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FICHA PARA CATÁLOGO - Operação de migração para o ... · UNIDADE DIDÁTICA LEITURA: MUITO PRAZER! IES: Universidade Estadual do Oeste do Paraná ... 1- Descreva o que você vê

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FICHA PARA CATÁLOGO PRODUÇÃO DIDÁTICO - PEDAGÓGICA

TÍTULO: LEITURA: MUITO PRAZER!

Autor Maria Neusa Gonçalves

Escola de Atuação CEEBJA ―Valdir Fernandes‖

Município da escola Guaíra

Núcleo Regional de

Educação

Toledo

Orientador Profª Drª Izabel Cristina Souza Gimenez

Instituição de Ensino

Superior

Unioeste- Marechal Cândido Rondon

Disciplina/Área (entrada no

PDE)

Língua Portuguesa

Produção Didático-

pedagógica

Caderno Pedagógico - OAC – Objeto de Aprendizagem

Colaborativa

Relação Interdisciplinar

(indicar, caso haja, as

diferentes disciplinas

compreendidas no trabalho)

Leitura – Relação com todas as disciplinas

Público Alvo

(indicar o grupo com o qual

o professor PDE

desenvolveu o trabalho:

professores, alunos,

comunidade...)

Alunos do Ensino Fundamental

Localização (identificar

nome e endereço da escola

de implementação).

Rua Mato Grosso, 111 – Centro – Guaíra /Paraná

Apresentação: (descrever a

justificativa, objetivos e

metodologia utilizada. A

informação deverá conter no

máximo 1300 caracteres, ou

200 palavras, fonte Arial ou

Times New Roman,

tamanho 12 e espaçamento

simples)

A leitura é uma preocupação constante para os

educadores e o é porque se sabe que é também pelos

textos que se obtém o acesso à cultura letrada na

contemporaneidade.. É por ela que nos aventuramos por

espaços e tempos longínquos e, como lucro, ganhamos

a diversão, a sabedoria, para agir e para nos

posicionarmos frente a situações e necessidades que o

próprio mundo nos oferece. Desse modo, tomando

como base o fato de que a escola é o espaço social

onde o aluno busca conhecimento, deve-se tornar a

leitura uma questão prioritária e, a partir daí, motivá-la,

propiciando aos alunos questionamentos, críticas e

posicionamentos. Portanto, diante da perspectiva de que

a leitura é fundamental no desenvolvimento do ser

humano, da importância que ela tem para as nossas

vidas, este projeto, ― Leitura muito prazer!‖, tem como

objetivo principal motivar a leitura aos alunos do ensino

fundamental do CEEBJA de Guaíra. O elemento que

fundamenta o projeto é o método recepcional, elaborado

pelas professoras Maria da Glória Bordine e Vera

Teixeira de Aguiar, pensado a partir dos pressupostos da

Estética da Recepcão, apresentado por Hass Robert

Jauss. Para o desenvolvimento do método serão

utilizados, principalmente, os gêneros literários crônica e

conto.

Palavras-chave (3 a 5

palavras)

Leitura, motivação, método recepcional.

GOVERNO DO PARANÁ SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO - SEED

SUPERINTENDÊNCIA DA EDUCAÇÃO - SUED PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL – PDE

MARIA NEUSA GONÇALVES

UNIDADE DIDÁTICA

LEITURA: MUITO PRAZER!

IES: Universidade Estadual do Oeste do Paraná – UNIOESTE

ORIENTADOR: Izabel Cristina Souza Gimenez

ÁREA CURRICULAR: Língua Portuguesa

Guaíra – Paraná 2011

LEITURA: MUITO PRAZER!

Produção Didático - Pedagógica constituída na forma de UMA Unidade Didática divididos em módulos, faz parte das atividades do Plano de Desenvolvimento Educacional do Governo do Estado do Paraná (PDE/2010), ofertado pela Secretaria de Estado da Educação do Paraná, em parceria com a Secretaria de Tecnologia e Desenvolvimento.

DADOS DE IDENTIFICAÇÃO

PROFESSORA: Maria Neusa Gonçalves

ÁREA PDE: Língua Portuguesa

NRE: Toledo

PROFESSOR ORIENTADOR: Izabel Cristina Souza Gimenez

IES VINCULADA: UNIOESTE

ESCOLA DE IMPLEMENTAÇÃO: CEEBJA "Valdir Fernandes"

PÚBLICO OBJETO DA INTERVENÇÃO: Alunos do Ensino Fundamental

TÍTULO: Leitura: muito prazer!

DURAÇÃO: 3 meses – 3 aulas semanais- 2º Semestre 2011.

CONTEÚDO ESTRUTURANTE: Discurso como prática social

CONTEÚDO ESPECÍFICO: Leitura de contos e crônicas.

Guaíra – Paraná 2011

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APRESENTAÇÃO

O Projeto de Intervenção Pedagógica, como parte das atividades

previstas pelo PDE, tem por objetivo motivar os alunos do CEEBJA para a leitura.

A base teórica que norteará o projeto são as concepções de Martins e de Cattelan

e, para o desenvolvimento das atividades, será adotado o método recepcional,

que prevê etapas de leitura a serem respeitadas e exploradas durante no decorrer

do trabalho propriamente dito. De acordo com Bordini e Aguiar, a leitura

apresenta cinco etapas: (i) Determinação do Horizonte de Expectativa; (ii)

Atendimento do Horizonte de Expectativa; (iii) Ruptura do Horizonte de

Expectativa; (iv) Questionamento do Horizonte de Expectativa e (v) Ampliação do

Horizonte de Expectativa.

Quanto às cinco etapas do desenvolvimento educativo da leitura, cabe

informar inicialmente o seguinte:

(i) Determinação do Horizonte de Expectativas – para determinar o

Horizonte de Expectativas dos alunos foi realizada uma pesquisa com eles para

saber qual era a preferência temática ou o assunto que mais lhes chamava a

atenção, ou seja, sobre o que gostariam ou queriam discutir. Uma vez

determinada essa temática a partir da consulta feita, temática que foi ―família‖,

passou-se para a seguinte etapa.

Após determinado o horizonte de expectativa, trabalhar-se-á o

Atendimento do Horizonte de Expectativas. Para tanto foram escolhidas imagens

que representam o tema família com a finalidade primeira de motivar o aluno à

leitura e, a seguir, as crônicas e os contos, que serão apresentados e analisados

conforme prevê o projeto.

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(ii) Atendimento do Horizonte de Expectativa – nessa etapa, o

aluno/leitor é inserido na temática, entretanto, ainda não se tem o objetivo de

romper com seus conhecimentos, mas, sim, situá-lo na temática escolhida e

atendê-lo.

(iii) Ruptura do Horizonte de Expectativas – pensa-se em, nessa etapa,

mostrar outras crônicas, outros contos, tema evidente, apresentar leituras que

abalem as certezas, os costumes dos alunos, campos desconhecidos de sua

vivência, mas que podem ter características comuns com os primeiros textos,

como o assunto, a exposição de ideias ou algo que o alunos já conheciam antes.

Com a ajuda do professor, ele vai descobrindo os sentidos que o texto guarda no

seu bojo.

(iv) Questionamento do Horizonte de Expectativa – nessa etapa se

daria mediante a comparação que o aluno realizaria confrontando entre si as

etapas anteriores. O aluno fará leitura com um grau maior de compreensão, o que

leva a questionar as leituras feitas em relação ao seu próprio horizonte cultural e

transforma o seu próprio horizonte de expectativas.

(v) Ampliação do Horizonte de Expectativa – nessa etapa o aluno,

quando provocado e com as condições previamente adquiridas, já avalia se o

objetivo foi alcançado, podendo partir para leituras mais exigentes em termos

estéticos e ideológicos, conforme Bordini e Aguiar (1993, p. 31).

Dessa forma, nessa percepção estética e ideológica e com uma visão

mais crítica, possa o aluno a tornar-se agente de sua própria aprendizagem e

passar a dar continuidade ao processo da leitura.

PROCEDIMENTOS / MATERIAL DIDÁTICO

Inicialmente, ao apresentar o projeto, o professor explicará aos alunos

como serão desenvolvidas as atividades do projeto o qual visa à leitura de contos

e de crônicas, promovendo o diálogo para investigar o conhecimento que eles têm

sobre leitura de contos e crônica.

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Destaca-se que os textos serão lidos, pelos alunos, diretamente na

obra onde foram publicados e as biografias na TV pen-drive.

CONTEÚDOS

Crônicas e contos selecionadas pelos alunos, a partir de temáticas

escolhidas, como: família.

Valorização da leitura como uma fonte de entretenimento e de prazer.

MÓDULO I

ANALISANDO IMAGENS

Vivemos numa era marcada pela imagem. À nossa volta nos deparamos

com cartazes, outdoors, placas de trânsito, os quais provocam efeitos de sentidos

e interagimos com eles. As imagens são textos e nos tornamos leitores

ambulantes delas, portanto, fazemos também leitura das imagens. As imagens

guardam muitas informações, pois retratam um período histórico, uma denúncia,

movimentos sociais, protestos, ou seja, aspectos da época em que vive ou viveu

o artista. De acordo com a nossa visão de mundo, motivação e sensibilidade,

podemos fazer uma releitura delas no momento da observação e ou da

apreciação.

Em vista disso, como recurso visual utilizar-se-á das imagens a seguir

objetivando preparar o aluno para a leitura de textos engajados no tema previsto.

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Para o entendimento das leituras, primeiramente, o professor fará um

diálogo (DIALOGANDO COM A IMAGEM OU TEXTO), oralmente, para despertar

o aluno à leitura e introduzi-lo na temática a ser trabalhada. Já na

COMPREENSÃO DOS TEXTOS, os alunos farão uso da escrita no material

pedagógico que terão ao seu dispor.

É hora de fazer uma releitura de imagens. O professor iniciará as

atividades apresentando e questionando oralmente sobre os textos, ou seja, as

imagens, pedindo, portanto, que observem para tentarem verificar o que ela

representa, que mensagem ela traz, ou o que está referenciando.

Disponível no site: <http://www.diaadia.pr.gov.br/tvpendrive/modules/mylinks/viewcat. Php?Cid=17&orderby=titleA>. Acesso em: 16 mar. 2011.

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Um pouco sobre a vida do pintor

Disponível no site: www.dominiopublico.gov.br/. www.portinari.org.br Acesso em: 8 maio 2011.

DIALOGANDO COM A IMAGEM

1- Descreva o que você vê nessa imagem e o que mais lhe chamou a

atenção nela.

2- Você sabe dizer quantos são e quem podem ser os personagens

representados na pintura?

3- Ela desperta em você algum sentimento? Qual?

4- Que cores são predominantes na tela? Isso pode significar alguma coisa?

O quê?

COMPREENDENDO A IMAGEM

1. É possível relacionar a cena dessa imagem com algum fato hoje em dia?

Qual? Onde?

2. Observe a criança ao lado do pai com o ventre bem maior. O que esse

aspecto, o ventre grande da criança, pode evidenciar? Isso poderia

conotar a apresentação de um problema social?

3. Observe o céu com grande quantidade de pássaros. Tente identificar que

pássaros são. Que leitura eles sugerem?

CÂNDIDO PORTINARI nasceu no interior do estado de São Paulo, em Brodowski, a 29 de dezembro de 1903 e morreu a 26 de fevereiro de 1962, no Rio de Janeiro. Foi um artista plástico brasileiro. Portinari pintou quase cinco mil obras de pequenos esboços e pinturas de grandes proporções. Portinari é considerado um dos artistas mais prestigiados do país e foi pintor brasileiro a alcançar projeção internacional.

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AGORA VEJA A OUTRA IMAGEM

Refugees in the Korem. Fotos da Etiópia (1984). Sebastião Salgado

Disponível no site: <http://portaldoprofessor.mec.gov.br/fFichaTecnicaAula.html? Aula= 29691>. Acesso em: 23 abr. 2011.

Um pouco sobre a vida do fotógrafo:

Disponível no site: <http://www.jornallivre.com.br/121970/biografia-de-sebastiao-salgado.html>. Acesso em: 23 abr. 2011.

SEBASTIÃO SALGADO nasceu em Minas Gerais no dia 8 de fevereiro de 1944 e é um dos mais respeitados foto jornalistas da atualidade. Nomeado como representante especial do UNICEF em 3 de abril de 2001, dedicou-se a fazer crônicas sobre a vida das pessoas excluídas, trabalho que resultou na publicação de dez livros e realização de várias exposições, tendo recebido vários prêmios e homenagens na Europa e no continente americano. Formado em economia pela Universidade de São Paulo, trabalhou na Organização Internacional do Café em 1973 e trocou a economia pela fotografia após viajar para a África levando emprestada a câmera fotográfica de sua mulher, Lélia Wanick Salgado. Seu primeiro livro, "Outras Américas", sobre os pobres na América Latina, foi publicado em 1986. Na sequência, publicou "Sahel: O Homem em Pânico" (também publicado em 1986), resultado de uma longa colaboração de quinze meses com a ONG Médicos sem Fronteiras cobrindo a seca no Norte da África. Entre 1986 e 1992, ele concentrou-se na documentação do trabalho manual em todo o mundo, com obra publicada e exibida sob os nomes "Trabalhadores", um feito monumental que confirmou sua reputação como foto documentarista de primeira linha. De 1993 a 1999, ele voltou sua atenção para o fenômeno global de desalojamento em massa de pessoas, que resultou em "Êxodos e Retratos de Crianças do Êxodo", publicado em 2000 e aclamado internacionalmente.

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DIALOGANDO COM A IMAGEM:

1. A foto é um documentário. Observe as expressões das pessoas, o local. O

que ela sugere?

2. É uma cena comum? Por quê?

3. Pode-se associar essa imagem com a nossa realidade? Em que

circunstância isso acontece?

4. Ela desperta algum sentimento em você? Qual?

COMPREENDENDO A IMAGEM

1. Mesmo com a tecnologia atual, a foto não ter cores é proposital. Como

você interpreta isso?

2. Compare a imagem A (pintura) com a imagem B (foto). O que elas têm em

comum?

3. Que situações vividas por famílias, atualmente, podem ser representadas

por essa imagem?

Agora vamos trabalhar com contos e crônicas e, para isso, vamos

saber, com mais detalhes, sobre esse gênero narrativo, que, além de se

constituir de textos curtos, proporciona uma leitura mais dinâmica. Nesse

momento, o professor contará uma história para despertar ainda mais a

curiosidade dos alunos à leitura. Trata-se do conto "O Conto se Apresenta",

de Moacyr Scliar.

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O CONTO SE APRESENTA

Olá!

Não, não adianta olhar ao redor: você não vai me enxergar. Não sou uma

pessoa como você. Sou, vamos dizer assim, uma voz. Uma voz que fala com

você ao vivo, como estou fazendo agora. Ou então que lhe fala dos livros que

você lê.

Não fique tão surpreso assim: você me conhece. Na verdade, somos até

velhos amigos. Você já me ouviu falando de Chapeuzinho Vermelho e do Príncipe

Encantado, de reis, de bruxas, do Saci-Pererê. Falo de muitas coisas, conto

muitas histórias, mas nunca falei de mim próprio. É o que eu vou fazer agora, em

homenagem a você. E começo me apresentando: eu sou o Conto. Sabe o conto

de fadas, o conto de mistério? Sou eu. O Conto.

Vejo que você ficou curioso. Quer saber coisas sobre mim. Por exemplo,

qual a minha idade.

Devo lhe dizer que sou muito antigo. Porque contar histórias é uma coisa

que as pessoas fazem há muito, muito tempo. É uma coisa natural, que brota de

dentro da gente. Faça o seguinte: feche os olhos e imagine uma cena, uma cena

que se passou há muitos milhares de anos. É de noite e uma tribo dos nossos

antepassados, aqueles que viviam nas cavernas, está sentada em redor da

fogueira. Eles têm medo do escuro, porque no escuro estão as feras que os

ameaçam, aqueles enormes tigres, e outras mais. Então alguém olha para a lua e

pergunta: por que é que às vezes a lua desaparece? Todos se voltam para um

homem velho, que é uma espécie de guru para eles. Esperam que o homem dê a

resposta. Mas ele não sabe o que responder. E então eu apareço. Eu, o Conto.

Surjo lá da escuridão e, sem que ninguém note, falo baixinho ao ouvido do velho:

— Conte uma história para eles.

E ele conta. É uma história sobre um grande tigre que anda pelo céu e que

de vez em quando come a lua. E a lua some. Mas a lua não é uma coisa muito

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boa para comer, de modo que lá pelas tantas o grande tigre bota a lua para fora

de novo. E ela aparece no céu, brilhante.

Todos escutam o conto. Todo mundo: homens, mulheres, crianças. Todos

estão encantados. E felizes: antes, havia um mistério: por que a lua some? Agora,

aquele mistério não existe mais. Existe uma história que fala de coisas que eles

conhecem: tigre, lua, comer — mas fala como essas coisas poderiam ser, não

como elas são. Existe um conto. As pessoas vão lembrar esse conto por toda a

vida. E quando as crianças da tribo crescerem e tiverem seus próprios filhos, vão

contar a história para explicar a eles por que a lua some de vez em quando.

Aquele conto. No começo, portanto, é assim que eu existo: quando as pessoas

falam em mim, quando as pessoas narram histórias — sobre deuses, sobre

monstros, sobre criaturas fantásticas. Histórias que atravessam os tempos, que

duram séculos. Como eu.

Aí surge a escrita. Uma grande invenção, a escrita, você não concorda?

Com a escrita, eu não existo mais somente como uma voz. Agora estou ali,

naqueles sinais chamados letras, que permitem que pessoas se comuniquem,

mesmo à distância. E aquelas histórias — sobre deuses, sobre monstros, sobre

criaturas fantásticas — vão aparecer em forma de palavra escrita.

E é neste momento que eu tenho uma grande ideia. Uma inspiração, vamos

dizer assim. Você sabe o que é inspiração? Inspiração é aquela descoberta que a

gente faz de repente, de repente tem uma ideia muito boa. A inspiração não vem

de fora, não; não é uma coisa misteriosa que entra na nossa cabeça. A boa ideia

já estava dentro de nós; só que a gente não sabia. A gente tem muitas boas

ideias, pode crer.

E então, com aquela boa ideia, chego perto de um homem ainda jovem. Ele

não me vê. Como você não me vê. Eu me apresento, como me apresentei a você,

digo-lhe que estou ali com uma missão especial — com um pedido:

— Escreva uma história.

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Num primeiro momento, ele fica surpreso, assim como você ficou. Na

verdade, ele já havia pensado nisso, em escrever uma história. Mas tinha

dúvidas: ele, escrever uma história? Como aquelas histórias que todas as

pessoas contavam e que vinham de um passado? Ele, escrever uma história? E

assinar seu próprio nome? Será que pode fazer isso? Dou força:

— Vá em frente, cara. Escreva uma história. Você vai gostar de escrever. E

as pessoas vão gostar de ler.

Então ele senta, e escreve uma história. É uma história sobre uma criança,

uma história muito bonita. Ele lê o que escreveu. Nota que algumas coisas não

ficaram muito bem. Então escreve de novo. E de novo. E mais uma vez. E aí, sim,

ele gosta do que escreveu. Mostra para outras pessoas, para os amigos, para a

namorada. Todos gostam, todos se emocionam com a história.

E eu vou em frente. Procuro uma moça muito delicada, muito sensível.

Mesma coisa:

— Escreva uma história.

Ela escreve. E assim vão surgindo escritores. Os contos deles aparecem

em jornais, em revistas, em livros.

Já não são histórias sobre deuses, sobre criaturas fantásticas. Não, são

histórias sobre gente comum — porque as histórias sobre as pessoas comuns

muitas vezes são mais interessantes do que histórias sobre deuses e criaturas

fantásticas: até porque deuses e criaturas fantásticas podem ser inventados por

qualquer pessoa. O mundo da nossa imaginação é muito grande. Mas a nossa

vida, a vida de cada dia, está cheia de emoções. E onde há emoção, pode haver

conto. Onde há gente que sabe usar as palavras para emocionar pessoas, para

transmitir idéias, existem escritores.

Posso ir embora. Vou em busca de outros garotos e outras garotas. Para

quem vou me apresentar:

— Eu sou o Conto.

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Disponível em: http://portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnicaAula.html?aula=19003.Acesso em 4 de jul. de 2011.

As imagens induzem-nos a uma série de discussões acerca do tema a ser

desenvolvido no projeto e que acabam por motivar outras discussões a respeito

dos problemas sociais que muitas famílias atravessam. Agora vamos ler um texto

que complementa a discussão. Trata-se do 1º capítulo do livro Vidas Secas, de

Graciliano Ramos. Vamos conhecer o texto.

“MUDANÇA”

Na planície avermelhada os juazeiros alargavam duas manchas verdes.

Os infelizes tinham caminhado o dia inteiro, estavam cansados e famintos.

Ordinariamente andavam pouco, mas como haviam repousado bastante na areia

do rio seco, a viagem progredira bem três léguas. Fazia horas que procuravam

uma sombra. A folhagem dos juazeiros apareceu longe, através dos galhos

pelados da catinga rala.

O conto, narrativa oral muito antiga, cristalizava a tradição oral dos povos

como instrumento ou veículo de transmissão de mitos e de ritos através

das gerações. As pessoas se reuniam, nas sociedades primitivas, para

ouvir e contar estórias. A partir do século XIX, o conto ganhou mais

espaço na escrita e passou a ser considerado pelos leitores, tendo

expoentes em vários países. No Brasil, o conto teve sua origem no

romantismo, com "Noite na Taverna”, de Álvares de Azevedo, contudo foi

Machado de Assis que, com sua genialidade, conseguiu a perfeição e

consolidou o gênero no Brasil. A partir de então o conto, narrativa breve,

conciso, porém denso com um só conflito, apresenta situações da vida

moderna, o presente flagrado, às vezes impactante, outras vezes voos

imaginários para cima e para baixo, conforme Nadia Gotlib (1991).

Também Reis, comenta que essa narrativa foi se construindo ao longo do tempo O esquema tradicional dá

lugar a um texto curto, a ação se torna mais reduzida, surgem monólogos, que vão descortinando o mundo

interior da personagem em vez do mundo exterior, e que, por isso, exige a participação do leitor, para que

os aspectos da construção da narrativa possam ser encontrados e apreciados por ele .

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Arrastaram-se para lá, devagar, sinhá Vitória com o filho mais novo

escanchado no quarto e o baú de folha na cabeça, Fabiano sombrio, cambaio, o

aió a tiracolo, a cuia pendurada numa correia presa ao cinturão, a espingarda de

pederneira no ombro. O menino mais velho e a cachorra Baleia iam atrás.

Os juazeiros aproximaram-se recuaram, sumiram-se. O menino mais

velho pôs-se a chorar, sentou-se no chão.

Retirado do Livro Vidas Secas de Graciliano Ramos p.9

Um pouco sobre a vida do escritor

DIALOGANDO SOBRE O TEXTO

1. O texto tem alguma semelhança com as imagens? Quais?

2. Como é composta a família?

3. Por que a família estava mudando?

GRACILIANO RAMOS nasceu em Quebrangulo (AL), em 1892. Filho de comerciante, passou a infância no interior de Alagoas, onde fez seus primeiros estudos. Realizou seus estudos secundários em Maceió, mas não cursou nenhuma faculdade. Passou um pequeno período no Rio de Janeiro como revisor nos jornais Correio da Manhã e À Tarde. Retornou a Palmeira dos Índios e escrevia constantemente crônicas para os jornais O Índio, jornal de Alagoas e Paraíba do Sul e já nessa época começou a escrever "Caetés". Foi prefeito de Palmeira dos Índios (AL), em 1929, renunciando ao cargo dois anos depois e passando a dirigir a Imprensa Oficial do Estado. Em 1933 foi nomeado Diretor da Instrução Pública. Por suspeita de ligação com o comunismo, foi demitido e preso em 1936. Ao sair da prisão, mudou-se para o Rio de Janeiro, onde escreveu "Memórias do Cárcere". Em 1945 ingressou no Partido Comunista Brasileiro. Em 1951 foi consagrado literariamente.

OBRAS Romance: Caetés (1933); São Bernardo (1936); Vidas secas (1938). Conto: Insônia (1947). Memórias: Infância (1945); Memórias do cárcere (1953); Linhas tortas (1962); Viventes das lagoas (1962). As duas últimas obras foram publicadas postumamente. Literatura infantil: Histórias de Alexandre (1944); Histórias incompletas (1946).

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4. Leia: ―A catinga estendia-se, de um vermelho indeciso salpicado de

manchas brancas que eram ossadas.” O que se pode entender desse

fragmento?

5. O que se entende por “mas adiaria a morte”, no penúltimo parágrafo?

COMPREENDENDO O TEXTO

1. Como você observou, os filhos da família do texto são chamados de

menino mais novo e menino mais velho. Por que será que eles não são

apresentados com seus nomes próprios?

2. A atitude de Fabiano em relação ao filho justifica-se? Explique.

3. Qual é o argumento que Sinhá Vitória encontrou para comerem o

papagaio?

4. Relacionando o conteúdo do texto e o nome Sinhá Vitória há incoerência.

Aponte-a.

5. Ainda encontramos esses problemas? Onde? Justifique.

6. Esse texto, além de tratar sobre um aspecto da temática ―Família‖,

também traz outros temas, aspectos que estão interior da história. Procure

reconhecer, no texto, palavras ou expressões cujo sentido representam

essas ideias, tais como "fuga", "viagem" e "exclusão social".

Fuga Viagem Exclusão Social

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"A NOITE EM QUE OS HOTÉIS ESTAVAM CHEIOS"

A NOITE EM QUE OS HOTÉIS ESTAVAM CHEIOS

O casal chegou à cidade tarde da noite. Estavam cansados da viagem; ela,

grávida, não se sentia bem. Foram procurar um lugar onde passar a noite. Hotel,

hospedaria, qualquer coisa serviria, desde que não fosse muito caro. Não seria

fácil, como eles logo descobriram. No primeiro hotel o gerente, homem de maus

modos, foi logo dizendo que não havia lugar. No segundo, o encarregado da

portaria olhou com desconfiança o casal e resolveu pedir documentos. O homem

disse que não tinha, na pressa da viagem esquecera os documentos.

Contos para um natal brasileiro de Moacyr Scliar p.09

Um pouco sobre a vida do escritor

Disponível no Site: <http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/diaadia/diadia/modules/mylinks/viewcat.php?cid=86&min=5& orderby=titleA&show=5>. Acesso em: 17 maio 2011.

DIALOGANDO SOBRE O TEXTO.

O texto que vamos ler agora retrata também uma situação em que a família

desalojada procura abrigo para pernoitar e descansar. Trata-se, contudo, de

uma família diferente das que já vimos anteriormente. Ela é especial. Por

quê? Vamos ler.

MOACYR SCLIAR nasceu em Porto Alegre (RS) a 23 de março de 1937. Cursou medicina e trabalhou como médico em Porto Alegre. Publicou seu primeiro livro em 1962 e, a partir daí, não parou mais. São mais de 67 livros abrangendo romances, crônicas, contos, literatura infantil, ensaios pelos quais recebeu vários prêmios.

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1. O texto faz uma alusão a um fato bíblico. Qual?

2. Qual é a classe social dessa família?

3. Qual foi o engano que gerente do seguinte hotel teve com a família?

4. No primeiro hotel a que chegaram, como foi a recepção?

5. Qual foi a desculpa que o segundo hotel arranjou para não hospedar a

família?

6. O que se pode entender na frase do gerente: O senhor não conhece

ninguém nas altas esferas?

7. Se a família tivesse recorrido a alguém importante teria conseguido um

hotel para hospedar-se?

COMPREENDENDO O TEXTO

Para melhor compreensão do texto, enumere os parágrafos de acordo

com a ordem dos acontecimentos da história.

( ) Não seria fácil, como eles logo descobriram. No primeiro hotel o gerente,

homem de maus modos, foi logo dizendo que não havia lugar. No segundo, o

encarregado da portaria olhou com desconfiança o casal e resolveu pedir

documentos. O homem disse que não tinha, na pressa da viagem esquecera os

documentos.

( ) – O senhor vê, se o governo nos desse incentivos, como dão para os grandes

hotéis, eu já teria feito uma reforma aqui. Poderia até receber delegações

estrangeiras. Mas até hoje não consegui nada. Se eu conhecesse alguém

influente... O senhor não conhece ninguém nas altas esferas?

( ) O viajante hesitou, depois disse que sim, que talvez conhecesse alguém nas

altas esferas

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( ) – E como pretende o senhor conseguir um lugar num hotel, se não tem

documentos? – disse o encarregado. – Eu nem sei se o senhor vai pagar a conta

ou não!

( ) – Pois então – disse o dono da hospedaria – fale para esse seu conhecido da

minha hospedaria. Assim, da próxima vez que o senhor vier, talvez já possa lhe

dar um quarto de primeira classe, com banho e tudo.

( ) O casal chegou à cidade tarde da noite. Estavam cansados da viagem; ela,

grávida, não se sentia bem. Foram procurar um lugar onde passar a noite. Hotel,

hospedaria, qualquer coisa serviria, desde que não fosse muito caro.

( ) O viajante não disse nada. Tomou a esposa pelo braço e seguiu adiante. No

terceiro hotel também não havia vaga. No quarto – que era mais uma modesta

hospedaria – havia, mas o dono desconfiou do casal e resolveu dizer que o

estabelecimento estava lotado. Contudo, para não ficar mal, resolveu dar uma

desculpa.

( ) No hotel seguinte, quase tiveram êxito. O gerente estava esperando um casal

de conhecidos artistas, que viajavam incógnitos. Quando os viajantes

apareceram, pensou que fossem os hóspedes que aguardava e disse que sim,

que o quarto já estava pronto. Ainda fez um elogio.

( ) O viajante agradeceu, lamentando apenas que seu problema fosse mais

urgente: precisava de um quarto para aquela noite. Foi adiante.

( ) O disfarce está muito bom. Que disfarce? Perguntou o viajante. Essas roupas

velhas que vocês estão usando, disse o gerente. Isso não é disfarce, disse o

homem, são as roupas que nós temos. O gerente aí percebeu o engano:

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“TÍTULO: "................................................................

"E sucedeu naqueles dias que saiu um decreto da parte de Cesar

Augusto, para que recenseasse toda a terra habitada.

Este primeiro recenseamento foi feito quando Quirino era governador da

Síria.

Todos iam alistar-se, cada um à sua própria cidade.

Texto extraído da Bíblia: Evangelho de Lucas, Capítulo 2, Versículo 1

a 20.

COMPREENDENDO O TEXTO

1. O texto está sem título. Que título daria a ele?

2. Que fato chamou José para a cidade de Belém?

3. Quais são as bênçãos e louvores presentes neste texto? Quem as

Toda vez que um texto menciona outro, cita outro texto, de alguma

forma, está dialogando com o texto e então ocorre a intertextualidade. A

intertextualidade pode ocorrer em textos escritos, músicas, pinturas,

filmes, propagandas, novelas, etc. O texto que você vai ler agora é o que

deu origem ao texto anterior, uma passagem bíblica, mais precisamente,

o Evangelho de Lucas, Capítulo 2, Versículo 1 a 20, quando narra o

nascimento de Jesus, portanto, é com esse texto bíblico que a história de

Moacyr Scliar faz intertextualidade.

20

proclama?

4. A trama narrativa desse texto tem como referência a passagem bíblica do

nascimento de Jesus Cristo, que é o tema comemorado no Natal. Que

valores são tradicionalmente ressaltados nessa data pelas religiões?

a- ( ) fraternidade e solidariedade

b-( ) redenção e esperança

c- ( ) desesperança e sofrimento

d- ( ) riqueza e opulência.

Aluno! Agora que você já sabe um pouco mais sobre o assunto conto,

faça uma pesquisa de outros textos desse gênero, na biblioteca da

escola. Após a realização da pesquisa, você fará a socialização do conto

que leu para os colegas da turma em sala.

Seguem algumas sugestões de cronistas: Ignácio Loyola Brandão, Rubem

Fonseca, Dalton Trevisan, Moacyr Scliar, Clarice Lispector, Nelida Piñon, José J.

Veiga

É hora de avaliarmos a nossa atividade de leitura. Fazendo uma retrospectiva,

observe as imagens (pintura e fotografia) e comente, juntamente com seu colega:

- Que relação se pode estabelecer entre as duas imagens e os dois textos?

O que permeia os textos ("Mudança" e "A Noite em que os Hotéis Estavam

Cheios").

- Foram significativos? Comente os aspectos mais interessantes.

21

MÓDULO II

O tema “família” também se expressa em músicas. Agora vamos ouvir um

CD para apreciação e observação da letra e, posteriormente, um diálogo

sobre a letra dessa música, sempre relacionando com os textos anteriores.

FAMILIA / TITÃS Composição: Arnaldo Antunes / Toni Beloltto

Família! Família! Mas quando o nenêm

Papai, mamãe, titia Fica doente

Família! Família! Uô! Uô!

Almoça junto todo dia Procura uma farmácia de plantão

Nunca perde essa mania... O choro do neném é estridente

Mas quando a filha Uô! Uô!

Quer fugir de casa Assim não dá pra ver televisão

Precisa descolar um ganha-pão Família êh! Família ah!

Filha de família se não casa Família! oh! êh! êh! êh

Papai, mamãe Família! oh! êh! êh! êh

Não dão nem um tostão Família! hiá! hiá! hiá!

Família êh! Família ah! Família! Família!

Ruptura de Horizonte de Expectativa. Nessa fase do processo de

aprendizagem, os alunos farão a leitura mais aprofundada da temática,

comparando com as anteriores, porém agora se exige mais a atenção do

leitor/aluno.

22

Família! oh! êh! êh! êh Cachorro, gato, galinha

Família êh!Família ah! Família! Família!

Família... Vive junto todo dia

Família! Família! Nunca perde essa mania....

Vovô, vovó, sobrinha A mãe morre de medo de barata

Família!Família! Uô! Uô!

Janta junto todo dia O pai vive com medo de ladrão

Nunca perde essa mania.... Jogaram inseticidas na casa

Uô! Uô!

Botaram cadeado no portão

Família êh! Família ah!

Família!

Família êh! Família ah!

Disponível no Site: <http://portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnicaAula.html?aula=13705>.

Acesso em: 10 maio 2011.

DIALOGANDO SOBRE A LETRA DA MÚSICA

1. Como é constituída a família da letra da música?

2. A filha quer fugir de casa. Que motivos ela alega para fazer isso?

3. Hoje, como é visto esse comportamento?

4. Por que o autor diz que viver em família é mania?

5. Como é constituída a sua família?

COMPREENDENDO O TEXTO

23

1. Que tipo de família a música está retratando?

2. Este modelo de família está presente nos textos anteriores? E na maioria

dos lares? Justifique.

3. Que medo cada componente familiar demonstra? (Pai, Mãe, Filha)? Que

soluções o texto aponta para esses medos?

4. Quais são as formas de relacionamento que o texto aborda?

5. A seguir, vamos fazer uma leitura sobre a charge, que também aborda uma

situação familiar. (Charge é uma manifestação do chargista, simbolizando

a crítica da sociedade, política e social, neste caso, a família. Geralmente é

contestadora e reflexiva).

Charge feita especialmente para esse trabalho, de autoria do Professor Esleonir Pereira Martins.

DIALOGANDO SOBRE A CHARGE

24

1. Como é a família que o chargista apresenta?

2. Que atividades os componentes familiares praticam?

3. É uma cena do cotidiano? Justifique.

4. Qual é a classe social da família que a charge mostra?

COMPREENDENDO O TEXTO

1. Analise o lugar em que estão as personagens. Escreva o que você observa

no espaço em que se encontram o pai, a mãe e os filhos.

2. Que aspecto é focalizado na crítica da charge?

3. Como é o relacionamento da família da charge?

4. Essa cena está presente nas famílias de hoje? Comente.

5. Analise a letra da música ―Família‖ e a charge e responda: Quais as

diferenças que há na abordagem dos dois textos:

6. Pesquisa: Converse com seus colegas, amigos, parentes e ou

comunidade sobre opiniões, valores e comportamento das pessoas

em relação à família. Construa um painel sobre como esse tema é

visto por sua família, seus amigos, colegas e sua comunidade. O

resultado da entrevista será apresentado primeiramente à sala, para

posteriormente extrair palavras -- chave sobre o assunto as quais

serão escritas no painel, bem como figuras que representem as idéias

a respeito da pesquisa.

Agora vamos ler uma crônica de Fernando Sabino, crônica relata a vida

cotidiana de uma mãe, mas antes vamos saber o que é crônica, tipo de

texto que também está relacionado à temática de nossos estudos.

25

Menino

MENINO

Menino

Menino vem pra dentro, olha o sereno! Vai lavar essa mão. Já escovou os

dentes? Toma bênção a seu pai. Já pra cama!

Onde que aprendeu isso, menino? Coisa mais feia. Toma modos. Hoje

você fica sem sobremesa. Onde é que você estava? Agora chega menino, tenha

santa paciência.

De quem você gosta mais, do papai ou da mamãe? Isso, assim que eu

gosto: menino educado, obediente. Está vendo? É só a gente falar. Desce daí,

menino, me prega cada susto... Pára com isso! Joga isso fora! Uma boa surra

dava jeito nisso. Que é que você andou arranjando? Quem te deu licença? Passe

pra dentro. Isso não é gente para ficar andando com você.

Avise seu pai que o jantar está na mesa.

A mulher do vizinho. Fernando Sabino. p.105

Um pouco sobre a vida do escritor

Disponível no site:

http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/diaadia/diadia/modules/mylinks/v. php?cid=86&min=5&orderb

y=titleA&show=5 Acesso em 17 de maio de 2011.

A crônica é uma narrativa curta, um relato de um acontecimento breve de um fato cotidiano, relato incrementado com uma linguagem carregada de conotações líricas, metafóricas e até argumentativas. As cartas de Pero Vaz de Caminha ao rei de Portugal D. Manuel, quando do descobrimento do Brasil, eram crônicas no sentido tradicional do termo – relato cronológico – pois narravam o que acontecia no Novo Mundo: ―A história de nossa literatura se inicia, pois, com a circunstância de um descobrimento: oficialmente, a Literatura Brasileira nasceu da crônica‖ (SÁ. 1985, p. 7), quando o cronista recria, com engenho e arte, tudo o que via e sentia em relação aos nativos e à nova terra. Caminha registrou o circunstancial, o descobrimento do Brasil, e seu texto, com valor literário, praticamente inaugura a crônica brasileira. A crônica é a soma de jornalismo e literatura. Publicados em jornal, para serem depois compilados em livros, textos de crônicas adquirem independência, e nós, leitores, buscamos neles o entretenimento, o prazer de ler a respeito dos mais variados temas possíveis (SÁ, 1985). Esse gênero literário, em relação a outros gêneros, são textos mais simples, curtos e bem contextualizados, pois uma crônica "[…] está muito perto de nós, tem uma linguagem natural que ensina a conviver com a palavra, humaniza, serve de caminho não apenas para a vida e, entre outras coisas, para a literatura‖ (CÂNDIDO,1979, p. 80).

FERNANDO SABINO nasceu em 12 de outubro de 1923 em Belo Horizonte (MG). Formou-se em Direito, ocupou vários cargos públicos, mas passou a viver de sua produção intelectual como escritor e jornalista. Escreveu romances, contos, crônicas, novelas, peças teatrais. Suas obras: "O Encontro Marcado", "O Homem Nu", "A Mulher do Vizinho". Em 1966 fez a cobertura da Copa do Mundo de Futebol para o Jornal do Brasil. Fundou, em 1967, em conjunto com Rubem Braga, a Editora Sabiá, onde publicou livros de Vinicius de Moraes, Paulo Mendes Campos, Otto Lara Resende, Carlos Drummond de Andrade, Manuel Bandeira, Cecília Meireles e Clarice Lispector, entre outros.

26

DIALOGANDO SOBRE O TEXTO

1. Quanto ano tem o menino?

2. Quem é que repete sempre as mesmas frases?

3. Para quem são remetidas essas frases?

4. Qual é a intenção dessas frases?

5. É comum em uma família haver cenas como essas descritas no

texto?Comente.

6. Nas frases: vem pra dentro, olha o sereno, toma bênção, o que elas

podem expressar?

7. A mãe do menino é uma pessoa que trabalha fora de casa? Justifique.

8. Apesar de a mãe repreender o menino o tempo todo, ela também faz um

elogio. Qual?

COMPREENDENDO MELHOR O TEXTO

1. Na frase: Isso não é gente para ficar andando com você: a melhor

compreensão é:

( ) O menino vivia na rua.

( ) Andava com más companhias.

( ) O menino estava na rua.

2. Quando a mãe diz ―fica perguntando tudo o que você quer saber‖

significa que o menino possui algumas qualidades? Quais?

27

3. Na frase: “Você vai ver quando teu pai chegar” como você interpreta?

4. Como você interpreta a frase: “Seja homem... Você ainda é muito

pequeno para saber essas coisas.”

5. O texto está estruturado em cima de um narrador, a mãe. E o seu discurso

direto segue sem a observância da pontuação (travessão) O que isso

sugere?

6. A alternativa que melhor compreende a frase: Um menino desse tamanho

o que é que os outros vão dizer?

( ) A mãe estava preocupada com o talento do filho.

( ) A mãe estava preocupada com o comportamento do filho.

( ) A mãe estava preocupada com os estudos do filho.

"MÃE É CONTRADIÇÃO"

Mãe sofre, essa é a verdade. Secretária de diretoria de uma grande

empresa, ela vivia suspirando:

- De que adianta ser mãe, se não tenho tempo para ficar com meus

filhos?

Penou para conseguir férias ao mesmo tempo em que as crianças.

Refugiou-se em um hotel-fazenda. O marido só comparecia nos fins de semana.

Como a crônica que vimos retrata o cotidiano de uma mãe preocupada

com o filho (família), vamos a mais uma crônica, desta vez uma que

aborda uma situação por que passa outra família, também retratando a

mãe Mãe. Por que será? Vamos ler.

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Ela passou quinze dias em êxtase, vendo os três pimpolhos, de pendores

artísticos, atléticos e científicos, torrarem a energia no gramado ou aprendendo a

andar a cavalo. Só um momento de choque: quando Joãozinho começou a

espirrar. Tinha alergia a ar puro.

O golpe do aniversariante e outras crônicas de Walcyr Carrasco

p. 34

Um pouco sobre a vida do escritor

DIALOGANDO SOBRE O TEXTO

DIALOGANDO SOBRE O TEXTO

1. Que acontecimento reuniu a mãe e os filhos?

2. Qual era a profissão da mãe? E a do pai?

3. Qual é a classe social dessa família?

4. A mãe recostou no sofá pensando em descansar. Mal sabia que os filhos

outras artes aprontariam. Quais foram elas?

5. No trabalho: Por que a mãe passava o dia em linha direta com a

empregada?

6. Quais são os nomes atribuídos às crianças?

COMPREENDENDO O TEXTO

WALCYR CARRASCO é jornalista, nasceu no interior do estado de São Paulo, em Bernardino de Campos, em 1º de dezembro de 1951. Aos 12 anos começou a escrever e aos 17 já tinha seu primeiro trabalho publicado. Adora ler. Começou lendo Monteiro Lobato e histórias em quadrinhos. Foi colaborador da revista infantil Recreio, que foi grande sucesso nos anos 70. Hoje suas crônicas saem em revistas como a Veja São Paulo. Tem vários livros infantis publicados.

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1. Por que o narrador compara as crianças com as aves?

2. Observe as frases: ―Voltou para a cidade mais gorda”[....] “energia

gasta nos gramados seria agora exaurida nos tapetes”. Como você

interpreta isso?

3. As crianças surpreendiam os pais a todo o momento com suas

travessuras. Como o pai encara essa situação?

4. Qual é a melhor resposta para o entendimento dessa frase? ―Qual mãe

não se curva perante o talento da filha?"

( ) A mãe se alegrava com o talento da filha.

( ) A mãe. resignada, deixa a novela e assiste a filha.

( ) A mãe repreende a filha na hora da novela.

5. Leia: “Que férias demoradas”! Quem disse isso e por que disse?

6. Relacione cada ação a seus personagens:

1- Criança menorzinha ( ) dançar ( ) inventar ( ) recortar

2- Criança a do meio ( ) cortar-se ( ) cozinhar ( ) criar bichos

3- Joãozinho

7. Explique o título do texto.

8. Que relação se pode estabelecer com o texto "Mudança"?

Textos Mudança Mãe é Contradição

Semelhança

Diferença

30

MÓDULO III

Em se tratando da leitura, o título nem sempre indica o assunto do texto e,

muitas vezes, é ambíguo, como esse que vamos ler.

"PASSEIO NOTURNO"

Cheguei em casa carregando a pasta cheia de papéis, relatórios, estudos,

pesquisas, propostas, contratos. Minha mulher, jogando paciência na cama, um

copo de uísque na mesa de cabeceira, disse, sem tirar os olhos das cartas, você

está com um ar cansado. Os sons da casa: minha filha no quarto dela treinando

impostação de voz, a música quadrifônica do quarto do meu filho. Você não vai

largar essa mala? Perguntou minha mulher, tira essa roupa, bebe um uisquinho,

você precisa aprender a relaxar.

Feliz ano novo. Rubem Fonseca p. 61

Um pouco sobre a vida do escritor

Questionamento do Horizonte de Expectativas. Nessa etapa, em que os

alunos já fizeram muitas leituras e discussões sobre o tema abordado, é o

momento de aprofundar os conhecimentos através dos textos a seguir.

Nascido em Juiz de Fora, Minas Gerais, em 11 de maio de 1925, JOSÉ RUBEM FONSECA é formado em Direito, tendo exercido várias atividades antes de dedicar-se inteiramente à literatura. Em 31 de dezembro de 1952 iniciou sua carreira na polícia, como comissário, no 16º Distrito Policial, em São Cristóvão, no Rio de Janeiro. Muitos dos fatos vividos naquela época e dos seus companheiros de trabalho estão imortalizados em seus livros. Rubem Fonseca é romancista, contista e roteirista de cinema. Já publicou contos, antologias, romance, novelas.

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Disponível no site: <http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/diaadia/diadia/modules/mylinks/v. php?cid=86&min=5&orderby=titleA&show=5>. Acesso em: 17 maio 2011.

DIALOGANDO COM O TEXTO

1. O título do texto corresponde ao texto? Por quê?

2. O narrador está presente na história?

3. Qual é a condição social dessa família?

4. Como era a relação da família? Cite exemplos que comprovem.

5. Qual é o conselho que a esposa dava ao marido para relaxar?

6. Que motivo tinha o personagem narrador para amenizar sua irritação ao

retirar os carros dos filhos da garagem?

COMPREENDENDO O TEXTO

1. Qual é o principal assunto discutido no texto?

2. A esposa jogava paciência na cama com um copo de uísque. Isso denota o

quê?

3. Na frase: ―não via as letras e números, eu esperava apenas‖. Isso

demonstra que o personagem:

( ) era cego ( ) não tinha iluminação

( ) estava cansado ( ) estava ansioso.

4. As personagens não têm nomes. O que isso pode revelar?

5. Que fatores desencadearam a violência nesse texto? Assinale as

respostas possíveis.

32

( ) trabalho na empresa ( ) brigas com os vizinhos

( ) ambiente familiar ( ) namoro dos filhos.

6. Qual era o destino do passeio? E o que ele chama de lugar ideal?

7. No texto, a mulher torna-se uma presa vulnerável. Por que isso acontece?

8. Na frase: Saí, como sempre, sem saber para onde ir [...] denota que:

( ) era a certeza de um passeio saudável;

( ) era a certeza da impunidade;

( ) era certeza de boa prosa com os amigos.

9. Todo o texto tem uma intenção de quem o produziu. Nesse conto, o autor

quer mostrar que:

( ) O serviço à francesa é um costume comum na sociedade brasileira.

( ) A mulher pode, tanto quanto o homem, consumir bebida alcoólica.

( ) A violência não escolhe famílias.

( ) O trabalho é a melhor virtude do homem.

10. Comparando o texto Passeio Noturno com a charge o que eles têm em

comum?

"A PORCA"

A história que vamos ler agora fala sobre um menino que tinha muito

medo. Medo de quê? Vamos ler.

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Era uma vez um meninozinho, que tinha muito medo. Era só soprar um

vento forte, desses de levantar poeira no fundo do quintal e bater com os postigos

da janela; era só haver uma nuvem escura, uma única, que tampasse o sol; era

só esbarrar com a pipa d'água e ouvir o rico e pesado sacolejar da água dentro,

para que o menino se encolhesse bem no centro de seu ventre, orelhas retesas,

olhos muito abertos ou obstinadamente fechados. Depois, o menino levantava,

limpava o pó do fundilho das calças e ia para o quintal.

Conhecia as galinhas, os porcos, mas nenhum lhe pertencia.

Os cem melhores contos brasileiros do século. Tânia Jamardo Faillace p. 379

Um pouco sobre a vida da escritora

.

DIALOGANDO SOBRE O TEXTO

1. Onde se passa a história?

2. De que o menino tinha medo?

3. Como era a mãe do menino?

4. Qual era o tratamento dado pela família ao menino?

5. Por que o menino teve vontade de ir embora?

6. Que sentimento o menino nutria pelos animais?

7. Para o menino, a mãe se igualava aos animais. Em que momento ele diz

isso?

8. Poderia descrever oralmente como era a casa do menino?

TÂNIA JAMARDO FAILLACE, 63, é gaúcha. Jornalista e escritora, entre suas obras registradas na Biblioteca Nacional está o livro ―Beco da Velha‖, que é composto de 19 volumes (7.748 páginas ), escrito durante 10 anos. DIALOGANDO SOBR

34

COMPREENDENDO MELHOR O TEXTO

1. Quais são as personagens do conto?

2. Indique o certo com um X: O texto lido é uma narrativa na qual o

narrador:

( ) É apenas um observador dos fatos que nos conta o que aconteceu.

( ) O narrador participa dos acontecimentos como uma personagem.

3. Nesse texto há muitas palavras e expressões empregadas em sentido

figurado. (Sentido figurado é o uso da palavra diferente do seu sentido

original).

Copie nos parágrafos indicados:

a) 2ºparágrafo:.......................................................................................................

b) 6ºparág..............................................................................................................

c) 7ºparág...............................................................................................................

d) 10ºparág............................................................................................................

e) 16º parág...........................................................................................................

4. Que aconteceu quando a cama do menino sacudiu?

5. Observe a frase: E foi água que jorrou da porca. Água de fonte,

vermelha, impetuosa, que fugiu de dentro do corpo. O que se denota

desse fato?

6. O que era a pipa de que o menino falava?

7. Observe: E foi a mãe que arrancou a faca das mãos do vizinho num

gesto brusco. E como gritava a porca... O que se pode aferir dessa

imagem? Qual foi o desfecho dela?

35

8. Dois acontecimentos marcaram a vida do menino. Quais foram?

"A CAOLHA"

A caolha era uma mulher magra, alta, macilenta, peito fundo, busto

arqueado, braços compridos, delgados, largos nos cotovelos, grossos nos pulsos;

mãos grandes, ossudas, estragadas pelo reumatismo e pelo trabalho; unhas

grossas, chatas e cinzentas, cabelo crespo, de uma cor indecisa entre o branco

sujo e o louro grisalho, desse cabelo cujo contato parece dever ser áspero e

espinhento; boca descaída, numa expressão de desprezo, pescoço longo,

engelhado, como o pescoço dos urubus; dentes falhos e cariados.

O seu aspecto infundia terror às crianças e repulsão aos adultos; não

tanto pela sua altura e extraordinária magreza, mas porque a desgraçada tinha

um defeito horrível: haviam lhe extraído o olho esquerdo; a pálpebra descera

mirrada, deixando, contudo, junto ao lacrimal, uma fístula continuamente

porejante.

Era essa pinta amarela sobre o fundo denegrido da olheira, era essa

destilação incessante de pus que a tornava repulsiva aos olhos de toda gente.

Morava numa casa pequena, paga pelo filho único, operário numa fábrica

de alfaiate; ela lavava a roupa para os hospitais e dava conta de todo o serviço da

casa, inclusive cozinha. O filho, enquanto era pequeno, comia os pobres jantares

feitos por ela, às vezes até no mesmo prato; à proporção que ia crescendo, ia-se

a pouco e pouco manifestando na fisionomia a repugnância por essa comida; até

O conto que vamos ler agora evidencia um rapaz que, quando criança,

abraçava e beijava a mãe, mas com o tempo passou a ter nojo e

vergonha dela. Qual a razão para isso? Vamos ver.

O conto que vamos ler agora evidencia um rapaz que quando criança abraçava e

beijava a mãe, mas com o tempo passou a ter nojo e vergonha dela. Qual a razão para

isso? Vamos ve

[Digite uma citação do documento ou o resumo de uma questão interessante. Você

pode posicionar a caixa de texto em qualquer lugar do documento. Use a guia

Ferramentas de Caixa de Texto para alterar a formatação da caixa de texto da citação.]

36

que um dia, tendo já um ordenadozinho, declarou à mãe que, por conveniência do

negócio, passava a comer fora...

Os cem melhores contos brasileiros do século. Júlia Lopes de Almeida p.49

Um pouco sobre a vida da escritora

Disponível no site: <http://200.189.113.123/diaadia/diadia/modules/mylinks/viewcat.

php?cid=2&min=5&orderby=titleA&show=5>. Acesso em: 17 maio 2011.

DIALOGANDO SOBRE O TEXTO

DIALOGANDO SOBRE O TEXTO

1. Como é a personagem principal do conto?

2. Qual era a ocupação dela?

3. Por que Antonico deixou a escola?

4. Por que enquanto o filho era pequeno comia os jantares feitos pela mãe?

5. Qual foi a desculpa que ele arrumou para comer fora?

6. Que medidas o filho tomou para se livrar do apelido que lhe davam na

escola?

COMPREENDENDO MELHOR O TEXTO

1. Assinale os possíveis temas discutidos em relação ao texto:

JULIA VALENTIM DA SILVEIRA LOPES DE ALMEIDA nasceu em 24 de setembro de 1862, no Rio de Janeiro, e morreu em 30 de maio de 1934, na mesma cidade. Passou parte da infância em Campinas - SP. Casou-se com o poeta português Felinto de Almeida e seus filhos, Afonso Lopes de Almeida, Albano Lopes de Almeida e Margarida Lopes de Almeida, também se tornaram escritores. Seu primeiro livro – "Traços e Iluminuras" - foi publicado aos 24 anos, em Lisboa. Antes disso já publicara artigos na imprensa, tendo sido uma das primeiras mulheres a escrever para jornais, colaborando com a Tribuna Liberal, A Semana, O País, Gazeta de Notícias, Jornal do Comércio, Ilustração Brasileira, entre outros. Com Felinto de Almeida escreveu, a quatro mãos, o romance "A Casa Verde". Com uma linguagem leve, simples, cativou seu público: escreveu e publicou mais de 40 volumes, entre romances, contos, narrativas, literatura infantil, crônicas e artigos. Foi abolicionista e republicana, além de mostrar, em suas obras, idéias feministas e ecológicas.

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( ) gratidão ( ) abnegação ( ) caridade ( ) amor filial

( ) riqueza ( ) pobreza ( ) paternidade ( ) preconceito

2. Explique a expressão: Daquele filho vinha-lhe todo bem e todo mal.

3. Com o tempo mãe e filho começaram, gradativamente, a se distanciar.

Como foi isso?

4. Que medidas o filho tomou para se livrar do apelido que lhe davam na

escola?

5. Com o trabalho, Antonico deixou de ser incomodado? O que aconteceu

com ele?

6. Qual foi a reação da mãe ao saber que o filho ia se mudar? Como reagiu o

filho depois?

7. Por muito tempo a mãe ocultou do filho a verdadeira história sobre o seu

problema. Com que objetivos ela fez isso? Ainda hoje acontece isso?

8. Esse conto nos leva à reflexão sobre:

( ) a diversidade de temas apresentados;

( ) os julgamentos que a sociedade faz das pessoas;

( ) o sonho de uma família unida;

( ) a vida de uma família no meio rural.

MÓDULO IV

Ampliação do Horizonte de Expectativas. O aprofundamento dos

conteúdos adquiridos subjetivamente pelos alunos dá-se de acordo

com a sua individualidade, ritmo de leitura, vivência familiar, social. No

entanto, propõe-se como atividade dessa etapa a leitura de um

romance.

38

Nesse trabalho, projeto de intervenção pedagógica, já vimos crônicas e

contos mostrando diversas formas familiares, estruturas social, econômica,

educação, costumes, problemas e comportamentos. Agora vamos a um texto

maior, um romance que retrata o sofrimento da protagonista da história ( Biela),

órfã, que deixa o seu lugar do campo onde levava uma vida simples e é levada

para a cidade viver com uns parentes.

Será trabalhado em sala de aula quando todos os alunos, de posse do

livro, farão um revezamento, leitura compartilhada, cada aluno lê uma página ou

mais, até completarmos a obra toda. Depois, proponho um debate procurando

envolver todos os alunos da sala a respeito do livro lido. Após realizada essa

atividade, os alunos irão às salas de aula de outros colegas para socializar a

leitura que fizeram, bem como fazer a propaganda do livro .

RECURSOS/MATERIAIS

Módulos, CD, livros de contos e crônicas, TV pendrive, papel pardo, cartolina, revistas, cola, tesoura.

AVALIAÇÃO

A avaliação será apenas diagnóstica, contínua, visando verificar o grau de

compreensão dos alunos sobre o que será trabalhado, de forma a retomar o que

for necessário.

39

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

AGUIAR, V.T.; BORDINI, M.G. Literatura e formação do leitor: alternativas metodológicas. Porto Alegre, RS: Mercado Aberto, 1993. ALMEIDA, J. L. A caolha. In: MORICONI. I. (Org.). Os cem melhores contos brasileiros do século. Rio de Janeiro: Objetiva, 2000. p. 49-54. ANAIS DO 5º ENCONTRO DO CELSUL. Curitiba- PR, 2003 p.400-404. Disponível em: <http://www.celsul.org.br/Encontros/05/pdf/054.pdf>. Acesso em: 20 maio 2011. CARRASCO, Walcyr. O golpe do aniversariante e outras crônicas. São Paulo: Ática, 1996. p. 34. DOURADO,Autran. Uma vida em segredo . 9ª ed. Rio de Janeiro: Rocco.2000. FAILLACE, T. J. A porca. In: MORICONI. I. (Org.). Os cem melhores contos brasileiros do século. Rio de Janeiro: Objetiva, 2000. p. 379-381. FONSECA, Rubem. Feliz ano novo. 2. ed. São Paulo: Companhia das Letras, 1989. GOTLIB, Nádia Battella. A teoria do conto. Série Princípios. 2. ed. São Paulo: Ática, 1985. LUCAS. In: Bíblia. Evangelhos. São Paulo: Paulinas, 1990. Cap. 2, vers. 1 a 20. MARTINS. Esleonir Pereira. Charge Família Moderna.2011. REIS, Luzia, M. O que é conto. São Paulo: Brasiliense, 1984. SÁ, Jorge de. A crônica. São Paulo: Ática, 1987. SABINO. Fernando. A mulher do vizinho. 12ª Ed.Rio de Janeiro. Record.1983. SARGENTIM, Hermínio. Curso completo para os três anos do ensino médio. São Paulo: IBEP. SCLIAR, M. J. A noite em que os hotéis estavam cheios. In: Contos para um natal brasileiro. Rio de Janeiro: Editora Relume; IBASE, 1996. p. 9. TITÃS. Família. CD lançado pela gravadora Warner em 1994.

40

SITES CONSULTADOS:

<http://www.diaadia.pr.gov.br/tvpendrive/modules/mylinks/viewcat.Php?Cid=17&orderby=titleA>. Acesso em: 16 mar. 2011.

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Portal do Professor – Introdução ao estudo do conto literário - Disponível em: http://portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnicaAula.html?aula=19003. Acesso em 04 de jul. 2011