Upload
phamtu
View
213
Download
0
Embed Size (px)
Citation preview
FICHA PARA IDENTIFICAÇÃO
PRODUÇÃO DIDÁTICO-PEDAGÓGICA TURMA – PDE 2012
Titulo: O trabalho com Crônicas no Primeiro Ano do Ensino Médio e o
Desenvolvimento de Estratégias de Leitura e Produção de Textos.
Autor Paulino Tonel
Disciplina/Área (ingresso no PDE)
Língua Portuguesa
Escola de Implementação do projeto e sua
localização
Colégio Estadual São Cristóvão – Ensino Fundamental e
Médio – Manfrinópolis – PR.
Município da escola
Manfrinópolis/PR
Núcleo Regional de Educação
Francisco Beltrão
Professor Orientador
Profª Dra Benedita de Almeida
Instituição de Ensino Superior
UNIOESTE – Campus de Cascavel
Relação Interdisciplinar
Arte
Resumo Este trabalho apresenta uma unidade didática, voltada para a
Língua Portuguesa. Serão desenvolvidas atividades com o
tema crônicas, como um meio de o aluno familiarizar-se com a
leitura de maneira significativa e prazerosa. Esta unidade
didática terá duração de 32 aulas, será desenvolvida no 1º
ano do Colégio Estadual São Cristóvão – Ensino Fundamental
e Médio – Manfrinópolis – PR. A metodologia utilizada envolve
leitura de fundamentação teórica, análise das produções
realizadas pelos alunos e dos resultados do trabalho
desenvolvido com eles. Serão trabalhados os seguintes
objetivos: desenvolver a aprendizagem da leitura e produção
de Crônicas como ações que permitam situá-las como fontes
de conhecimentos; realizar leituras de Crônicas de diferentes
temas e autores, e as produzidas pelos alunos; caracterizar o
gênero Crônica quanto aos aspectos linguísticos, levando o
aluno a identificá-los nesta modalidade textual; produzir
Crônicas que abordem temas diversos, utilizando os
instrumentos tecnológicos disponíveis na escola; expor as
Crônicas produzidas nos diversos ambientes da escola,
possibilitando a acessibilidade aos demais não envolvidos no
projeto; organizar uma coletânea das Crônicas produzidas
para servir de referência ao ensino de Língua Portuguesa. A
problemática é como trabalhar estratégias de leitura e escrita,
por meio do gênero textual crônicas? A escolha desta
temática deve-se pela situação da grande maioria das
escolas, atualmente, em que os alunos apresentam
dificuldades relacionadas à oralidade, leitura e escrita,
principalmente no ensino médio, resultantes de sua pouca
familiaridade com práticas mais elaboradas de uso da
linguagem verbal em situações que requeiram distanciamento
do senso comum. Tais dificuldades são possíveis de se
identificarem pelo nível argumentativo, posição frente ao
assunto abordado, sequência dos fatos, entre outros, todos
fatores que dificultam o ensino-aprendizagem e o domínio da
norma padrão. Dessa forma, pode-se dizer que leitura propõe
múltiplas possibilidades de ação, pelas quais o aluno tem de
aprender com significado, para entender a verdadeira intenção
do autor, para poder dialogar com ela e constituir seus
próprios sentidos, na interação verbal.
Palavras-chave Linguagem; ensino; Crônica; leitura; produção.
Formato do Material Didático
Unidade Didática
Público Alvo Alunos do 1º ano do Ensino Médio
SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO – SEED
UNIVERSIDADE ESTADUAL DO OESTE DO PARANÁ- UNIOESTE CAMPUS DE CASCAVEL – PARANÁ
PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL – PDE
O TRABALHO COM CRÔNICAS NO PRIMEIRO ANO DO ENSINO MÉDIO E O DESENVOLVIMENTO DE ESTRATÉGIAS DE LEITURA E PRODUÇÃO DE
TEXTOS
FRANCISCO BELTRÃO
2012
PAULINO TONEL
O TRABALHO COM CRÔNICAS NO PRIMEIRO ANO DO ENSINO MÉDIO E O DESENVOLVIMENTO DE ESTRATÉGIAS DE LEITURA E PRODUÇÃO DE
TEXTOS
Unidade Didática para a Implementação do Projeto de Intervenção Pedagógica na Escola, no Programa de Desenvolvimento Educacional – PDE na área de Língua Portuguesa. Orientador – Professora Dra Benedita de Almeida, Universidade Estadual do Oeste do Paraná – UNIOESTE
FRANCISCO BELTRÃO 2012
1. APRESENTAÇÃO
Atualmente estudos apontam a necessidade de se buscarem alternativas
metodológicas e atividades diferenciadas para tentar compreender por que os
alunos se mostram receosos quanto à prática de leitura e produção textual e para
encontrar estratégias para superar tal situação.
Dessa forma, essa unidade didática pedagógica é uma possibilidade
metodológicas para o trabalho com a leitura na escola, e também faz parte das
atividades realizadas pelo professor que participa do Programa de Desenvolvimento
Educacional (PDE), oferecido pela Secretaria do Estado de Educação.
O tema da Unidade Didática é “Desenvolvimento de estratégias de leitura e
produção de textos por intermédio do trabalho com Crônicas no 1º ano de Ensino
Médio.”. Propõe-se realizar um trabalho com o gênero textual “Crônica” narrativo-
descritiva, como meio de possibilitar o educando familiarizar-se com esse gênero e
ampliar suas capacidades como leitor e produtor de texto, tornando-se um sujeito
crítico e participativo, junto à sociedade em que está inserido.
A referida Unidade Didática dará suporte teórico, para a implementação do
projeto de Intervenção Pedagógica na escola, será desenvolvido com alunos do 1º
ano do Ensino Médio, Colégio Estadual São Cristóvão – Ensino Fundamental e
Médio – Manfrinópolis – PR, e também fará parte da reflexão dos participantes do
Grupo de Trabalho em Rede (GTR), que por meio do estudo deste material terão
condições de contribuir com questionamentos e sugestões, sobre o trabalho
proposto e, enriquecer o seu conteúdo.
A problemática deste estudo é a seguinte: como trabalhar estratégias de
leitura e escrita, por meio do gênero textual crônicas?
Justifica-se sua escolha porque, na grande maioria das escolas, atualmente,
os alunos apresentam dificuldades relacionadas à oralidade, à leitura e escrita,
principalmente no ensino médio, resultantes da pouca familiaridade com práticas
mais elaboradas de uso da linguagem verbal em situações que requeiram
distanciamento do senso comum. Tais dificuldades são possíveis de se identificarem
pelo nível argumentativo, posição frente ao assunto abordado, sequência dos fatos,
entre outros, todos fatores que dificultam o ensino-aprendizagem e o domínio da
norma padrão.
Os objetivos apresentados nesse trabalho são os seguintes:
- desenvolver a aprendizagem da leitura e produção de Crônicas como ações que
permitam situá-las como obras literárias e fontes de conhecimentos;
- realizar leituras de Crônicas de diferentes temas e autores, e as produzidas pelos
alunos;
- caracterizar o gênero Crônica quanto aos aspectos linguísticos, levando o aluno a
identificá-los nesta modalidade textual;
- produzir Crônicas que abordem temas diversos, utilizando os instrumentos
tecnológicos disponíveis na escola;
- expor as Crônicas produzidas nos diversos ambientes da escola, possibilitando a
acessibilidade e socialização aos demais não envolvidos no projeto;
- constituir situações propícias para o ensino da língua padrão, na perspectiva de
interação social;
- organizar uma coletânea das Crônicas produzidas para servir de referência ao
ensino de Língua Portuguesa.
Neste estudo, apresenta-se a principio, a fundamentação teórica com uma
reflexão sobre a importância da leitura na escola. Em seguida, apresentam-se os
procedimentos metodológicos, o roteiro de estudos e no final as atividades que
serão desenvolvidas na escola.
Dessa forma, optou-se pelo gênero textual “Crônica”, por se tratar de uma
atividade relevante e produtiva, que nos possibilita instigar, aumentar a criticidade e
que apresenta uma linguagem relacionada a temáticas do cotidiano. Os textos
geralmente são curtos e apresentam uma linguagem acessível, o que os torna
propícios ao interesse dos alunos.
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
O ensino de Língua Portuguesa está associado a três grandes eixos: leitura,
oralidade e escrita. O professor que atua nessa área, ao longo da escolaridade dos
alunos, encontra muitas dificuldades em trabalhar com os eixos e a leitura constitui
um dos múltiplos desafios na escola – um paradoxo, pois a escola ainda se suporta
na leitura como instrumento para o ensino e aprendizagem em todas as áreas.
Reflexão:
- Você professor de Língua Portuguesa concorda com essa afirmação?
- A metodologia das aulas de Língua Portuguesa desenvolvida em sua escola está
promovendo a aprendizagem da leitura?
- Os alunos estão motivados para ler?
- Como trabalhar com a leitura para que ela seja significativa para o aluno?
Os professores de Língua Portuguesa, têm que deixar de lado a mecanização
do ato de ler, e propor aos seus alunos uma leitura significativa, considerando o ato
de ler como uma atividade em que o leitor age, entendendo a situação em que o
texto foi produzido.
Para Porto e Ferreira (2005, p. 16) “compreender a leitura e o que ensiná-la
implica falar sobre ela, ser um leitor que atua verdadeiramente como sujeito no
processo de produção do sentido e que sente prazer em interagir com o autor do
texto”.
Conforme Carolina (2006, p.01), “a prática de leitura deve se fazer presente
em nossas vidas, para que possamos compreender o mundo a nossa volta, Ler é,
acima de tudo, compreender”. Para a autora, a leitura se configura como um
poderoso e essencial instrumento libertário para a sobrevivência do homem. Muito
embora, mesmo sabendo dessa importância, a falta de leitura atinge todos nós e,
principalmente, os jovens e adolescentes.
Pode-se dizer que o desinteresse apresentado pelos alunos na escola pela
leitura está relacionada com a prática mecanicista de algumas escolas que
continuam priorizando em suas práticas pedagógicas a decodificação, em vez do
sentido do texto e o trabalho com o texto para estudar a gramática, ainda de forma
abstraída de sua função na constituição do sentido.
A decodificação também é necessária num ato de leitura, porém não é
suficiente para a compreensão do texto. Talvez os alunos possam até decodificar
bem as letras, ler as palavras e enunciados com boa pronúncia e entonação, mas
essas capacidades não são suficientes para constituir uma boa leitura. Aprender a
ler requer uma ação compartilhada entre professor e aluno, pela qual buscam pistas
dos textos lidos, para encontro de, possíveis significados e comparação com suas
experiências sociais prévias e suas história de leituras.
Para Soares(1998, p. 69), a leitura inclui,
A habilidade de fazer previsões iniciais sobre o sentido do texto, de construir significado combinando conhecimento prévio e informação textual, de monitorar compreensão e modificar previsões iniciais quando necessário, de refletir sobre o significado do que foi lido, tirando conclusões e fazendo julgamento sobre o conteúdo.
Dessa forma, cabe ao professor planejar situações de ensino em que os
alunos possam adquirir ou ampliar tais conhecimentos, lembrando-se de que os
diversos assuntos que permeiam o dia a dia dos alunos supõem conhecimento de
mundo.
E então professor!
- Qual o seu conceito de leitura?
- Planeja estratégias diferenciadas de leitura para seus alunos?
- Quais suas dificuldades para trabalhar a leitura com seus alunos?
Porto e Ferreira (2005, p. 40) afirmam a necessidade de considerar que, no
processo de leitura, diferentes leitores vão ao texto com diferentes objetivos, dentre
os quais se destacam: “Ler para obter uma informação precisa; ler para seguir
instruções; ler para obter uma informação de caráter geral; ler para aprender; ler
para revisar um escrito próprio; ler para comunicar um texto a um auditório; ler por
prazer”.
A leitura é orientada por objetivos os quais direta ou indiretamente,
determinam a escolha do leitor, em relação aos objetos de leitura, tipos de textos,
modos de ler. Assim, trabalhar com a leitura requer um bom planejamento, uma
reflexão sobre a ação pedagógica, definição clara de objetivos, escolha de textos
adequados aos seus objetivos e o acompanhamento por parte do professor, como
mediador do processo estimulando o gosto pela leitura.
- E na escola para que o aluno lê?
- Que funções a leitura tem em sua escola?
- Quais os objetivos que desenvolve quando apresenta a leitura aos seus alunos?
Conforme as Diretrizes Curriculares da Educação Básica (DCEs) de Língua
Portuguesa (PARANÁ, 2008, p. 57), no ato de leitura, um texto leva a outro e
contribui para uma política de singularização do leitor que, instigado pelo texto,
constrói seus significados e os relaciona com o seu próprio saber e experiência de
vida. ”Praticar a leitura em diferentes contextos requer que se compreendam as
esferas discursivas em que os textos são produzidos e circulam, bem como se
reconheçam as intenções e os interlocutores do discurso” (2008, p. 57). Além disso,
este documento afirma que a prática de leitura é um princípio de cidadania, pelo qual
o leitor aprende os seus direitos e deveres.
Mas isso somente ocorre se a leitura permitir a compreensão crítica do mundo
e ampliar o universo cultural do aluno leitor.
Porém o ato de atribuir sentido a um texto exige do leitor conhecimentos de
leitura que vão além do reconhecimento do código escrito. É preciso que o leitor
identifique os diferentes gêneros e tipos de texto, bem como os diferentes suportes
textuais.
Levando em consideração tal conhecimento, é que se pretende mostrar nesta
unidade didática uma proposta de trabalho com o gênero textual crônica.
Conforme Nóbrega (2010, p. 01), A crônica é um gênero híbrido que comporta ficção e realidade, é manifestação de linguagem na qual acontecimentos do dia a dia transformam se em literatura. É assim o resultado da visão pessoal e subjetiva do cronista que, através de uma linguagem coloquial, aproxima se bastante do leitor, e, em geral, inaugura um outro olhar" sobre um fato qualquer do cotidiano ou do noticiário do jornal. Millôr Fernandes diz que "a estrutura da crônica é uma desestrutura; a ambiguidade é sua lei." É um gênero literário que, a princípio, era um "relato cronológico dos fatos sucedidos em qualquer lugar", isto é, uma narração de episódios históricos. Era a chamada "crônica histórica". Essa relação de tempo e memória está relacionada com a própria origem grega da palavra, Chronos, que significa tempo.
A crônica surgiu quando o escriba, que estava a serviço do rei, faraó, ou
qualquer pessoa de grande importância na hierarquia dirigente, registrava operações
de compra e venda e acompanhava seus chefes em todas as campanhas
guerreiras, relatando todas as etapas como: derrotas, vitórias e conquistas. Tais
registros eram lidos pelos sacerdotes e depois repassados à população que tinha
famílias nas guerras.
Estes registros eram considerados simplesmente como um “diário de
campanha”, cuja fidelidade aos fatos era duvidosa, visto que eram destinados a
elogiar o chefe. A crônica, na maioria dos casos, é um texto curto e narrado em
primeira pessoa, ou seja, o próprio escritor dialoga com o leitor. Isso faz com que a
crônica apresente uma visão totalmente pessoal de um determinado assunto: a
visão do cronista.
PROFESSOR (a)! Traga essa reflexão para a sua prática pedagógica.
- Você organiza atividades utilizando os diferentes gêneros textuais, aqui com
destaque a crônica?
- Como explora o texto com os alunos?
- É possível trabalhar esse gênero textual para despertar o gosto pela leitura?
A proposta deste projeto versa sobre o gênero acima citado por se tratar a
crônica de um gênero híbrido que oscila entre elementos jornalísticos e literários,
apresenta-se em geral em um texto leve, com espaço e tempo limitados e é
marcada pela subjetividade do autor. Ao escrever, o cronista busca emocionar e
envolver seus leitores, convidando-os a refletir sobre as diferentes situações do
cotidiano. Nessa perspectiva pode-se constituir num material que desperte a
atenção dos alunos. Espera-se que, com este projeto, os alunos se envolvam tanto
na leitura quanto na escrita de seus textos, que realmente aconteça a aprendizagem
deste gênero e que se sintam estimulados a sempre lerem e escreverem, não
apenas no decorrer do mesmo.
Cabe destacar que a formação do gosto pela leitura é elemento cultural, o
gosto não se desenvolve, se essa prática, a leitura, não estiver frequente no
universo cultural do sujeito.
3. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
A metodologia utilizada apoia-se no desenvolvimento da Unidade Didática
que introduz conhecimentos, definições e conceitos básicos para a reflexão sobre a
temática “Desenvolvimento de estratégias de leitura e produção de textos por
intermédio do trabalho com Crônicas no 1º ano de Ensino Médio.” Durante o seu
desenvolvimento, serão realizados questionamentos que levam o professor a
analisar a prática educativa que vem desenvolvendo em seu cotidiano.
As estratégias utilizadas giram em torno da socialização do projeto de
intervenção pedagógica na escola aos professores, direção, equipe pedagógica e
demais funcionários durante a semana pedagógica de 2013 e discussão do tema
escolhido com os alunos do 1º ano do Ensino Médio, na disciplina de Língua
Portuguesa.
Esta é uma pesquisa de intervenção pedagógica que “procura explicar um
problema a partir de referências teóricas publicadas em documentos”. (CERVO;
BERVIAN, 1996, p. 138), mediante leitura de livros e publicações pertinentes ao
assunto em estudo “a fim de se descrever e comparar usos e costumes, tendências,
diferenças e outras característica”. (SILVA, 2005, p. 51).
Será também realizada uma pesquisa de campo, com o desenvolvimento de
pesquisas com os alunos durante as aulas para saber e discutir o assunto em
questão.
A análise dos dados dos entrevistados será efetuada na perspectiva dialética
crítica baseando-se teoricamente nos fatos da realidade pesquisada, para assim,
sanar os objetivos e as dúvidas.
4. ROTEIRO DE AÇÕES
PRIMEIRA AÇÃO: Apresentação do projeto OBJETIVO: Apresentar o projeto à direção, professores, funcionários e equipe
pedagógica do Colégio Estadual São Cristóvão.
DATA: Fevereiro/2013
DURAÇÃO: 1 aula
PÚBLICO ALVO: Professores, equipe pedagógica, direção e demais funcionários da
escola.
PROCEDIMENTO METODOLÓGICO: O projeto de implementação pedagógica será
apresentado à direção, professores, funcionários e equipe pedagógica do colégio, na
semana pedagógica de fevereiro de 2013. O intuito é apresentar uma síntese do
projeto Gênero Textual Crônica: Leitura e Produção, que será desenvolvido com o 1º
ano do Ensino Médio no 1º semestre do ano letivo de 2013.
SEGUNDA AÇÂO: Aplicação do questionário OBJETIVO: Aplicar questionário ao professor e alunos para sondar o conhecimento
que eles apresentam em relação ao Gênero Textual Crônica.
DATA: Fevereiro/2013
DURAÇÃO: 1 aula
PÚBLICO ALVO: Alunos do 1º ano do Ensino Médio
PROCEDIMENTO METODOLÓGICO: Aplicação de um questionário contendo dez
questões para o professor e dez para os alunos, visando diagnosticar as
dificuldades/necessidades/desafios que precisam ser enfrentados no ensino e
aprendizagem da oralidade, leitura e escrita.
TERCEIRA AÇÃO: Tabulação dos dados
OBJETIVO: Tabular os dados dos questionários aplicados à professores e alunos
para posteriores ações.
DATA: Fevereiro/2013
DURAÇÃO: 2 aulas
PÚBLICO ALVO: Professor PDE
PROCEDIMENTO METODOLÓGICO: Por meio dos dados obtidos será possível ao
professor saber quais são os alunos que necessitam de um acompanhamento ou
atenção especial, seja na leitura ou na produção escrita. Cabe ao professor auxiliá-
los para a superação das dificuldades apresentadas. Os dados serão tabulados
juntos com os alunos.
QUARTA AÇÃO: Seleção das crônicas a serem trabalhadas OBJETIVO: Selecionar crônicas para serem lidas e analisadas em sala de aula.
DATA: Março/Abril e Maio/2013
DURAÇÃO: 2 aulas
PÚBLICO ALVO: Alunos do 1º ano do Ensino Médio PROCEDIMENTO METODOLÓGICO: O professor fará a seleção das crônicas que
irá trabalhar com os alunos, observando alguns critérios como: diversidade temática,
criticidade, estrutura composicional e aspectos linguísticos, entre outros. QUINTA AÇÃO: Seleção de crônicas pelos alunos OBJETIVO: Diagnosticar, através da produção dos alunos quais as dificuldades que
necessitam de intervenção do professor.
DATA: Junho de 2013
DURAÇÃO: 4 aulas
PÚBLICO ALVO: Alunos do 1º ano do Ensino Médio
PROCEDIMENTO METODOLÓGICO: No laboratório de informática (previamente
reservado) realizar com a turma pesquisa de outras crônicas que abordem temáticas
semelhantes à já trabalhada. Em dupla, escolherão uma crônica que será impressa,
de posse da crônica retornarão à sala de aula, onde será feita a leitura e
interpretação oral.
SEXTA AÇÂO: A primeira produção
OBJETIVO: Diagnosticar através da produção dos alunos quais as dificuldades que
necessitam de intervenção do professor.
DATA: Abril/2013
DURAÇÃO: 3 aulas
PÚBLICO ALVO: Alunos do 1º ano do Ensino Médio
PROCEDIMENTO METODOLÓGICO: A primeira produção servirá de diagnóstico ao
professor para que ele possa planejar as intervenções necessárias na produção
escrita dos alunos e orientá-los quanto à estrutura composicional da narrativa (titulo,
cenário, foco narrativo, enredo, personagem, tom, linguagem, desfecho e outros).
Convém destacar que o professor os levará até a Avenida São Cristóvão para que
observem (por uns 30 minutos) o vaivém das pessoas em determinados locais:
supermercado, restaurante, farmácia, posto de combustível, veterinária, lotérica e
banco, para que possam, a partir das observações, efetivar a produção escrita,
leitura pelo autor, troca, leitura por outro.
SÉTIMA AÇÂO: Reescrita das crônicas OBJETIVO: Reescrever uma das crônicas produzidas pelos alunos que apresentar
maiores necessidades quanto: à estrutura, aspectos linguísticos e ortografia.
DATA: Abril/2013
DURAÇÃO: 3 aulas
PÚBLICO ALVO: Alunos do 1º ano do Ensino Médio
PROCEDIMENTO METODOLÓGICO: A reescrita coletiva da crônica dar-se-á da
seguinte maneira:
- o professor fará a seleção de uma das crônicas produzidas pelos alunos que for
representativa de maior necessidade em relação aos elementos estruturais da
narrativa, aspectos linguísticos, coesão, coerência e ortografia;
- em seguida fará cópia da crônica escolhida em uma transparência (retirando o
nome do autor) e a projetará na sala de aula para que os alunos possam contribuir
de forma significativa para sua reescrita. OBS: O professor fará a correção de todas
as crônicas produzidas pelos alunos, mas por uma questão de tempo a reescrita
coletiva será apenas uma.
- depois dessa etapa, haverá uma reescrita individual d cada crônica, para tirar o
nível de superficialidade na produção escrita, para o aluno compreender a escrita
como uma prática de produção de sentido, que necessita de clareza para o leitor.
- Durante sua elaboração, o professor disponibilizará recursos para consultas
(dicionários, gramáticas etc.) e se colocará sempre na dinâmica de acompanhar os
alunos na reescrita, para que vençam possíveis dificuldades no trabalho com a
língua. Essa versão será corrigida novamente pelo professor, e os alunos a
reescreverão tantas vezes quantas forem necessárias, para que superem todas as
questões de aprendizagem da língua padrão e da constituição de sentido na
produção de texto.
- Revisão pelo professor, até todas estarem corretas.
OITAVA AÇÂO: Digitalização das crônicas OBJETIVO: Digitar as crônicas que serão usadas na elaboração da coletânea. DATA: Maio/2013
DURAÇÃO: 2 aulas
PÚBLICO ALVO: Alunos do 1º ano do Ensino Médio
PROCEDIMENTO METODOLÓGICO: Com antecedência o professor fará a reserva
do laboratório de informática, para cada aluno digitar a sua crônica, que será
impressa em três vias: uma o aluno colará em seu caderno, as outras duas vias
serão entregues ao professor, uma será destinada à elaboração da coletânea e a
outra será exposta no saguão do colégio.
NONA AÇÂO: Leitura além sala de aula
OBJETIVO: Realizar leitura das crônicas produzidas nos locais citados (Escola M.
Eção de Queiroz, CRAS, Colégio São Cristóvão), como etapa importante dessa
implementação.
DATA: Junho/2013
DURAÇÃO: 4 aulas
PÚBLICO ALVO: Alunos do 1º ano do Ensino Médio
PROCEDIMENTO METODOLÓGICO: Os alunos do 1º ano do Ensino Médio farão a
confeccioanram cartazes (em parceria com a professora de Arte), e redigirão o
comunicado (por escrito) à Escola M. Eçá de Queiroz, ao CRAS e ao próprio
Colégio, para a realização da leitura das crônicas por eles produzidas, para que as
ações desenvolvidas nesta implementação, possibilitem-lhes desenvolver suas
habilidades de leitura e produção.
DÉCIMA AÇÂO: Organização de uma coletânea
OBJETIVO: Organizar uma coletânea com as crônicas produzidas pelos alunos e
disponibilizá-las à biblioteca como material de leitura e consulta.
DATA: Junho/2013
DURAÇÃO: 5 aulas
PÚBLICO ALVO: Alunos do 1º ano do Ensino Médio
PROCEDIMENTO METODOLÓGICO: O professor recolherá uma crônica de cada
aluno, fará novamente a correção. Caso haja necessidade solicitará ao aluno a
digitá-la novamente fazendo as correções indicadas. Com todas as crônicas prontas,
fará a encadernação e a encaminhará para fazer parte do acervo da biblioteca do
Colégio. Obs. Os alunos serão orientados a reler antes de imprimir e depois de
impressa, para se “acostumarem” a fazer revisão textual.
DÉCIMA PRIMEIRA AÇÂO: Avaliação junto à turma trabalhada. OBJETIVO: Realizar uma avaliação com o intuito de verificar se os objetivos da
implementação foram atingidos.
DATA: Junho/2013
DURAÇÃO: 2 aulas
PROCEDIMENTO METODOLÓGICO: O professor solicitará dos alunos no final das
atividades do Projeto uma avaliação, para detectar quais foram os avanços obtidos
durante sua realização (instrumento a ser construído), também procurará
estabelecer as relações entre os resultados obtidos no final do projeto com os do
questionário.
5. ROTEIRO DE ATIVIDADES UNIDADE I
A ÚLTIMA CRÔNICA Fernando Sabino
A caminho de casa, entro em um botequim da Gávea para tomar um café
junto ao balcão. Na realidade estou adiando o momento de escrever. A perspectiva
me assusta. Gostaria de estar inspirado, de coroar com êxito mais um ano nesta
busca do pitoresco ou irrisório no cotidiano de cada um. Eu pretendia apenas
recolher da vida diária algo de seu disperso conteúdo humano, fruto da convivência,
que a faz, mas digna de ser vivida. Visava ao circunstancial, ao episódico. Nesta
perseguição do acidental, quer num flagrante de esquina, quer nas palavras de uma
criança ou num acidente doméstico, torno-me simples espectador e perco a noção
do essencial. Sem mais nada para contar, curvo a cabeça e tomo meu café,
enquanto o verso do poeta se repete na lembrança: “assim eu quereria o meu último
poema”. Não sou poeta e estou sem assunto. Lanço então um último olhar fora de
mim, onde vivem os assuntos que merecem uma crônica. [...].
(ANDRADE, C. D. de et. AL. Elenco de cronistas modernos. 21 ed. Rio de Janeiro: José Olympio, 2005.)
1. Biografia do autor
Fernando Tavares Sabino nasceu em Belo Horizonte Minas Gerais, em 12 de
outubro de 1923. Aos 18 anos publicou seu primeiro livro de contos: “Os grilos não
cantam mais.” Em 1944 mudou-se para o Rio de Janeiro, onde se firmou como
colaborador de diversos jornais enquanto mantinha um emprego em cartório. No fim
da década de 1940 morou durante dois anos em Nova York, experiência que
resultou em “A cidade Vazia” (1950).
Sua obra mais famosa é o romance “Encontro Marcado” (1957). As crônicas
publicadas no Jornal do Brasil e na revista Manchete foram reunidas em “O homem
nu” (1960) etc.
Em 1972 realizou, em colaboração com Davi Neves, em Los Angeles, uma
série de mini-documentários sobre Hollywood para a TV Globo. Fundou a Bem-te-vi
filmes. Em 1979 voltou ao romance com “O grande Mentecapto”. Em 1991 publicou
“Zélia, uma paixão”, obra biográfica sobre a ministra da Economia do Governo
Fernando Collor, Zélia Cardoso de Mello.
2. Atividades
Iniciar a aula contando um pouco sobre a vida e obra do escritor Fernando
Sabino. Questionar os alunos sobrese já leram algo a respeito do autor e se o
conhecem. Em seguida, entregar uma cópia da crônica “A última crônica”, solicitar
uma leitura silenciosa. Ouvir a leitura da crônica no CD. Realizar com a turma uma
leitura coletiva a fim de familiarizar-se com ela, observando a estrutura textual
(número de parágrafos linhas, distribuição do texto na folha.).
Na sequência responder as seguintes questões oralmente:
1. Alguém já leu ou conhecia a crônica?
2. Alguém já vivenciou algo semelhante à situação descrita na crônica?
3. Para você esse título chama a atenção do leitor? Por quê?
4. O texto que você acabou de ler é uma crônica? O que você sabe sobre
esse gênero textual?
5. Pelo título da crônica o que podemos imaginar?
6. Qual é a relação existente entre o titulo e o texto?
7. Qual das situações vividas pelos personagens você julga absurda? Por
quê?
8. Pedir que cada um fale como festejou seu último aniversário.
9. O autor afirma que o pai demonstra estar satisfeito com a celebração. E
você, o que pensa a respeito dele?
10. Qual é a crítica feita à instituição família nas duas últimas orações do 2º
parágrafo? Você concorda ou discorda. Justifique.
Analisar o conhecimento prévio dos alunos quanto à crônica por meio da
discussão oral, realizando o levantamento de hipótese baseado nas seguintes
questões:
a) Compressão e interpretação do texto
- Qual é o objetivo desta crônica?
- É possível estabelecer relação entre a situação vivida pela família da crônica
e a do seu dia a dia?
- As ideias de discriminação presentes no texto, são do autor ou do contexto?
São discriminações de raça ou de situação financeira?
- O botequim segundo a crônica, é o cenário onde os acontecimentos
ocorreram? Como você descreve os acontecimentos?
- Comente sobre o envolvimento das personagens no episódio narrado?
- Como você interpreta o fato de a mãe ter guardado as velinhas?
- Destaque na crônica passagens em que seja possível reconhecer a época
em que esse fato ocorreu.
b) Estrutura Composicional
1. Há uma ordem na apresentação dos fatos? O que o autor mostra primeiro?
A crônica apresenta a seguinte estrutura:
a) situação inicial
b) início do conflito
c) clímax do conflito
d) resolução do conflito
e) volta à situação inicial
Relacione essa estrutura de acordo com os parágrafos da crônica.
2. Destaque o parágrafo em que a crônica consegue mexer com sua emoção.
3. Sistematização do conceito de crônica.
4. O discurso é manifesto em primeira ou terceira pessoa?
5. Conceituação de crônica com os alunos.
6. Para compreender o texto, é preciso saber em que situação de
comunicação ele foi produzidos:
a) Quem é o autor?
b) Para quem ele o escreveu?
c) Em que veículo ele publicou a crônica?
c) Análise Linguística
1. Como se manifestam as marcas de temporaliade na crônica?
2. Qual é o tempo verbal revelado na crônica? Indique-o com passagens do
texto.
3. Relacionar alguns conectivos (conjunções e preposições) que aparecem no
texto e justificar o uso deles.
4. O autor utiliza no 2º parágrafo adjetivos no diminutivo para descrever a
menina. O que o leva a fazer esta escolha lexical?
d) Produção Escrita
A primeira produção visa diagnosticar os conhecimentos e as dificuldades de
cada aluno. Diagnóstico este nos dará pistas para que se possam planejar as
intervenções necessárias na produção escrita das crônicas.
O narrador personagem procura algo do cotidiano para descrever “A última
Crônica” e se depara com a comemoração de aniversário de uma menininha de 2
anos, em um lugar (botequim) um pouco impróprio para o ritual. Com base na
crônica em estudo, busque uma situação do dia a dia que você considera
importante. Antes de iniciar sua produção, defina o foco narrativo (1ª ou 3ª pessoa)
narrador (observador ou personagem) e tema. (Ver procedimento metodológico da
sexta ação).
UNIDADE II
COBRANÇA Moacyr Scliar
Ela abriu a janela e ali estava ele, diante da casa, caminhando de um lado
para outro. Carregava um cartaz, cujos dizeres atraíam a atenção dos passantes:
"Aqui mora uma devedora inadimplente".
― Você não pode fazer isso comigo ― protestou ela.
― Claro que posso ― replicou ele. ― Você comprou, não pagou. Você é uma
devedora inadimplente. E eu sou cobrador. Por diversas vezes tentei lhe cobrar,
você não pagou.
― Não paguei porque não tenho dinheiro. Esta crise...
― Já sei ― ironizou ele. ― Você vai me dizer que por causa daquele ataque
lá em Nova York seus negócios ficaram prejudicados. Problema seu, ouviu?
Problema seu. Meu problema é lhe cobrar. E é o que estou fazendo.
― Mas você podia fazer isso de uma forma mais discreta...
― Negativo. Já usei todas as formas discretas que podia. Falei com você,
expliquei, avisei. Nada. Você fazia de conta que nada tinha a ver com o assunto.
Minha paciência foi se esgotando, até que não me restou outro recurso: vou ficar
aqui, carregando este cartaz, até você saldar sua dívida. Neste momento começou a
chuviscar.
― Você vai se molhar ― advertiu ela. ― Vai acabar ficando doente. Ele riu,
amargo:
― E daí? Se você está preocupada com minha saúde, pague o que deve.
― Posso lhe dar um guarda-chuva...
― Não quero. Tenho de carregar o cartaz, não um guarda-chuva.
Ela agora estava irritada:
― Acabe com isso, Aristides, e venha para dentro. Afinal, você é meu marido,
você mora aqui.
(SCLIAR, M. Cobrança. O imaginário cotidiano. São Paulo: Global, 2001.) 1. Biografia do autor
Moacyr Jaime Scliar nasceu em Porto Alegre – RS, em 23 de março de 1937.
Oriundo de uma família de imigrantes judeus russos, cedo manifestou gosto pela
literatura. Em 1962 diplomou-se em medicina pela Universidade Federal do Rio
Grande do Sul. Iniciou a carreira médica como clinico, mas depois optou pelo
sanitarismo. As narrativas que escreveu durante os plantões noturnos resultaram
em “Histórias de Médico em Formação”. (1962), seu primeiro livro. Scliar publicou
mais de 35 livros, muitos editados no exterior.
Em 1980, escreveu “O Centauro no jardim”, premiado pela Associação
Paulista de Críticos de Arte. Publicou ainda “A estranha nação de Rafael Mendes”
(1982) e “A orelha de Van Gogh (1989) que recebeu o premio cubano Casa das
Américas. Em “Cenas da Vida” minúscula (1991) Sclair ressalta o elemento
mitológico sob o tema da criação de pequenos seres humanos. Sonhos tropicais
(1992) é uma narrativa ficcional sobre o sanitarista Osvaldo Cruz. Faleceu no dia
27/02/2011, em Porto Alegre (RS), vítima de falência múltipla de órgãos.
2. Atividades
Entregar uma cópia da crônica impressa a cada aluno, na sequência o
professor escolherá 3 alunos (2 meninos e 1 menina). Um menino fará o papel do
narrador, e outro fará o papel do marido, e a menina fará o papel de mulher. Dar
alguns minutos para ensaiar a entonação de voz, pausa, gestos, para expressar o
diálogo entre o casal.
a) Compressão e interpretação do texto
Analisar o conhecimento prévio dos alunos quanto à crônica, por meio da
discussão oral, realizando o levantamento de hipóteses baseado nas questões
abaixo.
- Alguém já leu ou conhecia o texto?
- O que vocês sabem a respeito do autor Moacyr Sclair?(O professor
comentará a respeito da biografia do autor).
- Alguém já vivenciou algo semelhante à situação descrita no texto?
- O texto apresenta uma surpresa ao leitor, indique o parágrafo em que isso
ocorre.
- O texto que você acabou de ler é uma crônica. O que você sabe a respeito
deste gênero textual?
- De que forma e quais aspectos do cotidiano são narrados na crônica?
- Como os personagens são introduzidos pelo narrador?
- Existe relação entre o título e o texto? Comente.
b) Estrutura Composicional
1. Os conteúdos do texto estão organizados em forma de:
( ) lista ( )verso ( ) prosa ( ) diálogo
2. A sequência predominante no texto é do tipo:
( ) sequência narrativa
( ) sequência descritiva
( ) sequência explicativa
( ) sequência argumentativa
( ) sequência dialogal
3. O tom do texto é:
( ) humorístico ( ) crítico ( ) moralista ( ) irônico ( ) familiar
4. Explique o tom da questão anterior com uma passagem do texto.
5. Qual o significado da palavra “cobrança” que é o título dessa crônica?
c) Análise Linguística
1. Podemos classificar o discurso do texto em: direto? Indireto?Indireto livre?
Aponte no texto elementos que ilustrem sua resposta. (Por ser conteúdo da turma o
professor o aprofundará).
2. A narrativa se dá em 1ª ou 3ª pessoa?
3. O tipo de discursos é o de expor ou de narrar? Como podemos comprovar
isso?
d) Produção Escrita
A crônica é um texto curto, na maioria das vezes é narrada em 1ª pessoa, ou
seja, o próprio dialoga com o leitor. O tom da narrativa é o da conversa, do bate
papo informal, isso faz com que ela apresente uma visão totalmente pessoal de um
determinado assunto.
Que tal agora você escrever sua própria crônica? Convém lembrar que
deverá escolher um tema que cause em você alguma sensação interessante como
por exemplo: entusiasmo, indignação, felicidade, desânimo, etc. Definido o tema é
importante que você selecione algumas ideias que irão lhe ajudar, como por
exemplo: a primeira ideia quando penso nesse assunto é...; na minha opinião esse
fato é...; se eu estivesse nessa situação, eu...; ao saber desse fato, eu me sinto...;
sobre esse fato as pessoas estão dizendo que...; a solução para isso é...; esse fato
está relacionado com a minha realidade, pois...; use sua criatividade e crie seu
próprio estilo. Bom trabalho.
UNIDADE III
ACABARAM COM A NOSSA LETRA
Mário Prata
Faço as minhas compras no supermercado, pego o meu talão de cheques,
vou preencher. A mocinha:
- Pode deixar que a máquina faz isso!
Fico uns segundo atabalhoado, olho para o cheque.
- Faço questão de eu mesmo preencher.
E preenchi.
A cena é corriqueira, não é? Mas ali, naquele momento, aquela mocinha
estava me tirando o prazer de colocar a minha letra no cheque. Afinal, pensei eu
naquele momento, é a única cosia que eu escrevo à mão: o cheque.
Você já notou que a gente não escreve mais nada? Nada! Acho que desde
que saí da faculdade que não uso a mão para tais finalidades. Estão aí todas as
máquinas e cartões para tal uso.
E olha que aprender a escrever à mão, no meu tempo, era uma dificuldade.
No curso primário a gente tinha aula de Linguagem. Tinha o Caderno de Linguagem
que todos eram obrigados a comprar. A linha era subdividida em duas partes, sendo
a debaixo menorzinha para caberem as letras baixas, como o “a” e o “o”, por
exemplo. E quando pintava um “I” ou um “t”, tinha que ir até lá em cima. Assim, todo
mundo ficava com a letra igual à da professora, que era perfeita, por sinal. (...).
(Extraído de http://www.marioprataonline.com.br)
1. Biografia do autor
Mário Alberto Campos de Morais Prata, é natural de Uberaba (MG), onde
nasceu em 11 de fevereiro de 1946, foi criado em Lins-SP. Com 10 anos já escrevia
numa velha Reimington no laboratório do pai (...) crônicas horríveis, geralmente
pregava a liberdade e duvidando da existência de Deus. Nesse período era redator
do jornalzinho de sua classe na escola. Sendo vizinho de frente do jornal “A gazeta
de Lins”. Com 14 anos começou a escrever à coluna social com o pseudônimo de
Franco Abbiazzi.
Descrito Sérgio Antunes, seu amigo nessa época, disse que Mário era um
molecote de “voz de taquara rachada e aparelho nos dentes”. Além de escrever
dedicava-se ao tênis e, defendendo o Clube Atlético Linense, lia tudo o que lhe caia
nas mãos, em especial as famosas revistas da época “O Cruzeiro” e “Manchete”,
que traziam m suas paginas os melhores Cronistas da época como Fernando
Sabino, Paulo M. Campos, Rubem Braga e outros, uma vez que em Lins não
chegavam os grandes clássicos.
Aos 16 anos recebe um convite de Roberto Filipelli, que foi depois diretor da
globo em Londres, para fazer com ele o “Jornal do lar”. Ser grande talento levou-o,
nessa época para escrever no jornal “Última hora”. Mário comenta: meus pais
chamaram aquilo que eu escrevia de bobageiras e me previam um péssimo futuro.
Medicina, Engenharia, Direito ou Banco do Brasil (eles queriam). E nada de estudar
filosofia ou letras; coisa de veado. Trabalhou oito anos no banco do Brasil.
Na década d 60, em plena Revolução, inicia o curso de Economia na USP
movido pela própria vontade pede demissão do banco e abandona o curso de
Economia.
Sua estadia em Portugal, onde morou 2 anos, deu origem a um de seu
grandes sucessos no Brasil, o livro Schfaiz Favoire um tipo de dicionário do
português falado pelos portugueses. Atualmente mora em São Paulo e diz que gosta
de escrever de manhã, uma herança adquirida nos tempos em que trabalhou no
banco do Brasil.
2. Atividades
Colocar o título da crônica no quadro “Acabaram com a nossa letra”, pedir aos
alunos que em duplas comentem a respeito do título e façam anotações a respeito
do mesmo. O professor fará alguns questionamentos tais como:
- O que o título sugere?
- Vocês acham que esse título desperta a atenção do leitor? Por quê?
- Podemos imaginar o assunto da crônica pelo título?
Entregar uma cópia da crônica (impressa à cada aluno, solicitar que façam
uma leitura silenciosa, na sequência o professor fará a leitura em voz alta e
comentará a crônica para que eles possam confrontá-la com suas anotações (cada
dupla irá expor sua opinião).
a) Interpretação e Compreensão do texto
Sabendo em que situação de comunicação o texto foi produzido, teremos
mais facilidade para compreendê-lo:
a) Quem é o autor do texto?
b) Com que finalidade ele o escreveu?
c) Em que veículo de comunicação ele publicou?
d) De que forma os aspectos do cotidiano são narrados?
e) Que situação do cotidiano, vocês acham que essa crônica retrata?
f) No curso primário a gente tinha aula de linguagem. Tinha caderno de
linguagem... Vocês sabem o que é “Caderno de Linguagem” Qual era a finalidade
deste?
g) No penúltimo parágrafo o autor faz uma crítica a instituição igreja. A que
igreja ele se refere e porque crítica.
b) Estrutura Composicional
Para que os alunos compreendam a estrutura composicional da crônica, o
professor fará com a turma um cartaz que será fixado na sala de aula contendo
alguns elementos da crônica:
ELEMENTOS DA CRÔNICA
TÍTULO
PERSONAGENS
FOCO NARRATIVO
ENREDO
TOM
DESFECHO
TEMÁTICA
c) Análise Lingüística
Na antepenúltima parágrafo autor se refere a calculadora caracterizando-a
com maquininhas. Por que ele usa esse adjetivo no diminutivo?
ARCAISMO: é uma palavra ou expressão que deixou de ser usada na norma
atual, foi muito usada num período antigo, mas hoje entrou em desuso. Ex: Ceroula
(cueca).
NEOLOGISMO: é um fenômeno lingüístico que consiste na criação de uma
palavra ou expressão nova, ou na atribuição de um novo sentido a uma palavra já
existente. Ex. Notebook.
A crônica em estudo apresenta palavras que já não as usamos mais, como é
o caso de: curso primário e outras novas que foram incorporadas a nossa língua. Ex.
e-mail. Organize um quadro em duas colunas, na esquerda escreva arcaísmo e na
direita neologismo. Converse com seus pais e escreva 10(dez) palavras que hoje
não se usa mais e 10 (dez) palavras que foram incorporadas ao Português.
ARCAÍSMO NEOLOGISMO
d) Produção escrita
Em dupla:
Escolham um dos pares de personagens e escrevam uma crônica (curta)
contando uma situação vivida por elas.
Na escola= aluno/diretor
Num táxi=motorista/passageiro
Num restaurante=Garçonete/cliente
Num show=Cantor/fã
Antes de entregá-la ao professor, façam uma autocorreção, observando:
- Há título?
- Há indicação de onde, quando e por que ocorreu a ação?
- Os diálogos estão convincentes em relação aos personagens?
- A estrutura do texto está de acordo com o gênero proposto?
- O tom da crônica prende a atenção do espectador?
UM CASO DE BURRO
Machado de Assis
Quinta-feira à tarde, pouco mais de três horas, vi uma coisa tão interessante,
que determinei logo de começar por ela esta crônica. Agora, porém, no momento de
pegar na pena, receio achar no leitor menor gosto que eu para um espetáculo, que
lhe parecerá vulgar, e porventura torpe. Releve a importância; os gostos não são
iguais.
Entre a grade do jardim da Praça Quinze de Novembro e o lugar onde era o
antigo passadiço, ao pé dos trilhos de bondes, estava um burro deitado. O lugar não
era próprio para remanso de burros, donde concluí que não estaria deitado, mas
caído. Instantes depois, vimos (eu ia com um amigo), vimos o burro levantar a
cabeça e meio corpo. Os ossos furavam-lhe a pele, os olhos meio mortos fechavam-
se de quando em quando. O infeliz cabeceava mais tão frouxamente que parecia
estar próximo do fim.
Diante do animal havia algum capim espalhado e uma lata com água. Logo,
não foi abandonado inteiramente; alguma piedade houve no dono ou quem quer que
é que o deixou na praça, com essa última refeição à vista. Não foi pequena ação. Se
o autor dela é homem que leia crônicas, e acaso ler esta, receba daqui um aperto de
mão. O burro não comeu do capim, nem bebeu da água; estava já para outros
capins e outras águas, em campos mais largos e eternos. [...]
(Disponível em www.eeagorajose.kit.net/estilos/croassisburro.htm)
1. Biografia do autor
Joaquim Maria Machado de Assis, nasceu no Morro do Livramento Rio de
Janeiro, em 1939, de uma família humilde: seu pai, um mulato carioca, era pintor de
paredes e sua mãe, imigrante portuguesa, lavadeira. Freqüentou apenas a escola
primária, ajudado, nas primeiras, letras pelo padre Silveira sarmento. `{Órfão ainda
menino, foi obrigado a trabalhar desde a infância.
Mulato, tímido, gago e epilético, fez carreira como funcionário publico, escrito,
autodidata, conquistou vasta cultura literária e, embora escrevesse críticas teatrais e
literárias, crônicas, artigos políticos, cantos e poemas, a principio ganhou o nome
como poeta.
Aos 16 anos, publicou seu primeiro poema, aos 25 consagrou-se como poeta,
com “Crisálidas”. Aos 30, casou-se com a portuguesa Carolina Xavier de Novais
apesar dos preconceitos raciais da moça. Em 1897, tornou-se o primeiro presidente
da Academia Brasileira de letras, que ajudou a fundar.
Após a morte da esposa, sua epilepsia se agrava, sua gagueira se acentua, o
que o levou a isolar-se cada vez mias. Morreu em 1908, em sua casa no Rio de
Janeiro.
2. Atividades
O professor pedirá aos alunos que formem duplas, e lhes entregará
(impresso) apenas o título “Um caso de burro” dará uns 10 minutos para que
levantem hipóteses a respeito da temática da crônica. Na sequência cada dupla
apresentará sua opinião, e o professor irá pondo-as no quadro. Posteriormente,
entregará um envelope para cada aluno contendo a crônica, só que recortada em
dez partes, para que eles a organizem dentro de uma sequência lógica, convém
destacar aqui que é muito importante fazer com que eles observem se há realmente
uma ligação entre cada parte. O professor solicitará a um(a) aluno (a), para que faça
a leitura em voz alta, com o objetivo de colocar cada parte no seu devido lugar.
Realizar com a turma um bate papão a respeito da atividade desenvolvida, deixá-los
comentar a respeito das dificuldades encontradas. Retomar as ideias listadas no
quadro e associá-las as crônicas.
a) Compressão e interpretação do texto
Na oralidade realizar questionamentos visando instigar o nível de
compreensão dos alunos, frente a crônica em estudo. Fazer comparativos com os
demais trabalhados, observando o estilo e a época de cada uma, bem como os
elementos estruturais.
b) Estrutura Composicional
1. A recriminação implícita introduz um tom levemente ao texto. Esse tom é:
( ) humorístico ( ) moralista ( ) familiar ( ) irônico
2. Cite o parágrafo do texto em que esse tom se apresenta.
3. Uma crônica se estrutura das seguintes partes: situação inicial; início do
conflito; clímax do conflito; resolução do conflito; volta a situação inicial. Indique o
parágrafo e,m que se identifica cada uma das partes citadas.
c) Análise Linguística
1. EUFEMINISMO; É o emprego dos termos considerados mais leves para
suavizar uma expressão cruel ou ofensiva. Identifique no texto e copie em seu
caderno uma passagem em que seja possível identificar um eufemismo.
2. METÁFORA: Comparação mental ou abreviada em que prevalece a
relação de semelhança. Não aparece a conjunção como: para Machado, segundo a
crônica burro é metáfora de quem ou de quê?
3. PROSOPOPÉIA: É uma figura de linguagem que consiste na atribuição de
ações, qualidades ou sentimentos a seres inanimados. Comprove o emprego desse
recurso, copiando uma passagem do texto.
d) Produção Escrita
Como vimos na sua biografia Machado de Assis nasceu pobre, no subúrbio
do Rio de Janeiro e tornou-se o mais importante dos escritores brasileiros. O grande
tema de suas obras foi a vida na cidade. As crônicas de Machado, escritas ao longo
de quarenta anos, são sempre atuais. Muitas delas serviram como espaço de
denúncia da escravidão e de outras graves questões da época. Embora os
conteúdos políticos e sociais estivessem presentes em seus escritos, ele não lhes
dava um tom trágico, mas sim irônico. Escolha uma temática polêmica do cotidiano e
elabore sua crônica dando-lhe um tom que surpreenda o leitor.
Revisando as crônicas trabalhadas: esta atividade visa a uma retomada das
crônicas trabalhadas até o momento, estabelecendo entre elas um paralelo quanto
às temáticas abordadas em cada uma.
Crônica Autor/época Temática/local Situação do cotidiano retratada
Tom e foco narrativo do texto.
A última crônica
Cobrança
Acabaram com a nossa letra
Um caso de
burro
REFERÊNCIAS
ANDRADE, C. D. de et. AL. A última crônica. Elenco de cronistas modernos. 21ª ed. Rio de Janeiro: José Olympio,. 2005.
ASSIS, M. Um caso de burro. Disponível em: www.eeagorajose.kit.net/estilos/croassisburro.htm). Acesso em: 30 de out. de 2012. CERVO, A. L; BERVIAN, P. A. Metodologia Científica. 4. ed. São Paulo: Makron Books, 1996.
NÓBREGA, Thais. Características e Estrutura da Crônica. Disponível em: <http://trambicodeliteratura.blogspot.com.br/2010/10/caracteristicas-e-estrutura-da-cronica.html>. Acesso em 06 de junho de 2012. PORTO, M. F.; FERREIRA, M. B. Leitura: um processo compartilhado de produção de sentido. Ponta Grossa: UEPG/CEFORTEC, 2005. SCLIAR, M. Cobrança. O imaginário cotidiano. São Paulo: Global, 2001. SILVA, M. A. F. da. Métodos e técnicas de pesquisa. Curitiba: IBPEX, 2005.