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7/22/2019 FGV Pub Pngrd 10out12 Final 5 Baixa
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DIAGNSTICOOUTUBRO 2012
PNGRDPLANO NACIONAL
DE GESTO DE RISCOSE RESPOSTA A DESASTRES
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DiretorCesar Cunha Campos
Diretor TcnicoRicardo Simonsen
Diretor de ControleAntnio Carlos Kfouri Aidar
Vice-Diretor de ProjetosFrancisco Eduardo Torres de S
Vice-Diretor de Estratgia e MercadoSidnei Gonzalez
FGV PROJETOS
Coordenao geralCarlos Augusto Costa
Coordenao tcnicaIrineu Frare | Margareth Mascarenhas Alheiros
EspecialistasAntonio Pinto | Baiena Feijolo | Carlos NogueiraClaudia de Sanctis Viana | Eduardo Soares de MacedoFernando Rocha Nogueira | Lais PaixoLeonardo Andrade de Souza | Marcia Ribeiro | Silvia Midori Saito
EQUIPE TCNICA
FUNDAO GETULIO VARGAS
SedePraia de Botafogo, 190, Rio de Janeiro RJ, CEP 22250-900 ou Caixa Postal 62.591CEP 22257-970, Tel: (21) 3799-5498, www.fgv.br
Primeiro Presidente FundadorLuiz Simes Lopes
PresidenteCarlos Ivan Simonsen Leal
Vice-PresidentesSergio Franklin Quintella, Francisco Oswaldo Neves Dornelles e Marcos Cintra Cavalcanti de Albuquerque
CONSELHO DIRETOR
PresidenteCarlos Ivan Simonsen Leal
Vice-PresidentesSergio Franklin Quintella, Francisco Oswaldo Neves Dornelles e Marcos Cintra Cavalcanti de Albuquerque
VogaisArmando Klabin, Carlos Alberto Pires de Carvalho e Albuquerque, Ernane Galvas, Jos Luiz Miranda, Lindolpho de Carvalho Dias, Manoel Pio Corra Jr., Marclio MarquesMoreira e Roberto Paulo Cezar de Andrade.
SuplentesAntonio Monteiro de Castro Filho, Cristiano Buarque Franco Neto, Eduardo Baptista Vianna, Gilberto Duarte Prado, Jacob Palis Jnior, Jos Ermrio de Moraes Neto, JosJlio de Almeida Senna, Marcelo Jos Baslio de Souza Marinho e Mauricio Matos Peixoto.
CONSELHO CURADOR
PresidenteCarlos Alberto Lenz Csar Protsio
Vice-PresidenteJoo Alfredo Dias Lins (Klabin Irmos e Cia)
VogaisAlexandre Koch Torres de Assis , Anglica Moreira da Silva (Federao Brasileira de Bancos), Ary Oswaldo Mattos Filho, Carlos Moacyr Gomes de Almeida, Dante Letti (SouzaCruz S/A), Heitor Chagas de Oliveira, Jaques Wagner (Estado da Bahia), Luiz Chor (Chozil Engenharia Ltda), Marcelo Serfaty, Marcio Joo de Andrade Fortes, Pedro HenriqueMariani Bittencourt (Banco BBM S .A), R aquel F erreira (Publicis Brasil C omunicao L tda), Raul Calfat (Votorantim Participaes S.A), Rodrigo Valnsio P ires de Azevedo(IRB-Brasil Resseguros S.A), Ronaldo Vilela (Sindicato das Empresas de Seguros Privados, de Previdncia Complementar e de Capitalizao nos Estados do Rio de J aneiro e do
Esprito Santo), Sandoval Carneiro Junior, Srgio Ribeiro da Costa Werlang e Tarso Genro (Estado do Rio Grande do Sul).SuplentesAldo Floris, Brookfield Brasil Ltda, Jos Carlos Schmidt Murta Ribeiro , Murilo Pinto de Oliveira Ferreira (VALE S.A.), Luiz Roberto Nascimento Silva, Manoel FernandoThompson Motta Filho, Nilson Teixeira (Banco de Investimentos Crdit Suisse S.A), Olavo Monteiro de Carvalho (Monteiro Aranha Participaes S.A), Patrick de LarragoitiLucas (Sul Amrica Companhia Nacional de Seguros), Rui Barreto (Caf Solvel Braslia S.A) e Sergio Lins Andrade (Andrade Gutierrez S.A.).Victrio Carlos De Marchi
Ministro da Integrao NacionalFernando Bezerra Coelho
Secretrio Nacional de Defesa CivilHumberto Vianna
Diretor do Departamento de Articulao e GestoAlziro Alexandre Gomes
Coordenadora-geral do Departamento de Articulao e GestoKarine Lopes
Diretor do Departamento de Minimizao de DesastresRafael Schadeck
Coordenador-geral do Departamento de Minimizao de DesastresWandemberg Venceslau Rosendo Dos Santes
Diretor do Departamento de Reabilitao e de ReconstruoEduardo Dubaj
Coordenadora-geral do Departamento de Reabilitao e de ReconstruoRosilene Vaz Cavalcanti
Chefe do Centro Nacional de Gerenciamento de Riscos e Desastres CENADArmin Augusto Braun
CoordenaoMelina Bandeira
Editor-ChefeSidnei Gonzalez
Produo e edioManuela Fantinato
Projeto GrficoLaura Sugimoto Gonalves | Maria Joo Macedo | Patricia Werner
RevisoGabriela Costa
FotosSEDEC | Corbis
EQUIPE EDITORIAL
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3FGV PROJETOS|PNGRD - PLANO NACIONAL DE GESTO DE RISCOS E RESPOSTA A DESASTRES
Apresentao
Introduo
Conhecimento e gesto pblica
Modelos para a gesto de risco
Entrevistas individuais
Concluses
Anexos
5
9
17
41
63
77
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Sumrio
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5FGV PROJETOS|PNGRD - PLANO NACIONAL DE GESTO DE RISCOS E RESPOSTA A DESASTRES
APRESENTAO
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Humberto ViannaSecretrio Nacional
de Defesa Civil.
Historicamente, os esforos dos rgos de
Defesa Civil no pas tm sido direcionados
para aes emergenciais durante os desastres,
alm da recuperao ps-desastre dos espaos
impactados. Mas a ocorrncia frequente de
desastres naturais de grande magnitude, como
as inundaes ocorridas em Santa Catarina,
em 2008; em Pernambuco e em Alagoas, em
2010; alm das enxurradas e deslizamentos que
assolaram a Regio Serrana do Rio de Janeiro,
em 2011, tem alado o tema Defesa Civil ao
nvel de prioridade na agenda governamental.
Mais do que isso, a temtica tem ganhado um
carter multidisciplinar com nfase na preveno.
Assim, houve o envolvimento de diversos rgosem busca de uma soluo integrada para a
gesto do risco, no Brasil. Em nvel federal, o
assunto tornou-se uma prioridade da Presidenta
da Repblica, que ordenou a criao de um
Grupo de Trabalho, coordenado pela Casa Civil,
para tratar do tema.
O trabalho desse grupo, constitudo em 2011,
culminou no Plano Nacional de Gesto de Riscos
e Resposta a Desastres PNGRD, lanado pela
presidenta no dia 8 de agosto de 2012, data em
que tambm foi inaugurado o Centro Nacional
de Gerenciamento de Riscos e Desastres
CENAD. O Plano aborda a questo da preveno
de diversas maneiras e prev um investimento
de R$ 18,8 bilhes at 2014.
Este diagnstico mais um produto do empenho
do governo federal em buscar a gesto integral
de riscos, com nfase na preveno. Ele
subsidiar a elaborao de um segundo Plano,
com um horizonte mais amplo, para as aes de
gesto integral de risco.
SEDEC
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7FGV PROJETOS|PNGRD - PLANO NACIONAL DE GESTO DE RISCOS E RESPOSTA A DESASTRES
Cesar Cunha CamposDiretor
FGV Projetos
A ocorrncia frequente de desastres naturais
de magnitudes cada vez maiores impe
a necessidade de elaborar estratgias de
preveno e reduo de riscos. Recentemente,
o pas foi testemunha de vrias ocorrncias
desse tipo, que resultaram em mortes e perdas
irrecuperveis, alm de altos impactos em
custos. A repercusso desses desastres chamou
a ateno de toda a sociedade e o Governo
Federal inseriu o tema na agenda prioritria.
Nesse contexto, a Secretaria Nacional de Defesa
Civil (SEDEC), rgo do Ministrio da Integrao
Nacional responsvel pela coordenao e
articulao dos programas, projetos e aes de
proteo e defesa civil no pas, tem a incumbnciade coordenar aes voltadas primordialmente
reduo de fatores de risco, preparao para
o enfrentamento de situaes de desastres e
ao fortalecimento da cultura de preveno de
riscos, em todo o pas.
A FGV Projetos, com reconhecida atuao
na assessoria tcnica a instituies pblicas
e privadas, especialmente na proposio de
modelos e prticas de gesto eficientes e polticas
pblicas eficazes, est auxiliando a SEDEC na
elaborao do Plano Nacional de Gesto de
Riscos e Respostas a Desastres (PNGRD). Ao
participar dessa iniciativa, a Fundao Getulio
Vargas segue colaborando para o aprimoramento
das prticas de planejamento e gesto do
pas, sempre em busca das melhores e mais
eficazes solues.
Esta publicao, fruto de um esforo indito de
levantamento de informaes sobre diferentes
aspectos da gesto dos riscos e dos desastresno Brasil, contm os resultados sumarizados
do diagnstico que orientou a elaborao
do PNGRD.
Boa leitura!
FGV PROJETOS
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9FGV PROJETOS|PNGRD - PLANO NACIONAL DE GESTO DE RISCOS E RESPOSTA A DESASTRES
INTRODUO
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11FGV PROJETOS|PNGRD - PLANO NACIONAL DE GESTO DE RISCOS E RESPOSTA A DESASTRES
Introduo
Diversos fatores contribuem para a ocorrncia dos desastres naturais no Brasil. As caractersticas
do relevo brasileiro, com suas plancies, depresses, patamares, tabuleiros, chapadas, planaltos,
morros e serras, decorrentes dos contextos geolgicos nessas reas, favorecem a ocorrncia
natural de diferentes processos geomecnicos e hidrolgicos. O processo de ocupao nessas
reas, muitas vezes realizado de forma inadequada, sem planejamento, aumenta a vulnerabilidade
das populaes, promovendo uma combinao perigosa. Soma-se a esse contexto a atuao de
sistemas atmosfricos distintos em diferentes pocas do ano, que so causadores de tornados,
chuvas intensas e concentradas, granizos, secas e estiagens prolongadas resultando em danos
severos sociedade.
De acordo com o Atlas Brasileiro de Desastres Naturais (BRASIL, 2011) foram registrados no Brasil
31.909 desastres naturais no perodo 1991-2010, relacionados com as secas, inundaes bruscas e
graduais, vendavais, granizo, movimentos de massa, incndios florestais, geadas, tornados, eroses
linear, marinha e fluvial. Este levantamento foi baseado nos documentos da Secretaria Nacional de
Defesa Civil - SEDEC, nas defesas civis estaduais e do Distrito Federal.
CLASSIFICAO DOS GRUPOS E SUBGRUPOS DOS DESASTRES NATURAIS (COBRADE).RISCOS NATURAIS
GRUPO SUBGRUPO
1. Geolgico 1. Terremoto
2. Emanao vulcnica
3. Movimento de massa
4. Eroso
2. Hidrolgico 1. Inundao
2. Enxurrada
3. Alagamento
3. Meteorolgico 1. Sistemas de grande escala/Escala regional
2. Tempestades
3. Temperaturas extremas
4. Climatolgico 1. Seca
5. Biolgico 1. Epidemias
2. Infestaes / Pragas
Fonte: Instruo Normativa MI N 1, de 24/8/2012
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O maior nmero de registros (16.944) est relacionado s secas e estiagens. As regies Nordeste e
Sul so as mais afetadas, tendo como perodo de ocorrncia respectivamente, o trimestre maro-
abril-maio e o quadrimestre dezembro a maro. Os impactos decorrentes desses processos no serefletem somente na economia, mas geram diversas consequncias sociais como o endividamento
dos agricultores, as migraes, as enfermidades, a desnutrio, dentre outras.
As inundaes bruscas constituram-se como o segundo tipo de desastre mais frequente no Brasil,
totalizando 6.771 registros. A regio Sul, principalmente o noroeste gacho e o oeste catarinense, foi
a mais afetada por esse fenmeno, cuja incidncia se d desde a primavera at o final do vero, mas
com maior pico de ocorrncias no ms de janeiro, totalizando 228 vtimas.
A regio Sudeste tambm foi muito afetada pelas inundaes bruscas e alagamentos, cujas
ocorrncias concentraram-se no ms de janeiro, totalizando 580 vtimas. No Nordeste oriental,
terceira regio brasileira mais afetada, os dados mostram ocorrncias no inverno (abril a julho), commaior concentrao em junho.
Os desastres provocados por vendavais e granizos afetaram majoritariamente a regio Sul, com
destaque para o noroeste do Rio Grande do Sul e o oeste de Santa Catarina, devido incurso de
sistemas frontais mais intensos, sobretudo na primavera. Os vendavais e granizos possuem alto
poder de destruio, afetam moradias, infraestruturas pblicas e particulares, plantios e podem
causar mortes.
Os movimentos de massa (quedas, tombamentos e rolamentos de rochas, deslizamentos e corridas
de massa), afetam principalmente as regies Sul, Sudeste e Nordeste, com maior incidncia no vero
(Sul e Sudeste) e de abril a junho (Nordeste). Alguns eventos se tornaram histricos pelo seu porte
e prejuzos sociais e econmicos como, por exemplo, os do Rio de Janeiro (1966), Caraguatatuba e
Serra das Araras (RJ) em 1967, Serra de Tubaro (SC) em 1974, Serra de Maranguape (CE), em 1975,
Cubato (1985), Petrpolis (1988), Santa Catarina (2008), Regio Serrana do Rio de Janeiro (2011).
Outros desastres, de origem geolgica, hidrolgica, meteorolgica e climatolgica, com menor
nmero de registros, tambm causaram prejuzos sociais e econmicos ao pas:
Os tornados, concentrados sobretudo na regio Sul, provocaram 5 mortes, totalizando 41
registros em todo o Brasil, as geadas, tambm com maior incidncia na regio Sul, provocaram
enfermidades, como doenas respiratrias que afetam principalmente crianas e idosos egrandes prejuzos econmicos s lavouras;
Os incndios florestais, alm dos impactos ambientais, causaram enfermidades populao do
entorno. A regio Norte foi a mais afetada no perodo;
A eroso fluvial provocou danos infraestrutura e moradias. A regio Norte foi a mais afetada;
A eroso linear afetou significativamente os estados de So Paulo, Paran, Minas Gerais e
o Centro-Oeste do pas ocasionando perdas materiais relacionadas com a infraestrutura,
moradias e aos recursos hdricos;
A eroso marinha apresentou maior nmero de registros nos estados do Esprito Santo e
Pernambuco. Alm de afetar diretamente os moradores, provocou perdas econmicas relativass propriedades pblicas e privadas e ao potencial turstico da rea.
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13FGV PROJETOS|PNGRD - PLANO NACIONAL DE GESTO DE RISCOS E RESPOSTA A DESASTRES
Desastres Biolgicos embora pouco divulgados no pas, podem tambm causar prejuzos sociais e
econmicos, como a proliferao descontrolada do Mexilho Dourado que obstrui dutos e danifica
estruturas; as pragas de Gafanhotos, que causam danos importantes na agricultura; o caramujoafricano que avanou sobre 24 dos 26 estados brasileiros; a Mar Vermelha, fenmeno produzido
pela intensa proliferao de algas, que pode causar intoxicaes e mortandade da fauna e flora.
Em relao aos desastres de origem Tecnolgica, destacam-se aqueles que envolvem a radiotividade;
a fabricao, armazenamento, manipulao e transporte de produtos perigosos, em todos os modais;
os incndios urbanos; os colapsos de edificaes e barragens; o transporte de passageiros e cargas
no perigosas. Embora algumas tipologias sejam de menor frequncia no pas, como os colapsos,
ressalta-se que so profundamente traumticos, j que em geral envolvem perda de vidas.
CLASSIFICAO DOS GRUPOS E SUBGRUPOS DOS DESASTRES NATURAIS (COBRADE).
DESASTRES TECNOLGICOS
GRUPO SUBGRUPO
1. Substncias Radioativas 1. Desastres siderais
2. Substncias e equipamentos radioativos
3. Resduos radioativos
2. Produtos Perigosos 1. Extravasamento de produtos
2. Contaminao da gua
3. Conflitos blicos
4. Transporte3. Incndios Urbanos 1. Incndios urbanos
4. Obras Civis 1. Colapso de edificaes
2. Rompimento/colapso de barragens
5. Transporte de Passageiros e Cargas no Perigosas 1. Rodovirio
2. Ferrovirio
3. Areo
4. Martimo
5. Aquavirio
Fonte: Instruo Normativa MI N 1, de 24/8/2012
A recorrncia desses eventos mostra a urgente necessidade de desenvolvimento de instrumentos
eficazes para a preveno de riscos e resposta a desastres. Nesse contexto, a Secretaria Nacional
de Defesa Civil do Ministrio da Integrao (SEDEC) solicitou o apoio da FGV Projetos para a
elaborao de um Plano Nacional de Gesto de Riscos e Respostas a Desastres (PNGRD).
Para a construo do PNGRD mostrou-se indispensvel o conhecimento prvio de aes e
procedimentos adotados no Sistema Nacional de Defesa Civil coordenado pela SEDEC, pelos
parceiros institucionais nas esferas federal, estadual e municipal, pelas instituies de pesquisa e
pelos setores organizados da sociedade civil, para compor o Diagnstico Situacional que expresse a
realidade nacional quanto gesto de riscos e desastres.
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Assim, foram analisadas polticas e planos nacionais e setoriais dos temas de maior convergncia
com os riscos e desastres, bem como experincias internacionais referentes e sua efetividade
na obteno de resultados positivos frente aos desastres naturais. Outras experincias exitosaslevantadas em vrios estados brasileiros tambm mostraram resultados importantes na reduo dos
riscos e desastres. Foram ainda realizadas entrevistas, para a escuta de pessoas com papel relevante
nas suas diferentes reas de atuao.
O Diagnstico Situacional para o PNGRD um trabalho indito e abrangente de levantamento da
situao em que se encontra o pas quanto aos riscos e desastres de origem natural ou tecnolgica.
Desenvolvido ao longo do primeiro semestre de 2012, o trabalho considerou o nvel e a abrangncia
do conhecimento sobre os processos naturais no Brasil, o arcabouo legal que d suporte s aes
pblicas, as aes desenvolvidas pelos diversos rgos da administrao brasileira nas trs instncias
federativas, os modelos de gesto adotados e a sua efetividade no atendimento aos desastres.
Esta publicao est dividida em trs sees: Conhecimento e Gesto Pblica, Modelos para a
Gesto de Risco e Entrevistas Individuais. A primeira trata do arcabouo institucional e legal que
o Brasil desenvolveu, ao longo dos anos, sobre o tema da gesto de riscos. Includo nessa seo
est o levantamento da produo e do envolvimento acadmico sobre o tema. Na segunda seo
est o levantamento das experincias nacionais e internacionais que podem ser tomadas como
modelos para a elaborao do PNGRD. Por fim, a ltima seo dedicada anlise e a fragmentos
das entrevistas individuais realizadas com diversos atores, em busca de melhor compreenso das
necessidades e demandas no Brasil.
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15FGV PROJETOS|PNGRD - PLANO NACIONAL DE GESTO DE RISCOS E RESPOSTA A DESASTRES
DIAGNSTICO SITUACIONAL
SEO ICONHECIMENTO
E GESTO PBLICA
BASE LEGAL
Leis, Decretos e outrosinstrumentos legais
POLTICAS E PLANOS
Polticas e Planos Nacionaissetoriais
PESQUISAS
Grupos de Pesquisa da basede dados do CNPq
ANLISE DOCUMENTAL
INSTRUMENTOS TCNICOS
MI-SEDEC Manuais, Planos, Livros, Apostilas;
Manuais, PMRR, Livros, Apostilas
COPASQ - P2R2
Manuais, Livros, Vdeos, Apostilas;
MCID-SNPU
MMA-DQAI
MS-Vigidesastres
BOAS PRTICAS
Experincias exitosas com bonsresultados em reduo de riscos
(perdas e danos
BENCHMARKING
Anlise comparativa com outrospases que possuem Planos
e Polticas de Gesto de Riscose Desastres
SETORES ENTREVISTADOS
rgos Pblicos Federais;
Coordenadorias Estaduaisde Defesa Civil;
Legislativo e Judicirio;
Especialistas eformadores de opinio.
SEO IIMODELOS PARA
A GESTO DE RISCO
SEO IIIENTREVISTAS INDIVIDUAIS
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I.
CONHECIMENTO
E GESTOPBLICA
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19FGV PROJETOS|PNGRD - PLANO NACIONAL DE GESTO DE RISCOS E RESPOSTA A DESASTRES
I. CONHECIMENTOE GESTO PBLICA
A primeira parte desse trabalho dedicou-se a agregar um amplo conjunto de informaes sobre o
arcabouo legal brasileiro, assim como dados tcnicos, operacionais, educacionais, entre outros,
obtidos em rgos e setores da administrao federal, estadual e municipal brasileira. Seus resultados
mostraram uma contextualizao realista sobre o que e como se faz gesto de risco e defesa civil
no pas, para servir de referencial e embasamento construo do Plano Nacional de Gesto de
Riscos e Respostas a Desastres PNGRD . Foram consultados documentos formalmente produzidos
e fornecidos por rgos da administrao pblica e por setores tcnicos e acadmicos, bem como
aqueles disponibilizados em homepages oficiais. Fizeram tambm parte dessa anlise, os planos
e polticas nacionais e setoriais de habitao, saneamento, sade, educao, recursos hdricos,
desenvolvimento social e mudana do clima.
1.1 LEGISLAO
As primeiras estruturas de Defesa Civil, em todo o mundo, foram criadas em decorrncia da Segunda
Guerra, tendo como pioneira a da Inglaterra em 1941. Nesse perodo o governo brasileiro editou oDecreto-Lei N 4.624/42, criando o Servio de Defesa Passiva Antiarea, alterado para Servio de
Defesa Civil em 1943 e extinto em 1946.
A primeira Defesa Civil Estadual do Brasil foi criada atravs do Decreto Estadual n 722, de 18.11.1966,
no ento Estado da Guanabara, como consequncia dos grandes desastres ocorridos no Sudeste.
Sua finalidade era estudar a mobilizao dos diversos rgos estaduais em casos de catstrofes. O
grupo que a compunha elaborou o Plano Diretor de Defesa Civil do Estado da Guanabara, definindo
atribuies para cada rgo componente do Sistema Estadual de Defesa Civil. O Decreto Estadual n
722, de 18/11/1966, que aprovou este plano, estabelecia ainda a criao das primeiras Coordenadorias
Regionais de Defesa Civil (REDEC), no Brasil.
A organizao da Defesa Civil no Brasil de forma sistematizada e com abrangncia nacional aconteceu
com a edio do Decreto n 97.274, que criou o Sistema Nacional de Defesa Civil (SINDEC), em
16/12/1988. Em agosto de 1993, a estrutura e organizao foram atualizadas, bem como estabelecidas
as diretrizes para o funcionamento do SINDEC e do Conselho Nacional de Defesa Civil (CONDEC).
O CONDEC era constitudo por representantes dos Ministrios e de rgos da Administrao Pblica
Federal, designados pelo Ministro de Estado da Integrao Nacional mediante indicao dos orgos
representados. Com a reestruturao, foi criado o Centro Nacional de Gerenciamento de Riscos
e Desastres (CENAD), o Grupo de Apoio a Desastres (GADE) e ampliado o fortalecimento dos
rgos de Defesa Civil locais (COMDECs).
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20
A Poltica Nacional de Defesa Civil do Brasil foi instituda pela Resoluo n 2, de 12.12.1994, que define
a Defesa Civil como o conjunto de aes de preveno e de socorro, assistenciais e reconstrutivas,
destinadas a evitar ou minimizar os desastres, preservar a integridade fsica e moral da populao,bem como restabelecer a normalidade social. Sua finalidade principal promover a segurana global
da populao em consonncia com os objetivos fundamentais definidos no artigo 3 da Constituio
Federal de 1988. um documento que norteia todos os rgos de Defesa Civil. Estabelece diretrizes,
planos e programas prioritrios para o desenvolvimento de aes de reduo de desastres em todo
o pas, bem como a prestao de socorro e assistncia s populaes afetadas por desastres.
Em 2005, as aes da Defesa Civil foram descentralizadas, sendo a responsabilidade distribuda
entre os governos federal, estaduais e municipais. A criao dos Ncleos de Defesa Civil (NUDECs)
pretendeu trazer uma mudana cultural, com a maior participao da comunidade na sua prpria
segurana.
O Fundo Especial para Calamidades Pblicas (FUNCAP), institudo pelo Decreto Lei n. 950, de 13
de outubro de 1969, descrito no Manual Segurana Global da Populao (2007). Os recursos
destinados a esse fundo devem compreender atividades relacionadas ao socorro a pessoas em
situao de risco iminente; assistncia a populaes afetadas por desastres e reabilitao
(imediata) dos cenrios dos desastres.
A Lei n 12.340/10, objeto da Medida Provisria n 494, de 2 de julho de 2010, dispe sobre o SINDEC,
trata das transferncias de recursos para aes de socorro, assistncia s vtimas, restabelecimento
de servios essenciais e reconstruo nas reas atingidas por desastre, e do FUNCAP. Os recursos
federais para execuo das aes ps-desastres devem ser solicitados, via transferncia obrigatria,
dentro do prazo estipulado pela Lei.
A partir da Lei n12.340/10, houve tambm a determinao para que os estados e o Distrito Federal
encaminhem anualmente SEDEC o mapeamento atualizado das reas de risco de seu territrio e
disponibilizem apoio para a elaborao de plano de trabalho aos municpios que no disponham de
suficiente capacidade tcnica. Esse dispositivo legal foi regulamentado pelo Decreto n7.257, de 4 de
agosto de 2010, possibilitando, entre outras situaes, reconhecimento de situaes de emergncia
e estado de calamidade pblica, transferncias de recursos para aes de socorro, assistncia s
vtimas, restabelecimento de servios essenciais e reconstruo nas reas atingidas por desastre.
A Lei n12.608/12 orienta a elaborao do PNGRD, ao estabelecer de forma abrangente, umapoltica pblica para a gesto de risco como resultado do trabalho conjunto de tcnicos, polticos
e formadores de opinio. Esta Lei institui a Poltica Nacional de Proteo e Defesa Civil - PNPDEC,
estabelecendo competncias atravs do Sistema Nacional de Proteo e Defesa Civil SINPDEC,
de carter amplo, que inclui rgos e entidades da administrao pblica federal, dos Estados, do
Distrito Federal e dos Municpios e entidades pblicas e privadas e estabelece como seu rgo
consultivo, o Conselho Nacional de Proteo e Defesa Civil CONPDEC, com representao de
rgos pblicos e da sociedade organizada. Abrange todos os aspectos fundamentais da gesto
dos riscos e desastres, que podem ser assim agrupados:
Conhecimento (estudos, mapeamento de riscos, capacitao e treinamento, informao
pblica e sistema de informaes);
Reduo do risco(medidas estruturais e no estruturais); e
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21FGV PROJETOS|PNGRD - PLANO NACIONAL DE GESTO DE RISCOS E RESPOSTA A DESASTRES
Mitigao dos desastres (planejamento, preparao, resposta, recuperao e reconstruo)
nas reas atingidas.
1.2 INSTRUMENTOS TCNICOS DO MINISTRIO DA INTEGRAO
O Ministrio da Integrao Nacional foi a principal fonte de informaes e perpassa todo o Diagnstico.
A documentao foi fornecida e tambm coletada, na homepageda SEDEC, no link Publicaes
e os materiais analisados constaram de relatrios, manuais e livros didticos, que tratam sobre o
funcionamento, os aspectos conceituais da Defesa Civil e a descrio de aes desenvolvidas pela
Secretaria. Tambm foram analisados relatrios sobre os eventos mais marcantes e com grande
integrao entre os entes federados, como a 1aConferncia Nacional de Defesa Civil e Assistncia
Humanitria em maro de 2010, que reuniu 1 .177 delegados, resultando em 104 Diretrizes aprovadas;
o I Seminrio Internacional sobre Gesto Integrada de Riscos e Desastres em abril de 2012, que
reuniu representantes de vrios pases para compartilhar suas experincias, entre outros.
O Manual de Planejamento em Defesa Civil Volume Iaborda o tema da preveno. Essa publicao
apresenta estudos de ameaas e vulnerabilidades, e de estimativa de riscos. As aes preventivas de
identificao e avaliao (ou anlise) do risco so realizadas por meio da avaliao da possibilidade
de ocorrncia dos processos perigosos e as possveis consequncias sociais e econmicas. Tal
diagnstico permite a concepo das medidas que devero ser adotadas para aes de preveno
e mitigao dos riscos.
A intensidade dos danos causados pelos desastres diretamente relacionada ao grau devulnerabilidade, isto , a insegurana dos sistemas. Em relao ao estudo da varivel vulnerabilidade,
o documento elenca importantes medidas no estruturais e estruturais para reduo do grau de
vulnerabilidade e o incremento do nvel de segurana. O estudo engloba ainda medidas relacionadas
ao planejamento do territrio urbano e rural dos municpios e definio das reas de preservao
ambiental, proteo ambiental e das reas no edificveis em acordo com posturas do cdigo de
obras municipais. Foi tambm institudo o cadastramento das comunidades em risco e a importncia
da anlise poltica e cultural das comunidades locais.
O Manual de Planejamento em Defesa Civil Volume II trata de aspectos bsicos sobre Plano
de Contingncia e de Operaes. sabido que planos como esse foram elaborados por muitos
municpios, aeroportos, ou empresas que lidam com eventos adversos. Esses instrumentos so
desenvolvidos previamente e so teis para pronta resposta em caso de desastres. O Plano Diretor
em Defesa Civil, por sua vez, constitui-se em outra estratgia, mas diferencia-se dos planos anteriores,
dado seu carter mais amplo, que visa atender todas as fases da gesto de risco.
O Manual de Planejamento em Defesa Civil Volume IIItrata do Programa de Preparao para
Emergncias e Desastres (PPED), estabelecido pela Poltica Nacional de Defesa Civil. Ainda que de
maneira pontual, o Manual aborda a importncia do monitoramento, alerta e alarme em reas de risco,
com o propsito de otimizar a previso de desastres e reduzir a margem de surpresa decorrente
da sua ocorrncia extempornea. Essa publicao tambm apresenta aspectos relacionados ao
planejamento logstico para socorro, tais como administrao de recursos materiais e prestaode servios.
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O Plano Nacional de Defesa Civil (PNDC), de 2008, apresenta duas diretrizes que visam
preveno, estabelecendo critrios relacionados a estudos e avaliao de riscos, com a finalidade de
hierarquizar e direcionar o planejamento da reduo de riscos de desastres para as reas de maiorvulnerabilidade do territrio nacional, e estmulo para estudos e pesquisas sobre desastres.
Duas metas do PNDC abordam o diagnstico de riscos:
Meta n 4: promover o estudo aprofundado de riscos, bem como a organizao de banco
de dados e de mapas temticos relacionados com ameaas, vulnerabilidades e riscos, em 80
municpios situados em reas de maior risco de desastres; e
Meta n 5: promover, em todos os municpios com mais de 20 mil habitantes, estudos de
riscos de desastres, objetivando o microzoneamento urbano, com vistas elaborao do Plano
Diretor de Desenvolvimento Municipal, de acordo com o previsto na Constituio Federal de
1988.
Publicada em 2009, a Apostila sobre Operacionalizao de Coordenadoria Municipal de Defesa
Civil (COMDEC)destaca as contribuies das coordenadorias para manter atualizadas e disponveis
as informaes sobre ameaas, vulnerabilidades e riscos de desastres; capacitar recursos humanos
para as aes de defesa civil; implantar programas de treinamento para voluntariado; promover
campanhas pblicas e educativas para estimular o envolvimento da populao, motivando aes
relacionadas Defesa Civil com a mdia local; e promover mobilizao comunitria visando
implantao de NUDEC, ou entidades correspondentes. Nessa publicao, ainda apresentado o
papel da COMDEC em perodo de normalidade, enfatizando, especialmente, o desenvolvimento
de atividades amplas de informao e divulgao sobre a gravidade dos desastres e de
campanhas educativas.
Vale citar tambm o curso Comunicao de riscos e desastresque tem como objetivo incentivar a
participao da mdia na gesto de desastres, com nfase no risco e no apenas no desastre; o livro-
texto Gesto de riscos e de desastres: contribuies da psicologia , que aponta a importncia
da preocupao da sade mental no somente da populao afetada, como para a prpria equipe
envolvida no atendimento; e o livro-texto Construindo comunidades mais seguras: preparando
para a ao cidad em defesa civil , que procura aplicar os temas internacionais difundidos pela
Estratgia Internacional Reduo de Desastres (EIRD).
Na publicao sobre a Conferncia Geral sobre Desastres (2007), foram relacionados, em uma
postura crtica, os principais problemas no Brasil para atendimento s emergncias e desastres,
dentre os quais podemos destacar: falta de deciso poltica sobre a gravidade e importncia
dos desastres; falta de participao da populao em decises importantes; falsa ideia de que o
controle de desastre se d apenas na iminncia ou depois de ocorrido; e ausncia ou insuficincia
de estudos ou reviso de riscos de desastres e identificao de vulnerabilidades. As publicaes
analisadas mostram que as iniciativas voltadas ao ensino ainda so incipientes para atender as
demandas existentes.
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23FGV PROJETOS|PNGRD - PLANO NACIONAL DE GESTO DE RISCOS E RESPOSTA A DESASTRES
HOMEPAGESDAS CEDECs
Essa foi outra fonte de pesquisa importante disponvel na internet, onde foi possvel verificar queapenas 12 CEDECs possuam homepagesatualizadas, trs estavam indisponveis e uma no dispunha
de informaes relevantes. A deficincia desses sites dificulta o acesso da populao s principais
informaes em seu estado ou municpio. Atualmente, a internet se constitui num importante canal
de informao e pode ser um instrumento bastante til em gesto de riscos e desastres.
Algumas CEDECs tinham suas pginas redirecionadas para o Corpo de Bombeiros dos respectivos
estados e algumas delas tm pginas com bom contedo e bastante informativo. Os sites renem
dados histricos de ocorrncias, procedimentos para decretao de Situao de Emergncia ou de
Estado de Calamidade Pblica, informaes sobre como agir em momento de desastres, e, tambm,
pesquisas acadmicas em andamento. Tais informaes so pertinentes no apenas para tcnicos
em Defesa Civil, como tambm populao.
Apenas trs delas possuam informaes sobre alertas, avisos e boletins meteorolgicos em suas
homepages. Trs CEDECs possuem link para a previso do tempo de instituies estaduais ou
particulares. Minas Gerais elabora boletim meteorolgico dirio, o qual possui previso do tempo
e informaes adicionais, como tambm nmero de decretos, danos humanos, bitos e envio de
Notificaes Preliminares de Desastres (NOPREDs).
A partir da anlise das aes em gesto de risco desenvolvidas pelas CEDECs no Brasil e divulgadas
pelas suas respectivas homepages, destacam-se algumas iniciativas como o Paran, Esprito Santo,
Cear e Minas Gerais.
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PARAN
A iniciativa da CEDEC/PR que mais se destaca
a ferramenta denominada Sistema de Defesa
Civil do Paran (SISDC), que permite consulta
ao histrico de ocorrncias de diversos
tipos de desastres naturais, antrpicos ou
tecnolgicos, ocorridos no Paran, desde
1980. O sistema permite a solicitao de
abertura do processo de decretao em casos
de situao de emergncia ou de calamidade
pblica, por qualquer municpio do Estado,
diretamente atravs da homepage. Tambm
disponibiliza os resultados da primeira etapa
de um projeto de mapeamento de risco no
Paran. Os dados dos desastres de maior
recorrncia desde 1980 foram organizados
e, posteriormente, elaborados os respectivos
mapas temticos. As demais fases do
projeto compreendem a busca da base de
dados junto a outras instituies como a
Mineropar, o Instituto das guas, Companhiade Habitao do Paran (COHAPAR), entre
outras importantes agncias pblicas. Na
terceira fase, sero organizados os dados
levantados pelas Coordenadorias Regionais
de Defesa Civil (COREDEC) em conjunto
com os municpios, envolvendo aqueles
locais com maior recorrncia de eventos
e sua tipologia. A quarta e ltima fase
compreende a organizao dos dados,
atualizao dos mapas de risco e o contato,
caso seja necessrio, com especialistas queproporcionaro eventuais ajustes tcnicos.
SO PAULO
A CEDEC/SP est vinculada Casa Militar
e construiu parcerias com diversos rgos
tcnicos, tais como o Instituto de Pesquisas
Tecnolgicas (IPT), Instituto Geolgico (IG),
Departamento de guas e Energia Eltrica
do Estado de So Paulo (DAEE), Companhia
de Tecnologia de Saneamento Ambiental
(CETESB), Centro de Previso de Tempo e
Estudos Climticos do Instituto Nacional de
Pesquisas Espaciais (CPTEC/INPE) e Imprensa
Oficial do Estado de So Paulo (IMESP).
Destaca-se o Centro de Gerenciamento de
Emergncias (CGE), o qual funciona 24h
por dia e dispe de meteorologistas de
planto que emitem diariamente boletins
meteorolgicos ou alertas. Alm dos PPDCs,
a CEDEC implantou em carter experimental
o Plano de Contingncia para o perodo
da estiagem na regio Metropolitana de
Campinas. Segundo relatrio publicado nosite, as atividades desenvolvidas compem
o curso bsico de combate a incndio em
coberturas vegetais, campanha do dia da
preveno e distribuio de folhetos de
orientao sobre a operao estiagem.
Disponibiliza material desenvolvido nos
municpios de Itanham e Araraquara. Mogi
das Cruzes apresenta Plano de Contingncia
para o Vero 2011/2012, com informaes
estratgicas para ao durante alagamentos,
inundaes e deslizamentos.
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25FGV PROJETOS|PNGRD - PLANO NACIONAL DE GESTO DE RISCOS E RESPOSTA A DESASTRES
RIO GRANDE DO SUL
A CEDEC/RS trabalha em parcerias com
grupos de pesquisa, a exemplo do Ncleo
de Pesquisa e Aplicao de Geotecnologias
em Desastres Naturais e Eventos Extremos
(GEODESASTRES-SUL), do INPE, e do
Centro de Estudos e Pesquisas em Desastres
(CEPED), da Universidade Federal do Rio
Grande do Sul (UFRGS). A que mais se
destaca a sistematizao de informaes
dos ndices pluviomtricos de diversos
municpios no Rio Grande do Sul, realizada
atravs de pluvimetros instalados nos
quartis do Corpo de Bombeiros. Na sua
homepage tambm so disponibilizados
alguns mapas referentes s ocorrncias
de acidentes com produtos perigosos (de
2003 a 2011), inundaes (de 1982 a 2011) e
evoluo da estiagem no ano de 1982 a 2011,
e 2011/2012. No que se refere s atividades
de capacitao, no ano de 2009 foramrealizados em diversos municpios, com apoio
da Coordenadoria, o Curso Operacional em
Defesa Civil (CODC), visando formao de
agentes municipais em defesa civil.
SANTA CATARINA
A Secretaria de Estado de Defesa Civil/SC
se destaca pela sua atuao em projetos
de identificao e anlise de riscos, bem
como em programas de capacitao, em
defesa civil e percepo de risco. Tais
atividades so apoiadas pelo Centro de
Estudos e Pesquisas em Desastres (CEPED),
da Universidade Federal de Santa Catarina
(UFSC). Na homepage da Secretaria,
possvel acessar cartilhas da srie Nossa
Segurana, sobre Defesa Civil, abordando
tempestades, comunicao, produtos
perigosos e preveno. Outro destaque,
a disponibilizao de decretos municipais
por situao de emergncia ou estado
de calamidade pblica dos municpios
catarinenses, desde o ano de 1998.
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ESPRITO SANTO
A CEDEC/ES est vinculada Secretaria
de Segurana Pblica e Defesa Social do
governo. As atividades de capacitao
realizadas pela CEDEC/ES so cursos em
Percepo de Risco Geolgico, Defesa
Civil, Formao de Ncleos em Defesa Civil,
Plano de Contingncia e Anlise de Risco
Estrutural. O calendrio, com a programao
desses cursos de abril a setembro de 2012,
disponibilizado no siteda CEDEC. Ainda
possvel consultar planos de contingncia de
municpios de Vitria, Ibirau, Linhares, Santa
Maria do Jetib, Bom Jesus do Norte, Aracruz,
Marechal Floriano, Santa Teresa, Serra e
Viana; planos emergenciais do aeroporto de
Vitria, Aracruz Celulose e CANEXUS; Plano
Diretor de Defesa Civil/ES e Plano Estadual
de Contingncia para desastres hdricos.
MINAS GERAIS
A CEDEC/MG est vinculada ao Gabinete
Militar do Governador e possui parceria
com diversas instituies como Corpo
de Bombeiros, Policia Militar, Polcia Civil,
Empresa de Assistncia Tcnica e Extenso
Rural do Estado de Minas Gerais (EMATER/
MG), Companhia Energtica de Minas Gerais
(CEMIG), entre outras. As aes de defesa
civil so divulgadas no site da CEDEC, que
tambm disponibiliza diariamente em sua
homepageum boletim contendo informaes
meteorolgicas, principais ocorrncias na
rea de defesa civil, e os municpios que se
encontram em situaes adversas. Outra
ao bastante positiva a criao da Escola
Permanente de Defesa Civil, incentivando
a criao de COMDECs e capacitao de
recursos humanos para a prtica das aes em
defesa civil. So oferecidos os cursos bsicos
em Defesa Civil e em Sistema de Comandoem Operaes. Os cursos so oferecidos
mensalmente, e a CEDEC disponibiliza
calendrio para todo o ano de 2012.
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27FGV PROJETOS|PNGRD - PLANO NACIONAL DE GESTO DE RISCOS E RESPOSTA A DESASTRES
CEAR
A CEDEC/CE possui em sua homepage um
linkdenominado Monitoramento em que
possvel acessar informaes sobre a previso
do tempo realizada pela Fundao Cearense
de Meteorologia e Recursos Hdricos
(FUNCEME) e INPE, radares meteorolgicos,
reservatrios de gua da Companhia de
Gesto dos Recursos Hdricos (COGERH) e
do Departamento Nacional de Obras Contras
as Secas (DNOCS), sobre raios, focos de calor
e tremores de terra. Essa uma importante
iniciativa, tendo em vista que permite
populao em geral ter conhecimento das
condies meteorolgicas desencadeadoras
de desastres.
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A CEDEC/AP, por sua vez, disponibiliza em seu site, um linkdenominado alertas preventivos que informa
a previso do tempo no estado. A CEDEC/MA oferece em seu siteos boletins meteorolgicos, que
informam a precipitao acumulada no ms e nas ltimas 24h, em alguns municpios maranhenses ena divisa com Tocantins. A CEDEC/SE possui programa de cadastramento de voluntrios, viabilizada
pela Lei do Voluntariado no 9608, de 18/2/1998. Outras iniciativas em voluntariado tambm
foram identificadas nas CEDECs da Paraba, Rio Grande do Sul, e do Paran. Embora sem muitas
informaes em sua homepage, a CEDEC/AL promoveu um simulado com os moradores em Unio
dos Palmares, sendo esta uma importante ao para o preparo das comunidades que enfrentam
recorrentes eventos adversos naquela regio.
Uma iniciativa de ao interestadual foi constituda pelo Mato Grosso do Sul, Paran, Santa Catarina
e Rio Grande do Sul, que formaram o Conselho de Desenvolvimento e Integrao Sul (CODESUL),
em 1996. A sua concepo teve o objetivo de facilitar o intercmbio entre os Estados do Sul, com
vistas ao desenvolvimento econmico, social, poltico etc., alm da adoo de medidas comuns nasreas de polcia, sade, defesa civil, entre outros.
As iniciativas em gesto de risco pelas coordenadorias estaduais representam importante subsdio
para a elaborao do PNGRD.
ATLAS BRASILEIRO DE DESASTRES NATURAIS
O objetivo da publicao do Atlas Brasileiro de Desastres Naturais foi o de suprir a lacuna existente
sobre informaes de desastres naturais no pas. A publicao contm 26 volumes referentes a cada
estado (o Distrito Federal foi includo no volume Gois) e um sobre o Brasil. O levantamento foi
realizado junto aos rgos estaduais de Defesa Civil, Ministrio da Integrao Nacional, Secretaria
Nacional de Defesa Civil, Arquivo Nacional e Imprensa Nacional. Os documentos utilizados como
insumo foram, avaliaes e relatrios de danos (AVADAN e NOPRED), Portarias, Decretos municipais
ou estaduais e outros documentos, como tabelas e ofcios.
De acordo com os dados apresentados no Atlas, foram registrados no Brasil 31.909 desastres naturais
no perodo 1991-2010, relacionados com as secas, inundaes bruscas e graduais, vendavais, granizo,
movimentos de massa, incndios florestais, geadas, tornados, eroses linear, marinha e fluvial. A
anlise foi feita por tipologias mais recorrentes, municpios mais afetados e os danos humanos
registrados que levaram ao decreto de situao de emergncia e calamidade pblica durante o
perodo analisado.
Para cada tipo de desastre, foi elaborado um mapa temtico. No volume Brasil, para que os eventos
menos expressivos fossem considerados, adotou-se a representao por mesorregio brasileira. O
Atlas apresenta vrios grficos e tabelas que contribuem para a melhor compreenso do panorama
espao-temporal dos desastres no pas.
As limitaes do Atlas quanto disponibilidade de dados oficiais, mostra a subnotificao no Brasil
quanto ocorrncia de desastres e as perdas e danos decorrentes. Esse problema vem sendo
progressivamente resolvido, com a modernizao das bases de dados da SEDEC atravs do Sistema
Integrado de Informaes sobre Desastres S2ID cujo objetivo qualificar e dar transparncia
gesto de riscos e desastres no Brasil, garantindo o acesso a informaes sobre desastres em
diversos nveis.
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29FGV PROJETOS|PNGRD - PLANO NACIONAL DE GESTO DE RISCOS E RESPOSTA A DESASTRES
RELATRIO NACIONAL DE PROGRESSO NA IMPLEMENTAO DO MARCODE AO DE HYOGO (MAH 2009-2011)
Para o acompanhamento dos progressos experimentados pelos pases no esforo da reduo
dos desastres, foi estabelecido pelo protocolo de Hyogo um conjunto de 4 Indicadores a serem
avaliados para cinco Prioridades, como mostra o Quadro. Para cada indicador, h cinco nveis de
progresso alcanado.
PRIORIDADE 1
Garantir que a
reduo dos riscos
de desastres (RRD)
seja uma prioridade
nacional e local,
com uma slida
base institucional
para sua implemen-
tao.
PRIORIDADE 2
Identificar, avaliar e
monitorar os riscos
de desastres e mel-
horar os sistemas
de alerta
PRIORIDADE 3
Utilizar o conheci-
mento, a inovao
e a educao para
criar uma cultura
de segurana e
resilincia em todos
os nveis.
PRIORIDADE 4
Reduzir os fatores
fundamentais do
risco
PRIORIDADE 5
Fortalecer a pre-
parao para os
desastres, para uma
resposta eficaz em
todos os nveis
INDICADOR 1
1.1. Poltica Nacional
e existncia de uma
base legal para a
reduo do risco
de desastres, com
responsabilidades
descentralizadas
e capacidades em
todos os nveis.
2.1. Avaliaes de
risco nacionais e
locais com base
em informaes
disponveis de vul-
nerabilidade, inclu-
indo avaliaes de
risco para setores
crticos.
3.1. Informaes
relevantes sobre
desastres esto
disponveis e aces-
sveis para todos
os interessados,
em todos os nveis
(formao de redes,
desenvolvimento de
sistemas compartil-
hados de informa-
es etc.)
4.1. A reduo do
risco de desastres
um objetivo es-
sencial das polticas
e planos relaciona-
dos ao ambiente,
incluindo a gesto
dos solos, utilizao
de recursos naturais
e adaptao mu-
dana climtica.
5.1. H fora poltica,
tcnicas e capacid-
ades institucionais
e mecanismos de
gesto do risco de
desastres, para a
reduo do risco de
desastres.
INDICADOR 2
1.2. Recursos
adequados esto
disponveis para
implementar planos
de reduo de
risco de desastres e
atividades em todos
os nveis administra-
tivos.
2.2. H sistema de
informao no lo-
cal para monitorar,
arquivar e difundir
dados chave sobre
riscos e vulnerabili-
dades.
3.2. Currculos es-
colares, material de
ensino e treinamen-
tos relevantes in-
cluem a reduo do
risco de desastres e
os conceitos e prti-
cas de recuperao.
4,2. Polticas e Pla-
nos de desenvolvi-
mento social esto
sendo implemen-
tadas para reduzir
a vulnerabilidade
das populaes de
maior risco.
5.2. Planos de pre-
parao para desas-
tres (planos de con-
tingncia) esto em
vigor em todos os
nveis administrati-
vos e so realizados
exerccios regulares
de treinamento para
testar e desenvolver
programas de res-
posta a desastres.
INDICADOR 3
1.3. Participao
comunitria e
descentralizada
assegurada atravs
da delegao de au-
toridade e recursos
para os nveis locais.
2.3. Os sistemas
de alerta esto em
vigor para todos
os grandes riscos,
com divulgao nas
comunidades.
3.3. Mtodos de
pesquisa e in-
strumentos para
multiavaliaes
de risco e anlise
custo-benefcio so
desenvolvidos e
reforados.
4.3. Poltica
econmica e planos
setoriais para o
setor produtivo
foram implementa-
dos para reduzir a
vulnerabilidade das
atividades econmi-
cas.
5.3. Reservas finan-
ceiras e mecanis-
mos de contingn-
cia chegam ao
local para apoiar a
resposta eficaz e re-
cuperao, quando
necessrio.
INDICADOR 4
1.4. A Plataforma
National multiseto-
rial para desastres
est funcionando.
2.4. Avaliaes
nacional e local
de risco levam em
conta os riscos de
fronteira, com vista
ao desenvolvimento
regional e coopera-
o para reduo
de riscos.
3.4. Existe estra-
tgia de ampla
sensibilizao da
opinio pblica
para estimular uma
cultura de resilincia
a desastres, exten-
siva a comunidades
urbanas e rurais.
4.4. Planejamento e
gesto dos assenta-
mentos humanos
incorporam elemen-
tos de reduo de
risco de desastres,
incluindo a aplica-
o de cdigos de
construo.
5.4. Existem pro-
cedimentos para tr-
oca de informaes
relevantes durante
os eventos de risco
e desastres e para
realizar revises
ps-evento.
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A anlise do relatrio brasileiro enviado para a Organizao das Naes Unidas (ONU) sobre os
progressos do Brasil, na implementao do Marco de Ao de Hyogo (2009-2011), mostrou uma
viso otimista. Para todos os indicadores, o nvel de progresso alcanado pelo pas foi avaliado comnota mnima 4 (alcance substancial obtido, mas com limitaes reconhecidas em aspectos-chave,
como recursos financeiros e/ou capacidades operacionais), chegando a 5 (alcance abrangente com
comprometimento sustentado e capacidades em todos os nveis) em algumas aes.
Em relao Ao 1- Existncia de Poltica Nacional e de uma base legal para a reduo do risco
de desastres, com responsabilidades descentralizadas e capacidades em todos os nveis, o relatrio
refere: implantao de algumas diretrizes da 1 Conferncia Nacional de Defesa Civil e Assistncia
Humanitria (CNDC); capacidade de fiscalizao da aplicao de recursos pelos municpios;
ampliao do Conselho Nacional de Defesa Civil, que passa a incluir as 3 esferas de governo, alm
da sociedade civil organizada.
Em relao Ao 2- Identificar, avaliar e observar de perto os riscos dos desastres, e melhorar
os alertas prvios, o relatrio relaciona os progressos aos mapeamentos, gerenciamento de
informaes de riscos e de desastres, consolidao do CENADe realizao de eventos, como o VII
Frum Nacional de Defesa Civil.
Em relao Ao 3 - Utilizar o conhecimento, a inovao e a educao para criar uma cultura
de segurana e resilincia em todos os nveis, o relatrio refere a divulgao em sua homepage
de mapa de ocorrncias de desastres utilizando banco de dados histricos, diversas atividades
educativas, realizao de eventos tcnicos e a criao de parcerias entre universidades e rgos de
defesa civil para o desenvolvimento de estudos e implementao de projetos de extenso.
Em relao Ao 4 - Reduzir os fatores fundamentais do risco, o relatrio relata a dificuldade
da implantao de um plano de ao para discusso de responsabilidade social e Defesa Civil, junto
ao setor produtivo e de articulao entre os diferentes nveis de governo, para a reconstruo e
recuperao de moradias para as populaes de baixa renda.
Em relao Ao 5- Fortalecer a preparao em desastres para uma resposta eficaz em todos os
nveis, foram destacadas a realizao do V Seminrio Internacional de Defesa Civil, a participao
do governo federal na elaborao de planos de contingncia e a regulamentao da Medida
Provisria 494.
1.3 INSTRUMENTOS TCNICOS DO MINISTRIO DAS CIDADES
O levantamento dos documentos tcnicos elaborados e publicados pelo Ministrio das Cidades
buscou identificar as informaes j desenvolvidas e disponibilizadas em gesto de risco. A anlise
foi baseada em documentos coletados na sua homepage(http://www.cidades.gov.br/).
Com o propsito de reduzir riscos em assentamentos precrios no pas, o Ministrio das Cidades
(MCID) e a Secretaria Nacional de Programas Urbanos (SNPU) priorizaram o apoio ao planejamento
territorial urbano e poltica fundiria dos municpios, destacando como misso implantar o Estatutodas Cidades (Lei n 10.257/2001), que regulamenta os artigos da Constituio Federal referentes
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31FGV PROJETOS|PNGRD - PLANO NACIONAL DE GESTO DE RISCOS E RESPOSTA A DESASTRES
Poltica Urbana, constitui um dos maiores avanos da legislao urbanstica brasileira atravs de
aes diretas, com transferncia de recursos do OGU e aes de mobilizao e capacitao.
Entre as reas de atuao da SNPU, especificamente em relao aos objetivos do PNGRD, destacam-
se a Reduo de Riscos em Assentamentos Precrios, alm de outras trs reas de atuao: Apoio
Elaborao de Planos Diretores, Regularizao Fundiria, e Reabilitao de reas Centrais.
No que se refere Reduo de Riscos em Assentamentos Urbanos, foram desenvolvidos os Planos
Municipais de Reduo de Risco em mais de 60 municpios crticos do Brasil; foram realizados cursos
de capacitao presenciais e distncia para mais de 3.000 tcnicos municipais em Defesa Civil, e
produzidos Manuais Tcnicos, Livros e Guias para a gesto de risco pelos gestores municipais.
1.4 INSTRUMENTOS TCNICOS DO MINISTRIO DO MEIO AMBIENTE
O levantamento de documentos tcnicos elaborados e publicados pelo Ministrio do Meio Ambiente
(MMA) buscou identificar as informaes j desenvolvidas e disponibilizadas em gesto de risco. A
anlise foi baseada em documentos coletados na homepagedo Ministrio do Meio Ambiente (http://
www.mma.gov.br/).
O principal tema relacionado Gesto de Riscos e Desastres, sob a responsabilidade do MMA, refere-
se segurana qumica e, em especial, s emergncias ambientais com produtos qumicos perigosos
e o Plano Nacional de Preveno, Preparao e Resposta Rpida a Emergncias Ambientais com
Produtos Qumicos Perigosos (P2R2).
Quanto segurana qumica, o MMA criou, por meio da Portaria n 319, de 27 de dezembro de
2000, a Comisso Coordenadora do Plano de Ao em Segurana Qumica (COPASQ), oficialmente
instalada em 9 de abril de 2001.
A COPASQ faz a articulao para o fortalecimento, divulgao e desenvolvimento de aes
intersetoriais relacionadas segurana qumica. Conta com a participao de ministrios, rgos
federais, universidades e entidades privadas. Dentre os participantes, destaca-se a representao
da SEDEC.
O Plano Nacional de Preveno, Preparao e Resposta Rpida a Acidentes Ambientais com
Produtos Perigosos (P2R2) traduz a preocupao crescente relacionada aos riscos potenciais de
contaminao para a sade humana e o meio ambiente, pelo uso desses produtos. A estruturao
do Plano alinha-se necessidade de estabelecimento de um esforo integrado entre os vrios nveis
de governo, o setor privado, representaes da sociedade civil e demais partes interessadas na
construo de um modelo de desenvolvimento que tenha como pauta principal a sustentabilidade
das atividades humanas.
O P2R2 foi criado pelo Decreto do Presidente da Repblica n 5.098 de 2004, com o objetivo de
prevenir a ocorrncia de acidentes com produtos qumicos perigosos e aprimorar o sistema de
preparao e resposta a emergncias qumicas no pas. Sua elaborao ocorreu atravs de umaintegrao intersetorial, partindo do pressuposto da transversalidade, contando com membros dos
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seus grupos tcnicos distribudos entre representantes do governo federal, tcnicos das instituies
estaduais de meio ambiente, e representantes da Agncia Nacional de guas (ANA).
Em relao a sua abrangncia, o P2R2 direcionado para o aperfeioamento do processo de preveno,
preparao e resposta rpida a emergncias ambientais com produtos qumicos perigosos no pas,
com a proposta de abranger quaisquer empreendimentos/atividades que potencialmente possam
causar emergncias ambientais pelo uso destes produtos em todo territrio nacional. Assim, prev
o envolvimento dos governos federal, estaduais e municipais, alm de parcerias com organizaes
no-governamentais, setor privado, instituies acadmicas e a comunidade, atravs de uma
execuo compartilhada na busca de resultados efetivos na melhoria da qualidade ambiental, e,
consequentemente, uma maior qualidade de vida para a populao brasileira.
So instrumentos para a operacionalizao do P2R2:
Mapeamento de reas de risco:o conhecimento prvio das reas mais propensas ocorrncia
de acidentes com esses produtos fundamental aos rgos pblicos, setor privado e
comunidade, de forma a prepar-los tanto para a ocorrncia de acidentes como para seu
atendimento, visando conter ou minimizar os efeitos danosos ao meio ambiente e populao.
Sistema de Informao: adotando o modelo do Sistema Nacional de Informao do Meio
Ambiente (SINIMA), o Sistema de Informao do P2R2 visa disponibilizar e atualizar informaes
ao sistema de atendimento a emergncias e integrar todos os atores distribudos pelo territrio
nacional.
Plano de ao de emergncia (PAE):conjunto de planos de ao previamente elaborados para
atender a ocorrncia de acidentes com produtos qumicos. O objetivo estabelecer estratgias
e requisitos mnimos de planejamento das aes que sero empregadas no atendimento de
situaes de emergncias entre rgos e instituies pblicas, privadas e comunidade.
Mecanismos financeiros: aps a implantao inicial do plano, busca sua sustentabilidade
financeira amparada no arcabouo legal para as atividades requeridas, como a preveno
e preparao; a resposta rpida e a remediao de passivos ambientais.
Tambm na homepage do MMA est disponvel Banco de Dados de Ocorrncias de Acidentes
Ambientais, onde podem ser feitas notificaes e comunicaes de acidentes. A comunicao de
acidentes pblica devendo-se preencher formulrio disponvel no site. A notificao de acidentes
privativa de profissionais cadastrados. A pgina disponibiliza, tambm, grficos e tabelas sobre
os dados do banco. Esses mesmos materiais tambm esto disponveis na homepagedo Instituto
Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renovveis (IBAMA) (http://www.ibama.gov.
br/acidentes-e-emergencias-ambientais).
ATLAS DAS REAS SUSCEPTVEIS DESERTIFICAO DO BRASIL
Essa publicao foi desenvolvida para o MMA, pela Universidade Federal da Paraba (UFPB). As
reas Suscetveis Desertificao no Brasilabrangem o trpico semirido, submido seco e reas
de entorno, ocupando cerca de 1.340.000 km e atingindo diretamente 30 milhes de pessoas.
Desse total, 180 mil quilmetros quadrados j se encontram em processo grave e muito grave dedesertificao, concentrados principalmente nos estados do Nordeste, que tm 55,25% do seu
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33FGV PROJETOS|PNGRD - PLANO NACIONAL DE GESTO DE RISCOS E RESPOSTA A DESASTRES
territrio atingido em diferentes graus de deteriorao ambiental. Processo de causas naturais e
antrpicas, a degradao das terras e a desertificao trazem consigo consequncias dramticas e,
em muitos casos, de difcil recuperao, gerando altssimos custos sociais, econmicos e ambientais.
O Atlas contem 66 mapas que traam o perfil ambiental, produtivo e demogrfico dessa regio que
engloba os nove estados do Nordeste, Esprito Santo e Minas Gerais, acompanhados cada um por
um compreensivo texto interpretativo que possibilita acesso a um amplo pblico.
VULNERABILIDADE AMBIENTAL DESASTRES NATURAIS OU FENMENOSINDUZIDOS?
O livro, editado pelo projeto Estratgia de Apoio Gesto Ambiental Urbana, em uma parceria do
MMA, MCID, Programa das Naes Unidas para Meio Ambiente (PNUMA) e Programa das Naes
Unidas para os Assentamentos Humanos (UN-Habitat), direcionado a tcnicos municipais e dosministrios, deixa clara a relevncia da avaliao de vulnerabilidades ambientais no planejamento
municipal e no ordenamento do espao urbano.
Questes como deslizamentos, inundaes, desertificao, eroso e assoreamento produzem
grandes impactos no cotidiano da populao, gerando significativas perdas ambientais e financeiras,
tanto pblicas como privadas. O livro contm 11 captulos, que tratam de desastres, uso da terra,
estudos de processos, vegetao e planejamento.
1.5 INSTRUMENTOS TCNICOS DO MINISTRIO DA SADE
O levantamento dos documentos tcnicos elaborados e publicados pelo Ministrio da Sade buscou
identificar as informaes j desenvolvidas e disponibilizadas em gesto de risco, no caso, com foco
na sade. A anlise foi baseada em documentos coletados na homepagedo Ministrio da Sade
(http://portalsaude.saude.gov.br/).
O principal tema relacionado gesto de riscos e desastres, sob responsabilidade do Ministrio da
Sade, refere-se Vigilncia em Sade Ambientalrelacionada aos riscos decorrentes de desastres
naturais, sistema conhecido como Vigidesastres.
Os trabalhos so baseados nas determinaes da Portaria n 372, de 10/03/2005, que constituiu
uma comisso para o atendimento emergencial aos estados e municpios acometidos por desastres
naturais e/ou antropognicos. A finalidade da comisso executar as atividades de planejamento,
gerenciamento, acompanhamento, monitoramento e avaliao das aes de sade no atendimento
emergencial. As principais linhas de ao da Comisso so:
Vigilncia Epidemiolgica e Ambiental;
Assistncia Farmacutica;
Engenharia de Sade Pblica;
Vigilncia Sanitria;
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Assistncia Hospitalar e Ambulatorial; e
Ajuda Humanitria Internacional.
Na homepagedo Ministrio da Sade, pode-se acessar diversos materiais, como um vdeo sobre a
atuao do Ministrio nos eventos da Regio Serrana do Rio de Janeiro, em janeiro de 2011 (http://
www.youtube.com/watch?v=HVx8McRXxRE), e folhetos e cartilhas sobre sade e desastres naturais.
1.6 PESQUISA DE SUPORTE GESTO DE RISCO NO BRASIL
O levantamento da produo acadmica sobre temas relacionados gesto de riscos e desastres defundamental importncia construo do PNGRD, alm de eficiente instrumento para o intercmbio
e a troca de informaes. Fez-se necessria a pesquisa do que foi e est sendo produzido nas
diversas instituies que fomentam pesquisas no Brasil, de carter inter, multi e transdisciplinar,
envolvendo aspectos relacionados a desastres naturais e tecnolgicos; anlise, mapeamento e
gerenciamento dos riscos naturais; monitoramento e alerta de cheias e movimentos gravitacionais
de massa; previso do tempo; ensino e extenso.
No Diretrio dos Grupos de Pesquisa no Brasil do Conselho Nacional de Desenvolvimento Cientfico e
Tecnolgico (CNPq) foram localizados 105 grupos de pesquisa desenvolvendo trabalhos relacionados
aos temas Gesto de Risco, Riscos Geolgicos e Desastres, e localizados em universidades,
instituies isoladas de ensino superior, institutos de pesquisa cientfica, institutos tecnolgicos elaboratrios de pesquisa e desenvolvimento de empresas estatais, seja no nvel das instituies,
seja no das sociedades cientficas, ou, ainda, no das vrias instncias de organizao poltico-
administrativa no pas. Este diagnstico, no entanto, no esgota a relao de grupos de pesquisa e
pesquisadores desenvolvendo trabalhos de forma direta ou associada aos temas selecionados, que
dever ser continuamente atualizada.
Complementando o levantamento dos documentos tcnicos sobre os grupos de pesquisa, um
significativo nmero de trabalhos publicados no pas foi avaliado, alm de referncias internacionais
de interesse, relacionadas gesto de risco, mapeamento de riscos, planos municipais de reduo
de risco, cartografia geotcnica e geoambiental, entre outros.
A lista de referncias, disponvel para consulta no Banco de Dados de Cartografia Geotcnica e
Geoambiental da ABGE (HYPERLINKhttp://www.abge.com.br/ \t _blank www.abge.com.br), alm
de ser um referencial tcnico, contribui para a elaborao de programas voltados aplicao em um
grande nmero de municpios brasileiros, consideradas as suas especificidades e a importncia da
gesto do risco como parte integrante da poltica municipal, estadual e nacional.
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35FGV PROJETOS|PNGRD - PLANO NACIONAL DE GESTO DE RISCOS E RESPOSTA A DESASTRES
1.7 POLTICAS E PLANOS NACIONAIS
Para este diagnstico, foram analisadas vrias polticas pblicas, especialmente aquelas mencionadasno art. 3, pargrafo nico da Lei n 12.608/12, que institui a Poltica Nacional de Proteo e Defesa
Civil PNPDEC:
A PNPDEC deve integrar-se s polticas de ordenamento territorial, desenvolvimento
urbano, sade, meio ambiente, mudanas climticas, gesto de recursos hdricos, geologia,
infraestrutura, educao, cincia e tecnologia e s demais polticas setoriais, tendo em vista
a promoo do desenvolvimento sustentvel.
Estatuto das Cidades- Lei n 10.257, de 10 de julho de 2001
Poltica Nacional de Meio Ambiente PNMA (Lei n 6.938, de 31 de agosto de 1981,
Decreto de Regulamentao em 1990) Programa Nacional de Educao Ambiental PRONEA(2005)
Plano Nacional de Educao PNE(2012)
Poltica Nacional sobre Mudana do Clima PNMC (Lei n 12.187, de 29 de dezembro
de 2009)
Poltica Nacional de Recursos Hdricos(Lei n 9.433, de 8 de janeiro de 1997)
Poltica Nacional de Desenvolvimento Regional PNDR (2010)
Poltica Nacional de Assistncia Social PNAS(2004)
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PLANO NACIONALDE SANEAMENTO BSICO(PLANSAB)Em fase de discusso para aprovao
Conduzido pelos rgos federais que atuam
ou tm interface com o saneamento, contou
com a contribuio de pesquisadores,
consultores e especialistas em saneamento,
no intuito de nivelar os entendimentos e
identificar aes de interesse; identificar
as interfaces entre o saneamento e outras
polticas pblicas; e iniciar o processo de
pactuao, para a aplicao efetiva do plano.
Embora a rea de saneamento bsico, numa
viso sistmica, tenha forte influncia sobre a
segurana das comunidades pobres, no que
se refere aos riscos em reas de encostas e
plancies, este documento no faz nenhuma
meno a esse tema. importante procurar,
nessa fase de anlise do PLANSAB, uma
interface com a nova Poltica de Gesto deRiscos e Desastres.
PLANO NACIONALDE HABITAO (PNH)2009
Trata da moradia, que um elemento da
maior relevncia para a reduo dos riscos
naturais, especialmente deslizamentos, eroso
e inundaes, como sendo um elemento
dissociado do solo e do contexto urbanstico,
desconhecendo a importncia da oferta
habitacional como fator de preveno e reduo
de risco. Apenas na Linha Programtica para
Integrao Urbana de Assentamentos Precrios,
Urbanizao, Regularizao e Integrao de
Assentamentos Precrios, o plano destaca
como objetivo o estabelecimento de padres
mnimos de habitabilidade e a integrao do
assentamento cidade, por meio da adaptao
da configurao existente, de forma a viabilizar
a implantao e funcionamento das redes de
infraestrutura bsica, melhorar as condies
de acesso e circulao e eliminar situaes derisco, de forma compatvel com a proteo e
recuperao do meio ambiente. Segundo o
PNH, essa ao abrange a integrao de aes
de habitao, saneamento ambiental, incluso
social, aes jurdicas e de registros imobilirios.
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37FGV PROJETOS|PNGRD - PLANO NACIONAL DE GESTO DE RISCOS E RESPOSTA A DESASTRES
PROGRAMA NACIONALDE EDUCAO AMBIENTAL(PRONEA)2005
Desenvolvido pelo MMA, tem por objetivo
promover a educao ambiental integrada
aos programas de conservao, recuperao
e melhoria do meio ambiente, bem como
queles voltados preveno de riscos
e danos ambientais e tecnolgicos. Uma
ao de grande alcance na gesto dos
riscos e desastres definida como criar,
constituir e disponibilizar bancos de dados
e informaes em forma impressa, CD-Rom,
Internet, cartilhas, vdeos, na rede de escolas
e bibliotecas municipais, estaduais e federais,
e quaisquer outros meios de difuso, inclusive
estimulando a criao de locais de acesso
comunitrio gratuito Internet (...).
POLTICA NACIONALSOBRE MUDANA DOCLIMA (PNMC)2008
Define o Instituto Nacional de Cincia e
Tecnologia (INCT) para Mudana do Clima,
como responsvel pela implantao e
desenvolvimento de uma abrangente rede
de pesquisas interdisciplinares em mudana
do clima, que conta com a cooperao de
76 grupos de pesquisa nacionais, de todas
as regies do pas, e 16 grupos de pesquisa
internacionais da Argentina, Chile, EUA, Europa,
Japo e ndia. Envolve, na sua totalidade, mais
de 400 pesquisadores, estudantes e tcnicos,
e constitui-se na maior rede de pesquisas
ambientais implantada no Brasil. Espelhando-
se na estrutura do Painel Intergovernamental
de Mudana do Clima, este INCT organiza-se
em trs eixos cientficos principais relativos
Base cientfica das mudanas ambientaisglobais; Estudos de impactos-adaptao e
vulnerabilidade; e Mitigao. Alm disso, tem
um forte componente de inovao tecnolgica
nas reas de Modelos do sistema climtico;
Geossensores; e Sistema de preveno
de desastres naturais. Deve, portanto,
constituir numa instncia importante para o
desenvolvimento do PNGRD, em articulao
com os setores mais diretamente envolvidos,
como o MCTI/CEMADEN, por exemplo.
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POLTICA NACIONALDE DESENVOLVIMENTOREGIONAL (PNDR)Em reavaliao
Mostra no documento A PNDR em Dois
Tempos: A experincia apreendida e o
olhar ps 2010, um total descolamento
dos problemas das cidades. No se refere a
riscos e desastres urbanos no contexto do
desenvolvimento regional, desconhecendo
as vultosas perdas financeiras associadas aos
desastres urbanos, que abalam fortemente
as economias dos municpios e estados e,
consequentemente, o panorama regional.
Refere-se s secas destacando que houve
uma mudana de olhar sobre a temtica
do combate s secas, para a convivncia
com as secas, deixando outra vez escapar
a oportunidade de analisar o risco social
e econmico que advm desse desastre
natural. Refere-se s inundaes paraserem debatidas no mbito dos recursos
hdricos e tem seu foco nas perdas de
produo agrcola.
PLANO NACIONALDE EDUCAO (PNE)2012
Recentemente aprovado pelo Congresso
Nacional, para vigorar at 2020, tem uma
forte conotao social e poltica. O documento
determina a ampliao progressiva do
investimento pblico em educao, at atingir
o mnimo de 7% do Produto Interno Bruto
(PIB) do pas, com reviso desse percentual
em 2015, embora no especifique como o novo
plano d relevo diversificao de contedos
curriculares, o que vai ao encontro do que
estabelece a PNPDC (Lei n 12.608/12), quando,
em seu art. 29, acrescenta o pargrafo 7 ao
art. 26 da Lei n 9.394, de 20 de dezembro
de 1996, que estabelece as diretrizes e bases
da educao nacional: 7 - Os currculos
do ensino fundamental e mdio devem incluir
os princpios da proteo e defesa civil e a
educao ambiental de forma integrada aoscontedos obrigatrios.
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39FGV PROJETOS|PNGRD - PLANO NACIONAL DE GESTO DE RISCOS E RESPOSTA A DESASTRES
POLTICA PBLICADE ASSISTNCIA SOCIAL(PNAS)2004-2013
Estabelece que a assistncia social, direito
do cidado e dever do Estado, Poltica
de Seguridade Social no contributiva, que
prov os mnimos sociais, realizada atravs
de um conjunto integrado de iniciativa
pblica e da sociedade, para garantir o
atendimento s necessidades bsicas.
Dentre as prerrogativas dessa poltica, est
a situao de acolhimento pela necessidade
de separao da famlia ou da parentela
por mltiplas situaes, como violncia
familiar ou social, drogadio, alcoolismo,
desemprego prolongado e criminalidade.
Podem ocorrer tambm em situaes de
desastre ou acidentes naturais (...).
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II.
MODELOS
PARA A GESTODE RISCO
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II. MODELOS PARA A GESTODE RISCO
O desenvolvimento de um Plano com alcance nacional para este tema, ainda no consolidado
no mbito da gesto pblica e sem o necessrio debate na sociedade brasileira, deve considerar
experincias exitosas que vm sendo desenvolvidas de forma pontual no pas e, tambm, buscar
em outros pases a referncia de Planos e Polticas aplicados na gesto dos riscos e desastres, com
bons resultados sobre a reduo de perdas e danos provocados por desastres para a formulao do
modelo nacional.
Desse modo foram levantadas as boas prticas brasileiras, cujos resultados encorajadores devem
ser reproduzidos em maior escala no nosso pas, e, alm dessas, as experincias internacionais em
gesto de riscos e desastres, especialmente em pases latinoamericanos, onde se observa uma forte
tendncia de modernizao e consolidao das polticas pblicas nessa rea.
2.1 EXPERINCIAS NACIONAIS
Na busca por referncias brasileiras para a elaborao do Plano Nacional de Gesto de Riscos eDesastres (PNGRD), foram identificadas as boas prticas de gesto que apresentassem, como
norteadoras dos trabalhos desenvolvidos, as seguintes caractersticas:
Seguir minimamente o elenco de aes de gesto internacionalmente aceito (identificao,
avaliao e mapeamento dos riscos, adoo de medidas estruturais e no estruturais de
preveno e mitigao, preparao para aes emergenciais de resposta aos desastres, e
informao pblica para a autodefesa e capacitao tcnica);
Mostrar continuidade das prticas adotadas por tempo suficiente para se verificar sua eficcia;
e/ou,
Apresentar algum diferencial exitoso em relao s demais experincias existentes no Brasil.
Historicamente, o esforo dos rgos de Defesa Civil no pas tinha como foco as aes emergenciais
durante os desastres e a recuperao ps-desastre dos espaos impactados. Apesar de terem sido
pesquisados todos os rgos estaduais de Defesa Civil do pas e um grande nmero de municpios,
foram observadas poucas experincias exitosas que atenderam aos pr-requisitos estabelecidos e
que pudessem ser consideradas exemplares ou diferenciadas para subsidiar a formulao do PNGRD.
Instituies de ensino e organizaes no governamentais tambm foram citadas quando
apresentavam alguma inovao ou atividade capaz de contribuir para a mudana de paradigma
que se espera com a implantao deste Plano. As experincias foram agrupadas por Estado da
Federao, para facilitar a descrio das interrelaes entre os rgos responsveis pela gesto dosriscos e desastres em cada lugar.
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Observa-se que as experincias exitosas so, conceitualmente, muito similares. Todas partem de um
mesmo referencial, e so alinhadas s diretrizes mundiais propostas pelo organismo de ateno a
desastres das Naes Unidas (UNDRO) e fundamentadas no conhecimento do problema, em suadivulgao para a populao, na adoo de medidas preventivas e no atendimento a situaes
emergenciais.
Entretanto, dadas as diversidades e possibilidades locais, cada municpio/estado apresenta
particularidades, o que agrega xito s experincias locais. Buscou-se ento destacar as experincias
onde essas diretrizes so executadas de forma mais completa, ou aquelas que, mesmo parcialmente,
apresentam diferenciais que podem ser utilizados como modelo para a proposio do PNGRD.
Foram consideradas essenciais, para um modelo adequado de gesto de risco, as seguintes aes:
Mapeamentos de reas de Risco Atualizados periodicamente, pois no possvel convivercom situaes de risco, principalmente quando numerosas, sem conhecer bem o problema e
monitor-lo cotidianamente;
Ampliao e Capacitao de Equipes Tcnicas Equipes especializadas e tecnicamente aptas
para mapear e tomar decises em situaes complexas - para cada diagnstico temtico (risco
geolgico, inundaes, seca etc.), os estudos para avaliao de risco devem ser feitos por
profissionais especficos. O monitoramento das situaes diagnosticadas pode ser feito por
equipes diversas, porm capacitadas para o tema, e que devem recorrer a especialistas quando
a situao extrapolar sua capacidade de anlise;
Uso de Banco de Dados Georreferenciado Organizao das vistorias, relatrios e atendimentos
realizados atravs de uso de banco de dados, preferencialmente georreferenciado, garantindo
a manuteno do histrico das ocorrncias efetivas do municpio/regio;
Gesto de Proximidade Presena contnua da gesto pblica nas reas de risco, com
monitoramento dessas reas durante todo o ano;
Investimentos em Obras Preventivas, com nfase em Habitaes Realizao de obras
preventivas, a serem discutidas com a comunidade; e de obras de urbanizao, garantindo
assim o controle dos fatores potencializadores de risco;
Gesto Compartilhada com as Comunidades Normalmente, atravs de Ncleos de Defesa Civil
NUDEC o que exige trabalho contnuo e equipes especializadas para manter a mobilizao
desses grupos;
Campanhas de Mobilizao Social Visando divulgar indcios de risco, telefones de atendimento
emergencial, opes de atendimento dos rgos pblicos e outras informaes de utilidade, o
que pode ser feito com cartilhas e/ou reunies e/ou mdia etc.;
Oferta de Abrigamento Temporrio Humanizado Oferecimento de opes de abrigamento/
remoo, envolvendo abrigos preparados para o recebimento humanizado de famlias, bolsa-
moradia/bolsa-aluguel, reassentamento ou insero em programas habitacionais voltados para
a populao de baixa renda;
Previso Meteorolgica na Escala dos Municpios Acesso previso meteorolgica de
qualidade. Repasse de alerta de chuva, que deve ser ponderado com o histrico de chuva
dos ltimos dias, eventos j ocorridos nas reas (processos j deflagrados), resilincia da
populao etc.;
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Resposta Qualificada aos Desastres Agilidade para chegar ao local atingido e disponibilidade
de material de atendimento emergencial; e
Planejamento e Controle urbano Para garantir a credibilidade e o controle das aes deremoo de famlias em reas de risco, fundamental garantir que no haja reocupao
dessas reas, ou que no haja novas ocupaes em reas de risco. Entretanto, esta uma
das aes preconizadas pelos municpios avaliados que possuem menor experincia prtica
efetiva. Normalmente, a ineficincia dessa ao esbarra em questes legais que dificultam sua
execuo no prazo devido.
Observa-se portanto que as experincias exitosas em gesto de risco no Brasil reduzem danos
ou evitam mortes e, embora no impeam a ocorrncia de desastres, controlam o risco em
uma determinada regio exposta, com procedimentos de simples execuo, enquanto no
so executados programas urbansticos estruturadores. Fica evidente que o planejamento egerenciamento do meio urbano precisa manter estreita relao com aes de reduo de riscos
e desastres.
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SO PAULO
Aps os graves deslizamentos ocorridos em SoPaulo na dcada de 1980, o governo estadual
criou, em Cubato, a Comisso de Restaurao
da Serra do Mar. Embora o incio desse trabalho
tenha se dado como resposta a acidentes, as
graves condies daquelas encostas e o alto
risco envolvendo o polo industrial e a populao
induziram a comisso a desenvolver um sistema
de gesto e monitoramento da situao que,
alm de aes de recuperao ambiental da
Serra do Mar, envolveram tambm um Plano
de Contingncia para o polo industrial. Essesistema propiciou os estudos desenvolvidos pelo
Instituto de Pesquisas Tecnolgicas de So Paulo
(IPT), relacionando chuvas e deslizamentos, que
foram a base para vrios planos de Defesa Civil
operacionalizados posteriormente em vrias
partes do pas. O mais representativo desses
planos foi implantado em 1988, com o nome de
Plano Preventivo de Defesa Civil (PPDC), para
os municpios da Baixada Santista e Litoral Norte
do Estado de So Paulo. A concepo do PPDC
baseia-se na possibilidade de medidas prvias
deflagrao de deslizamentos, a partir da
anlise de condies potencialmente favorveis
sua ocorrncia, por meio do acompanhamento
dos seguintes parmetros: precipitao
pluviomtrica (chuvas), previso meteorolgica
e observaes a partir de vistorias de campo.
Nos municpios onde aplicado, o PPDC envolve
as Defesas Civis municipais, a populao
que habita as reas de risco e a sociedade
organizada. O PPDC um sistema estruturadoem quatro nveis (Observao, Ateno, Alerta e
Alerta Mximo), cada qual com procedimentos
diferenciados. Para a deflagrao dos nveis,
so simultaneamente considerados os seguintes
indicadores: ndices pluviomtricos registrados,
previso meteorolgica e manifestaes das
encostas (trincas no solo e moradias, degraus
de abatimento, estruturas rgidas inclinadas,
deslizamentos, entre outras). Atualmente, o
PPDC em So Paulo, sob a coordenao da
Defesa Civil Estadual, atua em 127 municpios. O
Estado de So Paulo lanou o Decreto Estadual
n 57.512, de 11 de novembro de 2011, que criouo Plano Estadual de Preveno de Desastres
Naturais e de Reduo de Riscos Geolgicos.
Este Plano, ainda em fase de elaborao,
pretende reunir e organizar os trabalhos do
governo do estado, com o objetivo de melhorar
a gesto de risco no Estado.
No municpio de So Paulo, destaca-se a
existncia de um Centro de Gerenciamento de
Emergnciasque emite alertas de inundaes,
alagamentos e trnsito. Alm desses problemas,
os dados meteorolgicos so utilizados pela
Coordenadoria Municipal de Defesa Civil
- COMDEC para gerenciar as ocorrncias
e possibilidades de ocorrncias em reas
de encostas, em todas as 31 subprefeituras
da cidade, onde existem equipes locais da
Defesa Civil.
Ainda no Estado de So Paulo, a regio do Vale
do Paraba, incluindo o Municpio de So Luiz doParaitinga, possui um projeto (Projeto Chuva)
que realiza o monitoramento pluviomtrico, com
capacidade de previso de chuvas com 2 horas
de antecedncia, alm de se encontrar tambm
sob a responsabilidade do PPDC do Vale
do Paraba.
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47FGV PROJETOS|PNGRD - PLANO NACIONAL DE GESTO DE RISCOS E RESPOSTA A DESASTRES
SANTA CATARINA
Um dos principais exemplos de pesquisasdiretamente relacionadas gesto de risco no
pas o trabalho desenvolvido pelo Centro
Universitrio de Pesquisa e Estudos sobre
Desastres (CEPED)da Universidade Federal de
Santa Catarina que, desde 2000, desenvolve
diversas pesquisas na rea. O CEPED/SC
desenvolve pesquisas e trabalhos em todos os
campos de gesto de risco e atua prestando
consultoria ao estado e a seus municpios, na
capacitao e formulao de suas polticas
pblicas voltadas para o tema. Dentre essesmunicpios, destaca-se Blumenau que, assim
como outros municpios j descritos, atua com:
mapeamento de risco geolgico; sistema de
alerta de chuvas intensas (AlertaBlu), atravs de
um convnio com o Ministrio da Integrao;
obras de estabilizao de encostas; captao de
recursos para obras; e demolio de moradias
em risco. Em 2011, o municpio inovou ao
criar a Secretaria Municipal de Geologia, em
substituio antiga Diretoria de Geologia, o
que representa a importncia dada pelo poder