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    DIAGNSTICOOUTUBRO 2012

    PNGRDPLANO NACIONAL

    DE GESTO DE RISCOSE RESPOSTA A DESASTRES

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    DiretorCesar Cunha Campos

    Diretor TcnicoRicardo Simonsen

    Diretor de ControleAntnio Carlos Kfouri Aidar

    Vice-Diretor de ProjetosFrancisco Eduardo Torres de S

    Vice-Diretor de Estratgia e MercadoSidnei Gonzalez

    FGV PROJETOS

    Coordenao geralCarlos Augusto Costa

    Coordenao tcnicaIrineu Frare | Margareth Mascarenhas Alheiros

    EspecialistasAntonio Pinto | Baiena Feijolo | Carlos NogueiraClaudia de Sanctis Viana | Eduardo Soares de MacedoFernando Rocha Nogueira | Lais PaixoLeonardo Andrade de Souza | Marcia Ribeiro | Silvia Midori Saito

    EQUIPE TCNICA

    FUNDAO GETULIO VARGAS

    SedePraia de Botafogo, 190, Rio de Janeiro RJ, CEP 22250-900 ou Caixa Postal 62.591CEP 22257-970, Tel: (21) 3799-5498, www.fgv.br

    Primeiro Presidente FundadorLuiz Simes Lopes

    PresidenteCarlos Ivan Simonsen Leal

    Vice-PresidentesSergio Franklin Quintella, Francisco Oswaldo Neves Dornelles e Marcos Cintra Cavalcanti de Albuquerque

    CONSELHO DIRETOR

    PresidenteCarlos Ivan Simonsen Leal

    Vice-PresidentesSergio Franklin Quintella, Francisco Oswaldo Neves Dornelles e Marcos Cintra Cavalcanti de Albuquerque

    VogaisArmando Klabin, Carlos Alberto Pires de Carvalho e Albuquerque, Ernane Galvas, Jos Luiz Miranda, Lindolpho de Carvalho Dias, Manoel Pio Corra Jr., Marclio MarquesMoreira e Roberto Paulo Cezar de Andrade.

    SuplentesAntonio Monteiro de Castro Filho, Cristiano Buarque Franco Neto, Eduardo Baptista Vianna, Gilberto Duarte Prado, Jacob Palis Jnior, Jos Ermrio de Moraes Neto, JosJlio de Almeida Senna, Marcelo Jos Baslio de Souza Marinho e Mauricio Matos Peixoto.

    CONSELHO CURADOR

    PresidenteCarlos Alberto Lenz Csar Protsio

    Vice-PresidenteJoo Alfredo Dias Lins (Klabin Irmos e Cia)

    VogaisAlexandre Koch Torres de Assis , Anglica Moreira da Silva (Federao Brasileira de Bancos), Ary Oswaldo Mattos Filho, Carlos Moacyr Gomes de Almeida, Dante Letti (SouzaCruz S/A), Heitor Chagas de Oliveira, Jaques Wagner (Estado da Bahia), Luiz Chor (Chozil Engenharia Ltda), Marcelo Serfaty, Marcio Joo de Andrade Fortes, Pedro HenriqueMariani Bittencourt (Banco BBM S .A), R aquel F erreira (Publicis Brasil C omunicao L tda), Raul Calfat (Votorantim Participaes S.A), Rodrigo Valnsio P ires de Azevedo(IRB-Brasil Resseguros S.A), Ronaldo Vilela (Sindicato das Empresas de Seguros Privados, de Previdncia Complementar e de Capitalizao nos Estados do Rio de J aneiro e do

    Esprito Santo), Sandoval Carneiro Junior, Srgio Ribeiro da Costa Werlang e Tarso Genro (Estado do Rio Grande do Sul).SuplentesAldo Floris, Brookfield Brasil Ltda, Jos Carlos Schmidt Murta Ribeiro , Murilo Pinto de Oliveira Ferreira (VALE S.A.), Luiz Roberto Nascimento Silva, Manoel FernandoThompson Motta Filho, Nilson Teixeira (Banco de Investimentos Crdit Suisse S.A), Olavo Monteiro de Carvalho (Monteiro Aranha Participaes S.A), Patrick de LarragoitiLucas (Sul Amrica Companhia Nacional de Seguros), Rui Barreto (Caf Solvel Braslia S.A) e Sergio Lins Andrade (Andrade Gutierrez S.A.).Victrio Carlos De Marchi

    Ministro da Integrao NacionalFernando Bezerra Coelho

    Secretrio Nacional de Defesa CivilHumberto Vianna

    Diretor do Departamento de Articulao e GestoAlziro Alexandre Gomes

    Coordenadora-geral do Departamento de Articulao e GestoKarine Lopes

    Diretor do Departamento de Minimizao de DesastresRafael Schadeck

    Coordenador-geral do Departamento de Minimizao de DesastresWandemberg Venceslau Rosendo Dos Santes

    Diretor do Departamento de Reabilitao e de ReconstruoEduardo Dubaj

    Coordenadora-geral do Departamento de Reabilitao e de ReconstruoRosilene Vaz Cavalcanti

    Chefe do Centro Nacional de Gerenciamento de Riscos e Desastres CENADArmin Augusto Braun

    CoordenaoMelina Bandeira

    Editor-ChefeSidnei Gonzalez

    Produo e edioManuela Fantinato

    Projeto GrficoLaura Sugimoto Gonalves | Maria Joo Macedo | Patricia Werner

    RevisoGabriela Costa

    FotosSEDEC | Corbis

    EQUIPE EDITORIAL

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    3FGV PROJETOS|PNGRD - PLANO NACIONAL DE GESTO DE RISCOS E RESPOSTA A DESASTRES

    Apresentao

    Introduo

    Conhecimento e gesto pblica

    Modelos para a gesto de risco

    Entrevistas individuais

    Concluses

    Anexos

    5

    9

    17

    41

    63

    77

    81

    Sumrio

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    5FGV PROJETOS|PNGRD - PLANO NACIONAL DE GESTO DE RISCOS E RESPOSTA A DESASTRES

    APRESENTAO

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    Humberto ViannaSecretrio Nacional

    de Defesa Civil.

    Historicamente, os esforos dos rgos de

    Defesa Civil no pas tm sido direcionados

    para aes emergenciais durante os desastres,

    alm da recuperao ps-desastre dos espaos

    impactados. Mas a ocorrncia frequente de

    desastres naturais de grande magnitude, como

    as inundaes ocorridas em Santa Catarina,

    em 2008; em Pernambuco e em Alagoas, em

    2010; alm das enxurradas e deslizamentos que

    assolaram a Regio Serrana do Rio de Janeiro,

    em 2011, tem alado o tema Defesa Civil ao

    nvel de prioridade na agenda governamental.

    Mais do que isso, a temtica tem ganhado um

    carter multidisciplinar com nfase na preveno.

    Assim, houve o envolvimento de diversos rgosem busca de uma soluo integrada para a

    gesto do risco, no Brasil. Em nvel federal, o

    assunto tornou-se uma prioridade da Presidenta

    da Repblica, que ordenou a criao de um

    Grupo de Trabalho, coordenado pela Casa Civil,

    para tratar do tema.

    O trabalho desse grupo, constitudo em 2011,

    culminou no Plano Nacional de Gesto de Riscos

    e Resposta a Desastres PNGRD, lanado pela

    presidenta no dia 8 de agosto de 2012, data em

    que tambm foi inaugurado o Centro Nacional

    de Gerenciamento de Riscos e Desastres

    CENAD. O Plano aborda a questo da preveno

    de diversas maneiras e prev um investimento

    de R$ 18,8 bilhes at 2014.

    Este diagnstico mais um produto do empenho

    do governo federal em buscar a gesto integral

    de riscos, com nfase na preveno. Ele

    subsidiar a elaborao de um segundo Plano,

    com um horizonte mais amplo, para as aes de

    gesto integral de risco.

    SEDEC

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    7FGV PROJETOS|PNGRD - PLANO NACIONAL DE GESTO DE RISCOS E RESPOSTA A DESASTRES

    Cesar Cunha CamposDiretor

    FGV Projetos

    A ocorrncia frequente de desastres naturais

    de magnitudes cada vez maiores impe

    a necessidade de elaborar estratgias de

    preveno e reduo de riscos. Recentemente,

    o pas foi testemunha de vrias ocorrncias

    desse tipo, que resultaram em mortes e perdas

    irrecuperveis, alm de altos impactos em

    custos. A repercusso desses desastres chamou

    a ateno de toda a sociedade e o Governo

    Federal inseriu o tema na agenda prioritria.

    Nesse contexto, a Secretaria Nacional de Defesa

    Civil (SEDEC), rgo do Ministrio da Integrao

    Nacional responsvel pela coordenao e

    articulao dos programas, projetos e aes de

    proteo e defesa civil no pas, tem a incumbnciade coordenar aes voltadas primordialmente

    reduo de fatores de risco, preparao para

    o enfrentamento de situaes de desastres e

    ao fortalecimento da cultura de preveno de

    riscos, em todo o pas.

    A FGV Projetos, com reconhecida atuao

    na assessoria tcnica a instituies pblicas

    e privadas, especialmente na proposio de

    modelos e prticas de gesto eficientes e polticas

    pblicas eficazes, est auxiliando a SEDEC na

    elaborao do Plano Nacional de Gesto de

    Riscos e Respostas a Desastres (PNGRD). Ao

    participar dessa iniciativa, a Fundao Getulio

    Vargas segue colaborando para o aprimoramento

    das prticas de planejamento e gesto do

    pas, sempre em busca das melhores e mais

    eficazes solues.

    Esta publicao, fruto de um esforo indito de

    levantamento de informaes sobre diferentes

    aspectos da gesto dos riscos e dos desastresno Brasil, contm os resultados sumarizados

    do diagnstico que orientou a elaborao

    do PNGRD.

    Boa leitura!

    FGV PROJETOS

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    9FGV PROJETOS|PNGRD - PLANO NACIONAL DE GESTO DE RISCOS E RESPOSTA A DESASTRES

    INTRODUO

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    11FGV PROJETOS|PNGRD - PLANO NACIONAL DE GESTO DE RISCOS E RESPOSTA A DESASTRES

    Introduo

    Diversos fatores contribuem para a ocorrncia dos desastres naturais no Brasil. As caractersticas

    do relevo brasileiro, com suas plancies, depresses, patamares, tabuleiros, chapadas, planaltos,

    morros e serras, decorrentes dos contextos geolgicos nessas reas, favorecem a ocorrncia

    natural de diferentes processos geomecnicos e hidrolgicos. O processo de ocupao nessas

    reas, muitas vezes realizado de forma inadequada, sem planejamento, aumenta a vulnerabilidade

    das populaes, promovendo uma combinao perigosa. Soma-se a esse contexto a atuao de

    sistemas atmosfricos distintos em diferentes pocas do ano, que so causadores de tornados,

    chuvas intensas e concentradas, granizos, secas e estiagens prolongadas resultando em danos

    severos sociedade.

    De acordo com o Atlas Brasileiro de Desastres Naturais (BRASIL, 2011) foram registrados no Brasil

    31.909 desastres naturais no perodo 1991-2010, relacionados com as secas, inundaes bruscas e

    graduais, vendavais, granizo, movimentos de massa, incndios florestais, geadas, tornados, eroses

    linear, marinha e fluvial. Este levantamento foi baseado nos documentos da Secretaria Nacional de

    Defesa Civil - SEDEC, nas defesas civis estaduais e do Distrito Federal.

    CLASSIFICAO DOS GRUPOS E SUBGRUPOS DOS DESASTRES NATURAIS (COBRADE).RISCOS NATURAIS

    GRUPO SUBGRUPO

    1. Geolgico 1. Terremoto

    2. Emanao vulcnica

    3. Movimento de massa

    4. Eroso

    2. Hidrolgico 1. Inundao

    2. Enxurrada

    3. Alagamento

    3. Meteorolgico 1. Sistemas de grande escala/Escala regional

    2. Tempestades

    3. Temperaturas extremas

    4. Climatolgico 1. Seca

    5. Biolgico 1. Epidemias

    2. Infestaes / Pragas

    Fonte: Instruo Normativa MI N 1, de 24/8/2012

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    O maior nmero de registros (16.944) est relacionado s secas e estiagens. As regies Nordeste e

    Sul so as mais afetadas, tendo como perodo de ocorrncia respectivamente, o trimestre maro-

    abril-maio e o quadrimestre dezembro a maro. Os impactos decorrentes desses processos no serefletem somente na economia, mas geram diversas consequncias sociais como o endividamento

    dos agricultores, as migraes, as enfermidades, a desnutrio, dentre outras.

    As inundaes bruscas constituram-se como o segundo tipo de desastre mais frequente no Brasil,

    totalizando 6.771 registros. A regio Sul, principalmente o noroeste gacho e o oeste catarinense, foi

    a mais afetada por esse fenmeno, cuja incidncia se d desde a primavera at o final do vero, mas

    com maior pico de ocorrncias no ms de janeiro, totalizando 228 vtimas.

    A regio Sudeste tambm foi muito afetada pelas inundaes bruscas e alagamentos, cujas

    ocorrncias concentraram-se no ms de janeiro, totalizando 580 vtimas. No Nordeste oriental,

    terceira regio brasileira mais afetada, os dados mostram ocorrncias no inverno (abril a julho), commaior concentrao em junho.

    Os desastres provocados por vendavais e granizos afetaram majoritariamente a regio Sul, com

    destaque para o noroeste do Rio Grande do Sul e o oeste de Santa Catarina, devido incurso de

    sistemas frontais mais intensos, sobretudo na primavera. Os vendavais e granizos possuem alto

    poder de destruio, afetam moradias, infraestruturas pblicas e particulares, plantios e podem

    causar mortes.

    Os movimentos de massa (quedas, tombamentos e rolamentos de rochas, deslizamentos e corridas

    de massa), afetam principalmente as regies Sul, Sudeste e Nordeste, com maior incidncia no vero

    (Sul e Sudeste) e de abril a junho (Nordeste). Alguns eventos se tornaram histricos pelo seu porte

    e prejuzos sociais e econmicos como, por exemplo, os do Rio de Janeiro (1966), Caraguatatuba e

    Serra das Araras (RJ) em 1967, Serra de Tubaro (SC) em 1974, Serra de Maranguape (CE), em 1975,

    Cubato (1985), Petrpolis (1988), Santa Catarina (2008), Regio Serrana do Rio de Janeiro (2011).

    Outros desastres, de origem geolgica, hidrolgica, meteorolgica e climatolgica, com menor

    nmero de registros, tambm causaram prejuzos sociais e econmicos ao pas:

    Os tornados, concentrados sobretudo na regio Sul, provocaram 5 mortes, totalizando 41

    registros em todo o Brasil, as geadas, tambm com maior incidncia na regio Sul, provocaram

    enfermidades, como doenas respiratrias que afetam principalmente crianas e idosos egrandes prejuzos econmicos s lavouras;

    Os incndios florestais, alm dos impactos ambientais, causaram enfermidades populao do

    entorno. A regio Norte foi a mais afetada no perodo;

    A eroso fluvial provocou danos infraestrutura e moradias. A regio Norte foi a mais afetada;

    A eroso linear afetou significativamente os estados de So Paulo, Paran, Minas Gerais e

    o Centro-Oeste do pas ocasionando perdas materiais relacionadas com a infraestrutura,

    moradias e aos recursos hdricos;

    A eroso marinha apresentou maior nmero de registros nos estados do Esprito Santo e

    Pernambuco. Alm de afetar diretamente os moradores, provocou perdas econmicas relativass propriedades pblicas e privadas e ao potencial turstico da rea.

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    Desastres Biolgicos embora pouco divulgados no pas, podem tambm causar prejuzos sociais e

    econmicos, como a proliferao descontrolada do Mexilho Dourado que obstrui dutos e danifica

    estruturas; as pragas de Gafanhotos, que causam danos importantes na agricultura; o caramujoafricano que avanou sobre 24 dos 26 estados brasileiros; a Mar Vermelha, fenmeno produzido

    pela intensa proliferao de algas, que pode causar intoxicaes e mortandade da fauna e flora.

    Em relao aos desastres de origem Tecnolgica, destacam-se aqueles que envolvem a radiotividade;

    a fabricao, armazenamento, manipulao e transporte de produtos perigosos, em todos os modais;

    os incndios urbanos; os colapsos de edificaes e barragens; o transporte de passageiros e cargas

    no perigosas. Embora algumas tipologias sejam de menor frequncia no pas, como os colapsos,

    ressalta-se que so profundamente traumticos, j que em geral envolvem perda de vidas.

    CLASSIFICAO DOS GRUPOS E SUBGRUPOS DOS DESASTRES NATURAIS (COBRADE).

    DESASTRES TECNOLGICOS

    GRUPO SUBGRUPO

    1. Substncias Radioativas 1. Desastres siderais

    2. Substncias e equipamentos radioativos

    3. Resduos radioativos

    2. Produtos Perigosos 1. Extravasamento de produtos

    2. Contaminao da gua

    3. Conflitos blicos

    4. Transporte3. Incndios Urbanos 1. Incndios urbanos

    4. Obras Civis 1. Colapso de edificaes

    2. Rompimento/colapso de barragens

    5. Transporte de Passageiros e Cargas no Perigosas 1. Rodovirio

    2. Ferrovirio

    3. Areo

    4. Martimo

    5. Aquavirio

    Fonte: Instruo Normativa MI N 1, de 24/8/2012

    A recorrncia desses eventos mostra a urgente necessidade de desenvolvimento de instrumentos

    eficazes para a preveno de riscos e resposta a desastres. Nesse contexto, a Secretaria Nacional

    de Defesa Civil do Ministrio da Integrao (SEDEC) solicitou o apoio da FGV Projetos para a

    elaborao de um Plano Nacional de Gesto de Riscos e Respostas a Desastres (PNGRD).

    Para a construo do PNGRD mostrou-se indispensvel o conhecimento prvio de aes e

    procedimentos adotados no Sistema Nacional de Defesa Civil coordenado pela SEDEC, pelos

    parceiros institucionais nas esferas federal, estadual e municipal, pelas instituies de pesquisa e

    pelos setores organizados da sociedade civil, para compor o Diagnstico Situacional que expresse a

    realidade nacional quanto gesto de riscos e desastres.

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    Assim, foram analisadas polticas e planos nacionais e setoriais dos temas de maior convergncia

    com os riscos e desastres, bem como experincias internacionais referentes e sua efetividade

    na obteno de resultados positivos frente aos desastres naturais. Outras experincias exitosaslevantadas em vrios estados brasileiros tambm mostraram resultados importantes na reduo dos

    riscos e desastres. Foram ainda realizadas entrevistas, para a escuta de pessoas com papel relevante

    nas suas diferentes reas de atuao.

    O Diagnstico Situacional para o PNGRD um trabalho indito e abrangente de levantamento da

    situao em que se encontra o pas quanto aos riscos e desastres de origem natural ou tecnolgica.

    Desenvolvido ao longo do primeiro semestre de 2012, o trabalho considerou o nvel e a abrangncia

    do conhecimento sobre os processos naturais no Brasil, o arcabouo legal que d suporte s aes

    pblicas, as aes desenvolvidas pelos diversos rgos da administrao brasileira nas trs instncias

    federativas, os modelos de gesto adotados e a sua efetividade no atendimento aos desastres.

    Esta publicao est dividida em trs sees: Conhecimento e Gesto Pblica, Modelos para a

    Gesto de Risco e Entrevistas Individuais. A primeira trata do arcabouo institucional e legal que

    o Brasil desenvolveu, ao longo dos anos, sobre o tema da gesto de riscos. Includo nessa seo

    est o levantamento da produo e do envolvimento acadmico sobre o tema. Na segunda seo

    est o levantamento das experincias nacionais e internacionais que podem ser tomadas como

    modelos para a elaborao do PNGRD. Por fim, a ltima seo dedicada anlise e a fragmentos

    das entrevistas individuais realizadas com diversos atores, em busca de melhor compreenso das

    necessidades e demandas no Brasil.

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    DIAGNSTICO SITUACIONAL

    SEO ICONHECIMENTO

    E GESTO PBLICA

    BASE LEGAL

    Leis, Decretos e outrosinstrumentos legais

    POLTICAS E PLANOS

    Polticas e Planos Nacionaissetoriais

    PESQUISAS

    Grupos de Pesquisa da basede dados do CNPq

    ANLISE DOCUMENTAL

    INSTRUMENTOS TCNICOS

    MI-SEDEC Manuais, Planos, Livros, Apostilas;

    Manuais, PMRR, Livros, Apostilas

    COPASQ - P2R2

    Manuais, Livros, Vdeos, Apostilas;

    MCID-SNPU

    MMA-DQAI

    MS-Vigidesastres

    BOAS PRTICAS

    Experincias exitosas com bonsresultados em reduo de riscos

    (perdas e danos

    BENCHMARKING

    Anlise comparativa com outrospases que possuem Planos

    e Polticas de Gesto de Riscose Desastres

    SETORES ENTREVISTADOS

    rgos Pblicos Federais;

    Coordenadorias Estaduaisde Defesa Civil;

    Legislativo e Judicirio;

    Especialistas eformadores de opinio.

    SEO IIMODELOS PARA

    A GESTO DE RISCO

    SEO IIIENTREVISTAS INDIVIDUAIS

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    I.

    CONHECIMENTO

    E GESTOPBLICA

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    I. CONHECIMENTOE GESTO PBLICA

    A primeira parte desse trabalho dedicou-se a agregar um amplo conjunto de informaes sobre o

    arcabouo legal brasileiro, assim como dados tcnicos, operacionais, educacionais, entre outros,

    obtidos em rgos e setores da administrao federal, estadual e municipal brasileira. Seus resultados

    mostraram uma contextualizao realista sobre o que e como se faz gesto de risco e defesa civil

    no pas, para servir de referencial e embasamento construo do Plano Nacional de Gesto de

    Riscos e Respostas a Desastres PNGRD . Foram consultados documentos formalmente produzidos

    e fornecidos por rgos da administrao pblica e por setores tcnicos e acadmicos, bem como

    aqueles disponibilizados em homepages oficiais. Fizeram tambm parte dessa anlise, os planos

    e polticas nacionais e setoriais de habitao, saneamento, sade, educao, recursos hdricos,

    desenvolvimento social e mudana do clima.

    1.1 LEGISLAO

    As primeiras estruturas de Defesa Civil, em todo o mundo, foram criadas em decorrncia da Segunda

    Guerra, tendo como pioneira a da Inglaterra em 1941. Nesse perodo o governo brasileiro editou oDecreto-Lei N 4.624/42, criando o Servio de Defesa Passiva Antiarea, alterado para Servio de

    Defesa Civil em 1943 e extinto em 1946.

    A primeira Defesa Civil Estadual do Brasil foi criada atravs do Decreto Estadual n 722, de 18.11.1966,

    no ento Estado da Guanabara, como consequncia dos grandes desastres ocorridos no Sudeste.

    Sua finalidade era estudar a mobilizao dos diversos rgos estaduais em casos de catstrofes. O

    grupo que a compunha elaborou o Plano Diretor de Defesa Civil do Estado da Guanabara, definindo

    atribuies para cada rgo componente do Sistema Estadual de Defesa Civil. O Decreto Estadual n

    722, de 18/11/1966, que aprovou este plano, estabelecia ainda a criao das primeiras Coordenadorias

    Regionais de Defesa Civil (REDEC), no Brasil.

    A organizao da Defesa Civil no Brasil de forma sistematizada e com abrangncia nacional aconteceu

    com a edio do Decreto n 97.274, que criou o Sistema Nacional de Defesa Civil (SINDEC), em

    16/12/1988. Em agosto de 1993, a estrutura e organizao foram atualizadas, bem como estabelecidas

    as diretrizes para o funcionamento do SINDEC e do Conselho Nacional de Defesa Civil (CONDEC).

    O CONDEC era constitudo por representantes dos Ministrios e de rgos da Administrao Pblica

    Federal, designados pelo Ministro de Estado da Integrao Nacional mediante indicao dos orgos

    representados. Com a reestruturao, foi criado o Centro Nacional de Gerenciamento de Riscos

    e Desastres (CENAD), o Grupo de Apoio a Desastres (GADE) e ampliado o fortalecimento dos

    rgos de Defesa Civil locais (COMDECs).

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    A Poltica Nacional de Defesa Civil do Brasil foi instituda pela Resoluo n 2, de 12.12.1994, que define

    a Defesa Civil como o conjunto de aes de preveno e de socorro, assistenciais e reconstrutivas,

    destinadas a evitar ou minimizar os desastres, preservar a integridade fsica e moral da populao,bem como restabelecer a normalidade social. Sua finalidade principal promover a segurana global

    da populao em consonncia com os objetivos fundamentais definidos no artigo 3 da Constituio

    Federal de 1988. um documento que norteia todos os rgos de Defesa Civil. Estabelece diretrizes,

    planos e programas prioritrios para o desenvolvimento de aes de reduo de desastres em todo

    o pas, bem como a prestao de socorro e assistncia s populaes afetadas por desastres.

    Em 2005, as aes da Defesa Civil foram descentralizadas, sendo a responsabilidade distribuda

    entre os governos federal, estaduais e municipais. A criao dos Ncleos de Defesa Civil (NUDECs)

    pretendeu trazer uma mudana cultural, com a maior participao da comunidade na sua prpria

    segurana.

    O Fundo Especial para Calamidades Pblicas (FUNCAP), institudo pelo Decreto Lei n. 950, de 13

    de outubro de 1969, descrito no Manual Segurana Global da Populao (2007). Os recursos

    destinados a esse fundo devem compreender atividades relacionadas ao socorro a pessoas em

    situao de risco iminente; assistncia a populaes afetadas por desastres e reabilitao

    (imediata) dos cenrios dos desastres.

    A Lei n 12.340/10, objeto da Medida Provisria n 494, de 2 de julho de 2010, dispe sobre o SINDEC,

    trata das transferncias de recursos para aes de socorro, assistncia s vtimas, restabelecimento

    de servios essenciais e reconstruo nas reas atingidas por desastre, e do FUNCAP. Os recursos

    federais para execuo das aes ps-desastres devem ser solicitados, via transferncia obrigatria,

    dentro do prazo estipulado pela Lei.

    A partir da Lei n12.340/10, houve tambm a determinao para que os estados e o Distrito Federal

    encaminhem anualmente SEDEC o mapeamento atualizado das reas de risco de seu territrio e

    disponibilizem apoio para a elaborao de plano de trabalho aos municpios que no disponham de

    suficiente capacidade tcnica. Esse dispositivo legal foi regulamentado pelo Decreto n7.257, de 4 de

    agosto de 2010, possibilitando, entre outras situaes, reconhecimento de situaes de emergncia

    e estado de calamidade pblica, transferncias de recursos para aes de socorro, assistncia s

    vtimas, restabelecimento de servios essenciais e reconstruo nas reas atingidas por desastre.

    A Lei n12.608/12 orienta a elaborao do PNGRD, ao estabelecer de forma abrangente, umapoltica pblica para a gesto de risco como resultado do trabalho conjunto de tcnicos, polticos

    e formadores de opinio. Esta Lei institui a Poltica Nacional de Proteo e Defesa Civil - PNPDEC,

    estabelecendo competncias atravs do Sistema Nacional de Proteo e Defesa Civil SINPDEC,

    de carter amplo, que inclui rgos e entidades da administrao pblica federal, dos Estados, do

    Distrito Federal e dos Municpios e entidades pblicas e privadas e estabelece como seu rgo

    consultivo, o Conselho Nacional de Proteo e Defesa Civil CONPDEC, com representao de

    rgos pblicos e da sociedade organizada. Abrange todos os aspectos fundamentais da gesto

    dos riscos e desastres, que podem ser assim agrupados:

    Conhecimento (estudos, mapeamento de riscos, capacitao e treinamento, informao

    pblica e sistema de informaes);

    Reduo do risco(medidas estruturais e no estruturais); e

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    21FGV PROJETOS|PNGRD - PLANO NACIONAL DE GESTO DE RISCOS E RESPOSTA A DESASTRES

    Mitigao dos desastres (planejamento, preparao, resposta, recuperao e reconstruo)

    nas reas atingidas.

    1.2 INSTRUMENTOS TCNICOS DO MINISTRIO DA INTEGRAO

    O Ministrio da Integrao Nacional foi a principal fonte de informaes e perpassa todo o Diagnstico.

    A documentao foi fornecida e tambm coletada, na homepageda SEDEC, no link Publicaes

    e os materiais analisados constaram de relatrios, manuais e livros didticos, que tratam sobre o

    funcionamento, os aspectos conceituais da Defesa Civil e a descrio de aes desenvolvidas pela

    Secretaria. Tambm foram analisados relatrios sobre os eventos mais marcantes e com grande

    integrao entre os entes federados, como a 1aConferncia Nacional de Defesa Civil e Assistncia

    Humanitria em maro de 2010, que reuniu 1 .177 delegados, resultando em 104 Diretrizes aprovadas;

    o I Seminrio Internacional sobre Gesto Integrada de Riscos e Desastres em abril de 2012, que

    reuniu representantes de vrios pases para compartilhar suas experincias, entre outros.

    O Manual de Planejamento em Defesa Civil Volume Iaborda o tema da preveno. Essa publicao

    apresenta estudos de ameaas e vulnerabilidades, e de estimativa de riscos. As aes preventivas de

    identificao e avaliao (ou anlise) do risco so realizadas por meio da avaliao da possibilidade

    de ocorrncia dos processos perigosos e as possveis consequncias sociais e econmicas. Tal

    diagnstico permite a concepo das medidas que devero ser adotadas para aes de preveno

    e mitigao dos riscos.

    A intensidade dos danos causados pelos desastres diretamente relacionada ao grau devulnerabilidade, isto , a insegurana dos sistemas. Em relao ao estudo da varivel vulnerabilidade,

    o documento elenca importantes medidas no estruturais e estruturais para reduo do grau de

    vulnerabilidade e o incremento do nvel de segurana. O estudo engloba ainda medidas relacionadas

    ao planejamento do territrio urbano e rural dos municpios e definio das reas de preservao

    ambiental, proteo ambiental e das reas no edificveis em acordo com posturas do cdigo de

    obras municipais. Foi tambm institudo o cadastramento das comunidades em risco e a importncia

    da anlise poltica e cultural das comunidades locais.

    O Manual de Planejamento em Defesa Civil Volume II trata de aspectos bsicos sobre Plano

    de Contingncia e de Operaes. sabido que planos como esse foram elaborados por muitos

    municpios, aeroportos, ou empresas que lidam com eventos adversos. Esses instrumentos so

    desenvolvidos previamente e so teis para pronta resposta em caso de desastres. O Plano Diretor

    em Defesa Civil, por sua vez, constitui-se em outra estratgia, mas diferencia-se dos planos anteriores,

    dado seu carter mais amplo, que visa atender todas as fases da gesto de risco.

    O Manual de Planejamento em Defesa Civil Volume IIItrata do Programa de Preparao para

    Emergncias e Desastres (PPED), estabelecido pela Poltica Nacional de Defesa Civil. Ainda que de

    maneira pontual, o Manual aborda a importncia do monitoramento, alerta e alarme em reas de risco,

    com o propsito de otimizar a previso de desastres e reduzir a margem de surpresa decorrente

    da sua ocorrncia extempornea. Essa publicao tambm apresenta aspectos relacionados ao

    planejamento logstico para socorro, tais como administrao de recursos materiais e prestaode servios.

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    O Plano Nacional de Defesa Civil (PNDC), de 2008, apresenta duas diretrizes que visam

    preveno, estabelecendo critrios relacionados a estudos e avaliao de riscos, com a finalidade de

    hierarquizar e direcionar o planejamento da reduo de riscos de desastres para as reas de maiorvulnerabilidade do territrio nacional, e estmulo para estudos e pesquisas sobre desastres.

    Duas metas do PNDC abordam o diagnstico de riscos:

    Meta n 4: promover o estudo aprofundado de riscos, bem como a organizao de banco

    de dados e de mapas temticos relacionados com ameaas, vulnerabilidades e riscos, em 80

    municpios situados em reas de maior risco de desastres; e

    Meta n 5: promover, em todos os municpios com mais de 20 mil habitantes, estudos de

    riscos de desastres, objetivando o microzoneamento urbano, com vistas elaborao do Plano

    Diretor de Desenvolvimento Municipal, de acordo com o previsto na Constituio Federal de

    1988.

    Publicada em 2009, a Apostila sobre Operacionalizao de Coordenadoria Municipal de Defesa

    Civil (COMDEC)destaca as contribuies das coordenadorias para manter atualizadas e disponveis

    as informaes sobre ameaas, vulnerabilidades e riscos de desastres; capacitar recursos humanos

    para as aes de defesa civil; implantar programas de treinamento para voluntariado; promover

    campanhas pblicas e educativas para estimular o envolvimento da populao, motivando aes

    relacionadas Defesa Civil com a mdia local; e promover mobilizao comunitria visando

    implantao de NUDEC, ou entidades correspondentes. Nessa publicao, ainda apresentado o

    papel da COMDEC em perodo de normalidade, enfatizando, especialmente, o desenvolvimento

    de atividades amplas de informao e divulgao sobre a gravidade dos desastres e de

    campanhas educativas.

    Vale citar tambm o curso Comunicao de riscos e desastresque tem como objetivo incentivar a

    participao da mdia na gesto de desastres, com nfase no risco e no apenas no desastre; o livro-

    texto Gesto de riscos e de desastres: contribuies da psicologia , que aponta a importncia

    da preocupao da sade mental no somente da populao afetada, como para a prpria equipe

    envolvida no atendimento; e o livro-texto Construindo comunidades mais seguras: preparando

    para a ao cidad em defesa civil , que procura aplicar os temas internacionais difundidos pela

    Estratgia Internacional Reduo de Desastres (EIRD).

    Na publicao sobre a Conferncia Geral sobre Desastres (2007), foram relacionados, em uma

    postura crtica, os principais problemas no Brasil para atendimento s emergncias e desastres,

    dentre os quais podemos destacar: falta de deciso poltica sobre a gravidade e importncia

    dos desastres; falta de participao da populao em decises importantes; falsa ideia de que o

    controle de desastre se d apenas na iminncia ou depois de ocorrido; e ausncia ou insuficincia

    de estudos ou reviso de riscos de desastres e identificao de vulnerabilidades. As publicaes

    analisadas mostram que as iniciativas voltadas ao ensino ainda so incipientes para atender as

    demandas existentes.

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    23FGV PROJETOS|PNGRD - PLANO NACIONAL DE GESTO DE RISCOS E RESPOSTA A DESASTRES

    HOMEPAGESDAS CEDECs

    Essa foi outra fonte de pesquisa importante disponvel na internet, onde foi possvel verificar queapenas 12 CEDECs possuam homepagesatualizadas, trs estavam indisponveis e uma no dispunha

    de informaes relevantes. A deficincia desses sites dificulta o acesso da populao s principais

    informaes em seu estado ou municpio. Atualmente, a internet se constitui num importante canal

    de informao e pode ser um instrumento bastante til em gesto de riscos e desastres.

    Algumas CEDECs tinham suas pginas redirecionadas para o Corpo de Bombeiros dos respectivos

    estados e algumas delas tm pginas com bom contedo e bastante informativo. Os sites renem

    dados histricos de ocorrncias, procedimentos para decretao de Situao de Emergncia ou de

    Estado de Calamidade Pblica, informaes sobre como agir em momento de desastres, e, tambm,

    pesquisas acadmicas em andamento. Tais informaes so pertinentes no apenas para tcnicos

    em Defesa Civil, como tambm populao.

    Apenas trs delas possuam informaes sobre alertas, avisos e boletins meteorolgicos em suas

    homepages. Trs CEDECs possuem link para a previso do tempo de instituies estaduais ou

    particulares. Minas Gerais elabora boletim meteorolgico dirio, o qual possui previso do tempo

    e informaes adicionais, como tambm nmero de decretos, danos humanos, bitos e envio de

    Notificaes Preliminares de Desastres (NOPREDs).

    A partir da anlise das aes em gesto de risco desenvolvidas pelas CEDECs no Brasil e divulgadas

    pelas suas respectivas homepages, destacam-se algumas iniciativas como o Paran, Esprito Santo,

    Cear e Minas Gerais.

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    PARAN

    A iniciativa da CEDEC/PR que mais se destaca

    a ferramenta denominada Sistema de Defesa

    Civil do Paran (SISDC), que permite consulta

    ao histrico de ocorrncias de diversos

    tipos de desastres naturais, antrpicos ou

    tecnolgicos, ocorridos no Paran, desde

    1980. O sistema permite a solicitao de

    abertura do processo de decretao em casos

    de situao de emergncia ou de calamidade

    pblica, por qualquer municpio do Estado,

    diretamente atravs da homepage. Tambm

    disponibiliza os resultados da primeira etapa

    de um projeto de mapeamento de risco no

    Paran. Os dados dos desastres de maior

    recorrncia desde 1980 foram organizados

    e, posteriormente, elaborados os respectivos

    mapas temticos. As demais fases do

    projeto compreendem a busca da base de

    dados junto a outras instituies como a

    Mineropar, o Instituto das guas, Companhiade Habitao do Paran (COHAPAR), entre

    outras importantes agncias pblicas. Na

    terceira fase, sero organizados os dados

    levantados pelas Coordenadorias Regionais

    de Defesa Civil (COREDEC) em conjunto

    com os municpios, envolvendo aqueles

    locais com maior recorrncia de eventos

    e sua tipologia. A quarta e ltima fase

    compreende a organizao dos dados,

    atualizao dos mapas de risco e o contato,

    caso seja necessrio, com especialistas queproporcionaro eventuais ajustes tcnicos.

    SO PAULO

    A CEDEC/SP est vinculada Casa Militar

    e construiu parcerias com diversos rgos

    tcnicos, tais como o Instituto de Pesquisas

    Tecnolgicas (IPT), Instituto Geolgico (IG),

    Departamento de guas e Energia Eltrica

    do Estado de So Paulo (DAEE), Companhia

    de Tecnologia de Saneamento Ambiental

    (CETESB), Centro de Previso de Tempo e

    Estudos Climticos do Instituto Nacional de

    Pesquisas Espaciais (CPTEC/INPE) e Imprensa

    Oficial do Estado de So Paulo (IMESP).

    Destaca-se o Centro de Gerenciamento de

    Emergncias (CGE), o qual funciona 24h

    por dia e dispe de meteorologistas de

    planto que emitem diariamente boletins

    meteorolgicos ou alertas. Alm dos PPDCs,

    a CEDEC implantou em carter experimental

    o Plano de Contingncia para o perodo

    da estiagem na regio Metropolitana de

    Campinas. Segundo relatrio publicado nosite, as atividades desenvolvidas compem

    o curso bsico de combate a incndio em

    coberturas vegetais, campanha do dia da

    preveno e distribuio de folhetos de

    orientao sobre a operao estiagem.

    Disponibiliza material desenvolvido nos

    municpios de Itanham e Araraquara. Mogi

    das Cruzes apresenta Plano de Contingncia

    para o Vero 2011/2012, com informaes

    estratgicas para ao durante alagamentos,

    inundaes e deslizamentos.

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    25FGV PROJETOS|PNGRD - PLANO NACIONAL DE GESTO DE RISCOS E RESPOSTA A DESASTRES

    RIO GRANDE DO SUL

    A CEDEC/RS trabalha em parcerias com

    grupos de pesquisa, a exemplo do Ncleo

    de Pesquisa e Aplicao de Geotecnologias

    em Desastres Naturais e Eventos Extremos

    (GEODESASTRES-SUL), do INPE, e do

    Centro de Estudos e Pesquisas em Desastres

    (CEPED), da Universidade Federal do Rio

    Grande do Sul (UFRGS). A que mais se

    destaca a sistematizao de informaes

    dos ndices pluviomtricos de diversos

    municpios no Rio Grande do Sul, realizada

    atravs de pluvimetros instalados nos

    quartis do Corpo de Bombeiros. Na sua

    homepage tambm so disponibilizados

    alguns mapas referentes s ocorrncias

    de acidentes com produtos perigosos (de

    2003 a 2011), inundaes (de 1982 a 2011) e

    evoluo da estiagem no ano de 1982 a 2011,

    e 2011/2012. No que se refere s atividades

    de capacitao, no ano de 2009 foramrealizados em diversos municpios, com apoio

    da Coordenadoria, o Curso Operacional em

    Defesa Civil (CODC), visando formao de

    agentes municipais em defesa civil.

    SANTA CATARINA

    A Secretaria de Estado de Defesa Civil/SC

    se destaca pela sua atuao em projetos

    de identificao e anlise de riscos, bem

    como em programas de capacitao, em

    defesa civil e percepo de risco. Tais

    atividades so apoiadas pelo Centro de

    Estudos e Pesquisas em Desastres (CEPED),

    da Universidade Federal de Santa Catarina

    (UFSC). Na homepage da Secretaria,

    possvel acessar cartilhas da srie Nossa

    Segurana, sobre Defesa Civil, abordando

    tempestades, comunicao, produtos

    perigosos e preveno. Outro destaque,

    a disponibilizao de decretos municipais

    por situao de emergncia ou estado

    de calamidade pblica dos municpios

    catarinenses, desde o ano de 1998.

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    ESPRITO SANTO

    A CEDEC/ES est vinculada Secretaria

    de Segurana Pblica e Defesa Social do

    governo. As atividades de capacitao

    realizadas pela CEDEC/ES so cursos em

    Percepo de Risco Geolgico, Defesa

    Civil, Formao de Ncleos em Defesa Civil,

    Plano de Contingncia e Anlise de Risco

    Estrutural. O calendrio, com a programao

    desses cursos de abril a setembro de 2012,

    disponibilizado no siteda CEDEC. Ainda

    possvel consultar planos de contingncia de

    municpios de Vitria, Ibirau, Linhares, Santa

    Maria do Jetib, Bom Jesus do Norte, Aracruz,

    Marechal Floriano, Santa Teresa, Serra e

    Viana; planos emergenciais do aeroporto de

    Vitria, Aracruz Celulose e CANEXUS; Plano

    Diretor de Defesa Civil/ES e Plano Estadual

    de Contingncia para desastres hdricos.

    MINAS GERAIS

    A CEDEC/MG est vinculada ao Gabinete

    Militar do Governador e possui parceria

    com diversas instituies como Corpo

    de Bombeiros, Policia Militar, Polcia Civil,

    Empresa de Assistncia Tcnica e Extenso

    Rural do Estado de Minas Gerais (EMATER/

    MG), Companhia Energtica de Minas Gerais

    (CEMIG), entre outras. As aes de defesa

    civil so divulgadas no site da CEDEC, que

    tambm disponibiliza diariamente em sua

    homepageum boletim contendo informaes

    meteorolgicas, principais ocorrncias na

    rea de defesa civil, e os municpios que se

    encontram em situaes adversas. Outra

    ao bastante positiva a criao da Escola

    Permanente de Defesa Civil, incentivando

    a criao de COMDECs e capacitao de

    recursos humanos para a prtica das aes em

    defesa civil. So oferecidos os cursos bsicos

    em Defesa Civil e em Sistema de Comandoem Operaes. Os cursos so oferecidos

    mensalmente, e a CEDEC disponibiliza

    calendrio para todo o ano de 2012.

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    27FGV PROJETOS|PNGRD - PLANO NACIONAL DE GESTO DE RISCOS E RESPOSTA A DESASTRES

    CEAR

    A CEDEC/CE possui em sua homepage um

    linkdenominado Monitoramento em que

    possvel acessar informaes sobre a previso

    do tempo realizada pela Fundao Cearense

    de Meteorologia e Recursos Hdricos

    (FUNCEME) e INPE, radares meteorolgicos,

    reservatrios de gua da Companhia de

    Gesto dos Recursos Hdricos (COGERH) e

    do Departamento Nacional de Obras Contras

    as Secas (DNOCS), sobre raios, focos de calor

    e tremores de terra. Essa uma importante

    iniciativa, tendo em vista que permite

    populao em geral ter conhecimento das

    condies meteorolgicas desencadeadoras

    de desastres.

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    A CEDEC/AP, por sua vez, disponibiliza em seu site, um linkdenominado alertas preventivos que informa

    a previso do tempo no estado. A CEDEC/MA oferece em seu siteos boletins meteorolgicos, que

    informam a precipitao acumulada no ms e nas ltimas 24h, em alguns municpios maranhenses ena divisa com Tocantins. A CEDEC/SE possui programa de cadastramento de voluntrios, viabilizada

    pela Lei do Voluntariado no 9608, de 18/2/1998. Outras iniciativas em voluntariado tambm

    foram identificadas nas CEDECs da Paraba, Rio Grande do Sul, e do Paran. Embora sem muitas

    informaes em sua homepage, a CEDEC/AL promoveu um simulado com os moradores em Unio

    dos Palmares, sendo esta uma importante ao para o preparo das comunidades que enfrentam

    recorrentes eventos adversos naquela regio.

    Uma iniciativa de ao interestadual foi constituda pelo Mato Grosso do Sul, Paran, Santa Catarina

    e Rio Grande do Sul, que formaram o Conselho de Desenvolvimento e Integrao Sul (CODESUL),

    em 1996. A sua concepo teve o objetivo de facilitar o intercmbio entre os Estados do Sul, com

    vistas ao desenvolvimento econmico, social, poltico etc., alm da adoo de medidas comuns nasreas de polcia, sade, defesa civil, entre outros.

    As iniciativas em gesto de risco pelas coordenadorias estaduais representam importante subsdio

    para a elaborao do PNGRD.

    ATLAS BRASILEIRO DE DESASTRES NATURAIS

    O objetivo da publicao do Atlas Brasileiro de Desastres Naturais foi o de suprir a lacuna existente

    sobre informaes de desastres naturais no pas. A publicao contm 26 volumes referentes a cada

    estado (o Distrito Federal foi includo no volume Gois) e um sobre o Brasil. O levantamento foi

    realizado junto aos rgos estaduais de Defesa Civil, Ministrio da Integrao Nacional, Secretaria

    Nacional de Defesa Civil, Arquivo Nacional e Imprensa Nacional. Os documentos utilizados como

    insumo foram, avaliaes e relatrios de danos (AVADAN e NOPRED), Portarias, Decretos municipais

    ou estaduais e outros documentos, como tabelas e ofcios.

    De acordo com os dados apresentados no Atlas, foram registrados no Brasil 31.909 desastres naturais

    no perodo 1991-2010, relacionados com as secas, inundaes bruscas e graduais, vendavais, granizo,

    movimentos de massa, incndios florestais, geadas, tornados, eroses linear, marinha e fluvial. A

    anlise foi feita por tipologias mais recorrentes, municpios mais afetados e os danos humanos

    registrados que levaram ao decreto de situao de emergncia e calamidade pblica durante o

    perodo analisado.

    Para cada tipo de desastre, foi elaborado um mapa temtico. No volume Brasil, para que os eventos

    menos expressivos fossem considerados, adotou-se a representao por mesorregio brasileira. O

    Atlas apresenta vrios grficos e tabelas que contribuem para a melhor compreenso do panorama

    espao-temporal dos desastres no pas.

    As limitaes do Atlas quanto disponibilidade de dados oficiais, mostra a subnotificao no Brasil

    quanto ocorrncia de desastres e as perdas e danos decorrentes. Esse problema vem sendo

    progressivamente resolvido, com a modernizao das bases de dados da SEDEC atravs do Sistema

    Integrado de Informaes sobre Desastres S2ID cujo objetivo qualificar e dar transparncia

    gesto de riscos e desastres no Brasil, garantindo o acesso a informaes sobre desastres em

    diversos nveis.

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    29FGV PROJETOS|PNGRD - PLANO NACIONAL DE GESTO DE RISCOS E RESPOSTA A DESASTRES

    RELATRIO NACIONAL DE PROGRESSO NA IMPLEMENTAO DO MARCODE AO DE HYOGO (MAH 2009-2011)

    Para o acompanhamento dos progressos experimentados pelos pases no esforo da reduo

    dos desastres, foi estabelecido pelo protocolo de Hyogo um conjunto de 4 Indicadores a serem

    avaliados para cinco Prioridades, como mostra o Quadro. Para cada indicador, h cinco nveis de

    progresso alcanado.

    PRIORIDADE 1

    Garantir que a

    reduo dos riscos

    de desastres (RRD)

    seja uma prioridade

    nacional e local,

    com uma slida

    base institucional

    para sua implemen-

    tao.

    PRIORIDADE 2

    Identificar, avaliar e

    monitorar os riscos

    de desastres e mel-

    horar os sistemas

    de alerta

    PRIORIDADE 3

    Utilizar o conheci-

    mento, a inovao

    e a educao para

    criar uma cultura

    de segurana e

    resilincia em todos

    os nveis.

    PRIORIDADE 4

    Reduzir os fatores

    fundamentais do

    risco

    PRIORIDADE 5

    Fortalecer a pre-

    parao para os

    desastres, para uma

    resposta eficaz em

    todos os nveis

    INDICADOR 1

    1.1. Poltica Nacional

    e existncia de uma

    base legal para a

    reduo do risco

    de desastres, com

    responsabilidades

    descentralizadas

    e capacidades em

    todos os nveis.

    2.1. Avaliaes de

    risco nacionais e

    locais com base

    em informaes

    disponveis de vul-

    nerabilidade, inclu-

    indo avaliaes de

    risco para setores

    crticos.

    3.1. Informaes

    relevantes sobre

    desastres esto

    disponveis e aces-

    sveis para todos

    os interessados,

    em todos os nveis

    (formao de redes,

    desenvolvimento de

    sistemas compartil-

    hados de informa-

    es etc.)

    4.1. A reduo do

    risco de desastres

    um objetivo es-

    sencial das polticas

    e planos relaciona-

    dos ao ambiente,

    incluindo a gesto

    dos solos, utilizao

    de recursos naturais

    e adaptao mu-

    dana climtica.

    5.1. H fora poltica,

    tcnicas e capacid-

    ades institucionais

    e mecanismos de

    gesto do risco de

    desastres, para a

    reduo do risco de

    desastres.

    INDICADOR 2

    1.2. Recursos

    adequados esto

    disponveis para

    implementar planos

    de reduo de

    risco de desastres e

    atividades em todos

    os nveis administra-

    tivos.

    2.2. H sistema de

    informao no lo-

    cal para monitorar,

    arquivar e difundir

    dados chave sobre

    riscos e vulnerabili-

    dades.

    3.2. Currculos es-

    colares, material de

    ensino e treinamen-

    tos relevantes in-

    cluem a reduo do

    risco de desastres e

    os conceitos e prti-

    cas de recuperao.

    4,2. Polticas e Pla-

    nos de desenvolvi-

    mento social esto

    sendo implemen-

    tadas para reduzir

    a vulnerabilidade

    das populaes de

    maior risco.

    5.2. Planos de pre-

    parao para desas-

    tres (planos de con-

    tingncia) esto em

    vigor em todos os

    nveis administrati-

    vos e so realizados

    exerccios regulares

    de treinamento para

    testar e desenvolver

    programas de res-

    posta a desastres.

    INDICADOR 3

    1.3. Participao

    comunitria e

    descentralizada

    assegurada atravs

    da delegao de au-

    toridade e recursos

    para os nveis locais.

    2.3. Os sistemas

    de alerta esto em

    vigor para todos

    os grandes riscos,

    com divulgao nas

    comunidades.

    3.3. Mtodos de

    pesquisa e in-

    strumentos para

    multiavaliaes

    de risco e anlise

    custo-benefcio so

    desenvolvidos e

    reforados.

    4.3. Poltica

    econmica e planos

    setoriais para o

    setor produtivo

    foram implementa-

    dos para reduzir a

    vulnerabilidade das

    atividades econmi-

    cas.

    5.3. Reservas finan-

    ceiras e mecanis-

    mos de contingn-

    cia chegam ao

    local para apoiar a

    resposta eficaz e re-

    cuperao, quando

    necessrio.

    INDICADOR 4

    1.4. A Plataforma

    National multiseto-

    rial para desastres

    est funcionando.

    2.4. Avaliaes

    nacional e local

    de risco levam em

    conta os riscos de

    fronteira, com vista

    ao desenvolvimento

    regional e coopera-

    o para reduo

    de riscos.

    3.4. Existe estra-

    tgia de ampla

    sensibilizao da

    opinio pblica

    para estimular uma

    cultura de resilincia

    a desastres, exten-

    siva a comunidades

    urbanas e rurais.

    4.4. Planejamento e

    gesto dos assenta-

    mentos humanos

    incorporam elemen-

    tos de reduo de

    risco de desastres,

    incluindo a aplica-

    o de cdigos de

    construo.

    5.4. Existem pro-

    cedimentos para tr-

    oca de informaes

    relevantes durante

    os eventos de risco

    e desastres e para

    realizar revises

    ps-evento.

  • 7/22/2019 FGV Pub Pngrd 10out12 Final 5 Baixa

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    30

    A anlise do relatrio brasileiro enviado para a Organizao das Naes Unidas (ONU) sobre os

    progressos do Brasil, na implementao do Marco de Ao de Hyogo (2009-2011), mostrou uma

    viso otimista. Para todos os indicadores, o nvel de progresso alcanado pelo pas foi avaliado comnota mnima 4 (alcance substancial obtido, mas com limitaes reconhecidas em aspectos-chave,

    como recursos financeiros e/ou capacidades operacionais), chegando a 5 (alcance abrangente com

    comprometimento sustentado e capacidades em todos os nveis) em algumas aes.

    Em relao Ao 1- Existncia de Poltica Nacional e de uma base legal para a reduo do risco

    de desastres, com responsabilidades descentralizadas e capacidades em todos os nveis, o relatrio

    refere: implantao de algumas diretrizes da 1 Conferncia Nacional de Defesa Civil e Assistncia

    Humanitria (CNDC); capacidade de fiscalizao da aplicao de recursos pelos municpios;

    ampliao do Conselho Nacional de Defesa Civil, que passa a incluir as 3 esferas de governo, alm

    da sociedade civil organizada.

    Em relao Ao 2- Identificar, avaliar e observar de perto os riscos dos desastres, e melhorar

    os alertas prvios, o relatrio relaciona os progressos aos mapeamentos, gerenciamento de

    informaes de riscos e de desastres, consolidao do CENADe realizao de eventos, como o VII

    Frum Nacional de Defesa Civil.

    Em relao Ao 3 - Utilizar o conhecimento, a inovao e a educao para criar uma cultura

    de segurana e resilincia em todos os nveis, o relatrio refere a divulgao em sua homepage

    de mapa de ocorrncias de desastres utilizando banco de dados histricos, diversas atividades

    educativas, realizao de eventos tcnicos e a criao de parcerias entre universidades e rgos de

    defesa civil para o desenvolvimento de estudos e implementao de projetos de extenso.

    Em relao Ao 4 - Reduzir os fatores fundamentais do risco, o relatrio relata a dificuldade

    da implantao de um plano de ao para discusso de responsabilidade social e Defesa Civil, junto

    ao setor produtivo e de articulao entre os diferentes nveis de governo, para a reconstruo e

    recuperao de moradias para as populaes de baixa renda.

    Em relao Ao 5- Fortalecer a preparao em desastres para uma resposta eficaz em todos os

    nveis, foram destacadas a realizao do V Seminrio Internacional de Defesa Civil, a participao

    do governo federal na elaborao de planos de contingncia e a regulamentao da Medida

    Provisria 494.

    1.3 INSTRUMENTOS TCNICOS DO MINISTRIO DAS CIDADES

    O levantamento dos documentos tcnicos elaborados e publicados pelo Ministrio das Cidades

    buscou identificar as informaes j desenvolvidas e disponibilizadas em gesto de risco. A anlise

    foi baseada em documentos coletados na sua homepage(http://www.cidades.gov.br/).

    Com o propsito de reduzir riscos em assentamentos precrios no pas, o Ministrio das Cidades

    (MCID) e a Secretaria Nacional de Programas Urbanos (SNPU) priorizaram o apoio ao planejamento

    territorial urbano e poltica fundiria dos municpios, destacando como misso implantar o Estatutodas Cidades (Lei n 10.257/2001), que regulamenta os artigos da Constituio Federal referentes

  • 7/22/2019 FGV Pub Pngrd 10out12 Final 5 Baixa

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    31FGV PROJETOS|PNGRD - PLANO NACIONAL DE GESTO DE RISCOS E RESPOSTA A DESASTRES

    Poltica Urbana, constitui um dos maiores avanos da legislao urbanstica brasileira atravs de

    aes diretas, com transferncia de recursos do OGU e aes de mobilizao e capacitao.

    Entre as reas de atuao da SNPU, especificamente em relao aos objetivos do PNGRD, destacam-

    se a Reduo de Riscos em Assentamentos Precrios, alm de outras trs reas de atuao: Apoio

    Elaborao de Planos Diretores, Regularizao Fundiria, e Reabilitao de reas Centrais.

    No que se refere Reduo de Riscos em Assentamentos Urbanos, foram desenvolvidos os Planos

    Municipais de Reduo de Risco em mais de 60 municpios crticos do Brasil; foram realizados cursos

    de capacitao presenciais e distncia para mais de 3.000 tcnicos municipais em Defesa Civil, e

    produzidos Manuais Tcnicos, Livros e Guias para a gesto de risco pelos gestores municipais.

    1.4 INSTRUMENTOS TCNICOS DO MINISTRIO DO MEIO AMBIENTE

    O levantamento de documentos tcnicos elaborados e publicados pelo Ministrio do Meio Ambiente

    (MMA) buscou identificar as informaes j desenvolvidas e disponibilizadas em gesto de risco. A

    anlise foi baseada em documentos coletados na homepagedo Ministrio do Meio Ambiente (http://

    www.mma.gov.br/).

    O principal tema relacionado Gesto de Riscos e Desastres, sob a responsabilidade do MMA, refere-

    se segurana qumica e, em especial, s emergncias ambientais com produtos qumicos perigosos

    e o Plano Nacional de Preveno, Preparao e Resposta Rpida a Emergncias Ambientais com

    Produtos Qumicos Perigosos (P2R2).

    Quanto segurana qumica, o MMA criou, por meio da Portaria n 319, de 27 de dezembro de

    2000, a Comisso Coordenadora do Plano de Ao em Segurana Qumica (COPASQ), oficialmente

    instalada em 9 de abril de 2001.

    A COPASQ faz a articulao para o fortalecimento, divulgao e desenvolvimento de aes

    intersetoriais relacionadas segurana qumica. Conta com a participao de ministrios, rgos

    federais, universidades e entidades privadas. Dentre os participantes, destaca-se a representao

    da SEDEC.

    O Plano Nacional de Preveno, Preparao e Resposta Rpida a Acidentes Ambientais com

    Produtos Perigosos (P2R2) traduz a preocupao crescente relacionada aos riscos potenciais de

    contaminao para a sade humana e o meio ambiente, pelo uso desses produtos. A estruturao

    do Plano alinha-se necessidade de estabelecimento de um esforo integrado entre os vrios nveis

    de governo, o setor privado, representaes da sociedade civil e demais partes interessadas na

    construo de um modelo de desenvolvimento que tenha como pauta principal a sustentabilidade

    das atividades humanas.

    O P2R2 foi criado pelo Decreto do Presidente da Repblica n 5.098 de 2004, com o objetivo de

    prevenir a ocorrncia de acidentes com produtos qumicos perigosos e aprimorar o sistema de

    preparao e resposta a emergncias qumicas no pas. Sua elaborao ocorreu atravs de umaintegrao intersetorial, partindo do pressuposto da transversalidade, contando com membros dos

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    seus grupos tcnicos distribudos entre representantes do governo federal, tcnicos das instituies

    estaduais de meio ambiente, e representantes da Agncia Nacional de guas (ANA).

    Em relao a sua abrangncia, o P2R2 direcionado para o aperfeioamento do processo de preveno,

    preparao e resposta rpida a emergncias ambientais com produtos qumicos perigosos no pas,

    com a proposta de abranger quaisquer empreendimentos/atividades que potencialmente possam

    causar emergncias ambientais pelo uso destes produtos em todo territrio nacional. Assim, prev

    o envolvimento dos governos federal, estaduais e municipais, alm de parcerias com organizaes

    no-governamentais, setor privado, instituies acadmicas e a comunidade, atravs de uma

    execuo compartilhada na busca de resultados efetivos na melhoria da qualidade ambiental, e,

    consequentemente, uma maior qualidade de vida para a populao brasileira.

    So instrumentos para a operacionalizao do P2R2:

    Mapeamento de reas de risco:o conhecimento prvio das reas mais propensas ocorrncia

    de acidentes com esses produtos fundamental aos rgos pblicos, setor privado e

    comunidade, de forma a prepar-los tanto para a ocorrncia de acidentes como para seu

    atendimento, visando conter ou minimizar os efeitos danosos ao meio ambiente e populao.

    Sistema de Informao: adotando o modelo do Sistema Nacional de Informao do Meio

    Ambiente (SINIMA), o Sistema de Informao do P2R2 visa disponibilizar e atualizar informaes

    ao sistema de atendimento a emergncias e integrar todos os atores distribudos pelo territrio

    nacional.

    Plano de ao de emergncia (PAE):conjunto de planos de ao previamente elaborados para

    atender a ocorrncia de acidentes com produtos qumicos. O objetivo estabelecer estratgias

    e requisitos mnimos de planejamento das aes que sero empregadas no atendimento de

    situaes de emergncias entre rgos e instituies pblicas, privadas e comunidade.

    Mecanismos financeiros: aps a implantao inicial do plano, busca sua sustentabilidade

    financeira amparada no arcabouo legal para as atividades requeridas, como a preveno

    e preparao; a resposta rpida e a remediao de passivos ambientais.

    Tambm na homepage do MMA est disponvel Banco de Dados de Ocorrncias de Acidentes

    Ambientais, onde podem ser feitas notificaes e comunicaes de acidentes. A comunicao de

    acidentes pblica devendo-se preencher formulrio disponvel no site. A notificao de acidentes

    privativa de profissionais cadastrados. A pgina disponibiliza, tambm, grficos e tabelas sobre

    os dados do banco. Esses mesmos materiais tambm esto disponveis na homepagedo Instituto

    Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renovveis (IBAMA) (http://www.ibama.gov.

    br/acidentes-e-emergencias-ambientais).

    ATLAS DAS REAS SUSCEPTVEIS DESERTIFICAO DO BRASIL

    Essa publicao foi desenvolvida para o MMA, pela Universidade Federal da Paraba (UFPB). As

    reas Suscetveis Desertificao no Brasilabrangem o trpico semirido, submido seco e reas

    de entorno, ocupando cerca de 1.340.000 km e atingindo diretamente 30 milhes de pessoas.

    Desse total, 180 mil quilmetros quadrados j se encontram em processo grave e muito grave dedesertificao, concentrados principalmente nos estados do Nordeste, que tm 55,25% do seu

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    33FGV PROJETOS|PNGRD - PLANO NACIONAL DE GESTO DE RISCOS E RESPOSTA A DESASTRES

    territrio atingido em diferentes graus de deteriorao ambiental. Processo de causas naturais e

    antrpicas, a degradao das terras e a desertificao trazem consigo consequncias dramticas e,

    em muitos casos, de difcil recuperao, gerando altssimos custos sociais, econmicos e ambientais.

    O Atlas contem 66 mapas que traam o perfil ambiental, produtivo e demogrfico dessa regio que

    engloba os nove estados do Nordeste, Esprito Santo e Minas Gerais, acompanhados cada um por

    um compreensivo texto interpretativo que possibilita acesso a um amplo pblico.

    VULNERABILIDADE AMBIENTAL DESASTRES NATURAIS OU FENMENOSINDUZIDOS?

    O livro, editado pelo projeto Estratgia de Apoio Gesto Ambiental Urbana, em uma parceria do

    MMA, MCID, Programa das Naes Unidas para Meio Ambiente (PNUMA) e Programa das Naes

    Unidas para os Assentamentos Humanos (UN-Habitat), direcionado a tcnicos municipais e dosministrios, deixa clara a relevncia da avaliao de vulnerabilidades ambientais no planejamento

    municipal e no ordenamento do espao urbano.

    Questes como deslizamentos, inundaes, desertificao, eroso e assoreamento produzem

    grandes impactos no cotidiano da populao, gerando significativas perdas ambientais e financeiras,

    tanto pblicas como privadas. O livro contm 11 captulos, que tratam de desastres, uso da terra,

    estudos de processos, vegetao e planejamento.

    1.5 INSTRUMENTOS TCNICOS DO MINISTRIO DA SADE

    O levantamento dos documentos tcnicos elaborados e publicados pelo Ministrio da Sade buscou

    identificar as informaes j desenvolvidas e disponibilizadas em gesto de risco, no caso, com foco

    na sade. A anlise foi baseada em documentos coletados na homepagedo Ministrio da Sade

    (http://portalsaude.saude.gov.br/).

    O principal tema relacionado gesto de riscos e desastres, sob responsabilidade do Ministrio da

    Sade, refere-se Vigilncia em Sade Ambientalrelacionada aos riscos decorrentes de desastres

    naturais, sistema conhecido como Vigidesastres.

    Os trabalhos so baseados nas determinaes da Portaria n 372, de 10/03/2005, que constituiu

    uma comisso para o atendimento emergencial aos estados e municpios acometidos por desastres

    naturais e/ou antropognicos. A finalidade da comisso executar as atividades de planejamento,

    gerenciamento, acompanhamento, monitoramento e avaliao das aes de sade no atendimento

    emergencial. As principais linhas de ao da Comisso so:

    Vigilncia Epidemiolgica e Ambiental;

    Assistncia Farmacutica;

    Engenharia de Sade Pblica;

    Vigilncia Sanitria;

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    Assistncia Hospitalar e Ambulatorial; e

    Ajuda Humanitria Internacional.

    Na homepagedo Ministrio da Sade, pode-se acessar diversos materiais, como um vdeo sobre a

    atuao do Ministrio nos eventos da Regio Serrana do Rio de Janeiro, em janeiro de 2011 (http://

    www.youtube.com/watch?v=HVx8McRXxRE), e folhetos e cartilhas sobre sade e desastres naturais.

    1.6 PESQUISA DE SUPORTE GESTO DE RISCO NO BRASIL

    O levantamento da produo acadmica sobre temas relacionados gesto de riscos e desastres defundamental importncia construo do PNGRD, alm de eficiente instrumento para o intercmbio

    e a troca de informaes. Fez-se necessria a pesquisa do que foi e est sendo produzido nas

    diversas instituies que fomentam pesquisas no Brasil, de carter inter, multi e transdisciplinar,

    envolvendo aspectos relacionados a desastres naturais e tecnolgicos; anlise, mapeamento e

    gerenciamento dos riscos naturais; monitoramento e alerta de cheias e movimentos gravitacionais

    de massa; previso do tempo; ensino e extenso.

    No Diretrio dos Grupos de Pesquisa no Brasil do Conselho Nacional de Desenvolvimento Cientfico e

    Tecnolgico (CNPq) foram localizados 105 grupos de pesquisa desenvolvendo trabalhos relacionados

    aos temas Gesto de Risco, Riscos Geolgicos e Desastres, e localizados em universidades,

    instituies isoladas de ensino superior, institutos de pesquisa cientfica, institutos tecnolgicos elaboratrios de pesquisa e desenvolvimento de empresas estatais, seja no nvel das instituies,

    seja no das sociedades cientficas, ou, ainda, no das vrias instncias de organizao poltico-

    administrativa no pas. Este diagnstico, no entanto, no esgota a relao de grupos de pesquisa e

    pesquisadores desenvolvendo trabalhos de forma direta ou associada aos temas selecionados, que

    dever ser continuamente atualizada.

    Complementando o levantamento dos documentos tcnicos sobre os grupos de pesquisa, um

    significativo nmero de trabalhos publicados no pas foi avaliado, alm de referncias internacionais

    de interesse, relacionadas gesto de risco, mapeamento de riscos, planos municipais de reduo

    de risco, cartografia geotcnica e geoambiental, entre outros.

    A lista de referncias, disponvel para consulta no Banco de Dados de Cartografia Geotcnica e

    Geoambiental da ABGE (HYPERLINKhttp://www.abge.com.br/ \t _blank www.abge.com.br), alm

    de ser um referencial tcnico, contribui para a elaborao de programas voltados aplicao em um

    grande nmero de municpios brasileiros, consideradas as suas especificidades e a importncia da

    gesto do risco como parte integrante da poltica municipal, estadual e nacional.

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    1.7 POLTICAS E PLANOS NACIONAIS

    Para este diagnstico, foram analisadas vrias polticas pblicas, especialmente aquelas mencionadasno art. 3, pargrafo nico da Lei n 12.608/12, que institui a Poltica Nacional de Proteo e Defesa

    Civil PNPDEC:

    A PNPDEC deve integrar-se s polticas de ordenamento territorial, desenvolvimento

    urbano, sade, meio ambiente, mudanas climticas, gesto de recursos hdricos, geologia,

    infraestrutura, educao, cincia e tecnologia e s demais polticas setoriais, tendo em vista

    a promoo do desenvolvimento sustentvel.

    Estatuto das Cidades- Lei n 10.257, de 10 de julho de 2001

    Poltica Nacional de Meio Ambiente PNMA (Lei n 6.938, de 31 de agosto de 1981,

    Decreto de Regulamentao em 1990) Programa Nacional de Educao Ambiental PRONEA(2005)

    Plano Nacional de Educao PNE(2012)

    Poltica Nacional sobre Mudana do Clima PNMC (Lei n 12.187, de 29 de dezembro

    de 2009)

    Poltica Nacional de Recursos Hdricos(Lei n 9.433, de 8 de janeiro de 1997)

    Poltica Nacional de Desenvolvimento Regional PNDR (2010)

    Poltica Nacional de Assistncia Social PNAS(2004)

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    PLANO NACIONALDE SANEAMENTO BSICO(PLANSAB)Em fase de discusso para aprovao

    Conduzido pelos rgos federais que atuam

    ou tm interface com o saneamento, contou

    com a contribuio de pesquisadores,

    consultores e especialistas em saneamento,

    no intuito de nivelar os entendimentos e

    identificar aes de interesse; identificar

    as interfaces entre o saneamento e outras

    polticas pblicas; e iniciar o processo de

    pactuao, para a aplicao efetiva do plano.

    Embora a rea de saneamento bsico, numa

    viso sistmica, tenha forte influncia sobre a

    segurana das comunidades pobres, no que

    se refere aos riscos em reas de encostas e

    plancies, este documento no faz nenhuma

    meno a esse tema. importante procurar,

    nessa fase de anlise do PLANSAB, uma

    interface com a nova Poltica de Gesto deRiscos e Desastres.

    PLANO NACIONALDE HABITAO (PNH)2009

    Trata da moradia, que um elemento da

    maior relevncia para a reduo dos riscos

    naturais, especialmente deslizamentos, eroso

    e inundaes, como sendo um elemento

    dissociado do solo e do contexto urbanstico,

    desconhecendo a importncia da oferta

    habitacional como fator de preveno e reduo

    de risco. Apenas na Linha Programtica para

    Integrao Urbana de Assentamentos Precrios,

    Urbanizao, Regularizao e Integrao de

    Assentamentos Precrios, o plano destaca

    como objetivo o estabelecimento de padres

    mnimos de habitabilidade e a integrao do

    assentamento cidade, por meio da adaptao

    da configurao existente, de forma a viabilizar

    a implantao e funcionamento das redes de

    infraestrutura bsica, melhorar as condies

    de acesso e circulao e eliminar situaes derisco, de forma compatvel com a proteo e

    recuperao do meio ambiente. Segundo o

    PNH, essa ao abrange a integrao de aes

    de habitao, saneamento ambiental, incluso

    social, aes jurdicas e de registros imobilirios.

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    37FGV PROJETOS|PNGRD - PLANO NACIONAL DE GESTO DE RISCOS E RESPOSTA A DESASTRES

    PROGRAMA NACIONALDE EDUCAO AMBIENTAL(PRONEA)2005

    Desenvolvido pelo MMA, tem por objetivo

    promover a educao ambiental integrada

    aos programas de conservao, recuperao

    e melhoria do meio ambiente, bem como

    queles voltados preveno de riscos

    e danos ambientais e tecnolgicos. Uma

    ao de grande alcance na gesto dos

    riscos e desastres definida como criar,

    constituir e disponibilizar bancos de dados

    e informaes em forma impressa, CD-Rom,

    Internet, cartilhas, vdeos, na rede de escolas

    e bibliotecas municipais, estaduais e federais,

    e quaisquer outros meios de difuso, inclusive

    estimulando a criao de locais de acesso

    comunitrio gratuito Internet (...).

    POLTICA NACIONALSOBRE MUDANA DOCLIMA (PNMC)2008

    Define o Instituto Nacional de Cincia e

    Tecnologia (INCT) para Mudana do Clima,

    como responsvel pela implantao e

    desenvolvimento de uma abrangente rede

    de pesquisas interdisciplinares em mudana

    do clima, que conta com a cooperao de

    76 grupos de pesquisa nacionais, de todas

    as regies do pas, e 16 grupos de pesquisa

    internacionais da Argentina, Chile, EUA, Europa,

    Japo e ndia. Envolve, na sua totalidade, mais

    de 400 pesquisadores, estudantes e tcnicos,

    e constitui-se na maior rede de pesquisas

    ambientais implantada no Brasil. Espelhando-

    se na estrutura do Painel Intergovernamental

    de Mudana do Clima, este INCT organiza-se

    em trs eixos cientficos principais relativos

    Base cientfica das mudanas ambientaisglobais; Estudos de impactos-adaptao e

    vulnerabilidade; e Mitigao. Alm disso, tem

    um forte componente de inovao tecnolgica

    nas reas de Modelos do sistema climtico;

    Geossensores; e Sistema de preveno

    de desastres naturais. Deve, portanto,

    constituir numa instncia importante para o

    desenvolvimento do PNGRD, em articulao

    com os setores mais diretamente envolvidos,

    como o MCTI/CEMADEN, por exemplo.

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    POLTICA NACIONALDE DESENVOLVIMENTOREGIONAL (PNDR)Em reavaliao

    Mostra no documento A PNDR em Dois

    Tempos: A experincia apreendida e o

    olhar ps 2010, um total descolamento

    dos problemas das cidades. No se refere a

    riscos e desastres urbanos no contexto do

    desenvolvimento regional, desconhecendo

    as vultosas perdas financeiras associadas aos

    desastres urbanos, que abalam fortemente

    as economias dos municpios e estados e,

    consequentemente, o panorama regional.

    Refere-se s secas destacando que houve

    uma mudana de olhar sobre a temtica

    do combate s secas, para a convivncia

    com as secas, deixando outra vez escapar

    a oportunidade de analisar o risco social

    e econmico que advm desse desastre

    natural. Refere-se s inundaes paraserem debatidas no mbito dos recursos

    hdricos e tem seu foco nas perdas de

    produo agrcola.

    PLANO NACIONALDE EDUCAO (PNE)2012

    Recentemente aprovado pelo Congresso

    Nacional, para vigorar at 2020, tem uma

    forte conotao social e poltica. O documento

    determina a ampliao progressiva do

    investimento pblico em educao, at atingir

    o mnimo de 7% do Produto Interno Bruto

    (PIB) do pas, com reviso desse percentual

    em 2015, embora no especifique como o novo

    plano d relevo diversificao de contedos

    curriculares, o que vai ao encontro do que

    estabelece a PNPDC (Lei n 12.608/12), quando,

    em seu art. 29, acrescenta o pargrafo 7 ao

    art. 26 da Lei n 9.394, de 20 de dezembro

    de 1996, que estabelece as diretrizes e bases

    da educao nacional: 7 - Os currculos

    do ensino fundamental e mdio devem incluir

    os princpios da proteo e defesa civil e a

    educao ambiental de forma integrada aoscontedos obrigatrios.

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    39FGV PROJETOS|PNGRD - PLANO NACIONAL DE GESTO DE RISCOS E RESPOSTA A DESASTRES

    POLTICA PBLICADE ASSISTNCIA SOCIAL(PNAS)2004-2013

    Estabelece que a assistncia social, direito

    do cidado e dever do Estado, Poltica

    de Seguridade Social no contributiva, que

    prov os mnimos sociais, realizada atravs

    de um conjunto integrado de iniciativa

    pblica e da sociedade, para garantir o

    atendimento s necessidades bsicas.

    Dentre as prerrogativas dessa poltica, est

    a situao de acolhimento pela necessidade

    de separao da famlia ou da parentela

    por mltiplas situaes, como violncia

    familiar ou social, drogadio, alcoolismo,

    desemprego prolongado e criminalidade.

    Podem ocorrer tambm em situaes de

    desastre ou acidentes naturais (...).

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    II.

    MODELOS

    PARA A GESTODE RISCO

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    II. MODELOS PARA A GESTODE RISCO

    O desenvolvimento de um Plano com alcance nacional para este tema, ainda no consolidado

    no mbito da gesto pblica e sem o necessrio debate na sociedade brasileira, deve considerar

    experincias exitosas que vm sendo desenvolvidas de forma pontual no pas e, tambm, buscar

    em outros pases a referncia de Planos e Polticas aplicados na gesto dos riscos e desastres, com

    bons resultados sobre a reduo de perdas e danos provocados por desastres para a formulao do

    modelo nacional.

    Desse modo foram levantadas as boas prticas brasileiras, cujos resultados encorajadores devem

    ser reproduzidos em maior escala no nosso pas, e, alm dessas, as experincias internacionais em

    gesto de riscos e desastres, especialmente em pases latinoamericanos, onde se observa uma forte

    tendncia de modernizao e consolidao das polticas pblicas nessa rea.

    2.1 EXPERINCIAS NACIONAIS

    Na busca por referncias brasileiras para a elaborao do Plano Nacional de Gesto de Riscos eDesastres (PNGRD), foram identificadas as boas prticas de gesto que apresentassem, como

    norteadoras dos trabalhos desenvolvidos, as seguintes caractersticas:

    Seguir minimamente o elenco de aes de gesto internacionalmente aceito (identificao,

    avaliao e mapeamento dos riscos, adoo de medidas estruturais e no estruturais de

    preveno e mitigao, preparao para aes emergenciais de resposta aos desastres, e

    informao pblica para a autodefesa e capacitao tcnica);

    Mostrar continuidade das prticas adotadas por tempo suficiente para se verificar sua eficcia;

    e/ou,

    Apresentar algum diferencial exitoso em relao s demais experincias existentes no Brasil.

    Historicamente, o esforo dos rgos de Defesa Civil no pas tinha como foco as aes emergenciais

    durante os desastres e a recuperao ps-desastre dos espaos impactados. Apesar de terem sido

    pesquisados todos os rgos estaduais de Defesa Civil do pas e um grande nmero de municpios,

    foram observadas poucas experincias exitosas que atenderam aos pr-requisitos estabelecidos e

    que pudessem ser consideradas exemplares ou diferenciadas para subsidiar a formulao do PNGRD.

    Instituies de ensino e organizaes no governamentais tambm foram citadas quando

    apresentavam alguma inovao ou atividade capaz de contribuir para a mudana de paradigma

    que se espera com a implantao deste Plano. As experincias foram agrupadas por Estado da

    Federao, para facilitar a descrio das interrelaes entre os rgos responsveis pela gesto dosriscos e desastres em cada lugar.

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    Observa-se que as experincias exitosas so, conceitualmente, muito similares. Todas partem de um

    mesmo referencial, e so alinhadas s diretrizes mundiais propostas pelo organismo de ateno a

    desastres das Naes Unidas (UNDRO) e fundamentadas no conhecimento do problema, em suadivulgao para a populao, na adoo de medidas preventivas e no atendimento a situaes

    emergenciais.

    Entretanto, dadas as diversidades e possibilidades locais, cada municpio/estado apresenta

    particularidades, o que agrega xito s experincias locais. Buscou-se ento destacar as experincias

    onde essas diretrizes so executadas de forma mais completa, ou aquelas que, mesmo parcialmente,

    apresentam diferenciais que podem ser utilizados como modelo para a proposio do PNGRD.

    Foram consideradas essenciais, para um modelo adequado de gesto de risco, as seguintes aes:

    Mapeamentos de reas de Risco Atualizados periodicamente, pois no possvel convivercom situaes de risco, principalmente quando numerosas, sem conhecer bem o problema e

    monitor-lo cotidianamente;

    Ampliao e Capacitao de Equipes Tcnicas Equipes especializadas e tecnicamente aptas

    para mapear e tomar decises em situaes complexas - para cada diagnstico temtico (risco

    geolgico, inundaes, seca etc.), os estudos para avaliao de risco devem ser feitos por

    profissionais especficos. O monitoramento das situaes diagnosticadas pode ser feito por

    equipes diversas, porm capacitadas para o tema, e que devem recorrer a especialistas quando

    a situao extrapolar sua capacidade de anlise;

    Uso de Banco de Dados Georreferenciado Organizao das vistorias, relatrios e atendimentos

    realizados atravs de uso de banco de dados, preferencialmente georreferenciado, garantindo

    a manuteno do histrico das ocorrncias efetivas do municpio/regio;

    Gesto de Proximidade Presena contnua da gesto pblica nas reas de risco, com

    monitoramento dessas reas durante todo o ano;

    Investimentos em Obras Preventivas, com nfase em Habitaes Realizao de obras

    preventivas, a serem discutidas com a comunidade; e de obras de urbanizao, garantindo

    assim o controle dos fatores potencializadores de risco;

    Gesto Compartilhada com as Comunidades Normalmente, atravs de Ncleos de Defesa Civil

    NUDEC o que exige trabalho contnuo e equipes especializadas para manter a mobilizao

    desses grupos;

    Campanhas de Mobilizao Social Visando divulgar indcios de risco, telefones de atendimento

    emergencial, opes de atendimento dos rgos pblicos e outras informaes de utilidade, o

    que pode ser feito com cartilhas e/ou reunies e/ou mdia etc.;

    Oferta de Abrigamento Temporrio Humanizado Oferecimento de opes de abrigamento/

    remoo, envolvendo abrigos preparados para o recebimento humanizado de famlias, bolsa-

    moradia/bolsa-aluguel, reassentamento ou insero em programas habitacionais voltados para

    a populao de baixa renda;

    Previso Meteorolgica na Escala dos Municpios Acesso previso meteorolgica de

    qualidade. Repasse de alerta de chuva, que deve ser ponderado com o histrico de chuva

    dos ltimos dias, eventos j ocorridos nas reas (processos j deflagrados), resilincia da

    populao etc.;

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    Resposta Qualificada aos Desastres Agilidade para chegar ao local atingido e disponibilidade

    de material de atendimento emergencial; e

    Planejamento e Controle urbano Para garantir a credibilidade e o controle das aes deremoo de famlias em reas de risco, fundamental garantir que no haja reocupao

    dessas reas, ou que no haja novas ocupaes em reas de risco. Entretanto, esta uma

    das aes preconizadas pelos municpios avaliados que possuem menor experincia prtica

    efetiva. Normalmente, a ineficincia dessa ao esbarra em questes legais que dificultam sua

    execuo no prazo devido.

    Observa-se portanto que as experincias exitosas em gesto de risco no Brasil reduzem danos

    ou evitam mortes e, embora no impeam a ocorrncia de desastres, controlam o risco em

    uma determinada regio exposta, com procedimentos de simples execuo, enquanto no

    so executados programas urbansticos estruturadores. Fica evidente que o planejamento egerenciamento do meio urbano precisa manter estreita relao com aes de reduo de riscos

    e desastres.

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    SO PAULO

    Aps os graves deslizamentos ocorridos em SoPaulo na dcada de 1980, o governo estadual

    criou, em Cubato, a Comisso de Restaurao

    da Serra do Mar. Embora o incio desse trabalho

    tenha se dado como resposta a acidentes, as

    graves condies daquelas encostas e o alto

    risco envolvendo o polo industrial e a populao

    induziram a comisso a desenvolver um sistema

    de gesto e monitoramento da situao que,

    alm de aes de recuperao ambiental da

    Serra do Mar, envolveram tambm um Plano

    de Contingncia para o polo industrial. Essesistema propiciou os estudos desenvolvidos pelo

    Instituto de Pesquisas Tecnolgicas de So Paulo

    (IPT), relacionando chuvas e deslizamentos, que

    foram a base para vrios planos de Defesa Civil

    operacionalizados posteriormente em vrias

    partes do pas. O mais representativo desses

    planos foi implantado em 1988, com o nome de

    Plano Preventivo de Defesa Civil (PPDC), para

    os municpios da Baixada Santista e Litoral Norte

    do Estado de So Paulo. A concepo do PPDC

    baseia-se na possibilidade de medidas prvias

    deflagrao de deslizamentos, a partir da

    anlise de condies potencialmente favorveis

    sua ocorrncia, por meio do acompanhamento

    dos seguintes parmetros: precipitao

    pluviomtrica (chuvas), previso meteorolgica

    e observaes a partir de vistorias de campo.

    Nos municpios onde aplicado, o PPDC envolve

    as Defesas Civis municipais, a populao

    que habita as reas de risco e a sociedade

    organizada. O PPDC um sistema estruturadoem quatro nveis (Observao, Ateno, Alerta e

    Alerta Mximo), cada qual com procedimentos

    diferenciados. Para a deflagrao dos nveis,

    so simultaneamente considerados os seguintes

    indicadores: ndices pluviomtricos registrados,

    previso meteorolgica e manifestaes das

    encostas (trincas no solo e moradias, degraus

    de abatimento, estruturas rgidas inclinadas,

    deslizamentos, entre outras). Atualmente, o

    PPDC em So Paulo, sob a coordenao da

    Defesa Civil Estadual, atua em 127 municpios. O

    Estado de So Paulo lanou o Decreto Estadual

    n 57.512, de 11 de novembro de 2011, que criouo Plano Estadual de Preveno de Desastres

    Naturais e de Reduo de Riscos Geolgicos.

    Este Plano, ainda em fase de elaborao,

    pretende reunir e organizar os trabalhos do

    governo do estado, com o objetivo de melhorar

    a gesto de risco no Estado.

    No municpio de So Paulo, destaca-se a

    existncia de um Centro de Gerenciamento de

    Emergnciasque emite alertas de inundaes,

    alagamentos e trnsito. Alm desses problemas,

    os dados meteorolgicos so utilizados pela

    Coordenadoria Municipal de Defesa Civil

    - COMDEC para gerenciar as ocorrncias

    e possibilidades de ocorrncias em reas

    de encostas, em todas as 31 subprefeituras

    da cidade, onde existem equipes locais da

    Defesa Civil.

    Ainda no Estado de So Paulo, a regio do Vale

    do Paraba, incluindo o Municpio de So Luiz doParaitinga, possui um projeto (Projeto Chuva)

    que realiza o monitoramento pluviomtrico, com

    capacidade de previso de chuvas com 2 horas

    de antecedncia, alm de se encontrar tambm

    sob a responsabilidade do PPDC do Vale

    do Paraba.

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    SANTA CATARINA

    Um dos principais exemplos de pesquisasdiretamente relacionadas gesto de risco no

    pas o trabalho desenvolvido pelo Centro

    Universitrio de Pesquisa e Estudos sobre

    Desastres (CEPED)da Universidade Federal de

    Santa Catarina que, desde 2000, desenvolve

    diversas pesquisas na rea. O CEPED/SC

    desenvolve pesquisas e trabalhos em todos os

    campos de gesto de risco e atua prestando

    consultoria ao estado e a seus municpios, na

    capacitao e formulao de suas polticas

    pblicas voltadas para o tema. Dentre essesmunicpios, destaca-se Blumenau que, assim

    como outros municpios j descritos, atua com:

    mapeamento de risco geolgico; sistema de

    alerta de chuvas intensas (AlertaBlu), atravs de

    um convnio com o Ministrio da Integrao;

    obras de estabilizao de encostas; captao de

    recursos para obras; e demolio de moradias

    em risco. Em 2011, o municpio inovou ao

    criar a Secretaria Municipal de Geologia, em

    substituio antiga Diretoria de Geologia, o

    que representa a importncia dada pelo poder