29
FICHA DE IDENTIFICAÇÃO DA PRODUÇÃO DIDÁTICO-PEDAGÓGICA PROFESSOR PDE 1. Nome do(a) Professor(a) PDE: Maria Odete Rodrigues Bernardelli 2. Disciplina/Área: Pedagogia 3. IES: UEM 4. Orientador(a): Janira Siqueira Camargo 5. Co-Orientador(a) (se houver): Rosângela Bressan 6. Caracterização do objeto de estudo (exceto Professor PDE Titulado): Resgatar o Prazer de Aprender por meio do Aperfeiçoamento da Prática Pedagógica 7. Título da Produção Didático-Pedagógica: A Formação Continuada de Professores e a Qualidade do Processo Ensino- Aprendizagem 8. Justificativa da Produção: Buscando resgatar o prazer de aprender nos estudantes e considerando a insatisfação observada entre os profissionais da educação diante dos problemas enfrentados no dia-a-dia em sala de aula e na escola, este trabalho busca incentivar esses profissionais, mostrando a importância e a necessidade de se procurar na pesquisa as soluções para essas dificuldades. 9. Objetivo geral da Produção: Reforçar a importância da formação continuada do docente como prática imprescindível no sentido de despertar nos educandos o prazer de aprender, de superar a rotina e dinamizar o processo ensino-aprendizagem. 10. Tipo de Produção Didático-Pedagógica: ( ) Folhas ( ) OAC ( X ) Outros (descrever): Caderno Pedagógico Material elaborado com acompanhamento da Orientadora da IES, em conjunto com três professoras PDE e duas Co-orientadoras. Cada integrante do grupo produz um texto, de acordo com seu objeto de estudo, para ser incorporado em forma de capítulo no Caderno Pedagógico. 11. Público-alvo: Educadores participantes do GTR e educadores do município de Xambrê – Pr. 1 Secretaria de Estado da Educação – SEED Superintendência da Educação - SUED Diretoria de Políticas e Programas Educacionais – DPPE Programa de Desenvolvimento Educacional – PDE

FICHA DE IDENTIFICAÇÃO DA PRODUÇÃO DIDÁTICO … · necessidade de se procurar na pesquisa as soluções para essas dificuldades. 9. Objetivo geral da ... sua profissão e trabalhar

  • Upload
    dinhtu

  • View
    214

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

FICHA DE IDENTIFICAÇÃO DA PRODUÇÃO DIDÁTICO-PEDAGÓGICA

PROFESSOR PDE1. Nome do(a) Professor(a) PDE: Maria Odete Rodrigues Bernardelli

2. Disciplina/Área: Pedagogia

3. IES: UEM

4. Orientador(a): Janira Siqueira Camargo

5. Co-Orientador(a) (se houver): Rosângela Bressan

6. Caracterização do objeto de estudo (exceto Professor PDE Titulado):

Resgatar o Prazer de Aprender por meio do Aperfeiçoamento da Prática Pedagógica

7. Título da Produção Didático-Pedagógica:

A Formação Continuada de Professores e a Qualidade do Processo Ensino-Aprendizagem

8. Justificativa da Produção:

Buscando resgatar o prazer de aprender nos estudantes e considerando a insatisfação observada

entre os profissionais da educação diante dos problemas enfrentados no dia-a-dia em sala de aula

e na escola, este trabalho busca incentivar esses profissionais, mostrando a importância e a

necessidade de se procurar na pesquisa as soluções para essas dificuldades.

9. Objetivo geral da Produção:

Reforçar a importância da formação continuada do docente como prática imprescindível no sentido

de despertar nos educandos o prazer de aprender, de superar a rotina e dinamizar o processo ensino-aprendizagem.

10. Tipo de Produção Didático-Pedagógica:( ) Folhas ( ) OAC ( X ) Outros (descrever): Caderno Pedagógico

Material elaborado com acompanhamento da Orientadora da IES, em conjunto com três professoras PDE e duas Co-orientadoras. Cada integrante do grupo produz um texto, de acordo com seu objeto de estudo, para ser incorporado em forma de capítulo no Caderno Pedagógico.

11. Público-alvo: Educadores participantes do GTR e educadores do município de Xambrê – Pr.

1

Secretaria de Estado da Educação – SEEDSuperintendência da Educação - SUED

Diretoria de Políticas e Programas Educacionais – DPPEPrograma de Desenvolvimento Educacional – PDE

A FORMAÇÃO CONTINUADA DE PROFESSORES E A QUALIDADE DO

PROCESSO ENSINO-APRENDIZAGEM

Sempre defendi a idéia de que nós, profissionais da educação,

precisamos estar em constante aperfeiçoamento. A participação no PDE

(Programa de Desenvolvimento Educacional) tem me confirmado esse

ponto de vista. A cada evento e palestra ou a cada leitura feita, os

especialistas deixam sempre muito clara essa necessidade, alertando que

para se ter uma educação de qualidade é necessário que o professor,

como principal responsável pelo processo educativo, esteja

constantemente aprimorando seu conhecimento nos avanços e inovações.

Só assim estará suprindo as defasagens de sua formação inicial e

aprofundando os seus conhecimentos para melhorar o desenvolvimento

da sua prática pedagógica, ultrapassando o senso comum.

A modernidade exige mudanças, adaptações, atualização e

aperfeiçoamento. Quem não se atualiza fica para trás. A qualidade total, a

globalização, a parceria, a informática e toda a tecnologia moderna são

desafios presentes na prática pedagógica. A concepção moderna de

educador exige “uma sólida formação científica, técnica e política,

viabilizadora de uma prática pedagógica crítica e consciente da

necessidade de mudanças na sociedade brasileira” (BRZEZINSKI, apud

HYPOLITTO, 2007, p. 1).

Além disso, não podemos simplesmente aceitar todas as alternativas

e modismos que nos são oferecidos sem conhecê-los profundamente e

nem recusá-los sem uma justificativa bem fundamentada. Nesse sentido,

Zagury (2006, p. 171) afirma:

Cada profissional tem sua preferência em relação à forma de trabalhar. Assim como acredita em certos modismos, é fato também que pode discordar integralmente de outros. Uma coisa, porém, é inegável: para decidir se gosta ou não, se

2

concorda ou discorda, a condição básica é conhecê-los e a seus fundamentos teóricos bem como a sua forma de operacionalização.

E, para isso, a pesquisa e o estudo constante são indispensáveis.

Clebesch (2007, p. 1) também observa:

Na velocidade que as coisas estão mudando é nosso dever pensar um pouco mais para onde estamos indo e levando conosco nossos estudantes. Precisamos sair da toca. Não somos mais apenas professores. Somos, também analistas de tendências. E isso é muito estimulante. Devemos entender melhor o mundo para dialogarmos melhor com ele. [...] Deixemos nossas tocas. Quem hiberna são os ursos. Muitos deles, aliás, estão ameaçados de extinção.

Não se pode negar que o docente de hoje acumula funções que até

a bem pouco tempo não eram suas. Mas, também é inquestionável que

desempenha inúmeros papéis que são importantíssimos para o

desenvolvimento das futuras gerações cabendo-lhe, por isso, estimular a

cooperação, a solidariedade, a valorização individual e do grupo. Para isso,

é necessário encarar com muita seriedade sua profissão e trabalhar para

esclarecer os estudantes fazendo com que reflitam sobre a realidade em

que vivem buscando melhorá-la. Como fazer isso? A resposta está no

estudo, na pesquisa e no constante aperfeiçoamento.

Em uma de suas dicas “de como ser um bom professor”, Silva (1991,

p. 3) alerta:

Atualize-se, atualize-se, atualize-se... – esta repetição é intencional e pretende apagar da sua consciência algum possível resquício de desejo de acomodação. A chamada “educação permanente” é fundamental para todos os indivíduos e mais fundamental ainda para os educadores. Além de uma dedicação maior à literatura de sua área específica de atuação, procure acompanhar e inter-relacionar os dados provindos de outros campos do conhecimento, principalmente história, política e economia. É o conhecimento da totalidade do real que aumenta o seu poder de julgamento

3

e decisão. E os maiores beneficiados serão você mesmo e os seus alunos.

Nesse sentido, Paro (2006) nos lembra que a beleza da educação

está precisamente em que o educador é tanto mais importante, tanto

mais educador, quanto mais ele for meio para propiciar o fim educativo.

No mesmo documento (o qual recomendo a leitura integral), Paro

descreve o processo educativo salientando que na educação o objetivo de

trabalho é o educando e que o fim da produção pedagógica é a construção

de um sujeito. E, “não forma sujeitos quem não é sujeito e não se sabe

sujeito da história e não vê o aluno como tal” (GONÇALVES, 2006, p. 17).

Na mesma página a autora acrescenta que não há professor capaz

de gerar sujeitos se não se compreende como educador, se não domina

bem a sua disciplina e se não tem uma boa compreensão científica, o que

exige estudo constante e muito conhecimento.

E isto, nos reporta à importância da formação continuada para os

educadores na busca de novas reflexões no processo educativo, onde o

agente escolar passe a vivenciar as transformações de forma a beneficiar

suas ações, com novas formas didáticas e metodológicas de promoção do

processo ensino-aprendizagem com seu aluno, sem com isso ser colocado

como mero expectador dos avanços estruturais de nossa sociedade, mas

um instrumento de enfoque motivador desse processo.

Sem, também, ser como observa Hypólitto (2007, p. 2) o professor

que repete o mesmo currículo de seus antecessores, colaborando para

que a escola continue parada no tempo, com alunos indisciplinados e

desmotivados, passando conhecimentos que em nada servem para a vida

social, profissional e pessoal.

Ainda, segundo Hypólitto (2007, p. 2):

Que deve fazer o professor consciente e comprometido com seu trabalho? Investir em sua formação, continuá-la para não

4

frustrar-se profissionalmente, para poder exigir respeito e, mesmo, melhorias salariais.O dia cheio e estafante não reserva tempo para a leitura, o estudo, a preparação de aula. Os cursos propostos, geralmente aos sábados ou em horários impossíveis, não atraem o professor que, ao menos, nos fins de semana, quer ficar com a família e muitas vezes com os cadernos e provas para corrigir.

Entretanto, “o profissional do futuro (e o futuro já começou) terá

como principal tarefa aprender. Sim, pois, para executar tarefas

repetitivas existirão os computadores e os robôs. Ao homem competirá ser

criativo, imaginativo e inovador” (SEABRA, 1994, apud HYPÓLITTO, 2007,

p. 2).

Demo (1993) considera que é preciso perceber que, modernamente,

o professor que apenas ensina será substituído pelas instrumentações

eletrônicas, muito mais eficientes na reprodução. O professor continuará

insubstituível como formulador, organizador, revisor, atualizador dos

conteúdos a serem socializados, o que exige atitude de sujeito crítico e

criativo. “[...] o professor que apenas ensina vai tornando-se sucata”

(DEMO, 1993, p. 155).

OS DESAFIOS ATUAIS NA BUSCA DAS MUDANÇAS

NECESSÁRIAS

É de comum conhecimento que quando se fala em mudanças na

escola, a primeira figura em que se pensa é na do professor. Isto, porque é

ele, juntamente com o aluno, que opera o processo ensino-aprendizagem,

legitimando a escola tal como se encontra configurada na sociedade

vigente.

Entretanto, Moran (2007) considera que um dos eixos das mudanças

na educação passa pela transformação da educação em um processo de

comunicação autêntica e aberta entre professores e alunos,

5

principalmente, incluindo também administradores e a comunidade,

principalmente os pais.

Diz Moran (2007, p. 1):

Só vale a pena ser educado dentro de um contexto comunicacional participativo, interativo, vivencial. Só aprendemos profundamente dentro desse contexto. Não vale a pena ensinar dentro de estruturas autoritárias e ensinar de forma autoritária. Pode até ser mais eficiente a curto prazo – os alunos aprendem rapidamente determinados conteúdos programáticos – mas não aprendem a ser pessoas, a ser cidadãos.

Mas, não vamos nos enganar. “Mudar não é tão simples e não

depende de um único fator. O que não podemos é cada um jogar a culpa

nos outros para justificar a inércia, a defasagem gritante entre as

aspirações dos alunos e a forma de preenchê-las” (Moran, 2007, p.1).

Cabe a cada um de nós a busca pela atualização, seja participando

de cursos presenciais ou à distância, seja pela pesquisa que é uma das

maneiras de formação continuada.

Segundo Demo (1996, apud FURLAN e NASCIMENTO, 2007, p. 6)

“educar pela pesquisa tem como condição essencial primeira que o

profissional da educação seja pesquisador, ou seja, maneje a pesquisa

como princípio científico e educativo e a tenha como atitude cotidiana”.

Assim, a pesquisa deve ser contemplada como definição inerente à

prática pedagógica, constituindo-se num compromisso intrínseco à

profissão docente, entendendo que “quem pesquisa, tem o que ensinar,

deve, pois, ensinar, porque “ensina” a produzir, não a copiar. Quem não

pesquisa, nada tem a ensinar, pois apenas ensina a copiar” (DEMO, 1993,

p. 128).

Nesse sentido Freire (2002, p. 32) ressalta:

6

Enquanto ensino continuo buscando, reprocurando. Ensino porque busco, porque indaguei, porque indago e me indago. Pesquiso para constatar, constatando, intervenho, intervindo educo e me educo. Pesquiso para conhecer o que ainda não conheço e comunicar ou anunciar a novidade.

Pesquisando, é possível descobrir novas maneiras de planejar,

ensinar, organizar o conhecimento, de avaliar e de se relacionar com o

aluno.

Santos (2004) considera que no esforço de inovar seu trabalho

educativo, a experiência tem mostrado aos professores que eles não

contam com os recursos necessários para investir na qualidade

educacional, quer seja no campo da formação em serviço, quer nas

relações intra-escolares, quer nos recursos materiais e didáticos e na

valorização profissional. Eles têm consciência de que não é possível

renovar os conteúdos, a metodologia e a didática sem os meios

necessários. É a partir dessa percepção que nascem muitos focos de

resistência: inadequação de propostas recebidas no contexto de trabalho,

“acomodação” ou “imobilismo” relativamente, a situações já existentes

com relação a métodos, conteúdos ou atitudes que adotaram no decorrer

da trajetória profissional. Por esses motivos, advém a resistência a

qualquer tipo de mudança que venha a ocorrer em seu espaço

pedagógico.

Entretanto, Zagury (2006, p. 110) nos anima, afirmando que

[...] há ainda muitos motivados e prontos a assumir mais e mais tarefas educacionais (que, aliás, não param de crescer). São esses que lotam auditórios, participando de cursos, seminários e congressos para discutir problemas, aventar hipóteses, tentar soluções, trocar experiências – bem ou mal sucedidas. Esses são os que carregam o Brasil para diante e fazem a diferença!

Continua a autora, na mesma página:

7

O professor na verdade é um herói, o grande herói brasileiro anônimo, movido o mais das vezes por uma espécie de convicção interior, que o domina e faz continuar tentando, tentando, tentando... Sem essa (abençoada) compulsão, o que seria dos nossos meninos?

É, no exemplo desses “heróis” que me inspiro para afirmar que a

procura pela atualização constante depende de cada um de nós. Sabemos

que as mudanças nas escolas são necessárias e que nós, os educadores,

somos a chave dessas mudanças. Por isso, é importante que

manifestemos a vontade de mudar, bem como a capacidade para

enfrentar mudanças e efetivá-las, porque, como afirma Luckesi (2005, p.

1):

Certamente que não temos, de imediato, nenhuma possibilidade de mudar as políticas públicas para a educação, assim como as condições materiais de ensino, tais como baixos salários, espaços físicos inadequados, entre outros. Essas são reivindicações que exigem ações nossas no âmbito da sociedade civil organizada, como sindicatos, partidos políticos, comunidades de base. Todavia, na nossa sala de aula, podemos colocar nossa atenção e nosso coração naquilo que praticamos, tais como no desejo de que os alunos aprendam, na criação ou recriação de atividades que possibilitem, no processo prazeroso e criativo de aprendizagem, na relação com os educandos, que, por conseqüência, possibilitam o desenvolvimento.

Nessa perspectiva, para Santos (2007, p. 43), a formação

continuada é vista, portanto, como importante condição de mudança das

práticas pedagógicas, entendidas a partir de dois aspectos: o primeiro

como processo crescente de autonomia do professor e da unidade escolar

e o segundo como processo de pensar-fazer dos agentes educativos e, em

particular, dos professores, com o propósito de concretizar o objetivo

educativo da escola, que ao meu ver começa pela melhoria da qualidade

do ensino.

8

A FORMAÇÃO CONTINUADA E A QUALIDADE DO ENSINO

Sabemos que a escola na atualidade sofre com o desenvolvimento

acelerado que ocorre a sua volta, onde as informações são atualizadas em

função de segundos, ocasionando de certa forma, o desgaste e o

comprometimento das ações voltadas para o aprimoramento do ensino,

fazendo com que a sala de aula se torne um ambiente de pouca

relevância para a consolidação do conhecimento, tornando a vivência

social o requisito primordial para a busca de aprendizado.

Sabemos, também, que a mudança acelerada do contexto social

influi fortemente no papel a desempenhar pelo professor no processo de

ensino. O professor deve apresentar uma postura norteadora do processo

ensino-aprendizagem, levando em consideração que sua prática

pedagógica em sala de aula tem papel fundamental no desenvolvimento

intelectual de seu aluno, podendo ele ser o foco de crescimento ou de

introspecção do mesmo quando da sua aplicação metodológica na

condução da aprendizagem.

Nesse sentido, Freire (2002) defende que nosso papel político no

mundo não deve ser o de quem apenas constata o que ocorre, mas

também o de quem intervém como sujeito de ocorrências, constatando

não apenas para se adaptar, mas para mudar, pois, constatando é que nos

tornamos capazes de intervir na realidade. Assim, nas próprias palavras

de Freire (2000, apud FURLAN e NASCIMENTO, 2007, p. 3):

O exercício de pensar o tempo, de pensar a técnica, de pensar o conhecimento enquanto se conhece, de pensar o quê das coisas, o para quê, o como, o em favor de quê, de quem, o contra quê, o contra quem são exigências fundamentais de uma educação democrática à altura dos desafios do nosso tempo.

9

Para Moran (2007, p. 2) ensinar e aprender exigem hoje muito mais

flexibilidade espaço-temporal, pessoal e de grupo, menos conteúdos fixos

e processos mais abertos de pesquisa e de comunicação. Uma das

dificuldades atuais é conciliar a extensão da informação, a variedade das

fontes de acesso, com o aprofundamento da sua compreensão, em

espaços menos rígidos, menos engessados. Diz ele:

Temos informações demais e dificuldade em escolher quais são significativas para nós e conseguir integrá-las dentro da nossa mente e da nossa vida. A aquisição da informação, dos dados dependerá cada vez menos do professor. As tecnologias podem trazer hoje dados, imagens, resumos de forma rápida e atraente. O papel do professor – o papel principal – é ajudar o aluno a interpretar esses dados, a relacioná-los, a contextualizá-los. O papel do educador é mobilizar o desejo de que o aluno aprenda, que se sinta sempre com vontade de aprender, de conhecer mais.

Paro (2006, p. 14) afirma:

Quantas vezes ouvimos dizer que a escola é boa, que tudo está muito bem, mas que o aluno não aprendeu “porque não quis”. Como se levar o aluno a querer aprender não fosse a função da educação. [...] Dizer “a escola é boa, mas a criança não aprendeu porque não quis” é o mesmo que dizer que a cirurgia foi um sucesso, mas o paciente morreu. Se não houve aprendizado, não houve ensino.

Moran (2007) considera que aprender depende também do aluno, de

que ele esteja pronto, maduro, para incorporar a real significação que essa

informação tem para ele, para incorporá-la vivencialmente,

emocionalmente. Enquanto a informação não fizer parte do contexto

pessoal – intelectual e emocional - não se tornará verdadeiramente

significativa, não será aprendida verdadeiramente.

Assim, nas palavras do próprio Moran (2007, p. 1):

10

Só podemos ensinar até onde conseguimos aprender. E se temos tantas dificuldades em ensinar, entre outras coisas, é porque aprendemos pouco até agora. Se admitíssemos nossa ignorância quase total sobre tudo – tanto docentes como alunos – estaríamos mais abertos para o novo, para o aprender. Mas ao pensar que sabemos muito, limitamos nosso foco, repetimos fórmulas, avançamos devagar.

O autor considera que avançaremos mais pela educação positiva do

que pela repressiva. Que é importante não começar pelos problemas,

pelos erros, não começar pelo negativo, pelos limites. E sim começar pelo

positivo, pelo incentivo, pela esperança, pelo apoio na nossa capacidade

de aprender e mudar. Ajudar o aluno a que acredite em si, que se sinta

seguro, que se valorize como pessoa, que se aceite plenamente em todas

as dimensões da sua vida. “Se o aluno acredita em si, será mais fácil

trabalhar os limites, a disciplina, o equilíbrio entre direitos e deveres, a

dimensão grupal e social” (MORAN, 2007, p. 2).

Continua o autor na mesma página:

Avançaremos mais se aprendemos a equilibrar planejamento e criatividade, a organização e a adaptação a cada situação, a aceitar os imprevistos, a gerenciar o que podemos prever e a incorporar o novo, o inesperado, Planejamento aberto, que prevê, que está pronto para mudanças, para sugestões, adaptações. Criatividade, que envolve sinergia, pôr as diversas habilidades em comunhão, valorizar as contribuições de cada um, estimulando o clima de confiança, de apoio.

E criatividade, para Luckesi (2006) tem a ver com a possibilidade do

olho brilhar diante da compreensão de alguma coisa nova sobre a qual

desconhecíamos. Tem a ver com o prazer de aprender, de entender, de

buscar, de saber fazer, de construir, de conseguir dar conta de alguma

coisa que nos desafia ou que desafia nossos educandos.

11

Educadores e educadoras que rompem com a formalidade na prática pedagógica são aqueles que colocam “coração” no caminho pedagógico e insistem, inventam e reinventam possibilidades para que os seus educandos aprendam, porque, para desenvolver-se, importa que aprendam significativamente sobre tudo que se passa diante de seus olhos. Muitas vezes, isso parece ser difícil, mas se o coração estiver lá tudo se torna fácil, inventa-se e flui (LUCKESI, 2006, p. 4).

Mesmo, porque, os modernos conceitos definem o professor

eficiente como aquele que “instrumentaliza o aluno, permitindo-lhe

dominar o mecanismo do aprender e tornando-o independente para, a

qualquer momento, estando ou não no âmbito escolar, continuar

aprendendo” (ZAGURY, 2006, p. 157).

Entretanto, nas palavras da mesma autora, é fácil e confortável

criticar, dizendo a quantos queiram ouvir, que cabe ao professor encantar,

fascinar, deslumbrar crianças e jovens; que é obrigação do docente

moderno ser empreendedor e criativo; que deve variar métodos e técnicas

de forma pedagogicamente correta e avaliar qualitativamente. Discurso

atraente que tem sua base teórica, mas que não pode se esquecer que os

professores necessitam de condições de trabalho compatíveis com os

objetivos que se espera que operacionalizem e alcancem. Incluindo,

nessas condições, apoio e assessoramento para seu constante

aperfeiçoamento.

A IMPORTÂNCIA E A NECESSIDADE DO PEDAGOGO COMO

ARTICULADOR DA FORMAÇÃO CONTÍNUA DO PROFESSOR

Reconhecendo que “não podendo a escola resolver tudo, deve

resolver o que lhe cabe” (DEMO, 1993, p. 80) e reconhecendo também

que “a função principal da escola é ensinar e que, portanto, o resultado

que dela deve ser esperado e cobrado é a aprendizagem do aluno”

(MELLO, 1994, p. 67), é nesse sentido que podemos nos empenhar.

12

Para nós, pedagogos, como agentes co-responsáveis pela qualidade

do ensino, a formação continuada do professor torna-se um constante

desafio em nossa ação escolar, mesmo diante de todas as iniciativas

nesse sentido disponibilizadas pelos órgãos competentes, nas esferas

federal, estadual ou municipal.

E, como nossa função se efetiva na prática, para que nossa ação

tenha êxito é imprescindível um aprendizado contínuo na busca de novas

estratégias e caminhos, ou seja, da renovação e inovação constantes, com

muita reflexão, tolerância, diálogo, parceria e participação coletiva,

fortalecendo, assim, a autonomia e incentivando a criatividade nas

instituições educacionais sob nossa responsabilidade.

Nesse sentido, Libâneo (2000, apud MENDES, 2007, p. 1) questiona:

Como ajudar os professores a se apropriarem da produção de pesquisa sobre educação e ensino? O que significa “qualidade de ensino” numa sociedade que caibam todos? Como potencializar a competência cognitiva e profissional dos professores? [...] Como introduzir mudanças nas práticas escolares, partindo da reflexão na ação? Que ingredientes do processo de ensino e aprendizagem (e que integram, também, as práticas de formação continuada em serviço) levam a promover uma aprendizagem que modifica o sujeito e o torna construtor de sua própria aprendizagem?

Esses questionamentos apontados nos direcionam a uma análise

profunda e detalhada, servindo como ponto de partida para propormos

criar na escola um espaço para intercâmbios de experiências e práticas

docentes, possibilitando a busca de novas estratégias ou alternativas

coerentes com um novo caminhar.

Nas palavras do Governador Roberto Requião, em sua palestra de

abertura do curso PDE “se não tivermos na sala de aula um professor

altamente capacitado para a formação de nossos estudantes, de nada

adianta destinar, como estamos destinando, 30% do orçamento para a

educação”.

13

Disse ainda: “Queremos escolas vivas, criativas, agitadas,

professores que mobilizem as salas de aula, que abram horizontes, que

descortinem a vida e as maravilhas do conhecimento. Queremos

professores e alunos esclarecidos que não se submetam ao controle da

opinião pública, á verdadeira ditadura do pensamento dominante hoje

imposta pela grande mídia”.

Entendendo que todo professor pode ser mais que um mero

transmissor de informações, desde que se sinta realmente incomodado a

ponto de buscar novos rumos para sua prática profissional, espero contar

com o interesse dos profissionais do município para enfrentar mais esse

desafio.

Com certeza, não tenho a fórmula mágica, não porque ela não

exista, mas porque ela é diferente para cada situação. Não existe uma,

mas várias fórmulas mágicas, por isso precisamos experimentar muitas

delas para ver qual funcionará melhor em cada uma das nossas salas de

aula. Precisamos também repensar a nossa prática, a fim de verificar se

estamos fazendo alguma coisa de errado que esteja impedindo que

nossos resultados sejam melhores.

Nesse sentido, a contribuição de Hoffmann (2002, apud FURLAN e

NASCIMENTO, 2007, p. 6) nos esclarece:

Não se pode ensinar ao professor o que ele precisa aprender. As aprendizagens significativas são construções próprias do sujeito. [...] Ele pode até sentir a necessidade de mudanças, mas se não entender o significado essencial de uma proposta pedagógica numa direção, não saberá como construí-la. Não basta alguém dizer-lhe que deve fazer diferente se ele não pensar diferente sobre o que faz.

Para que não continuemos repetindo as estratégias e técnicas do

passado, precisamos saber que outras possibilidades são possíveis e por

isso se faz necessário estar aberto para aprender com os próprios alunos e

também com os outros professores, refletindo sempre sobre o que

14

estamos fazendo, para que e como podemos melhorar. O desafio está em

encontrarmos tempo para conhecer as novas tecnologias, ler sobre elas,

atualizar-se e planejar o seu uso, prevendo com nossos alunos objetivos,

caminhos e atividades para desenvolver a pesquisa, organizando e

participando de momentos coletivos e individuais e avaliando o processo

de cada sujeito na busca de novas propostas para as transformações

necessárias à escola.

Garrido (2005, apud SILVA e COLLI, 2007) considera essa tarefa

formadora, articuladora e transformadora, de certa forma difícil. Primeiro

por não oferecer fórmulas prontas e sim mostrar a necessidade de criar

soluções de acordo com cada realidade. E segundo, porque mudar o que

está posto, com novos modelos, novas técnicas, significa reconhecer

deficiência no trabalho, significa enfrentar conflitos entre os envolvidos,

pelo fato dos valores, pela visão de mundo e os interesses serem

diferentes. Diante disso, muitos professores resistem às mudanças,

preocupados em não dominar as novas propostas. Contudo, há

necessidade de uma parceria professores-coordenadores pedagógicos,

para juntos, vencerem o medo, as inseguranças e aos poucos

conquistarem seus espaços.

Para isso, é necessário criar mecanismos visando sensibilizar o

professor da importância de se discutir a prática pedagógica, pois, a falta

de uma maior reflexão sobre essa questão, como já foi mencionado, faz o

professor permanecer na sua postura tradicional com uma atuação

totalmente acrítica e reprodutiva.

Na escola temos pessoas que desempenham diferentes funções,

todas de suma importância para o desenvolvimento do trabalho

pedagógico. Precisamos exercitar o difícil aprendizado de que é na

diferença que se faz o todo, onde não há superiores e inferiores, mas

trabalhadores e trabalhadoras da educação construindo uma escola

pública a cada dia mais humana, democrática e de qualidade (APP-

SINDICATO, 2005).

15

“Trata-se, portanto, de uma escola onde se ensine bem aquilo que

os alunos precisam aprender, pois, sem o domínio do saber, eles não

alcançarão a liberdade e muito menos a possibilidade de agir e de

transformar a sua realidade” (ASSIS, apud GRINSPUN, 1996, p. 130).

Na mesma página a autora continua dizendo que para atender a

essas funções, há que se ter objetivos bem definidos, contar com a

participação e comprometimento de todos. Há que se contar com

profissionais competentes, isto é, que tenham uma visão ampla e

profunda dos processos pedagógicos, das necessidades e interesses dos

alunos, das condições reais do trabalho docente, das relações que se dão

no processo ensino-aprendizagem e na sociedade.

Compreende-se que para isso o pedagogo terá que buscar

embasamentos teóricos para aperfeiçoar-se e assim contribuir com os

demais profissionais para uma melhor compreensão de trabalhar no

coletivo em todos os aspectos.

Portanto, cabe ao pedagogo, como coordenador pedagógico, vencer

os desafios com que se depara no cotidiano da escola, superando o

conflito entre o real e o possível e integrando a comunidade escolar em

benefício do processo ensino-aprendizagem. Desse modo, faz-se

necessário construir caminhos de aproximação, negociação, diálogo e

troca, avaliando situações do cotidiano escolar e dando encaminhamentos

necessários no sentido de coordenar um trabalho voltado para a

transformação do ensinar e aprender. Daí a importância do

comprometimento do pedagogo no desempenho de seu papel de

articulador de idéias e de ações no cotidiano escolar.

REFERÊNCIAS

APP-SINDICATO. Formação e papel do pedagogo na organização do trabalho escolar. In: Caderno de Debates. IV Conferência Estadual de Educação da APP-Sindicato. Curitiba, 2006.

16

ASSIS. N, de. Revendo o meu Fazer sob uma Perspectiva Teórico-Prática. In: GRINSPUN, M. P. S. Z. (Org.) A Prática dos Orientadores Educacionais. São Paulo: Cortez, 1996.

CLEBESCH, J. Muito além do jardim. Disponível em www.profissaomestre.com.br Acesso: maio/2007

DEMO, P. Desafios Modernos da Educação. Petrópolis, Vozes, 1993.

FREIRE, P. Pedagogia da Autonomia: saberes necessários à prática docente. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2002.

FURLAN, F.; NASCIMENTO, F.R. do. A pesquisa e o professor: desfio atual da educação. Disponível em www.unifra.br/eventos/jornaldaeducacao2006 Acesso: dezembro/2007.

GONÇALVES, M. D. de S. Comentários a respeito da palestra do professor Vitor Paro. In: Revista da Conferência Extraordinária da APP-Sindicato. Curitiba, 2007.

HYPOLITTO, D. Repensando a Formação Continuada. Disponível em http://br.geocities.com/ Acesso: novembro/2007.

LIBÂNEO, J. C. Adeus Professor. Adeus Professora?: novas exigências educacionais e profissão docente. São Paulo: Cortez, 2000.

LUCKESI, C. C. Formalidade e criatividade na prática pedagógica. Revista ABC EDUCATIO, nº 48, agosto de 2006. Disponível em www.luckesi.com.br/ Acesso novembro/2007.

MELLO, G. N. de. Cidadania e Competitividade: desafios educacionais do terceiro milênio. São Paulo: Cortez, 1994.

MENDES, D. das G. A importância e a necessidade do Supervisor Articulador da Formação Continuada do Professor. Disponível em www.sindicatoapase.org.br Acesso: dezembro/2007.

MORAN, J. M. A educação que desejamos. Modificar a forma de ensinar. A aprendizagem de ser educador. As etapas de aprendizagem a ser docente. Educar o educador. Disponíveis em www.eca.usp.br/ Acesso: dezembro/2007.

PARO, V. H. A escola pública que queremos. In: Revista da Conferência Extraordinária da APP-Sindicato. Curitiba, 2007.

17

REQUIÃO, R. Palestra na aula inaugural do PDE – 12/03/2007. Curitiba, 2007.

SANTOS, S. M. M. Formação continuada numa perspectiva de mudança pessoal e profissional. Disponível em www.uefs.br/ Acesso: dezembro/2007.

SILVA, E. T. De como ser um mau professor/ de como ser um bom professor. In: _________ . O professor e o combate à alienação imposta. São Paulo: Cortez, 1991.

SILVA, J. A. da; COLLI, E. M. Reflexões sobre a prática pedagógica da Orientação Educacional. Disponível em www.psicopedagogia.com.br/ Acesso: novembro/2007.

ZAGURY, T. O Professor Refém: para pais e professores entenderem por que fracassa a educação no Brasil. Rio de Janeiro: Record, 2006.

SUGESTÕES DE LEITURAS

Além das referências citadas, recomendo os textos disponíveis nos sites:

www.eca.usp.br/

www.profissaomestre.com.br

www.escola2000.org.br/

E ainda:

O Livro O Professor Refém é leitura recomendável, principalmente para

todos os professores, pois retrata a realidade vivida nas escolas,

mostrando claramente as dificuldades enfrentadas pelos educadores e

apresentando soluções possíveis para cada situação apresentada. Difícil

algum professor não reconhecer a sua própria vida na maior parte das

respostas dadas pela autora.

Na obra Pedagogia da Autonomia Freire expõe os saberes que

considera necessários à prática docente e incentiva os educadores e

educadoras a refletirem sobre seus fazeres pedagógicos, aperfeiçoando

18

seu trabalho e fazendo a cada dia a opção pelo melhor, não de forma

ingênua, mas com certeza de que, se há tentativas, há esperanças e

possibilidades de mudanças daquilo que necessita mudar.

Os textos apresentados a seguir possibilitam a reflexão do nosso

cotidiano traçando um paralelo entre a educação que temos e a que

desejamos para nossos alunos. Mostra as tendências para um novo

modelo de ensino e cria novas possibilidades de entendimento quanto à

complexidade do ato ensinar e de aprender.

Além desses, nos sites indicados podem ser encontrados outros textos

muito interessantes, testes como o que se encontra no final desse

trabalho e também dicas e sugestões para diversificar nossa prática do

dia-a-dia.

19

A Casa - A Escola Rubem Alves

Disponível em www.escola2000.org.br/

Uma professora me escreveu pedindo-me que eu lhe desse algumas dicas sobre como despertar o interesse dos seus alunos sobre a sua matéria. Sua pergunta brotava do seu sofrimento. Preparava suas aulas como havia aprendido nas aulas de didática - mas a sua aula não era capaz de seduzir a imaginação dos seus alunos. Numa situação como essas o mais fácil e o mais comum é culpar os alunos: eles são indisciplinados, não querem aprender, são psicologicamente incapazes de concentrar a atenção. Essa professora não culpava os alunos. Culpava a si mesma. Devia haver algo de errado em suas aulas para que os alunos não prestassem atenção.

Uma aula é como comida. O professor é o cozinheiro. O aluno é quem vai comer. Se a criança se recusa a comer pode haver duas explicações. Primeira: a criança está doente. A doença lhe tira a fome. Quando se obriga a criança a comer quando ela está sem fome, há sempre o perigo de que ela vomite o que comeu e acabe por odiar o ato de comer. É assim que muitas crianças acabam por odiar as escolas. O vômito está para o ato de comer como o esquecimento está para o ato de aprender. Esquecimento é uma recusa inteligente da inteligência. Segunda: a comida não é a comida que a criança deseja comer: nabo ralado, jiló cozido, salada de espinafre... O corpo é um sábio. Etimologicamente a palavra sábio quer dizer "eu degusto". O corpo não é um porco que come tudo o que jogam para ele, como se tudo fosse igual. Ele opera com um delicado senso de discriminação. Algumas coisas ele deseja. Prova. Se são gostosas, ele come com prazer e quer repetir. Outras não lhe agradam, e ele recusa. Aí eu pergunto: "O que se deve fazer para que as crianças tenham vontade de tomar sorvete?" Pergunta boba. Nunca vi criança que não estivesse com vontade de tomar sorvete. Mas eu não conheço nenhuma mágica que seja capaz de fazer com que uma criança seja motivada a comer salada de jiló com nabo. Nabo e jiló não provocam a sua fome.As crianças têm, naturalmente, um interesse enorme pelo mundo. Os olhinhos delas ficam deslumbrados com tudo o que vêem. Devoram tudo. Lembro-me da minha neta de um ano, agachada no gramado encharcado, encantada com uma minhoca que se mexia. Que coisa fascinante é uma minhoca aos olhos de uma criança que a vêem pela primeira vez! Tudo é motivo de espanto. Nunca estiveram no mundo. Tudo é novidade, supresa, provocação à curiosidade. Visitando uma reserva florestal no Espírito Santo a bióloga encarregada de educação ambiental me contou que era um prazer trabalhar com as crianças. Não era necessário nenhum artifício de motivação. As crianças queriam comer tudo o que viam. Tudo provocava a fome dos seus olhos: insetos, pássaros, ninhos, cogumelos, cascas de árvores, folhas, bichos, pedras. Alberto Caeiro disse que foram as crianças que o ensinaram a ver. Disse que a criança que o ensinou a ver era Jesus Cristo tornado outra vez menino: "A mim ensinou-me tudo. / Ensinou-me a olhar para as coisas. / Aponta-me todas as coisas que há nas flores. / Mostra-me como as pedras são engraçadas / Quando a gente as tem na mão / E olha devagar para elas./Quando eu era jovem e não sabia que os olhos das crianças eram diferentes dos olhos dos adultos eu ficava bravo com meus filhos quando a gente viajava. Eu

20

olhava para fora do carro e ficava deslumbrado com cenários que via: montanhas, lagos, florestas. Queria que eles gozassem aquela beleza. Mostrava para eles, e era como se ela não existisse. Eles nem ligavam. E eu ficava com raiva. "Como podem ser insensíveis a tanta beleza?"

Eu não sabia que os olhos das crianças não têm fome de coisas que estão longe. Os olhos das crianças têm fome de coisas que estão perto. As crianças querem pegar aquilo que vêem. Cenários não podem ser pegos com a mão. Quando são bem pequenas elas olham, pegam, e levam à boca: querem comer, sentir o gosto da coisa. O bichinho de que gostam é aquele que elas podem acariciar, colocar no colo: o coelhinho, o cachorrinho, o gatinho. Nunca vi crianças com interesse especial por peixes em aquários. Peixinhos não podem ser agradados, não podem ser colocados no colo. E nem por pássaros. A menos que os pássaros possam ser agradados. Conheço uma menina que tinha como seu bichinho de estimação uma galinha. Mas a galinha dela era diferente: vinha quando era chamada e gostava de ser agradada.

Todos os objetos que podem ser pegos com a mão são brinquedos para as crianças. E por isso elas gostam deles. Estão naturalmente motivadas por eles. Querem comê-los. Querem conhecê-los. Com sete anos de idade tive a minha primeira experiência fracassada com a engenharia mecânica. Secretamente desmontei o relógio de pulso de minha mãe. Infelizmente não consegui juntar as engrenagens de novo. Com sete anos eu sabia que os objetos são interessantes e que a gente os conhece não de longe, mas mexendo neles, desmontando e montando.

Para mim esse é um princípio fundamental da aprendizagem: a fome de aprender acontece na fronteira entre o corpo e o ambiente. As crianças não se interessam por montanhas, lagos e florestas porque estão longe dos seus braços. Mas têm prazer em subir em árvores, apanhar frutas, descobrir ninhos, brincar nos remansos, pescar. As crianças se interessam por objetos com os quais os seus corpos podem estar em contacto, que podem ser manipulados. Elas não têm um interesse natural por operações matemáticas abstratas. Mas se estão vendendo pipas na feira, elas se interessam logo por somar e diminuir para contabilizar preços e trocos. E que dizer da forma como elas aprendem a falar, coisa mais assombrosa não existe! Elas não aprendem a falar abstratamente. Aprendem os nomes dos objetos e das pessoas ao seu redor, os verbos que indicam as atividades que fazem. Quando a criança diz "mamãe" ela está chamando para si um objeto querido. A princípio, toda palavra é uma invocação.

Aí elas vão para as escolas. Aí a aprendizagem sai da vida e passa para os programas. Programas são séries de conhecimentos organizados abstratamente numa ordem lógica. Mas a ordem dos programas, por terem sido preparados abstratamente, não segue a ordem da vida. Aparece então o descompasso. O que elas têm de aprender não é aquilo que o corpo delas quer aprender, pela simples razão de que a vida não segue programas. Aí surge a pergunta: como motivá-las a comer nabo e jiló? Vocês podem imaginar como é que se ensinaria uma criança a falar, seguindo-se um programa? Ela não aprenderia nunca. Não gosto de laboratórios nas escolas. Sua função não é ensinar ciência. Sua função é seduzir os pais. Os pais querem sempre o melhor para os seus filhos e o

21

que é moderno deve ser melhor. Uma escola que tem laboratórios com aparelhinhos deve ser uma boa escola. Mas os laboratórios, antes que os estudantes entrem nele, já ensinaram uma coisa fatal para a inteligência científica: que ciência é algo que acontece dentro daquele espaço. A ciência não começa com aparelhos. Ela começa com olhos, curiosidade e inteligência.

Sonho com uma escola que tenha a casa de morada da criança como seu laboratório. A casa é o seu espaço imediato. Ela está cheia de objetos e ações interessantes. Pensar a casa é pensar o mundo onde a vida de todo dia está acontecendo. Numa casa não poderia haver um currículo pronto porque a vida é imprevisível: não segue uma ordem lógica. Os saberes prontos ficariam guardados num lugar, como as ferramentas ficam guardadas numa caixa. As ferramentas são tiradas da caixa quando elas são necessárias para resolver problemas. Assim são os saberes: ferramentas. Ninguém aprende ferramenta para aprender ferramenta. O sentido da ferramenta é o seu uso na prática. O sentido de um saber é o seu uso na prática. Se não pode ser usado não tem sentido. Deve ser jogado fora.E por falar nisso, a palavra "dígrafo" que todas as crianças têm de aprender, serve para que? Assim são os nossos programas, cheios de "dígrafos" sem sentido... Por isso as crianças não aprendem.

Este material foi obtido através do website de Cipriano Carlos LuckesiWebsite: www.luckesi.com.br / e-mail:[email protected]

Formalidade e criatividade na prática pedagógicaCipriano Carlos Luckesi1Artigo publicado na Revista ABC EDUCATIO, nº 48, agosto de 2005, páginas 28 e 29.Don Juan, índio Yaqui, mestre de Carlos Castañeda, diz, no livro Erva do diabo, que “um caminho sem coração não é caminho”. E o professor Darci Ribeiro dizia, metaforicamente, que “uma boa escola se faz com uma boa professora”. Penso que ambas as afirmações dizem a mesma coisa. De fato, parece que a vida segue um curso desejado, caso coloquemos o nosso coração naquilo que nós fazemos.Recentemente, eu ouvia uma avó perguntando ao seu neto pela nova escola, na qual estava estudando, na medida em que concluíra quarta série e ingressara na quinta em outra instituição do Ensino Fundamental. A criança assim respondeu à avó: “Minha avó, na outra escola, as professoras ensinavam para eu aprender; nesta, os professores dão tarefas para a gente estudar e, depois, fazem testes para a gente tirar pontos...” Uma criança, prestando atenção a sua experiência escolar, facilmente distingue entre uma escola, que é presidida pela criatividade, de outra, que o é pela formalidade no ensino e na aprendizagem, mas nós educadores e educadoras, em muitas vezes, não conseguimos distinguir essas possibilidades nem levar a sério essa distinção. A mim me parece, que isso ocorre devido nosso coração não estar comprometido com nosso caminho de ensinar, para que efetivamente o educando aprenda. Ensinamos. E pronto!Estar com o coração na prática pedagógica significa investir no educando, para que ele aprenda e, em função de aprender, se desenvolva. Certamente que as condições de ensino que temos em nosso país não são

22

satisfatoriamente adequadas. Temos espaços físicos inadequados, materiais didáticos insatisfatórios, baixos salários e, possivelmente, muitas outras queixas, sem sombra de dúvidas, significativas, compondo a lista dos aspectos negativos que dificultam o exercício docente. Porém, a fixação de nossa atenção nos problemas não nos permite olhar para soluções. Na medida em que permaneçamos voltados exclusivamente para os impasses, não temos possibilidades de ver soluções à frente.1 Professor do Programa de Pós-Graduação em Educação, Faculdade de Educação, Universidade Federal da Bahia --- [email protected]ão estamos voltados para elas. É fato que temos imensos problemas, mas nosso aprisionamento neles inviabiliza nosso olhar e a nossa busca de soluções.Nesse contexto, penso que, apesar dos múltiplos e magnos problemas que dificultam nossas ações numa prática pedagógica saudável, necessitamos de nos abrir para a busca de soluções que viabilizem uma prática de ensino que seja atrativa para as crianças, jovens e adultos com os quais trabalhamos. No que se refere aos problemas, basta um diagnóstico para saber que eles existem e entravam nossa ação; não vale a pena ficarmos presos a eles.Certamente que não temos, de imediato, nenhuma possibilidade de mudar as políticas públicas para a educação, assim como as condições materiais de ensino, tais como baixos salários, espaços físicos inadequados, entre outros. Essas são reivindicações que exigem ações nossas no âmbito da sociedade civil organizada, como sindicatos, partidos políticos, comunidades de base. Todavia, na nossa sala de aula, podemos colocar nossa atenção e nosso coração naquilo que praticamos, tais como no desejo de que eles aprendam, na criação ou recriação de atividades que possibilitem, no processo prazeroso e criativo de aprendizagem, na relação com os educandos, que, por conseqüência, possibilitam o desenvolvimento.Desejamos nossos educandos desenvolvidos, mas nem sempre cuidamos deles o suficiente para que desenvolvam. Nem sempre os nutrimos suficientemente bem para que se desenvolvam e, por isso, se tornem cidadãos dignos de si mesmos na convivência consigo e com os outros.Penso que o educador e a educadora, que colocam o coração no seu caminho, saberão, com certeza, encontrar meios pelos quais os educandos aprenderão e, por isso mesmo, se desenvolverão. Essa postura pode ser representada pela diferença entre as parábolas do semeador e do jardineiro.A parábola do semeador diz que o semeador saiu a semear as suas sementes. Parte delas caiu à beira da estrada, vieram os passarinhos e comeram-nas, não permitindo que germinassem, crescessem e, conseqüentemente, dessem frutos. Parte delas caiu em terreno pedregoso, germinaram, mas não sobreviveram, pois que veio o sol escaldante e as plantinhas feneceram. Uma terceira parte caiu no terreno espinhoso, germinaram, mas as plantinhas não cresceram; foram abafadas pelos espinhos e morreram. E somente a quarta parte das sementes, que caiu na terra fértil, foi produtiva.As sementes germinaram, cresceram e deram bons frutos. Míseros 25% de bons frutos!A parábola do jardineiro traz uma visão alterada dessa mesma parábola. Ela diz que um jardineiro saiu a semear suas sementes. Preparou o terreno à

23

beira da estrada, semeou as sementes e, sabendo que pássaros viriam e as comeriam, criou armadilhas e espantalhos, de tal forma que os passarinhos não chegaram e, por isso, houve a germinação e as plantinhas, com a ajuda e cuidado do jardineiro, cresceram e deram frutos. No terreno pedregoso, antes de fazer sua semeadura, o jardineiro teve o cuidado de acrescentar terra nova e fértil e, somente sobre ela, lançou suas sementes, que germinaram, cresceram e produziram frutos. O terreno espinhoso, inadequado para o plantio, recebeu os cuidados do jardineiro, antes da semeadura. Os espinhos foram cortados, o terreno limpo e preparado para receber as sementes. E, então, elas germinaram, cresceram e produziram frutos. E, por último, uma parte das sementes foi semeada em terra fértil. Após preparar o terreno, o jardineiro lançou suas sementes, que germinaram, cresceram e produziram frutos. As sementes do jardineiro produziram frutos, se não 100%, ao menos em quantidade próxima deles!A diferença entre o semeador e o jardineiro é que o primeiro lança as sementes eespera que produzam frutos, porém, o segundo, diferentemente, cuida para que as sementes germinem, cresçam e produzam frutos. Os frutos não vem somente devido as sementes terem sido lançadas à terra, mas dos cuidados na preparação do terreno e sua fertilização, no acompanhamento e proteção das plantinhas, assim como na sua alimentação pelos adubos aplicados, e na sua umidificação diária com água fresca. Uma coisa é lançar as sementes e esperar pelos frutos, outra coisa, completamente diferente, é cuidar para que elas nasçam, cresçam e produzam frutos.O caminho pedagógico que “tem coração” é o do jardineiro. É o caminho daquele que investe diariamente nos educandos, tanto desejando que aprendam, como cuidando para que aprendam. Isso significa muitíssimo mais do que “tirar notas”. Tirar notas todos tiram, o que nem sempre acontece é que aprendam de forma significativa, através de conteúdos significativos, de atividades significativas, de cuidados significativos. E é isso que faz a diferença entre, de um lado, somente semear as sementes e, de outro, semear e cuidar das sementes e das plantas.Todos os dias, como educadores e educadoras, “damos aulas”, lançamos conteúdos, porém isso nem sempre (ou quase nunca) é suficiente para que nossos educandos efetivamente aprendam e saibam servir-se desses conhecimentos para a compreensão e condução de suas vidas. Por vezes (talvez, na maior parte das vezes), as “sementes”, que lançamos para nossos estudantes, somente servirão, de fato, para “tirar pontos”, como dizia o neto para a avó, no relato citado acima.Existirão educadores e educadoras que exercem o papel de semeadores? Com certeza!Contudo, por outro lado, neste nosso imenso país, tanto em cidades grandes como em cidades pequenas ou nos mais variados rincões de nosso espaço geográfico, existirão educadores e educadoras que colocam o “coração no seu caminho” e, então, cotidianamente, amorosamente, dedicadamente, olham para seus educandos como seres que necessitam de ser cuidados. E, assim cuidam deles e, por isso, aprendem. David Boadella, um terapeuta e educador inglês, diz que a receptividade viva do outro ser humano é o espaço

24

onde cada um de nós encontra as condições de nossa autocura e de nossa autoregeneração, ou seja, esse é o espaço onde cada um de nós encontra a possibilidade do próprio crescimento. Essa é outra versão da afirmação de Darci Ribeiro: uma boa escola se faz com uma boa professora! Todos nós necessitamos da receptividade viva do outro ser humano não só para aprender, mas até mesmo para viver. A receptividade viva é a possibilidade de acolher o educando como ele é, com o seu saber, com as suas fragilidades, mas também com suas riquezas; e, a partir daí, navegar com ele. Para onde quer que se vá. Esse, a meu ver, é o caminho que tem coração na prática pedagógica.O que isso tem a ver com formalidade e criatividade na prática pedagógica? Nossa prática em sala de aula tem se pautado mais pela formalidade que pela criatividade tanto no ensinar como no aprender. Nós herdamos a formalidade da nossa recente história da educação. Nos últimos quatrocentos anos, tem-se centrado atenção predominantemente no aspecto cognitivo conceitual do conhecimento, muitas vezes reduzindo o ensino e a aprendizagem à apropriação de súmulas de informações. E deste modo, descuidando do ensino e da aprendizagem do uso adequado e criativo da capacidade de conhecer, centrando atenção na formalidade ou nas formalidades do conhecimento. Isso significa que, muitas vezes, interessa que o educando seja capaz de tão somente repetir informações, mesmo que não as compreenda e nem saiba o que fazer com elas. O que, efetivamente, torna as atividades escolares enfadonhas para crianças, adolescentes e adultos.Vou relembrar uma experiência pessoal, que deve ser semelhante à de muitos que estão lendo este texto. Quando criança, aprendi transformar um número misto numa fração imprópria. Quem não terá aprendido isso? Número misto é aquele formado por um inteiro mais uma fração, tal como 2_. Minhas professoras e meus professores ensinaram-me da seguinte forma: multiplica-se o número inteiro pelo denominador da fração (2x8), ao resultado soma-se o numerador da fração (16+3), o resultado constitui o numerador da nova fração e repete-se o denominador (19/8). Será que os leitores deste texto não aprenderam assim? Pois bem, esse é um macete mecânico para proceder à transformação de um número misto numa fração imprópria. Ele facilita a vida do estudante, mas, com isso, não aprende nada do conteúdo “fração” em matemática. O estudante poderá repetir essa fórmula às centenas, mas não aprenderá nada, pois que não compreende nem precisa compreender o que está fazendo. Basta aplicar a fórmula mecanicamente. Exemplos como esse poderão ser repetidos às miríades em todas as disciplinas escolares. Para que servem essas “informações”?Para nada, ou melhor, somente para “tirar pontos” na escola, o que significa que não servem para aprender e se desenvolver. Não devemos nos esquecer, aqui, dos conteúdos éticos que também são ensinados dessa mesma forma, como regras formais “certas” de como agir.Sentimentos? Nenhum. Para quê? Por isso, estudantes e formados nos estudos acadêmicos não aprendem a usar os conteúdos aprendidos em suas vidas. Eles são eras formalidades, que, repetidos, garantem boas notas.

25

Por outro lado, criatividade tem a ver com a possibilidade do olho brilhar diante da compreensão de alguma coisa nova sobre a qual somente tínhamos ignorância, desconhecíamos. Criatividade tem a ver com o prazer de aprender, de entender, de buscar, de saber fazer, de construir, de conseguir dar conta de alguma coisa que nos desafia ou que desafia nossos educandos. Educadores e educadoras que rompem com a formalidade na prática pedagógica são aqueles que colocam “coração” no caminho pedagógico e insistem, inventam e reinventam possibilidades para que os seus educandos aprendam, porque, para desenvolver-se, importa que aprendam significativamente sobre tudo o que se passa diante de seus olhos. Muitas vezes, isso parece ser difícil, mas se o coração estiver lá, tudo se torna fácil; inventa-se e flui. Se nosso caminho “tiver coração”, ele guiará nossa ação, que será via eficaz, nada formal.

Este teste é uma adaptação da versão original que se encontra disponível em http://sitededicas.uol.com.br/teste_futprof.htm

De Olho no seu Futuro Profissional.

Hoje em dia a coisa mais importante na vida de um professor(a), é a sua qualificação profissional e versatilidade. É o seu diferencial no mercado de trabalho, e por isso, precisa ser verificado todo o tempo. O teste a seguir, apesar de não ter caráter científico oficial, serve de base para uma auto-avaliação dos profissionais da área educacional.Ele foi elaborado por pesquisadoras da Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo, muito conceituadas na área.

Responda a cada uma das questões abaixo, e veja sua situação no final. Boa Sorte!

Disponível em http://sitededicas.uol.com.br/teste_futprof.htm

EXPERIÊNCIA 1) Onde você já trabalhou?a) Somente em escola pública. ( II ) b) Somente em escola particular. ( I ) c) Em escola pública e particular. (III)

2) Em quantas escolas você lecionou nos últimos 7 anos?a) Uma escola. ( I ) b) Duas ou três escolas. ( II ) c) Mais de quatro escolas. (III)

3) Há quanto tempo você atua no magistério?a) Até dois anos. ( I ) b) De três a cinco anos. ( II ) c) Mais de cinco anos. (III)

ATUALIZAÇÃO 4) Quantos livros você leu nos últimos seis meses?a) Até dois. ( I )b) De três a cinco. ( II )

26

c) Seis ou mais. ( III )

5) Como você se mantém informado(a)?a) Assistindo a telejornais. ( I )b) Lendo jornais e revistas eventualmente e assistindo a telejornais. ( II )c) Lendo jornais e revistas diariamente e assistindo a telejornais. ( III )

6) Quanto aos recursos de informática (Internet e softwares), você:a) É um usuário freqüente. ( III )b) Tem interesse pelo assunto e é usuário eventual, pois não tem acesso freqüente. ( II )c) Não é usuário. ( I )

7) Quantas vezes você compareceu a eventos culturais (exposições, cinema, teatro, shows) nos últimos seis meses?a) Até duas. ( I )b) Três ou quatro. ( II )c) Cinco ou mais. ( III )

FORMAÇÃO PROFISSIONAL 8) Em quantos idiomas você é capaz de ler além do Português?a) Nenhum. ( I )b) Um. ( II )c) Dois ou mais. ( III )

9) Com relação às Diretrizes Curriculares , você:a) Sabe do que tratam mas não se interessa pelo assunto. ( I )b) Conhece as linhas gerais. ( II )c) Interessa-se desde que foram lançados, busca informações e troca experiências com os colegas. ( III )

10) No que se refere à capacitação profissional, você:a) Se mantém informado sobre a realização de cursos de vários institutos, participa deles com regularidade e propõe à diretoria de sua escola a promoção de outros. ( III )b) Participa dos que eventualmente ocorrem em sua escola, quando não afetam a programação de trabalho. ( II )c) Acha que a prática diária supre esta necessidade. ( I )

PRÁTICA 11) Quantas vezes você levou seus alunos a uma aula fora da escola ou a eventos culturais (teatro, cinema, museu) no ano?a) Nenhuma. ( I )b) Uma. ( II )c) Duas ou mais. ( III )

12) Com relação a projetos interdisciplinares, você:a) Acha ótimos em teoria, mas não participa por considerá-los complicados. (I )b) Interessa-se, mas aguarda que sejam propostos por outros professores. ( II )c) Antecipa-se e faz sugestões à direção e aos outros professores. ( III )

13) Como é sua prática em sala de aula?a) Seguir o programa sugerido pelo livro didático adotado. ( I )

27

b) Seguir o livro didático e partir para atividades sugeridas por ele. ( II )c) Considerar o livro didático apenas mais um recurso e recorrer a outras metodologias e fontes de informações como jornais, revistas e Internet. ( III )

14) O que cocê considera mais importante para a avaliação dos alunos?a) Provas e lição de casa. ( I )b) Participação nas aulas e, em segundo plano, as provas e as tarefas. ( II )c) A trajetória de cada aluno nas aulas, seu envolvimento com a disciplina e seu rendimento nas lições e provas. ( III )

15) Que atitude você toma se tem um aluno muito lento na realização dos trabalhos e que se torna o centro de brincadeiras desagradáveis por parte dos colegas?a) Espera a situação se resolver com o tempo. ( I )b) Sugere à família do aluno que consulte um especialista. ( II )c) Além da solução clínica, aproveita o caso para trabalhar com a turma temas como solidariedade, respeito e cidadania. ( III )

16) O que você faz se, ao entrar na sala de aula, seus alunos estão reunidos, discutindo animados uma notícia de jornal?a) Pede que parem para que a aula possa começar. ( I )b) Se o assunto tem relação com a disciplina, incentiva o debate. ( II )c) Mesmo que o tema não tenha ligação com a matéria, estimula o debate. ( III)17) Que providência você toma diante de uma classe indisciplinada?a) Recorre imediatamente à direção. ( I )b) Espera que a turma se acalme para tentar conversar. ( II )c) Investiga as causas e desenvolve ações para combater a indisciplina (conversa e definição de regras). ( III )

18) Quantas vezes você perdeu a cabeça em sala por motivos pouco relevantes nos últimos seis meses?a) Até uma. ( III )b) De duas a quatro. ( II )c) Cinco ou mais. ( I )

POSTURA 19) Como é seu relacionamento profissional com os colegas?a) Troca informações, aceita sugestões e colabora sempre que solicitado. (III b) Dá sua contribuição quando pedida, mas não divide idéias com o grupo. IIc) Procura fazer o trabalho da forma mais independente possível, sem interferência de ninguém. ( I )

20) Quantas vezes você participou de ações em busca da valorização do magistério, como campanhas salariais, elaboração de planos de carreira e eleição de representantes sindicais nos últimos três anos?a) Várias. ( III )b) Eventualmente. ( II )c) Não participou. ( I )

21) Qual a sua reação se um pai de um aluno o procura pedindo ajuda para uma campanha ambiental no bairro da escola?a) Não participa, alegando que este não é o papel da escola. ( I )b) Procura se informar sobre o problema, incentiva a participação dos alunos e dos outros professores e aproveita o tema em aula. ( III )

28

c) Contribui no que for solicitado, sem assumir responsabilidades extras. ( II

Verifique o resultado abaixo!

SEU FUTURO PROFISSIONAL 41 pontos ou mais

Avaliação FinalAnálise - Parabéns. Você demonstra ser bem informado e competente para

enfrentar os desafios do cotidiano escolar. Além disso, está se adaptando com facilidade às últimas mudanças no seu dia-a-dia profissional. Continue assim e

procure incentivar seus colegas.

SEU FUTURO PROFISSIONAL 40 pontos ou menos

Avaliação FinalAnálise - É tempo de refletir sobre sua postura como professor. Não tenha

receio em identificar seus pontos frágeis. Procure informar-se melhor e atualizar-se no que se refere a novas práticas pedagógicas. Abra sua cabeça

para mudanças.

29