27

FICHA PARA CATÁLOGO - diaadiaeducacao.pr.gov.br · venha ao encontro das necessidades dos alunos atuais, que seja transformadora e ... de comportamento indisciplinar que também

  • Upload
    hathuy

  • View
    214

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

1

FICHA PARA CATÁLOGO

PRODUÇÃO DIDÁTICO PEDAGÓGICA

Título: Construindo a disciplina no espaço coletivo da escola

Autor Heliana Borges de Paiva Pontes

Escola de Atuação Colégio Estadual Santa Bárbara

Município da escola Adrianópolis

Núcleo Regional de

Educação

Área Metropolitana Norte

Orientador Américo Agostinho R. Walger

Instituição de Ensino

Superior

UFPR

Disciplina/Área (entrada no

PDE)

Pedagogia

Produção Didático-

pedagógica

Caderno Pedagógico

Relação Interdisciplinar

(indicar, caso haja, as

diferentes disciplinas

compreendidas no trabalho)

Público Alvo (indicar o grupo

com o qual o professor PDE

desenvolveu o trabalho:

professores, alunos,

comunidade...)

Professor, Equipe Pedagógica e Pais.

Localização (identificar

nome e endereço da escola

de implementação)

Rua da Matriz, nº. 1 – Centro - Adrianópolis - PR

Apresentação:

(descrever a justificativa,

objetivos e metodologia

Diante das questões indisciplinares presentes na escola

e das dificuldades dos gestores, equipe pedagógica,

professores e os pais de lidar com essa nova realidade é

2

utilizada. A informação

deverá conter no máximo

1300 caracteres, ou 200

palavras, fonte Arial ou

Times New Roman,

tamanho 12 e espaçamento

simples)

que foi planejado esse caderno pedagógico com o

objetivo de diagnosticar as causas, com questões para

os pais, alunos e professores responderem e após

levantamento, proporcionar momentos de reflexão,

organizados em oficinas com filmes, palestras

(ministério público, conselho escolar, economista e

psicólogo), leitura do Regimento e da proposta

pedagógica para ao final desse trabalho repensar as

novas ações e propostas que deverão contar com a

participação de todos os segmentos da escola.

Palavras-chave (3 a 5

palavras)

Indisciplina, coletivo, reflexão, participação, repensar.

3

DADOS DE IDENTIFICAÇÃO

Professor PDE: Heliana Borges de Paiva Pontes

Área PDE: Pedagogia

NRE: Área metropolitana Norte

Professor Orientador IES: Américo Agostinho R. Walger

IES vinculada: UFPR

Escola de Implementação: Colégio Estadual Santa Bárbara

Público objeto da intervenção: Professores e Pais

TEMA DE ESTUDO DO PROFESSOR PDE

A função social da escola e a articulação do trabalho pedagógico entre os diferentes

segmentos no âmbito escolar.

TÍTULO

Construindo a disciplina no espaço coletivo da escola.

4

SUMÁRIO

APRESENTAÇÃO .....................................................................................................5

PROPOSTA DE AVALIAÇÃO ....................................................................................7

ORIENTAÇÕES E RECOMENDAÇÕES ...................................................................8

UNIDADE I .................................................................................................................9

UNIDADE II ..............................................................................................................16

UNIDADE III .............................................................................................................19

CONCLUSÃO ...........................................................................................................24

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ........................................................................25

5

APRESENTAÇÃO

Este texto busca fazer um estudo sobre as questões relacionadas à

indisciplina no interior da escola, bem como levanta a hipótese que a banalização do

conhecimento pode ter uma relação direta com o fracasso escolar e

consequentemente com a indisciplina.

Após pesquisa teórica sobre o tema indisciplina, aliado as experiências

vivenciadas no interior da escola foi possível levantar três itens que, ao nosso ver,

são fundamentais para pensar as questões da indisciplina.

Esta indisciplina, que também pode ser uma manifestação de insatisfação

com a realidade que está posta, somada com os fatores externos à escola, acaba

refletindo no seu interior, visto que a escola é uma das instituições sociais e que

recebe pessoas das mais variadas classes sociais, com diferentes necessidades, de

diferentes realidades e com conflitos subjetivos próprios.

É mister rever nossas posturas, encaminhamentos e propostas pedagógicas

bem como o currículo e estabelecer parceria com os pais para iniciar uma renovação

no interior da escola que muito tem a fazer para atender esse novo público. Afinal

“...o mundo mudou, nossos alunos mudaram. Mudou a escola? Mudamos nós?”

(Aquino, 1996, p.41).

Embora existam inúmeros aspectos relacionados à indisciplina, aqui

resolvemos elencar três questões fundamentais. A PRIMEIRA questão é identificar

as causas da indisciplina. As causas podem ser de ordem social, como violência,

abusos e preconceitos, como podem ser decorrentes de fatores psicológicos e

maturacionais, ou ainda provenientes da própria escola, como a educação de baixo

nível e imediatista e a própria organização da escola; A SEGUNDA questão é a

relação Professor-aluno que, sem dúvida, é um dos fatores preponderantes para o

sucesso e/ou fracasso do aluno visto que é dessa relação que pode depender a

vontade e o prazer de estudar, de vir para a escola e o de gostar ou não de uma

disciplina. Ressaltamos ainda a relação Professor-Conhecimento que deveria ser o

centro do objetivo e da existência da escola, pois todos esperam que a escola seja o

local da apropriação do conhecimento historicamente elaborado e da formação do

ser humano capaz de entender, apropriar e transformar a sua realidade para, assim,

ser capaz de exercer uma cidadania plena; A TERCEIRA questão é o processo

estrutural e a relação escola-comunidade, a fim de analisar a participação dos

6

pais no processo de construção das ações e das propostas pedagógicas, bem como

do Projeto Político pedagógico, do Conselho de Escola, Regimento, APMF.

Se queremos uma escola inclusiva e não fragmentada, temos que estar

juntos aprender a pensar, rever , construir e,se tiver que reinventar, temos que estar

juntos,escola, pais, alunos e comunidades. Ao buscar uma escola que seja capaz de

acompanhar as transformações galopantes que a sociedade está sofrendo, que

venha ao encontro das necessidades dos alunos atuais, que seja transformadora e

viva tanto quanto as pessoas que dela dependem é que podemos resgatar o

respeito de nossos alunos, o valor do professor, o papel da escola e cumprir o nosso

objetivo que é proporcionar conhecimentos historicamente elaborados tornando

possível uma sociedade justa, igualitária e democrática.

7

PROPOSTA DE AVALIAÇÃO

A avaliação deve acontecer ao término de cada atividade, que estão

contempladas nas unidades, para orientar os assuntos que serão propostos no

próximo encontro e diagnosticar as causas da indisciplina. O material produzido no

decorrer da aplicação do caderno pedagógico, juntamente com as sínteses

elaboradas pelos participantes, servirão de parâmetros para um novo pensar

pedagógico, com posturas voltadas para a práxis, que só será possível se for

construída no coletivo.

8

ORIENTAÇÕES E RECOMENDAÇÕES

Para a utilização desse caderno pedagógico, é necessário que o aplicador

leve em consideração as seguintes orientações e recomendações:

1º - Buscar embasamento teórico que, aliado às suas experiências, possam oferecer

condições de identificar as causas e as consequências da indisciplina;

2º - Verificar o comprometimento dos professores no preparo das aulas e a relação

professor-aluno, que poderá ser realizado por meio de questões para os alunos e os

pais, possibilitando momentos de reflexão que poderão acontecer com a utilização

de textos, filmes, músicas, dinâmicas, relatos, etc.;

3º - Convidar os pais e alunos para participar da construção da proposta pedagógica,

do Projeto Político Pedagógico e do Regimento. Contudo, para que os pais

participem e se envolvam no processo é necessário que a escola mostre a

importância que os pais têm na escola e na vida de seu filho. Essa conscientização

só será possível se os pais compreenderem o processo de funcionamento da escola

e o seu papel.

Portanto, se desejamos uma escola que exerça o seu papel de transmitir

conhecimentos historicamente elaborados para formar cidadãos que saibam seus

deveres e conheçam os seus direitos é necessário que repensemos as nossas

ações e aprendamos a trabalhar, pensar e se organizar no coletivo.

9

UNIDADE I

IDENTIFICAR AS CAUSAS E AS CONSEQUÊNCIAS DA INDISCIPLINA

AS CAUSAS DA INDISCIPLINA

Ao que tudo indica são vários os fatores que desencadeiam o que chamamos

de comportamento indisciplinar que também podem ser vistos como uma

manifestação de descontentamento pela forma que a escola está lidando com as

diferenças. Mas o fato é que a indisciplina existe e está causando angústia para os

professores e para escola como um todo. Observamos que as principais causas

podem ser:

Pais ausentes. Grande número de pais estão deixando de cumprir o seu papel de

iniciar a educação de seus filhos relegando à escola toda a responsabilidade.

Parece óbvio que não fazem isso deliberadamente. Existem fatores que interferem

na postura desses pais. Primeiro: por terem vivido grandes repressões na família e

na escola não querem reproduzir o mesmo com seus filhos e com isso se tornaram

pais permissivos. Segundo: a falta de tempo dos pais, principalmente, as mães que

antes se dedicavam à educação dos filhos, mas hoje, como estão inseridas no

mercado de trabalho, ao chegar em casa tem que dividir o seu tempo entre os

afazeres domésticos e o filho. Essa falta de tempo pode acabar por desencadear

dois comportamentos que pouco contribuem na formação de seus filhos: a

permissividade, pois é mais fácil e prático ceder aos desejos do filho do que parar

para conversar e a culpa, porque estando tanto tempo longe do filho, as mães

acabam não se sentindo no direito de estabelecer limites. Outra razão pode ser a

má interpretação do ECA (Estatuto da Criança e Adolescente) que ao não ser

discutido, pode dar a impressão aos pais que, supostamente, não podem cobrar dos

filhos responsabilidades que lhe são próprias e essenciais para a formação do

indivíduo.

Relação professor-aluno. A maioria dos alunos chegam à escola desprovidos de

limites, valores e regras de convivência, ficando ao professor a responsabilidade,

que deveria ser dos pais, de iniciar essa formação. E é nesse momento que começa

um dos maiores conflitos entre professores e alunos, pois estes não estão

10

acostumados a ser contrariados.

Escola para todos. A escola, acostumada a ser excludente, agora tem que lidar

com todas as diferenças, sejam elas culturais, sociais ou econômicas e não está

sabendo lidar com essas diferenças. Segundo Vasconcellos “O que está ocorrendo é

que tanto o professor, quanto a escola e a família não estão com seus auto-governos

definidos, ficando o aluno desorientado também” (2010, p.31).

Postura pedagógica do professor. Muitos professores não buscam novas

alternativas de metodologias, não lançam mão das tecnologias e para os alunos que

hoje tem tantas alternativas, mais agradáveis, de ter acesso as informações, as

aulas acabam se tornando desinteressantes.

Consumismo. Acostumados a ter tudo o que querem, na hora que querem e a falsa

ideia de que tudo tem que ser prazeroso, a escola deixou de cumprir o seu papel de

passar conhecimentos específicos passando a ser mais permissiva e menos

exigente com os alunos. Muitas vezes o conhecimento é banalizado. O professor

adota uma postura de laissez-faire. No entanto “não é possível acreditar que todas

as atividades de instrução e educação desenvolvidas se baseiem apenas no

interesse das crianças” (Makarenko, in: Luedemann, 2002, p.159).

Segundo Vasconcellos “Há uma desorientação geral hoje na sociedade... É a

crise da disciplina no contexto da Pós-Modernidade” (2010, p.30). Estamos em fase

de adequação e para que possamos ter um resultado positivo é necessário que a

escola “estabeleça um relacionamento com os alunos e suas famílias menos

marcada pela acusação, possibilitando uma autêntica busca de assumir as

responsabilidades respectivas, superando o famigerado empurra-empurra”

(Vasconcellos, 2010, p.27).

CONSEQUÊNCIAS DA INDISCIPLINA

Não existe aproveitamento de ensino em um ambiente de desordem em que

cada um faz o que bem entende. O resultado dessa falta de regras e limites é o

declínio da qualidade de ensino que estamos constatando em muitos de nossos

alunos que ao terminar o ensino fundamental não se apropriaram minimamente do

conhecimento necessário e, o que é mais alarmante, é que muitos chegam ao

ensino médio sem conseguir interpretar textos, por mais simples que seja. “Muitos

nem tem mais orgulho de ser alunos. Nem vergonha de nada saberem” (La Taille,in

11

Aquino, 1996, p. 22).

Conflitos constantes entre professor e alunos. O Professor leva mais

tempo tentando preparar a sala para iniciar a sua aula do que trabalhando

especificamente o conteúdo que preparou. Outra situação presente e não menos

preocupante é o desinteresse que os nossos alunos apresentam de vir para a

escola. É notório a sua falta de motivação em aprender, em participar das atividades

da escola ou da sala de aula, a não ser, parece claro, que aulas sejam recreativas.

ATIVIDADES:

ENCAMINHAMENTO METODOLÓGICO

1º Momento:

a) Explicar o Projeto de Intervenção e apresentar o Material Didático

elaborados como atividade do PDE para os professores, pedagogos e

gestores;

b) Aplicar questões para fazer uma sondagem das possíveis causa da

indisciplina aos professores:

QUESTÕES PARA OS PROFESSORES

EXERCÍCIO PROFISSIONAL:

a) Tempo de magistério;

b) Escola (s) em que trabalha atualmente/ Série (s) Nº de alunos/Turno;

c) Carga semanal em sala de aula: ______horas;

d) Tempo gasto semanalmente no preparo das aulas: __________horas; e na

correção de trabalhos: _________horas;

e) Principal motivação para o trabalho como professor (a);

f) Vantagens do trabalho docente;

g) Principais dificuldades no trabalho como professor (a);

h) Aspectos de seu desempenho profissional que gostaria de aperfeiçoar;

i) Sugestões para a atuação do pedagogo em relação às questões g e h;

J) Atuações profissionais concomitantes (na área de atuação e em outras áreas);

l) Nível de satisfação - ótima, boa, regular ou deficiente;

12

- Com as condições de trabalho.

- Com o seu desempenho profissional:

- Participação em entidades de classe?

m) O que acha mais difícil em sua profissão?

FORMAÇÃO PROFISSIONAL:

Escolaridade: ( ) ensino médio ( ) ensino superior ( ) especialização ( ) mestrado

Interesse em prosseguir em prosseguir estudos: ( ) sim ( ) não

ASPECTOS SÓCIO-ECONÔMICOS E CULTURAIS

a) Atividades, grupos ou associação comunitária, religiosa ou outras de alcance

social da qual participa:

b) Atividade de lazer que prefere e/ ou que tem acesso:

POSIÇÃO SOBRE ALGUNS ASSUNTOS POLÊMICOS

Responder se é a favor ou contra e porquê.

a) Reforma agrária/ movimento dos trabalhadores sem-terra:

b) Aborto:

c) Processo de privatização das estatais:

c) Pena de morte:

d) Lei de Diretrizes e Bases da Educação:

e) Comportamento dos jovens:

f) Os PCNs :

2º Momento: Aplicar as questões elaboradas para diagnosticar as causas da

indisciplina e as insatisfações dos alunos;

QUESTÕES PARA OS ALUNOS

DADOS PESSOAIS:

a) Nome: ____________Idade: ___________Sexo: ________Naturalidade: ___

Religião: _______Importância da religião para a vida:

b) Trabalha: Em quê?_______________Onde?_________________

c) Em que horário?______________Quanto ganha?

13

DADOS SOBRE A FAMÍLIA:

a) Mora com a família?

b) Se não mora com a família, qual o seu grau de parentesco ou de relacionamento

com a (s) pessoa (s) com que você mora?

c) Qual o nível de instrução, ou seja, até que grau ou série estudaram ou estudam

as pessoas com quem você mora?

DADOS SÓCIOS CULTURAIS:

a) Como é o seu relacionamento com os colegas de classe?

( ) ótimo ( ) bom ( ) ruim

Por quê?

b) Quais são suas atividades de lazer?

c) Que programa de TV você costuma assistir?

d) Gosta de ler?________ (se sim) que tipo de leitura:

DADOS ESCOLARES:

a) Você já reprovou alguma vez?______________Se sim...

Em que série(s) e escola?

b) Quais os principais motivos de reprovação?

( ) mudança de residência ( ) infreqüência ( ) desinteresse

( ) problemas de saúde ( ) problemas com o(s) professores

( ) dificuldade de aprender ( ) outros problemas Quais?

Das matérias que estuda...

a) Quais são aquelas em que tira notas melhores?

Por quê?

b) Quais são aquelas em que tira notas piores?

Por que?

DADOS DE SAÚDE:

a) Já teve algum problema grave de saúde?_________ (se sim) Qual?

b) Há algum problema grave de saúde que prejudica seus estudos, atualmente? (se

sim) Qual?

14

ASPIRAÇÕES OU EXPECTATIVAS:

a) O que mais deseja alcançar na vida?

b) O que você acha melhor em sua escola?

c) Que mudanças você faria em sua escola para que ela ficasse melhor? d)O que

mais você gostaria de escrever?

3º Momento: Pais.

a) Fazer reunião com os pais para apresentar o projeto e aplicar o questionário

para sondar as dificuldades que os pais encontram na educação dos filhos e

sensibilizá-los para a sua participação na construção do processo pedagógico

da escola.

QUESTÕES PARA OS PAIS

DADOS PESSOAIS:

a) Nome: ___Idade: ___________Sexo: ________Naturalidade: ___ Religião:

_______Importância da religião para a vida:

b) Trabalha:_________Em quê?_______________Onde?

c) Qual é a renda da família?

d) Qual o grau de escolaridade?

e) Quantos filhos?

f) Mora com o (a) esposo (a) ?

DADOS SÓCIO CULTURAIS:

a) Quais são as suas atividade de lazer?

b) Que programas de TV você costuma assistir?

c) Gosta de ler?____________ (se sim) que tipo de leitura?

EM RELAÇÃO OAS FILHOS:

a) Quais as dificuldades que encontram para educar os seus filhos?

b) O que os filhos falam sobre a escola?

c) O que você espera e pensa da escola?

15

POSIÇÃO SOBRE ALGUNS ASSUNTOS POLÊMICOS:

1 - Responder se é a favor ou contra e porquê :

a) Reforma agrária/ movimento dos trabalhadores sem-terra:

b) Aborto:

c) Processo de privatização das estatais:

d) Pena de morte:

e) Comportamento dos jovens:

4º Momento: Reunião com professores, equipe pedagógica e gestor:

a) Relatar os resultados das aplicações dos questionários de sondagem

realizados com os alunos, pais e com os próprios professores para que

juntos, diretor, equipe pedagógica e professores possam indicar os problemas

detectados e fazer uma reflexão a fim de descobrir as insatisfações e os

problemas que os alunos, pais e professores apresentam no interior da escola.

b) Fazer leitura de textos:

1) A escola e o movimento social: relativizando a escola de Miguel Gonzales Arroyo,

IN: Revista Ande. São Paulo, n 12. p. 15-20.1987;

2) Disciplina x Antidisciplina ( Ivone Khouri, in: Dantola, 1989, p. 41-47).

3) A disciplina na escola. Franco, Luiz Antônio Carvalho Franco, in: Revista

Ande,1986, P. 62-67.

4) Perspectivas de ação por parte da escola. p.71-81 e por parte do professor.p.84-

118. Celso dos Santos Vasconcellos. , 2010.

Os textos serão distribuídos em quatro grupos e servirão de apoio teórico para

reflexões das ações comuns ao professor e à escola. Desse momento deverá

resultar uma síntese do grupo com as possíveis causas da indisciplina, que são de

responsabilidade da escola e do professor. Essa síntese deverá ser socializada com

os outros grupos.

5º Momento:

a) Assistir o filme: Entre os muros da escola- Direção - Laurent Cantet.

b) Dividir os professores em grupos para discutir o filme, analisando os

seguintes aspectos:

1) O filme tem alguma relação com a sala de aula e/ou a nossa escola?

16

2) Quais são os aspectos positivos e os negativos que poderão ser ressaltados no

filme e na nossa escola?

3) Quais foram os foram os fatos que mais chamaram a atenção do grupo?

Justifique.

4) Diante das respostas acima, o grupo percebeu a necessidade de mudanças na

escola? Caso a resposta for afirmativa, liste-as.

c) De posse dessas questões e das sínteses dos encontros anteriores, elaborar um

documento em que o grupo relate as causas que desencadeiam a indisciplina e

apontar possíveis soluções.

UNIDADE II

RELAÇÃO PROFESSOR-ALUNO E PROFESSOR-CONHECIMENTO

RELAÇÃO PROFESSOR-ALUNO

Segundo Vasconcellos “O professor anda confuso com tudo que vem

acontecendo com ele, com a escola e a sociedade. Há uma profunda mudança na

relação Escola-Sociedade e parece que não nos demos conta suficientemente disto”

(2010, p.27).

O fato de a escola estar recebendo alunos das diversas classes sociais e de

diversas estruturas sociais, portanto pessoas com as mais variadas realidades tais

como família com diversos tipos de estruturas, pais desempregados, alcoolistas,

crianças que convivem com a prostituição, não deve ser motivo para que a

instituição pense que essas crianças são pessoas incapazes de aprender e a

conviver socialmente. Parece estar ocorrendo, no interior da escola, uma espécie de

“... medo perante a diversidade humana, a incapacidade de construir um todo

equilibrado na base das diferenças.” (Makarenko, in: Luedemann , 2002, p. 274).

Segundo Aquino “A saída possível está no coração mesmo da relação

professor-aluno, isto é, nos nossos vínculos cotidianos e, principalmente, na maneira

como que nos posicionamos perante o nosso outro complementar...” (1996, p.50). O

que está faltando a nós, professores, é mudar a nossa postura, a nossa didática, a

nossa prática de ensino e a forma com que tratamos o nosso aluno. Se desejamos

construir uma postura democrática em nossos alunos, temos que rever as nossas

ações que continuam sendo de coação e repressão. Um ambiente de respeito e de

17

princípios tem que partir do tratamento que a escola e, principalmente, o professor

dispensa ao aluno. Portanto, se queremos disciplina, é necessário que os alunos

participem dessa construção, que professor e aluno elaborem as normas e regras de

convivência, de trabalho, das responsabilidades que não é só do aluno, é também

do professor. Deve-se assumir o compromisso de manter uma postura de respeito

com as diferenças, com o tratamento dispensado ao aluno na convivência diária e

com o conhecimento historicamente elaborado. Conhecer e trabalhar a realidade

dos alunos, não significa dizer que temos que partir da realidade individual de cada

sujeito que segundo Arroyo “é pouco e pode ser enganoso” (In: ANDE,1987, p.19).

Isso nos remete para o tópico a seguir que pode ser outro fator a desencadear a

indisciplina.

RELAÇÃO PROFESSOR-CONHECIMENTO

“Se o professor pautar os parâmetros relacionais no seu campo de

conhecimento, ele certamente será capaz de (re)inventar a moralidade discente” (

Aquino, 1996, p.51). Há fortes indícios de que o professor, na ânsia de entender

esse novo corpo discente, passou a banalizar o conhecimento e colaborou para a

“crescente psicologização do cotidiano escolar”(In:Lajonquière, 1996, p.27), ou seja,

passou a preocupar-se mais com a subjetividade de cada aluno do que com o

conhecimento e acabou oferecendo mais momentos de lazer. Criou-se uma

impressão de que a escola tem que ser um espaço de constante busca de

realizações assistencialistas, esquecendo sua principal função que é a busca do

conhecimento. O professor deveria pautar suas ações na construção do

conhecimento sólido, no respeito pelo aluno social, com história de vida em uma

sociedade histórica e, não individual e olhar a criança e o adolescente como sujeitos

da produção do saber e portanto,capazes de construir junto com o coletivo da

escola, uma instituição verdadeiramente democrática, participando das decisões e

atuando de forma consciente, superando as ideologias e a pedagogia hegemônica

que pode ser apontada como uma das causas da indisciplina escolar.

ATIVIDADES DIRECIONADA AOS PROFESSORES E GESTORES

OFICINA I

1) Leitura dos textos:

18

a) Contradição liberdade/Repressão. Celso dos S. Vasconcellos - (In)

disciplina,2010, p.35-38;

b) A sanção expiatória e sanção por reciprocidade. Celso dos S. Vasconcellos - (In)

disciplina,2010, p.57 -60;

c) É possível transformar a realidade. Celso dos S. Vasconccellos - (In)

disciplina,2010, p.85-96;

d) Indisciplina e violência: a ambigüidade dos conflitos na escola. Áurea M.

Guimarães - In: indisciplina na escola, 1996, p.73-79.

e) Antes de partir para as reflexões dos textos fazer a seguinte dinâmica de grupo:

Jogo das diferenças. Fonte - Projeto memorial Pirajá. Aprendendo a ser e a

Conviver, p.80.

- Objetivos: Facilitar a percepção de si mesmo; perceber se a auto-imagem

corresponde à imagem que o grupo faz de sua pessoa.

1) Após leitura de cada texto, em grupos, pontuar situações vivenciadas na sala de

aula que vem ao encontro das causas citadas pelos autores que o grupo tenha

identificado como decorrentes da sua postura em relação ao aluno;

2) Em seguida listar essas pontuações e, para cada uma delas, sugerir outra

postura que poderá ser tomada diante da mesma situação;

3) Socializar com o grande grupo;

OFICINA II

I) Documentário: Esperando pelo super-homem - Direção: Davis Guggenhein. O

documentário ressalta os seguintes aspectos:

a) Esperança;

b) Educação;

c) Preconceito na aprendizagem;

d) Evasão escolar e

e) O papel do professor.

1) Dividir os grupos e fazer os seguintes questionamentos:

a) Qual dessas situações a nossa escola está atendendo perfeitamente?

b) Caso a escola/ professor não esteja atendendo algumas dessas expectativas,

listá-las, apontar as causas, dar sugestões de possíveis ações que poderão ser

desenvolvidas para a superação dos problemas levantados;

19

2) Dinâmica: A escola que tenho/ a escola que gostaria de ter. Fonte - Margarida

Serrão e Maria Clarice Baleeiro. Aprendendo a ser e a conviver, p.237.

- Objetivos - Levantar as características da escola que se tem e da escola que se

gostaria de ter; discutir as formas de participação possíveis com o objetivo de

transformar a escola que se tem.

3) Finalmente deverão ser listadas as sugestões que deverão ser incorporadas ao

PPP e a Regimento da escola.

UNIDADE III

O ENVOLVIMENTO DA COMUNIDADE ESCOLAR NA ORGANIZAÇÃO DA

PROPOSTA ESCOLAR

A escola ainda não conseguiu superar a ideia de que não os únicos

detentores do conhecimento, no seu interior, são os gestores, equipe pedagógica e

professores. Existe uma grande resistência, por parte dos outros segmentos da

comunidade escolar atuar junto ao processo de construção do Projeto Político

Pedagógico e na tomada de decisões que compete aos segmentos próprios

compostos no interior da escola como o Conselho de Escola, APMFs e Grêmio

estudantil. A justificativa mais comum que ouvimos é a de que esses segmentos não

se sentem preparados e não possuem conhecimentos suficientes para interferir no

processo de organização escolar, deixando a responsabilidade aos professores e

gestores.

Todas as pessoas envolvidas no coletivo da escola são importantes e suas

postura e ações são partes determinantes na construção de um processo

democrático que só é possível se todos participar das ações e propostas planejadas

com objetivos pré-estabelecidos.

Contudo, o que parece determinante na questão da disciplina é o

envolvimento dos pais e a sua conscientização de que a escola, sozinha, não dará

conta de todas as atribuições que lhes são atribuídas, pois “...há uma tendência de

atribuir à escola funções que antes eram inerentes à família” (Vasconcellos, 2010,

p.79). Se a escola está convivendo com essa nova realidade, então, se faz

necessário que os pais estejam mais presentes e tenham conhecimento tanto das

20

propostas pedagógicas quanto da elaboração das normas e regras de convivência,

assim como também das decisões que deverão ser tomadas para que sejam

asseguradas as aplicações das sanções, quando necessárias. Outro aspecto

importante é que escola e os pais falem a mesma linguagem e tenham a mesma

postura de cobrar responsabilidades, compromissos e limites. Não é possível

superar a indisciplina com os pais assumindo uma postura e a escola outra.

Portanto cabe a escola:

lembrar e se fazer lembrar em alto e bom tom, aos seus alunos e

sociedade, como um todo, que a sua finalidade principal é a

preparação para o exercício da cidadania. E, para ser cidadão, são

necessários sólidos conhecimentos, memória, respeito pelo espaço

público, um conjunto mínimo de normas interpessoais, e diálogos

francos entre olhares éticos. (La Taille, in: Aquino,1996, p.23).

ATIVIDADES DIRECIONADAS AOS PAIS

1º. MOMENTO:

OFICINA - I

I - Assistir filme - Juventude transviada. Direção: Nicholas Reis.

Fazer os seguintes questionamentos com os grupos de pais:

a) Qual era a insatisfação de Jim Stark?

b) As companhias influenciaram o comportamento de Jim?

c) Os ambientes (família, escola e sociedade) tiveram contribuições positivas ou

negativas no comportamento de Jim? Comente

d) Como era a relação com os pais?

e) Na opinião do grupo, o que faltou aos pais na educação do filho?

f) Socializar as respostas dos grupos.

II - Dividir novamente os pais em grupos e, em cada grupo, ao menos dois

professores para troca de informações e discussão das possíveis causas da

indisciplina. Os grupos deverão também analisar o regimento escolar.

a) As questões relevantes deverão ser anotadas pelo grupo.

OBSERVAÇÃO- Esse momento tem como objetivo a aproximação dos pais com os

21

professores.

OFICINA - II

Documentário - Criança, a alma do negócio. Direção - Estela Renner.

1) Questionar os pais quanto a:

a) Você identificou alguma situação no documentário que vivencia com seus filhos?

b) Em sua opinião, a mídia interfere na educação e formação da criança e

adolescente? Justifique.

c) A partir dos exemplos do documentário, faça uma lista de situações que

vivenciou/vivência e que não tinha dado conta de que está contribuindo para

esse consumismo desenfreado.

2) Encerrar as oficinas com um economista e psicólogo abordando o tema sobre

consumismo e o a influência da mídia sobre a educação sobre a criança e o

adolescente.

2º. MOMENTO:

1) Fazer uma palestra com um profissional do Ministério Público abordando sobre o

ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente) ressaltando, principalmente os

seguintes aspectos:

a) Responsabilidade dos pais na formação moral ético com limites e valores,

compromissos que são inerentes aos pais e que estão sendo relegados à escola;

b) Esclarecer quanto as questões dos limites, responsabilidades e dos

compromissos próprios e fundamentais para a criança e o adolescente que foram

negligenciados pela interpretação errônea do ECA;

c) Definir aos pais quais são os seus compromissos na formação de seus filhos e

quais são os da escola;

d) Mostrar quais são as suas funções e responsabilidades que deverão ser

assumidas junto à escola;

e) Explicitar quais são os direitos e os deveres da Criança e adolescente que estão

contidos no ECA;

f) Quais os deveres dos pais;

g) Quais são os direitos e deveres do professor e da escola.

3º. MOMENTO:

22

1) Fazer palestra com Psicólogo esclarecendo sobre o papel dos pais na formação

dos filhos e a importância de estabelecer princípios tais como:

a) Limites;

b) Responsabilidades;

c) Compromisso;

d) Respeito;

e) solidariedade;

f) ética;

g) Organização.

2) Responder as dúvidas levantadas nas discussões sobre o documentário- criança,

a alma do negócio.

4º. MOMENTO:

De posse dos dados colhidos nos três momentos anteriores reunir pais,

professores, gestores e funcionários e fazer uma análise do regimento escolar e da

proposta pedagógica da escola para fazer possíveis adequações. Prever também

as funções da APMF e Conselho de Escola.

5º. MOMENTO:

1º DIA DO ALUNO

OBSERVAÇÃO: Essas oficinas terão a duração de 1hora e os alunos deverão

passar por todas e serão realizadas por período.

I) Oficina:

FILME: Vida Maria. Direção: Márcia Ramos

Questões para Reflexão:

a) Qual foi a mensagem do filme que ficou mais forte em você?Justifique.

b) Você conhece alguém que, apesar das dificuldades, realizou o seu sonho?

c) Qual o significado da escola para você?

d) Seus pais acompanham a sua vida escolar? De que maneira?

e) Faça uma lista com os pontos positivos e os negativos de todos os segmentos da

escola ( não citar nomes), justificando cada item.

1) Socializar as respostas e promover um momento para troca de opiniões.

23

OBSERVAÇÃO: Não há necessidade de socializar as questões, mas deverão ser

arquivadas para futuras reflexões dos professores e pais.

II) OFICINA:

1) Dinâmica: Auto-retrato desenhado.

Fonte: Projeto Memorial Pirajá. Aprendendo a ser e a conviver, 1999, p.70 e 71.

OBJETIVO: Aprofundar a percepção de si mesmo e perceber as motivações que

interferem no pensamento, sentimentos e emoções.

2) Socializar as respostas dando a oportunidade a todos de se expressarem.

OBSERVAÇÃO: Esse auto-retrato deve contemplar, também, a sua postura como

aluno.

III) OFICINA

1) Palestra com um membro do Conselho Tutelar para falar sobre os Direitos e

Deveres da Criança e do Adolescente que estão contemplados no ECA.

2º DIA DO ALUNO

2) Os alunos em sua sala com o seu professor deverão fazer:

a)Leitura do Regimento escolar e da proposta pedagógica;

b)Dar sugestões de mudanças e acrescentar o que achar que está faltando;

c) solicitar aos alunos que preparem uma peça teatral, músicas, poesias ou o que a

criatividade permitir sobre a maneira que eles vêem a escola atual e como seria a

ideal.

OBSERVAÇÃO: As apresentações deverão acontecer na próxima reunião de pais

que acontecerão mensalmente.

24

CONCLUSÃO

Se o que desejamos é resgatar o papel da escola que é de passar

conhecimento historicamente elaborado e formar indivíduos democráticos, ativos,

com condições de atuar na sociedade, superar a ideologia da classe dominante e

valorizar a sua cultura, é necessário que repensemos a nossa postura de educador

e de escola, que haja mudança no planejar das ações, que estas sejam realizadas

no coletivo da escola e que todos sejam igualmente responsáveis, na sua função, de

promover o respeito, a dignidade e a ética, que ofereça a criança e o adolescente,

condições de exercer a sua cidadania ao qual tem o direito e a escola o dever de

passar. Mas para que isso seja possível é necessário que construa a disciplina no

espaço coletivo da escola.

25

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Adorno, Theodor W - Dialética do esclarecimento. Rio de Janeiro: Jorge Zahar. Ed.

1985.

Arlete Dontola - Disciplina na escola: autoridade versus autoritarismo. São Paulo:

EPU, 1989

Anton Makarenko vida e obra - a pedagogia na revolução / Cecília da Silveira

Leudemann. - São Paulo: Expressão popular, 2002

Aquino, Júlio Groppa - Indisciplina na escola: Alternativas teóricas e práticas - São

Paulo: Summus, 1996

Franco, Luiz Antônio Carvalho - A disciplina na escola. In: Revista ANDE. São Paulo,

nº 11, 1986.

Margarida Serrão e Maria Clarice Baleeiro - Aprendendo a ser e a conviver. São

Paulo: FTD, 1999.

Miguel Gonzales Arroyo - A escola e o movimento social: relativizando IN: Ande. São

Paulo, nº 12, 1987;

Tiba, Içami – Disciplina, limite na medida certa - novos paradigmas. São Paulo:

Integrare Editora, 2006.

Tiba, Içami - Quem Ama, Educa!: formando novos cidadãos éticos. São Paulo:

Integrare Editora, 2007.

Vasconcellos, Celso dos Santos – (IN) Disciplina: construção da disciplina

consciente e interativa em sala de aula e na escola, 18º Ed. São Paulo: Libertad

Editora, 2010.

26