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FICHA PARA CATÁLOGO PRODUÇÃO DIDÁTICO PEDAGÓGICA

Título: O ENSINO DA DANÇA E OS ELEMENTOS ARTICULADORES

Autor Mara Cristina Campos Tomé

Escola de Atuação Colégio Estadual Cyríaco Russo – Ensino Médio e Normal

Município da escola Bandeirantes

Núcleo Regional de Educação Cornélio Procópio

Orientador Prof. Ms Sonia Regina Leite Merége

Instituição de Ensino Superior Universidade do Norte Pioneiro – UENP – Campus de Jacarezinho.

Disciplina/Área (entrada no PDE)

Educação Física

Produção Didático-pedagógica Artigo científico

Relação Interdisciplinar

História, Artes,sociologia e biologia

Público Alvo

Alunos do Curso de Formação de Docentes

Localização

Rua Benjamin Caetano Zambon, 530

Apresentação:

Este material didático tem por finalidade apresentar aos alunos a

dança como conteúdo básico da Educação Física, utilizando nas

atividades práticas como metodologia a dança criativa e o

método de improvisação. As discussões teóricas estarão

perpassando pela história da dança no decorrer da evolução da

humanidade, fazendo uma relação de sua importância enquanto

atividade física, para tanto resaltando os seus benefícios.

Oportunizando também situações onde os alunos possam avaliar

de forma crítica o efeito da mídia no que se refere à dança nos

dias atuais.

Palavras-chave Dança; atividade física; saúde; mídia.

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SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO – SEED

PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL – PDE

UNIVERSIDADES DO NORTE PIONEIRO – UEMP

CAMPUS DE JACAREZINHO – PARANÁ

MATERIAL DIDÁTICO

ARTIGO CIENTÍFICO

O ENSINO DA DANÇA E OS ELEMENTOS

ARTICULADORES

JACAREZINHO, PR

2010

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MARA CRISTINA CAMPOS TOMÉ

ARTIGO CIENTÍFICO

O ENSINO DA DANÇA E OS ELEMENTOS

ARTICULADORES

Material Didático apresentado à Secretaria de Estado da Educação SEED como requisito de participação no Programa de Desenvolvimento Educacional – PDE na área de Educação Física. Orientadora Prof. Ms Sonia Regina Leite Merége – Universidade do Norte Pioneiro – UENP – Campus de Jacarezinho.

JACAREZINHO, PR

2010

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RESUMO: Este material didático tem por finalidade apresentar aos alunos, do Curso de Formação de Docentes (antigo Magistério), a dança como conteúdo básico da Educação Física, utilizando nas atividades práticas como metodologia a dança criativa e o método de improvisação. As discussões teóricas estarão perpassando pela história da dança no decorrer da evolução da humanidade, fazendo uma relação de sua importância enquanto atividade física, para tanto ressaltando os seus benefícios. Oportunizando também situações onde os alunos possam avaliar de forma crítica o efeito da mídia no que se refere às coreografias prontas e com as mensagens ocultas no que se concerne aos gestos e nas letras da música. Todas essas questões discutidas serão levadas a seminários com a participação da comunidade escolar e convidados.

PALAVRAS-CHAVE: Dança, Atividade física, Saúde, Mídia

ABSTRACT: This courseware is designed to introduce students, the Teacher Training Course (formerly the Magisterium), the basic content of the dance as physical education, using the methodology in practical activities such as dance and creative method of improvisation. The theoretical discussions will be passing through the history of dance in the course of human evolution, making a list of its importance as physical activity, brings out both for their benefits. Giving opportunities are also situations where students can critically assess the effect of the media in relation to choreography ready and hidden messages in what concerns the gestures and lyrics. All these issues discussed will be taken seminars with the participation of the school community and guests. KEY-WORDS: Dance, Physical Activity, Health, Media

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INTRODUÇÃO:

Na sociedade contemporânea a escola tem assumido papel

primordial na formação de crianças, jovens e adultos, as modificações das relações

familiares legaram a esta instituição responsabilidades nunca antes sonhadas

instruir, ensinar, educar, enfim formar as futuras gerações.

E é dentro da escola que o professor convive com as desigualdades

de todas as naturezas e suas consequências, necessitando para tanto pensar sua

práxis cotidiana. Neste contexto cada disciplina e professor formam cidadãos

necessitando atuar conscientemente neste sentido, a Educação Física, como

disciplina do núcleo comum, busca assim sua reorganização, uma vez entendida

como fruto do processo histórico de evolução do homem que sempre se

movimentou, criou jogos, danças e práticas atendendo suas várias necessidades

sociais. Como afirma Barreto:

A dança pode contribuir para a área de Educação Física na medida em que, através da experiência artística e da apreciação, estimula nos indivíduos os exercícios da imaginação e criação de formas expressivas, despertando a consciência estética, como um conjunto de atitudes mais equilibradas diante do mundo. (2004, p.117)

Dança essa que apresenta um papel fundamental enquanto

atividade pedagógica, pois tem como função despertar no educando:

autoconhecimento, a criatividade, autocrítica, consciência corporal, criticidade e

conhecimentos culturais diversificados. Qualidades essas necessárias para

desenvolver em nossos alunos, em qualquer processo de ensino aprendizagem,

independente da disciplina, a consciência de si e do seu papel na sociedade em que

está inserido.

A intenção da pesquisa é criar metodologias para trabalhar com a

dança no contexto escolar de forma democrática e criativa, para que a dança deixe

de ser tão somente uma “decoreba de passos,” muitas vezes influenciada pela

mídia, para ser uma discussão coletiva sobre sua importância como atividade física

e cultural, respeitando os limites e a individualidade do educando.

O projeto também visa oportunizar ao educando situações onde

possa utilizar ainda do senso crítico para avaliar as danças nos dias atuais e

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fazendo uso dos elementos articuladores para enriquecimento e compreensão da

dança na construção do saber mais elaborado, conscientizando assim os alunos que

“dançar vai além de uma série de movimentos corporais.”.

Que o aluno possa reconhecer a importância da dança no contexto

histórico da humanidade, como prática de atividade física e suas contribuições e

como forma de expressão corporal e cultural de forma crítica e reflexiva e

convertendo assim esses conhecimentos como mais um instrumento cultural dentro

do ambiente escolar e da comunidade em que está inserido.

DESENVOLVIMENTO:

Historicamente o homem expressava-se através de uma linguagem

corporal, utilizando o corpo como veículo para se comunicar com o meio, corpo este

que apresenta uma complexibilidade de opções e possibilidades para tanto se faz

necessário vencer seus conflitos indo além de gestos e técnicas.

Quanto mais domínio sobre os próprios movimentos o indivíduo

conquistar, quanto mais conhecimentos construir sobre a especificidade gestual,

mais podem se utilizarem dessa mesma linguagem para expressar seus

sentimentos, suas emoções e o seu estilo pessoal de forma intencional e

espontânea.

Segundo Strazzacappa:

O indivíduo age no mundo através de seu corpo, mais especificamente através do movimento. É o movimento corporal que possibilita às pessoas se comunicarem, trabalharem, aprenderem, sentirem o mundo e serem sentidos. (2001, p. 69)

Quando essa linguagem corporal é combinada com movimento

rítmico, cadenciado, traduzindo emoções, fantasias, ideias e sentimentos, surge a

Dança considerada a mais antiga das artes criadas pelo homem. Ela exprime a

“alma” do povo, as características de sua formação étnica, seus hábitos, a tradição

de seus costumes, um ritmo próprio expresso no compasso de suas músicas.

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Assim diz Nanni:

As danças, em todas as épocas da história e/ou espaço geográfico, para todos os povos é representação de suas manifestações, de seus “estados de espírito” permeios de emoções, de expressão e comunicação do ser e de suas características culturais. É ela que traduz por meio de gestos e movimentos a mais íntima das emoções acompanhada ou não de música e de canto ou ritmos peculiares. (NANNI, 2008, p.7)

Desde os tempos remotos a dança faz parte do cotidiano do homem

em suas manifestações nos grupos que pertencem, sendo utilizada como forma de

expressão corporal, ritualística ou social, prevalecendo este papel até os dias atuais,

sofrendo influência da humanidade e também sendo influenciada por ela. Segundo

Gabari e Franzoni “[...] a dança é parte integral desse processo, devido à

inseparabilidade na relação desta com a história humana”. (2007, p.1)

Esse processo de troca entre a dança e a humanidade durante a

história pode ser verificada através das mudanças de gestos, vestimentas, técnicas

e ritmos durante a evolução da dança.

No período Primitivo o homem faz uso da linguagem de gestos para

se comunicar, consequentemente antes de falar o homem dançou. As características

das danças nesse período eram ritualísticas e de agradecimento apoiada na magia.

Assim Nanni nos diz:

Pressionada pelo ritmo natural, a dança na vida do homem primitivo presidia a todos os acontecimentos – nascimento/ morte; guerra/ paz; cerimônias religiosas e de iniciação; tinham emocionalmente um caráter ritualístico. (NANNI, 2008, p.8)

Já na era da antiguidade a dança aparece reproduzida nas artes

plásticas, pinturas e esculturas juntamente com escritos antigos onde se relata a

dança neste período com a finalidade ritualística e religiosa, mas houve um

acréscimo por danças acrobáticas. Conforme se pode ser observado em alguns

povos.

No Egito, que por ser um povo que tinha suas atividades voltadas

para a agricultura suas danças aconteciam tinha nas festas religiosas como forma de

agradecimento pelas colheitas realizadas, realizavam também dança de

entretenimento executadas pelos escravos em festas de seus senhores para alegra

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os convidados, utilizando das acrobacias com função recreativa.

Como relata Ossana:

Se bem que para os egípcios a palavra dança seja sinônimo de alegria e o termo iba denomine as duas coisas, desde épocas muito remotas separaram a dança em dois tipos: a dança “dancística” – uma espécie de ginástica constituído em exercícios de graça e flexibilidade - e a dança mímica. Está última parece ter sido da maior atração e constituía a diversão dos nobres e dos poderosos. (Ossona, 1988, p.55)

O povo hebreu utilizava da dança como manifestação de seus

sentimentos a um único Deus, os movimentos realizados em suas danças eram

executados em fileiras, filas e círculos prevalecendo o foco religioso e não artístico.

Como a dança na civilização grega acentuava como essência a educação, o culto e

o teatro através da mímica. Na preparação dos guerreiros, a dança era utilizada no

auxilio no desenvolvimento do autocontrole buscando a harmonia do corpo, mente e

espírito não perdendo o foco religioso. Um dos tipos de dança utilizada para

treinamento de jovens em Atenas era a Dança com Armas. Como explica Vargas:

Encontramos entre os testemunhos escritos e principalmente a “Bíblia” alusões à dança, que se praticava no contexto religioso. [...] “Na civilização grega, a dança sempre esteve presente. Desde os ritos religiosos pré-helênicos até as cerimônias cívicas, festas, treinamento militar, educação e na vida cotidiana.” (2009, p.17).

Em Roma, segundo Vargas (2007), a dança passa por três períodos

distintos: na monarquia a dança tinha uma conotação religiosa. Na república a

origem religiosa da dança deixa de existir, e está arte passa a ser utilizada para

manifestação do prazer, diversão, surgindo os jogos circenses e pantomimas. No

período do Império toda manifestação de arte é envolvida pela corrupção dos

romanos, inclusive a dança, que passa a ter suas representações de forma sádica e

obscenas.

Na Idade média, após a corrupção das artes pelos romanos, toda

manifestação artística, incluindo a dança sofre restrições através da igreja,

prevalecendo alguns tipos de danças que faziam parte do cotidiano do povo,

relacionadas com a igreja, Como explica Nanni “algumas vezes era dúbia a atitude

da Igreja e a dança era condenada por um lado e tolerada por outro” (2008, p.13),

portanto a dança de forma geral ficou esquecida por séculos.

No Renascimento, período marcado pela busca da cultura,

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principalmente através das artes, a dança renasce apoiada pela da realeza, com o

florescer artístico acontece também surgimento do ballet clássico juntamente com a

profissionalização dos primeiros bailarinos. Segundo Vargas: “Além das danças

cultas, fora dos salões, surge à dança popular. São danças de conjunto nas quais os

participantes formam uma comunidade de mãos dadas perpetuando sua cultura”.

(VARGAS, 2007, p.21)

Na era moderna a dança surge de forma a contrapor a rigidez das

danças clássicas no que se refere à execução dos movimentos. Conforme Nanni

(2008) explica que a dança moderna segundo seus precursores “deve ter como base

as leis que regem a mecânica corporal; deve ser uma expressão global, onde a

emoção, sensibilidade e criatividade se tornem o foco central”, surgindo vários

estilos de dança tendo por finalidade a liberdade e a criatividade dos movimentos na

expressividade da dança.

Segundo Vargas (2008) “a partir de 1950, surgiu uma reação a este

expressionismo da dança moderna”, nos Estados Unidos surge através desta reação

em 1960 à dança contemporânea com movimentos mais abstratos reunindo a

linguagem clássica, a necessidade de expressão e a inovação, não obedece à

técnica e utilizada da liberdade de expressão do bailarino e de sua improvisação.

Através da história podemos observar que A dança está ligada com

a humanidade desde a era primitiva até os dias atuais onde o homem utilizava de

sua expressividade interagindo e compartilhando, com o grupo do qual pertencia,

todos os seus sentimentos.

Na dança, é necessário que o professor leve o aluno, a saber,

discernir sua diversidade cultural, conhecer sua evolução histórica, compreender

minimamente suas características e adaptá-las conforme a realidade em que se está

inserido para facilitar a compreensão deste conteúdo como produto de um

conhecimento científico produzido historicamente.

É necessário que o indivíduo conheça a natureza e as

características de cada situação de ação corporal, como são historicamente e

socialmente construídas valorizando-as, para que possa organizar e utilizar dos

movimentos criativos na expressão de sentimentos e emoções de forma adequada e

significativa e dentro de uma mesma linguagem corporal.

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Como explica Vargas:

A dança como uma arte do movimento por utilizar-se de formas simbólicas e da sensibilização para o desenvolvimento dos alunos e alunas, representando seus sentimentos, expressões, criações e também com alternativa de trabalho fora de alguns padrões da educação formal. (VARGAS 2009, p.51)

A atuação crítica do aluno na sociedade como sujeito da história

deverá ser o resultado da ação pedagógica para tanto faz necessário privilegiar os

elementos articuladores como complemento enriquecedor do conhecimento

histórico na dança.

Esta compreensão deverá ser processada do campo cognitivo para

o campo motor esse processo dará condições ao aluno de entender a dança no

contexto das relações nas manifestações corporais, no convívio social diversificado

e na análise das informações recebidas.

Enfatiza a forma como este conteúdo deve ser encaminhada para o

aluno, permitindo ao mesmo apreender este conhecimento de maneira que ele

possa ser instrumentalizado através de uma análise reflexiva, crítica, séria e

comprometida com a ampliação de visão de mundo.

De acordo com as Diretrizes Curriculares da Educação Básica de

Educação Física (DCE), os elementos articuladores têm por finalidade “romper com

a maneira tradicional como os conteúdos têm sido tratados na Educação Física, faz-

se necessário integrar e interligar as práticas corporais de forma mais reflexiva e

contextualizada”. (2009) Sendo assim, podem ser considerados como elementos de

ligação entre conhecimento histórico e realidade social e o contexto de atuação do

aluno. Os elementos articulares são:

Cultura Corporal e Corpo; Cultura Corporal e Ludicidade; Cultura Corporal e Saúde; Cultura Corporal e Mundo do Trabalho; Cultura Corporal e Desportivização; Cultura Corporal – Técnica e Tática; Cultura Corporal e Lazer; Cultura Corporal e Diversidade e Cultura Corporal e Mídia. (2009, p.53)

Nesta visão de fazer uso dos elementos articuladores vinculados ao

conteúdo estruturantes dança, foi selecionado Cultura Corporal e Saúde; Cultura

Corporal e Mídia, pois os mesmos apresentam características próprias que podem

dar um enfoque diferenciado e abrangente no que diz respeito as aula de dança no

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contexto escolar.

O efeito da mídia no contexto atual no que se refere aos modelos e

padrões produzidos por ela gera conceitos que muitas vezes são descartáveis, pois,

atualmente a “indústria cultural”, explica Nepomuceno “indústria cultura é o termo

utilizado por Adorno e Horkheimer, (1985) filósofos da escola de Frankfurt”. (2010,

p.3), expõe seus produtos, divulgando-os pela mídia, o apelo utilizado para valorizar

esses produtos penetra e fixa no consciente coletivo, vendendo padrões

estereotipados e modelos de atitudes e condutas.

Para Nepomuceno “O interesse prioritário desta indústria é produzir

bens culturais com o objetivo único de gerar lucro, utilizando, para isso fortes

estratégias de convencimentos”. ( 2010,p.3)

Essa influencia da mídia afeta as produções artísticas,

principalmente a dança, desconsiderando a produção cultura desta arte no decorrer

da história, sendo que os conceitos apropriados pela mídia fortalecidos pela cultura

do consumismo passam exerce um poder decisivo no querer dos indivíduos criando

uma cultura descartável. Como afirma Sborquia e Gallardo “Podemos acrescentar

que as danças da mídia também não possuem intenção de arte, visando apenas às

demandas de mercado.” (2002, p.112).

O lixo cultural exposto tão facilmente e de forma atrativa faz com

que as produções artísticas sejam deixadas de lado ou muitas vezes consideradas

ultrapassadas, principalmente pelos jovens.

Cabe, portanto, à escola proporcionar aos alunos condições onde

possam analisar situações concretas dos produtos colocados pela mídia,

principalmente no que se refere à dança, fazendo um diálogo entre a cultura do

consumismo e a cultura produzida historicamente.

Um dos pontos que fica bem claro sobre a influencia da mídia é

quando a dança é utilizada nas escolas, como dança espetáculo apenas em datas

comemorativas, vinculadas a coreografias prontas ditadas pela mídia sem ser feita

uma avaliação da mesma e quais os apelos ocultos em cada movimento, os estilos

de dança imposta é muito vezes atrativo, com ritmos contagiantes e movimentos

fáceis com letras que utilizam de uma linguagem promiscua denegrido em muitos

casos a imagem da mulher, criando conceitos de vícios e levam a erotização dos

gestos que causando um efeito negativo nas crianças e jovens, principalmente no

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que se refere à sexualidade precoce.

No que concerne a Cultura Corporal e Saúde a dança é vista como

uma atividade física e consequentemente ao praticá-la de forma orientada a mesma

traz contribuições positivas no que se refere à saúde não somente no âmbito físico

como social, psíquica e mental.

A dança é caracterizada como atividade aeróbica que tem por

características exercícios contínuos, dinâmicos e com duração prolongada

beneficiando o sistema cardiorrespiratório, vascular e metabólico.

Como qualquer atividade física bem programada favorece a

satisfação e alegria, ao executar a atividade o organismo libera a endorfina

substância ligado ao prazer, contribuindo assim para a melhoria do bem estar, sendo

assim, preenchendo os requisitos no se refere ao conceito de saúde definida pela

Organização Mundial de Saúde “saúde é um estado de completo bem-estar físico,

mental e social e não apenas a ausência de doença,”.

Com relação aos benefícios da dança a nível social podemos citar

aumento da autoestima e a melhoria de relacionamentos interpessoal, no campo

psíquica o combate ao estresse e a nível mental a dança conforme explica Vargas

“proporciona condições para o desenvolvimento das funções mentais como:

atenção, concentração, imaginação, memória, raciocínio, curiosidade, observação,

criatividades, exploração, entendimento qualitativo se situações e poder de crítica”

[..] (VARGAS 2009, p.59).

Qualidades esta de grande relevância no que concerne ao papel da

escola quanto ao desenvolvimento do aluno.

Quanto à manutenção da saúde física a dança contribui para:

melhoria da postura, aptidão física, desenvolvimento e melhora da respiração,

melhora do condicionamento físico, aumento da flexibilidade, fortalecimento de

músculos e ossos, melhora na coordenação motora, ritmo e equilíbrio e promove a

consciência corporal. (Ferreira, 2009)

No ponto de vista deste enfoque, saúde, o principal objetivo é levar o

aluno a diferenciar também a atividade física de competição da atividade física que

busca somente a manutenção é promoção da saúde, sendo que a primeira em

busca desempenho e rendimento contribui para consequências negativas a saúde

de quem às pratica. Portanto faz se necessário que a discussão sobre a saúde deve

ser estimulada de forma crítica e entendida no contexto atual.

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METODOLOGIA:

Durante a implementação do projeto, que será com alunos dos

primeiros e terceiros anos do Curso de Formação de Docente no período vespertino

e noturno, tendo como metodologia utilizada atividades teóricas e práticas, dividida

em duas etapas simultaneamente.

A parte teórica será realizada através de pesquisa bibiográficas

referentes a história da dança, o efeito da mídia na dança e na escola e os

benefícios para a saúde da dança enquanto atividade física. Utilizando como base

de estudo este artigo e outros artigos e livros sugeridos pelo professor referente aos

temas.

As discussões dos conhecimentos teóricos serão realizadas em

seminário abertos para todo Curso de Formação de docentes, do Colégio Estadual

Cyríaco Russo da cidade de Bandeirantes com a presença de alunos, professores e

pedagogos e para os professores da Educação Física da rede municipal de

Bandeirantes.

Quanto às atividades práticas será composta por aulas onde terá

como base a dança criativa com a finalidade de explorar e aprimorar a educação do

movimento e a improvisação com o objetivo de explorar a criatividade e a

conscientização corporal.

As aulas práticas de dança serão fundamentadas em três livros

Dança Improvisação e movimento (Barbara Haselbach), Oficinas De Dança e

Expressão Corporal para o Ensino Fundamental (Ivo Ribeiro de Sá e Kathya Maria

Ayres de Godoy) e Os Temas de Movimentos de Rudolf Laban (Lenira Rengel).

Partido dos conhecimentos e práticos explorados e adquiridos

durante as aulas os alunos deverão elaborar coreografias de forma coletiva e

apresentar em data pré-estabelecida com o grupo.

Algumas Atividades práticas a serem trabalhadas:

• Movimentos livres ao som de uma música estando os alunos cobertos com

um lençol;

• Com os olhos vendados explorar os movimentos corporais em pé, sentado e

deitados, ao som de uma música;

• Com uma música bem suave observar os movimentos de cada parte do corpo

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detalhadamente (mãos, pés, dedos, braços e pernas.).

• Movimentos livres utilizando ritmos diferentes;

• Com diferentes tipos de materiais (lenço, arco, fita, chapéu etc.), em

pequenos grupos, elaborar movimentos ao ritmo da música.

• Com elástico individual explorar sua cinesfera.

• Em grupo repetir a atividade anterior;

• Jogos imitativos utilizando os fenômenos da natureza.

• Jogos dramáticos situação do cotidiano ou figuras representativa.

CONSIDERAÇÕES FINAIS:

A dança deve ser tratada no contexto da escola de maneira que

possa auxiliar o desenvolvimento do aluno de forma integral e para que mesmo

possa entendê-la como manifestação da cultura, uma expressão artística e uma

prática atividade física que contribuirá na sua formação de forma relevante.

Embora numa aula de dança os aspectos corporais sejam mais

evidentes, mais facilmente observáveis, e a aprendizagem esteja vinculada à

experiência prática, o aluno precisa ser considerado como um todo no qual aspectos

cognitivos, afetivos e corporais estão inter-relacionados em todas as situações.

Vargas diz que:

Tratando o corpo e mente como um todo inseparável, integramos o conhecimento intelectual com a habilidade criativa e motora, eliminando desta forma a dualidade corpo e mente que já se comprovou, há muito tempo, como uma ideia ultrapassada. (2009, p.11)

Devemos partir da análise do corpo em movimento e das diversas

expressões corporais do homem em suas relações sociais, para a seleção de

conteúdos historicamente colocados.

É necessário que o aluno se aproprie do processo de construção de

conhecimentos relativos ao corpo e ao movimento e construa uma possibilidade

autônoma de utilização de seu potencial gestual na dança, pois, sendo o corpo o

motor de ação sobre o mundo e as coisas circundantes, e assim a ação e a

compreensão sejam um processo indissociável, em muitos casos, a ação se

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processa em fração de segundo, parecendo imperceptível, ao próprio sujeito, que

houve processamento mental.

É fundamental que o educador crie situações de ensino e

aprendizagem que incluam uma reflexão e discussão sobre as experiências

corporais, conforme afirma RUSSO E TOLEDO “educar, é dar a alguém a chance de

ver e vivenciar o mundo como todo. Não só isto é dar a chance deste alguém ser um

todo participante”. (2006, p.11)

REFERÊNCIAS:

BARRETO, Débora. Dança...ensino, sentidos e possibilidades na escola. Campinas, SP: Autores Associados, 2005.

FERREIRA, Vanja. Dança escolar: um novo ritmo para a Educação Física. Rio de Janeiro, RJ: Sprint, 2009.

GARIBA, Chames, M. S; FRANZONI, Ana. Dança escolar: uma possibilidade na Educação Física. Movimento, Porto Alegre, maio/agosto de 2007.

GOVERNO DO PARANÁ, SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO DO PARANÁ, DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO BÁSICA, Diretrizes curriculares da educação. Educação Física, Paraná, 2009. NANNI, Dionisia. Dança Educação: pré-escola à universidade. Rio de Janeiro, RJ: Sprint, 2008.

Nepomuceno, Marília. O Corpo na Dança: Uma reflexão a partir dos olhares da indústria cultural. Pensar a Prática, Goiânia, janeiro/abril de 2010.

OSSONA, P. A educação pela dança. São Paulo, SP: Summus, 1988.

RUSSO, Renata, T; TOLEDO, Maria,H,C.Corpo sujeito. Movimento e Percepção, Espírito Santo do Pinhal, São Paulo, jul./dez.2006

STRAZZACAPPA, Márcia. Educação e a fábrica de corpos: a dança na escola. Caderno Cedes: dança educação, São Paulo, ano XXI, abril de 2001

VARGAS, Lisete A.M. Escola em dança: movimento, expressão e arte. Porto Alegre, RS: Mediação, 2009.