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FICHA PARA IDENTIFICAÇÃO - diaadiaeducacao.pr.gov.br · deficiências, em especial no que se refere ao aluno deficiente físico neuromotor, incluso na escola, sob o atendimento

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FICHA PARA IDENTIFICAÇÃO

PRODUÇÃO DIDÁTICO-PEDAGÓGICA

TURMA – PDE/2016

Título: A EDUCAÇÃO INCLUSIVA: em busca de ressignificar a prática

pedagógica

Autora Marilene Lanci Borges

Disciplina/Área Educação Especial

Escola de Implementação do Projeto e sua localização

Escola Estadual do Parque Itaipu

Município da escola Maringá - PR

Núcleo Regional de Educação Maringá – PR

Professor Orientador Leonor Dias Paini

Instituição de Ensino Superior Universidade Estadual de Maringá - UEM

Resumo Esta investigação objetiva aprofundar os

estudos sobre a educação inclusiva e seus

desdobramentos na prática pedagógica.

Entre os objetivos específicos estão:

analisar os fundamentos históricos da

educação especial; explicitar alguns

conceitos de inclusão; refletir sobre as

dificuldades e possibilidades da educação

inclusiva; conhecer e refletir acerca de

algumas políticas públicas para a educação

especial inclusiva; conhecer os principais

documentos sobre a educação inclusiva;

compreender a importância de participar de

capacitações que envolvam a educação

especial inclusiva; compreender algumas

deficiências de modo a identificá-las e

colaborar para o desenvolvimento do aluno,

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e, por fim, ampliar os conhecimentos

acerca da Deficiência Física Neuromotora

(DFN); Metodologia: Pesquisa qualitativa de

caráter teórico-prático que se utiliza dos

seguintes procedimentos: oito encontros no

formato de grupo de estudo, constituído por

quinze sujeitos de pesquisa que são

professores e funcionários da Escola

Estadual do Parque Itaipu de Maringá–PR.

Além disso, os participantes responderão a

um instrumento de pesquisa, para

diagnosticar o conhecimento inicial e final

acerca da educação inclusiva. Possíveis

resultados: Espera-se que as reflexões

levantadas, em razão pressupostos teóricos

estudados nos encontros, possibilitem

ressignificar a prática pedagógica rumo a

uma educação, de fato, inclusiva.

Palavras-chave Educação Especial; Educação Inclusiva;

Prática pedagógica inclusiva.

Formato do Material Didático Caderno pedagógico

Público: 15 participantes da equipe escolar, sendo

10 professores e 5 funcionários da Escola

Estadual do Parque Itaipu, de Maringá- PR.

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SECRETARIA DO ESTADO DA EDUCAÇÃO SUPERINTENDÊNCIA DA EDUCAÇÃO

UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL

MARILENE LANCI BORGES

A EDUCAÇÃO INCLUSIVA: em busca de ressignificar a prática pedagógica

MARINGÁ – PARANÁ 2016

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MARILENE LANCI BORGES

A EDUCAÇÃO INCLUSIVA: em busca de ressignificar a prática pedagógica

Produção Didático-pedagógica apresentada à Universidade Estadual de Maringá, apresentada como parte das exigências do Programa de Desenvolvimento Educacional – PDE. Orientadora: Prof.ª Dra. Leonor Dias Paini

MARINGÁ – PARANÁ 2016

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SUMÁRIO

APRESENTAÇÃO ................................................................................................ 3

INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 6

UNIDADE I – APRESENTAÇÃO DA PROPOSTA PEDAGÓGICA ..................... 7

Vídeo: A festa nas nuvens .................................................................................... 8

Questionário inicial ................................................................................................ 9

Para início de conversa ......................................................................................... 11

Dinâmica de grupo: Preconceito ........................................................................... 13

UNIDADE II - A HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO ESPECIAL ................................... 15

Fundamentos históricos da Educação Especial .................................................... 16

A Educação Especial no Brasil .............................................................................. 19

Vídeo: A política nacional para a Educação Inclusiva .......................................... 22

UNIDADE III - A INCLUSÃO ................................................................................. 24

Dinâmica de grupo: O aluno ideal ......................................................................... 25

Vídeo: Viver a vida ................................................................................................ 27

A inclusão – conceitos ........................................................................................... 28

UNIDADE IV – A ESCOLA PÚBLICA E A INCLUSÃO ....................................... 34

Vídeo: As cores das flores .................................................................................... 35

A inclusão na escola pública ................................................................................. 36

Vídeo: Lição de vida .............................................................................................. 41

Dificuldades e possibilidades da educação inclusiva ............................................ 42

UNIDADE V – POLÍTICAS PÚBLICAS INCLUSIVAS ......................................... 47

Políticas públicas para a educação inclusiva ........................................................ 48

Vídeo: O MEC e a política nacional da educação especial inclusiva .................. 52

Documentos sobre a Educação Especial Inclusiva ............................................... 52

UNIDADE VI - PRÁTICA PEDAGÓGICA ............................................................. 60

Vídeo: A prática pedagógica com alunos público-alvo da educação especial ..... 62

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Reflexões sobre a prática pedagógica inclusiva ................................................... 63

UNIDADE VII - UMA ABORDAGEM SOBRE ALGUMAS DEFICIÊNCIAS ......... 69

Uma abordagem sobre algumas deficiências ....................................................... 70

Vídeo: Deficiências................................................................................................ 74

A deficiência Física Neuromotora (DFN) ............................................................... 75

UNIDADE VIII – ENCERRAMENTO DA PROPOSTA PEDAGÓGICA ................ 80

Questionário final ................................................................................................... 81

Vídeo: O burro teimoso ......................................................................................... 82

Vídeo: inclusão são direitos de todos .................................................................... 83

Avaliação da intervenção pedagógica ................................................................. 84

CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................................................................. 86

REFERÊNCIAS ..................................................................................................... 87

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APRESENTAÇÃO

Este Caderno Pedagógico consiste em uma das propostas

de apresentação da Produção Didático-pedagógica, referente ao

Programa de Desenvolvimento Educacional (PDE) – Turma 2016.

O material é composto por unidades, cuja abordagem está

centrada no tema “A Educação Inclusiva: em busca de ressignificar

a prática pedagógica”, assunto recorrente nas várias produções de

estudiosos do assunto, e, nas diversas conversas e debates entre

os profissionais da educação.

Espero que os estudos, sugeridos neste material didático,

sirvam de referencial para a reflexão sobre a prática educacional

inclusiva, que está expressa na proposta de intervenção

pedagógica na escola, uma das etapas do PDE.

Para aprofundar, organizar e desenvolver o tema busquei

subsídios teóricos e legais, com base na literatura relacionada à

área da educação especial inclusiva.

As ações planejadas neste material contarão com a

participação da administração escolar, do corpo docente e demais

funcionários da Escola Estadual do Parque Itaipu, localizada na

Rua Piapara, 150, no município de Maringá – PR, que pertence ao

Núcleo Regional de Educação (NRE) de Maringá – PR.

Por se tratar de um assunto com vasto referencial teórico, os

estudos serão encaminhados a partir de unidades, em que se

pretende estudar as bases teóricas e epistemológicas da inclusão,

para a possível ressignificação da prática pedagógica.

A proposta de intervenção pedagógica, por meio deste

caderno, será realizada em oito encontros temáticos, que

denominamos “Unidades”.

A Unidade I tem por finalidade constituir e formalizar o grupo

de estudo e apresentar a proposta de intervenção pedagógica,

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cujo momento é de interação e socialização.

Na Unidade II, os professores conhecerão os fundamentos

históricos da Educação Especial e perceberão a grande evolução

ocorrida no processo de inclusão, no Brasil e no mundo.

A Unidade III tratará dos conceitos de inclusão, com o

objetivo de discutir os seus aspectos teóricos e refletir sobre as

diferenças conceituais das terminologias: integração e inclusão.

Na Unidade IV serão abordadas as dificuldades e

possibilidades da educação escolar inclusiva, com o intuito de levar

os participantes a rever suas atitudes frente à educação inclusiva.

Vale salientar que a inclusão acontece, mas ainda é preciso

repensar sobre como ela se dá na prática pedagógica.

Na Unidade V serão conhecidas e discutidas as bases legais

que norteiam a inclusão, através de políticas públicas, cuja base se

concentra em garantir a educação de qualidade para todos.

Na Unidade VI será abordada a prática pedagógica, com o

intuito de levar os cursistas à percepção da importância de estudo

constante, o que proporciona o preparo necessário para uma

atuação que não promova a exclusão, e garanta o atendimento,

em consideração à diversidade de sujeitos apresentada na escola.

A Unidade VII trará uma abordagem sobre algumas

deficiências, com destaque à Deficiência Física Neuromotora

(DFN). Este encontro tem como objetivo oferecer subsídios para

que os participantes identifiquem e saibam lidar com as

deficiências, em especial no que se refere ao aluno deficiente físico

neuromotor, incluso na escola, sob o atendimento da professora

PDE, na função de professora de Apoio à Comunicação Alternativa

(PAC).

Na Unidade VIII, que encerra a proposta, os participantes

terão a oportunidade de refletir sobre os estudos realizados,

registrar sobre a prática pedagógica e socializar possíveis avanços

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obtidos, frente à teoria e às demais atividades apresentadas neste

caderno pedagógico.

Acredito que o uso deste material poderá suscitar um novo

olhar à educação inclusiva e gerar uma reflexão tamanha, que dará

conta de ressignificar a prática pedagógica.

Marilene Lanci Borges

Professora PDE – Educação Especial

Turma 2016/2017

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INTRODUÇÃO

A inclusão de pessoas com necessidades especiais tem

sido alvo de grandes reflexões, debates e discussões, e mesmo

em meio a tantas políticas públicas inclusivas ainda se pretende

responder à exclusão, tão marcante em nossa sociedade.

Embora o nosso estudo dê maior atenção às pessoas

com deficiência, entendemos que o processo de inclusão não

deve se limitar a elas, mas concentrar-se em um movimento que

busque a superação de atitudes preconceituosas e

discriminatórias em relação a quaisquer grupos, em razão de

suas diferenças, quer sejam elas de natureza física, intelectual,

socioeconômica, quer sejam de outra natureza.

Assim, o sistema educacional brasileiro propõe como

objetivo a garantia da equidade de oportunidades às pessoas

com necessidades educacionais especiais, e busca promover

ações que assegurem o acesso e a permanência de todos no

espaço escolar.

A inclusão, nesse contexto, tem como desafio perceber as

peculiaridades de cada estudante e compreender a diversidade,

sem qualquer tipo de distinção, pois muitos dos profissionais da

escola pública relatam que o tema não foi contemplado em sua

formação, e isto se revela no contexto escolar pela resistência

por parte dos profissionais, pela evidente insegurança por parte

da escola, e, sobretudo, pela falta de conhecimento do assunto.

Que a soma do referencial teórico apresentado neste

caderno, bem como as discussões levantadas ao longo da

vivência com a equipe escolar, possam, de fato, promover um

novo olhar à Educação Especial Inclusiva.

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UNIDADE I

Objetivo

Diagnosticar o conhecimento real da equipe escolar sobre a inclusão.

Planejamento de atividades

Apresentação da proposta de intervenção sobre a educação inclusiva;

Vídeo: Festa nas nuvens;

Instrumento de diagnóstico inicial;

Discussão do texto: Para início de conversa.

SEQUÊNCIA DE ATIVIDADES

Atividade 1 - Apresentação da proposta de intervenção pedagógica

A proposta de intervenção pedagógica na Escola, cujo título é “A educação

inclusiva: em busca de ressignificar a prática pedagógica“ responde às

necessidades encontradas na escola Estadual do Parque Itaipu, da cidade de

Maringá-PR. Neste primeiro encontro apresentarei, aos participantes, um

cronograma com todas as informações necessárias acerca da proposta, tais como:

os temas, os objetivos, a metodologia, os recursos e as datas dos encontros.

Atividade 2 - Apresentação de vídeo

A apresentação do vídeo “A festa das nuvens” tem como objetivo motivar o

grupo à participação nos estudos que serão propostos, bem como levá-lo à reflexão

sobre a necessidade de encarar os desafios impostos pela profissão.

Descrição do vídeo

O vídeo "Festa nas Nuvens", da série Dharmalog para Crianças (Party

Cloudy), é um curta de animação de 5 minutos, da Pixar Animation Studios, de 2009,

que conta a história entre o pássaro Peck e a nuvem Gus, que juntos criam e

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entregam bebês de todas as espécies do mundo animal da Terra. Enquanto outras

nuvens entregam bebês "normais", Peck lida com espécies mais difíceis. Essa

divertida história destaca o comprometimento pela missão imposta aos

personagens, bem como o companheirismo entre ambos.

Figura 1- Festa nas nuvens

Fonte: https://www.youtube.com/watch?v=pktG7AJRL8k

Atividade 3 – Questionário inicial

Palavras da professora PDE

QUESTINÁRIO INICIAL

IDENTIFICAÇÃO

Nome: _____________________________________________________________ Sexo: ( ) M ( )F Função: _____________________ Data da Entrevista: ___/___/_____ Escola: _____________________________________________________________

Caro colega, O questionário a seguir tem como objetivo verificar os conhecimentos

prévios dos participantes, sobre aspectos educacionais que envolvem a inclusão.

Suas respostas iniciais poderão indicar, ao final dos nossos estudos, se houve ou não avanços a partir das atividades desta proposta de intervenção pedagógica.

Marilene Lanci Borges

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Data de Nascimento: ___/___/_____ Idade: ________________

FORMAÇÃO

( ) Magistério ( ) Curso Superior. Quais? ____________________________________________ ( ) Especialização Quais?______________________________________________ ( ) Mestre ( ) Doutor

EXPERIÊNCIA

Tempo de experiência/ função ( ) Educação Infantil ____ anos ( ) Ensino Fundamental anos iniciais ____ anos ( ) Ensino Fundamental anos finais ____ anos ( ) Ensino Médio ____ anos ( ) Pedagogo ____ anos ( ) Educação Especial ____ anos ( ) Agente I ____ anos ( ) Agente II ____ anos

FORMAÇÃO CONTINUADA

Você já participou de algum curso de formação na área de Educação Especial?

( ) sim ( ) não Qual? ______________________________________

QUESTIONÁRIO INICIAL

1. Você já lecionou para alunos com necessidades educacionais especiais (NEE) em suas turmas? (em caso de a resposta ser não, siga para a questão 7)

( ) sim ( ) não

2. Você foi consultado sobre a inserção do aluno em sua turma ou avisado de que na turma que escolheu havia um aluno incluso?

( ) sim ( ) não

3. Houve a necessidade de realizar alguma adaptação em sua metodologia de ensino para favorecer o processo de aprendizagem de tal aluno?

( ) sim ( ) não

4. Você sentiu dificuldades ou dúvidas em relação a como ensiná-lo?

( ) sim ( ) não

5. Você sentiu dificuldades em relação a como se comunicar com ele?

( ) sim ( ) não

6. Você sentiu necessidade de receber informações ou orientações para lidar com esse aluno?

( ) sim ( ) não

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7. Você considera que tem conhecimentos suficientes sobre a política educacional inclusiva e suas implicações pedagógicas?

( ) sim ( ) não

8. Você considera que tem conhecimentos suficientes para incluir alunos com NEE nas atividades acadêmicas que desenvolve?

( ) sim ( ) não

9. Se você pudesse escolher entre receber e não receber esse aluno, qual seria sua opção? Por quê?

10. De modo geral, o que você acha da inclusão de crianças com necessidades educacionais especiais na escola?

11. Você sabe o que são transtornos globais do desenvolvimento? Transtornos funcionais específicos? Deficiência intelectual? deficiência física neuromotora?

12. Numere de 1 a 7 (sendo 1 o menos importante e 7 o mais importante) as condições que considera mais relevantes para um efetivo processo de inclusão.

( ) Atitudes dos professores ( ) Avaliação/acompanhamento dos alunos ( ) Formação específica para trabalhar com alunos com NEE ( ) Metodologias de ensino ( ) Materiais e recursos ( ) Colaboração entre os professores ( ) Equipe especializada (professores, psicólogos, terapeutas)

13. Você acredita que é importante participar de um programa de formação que aborde a inclusão, para ressignificar a prática pedagógica?

FONTE: Adaptado de ˂ http://www.ufscar.br/~bdsepsi/192a.pdf˃. Acesso em 10 jun. 2016.

Atividade 4 - Leitura dialogada

A leitura será feita em grupo, de modo que os participantes possam

socializar suas reflexões para cada ideia que julgarem necessário.

Para início de conversa...

Estamos em constante renovação, e mesmo que não percebamos, tudo

muda a nossa volta. Tais mudanças permitem avanços e retrocessos e mesmo

inertes estamos inseridos no novo que se apresenta. Quando nos damos conta

estamos cercados de incertezas, medos e o ardente desejo de encontrar um modo

de resolver aquele problema, na busca de sustentar tal mudança.

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Nesse sentido, surge a Inclusão, com o pressuposto de romper com velhas

práticas e lançar uma nova forma de organizar a realidade que se apresenta. A

inclusão escolar se constitui, assim, em um tema recente de muitos estudos e

discussões em todos os níveis de ensino.

Podemos observar que pairam dúvidas em relação às potencialidades dos

alunos com necessidades especiais e parece haver certa dificuldade em lidar com

as especificidades desses alunos. Muitas vezes, profissionais da educação pensam

que os alunos inclusos são incapazes, pois não atendem aos padrões de

normalidade tidos como ideal.

Muito mais do que reconhecer práticas discriminatórias na escola, numa

perspectiva inclusiva, espera-se que sejam criadas alternativas de superação desse

preconceito e, principalmente, de informação acerca do assunto, uma vez que fica

evidente que os professores parecem não ter preparo suficiente para atender ao

aluno incluso.

Conforme Silva (2000), resultados mostram que os professores sentem um

desconforto, uma insegurança e certa ansiedade para lidar com alunos com

necessidades especiais, o que pode estar relacionado, segundo Glat (1995) à falta

de preparo que afirmam ter.

Para a inclusão acontecer, de fato, é fundamental que o aluno se sinta parte

do ambiente escolar, e que todos os envolvidos reconheçam a inclusão. Assim, é

fundamental o papel do professor como educador, seja de alunos com deficiências

ou não. Por outro lado, cabe ao Estado promover políticas públicas que atendam às

necessidades de todos os alunos, quer tenham necessidades educacionais

especiais, quer não.

Nesse sentido, cada vez mais se intensificam as discussões sobre o papel da

escola no processo inclusivo, com destaque à prática pedagógica na dianteira da

condução do processo educacional, que tem como diretriz básica o atendimento de

qualidade a todos os alunos.

É fundamental buscar alternativas para aprofundar os conhecimentos por

meio de capacitação para os profissionais da educação, para responder ao discurso

de que a escola não está preparada para a inclusão. Por isso, neste momento, em

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função da oportunidade de participação no PDE (Programa de Desenvolvimento

Educacional) nos propomos a realizar um estudo mais aprofundado sobre as

concepções e propostas da educação inclusiva, na intervenção pedagógica.

Nessa perspectiva, esta proposta visa possibilitar ao corpo escolar, a

oportunidade de discutir a inclusão, para que diante das reflexões apresentadas

cada um possa ressignificar sua prática pedagógica, na busca de compreender a

inclusão como um fator educacional e social, consoante com o estabelecido nas

Diretrizes Curriculares da Educação Especial para a Construção de Currículos

Inclusivos, que aponta como desafio a participação e a aprendizagem dos discentes

com necessidades especiais, tanto no ensino regular, quanto nas escolas especiais,

pois isso “exige da escola a prática da flexibilização curricular que se concretiza na

análise da adequação de objetivos propostos” (PARANÁ, 2006, p.9).

No mesmo documento podemos perceber que o atendimento se efetivará

com o uso de novas possibilidades de ensino, “no uso de recursos humanos,

técnicos e materiais específicos, no redimensionamento do tempo e espaço escolar,

para que esses alunos exerçam o direito de aprender em igualdade de

oportunidades” (PARANÁ, 2006, p. 19). Já segundo Glat e Fernandes (2005), para a

inclusão não basta matricular os alunos com necessidades especiais nas classes

comuns, deve-se dar ao professor e à escola, suporte para a prática pedagógica.

Ainda que a inclusão apareça nos documentos oficiais do Paraná, no âmbito

escolar isso não acontece. Acreditamos que se faz necessário intensificar as

discussões sobre a forma que a inclusão acontece na escola, o que justifica o nosso

projeto de pesquisa e a intervenção pedagógica.

Não acreditamos que a intervenção aqui proposta dará conta de resolver

todos os problemas e dificuldades encontrados na efetivação da inclusão, porém

poderá ser suporte para o estudo do assunto, bem como para a reflexão na busca

de superar a situação que ora se percebe, rumo a uma educação, de fato, inclusiva.

Atividade 5 – Dinâmica de grupo

A dinâmica “Preconceito” tem como objetivo resgatar memórias de

preconceitos sofridos ao longo da vida. É um momento de pensar o quanto as

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diferenças, sejam elas de qualquer natureza, provocam situações preconceituosas e

discriminatórias. Cabe a cada um perceber, também, se os seus próprios

preconceitos estão, de certa forma, atingindo o outro.

Atividade 6 – Reflexão e registro

Reflita e responda sobre o que você pode fazer para contribuir para a

inclusão daqueles que são, apenas, diferentes de você.

Preconceito

Distribuir uma folha de papel para cada participante; Pedir que cada um escreva, sem se identificar, pelo menos três preconceitos a que foi exposto, desde a infância até o presente momento; Recolher as folhas e proceder a leitura de cada uma delas; Discutir sobre o quanto as situações de preconceito marcam negativamente nosso desenvolvimento pessoal.

AUTOATIVIDADE

Chegamos ao final da Unidade I e, provavelmente, muitas reflexões estão surgindo. Nesse sentido, sugerimos que você elabore um texto que expresse os pensamentos suscitados a partir da leitura do texto Para início de conversa.

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UNIDADE II

Objetivo

Compreender os avanços históricos da inclusão escolar, como trajetória

histórica e social.

Planejamento de atividades

Vídeo: Festa nas nuvens;

Dinâmica de grupo: Preconceito;

Discussão do texto: Para início de conversa.

SEQUÊNCIA DE ATIVIDADES

Atividade 1 – Leitura dialogada

Palavras da professora PDE

Fundamentos históricos da Educação Especial

Para a compreensão da educação inclusiva contemporânea é importante

retomar a constituição histórica desse processo, visto que, por muito tempo, as

pessoas deficientes tiveram seus direitos ignorados. Assim será apresentada,

resumidamente, uma linha do tempo, que apontará os principais acontecimentos,

desde a antiguidade até os dias atuais.

Ao longo dos tempos, a história da efetivação das propostas de inclusão tem

Caro colega,

A partir deste momento, iniciaremos um caminhar teórico sobre o processo de inclusão, permeado pela ideia de uma sociedade que possa reconhecer e valorizar quaisquer diferenças.

Bons estudos! Marilene Lanci Borges

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sido marcada por diversidades e contradições. Sabemos que o apelo pela perfeição

do físico se encontra presente em todos os tempos. Ao longo da história o

tratamento dado aos deficientes sofreu influências culturais e religiosas. A Bíblia, por

exemplo, faz referência aos leprosos e cegos e deixa claro que eram rejeitados.

Com base na história da educação especial em países da Europa e da

América do Norte, Sassaki (1997), Pessotti (1984) e Mendes (1995) identificam

quatro estágios no desenvolvimento do atendimento às pessoas que apresentam

deficiências.

A primeira fase, conforme os autores supracitados, é marcada, na era pré-

cristã, pela negligência com os deficientes, que tampouco contavam com qualquer

atendimento. Fonseca (2000) esclarece que, por conta de suas condições anormais,

eram, por um lado, perseguidos, abandonados e eliminados, já que eram vistos

como um estorvo à supervivência do grupo, e por outro lado os protegiam, na busca

da simpatia dos deuses. Segundo Pessoti (1984) tais indivíduos eram tratados de

acordo com o conceito de castigo ou caridade que prevalecia na comunidade onde

viviam.

Pode-se supor que era praticamente impossível, para as pessoas deficientes,

sobreviver frente a tal cenário de total exclusão, pois, na sua maioria,

representavam um fardo para o grupo a que pertenciam. Ainda que alguns fossem

cuidados, em nome dos deuses, acredita-se que não eram tratados com a mesma

atenção que os ditos normais.

A fase da institucionalização, conforme Sassaki (1997) e Pessotti (1984),

aconteceu no final do século XVIII e início do século XIX. Neste momento, segundo

os autores, as pessoas que apresentavam qualquer deficiência ficavam isoladas do

convívio social, eram mantidas e protegidas em instituições residenciais. Parece-nos

que a segregação vigente, neste período, estava encoberta por uma aparente

preocupação com aqueles que claramente eram indesejáveis.

Em Esparta, na antiga Grécia, a participação social estava

diretamente ligada à beleza física (ARANHA, 2009). Os deficientes

físicos eram colocados em montanhas e, em Roma, lançados ao

Rio Tibre. Contudo, mesmo diante desse quadro de eliminação,

encontramos “Homero”, poeta grego com evidências históricas de

cegueira (ARANHA, 2001).

NOTA

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É importante salientar que no século XIX, segundo Glat e Fernandes (2005),

os médicos perceberam a necessidade de escolarização dos deficientes que se

encontravam segregadas em hospitais psiquiátricos e asilos, mas a deficiência era

vista como patologia e qualquer atendimento a essa clientela tinha o cunho

terapêutico, o que torna o modelo médico calcado no preconceito e na

medicalização.

No início do século XX houve questionamentos sobre a institucionalização,

porque “se reconhece que a vida na instituição era desumanizadora, afetava a

autoestima, tornava os pacientes impossibilitados de viver em sociedade, os tratos

não eram adequados e era muito dispendioso para o governo manter essa massa

improdutiva segregada” (Silva, 2003, p. 7). No final do século XIX e início do século

XX, com a educação segregada, segundo Sassaki (1997), as pessoas deficientes

eram atendidas em escolas em que se oferecia ao deficiente uma educação à parte.

E por fim a quarta fase, segundo Sassaki (1997), foi marcada por um

movimento de integração social, motivada pelo entendimento de que as crianças

deveriam ser educadas até o seu limite, pois apresentavam capacidade de

aprendizado. Dessa forma, o mesmo autor aponta que os deficientes eram

integrados nas escolas, de maneira a proporcionar um ambiente educacional o mais

próximo possível daquele oferecido à pessoa normal.

A análise linear da história, cuja aparência é imparcial, lança um olhar ao

passado, baseado no presente que se apresenta. Percebemos que a referência

entre a primeira e a segunda fase da Educação Especial é o cristianismo, que

pregava o amor ao próximo, portanto é uma concepção religiosa que sugere ser

uma marca da evolução, neste estágio. Compreende-se, a quarta fase como a de

maior progresso, pois abre para o diferente os caminhos do acesso ao ensino

regular.

NOTA

Percebe-se que o modelo médico tem grande expressão até os

dias atuais, pois ainda encontramos situações em que a educação

inclusiva é tratada com uma visão clínica, em que predomina o

preconceito e a medicalização.

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19

A grande reflexão que se propõe na análise evolutiva da história da educação

especial consiste em observar se o processo de inclusão realmente acontece, ou

está encoberto por novas roupagens.

Atividade 2 – Tecendo conceitos

A partir da leitura do texto abaixo reflita e socialize com o grupo sobre as

características que você considera pertinentes à escola citada pela autora.

“ Meu irmão entrou para a escola,

Não era uma escola como a minha;

Parece que todos lá eram um pouco parentes.

Todos tinham o mesmo jeito esquisito de andar,

De mover os braços, e eram poucos os que falavam.”

(PORTELA, 1998, p. 8)

Atividade 3 – Leitura

É importante que ao longo da leitura do texto a seguir sejam provocadas

discussões, que possam levar os leitores à reflexão sobre a trajetória da Educação

Especial Inclusiva no Brasil.

A Educação Especial no Brasil

Quando olhamos para o Brasil, a partir de Mendes (1995) e Dechichi (2001)

verificamos que os quatro estágios citados anteriormente não estão impressos na

realidade brasileira. A fase de negligência, observada em outros países europeus e

norte-americanos até o século XVII, acontece no Brasil até o início da década de 50

(século XX). Quando ocorria em outros países a fase de institucionalização,

conforme os autores já mencionados, o Brasil ainda não se interessava pela

educação das pessoas consideradas imbecis.

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20

Na realidade brasileira, Mendes (1995) corrobora com os autores acima

quando afirma que até o início da década de 50 o Brasil ainda se encontrava na

fase da negligência ou omissão em relação aos deficientes. Segundo Mazzotta

(1996) somente a partir de 1957 que o governo federal passou a assumir a

responsabilidade pelo atendimento educacional aos indivíduos deficientes. Além

disso, segundo Mendes (2011), diferentes grupos organizados, de pais e

profissionais, contribuíram para reforçar o movimento pela integração de ações

políticas que pudessem garantir os direitos fundamentais dos deficientes e evitar a

sua discriminação.

Januzzi (1992) esclarece que até 1950 toda criança que apresentava

comportamento fora dos padrões considerados normais era tida como deficiente

mental. O conceito de deficiência mental refletia as expectativas sociais de cada

época. Assim, conforme Mendes (2011), a conquista do acesso à educação, pelos

portadores de deficiências, é muito lenta e acontece na medida em que se

ampliaram as oportunidades educacionais para a população em geral.

Na década de 60, conforme Mendes (1995), houve uma expansão

considerável no número de estabelecimentos de ensino especial: em 1962, a

Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE) possuía 16 instituições e

em 1967 a Sociedade Pestalozzi do Brasil, possuía também 16 instituições por todo

o país. Nesta época, houve uma expansão de instituições privadas de caráter

filantrópico, sem fins lucrativos, deixando o governo isento da obrigatoriedade de

oferecer atendimento aos deficientes na rede pública de ensino.

O mesmo autor esclarece que em 1969 existiam mais de 800 instituições de

ensino especial para deficientes mentais. Nos anos 70, segundo Miranda (2004), o

Brasil avança na institucionalização da educação especial, inserindo-a nos

planejamentos de políticas públicas com a criação do CENESP - Centro Nacional de

Educação Especial.

NOTA

Mesmo diante da explosão de instituições especializadas,

percebemos que a visão de atendimento às pessoas com

necessidades especiais era a de que o indivíduo é que deveria

adaptar-se à sociedade.

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Uma nova metodologia e o uso de outras técnicas de ensino possibilitaram a

adaptação escolar dos deficientes, que começaram a ser reconhecidos por sua

capacidade de aprender, o que resultou no início da mudança de paradigma do

modelo médico para o modelo educacional, cuja ênfase se concentrou nas

condições do meio em promover recursos adequados que proporcionassem a

promoção, o desenvolvimento, e a aprendizagem desses sujeitos, e não mais a sua

deficiência (GLAT, 1995).

A partir da Constituição Federal de 1988, o direito de todos à educação foi

garantido e, ao menos na lei, o atendimento aos deficientes e portadores de

necessidades especiais foi estabelecido, quando o artigo 205 apontou que “a

educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e

incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento

da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o

trabalho” (BRASIL,1988, p.136).

Por volta da década de 90 surgem discussões sobre um novo modelo de

atendimento escolar chamado Inclusão. Esse movimento surgiu de forma mais

enfática nos Estados Unidos e, pela influência da cultura desse país sobre os

demais, ganhou destaque mundial ao longo da década. Nesse sentido, são

acirradas as discussões sobre a preparação dos professores e das escolas para o

atendimento aos alunos especiais.

Em 1990, o Brasil teve participação na Conferência Mundial Sobre Educação

para Todos, na cidade de Jontiem, na Tailândia, momento em que se relembra que

a educação é direito de todos e fundamental no desenvolvimento das sociedades

(UNESCO, 1994). A Declaração de Salamanca, na Espanha, nascida em 1994, na

Conferência Mundial sobre Necessidades Especiais, constitui-se em um dos

documentos de grande importância no que se refere à inclusão, e explicita que

todos os alunos, quer deficientes, quer com necessidades especiais devem ter

acesso e condições de permanência na rede regular de ensino (UNESCO, 1994).

Para reforçar a obrigação de educar a todos, em 1996 é publicada a Lei de

Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), que apresenta avanços na

preocupação com a educação dos alunos especiais. Assim, após alterações dadas

pela redação da Lei nº 12.796, de 2013, o artigo 58 esclarece que a Educação

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Especial, como modalidade de educação escolar, deve ser oferecida, de

preferência, na rede regular de ensino, para os alunos com deficiência, transtornos

globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação (BRASIL, 2013).

Tal lei garante serviços especializados de apoio para atender a clientela da

Educação Especial, esclarece que tal atendimento educacional acontecerá,

preferencialmente, nas classes comuns, e em escolas ou serviços especializados

quando, em razão das condições específicas dos alunos, não puderem frequentar o

ensino comum, e coloca a educação especial como dever constitucional do Estado,

com início na educação infantil (zero a seis anos) (BRASIL, 2013). No artigo 59,

acrescenta que também será assegurado aos alunos o direito a professores, para o

atendimento especializado, bem como professores do ensino regular capacitados,

visando a integração desses alunos nas classes comuns (BRASIL, 2013).

Embora os vários estados brasileiros estivessem em busca de implementar a

inclusão educacional, o Paraná se destacou como pioneiro. O Instituto de Cegos,

em 1939, em Curitiba, e a primeira sala especial na rede pública, em 1958, segundo

Mazzotta (1996), mostraram os sinais da preocupação do Estado com o

atendimento ao deficiente. A partir da construção e implementação das Diretrizes

Curriculares da Educação Especial para a Construção de Currículos Inclusivos, o

Estado do Paraná, através do DEEIN- Departamento de Educação Especial e

Inclusão Educacional atende à proposta de educação inclusiva.

Nos dias atuais, no que se refere à Educação Especial no Brasil, ainda que

esta tenha avançado, há muito por se fazer. Ela pode ser construída à luz do

respeito à diversidade e à igualdade de direitos, tão desejados pela humanidade.

Atividade 4 - Apresentação de vídeo

A apresentação do vídeo “A Política nacional para a Educação Inclusiva” se

justifica por levar ao grupo a fala de importantes estudiosos, sobre a Educação

Especial Inclusiva.

Descrição do vídeo

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O vídeo "A Política nacional para a Educação Inclusiva – Avanços e desafios",

disponibilizado no Youtube, em 20de abril de 2013, e apresentado pelo professor

Átila Huno, faz parte do acervo do curso de Pedagogia da Universidade Estadual de

São Paulo – UNESP. O vídeo, com duração de 15 minutos, apresenta depoimentos

de Maria Tereza Mantoan, da UNICAMP, Marcos Mazzota, da Faculdade de

Educação da USP e Ulisses Araújo, da Escola de Artes, Ciência e Modernidade da

USP.

Figura 2- A Política nacional para a Educação Inclusiva

FONTE: https://www.youtube.com/watch?v=krYIZ_6UtrQ

Atividade 5 – Reflexão e registro

A partir dos estudos elencados nesta unidade destaque os avanços na

história da Educação Especial na perspectiva Inclusiva.

AUTOATIVIDADE

Chegamos ao final da Unidade II e você percebeu que a história de inclusão vivida pelas pessoas com necessidades educacionais especiais criou uma sociedade com muitas barreiras em relação à valorização das diferenças.Nesse sentido, sugerimos que você elabore um texto sobre a sua trajetória profissional escolar, com destaque as suas experiências com a educação inclusiva.

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UNIDADE III

Objetivo

Discutir os aspectos teóricos da inclusão.

Planejamento de atividades

Dinâmica de grupo: O aluno ideal;

Leitura: A inclusão- conceitos;

Vídeo: Viver a vida.

SEQUÊNCIA DE ATIVIDADES

Atividade 1 – Dinâmica de grupo

A dinâmica “O aluno ideal” tem como objetivo levar os participantes a valorizar

a diversidade de sujeitos da escola, na crença de que as diferenças oferecem a

todos maiores oportunidades para que se proceda a aprendizagem.

O aluno ideal

Escrever no quadro-de-giz as respostas dos participantes à seguinte questão: O aluno ideal é...? (provavelmente dirão palavras como: inteligente, educado, sabido, determinado, etc.) Peça para os participantes se revezarem na leitura da poesia Receita de mulher, de autoria de Vinicius de Moraes, disponível em: ˂http://www.viniciusdemoraes.com.br/pt-br/poesia/poesias-avulsas/receita-de-mulher˃. Questione o grupo em relação a como Vinicius de Moraes retrata a mulher. A mulher da poesia é perfeita? Nós nos encaixamos no perfil de perfeição mostrado pelo autor da poesia? Uma mulher fora dos padrões estabelecidos pelo poeta se sentirá bem ao perceber que não é a mulher ideal? Você se sente representada nesta poesia? A partir das respostas dadas retome as anotações do quadro-de-giz e questione aos professores: Se vocês não se encaixam nos padrões de beleza da poesia e de certa forma não creem que a mulher retratada pelo poeta é a mulher ideal, por que

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acreditam que o aluno ideal tem que ter um padrão? Os alunos ficariam satisfeitos com suas respostas? Todos eles se encaixam no padrão de perfeição apresentado pelos participantes? Leitura do texto escrito pela professora PDE.

Palavras da professora PDE

Caros colegas,

Ao longo da vida somos expostos a diversas escolhas e geralmente

damos preferência àquelas que nos foram incutidas como padrão, àquelas

que, de preferência, não nos tiram da inércia, que não nos fazem refletir muito,

tampouco mudar nossos conceitos.

Desejamos a perfeição, mesmo sem perceber, e, sem dúvida, passamos

a viver na dicotomia entre discurso e prática. Assim, optamos pelos padrões

estabelecidos pela sociedade, embora enfatizemos um discurso que prioriza

um caminho sem a presença do preconceito e da exclusão.

Na dinâmica “Aluno Ideal,” fomos levados a escolher o aluno de acordo

com os padrões de perfeição que conhecemos, mas não gostamos do modelo

de perfeição apresentado pelo poeta, porque compreendemos que somos

mais do que um padrão.

Para nós o modelo não serve, mas não fomos condescendentes com o

aluno, pois a maioria deles não corresponde às características listadas por

nós. Caso considerássemos somente os alunos com as características

apresentadas na dinâmica, quantos seriam excluídos por não pertencerem ao

ideal estabelecido pelos participantes de uma capacitação, cujo tema é a

inclusão? Será que ao longo de nossa trajetória escolar nos sentimos como

se sentiriam os nossos alunos ao saber que eles não correspondem ao ideal

que sonhamos?

O aluno ideal é aquele que você tem em sua sala de aula; aquele que

você orienta na entrada da escola e com seu sorriso faz com que ele sinta o

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Atividade 2 – Apresentação de vídeo

A apresentação do vídeo “Viver a vida” tem como objetivo levar o grupo a

refletir sobre os preconceitos sofridos pelas pessoas deficientes.

Descrição do vídeo

O vídeo "Viver a vida” - Virgínia D. Carneiro ''superação'', disponibilizado no

Youtube por Marcio Bazzicheto, em 15 de setembro de 2009, é um depoimento de

superação de uma mulher fadada ao fracasso e à exclusão, não fosse seu desejo de

ser feliz e simplesmente viver a vida, apesar das suas limitações. As imagens

compõem uma série de vídeos que foram exibidos pela Rede Globo, no final de

cada capítulo da novela Viver a Vida.

desejo de estar ali todos os dias; aquele que precisa de ajuda para se

acomodar na cadeira de rodas e nas firmeza das suas mãos percebe que são

os seus pés que o sustentam nessa passagem; aquele que quase não

enxerga, mas vê o seu empenho em ajudá-lo; aquele que chega pulando de

alegria e você, com sua sabedoria, pergunta o porquê da felicidade e com ele

vibra ao saber do que se trata; aquele que quer contar algo pessoal e você

ouve, aconselha e acompanha o desfecho para se certificar que tudo terminou

bem.

Enfim, o aluno ideal é aquele que se encontra na escola que você

escolheu lecionar. É todo o aluno que cruza o seu caminho no horário de

trabalho e fora dele. Não importa como ele vem, importa que ele chegou até

você, e é a sua vez de mostrar que ele é o melhor aluno que você poderia ter.

Então, eleja-o “aluno ideal”.

Marilene Lanci Borges

DEZEMBRO/2016

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Figura 3- Viver a vida

.

FONTE: https://www.youtube.com/watch?v=EVcM4RX4lmE

Atividade 3 – Leitura dialogada

O texto a seguir deve ser discutido no grupo, uma vez que é fundamental

compreender o que os teóricos dizem sobre a inclusão, e, consequentemente,

apropriar-se de tais conceitos, em busca da efetivação da inclusão no espaço

escolar.

A inclusão – conceitos

Muito se fala atualmente sobre a inclusão, e o tema acelera, de forma

gradual, um número cada vez mais acentuado de grupos marginalizados integrantes

da separação ocasionada pela exclusão social. Compreende-se que, qualquer

expressão que qualifique a educação inclusiva para todos, no seu interior quer, tão

somente, mudar a realidade que priva os sujeitos de seus direitos de inserção social.

Assim, Sofia Freire (2008, p.5) conceitua inclusão como “um movimento

educacional, mas também social e político que vem defender o direito de todos os

indivíduos participarem, de uma forma consciente e responsável, na sociedade de

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que fazem parte”. A autora argumenta que todos têm direito de “serem aceitos e

respeitados naquilo que os diferencia dos outros” (FREIRE, 2008, p.5).

No âmbito da educação, a inclusão promove a defesa do direito dos alunos de

”desenvolverem e concretizarem as suas potencialidades, bem como de apropriarem

as competências que lhes permitam exercer o seu direito de cidadania, através de

uma educação de qualidade” (FREIRE, 2008, p. 5). A inclusão, dessa forma,

responde aos direitos humanos, colocando-se na salvaguarda desses direitos, que

devem ser efetivados em toda a sociedade.

A inclusão é vista por Omote (2003, p.154) como “um princípio ideológico em

defesa da igualdade de direitos e do acesso às oportunidades para todos os

cidadãos”. A educação inclusiva, nesse contexto, constitui-se em um direito que

deve ser garantido a todos. Segundo Costa (1999, p.25) “a educação inclusiva não

se justifica hoje simplesmente porque é eficaz, porque dispensa os elevadíssimos

custos das escolas especiais, porque corresponde ao desejo dos pais”. O autor

comunga da mesma ideia de Omote, acima citado, e complementa que “embora

todas estas sejam vantagens inegáveis, a razão última que a baseia consiste na

defesa do direito à plena dignidade da criança como ser humano, livre e igual em

direitos e dignidade” (COSTA, 1999, p. 25).

Mantoan (2002) sinaliza que não se pode negar que os velhos modelos estão

sendo contestados e que o conhecimento está sofrendo uma releitura. A autora

esclarece que a inclusão provoca uma mudança de paradigma onde se

estabelecem novas bases teóricas. Segundo Araújo (2007, p.12), trata-se de um

processo “bastante difícil, pois caem por terra os fundamentos sobre os quais a

ciência se assentava, sem que se finquem de todo os pilares que sustentarão daí

por diante”. Talvez isso possa justificar a insegurança vivenciada na escola no que

se refere a torná-la, de fato, inclusiva.

A partir dessa ideia podemos compreender a mudança por que passa a

escola, o porquê da resistência frente à inclusão e das tantas dificuldades para

efetivá-la. A escola, afirma Mantoan (2003), abriu-se a novos grupos sociais, porém

não o fez em relação aos novos conhecimentos, excluindo, portanto, aqueles que

ignoram tais conhecimentos por ela valorizados.

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Cabe trazer à reflexão, neste momento, os conceitos de inclusão e

integração, já que são ideias amplamente discutidas, em tese diferentes, porém

comumente usadas numa mesma perspectiva. Mantoan (2003) esclarece que,

embora os termos inclusão e integração tenham significados semelhantes, são

empregados para definir situações de inserção diferentes.

A autora afirma que o termo integração se refere mais diretamente à inserção

de alunos com deficiência nas escolas comuns, escolas especiais, classes

especiais, grupos de lazer ou casas para deficientes, já a inclusão envolve a

organização das políticas, a maneira como se organiza a educação especial e

regular, e também o próprio conceito de integração (MANTOAN, 2003).

Rodrigues (2006) aponta que a integração sugere uma estrutura com valores

próprios em que o aluno integrado tem que se adaptar. Segundo a Política Nacional

de Educação Especial “a integração educativa-escolar refere-se ao processo de

educar-ensinar, no mesmo grupo, crianças com e sem necessidades especiais

durante uma parte ou na totalidade do tempo de permanência na escola”

(BRASIL,1994, p.18). Ainda segundo Rodrigues (2006), a escola integrativa é como

uma escola tradicional, onde os alunos com deficiência recebiam um tratamento

especial, enquanto os alunos com outros tipos de dificuldades eram ignorados.

Tal modelo exclui o diferente, pois o aluno especial é percebido no contexto

escolar sem que se considere as prováveis características que interferem no seu

processo de aprendizagem. Segundo Sassaki (1997, p. 32), no modelo integrativo “a

sociedade em geral ficava de braços cruzados e aceitava receber os portadores de

deficiência desde que eles fossem capazes de moldar-se aos tipos de serviços que

ela lhes oferecia; isso acontecia inclusive na escola”. Assim a integração acaba por

promover a exclusão dos alunos que não se adaptam ao tipo de ensino oferecido na

escola regular. Cabe ao aluno, neste modelo, integrar-se, sem a necessária reflexão

deste e dos demais sobre as diferenças existentes no espaço escolar.

Temos a consciência de que a essência da humanidade é repleta de

diferenças, portanto conviver com tais diferenças é fundamental para a inserção dos

alunos no ambiente escolar. Segundo Rodrigues (2006, p.306) “o certo é que não só

os alunos são diferentes, mas os professores são também diferentes, e ser diferente

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é uma característica humana comum, e não um atributo (negativo) de alguns”. No

contexto da integração, a educação acontecerá na medida em que o aluno com

necessidades especiais se adaptar aos recursos disponíveis na escola regular.

Porém, quando se trata de inclusão, as reflexões de alguns estudiosos do

tema apontam para uma pedagogia equilibrada, que considera diferenças humanas

normais, e concebe o aprendizado numa perspectiva de ajuste às necessidades de

cada aluno.

Entendemos, então, que o conceito de integração pode ser considerado

ultrapassado, o que abre caminho para uma educação inclusiva, e conforme

sinalizam Glat e Fernandes (2005), a educação de alunos com necessidades

educativas especiais, que como tradição era segregada, tem caminhado para uma

educação inclusiva. Trata-se, portanto, de um novo paradigma, em que o ensino

acolhe alunos que compreendem a diversidade, seja ela de qualquer natureza.

Segundo Rodrigues (2006), a concepção de inclusão, no que se refere à

educação, implica, antes de mais nada, ignorar a exclusão de qualquer aluno da

comunidade escolar. O pressuposto da educação inclusiva é o de que todos os

alunos estão na escola para aprender e assim participam juntos, independente das

dificuldades que alguns manifestam. Nesse sentido, Ainscow (1998) aponta que a

diferença se constitui em um valor e que a escola é um espaço que produz a

interação de aprendizagens significativas para todo o alunado, tendo como base a

cooperação na diferenciação inclusiva.

É então, de suma importância, que se compreenda a inclusão escolar. Falar

de inclusão é referir-se à construção de formas para minimizar a exclusão, isto é,

potencializar a participação do discente no processo educativo, para produzir uma

educação consciente para todos, que considere e responda a quaisquer dificuldades

que se apresentem no processo de aprendizagem.

Para Sassaki (2005), o termo inclusão diz respeito à mudança da sociedade

como uma condição prévia para a pessoa se desenvolver e exercer a cidadania.

Nesse contexto, é fundamental compreender que a inclusão não refere-se apenas

às pessoas com algum tipo de deficiência, e sim ao atendimento da diversidade

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humana com relação à etnia, à cultura, às convicções religiosas, à situação social,

entre outras.

Em outras palavras, a inclusão deve ser entendida, como destaca Cardoso,

“como um processo no qual a sociedade se organiza para incluir as pessoas com

necessidades especiais, ao mesmo tempo em que estas se instrumentalizam para

assumir seus papéis na sociedade” (CARDOSO, 2009, p.7). Tal organização cria

uma ação bilateral, em que os excluídos e a sociedade procuram a solução dos

problemas, e promovem as condições para que todos tenham oportunidade

(SASSAKI, 1997).

Parolin (2006) compreende que embora haja movimentos sociais que

preconizam acerca de conviver e se relacionar com o diferente, o que se percebe é

que, cada vez mais, tende-se a colocar todos como iguais, excluindo aqueles cujas

características não são as padronizadas pela sociedade. Segundo a mesma autora,

“o padrão de normalidade tem uma rigidez insuportável” (PAROLIN, 2006, p.30).

A inclusão despertou na sociedade a necessidade de repensar a educação e

a instituição escolar, mesmo porque muitas são as dificuldades enfrentadas pelos

docentes quando recebem vários alunos, com diferentes dificuldades. Assim, à luz

dos teóricos aqui citados, podemos compreender que a inclusão é um direito à

igualdade de oportunidades, sem que se proponha uma maneira igual de educar a

todos, mas responder a cada aluno, com respeito às suas características, bem como

às suas necessidades educacionais.

Atividade 4 – Tecendo conceitos

Retome o conceito de inclusão registrado na Unidade I e

procure ampliá-lo, conforme o que já foi estudado. Em

seguida defina o termo “necessidades educacionais

especiais”.

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Atividade 5 – Reflexão e registro

A partir dos estudos promovidos nesta unidade percebemos que educação

especial destaca dois conceitos de grande importância: a integração e a inclusão.

Redija um texto que defina os dois conceitos e aponte a sua visão sobre qual deles

predomina no ambiente escolar.

AUTOATIVIDADE

Chegamos ao final da Unidade III e você percebeu que a inclusão exige o rompimento de uma estrutura curricular fechada e que os velhos paradigmas começam a ser substituídos por uma nova visão de educação. Nesse sentido, sugerimos que você elabore um texto respondendo à seguinte questão: Estamos realmente comprometidos em desenvolver uma comunidade escolar que promova o respeito mútuo e o apoio entre a equipe pedagógica, os agentes I e II, os pais e os alunos, para que todos sejam realmente incluídos? Justifique sua resposta e aponte ações que intensifiquem a prática inclusiva.

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UNIDADE IV

Objetivo

Compreender as dificuldades e possibilidades da educação inclusiva.

Planejamento de atividades

Vídeo: As cores das flores;

Leitura: A inclusão na escola pública;

Dificuldades e possibilidades da Educação Inclusiva.

SEQUÊNCIA DE ATIVIDADES

Atividade 1 – Tecendo conceitos

Atividade 2 – Apresentação de Vídeo

A apresentação do vídeo “As cores das flores” tem como objetivo levar os

participantes a repensar a prática pedagógica, em atenção às pessoas com

necessidades especiais.

Descrição do vídeo

O vídeo "As cores das flores”, disponibilizado no Youtube por Jairo Marques,

em 15 de maio de 2011, retrata a história de uma criança cega, que a pedido da

professora, precisa escrever uma redação sobre as cores das flores. Assim, inicia-se

um grande movimento do menino em busca de conseguir cumprir a tarefa. O vídeo

foi traduzido do espanhol para o blog "Assim como Você", de Jairo Marques.

Reflita e registre algumas das dificuldades observadas na

escola em relação à inclusão.

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Figura 4 – As cores das flores

FONTE: https://www.youtube.com/watch?v=s6NNOeiQpPM

Atividade 3 – Leitura dialogada

O texto abaixo traz à baila uma importante discussão sobre as especificidades

da inclusão na escola pública. É um bom momento de relacionar as informações a

seguir com a inclusão que se busca efetivar na escola em que atuamos.

A inclusão na escola pública

Entende-se que, frente a uma sociedade em transformação, cada vez mais

carente de mudanças, a educação se faz o melhor caminho para promover a

cidadania. A escola é o lócus do exercício social, onde alunos experimentam a

cidadania, qual seja a capacidade de participar socialmente na busca dos seus

direitos e exercendo seus deveres. Assim, o respeito e a convivência com a

diversidade religiosa, étnica, cultural, socioeconômica e linguística, entre outras,

deve ser a grande característica do processo educativo.

Pellanda (2006) comenta que o processo de mudança promovido pela

globalização econômica e cultural indica para a busca de dinâmicas de interação

social, cercadas de grandes reflexões acerca dos novos modelos e práticas sociais

que são apresentados.

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37

A construção de escolas inclusivas só é possível se pensada ante a

perspectiva de uma educação que garanta a todos o acesso ao conhecimento, bem

como o apoio necessário ao seu pleno desenvolvimento. É fundamental que se

perceba que a educação inclusiva não pode se basear apenas em leis. Todos são

responsáveis pela construção do espaço inclusivo, que demanda reflexões, e “por

ser uma construção coletiva requer mobilização, discussão e ação de toda a

comunidade escolar” (BRUNO, 2006, p.16).

Mantoan (1998, p.3) sinaliza a importância de “uma verdadeira transformação

da escola, de tal modo que o aluno tenha a oportunidade de aprender”. A mesma

autora deixa claro que a oportunidade de aprendizado deve acontecer “na condição

de que sejam respeitados as suas peculiaridades, necessidades e interesses, a sua

autonomia intelectual, o ritmo e suas condições de assimilação dos conteúdos

curriculares” (MANTOAN,1998, p.3). Assim, entendemos que um espaço educativo

que crie condições para a atuação de todos é reflexo do processo inclusivo.

Na mesma direção, Mittler (2001) afirma que é necessária uma reforma

sistemática da escola, através de uma mudança do sistema vigente, para que se dê

conta das necessidades de todos os alunos. De acordo com o autor não é,

simplesmente, transferir o aluno de uma escola especial para uma regular, pois, tal

ato deve incorporar uma mudança de conceitos e valores que contemplem a

diversidade. Assim, a escola, como grupo social, depende da sociedade, e

quaisquer das suas mudanças dependem da relação que mantém com outras

escolas, com as famílias, com a população.

Dentre algumas questões que contribuem para a efetivação de uma escola

inclusiva, destacadas por Pellanda (2006), citamos algumas: a ressignificação da

educação escolar, na garantia da aprendizagem de todos; o rompimento de

barreiras arquitetônicas e, principalmente, de atitudes que configuram a exclusão;

os serviços especializados; o envolvimento da comunidade escolar no processo de

ensino; a formação continuada do professor, com recursos para tal; a sensibilização

da comunidade em geral para evitar distinções. Algumas dessas questões serão

retomadas a seguir.

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38

Cada vez mais os espaços públicos, de modo geral, são contemplados com a

diversidade. Na escola isso não é diferente, uma vez que acolhemos crianças com

condições físicas, intelectuais, sociais, emocionais diferentes. Conviver com a

diversidade vai além de aceitá-la: é preciso refletir sobre ela e buscar a

transformação de uma escola que se intitula aberta, mas que ainda é marcada pela

dinâmica da escola tradicional.

Sassaki (1997) aponta como principais características de uma escola

inclusiva: 1. As crianças pertencem à escola, então aprendem juntas; 2. A liderança

do diretor, que envolve a escola na construção de estratégias; 3. Os bons resultados

educacionais indicam a atenção às necessidades individuais dos alunos; 4.

Envolvimento dos alunos em atividades de apoio mútuo; 5. Desempenho de novos

papéis em que todos fazem parte do processo de aprendizagem; 6. Os pais como

parceiros na educação de seus filhos; 7. Acessibilidade; 8. Ambientes flexíveis, em

que se respeita o ritmo de aprendizagem de cada aluno; 9. Aprendizado

cooperativo; 10. Novas práticas avaliativas, cada vez menos padronizadas; 11.

Capacitação contínua do professor.

Percebe-se que algumas das questões apresentadas acima já estão

presentes na escola pública, porém permeadas de outras que nem sempre

favorecem a sua efetivação (SASSAKI, 1997). O que se espera é que cada vez

mais a comunidade escolar se aproprie dessas questões; que todos os alunos se

sintam parte da escola; que professores e demais profissionais estejam receptivos a

esta nova realidade; e que as equipes administrativa e pedagógica estimulem a

escola, de forma geral, a trabalhar com todos os alunos com necessidades

educacionais especiais (NEE).

NOTA

O termo “pessoa com necessidades educacionais especiais” na

Declaração de Salamanca, diz respeito a todas as pessoas com

deficiências, os moradores de rua, os trabalhadores, os

superdotados, os nômades, os marginalizados, cuja pedagogia

sugerida concentra-se no atendimento das especificidades de

cada um (UNESCO, 1994).

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Quando pensamos numa sociedade inclusiva a grande preocupação diz

respeito à igualdade de direitos, e os desafios a serem enfrentados, para que tais

direitos sejam garantidos a todos. Basta um olhar para os diversos espaços sociais,

dentre eles a escola, para que percebamos o quanto as barreiras arquitetônicas têm

impedido a livre circulação dos diversos sujeitos.

Pellanda (2006, p.169) esclarece que “com a mudança de paradigmas que

vêm acontecendo, muitas escolas que não possuem adaptações arquitetônicas têm

procurado realizá-las, através de recursos próprios ou projetos financiados por

órgãos municipais, estaduais e/ou federais”. Talvez mais complicadas sejam as

atitudes dos sujeitos em relação às pessoas com necessidades especiais, já que

temos a percepção de viver em uma sociedade que ainda exclui e que, por muitas

vezes, não esconde o seu preconceito frente ao que não lhe parece o padrão. A

comunidade, segundo Pellanda (2006), precisa ser sensibilizada para que, muito

mais do que o respeito às diferenças, seja uma aliada na construção de uma escola

inclusiva.

Em razão das discussões propostas pela inclusão, o Atendimento

Educacional Especializado (AEE), foi definido pelo Decreto nº 7.611, de 17 de

novembro de 2011, é gratuito aos estudantes com deficiência, transtornos globais

do desenvolvimento e altas habilidades/superdotação, e deve ser oferecido de

forma transversal a todos os níveis, etapas e modalidades, preferencialmente na

rede regular de ensino. (BRASIL, 2011). Os profissionais que atuam nesses

programas possuem formação especializada e, segundo Pellanda (2006, p.179)

“podem contribuir com seus conhecimentos e experiência, dentro das necessidades

educacionais especiais, dando suporte pedagógico ao professor da sala comum”.

Assim, a LBD, no seu título VI, afirma que cabe aos sistemas de ensino a

promoção da valorização dos profissionais da educação, garantindo-lhes

aperfeiçoamento (BRASIL, 1996). Sabemos que o atual contexto educacional exige

um profissional com competência para atuar frente à diversidade existente na

escola, porém, segundo Pellanda (2006, p.179), “sabemos que os professores não

foram preparados para isso, pois seus cursos de formação não abordaram assuntos

que hoje se tornam importantes para a implementação da prática pedagógica”.

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Dessa forma, é imprescindível que os profissionais que atuam no espaço

escolar busquem se atualizar frente às novas demandas e muito mais do que “obter,

o mais rápido possível, conhecimentos que resolvam problemas pontuais a partir de

regras gerais” (MANTOAN, 2003 p. 43), busquem, de fato, compreender o processo

inclusivo, com vistas a ressignificar sua prática pedagógica.

Entendemos, nesse contexto, que todas as comunidades escolares devem

primar pela garantia dos princípios educacionais que alcancem a todos, sem

distinção. Figueiredo (2002) aponta que as desigualdades promovem a

inferioridade, pois estabelecem relações de exploração, e as diferenças, ao

contrário, permitem a identificação e a diferenciação.

A ideia de educação inclusiva deixará de ser utópica a partir de uma tomada

de consciência sobre as possibilidades do agir, em detrimento ao se acomodar. É

olhar para o outro como seu par e em conjunto mudar os rumos da educação

inclusiva.

Atividade 4 – Compreendendo conceitos

Ao longo da história da Educação Inclusiva muitas foram as nomenclaturas

usadas para definir essa modalidade educacional. Vejamos:

Educação Especial – refere-se ao atendimento em instituições especializadas.

Educação Inclusiva – refere-se à inclusão de alunos com necessidades

educacionais especiais em escolas comuns.

Integração – trata-se da inserção do aluno na escola, contudo não garante a

inclusão ( MANTOAN, 2003).

Atividade 5 – Retomando conceitos

A partir dos conceitos da atividade 4, retome a poesia da Unidade II, para

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identificar se as características por você atribuídas, correspondem à Educação

Especial, à Educação Inclusiva ou à Integração.

Atividade 6 - Apresentação de vídeo

A apresentação do vídeo “Lição de vida em 3 minutos” é um referencial para a

reflexão sobre nossas atitudes no espaço escolar, uma vez que elas podem

desencadear uma série de posições que, com certeza, tendem a promover o bem ou

o mal coletivo.

Descrição do vídeo

O vídeo tailandês “Lição de vida em 3 minutos” foi disponibilizado, no

Youtube, pela TV Câmera de Agudos, no dia 08 de abril de 2014. Ele mostra a rotina

de um rapaz que busca fazer o bem, mesmo sob olhares contrários, sem se

preocupar com recompensa. Através de suas atitudes solidárias tudo a sua volta se

transforma, o que o faz imensamente feliz.

Figura 5- Lição de vida em 3 minutos

FONTE: https://www.youtube.com/watch?v=zEUqKVyzEHE

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Atividade 7 – Leitura dialogada

O texto a seguir tem como objetivo reconhecer as dificuldades encontradas na

escola, no que se refere ao processo inclusivo, porém busca suscitar nos

participantes o desejo de tornar possível a prática inclusiva.

Dificuldades e possibilidades da educação inclusiva

A escola brasileira tem como marca o fracasso e a evasão de boa parte dos

alunos, conforme afirma Mantoan (2003). Sabemos quem são esses alunos, pois

lidamos com eles no espaço escolar, reforçando muitas vezes o seu

comportamento, que foge aos padrões que reconhecemos como aceitáveis.

Mantoan (2003 p.18) afirma que “não buscam novas saídas e que não vão a fundo

às causas geradoras do fracasso escolar. Esse fracasso continua sendo do aluno,

pois a escola reluta em admiti-lo como sendo seu”. Na verdade, é o próprio ensino

que dá destaque às dificuldades, não considera as tentativas de acerto, mas o erro,

e assim condena o aluno à reprovação, à evasão, à exclusão.

Sabe-se que o século XX findou sem que a inclusão, apresentada em

diversos documentos legais, tivesse acontecido, de fato. Por outro lado, segundo

Mazzotta (1996) e Omote (2000), algumas pesquisas demonstram que muitos

serviços não cumprem, de forma eficaz, o seu fim. Compreendemos que alguns

serviços especializados podem promover, cada vez mais, a distância em relação ao

retorno para o ensino comum. Omote (1999) revela que manter alunos por um

grande período em classes especiais evidencia o uso inadequado dessa

modalidade. Por outro lado, segundo Ide (1990) estudos identificam muitas

experiências bem-sucedidas em classes especiais.

No Brasil, de forma geral, ainda existem dificuldades que permeiam a

inclusão escolar. De acordo com Mendes (2011, p.106) “os poucos alunos que têm

tido acesso não estão necessariamente recebendo uma educação apropriada, seja

por falta de profissionais qualificados ou mesmo pela falta generalizada de

recursos”. No /mesmo sentido Glat (2005) aponta que, mesmo diante do grande

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reconhecimento da Educação Inclusiva e de práticas promissoras desenvolvidas

nas escolas, são necessárias condições institucionais para efetivá-la.

Outros entraves à educação inclusiva, apontados por Villela, Lopes e

Guerreiro (2013), dizem respeito ao fato de os professores estarem, muitas vezes,

apáticos frente ao sistema educacional brasileiro, o que os torna resistentes a

mudar sua prática pedagógica: salas numerosas, alunos indisciplinados, tecnologias

existentes indisponíveis, entre outros. Porém, as autoras salientam que a inclusão

se constitui em tarefa difícil, mas possível de se realizar, assim propõem a busca de

alternativas de mudança (VILLELA, LOPES, GUERREIRO, 2013).

Com base no exposto, Ferguson e Ferguson (1998) argumentam sobre

outros conflitos que ainda são encontrados, como o público da inclusão, o local da

inclusão (na classe comum ou em locais especializados), o foco da aprendizagem

para a inclusão, o impacto da inclusão para os alunos que não possuem

deficiências, entre outras questões.

Rosa (2008) aponta que a Educação Inclusiva é a salvaguarda de acesso à

escola por todos, e leva a sociedade a criar relações de proteção à diversidade

humana e aceitação das diferenças, num esforço conjunto de equilíbrio às

oportunidades de desenvolvimento. Conforme expresso na Declaração de

Salamanca (BRASIL, 1994a, p.61): “O princípio fundamental da escola inclusiva é o

de que todas as crianças deveriam aprender juntas, independentemente de

quaisquer dificuldades ou diferenças que possam ter.” Em seguida o documento

afirma que além de identificar, as escolas devem responder a todas as necessidades

dos alunos, dessa forma acolhendo estilos e ritmos distintos de aprendizagem e

“assegurando uma educação de qualidade a todos através de currículo apropriado,

modificações organizacionais, estratégias de ensino, uso de recursos e parcerias

com a comunidade” (BRASIL, 1994a, p.61).

Imbernón (2000) destaca que, de forma geral, a escola regular não foi

organizada para abrigar a diversidade, mas para estabelecer a padronização dos

indivíduos para atingir os objetivos daqueles que se enquadram nos padrões de

normalidade. Segundo Mantoan (2002), as crianças necessitam da escola para

aprender e não para serem segregadas em atendimentos que as excluem. Ela

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acredita que primar pela qualidade do ensino regular é uma tarefa que precisa ser

abraçada por todos os educadores, e ainda aponta que “a inclusão escolar remete a

escola a questões de estrutura e de funcionamento que subvertem seus paradigmas

e que implicam um redimensionamento de seu papel para um mundo que evolui

a bytes“ (MANTOAN, 2001, p.19).

Segundo Blanco (1998) o desenvolvimento das escolas inclusivas carece de

mudanças relevantes na prática educativa, cuja pedagogia seja centrada na criança

e com condições de responder, inclusive, às necessidades daquelas que

apresentam incapacidade grave. Assim, é importante rever os conceitos da

educação inclusiva, uma vez que ela é primordial no desenvolvimento social das

pessoas com deficiência.

Entretanto, é um engodo supor que a inclusão se estabelece simplesmente

quando um aluno com necessidades educativas especiais está em uma sala regular.

Se as necessidades desse aluno não são atendidas a inclusão inexiste. Além das

discussões que devem ser propostas na escola para que a inclusão, de fato,

aconteça é fundamental que se proponham ações de diminuição das injustiças

sociais e promovam o fortalecimento dos direitos humanos. Stainback e Stainback

(1999) afirmam que as pessoas deficientes devem fazer parte da escola, e esta deve

se adequar para incluir a todos, já que a educação é uma questão de direitos

humanos.

Nesse sentido, Kunc (1992, p.37) aponta que " O princípio fundamental da

Educação Inclusiva é a valorização da diversidade dentro da comunidade humana.

Quando a Educação Inclusiva é totalmente abraçada, nós abandonamos a idéia de

que as crianças devem se tornar normais para contribuir para o mundo". Cada

pessoa tem uma contribuição a dar, então é imprescindível garantir, a princípio, o

resgate da autoestima do aluno com necessidades educacionais especiais, para que

não seja permitida a criação de rótulos aos que não se encaixam nos padrões

tradicionais estabelecidos na escola. Torna-se imprescindível trabalhar a diversidade

em sala de aula, e lançar um olhar especial para as necessidades de cada sujeito.

Segundo Fabrício e Souza (2006, p. 95), esse sujeito necessita “de um olhar

integral e não somente voltado para a sua dificuldade; de uma relação que vá além

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da objetividade pedagógica; de um ego auxiliar para poder constituir-se”. As autoras

ainda apontam a necessidade de uma escola e uma equipe estruturada para receber

tais alunos e auxiliá-los nas questões cognitivas e socioafetivas, bem como

professores que os desejem como alunos, para que se sintam seguros e tenham a

garantia do compromisso com a atenção às suas necessidades (FABRÍCIO; SOUZA,

2006).

Assim, não há inclusão sem planejamento, sem as devidas adaptações

curriculares, sem uma organização da prática pedagógica, sem a parceria com os

pais e profissionais de apoio. Não se trata de criar um manual que explique o passo-

a-passo na condução da educação inclusiva, mas uma tomada de consciência para

a necessidade de dar aos alunos, reais possibilidades de desenvolver suas

potencialidades.

Mantoan (2003) afirma que a escola regular é o melhor atendimento para

pessoas com deficiência e também para as demais crianças. A educação

especializada incide no uso de estratégias, linguagens, e equipamentos, entre

outros, que proporcionam aos alunos lidar com as dificuldades impostas por sua

deficiência, em um trabalho pedagógico que extrapola os conteúdos e o espaço

escolar.

Para que qualquer profissional da escola atenda à demanda inclusiva é

necessário, à princípio, buscar o conhecimento sobre o assunto, e depois promover

a mudança do paradigma tradicional, refletir sobre sua prática pedagógica e ter um

compromisso com a qualidade na aprendizagem. O mais importante, assim, é tomar

a decisão de transformar o modelo inclusivo em realidade, mesmo diante dos

desafios e obstáculos que aparecem ao longo do caminho.

Atividade 8 – Reflexão e Registro

1. Dos entraves à inclusão, apresentados no texto “A inclusão na escola pública,

qual mais se aproxima da escola em que você atua?

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2. Reflita sobre os seus conhecimentos e atuação frente à inclusão e a partir da

leitura do último parágrafo do texto “Dificuldades e possibilidades da Educação

Inclusiva”, desta unidade, registre, dentre os importantes requisitos apresentados

para um bom profissional, qual/quais você ainda precisa desenvolver. Justifique.

AUTOATIVIDADE

Chegamos ao final da Unidade IV em que pudemos refletir sobre os fatores que colaboram e os que interferem para uma escola, de fato, inclusiva. Nesse sentido, sugerimos que você retome as principais características de uma escola inclusiva, apontadas por Sassaki (1997) e registre quais delas já fazem parte da escola e quais ainda precisam ser implantadas. Em seguida discorra sobre de que forma a escola pode atuar para garantir a sua natureza inclusiva.

Que tal aprofundar os

seus conhecimentos?

Livro: Aprendendo a incluir e Incluindo para aprender- Isabel Parolin (org.) Capítulo: A Inclusão Escolar e a nossa realidade Educacional – Nívea M. de C. Fabrício e Vânia M. de C. Bueno de Souza - p. 93.

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UN

IDA

DE

V

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UNIDADE V

Objetivo

Conhecer e discutir as bases legais que norteiam a Educação Inclusiva.

Planejamento de atividades

Leitura: Políticas públicas para a Educação Inclusiva;

Vídeo: O MEC e a Política Nacional da Educação Especial Inclusiva;

Leitura: Documentos sobre a Educação Especial Inclusiva.

SEQUÊNCIA DE ATIVIDADES

Atividade 1 – Leitura dialogada

A partir da leitura a seguir, verificaremos quais as orientações legais a

respeito da inclusão de pessoas com necessidades educacionais especiais.

Políticas públicas para a educação inclusiva

Ao falarmos das políticas públicas que promovem a educação inclusiva, cabe

fazer referência ao conceito de política. Para Shiroma, Moraes e Evangelista (2007,

p.7), o vocábulo “política” suscita diversos significados, que marcaram sua presença

nos diversos momentos históricos do Ocidente, e segundo as autoras, refere-se à

cidade e, consequentemente, ao público, ao social.

A Política, obra de Aristóteles (384–322 a.C.), é considerada o primeiro

trabalho sobre o tema, em que o filósofo estagirita inicia as reflexões sobre as

formas de governo. Silva (2002, p. 7) afirma que o termo “políticas”, em se tratando

de educação, refere-se ao conjunto de “ações que se estabelece no campo

econômico, que se estendem à educação pública, pelo Banco Mundial, que se

dirigem à América Latina, e são assumidas pelos governos locais, cuja função é a

de dar a direção que se deseja para a educação nacional”.

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Nem sempre o desejo dos profissionais e demais envolvidos com a educação

é respondido pelas políticas existentes. Conforme Ball e Mainardes (2011, p. 13):

“As políticas envolvem confusão, necessidades (legais e institucionais), crenças e

valores discordantes, incoerentes e contraditórios, pragmatismo, empréstimos,

criatividade e experimentações”. Então, um dos grandes desafios da educação

brasileira é viabilizar o acesso e a permanência dos alunos com necessidades

educacionais especiais nas escolas públicas. Assim, é necessário conhecer e

compreender as políticas públicas para educação inclusiva, para que se possa

identificar os progressos e retrocessos presentes no sistema educativo.

Nos documentos sobre a inclusão, o Departamento de Educação Especial,

através do Parecer CNE nº 017/2001, mantém o compromisso de desenvolver e

implementar políticas públicas, no sentido de respeitar às diferenças e promover os

direitos humanos (BRASIL, 2001). Conforme o documento, a consciência do direito

de constituir uma identidade própria e do reconhecimento da identidade do outro se

traduz no direito à igualdade e no respeito às diferenças, assegurando

oportunidades diferenciadas (equidade), tantas quantas forem necessárias, com

vistas à busca da igualdade. O princípio da equidade, conforme o parecer,

reconhece a diferença e a necessidade de haver condições diferenciadas para o

processo educacional (BRASIL, 2001).

No estado do Paraná, conforme Matiskei (2004), a Secretaria de Estado da

Educação apresenta sua proposta político-pedagógica e traz, como principais linhas

de ação: a reformulação curricular; a construção de um novo Plano Estadual de

Educação; e a efetivação da política de formação continuada dos profissionais da

Educação. Assim, desenvolve inúmeros projetos dirigidos à inclusão social e a

promoção da cidadania de crianças, jovens e adultos, conforme prevê o artigo 6º da

Deliberação n.º 02/2003, do Conselho Estadual de Educação, que estabelece

normas para a educação especial no sistema de ensino do estado do Paraná

(PARANÁ, 2003).

A mesma deliberação ainda esclarece que o Atendimento Educacional

Especializado (AEE) será garantido aos alunos com necessidades educacionais

especiais oriundas de: “I. dificuldades acentuadas de aprendizagem, ou limitações

no processo de desenvolvimento, vinculadas a uma causa orgânica específica, ou

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relacionadas a distúrbios, limitações ou deficiências; II. Dificuldades de

comunicação e sinalização” (PARANÁ, 2003, p.2).

Conforme expresso nas Diretrizes Curriculares da Educação Especial para a

Construção de Currículos Inclusivos (2006), no Paraná, há a oferta de serviços de

apoio complementar e suplementar especializados, nas escolas da rede pública de

ensino, para o público-alvo da Educação Especial, acrescido do atendimento aos

alunos com Transtornos Funcionais Específicos (TFE), organizado nas Salas de

Recursos Multifuncional (SRM), Professor de Apoio à Comunicação Alternativa

(PAC), Professor de Apoio Educacional Especializado, (PAEE), Tradutor e Intérprete

de LIBRAS (TILS), Guia Intérprete, entre outros (PARANÁ, 2006).

Tais serviços de apoio complementar à educação são ofertados a alunos com

Deficiência Intelectual (DI), Deficiência Física Neuromotora (DFN), Deficiência

Visual e Baixa Visão (DV), Surdez, Surdocegueira, Transtorno Global do

Desenvolvimento (TGD), Transtornos Funcionais Específicos (TFE) e Altas

Habilidades/ Superdotação (AH/SD) (PARANÁ, 2006). Os serviços mencionados e a

quem eles são devidos passaremos a esclarecer a seguir.

A instrução n° 016/2011 – SEED/SUED, define como Sala de Recursos

Multifuncional – Tipo I, na Educação Básica, um atendimento pedagógico

educacional especializado e complementar à escolarização dos alunos que

apresentam deficiência Intelectual, deficiência física neuromotora, transtornos

globais do desenvolvimento e transtornos funcionais específicos, de alunos

matriculados na rede pública de ensino (PARANÁ, 2011).

A instrução n° 020/2010 - SUED/SEED orienta a organização e

funcionamento do Atendimento Educacional Especializado na Área da Deficiência

Visual e define o atendimento nas Salas de Recursos Multifuncionais Tipo II, ou nos

Centros de Atendimento Educacional Especializado na Área da Deficiência Visual

(CAEDV) como um Atendimento Educacional Especializado para alunos cegos, de

baixa visão ou outros acometimentos visuais (ambliopia funcional, distúrbios de alta

refração e doenças progressivas), e também para pessoas com cegueira adquirida

ou baixa visão que necessitam de atendimento complementar e suplementar como

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Orientação e Mobilidade, Sistema Braille, Atividades de Vida Autônoma e Social,

entre outros, por tempo determinado (PARANÁ, 2010).

A instrução n.º 009/2009 – SUED/SEED que estabelece os critérios para a

solicitação de Professor de Apoio à Comunicação Alternativa, com atuação no

Ensino Fundamental, Médio e Educação de Jovens e Adultos, define o Professor de

Apoio à Comunicação Alternativa (PAC) como um profissional especializado, que

atua em sala de aula de estabelecimentos do Ensino Fundamental, Médio e

Educação de Jovens e Adultos, que se faz mediador da comunicação entre o aluno

com deficiência física neuromotora, o grupo social e o processo de ensino e

aprendizagem. Tal profissional usa formas alternativas e diferenciadas de linguagem

expressiva oral e escrita, em função das sequelas neurológicas e neuromusculares

do aluno (PARANÁ, 2009).

A instrução normativa n.º 001/2016 – SEED/SUED estabelece os critérios

para a solicitação de Professor de Apoio Educacional Especializado aos estudantes

com Transtorno do Espectro Autista, e define Professor de Apoio Educacional

Especializado (PAEE) como um profissional com habilitação para atuar, nas

instituições de ensino da Educação Básica e na Educação de Jovens e Adultos, da

rede pública de ensino do estado do Paraná, como mediador do aprendizado e

escolarização no atendimento aos estudantes com Transtorno do Espectro Autista

(PARANÁ, 2016).

A instrução n° 003/2012 – SEED/SUED que estabelece normas para atuação

do profissional tradutor e intérprete de Língua Brasileira de Sinais- Libras/Língua

Portuguesa (TILS) nos Estabelecimentos de Ensino da Rede Pública Estadual

define como tradutor e intérprete de Libras/Língua Portuguesa (TILS) o profissional

bilíngue que oferece suporte pedagógico à escolarização de alunos surdos

matriculados na Educação Básica, da rede regular de ensino, que tem por função a

mediação linguística entre aluno surdo e demais membros da comunidade escolar,

de forma a assegurar o aprendizado com o uso da educação bilíngue (Libras/Língua

Portuguesa) (PARANÁ, 2012).

Carvalho (1999) aponta que os vários documentos voltados à integração de

pessoas deficientes são inspiração para a criação e implementação de políticas, que

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envolvem a temática deficiência. Fica claro que é função da escola acolher e

ensinar, indistintamente, a todas as crianças, de acordo com suas condições

sociais, físicas e intelectuais, entre outras, bem como responder e atuar frente às

necessidades que tenham em função de tais condições.

Sabemos que sempre existirão dificuldades, como as citadas por Mantoan

(2006, p. 24): ”a neutralização do desafio à inclusão, por meio de políticas públicas

que impedem que as escolas se mobilizem para rever suas práticas excludentes; o

preconceito, o paternalismo em relação aos grupos socialmente fragilizados, como o

das pessoas com deficiência”.

Embora as políticas da educação inclusiva estejam alicerçadas em vários

documentos, inclusive internacionais, que afirmam que a escola regular é um meio

de combater a discriminação sabemos que há, ainda, um longo trajeto a percorrer.

Não se pode negar o avanço político dos direitos em relação às pessoas com

necessidades especiais, tampouco ter a visão ingênua de que a igualdade de

direitos, baseada nos planos legais, amplia, concretamente, as possibilidades de

participação, pois “o mero direito jurídico não produz o novo sujeito político, não

materializa formas organizativas, não expressa necessidades nem institucionaliza

bandeiras de luta e resistência” (ROSS, 1998, p. 68). Muito mais do que estar

estabelecida numa política pública, a inclusão deve acontecer, de fato, nas

instituições escolares do país.

Atividade 2 – Apresentação de vídeo

A apresentação do vídeo “O MEC e a Política Nacional da Educação Especial

Inclusiva” tem como objetivo informar os participantes acerca de como a inclusão

acontece, a partir das políticas públicas assumidas pelo governo federal.

Descrição do vídeo

O vídeo "O MEC e a política nacional da educação especial inclusiva” foi

disponibilizado no Youtube em 28 de outubro de 2014, pela Marcha da Liberdade.

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Trata-se do Programa Participação Popular, em que são abordadas as políticas do

MEC em relação à Especial Inclusiva, nas vozes de especialistas do tema.

Figura 6- O MEC e a política nacional da educação especial inclusiva

FONTE: https://www.youtube.com/watch?v=_P3gBZZ1YJI

Atividade 3 – Leitura dialogada

A seguir, apresentaremos alguns documentos que orientam as políticas

públicas a respeito da inclusão escolar de pessoas com necessidades educacionais

especiais.

Documentos sobre a educação especial inclusiva

A edificação de um sistema educacional inclusivo é possível, mediante a

efetivação de parcerias entre governos, instituições de ensino e comunidade em

geral. Nesse sentido, faremos, inicialmente, referência a alguns importantes

documentos internacionais que tratam da educação especial na perspectiva

inclusiva.

a) 1990– Declaração de Jomtien - Declaração Mundial de Educação para Todos -

O documento da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a

Cultura (UNESCO), alerta para que se dê uma atenção especial às necessidades

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básicas de aprendizagem das pessoas portadoras de deficiências, e se tomem

providências para a garantia da igualdade de acesso à educação aos portadores de

todas e quaisquer deficiências, como parte integrante do sistema educativo.

(UNESCO, 1990)

b) 1994 – Declaração de Salamanca- O documento foi concebido na Conferência

Mundial de Educação Especial, em Salamanca, como resolução da Organização das

Nações Unidas (ONU) e traz princípios, políticas e práticas referentes às

necessidades educativas especiais. A Declaração afirma, entre outras coisas, que

todas as crianças com dificuldades de aprendizagem podem ser consideradas com

necessidades educacionais especiais, que a escola deve se adaptar ao aluno e não

o contrário, que independente das diferenças a educação é direito de todos.

(UNESCO, 1994).

c) 1999 – Convenção de Guatemala- A Convenção Interamericana para a

Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra as Pessoas Portadoras de

Deficiência é conhecida como Convenção da Guatemala, e no Brasil, sob o Decreto

nº 3.956/2001, afirma que as pessoas com deficiência têm direitos e liberdade,

assim como as demais pessoas, e que em tais direitos, encontra-se o que diz

respeito a não ser sujeita à discriminação por conta de sua deficiência, o que advém

da dignidade e da igualdade, que são pertinentes a todo ser humano. O texto ainda

a palavra portador para se referir às pessoas com necessidades educacionais

especiais.

d) 2009 – Convenção Internacional sobre os Direitos das Pessoas com

Deficiência (decreto 6.942, de 25 de agosto de 2009) - A convenção foi aprovada

pela Organização das Nações Unidas (ONU) e tem o Brasil como um de seus

signatários. O documento prevê que os países são responsáveis por garantir uma

educação inclusiva em todos as etapas de ensino (BRASIL, 2009)

Neste momento vamos aprofundar nossos estudos nos documentos

nacionais, cujas políticas públicas inclusivas trouxeram grande avanço no processo

de inclusão das pessoas com necessidades educacionais especiais.

a) 1961 – Lei Nº 4.024- A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBEN)

firma o atendimento educacional às pessoas com deficiência, que são

caracterizadas como excepcionais. Afirma ainda que a educação de excepcionais,

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deve, na medida do possível, enquadrar-se no sistema geral de educação, para que

se possa integrá-los na comunidade (BRASIL, 1961).

b) 1971 – Lei Nº 5.692- Esta Lei de diretrizes e bases educacionais substitui a

anterior. No texto, da época da ditadura militar, os alunos com deficiências físicas ou

mentais, aqueles com importante atraso quanto à idade regular de matrícula, bem

como os superdotados deveriam receber tratamento especial. As crianças seriam

direcionadas para as escolas especiais, portanto a lei não motivava a inclusão na

rede regular (BRASIL, 1971).

c) 1988 – Constituição Federal- A carta magna brasileira, no artigo 208, que

discorre sobre a Educação Básica obrigatória e gratuita dos 4 aos 17 anos, garante

que é dever do Estado o “atendimento educacional especializado aos portadores de

deficiência, preferencialmente na rede regular de ensino” (BRASIL, 1998 p. 57). O

artigo 205, aponta a Educação como um direito de todos para o pleno

desenvolvimento da pessoa, o exercício da cidadania e a qualificação para o

trabalho (BRASIL, 1998). E no artigo 206 garante “a igualdade de condições para o

acesso e permanência na escola” (BRASIL, 1998 p. 57).

d) 1989 – Lei Nº 7.853- A lei dispõe sobre o apoio aos portadores de deficiência, e

entre outros, obriga a inserção de escolas especiais, privadas e públicas, no sistema

educacional e a oferta, obrigatória e gratuita, da Educação Especial em

estabelecimento público de ensino; prevê a oferta de educação especial hospitalar;

acesso a material escolar, merenda escolar e bolsas de estudo; afirma a

responsabilidade do poder público sobre a matrícula obrigatória de pessoas

portadoras de deficiência, pelo menos daquelas que, segundo a lei, fossem capazes

de se integrar no sistema regular de ensino ou em cursos regulares de

estabelecimentos públicos e particulares (BRASIL, 1989). Assim, tal lei exclui grande

número de pessoas ao sugerir que são incapazes de se integrar.

e) 1990 – Lei Nº 8.069- O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), garante o

atendimento educacional especializado às crianças com deficiência, de preferência

na rede regular de ensino; é assegurado o trabalho protegido; prioridade de

atendimento nas políticas públicas de proteção às famílias com crianças e

adolescentes deficientes. (BRASIL, 1990).

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f) 1994 – Política Nacional de Educação Especial- O texto propõe a “integração

instrucional”, que permite que ingressem em classes regulares as crianças com

deficiência que “possuem condições de acompanhar e desenvolver as atividades

curriculares programadas do ensino comum, no mesmo ritmo que os estudantes

ditos normais” (BRASIL, 1994, p. 19). Percebe-se, nesta política, um retrocesso no

processo inclusivo, pois exclui grande parte desses alunos do sistema regular de

ensino (BRASIL, 1994).

g) 1996 – Lei Nº 9.394- A Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB) traz um

capítulo específico para a Educação Especial e garante apoio especializado, na

escola regular, para o atendimento da clientela desta modalidade; atendimento

educacional em classes, escolas ou serviços especializados, sempre que, pelas

condições do aluno, for impossível a integração nas classes comuns de ensino

regular; prevê a formação dos professores; trata dos métodos, técnicas e recursos

para atender às necessidades das crianças com deficiência, transtornos globais do

desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação (BRASIL, 1996).

h) 1999 – Decreto Nº 3.298- O decreto regulamenta a Lei nº 7.853/89, que dispõe

sobre a Política Nacional para a Integração da Pessoa Portadora de Deficiência e

consolida as normas de proteção, além de dar outras providências. O objetivo

principal é proporcionar a absoluta integração da pessoa portadora de deficiência no

cenário socioeconômico e cultural. (BRASIL, 1999). O texto ainda afirma que a

Educação Especial é uma modalidade transversal a todos os níveis e modalidades

de ensino e destaca seu caráter complementar ao do ensino regular. (BRASIL,

1999).

i) 2001 – Lei Nº 10.172- A Lei aprova o Plano Nacional de Educação e dá outras

providências. A educação especial será promovida em todos os níveis de ensino;

será garantido vaga no ensino regular para sujeitos com quaisquer deficiências;

política de caráter flexível, que valoriza a diversidade, em função das realidades

existentes no país (BRASIL, 2001).

j) 2001 – Resolução CNE/CEB Nº 2- O texto do Conselho Nacional de Educação

(CNE) estabelece Diretrizes Nacionais para a Educação Especial na Educação

Básica. Entre outros, afirma que as escolas devem matricular todos os alunos, e

organizar-se para o atendimento àqueles com necessidades educacionais especiais,

para garantir uma educação de qualidade para todos. Contudo, o documento propõe

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ser possível a substituição do ensino regular pelo atendimento especializado e

afirma que o atendimento escolar dos alunos com deficiência tem início na

Educação Infantil, “assegurando-lhes os serviços de educação especial sempre que

se evidencie, mediante avaliação e interação com a família e a comunidade, a

necessidade de atendimento educacional especializado” (BRASIL, 2001, p.1).

k) 2002 – Resolução CNE/CP Nº1/2002- A resolução institui as diretrizes

curriculares nacionais para a formação de professores da Educação Básica, em

nível superior, curso de licenciatura, de graduação plena. Em relação à Educação

Inclusiva a resolução determina que além da formação os profissionais devem ter o

conhecimento “sobre crianças, adolescentes, jovens e adultos, aí incluídas as

especificidades dos alunos com necessidades educacionais especiais” (BRASIL,

2002, p. 3).

l) 2002 – Lei Nº 10.436/02- Reconhece a Língua Brasileira de Sinais (Libras) como

meio legal de comunicação e expressão (BRASIL, 2002).

m) 2005 – Decreto Nº 5.626/05- O decreto regulamenta a Lei nº 10.436, de 2002.

(BRASIL, 2005).

n) 2007 – Plano Nacional de Educação em Direitos Humanos- Documento

elaborado pela Secretaria Especial dos Direitos Humanos, Ministério da Educação

(MEC), Ministério da Justiça e a Organização das Nações Unidas para a Educação,

a Ciência e a Cultura (UNESCO), que tem como objetivo promover a discussão de

temáticas em relação às pessoas deficientes e desenvolver ações que efetivem a

inclusão (BRASIL, 2007).

o) 2007 – Decreto Nº 6.094/07- O texto trata da implementação do Plano de Metas

Compromisso Todos pela Educação, do MEC e fortalece a inclusão no sistema

público de ensino (BRASIL, 2007).

p) 2008 – Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação

Inclusiva- O documento orienta para o atendimento educacional especializado e a

formação de professores e profissionais da área para o atendimento educacional

especializado. As diretrizes do documento fundamentam uma política pública voltada

à inclusão escolar. (BRASIL, 2008).

q) 2008 – Decreto Nº 6.571- Trata do atendimento educacional especializado (AEE)

na Educação Básica e o define como uma série de atividades e recursos

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organizados que visam a formação complementar ou suplementar de alunos no

ensino regular. (BRASIL, 2008). O decreto dá à União a obrigação de prestar apoio

técnico e financeiro aos sistemas públicos de ensino para que seja oferecida a

modalidade e reforça que o atendimento educacional especializado (AEE) deve

integrar o projeto pedagógico da escola (BRASIL, 2008).

r) 2009 – Resolução Nº 4 CNE/CEB- O objetivo dessa resolução é orientar o

atendimento educacional especializado (AEE) na Educação Básica, realizado em

período contraturno e, de preferência, nas salas de recursos multifuncionais das

escolas regulares. A resolução do CNE orienta os sistemas de ensino para que

cumpram o Decreto Nº 6.571 (BRASIL, 2009).

s) 2012 – Lei nº 12.764- Esta lei institui a Política Nacional de Proteção dos Direitos

da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista e altera o inciso 3o do art. 98 da Lei

no 8.112, de 11 de dezembro de 1990.

t) 2014 – Lei nº 13.005, de 25 de junho de 2014- O Plano Nacional de Educação

(PNE) - na meta 4, que se refere à Educação Especial, trata de “Universalizar, para

a população de quatro a dezessete anos com deficiência, transtornos globais do

desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação, o acesso à Educação Básica

e ao atendimento educacional especializado” (BRASIL, 2014, p. 33). A lei

complementa que tal atendimento deve ser ofertado, preferencialmente, na rede

regular de ensino (BRASIL, 2014). O Plano ainda garante, um “sistema educacional

inclusivo, de salas de recursos multifuncionais, classes, escolas ou serviços

especializados, públicos ou conveniados” (BRASIL, 2014, p. 33). A dificuldade

encontrada na redação do Plano diz respeito à palavra preferencialmente, pois pode

promover a exclusão de alunos, que ficariam matriculados apenas em escolas

especiais.

Entendemos que os documentos supracitados foram dirigidos à eliminação de

todas as formas de discriminação, de tal modo que todos os alunos sejam incluídos

nas ações pedagógicas da escola, seja nas diferentes formas de aprender, seja no

convívio com os demais participantes do processo pedagógico.

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Atividade 4 – Reflexão e Registro

Agora que você já tem um conhecimento sobre os documentos referentes à

Educação Inclusiva, pesquise e discorra sobre a Política Nacional de Educação

Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva, dando ênfase aos seguintes

aspectos:

1. A quem se destina o documento?

2. Como acontece o atendimento especializado a partir deste documento?

3. Qual o papel da escola nesse contexto?

Chegamos ao final da Unidade V em que pudemos refletir acerca das políticas públicas voltadas para a Educação Especial numa perspectiva inclusiva e vimos onde surgiram os primeiros movimentos inclusivos no mundo. Foi possível, também, observar quais destas políticas estão contempladas na instituição em que atuamos, respondendo à ideia de equidade. Assim, sugerimos que você faça uma pesquisa sobre os conceitos de igualdade e equidade, e cite exemplos evidenciando-os.

AUTOATIVIDADE

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60

UN

IDA

DE

VI

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61

UNIDADE VI

Objetivo

Refletir sobre a importância do estudo sobre a inclusão.

Planejamento de atividades

Vídeo: A prática pedagógica com alunos público-alvo da Educação Especial;

Leitura: Reflexões sobre prática pedagógica inclusiva;

Debate: Qual é a inclusão que professamos?

SEQUÊNCIA DE ATIVIDADES

Atividade 1 – Imagem para discussão

A imagem abaixo mostra a forma de tratamento dado às pessoas com

necessidades educacionais especiais. Assim, é imprescindível identificar se a

inclusão acontece, de fato, na escola em que atuamos, na busca de efetivá-la.

Figura 7– Inclusão Social de verdade

FONTE: http://www.filosofiahoje.com/search?q=inclus%C3%A3o

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Atividade 2 – Apresentação de vídeo

A apresentação do vídeo “A prática pedagógica com alunos público-alvo da

educação especial” tem como objetivo destacar a importância do estudo do

professor, frente aos desafios da Educação Especial, bem como a parceria que pode

ser formada com o especialista, no trabalho com os alunos público-alvo da educação

especial.

Descrição do vídeo

O vídeo corresponde à Aula 06- A prática pedagógica com alunos público-

alvo da educação especial em sala comum, da disciplina Ensino de Ciências na

perspectiva da Educação Inclusiva, da Universidade de São Paulo (USP). A

videoaula foi publicada no Youtube por SOCEPEL, em 09 de janeiro de 2015.

Figura 8 – A prática pedagógica com alunos público-alvo da educação especial

FONTE: https://www.youtube.com/watch?v=HhtXE-NK7Uo

Atividade 3 – Leitura dialogada

Este é o momento de repensarmos a nossa prática, considerando a

importância de um olhar que contemple a diversidade de sujeitos que há na escola.

AUTOATIVIDADE

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63

Reflexões sobre a prática pedagógica inclusiva

Consoante com as políticas públicas destinadas à Educação Especial e

através de ações planejadas e refletidas pelo professor, no dia a dia da sala de aula,

a escola propõe seu objetivo primordial, qual seja o de promover a aprendizagem e

o constante desejo de aprender com autonomia. Para tal, é preciso estar em

constante reflexão sobre a prática pedagógica, o que significa observar os alunos de

perto, demonstrar interesse por seu desenvolvimento, compreender suas diferenças

e aspirações, e, consequentemente, incentivá-los em suas atividades.

Assim, é fundamental um investimento permanente na formação de

educadores. A esse respeito Hoffman (2001 p. 213) aponta que “formar e qualificar

profissionais conscientes de sua responsabilidade ética frente à inclusão é, sem

dúvidas, um sério compromisso”. A autora ainda salienta que não é suficiente

oferecer uma escola para todos, se a individualidade dos sujeitos não for

considerada, e que a escola dê a cada aluno a possibilidade de atingir sua cidadania

mediante o respeito e a aprendizagem (HOFFMAN, 2001).

Não obstante a isso, o professor ainda reproduz um ensino baseado numa

sociedade que não considera a diversidade, e rejeita quaisquer situações que

promovam um repensar dos seus conceitos em relação à prática pedagógica.

Podemos observar, claramente, tal situação nas diversas reuniões pedagógicas, nos

conselhos de classe e nas capacitações das quais participamos, cujo discurso do

professor traz clara a resistência à mudança de paradigma. Então, para mascarar a

situação, o professor se assume inclusivo, porém continua seu direcionamento ao

ensino, com a mesma substância de outrora.

Mantoan (2003, p. 41) afirma que a inclusão “abala a identidade profissional e

o lugar conquistado pelos professores em uma dada estrutura ou sistema de ensino,

atentando contra a experiência, os conhecimentos e o esforço que fizeram para

adquiri-los”.

A resistência de muitos profissionais das instituições de ensino em relação à

inclusão se concentra também no fato de que eles não acreditam que estudantes

com necessidades educacionais especiais são capazes de aprender. Nessa mesma

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linha de raciocínio de alguns professores, aparentemente, alguns pais não creem

que uma escola inclusiva pode ser produtiva, garantindo que a presença de alunos

especiais pode atrapalhar seus filhos, como se a deficiência fosse um tipo de

doença contagiosa.

Conforme J. Silva (2001) a igualdade é a marca substancial da democracia,

porém a igualdade absoluta é difícil de ser alcançada, pois as pessoas são

diferentes em razão de sua cor, sua raça, seu sexo, seu físico e sua força.

Consideramos que todas as pessoas devem ser tratadas com dignidade, assim cabe

refletir sobre como minimizar tais desigualdades sociais com vistas a alcançar o

verdadeiro conteúdo do Princípio da Isonomia.

Atualmente, o conceito de igualdade, segundo F. Silva (2001, p.36), deve ser

analisado utilizando o “aspecto formal e o aspecto material”. Conforme a autora o

aspecto formal “prescreve o tratamento normativo igualitário, enquanto que o

aspecto material destina-se a assegurar a igualdade real e efetiva, tratando de forma

igual quem está em condições iguais e de forma desigual quem se encontra em

desigualdade” (SILVA, 2001, p.36).

Nesse sentido, Villela, Lopes e Guerreiro (2013) questionam sobre a

necessidade de os professores valorizarem e respeitarem as diferenças nas suas

práticas pedagógicas, e também, se o fato de o professor não querer trabalhar com

alunos deficientes pode estar relacionado à falta de conhecimento a respeito da

Educação Inclusiva.

Embora resistentes, é recorrente no discurso dos profissionais da escola a

preocupação com a inclusão. A defesa dos direitos educacionais das pessoas

deficientes é considerada recente em nossa sociedade, portanto ainda suscita

muitas dúvidas. Assim discorre Parolin (2006, p.28): “pensando na inclusão escolar

sob o ponto de vista psicopedagógico e como ela vem acontecendo nas escolas

regulares, tenho a impressão de que ela pegou a maioria dos professores

desprevenidos”. Conforme Miranda (2004), a prática educacional inclusiva só pode

ser garantida com a preparação da escola, dos professores e dos demais alunos

para lidar com os deficientes.

Compreende-se, assim, que todos os segmentos da comunidade escolar

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devem participar desse processo, no sentido de adotar posturas de formadores, para

que todos os alunos tenham as mesmas oportunidades educacionais, como propõe

Carvalho (1998, p.193): “A operacionalidade da inclusão de qualquer aluno no

espaço escolar deve resultar de relações dialógicas envolvendo família, escola e

comunidade, de modo que cada escola ressignifique as diferenças individuais, bem

como reexamine sua prática pedagógica”.

Quando o professor resiste à inclusão na escola, fica claro no seu discurso

que não está preparado, tampouco foi capacitado para tal. Mantoan (2003) acredita

que os professores esperam soluções pontuais, manuais ou regras que lhes

ensinem a enfrentar turmas heterogêneas. Porém, não se pode admitir que o

professor fique preso apenas aos conteúdos que aprendeu na sua formação.

Sabemos da importância do estudo constante, já que a cada momento novas

formas de ensinar e aprender se estabelecem. Macedo (2009, p.13) aponta que os

docentes carecem de “conhecimentos básicos teórico-práticos em relação a atenção

à diversidade, a adaptação do currículo, a evolução diferenciada, e às necessidades

educacionais mais relevantes, associadas a diferentes tipos de deficiência, situações

sociais ou culturais”.

Percebe-se, então, a importância da capacitação do professor, como

necessária à implantação da inclusão escolar. Assim, discorre Saviani (2009), que a

formação de professores para atuar na educação especial é uma questão em

aberto. Omote (2003) aponta que mais do que isso, é necessário compreender que

não somente a formação dos professores da educação especial resolverá os

problemas existentes na educação inclusiva, mas a capacitação de todos os

profissionais envolvidos no dia a dia do aluno com necessidades especiais.

Ainda segundo o mesmo autor, os professores do ensino comum, tanto

quanto os professores de educação especial, precisam de conhecimento e

experiência sobre os alunos com necessidades especiais e os recursos que podem

ser utilizados para melhorar seu aprendizado (OMOTE, 2003).

A mesma ideia tem Alarcão (1998, p. 100) quando afirma que a formação

continuada é apontada por muitos pesquisadores como “um processo dinâmico, por

meio do qual, ao longo do tempo, um profissional vai adequando sua formação às

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exigências de sua atividade profissional”. Da mesma forma, na opinião de Pérez

Gómez (1997) aprendemos no fazer e no refletir na e sobre a ação.

Entendemos, nessa perspectiva, que a formação deve acontecer no dia a dia

do professor, na escola, num processo de compreensão da importância dessa

formação, para agir com segurança frente à homogeneidade, cada vez mais

presente no espaço escolar. Tal formação, segundo Aranha e Martins (2009), deve

suscitar no professor a compreensão sobre a importância da mediação, cujas raízes

históricas, se concentram em Sócrates (470 a. C. – 399 a. C.).

As autoras esclarecem que, através de seu método de ensino, a Maiêutica, o

filósofo supracitado solicitava que seu aluno declarasse suas opiniões acerca de um

assunto, expusesse suas ideias, defendesse o seu ponto de vista. Em seguida, a

partir de uma série de questionamentos e convites à reflexão, levava seu discípulo a

lapidar suas próprias respostas, com vistas a atingir uma adequação conceitual. Na

verdade, o trabalho não era propriamente de Sócrates, mas do seu aluno. Ele era

apenas o mediador (ARANHA; MARTINS, 2009).

Assim, para que uma criança desenvolva suas funções cognitivas é necessário

que interaja, quer em casa, quer na escola, com uma educação baseada na

mediação. Segundo Meier (2004, p.15) “é a mediação da aprendizagem que

possibilitará ao aluno desenvolver-se de forma integral, principalmente no que diz

respeito aos aspectos cognitivos e emocionais”. Para tal, é necessário intensificar a

ação em sala de aula, o que deve incluir todas as disciplinas e todos os momentos

da ação pedagógica.

Na verdade, um dos questionamentos do professor, segundo Hadji (2001,

p.126), é de como ele deve intervir para facilitar a aprendizagem e contribuir para o

“enriquecimento do sistema interno de orientação do aluno”. O autor esclarece, em

resposta a essa dúvida, que “do ponto de vista da ação pedagógica, é o circuito de

regulação pela ação e interação que deve ser o objeto de todas as atenções, o

professor não pode intervir senão modelando a aprendizagem” (HADJI, 2001,

p.126).

Nesse sentido, Kalinke (1999, p.12) explica que “o professor deixa de ser

aquele que fornece conteúdos para ser o que estabelece um contexto que ajuda os

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alunos a encontrarem significados para as informações que descobrem e para os

tópicos que constroem”. Para assumir essa postura é necessário compreender os

ditames da inclusão, assim como perceber a exclusão velada, imputada aos

deficientes através dos professores e demais profissionais que atuam na escola.

A ideia de educação inclusiva alcançará seus propósitos à medida que os

educadores “se derem conta de sua condição humana” (WINKELER; OLIVEIRA,

2006, p.114). É imprescindível uma tomada de consciência que suscite uma ação

corajosa na busca de alternativas para efetivar a inclusão. Winkeler e Oliveira (2006,

p.114) completam que “é olhar para o diferente como seu par e juntos conquistarem

o prazer em aprender a aprender, por mais difícil que possa parecer”.

Cabe perceber que a inclusão deve ser aprendida, principalmente praticando-

a, vivenciando-a no contexto escolar. Quando pontua sobre prática pedagógica

Mantoan acredita que “no questionamento da própria prática, nas comparações, na

análise das circunstâncias e dos fatos que provocam perturbações e/ou respondem

pelo sucesso escolar, os professores vão definindo, pouco a pouco, as suas teorias

pedagógicas” (MANTOAN, 2003, p. 43).

Então, se almejamos uma escola inclusiva, devemos ser capazes de promovê-

la, no maior número de oportunidades possíveis. E, nesse sentido, temos muito a

estudar, muito a refletir, muito a contribuir para que haja inclusão sem exclusão.

Assim, acreditamos em um movimento inclusivo que garanta qualidade educacional

para todos, dentro de uma escola real, que dê conta da diversidade e responda às

especificidades de cada aprendiz.

Atividade 4 – Debate: Qual é a inclusão que professamos?

É imprescindível pensarmos a respeito da inclusão que estamos realizando em

nossas escolas. Assim, responder à cada questão abaixo, discutindo com o grupo,

tem como objetivo refletir sobre a prática pedagógica e perceber o quanto ela está

alinhada com a teoria que professamos.

Questões

1. Aceitamos o aluno deficiente na sala de aula regular?

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2. Construímos nosso planejamento pensando nas necessidades de cada aluno?

3. Estamos realmente comprometidos em trabalhar para que se efetive na

comunidade o respeito mútuo, em que a troca de experiências entre deficientes e

pessoas sem deficiência traga benefícios a todos?

4. Nossos professores representam, de fato, uma equipe?

5. Incentivamos nossos alunos com necessidades especiais a participar plenamente

das atividades que desenvolvemos em sala e fora dela?

6. Modificamos nosso planejamento para propor atividades desafiadoras aos nossos

alunos com necessidades educacionais especiais?

Atividade 5 – Reflexão e Registro

1. Ao longo de nossa prática pedagógica observamos vários estilos de profissionais.

Quais as características mais marcantes você destacaria nos profissionais, cujos

alunos correspondem ao ensino ministrado?

2. De que forma um profissional da educação deve atuar para que seu discurso seja

reflexo de uma prática inclusiva?

3. Você concorda com Isabel Parolin, quando ela se refere aos professores, no texto

estudado, dizendo que a inclusão os pegou de surpresa? Justifique sua resposta.

AUTOATIVIDADE

Chegamos ao final da Unidade VI em que pudemos repensar nossa prática profissional, o que nos leva a retomar alguns conceitos, e muitas vezes colocá-los à prova. Em função dos diversos afazeres, inerentes à ação pedagógica, desempenhamos nossa profissão de forma automática, sem nos dar conta da importância de uma autoavaliação diária de nossas ações frente aos alunos. Nesse sentido, sugerimos que você pesquise e formule o seu próprio conceito sobre mediação e reflita sobre o quanto ele se aproxima da sua prática.

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UN

IDA

DE

VII

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UNIDADE VII

Objetivo

Favorecer condições para que o corpo escolar conheça, identifique e atenda

às necessidades educacionais dos alunos, frente as suas deficiências.

Planejamento de atividades

Leitura: Uma abordagem sobre algumas deficiências;

Vídeo: Deficiências;

Leitura: A deficiência Física Neuromotora (DFN)

SEQUÊNCIA DE ATIVIDADES

Atividade 1 – Leitura dialogada

Neste momento iniciaremos uma discussão acerca de algumas deficiências.

Cabe colocar que é imprescindível conhecê-las, para que se efetive um trabalho

pedagógico que propicie a inclusão do aluno.

Uma abordagem sobre algumas deficiências

A inclusão, entre outros aspectos, nos encaminha para a questão das

deficiências, que suscitam necessidades educacionais especiais. O Decreto nº

3.298, de 20 de dezembro de 1999, que dispõe sobre a Política Nacional para a

Integração da Pessoa Portadora de Deficiência, denomina deficiência como sendo a

perda ou desequilíbrio de uma função psicológica, anatômica ou fisiológica que

ocasione impossibilidades para o cumprimento de atividades, dentro do modelo

julgado para o ser humano (BRASIL, 1999).

De acordo com os Parâmetros Curriculares Nacionais (1998) a expressão

necessidades educacionais especiais diz respeito a necessidades que decorrem,

quer por sua alta capacidade, quer por suas dificuldades de aprender (BRASIL,

1998). O termo está vinculado, portanto, muito mais às dificuldades de

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aprendizagem, do que às deficiências. Ainda segundo os parâmetros, as

necessidades educacionais especiais são advindas de ocorrências de ordem

orgânica ou não, temporárias ou permanentes, cujas sequelas incidem no processo

educacional (BRASIL,1998).

Diante do desafio da escola inclusiva, qual seja o de minimizar os efeitos das

deficiências sobre a aprendizagem, é fundamental compreender o que caracteriza

cada deficiência, com o objetivo de pensar nas possibilidades dos alunos, em

consideração às limitações impostas pela deficiência. A caracterização de todos os

tipos de deficiências e/ou necessidades especiais é um tema bastante amplo,

portanto neste trabalho, apenas serão dados alguns conceitos, e tratada de forma

mais específica a Deficiência Física Neuromotora (DFN), cujo motivo será explicitado

posteriormente.

Dentre as deficiências e necessidades especiais que abordaremos, estão: a

Deficiência Intelectual (DI), Deficiência Física Neuromotora (DFN), Deficiência Visual

e Baixa Visão (DV), Surdez, Surdocegueira, Transtorno Global do Desenvolvimento

(TGD), Transtornos Funcionais Específicos (TFE) e Altas Habilidades/ Superdotação

(AH/SD), com as quais, frequentemente, lidamos no espaço escolar, nos

atendimentos propostos pelas políticas públicas inclusivas do estado do Paraná.

A Deficiência Intelectual (DI), conforme a instrução n° 016/2011 –

SEED/SUED, refere-se à “incapacidade caracterizada por limitações significativas no

funcionamento intelectual e no comportamento adaptativo e está expresso nas

habilidades práticas, sociais e conceituais, originando-se antes dos dezoito anos de

idade” (PARANÁ, 2011, p.2).

A Deficiência Física Neuromotora (DFN) será abordada em parte específica,

pois se trata da deficiência apresentada pelo aluno atendido pela professora PDE,

no colégio em que será realizada a Intervenção Pedagógica, assim merece um

aprofundamento, também em razão das dificuldades de compreensão em relação ao

atendimento, e pelas dúvidas sobre as especificidades do aluno.

Segundo o caderno da série Saberes e Práticas da Inclusão, do Ministério de

Educação e Cultura (MEC), que trata das necessidades especiais dos alunos cegos

e com baixa visão, a deficiência visual se refere ao comprometimento parcial ou total

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da visão; a baixa visão corresponde à “alteração da capacidade funcional da visão,

decorrente de inúmeros fatores isolados ou associados que interferem ou que

limitam o desempenho visual do indivíduo” ; e a cegueira trata-se da “perda total da

visão, até a ausência de projeção de luz” (BRASIL, 2006, p.16).

O caderno Dificuldades de Comunicação e Sinalização – Surdez, do MEC,

esclarece que “a surdez consiste na perda maior ou menor da percepção normal dos

sons. Verifica-se a existência de vários tipos de pessoas com surdez, de acordo com

os diferentes graus de perda da audição” (BRASIL, 2006, p.19). Conforme Lagati

(1995, p. 306), ”a surdocegueira é uma condição que apresenta outras dificuldades

além daquelas causadas pela cegueira e pela surdez”.

Os Transtornos Globais do Desenvolvimento (TGD), conforme instrução n°

016/2011 – SEED/SUED, “são aqueles que apresentam um quadro de alterações no

desenvolvimento neuropsicomotor, comprometimento nas relações sociais, na

comunicação ou estereotipias motoras” (PARANÁ, 2011, p.2). Ante essa

classificação se incluem o Autismo, a Síndrome de Rett, o Transtorno ou Síndrome

de Asperger, o Transtorno Desintegrativo da Infância, o Transtorno Global do

Desenvolvimento sem outra especificação. (INSTRUÇÃO N° 016/2011 –

SEED/SUED). O Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais DSM.V

(2014) traz as principais características desses transtornos, que passaremos apenas

a conceituar.

O Autismo, conforme o DSM.V (2014), configura-se através do prejuízo no

desenvolvimento da interação social e da comunicação, com atraso ou a falta do

desenvolvimento da linguagem. Para os que desenvolvem a linguagem esta pode

ser repetitiva ou idiossincrática. O autista manifesta poucos interesses e mantém

rotinas e rituais não-funcionais.

A Síndrome de Rett, segundo o DSM.V (2014), envolve a evolução de

múltiplos déficits específicos depois de um período de funcionamento normal nos

primeiros meses após o nascimento, há uma lentidão no crescimento do perímetro

cefálico, e um grave prejuízo na expansão da linguagem receptiva e expressiva. A

Síndrome de Asperger, expressa no DSM.V (2014), decorre do prejuízo permanente

na interação social e desenvolvimento de padrões repetitivos de comportamento e

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de atividades, porém pode não haver faltas graves no desenvolvimento cognitivo e

na linguagem, como ocorre no autismo.

O transtorno degenerativo da infância, segundo o DSM.V (2014), refere-se ao

retrocesso profundo em múltiplas áreas do funcionamento, após um

desenvolvimento normal em que há perdas das habilidades já adquiridas na

linguagem expressiva ou receptiva, nas habilidades sociais, no controle intestinal,

nas habilidades motoras. Os traços de comportamento se assemelham com o

autismo, porém é mais raro e menos comum.

O Transtorno Global do Desenvolvimento sem outra especificação, conforme

o DSM.V (2014), refere-se ao prejuízo severo no desenvolvimento da interação

social recíproca ou de habilidades de comunicação verbal e não-verbal ou

comportamentos, interesses e atividades estereotipados.

Os transtornos funcionais específicos, segundo a Instrução n° 016/2011 –

SEED/SUED, dizem respeito a um “grupo heterogêneo de alterações manifestadas

por dificuldades significativas na aquisição e uso da audição, fala, leitura, escrita,

raciocínio ou habilidades matemáticas, na atenção e concentração” (PARANÁ, 2011,

p.2). Incluem-se nos transtornos funcionais específicos os distúrbios de

aprendizagem: dislexia, disortografia, disgrafia e discalculia, e os Transtornos do

Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) (PARANÁ, 2011).

De acordo com a Universidade Luterana no Brasil- ULBRA (2008, p.167) ”a

dislexia pode ser definida como distúrbio ou transtorno de aprendizagem na área da

leitura, escrita e soletração. A dislexia é o distúrbio de maior incidência nas salas de

aula”. Na disortografia, segundo Pereira (2009, p. 9), “As dificuldades centram-se na

organização, estruturação e composição de textos escritos; a construção frásica é

pobre e geralmente curta; observa-se a presença de múltiplos erros ortográficos e

[por vezes] má qualidade gráfica”. A disgrafia, segundo Torres & Fernández (2001,

p.127), é “uma perturbação de tipo funcional que afeta a qualidade da escrita do

sujeito, no que se refere ao seu traçado ou à grafia”. A discalculia, conforme o

DSM.V (2014), refere-se à dificuldade de processar informações numéricas e

processar a realização de cálculos.

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O Transtorno do déficit de atenção e hiperatividade, segundo o Manual

Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais DSM.V (2014), refere-se a um

padrão de desatenção e/ou hiperatividade que afeta o funcionamento e o

desenvolvimento, cujo impacto negativo atinge as atividades sociais, acadêmicas e

profissionais.

A Política Nacional de Educação Especial define como altas

habilidades/superdotação as manifestações de sujeitos que apresentam alto

potencial nas áreas, “isoladas ou combinadas: intelectual, acadêmica, liderança,

psicomotricidade e artes, além de apresentar grande criatividade, envolvimento na

aprendizagem e realização de tarefas em áreas de seu interesse” (BRASIL, 1994,

p.11).

Não aprofundaremos os conceitos acima abordados, o que demandaria um

trabalho bem maior, calcado em outros objetivos que não os nossos. A intenção é

despertar o profissional da educação para a leitura e o aprofundamento desses

conceitos, à medida que alunos com tais condições se matricularem nas instituições

escolares, ou quando o assunto lhes despertar a atenção.

Atividade 2 – Apresentação de vídeo

A apresentação do vídeo “Deficiências” tem como objetivo promover um

momento de reflexão acerca da diversidade que nos permeia, e assim, tomar

consciência de que nossas atitudes preconceituosas, em princípio, limitam nossos

alunos, e, como consequência, limitam a nós mesmos.

Descrição do vídeo

O vídeo "Deficiências”, disponibilizado no Youtube por Franciele Souza, em

17 de maio de 2010, traz uma montagem de fotos que fazem referência à uma

poesia chamada Deficiências, em que a autora atribui a Mário Quintana a autoria.

Porém tal poesia não pode ser encontrada em “Obras completas”, publicada há

pouco tempo, cujo conteúdo são todas as poesias do autor.

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Figura 9 - Deficiências

FONTE: https://www.youtube.com/watch?v=Fiy_6UZqM7I

Atividade 3 – Leitura dialogada

Será dado um destaque à Deficiência Física Neuromotora (DFN), em função

da atuação da professora PDE, como Professora de Apoio à Comunicação

Alternativa (PAC), na unidade escolar de implementação da proposta de intervenção

pedagógica, bem como pela importância do grupo ter um suporte para o

atendimento desse aluno.

A Deficiência Física Neuromotora (DFN)

Segundo o Estatuto da pessoa com deficiência, “pessoas com deficiência são

aquelas que têm impedimentos de longo prazo de natureza física, mental, intelectual

ou sensorial, os quais, em interação com diversas barreiras, podem obstruir sua

participação plena e efetiva na sociedade em igualdades de condições com as

demais pessoas” (BRASIL, 2013, p.2).

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O termo neuromotor, conforme Wilson (1971), diz respeito às deficiências

provenientes de traumas nos centros e vias nervosas que coordenam os músculos.

Ainda segundo o mesmo autor, tais deficiências podem ser causadas por lesões ou

infecções ocorridas em quaisquer estágios da vida, ou por uma degeneração

neuromuscular, caracterizada por paralisia, falta de coordenação ou fraqueza

muscular (WILSON, 1971).

A deficiência física neuromotora, segundo a instrução nº 016/2011 – SEED-

SUED, refere-se ao comprometimento motor acentuado “decorrente de sequelas

neurológicas que causam alterações funcionais nos movimentos, na coordenação

motora e na fala” (PARANÁ, 2011, p.2). Ainda segundo a instrução é imprescindível

a “organização do contexto escolar no reconhecimento das diferentes formas de

linguagem que utiliza para se comunicar ou para comunicação” (PARANÁ, 2011,

p.2).

No Paraná, para os alunos com Deficiência Física Neuromotora (DFN), são

ofertados os seguintes atendimentos educacionais, conforme instrução nº 016/2011

– SEED-SUED: atendimento especializado nas Salas de Recursos Multifuncionais,

nas escolas de Educação Básica na modalidade de Educação Especial, quando,

também associada à deficiência intelectual, e apoio especializado, tanto na classe

comum da rede pública como na rede privada de ensino, através do PAC (apoio à

comunicação alternativa) (PARANÁ, 2011).

O apoio à comunicação alternativa (PAC), modalidade de atendimento

realizada pela professora PDE em sala comum a um aluno com deficiência física

neuromotora, conforme a instrução nº 009/2009 – SEED-SUED, “fundamenta-se na

mediação da comunicação entre o aluno, grupo social e o processo de ensino e

aprendizagem, cujas formas de linguagem oral e escrita se diferenciam do

convencionado” (PARANÁ, 2009, p.1). Trata-se de uma atuação que envolve além

NOTA

Existem diferentes causas para que um indivíduo seja considerado

deficiente físico, entre elas estão a paralisia cerebral, as hemiplegias, a

lesão medular, as amputações, as malformações congênitas e as

artropatias. Nas escolas, podemos perceber maior incidência de casos de

paralisia cerebral (SILVEIRA; NASCIMENTO, 2011)

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de conhecimento, o olhar à diversidade e o respeito às limitações do aluno, na

perspectiva de ampliar sua participação no processo educativo, assim como é

realizado com os demais alunos.

Em conformidade com a Instrução n.º 009/2009 – SUED/SEED, cabe ao PAC,

entre tantas outras funções, estabelecer diferentes formas de comunicação

alternativa, que contribuam para a interação do aluno na aprendizagem; “viabilizar a

participação do aluno com deficiência física neuromotora em todas as situações de

aprendizagem, seja na escola ou em atividades extraclasse; e participar das

atividades pedagógicas que envolvem o coletivo escolar” (PARANÁ, 2009, p.2).

Segundo Wilson (1971), a ausência de experiências idênticas às dos demais

alunos e outras tantas que levem o aluno à aprendizagem podem impedi-lo de

progredir com igualdade de condições em relação aos demais. Nem sempre a

escola conseguirá proporcionar tais condições na sua totalidade, porém, com a

intervenção do Professor de Apoio à Comunicação Alternativa junto ao corpo

escolar, soluções satisfatórias podem minimizar muitos dos problemas de tais

alunos.

Não se pode crer que a educação, em sua essência, tem finalidades

diferentes em relação a seus alunos, porém pode ser necessário um plano de

trabalho específico para alguns alunos, em razão de condições que limitem o seu

conhecimento. É imprescindível observar o aluno deficiente neuromuscular, para

que se possa realizar mudanças que serão fundamentais para o seu bem-estar na

unidade escolar.

A Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência (2007), sob o

decreto Nº 6.949, define como “Adaptação razoável” toda a modificação e ajuste que

não acarreta ônus exorbitante ou inadequado, levando-se em conta cada caso, “a

fim de assegurar que as pessoas com deficiência possam gozar ou exercer, em

igualdade de oportunidades com as demais pessoas, todos os direitos humanos e

liberdades fundamentais” (BRASIL, 2007, p.27). Percebe-se que nem sempre tais

adaptações são realizadas nos espaços escolares, porém, o ingresso de um aluno

especial acaba por mobilizar ações para esse fim.

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Segundo Wilson (1971) alguns recursos físicos podem ser incorporados ou

mudados, como a criação de rampas de acesso, remoção de carteiras, colocação de

corrimões, mudança de lugar da mobília, tapetes antiderrapantes, portas mais largas

e móveis com cantos arredondados, entre outros.

Quanto à sala de aula, a mesma autora propõe que, entre outros, sejam

colocadas caneletas de P.V.C. em volta da carteira, para que os lápis não caiam no

chão; que sejam providenciados suportes para livros; assentos giratórios para

facilitar o levantar e o sentar; descanso para os pés, aumento de calibre dos lápis,

para melhor preensão; mobília que em relação à forma e à altura atendam às

necessidades do aluno (WILSON, 1971).

O professor PAC, assim como os demais professores, deve identificar as

necessidades dos alunos com deficiência física, para que possam supri-las, assim,

tal profissional deve estar atento, para identificar tais necessidades. Segundo Wilson

(1971), crianças com lesões cerebrais, por vezes, apresentam dificuldades

perceptuais que dificultam a discriminação de cor, forma, número, tamanho e

semelhança dos objetos e apreensão de conceitos, então, necessitam de um

professor que planeje atividades concretas antes de iniciar a fase abstrata, na

promoção de um planejamento individual que responda às necessidades do aluno.

Wilson (1971) aponta ainda que é necessário enriquecer as experiências do

aluno através de: Integração profunda com a escola; Estímulo do interesse do aluno

e do desenvolvimento da criatividade; Estímulo da experiência de vida em

comunidade; Estímulo para o uso de bibliotecas públicas e da escola. Para as

crianças que têm grande dificuldade de desenvolver a comunicação oral funcional, é

necessário usar formas alternativas de comunicação, tais como: cadernos ou livros

de conversação com figuras representativas de algumas classes gramaticais e

caixas de palavras com figuras, por exemplo (WILSON, 1971).

É importante que toda a escola busque alternativas que coíbam situações de

exclusão a que, muitas vezes, são expostos os deficientes físicos. A parceria com

profissionais como psicólogos, fonoaudiólogos, psiquiatras, entre outros, e os

demais membros do corpo escolar, objetivam minimizar os problemas dos alunos

inclusos, rumo à promoção de uma inclusão consciente.

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Atividade 4 – Reflexão e Registro

Faça uma análise e, com suas palavras, registre seu entendimento acerca do

fragmento do texto abaixo, expresso na Declaração de Salamanca.

“Toda criança possui características, interesses, habilidades e necessidades de aprendizagem que são únicas;... aqueles com necessidades educacionais especiais devem ter acesso à escola regular, que deveria acomodá-los dentro de uma Pedagogia centrada na criança, capaz de satisfazer a tais necessidades, capaz de satisfazer a tais necessidades” (DECLARAÇÃO DE SALAMANCA,1994, p.8).

Chegamos ao final da Unidade VII, em que conhecemos algumas deficiências e voltamos nosso olhar para a Deficiência Física Neurológica (DFN). A partir da leitura e das discussões levantadas nos estudos realizados, sugerimos que você analise a realidade escolar em relação à inclusão de uma criança com Deficiência Física Neuromotora (DFN), e o que ainda é necessário reestruturar em sua instituição para que a inclusão se efetive.

AUTOATIVIDADE

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UNIDADE VIII

Objetivo

Refletir, registrar e socializar os avanços obtidos, nos estudos realizados, a

partir desta proposta de intervenção pedagógica.

Planejamento de atividades

Instrumento de diagnóstico final;

Vídeo: O burro teimoso;

Encerramento da proposta de intervenção pedagógica.

SEQUÊNCIA DE ATIVIDADES

Atividade 1 – Questionário final

Palavras da professora PDE

QUESTIONÁRIO FINAL

1. No momento da formação, dirigida pela professora PDE, você atuou com algum aluno com necessidades educacionais especiais (NEE) em suas turmas? (em caso de a resposta ser não, siga para a questão 3)

( ) sim ( ) não

2. A formação continuada contribuiu para a mudança de olhar em relação ao aluno incluso?

( ) sim ( ) não

3. A partir da capacitação você considera que tem conhecimentos sobre a política educacional inclusiva e suas implicações pedagógicas?

( ) sim ( ) não

4. Você considera que tem conhecimentos que possibilitam uma ação que inclua alunos com NEE nas atividades

Caro colega,

O questionário a seguir tem como objetivo perceber, a partir de suas

respostas, se os estudos realizados nesta proposta de intervenção

pedagógica podem promover um novo olhar à Educação Especial Inclusiva,

com vistas à ressignificação da prática pedagógica.

Marilene Lanci Borges

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acadêmicas que desenvolve? ( ) sim ( ) não

5. De modo geral, o que você acha da inclusão de crianças com necessidades educacionais especiais na escola?

6 . A partir dos conhecimentos adquiridos sobre a inclusão, qual seria a sua reação ao ser comunicado de que receberá um aluno com necessidades especiais?

7. Você acredita que a capacitação de que participou provocou mudanças conceituais e atitudinais que podem ressignificar sua prática pedagógica em relação à inclusão? Comente.

FONTE: Adaptado de ˂ http://www.ufscar.br/~bdsepsi/192a.pdf˃. Acesso em 10 jun. 2016.

Atividade 2 – Apresentação de vídeo

A apresentação do vídeo “O burro teimoso” tem como objetivo motivar o

grupo a pensar nas estratégias que podemos usar, para nossa própria motivação e

para motivar quem nos rodeia.

Descrição do vídeo

O vídeo “O burro teimoso”, cujo nome original é Mariza, foi disponibilizado no

Youtube por Constantine Krystallis, em 24 de novembro de 2014, e conta a história

de um burro que empaca por conta da uma longa distância que deveria ser

percorrida. O dono do burro busca várias alternativas, sem sucesso, até que usa de

uma estratégia que muda o rumo dos acontecimentos.

Figura 10 – O burro teimoso

FONTE: https://www.youtube.com/watch?v=hepIiFKG54Q

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Atividade 3 – Socialização

Repense os estudos promovidos a partir da proposta de intervenção

pedagógica e compartilhe com os colegas as suas impressões sobre a formação de

que participou: aponte sua evolução nesse processo, discuta sobre possíveis

mudanças na escola, e, principalmente, pontue acerca de melhorias que colaborem

para a Produção Didático-pedagógica da professora PDE.

Atividade 4 – Apresentação de vídeo

A apresentação do vídeo “Inclusão” tem como objetivo insitar os participantes

a promover um mundo mais justo, posto que somos responsáveis pelo espaço que

ocupamos neste mundo.

Descrição do vídeo

O vídeo “Inclusão são direitos de todos”, disponibilizado no Youtube por Canal

Elycindy, em 25 de agosto de 2011, promove a crença numa educação que

contemple a todos. Editado, tendo como áudio a canção Heal the world (cure o

mundo), de Michael Jackson, o curta

Figura 11 – Inclusão são direitos de todos

FONTE: https://www.youtube.com/watch?v=8WyqFoXg4L8

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Atividade 5 – Avaliação da intervenção pedagógica

Palavras da professora PDE

Caros colegas,

Meses de estudo se passaram até que eu pudesse apresentar uma

proposta de intervenção pedagógica na escola. Foram leituras e mais leituras,

dias e dias em seminários, encontros de área, formação tecnológica, inserção

acadêmica e na escola; uma sequência de escritos que se perderam ao longo

do caminho, e outros que tomaram corpo e estão contidos neste material;

bem como vários encontros de orientação, cuja importância se faz na

consciência de uma produção simples, porém calcada nos princípios legais e

éticos que fundamentam a Educação Inclusiva.

Escolher a inclusão não foi fácil, porque não é fácil levar à discussão

um tema que embora tão importante, ainda nos pareça encontrar resistência

entre os colegas de trabalho, sejam professores ou não.

Assim, optei por “A Educação Inclusão: em busca de ressignificar a

prática pedagógica”, em resposta aos professores que reclamaram do seu

parco conhecimento sobre o assunto, mas principalmente pelo respeito aos

alunos deficientes físicos neuromotores, aos das Salas de Recursos

Multifuncional, aos da APAE, aos da Classe Especial, com os quais convivi

nestes anos de magistério, cujo aprendizado que me proporcionaram,

confirmo, é infinitamente maior do que a mediação por mim praticada em

razão de sua aprendizagem.

Seria interessante se nossas reflexões findassem na última página

deste caderno pedagógico, porém sabemos que o estudo constante e a

reflexão diária sobre a prática educativa constituem fatores essenciais, para

garantir uma educação de qualidade a todos os alunos, quer deficientes ou

não.

Estou certa de ter escolhido o lugar ideal, neste momento, para

intensificar os estudos sobre a inclusão, pois o Colégio Estadual do Parque

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Itaipu se abriu para o meu trabalho, que creio, gerará bons frutos.

Nessas 32 horas em que desenvolvemos uma sequência de atividades,

divididas em 8 unidades, pudemos aprender novos conceitos, fortalecer

ideias adormecidas, refletir sobre vários aspectos que envolvem a inclusão, e

sobretudo lançar um olhar especial para cada aluno e para nós mesmos.

Espero que as fontes das quais bebemos tenham, de fato, reflexos

positivos na escola e não nos deixem esquecer da imensa responsabilidade

que nos é atribuída, como profissionais da educação. Que, muito além da

obrigação profissional, possamos nos sentir motivados, para que os estudos

aqui promovidos e os outros, aos quais possivelmente nos debruçaremos,

promovam a inclusão e, de fato, ressignifiquem nossa prática pedagógica.

Bons ventos...

Marilene Lanci Borges

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

Nossas marcas culturais em relação à inclusão mostram a necessidade de

repensar os espaços, sejam eles escolares ou não, para que todos sejam atendidos

nas suas diferenças e possam crescer compreendendo a importância da

diversidade.

Sabemos que, historicamente, a sociedade tem como marca a exclusão, que

nomeou sujeitos de “anormais”, contudo é inegável a evolução por que passou a

educação especial inclusiva, e o grande número de políticas públicas, voltadas para

a defesa dos direitos humanos, que nos garantem um norte em favor dos nossos

alunos.

Assim, neste debate pedagógico, compreendemos que os sujeitos com

necessidades educacionais especiais, como os demais alunos, fazem parte do

mesmo grupo cultural, cujo processo educacional reconhece uma perspectiva

inclusiva. Ante esse aspecto é fundamental romper com conceitos, como: “normal”,

“anormal”, entre tantos outros que não representam quaisquer pessoas. É chegada

a hora de dedicar esforços à representação de uma equidade cultural, que poderá

promover a identidade do ser, independente de suas características.

O olhar que lançamos neste estudo, vai além da teoria apresentada sobre a

inclusão: transpõe a compreensão de um histórico sobre a educação especial, como

forma de explicar a inclusão como se percebe hoje. Nossos olhos vão em busca da

percepção que abrange o respeito à diversidade, a certeza de que nossas

diferenças são um laço que proporciona atar vidas e mais vidas, num espaço

comum.

A ideia consiste em nos colocarmos no lugar do outro, para sairmos do casulo

da indiferença, cuja tendência é isolar cada vez mais a nós mesmos e ao outro.

Além da fundamentação teórica, que é luz à prática pedagógica, devemos nos

concentrar em uma prática pedagógica diária, que responda às diferentes

características dos alunos, a fim de garantir, de fato, a inclusão nos ambientes

escolares.

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REFERÊNCIAS

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