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FICHA PARA IDENTIFICAÇÃO PRODUÇÃO DIDÁTICO – PEDAGÓGICA
TURMA - PDE/2012
Título: O ensino da literatura na perspectiva do letramento
Autor Juliana Pessi Mayorca
Disciplina/Área Português
Escola de Implementação do Projeto e sua localização
Colégio Estadual Pedro Stelmachuk
Município da escola União da Vitória
Núcleo Regional de Educação
União da Vitória
Professor Orientador Maria Cristina Fernandes Robazkievicz
Instituição de Ensino Superior
FAFI- União da Vitória
Relação Interdisciplinar Arte e Filosofia
Resumo
A necessidade de novas perspectivas para o ensino de literatura no ensino básico justifica o presente estudo. Também, a aproximação do aluno da arte da palavra, do texto criado como ficção, mas que pode representar uma sociedade de um dado tempo e lugar, pois sabemos que a literatura faz parte do produto geral do trabalho humano, ou seja, da cultura. A cultura de um povo são as suas realizações, em diversos sentidos, é um conjunto socialmente herdado, que determina a vida dos indivíduos. Percebemos isso em cada linha de um enunciado literário, que pode representar a ideologia do autor e sua visão de mundo. Porém, temos que mostrar ao nosso aluno que, mesmo que a literatura reflita sobre a realidade, é preciso olhá-la como ficção, como arte.
A leitura, não só a literária, necessita possibilitar ao aluno uma rede de sentidos, que somente será efetivada se o texto lido for compreendido. Para tanto, os estudos na perspectiva do letramento vão de encontro a essas angústias vivenciadas diariamente nas aulas de Português, uma vez que o letramento ocorre quando se tem compreensão do que se leu e não apenas a decodificação.
O objetivo geral é Promover o letramento literário com uma turma de 9º ano do Ensino Fundamental do Colégio
Estadual Pedro Stelmachuk, em União da Vitória – PR. Os objetivos específicos são: Aproximar o texto literário do aluno para desenvolvimento do senso estético e reflexivo; ler e interpretar textos literários relacionando-os com o contexto de produção e possibilitar ao aluno o amadurecimento como leitor, para que, a partir do trabalho desenvolvido, efetivem a leitura como hábito e prazer.
Palavras-chave Literatura; Ensino; Letramento
Formato do Material Didático
Sequência didática
Público Alvo Alunos (as) do 9º ano do Ensino Fundamental do Colégio Estadual Pedro Stelmachuk.
PARANÁ
GOVERNO DO ESTADO
SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO – SEED
SUPERINTENDENCIA DA EDUCAÇÃO – SUED DIRETORIA DE POLÍTICAS E PROGRAMAS EDUCACIONAIS - DPPE
PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL – PDE
JULIANA PESSI MAYORCA
PRODUÇÃO DIDÁTICO-PEDAGÓGICA
UNIDADE DIDÁTICA
O ENSINO DE LITERATURA NA PERSPECTIVA DO LETRAMENTO
Produção Didática (Unidade Didática) apresentado à Secretaria de Estado de Educação do Paraná (SEED) para o Programa de Formação Continuada intitulado Programa de Desenvolvimento Educacional (PDE), sob a orientação da Profª Ms. Maria Cristina Fernandes Robazkievicz, da FAFI União da Vitória – PR
União da Vitória – PR 2012
APRESENTAÇÃO
A presente sequência didática vem de encontro à necessidade de novas
perspectivas para as aulas de literatura no ensino básico. Essa é a justificativa deste
estudo, também a aproximação do aluno da arte da palavra, do texto criado como
ficção, seja ele canônico ou não, mas que pode representar o homem e a sociedade
de um dado tempo e lugar, pois sabemos que a literatura faz parte do trabalho
humano, ou seja, da cultura.
A leitura, não só a literária, necessita possibilitar ao aluno uma rede de
sentidos, que somente será efetivada se o texto lido for compreendido. Para tanto,
os estudos na perspectiva do letramento vão de encontro a essas angústias
vivenciadas diariamente nas aulas de Português, uma vez que o letramento ocorre
quando se tem compreensão do que se leu e não apenas a decodificação.
A leitura literária é tão importante na formação do cidadão, nas suas práticas
sociais como qualquer outra leitura. A literatura possibilita a tomada de compreensão
do mundo, mas também precisa questioná-lo e reinterpretá-lo.
Espera-se que o aluno reflita sobre as questões relacionadas à compreensão
de um texto literário, seja ele em prosa ou em verso, bem como perceba que a
literatura, através do autor, capta da sociedade as alegrias, dores, esperanças,
sofrimentos e aspirações recriando-as e devolvendo-as à sociedade.
Pensando no contexto escolar, em uma turma de 9º ano do Ensino
Fundamental do Colégio Estadual Pedro Stelmachuk, nas aulas de Língua
Portuguesa, em que os alunos têm dificuldades de reconhecer e interpretar textos
literários, questionamos: qual é o papel da Literatura? Como estabelecer uma
educação literária que contemple as várias culturas? Como associar o ensino da
Literatura ao letramento literário? COSSON (2009) defende a ideia de que o
letramento literário é diferente da leitura por fruição, apesar de estarem interligados.
Ressalta, ainda, que a literatura deve ser ensinada na escola, que devemos
compreender que o letramento literário é uma prática social, assim, responsabilidade
da escola. E como escolarizar a literatura sem descaracterizá-la, “sem transformá-la
em um simulacro de si mesma que mais cega do que confirma seu poder de
humanização.” (COSSON, 2009, p.23)
Será que estamos formando leitores através da literatura ou apenas nos
iludindo? Neste sentido, as palavras de Cosson são pertinentes, ou seja, o estudo
do texto literário faz parte de uma prática escolar em que os alunos não encontram
sentido nesse estudo.
Acreditamos que a leitura efetiva de textos literários pode levar o aluno ao
contato com uma diversidade de situações por meio das personagens, oferecendo-
lhe experiências para a compreensão crítica das estruturas sociais. Diante disso,
temos algumas discussões e propostas a desenvolver acerca do texto literário, como
objeto de estudo para o letramento.
O objetivo geral deste trabalho é promover o letramento literário com uma turma
de 9º ano do Ensino Fundamental do Colégio Estadual Pedro Stelmachuk, em União
da Vitória – PR. Os objetivos específicos são: aproximar o texto literário do aluno
para desenvolvimento do senso estético e reflexivo; ler e interpretar textos literários
relacionando-os com outras manifestações artísticas, e possibilitar ao aluno o
amadurecimento como leitor, para que, a partir do trabalho desenvolvido, efetivem a
leitura como hábito e prazer.
A primeira unidade irá trabalhar com a arte e sua relação com a vida. A sugestão
de trabalho parte do filme Sociedade dos poetas mortos, passa pelo texto de Rubem
Alves, Há escolas que são gaiolas e há escolas que são asas, e acaba com uma
reflexão a partir a música Comida, da banda Titãs. O objetivo dessa unidade é
pensar sobre como a arte está entrelaçada na nossa vida e na escola, o que ela
representa e como pode agir sobre nós. A unidade encerra com uma produção
textual.
Na unidade seguinte, o tema proposto é o amor. A música Amor, meu grande
amor, da banda Barão Vermelho, abre a unidade didática. Na sequência duas
crônicas: O amor acontece, de Adriana Falcão, e O amor acaba, de Paulo Mendes
Campos. Além de reflexões sobre esse contraditório sentimento, apresenta-se o
conceito de crônica e mito. A unidade se encerra com uma produção textual.
A unidade 3 continua tratando da temática “amor”. O poema de Carlos
Drummond de Andrade, As sem-razões do amor, é o texto de motivação, em que se
pode atentar para o lado sombrio do amor, aquele que leva à morte. Na sequência, o
conto de Lygia Fagundes Telles, Venha ver o pôr-do-sol, o qual aborda a relação de
amor e ódio, que chega a levar à morte. A produção final da unidade será uma
história em quadrinhos.
A quarta e última unidade traz como assunto principal “a casa”. Como motivação,
a atividade proposta parte de classificados, em que os alunos terão que escolher a
“casa dos sonhos”. Na sequência, o conto de Moacyr Scliar, No retiro da figueira,
que aborda a falta de segurança nos condomínio. A unidade didática propõe uma
produção textual e deixa como sugestão algumas músicas com o tema “casa” para
que o (a) professor (a) continue as atividades.
Os alunos terão a oportunidade de conhecer os autores de todos os textos, bem
como as bandas que tocam as músicas trabalhadas. Essa atividade faz parte da
sequência básica proposta por Rildo Cosson (2008) chamada “introdução”. Há
sugestões de textos, entrevistas e vídeos sobre os autores/poetas/bandas em todas
as unidades didáticas.
1. Motivação1:
1. Assistir ao filme Sociedade dos poetas mortos, do diretor Peter Weir, de
1990.2
http://www.adorocinema.com/filmes/filme-5280/
O filme se passa em 1959, na Welton Academy, uma tradicional escola preparatória,
um ex-aluno, John Keating (Robin Williams) se torna o novo professor de literatura,
mas logo seus métodos de incentivar os alunos a pensarem por si mesmos cria um
choque com a ortodoxa direção do colégio, principalmente quando ele fala aos seus
alunos sobre a "Sociedade dos Poetas Mortos".
1 A sequência didática será baseada na teoria do Letramento Literário, de Rildo Cosson, chamada Sequência
Básica. Esse procedimento é composto de 4 partes: motivação, introdução, leitura e interpretação. Porém, o
presente trabalho irá adaptar esta teoria, sendo que em alguns casos a introdução e leitura estarão acopladas. 2 Professor (a): Chamar a atenção dos alunos no momento do filme em que o professor fala sobre a poesia e
sobre a arte.
Pensando um pouco sobre
arte...
1. Questões para debate3:
a) Valorização do pensamento livre;
b) A importância da arte na vida das pessoas;
c) “Carpem diem”;
d) Ser humano alienado x cidadão crítico, participativo;
e) “Não acreditem em tudo que leem”;
f) Visão de mundo limitada e possibilidade de mudança (enfatizar a cena em
que o professor sobe na carteira).
2. Após o debate sobre o filme, ler e refletir sobre o texto de Rubem Alves “Há
escolas que são gaiolas e há escolas que são asas”
Há escolas que são gaiolas e há escolas que são asas
Escolas que são gaiolas existem
para que os pássaros
desaprendam a arte do voo.
Pássaros engaiolados
são pássaros sob controle.
Engaiolados, o seu dono
pode levá-los para onde quiser.
Pássaros engaiolados
sempre têm um dono.
Deixaram de ser pássaros.
Porque a essência dos pássaros
é o voo.
Escolas que são asas
3 O (a) professor (a) pode mediar um debate sobre esses temas e esclarecer alguns termos. Querendo, pode
formular questões mais específicas acerca das questões levantadas.
não amam pássaros engaiolados.
O que elas amam
são pássaros em voo.
Existem para dar aos pássaros
coragem para voar.
Ensinar o voo,
isso elas não podem fazer,
porque o voo já nasce
dentro dos pássaros.
O voo não pode ser ensinado.
Só pode ser encorajado.”
Rubem Alves
(http://www.pedagogia.seed.pr.gov.br/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=47)
a) Qual a relação do filme Sociedade dos poetas mortos e o texto de Rubem
Alves?
b) Para você, o que seria uma escola “gaiola” e uma escola “asa”?
c) Como você gostaria que a sua escola fosse?4
2. Introdução e leitura
1. Leia e reflita sobre a música “Comida”, dos Titãs:5
4 Neste momento, o (a) professor (a) pode ampliar a atividade, pedindo uma produção textual e/ou a ilustração da
escola desejada. 5 A música não está completa.
COMIDA
Bebida é água!
Comida é pasto!
Você tem sede de que?
Você tem fome de que?...
...
A gente não quer só comida
A gente quer bebida
Diversão, balé
A gente não quer só comida
A gente quer a vida
Como a vida quer...
(Disponível em http://letras.mus.br/titas/91453)
http://www.titas.net/fotos/amplia.php?interface=0&foto=104&ext_g=jpg
a) Você conhece a banda “Titãs”? Vamos pesquisar um pouco mais sobre esses
músicos.6
b) Qual a temática da música “Comida”?
c) Você concorda com a letra, que diz que a gente não quer só comida e bebida,
apesar de serem essenciais para a nossa sobrevivência?
d) Além da comida e da bebida, o que mais você quer?
e) Você considera a arte e a diversão importantes para nossa vida? Por quê?
f) O que você entende por “arte”? Quais as manifestações artísticas que você
conhece?
g) Escreva sobre a relação entre “dinheiro e felicidade” apresentada na música.
O que você pensa sobre o assunto?
3. Interpretação / avaliação
1. A partir das ideias debatidas nesta unidade, produza um texto reescrevendo a
música dos Titãs. Leve em consideração a importância da arte em nossas
vidas e tudo aquilo que você deseja além de comida e bebida.7
6 Sugestões de vídeos e sites: Música Comida (http://www.youtube.com/watch?v=hOyt4cwjVns); Site oficial em
que é possível pesquisar a história da banda, ver fotos e vídeos, discografia, deixar recados e etc. (www.titas.net);
entrevista no Programa do Jô Soares (http://www.youtube.com/watch?v=9ggAZi5_Mmc)
7 Os textos produzidos podem ficar expostos na sala ou no mural da escola. Também é interessante incentivar os
alunos a cantarem a música reescrita. O trabalho pode ser feito em duplas ou trios.
1. Motivação:
1. Assistir ao clipe da música “Amor, meu grande amor”8 disponível em
http://www.youtube.com/watch?v=jC1ATUK7ei8&feature=list_other&playnext=1&list=AL94UK
MTqg-9D3mJe1ABKLfGv09D
http://www.galeriamusical.com.br/detalhes_d.php?cod_artista=9
8 Sugestão:
http://www.youtube.com/watch?v=jC1ATUK7ei8&feature=list_other&playnext=1&list=AL94UKMTqg-
9D3mJe1ABKLfGv09DWyjP4n
Ah, o amor...
Amor, Meu Grande Amor (Barão Vermelho)9
Amor, meu grande amor
Não chegue na hora marcada
Assim como as canções
Como as paixões
E as palavras...
Me veja nos seus olhos
Na minha cara lavada
Me venha sem saber
Se sou fogo
Ou se sou água...
(http://letras.mus.br/barao-vermelho/44415/)
Algumas questões para pensar:
1. “Não chegue na hora marcada” 2. “Só dure o tempo que mereça” 3. “Que seja o último e o primeiro”
2. Interpretação / leitura
1. Após refletirmos sobre a canção, vamos ler a crônica O amor acontece, de
Adriana falcão e O amor acaba, de Paulo Mendes Campos
O amor acontece* (Adriana Falcão)10
Parece que tem acontecido mais raramente, ninguém sabe ao certo por
que, mas, de repente, olha lá ele. O amor acontece quando quer, sem dar
ouvidos a pedidos humanos, talvez porque seja inclemente, ou porque
apenas obedeça a ordens superiores, ou porque esteja convicto daquilo
que está fazendo. Alguém diz algo agradável e o amor acontece. Alguém diz
um absurdo e o amor acontece. Alguém não diz nada e o amor acontece.
9 A letra da música não está na íntegra.
10 Disponível em http://www.estadao.com.br/noticias/impresso,o-amor-acontece*,400981,0.htm
Alguém toma uma atitude e o amor acontece. Alguém canta o amor e ele
acontece. Ninguém está esperando e o amor acontece.
[...]
* Este texto é inspirado na crônica O Amor Acaba, do meu ídolo Paulo Mendes Campos.
1. Pela leitura do texto, o que, em sua opinião, se entende por amor? 2. E para você, o que é o amor? 3. Há muito tempo os seres humanos tentam explicar o que é o amor. Essas
tentativas deram origem a diversas histórias, como a do mito grego Eros e Psique. Reúna-se com alguns colegas e pesquisem esse mito grego e histórias de outras mitologias (africanas, indígenas, orientais, etc)11
Mitos: são narrativas utilizadas pelos povos antigos para explicar fatos da realidade e fenômenos da natureza que não eram compreendidos por eles. Os mitos se utilizam de muita simbologia, personagens sobrenaturais, deuses e heróis. Todos estes componentes são misturados a fatos reais, características humanas e pessoas que realmente existiram. Um dos objetivos do mito é transmitir conhecimento e explicar fatos que a ciência ainda não havia explicado.
Características de um mito:
- Tem caráter explicativo ou simbólico.
- Relaciona-se com uma data ou com uma religião.
- Procura explicar as origens do mundo e do homem por meio de personagens sobrenaturais como deuses ou semi-deuses.
- Ao contrário da explicação filosófica, que se utiliza da argumentação lógica para explicar a realidade, o mito explica a realidade através de suas histórias sagradas, que não possuem nenhum tipo de embasamento para serem aceitas como verdades.
- Alguns acontecimentos históricos podem se tornar mitos, desde que as pessoas de determinada cultura agreguem uma simbologia que tornem o fato relevante para as suas vidas.
- Todas as culturas possuem seus mitos. Alguns assuntos, como a criação do mundo, são bases para vários mitos diferentes.
- Mito não é o mesmo que fábula, conto de fadas ou lenda.
Disponível em http://www.infoescola.com/redacao/mito-ou-lenda/
11
Professor(a): Nesse momento poderá dividir a turma em grupo e cada grupo irá fazer a pesquisa e apresentar
para a turma.
A crônica literária A palavra crônica é derivada do latim Chronica e do grego Khrónos (tempo), e significado principal que acompanha esse tipo de texto é exatamente o conceito de tempo. A crônica é o relato de um ou mais acontecimentos em um determinado tempo. A quantidade de personagens é reduzida, podendo inclusive não haver personagens. É a narração de um fato do cotidiano das pessoas, algo que naturalmente acontece com muitas pessoas. Esse fato é incrementado com um tom de ironia e bom humor, fazendo com que as pessoas vejam por outra ótica aquilo que parece óbvio demais para ser observado.
Um dos segredos de uma boa crônica é a ótica com que se observam os detalhes, é através disso que vários cronistas podem fazer um texto falando do mesmo fato ou assunto, mas de forma individual e original, pois cada um observa de um ângulo diferente e destaca aspectos diferentes.
Quando a crônica surgiu era um relato de acontecimentos históricos, que eram registrados por ordem cronológica. Podia usar uma visão mais geral ou mais particular, assim como podia destacar fatos mais relevantes ou secundários. A partir de Fernão Lopes, no século XVI, é que a crônica começou a tomar uma perspectiva individual ou interpretativa.
A crônica de teor crítico surgiu junto com a imprensa periódica (folhetins e jornais), no século XIX. Começou com um pequeno texto de abertura que falava de maneira bem geral dos acontecimentos do dia. Depois passou a assumir uma coluna nos folhetins (coluna da primeira página do periódico) e por fim adentrou de vez ao Jornalismo e à Literatura.
A característica mais relevante de uma crônica é o objetivo com que ela é escrita. Seu eixo temático é sempre em torno de uma realidade social, política ou cultural. Essa mesma realidade é avaliada pelo autor da crônica e uma opinião é gerada, quase sempre com um tom de protesto ou de argumentação. Esse tipo de crônica pode ser simplesmente argumentativa, e dispensar o uso da narração. É possível que percam-se assim, elementos típicos do gênero como personagens, tempo, espaço.
Sendo assim podemos identificar duas maneiras de se produzir uma crônica: a primeira é a narrativa, que como já foi dito, conta um fato do cotidiano, utilizando-se de personagens, enredo, espaço, tempo, etc. A outra maneira é a crônica dos textos jornalísticos, é uma forma mais moderna do gênero, e ao contrário da outra não narra e sim disserta, defende ou mostra um ponto de vista diferente do que a maioria enxerga.
As semelhanças entre as duas são justamente o caráter social crítico, abordando sempre uma maneira de enxergar a realidade, e o tom humorístico, irônico ou até mesmo sarcástico. Podem se utilizar, para esse objetivo, de “personagens tipo”, da sociedade que criticam.
Não se pode confundir a crônica com outros gêneros como o conto ou a fábula, estes têm características individuais que os diferenciam daquela.
A crônica conta um fato comum do dia a dia, relatam o cotidiano da vida real das pessoas, enquanto o conto e a fábula contam fatos inusitados ou até fantásticos. Ou seja, distantes da realidade. (Ana Paula de Araújo, disponível em http://www.infoescola.com/redacao/cronica-literaria/)
2. O texto lido, O amor acontece, foi uma resposta que a escritora Adriana Falcão
deu ao texto de Paulo Mendes Campos, O amor acaba, que vamos ler a seguir.
O amor acaba (Paulo Mendes Campos)
O amor acaba. Numa esquina, por exemplo, num domingo de lua nova,
depois de teatro e silêncio; acaba em cafés engordurados, diferentes dos
parques de ouro onde começou a pulsar; de repente, ao meio do cigarro
que ele atira de raiva contra um automóvel ou que ela esmaga no cinzeiro
repleto, polvilhando de cinzas o escarlate das unhas; na acidez da aurora
tropical, depois duma noite votada à alegria póstuma, que não veio; e acaba
o amor no desenlace das mãos no cinema, como tentáculos saciados, e
elas se movimentam no escuro como dois polvos de solidão; como se as
mãos soubessem antes que o amor tinha acabado; na insônia dos braços
luminosos do relógio; e acaba o amor nas sorveterias diante do colorido
iceberg, entre frisos de alumínio e espelhos monótonos; e no olhar do
cavaleiro errante que passou pela pensão; [...]
(Do livro WERNECK, Humberto (org). Boa Companhia – crônica. São Paulo:
Companhia das Letras, 2005)12
1. Vamos conhecer um pouco mais sobre Paulo Mendes Campos13 e Adriana
Falcão.14
12
Professor (a): É interessante levar o livro para a sala de aula, para que o aluno faça a leitura da capa, orelha e
demais elementos paratextuais. 13
Professor (a): Nesse site há um pouco sobre a vida do escritor, http://www.releituras.com/pmcampos_bio.asp.
Também no youtube, http://www.youtube.com/watch?v=6cOJ54k165Y, no programa De lá pra cá. 14
Adriana Falcão concedeu uma entrevista para programa Entrelinhas, disponível em
2. As duas crônicas trabalhadas até aqui, falam do amor, dos motivos que
desencadeiam ou finalizam o amor, bem como as situações em que ele
começa ou termina, podem ser muito semelhantes. Na sua opinião, por que
isso acontece?
3. Interpretação / avaliação
1. Em sua opinião, o que faz do amor um sentimento tão importante entre as
pessoas e, ao mesmo tempo, tão contraditório? Produza um texto expondo
suas impressões sobre o assunto. Seu texto pode ser em prosa ou verso.
http://www.youtube.com/watch?v=r_PiJkrplLk&feature=related.
1. Motivação
As Sem - Razões do Amor
Eu te amo porque te amo. Não precisas ser amante,
E nem sempre sabes sê-lo. Eu te amo porque te amo. Amor é estado de graça
E com amor não se paga.
Amor é dado de graça É semeado no vento,
Na cachoeira, no eclipse. Amor foge a dicionários E a regulamentos vários.
Eu te amo porque não amo Bastante ou demais a mim. Porque amor não se troca,
Não se conjuga nem se ama. Porque amor é amor a nada, Feliz e forte em si mesmo.
Amor é primo da morte, E da morte vencedor,
Por mais que o matem (e matam) A cada instante de amor.
(Carlos Drummond de Andrade)15
(http://www.jornaldepoesia.jor.br/drumm3.html#assemrazoes)
15
Professor (a): promover um breve debate sobre o tema da poesia, com ênfase na última estrofe, preparando a
turma para leitura dos contos que seguem.
...Ainda o amor
http://www.portugues.seed.pr.gov.br/modules/galeria/detalhe.php?foto=570&evento=9
2. Interpretação / leitura
1. Leia o conto abaixo, da escritora Lygia Fagundes Telles.
Venha ver o pôr-do-sol – Lygia Fagundes Telles16
Ela subiu sem pressa a tortuosa ladeira. À medida que avançava, as casas
iam rareando, modestas casas espalhadas sem simetria e ilhadas em terrenos
16
Professor (a): Depois da leitura e interpretação do texto, poderá apresentar à turma algumas adaptações do
conto. Há várias no youtube, como por exemplo:
http://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=tneJb4rLSy0#
baldios. No meio da rua sem calçamento, coberta aqui e ali por um mato
rasteiro, algumas crianças brincavam de roda. A débil cantiga infantil era a
única nota viva na quietude da tarde.
Ele a esperava encostado a uma árvore. Esguio e magro, metido num largo
blusão azul-marinho, cabelos crescidos e desalinhados, tinham um jeito jovial
de estudante.
- Minha querida Raquel.
Ela encarou-o, séria. E olhou para os próprios sapatos. [...]
TELLES, Lygia Fagundes. Venha ver o pôr-do-sol e outros contos. São Paulo:
Ática, 1993.17
http://www.educadores.diaadia.pr.gov.br/arquivos/File/tvmultimidia/imagens/2010/lingua_portuguesa/lygia.jpg
2. Responda as questões propostas:
a) Como o conto apresenta a situação inicial?
b) Lygia Fagundes Telles, escritora consagrada da Literatura Brasileira, tem
como uma de suas temáticas a abordagem dos conflitos humanos pela
17
Professor (a): Há alguns vídeos disponíveis no youtube que poderão ser passados para que os alunos conheçam
um pouco mais sobre a autora: http://www.youtube.com/watch?v=iYHAnfWp8ig
Entrevista com a escritora: http://www.youtube.com/watch?v=xZtdITd_fvs
construção do fator psicológico nas atitudes das personagens. Faça a
descrição física e psicológica das personagens envolvidas no conto. O qual
das duas descrições foi fundamental para contribuir num enredo sinistro?
Justifique.
c) De que maneira o cenário interfere na criação das personagens?
d) Já dava para perceber que algo de errado estava por acontecer no conto. Cite
elementos que demonstrem isso.
e) De que maneira passa o tempo neste conto? Cronológico ou psicológico?
Justifique com elementos do texto.
f) Em que momento ocorre o clímax nesta história?
g) De que maneira o desfecho acaba surpreendendo o leitor?
h) Por que o nome do conto é: Venha ver o pôr do sol? Justifique sua resposta
com um trecho do mesmo.
i) No início da história, podemos notar a apresentação da leveza nas atitudes
infantis em relação ao outro acontecimento que estava por vir. Explique qual a
intenção do autor em fazer essa iniciação do enredo.
"À medida que avançava, as casas iam rareando, modestas casas espalhadas
sem simetria e ilhadas em terrenos baldios. No meio da rua sem calçamento,
coberta aqui e ali por um mato rasteiro, algumas crianças brincavam de roda. A
débil cantiga infantil era a única nota viva na quietude da tarde."
3. Interpretação / avaliação
1. Após leitura e interpretação do conto, transforme o conto “Venha ver o pôr-do-
sol” em uma história em quadrinhos.18
18
Professor (a): O trabalho produzido deve ser exposto no mural da escola ou em um varal em sala de aula.
O conto caracteriza-se por ser uma narrativa linear e curta, tanto em
extensão quanto no tempo em que se passa. A linguagem é simples e
direta, todas as ações se encaminham diretamente para o desfecho, que
geralmente é surpreendente. Envolve poucas personagens, e as que
existem se movimentam em torno de uma única ação e as ações se passam
em um só espaço, constituem um só eixo temático e um só conflito.
1. Motivação
Faz de conta que você recebeu um prêmio de poder escolher a casa que
quiser. Escolha entre os anúncios nos classificados a casa dos seus sonhos.19
Em seguida, oralmente explicitar por que escolheram tal imóvel.
2. Introdução20
http://www.educadores.diaadia.pr.gov.br/arquivos/File/tvmultimidia/imagens/2portugues/1scliar.jpg
19
Professor (a): Distribuir entre os alunos anúncios de classificados de casa a venda. Enfatizar para a linguagem
publicitária e o discurso persuasivo. 20
Para apresentar o autor aos alunos, o professor pode utilizar o site http://scliar.org/moacyr/ . No youtube há
vídeos muito bons, como esses por exemplo: http://scliar.org/moacyr/,
http://www.youtube.com/watch?v=H2LWNhRDMTk
Lar doce lar
3. Leitura / interpretação
No retiro da figueira
Sempre achei que era bom demais. O lugar, principalmente. O lugar era... era
maravilhoso. Bem como dizia o prospecto: maravilhoso. Arborizado, tranqüilo, um
dos últimos locais – dizia o anúncio – onde você pode ouvir um bem-te-vi cantar.
Verdade: na primeira vez que fomos lá ouvimos o bem-te-vi. E também constatamos
que as casas eram sólidas e bonitas, exatamente como o prospecto as descrevia:
estilo moderno, sólidas e bonitas. Vimos os gramados, os parques, os pôneis, o
pequeno lago. Vimos o campo de aviação. Vimos a majestosa figueira que dava
nome ao condomínio: Retiro da Figueira.
Mas o que mais agradou à minha mulher foi a segurança. Durante todo o
trajeto de volta à cidade – e eram uns bons cinquenta minutos – ela falou,
entusiasmada, da cerca eletrificada, das torres de vigia, dos holofotes, do sistema de
alarmes – e sobretudo dos guardas. Oito guardas, homens fortes, decididos – mas
amáveis, educados. Aliás, quem nos recebeu naquela visita, e na seguinte, foi o
chefe deles, um senhor tão inteligente e culto que logo pensei: “ah, mas ele deve ser
formado em alguma universidade”. De fato: no decorrer da conversa ele mencionou
– mas de maneira casual – que era formado em Direito. O que só fez aumentar o
entusiasmo de minha mulher.
Ela andava muito assustada ultimamente. Os assaltos violentos se sucediam
na vizinhança; trancas e porteiros eletrônicos já não detinham os criminosos. Todos
os dias sabíamos de alguém roubado e espancado; e quando uma amiga nossa foi
violentada por dois marginais, minha mulher decidiu – tínhamos de mudar de bairro.
Tínhamos de procurar um lugar seguro.
Foi então que enfiaram o prospecto colorido sob nossa porta. Às vezes penso
que se morássemos num edifício mais seguro o portador daquela mensagem
publicitária nunca teria chegado a nós, e, talvez... Mas isto agora são apenas
suposições. De qualquer modo, minha mulher ficou encantada com o Retiro da
Figueira. Meus filhos estavam vidrados nos pôneis. E eu acabava de ser promovido
na firma. As coisas todas se encadearam, e o que começou com um prospecto
sendo enfiado sob a porta transformou-se – como dizia o texto – num novo estilo de
vida.
Não fomos os primeiros a comprar casa no Retiro da Figueira. Pelo contrário;
entre nossa primeira visita e a segunda – uma semana após – a maior parte das
trinta residências já tinha sido vendida. O chefe dos guardas me apresentou a
alguns dos compradores. Gostei deles: gente como eu, diretores de empresa,
profissionais liberais, dois fazendeiros. Todos tinham vindo pelo prospecto. E quase
todos tinham se decidido pelo lugar por causa da segurança.
Naquela semana descobri que o prospecto tinha sido enviado apenas a uma
quantidade limitada de pessoas. Na minha firma, por exemplo, só eu o tinha
recebido. Minha mulher atribuiu o fato a uma seleção cuidadosa de futuros
moradores – e viu nisso mais um motivo de satisfação. Quanto a mim, estava
achando tudo muito bom. Bom demais.
Mudamo-nos. A vida lá era realmente um encanto. Os bem-te-vis eram
pontuais: às sete da manhã começavam seu afinado concerto. Os pôneis eram
mansos, as aléias ensaibradas estavam sempre limpas. A brisa agitava as árvores
do parque – cento e doze, bem como dizia o prospecto. Por outro lado, o sistema de
alarmes era impecável. Os guardas compareciam periodicamente à nossa casa para
ver se estava tudo bem – sempre gentis, sempre sorridentes. O chefe deles era uma
pessoa particularmente interessada: organizava festas e torneios, preocupava-se
com nosso bem-estar. Fez uma lista dos parentes e amigos dos moradores – para
qualquer emergência, explicou, com um sorriso tranqüilizador. O primeiro mês
decorreu – tal como prometido no prospecto – num clima de sonho. De sonho,
mesmo.
Uma manhã de domingo, muito cedo – lembro-me que os bem-te-vis ainda
não tinham começado a cantar – soou a sirene de alarme. Nunca tinha tocado antes,
de modo que ficamos um pouco assustados – um pouco, não muito. Mas sabíamos
o que fazer: nos dirigimos, em ordem, ao salão de festas, perto do lago. Quase
todos ainda de roupão ou pijama.
O chefe dos guardas estava lá, ladeado por seus homens, todos armados de
fuzis. Fez-nos sentar, ofereceu café. Depois, sempre pedindo desculpas pelo
transtorno, explicou o motivo da reunião: é que havia marginais nos matos ao redor
do Retiro e ele, avisado pela polícia, decidira pedir que não saíssemos naquele
domingo.
– Afinal – disse, em tom de gracejo – está um belo domingo, os pôneis estão aí
mesmo, as quadras de tênis...
Era mesmo um homem muito simpático. Ninguém chegou a ficar
verdadeiramente contrariado.
Contrariados ficaram alguns no dia seguinte, quando a sirene tornou a soar de
madrugada. Reunimo-nos de novo no salão de festas, uns resmungando que era
segunda-feira, dia de trabalho. Sempre sorrindo, o chefe dos guardas pediu
desculpas novamente e disse que infelizmente não poderíamos sair – os marginais
continuavam nos matos, soltos. Gente perigosa; entre eles, dois assassinos
foragidos. À pergunta de um irado cirurgião o chefe dos guardas respondeu que,
mesmo de carro, não poderíamos sair; os bandidos poderiam bloquear a estreita
estrada do Retiro.
– E vocês, por que não nos acompanham? – perguntou o cirurgião.
– E quem vai cuidar da família de vocês? – disse o chefe dos guardas,
sempre sorrindo.
Ficamos retidos naquele dia e no seguinte. Foi aí que a polícia cercou o local:
dezenas de viaturas com homens armados, alguns com máscaras contra gases. De
nossas janelas nós os víamos e reconhecíamos: o chefe dos guardas estava com a
razão.
Passávamos o tempo jogando cartas, passeando ou simplesmente não
fazendo nada. Alguns estavam até gostando. Eu não. Pode parecer presunção dizer
isto agora, mas eu não estava gostando nada daquilo.
Foi no quarto dia que o avião desceu no campo de pouso. Um jatinho.
Corremos para lá.
Um homem desceu e entregou uma maleta ao chefe dos guardas. Depois
olhou para nós – amedrontado, pareceu-me – e saiu pelo portão da entrada, quase
correndo.
O chefe dos guardas fez sinal para que não nos aproximássemos. Entrou no
avião. Deixou a porta aberta, e assim pudemos ver que examinava o conteúdo da
maleta. Fechou-a, chegou à porta e fez um sinal. Os guardas vieram correndo,
entraram todos no jatinho. A porta se fechou, o avião decolou e sumiu.
Nunca mais vimos o chefe e seus homens. Mas estou certo que estão
gozando o dinheiro pago por nosso resgate. Uma quantia suficiente para construir
dez condomínios iguais ao nosso – que eu, diga-se de passagem, sempre achei que
era bom demais.21
(SCLIAR, Moacyr. O retiro da figueira. In: LADEIRA, Julieta de Godoy. Contos
Brasileiros Contemporâneos. São Paulo: Moderna, 2001)22
Questões para reflexão:
1. Qual o tema tratado no conto lido?
2. Quais as características físicas do condomínio Retiro da Figueira?
3. Quais características convenceram os compradores pelo aspecto racional?
4. O que os convenceu pelo apelo à distinção social?
5. Além do tema tratado, esse texto permite uma reflexão sobre quais outros
temas?
6. Quantas vezes o narrador diz que as coisas que viam aconteciam
“exatamente como dizia o prospecto”? Qual o efeito dessa repetição?
7. Por que o chefe da polícia fez uma relação dos parentes e amigos dos
moradores?
8. Em que passagens o narrador expressa desconfiança? De que forma isso fica
claro na sua fala?
9. O que você imagina que aconteceu? Por que você chegou a essa conclusão?
10. Dê continuidade ao conto, criando um final de acordo com sua imaginação. 23
Dando sequência ao tema “moradia”, como sugestão o professor (a) pode
trabalhar com as seguintes canções:
Saudosa Moloca – Adoniran Barbosa
Casa no campo – Zé Rodrix (interpretada por Elis Regina)
Casinha branca – José Augusto
Humilde residência – Michel Teló
A casa – Vinicius de Moraes
21
Professor (a): O final do texto, em vermelho, não deve ser apresentado para os alunos no primeiro momento. 22
Texto presente no Livro Didático Público do Estado do Paraná de Língua Portuguesa, páginas 72-74. Algumas
das atividades são inspiradas no livro didático público do PR. 23
Após produzirem os textos, os alunos podem socializar seus textos, lendo-os para a classe. Após a leitura, o
professor (a) pode apresentar a final original.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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