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FICHA PARA CATÁLOGO - Operação de migração … · diferenciadas de leitura por meio do gênero textual fábulas, a fim de estimular o hábito da leitura, tornando o aluno um

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FICHA PARA CATÁLOGO PRODUÇÃO DIDÁTICO-PEDAGÓGICA

Título

Ensino e Aprendizagem de Leitura por meio de Fábulas: um Desafio no Cotidiano da Prática Escolar

Autor Márcia Maria Ataídes

Escola de Atuação Colégio Estadual Paraná - EFMP

Município da Escola Loanda

Núcleo Regional de Educação

Loanda

Orientadora Aparecida de Fátima Peres

Instituição de Ensino Superior

Universidade Estadual de Maringá

Disciplina/ Área Língua Portuguesa

Produção Didático-pedagógica

Unidade Didática

Relação Interdisciplinar

Nenhuma

Público Alvo Alunos de 5ª Série – Ensino Fundamental

Localização Colégio Estadual Paraná – EFMP.

Rua Cristovão Colombo, nº 316, Loanda.

Apresentação

Na prática de leitura em sala de aula dos alunos de 5ª série

do Colégio Estadual Paraná fica, evidente o desinteresse

desses alunos pelo ato de ler. Sendo assim, proponho

como metodologia nesta unidade didática utilizar práticas

diferenciadas de leitura por meio do gênero textual

fábulas, a fim de estimular o hábito da leitura, tornando o

aluno um leitor ativo, ou seja, que ele mantenha um

diálogo interativo com a leitura e assim possa se apropriar

dos conhecimentos embutidos no texto, fazendo relações

com outros gêneros e mesmo com situações do seu

cotidiano, levando-o a desenvolver habilidades de leitura

para exercer a sua cidadania no meio em que vive.

UNIDADE DIDÁTICA

4 - PRODUÇÃO DIDÁTICO-PEDAGÓGICA

APRESENTAÇÃO/ PLANO NORTEADOR:

Percebe-se, ainda nos tempos atuais, que nossos alunos necessitam de uma grande

motivação para a leitura. A experiência no magistério tem demonstrado que os

alunos, na sua maioria, apresentam dificuldade em compreender e interpretar o que

leem.

Através do gênero fábula, pretende-se disponibilizar práticas de leitura aos alunos

de uma 5ª série do Colégio Estadual Paraná _ EFMP na cidade de Loanda –

Paraná, em forma de Unidade Didática. O gênero fábula se trata de uma tipologia

presente na vida das crianças.

O que é fábula? Temos por consenso que fábula é uma história imaginária, da qual se tira uma lição.

Segundo Emolka (1994, p.9), “A Fábula é um gênero popular, já que retrata idéias

morais do homem comum. Desse modo, sua linguagem é a coloquial”. Geralmente,

os personagens são animais que simbolizam tipos humanos como o espertalhão, o

vaidoso, o egoísta, o ingênuo, o poderoso, o mentiroso.

Em termos estilísticos, distingue-se por seu aspecto narrativo e pelo uso de

alegorias que, conforme, destacamos apontam para as atitudes humanas. No que

tange ao conteúdo, o tom moralizante é o principal elemento caracterizador das

fábulas. Todo o conteúdo narrativo concorre para a produção de um ensinamento

moral na estrutura textual por uma moral, apresentada, em destaque, no final do

texto.

UNIDADE DIDÁTICA é o desenvolvimento de um tema, aprofundado de forma teórica e metodológica.

O objetivo geral deste projeto é construir uma proposta de intervenção pedagógica a

ser implementada com os alunos da 5ª série do Ensino Fundamental, a partir da

leitura de fábulas, de modo a propiciar o desenvolvimento do gosto pela leitura

dentro e fora da escola.

Quanto aos objetivos específicos, pretende-se:

Estimular os alunos a perceberem na leitura literária, uma fonte de

cultura e entretenimento;

Propiciar aos estudantes o desenvolvimento da capacidade de

relacionar o conteúdo da leitura aos fatos do cotidiano;

Instigá-los a compreender os ensinamentos implícitos no gênero fábula

e assumirem em relação a eles uma postura crítico-reflexiva;

Instrumentalizá-los com conceitos necessários para compreender o

gênero fábula em seus aspectos temáticos, estilísticos e estruturais.

Possibilitar aos educando a apropriação das habilidades de leitura

crítica como forma de desenvolvimento pleno de sua cidadania.

Este projeto se justifica pelo compromisso social da instituição escolar de formar o

aluno um leitor reflexivo, que possa atuar no meio onde vive, exercendo

efetivamente a sua cidadania. Além desse caráter político- pedagógico, na esfera

literária, a leitura envolve ainda questões estéticas, assumindo caráter de fruição.

Desse modo, além das questões ligadas à criticidade, há também o

desenvolvimento do gosto pela leitura, que deve ser igualmente promovido pelos

estabelecimentos de ensino, uma vez que, em alguns casos, é somente pela via

escolar que as novas gerações têm acesso às formas mais sofisticadas de cultura.

É pela consideração dessa realidade que se pretende trabalhar com o gênero fábula

em sala de aula. Entende-se que, por meio da leitura desse gênero, sem

desconsiderar a necessidade de buscar ampliação do repertório de leitura em

termos de temas e de gêneros, os estudantes poderão assumir a condição de

sujeitos dessas práticas sociais.

A esse respeito, destaca-se a observação de Peres (2010, p.32) de que a prática da

leitura contribui de forma significativa para a formação do ser humano, porque lhe

proporciona o acúmulo de conhecimentos advindos de fontes escritas, capacitando-

o a interagir de forma mais crítica no mundo. Porém a autora observa que “a leitura

é uma atividade simples e ao mesmo tempo complexa e que para entendê-la é

preciso conhecimento teórico, estudo e reflexão”. Por essa razão, durante este

trabalho, procuraremos refletir teoricamente acerca dessa prática tão relevante na

formação dos alunos.

Com relação à escolha do gênero, deve-se destacar que por seu caráter alegórico e

pela sua pouca extensão, as fábulas tendem a se aproximar do gosto do público

leitor almejado pelo presente projeto de intervenção. Ademais, por envolverem

ensinamentos morais, cuja validade é passível de discussão em cada contexto

histórico, tais textos podem provocar o leitor a refletir a respeito de sua condição em

relação à sociedade da qual faz parte, evidenciado as atividades reflexivas a que já

nos referimos.

Pelos aspectos já levantados, as fábulas podem constituir-se em instrumentos

bastante valiosos para a formação e o desenvolvimento dos alunos da 5ª Série do

Ensino Fundamental.

5 - PROCEDIMENTOS

Este Projeto de Intervenção Pedagógica na Escola tem como público alvo os

discentes da 5ª série A, do Colégio Estadual Paraná, situado no município de

Loanda - PR.

O projeto está sendo construído por meio de realização de pesquisas bibliográficas,

à luz dos teóricos que abordam temas como a importância da leitura, os gêneros

textuais e, de modo singular, as fábulas.

Sua efetivação se dará em trinta e duas horas aulas, em sala de aula, no segundo

semestre do ano de 2011. As atividades da temática proposta no projeto estarão na

produção didático-pedagógica, na forma de Unidade Didática, a ser disponibilizada

aos educadores interessados. Será feita a apresentação do projeto de leitura aos

alunos da 5ª série a ser desenvolvido com os alunos.

No decorrer do projeto, estarão à disposição dos educando, livros de diversas

fábulas e materiais audiovisuais que serão disponibilizados por meio da internet, TV,

Pendrive e vídeos.

A turma será dividida em grupos, devido à quantidade de computadores disponíveis

na escola, e levada ao Laboratório de informática (lembrando que esses grupos não

serão fixos, a fim de permitir melhor interação entre os alunos e agrupá-los

intercalando os que apresentam algumas dificuldades, com aqueles que apresentam

mais facilidade no manuseio do computador). Após essa organização, os alunos

serão orientados a acessar sites educativos, entre eles o

www.diaadiaeducacao.pr.gov.br, onde estarão disponibilizados vários tipos de

fábulas, inclusive fábulas com animações, para fazerem a leitura das mesmas. Com

isso acredita-se que se despertará nos alunos o interesse pelo gênero. Juntamente

com os alunos, o professor verificará se todos compreenderam o gênero fábula.

Surgindo dificuldade no entendimento do gênero, a professora fará explanação

tirando as possíveis dúvidas.

Após esta interação, o aluno no decorrer do projeto em sala de aula fará com o

auxilio da professora, as atividades de leitura, compreensão e interpretação das

cinco versões da fábula “A Cigarra e a Formiga” em prosa e em versos, dos autores

La Fontaine e Monteiro Lobato, para que o aluno possa diferenciar e entender que

podemos ter outras formas de escrita da mesma história. Por meio dessas

estratégias, o professor conseguirá analisar se seus objetivos foram alcançados.

6 - CONTEÚDOS DE ESTUDO

ATIVIDADES ANTES DA LEITURA Em primeiro lugar, o professor apresentará o projeto aos alunos. Após a explicação,

o professor começará questionando oralmente os alunos sobre o gênero textual que

será trabalhado no desenvolvimento deste projeto.

1ª AÇÃO – Ativando conhecimentos prévios sobre o texto.

De acordo com o desenho abaixo, os animais fazem partem de alguma

história, você se lembra de alguma história que animais falam?

Fonte: Ilustração feita pela minha filha Mariana Ataídes e Silva no dia 23.05.2011

Você gosta de ouvir história?

Se já ouviu, quem contou?

Você acha que histórias podem trazer algum ensinamento para o nosso dia-a-

dia?

Existem histórias em que aparecem animais ou objetos como personagens no

seu contexto. Você sabe que histórias são essas?

Você sabe o que é uma fábula? Você conhece alguma? Exemplifique.

Você aprecia ler ou ouvir fábulas?

Que outro tipo de leitura tem costume de fazer?

Sugestão: Após a ação de diálogo entre os alunos e o professor, o professor explicará o que é fábula se houver necessidade, tirando as possíveis dúvidas que ainda restarem, dando vez e voz aos alunos para troca de experiências e conhecimentos sobre o gênero.

2ª AÇÃO – Trabalhando a oralidade

Ainda para reforçar o primeiro contato dos alunos com o gênero e desenvolver a

oralidade, o professor fará um trabalho dirigido: dividirá os alunos em dois grupos

para irem à sala de informática e assistirem ao vídeo da fábula “A Cigarra e a

Formiga”, que se encontra nos links abaixo:

http://www.contandohistoria.com/fabulas.htm http://sitededicas.uol.com.br/cfab.htm [email protected]

Na sala de informática, o professor fará perguntas aos alunos sobre a importância

do trabalho digno, seguindo o roteiro abaixo.

1 - Segundo o vídeo que você acabou de assistir, o que é trabalho para a formiga?

2 - E a para a cigarra, o trabalho tem o mesmo valor?

3 - Por que a formiga não via o trabalho da cigarra como um trabalho digno?

4 - E para você, o que é trabalho?

5 - Em sua casa, quantas pessoas são remuneradas pelo seu trabalho? E quem são

elas?

6 - A fábula “A Cigarra e a Formiga” fala do trabalho. É importante que o ser humano

viva com dignidade do seu trabalho, satisfazendo suas necessidades. De acordo

com o vídeo o que significa ter um trabalho digno?

( ) Trapacear para ter lucros.

( ) Viver honestamente do seu trabalho.

( ) Não ter boa índole diante do seu trabalho.

( ) Deixar ser corrompido para obter benefícios pessoais.

Sugestão: Terminado este trabalho de levantamento dos dados de conhecimentos prévios sobre o gênero, apresentar o texto impresso e fazer uma breve apresentação do autor.

Conhecendo um pouco do autor La Fontaine:

ATIVIDADES DURANTE A LEITURA

3ª AÇÃO – Localizando informações explícitas no texto

O professor fará a leitura em voz alta da fábula “A Cigarra e a Formiga”, provocando

e mediando a discussão com os alunos, dando a todos a oportunidade de se

manifestar.

A CIGARRA E A FORMIGA (La Fontaine)

Tendo a cigarra cantado todo o estio, achou-se em apuros com a entrada do

inverno. Não possuía nem um pedacinho de mosca, nem um vermezinho para se

alimentar. Desesperada foi bater à porta da formiga sua vizinha. Pediu que lhe

emprestasse algum grão, a fim de subsistir até a chegada do tempo melhor.

_ Eu pagarei com juros, disse ela, antes de agosto. Palavra de honra.

As fábulas de La Fontaine não são originais; nós a encontramos em Esopo, em Fedro, nas fábulas medievais e nos contos italianos. Jean de La Fontaine nasceu a 13 de julho de 1621 em Château – Thierry, na região francesa de Champanha. Era filho de inspetor de águas e floresta, que lhe deixou o rendoso emprego. Tendo lido livros de devoção, que lhe haviam sido emprestados por um tio seu, cônego em Soissons, La Fointaine passou a ter aspirações religiosas, entrando para um convento. Um ano após, com menos de vinte anos, renunciou a vida eclesiástica. Formou-se em direito, e sua vida, fosse em Château–Thierry, em Reims ou em Paris, passou a ser fácil e insaciável. Aos vinte e seis anos, seu pai o casou com Marie Héricart. Onze anos depois, o casal separou seus bens, sem, contudo, ter havido uma separação definitiva e total. La Fontaine foi viver em Paris, pensando obter um lugar na vida literária da sua terra. Passou, então, a escrever elegias, madrigais, epístolas e poesis diversas; nenhuma delas, porém conseguiu atingir as grandezas dos Contos e das Fábulas, escritos mais tarde. As primeiras coleções dos Contos surgiram entre 1665 e 1667. As fábulas que lhe valeram sua reputação até hoje, começaram a ser publicadas em 1668. La Fontaine morreu em Paris, a 13 de abril de 1695.

A formiga não gosta de dar emprestado, nem é prestimosa: é esse o seu

defeito.

_Que fazias no tempo de calor? – perguntou-lhe.

_Eu cantava noite e dia a todos que apareciam – respondeu a cigarra.

_ Cantavas no verão? Que bela vida! Pois bem, dança agora.

Deve sempre prever o dia de amanhã.

Atividade:

1 - Do que fala o texto?

2 - Quem são os personagens do texto?

3 - Por que a cigarra foi bater na porta da formiga?

4 – Qual é o defeito da formiga?

5 – Quando a cigarra prometeu que pagaria a formiga?

6 – Como a cigarra prometeu que vai pagar a formiga, se ela emprestar-lhe o

dinheiro?

7 - O que fazia a cigarra no tempo de calor?

8 - Que gênero pertence o texto que o professor leu?

( ) carta ( ) fábula

( ) receita ( ) convite

4ª AÇÃO – Levantando e checando hipóteses

Os alunos irão assistir ao vídeo da fábula moderna “A Cigarra e a Formiga” na TV

pendrive. Acesse o site abaixo para ter acesso ao vídeo:

http://www.diaadia.pr.gov.br/tvpendrive/modules/debaser/genre.php?genreid=44&lett

er=F (Acessado no dia 27de maio de 2011)

Após os alunos assistirem ao vídeo, o professor apresentará as seguintes questões:

1 - Do que trata o vídeo?

2 - Se você estivesse no lugar da formiga, você faria o mesmo?

3 - Ao ler o texto, o que você sentiu pela cigarra? E Pela formiga?

4 - Através do texto, nota-se que a cigarra era:

( ) amorosa

( ) responsável

( ) inconsequente

( ) ingênua

5 - Em relação ao texto original da fábula, percebe-se a ironia no fato de:

( ) a cigarra deixar de trabalhar par aproveitar o sol.

( ) a formiga trabalhar e possuir um toca.

( ) a cigarra sem trabalhar, surgiu de Ferrari e casaco de vison.

( ) a cigarra não trabalhar e cantar durante todo o outono.

6 - “Como você conseguiu grana para ir a Paris e comprar essa Ferrari”?

A pergunta demonstra que a formiga está:

( ) feliz

( ) apavorada

( ) satisfeita

( ) curiosa

7- Qual é o objetivo do vídeo assistido?

( ) que ninguém enriquece com seu próprio esforço, temos que enganar alguém para sair no lucro.

( ) que ninguém enriquece trabalhando honestamente.

( ) que ninguém enriquece só com o trabalho, é preciso ter talento e reconhecimento.

( ) que ninguém enriquece só com o trabalho, é preciso ser esperto para

apossar do lugar do outro.

8- De acordo com o vídeo assistido, qual a moral mais adequada da história?

( ) Mais vale um pássaro na mão do que dois voando.

( ) Quem tudo quer tudo perde.

( ) Na hora da dificuldade é que se conhece um amigo.

( ) Aproveite a vida, curta e deixe que a vida se encarregue do resto.

5ª AÇÃO – Ilustrando a Fábula de Monteiro Lobato

A fábula “A CIGARRA E AS FORMIGAS” de Monteiro Lobato em:

I - A FORMIGA BOA

II - A FORMIGA MÁ

Primeiramente será distribuído aos alunos, de forma impressa, o texto “A Formiga

Boa”. Eles serão convidados a fazer uma leitura silenciosa. Em seguida o professor

fará a leitura em voz alta.

Posteriormente, os alunos receberão o outro texto “A formiga Má”. Serão novamente

convidados a fazer a leitura silenciosa e o professor fará a leitura em voz alta.

A CIGARRA E AS FORMIGAS (Monteiro Lobato) I - A FORMIGA BOA

Houve uma jovem cigarra que tinha o costume de chiar ao pé dum

formigueiro. Só parava quando cansadinha; e seu divertimento então era observar

as formigas na eterna faina de abastecer as tulhas.

Mas o bom tempo afinal passou e vieram as chuvas. Os animais, todos,

arrepiados, passavam o dia cochilando nas tocas.

A pobre cigarra, sem abrigo em seu galhinho seco e metida em grandes

apuros, deliberou socorrer-se de alguém.

Manquitolando, com uma asa a arrastar, lá se dirigiu para o formigueiro.

Bateu - tique, tique, tique...

Aparece uma formiga friorenta embrulhada num xalinho de paina.

- Que quer? - perguntou, examinando a triste mendiga suja de lama e a tossir.

- Venho em busca de agasalho. O mau tempo não cessa e eu...

A formiga olhou-a de alto a baixo.

- E que fez durante o bom tempo, que não construiu sua casa?

A pobre cigarra, toda tremendo, respondeu depois de um acesso de tosse:

- Eu cantava, bem sabe...

-Ah! Exclamou a formiga recordando-se. Era você então quem cantava nessa

árvore enquanto nós labutávamos para encher as tulhas?

-Isso mesmo, era eu...

- Pois entre, amiguinha! Nunca poderemos esquecer as boas horas que sua

cantoria nos proporcionou. Aquele chiado nos distraía e aliviava o trabalho.

Dizíamos sempre: "que felicidade ter como vizinha tão gentil cantora!" Entre, amiga,

que aqui terá cama e mesa durante todo o mau tempo.

A cigarra entrou, sarou da tosse e voltou a ser a alegre cantora dos dias de

sol.

MORAL: Existe neste mundo quem carregue o piano, mas também quem o toque e

alegre o ser humano.

II - A FORMIGA MÁ

Já houve, entretanto, uma formiga má que não soube compreender a cigarra

e com dureza a repeliu de sua porta.

Foi isso na Europa, em pleno inverno, quando a neve recobria o mundo com

o seu cruel manto de gelo.

A cigarra, como de costume, havia cantado sem parar o estio inteiro, e o

inverno veio encontrá-Ia desprovida de tudo, sem casa onde abrigar-se, nem

folhinhas que comesse.

Desesperada, bateu à porta da formiga e implorou emprestado, notem! – uns

miseráveis restos de comida. Pagaria com juros altos aquela comida de empréstimo,

logo que o tempo permitisse.

Mas a formiga era uma usurária sem entranhas. Além disso, invejosa. Como

não soubesse cantar, tinha ódio à cigarra por vê-Ia querida de todos seres.

- Que fazia você durante o bom tempo?

- Eu... Eu cantava!...

- Cantava? Pois dance agora, vagabunda! - e fechou-lhe a porta no nariz.

Resultado: a cigarra ali morreu estanguidinha; e quando voltou a primavera o

mundo apresentava um aspecto mais triste. E que faltava na música do mundo o

som estridente daquela cigarra morta por causa da avareza da formiga. Mas se a

usurária morresse, quem daria pela falta dela?

Dinâmica para ilustrar as fábulas:

1º - O professor entregará uma folha de papel sulfite em branco para cada aluno e

pede que divida com uma linha a folha.

2º - Nessa folha, o aluno vai desenhar a formiga boa e a má de acordo com seus

conhecimentos prévios e seus conhecimentos adquiridos com o estudo dos textos.

Explorando o vocabulário

1 - “Tendo a cigarra cantado todo o estio, achou-se em apuros com a entrada do

inverno.” Que outro termo pode substituir a palavra grifada sem alterar o sentido da

frase?

( ) estilo

( ) seca

( ) chuvoso

( ) nevasca

2 - “... as formigas na eterna faina de abastecer as tulhas.” De acordo com o verbete

do dicionário, .Dicionário Online | Michaelis - UOL, acessado no dia 26 de junho de

2011,o significado de Faina é: 1 Serviço a bordo de navios. 2 Qualquer trabalho

náutico. 3 Trabalho aturado; lida. Qual dos significados do verbete acima pode

substituir a palavra faina no texto?

3 - Relacione as colunas de acordo com os significados das palavras no texto.

( a ) avareza ( ) ganancioso

( b ) usurária ( ) mancando

( c ) entranhas ( ) profundezas

( d ) manquitolando ( ) apego demasiado e sórdido ao dinheiro

4 - Você sabe o que é um verbete? É cada palavra de um dicionário ou

enciclopédia, com seus significados e explicações. A primeira palavra do verbete é

chamada de palavra-chave. Escreva estas palavras na forma como se encontram

no dicionário.

a) repeliu -

b) lidavas -

c) estanguidinha -

d) deliberou -

e) desprovida -

5 – O texto há palavras que você desconhece o significado? Quais? Procure seu

significado no dicionário e leia o texto novamente para compreendê-lo melhor.

6ª AÇÃO – Jogral da Fábula de La Fontaine

Os alunos serão convidados a participar de um jogral da Fábula “A cigarra e a

Formiga”, de La Fontaine, primeiramente para a sua sala e posteriormente aos

demais colegas da escola. O poema será distribuído de maneira impresso para os

participantes e os demais alunos e será feito a escolha de maneira democrática de

dez alunos para fazer a leitura.

A cigarra e a formiga – La Fonataine

Tendo a cigarra, em cantigas, (aluno 1)

Folgado todo o verão, (aluno 2)

Achou-se em penúria extrema, (aluno 1)

Na tormentosa estação. (aluno 2)

Não lhe restando migalha (aluno 3)

Que trincasse a tagarela (aluno 4)

Foi valer-se da formiga, (aluno 3)

Que morava perto dela. (aluno 4)

_ Amiga, _ diz a cigarra _ (aluno 5)

Prometo, a fé de animal, (aluno 6)

Pagar-vos antes de agosto, (aluno 5)

Os juros e o principal. (aluno 6)

A formiga nunca empresta, (aluno 7)

Nunca dá; por isso, junta. (aluno 8)

_No verão, em que lidavas? _ (aluno 7)

À pedinte, ela pergunta. (aluno 8)

Responde a outra: _ Eu cantava (aluno 9)

Noite e dia, a toda hora. (aluno 10)

_ Oh! Bravo! _ torna a formiga _ (aluno 9)

Cantavas? Pois dança agora! (aluno 10)

(Fábulas de La Fontaine, ilustração de Gustave Doré, 1986)

ATIVIDADES DEPOIS DA LEITURA

7ª AÇÃO – Encenando a fábula

Nesta última ação, os alunos receberão, de forma impressa, a 6ª versão da Fábula

“A Cigarra e a Formiga” onde farão a encenação.

Serão escolhidos alunos para a dramatização do texto abaixo. O ambiente da sala

de aula e os alunos serão caracterizados de acordo com a fábula.

O texto está disponível em http://www.qdivertido.com.br/verconto.php?codigo=9

Acessado no dia 01/06/2011.

A Cigarra e a Formiga

Adaptado da obra de La Fontaine Cenário: formigas trabalhando e a cigarra saltitando e cantando

Personagens: narrador

personagem 1 – cigarra

personagem 2 – formiga operária

personagem 3 – rainha das formigas

NARRADOR: Era uma vez uma cigarra que vivia saltitando e cantando pelo bosque,

sem se preocupar com o futuro. Esbarrando numa formiguinha, que carregava uma

folha pesada, perguntou:

PERSONAGEM 1: _Ei, formiguinha, para que todo esse trabalho? O verão é para

gente aproveitar! O verão é para gente se divertir!

PERSONAGEM 2: _Não, não, não! Nós, formigas, não temos tempo para diversão.

É preciso trabalhar agora para guardar comida para o inverno.

NARRADOR: Durante o verão, a cigarra continuou se divertindo e passeando por

todo o bosque. Quando tinha fome, era só pegar uma folha e comer.

NARRADOR: Um belo dia passou de novo perto da formiguinha carregando outra

pesada folha.

NARRADOR: A cigarra então aconselhou:

PERSONAGEM 1: _Deixa esse trabalho para as outras! Vamos nos divertir. Vamos,

formiguinha, vamos cantar! Vamos dançar!

NARRADOR: A formiguinha gostou da sugestão. Ela resolveu ver a vida que a

cigarra levava e ficou encantada. Resolveu viver também como sua amiga.

NARRADOR: Mas, no dia seguinte, apareceu a rainha do formigueiro e, ao vê-la se

divertindo, olhou feio para ela e ordenou que voltasse ao trabalho. Tinha terminado a

vidinha boa.

NARRADOR: A rainha das formigas falou então para cigarra:

PERSONAGEM 3: _Se não mudar de vida, no inverno você há de se arrepender,

cigarra! Vai passar fome e frio.

NARRADOR: A cigarra nem ligou, fez uma reverência para a rainha e comentou:

PERSONAGEM 1: _Hum!! O inverno ainda está longe, querida!

NARRADOR: Para a cigarra, o que importava era aproveitar a vida, e aproveitar o

hoje, sem pensar no amanhã. Para que construir um abrigo? Para que armazenar

alimento? Pura perda de tempo.

NARRADOR: Certo dia o inverno chegou, e a cigarra começou a tiritar de frio. Sentia

seu corpo gelado e não tinha o que comer. Desesperada, foi bater na casa da

formiga.

NARRADOR: Abrindo a porta, a formiga viu na sua frente a cigarra quase morta de

frio. Puxou-a para dentro, agasalhou-a e deu-lhe uma sopa bem quente e deliciosa.

Naquela hora, apareceu a rainha das formigas que disse à cigarra :

PERSONAGEM 3: _ No mundo das formigas, todos trabalham e se você quiser ficar

conosco, cumpra o seu dever: toque e cante para nós.

NARRADOR: Para a cigarra e as formigas, aquele foi o inverno mais feliz das suas

vidas.

7 - PROPOSTA DE AVALIAÇÃO (da PDT)

O processo avaliativo não pode ficar somente para final do trabalho,

desconsiderando tudo o que o aluno faz no seu dia-a-dia.

Isso implica mudanças na forma de avaliar atualmente. É preciso que o professor

considere o aluno como um todo e não como uma parte, ou seja, conheça onde ele

mora, o que faz que tipo de família tem, como se comporta na sala de aula,

considerar as diferenças de leitura de mundo e seu repertório de experiências,

valorizando tudo o que produz na sala de aula e incentivando-o a refletir sobre suas

produções e ações na busca de uma melhoria.

No que se refere à leitura, perceber a atribuição de significados ao texto, conseguir

tirar informações explicitas e implícitas, fazer inferências corretas a respeito do

assunto, reconhecer o gênero e suas características, o suporte textual é o que se

propõe nesta unidade didática como formas de avaliação.

Segundo Luckesi

A avaliação da aprendizagem é um ato rigoroso de acompanhamento da aprendizagem do educando, ou seja, ela permite tomar conhecimento do que se aprendeu e do que não se aprendeu e reorientar o educando para que supere suas dificuldades e carências, na medida em que o que importa é aprender. (LUCKESI, 2005, p. 111).

Portanto, para que a avaliação tenha o seu verdadeiro significado ela deve se

basear numa pedagogia do ensino aprendizagem de ação-reflexão e ação.

Pensando desta forma, sugere-se que a avaliação dos alunos seja realizada

diariamente, pela observação sistemática do professor, que acompanha todos os

momentos de aprendizagem dos alunos, nos trabalhos individuais e grupais.

O registro das observações pode ser feito na ficha que segue abaixo mensalmente

ou a cada ação de conteúdos trabalhados.

Sugestão de Ficha de Avaliação para registro das observações

Nome do Aluno: nº Série

Período avaliado: ____/____/_____ a ____/_____/______

Objetivos

Notas

1-Percebeu na leitura literária, uma fonte de cultura e entretenimento.

2-Desenvolveu capacidade de relacionar o conteúdo da leitura aos

fatos do cotidiano.

3-Compreendeu os ensinamentos implícitos no gênero fábula?

4-Compreendeu o gênero fábula em seus aspectos temáticos,

estilísticos e estruturais.

5-Apropriou das habilidades de leitura crítica como forma de

desenvolvimento pleno de sua cidadania.

Resultado do período (∑ notas/5)

Correspondência das notas: 100 – excelente

75 – bom

50 – médio

25 – insatisfatório.

Sugestão ao professor: Para cada objetivo, o professor avaliará o grau de

desenvolvimento do aluno, atribuindo-lhe notas: 25, 50, 75 ou 100, conforme tabela de correspondência abaixo.

Proposta de Avaliação do Material didático

Os Grupos de Trabalho em Rede constituem uma das atividades da turma do

PDE/2010-2012 e caracteriza-se pela interação à distância entre o Professor PDE e

os demais professores da Rede Pública Estadual, cujo objetivo é a socialização e

discussão das produções e atividades desenvolvidas, inclusive este material

didático.

Espera-se no GTR trabalhar as questões relativas às dificuldades dos alunos da 5ª

Série do Ensino Fundamental, na aprendizagem da Estratégia de Leitura. Para isso

esta Unidade Didática será disponibilizada aos professores cursistas que se

inscreverem no GTR para que possam avaliar a efetividade e a viabilidade desta

proposta.

Os professores cursistas terão a oportunidade de analisar, refletir, discutir e dar

sugestões de atividades e maneiras diferentes de trabalhar conforme suas práticas

no dia a dia no intuito de tornar esta Unidade Didática mais significativa e

interessante.

8 – REFERÊNCIAS

BAKHTIN, M., VOLOCHINOV. Marxismo e Filosofia da Linguagem. Hicitec. São Paulo. 2004.

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