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FICHA PARA IDENTIFICAÇÃO PRODUÇÃO DIDÁTICO – PEDAGÓGICA
TURMA - PDE/2012
Título: GINÁSTICA GERAL COMO CONHECIMENTO A SER ESTUDADO NA EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR
Autor MARIA APARECIDA PIOVEZAN
Disciplina/Área (ingresso no PDE) EDUCAÇÃO FÍSICA
Escola de Implementação do
Projeto e sua localização
COLÉGIO ESTADUAL LÚCIA ALVES DE OLIVEIRA
SCHOFFEN
Município da escola ALTÔNIA
Núcleo Regional de Educação UMUARAMA
Professor Orientador ROSELI TEREZINHA SELICANI TEIXEIRA
Instituição de Ensino Superior UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ
Relação Interdisciplinar Não
Resumo
Considerando que nas aulas de educação física a ginástica
não é trabalhada com frequência como conteúdo no contexto
escolar, sendo que a educação física está configurada em
temas corporais como: jogo, esportes, ginásticas, dança e
lutas. Diante desse quadro e entendendo que os alunos têm
direito de ter todas as atividades corporais já aqui nomeadas
este artigo apresenta encaminhamentos metodológicos para o
desenvolvimento das aulas de ginástica geral. Sendo assim,
este artigo tem como objetivo promover os conteúdos da
ginástica geral por meio de vivências práticas, oportunizando
assim o conhecimento e possibilitar a realização e criação de
movimentos gímnicos.
Palavras-chave GINÁSTICA – GINÁSTICA GERAL – EDUCAÇÃO FÍSICA
Formato do Material Didático ARTIGO
Público Alvo 7º ANO
SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO
SUPERINTENDÊNCIA DA EDUCAÇÃO
DIRETORIA DE POLÍTICAS E PROGRAMAS
EDUCACIONAIS
UNVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ
GINÁSTICA GERAL COMO CONHECIMENTO A SER ESTUDADO NA
EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR
MARIA APARECIDA PIOVEZAN
PROFESSOR PDE - 2012
ALTÔNIA - 2012
SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO
SUPERINTENDÊNCIA DA EDUCAÇÃO
DIRETORIA DE POLÍTICAS E PROGRAMAS
EDUCACIONAIS
UNVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ
PRODUÇÃO DIDÁTICA PEDAGÓGICA
DADOS DE IDENTIFICAÇÃO
PROFESSORA PDE: MARIA APARECIDA PIOVEZAN
ÁREA: EDUCAÇÃO FÍSICA
NÚCLEO REGIONAL DE EDUCAÇÃO: UMUARAMA
PROFESSORA ORIENTADORA IES: ROSELI TEREZINHA SELICANI TEIXEIRA
IES VINCULADA: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ
ESCOLA DE IMPLEMENTAÇÃO: COLÉGIO ESTADUAL LÚCIA ALVES DE OLIVEIRA
SCHOFFEN.
PRODUÇÃO DIDÁTICA PEDAGÓGICA: ARTIGO
ALTÔNIA - 2012
4
GINÁSTICA GERAL COMO CONHECIMENTO A SER ESTUDADO NA EDUCAÇÃO
FÍSICA ESCOLAR
Maria Aparecida Piovezan Brischiliari1
Roseli Terezinha Selicani Teixeira2
INTRODUÇÃO
A Educação Física de maneira particular contribui para o desenvolvimento
das capacidades físicas, cognitivas, psíquicas e sociais, e com base nesta afirmação
a Educação Física escolar traz pedagogicamente para a escola a cultura corporal,
que está configurada em temas de atividades corporais nomeados como: jogo,
esporte, lutas, ginástica e dança, todos de grande importância para o
desenvolvimento do ser humano e a elaboração deste artigo que traz como objeto
de estudo a Ginástica Geral como conhecimento a ser estudado na Educação Física
escolar, pois a ginástica não tem sido tratada de forma satisfatória, ou seja, ela não
é apresentada como conteúdo aos alunos.
O estudo e a vivência da prática da Ginástica Geral no sistema educacional
serão abordados por se acreditar nos seus benefícios na formação do ser humano,
não como única, mas como uma atividade que venha somar com as diversas
possibilidades de atividades físicas e por se tratar de um elemento privilegiado no
contexto educativo, pois contribui para o desenvolvimento da criança e tem caráter
participativo, livre, criativo, vivenciando diversas possibilidades, pois não possui
regras preestabelecidas, privilegia a ludicidade, a criatividade e a sensibilidade;
também o fato de abranger os aspectos sociais e afetivos na formação integral do
ser humano.
Entendendo a Ginástica como área de conhecimento a ser tratado na
Educação Física, como fazer da Ginástica Geral um conteúdo escolar atrativo para
1 Professora PDE 2012 2 Professora Doutora da UEM
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os alunos? Como introduzir a Ginástica Geral de forma que ela tenha o mesmo valor
que as outras modalidades na concepção dos educandos?
Sendo assim, este artigo tem o objetivo de trabalhar de forma sistematizada
o conhecimento relacionado à ginástica geral por meio de vivências teórico/práticas
que possibilitem a execução e a criação de movimentos gímnicos estimulando a
liberdade de expressão.
REVISÃO
A Ginástica Geral como conhecimento a ser estudado na Educação Física
escolar vem neste momento refletir sobre as perspectivas e analisar o seu
significado e imaginar as suas possibilidades de desenvolvimento no âmbito escolar.
Primeiro será apresentado como a ginástica vem se configurando ao longo da
história, para em seguida aprofundar sobre a ginástica geral, e apresentar uma
possibilidade de trabalho com essa manifestação corporal.
A ginástica teve seu início na pré-história, se mistura com a história do
homem, e teve diversas representações de acordo com a época e o contexto no
qual estava inserida. Na fase pré-histórica com o objetivo de sobrevivência
apresentava um caráter utilitário; na antiguidade tem suas origens enquanto
atividade física, uma vez que os exercícios típicos do esporte já eram
desempenhados pelos homens como remo, lutas, hipismo. Na Grécia iniciou com o
ideal de beleza, em Roma com a preparação para a guerra. Na Idade Média, para a
preparação militar, com o objetivo nas cruzadas e sua valorização como agente da
educação passou a ser valorizada na Idade Moderna. Até 1800, as formas comuns
de exercício físico eram os jogos populares, as danças folclóricas, regionais e o
atletismo. A partir do século XIX surgiram na Europa formas distintas de olhar os
exercícios físicos que se sistematizou como ‘métodos ginásticos’, sendo as
principais escolas da Alemanha, da França, da Suécia e da Inglaterra. O método
Alemão era para desenvolver corpos robustos e saudáveis, com o objetivo de
defender a pátria, a ginástica foi introduzida nas escolas e um período do dia era
dedicado ao exercício físico. O método de ginástica Sueco era para promover a
saúde física e moral, excluir o povo sueco que tinha tuberculose, raquitismo e
6
alcoolismo, o criador acreditava que a educação deveria ter vista o individualismo na
sua integridade. O Método Francês era o desenvolvimento social, acreditando que a
ginástica desenvolveria qualidades físicas, psicológicas e morais com a finalidade de
melhorar a raça humana. Essa ginástica formada inicialmente na Europa foi inserida
no Brasil, e recebeu forte influência dos métodos, sobretudo da Alemanha, França e
Suécia. Era considerado o principal conteúdo da Educação Física, sempre
marcando presença nos discursos de estadistas, médicos e pedagogos (REIS,
2011).
Logo após a Segunda Guerra Mundial, surgem tendências da Educação
Física tendo destaque o método da Educação Física desportiva generalizada.
Segundo Soares et al. (1992, p.54) “no período do pós guerra, predomina a
influência do esporte, que apresenta um grande desenvolvimento, como elemento
predominante da cultura corporal afirmando paulatinamente em todos os países sob
influência da cultura européia”.
A ginástica percorreu um longo caminho e neste percurso foram criadas
inúmeras terminologias e tipos, de acordo com suas características e objetivos,
sempre ampliando as possibilidades de sua utilização. Ela foi dividida em cinco
grandes grupos, com o objetivo de apresentar seus principais campos de atuação e
para entendermos melhor as suas possibilidades, Paoliello define:
Ginásticas de Condicionamento Físico: englobam todas as modalidades que tem por objetivo a aquisição ou a manutenção da condição física do indivíduo normal e/ou do atleta. Ginásticas de Competição: reúnem todas as modalidades competitivas.Ginásticas Fisioterápicas: responsáveis pela utilização do exercício físico na prevenção ou tratamento de doenças. Ginásticas de Conscientização Corporal: reúnem as Novas Propostas de Abordagem do Corpo, também conhecidas por Técnicas Alternativas ou Ginásticas Suaves (Souza,1992), e que foram introduzidas no Brasil a partir da década de 70, tendo como pioneira a Anti-Ginástica. A grande maioria destes trabalhos tiveram origem na busca da solução de problemas físicos e posturais.Ginásticas de Demonstração: é representante deste grupo a Ginástica Geral, cuja principal característica é a não-competitividade, tendo como função principal a interação social entre os participantes. (PAOLIELLO, [s.d.] p.3).
Faz-se necessário para a melhor compreensão do universo da Ginástica,
analisar sua estrutura organizacional em nível mundial. A Federação Internacional
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de Ginástica (FIG) sendo responsável pelas modalidades gímnicas que são
competidas nos Jogos Olímpicos, tem como objetivo orientar, regulamentar,
controlar, difundir e promover eventos na área da Ginástica. A FIG atualmente é
composta de cinco comitês sendo quatro relativos às modalidades competitivas
(Ginástica Artística Masculina, Ginástica Artística Feminina, Ginástica Rítmica
Desportiva e Ginástica Aeróbica) e um relativo a Ginástica Geral que tem caráter
demonstrativo.
A FIG define a ginástica geral como sendo a parte da ginástica que está
orientada para o lazer e que pode ser praticada por todas as idades, e por todas as
pessoas, sempre priorizando o prazer pela atividade, e seu objetivo é de favorecer a
saúde, a condição física contribuindo para o bem estar físico e psicológico de que
pratica, e despertar o interesse pessoal pela prática da atividade física. Ou seja, a
Ginástica Geral compreende a esfera da ginástica orientada para o lazer e engloba
programas de atividades no campo da ginástica com e sem aparelhos, dança e
jogos, conforme as preferências de quem a pratica. De acordo com GAIO (2006, p.
171) a FIG define esta modalidade como sendo,
Ginástica geral não é uma atividade de competição, não priorizando, desta forma, o rendimento. A Federação Internacional de Ginástica – FIG criou a GG com a intenção de aumentar a participação das pessoas, dando oportunidade de demonstrarem momentos de sua cultura. As práticas da GG normalmente se desenvolvem em grupos, tendo como ponto central uma seqüência ginástica coreografada, com temas livres e estabelecida pelos participantes. A prática da GG oferece aos indivíduos a possibilidade de sentir prazer pela participação em uma modalidade plasticamente bela, com musicalidade e expressão. Como não há uma cobranças de performance perfeita, essa modalidade de ginástica contribui para a espontaneidade, para o desenvolvimento da criatividade e socialização, com coreografias onde pode-se perceber a originalidade dos grupos que exploram as culturas de diversas regiões (GAIO & BATISTA, 2006. p. 171.).
A Ginástica geral é baseada nos princípios do (a): prazer, participação, não
competição, qualidade de vida, diversidade, valores culturais, estética e criatividade,
nesse sentido o estímulo à criatividade, ao bem estar e à união entre as pessoas
são as metas da Ginástica Geral, assim como o prazer na sua prática, conseguido
ao proporcionado a saúde a si próprio, ao comunicar-se, ao encontrar pessoas, ao
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fazer amigos e diminuir o estresse que diariamente interfere na existência humana.
Pizani; Seron Barbosa-Rinaldi, (2009, p. 904) constata que:
Uma ginástica articulada às demais manifestações da cultura corporal (danças, lutas, jogos, ginásticas, esportes, artes circenses, musicais e cênicas, entre outras) de forma livre e criativa, de acordo com as características do grupo social que a integra. Uma prática corporal que permite a utilização de diferentes materiais, de pequeno e grande porte, oficiais, convencionais e não convencionais, bem como, atividades sem utilização de aparelhos. Possibilita a participação irrestrita de todos os indivíduos, podendo ser praticada em qualquer idade e contexto, tendo como princípio o respeito aos limites de cada um. Não possui fins competitivos, o que provoca a valorização da subjetividade, autonomia, liberdade e criatividade gestual durante o processo de experimentação e construção coreográfica. Como resultado do trabalho com a ginástica geral, normalmente são realizadas composições coreográficas, que podem ser tematizadas ou não, inseridas num intenso processo educativo que expressa a diversidade da produção humana nas criações rítmicas, expressivas e artísticas, preconizadas pela formação.
A Ginástica Geral é uma atividade gímnica não competitiva, que visa
propiciar o bem estar físico, mental, social e ao aumento da interação de seus
praticantes, ela não possui um número exato de participantes e não necessita de um
alto nível técnico, tornado-se assim uma atividade inclusiva, podendo ser praticada
por pessoas de diferentes idades, gêneros, capacidades, habilidades e assim
permitindo formas de grupos diversificados e mistos. A Ginástica Geral é uma
modalidade bastante abrangente que se fundamenta nas atividades ginásticas como
Ginástica Artística, Ginástica Rítmica, Ginástica Acrobática, Ginástica Aeróbica e
Ginástica de Trampolim, e também, de vários tipos de práticas corporais, tais como
as danças, as expressões folclóricas os jogos, dentre outros, expressos por meio de
atividades livres e criativas ou ainda quanto à utilização de elementos materiais,
musicais e coreográficos. Um destaque importante em relação a essa modalidade
de ginástica é que a preocupação central é apresentar possibilidades de
movimentação corporal aliada a aspectos da cultura nacional, sempre sem fins
competitivos.
Em virtude de sua característica ser abrangente e aberta ela possibilita uma
vivência de inúmeras experiências com diferentes conteúdos: ginásticas, danças,
lutas, jogos, lembrando sempre que o produto final da Ginástica Geral pode ser uma
composição coreográfica, Ayoub (2003 p. 94) acredita que: “no processo de
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elaboração de uma composição coreográfica, devem ser privilegiados as
experiências e interesses dos alunos e o trabalho em grupo, estimulando a
cooperação, a capacidade de ação e a autonomia dos educando”.
Por acreditar que a prática da Ginástica Geral possui um alto valor
educacional podendo contribuir de forma significativa para a educação integral dos
indivíduos, defende-se que seria possível inseri-la no contexto escolar, a esse
respeito Ayoub (2003 p. 87) acredita que:
A ginástica geral engloba e integra as diversas manifestações da ginástica que vêm configurando ao longo desses dois últimos séculos. Isto quer dizer que as diferentes formas de manifestações gímnica poderão, e deverão, ser tema das aulas de ginástica Geral. Aprender ginástica geral na escola significa estudar, vivenciar, conhecer, compreender, perceber, confrontar, interpretar, problematizar, compartilhar, apreender as inúmeras interpretações da ginástica para, com base nesse aprendizado, buscar novos significados e criar novas possibilidades de expressão gímnica. Sob essa ótica, podemos considerar que a ginástica geral, como conhecimento a ser estudado na educação física escolar, representa a Ginástica. Considerando ainda, as características fundamentais da GG, podemos afirmar que a ginástica traz consigo a possibilidade de realizarmos uma reconstrução da ginástica na educação física escolar numa perspectiva de “confronto” e síntese e, também, numa perspectiva lúdica, criativa e participativa .
Desse modo, a Ginástica Geral se mostra como um componente importante
no currículo escolar, porque juntamente com outros conhecimentos poderá contribuir
para que o aluno possa interpretar, compreender, explicar e intervir, de maneira
crítica e autônoma na realidade em que vive, e elegemos este conteúdo como
princípio norteador desse estudo, por sentir necessidade de trilhar novos caminhos
no trato da ginástica no contexto escolar.
Entendendo a Ginástica Geral como área de conhecimento a ser tratado na
educação física, como fazer da ginástica geral um conteúdo escolar atrativo para os
alunos? Como introduzir a Ginástica Geral de forma que ela tenha o mesmo valor
que as outras modalidades na concepção dos educando?
Sendo assim, destacamos como objetivo neste artigo trabalhar de forma
sistematizada o conhecimento relacionado à Ginástica Geral por meio de vivências
teórico/práticas que possibilitem a execução e a criação de movimentos gímnicos
estimulando a liberdade de expressão.
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Os conteúdos da ginástica geral compreendida como uma prática corporal
que traz diferentes formas de manifestações gímnicas, sendo temas da aula
diversas manifestações da ginástica, apresentadas aqui segundo Barbosa Rinaldi –
Teixeira (2011 p.28) como: “possíveis conteúdos a serem trabalhados no
desenvolvimento de um trabalho com a Ginástica Geral”, que traz os conhecimentos
que podem estar presente na aula de ginástica geral:
Elementos corporais (com, em e sem aparelho): Passos, corridas, saltos, saltitos, giros, equilíbrios, ondas, poses, marcações, balanceamentos, circudações, dentre outros. Elementos acrobáticos (com, em e sem aparelhos): Rotações: no ar, no solo, em aparelhos. Apoio: no solo em aparelhos, Reversões: no solo em aparelhos, Suspensões em aparelhos Pré-acrobáticos Exercícios condicionamento físico (com, em e sem aparelhos): Para o desenvolvimento das habilidades e capacidades físicas: força, resistência e flexibilidade velocidade, agilidade, equilíbrio, coordenação motora, ritmo, dentre outros Aparelhos tradicionais: Pequeno porte: bola, corda, arco, fita, maças, dentre outros. Grande porte: plinto, barra fixa, mesa de salto, trave de equilíbrio, cavalo com alças, trampolim, esteira, colchões, dentre outras. Aparelhos não tradicionais: Bastão, tecido, pneu, câmara de ar de pneu, caixas, galões de água, engradados, bambus, garrafas, bancos, cama elástica, cadeiras, bóias, dentre outra, além de aparelhos constituídos de acordo com a criatividade e cultura corporal, com barangandam, mini-trampolim de câmara de pneu. Construção de materiais: Construção criativa de materiais adaptados à ginástica, ligados ou não à cultura vigente. Ginásticas competitivas (olímpicas e não olímpicas): Artística, rítmica, estética, aeróbica, acrobática, roda ginástica, tumbling, trampolim acrobático e outras. Coreografia ginástica geral: Formação, direção, trajetória, planos, harmonia, sincronia, ritmo, apresentação individual e em grupo, dentre outros. Ginástica geral: Conhecimentos históricos, culturais, sociais, pedagógicos metodológicos. Manifestações da cultura corporal: Jogos, ginásticas, danças, lutas, brincadeiras, teatros, artes circenses, artes musicais, entre outros, desenvolvidos no contexto da ginástica. Barbosa Rinaldi –Teixeira (2011 p.28)
Dessa forma, este artigo pretende construir um material didático, que poderá
possibilitar a aplicação da Ginástica Geral como conhecimento da Educação Física
Escolar, previsto nas Diretrizes Curriculares do Estado do Paraná. Ela será o foco do
trabalho, contemplada de forma atrativa, tanto para o professor, quanto para o aluno,
sempre buscando maior motivação para ambos. Entendemos que quando o
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professor adquiri e se encanta com o conhecimento de uma nova modalidade, esta
passa a ser um conteúdo incorporado a sua prática, de forma atrativa, conquistando
assim seus educandos.
METODOLOGIA
Essa pesquisa será caracterizada como de campo, onde o pesquisador
realiza a maior parte do trabalho pessoalmente, pois é enfatizada a importância do
pesquisador ter tido ele mesmo uma experiência direta com a situação de estudo.
Sendo assim, a participação efetiva possibilita resultados mais fidedignos. Lakatos e
Marconi (1991, p.186) acrescentam que a pesquisa de campo tem como finalidade
“[...] conseguir informações e/ou conhecimentos a respeito de um problema, para o
qual se procura uma resposta, ou acerca de uma hipótese, que se queira comprovar,
ou ainda, descobrir novos fenômenos ou as relações entre eles”. A pesquisa
envolverá 30 alunos do 7º ano do Colégio Estadual Lúcia Alves de Oliveira Schoffen
de Altônia, que serão submetidos à três ações, sendo a primeira a ser realizada na
semana pedagógica de 2013, onde será apresentada a proposta da produção
didática pedagógica “a Ginástica Geral como conhecimento a ser estudado na
Educação Física escolar” para os professores, equipe pedagógica, direção e
funcionários do estabelecimento. A segunda ação será apresentar ao 7º ano, do
período da manhã, o cronograma elaborado com as doze aulas e todas as
informações sobre o plano de trabalho e de como será desenvolvida a metodologia
de ensino utilizada para aplicação desse conteúdo. A terceira ação será a execução
das aulas sistematizadas de Ginástica Geral, sendo realizadas duas vezes por
semana, e ao final de cada aula os dados serão coletados e registrados no diário de
campo, destacando os pontos principais ocorridos durante a mesma com o objetivo
de verificar como a proposta se concretizou na prática, buscando identificar as
dificuldades e possibilidades apresentadas pelos alunos no decorrer de cada aula,
destacando as reações dos alunos ao resolverem os problemas surgidos no trabalho
em grupo, relacionando com as situações reais do cotidiano.
A metodologia proposta para o desenvolvimento das aulas será a pedagogia
histórico-crítica, proposta pelas Diretrizes Curriculares do Paraná. Ela propõe que o
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conteúdo e a realidade concreta se interajam, visando a transformação da
sociedade. Todos os momentos da aula serão registrados em um diário de campo. A
ação metodológica compõe cinco momentos:
A Prática Social Inicial é o primeiro momento, deve ser o ponto de partida.
Neste passo são apresentados os conteúdos a serem trabalhados, explicitando seus
respectivos objetivos, verificando e mostrando o quanto eles já conhecem sobre o
assunto, buscando verificar qual o domínio que já possuem e que usos fazem deles
na sua vida cotidiana. Nesse primeiro passo deve-se, também, dar oportunidade de
os alunos demonstrarem suas dúvidas, indagações, curiosidades, o que eles
gostariam de saber a mais.
A fase da Problematização é o segundo passo, o professor deve encaminhar
uma discussão sobre as principais questões abordadas pela prática social e pelo
conteúdo a ser trabalhado, essa fase predispõe também um questionamento do
conteúdo escolar relacionado-o com a pratica social, para que assim possam ser
selecionados os problemas que necessitam de resoluções no cotidiano dos
indivíduos.
Neste terceiro passo é o momento em que os alunos se apropriam dos
instrumentos teóricos e práticos, ou seja, do conhecimento socialmente produzido e
sistematizado é a fase da Instrumentalização. O professor deve planejar as ações e
selecionar os procedimentos técnicos mais adequados com vistas à efetivação do
processo de aprendizagem e à construção do conhecimento científico.
O quarto passo, a Catarse, é o ponto culminante do processo de ensino
aprendizagem, este é o momento em que o aluno demonstra a nova maneira de ver
o conteúdo e a prática social, sendo ele capaz de entender as questões sociais
levantadas no início e trabalhadas nas demais fases, percebendo que não apenas
aprendeu um conteúdo, mas algo que tem significado para sua vida. É a avaliação
da aprendizagem do conteúdo, não como demonstração de que aprendeu um novo
tema apenas para a realização de uma prova, de um teste, mas como expressão
prática de que se apropriou de um conhecimento que se tornou um novo instrumento
de compreensão da realidade e de transformação social.
A Prática Social Final é o ponto de chegada desse encaminhamento
metodológico. Essa prática é a mesma do ponto de partida, porém alterada
qualitativamente pela mediação pedagógica. Em termos de procedimentos práticos
dessa etapa, o trabalho se realiza por meio de uma nova atitude prática do aluno o
13
qual mostra suas intenções de pôr em execução o novo conhecimento e, também,
por meio de propostas de ações que podem ser desenvolvidas individualmente ou
pelo grupo, com compromisso social.
As aulas serão organizadas conforme o quadro abaixo, no qual serão
apresentados os conteúdos que serão trabalhados bem como os objetivos traçados
para cada aula.
UNIDADES CONTEÚDOS OBJETIVOS
1ª unidade
1ª a 2ª Aula
Introdução à
ginástica geral
Oportunizar o conhecimento da ginástica geral, por meio
da demonstração de vídeos, fotos e textos para que
possam ter um contato inicial com essa manifestação
gímnica e entender sua história e características
principais, para em seguida vivenciar o que viram na aula
e elementos ginásticos que já estão presentes em suas
ações cotidianas.
2ª unidade
3ª e 4ª aula
Confecção
material
(Barangandam
Bola de jornal
Arco de jornal)
Confeccionar e explorar materiais da cultura popular, por
meio de vivências individuais e coletivas, a fim de que
conheçam como esse material pode estar presente na
prática da ginástica geral.
3ª unidade
5ª e 6ª aula
Ginástica
Acrobática
Aprender as características dessa modalidade, sem
cunho competitivo, e vivenciar as diferentes
possibilidades de movimentos.
4ª unidade
7ª e 8ª aula
Manipulação de
material
tradicional da
Ginástica
Explorar a corda (rope skipping), a bola e o arco como
um aparelho tradicional da ginástica, por meio de
vivências individuais e coletivas, a fim de que conheçam
como esses materiais podem estar presentes na prática
da ginástica geral.
5ª unidade
9ª e 10ª aula
Ginástica
artística
Vivenciar, conhecer as formas básicas de movimento,
adquirindo maior consciência corporal.
6ª unidade
11ª e 12ª aula
Montagem
composição
coreográfica
Desenvolver a criatividade e participação de todos no
processo de construção e apresentação coreográfica por
meio de trabalhos em equipes.
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
Ao pensar neste material, tem-se a expectativa de levar a vivência da
Ginástica Geral para os alunos da escola pública, pois é pouco conhecida pelos
alunos e professores, e ao reler a literatura deste trabalho percebe-se a importância
da Ginástica Geral no contexto escolar ao desenvolvimento motor do educando.
Este artigo até aqui mostrou um grande aprendizado, que ao falar sobre
Ginástica Geral pode-se aprender a sistematizar, a escrever, a refletir, a ler, a
discutir sobre o assunto e oferecer aos professores da rede um conteúdo com
metodologia a ser desenvolvida na área da ginástica geral.
Não se tem dúvidas que ao desenvolver essas ações propostas envolvendo
a Ginástica Geral com os alunos vai ser só o começo de um longo trabalho,
acreditando-se que é possível e viável enfrentar o desafio de desenvolver a
Ginástica Geral, que com base no aprendizado os alunos busquem novos
significados e criem novas possibilidades de expressões gímnicas no atual contexto
da escola pública.
Escolhe-se trabalhar com os alunos do 7º ano pois já cursaram juntos o 6º
ano, e a faixa etária propicia uma maior interação entre o grupo, ale, de mais tempo
até a conclusão do 9º ano, para incorporarem a Ginástica Geral como uma prática
escolar e com frutos em suas vidas cotidianas.
O trabalho deve ser gradativo, pois embora a Ginástica Geral se aplique a
qualquer idade e grupo social faz-se necessário formar hábito e desenvolver o gosto
tanto dos alunos como dos professores da escola pública pela Ginástica Geral. O
sucesso do trabalho com 7º ano fará com que o mesmo se estenda às outras turmas
e professores e seja continuado no 8º ano seguinte.
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REFERÊNCIAS
AYOUB, Eliana. Ginástica geral e educação física escolar. Campinas, SP: Unicamp,
2003.
BARBOSA-RINALDI, I. P. A ginástica como área de conhecimento na formação
profissional em educação física: encaminhamentos para uma estruturação curricular.
Campinas, Tese (Doutorado em Educação Física) Faculdade de Educação Física da
Universidade Estadual de Campinas, Campinas SP, 2005.
GAIO, Roberta; BATISTA, José Carlos (org). Ginástica em questão. Ribeirão Preto, SP:
Tecmedd, 2006.
LAKATOS, Eva Maria; MARCONI, Maria de Andrade. Fundamentos de Metodologia
científica. 3. Ed. São Paulo: Atlas, 1991.
OLIVEIRA, Amauri Aparecido Bassoli, Ensinando e aprendendo esportes no programa
segundo tempo (El AL.) (organizadores). Maringá: Eduem, 2011
PARANÁ. Secretária de Estado da educação. Diretrizes Curriculares da Educação
Básica, Curitiba: SEED, 2008.
PAOLIELLO, Profª Drª Elizabeth, O Universo Da Ginástica. Grupo de Pesquisa em Ginástica
Geral FEF. Disponível em:
<http://www.ginasticas.com/conteudo/gimnica/gin_ginastica/ginasticas_com_gimnica_o_univ
erso_da_ginastica.pdf> Acesso em: 18 de set. de 2012.
REIS, Lorena Nabanete. Esporte Educacional: uma proposta gímnica para o programa
segundo tempo no Estado do Ceará. Dissertação de mestrado. UEM, Maringá, Paraná
2011.
SOARES, Carmem Lúcia . Metodologia do Ensino da Educação Física. São Paulo,
Cortez, 1992.
16
SOUZA , Elizabeth Paoliello. Ginástica geral: uma área do conhecimento da educação
física. Tese (doutorado). Faculdade de educação física, UNICAMP. EDITORA DA Unicamp
CAMPINAS, SÃO PAULO, 1997.