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FICHA PARA IDENTIFICAÇÃOPRODUÇÃO DIDÁTICO – PEDAGÓGICA
TURMA PDE/2012
Título: Memórias Literárias em Sala de Aula.
AutorMaria Margarete Furtado Cossiolo
Disciplina/Área (ingresso no PDE)
Língua Portuguesa
Escola de Implementação do Projeto e sua localização
Colégio Estadual Carlos de Almeida – E.F.M
Município da escola Londrina
Núcleo Regional de Educação Londrina
Professor Orientador Prof. Dr. Paulo Roberto de Almeida UEL
Instituição de Ensino Superior Universidade Estadual de Londrina
Relação Interdisciplinar
(indicar, caso haja, as diferentes disciplinas compreendidas no trabalho)
Resumo
(descrever a justificativa, objetivos e metodologia utilizada. A informação deverá conter no máximo 1300 caracteres, ou 200 palavras, fonte Arial ou Times New Roman, tamanho 12 e espaçamento simples)
Apesar de muitas pesquisas e publicações de livros abordando o ensino da leitura,da escrita e dos gêneros textuais, notase grande dificuldade dos professores em trabalhar com estes três eixos. A maioria dos alunos sai do ensino médio sem conseguir redigir textos coesos e coerentes.A leitura e a escrita têm se tornado escassa em sala de aula. Há necessidade de se recuperar o hábito de ler e escreve. Ler pelo bel prazer e não por obrigação.Cabe ao professor utilizar recursos didáticos para despertar cada vez mais o gosto pela leitura e a escrita dos diversos gêneros.O projeto Memórias Literárias será de grande relevância para a escola, contribuirá para despertar no aluno o gosto pela leitura: quem não gosta de reviver as lembranças,voltar à infância, ao velho sítio dos avôs,enfim, contar suas histórias.O gênero Memórias Literárias tem por objetivo evocar o passado, buscar recordações,fatos que foram importantes
para o narrador. Este gênero encanta o leitor ,pois faz com que reviva o passado já adormecido,possibilitando,assim,despertar no aluno o gosto pela leitura e a escrita.
palavrasônibus ( 3 a 5 palavras)
Memórias Literárias _ Leitura e Escrita
Formato do Material Didático Unidade Didática
Público Alvo
(indicar o grupo para o qual o material didático foi desenvolvido: professores, alunos, comunidade...)
Alunos do oitavo ano do Ensino Fundamental.
1. INTRODUÇÃO
Apesar de muitas pesquisas e publicações de livros abordando o
ensino da leitura, da escrita e dos gêneros textuais, notase grande dificuldade dos
professores em trabalhar com estes três eixos, (leitura, escrita e os gêneros). A
maioria dos alunos sai do ensino médio sem conseguir redigir textos coesos e
coerentes, não consegue se posicionar criticamente e nem conhece as
características dos textos mais simples.
Diferentes instrumentos de avaliação (ENEM, PROEB, CEPIAL,
PROVA BRASIL) têm diagnosticado baixo desempenho dos alunos em relação às
habilidades de leitura e escrita.
De modo geral, a leitura e a escrita têm se tornado escassas em
sala de aula. Há necessidade de se recuperar o hábito de ler e escrever. Ler pelo
belo prazer, não por obrigação.
Os alunos do Colégio Estadual Carlos de Almeida, na sua maioria,
demonstram desinteresse, apatia pela leitura e pela escrita. Quando se fala em
produzir texto percebese relutância. A maioria destes alunos é de famílias
detentoras de baixa renda e desfavorecidas economicamente. Notase, na grande
maioria, certa carência de atenção familiar, do ponto de vista afetivo e do
acompanhamento escolar; buscam, assim, na própria escola, na maioria das vezes,
o apoio de que necessitam.
Há necessidade de desenvolver nestes alunos o gosto pela leitura e
a escrita dos diversos gêneros textuais, pois um cidadão que não tenha estas
habilidades não está totalmente inserido na sociedade. Cabe ao professor utilizar
recursos didáticos para despertar cada vez mais o gosto pela leitura e a escrita dos
diversos gêneros.
Nesse sentido, o projeto Memórias Literárias será de grande
relevância para estes alunos e, certamente, contribuirá para despertar nos alunos o
gosto pela leitura: quem não gosta de ouvir e contar histórias, de reviver as
lembranças, voltar à infância, ao velho sitio dos avôs, às ruazinhas ainda sem
asfalto?
O gênero memórias literárias tem por objetivo evocar o passado,
buscar recordações, relembrar fatos que foram importantes para o narrador,
relembrar os tempos de infância. Os gêneros memorialísticos encantam os leitores,
pois fazem com que revivam o passado já adormecido, possibilitando, assim,
despertar no aluno o gosto pela leitura e a escrita.
Além do envolvimento com a leitura deste gênero, este trabalho vai
propiciar contato entre diferentes gerações. Os alunos resgatarão a história do local
onde vivem entrevistando as pessoas mais velhas da comunidade. Com a leitura de
vários textos e livros, com a realização das entrevistas, estudando as características
deste gênero, os alunos terão conhecimento suficiente para redigirem os seus textos
sem relutância e com mais prazer.
A implementação pedagógica da Unidade Didática na sala de aula
será feita seguindo uma sequência didática proposta por Dolz e Scheneuwly (2004).
As sequências didáticas (S.D.) são planejadas para ensinar um
conteúdo etapa por etapa, efetuar atividades ou exercícios múltiplos. Todas as
atividades bem planejadas, seguindo uma S.D., ajudará ao aluno apropriarse das
noções, das técnicas e dos instrumentos necessários ao desenvolvimento de suas
capacidades de expressão oral e escrita.
.
Obedecendo à sequência didática acima, de início o professor expõe
o projeto para conhecimento dos alunos, pois os mesmos precisam conhecer o
conteúdo que será trabalhado.
Após conhecimento do gênero (leitura de alguns textos)
apresentação da situação de forma bem clara, bem detalhada da tarefa oral ou
escrita que os alunos deverão realizar, estes farão um texto oral ou escrito do
gênero pedido, que não é para ser avaliado, ou melhor, não se deve atribuir uma
nota para a produção inicial. Esta produção servirá para o professor realizar um
diagnóstico, com a finalidade de observar o que o aluno domina ou não sobre aquele
gênero.
Em seguida, o trabalho será desenvolvido por módulos (oficinas).
Nestas oficinas o professor realizará atividades que sanem as dificuldades
detectadas na produção inicial.
Finalmente, a produção final. Esta atividade é de suma importância,
pois permitirá observar se realmente houve desenvolvimento por parte do aluno,
(comparando a primeira produção com a produção final) É necessário a refacção da
produção inicial.
2. IMPLEMENTAÇÃO DO PROJETO EM SALA DE AULA
OFICINA 1 DIFERENCIANDO MEMÓRIA DE MEMÓRIAS LITERÁRIAS
No primeiro momento o professor conversará com os alunos e
explicará a diferença entre memória e memórias.
1 O que é memória? O que essa palavra significa para você?
Professor:
Escrever no quadro as respostas dos alunos.
“MEMÓRIA” é aquilo que ocorre ao espírito como resultado de
experiências já vividas, lembranças, reminiscência.
2 O que são Memórias Literárias?
“MEMÓRIAS” são relatos que alguém faz muitas vezes na forma
de obra literária (memórias literárias), a partir de conhecimentos históricos dos
quais participou ou foi testemunha, ou que estão fundamentados em sua vida
particular.
“MEMÓRIAS LITERÁRIAS” geralmente são textos produzidos por
escritores que, ao rememorarem o passado, integram ao vivido o imaginado. Para
tanto, recorrem a figuras de linguagem, (linguagem conotativa), escolhem
cuidadosamente as palavras, orientados por critérios estéticos que atribuem ao
texto ritmo e conduzem o leitor por cenários, situações reais ou imaginárias.
Recordar vem de re + cordis (coração), significando trazer de novo
ao coração algo que, devido á ação do tempo, tinha ficado esquecido em algum
lugar da memória. Podemos dizer assim, em linhas gerais, que é exatamente essa a
função de um texto memorialístico:
OS Sonhos da América
Eu nasci no ano de 1890, numa pequena aldeia da Calábria, ao sul da Itália.
E onde fica a Itália?… É só olhar um mapa da Europa e procurar uma terra em
forma de bota, que dá um pontapé no Mar Mediterrâneo e um chute de calcanhar
no Mar Adriático.
Lá, nessa terra entre mares, foi que eu nasci num dia de inverno, quando as
flores silvestres que perfumavam o ar puro dos campos da minha aldeia...
Texto retirado do livro “A menina que fez a América” Ilka B.Laurito, Editora FTD,
1999. Pág.6
O tempo amarrota a lembrança
Difícil não conferir a razão a meu pai em seus momentos de anjo. Ele
pendia a cabeça para a esquerda, como se escutando o coração e falava sem
labirintos. Dizia frases claras, acordado sorrisos... Parecia querer argumentar sem
ele mesmo ter certeza, tornando assim as palavras cuidadosas.
Texto retirado do livro “Ler escrever e fazer conta de cabeça’” Bartolomeu Campos
de Queirós. Editora Terezinha Alvarenga, 2001. Pág. 7
3 Nos textos que vocês leram acima: Os Sonhos da América, o Tempo Amarrota
as Lembranças, os narradores personagens revivem algumas lembranças,
recordações que marcaram sua vida. Que lembranças são essas?
OFICINA 2 RECONHECIMENTO DO GÊNERO MEMÓRIAS LITERÁRIAS
No segundo momento da implementação do projeto Memórias
Literárias na sala de aula, o objetivo será levar os alunos ao reconhecimento do
gênero que será abordado através de leituras de textos memorialísticos e práticas
de interpretação.
Os alunos lerão com o professor alguns trechos do livro:
“Lembranças de velhos” (Ecléia Bosi), “Ler, escrever e fazer contas de cabeça”
(Bartolomeu Campos Queiros), “Chão de menino” (Zélia Gatai), “A Menina que fez a
América” (Ilka B. Laurito.)
Após a leitura dos textos perguntar aos alunos:
1 Já leram algum livro, texto, letra de música em que o autor revive as suas
lembranças, as suas memórias, as suas recordações de infância?
2 Pesquisar sobre a vida dos autores citados acima.
Professor:
Explicar para os alunos que todos temos muitas lembranças para
recordar, muitas coisas boas do tempo de criança, como por exemplo, a casinha em
que nascemos, as ruazinhas ainda sem asfalto, a escola, a primeira professorinha.
Quantas lembranças boas nós temos... Alguns desses momentos foram tão
importantes que merecem ser relembrados, relatados, registrados, para que não se
apaguem da memória.
OFICINA 3 INCENTIVANDO A LEITURA
Incentivar o gosto pela leitura do gênero: Memórias Literárias
Professor:
Levar para sala alguns livros de Memórias literárias, fazer
apresentação para os alunos, deixar que façam uma breve leitura e escolham qual
livro querem ler.
OFICINA 4 – PRODUÇÃO INICIAL
Escrever individualmente o primeiro texto de Memórias Literárias.
Professor:
Levar para sala algumas entrevistas de quatro pioneiros da cidade
de Londrina (Publicadas na Folha de Londrina, 20/08/2012).
Quantas histórias tem para contar uma pessoa que chegou em
Londrina em 1930 e acompanhou de perto todas as mudanças e evoluções pelas
quais a cidade passou.
1 Como você imagina que era Londrina nessa década?
Alguns pioneiros da cidade de Londrina tiveram a oportunidade de
resgatar as lembranças que ainda estão vivas em suas memórias durante café da
manhã realizado no museu histórico de Londrina para comemorar o Dia do pioneiro.
Entre eles, a Senhora Elta Baby, 81anos, primeira mulher nascida na cidade de
Londrina, em 1931, antes da criação oficial do município que aconteceu em 1934; o
funcionário público aposentado José Leite de Carvalho que chegou aqui em 1933; o
professor aposentado da UEL, Moacyr Bôer, 81anos, chegou em 1935, Sr. Orlando,
que apesar de ter chegado só em 1960 participou da construção de vários prédios
da cidade, e tem muitas histórias para contar...
2 Vocês gostariam de conhecer as histórias dessas pessoas? Saber um pouco
mais da nossa cidade, bem como as mudanças e evoluções ocorridas?
3 Vamos ler as entrevistas de quatro pioneiros da cidade de Londrina (Publicadas
na Folha de Londrina).
4 Como era a cidade quando esses três primeiros pioneiros chegaram aqui?
5 Como é Londrina nos dias atuais?
O aluno agora escreverá o seu primeiro texto (memórias literárias)
com base nos textos lidos na sala. O objetivo é observar se o aluno domina ou não
esse gênero e, em seguida, elaborar oficinas que têm por finalidade trabalhar com
as dificuldades apresentadas.
6 Você fará a sua primeira produção (memórias literárias). Escolha a reportagem
de que você mais gostou: o texto será produzido com base nos fatos da entrevista
lida. Tome o lugar do entrevistado e escreva o seu texto na 1ª pessoa.
OFICINA 5 CONHECENDO AS CARACTERÍSTICAS DO GÊNERO MEMÓRIAS
LITERÁRIAS
Conhecer as principais características de um texto memorialístico.
Os gêneros memorialísticos são predominantemente narrativos,
em sua estrutura composicional. Neste tipo de gênero o narrador evoca o passado,
revive recordações de fatos e pessoas que marcaram sua vida. O narrador escreve
esses fatos no presente, de modo poético e literário, usando uma linguagem
conotativa, construída por figuras de linguagem, que tem por objetivo mexer com
as emoções do leitor.
Figuras de linguagem são recursos expressivos que consistem no
emprego de palavras num sentido diferente daquele que normalmente são
empregadas no dicionário. Nesses casos, dizemos que a palavra foi usada no
sentido figurado, ou numa linguagem conotativa.
Professor:
Projetar os dois textos: “O Sonho das Américas”, de Ilka B. Laurito, e
“O Tempo Amarrota as Lembranças”, de Bartolomeu Campos de Queirós e com
auxílio do Datashow trabalhar as características do gênero memorialístico.
Explicar para os alunos que o início de um livro ou mesmo de um
capítulo de memórias literárias é dedicado a situar o leitor no tempo e no espaço
em que se passam as lembranças do narrador.
Atividades com base nos textos: “Lembranças da América” (Ilka B.
Laurito), “O Tempo Amarrota as Lembranças” (Bartolomeu Campos de Queirós)
(Oficina nº 1).
1 Onde se passam as lembranças das personagens?
No texto narrativo o espaço é o lugar onde ocorrem os fatos.
2 Quando ocorreram as lembranças que as personagens evocam da memória?
O tempo é quando ocorrem os fatos.
3 Escreva um pequeno parágrafo de um texto memorialístico com localização do
tempo e do espaço.
O gênero memorialístico apresenta narrador personagem. O texto
está na 1ª pessoa.
Relendo os textos já citados acima, percebemos que o narrador
faz parte da história. O texto está na 1ª pessoa do discurso, singular, ou plural, e
essa fala deve concordar com o verbo também na primeira pessoa.
4 Que marcas gramaticais permitem dizer em que pessoa o texto é narrado?
Quando o narrador participa dos acontecimentos, também como
personagem, o narrador em 1ª pessoa pode ser representado pelos pronomes
pessoais do caso reto na 1º pessoa (eu) e do caso oblíquo primeira pessoa (me,
mim, comigo). Temos, então, um narradorpersonagem.
Quando o narrador conta a história na terceira pessoa, sem
participar, é um mero observador; temos, então, um narrador observador.
5 Observe com muita atenção os textos: “O tempo Amarrota as Lembranças”
(Bartolomeu Campos de Queirós) e “Os Sonhos da América” (Ilka Laurito):
a) Qual a temática do 1º texto?
b) Qual a temática do 2º texto?
c) O que esses dois textos têm em comum?
6 As aspas são utilizadas para indicar a introdução da fala de um personagem, de
uma explicação ao longo do texto ou produzir frases curtas ao longo do texto. Nesta
frase abaixo, retirada do texto “Os Sonhos da América”, qual a função das aspas?
Eu disse “era”, embora o lugar ainda exista...
Professor:
Projetar os dois textos: “Os Automóveis Invadem a Cidade” (Zélia
Gatai), “O Sonho da América” (Ilka B. Laurito) e com auxílio do datashow trabalhar
as características do gênero.
Vamos ler com bastante atenção estes dois textos: “Os automóveis
invadem a cidade”, retirado do livro “Anarquista graças a Deus”, (Zélia Gatai), e o
texto “Os Sonhos da América” (Ilka B.Laurito).
Os automóveis invadem a cidade
Naqueles tempos, a vida em São Paulo era tranquila, poderia ser
ainda mais, não fosse a invasão cada vez maior dos automóveis importados,
circulando pelas ruas da cidade; grossos tubos ,situados nas laterais externas dos
carros, despendiam, em violentas explosões, gases e fumaça escura.
Texto retirado do livro “ Anarquista graças a Deus”. Zélia Gattai. Editora Record
Pág. 7
Os sonhos da América
A Saracena de 1890 era aquela sem comunicação do telefone, os
sons do rádio e as imagens da televisão nas casas; sem o eco dos carros e das
motocicletas nas estradas ou o ronco dos aviões sobre os telhados. A música que
andava no ar, nos tempos da minha infância, vinha dos cantos dos pássaros...
Texto retirado do livro “A Menina que fez a América” Ilka B.Laurito, Editora FTD,
1999. Pág.6
1 O que os dois textos têm em comum?
2 Qual deles chamou mais sua atenção? Por quê?
3 Qual o tema dos dois textos?
4 Há alguma palavra que você não conhece?
5 O que as personagens estão recordando?
6 Elas se sentem felizes com essas recordações? Retire uma passagem do texto
que comprove a sua resposta.
7 Nos textos “Os Sonhos da América” e os “Automóveis Invadem a Cidade” as
personagens comparam o tempo antigo com o tempo atual. O que as personagens
comparam em cada texto?
8 Nos dois textos citados acima, as autoras descrevem a cidadezinha onde
passaram a infância com muita precisão. Como era Saracena no tempo que a autora
era criança?
9 Como você acha que é Saracena nos dias atuais?
10 Como era a cidade de São Paulo na época em que Zélia Gatai ainda era
criança?
11 Como você acha que é São Paulo nos dias atuais?
Ao lermos o dois textos podemos observar que as duas autoras
comparam o tempo da infância com o tempo atual. Através das descrições elas
fazem comparações do tempo antigo com os dias de hoje durante todo o texto.
12 Qual a importância do uso das descrições nos dois textos lidos?
13 Pelas descrições que as autoras fazem do tempo antigo e do tempo atual é
possível perceber como era o lugar, as pessoas e os costumes da época antiga?
As comparações dos tempos antigos com os tempos atuais, as
descrições, são características importantes dentro desse gênero, pois fazem com
que o leitor conheça o lugar, as pessoas, os costumes dos tempos antigos.
14 Observe bem essas palavras que Zélia utiliza no seu texto: gramofone de
trombona e manivela, zagaia, lorota. Você conhece essas palavras?
15 Qual o significado delas?
16 Perguntem a seus pais se eles conhecem algumas palavras ou expressões do
tempo antigo e o seu significado, anotem e tragam para apresentar aos seus
amigos.
Vimos que as descrições permeiam as sequências narrativas;
através delas as autoras recorrem a expressões e palavras antigas que também
nos remetem ao tempo passado.
Nesse tipo de gênero sempre aparece palavra que marca o tempo
em que se passam as lembranças. (marcador de tempo).
17 Retire do texto de Bartolomeu, logo no 1 parágrafo, palavras ou expressões que
servem para marcar o tempo (marcador de tempo).
18 Zélia atribui várias palavras que caracterizam os automóveis. Retire do texto de
Zélia algumas palavras que caracterizam os automóveis.
Essas palavras que a autora utilizou para caracterizar os
automóveis são chamadas de adjetivos.
19 Qual a importância dos adjetivos nesse tipo de texto?
20 Explique o sentido das expressões abaixo:
a) Difícil não conferir razão a meu pai em seus momentos de anjos.
b) Dizia frases claras, acordado sorrisos e caminhos.
21 Observe com muita atenção os textos lidos: “O tempo amarrota as lembranças”,
“A menina que fez a América”, “Os automóveis invadem a cidade”. A que tempo
verbal as autoras recorrem para narrar as suas memórias?
22 Por que os autores escolheram esse tempo verbal?
O autor de um texto memorialístico utiliza quase sempre o passado
(pretérito perfeito e pretérito imperfeito) para marcar as lembranças de um tempo
passado.
Professor:
O Professor deve fazer um quadro comparativo para ensinar os
tempos verbais, dando ênfase no pretérito perfeito e no imperfeito.
OFICINA 6 VALORIZANDO OS IDOSOS
Valorizar as experiências das pessoas mais velhas.
Professor:
Ler com os alunos alguns trechos do livro de Ecléia Bosi, “Memórias
e Sociedade: Lembranças de Velhos”.
De onde vêm as histórias? Elas não estão escondidas como um
tesouro na gruta de Aladim ou num baú que permanece no fundo do mar. Estão
perto, ao alcance de sua mão. Você vai descobrir que pessoas mais simples têm
algo surpreendente a nos contar. Quando um avô fica quietinho, com o olhar
perdido no passado, não perca a ocasião. Tal como Aladim da lâmpada
maravilhosa, você descobrirá os tesouros da memória. Se ter um velho amigo é
bom, ter um amigo velho é ainda melhor.
Trecho do livro Velhos amigos, de Ecléia Bosi. Retirado do caderno do professor
Escrevendo o Futuro: “Se bem me lembro”. Editora Prol Gráfica, Pág. 25
A memória como função social
Um mundo social que possui uma riqueza e uma diversidade que
não conhecemos pode chegarnos pela memória dos velhos.
Momentos desse mundo perdido podem ser compreendidos por
quem não só viveu e até humanizar o presente. A conversa evocativa de um velho é
sempre a experiência profunda: repassada de nostalgia, revolta, resignação pelo
desfiguramento das paisagens caras, pela desaparição de entes amados, é
semelhante a uma obra de arte. Para quem sabe ouvila, é desalienadora, pois
contrasta a riqueza e a potencialidade do homem criador de cultura com a mísera
figura do consumidor atual.
Texto retirado do livro “Anarquista Graças a Deus” Zélia Gattai, Editora Record.
1983 Pág.40
1 Gostou dos textos lidos? Por quê?
2 De acordo com os textos lidos de onde vêm as histórias?
3 Ecléia Bosi diz no texto que é importante ouvir os Idosos. Você concorda com a
autora? Por quê?
4 Você gosta de ouvir as histórias das pessoas mais antigas? Por quê?
5 O que você acha das experiências das gerações mais antigas?
6 Que diferenças você percebe entre a sua vida e a vida dos seus pais, avôs?
Professor:
Comentar com os alunos que as pessoas idosas têm um baú de
conhecimento para nos passar. Quem vai escrever um texto memorialístico não
pode perder a oportunidade de sentar se perto dos velhinhos e ouvir as suas
lembranças, as suas memórias. Estas pessoas na juventude trabalharam e
ajudaram na construção do nosso país; não são mais membros ativos, mas já foram.
Estas têm uma nova função social, contar para os mais novos as suas histórias.
7 Vocês sabem quem é Ecleia Bosi?
Professor:
Apresentar para sala a autora.
Ler com os alunos as Lembranças do senhor Amadeu, texto retirado
do livro Memórias e Sociedade, de Ecléia Bosi.
8 O que chamou mais atenção na história do senhor Amadeu?
9 Como era a escola naquela época? Era melhor do que a de hoje? Por quê?
10 O senhor Amadeu conclui a sua história dando um conselho para os mais
novos: que tenham tolerância para com os mais velhos, mesmo com aqueles que
tenham feito algum deslize na mocidade, pois eles também trabalharam. O
argumento do senhor Amadeu tem fundamento? Por quê?
OFICINA 7 PREPARANDOSE PARA ESCREVER COLETIVAMENTE UM TEXTO
DE MEMÓRIAS
Produzir um texto coletivo
1 Organizemse em pequenos grupos para entrevistar uma pessoa idosa (avô,
vizinho...); uma pessoa com quem vocês se identifiquem e de que gostem de
relembrar suas histórias). Façam como Ecleia Bosi e ouçam estas pessoas com
muita atenção, respeito. Gravem ou anotem o que elas falarem.
É importante que o professor ajude na elaboração das perguntas,
pois por meio dessas o aluno vai remeter o entrevistado ao passado, fazendo com
que reviva a infância, o lugar, os costumes da época e faça uma comparação com
os dias de hoje.
Após ter recolhido as entrevistas dos idosos, os alunos vão contar
para classe as lembranças ouvidas.
Professor:
O professor deverá gravar as falas dos alunos para trabalhar a
oralidade.
Nas entrevistas, os entrevistados geralmente utilizam uma
linguagem descontraída, informal, carregada de expressões e palavras que são
marca da linguagem oral, como: né, daí, então, tá, bem, e daí, que são utilizadas
para garantir o encadeamento da fala, mas que não devem ser usadas em um
discurso oral que exija mais formalidade.
2 De qual entrevista você mais gostou? Por quê?
3 Escolha a entrevista de que você mais gostou e em pequeno grupo transformea
em uma memória literária, revendo as característicos da oficina 4.
4 O texto será produzido com base nos fatos da entrevista. Tome o lugar do
entrevistado, escreva o seu texto na 1ª pessoa.
OFICINA 8 – EXIBIÇÃO DO FILME “NARRADORES DE JAVÉ”
Fazer com que o aluno perceba a importância da memória, da
memória coletiva, os registros dos acontecimentos para que os fatos não fiquem
perdidos no tempo.
Ao terminar de passar o filme fazer um debate com os alunos
fazendo com que eles percebam a importância da memória, da memória coletiva;
mostrar que os personagens evocam a memória (as lembranças, as recordações do
passado) para salvar o patrimônio. Destacar as variedades linguística, regionalismo,
ditados populares ,oralidade ,os registros dos acontecimentos para que os fatos não
fiquem esquecidos no tempo.
Destacar ainda a importância da escola, de ser alfabetizado, saber
ler, escrever seus próprios textos para não precisar de ninguém para escrevêlos
(não sofrer como dona Maria Severina, sempre que queria mandar uma carta
precisava de alguém que a escrevesse).
INTERPRETANDO O FILME
1 Antônio Biá mais uma vez decepcionou a população de Javé. Não conseguiu
contribuir para que a cidade se tornasse um patrimônio histórico. Por que Biá não
conseguiu fazer com que a cidade se tornasse um patrimônio histórico?
2 Seria possível Biá transformar as histórias daquele local em documento
histórico? Como?
3 O que Biá queria dizer quando afirmava que as histórias tinham que ter valor
científico?
4 Vimos no filme que os personagens Zaqueu e dona Maria Severina acham muito
importante a leitura. Por quê?
5 E para você, a leitura é importante? Por quê?
Há no filme alguns ditados populares:
• Quem fala muito dá bom dia a cavalo.
• Galinha que muito cisca acha cobra.
• O povo aumenta, mas não inventa.
6 Explique o que significa cada um deles.
7 Há no filme palavras que você não conhece ? Quais?
Observe essas palavras:
Remelexe a perereca dentro da boca.
Não se abespinhe não.
Desembuche logo, homem.
Ôxente,
Pôde parar o rebucentei.
8 Explicar que são palavras regionalistas, ou seja, vocábulos ou expressões típicos
de cada região.
9 De acordo com o contexto do filme dê o significado de cada palavra citada
acima.
10 Pedir para os alunos pesquisarem outras palavras usadas na região do
nordeste e trazer para sala.
11 Identifique as marcas da linguagem oral nas falas das personagens (Narradores
de Javé)
“...vão ter que sacrificar um tanto pra a maioria... não sei quem são
mais nóis quem semos...”
O seu Vado tava comigo.
Nóis é´que somo os tantos do sacrifício
Então conta pra eles.
E ocê disse isso pros engenheiros
12 Como era a escola naquela época? Era melhor do que a de hoje? Por quê?
OFICINA 9 PRODUÇAO FINAL
Escrever individualmente o texto final
1 Em pequenos grupos, vocês entrevistarão um dos pioneiros da cidade de
Londrina. Estas pessoas chegaram aqui na década de 30, acompanharam toda
evolução da cidade, têm muito conhecimento para nos passar. Vamos ouvilos com
muita atenção e carinho. Gravem ou anotem o maior número de informações
possíveis, pois vão precisar para escrever o texto final.
Professor:
Deixar que os alunos elaborem as perguntas para a entrevista e
corrigilas no quadro com a participação dos alunos.
Após o término da entrevista perguntar ao aluno:
2 De qual história você mais gostou? Por quê?
3 Para redigir a sua produção final, você fará como na oficina nº 8, só que agora
você escreverá o seu texto individual. Você se colocará no lugar da pessoa
entrevistada para escrever as memórias dela, em 1º pessoa; baseandose nos fatos
que conheceu através da entrevista. Buscará reconstruir, recriar as lembranças e
transformálas em memórias literárias. Você deve retomar todas as características
vistas nas oficinas anteriores.
Professor:
O professor deverá retomar todas as características estudadas nas
oficinas anteriores.
OFICINA 10 – REESCRITA DOS TEXTOS
Fazer a revisão e o aprimoramento da produção final. (Caso seja
necessário)
1 O texto está escrito na 1ª pessoa ? O narrador faz parte da história?
2 O autor situa o leitor no tempo e no espaço onde se passam as lembranças?
3 O narrador faz comparações do tempo passado com o presente?
4 O autor apresenta palavras ou expressões que nos remetem ao passado?
5 O autor expressa em seu texto os sentimentos, as emoções do entrevistado?
6 Há no texto marcas da linguagem oral, como: então, né, aí, bem, daí né, aí né,
tá...
7 Há repetições de palavras, ou de informações desnecessárias?
8 Os verbos no pretérito perfeito e imperfeito estão empregados corretamente?
(recorra ao quadro comparativo dos tempos verbais).
9 O autor usa uma linguagem poética, emotiva, subjetiva, capaz de emocionar o
leitor?
10 Há alguma palavra que você tenha dúvida quanto à escrita? (recorra ao
dicionário)
11 E a pontuação, acentuação, estão corretos? Vamos usar a gramática?
Professor:
O professor deverá recolher os textos e revisar mais uma vez.
Entregar os textos para os alunos e leválos para sala de informática
para que digitem os seus textos.
OFICINA 11 – APRESENTAÇÂO DOS TRABALHOS
Apresentar para a escola e para a comunidade o projeto
desenvolvido. Haverá a realização de uma exposição dos trabalhos para a escola
com a presença das pessoas entrevistadas, dos familiares, e dos pioneiros que tanto
contribuíram para este trabalho. Os pioneiros vão narrar fatos importantes da sua
história que se misturam com a cidade de Londrina e outras regiões. Os alunos lerão
suas memórias, agradecendo às pessoas que tanto contribuíram para a realização
do trabalho.
A professora agradece a todos, em especial aos idosos, ressaltando
o que diz Ecléia Bosi: “estas pessoas na juventude trabalharam muito e muito
contribuíram na construção do nosso país. Não são mais membros ativos, mas já
foram. Eles têm uma nova função social: a de contar para os mais novos as suas
histórias”.
REFERÊNCIAS
ALMEIDA, José Milton de. Ensinar português? In GERALDI, João Wanderley (org).
O texto na sala de aula. Paraná: Assoeste, 1984.
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