa 2014

Profissionais de Educação e Marketing em açãoR epresentantes das áreas de educação

profissional e de marketing e comu-nicação vão atuar de forma integrada para reforçar a imagem do Senac como princi-pal formador de profissionais para o setor de comércio de bens, serviços e turismo, reposicionando a marca junto aos mais diversos públicos. Para alcançar os resultados desejados com o programa, a direção Nacional do Senac acredita ser necessário apostar no trabalho de equipe, contando com a partici-pação e o entrosamento de todo o Sistema. Em termos de gestão, o foco principal é otimizar recursos, alinhar estratégias, ser flexível e promover as adequações neces-sárias aos desafios que surgirão até 2014. Um comitê nacional (GTCopa) será o responsável pelo desenvolvimento dos subprojetos a serem aprovados pelo corpo diretivo do Sistema Senac. As primeiras reuniões serão realizadas em abril, en-

volvendo o Departamento Nacional, um representante de Educação Profissional e um de Marketing/Comunicação dos Departamentos Regionais de Amazonas, Minas Gerais, Pernambuco, Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e São Paulo. O GTCopa vai apresentar as propostas de subprojetos que aliem a questão pedagó-gica à dimensão mercadológica. A requalificação do quadro de docentes é uma necessidade já identificada como um subprojeto na área de gestão. O resultado previsto do trabalho é o de assegurar o compromisso com o padrão de qualidade do Senac. Uma das bases para o sucesso do programa está na capacitação dos profis-sionais de atendimento do Senac (balcão, central de atendimento, telemarketing, etc.), que deverão ser mais bem prepara-dos para oferecer a programação adequada aos clientes.

Diretrizes

Dimensões trabalhadas

> Sustentabilidade Ambiental, Econômica e Cultural> Educação Flexível> Educação Inclusiva> Fortalecimento da Marca> Estreitamento das Relações com o Mercado

> Estrutura e Gestão> Educação Profissional> Comunicação e Divulgação> Ações de Relacionamento com o Mercado

CNC NotíciasFevereiro 2010 n°1201010

CAPA

Conceito/identidade visual inicialmente criado pelo DR/MG, a ser adaptado para todo o Sistema Senac

Comunicação: o caminho para a vitória

U ma boa estratégia em comunicação e divulgação será fundamental para o

fortalecimento da imagem, avalia o diretor de Planejamento e Comunicação, Jacinto Corrêa. O primeiro passo, segundo ele, é a adoção de um conceito/identidade visual.Como o Departamento Regional de Minas Gerais apresentou uma proposta muito boa - “Senac na Copa, Minas no Mundo” - há possibilidade de o conceito ser adaptado e adotado por todo o Sistema. A ideia re-força a imagem do Senac como instituição formadora de profissionais para a Copa do Mundo no Brasil e é voltado para o fomento do turismo local. A adaptação da identidade visual para todos os Departamentos Regionais e para o Departamento Nacional, bem como a elaboração do respectivo Manual de Identi-dade Visual, será realizada pelo Senac-MG. De acordo com Jacinto Corrêa, vai ser desenvolvido em 2010 o Plano de Co-municação Nacional a partir do conceito/identidade visual proposto pelo Senac Minas Gerais. O Plano constará de manual impresso e CD contendo templates de di-versas peças de promoção (cartaz, banner, folheto, anúncios para jornal, revista, rádio e TV, entre outros) para utilização segundo as estratégias locais. O plano nacional permitirá otimizar os recursos e vai fortalecer a marca como sistema em todo o País. O Senac Nacional realizará telecon-ferência para o lançamento oficial do programa em âmbito nacional e para alinhamento de discurso institucio-nal e visibilidade. Como palestran-

tes, serão convidados nomes de represen-tatividade dos segmentos de esporte e de turismo. Outra ação a ser desenvolvida a partir de 2011 é a elaboração de um plano de mídia nacional. Serão elaborados estudos de veiculação nacional para consolidar a marca Senac como referência em educação profissional e como instituição formadora de profissionais para a Copa. Para 2013, antes da Copa das Con-federações, está prevista a realização do Dia Nacional do Senac na Copa 2014, com a mobilização em todos os departamentos regionais da entidade, envolvendo alunos, instrutores, equipes, mídia e comunidade em geral, de forma a envolver o público interno na ação e dar visibilidade à instituição, gerando mídia espontânea.

Com o programa específico para a Copa de 2014, o Senac poderá dar a devida visibilidade nacional às suas ações de educação profissional

11CNC NotíciasFevereiro 2010 n°120 11

CAPA

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12

CAPA

CNC NotíciasFevereiro 2010 n°12012

Resultados que geram continuidadeE m 18 de maio do ano passado, o jornal

Folha de S. Paulo chamava a atenção para um assunto muito debatido sobre o sindicalismo patronal do setor terciário. Intitulada “Patronato vive crise de repre-sentatividade”, a reportagem pregava a necessidade de se reavaliar o papel dos sin-dicatos de empregadores e de empregados no caminho da prestação de serviços, entre outras ideias. Antes da matéria, a CNC já havia vis-lumbrado as necessidades e oportunidades de mudanças em seu Sistema. Quando a entidade elaborou seu Plano Estratégico 2007-2020, incluiu em suas ações futuras medidas focadas em mais resultados e em uma gestão que defenda e represente de maneira mais efetiva os interesses dos em-presários. Um dos projetos incluídos nesse planejamento, o Sistema de Excelência em Gestão Sindical (SEGS), obteve, após dois anos de implementação, resultados acima do esperado. O SEGS é um programa que incentiva o desenvolvimento da excelência na gestão das federações e dos sindicatos filiados ao Sicomercio, por meio de critérios baseados nos fundamentos do Prêmio Na-cional da Qualidade (PNQ). É um trabalho que atende e auxilia no alcance da estra-tégia da CNC, cuja missão é “Assegurar às empresas do setor terciário as melhores

condições para gerar resultados positivos e desenvolver a sociedade”. Daniel Lopez, chefe do Departamento de Planejamento (Deplan) da CNC, responsável pela ad-ministração do trabalho, enfatiza que o SEGS é um sistema de diagnóstico. “Com ele, podemos verificar o estágio de desen-volvimento gerencial, identificar lacunas e possibilitar o desenvolvimento da entidade por meio da elaboração e implementação de um Plano de Melhorias”, complemen-ta. Segundo Lopez, o processo envolve a identificação do grau de gestão em que se encontram as entidades em relação a aspec-tos de representatividade, associativismo, gestão financeira e serviços oferecidos, entre outros, por meio de questionamentos formulados no Guia de Excelência SEGS, disponível em www.portaldocomercio.org.br/segs/download.asp. Com o Guia, as entidades são capazes de fazer seu próprio diagnóstico em relação à gestão e construir planos de melhoria. O ciclo anual do SEGS é realizado em parceria com as federações estaduais e nacionais e inclui várias etapas - Encontro de multiplicadores, Treinamento inicial, Implemetação de práticas, Treina-mento de avaliadores, Auto-avaliação, Ava-liação de consenso e Reconheci-mento da “Entidade em busca da excelência”.

Encontro de Multiplicadores

Treinamento Inicial

Implementação de Práticas

Treinamento de Avaliadores

Avaliação de

ConsensoAuto-

avaliação

Reconhecimento: “Entidade em busca

da Excelência”

13

CAPA

13CNC NotíciasFevereiro 2010 n°120

Fonte: Deplan-CNC

Números que falam por si, voltados para 2010

quando as entidades poderão reciclar e aprimorar os conceitos sobre entidade sin-dical, o papel dos dirigentes e executivos e a importância dos resultados e indicadores para a gestão de uma entidade patronal; Im-plementação de Práticas, momento em que os assessores do Deplan iniciam o trabalho de implementação das práticas de gestão de acordo com as necessidades e prioridades de cada federação e dos Sindicatos de sua base; Treinamento de Avaliadores, que aborda o aspecto comportamental de um avaliador e os critérios e pontuação do Guia de Excelência; Autoavaliação e Avaliação de Consenso, quando as entidades farão um diagnóstico da gestão e utilizarão a au-toavaliação para realizar, posteriormente, o consenso desta junto com um avaliador de outra entidade; e Reconhecimento, etapa em que as entidades que entregarem a avaliação de consenso receberão o reconhecimento da CNC de “Entidade rumo à Excelên-cia”. “Com essas mudanças, o SEGS fica adaptado às necessidades das entidades participantes e à melhoria do processo de implementação do programa”, diz Lilian Barbosa, assessora do Deplan.

O SEGS é um projeto que foi im-plementado entre os anos de 2008 e

2009. A partir de janeiro de 2010, passou a ser um Programa Permanente da CNC. Os números mostram a dimensão do trabalho realizado: em dois anos, foram 704 adesões. Somente em 2009 foram 501 autoavaliações entregues, 435 avaliações de consenso, 428 entidades reconhecidas, 582 entidades treinadas, 980 pessoas treinadas, com aproximadamente 2.500 participações. O SEGS tem como premissa, antes de cada ciclo, revisar e aprimorar o processo de trabalho junto aos sindicatos e federações aderidos, buscando suprir as necessidades e reformular estratégias para uma atuação diferenciada. Para 2010, o Deplan vai apli-car o SEGS com foco maior em medição e análise do desempenho na implementação de práticas, pois para ter uma boa gestão é preciso representar em forma de números a evolução das entidades. O programa se dividirá em Encontro de Multiplicadores, que consiste na abertura do ciclo de trabalho com o encontro entre o Deplan e todos os representantes das Federações, para passar as diretrizes do ano; Treinamento Inicial,

Resultados SEGS 2008 e 2009

CNC NotíciasFevereiro 2010 n°1201414

CAPA

Novo visual para o ciclo 2010 do SEGSCertificado será

entregue pelas Federações Para marcar o início de mais um ciclo de atividades do SEGS, o Departamento de Planejamento e a Programação Visual da Asses-soria de Comunicação da CNC mudaram a cor do site e de todos os materiais impressos do pro-grama. O tom verde, que remete à natureza, mostra a preocupação com a sustentabilidade, o que é reforçado pelo uso de papéis re-ciclados nos guias e apostilas de treinamento. Além do apelo eco-lógico, a mudança da cor facilita a identificação dos ciclos pelos usuários, solução que será usada para os anos futuros.

O reconhecimento às entidades participantes do SEGS no ciclo 2009 será feito nas federações estaduais e nacionais. Para receber

o certificado de “Entidade rumo à Excelência”, os sindicatos e federa-ções tiveram de entregar suas autoavaliações e avaliações de consenso ao Departamento de Planejamento da CNC. Com isso, 32 federações e 396 sindicatos receberam certificações, totalizando 428 entidades, 9% a mais que no ano de 2008. O aumento em relação aos resultados de 2008

mostra como a CNC ampliou sua presença junto às federações e principalmente jun-

to aos sindicatos, uma vez que o SEGS desenvolve atividades de capacitação e consultoria, sempre com a pre-sença dos assessores do Deplan, o que representa um investimento da CNC no relacionamento interno do Sistema.

Novos projetos sob a gestão do SEGS

A partir de agora, novos pro-jetos serão realizados sob a es-trutura do SEGS. Um deles, por exemplo, o Fomento ao Associa-tivismo, consiste em disseminar para as entidades sindicais méto-dos para captação de associados. O Sistemas Gerenciais aborda o alinhamento nacional de ferra-mentas de gestão necessárias a federações e sindicatos, padroni-zando processos e recursos de in-formática. Já o Desenvolvimento de Executivos Sindicais consiste em um programa de capacitação para executivos de sindicatos do Sistema CNC. E o projeto de In-centivo à Criação de Cooperativas de Crédito para o Empresário bus-ca oferecer um serviço essencial à vitalidade das empresas.

Fomento ao Associativismo

Marketing Associativo

Estratégias de Comunicação

Oferta de produtos e Serviços

Cooperativas de crédito

Capacitações

Nova Cartilha para criação de cooperativas

Assessoria especializada

2010 2011

Desenvolvimento de Executivos Sindicais

Itinerário formativo do Executivo Sindical

Sistemas Gerenciais

Ferramentas de Tecnologia da informação voltadas para as

entidades sindicais

Plano Estratégico Sistema CNC 2007-2020Novos Projetos em Implementação

15CNC NotíciasFevereiro 2010 n°120 15

CAPA

A primeira reunião de Diretoria da CNC este ano foi marcada pelo foco em questões que trazem a marca do futuro. No encontro, realizado no Rio de Janeiro, foram apresentados a metodologia e os resultados das primeiras pesquisas nacionais produzidas pela Confederação, previstas no Plano Estratégico 2007-2020 da entidade.“As ações estão dando certo nos projetos que temos levado avante. Ninguém é dono de nenhuma ideia: é tudo um conjunto que é partilhado, cada um contribuindo com seu trabalho”, afirmou o presidente da CNC, Antonio Oliveira Santos.

a umsólidofuturo

Rumo

16

REUNIÃO DE DIRETORIA

CNC NotíciasFevereiro 2010 n°120

E ntramos em um ano cujas expectativas econômicas já estão feitas e contratadas.

Conforme já projetava em outubro de 2009, o chefe da Divisão Econômica da CNC, Carlos Thadeu de Freitas, confirmou, na reunião de Diretoria da entidade, o cenário positivo para 2010. Ele acredita que não devem acontecer grandes mudanças na área econômica, inde-pendentemente dos resultados das eleições que marcam o ano que se inicia.

O economista projeta um crescimento econômico na faixa de 5% ou 6% para este ano; inflação na faixa de aproximadamente 4,5%; crescimento da massa real de salários na faixa de 5% a 6%; e concessão de crédito à pessoa física na faixa de 10% a 15%. “É um ano bastante favorável, não tem como mudar muito, a não ser que haja uma crise de confiança internacional, aversão ao risco e que o dólar volte a subir muito rapidamente, coisa que não está próxima”, afirmou.

O consumo das famílias, atualmente em cerca de 62% do PIB, pode crescer este ano, devido à confiança do consumidor, que está, para tanto, satisfeito com seu emprego, com sua renda familiar. “Este é o ano do consu-mo, essa é a grande realidade”, disse Thadeu de Freitas.

Para que tal cenário se tornasse mais defi-nido para o comércio, foi preciso levantar as informações que podem indicar rumos futu-ros. “Lançamos nossas pesquisas nacionais num momento muito oportuno, começo de ano, e logo em seguida saíram os dados do Banco Central mostrando o que a pesquisa confirmou: a inadimplência no Brasil não está alta, está caindo. Todas as pesquisas que saíram depois confirmaram a nossa pesquisa como indicador antecedente”, afirmou o che-fe da divisão Econômica da CNC ao explicar

as pesquisas de Endividamento e Inadim-plência do Consumidor (PEIC) e de Intenção de Consumo das Famílias (ICF).

Os levantamentos mostraram uma reali-dade que já está acontecendo, sem que ne-nhuma instituição privada tivesse detectado. Comentando um dos resultados das pesqui-sas – de que somente 9,2% dos endividados não iriam pagar suas dívidas em atraso –, Carlos Thadeu de Freitas enfatizou que exis-tem várias maneiras de se antecipar. “Uma é fazendo uma análise olhando para trás: da-dos de renda, emprego, fazendo análises eco-nômicas. A melhor análise é aquela que vai diretamente ao consumidor, às famílias, e vê o que eles estão pensando”, complementou.

Na atual conjuntura econômica, as pes-quisas da CNC mostraram que o consumidor ainda é capaz de se endividar. Além disso, com as taxas de juros altas, não há pressão inflacionária, no curto prazo, via endivida-mento. Por outro lado, a intenção de con-sumo das famílias mostra que a maior par-te está satisfeita com sua renda atual e que seus membros estão mais satisfeitos com suas perspectivas profissionais e com a renda futura. “Eles não estão consumindo ainda o que acham que podem consumir – vão con-sumir à frente. Ao mesmo tempo, não estão tão endividados assim”, analisou Thadeu.

Antônio Borges, da Fecomercio de São Paulo, entidade que participa da produção das sondagens, explicou como as Federações de todo o País poderão ter acesso aos resulta-do regionais das pesquisas pela internet. “O empresário quer saber que tipo de coisa ele vai ter pela frente para administrar seu ne-gócio. É nisso que estamos investindo”. Ou seja, com uma base sólida e unida é possível olhar para o futuro com otimismo.

O ano da consolidaçãoSe a economia este ano seguir as projeções, a estrada do desenvolvimento estará aberta para que 2011 chegue sem sustos

17CNC NotíciasFevereiro 2010 n°120

REUNIÃO DE DIRETORIA

A sucessão de Flávio Roberto Sabbadini na Vice-Presidência Administrativa da CNC também foi tema abordado na reunião de Diretoria. Conforme a norma, a vaga deverá ser preenchida de acordo com o inciso II, Artigo 26 do Estatuto da CNC. Foi aberto prazo de 10 dias para que os diretores interessados se manifestassem acerca do interesse em concorrer para a vaga. Ha-via entendimento de alguns diretores de que a condução do 2º diretor secretário, Antonio Airton Dias (foto), deveria ser automática, contudo, o estatuto determina que sejam cumpridos os procedimentos legais para substituição, com eleição na reunião de Diretoria subsequente. Para agilizar o processo e evitar a vacância do cargo, o presidente Antonio Oliveira Santos convocou reunião de Diretoria para o dia 25 de fevereiro, quando então será realizada a eleição.

Sucessão na vice-presidência

Manifestação de respeito

Palavras de respeito marca-ram a homenagem que o Sistema Co-mércio prestou a Flávio Roberto Sabbadini, vice-presidente Admi-

nistrativo da CNC e presidente do Sistema Fecomércio-SESC-Senac-RS, na reunião de Diretoria da CNC. “Inicialmente, te-nho muito pesar em comunicar o que já é de conhecimento de todos. Já fiz a comu-nicação no mesmo dia do falecimento do nosso querido amigo. Foi uma perda que todos sentimos muito”, afirmou o presi-dente da CNC, Antonio Oliveira Santos. complementou. A pedido do presidente do Sistema Fecomercio-SESC-Senac de São Paulo, Abram Szajman, todos os diretores permaneceram em silêncio por um minuto,

de pé, em homenagem à Sabbadini. “En-cerramos esta reunião com muita saudade de um companheiro que se foi, mas que deixou a marca do seu trabalho, da sua amizade e do seu companheirismo”, disse Oliveira Santos.

Zildo De Marchi (foto), suplente da Di-retoria da CNC, agradeceu pela manifes-tação de respeito. “Lamento o passamento do nosso querido amigo Flávio Roberto Sabbadini, um homem que se dedicou de forma extremada, com sua competência, coerência, determinação, seriedade e prin-cípios. Nossa Fecomércio é um orgulho no Rio Grande do Sul graças à colaboração dele, que se estendeu a esta Confedera-ção”, afirmou. Segundo De Marchi, o novo presidente do Sistema Fecomércio-SESC-Senac, Moacyr Schukster, trabalha para cumprir o Plano Estratégico e concluir o mandato, que termina em junho.

ECOS DA DIRETORIA

CNC NotíciasFevereiro 2010 n°1201818

Programa Empresa Cidadã:

decisão a cargo do empresário

de prorrogação da referida licença, sendo que está vedada a dedução como despesa operacional. “O fato de ter-se permitido a dedução do período extra no Im-posto de Renda apenas para as empresas que adotam o regime de lucro real, deixando-se de lado as empre-sas do Simples e as com lucro presumido, tra-rá um grande desestímulo para a adesão ao Programa Empresa Ci-dadã”, com-plementa Mac Gregor. Segundo ele, vale destacar que no período de pror-rogação a emprega-da não poderá exercer qualquer atividade re-munerada, exceto nos casos de contrato de tra-balho simultâneo firma-do previamente. “Além disso, no caso de a criança encontrar-se em creche ou similar durante o período de extensão, a funcionária perderá o direito à prorrogação”, diz.

A Lei nº 11.770/08, que criou o Programa Empresa Cidadã, trouxe a possibili-

dade de o empregador ampliar o período de licença-maternidade de suas funcionárias de 4 para 6 meses. Essa ampliação é facultati-va – no caso de se optar pelo prazo maior, as empresas assumirão os pagamentos dos salários daquele período excedente de afastamento, podendo abater tais valores do Imposto de Renda. “A prorrogação, por ser facultativa, acaba permitindo que o empresário possa analisar, de acordo com suas possibilidades operacionais, a viabilidade ou não da exten-são da licença”, afirma Alain Mac Gregor, da Divisão Sindical da CNC. Para que o abatimento no Imposto de Renda fosse possível, a Secretaria da Re-ceita Federal publicou, no dia 22 de janeiro de 2010, no Diário Oficial da União, a Instrução Normativa (IN) 991, que re-gulamenta o Programa Empresa Cidadã, estabelecendo que apenas as empresas que utilizam do regime de declaração pelo lucro real poderão se cadastrar. Com isso, nem as empresas optantes pelo Simples nem as inseridas no regime de lucro presumido poderão aderir ao Programa, o que limita, em muito, a quantidade de empresas que po-deriam conceder a prorrogação da licença- -maternidade. Assim, a empresa tributada com base no lucro real que optar por conceder a extensão da licença-maternidade às suas funcionárias poderá deduzir do imposto devido o total da remuneração da empregada pago no período

Iniciativa visa à prorrogação por 60 dias da duração da licença-maternidade prevista na Constituição Federal

19CNC NotíciasFevereiro 2010 n°120 19

REPRESENTATIVIDADE

Anteprojeto sobre terceirização ameaça contratos

gresso Nacional. Já existem, contudo, três projetos de lei no Congresso que tratam da regulação do serviço de terceirização. São eles o PL 4.302/1998, de autoria do Execu-tivo, o PL 4.330/2004, do deputado Sandro Mabel (PR-GO), e o PL 1.621/2007, do deputado Vincentinho (PT-SP). Os dois primeiros, segundo a Assessoria Junto ao Poder Legislativo (Apel) da CNC, são os que mais atendem aos anseios da classe empresarial. O Projeto de Lei que dominou os debates em 2009 – sobre terceirização – foi o PL 1.621, que tem o deputado José Guimarães (PT-CE) como relator. Audiências públicas na Comissão de Desenvolvimento Econômico, Indústria e Comércio (CDEIC) resultaram em impasse. De um lado, parlamentares de partidos considerados de esquerda se posicio-naram pela aprovação do Projeto. De outro, parlamentares da oposição e representantes dos segmentos empresariais, pela rejeição deste. Segundo a Federação Nacional das Empresas Prestadoras de Serviços de Lim-peza e Conservação (Febrac), o Projeto ela-borado pelo MTE e pelas centrais sindicais, se aprovado, poderá trazer prejuízos para os trabalhadores, as empresas prestadoras de serviços e os contratantes, tendo em vista previsões irreais. A terceirização emprega cerca de 8 milhões de trabalhadores com carteira assinada. Os altos custos da relação de em-prego no Brasil são os principais motivos da contratação de um serviço terceirizado.

S erá enviado à Casa Civil um anteprojeto que dispõe sobre os contratos de servi-

ços terceirizados e as relações de trabalho deles decorrentes. O trabalho é fruto de uma parceira do Ministério do Trabalho e Empre-go com as centrais sindicais trabalhistas e teria por objetivo central garantir os direitos dos trabalhadores terceirizados. Ele propõe nova regulamentação dos contratos de pres-tação de serviços e veda a contratação de serviços terceirizados na atividade-fim da empresa tomadora de serviços. No Anteprojeto constam, ainda, para a ce-lebração dos contratos, questões que podem inibir os contratos de trabalho com empresas prestadoras de serviços, como é o caso da obrigatoriedade de a empresa tomadora de serviços comunicar à entidade sindical, com antecedência mínima de 120 dias, os motivos da terceirização; os serviços e atividades que pretende terceirizar; a quantidade de trabalhadores diretos e indiretos envolvidos na terceirização; a redução de custos e as metas pretendidas; e os locais da prestação de serviços. No que diz respeito a responsabilização e deveres, a empresa tomadora de serviços passaria a ser solidariamente responsável pelas obrigações trabalhistas, previdenciárias e quaisquer outras decorrentes do contrato, inclusive no caso de falência da empresa prestadora de serviços. Para se tornar um Projeto de Lei (PL) é preciso que, ao chegar à Casa Civil, o presidente da República o remeta ao Con-

Ministério do Trabalho elabora proposta que altera os contratos de prestação de serviços terceirizados e

compromete o desenvolvimento do setor

CNC NotíciasFevereiro 2010 n°1202020

REPRESENTATIVIDADE

Projeto de lei incentiva informalidade e onera empresários

O riundo da Câmara dos Deputados, o Projeto de Lei (PL) nº 1.033/2003

chamou a atenção, inicialmente, dos empre-sários do setor de transporte de valores, por instituir o adicional de periculosidade para os vigilantes e empregados em empresas de transporte de valores. Aprovado na Câ-mara e remetido ao Senado Federal, passou a ser o PLC (Projeto de Lei da Câmara) nº 220/2009, causando uma preocupação maior ao segmento, porque passou a redefi-nir os critérios para a caracterização das ati-vidades ou operações perigosas, estendendo ainda mais o adicional de periculosidade. No Senado Federal o Projeto foi enca-minhado à Mesa Diretora, a qual despachou para tramitar apenas na Comissão de Assun-tos Sociais (CAS), com poder terminativo. Ou seja, com a sua aprovação na Comissão, a proposta não precisaria ir a Plenário e, consequentemente, se transformaria em lei. “Entretanto, o senador Aldemir Santana (DEM-DF) encabeçou recurso para que a matéria fosse apreciada pelo Plenário do Senado”, explica Reiner Leite, da Asses-soria Junto ao Poder Legislativo (Apel) da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). Se-gundo ele, o recurso foi aceito, e a matéria foi efetivamente a Plenário, onde foram apresentadas emendas. Em 26 de janeiro, foi distribuída ao senador Paulo Paim (PT-RS), para análise das emendas. “Estamos aguardando o Projeto entrar na pauta da CAS para que sejam votadas as emendas oferecidas em Plenário. Essas emendas es-tão em consonância com o pensamento das entidades patronais”, complementa Reiner. No caso dos vigilantes e empregados que trabalham com transporte de valores, a ma-

téria sempre foi objeto de negociação coletiva en-tre as partes envolvidas, sendo que estes profis-sionais re-cebem, em razão disso, adicional de risco de vida, que se en-contra, mui-t a s vezes , em patamar superior ao estipulado por meio do referido adicional. A explicação é de Guilherme Brandão, ad-vogado da Divisão Sindical da CNC. Ele destaca que aqueles empregados que efeti-vamente executam as funções de vigilância patrimonial das instituições financeiras e de outros estabelecimentos, públicos ou privados, bem como a segurança de pessoas físicas, realizando, ainda, o transporte de valores, possuem o que ele chama de ins-trumento negocial – acordos e convenções coletivas cujo conteúdo vem garantindo adicional superior ao proposto por meio do mencionado Projeto de Lei. “Além disso, a adoção do novo adicional vai onerar so-bremaneira as empresas prestadoras desses serviços, que terão dificuldades na contrata-ção de profissionais do ramo, o que poderá gerar, por conta disso, informalidade nessas contratações, diminuindo, em consequên-cia, a criação de novos postos de trabalho”, complementa Guilherme Brandão.

Iniciativa pretende incluir o adicional de periculosidade no salário-base de vigilantes e transportadores de valores, sem considerar convenções e acordos coletivos de trabalho

21CNC NotíciasFevereiro 2010 n°120 21

REPRESENTATIVIDADE

CNC ajuíza novas ações no

Supremo Tribunal Federal

legislar sobre Direito do Trabalho e para organizar, manter e executar inspeção do trabalho. Também afronta o princípio da livre iniciativa, em face da flagrante ingerência no poder intraempresarial do empregador, restringindo, inclusive, o livre exer-cício da atividade econômica”, explica Lidiane Nogueira, advogada da Divisão Sindical que assina a ADI. “É importante destacar que o objetivo da Ação não é favorecer ou estimular a exposição do corpo humano, mas apenas garantir o livre exer-cício da atividade econômica e a negociação entre patrões e empregados, respeitando as disposições legais de proteção ao trabalho”, frisa Lidiane. Além das Ações contra as leis f lumi-nenses, a CNC ajuizou ainda uma ADI (nº 4.364) questionando a Lei Complementar nº 459/09, de Santa Catarina, que também instituiu um piso regional e gerou a criação de quatro categorias de piso salarial no Estado. De acordo com a Confederação, trata-se, entre outras razões, de uma intervenção do Estado na atividade sindical, visto que a estipulação de pisos salariais de atividades devidamente representadas deve ser feita por meio de negociação coletiva – convenção ou acordo. A CNC ajuizou, ainda, a ADI nº 4.376, contra a Lei 13.296/08, de São Paulo, que exige o recolhimento de IPVA de veículos de locadoras, mesmo que o tributo já tenha sido cobrado e pago em outro estado. Para a CNC, a lei desconsiderou o fato de um grande número de veículos da frota de diversas locadoras ter sido adquirido e regis-trado em outra lo-calidade, além de ter alterado o conceito de “domicílio” adotado pelo Direito Civil e acolhido pela Consti-tuição Federal.

C omo legí t ima representante nacional dos interesses do comércio de bens, servi-

ços e turismo, a CNC já começou mais um ano em plena atividade – a entidade ajuizou quatro Ações Diretas de Inconstitucionalidade (ADIs) no Supremo Tribunal Federal, para defesa das categorias que representa. A ADI número 4.375 questiona a Lei nº 5.627/2009, do Estado do Rio de Janeiro, que instituiu nove pisos salariais para categorias de trabalhadores, sendo que oito alcançam as empresas representadas pela entidade. A norma vigora desde 1º de janeiro deste ano, e os pisos contestados va-riam de R$ 581,88 (para mensageiros, auxiliares de serviços gerais e de escritório, auxiliares de garçons e barboys, entre outros) a R$ 1.484,58 (para administradores de empresas, arquivistas de nível superior, advogados e contadores empregados). A Confederação alega que a norma é inconstitu-cional e fere os direitos das empresas, ao instituir pisos salariais para os trabalhadores do ramo de comércio de bens, serviços e turismo. “O piso sa-larial do Rio de Janeiro fere a Constituição Federal, em especial no tocante ao reconhecimento das convenções e dos acordos coletivos de trabalho, já que desconsidera o que foi convencionado pelos legítimos representantes das categorias profissional e econômica”, afirma Alain Mac Gregor, advogado da Divisão Sindical da CNC e autor da Ação. Para a entidade, a estipulação de piso salarial diz respeito não apenas aos trabalhadores que o recebem, mas principalmente aos empregadores que o pagam. Ainda sobre o Rio de Janeiro, outra Ação Di-reta de Inconstitucionalidade diz respeito à Lei nº 5.605/2009, que proibiu postos de gasolina e outros estabelecimentos de exigir que seus empregados usem determinados tipo de uniforme. Segundo a CNC, a lei é inconstitucional, porque usurpa a competência exclusiva da União para legislar sobre Direito do Trabalho. Além disso, restringe o livre exercício da atividade econômica. “A lei contraria disposições da Constituição na medida em que impõe obrigações aos empregadores, invadindo, com isso, a competência privativa da União para

CNC NotíciasFevereiro 2010 n°1202222

REPRESENTATIVIDADE

Restaurante-escola do Senac faz sucesso

I naugurado em 18 de agosto de 2009, o Restaurante-Escola Senac, integrante

do Espaço Mesa Brasileira, no 10° andar do Anexo IV da Câmara dos Deputados, já se firmou como ótima opção na hora do al-moço, e não só para os parlamentares. Com o objetivo de formar 550 alunos por ano, o estabelecimento é resultado da parceria entre a Câmara dos Deputados e o Sistema CNC-SESC-SENAC. O restaurante-escola não é apenas mais um espaço gastronômico do Senac na Câ-mara dos Deputados. É também um ponto de encontro de amantes da arte, que vão ao Espaço Mesa Brasileira para apreciar expo-sições culturais de longa duração, mostras temporárias sobre as culinárias brasileiras e apresentações musicais. Nas unidades gastronômicas do Senac, os alunos não recebem gorjeta ou taxa de serviços (10%). Antes de começarem a prá-tica, passam por 400 horas de aula teórica. Eles ganham uma bolsa, que inclui auxílio para transporte e alimentação, o uniforme e o material didático. Cerca de 95% dos profissionais-alunos já saem dos cursos com emprego garantido.

Cultura e gastronomia compõem o ambiente, palco de exposições e eventos parlamentares

“O Senac possui 74 empresas pedagógicas em todo o País, orgu-lhando-se não apenas de formar bons profissionais para o mun-do do trabalho, mas também de preparar cidadãos de excelência para o Brasil”, afirmou o presi-dente da CNC, Antonio Oliveira Santos. Segundo ele, o programa gastronômico do Senac veio rea-firmar o viés social das empresas pedagógicas de priorizar a participação de alunos economicamente desfavorecidos ou que estejam fora do mercado de trabalho. Outros espaços já estão funcionando a pleno vapor na Casa, como é o caso do cafezinho do plenário, inaugurado em maio de 2008, da lanchonete do Centro de Formação, Treinamento e Aperfeiçoamento da Câmara dos Deputados (Cefor), inau-gurada em setembro de 2008, e da lancho-nete do edifício principal, inaugurada em julho de 2009. A meta do programa é preparar aproximadamente mil alunos por ano nos espaços gastronômicos da Câmara dos Deputados.

O Espaço Mesa Brasileira tem como foco o patrimônio cultural expresso nas diversificadas manifestações da culinária do Brasil, fator de desenvolvimento susten-tável no País. Desde que foi inaugurando, a equipe gastronômica do Restaurante-Escola Senac tem colaborado na realização dos eventos culturais realizados no local, com o apoio da CNC. De agosto de 2009 até fevereiro deste ano já foram realizadas três grandes exposições culturais focadas na culinária brasileira, com-postas de fotos, objetos culturais e comidas típicas das regiões homenageadas. Foram elas: “Homenagem à Culinária de São Pau-lo”, “Homenagem à Culinária da Amazônia”

Espaço Cultural Mesa Brasileira e suas exposiçõese “Homenagem à Culinária Natalina”. O Senac lançará, em breve, a publi-cação Espaço Mesa Brasileira - A For-mação da Culinária Brasileira, com a história e fotos de cada uma das exposições. O objetivo é demonstrar re-sultados positivos da parceria do Sistema CNC-SESC-SENAC com a Câmara dos De-putados, que visa di-fundir os movimentos culturais e as delícias da culinária brasileira, ressaltando as peculia-ridades de cada região e seu povo.

23CNC NotíciasFevereiro 2010 n°120 23

SERVIÇOS

Fecomercio de São Paulo vai emitir certificado digital para o empresariado

número de certificados emitidos para a nota fiscal eletrônica, o e-CNPJ e outros indicam que a adesão do comércio é crescente”, afirma Antonio Carlos Borges, diretor executivo da entidade. Atualmente, as empresas do comércio já se beneficiam do uso da internet para fechar transações eletrônicas com fornecedores e clientes. A certificação é de fundamental importância para dar validade jurídica a essas transações e, com isso, gerar negociações rápidas, sem a neces-sidade de locomoção, impressão de documentos e reconhecimento de firmas em cartório. Para mais informações sobre certificação digital, entre em con-tato com a Gerência de Projetos da CNC pelo e-mail [email protected].

C om o objetivo de oferecer prestação de serviço efi-

ciente, diminuindo a burocracia e o tempo gasto pelas empresas para cumprir as suas obrigações fiscais, a Federação do Comércio do Estado de São Paulo passará a atuar como Autoridade de Re-

gistro na emissão de certificados digitais. A Fecomercio oferecerá postos de atendimento em sua sede na capital paulista e no interior do Estado, por meio de seus Sindica-tos filiados, para as empresas que precisarem emitir seus certificados ou renová-los. De acordo com a Instrução Normativa nº 974/2009 da Receita Federal, as empresas precisarão possuir e-CNPJs (CNPJs eletrôni-cos), uma vez que o cumprimento de suas obrigações fiscais será por meio da certificação digital. “O Antonio Carlos Borges

Senac participa de abertura de exposição no Mesa BrasileiraA mais recente exposição Espaço Mesa Brasileira, na Câmara, acontece até o dia 6 de março. É a mostra “De olho na folia – O

carnaval da Bahia”, do cura-dor e antropólogo Raul Lody, composta por 19 fotografias de Marisa Vianna, Augusto Campos, Mario Luna e Rai-mundo Bandeira, que retratam a folia de carnaval nas ruas de Salvador. Muita cor e movi-mento compõem os painéis fotográficos pelas paredes do espaço cultural. A exposição foi prestigiada pela deputada federal Lídice da Mata (PSB-BA), que justificou sua presença no evento de abertura, dia 9 de

fevereiro, ao trabalho parceiro que realiza com o Sistema CNC-SESC-SENAC e ao encanto pelo tema, que trata de sua terra natal em seu melhor momento do ano. Norton Luiz Lenhart, diretor da CNC e coordenador da Câmara Empresarial de Turismo (CET) da entidade, e Roberto Velloso, chefe da Apel/CNC, também estiveram presentes. “Esse é mais um im-portante trabalho realizado com o apoio da CNC, que incentiva o crescimento do comércio, do turismo e da cultura, como parte responsável pelo desenvolvimento do País”, afirmou Velloso. O coquetel de abertura do evento va-lorizou o trabalho minucioso dos jovens aprendizes do Senac. Doces e salgados tipicamente baianos foram produzidos pela cozinha do Restaurante-Escola.

CNC NotíciasFevereiro 2010 n°1202424

SERVIÇOS

Ministro discute Plano Nacional de Turismo

Com a coordenação de Mário Moysés, secretário executivo do MTur, os trabalhos técnicos estão sendo conduzidos pelo secre-tário nacional de Políticas de Turismo, Carlos Alberto da Silva, com a contribuição de José Augusto Falcão, diretor de Planejamento e Avaliação do Turismo do MTur. Os represen-tantes do setor privado, que participarão do Grupo Estratégico, estão sob a coordenação do presidente da FNHRBS, Norton Luiz Lenhart, na qualidade de coordenador-geral da Câmara Temática de Legislação. Entre os presentes, representantes da Associação Brasileira de Agências de Via-gem (ABAV), da Associação Nacional dos Transportadores de Turismo (ANTTUR), da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis (ABIH), da Federação Nacional de Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares (FNHRBS), da Associação Brasileira das Empresas de Ecoturismo e Turismo de Aventura (Abe-ta), da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel), da Associação Brasileira das Empresas de Transporte Aéreo Regional (Abetar), da Associação Brasileira de Jornalistas de Turismo (Abrajet) e do Sindicato Nacional de Parques e Atrações Turísticas (Sindepat), além do Senac e da Fundação Getúlio Vargas, que colabora na elaboração das projeções econômicas do setor turístico nacional. Para a finalização do Documento Re-ferencial, mais duas reuniões foram agen-dadas na sede da CNC, em Brasília, para o mês de março.

O ministro do Turismo, Luiz Barretto, esteve presente com sua equipe, no

dia 28 de janeiro, na sede da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), em Brasília, para discutir, junto com empresários do setor, o “Docu-mento Referencial – Turismo no Brasil”, objeto de trabalho e ponto de partida para a definição do próximo Plano Nacional de Turismo (PNT) 2011/2014. O ministro Barretto foi recepcionado por Norton Luiz Lenhart, coordenador da Câmara Empre-sarial de Turismo (CET), e Eraldo Alves da Cruz, vice-presidente do Conselho de Turismo (CTur) ambos da CNC. O Documento Referencial abordará as perspectivas e projeções para o turismo brasileiro no período de 2011 a 2014, com foco nos novos cenários promovidos pela realização da Copa do Mundo em 2014 e das Olimpíadas em 2016. Fruto do consenso de todos os segmentos da cadeia produtiva do turismo nacional, envolvidos no objetivo comum de transformar a atividade turística em um importante mecanismo de melhoria do Brasil e indutor da inclusão social, o Documento Referencial será referendado pelo Conselho Nacional de Turismo. Dentre as estratégias estabelecidas estão o fomento à iniciativa privada, a qualificação dos equipamentos e dos pres-tadores de serviços turísticos, a melhora da infraestrutura pública e da logística de transportes, além do trabalho de promoção comercial e apoio à comercialização.

Da esquerda para a direita: o ministro do Turismo, Luiz Barretto, Norton Luiz Lenhart, coordenador da CET, e Eraldo Alves da Cruz, vice-presidente do CTur.

25CNC NotíciasFevereiro 2010 n°120 25

TURISMO

Pesquisa avalia a importância socioeconômica do setor

e a ocupação informal nessas atividades, bem como o perfil desses empregados. Son-dagem semelhante foi realizada pelo Ipea entre dezembro de 2004 e junho de 2005. Como os hábitos de consumo da população se alteram, é necessária a atualização das informações, motivo da realização dessa nova consulta cinco anos após a primeira. O Ministério do Turismo esclarece que o estudo não visa casos individuais, mas apenas estatísticas globais; e garante a pri-vacidade do estabelecimento e o sigilo das informações fornecidas. A pesquisa está sendo realizada por telefone, com algumas perguntas referentes ao estabelecimento e sua clientela. O apoio da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) foi solicitado pelo MTur, por meio do Conselho Nacional do Turismo. O Ipea garante que os números são importantes para os formuladores de políticas públicas do setor, pois, além de aprofundar o conhecimento, forne-cerão indicações objetivas de como o poder público deverá atuar para contribuir com o desenvolvimento do segmento no Brasil. Em carta enviada aos dirigentes das associações de classe ligadas ao turismo, o Ministério e o Ipea afirmam que a colaboração de todo o setor é fundamental para o sucesso da pesquisa - fornecendo informações completas e corretas, cada estabelecimento contri-buirá efetivamente para o desenvolvi-mento do setor de turismo no Brasil.

N o dia 28 de janeiro o Ministério do Turismo (MTur) e o Instituto de

Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) deram início à promoção de uma pesquisa para fins de conhecimento do setor de turismo no Brasil. O levantamento é realizado em cer-ca de 18 mil estabelecimentos que operam nas atividades de alojamento, agências de viagem, transporte (subdividido em aéreo, terrestre interurbano e outras modalidades), alimentação, auxiliar de transportes, aluguel de transportes, cultura e lazer em todos os Estados e no Distrito Federal. Com duração prevista de seis meses, o objetivo da pesquisa é conhecer a proporção

de turistas e residentes que são atendidos nessas atividades e estabelecimentos

em cada estado. Segundo o Ministério, a informação é

essencial para conhe-cer a importância socioeconômica do

setor de turismo, em especial a geração de

empregos na área. Os resultados do

levantamento, jun-to com dados do

Ministério do Trabalho e Em-prego e do Ins-tituto Brasileiro de Geografia e Estat ís t ica (IBGE), permi-tirão estimar o emprego formal

Ministério do Turismo e Ipea realizam pesquisa sobre a importância da atividade turística no Brasil

para dimensionar o número de empregos formais e ocupações informais gerados pelo segmento

CNC NotíciasFevereiro 2010 n°1202626

TURISMO

CET investe na formulação de políticas ambientais

Norton Luiz Lenhart, prevê a criação de uma Câmara Técnica, dentro do Conama, para avançar na regulamentação da norma a ser proposta. “O assunto é relevante, já que pode impactar diretamente futuros investimentos no setor de turismo no Bra-sil. Hoje, muitos países estão usando seus parques para fazer e desenvolver turismo. E no Brasil está cada vez mais apertada a legislação, fazendo com que não possamos usufruir desse patrimônio público, que po-deria ser utilizado de forma mais racional, inclusive fazendo com que eles fossem autossustentáveis. É incompreensível que em uma unidade de conservação eu possa praticar atividades de mineração, mas não possa fazer turismo”, explica Norton Lenhart. Segundo ele, deve ser criada uma legislação mais flexível. “Nossa atividade é bem vista pelos ambientalistas, pois o nosso maior patrimônio é o patrimônio ambiental. Nós trabalhamos o desenvol-vimento sustentável, e a nossa atividade quase não causa impactos – bem menos que outras atividades hoje permitidas nas áreas ambientais. Ou seja, temos todas as condições para construirmos um capítulo importante na história do turismo nacio-nal”, complementa.

A Câmara Empresarial de Turismo (CET), por meio de seu coordena-

dor, Norton Luiz Lenhart, apresentou proposta de criação de um grupo de trabalho com o objetivo de elaborar uma minuta de norma legal para o exercício da atividade turística em áreas de preser-vação ambiental. A ideia é que o grupo de trabalho seja formado por representantes das entidades que integram a CET – órgão de assesso-ramento da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) –, assim como por convidados que tratam de temas relacionados ao turismo e ao meio ambiente. O grupo deverá se reunir em março para dar início à construção de um anteprojeto de resolução, a ser apresentado ao Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama), do Ministério do Meio Ambien-te, que torne mais flexível a legislação liga-da à atividade turística em áreas ambientais ou em unidades de conservação. Devido à importância do tema e à oportunidade que foi criada, com o aval do Ministério do Meio Ambiente, junto à proposta de uma nova legislação am-biental turística, o coordenador da CET,

A ideia é reunir membros da Câmara Empresarial de Turismo da CNC e especialistas nas áreas de Turismo e Meio Ambiente, para a formulação de uma base regulatória nova e mais flexível

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TURISMO

Fala-se muito em uma nova ordem global e na crescente importância dos chamados países emer-gentes. Que papel o Brasil desempenha nesse novo cenário?

Eu diria que esta nova ordem está em consolida-ção. Os países emergentes, principalmente a China, mas também o Brasil, a Índia, passaram a ocupar um papel de destaque, porque foram economias que saíram da crise mais depressa e mais vigorosos do que antes. De maneira que seu poder relativo au-mentou. A prova conclusiva disso é que o G7, que desde os anos 70 era o núcleo mais forte do poder, foi praticamente diluído e absorvido pelo G20, do qual o Brasil faz parte. Mas essa redistribuição do poder é ainda tentativa, porque não se sabe exata-mente como vai ficar. Nem sequer se pode garantir que o G20 vai permanecer como tal. Enfim, estamos em um momento de bastante insegurança.

O protagonismo que o País reivindica é legíti-mo ou ainda não é condizente com o seu peso?

Sem dúvida, é legítimo. O Brasil é uma das maiores economias do mundo. Tem feito, através de quatro mandatos presidenciais sucessivos, uma po-lítica econômica correta e firme. Tem todo o direito de postular um lugar mais destacado no cenário in-ternacional.

Por que é tão importante para o Governo a rei-vindicação de um assento permanente no Conse-lho de Segurança da ONU?

Não acho que seja tão importante assim. No co-meço do Governo Fernando Henrique, nós até acha-mos que havia uma janela de oportunidades, com os 50 anos da ONU, em 1995, mas essa janela fechou-se e não se reabriu. Ninguém mais praticamente está

“Não vejo esperança para a

Rodada Doha a curto prazo”Um dos nomes mais expressivos da diplomacia brasileira, o carioca

Luiz Felipe Lampreia foi ministro das Relações Exteriores de 1995 a 2001. É, atualmente, membro do conselho consultivo de grandes

empresas, como a Coca-Cola e a Caixa Geral de Depósitos, de Portugal, e um dos mais requisitados palestrantes do País. Integra,

desde 2002, o Conselho Técnico da CNC. Ele conversou com a CNC Notícias sobre política externa e comércio exterior.

falando nisso. Não adianta subordinar toda a polí-tica externa a esse objetivo, se ele é, no momento, inalcançável.

O desfecho do impasse político em Honduras afetou, de alguma forma, a imagem da diplomacia brasileira?

Afetou. Basicamente, o que o Brasil fez foi um papelão. Ficou falando sozinho. Mostrou uma tenta-tiva de protagonismo excitada que não resultou em nada. Acabou em irrelevância completa da diploma-cia brasileira. Foi um episódio muito infeliz.

A política externa brasileira tem sofrido algu-mas críticas, principalmente quanto à posição do País em relação a nações como a Venezuela e o próprio Irã. Ao mesmo tempo, o Brasil nunca ven-deu tanto para esses países. Isso não é bom?

Política externa e comércio não têm necessaria-mente nada a ver uma coisa com a outra. No caso da Venezuela, pode ser que esse argumento seja legíti-mo, porque a Venezuela é um país ditatorial, onde o presidente faz valer a sua decisão, e ele decidiu pri-vilegiar o Brasil, sem dúvida nenhuma. Mas de um modo geral a expansão das vendas brasileiras pelo mundo afora é baseada em raciocínios comerciais de preço, de demanda, de qualidade dos produtos, e não de política externa. A política externa não vende nada. Só em situações em que o Estado administra até o que se compra, onde se compra.

Mas então qual a explicação para a estratégia brasileira com relação a Irã, Venezuela?

A explicação é simplíssima. É uma decisão puramente ideológica baseada num raciocínio de que, para o Brasil, é vantajoso se aproximar o

Luiz Felipe Lampreia

CNC NotíciasFevereiro 2010 n°1202828

ENTREVISTA

Lampreia: momento político americano impede avanços no acordo sobre comércio internacional

mais possível de países que estejam desafiando, digamos, os poderosos do mundo.

Vantajoso sob que ponto de vista?Precisaria perguntar a eles, porque eu não con-

cordo em nada com esse raciocínio.

O Brasil é tido como um país relativamente fe-chado, do ponto de vista comercial. Mas também é dos que mais sofrem com o protecionismo. O protecionismo é uma arma legítima e inevitável?

Todo mundo usa. A começar pelo Brasil. Todo mundo, de algum modo, usa em graus variados. Não existe nenhum santo nesse assunto, e o Brasil tem, para dar alguns exemplos, tarifas para produ-tos de informática da ordem de 35%, automóveis de 35%. Isso não é protecionismo? Certamente que é. Mas claro que enfrenta também. É como eu digo: não tem santo nesse assunto.

E é uma arma legítima?Legítima desde que seja dentro dos padrões da

OMC. A OMC permite que o Brasil tenha essas tari-fas. O País não as está aplicando clandestinamente. Assim como permite que os europeus façam prote-cionismo agrícola e os americanos, em aço. Agora, frequentemente, o que acontece é que a fronteira é tênue entre o que a carta da OMC permite e a prática dos países. Há sempre um grau de arbítrio, de opaci-dade na aplicação de medidas.

As chamadas medidas de natureza sanitária, por exemplo...

Exatamente. Veja o caso da Argentina. A Argen-tina talvez seja uma das campeãs mundiais de pro-tecionismo. Mas ela faz tudo de maneira um tanto sub-reptícia.

E o futuro do Mercosul?O Mercosul está estagnado, mas tem sua fun-

ção. Certamente não deve ser eliminado. Sou completamente contrário à ideia de acabar com o Mercosul. Acho isso uma bobagem.

Existe esperança para a Rodada Doha?No momento, infelizmente, nenhuma. Seria

muito bom para o Brasil, mas não vejo esperança nem neste ano nem no ano que vem.

Por quê?Basicamente porque os Estados Unidos não

querem. O Congresso americano está numa fase muito protecionista, muito antiliberal. E os Es-tados Unidos, mal ou bem, são a maior potência comercial do mundo. Se eles não querem, é muito difícil, quase impossível, fazer andar uma propos-ta tão ambiciosa quanto a Rodada Doha.

Qual o impacto para o Brasil?Deixa de ter a vantagem que poderia ter. O Bra-

sil, na Rodada Doha, aposta, antes de mais nada, na abertura de mercados para a sua produção agrícola – uma coisa que, no momento, é inteiramente fecha-da, ou muito fechada, na maioria dos países desen-volvidos. Os mercados agrícolas para o Brasil são os países emergentes. Então, o País deixa de ganhar, o que é praticamente a mesma coisa que perder.

A COP-15 fracassou?Acho que não. Talvez houvesse expectativa de-

mais, se pensasse que era possível, de repente, em Copenhague, chegar a um resultado muito amplo, forte. E talvez também não se tivesse em conta que tudo isso é um processo. E se a COP-15 for vista como um processo, ela foi um avanço.

Luiz Felipe Lampreia

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ENTREVISTA

O impacto de pessoas e empresas sobre a natureza

O respeito ao meio ambiente e a busca de um modelo de

desenvolvimento que seja sus-tentável são assuntos que estão na ordem do dia. A maior parte das pessoas (e das empresas), de uma forma ou outra, sensibiliza-se para essas questões. Afinal, no limite, estamos falando do futuro do planeta. Mas até que ponto temos noção do quanto nossas ações individuais repercutem no meio ambiente? No início da década de 90, os especialistas William Rees e Mathis Wackernagel procuravam formas de medir a dimensão cres-cente das marcas que deixamos no planeta. Em 1996, os dois cien-tistas publicaram o livro Pegada Ecológica – reduzindo o impacto do ser humano na Terra, apresen-tando ao mundo um novo conceito no universo da sustentabilidade.

O princípio é simples. Como explica o site da ONG WWF Brasil, assim como ao caminharmos na praia, por exemplo, podemos criar diferentes tipos de rastros, confor-me a maneira como caminhamos, o peso que temos ou a força com que pisamos na areia, também na “Pegada Ecológica” quanto mais se acelera nossa exploração do meio ambiente, maior se torna a marca que deixamos na Terra. A Pegada Ecológica nos ajuda a perceber o quanto de recursos da natureza utilizamos para sustentar nosso estilo de vida, o que inclui a cidade e a casa onde moramos, os móveis que temos, as roupas que usamos, o transporte que utilizamos, aquilo que comemos, o que fazemos nas horas de lazer, os produtos que compramos e assim por diante. Como os recursos não são infinitos, a dica é utilizá-los com sabedoria.

O conceito de “Pegada Ecológica” busca dimensionar como o nosso dia a dia repercute sobre o meio ambiente e orientar para um modo de vida que contribua para um

mundo mais equilibrado e sustentável

Como reduzir a “Pegada Ecológica” Adotar estilos de vida (e – por que não? – de gestão) mais equili-brados e amigáveis com o meio ambiente faz bem não apenas para o planeta, mas também para a própria saúde das pessoas e das empresas. O consumo de água, por exemplo. Seu desperdício deixa uma grande pegada ecológica. A alimentação é outro item muito importante da nossa qualidade de vida, mas, além disso, uma dieta natural e equilibrada é bastante favorável à preservação dos ambientes. Evitar o desperdício de energia elétrica é bom para o bolso e para a natureza. A mesma coisa vale para a separação dos materiais descarta-dos. A questão do transporte também é chave. Hoje em dia, a ciência e a sociedade civil têm pressionado o poder público e a iniciativa privada na busca de soluções para a poluição. Por isso, um transporte sustentável tem de utilizar eficazmente a energia, ou seja, transportar o máximo de carga possível gastando o mínimo de combustível. Fonte: WWF Brasil

CNC NotíciasFevereiro 2010 n°1203030

EM FOCO

Justiça desobriga farmácias de cumprir Resolução da Anvisa

O mês de fevereiro marca a entrada em vigor dos termos da resolução da Agência Nacional de

Vigilância Sanitária (Anvisa) que, entre outros pontos, regulamenta o que as farmácias e drogarias podem vender e os serviços a serem prestados. A RDC 44/09, no entanto, foi objeto de questionamentos por parte das entidades representativas do setor, provocando deci-sões da Justiça que desobrigam os estabelecimentos de cumpri-la. Pelo menos, por enquanto. A Divisão Jurídica da CNC, por solicitação da Câmara Brasileira de Produtos Farmacêuticos (CBFarma), órgão consultivo da Confederação, anali-sou o assunto no ano passado e fundamentou os argu-mentos que ajudaram a orientar os questionamentos das entidades na Justiça. A RDC 44/09, junto com as instruções normativas nº 9 e 10/2009, determinam que mesmo os medicamentos isentos de pres-crição médica não poderão mais ficar em corredores de livre acesso ao consumidor. A Resolução proíbe, ainda, o comércio de produtos não farmacêuticos, com exceção dos die-téticos e naturais. O parecer da CNC faz dois questionamentos. O primeiro é sobre a competência da Anvisa para regular a comercialização de produtos livres em estabelecimentos farmacêuticos. O segundo é se tal restrição poderia ser feita por meio de simples atos administrativos normativos, como foi o caso.“A única lei federal que estabelece normas de fun-cionamento para os estabelecimentos do comércio farmacêutico é a Lei nº 5.991/73, e em momento ne-nhum fixa qualquer das restrições estabelecidas pela RDC nº 44 (...), seja no que diz respeito aos serviços que poderiam ser prestados por esses estabelecimen-tos comerciais, seja pelos produtos que poderiam comercializar”, assinala o parecer, mostrando que os atos administrativos da Anvisa ultrapassaram os limites legais. Pelos aspectos legais e potencial prejuízo aos empresários do setor, a CNC, por meio da

CBFarma, posicionou-se contra essas medidas da An-visa desde que foram submetidas a consulta popular, em 2009. A Agência, no entanto, acabou editando as resoluções, restando às entidades representativas do empresariado recorrer à Justiça. “Farmácias e drogarias são estabelecimentos auxi-liares na promoção de saúde, mas são, por natureza, estabelecimentos comerciais privados”, observa o assessor jurídico da CNC, Cácito Esteves. “Como tal, buscam alcançar o auxílio na promoção da saú-de por meio da comercialização de bens e serviços. Subverter esta ordem é decretar a inviabilidade desses estabelecimentos privados”, explica.

Os produtos e serviços que a Anvisa tenta restringir em estabelecimentos do co-

mércio farmacêutico são aqueles identificados como de “conveni-ência”. De acordo com Esteves, tais produtos auxiliam na rentabi-lidade dos estabelecimentos, dimi-nuindo a pressão sobre as vendas de drogas e medicamentos, que é a principal razão das políticas de descontos, hoje presentes em quase

todas as farmácias e drogarias do País. “Além disso, serviços como o de corresponden-

te bancário, que incluem recebimento e pagamento de contas, são de extrema relevância para a população, em especial nas cidades do interior do País”, afirma Cácito Esteves. O Tribunal Regional Federal da 3ª Região, em Agravo de Instrumento impetrado pela Federação Brasileira das Redes Associativistas de Farmácias (Febrapar), e a 5ª Vara da Justiça Federal, em ação da Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Dro-garias (Abrafarma), suspenderam a obrigatoriedade do cumprimento da Resolução, até o julgamento do mérito das ações. A Associação Brasileira do Comér-cio Farmacêutico (ABCFarma) também possui deci-são favorável da Justiça. Com isso, a quase totalidade do comércio farmacêutico do País está desobrigada de observar a RDC 44 e as instruções normativas nº 9 e 10 da Anvisa.

Parecer da CNC questionou a competência da Anvisa para regular a comercialização de produtos livres em estabelecimentos farmacêuticos e se isso poderia ser feito por meio de simples atos administrativos

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EM FOCO

C om a decisão do Banco Central pela manutenção da taxa de juros básica em 8,75%, volta à

tona o debate sobre a possibilidade de elevação da taxa, por influência das “previsões” do mercado financeiro. A razão de ser estaria na perspectiva de alta da inflação, em face do aumento de preço dos alimentos – verdadeiramente, um non sense. Há, grosso modo, três tipos de preços: a) os administrados pelo Governo (tarifas de serviços públicos, combustíveis, etc), 2) os que são forma-dos no mercado internacional (petróleo, matérias- -primas, alimentos) e 3) os que resultam do livre jogo da oferta e procura no mercado interno. A taxa de juros do Banco Central, a rigor, só teria efeito sobre os preços da terceira categoria; assim mesmo, de maneira duvidosa. Elevar a taxa de juros para combater uma infla-ção potencial é, na conjuntura atual, uma grande contradição com o que vem fazendo o Governo, mobilizando todos os recursos e subsídios fiscais para fomentar o consumo e os investimentos, por meio de uma vigorosa expansão do crédito no BNDES, no Banco do Brasil e na CEF. Como já se afirmou em outras oportunidades, nos últimos anos as altas taxas de juros só têm ser-vido para agravar as contas deficitárias do Tesouro e a dívida pública, ao mesmo tempo em que transfere renda para os felizes investidores – nacionais e estrangeiros – nos fundos de renda fixa. Em 2009, chegou a R$ 169,1 bilhões o montante de juros pagos sobre a dívida pública, resultado, de um lado, da insensibilidade do Banco Central e, de outro, da farra de gastos de custeio do Governo Federal.

O Brasil e a crise mundial Está se criando no Brasil um clima de euforia em relação à retomada do crescimento econômico. Os mais otimistas chegam a afirmar que a economia nacional passou ao largo da crise mundial.

Os juros do

É importante não perdermos o sentido da realida-de: o Brasil recebeu um tranco violento com a crise. No 4º trimestre de 2008, o PIB nacional caiu 2,9% e continuou caindo no 1º trimestre de 2009. A queda na indústria foi brutal: no final do ano passado, registrou uma redução de 8,1%. A recessão bateu forte em algumas empresas, como a Vale, a Petrobras, as indústrias automobilís-tica, de celulose e outras, voltadas para o exterior. As exportações brasileiras caíram 22,7% em 2009, o que nos dá, em resumo, a dimensão da crise que atingiu o Brasil. Também é evidente que a economia brasileira está no caminho da recuperação, não só em função das medidas anticíclicas adotadas pelo Governo, como também pelo “efeito China”, que normalizou as ex-portações brasileiras de petróleo, minério de ferro, celulose, soja e dezenas de outros produtos. De qualquer modo, a realidade é dura: o PIB na-cional cresceu 5,7% em 2007, 5,8% em 2008 e deverá ficar praticamente estagnado, com crescimento zero, em 2009. Resultados melhores são esperados em 2010, com crescimento acima de 5%, assim como nos anos seguintes. Além da inusitada expansão do crédito, duas for-ças deverão dar impulso redobrado à economia: os investimentos da Petrobras e das empresas associadas aos projetos do pré-sal e os investimentos ligados à Copa do Mundo de 2014 e às Olimpíadas de 2016. Há um certo temor de que a expansão econômica possa gerar pressões inflacionárias, o que excitaria o Banco Central a elevar a taxa de juros básica, com os conhecidos efeitos negativos sobre o Tesouro Nacional. É óbvio que a expansão de crédito nos Bancos públicos (BNDES, BB e CEF), assim como os incentivos fiscais, tem uma influência muito maior sobre o consumo e os investimentos do que a “política monetária” do Banco Central. Se, realmen-te, a expansão da demanda gerar alguma inflação, a solução óbvia é refrear o BNDES, o BB e a CEF,

Banco Central

CNC NotíciasFevereiro 2010 n°1203232

ARTIGO

Ernane Galvêas, Consultor Econômico da CNC

assim como os estímulos fiscais, e não recorrer à elevação dos juros, que só agravam o deficit do Governo e a dívida pública, além de desorganizar o mercado cambial, por meio da atração de voláteis capitais especulativos. Há muitas razões para o otimismo dos brasileiros na conjuntura atual, em face das estatísticas que indicam a retomada do crescimento econômico a partir deste ano, após a paralisação (crescimento zero) em 2009. Há confiança entre os consumidores e os empresários, apesar dos vícios do Governo – nos três níveis de Poder –, que se esmera em constantes provocações que causam desconfiança e insegurança jurídica em relação ao regime democrático, à livre iniciativa e à propriedade privada. Em contrapartida ao otimismo generalizado que ressurge na área econômica, há também muitas ra-zões para descrença em relação ao futuro próximo, principalmente no que tange à qualidade da educação e às perspectivas do mercado de trabalho. Vale a pena atentarmos para dois importantes relatórios recentes, da Unesco e do Ipea. Segundo a Unesco, o Brasil continua sendo o país com o maior número de crianças fora da escola na América Latina e no Caribe. O País também teve os piores números de repetência na escola primária: a taxa brasileira foi de 19% em 2007, enquanto os índices dos vizinhos latino-americanos e caribenhos giraram em torno de 4%. Em comparação com países de todos os continentes, o Brasil é o 12º no ranking dos que têm mais crianças fora da escola: foram 901 mil em 2007, com idades entre 7 e 10 anos. O estudo divulgado pelo Ipea revela que é preocu-pante a falta de investimento na juventude brasileira. Um dos maiores desafios para o Governo é lidar com o desemprego crescente entre os jovens e os efeitos que o problema terá no futuro deles. Na faixa etária dos 16 aos 20 anos, a taxa de desemprego passou de 7%, em 1987, para mais de 20% em 2007. Na faixa dos 21 aos 29 anos, o desemprego mais que dobrou,

passando de 5% para 11% no mesmo período. Espe-cialmente elevado (19,8%) era o número de jovens que não estudavam nem trabalhavam.

COP 15 - Copenhague A reunião das Nações Unidas (COP 15), em Co-penhague, teve três destaques: 1) aguçou as dúvidas sobre o “efeito estufa”, embora não tenha chegado à confrontação entre os “fanáticos do CO²” e os “céti-cos” do aquecimento global; 2) aliviou a “barra” dos grandes países industrializados, que praticamente suspenderam as obrigações decorrentes do Protocolo de Kyoto e transferiram parte das responsabilidades aos países de menor nível de desenvolvimento, como China, Brasil e Indonésia, incluindo o desmatamento das florestas entre as maiores causas de emissão de CO²; e 3) paralelamente, metade da reunião foi de-dicada a assuntos financeiros, principalmente a ajuda bilionária que os países ricos devem dar aos países pobres, a título de adaptação. Não se discutiu o grave problema da explosão demográfica, principal causa do empobrecimento de grande parte da poluição. É uma conclusão óbvia: sem deter o crescimento demográfico, não há solução para a pobreza. Mas parece que ninguém se interessa por isso. Não dá “dividendos”. O Brasil aceitou dois compromissos sérios: con-tribuir com US$ 10 bilhões iniciais para o fundo de ajuda aos países pobres e reduzir – voluntariamente – entre 36,1% e 38,9%, até 2020, as emissões de gases de efeito estufa (GEE), inclusive drástica redução do desmatamento, tendendo a zero. Por outro lado, o Brasil espera receber vultosa indenização pela floresta não desmatada, dentro do sistema REDD. Ou seja, o Brasil espera sair ganhando. Vários “estudos” realizados por instituições nacionais e estrangeiras concluíram que o Brasil é responsável por 5% das emissões globais de GEE e que 55% dessas emissões provêm da pecuária e do desmatamento. Colocaram – e colocamos – um laço no pescoço de nosso próspero agronegócio.

33CNC NotíciasFevereiro 2010 n°120 33

ARTIGO

A necessidade de importantes investi- mentos públicos e privados, nacionais e

estrangeiros, tornou-se matéria de consenso entre economistas, empresários, políticos e juristas. Quer se trate da infraestrutura, enfatizando mais a energia e o saneamento, quer se pense nas obras indispensáveis para a realização da Copa e da Olimpíada, é eviden-te que nos próximos seis anos investimentos relevantes deverão ser feitos. Por outro lado, há na sociedade brasileira e no Governo uma justa preocupação no sentido de serem tam-bém feitos investimentos no campo social, em particular na educação e na saúde.

A nova fase da economia brasileira está também ligada à imagem do País que se criou no exterior, simbolizada pela página de capa de uma recente edição do Economist e pelo noticiário constante da imprensa internacional. Reconheceu-se, assim, que o Brasil é o integrante do gru-po dos BRICs que tem a maior segurança jurídica, o único dos países de economia emergente que a considera como sendo verdadeira garantia constitucional, con-forme se verifica pela jurisprudência do Supremo Tribunal Federal (STF).

Ocorre que, não obstante os esforços válidos e contínuos feitos pelo legislador e pelo Poder Judiciário para dar um rápi-do andamento aos processos, continuamos

com mais de 50 milhões de feitos em an-damento, e a demora previsível da solução definitiva de um litígio comercial pode al-cançar cerca de 10 anos. É um tempo in-compatível com o ritmo dos negócios no século XXI, já caracterizado como sendo o da velocidade. Assim sendo, um dos instrumentos importantes para resolver as disputas internacionais em tempo razoável e garantir a segurança jurídica é, incon-testavelmente, a arbitragem internacional, que tem progredido com muito sucesso.

Basta lembrar que se trata de técnica pouco usada no Brasil até 1990, mas que se generalizou nos últimos 10 anos. Es-tatísticas recentemente apresentadas pela Câmara de Comércio Internacional (CCI) evidenciam que houve, na matéria, uma progressão geométrica no mundo inteiro, mas que se intensificou mais ainda em nos-so país nos últimos cinco anos.

Criada em 1923, a Corte Internacional de Arbitragem da CCI recebia, inicialmen-te, algumas dezenas de casos, geralmente de países europeus e dos Estados Unidos, mantendo esse ritmo até o fim da Segunda Guerra Mundial. A partir do fim do sécu-lo passado, instaurou anualmente algumas centenas de processos novos. Em 2008, iniciou procedimentos relativos a mais 600 litígios, com 1.758 partes de 120 naciona-

Investimento e arbitragem internacional

Arnoldo Wald, Membro do Conselho Técnico da CNC, advogado, professor

catedrático de direito privado da Uerj e membro da Corte Interna-cional de Arbitragem da Câmara de Comércio Internacional (CCI)

CNC NotíciasFevereiro 2010 n°1203434

ARTIGO

lidades, ficando sediadas as arbitragens em 50 países e neles funcionando árbitros de 74 nacionalidades. Simultaneamente, em virtude da globalização e do aumento do comércio internacional, as disputas apre-sentadas à CCI passaram a abranger um maior número de países da Ásia e da Amé-rica Latina, que, anteriormente, a ela não recorriam ou só o faziam raramente.

Basta lembrar o caso do Brasil, que teve menos de 10 casos até 1950 e cerca de 50 casos até 1995. Em 2008, 49 par-tes brasileiras recorreram à arbitragem da CCI, e, nos 10 últimos anos, funcionaram em processos arbitrais submetidos à corte 171 árbitros brasileiros, passando o Brasil a ter o primeiro lugar na América Latina no ranking da CCI, tendo ocupado, em 2006, o 4º lugar no mundo.

Se posteriormente passou a ter posição inferior, sempre, todavia, entre os 10 pri-meiros, tal fato se explica pelo aumento do recurso das partes às arbitragens realizadas nas câmaras nacionais de arbitragem, que passaram a ser mais conhecidas e respeita-das internacionalmente.

O apoio do Poder Judiciário tem sido essencial para o sucesso da arbitragem in-ternacional em nosso país, destacando-se a posição do Supremo Tribunal Federal, do Superior Tribunal de Justiça e de alguns

tribunais locais, como os de São Paulo e Rio de Janeiro. Os poucos obstáculos de-correntes da oposição de alguns juízes às decisões arbitrais, especialmente em me-didas cautelares, estão sendo superados. Seria, todavia, importante que fosse reco-nhecida a competência de um tribunal su-perior para conhecer com urgência desses conflitos entre juízes e árbitros, mediante instrumentos próprios, como a reclama-ção. Efetivamente, a sistemática atual dos nossos recursos processuais não se coadu-na com o rito da arbitragem, que pode per-der a sua utilidade diante de intervenções descabidas ou intempestivas da autoridade judiciária, sem prejuízo do controle formal que deve exercer a posteriori. O exemplo dos tribunais superiores deve, pois, ser seguido adequadamente na matéria pelos juízes de primeira instância.

Se admitirmos que o País depende dos investimentos e que estes pressupõem a se-gurança jurídica, ou seja, decisões especia-lizadas e rápidas dadas na forma escolhida contratualmente pelas partes, a arbitragem internacional é, certamente, um dos instru-mentos importantes que devem ser presti-giados. Permitir-se-á, assim, que o nosso direito possa realizar os seus objetivos bá-sicos, que são a justiça, a paz social e o desenvolvimento nacional.

O apoio do Poder Judiciário tem sido essencial para

o sucesso da arbitragem internacional em nosso País

35CNC NotíciasFevereiro 2010 n°120 35

ARTIGO

para professores e alunos

O idealizador da Escola SESC, presi-dente da CNC e dos Conselhos Nacionais do SESC e do Senac, Antonio Oliveira Santos, solicitou que o diretor de Con-cepções e Orientações Curriculares para a Educação Básica do MEC, Carlos Ar-texes, transmitisse seu agradecimento ao ministro da Educação, Fernando Haddad, pela parceria e por tratar a educação no Brasil de forma séria. Oliveira Santos lembrou que a idade dos jovens do Ensino Médio – 14 a 18 anos – é a fase em que consolidam o que aprenderam na infância e se preparam para a vida adulta. “Por isso, é preciso levar aos alunos a noção de ética, que é a base do comportamento humano”, concluiu. Artexes, que falou em nome do mi-nistro da Educação, ressaltou: “Estou saindo desse encontro convencido de que a Escola SESC possui profissionais com-prometidos com a educação”. O evento contou, também, com a presença da che-fe do Gabinete da Presidência da CNC, Lenoura Schmidt, e do diretor-geral do Departamento Nacional do SESC, Maron Emile Abi-Abib.

E m 29 de janeiro, o Teatro da Escola SESC de Ensino Médio sediou o

encerramento do Seminário de Formação Continuada de Professores do Ensino Médio Inovador, iniciado no dia 11 do mesmo mês. O evento contou com mais de 500 educado-res de 18 estados que aderiram ao projeto. Entre os trabalhos desenvolvidos durante três semanas, os participantes contaram com a participação do psiquiatra, filósofo e professor italiano Mauro Maldonato, além do professor e sociólogo francês Edgar Mo-rin, que proferiu palestra na qual destacou a missão de ensinar e educar os jovens. A diretora substituta da Secretaria de Educação Básica do Ministério da Educação (MEC), professora Ana Beatriz Cabral, apresentou o Programa Nacional de Educação Fiscal (PNEF), desenvolvido pelo Governo Federal. O debate sobre as melhores iniciativas para um ensino de qualidade vai conti-nuar, virtualmente, por meio da troca de conteúdos para o grupo de educadores que participaram do encontro. Em março começam as inscrições para o Encontro de Experiências e Inovação Pedagógica e Gestão, que acontecerá em novembro.

“É preciso levar aos alunos a noção de ética, que é a base do comportamento humano”, disse Antonio Oliveira Santos, presidente da CNC, no encerramento

de seminário que marca parceria de sucesso com o MEC

Antonio Oliveira Santos e Edgar

Morin no último dia de atividades do

encontro na Escola SESC: compromisso

com a educação dos jovens

Inovação e ética

CNC NotíciasFevereiro 2010 n°1203636

SISTEMA COMÉRCIO

SESC Amapá comemora 33 anos com inauguração

tão importante e tão necessária, e a todos os que fazem o Sistema Comércio no Estado do Amapá, que tiveram a sensibilidade de fazer tamanho investimento na cultura e na educação, tão essenciais ao desenvolvimento social e econômico de uma nação, ponto de vista permanentemente defendido pelo presidente Antonio Oliveira Santos”, disse. A diretora regional do SESC Amapá, He-loíva Távora, agradeceu pelo empenho de todos os que colaboraram para a conclusão da obra e destacou os principais projetos desenvolvidos ao longo de 33 anos pela entidade no Amapá. Já o deputado federal Jurandil Juarez falou da atuação do presi-dente da CNC, destacando seu comprome-timento com o desenvolvimento do País: “É um brasileiro com olhos voltados para o Brasil inteiro, que busca colaborar com o desenvolvimento, por meio da efetiva ação do SESC e do Senac, e que no dia de hoje se volta especialmente para o Amapá”. Após o descerramento da placa de inauguração, os convidados foram acompanhados pelo presidente do Sistema Fecomércio-SESC-Senac-AP, Ladislao Monte, para percorrer as instalações da escola.

O SESC do Amapá comemorou seus 33 anos de atuação no Estado dia 25 de

janeiro, com a inauguração da Escola SESC Antonio Oliveira Santos. A cerimônia de inauguração, que homenageou o presidente da CNC, Antonio Oliveira Santos, reuniu o presidente do Sistema Fecomércio-SESC-Senac-AP, Ladislao Pedroso Monte, con-selheiros do SESC e autoridades locais, como o deputado federal Jurandil Juarez (PMDB-AP) e o secretário estadual de Educação, José Adauto Bittencourt, além dos colaboradores e alunos. A unidade conta com infraestrutura mo-derna, corpo docente altamente qualificado e capacidade para atender 1.070 estudantes com educação infantil e ensino fundamental. Na inauguração, Ladislao Monte falou da importância da Escola SESC e da homena-gem ao presidente da CNC. “A inauguração da Escola reafirma o compromisso do SESC com o bem-estar social. O nome da Escola não poderia ser mais apropriado, pois des-taca e reconhece o comprometimento que Antonio Oliveira Santos mantém com o desenvolvimento do País por meio da edu-cação; e isso só é possível por sua dedicação e empenho, que é presenciado nas ações do Sistema CNC-SESC-SENAC”, afirmou. Na ocasião, o diretor da CNC e presidente do Sistema Fecomércio-SESC-Senac do Acre, Leandro Domingos Teixeira, represen-tou o presidente da Confederação. “Parabéns ao povo do Estado, que recebe esta obra

Nova unidade do SESC conta com moderna infraestrutura e leva o nome do presidente da CNC, Antonio Oliveira Santos

Na foto menor, Leandro Domingos Teixeira e Ladislao Pedroso Monte, durante a inauguração da unidade do SESC no Amapá

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SISTEMA COMÉRCIO

37CNC NotíciasFevereiro 2010 n°120

SESC e Senac terão novo endereço em Gurupi

Hugo de Carvalho é reeleito presidente do Sistema Fecomércio-SESC-Senac-TO

atividades escolares, em determinado mo-mento dos cursos prestará atendimento à população –, a Escola Aberta de Informáti-ca, biblioteca, salas de aula, academia, sala de dança, lanchonete, auditório, teatro e cinema. “Para a Federação, a ampliação do atendimento ao comércio de bens, serviços e turismo é a realização de mais um sonho, principalmente com a construção de um novo prédio onde poderemos atender não só os empresários e seus colaboradores, como também toda a população de Gurupi”, des-tacou o presidente do Sistema Fecomércio-SESC-Senac-TO, Hugo de Carvalho. Já para a diretora regional do Senac, Lunáh Brito Gomes, a construção da sede própria será muito benéfica para os alunos. “A

nova unidade do Senac está sendo construída visando o conforto e o bem-estar dos estudantes”, disse. Segundo Marco Antonio Montei-ro, diretor regional do SESC-TO, as ações da entidade combinam com o estilo de vida em Gurupi. “A cidade é composta por jovens comerciários, que encontram no SESC opções em educação, lazer, esporte e cultura”. As obras come-çaram em 2 de fevereiro e seguem até o fim do ano.

estimulem e incentivem os diver-sos setores da economia do Estado. Hugo de Carvalho está à frente da Fecomércio-TO desde 2006. Em quatro anos, fomentou e pro-moveu ações que fizeram com que a Federação se aproximasse ainda mais dos empresários to-cantinenses, trabalhando em prol do desenvolvimento do Estado e fortificando o comércio local.

A té o final de 2010 o SESC e o Senac terão um novo prédio na cidade de

Gurupi, na região Sul do Tocantins. Essa é a previsão que consta no contrato para a cons-trução do prédio da sede das duas unidades, assinado em 29 de janeiro durante reunião do conselho regional da Fecomércio-TO. Para a obra, que terá mais de 2.500 metros quadrados em dois pisos de construção, é estimado um investimento de quase R$ 4,5 bilhões. A nova estrutura abrigará atividades de educação profissional (cursos profissio-nalizantes) e atividades nas áreas de cultura, lazer, esporte, educação, saúde, assistência social e turismo. O novo edifício abrigará, também, um salão de beleza-escola – que, além das

O atual presidente do Sistema Fecomércio-SESC-Senac no To-cantins, Hugo de Carvalho, ficará mais quatro anos à frente das ins-tituições. O empresário foi reeleito por unanimidade e pretende apro-ximar ainda mais as entidades do setor comercial, dos empresários e dos micro e pequenos negócios, além de seguir com a implemen-tação de projetos e programas que

Estrutura abrigará atividades de educação profissional, cultura, lazer, esporte, saúde, assistência social e turismo

“Vamos continuar realizando as ações e projetos para fortalecer o nosso comércio. Já evoluímos muito nos primeiros quatro anos. Agora, é continuar trabalhando e seguir com a missão, que é assegurar às empresas do setor terciário as melhores condições para gerar resultados positivos e desenvolver a sociedade”, disse Hugo de Carvalho.

Da esquerda para a direita: Lunáh

Gomes, Vilson Téo, da Tewal Construtora e

Incorporadora, Hugo de Carvalho e

Marco Monteiro

CNC NotíciasFevereiro 2010 n°1203838

SISTEMA COMÉRCIO

Parceria entre Fecomércio-RJ e Simerjlizariam a compra no mês de dezembro. A sondagem mostra, também, os potenciais consumidores dos produtos, a marca com maior demanda nas pretensões de compra e a forma de pagamento mais escolhida. O Índice de Preço dos Produtos Eletroeletrônicos (IPPE) revela os preços desses mesmos 10 produtos e os compara em cada mercado pesquisado. Demonstra, por exemplo, que os valores de aparelhos de DVD se elevaram 4,79% em dezembro, na comparação com o mês anterior. Já o Índice de Preço de Material Elétrico (IPME) tem o intuito de avaliar o comportamento dos preços do mercado de materiais elétricos com base em uma cesta de materiais (com 18 tipos, entre eles fitas isolantes e placas de interruptores) utilizados em uma unidade domiciliar e também em suas variações individuais. No mês estudado, dezembro, o custo da cesta para construção ou reforma de um apartamento de dois quartos com dependência apresentou queda de 0,84% em relação a novembro.

A Federação do Comércio do Estado do Rio de Janeiro (Fecomércio-RJ) e o Sindicato do Comércio Varejista de Material Elétrico, Eletrônicos e Eletrodomésticos do Município do Rio de Janeiro (Simerj) promove-ram uma parceria que resultou em três indicadores para os segmentos de eletroeletrônicos e de material elétrico. Os levantamentos foram realizados no mês de dezembro de 2009 em diferentes locais da região

metropolitana do Rio de Janeiro.A Pesquisa Sobre Consumo de Ele-

troeletrônicos (PCE) estudou a pretensão de compra de 10

produtos da área, como ven-tilador, telefone celular e

geladeira. De acordo com da-dos da PCE, 17,21% dos consumidores afirmaram que rea-

O Sistema Fecomércio do Piauí ganhou uma nova e moderna sede administrativa para o SESC e o Senac em Teresina. No dia 29 de janeiro aconteceu a inaugu-ração da estrutura, que levará o nome do empresário Agostinho Pinto, homenagem ao empreendedor por-tuguês que muito contribuiu para o desenvolvimento da economia do Estado.Em aproximadamente 3.841 metros quadrados de área construída, o espaço conta com um prédio mo-derno com cinco pavimentos, totalmente adaptado com acessibilidade e banheiros exclusivamente pre-parados para os portadores de necessidades especiais. Além da sede das duas instituições, o prédio possui auditório e salas de reuniões, bem como um centro cultural com capacidade para 500 pessoas e comple-tamente equipado de audiovisual de última geração. A estrutura conta, ainda, com escritórios, estacionamen-to, recepção, hall de entrada, cozinha e um salão no-bre destinado a eventos, entre outros espaços. “Além de uma melhor estrutura organizacional, vamos dar condições para ampliar todos os serviços oferecidos tanto pelo SESC como pelo Senac. Agora, os espaços

antes destinados a essas áreas administrativas serão melhor aproveitados para desenvolvimento de ativi-dades voltadas para a sociedade”, disse o presidente do Sistema Fecomércio-SESC-Senac-PI, Valdeci Cavalcante. As direções regionais, administrativas e técnicas do SESC e do Senac contarão com 15 escri-tórios e com um moderno sistema de monitoramento com câmeras inteligentes.

No Piauí, nova unidade administrativa do SESC e do Senac

A nova unidade em Teresina vai possibilitar a ampliação dos serviços oferecidos pelo Sistema Fecomércio-SESC-Senac-PI

39CNC NotíciasFevereiro 2010 n°120 39

SISTEMA COMÉRCIO

Educação profissional

cidade brasileira – nesta edição, será no Rio de Janeiro –, os competidores acompanham de perto as inovações pe-dagógicas e tecnológicas proporcionadas pelo evento. Vale ressaltar, ainda, que os primeiros colocados representarão o Brasil no Torneio Mundial de Formação Profissional, o WorldSkills. O Senac, que em 2008 estreou as provas das atividades comerciais na Olimpíada, competirá em mais duas ocupações comer-ciais, além das de Cabeleireiro, Cozinha e Serviço de Restaurante: Técnico de Enfer-magem e Maquiagem, o que envolverá 18 departamentos regionais e 62 competidores. Na sexta edição da Olimpíada do Co-nhecimento, a expectativa é de mais de 230 mil espectadores circulando nos 571 mil mwetros quadrados do Riocentro, pois, paralelamente, ocorrerá o primeiro Worl-dSkills Américas. Inspirado na competição mundial WorldSkills, o torneio atrairá jovens de todo o continente. O objetivo é trocar experiências entre os países partici-pantes e incentivar a cultura competitiva em mercados ainda em desenvolvimento. Mais informações no hotsite: www.olim-piadadoconhecimento.senac.br.

O Senac marca presença, pela segunda vez, no maior evento continental de educação profissional:

a Olimpíada do Conhecimento 2010, que será realizada no Rio de Janeiro entre 8 e 14 de março

C riada pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) com

o objetivo de premiar os alunos que se des-tacam em seus cursos, o evento bianual é, hoje, uma das principais vitrines profissio-nais do País, expondo o talento de jovens estudantes, incentivando o desenvolvimento de competências e a superação de desafios, aproximando os alunos da realidade do mer-

cado de trabalho e refletindo diretamente na qualidade do ensino profissional no Brasil. A participação do Senac na Olimpíada do Conhecimen-to, há anos promovida pelo Senai, não apenas reforça a parceria entre comércio e indústria, mas também forta-lece a educação profissional brasileira e ajuda a realizar

sonhos de milhares de jovens em todo o País. O evento engloba 42 ocupações in-dustriais e cinco modalidades comerciais e do setor de serviços. Para participar da Olimpíada, alunos do Senac e do Senai precisam vencer os desafios da etapa estadual. Na disputa nacional, realizada geralmente em uma

que vale

ouro

CNC NotíciasFevereiro 2010 n°1204040

SISTEMA COMÉRCIO

Senac-SC firma convênio com Ministério do Trabalho

nômicos, e o Sistema Comércio (federações do comércio, SESC e Senac) é fundamental. “São entidades que têm amplo conhecimen-to, boas escolas e bons profissionais e, por intermédio da parceria, vão poder treinar bem os trabalhadores para que consigam mais rapidamente seu emprego”.Os cursos serão disponibilizados na região da Grande Florianópolis, Jaraguá do Sul e Joinville. Mil vagas serão para o curso de Capacitação de Trabalhadores em Tele- marketing; 1,2 mil vagas em São José para cursos em áreas como comércio, conserva-ção e zeladoria, turismo e hospitalidade; e outras 350 vagas para cursos de Capacitação para o Carnaval, incluindo cursos de Deco-rador, Escultor Aderecista, Marceneiro, Per-cussionista e Chapeleiro. Além do ministro Lupi e do presidente da Fecomércio-SC, participaram da solenidade o vice-presidente da Federação, Célio Spagnoli, bem como diretores da entidade e convidados.

O ministro do Trabalho e Emprego, Carlos Lupi, anunciou em Santa Cata-

rina a abertura de 13.750 vagas para cursos gratuitos de qualificação no Estado. Dessas, 2.550 vagas serão ofertadas no Senac-SC a partir de maio. O convênio, assinado pelo presidente do Sistema Fecomércio-SESC-Senac-SC, Bruno Breithaupt, e pelo mi-nistro Lupi, vem ampliar a oferta de cursos gratuitos da entidade e também reforça a importância da qualificação profissional. “Esse convênio contribui para dinamizar a atividade econômica em todo o território catarinense. Em um período de crise econô-mica, além de combater as desigualdades e promover o bem-estar, o incentivo à qualifi-cação profissional de jovens funciona igual-mente como um colchão amortecedor para as instabilidades do mercado de trabalho e da demanda agregada”, destacou Breithaupt.De acordo com o ministro Lupi, o convênio está sendo firmado em vários setores eco-

Serão ofertadas 2,5 mil vagas gratuitas em cursos de qualificação nas áreas de comércio, conservação e zeladoria, turismo e hospitalidade, gestão e negócios e produção cultural e design

O ministro do Trabalho e Emprego, Carlos Lupi, assina o convênio ao lado do presidente da Fecomércio-SESC-Senac-SC, Bruno Breithaup

41CNC NotíciasFevereiro 2010 n°120 41

SISTEMA COMÉRCIO

Programa de Aprendizagem é debatido no Senac-DF

programa na Superintendência Regional do Trabalho e Emprego do DF, explicou a legislação do aprendiz e informou que a fiscalização é feita pela SRTE. “O Senac teve essa ideia da reunião, e temos perce-bido que as empresas precisam muito de esclarecimento, pois sempre surgem várias dúvidas”, ressaltou. As Superintendências Regionais do Trabalho e Emprego são responsáveis pela fiscalização do cumprimento das cotas de aprendizes, às quais cada empresa está obrigada. Pela Instrução Normativa nº 75, o auditor fiscal do trabalho, ao inspecio-nar as entidades sem fins lucrativos que contratam aprendizes, também verificará a regularidade do curso em que o aprendiz está matriculado junto ao Cadastro Nacional de Aprendizagem. Aquelas que estiverem atuando irregularmente serão autuadas pela Secretaria de Políticas Públicas de Emprego (SPPE), com punições que podem chegar à exclusão do Cadastro.

O Senac-DF promoveu, na manhã do dia 21 de janeiro, um encontro com

os empresários parceiros do Programa de Aprendizagem, a Superintendência Re-gional do Trabalho e Emprego (SRTE) do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) e os servidores do Núcleo de Formação Ini-cial e Continuada (NIC/DEP), em Brasília. O objetivo do evento foi esclarecer como funciona o programa. O diretor regional do Senac-DF, Luiz Otávio da Justa Neves, falou da importân-cia do encontro, durante a abertura. “Esta reunião anual sobre o Programa de Apren-dizagem é boa para todos os lados: para os empresários, que podem descobrir no menor um funcionário ideal para sua empresa; para o Senac, que cumpre suas funções sociais e também a de formação profissional; e para o Ministério do Trabalho e Emprego, que orienta seu público para que alcance o mercado de trabalho”, afirmou. Isabela Galvão Diniz, coordenadora do

Empresários e governo discutiram a iniciatiova, que tem como foco a promoção dos direitos da juventude, a

qualificação profissional e o emprego digno

O diretor regional do Senac-DF, Luiz

Otávio da Justa Neves, durante

encontro em Brasília

CNC NotíciasFevereiro 2010 n°1204242

SISTEMA COMÉRCIO

A Aprendizagem é estabelecida pela Lei 10.097, de 2000, e regularmentada pelo Decreto 5.598, de 2005. A Lei define que todas as empresas de médio e grande porte estão obrigadas a contratar adolescentes e jovens entre 14 e 24 anos. Trata-se de um contrato especial de trabalho por tempo determinado, de no máximo dois anos. Os jovens beneficiários são contratados como aprendizes de ofício previsto na Classificação Brasileira de Ocu-pações (CBO) do Ministério do Trabalho e Emprego, ao mesmo tempo em que são matriculados em cursos de aprendizagem em instituições qualificadoras re-conhecidas, responsáveis pela certificação. Esse mecanismo assegura ao jovem os direitos trabalhistas aplicáveis aos contratos por prazo deter-minado, incluindo o registro em carteira e o salário mínimo/hora. Os adolescentes não podem exercer a aprendizagem em horários e locais que não permitam a frequência à escola. O contrato é realizado por meio do Cadastro Na-cional de Aprendizagem do MTE, um banco de dados nacional com registro das entidades de formação técnico-profissional e dos cursos de aprendizagem que disponibilizam. Em novembro de 2008, foi realizada a I Confe-rência Nacional da Aprendizagem Profissional. Foi também criado O Fórum Nacional de Aprendizagem Profissional, com o objetivo ser um espaço aberto de discussão e aperfeiçoamento, para que a política à aprendizagem esteja sempre companhando as ten-dências atuais do mercado de trabalho.

Por meio da Portaria nº 615/2007, o ministro de Estado do Trabalho e Emprego, Carlos Lupi, criou o Cadastro Nacional de Aprendizagem, buscando pro-mover a qualidade técnico-profissional dos programas e cursos de aprendizagem, principalmente em relação a sua qualidade pedagógica e efetividade social. Até então, não existiam parâmetros para avalia-ção da qualidade técnico-pedagógica dos cursos ou definição de carga horária mínima, compatibilizando teoria e prática. Além disso, com a alteração da idade máxima para contratação de aprendizes, os Conselhos Municipais dos Direitos da Criança e do Adolescente não teriam competência para aprovar programas que envolvem a qualificação sócio-profissional de jovens com mais de 18 anos, o que passou a ser assumido pelo MTE.

As Instituições qualificadas a ministrar cur-sos de aprendizagem são os serviços nacionais de aprendizagem: Serviço Nacional de Apren-dizagem Comercial (Senac), Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar), Ser-viço Nacional de Aprendizagem do Transporte (Senat) e Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo (Sescoop). A norma beneficia as partes envolvidas. Além de realizar um ação de interesse social, na contratação de jovens aprendizes, a alíquota de recolhimento do FGTS sobre os contratos de aprendizagem cai de 8% para 2%.

Cadastro Nacional busca qualidade pedagógica O objetivo é que a aprendizagem profissional, definida legalmente no nível de formação inicial e continuada de trabalhadores, possibilite novas formas de inserção produtiva, com a devida certificação. Segundo o Ministério, o cadastro deve favorecer o cumprimento espontâneo da legislação por emprega-dores, que passarão a perceber como investimento em mão de obra qualificada o que tradicionalmente era visto como imposição legal ou contribuição compul-sória destinada ao serviços nacionais de aprendizagem profissional, ou supletivamente nas entidades sem fins lucrativos. Além das entidades, o Cadastro permite a inscrição de jovens em vagas de aprendizagem ofertadas por empregadores, possibilitando a aproximação entre os interesses de ambos.

Conheça mais sobre o programa

Isabela Galvão Diniz, coordenadora do Programa na Superintendência Regional do Trabalho e Emprego (SRTE) do MTE

43CNC NotíciasFevereiro 2010 n°120 43

SISTEMA COMÉRCIO

Câmara Brasileira de Serviços Terceirizáveis

define ações para 2010debatido pelos membros da CBST o Projeto de Lei nº 220/09, que altera a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) para redefinir os critérios para caracterizar atividades perigo-sas e, por consequência, aplicar o chamado adicional de periculosidade. “Temos que ter muita atenção a essas proposições, além de observar de perto o que será aprovado este ano no Congresso Nacional e o que vai ficar de herança para o próximo Governo. No âmbito interno, precisamos da continuidade dos projetos e ações da CBST”, afirmou Jerfferson Simões, coordenador da Câmara e presidente da Federação Nacional dos Sindi-catos das Empresas de Segurança, Vigilância e de Transporte de Valores (Fenavist). A CBST é um órgão consultivo da CNC, criado com o objetivo de oferecer estudos e sugestões para a ação política da entidade em apoio e defesa das categorias econômi-cas que representa no setor de comércio de serviços terceirizáveis.

A Câmara Brasileira de Serviços Terceirizáveis (CBST) realizou, em

27 de janeiro, na Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), no Rio de Janeiro, reunião para defi-nir as ações prioritárias do grupo este ano e analisar os temas de interesse do órgão. Entre os assuntos debatidos esteve a aplicação da nova metodologia adotada pelo Ministério da Previdência Social para o cál-culo do Risco Ambiental do Trabalho (RAT), devido ao enquadramento das atividades econômicas das empresas e à introdução do Fator Acidentário Previdenciário (FAP), me-canismo adotado para aumentar ou reduzir as alíquotas de contribuição de cada empresa, incidentes sobre a folha de salário. O anteprojeto de lei do Ministério do Trabalho e Emprego que regula os contratos de prestação de serviços terceirizados e as re-lações de trabalho entre contratantes e contra-tados também foi objeto de análise. Ainda foi

O coordenador da CBST, Jerfferson Simões (centro), conduz a primeira reunião da Câmara este ano: análises e planejamento de ações na pauta

CNC NotíciasFevereiro 2010 n°1204444

ACONTECEU

Sociedade Náutica Brasileira funda o Hidroclube do Brasil

Ministro da Cultura destaca ações para o setor

que funcionarão como centros de convivência, de lazer e de turismo hidroaerodesportivo. “Uma inicia-tiva como essa facilita o acesso a muitos lugares, o que fomenta o turismo”, observou Eduardo Ga-lante, presidente do Ilha Grande Convention & Visitors Bureau. Res-pício do Espírito Santos, professor e membro do CTur da CNC, acredita que o Hidroclube pode ajudar tanto a iniciativa privada quanto o gover-no: “A Polícia Federal, o Exército, a Marinha e a Aeronáutica poderiam usar hidroaviões. O clube pode se tornar um referencial de informa-ções seguras sobre a atividade”. Mentor do projeto, João Flávio Pedrosa anunciou, no lançamento do Hidroclube, a realização do Rallly Internacional do Hidroa-vião, uma prova competitiva que vai avaliar a regularidade e a resis-

Oliveira enfatizou a importância de se colo-car a educação como prioridade do governo federal. “A escola se defasou nesse processo vertiginoso de evolução e percepção do co-nhecimento”, concordou Juca, acrescentando que, atualmente, os estudantes têm a atenção dividida por novos canais de comunicação, como a internet, e por meio deles também adquirem conhecimento.

A C o n f e d e r a ç ã o N a c i o - nal do Comércio de Bens,

Serviços e Turismo (CNC) sediou, em 29 de janeiro, a fundação do Hi-droclube do Brasil, uma iniciativa da Sociedade Náutica Brasileira, presidida por João Flávio Pedrosa, membro do Conselho de Turismo (CTur) da CNC. O evento, que aconteceu no auditório da Confederação no Rio, reuniu especialistas e interessados no assunto. O Hidroclube do Brasil será formado por hidroaviões ou anfíbios, para a realização de ativi-dades hidroaeronáuticas em caráter associativo e para a prestação de serviços especializados, a fim de fomentar o ensino e a prática da hidroaviação civil, de turismo e aerodesportiva. Outra finalidade do grupo é manter subsedes estaduais para seus associados e dependentes,

O ministro da Cultura, Juca Ferreira, esteve, em 4 de fevereiro, na CNC,

no Rio de janeiro, para participar de en-contro com jornalistas da Associação dos Correspondentes de Imprensa Estrangeira no Brasil (Acie). A entidade promoveu o evento com o apoio de Carlos Tavares de Oliveira, membro da Acie e assessor de Comércio Exterior da CNC. Juca Ferreira destacou que foram reali-zadas, em 2009, mais de 3 mil conferências de âmbito municipal e estadual, por setores e pela internet, para formulação das estratégias para as políticas públicas nacionais com foco na cultura. “É um mecanismo que facilita a participação de gestores, produtores e da sociedade na construção de propostas públi-cas”, afirmou. Outro ponto destacado pelo ministro da Cultura foi a falta de reconhe-cimento da dimensão econômica da cultura. “A economia da cultura é responsável por 5% do PIB e por 6% do emprego formal no Brasil”, destacou. Já Carlos Tavares de

tência do equipamento e da tripu-lação dos hidroaviões, entre outros requisitos. “Queremos promover o retorno da hidroaviação a partir de uma prova com motivação popu-lar”, destacou Pedrosa.Oswaldo Trigueiros, presidente do Conselho de Turismo da CNC, com larga experiência na aviação civil brasileira, considera a criação do Hidroclube uma grande oportuni-dade de proporcionar ao País um modal de transporte excelente para as regiões ribeirinhas do Norte e do Nordeste brasileiros, localizações onde nem sempre podem chegar os aviões convencionais. Triguei-ros também vê a iniciativa como uma excelente oportunidade para cidades como Rio de Janeiro e Flo-rianópolis explorarem seu potencial turístico utilizando os hidroaviões em voos panorâmicos.

Alicia Pardiés, presidente da Acie, ao lado do ministro da Cultura, Juca Ferreira, e de Carlos Tavares de Oliveira, na CNC/RJ

45CNC NotíciasFevereiro 2010 n°120 45

ACONTECEU

Hong Kong: porto aberto para o empresariado brasileiro

A autonomia econômica e administrativa de Hong Kong – oficialmente, Região

Administrativa Especial de Hong Kong, da República Popular da China – faz com que o lugar seja propício à realização de negócios com outros países, sobretudo com o Brasil. Essa foi a principal conclusão dos participantes do seminário Hong Kong: A Plataforma de Negócios da China para Empresas Brasileiras, realizado em 3 de fevereiro na Associação Comercial do Rio de Janeiro (ACRJ). Durante o evento, a diretora no Brasil do Hong Kong Trade Development Council (HKTDC), Marina Barros, destacou a loca-lização geográfica privilegiada da Região. Segundo ela, a infraestrutura de serviços, que representa mais de 90% da economia local, combinada com o potencial de produ-ção da China, proporciona uma plataforma ideal para empresas brasileiras que buscam desenvolver oportunidades de negócios com o país e com a Ásia. “Algumas caracterís-ticas positivas são o sistema legal forte e independente, a proteção à propriedade inte-lectual, um governo aberto e transparente, a cultura anticorrupção e um sistema simples e de baixo custo de impostos”, elencou. O cônsul-geral da China no Rio de Janeiro, Li Baojun, falou sobre a recupe-ração econômica do país em relação à crise financeira internacional. “Apesar da forte crise financeira que atingiu o mundo, prin-cipalmente o comércio exterior, a China é

um dos países menos afetados”, afirmou. Com um crescimento de 9,8% de seu PIB nos últimos 10 anos, o país apresentou crescimento de 8,7% em 2009. “Estímulos ao consumo de sua própria população e investimentos em infraestrutura são algu-mas das ações tomadas recentemente pelo governo chinês como forma de estimular a economia”, destacou Baojun. As características e vantagens co-merciais do porto de Hong Kong foram apresentadas pelo jornalista e assessor de comércio exterior da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Servi-ços e Turismo (CNC), Carlos Tavares de Oliveira. “É um porto descentralizado, com liberdade administrativa”, disse Tavares. Segundo o especialista, foram processados no terminal 21 milhões de con- têineres em 2009, mesmo com sua curta ex-tensão, de 10 km. “A falta de espaço foi com-pensada com a movimentação em barcas- -chatas no costado dos navios e com a construção de edifícios ao lado do cais, para armazenamento de contêineres”, explicou. Para Carlos Tavares, o modelo poderia ser seguido no Brasil em portos com pouco espaço, como no Rio de Janeiro. Participaram, ainda, do evento Marco Polo Moreira Leite, vice-presidente da ACRJ, e Louis Ho, diretor regional das Américas do Hong Kong Trade Develo-pment Council, entidade que organizou o evento em parceria com a ACRJ.

Da esquerda para a direita: Carlos Tavares de Oliveira, Marco Polo Moreira Leite,

Louis Ho, Marina Barros e Li Baojun, durante seminário

sobre oportunidades de negócios em Hong Kong

CNC NotíciasFevereiro 2010 n°1204646

ACONTECEU

O futuro do t u r i s m o em debate

A oitava edição do evento traz novidades e pretende reunir mais de 1.200 líderes e profissionais do setor durante dois dias. Seu formato permite que profissionais de vários setores compartilhem seus conhecimentos e experiências em painéis e apresentações. Os principais temas serão O mundo pós-crise - O que mudou?; Perspectivas Econômicas - O Brasil Chegou lá? Como será 2010?; Políticas do Governo para o Turismo - O que podemos esperar para os próximos dois anos?; e Eleições 2010 - Teremos continui-dade nas políticas públicas para o Turismo? Os sete primeiros anos do Ministério do Turismo, entre outros. Entre os participantes, estarão Henrique Meirelles, presidente do Banco Central; Solange Vieira, presidente da Agência Na-cional de Aviação Civil (Anac); Constantino de Oliveira Jr., presidente da Gol; Pedro Janot, presidente da Azul Linhas Áreas; José Mario Caprioli, presidente da Trip Linhas Aéreas; e Guilherme Paulus, presidente do Conselho de Administração do Grupo CVC, maior grupo do setor na América Latina, e membro do Conselho de Turismo da CNC. O grupo Panrotas possui 35 anos de atuação no ramo de comunicação para os profissionais de todos os segmentos do se-tor de turismo: companhias aéreas, hotéis, empresas de cruzeiros, locadoras, cartões de assistência, operadoras e agências de viagens, além de representantes de diver-sos órgãos públicos nas esferas municipal, estadual e nacional.

A Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC),

ao lado da Gol e do Banco Itaú, é uma das entidades que apoiam a realização do Fórum Panrotas 2010 - Tendências do Turismo, que vai acontecer nos dias 15 e 16 de março no Centro Fecomercio de Eventos, da Fecomer-cio de São Paulo, localizado à Rua Dr. Plínio Barreto, 285 – Bela Vista, em São Paulo. O presidente do Conselho de Turis-mo (CTur) da Confederação, Oswaldo Trigueiros Jr., seu vice-presidente, Eral-do Alves da Cruz, e o coordenador da Câmara Empresarial de Turismo (CET) da CNC, Norton Lenhart, já confirmaram presença no encontro. “A CNC tem importância para nós não só como entidade apoiadora, mas também porque representa uma coluna vertebral no turismo, com as ações e estudos desenvol-vidos pelo Conselho de Turismo, pela Câ-mara Empresarial de Turismo, pelo SESC e pelo Senac”, afirma Guillermo Alcorta, presidente do Grupo Panrotas, que realiza o evento. O executivo adiantou que a aber-tura do Fórum fugirá do tradicional, com possibilidade de participação do ministro do Turismo, Luiz Barretto. Ainda segundo ele, o grande mote do Fórum é conseguir enten-der as tendências do trade, e as atenções neste sentido estão voltadas para os fatos que podem acontecer em 2010 que tenham alguma relação com o turismo. “Tentamos abranger os setores mais significativos do segmento”, complementou.

47CNC NotíciasFevereiro 2010 n°120 47

AGENDA

Embaixadores da UE no SESC Pantanal

ropeia e a Delegação com o Corpo Diplo-mático da União Europeia no Brasil, no auditório Jaguatirica, situado no Centro de Eventos Onça Pintada. Lá será exibido um filme sobre a Estância Ecológica do SESC Pantanal e todo o trabalho desenvolvido na região em prol do desenvolvimento susten-tável da comunidade local.

A Estância Ecológica SESC Pantanal

O Projeto SESC Pantanal é hoje modelo de educação, de preservação da natureza, de pesquisa científica e de ecoturismo. A Estância Ecológica SESC Pantanal localiza-se nos municípios mato-gros-senses de Poconé e Barão de Melgaço. É um espaço de interação para diferen-tes grupos, da comunidade indígena a pesquisadores, de universidades e ins-titutos de pesquisas a organizações não governamentais e comunidades nativas. Com foco na sustentabilidade, todos os projetos e programas em curso na Estância têm por compromisso principal a melhoria da qualidade de vida dos que habitam ou trabalham no Pantanal.

O Grupo Parlamentar Brasil-União Europeia, formado por parlamentares

da Câmara dos Deputados, e a Delegação da União Europeia no Brasil farão visita téc-nica à Estância Ecológica SESC Pantanal, em Mato Grosso, no período de 18 a 21 de março. Para discutir o programa da visita com a Assessoria Junto ao Poder Legislati-vo (Apel) da CNC, estiveram presentes no endereço da entidade, em Brasília, o segun-do secretário da Delegação da Comissão Europeia no Brasil, Mário Rui Queiró, a secretária Executiva do Grupo Parlamentar Brasil-União Europeia, Inúbia Sfoggia, Arthur Bosisio, relações institucionais do Senac-DN, e Angela Torres, da Assessoria de Relações Institucionais do SESC-DN. Representantes de mais de 20 países, parlamentares e assessores devem formar o grupo, que será subdividido em três grupos de 15 pessoas. Cada grupo terá um guia que irá conduzi-los aos passeios e atrativos locais, como o Centro de Atividades de Po-coné, o Centro de Interpretação Ambiental e o Borboletário, além dos passeios ecotu-rísticos na Reserva. O segundo dia será dedicado à reunião do Grupo Parlamentar Brasil-União Eu-

Reunião sobre a visita técnica, na sede da CNC, em Brasília, e, no detalhe, o segundo secretário da Delegação da Comissão Europeia no Brasil, Mário Rui Queiró.

CNC NotíciasFevereiro 2010 n°1204848

AGENDA

HistÓriA em imAGem

Missão de paz Zilda Arns Neumann conquistou o respeito e a admiração dos brasilei-

ros por seu trabalho à frente das pastorais da Criança e da Pessoa Idosa, organismos de ação social que ajudou a fundar. Irmã de Dom Paulo Eva-risto Arns, médica pediatra e sanitarista por formação, salvou milhares de crianças pobres da mortalidade infantil, da desnutrição e da violência. Sua principal ferramenta: a educação. Na tarde do dia 12 de janeiro, encontrava-se em Porto Príncipe, em missão humanitária, para introduzir a Pastoral da Criança no Haiti. Pouco depois de proferir uma palestra, o teto da igreja em que se encontrava desabou, com o forte terremoto que atingiu o país. Zilda Arns foi uma das 21 vítimas brasileiras que sucumbiram à tragédia, enquan-to tentavam ajudar a população de um dos mais pobres países do mundo.

(Acervo da Coord. Nacional da Pastoral da Criança)

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