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SOCORROS Programa Primeiros Socorros Para Todos PRIMEIROS Núcleo de Estudos e Pesquisas em Primeiros Socorros Ficha Catalográfica elaborada pela Biblioteca Central da EBMSP Z 73 Zimmermann, André Dantas Manual de Primeiros Socorros para a Comunidade./ André Dantas Zimmermann; revisão de Regina Carvalho-Salvador: Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública, 2009. 16f. il. Manual de Primeiros Socorros para a Comunidade Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública/ EBMSP, 2009. 1. Primeiros Socorros. 2. Dados Vitais. 3. Prevenção de Acidentes. 4. Envenenamentos. I. Título. CDU: 616-083.98 Capa e Projeto Gráfico Klaus Kowalski Regina Carvalho Preparação de originais e textos Prof. André Zimmermann Revisão tipográfica e ortográfica Prof. André Zimmermann e Regina Carvalho Editoração eletrônica Klaus Kowalski Coordenação editorial Regina Carvalho nucom BAHIANA

Ficha Catalográfica elaborada pela Biblioteca Central da ... · O primeiro passo é observar se há perigo para você. ... se o objeto for móvel (ex: cisco, cílio, xampu) lave

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SOCORROSPrograma Primeiros Socorros Para Todos

PRIMEIROS

Núcleo de Estudos e Pesquisas em Primeiros Socorros

Ficha Catalográfica elaborada pelaBiblioteca Central da EBMSP

Z 73 Zimmermann, André Dantas Manual de Primeiros Socorros para a Comunidade./ André Dantas Zimmermann; revisão de Regina Carvalho-Salvador: Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública, 2009. 16f. il. Manual de Primeiros Socorros para a Comunidade Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública/ EBMSP, 2009.

1. Primeiros Socorros. 2. Dados Vitais. 3. Prevenção de Acidentes. 4. Envenenamentos. I. Título.

CDU: 616-083.98

Capa e Projeto GráficoKlaus Kowalski

Regina Carvalho

Preparação de originais e textosProf. André Zimmermann

Revisão tipográfica e ortográficaProf. André Zimmermann e Regina Carvalho

Editoração eletrônicaKlaus Kowalski

Coordenação editorialRegina Carvalho

nucom BAHIANA

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PRIMEIROS SOCORROS

Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública

PRIMEIROS SOCORROS

Programa Primeiros Socorros Para Todos

2. Princípios gerais

3. Dados vitais

Primeiros Socorros são medidas iniciais de emergência, aplicadas no local do acidente ou perto dele, tendo como objetivo evitar o agravamento das lesões e aliviar o sofrimento, deixando a vítima em melhores condições para o transporte e para receber o atendimento definitivo.

O primeiro passo é observar se há perigo para você. Examine o local e tenha certeza de que é seguro. Mantenha, em primeiro lugar, a sua segurança e depois a dos outros socorristas, e por último a da vítima. Jamais se transforme em uma segunda vítima.

Afaste a multidão e, antes de tudo, peça que alguém ligue para Salvar / Bombeiros (193), Samu (192), Polícia (190) e/ou hospital mais próximo. Se possível, contate a família do acidentado, dando informações precisas sobre o acidente.

Não dê nada para a vítima beber ou comer. Tente acalmá-la e identifique-se passando segurança no socorro prestado, e só execute determinado procedimento se tiver certezan que sabe fazê-lo. Evite remover a vítima e só a transporte em último caso. Tenha sempre cuidado para não agravar o estado da vítima com atitudes precipitadas e incorretas.

São sinais e sintomas que dão informações sobre o estado da vítima.

Observe a respiração, aproximando a lateral do seu rosto entre o nariz e a boca da vítima para sentir e ouvir a respiração e ver a expansão do tórax. Caso ela não esteja respirando, tracione e retifique o pescoço com a finalidade de prevenir uma possível lesão da coluna cervical e liberar as vias aéreas. Para realizar esta manobra, deixe a vítima deitada, posicione-se atrás da sua cabeça, coloque seus polegares no queixo e seus dedos indicadores nos ossos atrás das orelhas e em seguida puxe a cabeça da vítima na sua direção. Depois disto, não solte mais a cabeça da vítima.

Seguindo a ordem de importância, avalie o pulso pressionando com seus dedos médios e indicador (nunca use o polegar) ou a lateral do pescoço da vítima. Pelo pulso você poderá saber se o coração está batendo ou não.

Observe se ela está consciente. Faça perguntas simples e perceba se as respostas são lógicas, se responde com monossilábicos ou se está sonolenta. Deslize suas mãos pelo corpo da vítima palpando para detectar fraturas e, se achar, tente não mover o lugar fraturado. Se possível, imobilize-o com talas ou papelão (conforme explicado adiante). Se tiver tempo disponível, analise a temperatura, veja se a pele está fria, pálida ou arroxeada.

Atente para a sua segurança usando sempre luvas ou sacos plásticos nas mãos. Caso contrário, não entre em contato com secreções da vítima, inclusive sangue.

1. Introdução

A disciplina de Primeiros Socorros da Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública vem transmitindo informações úteis e vitais aos alunos desde 1997. É considerada hoje a melhor disciplina do 1º semestre do curso de Medicina, bem como a mais organizada, prática e interessante.

Não satisfeitos apenas em passar informações aos alunos, decidimos ir à luta, divulgando mais ainda os fundamentos dos Primeiros Socorros.

O Programa Primeiros Socorros Para Todos (PPSPT) é uma atividade inovadora que vai até a comunidade para levar conhecimento e divulgar noções sobre atendimento de emergência. As exposições são feitas de forma clara, direta, objetiva e com linguagem acessível. Os principais assuntos são abordados pelos monitores da disciplina, que são capacitados para o desenvolvimento destas atividades, sendo orientados pelo coordenador do curso.

Se você tem interesse nesta área tão importante-fascinante e deseja solicitar uma palestra sobre Primeiros Socorros, entre em contato conosco por e-mail ou por telefone.

Atenciosamente,

NEPPS - Núcleo de Estudos e Pesquisa em Primeiros Socorros

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4. Prevenção de acidentes

5. Envenenamento

Na cozinha:

Ÿ não permitir entrada de crianças na cozinha;

Ÿ não deixar cabos de panela para fora do fogão;

Ÿ tomar cuidado para que não haja vazamento de gás e de preferência deixar o botijão em lugar arejado;

Ÿ evitar o uso de objetos quebrados ou rachados.

No banheiro:

Ÿ nunca tocar em fios, interruptores, tomadas ou aparelhos elétricos com o corpo molhado e/ ou pés descalços;

Ÿ tapetes ou pisos lisos podem causar escorregões.

Outras situações:

Ÿ cuidado com móveis próximos a janelas, pois crianças podem subir e se acidentar;

Ÿ escadas devem ser iluminadas, ter corrimão e não devem ter tapetes por perto;

Ÿnunca deixe medicamentos, produtos de limpeza, substâncias corrosivas (ex: soda cáustica, água sanitária e ácido muriático), inseticidas e ferro de passar roupas ao alcance das crianças;

Ÿ use protetor de tomadas; Lugar de criança é no banco de trás do carro e com cinto de segurança;

Ÿ não reutilize frascos, nem misture vidros de tóxicos com remédios;

Ÿ vá sempre ao médico, nunca use remédio por conta própria e verifique o prazo de validade dos alimentos e dos medicamentos;

Ÿ jogue fora conservas com lata ou tampa amassadas, estufadas ou que liberem gás ao serem abertas.

É a reação de uma substância tóxica ao entrar em contato com o organismo. Suas principais causas são: tocar em substâncias corrosivas, respirar gases tóxicos, comer alimentos estragados, ingerir produtos químicos e de limpeza (água sanitária, ácido muriático, soda cáustica, creolina, naftalina) ou remédios e bebida alcoólica em excesso.

Procedimentos:- contato com a pele: retire toda a roupa da vítima que está suja com a substância, lave o local atingido com bastante água, de preferência corrente. Se houver queimadura, não passe nada e leve a vítima ao hospital.

- inalação (ou respiração) de gás tóxico: retire a vítima, o mais rápido possível, do local. Se não puder retirá-la, tente arejar o local abrindo portas e janelas. Lembre-se que em primeiro lugar está a sua segurança. Não se exponha ao gás. Não ligue a luz ou qualquer aparelho elétrico se houver suspeita de vazamento de gás inflamável.

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- ingestão: tente descobrir que tipo de veneno a vítima ingeriu. Procure com urgência entrar em contato com o CIAVE (Centro de Informações Anti-Veneno), no Hospital Roberto Santos, pelo telefone 0800-2844343, dando-lhes todas as informações e seguindo as instruções fornecidas. Encaminhe a vítima para o hospital e, se possível, leve uma amostra da substância ingerida ou do vômito (caso a vítima vomite por si só) para que seja analisada. Se não tiver como encaminhar a vítima imediatamente para o hospital, dê a ela carvão ativado, que pode ser comprado em farmácias ou feito em casa, queimando-se o pão. O pão queimado deve ser dissolvido em água e a vítima deve estar consciente.

- bebida alcoólica: no caso de uma vítima bêbada, o maior risco é de quedas que podem ocasionar fraturas, ou de que ela vomite e respire o próprio vômito, por acidente. Para evitar que isso ocorra, é importante que você fique observando a vítima e coloque-a numa posição que não permita que ela engasgue, preferencialmente lateralizada. Não deixe a pessoa sozinha e, caso ela desmaie, leve-a para um hospital. Se a mesma tiver consciente forneça líquidos e alimentos doces.

É toda substância ou objeto que não pertence ao local que está. Pode ser líquido ou sólido, fixo ou móvel. Os locais mais atingidos são: olhos, ouvidos, nariz, garganta e pele.

- Olhos: se o objeto for móvel (ex: cisco, cílio, xampu) lave o olho no sentido do nariz para o ouvido com água corrente. Se o objeto for fixo, não tente retirar. Para que o corpo estranho não se movimente, prenda-o no rosto da vítima, usando copo plástico e esparadrapo. Tape o outro olho também. Em ambos os casos, não deixe a vítima coçar nem esfregar o olho, e leve-a para o oftalmologista.

- Ouvidos: se for fixo, estabilize da mesma forma que foi explicada para os olhos e encaminhe ao hospital. Se for móvel e for um inseto, coloque 4 gotas de óleo mineral (nunca use óleo de cozinha) no ouvido, incline a cabeça da vítima para o lado afetado e balance como se estivesse tirando água do ouvido. Se for uma pedrinha, esguiche água com uma seringa apontada para a parede do ouvido e depois balance a cabeça inclinada. Se for um grão ou qualquer coisa que inche em contato com água (ex: feijão, milho), faça como no caso da pedrinha, só que usando álcool em vez de água. Não use objetos pontiagudos (como pinças ou agulhas) para retirar o corpo estranho. Se o objeto não sair, encaminhe a vítima ao otorrinolagoringologista.

- Nariz: peça à vítima para respirar só pela boca, e não pelo nariz. Tape a narina não afetada e peça para a vítima assoar o nariz com força. Se não resolver, encaminhe para o hospital. Não tente retirar o corpo estranho usando outros objetos, pois pode acabar empurrando-o ainda mais para o fundo do nariz, dificultando sua retirada. Se a vítima for uma criança pequena, nunca peça para ela assoar. Tape as duas narinas e leve ao hospital.

- Garganta: o corpo estranho pode chegar neste local tanto pela boca quanto pelo nariz, e a partir da garganta pode seguir dois caminhos. O primeiro é descer para o estômago, ou seja, o caminho que a comida percorre normalmente. Nesse caso, dê à vítima alimentos

6. Corpo estranho

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pastosos (ex: banana amassada, purê) para ajudar a descer. No entanto, caso o objeto seja cortante (ex: agulha, vidro elâmina de barbear), não dê nada para a pessoa comer e procure imediatamente um médico. O outro caminho é descer para os pulmões, ou seja, por onde passa o ar que respiramos. A vítima provavelmente irá tossir bastante. Enquanto ela estiver tossindo, não faça nada, pois às vezes a tosse é suficiente para expulsar o corpo estranho. Quando a vítima parar de tossir ou se você perceber que ela está ficando sem ar, posicione-se atrás dela, abrace a vítima por trás, colocando uma mão em punho na barriga (um pouco acima do umbigo) enquanto a outra mão segura a primeira. Faça compressões para dentro da barriga, tentando forçar o corpo estanho para cima. Repita 05 vezes ou até sair o corpo estranho. Caso a vítima desmaie, coloque-a deitada de barriga para cima no chão e inicie uma reanimação cárdio-respiratória com compressões torácicas. Verifique a boca da vítima para ver se o corpo estranho está lá. Se estiver, retire com cuidado para não empurrar de volta na garganta. Se não estiver lá, continue fazendo as compressões.

- Pele: se o corpo estranho for superficial (ex: espinho), você pode retirá-lo com a ajuda de uma pinça ou agulha esterilizada (ou seja, limpa com álcool). Se for um anzol bem pequeno, empurre no sentido que entrou até a barbela sair da pele. Daí corte a ponta com um alicate e retire no sentido oposto. Se for um anzol maiorzinho, não corte nem tente tirar. Estabilize-o usando copinho plástico e esparadrapo e encaminhe a vítima ao hospital.

São lesões provocadas por temperaturas muito altas ou muito baixas, produtos químicos, choques elétricos ou quando a pessoa fica muito tempo sob o sol. Pode ser classificada em três tipos e o procedimento depende de cada um.

- 1º grau: é causada principalmente por exposição ao sol. A pele fica avermelhada e ardida. Lave com água de torneira e enxugue suavemente. Passe creme hidratante e dê bastante líquido para a pessoa beber.

- 2º grau: é causada por contato prolongado com uma fonte de calor (ex: água ou óleo fervente, ferro elétrico). A pele fica dolorida e aparecem bolhas. Lave com água de torneira. Não passe nada em cima, como manteiga, pasta de dente ou pó de café. Nunca estoure as bolhas. Faça um curativo.

- 3º grau: sua causa mais comum ocorre por exposição direta ao fogo. A pele fica esbranquiçada, endurecida e a pessoa não sente dor. No entanto, nas regiões próximas a este tipo de queimadura, podemos encontrar também queimaduras de 2º grau, o que pode gerar dor. Lave com água de torneira, retire roupas e objetos como relógios, anéis e pulseiras. Porém, se estes estiverem grudados na pele, não tente tirar. Se a vítima estiver pegando fogo, tente apagar, abafando com panos molhados. Sempre levar ao hospital.

Se a vítima estiver desacordada ou apresentar queimaduras no rosto, provavelmente ela inalou fuligem ou ar quente e pode entrar em parada respiratória. Neste caso, fique atento!

7. Queimadura

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8. Choque elétrico

9. Reanimação Cárdio-Pulmonar (RCP)

10. Curativo

Consiste na passagem de corrente elétrica pelo organismo causando lesões. Os maiores problemas que um choque elétrico pode causar são: queimaduras e parada cárdio-respiratória. Nunca toque na vítima se esta estiver ligada à corrente elétrica. Desligue primeiro a fonte de energia. Se o local não lhe oferecer riscos, resgate a vítima cuidadosamente. Para isto, calce chinelos de borracha e use um cabo de vassoura para afastar a vítima da fonte de eletricidade. Nunca use objetos molhados ou metálicos.

Depois examine-a em busca de queimaduras e observe se ela está respirando e se seu coração está batendo. Caso contrário, faça a manobra de reanimação cárdio-pulmonar (veja a explicação adiante). Sempre encaminhe a vítima ao hospital.

É uma manobra usada em vítimas que estão sem respirar e com o coração parado.

Primeiro, coloque a vítima deitada de barriga para cima no chão. Posicione-se de joelhos ao lado do peito dela. Para fazer a respiração artificial, estenda a cabeça da vítima, abra sua boca e tape seu nariz. Sopre duas vezes e verifique se o tórax expande. Se não expandir, ela pode estar com corpo estranho na garganta. Para retirar o corpo estranho, faça o que já foi explicado. Após a retirada, sopre mais duas vezes e comece as massagens no coração, que são feitas da seguinte forma: coloque uma mão em cima da outra, entrelaçando os dedos, e apóie entre os mamilos da vítima. Pressione 30 vezes para baixo com os braços esticados e com o peso do seu corpo. Fique alternando 2 respirações com 30 massagens e cheque os dados vitais a cada 5 ciclos até a vítima voltar a respirar, até a ambulância chegar ou até você se cansar. Atenção: mesmo que a vítima volte a respirar, ela não vai acordar, ela vai continuar desmaiada! Continue checando os dados vitais.

Em crianças, faça as massagens com uma mão e sopre com menos força. Em recém-nascidos, faça massagens com os dedos anelar e médio e sopre somente o ar das bochechas.

É um procedimento que tem a função de proteger o ferimento contra pancadas e mantê-lo limpo, prevenindo infecções. Se o ferimento for pequeno ou superficial, o curativo pode ser feito em casa, usando material improvisado disponível.Saiba como fazer:

Ÿ lave suas mãos com água e sabão de coco e coloque luvas, evitando contato com sangue e secreções da vítima;

Ÿ lave o ferimento também com água corrente e sabão;

Ÿ para parar de sangrar, aperte firmemente com um pano limpo;

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Ÿ passe merthiolate ou PVPI (substância contém iodo. Cheque se a pessoa não alérgica);

Ÿ cubra com gaze umedecida com óleo de bebê ou vaselina e prenda os lados com esparadrapo;

Ÿ troque o curativo diariamente ou sempre que estiver sujo ou úmido;

Ÿ se a ferida estiver inchada ou com pus, procure um médico.

É a saída de sangue em grande quantidade. Para estancar o sangramento, siga os passos adiante:

Ÿ é essencial o uso de luvas ou sacos plásticos para proteger suas mãos;

Ÿ deite a vítima e eleve suas pernas;

Ÿ se a ferida for na perna ou no braço, levante o membro afetado;

Ÿ nunca dê líquidos para a vítima beber, mesmo que ela peça;

Ÿ aperte o local do sangramento por pelo menos 5 minutos, usando gaze ou pano limpo. Se o pano ficar muito molhado de sangue não o retire; coloque outro pano por cima. Este 2º pano, ao ficar encharcado, pode ser retirado e substituído por outro limpo, sempre deixando o 1º;

Ÿ use atadura ou uma tira de pano para amarrar a compressa e mantê-la firme no lugar;

Ÿ não tente fazer torniquete ou garrote, pois isso pode agravar o estado da vítima.

- Mordida de cão: lave o local da mordida com água limpa e sabão de coco. Se estiver sangrando, faça a compressão como explicado acima. Leve a vítima ao hospital para tomar as vacinas antitetânica e anti-rábica.

Procure saber se o cachorro foi vacinado contra raiva. Se em 10 dias ele começar a ter comportamento estranho, como querer morder as pessoas, latir de forma diferente, uivar, babar muito, ter dificuldade de comer e beber água, ficar muito agitado ou muito quieto, então ele está contaminado pelo vírus da raiva.

- Picadas de Cobras: em casos de picadas de cobras, a vítima deve ser levada imediatamente ao hospital para ser avaliada por um profissional de saúde. A vítima deve se movimentar o mínimo possível e o membro picado deve ser elevado durante o transporte para que seu estado não se agrave. Se puder capturar a cobra, leve-a para o CIAVE – situado no Cabula, com funcionamento 24 horas – para que possam identificá-la. A identificação é importante para a escolha do soro específico que será dado à vítima.

11. Hemorragia

12. Mordedura e picada de animais

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Não fazer!

Ÿ Furos ou cortes na pele para retirar o sangue contaminado (alguns venenos podem dificultar a coagulação do sangue e o ferimento pode facilitar um sangramento);

Ÿ sugar o local da picada para retirar o veneno (além de não ajudar muito, há risco de contaminar a ferida e o socorrista);

Ÿ colocar óleo, folhas ou outras substâncias no local (o profissional de saúde é quem deve decidir qual o procedimento mais adequado);

Ÿ dar bebidas alcoólicas, remédios, querosene ou qualquer substância à vítima (isso pode agravar a intoxicação da vítima);

Ÿ garrotes ou torniquetes (dificultam a passagem do sangue e com isso o membro afetado pode piorar).

O afogamento é a falta de ar gerada por entrada de líquido nos pulmões, dificultando a respiração normal e a distribuição de oxigênio no corpo.

Atenção para as seguintes situações de risco:

Ÿ nadando em águas profundas;

Ÿ acidentes com barcos e lanchas;

Ÿ queimaduras por animais marinhos (ex: água-viva, caravela);

Ÿ cansaço físico, cãibra;

Ÿ desmaios;

Ÿ ataques epilépticos.

Ÿ nadando em águas rasas;

Ÿ acidentes com pedras;

Ÿ crianças (obs: banheiras, piscinas, baldes...);

Ÿ pessoas alcoolizadas.

Prestando os primeiros socorros...Deve-se jogar para a vítima um objeto flutuante, como uma bóia, uma prancha de surfe ou uma tábua, de preferência amarrado a uma corda. Se for preciso nadar até a vítima, deve-se estar em perfeitas condições de saúde, ser um excelente nadador e ter segurança do que está fazendo. Assim, conhecer os procedimentos técnicos é muito importante para que o socorrista não se torne mais uma vítima. É indicado que este socorrista prenda ao seu corpo uma corda amarrada à margem.

Ao chegar na vítima é preciso tentar tranquilizá-la e pedir que se posicione de costas, falando num tom de voz alto e claro. Se não adiantar, mergulhe em direção às costas da vítima, abordando-a por trás, evitando que ela possa agarrá-lo e desta forma dificultar o atendimento. Um dos braços ficará por baixo da axila da vítima, enquanto a mão apoiará o queixo deixando o rosto fora da água para evitar que engula e aspire mais líquido. Em seguida, deve-se nadar com as pernas e o braço livre até a margem.

13. Afogamento

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Chegando à margem, observa-se a respiração da vítima (entre outros dados vitais) e, se necessário, faz-se a respiração artificial. Se a vítima estiver sem pulso, faz-se a reanimação cardíaca (que pode ser simultânea à respiração artificial). Esta reanimação não deve ser interrompida, nem durante o transporte, até que a vítima seja atendida por um serviço médico especializado ou voltem o pulso e a respiração. Deve-se manter a vítima agasalhada, a fim de evitar a perda de calor (hipotermia).

A conduta nestas situações geralmente é complicada, exigindo muito preparo do socorrista e muita prudência. Primeiramente, comunique o acidente ao SALVAR(Corpo de Bombeiros) ou ao SAMU, no perímetro urbano, ou aos Anjos do Asfalto, na Via Parafuso (entre outras entidades relacionadas), pois estes serviços são especializados na atuação em casos semelhantes, com material e treinamento adequado. Seja bem claro ao passar o endereço e outras informações sobre o acidente, dando referências fixas e fáceis de visualizar.

Tenha sempre à mão os telefones úteis!

Enquanto aguarda o socorro definitivo, observe se o local oferece risco para você e as demais pessoas. Se puder controlar o risco, faça-o; se não, aguarde o serviço especializado (técnicos da Coelba, por exemplo, em caso de acidentes envolvendo fiação elétrica, postes, etc). Peça ajuda às pessoas presentes para colocar galhos de árvore, pneus ou outros obstáculos a alguns metros antes do acidente, chamando a atenção para a sua presença.

Deve-se tomar cuidado ao utilizar extintores, pois a vítima pode se sufocar. Lembrar de desligar o carro.

Não tente remover a vítima do veículo, a não ser que haja um risco importante no local (incêndio, explosão, desabamento, etc) ou se ela estiver sem pulso e sem respiração (porque então deverá ser feita a reanimação cárdio-pulmonar imediatamente). Cuidado ao mover o pescoço e a coluna da vítima para não expor a vítima ao risco de paraplegia ou tetraplegia. Não force a retirada se a vítima estiver presa nas ferragens. Observe o pulso, a respiração e a consciência da vítima passando estas informações ao serviço de socorro. Tente conter sangramentos, se houver.

Quando uma mulher está sentindo as dores do parto, ela precisa ser levada ao hospital. Se não for possível transportá-la ou não houver tempo suficiente, o parto deverá ser feito no local em que a gestante se encontra. O socorrista deverá providenciar, em primeiro lugar, uma ambulância ou outro carro que possa levá-la até a maternidade.

14. Acidente automobilístico

15. Noções sobre parto de emergência

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A mulher está perto de parir quando:

Ÿ a bolsa d’água estiver estourada;

Ÿ houver sangramento pela vagina;

Ÿ a vagina estiver muito inchada;

Ÿ houver muita contração ou dor.

OBS: Não é obrigatória a presença de todos estes sinais. Quando a mulher parece estar perto de parir, não se deve deixá-la ir ao banheiro (é comum haver vontade de defecar).

Apoiada em uma superfície lisa e dura, a grávida deve ser posicionada com as pernas dobradas e os joelhos afastados. Deve-se cobrir o local com panos. Coloca-se então um pano limpo em cima da barriga da mãe, que servirá para aquecer o bebê logo após o nascimento, além de evitar contaminação.

O material a ser utilizado é simples: tesoura, barbantes, toalhas ou panos. É importante ter certeza que o material está limpo, passando ferro quente nos panos e flambando a tesoura (aquecendo até ficar vermelha). O socorrista deve sempre lavar as mãos, lembrando de esfregar entre os dedos e escovar as unhas. É preciso utilizar luvas ou sacos plásticos nas mãos para evitar o contato com líquidos que podem estar contaminados.

O socorrista deve tranquilizar a mãe, orientando-a a fazer força da maneira correta. A criança nunca deve ser puxada ou impedida de sair, pois o parto é um fenômeno que ocorrerá naturalmente. Quando a contração vier empurrando o bebê a mãe deve parar de fazer força para que o bebê não saia rápido demais e se machuque.

Ao sair a cabeça da criança, o socorrista deve verificar se o cordão umbilical está enrolado ao pescoço, pois isso pode sufocá-la; para evitar isso, deve-se desenrolar o cordão ou folgá-lo com os dedos, cuidadosamente. Liberando o pescoço e virando ligeiramente o rosto do bebê em direção a uma das coxas da mãe, deve-se atentar para o movimento dos ombros e dar apoio para aguardar a saída do restante do corpo. Abaixando um pouco a cabeça do bebê ajuda-se a sair o ombro de cima; suspendendo-a, sai o ombro de baixo.

O bebê deve ser aparado com muito cuidado, pois seu corpo estará muito escorregadio. Cordão UmbilicalAntes de cortado, o cordão deve ser amarrado em três pontos a uma distância de mais ou menos um palmo da barriga do bebê, outro logo depois e o terceiro a uns três dedos da segunda, cortando entre o segundo e o terceiro ponto. Se não for possível desenrolar o cordão do pescoço do bebê, deve-se amarrá-lo em dois pontos e cortá-lo ali mesmo, antes do bebê sair.

PlacentaA placenta fica presa ao útero e jamais deve ser puxada, pois isso pode provocar sangramento. Ela deverá sair espontaneamente depois de 10 a 30 minutos. Se a placenta

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já tiver saído, ela deve ser colocada em um saco plástico e encaminhada para o hospital ou maternidade junto com a mãe e o bebê.

Não se esqueça de anotar a hora exata em que a criança nasceu!

Cuidados importantes:

Ÿ não lave o bebê; ele deve ser ligeiramente limpo com um pano. Tente agasalhá-lo com um lençol cuidadosamente para não sufocá-lo;

Ÿ se no parto sair um braço, uma perna ou mesmo as nádegas da criança antes da cabeça, leve a mãe urgentemente para o hospital. Não tente puxar a criança.

Alguns esclarecimentos:

Ÿ fratura: osso quebrado;

Ÿ entorse: ligamentos rompidos por movimento exagerado de uma articulação;

Ÿ luxação: osso que sai da articulação.

Sinais e sintomas:

Ÿ dor;

Ÿ inchaço;

Ÿ deformação do membro;

Ÿ perda de movimentos.

O socorrista deve localizar a porção lesionada, imobilizar provisoriamente da forma que encontrar e encaminhar o acidentado para um pronto-socorro o mais rápido possível. Durante o caminho, colocar compressas com gelo evita o inchaço e diminui a dor no local.

OBS: Nunca tente recolocar o osso no lugar, pois isso pode agravar ainda mais a lesão e pode haver contaminação. Não é indicado colocar o gelo diretamente sobre a pele.

Mecanismos de imobilização:

Ÿ a imobilização pode ser feita com estruturas rígidas como talas ou tiras de papelão, revistas, cabo de vassoura ou mesmo com a parte íntegra do corpo da vítima (exemplo: usar uma perna para imobilizar a outra);

Ÿ a imobilização deve atingir não somente o local da lesão, mas tudo que se relaciona a ela na elaboração do movimento. Em caso de lesão de um osso, deve-se imobilizar a articulação de antes e de depois. Se a lesão for na própria articulação, o procedimento deverá envolver o osso de antes e de depois da articulação, garantindo, desta forma, a imobilização completa da estrutura.

16. Trauma de osso e articulação

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17. Considerações Finais

ALGUNS TELEFONES IMPORTANTES:

Em Primeiros Socorros é sempre muito importante usar o bom-senso, ter calma e saber tranquilizar a vítima. É preciso tomar conta da situação, exercer um papel de liderança e tomar decisões com segurança e rapidez.

Este pequeno manual não tem a intenção de formar socorristas para todas as situações. O nosso maior objetivo é o de esclarecer e preparar a comunidade em caso de acidentes até a chegada do atendimento médico especializado, ou em situações especiais, como em lugares onde não é possível a chegada rápida do médico ou que não haja condições de transporte imediato para o hospital. Portanto, com estas informações, você poderá aprender um pouco mais sobre Primeiros Socorros e evitar, assim, medidas precipitadas que agravem ou coloque em risco a vida de pessoas acidentadas.

Lembrem-se: os Primeiros Socorros são procedimentos simples, mas que podem salvar a vida de uma vítima ou evitar lesões mais graves.

SAMU 192Salvar/ Corpo de Bombeiros 193Polícia Militar 190Defesa Civil 199Coelba 0800 71 0800Anjos do Asfalto (Via Parafuso) 3634-5176 Concessionária Litoral Norte 0800 71 3233 (Estrada do Côco)Centro de Informação Anti-Veneno (CIAVE) 0800 284 4343 / 3387-4343Laboratório Central (LACEN) 3356-2299

Contato para palestras, dúvidas, críticas e sugestões:Gabinete de Primeiros Socorros da Bahiana: (71) 3243-4928E-mail: [email protected]

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SOCORROSPrograma Primeiros Socorros Para Todos

PRIMEIROS

Profª. Maria Luisa Carvalho Soliani

Diretora da Escola Bahiana de Medicina e Saúde PúblicaCoordenadora Geral da

Fundação Bahiana para Desenvolvimento das Ciências

Prof. Ênio Ribeiro Maynard BarretoVice-diretor da Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública

Prof. Gaspare SaracenoCoordenador de Graduação

Emanoel Olimpio Alves de Souza Coordenador de Administração e Finanças

Profª. Kátia Nunes SáCoordenadora de Pós-Graduação, Pesquisa e Extensão

Profª. Luiza de Oliveira Kruschewsky RibeiroCoordenadora de Desenvolvimento de Pessoas

Prof. André ZimmermannProfessor da disciplina de Primeiros Socorros

Coordenador do Programa Primeiros Socorros Para Todos