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FICHA TÉCNICA Programa Caia na Rede – Baixo Sul

Instituto de Desenvolvimento Sustentável do Baixo Sul da Bahia (IDES)

Equipe Técnica

Frede Luís Santos Bonfim (Coordenador)

Elenildo Santos Pinheiro Júnior (IT Essentials e Alfabetização Digital)

Pedro Conceição Moura Junior (Aprender em Parceria)

Freddy de Souza Leite (Monitor)

Márcia Carvalho de Mattos (Monitoramento e Avaliação)

Estagiários:

Elisângela da Silva Santos

Renice dos Santos

Flávio Augusto dos Santos Gois

Wallace Adailton de Jesus Silva

Colaboradores 2011-2013

Aline da Silva Barbosa

André Carlos Vieira Santos

Débora de Jesus Santana

Elânio Menezes Souza

Emanuel Raimundo Barbosa Ribeiro Filho

John Anderson Macedo Santos

José Menezes dos Santos Neto

Luzia Marciele Araújo dos Santos

Márcio Souza

Michele Rainan da Silva Carvalho

Rosana dos Santos Coutinho

Tatiane Lima Moreno Tavares

Wesley Santos Freitas

Willian Robert Reale Pinho

Fundação Odebrecht

Fabrício Nascimento da Cruz (Planejamento e Desenvolvimento)

Clovis Faleiro (Líder do Pograma Tributo ao Futuro e Responsável por Relações Institucionais)

Pessoa Física

Augusto Leal (Capa)

Edileno Capistrano Filho (Projeto Gráfico e Diagramação)

Apoio

Programa Tributo ao Futuro

www.tributoaofuturo.com.br

Semp Toshiba

www.semptoshiba.com.br/ecommerce

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“A tecnologia é uma ferramenta pedagógica, assim como o

quadro-negro e o livro didático. Talvez mais poderosa, mas ainda assim apenas uma ferramenta, que trará resultados se for usada por um professor preparado em proposta que faça sentido pedagógico. O melhor software em educação continua sendo, disparado, o cérebro de um bom professor.” Gustavo Ioschpe (2012).

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Valença-Ba, 2013

Tecnologias que transformam vidas

Sistematização - Programa Caia na Rede Baixo Sul da Bahia - Período: 2011-2013

Realização:

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Essa publicação é dedicada a João Cumerlato. A implantação do Caia na Rede, no Baixo Sul da Bahia, deve-se à sua visão, apoio, articulação institucional e orientação.

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SUMÁRIO

Prefácio - Valores e Resultados Compartilhados 7

Palavras Iniciais 8

Capítulo I - O Baixo Sul: Cenário Atual 10

Capítulo II - Desafios: Inclusão Digital e Conectividade 14

Capítulo III - Caia na Rede: de Projeto a Programa 21

Capítulo IV - Compartilhando Aprendizados 27

Capítulo V - Projetos executados 30

1. Alfabetização Digital 32

2. Parceiros na Aprendizagem 44

3. Regularização de Softwares 55

4. Crescer em Rede 58

5. Cisco Networking Academy 66

Capítulo VI - Semp Toshiba e Fundação Odebrecht 89

Capítulo VII - Caia na Rede na Odebrecht 93

Anexo s 101

Tributo ao Futuro 109

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VALORES E RESULTADOS COMPARTILHADOS Por Afonso Antonio Hennel

Nos últimos três anos, a Semp Toshiba iniciou um trabalho mais estruturado na área de

Responsabilidade Social Corporativa. Concentramos nossa atenção e nossos esforços em

locais mais próximos de nossa área de atuação, em Manaus, Amazonas, e em Salvador, na

Bahia. Esse processo está sendo muito rico, e tem nos permitido experimentar ações em

contextos com elevado potencial de desenvolvimento, mas carentes de investimentos

coerentes com suas reais demandas. Além disso, essa nova situação tem possibilitado à

nossa empresa vivenciar como resultados podem ser potencializados, quando pensando

junto com outros atores da cena pública.

Consideramos que o grau de desenvolvimento econômico e social de um país está

diretamente relacionado ao nível de educação e conhecimento de sua sociedade e, nesse

aspecto, todos sabem que a tecnologia tem uma importante contribuição.

Por esse motivo investimos em ações socioambientais e na construção de alianças para

torná-las efetivas. O que queremos é ampliar os horizontes dos adolescentes e jovens que

residem nas comunidades próximas à nossa unidade de Manaus, e nos municípios do

Baixo Sul Baiano, relativamente próxima à nossa base de Salvador. Cremos que com

acesso a infraestrutura de base tecnológica e a conhecimentos atualizados, essa nova

geração poderá pensar, estruturar e fazer seus sonhos se tornarem realidade.

Hoje mais do que nunca, entendemos que, o que dá certo geralmente é fruto de uma

relação de parceria. Juntamente com a sua rede de parceiros, a Semp Toshiba tem se

esforçado para executar projetos que sejam capazes de promover o desenvolvimento

social e a execução de práticas com enfoque na sustentabilidade.

No norte do país, incentivamos o cultivo de mandioca e fomentamos a piscicultura. No

Baixo Sul da Bahia, juntamente com a Fundação Odebrecht atuamos no fortalecimento de

iniciativas já existentes, voltadas à formação de jovens empresários rurais na Casa

Familiar Rural de Presidente Tancredo Neves, e garantindo a inclusão digital na zona

rural e em bairros periféricos dos centros urbanos da região.

Embora seja grande a distância entre as regiões citadas, encontramos em ambas, a

motivação necessária para realizar o trabalho em alinhamento com a nossa missão, uma

vez que fomentamos o crescimento e desenvolvimento no meio rural, criamos condições

para que nossos jovens tenham acesso à educação de qualidade, fortalecemos valores

familiares, a geramos conhecimentos, cuja aplicação tem resultado na melhoria das

condições de vida da população.

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PALAVRAS INICIAIS Por Frede Luís Bonfim – Coordenador do Programa Caia na Rede, no Baixo Sul da Bahia.

Passados quatro anos desde a implantação do Caia na Rede como um projeto básico de

inclusão Digital no Baixo Sul, muitas lições foram possíveis de serem aprendidas pelos

envolvidos no processo, desde os alunos até – e principalmente –, a equipe que assumiu o

desafio de executá-lo.

Atualmente, o Baixo Sul conta com uma equipe exclusiva para a realização do Caia na

Rede e dedicada em tempo integral à execução de aulas, ao planejamento, à elaboração

de atividades complementares e avaliações adequadas não só à realidade do Baixo Sul

como também a cada comunidade.

O cotidiano dos centros de informática montados com o intuito de proporcionar o acesso

à tecnologia e aos conteúdos disponíveis nas redes sociais e na internet contribuiu de

forma significativa para que o Baixo Sul, em se tratando de inclusão digital, especialmente

no ambiente rural, galgasse avanços satisfatórios nos processos metodológicos de

disseminação das tecnologias digitais àqueles que, sequer, imaginavam adquirir práticas

de manuseio dos recursos do computador e das tecnologias sem que pagassem por isso.

Em contraste com o momento inicial do curso de Alfabetização Digital no Baixo Sul, o

Caia na Rede sustenta índices bem mais animadores e promissores: entre 90 e 97% de

aprovação dos jovens, cursos técnicos e formação de professores e um histórico com mais

de 4.000 beneficiários em mais de 20 instituições envolvidas.

Não só os alunos aprendem, mas a equipe que enxerga nos jovens verdadeiros

professores das suas realidades e seus sonhos e a peculiaridade de cada um em buscá-los.

Na verdade, mais do que simplesmente ensinar como manusear mouse ou teclado ou

navegar na internet, o que o Caia na Rede construiu ao longo desses anos foi baseado

numa mudança de mentalidade, uma vez que, para que fosse possível o primeiro contato

do beneficiário do Programa com a tecnologia, era preciso fazê-los sentir-se à vontade

em frente ao computador, mostrar a informática como instrumento facilitador do dia a

dia, desmistificando a impressão de ―tecnologia como um mal necessário‖ e

contextualizando o uso adequado dos recursos disponíveis nos ambientes virtuais à

resolução de afazeres corriqueiros do cotidiano dos envolvidos, desde uma simples

pesquisa escolar e a lista de compras da dona de casa, até a elaboração de uma planilha

mais sofisticada de planejamento de produção de um pequeno agricultor.

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Em tempos atuais, o curso de Alfabetização Digital conseguiu acumular um contingente

de jovens e adultos dominadores dos recursos tecnológicos e das habilidades mínimas

para assumirem novos desafios na área de informática e tecnologia. Assim, tendo em

vista a continuidade do Caia na Rede, novas propostas foram formuladas e vêm sendo

aplicadas no Baixo Sul, fazendo com que a tecnologia consiga influenciar em todos os

ambientes possíveis do dia a dia dos habitantes locais.

Depois de três anos de implantado o Caia na Rede no Baixo Sul, atingiu-se um nível de

maturação, com base no número de beneficiários e do nível de conhecimento adquirido,

que a inclusão digital começou a permitir que buscássemos outros horizontes.

Percebendo isso, foram propostos dois novos cursos no Baixo Sul: o CISCO IT Essentials

e o Microsoft Aprender em Parceria. Era o momento de o Caia na Rede contribuir mais

significativamente para a Educação e a capacitação profissionalizante na área de TI, para

os jovens da região.

Através do Aprender em Parceria, 21 professores foram incentivados a associar os

conhecimentos adquiridos através da sua experiência didática com o uso dos dispositivos

tecnológicos disponíveis nos seus ambientes de trabalho. Os resultados foram vistos

imediatamente, pois esses profissionais passaram a enxergar na internet um reduto de

conteúdos educativos promissor e inexplorado, além de otimizar seu tempo no processo

de planejamento, tornando as aulas mais atrativas para a nova geração de alunos das

escolas.

Por outro lado, considerando o mercado de TI em ascensão, o IT Essentials chegou como

um alicerce à formação de profissionais de suporte à tecnologia, competentes e

cobiçados pelas empresas. Assim como as pessoas carecem de inclusão digital, o campo

de profissionais de TI no Baixo Sul necessita de profissionais preparados para a resolução

de problemas e a proposição de soluções eficazes e eficientes nas empresas. Ao lançar

esses indivíduos devidamente preparados para o mercado local, é possível perceber a

mudança de mentalidade dos empresários para a importância da aplicação de recursos

tecnológicos nas suas unidades empresariais.

Mas todas as conquistas do Caia na Rede no Baixo Sul da Bahia foi possível graças à

concepção lógica de que é impossível e errôneo dissociar a Inclusão Digital da Inclusão

Social.

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CAPÍTULO I

O BAIXO SUL: CENÁRIO ATUAL

O Baixo Sul da Bahia é uma região composta por 15 municípios, com cerca de 360 mil

habitantes, localizado a pouco mais de 2 horas de Salvador. Com belezas naturais

exuberantes, povo hospitaleiro, cultura pulsante que transcende limites geográficos,

agricultura diversificada, biomas que atraem a atenção do mundo.

Em que pese às características citadas, cujos potenciais têm servido de base para fomentar

o desenvolvimento e o crescimento integrado e com sustentabilidade, a região possui

uma realidade de profundos contrastes. O cenário acima descrito é fortemente impactado

pela pouca eficácia das políticas públicas, incapazes de atenuar os graves problemas

estruturais que afetam a população: baixos índices educacionais, desemprego,

crescimento vertiginoso da violência, escalada do uso de drogas, atraso no

desenvolvimento científico e tecnológico, dentre outros.

A região, por muito tempo, teve seus municípios entre aqueles que detinham os menores

Índices de Desenvolvimento do Estado da Bahia. Esse contexto passou a ser

Mapa do Baixo Sul

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positivamente alterado a partir de uma ação em rede1, dinamizada há 15 anos, pela

Fundação Odebrecht, que instituiu o Programa de Desenvolvimento e Crescimento

Integrado com Sustentabilidade do Mosaico de Áreas de Proteção Ambiental do Baixo

Sul da Bahia – PDCIS, objetivando “Tonar próspera e dinâmica a região, criando

condições oportunas para que as novas gerações e suas famílias se fixem no território e

construam novos rumos para o seu desenvolvimento”.

Toda ação do PDCIS é estruturada numa lógica de Governança Participativa,

primeiramente validada nos municípios que compõem a APA do Pratigi (Ibirapitanga,

Igrapiúna, Ituberá, Nilo Peçanha, e Piraí do Norte) e, em seguida, irradiada para os

demais, respeitando-se as peculiaridades e a viabilidade social, técnica e política das

propostas.

O objetivo Comum, Superior e Nobre do PDCIS é a realização dos Oito Objetivos do

Milênio, baseado na integração sinérgica dos Capitais Produtivo (Geração de trabalho e

renda), Humano (Educação do campo de qualidade), Social (Construção de uma

sociedade mais justa e solidária) e Ambiental (Conservação dos recursos naturais).

1) Problemática do Território

Embora o cenário atual seja bem melhor que o de uma década atrás, cujos investimentos

têm resultado na elevação do Índice de Desenvolvimento Humano - IDH dos municípios

do Baixo Sul nota-se, por outro lado, que novas problemáticas passaram a compor o

contexto do território.

A falta de um planejamento estruturado, por parte dos governos, para o turismo, por

exemplo, serviu como ponte para o crescimento exponencial da prostituição, do uso de

drogas, e consequentemente, dos índices de violência, colocando alguns municípios da

região entre os mais violentos do Estado da Bahia.

Merecem destaque, também, a falta da segurança pública, o déficit em infraestrutura e os

desarranjos na execução de algumas políticas sociais, em especial, as relacionadas à

educação.

2005 2007 2009 2011 2005 2007 2009 2011

IBIRAPITANGA 2.9 3.1 4.0 4.2 2.5 2.8 3.0 2.5

IGRAPIUNA 2.8 2.7 3.1 3.4 2.3 2.3 2.5 2.7

ITUBERA 2.4 2.8 3.3 4.1 2.0 2.2 2.0 3.2

NILO PECANHA 1.9 2.1 2.1 4.1 2.2 2.2 2.4 4.1

PIRAI DO NORTE 2.2 1.8 2.4 3.0 2.3 2.9

Municípios da APA do PratigiIDEB - 4ª ao 5º ano IDEB - 8ª série ao 9º ano

Evolução do IDEB – Municípios da APA do Pratigi

1 Para reverter esse quadro, a sociedade civil organizada se uniu aos Governos Federal, Estadual e Municipais, à iniciativa

privada e à Fundação Odebrecht, formando um sistema inovador de Governança, onde o primeiro, o segundo e o terceiro

setores atuam de forma integrada e sinérgica para promover a Inclusão Social.

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Dados recentes do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica – IDEB, em Valença e

nos municípios da APA do Pratigi, demonstram a precarização da educação local, cujos

índices apontam nas séries iniciais uma forte tendência ao analfabetismo funcional.

De acordo o Censo 2010, realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística -

IBGE, ler e escrever ainda são dificuldades para 13,9 milhões de brasileiros acima de 15

anos, equivalente a 9,6% da população. Levando em consideração os municípios do

Baixo Sul da Bahia, esta margem tende a ser superior a 29%.

Municípios IDHM-Educação

Ranking

Estadual

417 municípios

Nacional

5.565 municípios

Valença 0,502 135 º 3631 º

Ituberá 0.482 185 º 4284 º

Igrapiúna 0.424 353 º 5145 º

Ibirapitanga 0.415 366 º 5229 º

Nilo Peçanha 0.404 381 º 5301 º

Piraí do Norte 0.363 410 º 5487 º

IDHM – Educação de Valença e Municípios da APA do Pratigi (2013)

Do ponto de vista de desenvolvimento tecnológico, podemos perceber que, no Baixo Sul,

o simples uso da tecnologia em sua condição básica, apenas com a utilização do

computador, por si só, já representa a quebra de uma barreira, principalmente em

comunidades da zona rural, onde a infraestrutura, em especial a elétrica e a

conectividade, geralmente são precárias ou inexistentes, colocando-as num contexto de

alta exclusão digital, associado ao déficit de profissionais qualificados na área de

Tecnologia da Informação - TI, e o elevado custo na contratação de serviços na área.

Um mundo novo, repleto de conhecimentos e oportunidades, passou a compor o dia a dia

de adolescentes e jovens de áreas rurais do Baixo Sul. Para muitos, com a chegada do Caia

na Rede, abriu-se a porta o ingresso no universo da tecnologia.

A noção de inclusão digital foi aos poucos dando espaço para novas possibilidades de uso

das tecnologias, em sinergia com práticas comprometidas com o desenvolvimento

sustentável e com a melhoria dos indicadores sociais da região do Baixo Sul da Bahia.

Nesse contexto, a inclusão digital assumiu diferentes perspectivas, superando a lógica de

oferta de cursos e oficinas voltados para comunidades de baixa renda, e ampliando

práticas de difusão de novas tecnologias aplicáveis a processos de gestão do

conhecimento, prática da cidadania, desenvolvimento humano e profissional, gestão de

negócios e, sobretudo, promoção do engajamento das pessoas a práticas comprometidas

com o desenvolvimento sustentável.

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A possibilidade de acesso ao mundo digital tem permitido ao homem do campo e das

comunidades periféricas do Baixo Sul, acesso ao conhecimento e à tecnologia,

possibilitando o incremento de sua produção e o aumento efetivo de sua rentabilidade,

além da ampliação das possibilidades de exercício da cidadania.

Consciente dos números alarmantes da exclusão

digital no nordeste do país, fator que inibe o

progresso e abre ainda mais o abismo social com

as regiões desenvolvidas, a Odebrecht criou o

Caia na Rede, através do qual abre espaço para

que jovens segregados em áreas rurais mais

distantes fiquem ao par, em tempo real, das

novas tecnologias disponíveis para seu avanço

social, econômico e cultural. Incorporando novas

tecnologias, passam a competir em melhores

condições e se juntam ao imenso contingente de

internautas com acesso ao conhecimento e à

informação.

Roberto Rodrigues – Foi Ministro da

Agricultura (governo Lula); coordenador do

Centro de Agronegócios da Fundação Getúlio

Vargas; Presidente do Conselho Superior do

Agronegócio da Federação das Indústrias do

Estado de São Paulo; foi Presidente da

Organização das Cooperativas Brasileiras, da

Organização Mundial das Cooperativas

Agrícolas e da Aliança Cooperativa

Internacional; é Professor de Economia Rural

da UNESP/Jaboticabal.

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CAPÍTULO II DESAFIOS: INCLUSÃO DIGITAL E CONECTIVIDADE

Ao nos debruçarmos sobre os dados da exclusão digital no Brasil, nos deparamos com os

seguintes indicadores:

• A pesquisa TIC Domicílios 2012, realizada pelo Comitê Gestor da Internet no

Brasil, publicada em junho de 2013, sobre o uso das Tecnologias de Informação e

Comunicação no Brasil, apontou que, no país, 28,1 milhões de domicílios

possuem computador, porém, 42,8 milhões de pessoas de 45 anos ou mais nunca

usaram a Internet.

• A mesma pesquisa apontou que 74,9 milhões de brasileiros nunca acessaram a

internet. O número equivale a 45% da população.

• A diferença também é grande no uso da Internet entre indivíduos: nas áreas

urbanas é maior (54%) do que na zona rural (18%).

• No Nordeste do país, 69% dos domicílios não possuem computador e, dos 31%

que o possuem, 73% não possuem conexão à internet.

Dentre os motivos identificados para a falta de internet nos domicílios, temos:

• A falta de infraestrutura adequada. A privatização das telecomunicações não

assegurou os investimentos nos municípios de baixo desenvolvimento

econômico e social, mantendo, assim, a exclusão digital nessas regiões;

• O preço da banda larga no Brasil é um dos mais caros do mundo. O País possui

mais de dez milhões de acessos fixos à internet rápida, que pagam, em média, R$

162,00 pelo serviço. De acordo com o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada

(IPEA), o valor é 9,6 vezes maior que no Japão e 24 vezes mais alto em relação

aos EUA.

Para fazer frente a este enorme fosso, o Governo Federal vem, desde 2010, estruturando

o Plano Nacional de Banda Larga (PNBL), que pretende levar o acesso à internet a 90

milhões de brasileiros, em regiões que hoje se encontram completamente à margem do

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processo de inclusão digital, por conta da falta de viabilidade econômica para implantação

de projetos.

Um Objetivo Nobre, Superior e Comum.

Enfrentar este problema foi o que nos motivou. Em janeiro de 2009, a Fundação

Odebrecht mapeou importantes parceiros estratégicos, com o objetivo de criar uma rede

de tecnologia disposta a apoiar os projetos impulsionados no Baixo Sul da Bahia, e,

transformar a região numa referência para o Brasil.

A interação com importantes empresas do setor de tecnologia, tais como: Cisco, Oi, Dell,

IBM, Oracle e Microsoft, para a apresentação do trabalho realizado pela Fundação,

permitiu a identificação de potenciais pontos de sinergia e alavancagem, que permitissem

criar condições de transferência e geração de conhecimento de ponta para o Baixo Sul.

Em paralelo, foi iniciado o exercício, juntamente com a área de Tecnologia da Informação

da Odebrecht, de análise e avaliação da possibilidade de utilizar o projeto de

Alfabetização Digital, criado em 2005, pela Construtora Norberto Odebrecht, com o

nome de Caia na Rede, cujo objetivo era capacitar em informática os trabalhadores e as

comunidades próximas à obra, ampliando, a partir de parcerias com as organizações

procuradas, seu escopo e alcance.

Consolidamos, em março, os primeiros entendimentos entre Odebrecht, Microsoft,

Fundação Odebrecht, Dell e Oi, firmando um Acordo de Cooperação para implantar o

Caia na Rede em 43 obras da Odebrecht, no Brasil, e nos Projetos Educacionais apoiados

pela Fundação Odebrecht, no Baixo Sul da Bahia, abrangendo também outras Instituições

parceiras.

Assinado o Acordo de Cooperação, iniciamos o projeto em junho de 2009. Os resultados

alcançados nos mostraram, de forma particular, que, no caso do Baixo Sul da Bahia, era

necessário ter uma maior participação das empresas provedoras de internet, pois a

conectividade, quando ocorria era ruim (funcionando por rádio ou satélite). Além do

mais, poucas áreas possuíam sinal e conexão. Neste sentido, comprometemos a Telebrás,

por meio do Plano Nacional de Banda Larga. Sem uma política pública que priorize essa

questão, não será possível pôr fim à exclusão digital nas comunidades rurais do Baixo Sul

e do Norte e Nordeste brasileiros como um todo.

Desse compromisso mútuo nasceu o macro objetivo do projeto Caia na Rede: explorar a

vontade dos indivíduos para desenvolver suas potencialidades, tornando-os pessoas de

conhecimento que, conseguem, por meio da tecnologia, abrir uma janela para o mundo,

acessando informações e conteúdos relevantes, de modo a estruturar seus negócios e

contribuir com o desenvolvimento social e econômico das suas comunidades.

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Conscientes do grave problema de exclusão digital no Brasil, procuramos combinar

esforços para construir uma oportunidade efetiva de servir e contribuir, de forma

decisiva, com o desenvolvimento de pessoas e regiões.

Entendemos que na era da informação, a alfabetização digital é elemento de progresso e,

a falta dela, se traduz em exclusão social. O acesso à tecnologia, com orientação

qualificada e disciplinada, pode ser um importante acelerador do processo de mudança na

educação.

O ensino e a aprendizagem podem ser efetivos, não em virtude do uso da tecnologia, mas

por saber aliar as metodologias inovadoras que podem garantir uma formação de

qualidade e encurtar distâncias ao encontrar a combinação adequada entre projetos,

conteúdos e parcerias.

Ao ensinarmos os jovens das regiões rurais a utilizar a tecnologia para melhorar a eficácia

e eficiência dos seus negócios, estaremos construindo uma realidade mais promissora.

A IBM, uma das maiores companhias de TI do

mundo, há quase 100 anos desenvolve inovações e

promove o uso da tecnologia em benefício das

empresas, instituições e da sociedade, com o

objetivo de construir um Planeta Mais Inteligente.

A companhia acredita que o fenômeno da

globalização, que aproxima e conecta pessoas,

representa um imenso potencial para aplicar a

tecnologia no desenvolvimento de um mundo mais

sustentável, com menos desperdício e mais

eficiente.

Neste contexto, a Responsabilidade Social é tratada

pela IBM como Cidadania Corporativa, em que os

negócios, o relacionamento com os investidores e

os valores corporativos estão alinhados aos

impactos ambientais, sociais e econômicos. Desta

forma, a companhia conduz os seus processos de

negócios, desenvolve projetos e realiza parcerias

com a finalidade de colocar a tecnologia a serviço da sociedade.

Parcerias como esta com a Fundação Odebrecht, por meio do Programa Tributo ao

Futuro, que incentiva os jovens a descobrir sua vocação profissional e estabelecer um

compromisso com seu futuro, são fundamentais para a sociedade. O nosso planeta

precisa de iniciativas visionárias como esta que colocam em prática atitudes para

alavancar o progresso.

Ricardo Pelegrini- Vice Presidente de

Indústrias e Iniciativas Estratégicas – IBM.

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O problema da conectividade

Os municípios do Baixo Sul ainda carecem de investimentos na área de tecnologia, uma

vez que ainda é muito nítida a existência de um abismo que os coloca em patamares muito

distantes dos identificados atualmente como tecnologicamente desenvolvidos, do ponto

de vista da conectividade e, principalmente, quanto ao nível de inclusão e domínio do uso

das tecnologias digitais para resolução de problemas em suas atividades cotidianas.

Para exemplificar melhor esta questão, destacam-se dados do Censo 2010, realizado pelo

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas – IBGE. Apenas 2,91% dos lares têm

conexão à Internet. Os dados apontam que, quando somados os sete principais

municípios da região (Valença, Ituberá, Camamu, Cairu, Taperoá, Nilo Peçanha e

Igrapiúna), chegam ao número de 6.189 computadores conectados à rede. A título de

comparação, esse dado é inferior ao de um único município, como Santo Antônio de

Jesus, situado no Recôncavo Baiano, que possui 7.114.

As causas para existência desta problemática, por suposto, estão vinculas ao baixo poder

aquisitivo da maioria da população local que inviabiliza a contratação dos serviços dos

provedores locais de Internet, e aquisição de equipamento. A exceção restringe-se

apenas ao uso dos dispositivos de telefonia móveis que, de alguma forma, criam uma

espécie de simulacro da inclusão no contexto do mundo digital.

Exemplo de domicílios ainda muito encontrados no Baixo Sul.

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Em conformidade com as grandes mudanças

que vem ocorrendo no Brasil, no setor de

tecnologia, em paralelo á chegada do Caia na

Rede, nota-se, na região a implantação de

políticas públicas comprometidas com a

democratização das tecnologias, já em curso no

cenário nacional.

Essas políticas têm possibilitado a redução dos

preços dos computadores, celulares e outros

dispositivos, e com isso ampliado

exponencialmente o acesso dos brasileiros aos

recursos tecnológicos. No Baixo Sul o caminho

a ser percorrido ainda é longo, entretanto,

perspectivas positivas se abrem para a

população local, principalmente para os

municípios cuja predominância é rural.

Para exemplificar melhor essa questão, citam-

se o exemplo da inclusão de Presidente

Tancredo Neves, entre os 100 primeiros

municípios brasileiros contemplados no Plano Nacional de Banda Larga – PNBL, em

20102; e os municípios de Piraí do Norte e Nilo Peçanha, que em 2012, foram incluídos no

Programa Cidades Digitais. Destaca-se que ambas as conquistas foram apoiadas pela

Fundação Odebrecht.

Plano Nacional de Banda Larga

O Plano Nacional de Banda Larga foi criado pelo Decreto nº 7.175, de 12 de maio de 2010.

O objetivo do Programa é expandir a infraestrutura e os serviços de telecomunicações,

promovendo o acesso pela população e buscando as melhores condições de preço,

cobertura e qualidade. A meta é proporcionar o acesso à banda larga a 40 milhões de

domicílios brasileiros até 2014 à velocidade de no mínimo 1 Mbps.

Em Presidente Tancredo Neves o projeto encontra-se em fase de implantação.

Dados ainda não enviados.

2 O município foi recentemente incluído no Programa Cidades Digitais

Em fase de implantação: Plano Nacional de Banda

Larga em Presidente Tancredo Neves.

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Programa Cidades Digitais

O Programa Cidades Digitais tem o objetivo de modernizar a gestão e o acesso aos

serviços públicos nos municípios brasileiros. Para isso, atua na construção de redes de

fibras ópticas que permitem a conexão entre os órgãos públicos, além de promover o

acesso da população a serviços de governo eletrônico e a espaços públicos destinados ao

uso da internet.

Fruto da parceria entre Ministério do Planejamento, da Telebrás, do Inmetro e do

BNDES, o Cidades Digitais, inclui a instalação de aplicativos de e-gov nas áreas

financeira, de tributação, educação e saúde, bem como a capacitação dos servidores

municipais para o uso e gestão da rede. Além disso, oferta de pontos de acesso à internet

para uso livre e gratuito em espaços públicos de grande circulação, como praças, parques

e rodoviárias.

Os municípios que recebem essa estrutura são selecionados por meio de edital. A

primeira seleção, promovida pelo Ministério das Comunicações, para implantação do

projeto-piloto, foi realizado em 2012 e contemplou 80 municípios.

Em 2013, o Cidades Digitais foi incluído no Programa de Aceleração do Crescimento

(PAC) do Governo Federal, o que assegurou um reforço de R$ 100 milhões no

orçamento de 2013. Nesta segunda etapa, puderam se inscrever cidades de até 50 mil

habitantes, distantes até 50 km do backbone (rede principal) da Telebrás ou que tenham

compromisso firmado com operadoras privadas para conexão à internet.

A rede das Cidades Digitais é composta por um anel de fibra óptica que interliga os

órgãos públicos locais. Empresas integradoras, contratadas por meio de pregão

eletrônico, são responsáveis pelo fornecimento de equipamentos, serviços de instalação,

suporte técnico e capacitação da administração municipal.

Programa Cidades Digitais é implantado em Piraí do Norte-BA.

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Os municípios de Piraí do Norte e Nilo Peçanha foram os primeiros, no Brasil, a implantar

o Programa. Em Piraí, o processo encontra-se num estágio bem avançado. A cidade conta

com 12 pontos disponibilizados para os órgãos públicos e 2 praças com acesso livre à

internet, num raio de 300 m/cada. A velocidade disponibilizada para as praças foi 2 Mb

dedicado e 11 Mb para os órgão públicos.

Em Nilo Peçanha, a implantação dos equipamentos já foi

finalizada, o processo de licitação para instalação do link

de internet encontra-se em andamento. O município

definiu 15 pontos de acessos governamentais, e 1 ponto

de acesso ao público (praça municipal). Ambos com

velocidade de 16 MB. O acesso gratuito à rede de

internet wi-fi para a população será viabilizado após a

contratação dos serviços.

Com a conclusão dessa fase, e após a liberação do Ministério das Comunicações para o

uso de softwares de gestão, será realizada a capacitação dos servidores que utilizarão os

softwares em suas rotinas de trabalho, nas áreas: financeiras, de tributação, educação e

saúde.

A partir da formação de alianças com importantes setores da sociedade, numa lógica de

governança, estão sendo criadas as condições necessárias, possíveis e desejáveis à

construção de um mundo rural alicerçado pela tecnologia, capaz de compartilhar valor e

conhecimento com as pessoas, e gerar riquezas.

“A nossa comunidade

será beneficiada com a profissionalização da comunicação. Esse é um grande avanço”.

Carlos Azevedo, Prefeito de Nilo

Peçanha-BA.

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CAPÍTULO III

CAIA NA REDE: DE PROJETO A PROGRAMA

O Caia na Rede além de contribuir para o

fortalecimento do capital social associa-se a novas

oportunidades de geração de trabalho, a partir da

qualificação de serviços no setor de tecnologia,

incentivando a apropriação dos recursos

tecnológicos como um meio para mudar a realidade

local.

Esse entendimento foi construído no período em

que sua gestão foi assumida pelo Instituto de

Desenvolvimento Sustentável do Baixo Sul da

Bahia (IDES), desde 2011, quando o projeto Caia na Rede teve seu escopo e alcance

ampliados, influenciando do ponto de vista estratégico, a alteração do seu status, de

projeto, para Programa, por integrar sinergicamente as seguintes linhas de atuação e

objetivos:

Linhas de Ação Objetivos Específicos Investidor

1.

Alfabetização Digital /

Tecnologias no mundo

rural

Transferir noções básicas de computação,

permitindo ao usuário as habilidades essenciais

para interagir no mundo digital.

Ampliar o uso das tecnologias digitais e

melhorar as condições de conectividade em

áreas rurais.

Microsoft/

Semp Toshiba

2. Aluno Monitor Formar multiplicadores em informática para

atuarem nas escolas.

Microsoft/

Instituto

Crescer

3. Aprender em Parceria /

Crescer em Rede

Qualificar professores para o uso das

tecnologias digitais nas escolas.

Microsoft/

Instituto

Crescer/NET

4.

IT Essentials (Programa

Cisco Networking

Academy)

Formar profissionais aptos a prestarem serviços

de instalação de sistemas operacionais,

montagem, manutenção e gestão de redes de

computadores.

Cisco

Systems/IDES.

Contribuir com a transformação da educação, ampliando o acesso ao conhecimento, à colaboração em rede e a disseminação de novos conteúdos, estímulo à pesquisa e a inovação e a criação de oportunidades de trabalho e renda.

Objetivo do Programa Caia na Rede, No Baixo

Sul da Bahia.

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5. Caia na Rede –

Organização Odebrecht

Orientar a implantação do Caia na Rede em

iniciativas sociais apoiadas pela área de

Responsabilidade Social de Empresas da

Organização Odebrecht.

Fundação

Odebrecht/

IDES.

6. Regularização de

Softwares

Assegurar a regularização de softwares

(Windows/Office) das Organizações da

Sociedade Civil que integram o PDCIS, e das

iniciativas sociais apoiadas por Empresas da

Organização Odebrecht.

Microsoft /

Fundação

Odebrecht/

IDES.

Com a nova configuração do Programa, cada linha de ação assumiu um enfoque

diferenciado, tais quais:

Enfoque Diretrizes Interface/Tecnologia

Empresarial Odebrecht

1. Social/Comunitário

Democratização do acesso às tecnologias

da informação e da comunicação para

comunidades com baixo índice de

desenvolvimento.

Sobrevivência

2. Educacional

Qualificação de profissionais da educação

e de jovens multiplicadores para o uso

adequado das tecnologias na educação

(convergência com políticas públicas

educacionais)

Crescimento

3. Produtivo

Qualificação profissional para o mercado

de trabalho (geração e incremento de

renda). Perpetuidade

Consolidação de tecnologia social para

disseminação em outras organizações.

• Público impactado

O Programa Caia na Rede promove o acesso ao mundo digital a adolescentes, jovens e

educadores do Baixo Sul, na Bahia, visando à melhoria dos índices educacionais e, a

apropriação dos recursos tecnológicos pelas comunidades. Nessa direção já conseguiu

atender mais de 4.600 pessoas, e fortalecer iniciativas que envolvem o uso das

tecnologias, em toda a região e fora dela.

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23

A) Pessoas Físicas

Desde 2009, mais de 4.631 pessoas já foram impactadas, conforme demonstrativo a

seguir:

• Distribuição por projetos

895 984

1091

1311

350

2009 2010 2011 2012 2013

895 973

1091 1202

302

0 11 0 0 0 0 0 0 87

34 0 0 0 22 14

2009 2010 2011 2012 2013

Alfabetização Digital Aluno Monitor Aprender em Parceria IT Essentials

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24

Cada linha de ação passou a exigir uma abordagem diferenciada dos aspectos que

envolvem o ensino e, sobretudo, as expectativas de resultados para cada segmento de

público a ser trabalhado. Nesse sentido, observando as dinâmicas das turmas, e os

resultados decorrentes de cada ação, foram delineados os seguintes perfis:

Linhas de Ação Públicos

1. Alfabetização Digital /

Tecnologias no mundo rural

Pessoas, de qualquer idade, com pouca familiaridade com o

uso do computador.

2. Aluno Monitor Jovens estudantes de escolas públicas.

3. Aprender em Parceria /

Crescer em Rede

Educadores em ambientes formais e/ou não formais,

Gestores de Unidades de Ensino ou Coordenador

Pedagógico.

4. IT Essentials Estudantes de Ensino Médio/ Graduandos em TI

5. Caia na Rede – Organização

Odebrecht

Projetos sociais apoiados pelas áreas de Responsabilidade

Social das empresas da Organização Odebrecht.

6. Regularização de Softwares Projetos sociais apoiados pelas áreas de sustentabilidade

das empresas da Organização Odebrecht/ Apoio PDCIS.

B) Pessoa Jurídica

Organizações do PDCIS

1. Associação Guardiã da APA do Pratigi (AGIR)

2. Associação para Produção Sustentável (APS)

3. Casa Familiar Agroflorestal do Baixo Sul da Bahia (CFAF)

4. Casa Familiar das Águas do Baixo Sul da Bahia (CFA)

5. Casa Familiar Rural de Igrapiúna (CFRI)

6. Casa Familiar Rural de Presidente Tancredo Neves (CFR PTN)

7. Casa Jovem (CJ)

8. Centro de Formação Profissionalizante Construir Melhor (CM)

9. Cooperativa de Produtoras e Produtores Rurais da APA do Pratigi (COOPRAP)

10. Cooperativa dos Produtores de Amido de Mandioca do Estado da Bahia

(COOPAMIDO)

11. Cooperativa dos Produtores de Palmito do Baixo Sul da Bahia (COOPALM)

12. Cooperativa Mista de Pescadores, Marisqueiros e Aquicultores do Baixo Sul da Bahia

(COOPEMAR)

13. Instituto de Desenvolvimento Sustentável do Baixo Sul da Bahia (IDES)

14. Instituto Direito e Cidadania do Baixo Sul da Bahia (IDC)

15. Organização de Conservação de Terras do Baixo Sul da Bahia (OCT)

16. Tiro de Guerra de Valença-Ba

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17. Escolas da Rede pública de Ensino

18. Escola Dr. José Andrade Soares (Valença)

19. Colégio Estadual Manoel Hermínio Silva (Valença)

20. Escola Marechal Costa e Silva (Valença)

21. Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Baiano - IFBA (Valença)

22. Escola Municipal Maria Amélia (Ituberá)

23. Celina Pinheiro Gomes (Nilo Peçanha)

24. Escola Municipal Domingos Mucugê (Piraí do Norte)

25. Edson Ramos de Almeida (Ibirapitanga)

26. Escola Maria Lima Moreira (Igrapiúna)

27. Colégio Estadual Casa Jovem (Igrapiúna)

28. Escola Municipal Casa Jovem (Igrapiúna)

29. Escola Municipal Ana Nery (Presidente Tancredo Neves)

Empresas do Baixo Sul

30. Faculdade Zacarias de Góes - FAZAG

31. Antônio Charlys Leite Menezes & Cia Ltda.

32. Vinícius Modas –- Valença - BA

33. Companhia Valença Industrial

34. Toni Informática

Projetos Sociais apoiados por Empresas da Organização Odebrecht

35. Odebrecht Infraestrutura - Consórcio Sistema BA 093

36. Odebrecht Transport - Concessionárias Rota das Bandeiras e Bahia Norte

37. Odebrecht Ambiental – Foz Jaguaribe

38. Odebrecht Engenharia Indústria – ETH/Brenco

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C) Amplitude do Programa Caia na Rede no Baixo Sul

IMPACTO SOCIAL

Pessoas: 4.631 pessoas

Organizações: 34

Municípios: 11

Comunidades: 161

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CAPÍTULO IV

COMPARTILHANDO APRENDIZADOS

O Instituto de Desenvolvimento Sustentável do

Baixo Sul da Bahia – IDES foi responsável, em

2009, pela implantação do Projeto Caia na

Rede, no Baixo Sul. Entre 2010 e 2011, o

projeto foi gestado de forma compartilhada

entre as Casas Familiares Rurais de Presidente

Tancredo Neves (CFR-PTN), de Igrapiúna

(CFRI) e a Agroflorestal (CFAF), em Nilo

Peçanha. Para efeito de consolidação dos

resultados referente ao período citado, foi

sistematizada a publicação Uma Janela para o

Mundo: o desafio da Inclusão Digital em Áreas

Rurais.

Em 2011, a Semp Toshiba aderiu ao Programa

Tributo ao Futuro, viabilizando a aquisição de

105 notebooks para fins educacionais,

destinados aos adolescentes e jovens oriundos

de áreas rurais em formação na Casa Familiar Rural de Presidente Tancredo Neves e, em

2012, outros 40 notebooks foram destinados para os estudantes do Centro de Formação

Profissional Construir Melhor. Em 2013, foi viabilizada a aquisição de 105 computadores

para implantação de laboratórios de informática no Tiro de Guerra e em outras escolas e

associações do município de Valença, por intermédio do IDES.

A parceria com a Semp Toshiba criou uma ambiência favorável à ampliação do escopo do

Caia na Rede, convergindo com outras linhas de ação já em andamento, a exemplo do

curso de Alfabetização Digital, Aprender em Parceria e IT Essentials.

Em 2012, com a gestão do Projeto retomada pelo IDES, o mesmo assumiu o status de

Programa, por integrar ações específicas, que exigiam públicos segmentados. Esse

período foi marcado pela sua expansão para novas comunidades rurais e urbanas,

principalmente do município de Valença.

Para acessar:

http://www.tributoaofuturo.com.br/todosjuntos/Fr

um%20de%20Conhecimento/EDUCA%C3%87%C3%8

3O%20E%20CIDADANIA/Livro%20Caia%20na%20Re

de%202011.pdf

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Tal qual foi feito com a experiência de implantação do curso de alfabetização digital no

biênio 2010/2011, e, face ao volume de fatos e dados gerados pelo Programa Caia na

Rede no período de vigência do Acordo de Cooperação com a Semp Toshiba (2011-2013),

chegou-se ao entendimento que é necessário garantir que o legado do Programa seja

perpetuado e difundido entre pessoas e organizações que reconhecem nas tecnologias e

nas ciências, importantes vetores para impulsionar processos sinérgicos de

desenvolvimento, integrando as dimensões social, humana, ambiental e econômica.

O olhar sobre os ganhos, as oportunidades e os impactos decorrentes do Programa Caia

na Rede inspirou novamente a organização de novos documentos que além de ressaltar o

enfoque contributivo ao cenário do Baixo Sul, servirá como norteador em casos de

replicação em outros ambientes.

Como referencial metodológico e estruturante desse trabalho, optou-se pela prática da

Sistematização, compreendida como:

Um processo permanente, cumulativo, de criação de conhecimentos a

partir de nossa experiência de intervenção numa realidade social,

como um primeiro nível de teorização sobre a prática. (...) representa

uma articulação entre teoria e prática (...) e serve a objetivos dos dois

campos. Por um lado (...); de outra parte (...) aspira a enriquecer,

confrontar e modificar o conhecimento teórico atualmente existente,

contribuindo para convertê-lo em uma ferramenta realmente útil para

entender e transformar nossa realidade. ANTILLÓN (1991)3

Esse processo de busca tornou possível:

Compreender profundamente as experiências realizadas no âmbito do Programa

Caia na Rede;

Compartilhar com outras práticas semelhantes os ensinamentos decorrentes da

experiência realizada no Baixo Sul da Bahia;

Conduzir à reflexão teórica dos conhecimentos surgidos ao longo da execução do

projeto (práticas sociais concretas);

Melhorar a prática, a intervenção, a partir do que ela mesma nos ensinou ao londo

dos 04 anos de execução do Programa.

3 Como entendemos la Sistematización desde una Concepción Metodológica Dialéctica? Documento para discusión. IMDEC-ALFORJA,

Guadalajara, 1991.

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Nesse sentido, ao longo de 2013, o IDES, apoiado pela Semp Toshiba, produziu

conteúdos didáticos para apoiar os professores do Baixo Sul a superarem as dificuldades

de lidar com a tecnologia, e a utilizem em sala de aula, foram eles:

1) Alfabetização Digital - Caderno do Professor

Adaptação e revisão dos Conteúdos Educacionais

Microsoft, objetivando orientar educadores da rede

pública de ensino, na condução de cursos básicos de

informática.

2) Guia Crescer em Rede

Elaborado em parceria com o Instituto Crescer e com

o apoio da NET Educação. O guia destinado à

qualificação de professores das redes públicas, com

foco no uso adequado das tecnologias digitais em

sala de aula.

Para 2014 e os anos seguintes, espera-se que os

professores potencializem seu método de ensino,

permitindo que crianças e adolescentes

desenvolvam suas habilidades e competências, e

construam uma aprendizagem significativa nas

diversas áreas do conhecimento.

Para isso, as ações serão executadas em consonância

com políticas públicas educacionais, em 06

municípios do Baixo Sul (Valença, Ibirapitanga,

Igrapiúna, Ituberá, Nilo Peçanha e Piraí do Norte),

por considerar fundamental a tecnologia como uma

opção estratégica para a melhoria dos indicadores de

qualidade da educação.

Para acessar:

http://www.tributoaofuturo.com.br/multimidi

a/Outros/GUIA%20CRESCER%20EM%20RED

E.pdf

Para acessar:

http://www.tributoaofuturo.com.br/multimi

dia/Outros/LIVRO%20ALFABETIZAÇÃO%2

0DIGITAL.pdf

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30

CAPÍTULO V

PROGRAMAS EXECUTADOS

Diferentemente dos projetos sob a

responsabilidade das empresas da Organização

Odebrecht, a execução do Caia na Rede, na

Fundação, e, em parceria com o Instituto de

Desenvolvimento Sustentável do Baixo Sul -

IDES, foi assumindo novos formatos e

atualmente é considerado um Programa, que

integra vários projetos que aliam as novas

tecnologias à educação e à ações focadas no

desenvolvimento sustentável.

Do ponto de vista humano, constitui-se enquanto desafio, qualificar as pessoas

(monitores/educadores) para que saibam potencializar o uso da tecnologia, explorando

suas diversas possibilidades para melhorar a construção dos seus planos de aulas,

tornando o conhecimento mais acessível aos jovens da região. Quase todas as escolas

públicas já possuem computadores, mas estão sem uso, ou porque as escolas não têm

estrutura adequada, ou porque os professores não possuem nenhuma intimidade com a

tecnologia. Nesse contexto, a participação da Microsoft tem sido estratégica, em razão

dos cursos que desenvolveu (Alfabetização Digital, Aprender em Parceria e Aluno

Monitor) e, que permitem uma melhoria significativa do uso da informática nas escolas.

Com o funcionamento dos laboratórios do Caia na Rede estamos conseguindo resultados

expressivos. A tecnologia combinada à educação vem permitindo: um maior e mais

rápido acesso a informação; uma pesquisa mais qualificada de conteúdos, que pode fazer

a diferença para o jovem da zona rural, sobretudo com o acesso aos temas relacionados ao

agronegócio; um maior intercâmbio de informações e experiências, que pode resultar na

solução de problemas e na construção de oportunidades; o uso racional de ferramentas

(planilhas eletrônicas, análises gráficas, etc.) que contribuem com o planejamento e o

acompanhamento da produtividade e rentabilidade dos empreendimentos rurais.

“Já fui aluna dos cursos do Caia

na Rede, agora passei a ser monitora. Sinto-me vitoriosa ao passar o que aprendi e vivenciei para outros jovens. Estou muito feliz ministrar aulas em um dos laboratórios desta iniciativa social que a região tanto necessita”.

Elisangela da Silva Santos

Monitora do Projeto Caia na Rede

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PROJETOS:

Alfabetização Digital

Aluno Monitor

Parceiros na Aprendizagem Aprender em Parceria

Oficina de Criação Digital

Empresa Líder no setor de tecnologia,

fundada em 1975, por Bill Gates, tem como

missão “ajudar pessoas, empresas e

parceiros a atingirem todo o seu potencial.

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ALFABETIZAÇÃO DIGITAL

O curso de Alfabetização Digital, concebido pela Microsoft, objetiva ensinar os

conhecimentos e aptidões básicas de computação para utilização das novas tecnologias e

identificação de novas oportunidades sociais e econômicas, tanto nos planos pessoal e

profissional como nos âmbitos familiar e comunitário.

Jovens no curso de alfabetização digital, na Casa Familiar Rural de Igrapiúna.

Independentemente do grau de familiaridade ou

experiência em computação, este projeto contribui

para que qualquer pessoa adquira os conhecimentos

básicos da computação, desde o uso da Internet até o

envio de um e-mail ou a criação de um texto ou

apresentação, criação de blogs / fotologs, uso de

sites de busca e criação de homepages.

O Alfabetização Digital ajuda os usuários a

desenvolver habilidades mínimas para adquirirem familiaridade e confiança na

computação. O projeto consiste em 20 horas de treinamento (uma hora de aula, duas

vezes por semana) com avaliações e um teste final de certificação.

Ensino de noções básicas de computação, permitindo ao usuário construir as habilidades essenciais para interagir no mundo digital.

Objetivo do Alfabetização Digital

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É através do Alfabetização Digital que o usuário de informática aprende a manusear o

computador, acessar a internet, adquire noções sobre arquivos, programas, hardware, e-

mail e outros recursos. Por se tratar de um curso de noções básicas, é considerado a porta

de entrada para os cursos de aprofundamento em tecnologia, tanto os oferecidos pela

Microsoft quanto por outros parceiros.

1) Conteúdo programático

Noções Básicas Sobre o Computador

No mundo moderno, a computação se tornou parte integrante do nosso cotidiano.

Músicas, fotos, operações bancárias, comunicações, todas essas atividades, hoje

executadas no computador, modificaram nossa maneira de viver e de trabalhar. Este

módulo do programa apresenta as noções básicas da computação, explica os

componentes de um computador, explora os princípios do sistema operacional e mostra

como usar o mouse e o teclado.

Conteúdos Competências Técnicas

Introdução à computação

Terminologia geral de computação

Recursos e desempenhos do computador

Sistemas operacionais do computador

Oportunidades de trabalho

Descrever a função dos computadores, seus

componentes e como trabalhar com eles.

Definir a terminologia geral de computação.

Explicar os tipos de computadores, os

programas e os problemas de desempenho.

Explicar os conceitos principais relacionados

aos sistemas operacionais do computador.

Identificar oportunidades de trabalho em

áreas em que computadores podem ser

usados.

Programas de Produtividade

Existem, atualmente, centenas de aplicativos de softwares disponíveis. Este módulo

explora os aplicativos utilizados com mais frequência nos negócios, na educação e em

casa. Ele ensina a escolher o software mais indicado para cada tipo de projeto. Os

usuários aprendem os princípios básicos de processamento de texto, planilhas de

cálculos, softwares de apresentação e bancos de dados.

Conteúdos Competências Técnicas

Introdução aos programas de produtividade

Comandos e recursos comuns

Introdução aos processadores de texto,

editor de planilhas, apresentações

Introdução aos programas de banco de

dados

Descrever a funcionalidade dos programas

comuns no Microsoft Office 2010.

Identificar os recursos e os comandos

compartilhados por programas de

produtividade.

Usar um processador de texto, editor de

planilhas e programas de apresentação.

Criar e armazenar informações em um

banco de dados.

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A Internet e a World Wide Web

A internet conecta pessoas, informações e recursos em todo o mundo. O curso mostra

como se conectar à internet, procurar páginas da Web, navegar pelos sites, usar

mecanismos de pesquisa e trocar mensagens de e-mail com outras pessoas.

Conteúdos Competências Técnicas

A Internet

A Word Wide Web

Usando e-mail

Outros métodos de comunicação na

Internet

Explicar os conceitos básicos relacionados à

Internet.

Explicar o conceito da Web e identificar

seus componentes.

Explicar como usar o correio eletrônico para

se comunicar pela Internet.

Descrever outros métodos de comunicação

pela Internet.

Segurança e Privacidade

É muito simples utilizar um computador com toda segurança e privacidade, desde que se

saiba como fazê-lo. O curso facilita a identificação dos principais riscos e ameaças à

segurança e privacidade, de modo a aprender a evitá-los e adquirir mais confiança no uso

da computação.

Conteúdos Competências Técnicas

Introdução à segurança e privacidade do

computador

Protegendo sua família contra as ameaças

de segurança

Como manter seu computador seguro e

atualizado

Ética na informática

Explicar sobre segurança e privacidade do

computador e identificar os tipos de

ameaças do computador.

Identificar os diversos métodos para

proteger seu computador contra ameaças.

Explicar os bons hábitos de trabalho usados

para aprimorar a segurança e privacidade de

seu computador.

Explicar as configurações e opções que

ajudam a manter o seu computador seguro.

Identificar os desafios éticos básicos que o

computador e a Internet apresentam aos

usuários.

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Estilos de Vida Digitais

Telefones celulares, MP3, câmeras digitais, computadores, estes e tantos outros

dispositivos estão trazendo grandes modificações ao nosso cotidiano. O módulo

apresenta as novas tecnologias digitais, incluindo as de áudio, vídeo e fotografia. Ele

explora como essas e outras tecnologias da computação estão criando novas

oportunidades de trabalho e moldando o mundo em que vivemos.

Conteúdos Competências Técnicas

A experiência digital

Introdução ao áudio, vídeo e fotografia

digital

Aproveitando a mídia digital no computador

Tecnologia digital e oportunidades de

trabalho

Explicar a função da tecnologia digital em

nosso cotidiano.

Explicar os conceitos e recursos básicos do

áudio digital.

Explicar os conceitos e recursos básicos do

vídeo digital.

Explicar os conceitos e os recursos básicos

da fotografia digital.

Explicar como aproveitar a mídia digital em

um computador.

Identificar as diferentes oportunidades de

carreira que se tornaram disponíveis com os

computadores.

Dominar a tecnologia é essencial para que todos os

indivíduos passem a fazer parte da sociedade do

conhecimento. O domínio da informática e da

internet abrem portas para os menos favorecidos

economicamente.

Uma mudança tão abrangente não se faz

rapidamente - nem pode ser uma iniciativa isolada

de um setor ou segmento da sociedade. A união da

administração pública, nos seus diversos níveis, da

iniciativa privada e de ONGs é a base para o sucesso

da virada educacional que o Brasil precisa realizar.

Cabe às empresas de tecnologia trabalhar para

encontrar soluções e ferramentas para transformar

a educação. A educação de alta qualidade

representa o alicerce do sucesso das nações.

Michel Levy - Ex-Presidente da Microsoft Brasil,

e atual Diretor do Grupo Saraiva.

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2) O Alfabetização Digital no Baixo Sul

Na condição de uma experiência piloto o Alfabetização Digital trouxe ao Programa Caia

na Rede uma série de aprendizados, uma vez que a realidade do Baixo Sul tinha um

grande potencial para o crescimento do Projeto, face aos dados alarmantes índices de

exclusão digital, em áreas rurais.

Tal conjuntura exigiu um reposicionamento do ponto de vista metodológico, tendo em

vista que o público, em sua maioria, era composto por pessoas oriundas de áreas rurais,

com déficits de leitura e interpretação de textos; residentes de localidades distantes dos

centros urbanos, e por consequência de outros locais de acesso às tecnologias.

Somado a isso, constatou-se que os conteúdos da Microsoft possuíam um caráter

predominantemente urbano e uma linguagem mais familiar a pessoas com maior

possibilidade de acesso ao computador e maior tempo com essas máquinas disponíveis

para serem praticados os conhecimentos teóricos aprendidos. Além disso, tivemos a

certeza de que a abordagem autoinstrucional, sugerida pela Microsoft, não seria a melhor

opção para o relacionamento com nosso público.

Evolução do Nº de impactados

Os três primeiros anos foram dedicados à ampliação do acesso às tecnologias, por meio

de ações de fomento à inclusão digital. Esse foi o tempo suficiente para identificar os

aspectos a serem ajustados no processo, além de identificar novas frentes de ação

consolidando de forma gradativa, um modelo de ampla aderência às premissas da

Fundação Odebrecht, demais parceiros e, sobretudo, que tivesse como centro a

aprendizagem dos adolescentes e jovens do Baixo Sul.

Nas primeiras turmas foi identificado, ao longo do processo de acompanhamento, que o

curso com duração prevista de 20h, em alguns casos, ultrapassava 50h. Sem a previsão de

conclusão, os jovens se desmotivavam. Sem dúvida, o cenário não era o mais favorável a

uma aprendizagem significativa.

895

973

1091

1202

302

2009

2010

2011

2012

2013

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Todo o contexto apresentado motivou a coordenação do projeto a realizar um

diagnóstico situacional e, em paralelo, recorrer ao apoio de técnicos e dialogar com os

beneficiários a fim de aprofundar a análise sobre a realidade em questão.

Decidiu-se, então, marcar os testes simulados de avaliação em todas as turmas, com 20

horas ou mais de capacitação, no site da Microsoft. De 162 jovens que realizaram os testes

formulados pela Microsoft, apenas 05 (isso mesmo!) conseguiram ser aprovados. Um

retrato nítido e assustador do nosso problema. Importa destacar que dos o5 aprovados, 03

já tinham algum conhecimento em informática, por terem feito um curso anterior.

3) O que aprendemos nos primeiros anos?

A reflexão sobre os resultados nos levou às seguintes conclusões: 1) A Primeira Metade

da Tarefa Empresarial (o Planejamento) não havia sido realizada; os monitores, embora

técnicos em informática, não possuíam didática para ensinar; muitos não dominavam os

conteúdos da Microsoft (e não se prepararam para ensinar); 2) Na Segunda Metade da

Tarefa Empresarial (a Execução) o resultado, portanto, não podia ser diferente.

Para reverter o quadro diagnosticado, a Fundação Odebrecht montou uma força-tarefa

para iniciar do zero as ações. Mas agora, tendo a Tecnologia Empresarial Odebrecht

como bússola, orientando o planejamento, a execução e o acompanhamento dos

resultados.

Apesar de tudo, foi identificada como uma grande oportunidade, a possibilidade de se

traçar uma abordagem contextualizada para os conteúdos trabalhados, adaptando-os à

realidade local, o que, por sua vez, permitiria aos jovens criarem uma relação de

identificação com as linguagens e códigos próprios da tecnologia, visualizando sua

aplicação no cotidiano, além de terem uma aprendizagem de fato significativa.

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3.1) Planejamento educacional e revisão do

método

Para atingir maiores e melhores resultados,

concluímos que era necessário estruturar toda a

ação e focar no planejamento pedagógico. Essa

etapa permitiu identificar a melhor forma de

ensinar os conteúdos, a fim de garantir ao público

do Projeto uma aprendizagem significativa e, por

conseguinte, conseguir a aprovação nos testes da

Microsoft4. Diretrizes pedagógicas e rotinas de

trabalho foram definidas para suportar a execução

do projeto.

Considerando as dificuldades com leitura,

interpretação de textos e resolução de cálculos

apresentadas pelos jovens do Baixo Sul, optou-se

por realizar a revisão do método em que se baseava

o Programa. Com isso, ficou evidente que a

proposta autoinstrucional deveria dar lugar à

medição dos conteúdos por um educador, com

competências na área de informática. A figura

deste facilitador, devidamente treinado para

ensinar os conteúdos do curso, foi muito

importante para o êxito que passaríamos a ter.

3.2) Definição de instrumentos de trabalho

Além do aspecto pedagógico, evoluímos também na construção de instrumentos

norteadores para a atuação da equipe, tais quais:

Instrumentos Funcionalidade

Diário de bordo

Instrumento em que o Monitor registra todo o planejamento do curso a ser

executado com uma determinada turma. Nele estão concentrados todos os

planos de aula que orientam a prática cotidiana do Monitor.

Registro de

frequência

Além do planejamento, o Monitor registra a frequência das turmas,

permitindo inclusive avaliação da participação dos alunos em sala.

Avaliações

processuais

Após cada aula os alunos realizam avaliações parciais envolvendo os temas

trabalhados em sala, a fim de que fixem a aprendizagem dos conteúdos.

Para isso, utilizou-se um programa de perguntas e respostas (o Quiz

Maker), ambientando os jovens a espaços virtuais de avaliação.

4 Os participantes, ao final do curso, realizam online um teste na plataforma da Microsoft. Os que

obtiveram 80% de acertos, receberam um certificado de conclusão emitido pela empresa.

O processo educacional é uma via de mão dupla, em que tanto o aluno quanto o professor aprendem. Esse pensamento nos permitiu entender quais são as limitações dos jovens em formação no projeto e, assim, fundamentar um sistema de ensino/aprendizagem adequado à sua realidade.

Frede Bonfim

Coordenador do Caia na Rede no Baixo Sul

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3.3) Valorização do Papel do Educador no ensino de informática

O principal desafio do educador é o de criar conexões entre a tecnologia, seus termos

técnicos, seus recursos e seus benefícios e o beneficiário do Projeto, fazendo-o entender

o mundo de informações por trás da tecnologia, permitindo que este conhecimento seja

convertido em crescimento pessoal e comunitário.

Entendemos que o profissional que assume esta função, além da experiência e

competência técnica, precisa possuir sensibilidade e destreza para perceber as

oportunidades de aprendizagens das turmas e ter a habilidade em propor resoluções

práticas, que prendam a atenção dos alunos e os incentive a colaborarem na construção

de novos conhecimentos.

3.4) Elaboração e distribuição do material

didático

Diante da dificuldade dos beneficiários do Projeto,

em acessarem materiais didáticos sobre o assunto,

em meio digital, em suas casas, e não encontrarem

laboratórios ou salas de informática em suas

comunidades, para que pudessem, assim, ampliar a

interação com o computador, passamos a produzir

materiais de apoio impressos (textos, atividades de

fixação, etc.), que garantiram a continuidade dos

estudos, mesmo quando o jovem não estivesse no

laboratório do Caia na Rede, nas instituições

apoiadas pela Fundação Odebrecht.

3.5) Abordagem multidisciplinar

A tecnologia no âmbito do Caia na Rede foi

assumida como um espaço de convergência das

diversas áreas de conhecimento. Neste caso, a

diversificação de linguagens (textual, audiovisual,

tecnológica) passou a ser compreendida como um

recurso essencial, utilizado para assegurar uma

abordagem multidisciplinar dos conteúdos de informática.

Por isso utilizamos, de forma sinérgica e complementar, as linguagens abaixo:

A) Textual: aos alunos foram disponibilizados textos alternando gênero e tipologia a

fim de permitir o interesse e o gosto pela leitura, associando-os aos conteúdos

centrais do projeto;

“Eu cheguei à Casa Familiar sem saber nada sobre informática. Foi aqui que eu tive o primeiro contato com o computador. O Caia na Rede me trouxe a possibilidade de entrar no mundo da tecnologia e eu sou muito grata por isso.”

Daniela Assunção – Egressa da Casa Familiar

Rural de Igrapiúna, aluna do curso de

alfabetização, que primeiro atingiu a marca de

100% de acertos no teste da Microsoft.

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B) Audiovisual: vídeos curtos, coerentes e/ou curiosos, representam um ótimo

recurso para fixação de conteúdo, muitos deles impossíveis de serem explicados

apenas com palavras;

C) Tecnológica: consideramos que a melhor forma de ensinar se dá por meio do

incentivo à prática. Identificamos, assim, como importante e necessário buscar

programas que possam ser utilizados pelos beneficiários do projeto em suas

atividades práticas e cotidianas. No mundo rural, a tecnologia precisa estar a

serviço do empresariamento das atividades agrícolas, contribuindo para a

melhoria da produtividade, qualidade e rentabilidade.

Com esse entendimento, o trabalho passou a ser validado inicialmente na Casa Familiar

Rural de Presidente Tancredo Neves e, aos poucos, foi sendo replicado em outros

ambientes no Baixo Sul.

4) O exemplo da Casa Familiar Rural de Presidente Tancredo Neves

Definir metas claras, objetivas, mensuráveis e desafiadoras no Caia na Rede passou a ser

uma constante a partir do segundo semestre de 2010. Primeiramente, foi definido na

CFR-PTN que, após um trabalho concentrado de 02 meses, entre agosto e setembro,

seria admitido um percentual de, no mínimo, 50% de aprovação.

Em meio aos ajustes no processo, optamos por realizar uma nova sondagem diagnóstica,

e os resultados nos deixavam cada vez mais confiantes de que estávamos no caminho

certo.

O resultado alcançado foi animador! O percentual médio de aprovação das 03 turmas

avaliadas, chegou a 68%, superando a meta prevista, o que permitiu alçar novos voos. Em

dezembro, todos os jovens em formação na CFR-PTN já haviam passado pela avaliação. E

nesta Unidade de Ensino, conseguimos um percentual de 100% de aprovação.

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Após as ações descritas, chegamos ao final de 2010 com 242 jovens certificados pela

Microsoft, num universo de 292 pessoas avaliadas. Os que não conseguiram atingir ao

percentual de aprovação passaram por aulas de reforço e foram submetidos a novos

testes.

Estávamos diante da efetiva mudança da realidade. Após termos feito o diagnóstico,

pudemos realizar o planejamento adequado. Ao irmos para execução, fizemos o que

estava planejado. Com isso, os resultados apareceram. As dificuldades foram vencidas. É

possível levar a tecnologia e ensinar o seu uso às pessoas que vivem no mundo rural.

Solenidade de certificação da primeira turma do curso de Alfabetização Digital da Microsoft, com jovens de todas

as Casas Familiares Rurais do PDCIS, Tiro de Guerra, e do Centro de Formação Construir, em janeiro de 2011. O

evento contou com a presença da Direção da Microsoft no Brasil.

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DIRETRIZES PEDAGÓGICAS

Formuladas pela equipe do Projeto no Baixo Sul

As reuniões e os encontros de formação com os Monitores do Projeto serviram para

sensibilizá-los a tomarem consciência da importância do seu papel, o que facilitou o

processo de construção das seguintes diretrizes:

Executar processos educativos de qualidade, focados na inclusão, no

aperfeiçoamento e no desenvolvimento de novas tecnologias, comprometidos

com a emancipação digital dos beneficiários do projeto;

Promover o uso das tecnologias, viabilizando a apropriação e a aplicação dos seus

códigos e linguagens específicas no cotidiano das pessoas;

Conceber a tecnologia como um espaço de convergência e integração de diversas

áreas de conhecimento;

Reconhecer, no âmbito do desenvolvimento tecnológico, a teoria e a prática

como uma unidade indissociável, pois toda tecnologia possui uma ação aplicável

no nosso dia a dia;

Mediar novas formas de diálogo, de construção de saberes e realização de ações

concretas na realidade, a partir do uso das tecnologias;

Fomentar a criação e/ou participação em redes de colaboração e o fortalecimento

de práticas coletivas entre os beneficiários do projeto;

Difundir a pesquisa, a troca e a colaboração na construção de conhecimentos

relevantes para os beneficiários e suas comunidades de origem;

Possibilitar o fortalecimento de laços e vínculos sociais a partir do uso adequado

das tecnologias;

Explorar as potencialidades existentes nas tecnologias, por meio da inovação nas

abordagens dos conteúdos.

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LIÇÕES APRENDIDAS

Fatores Positivos:

O curso se enquadra à necessidade do público do Baixo Sul. Durante os 4 anos de Caia na

Rede na Microrregião, mais de 4.600 beneficiários foram atendidos o que significa uma

demanda considerável para os laboratórios do Caia na Rede. Conhecer as funções básicas

do computador e usar a tecnologia em prol do próprio usuário é fundamental para

ingresso no mercado de trabalho e o Alfabetização Digital oferece os conhecimento e

práticas básicas para essa capacitação.

Oportunidades de Melhoria:

Apesar da aplicabilidade dos conteúdos do curso, eles foram elaborados para um público

específico: moradores de zonas urbanas que já tenham algum contato com o

computador. Também os conteúdos não podem ser considerados “básicos” em sua

totalidade. A certo ponto do curso, conteúdos mais rebuscados se misturam com

conceitos inicias de computação e tecnologia, dificultando o aprendizado e a condução de

aulas. A carga horária prevista está muito aquém da necessária à assimilação dos

conceitos. Em sua essência, esse curso não pode ser considerado “autoinstrucional”, pois

requer a presença de um conjunto de instrumentos para validação, avaliação, execução,

acompanhamento e controle de aulas e dos participantes.

Penso que este é um grande modelo

educacional, pois transmite a

informação utilizando tecnologias e

métodos capazes de formar pessoas de

conhecimento, que vão liderar suas

comunidades nas áreas rurais

brasileiras. Acredito que, muito em

breve, essa será uma prática possível

de replicação.

Michael Golden –- Ex-Vice Presidente de Educação

da Microsoft Internacional, interagindo com

estudantes do Colégio Estadual Casa Jovem, em

2009.

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PARCEIROS NA APRENDIZAGEM

A iniciativa Microsoft Parceiros na Aprendizagem foi

lançada mundialmente em 2003 com a missão de promover

a educação por meio do desenvolvimento de parcerias e

colaboração de longo prazo com governos locais (federais,

estaduais e municipais), o que traz como consequência a

aceleração do desenvolvimento socioeconômico do país,

tornando-se assim um compromisso para melhorar a

qualidade da educação.

Com estas ações, as escolas passam a fazer o uso efetivo e relevante da tecnologia –

especialmente na ampliação do acesso e na melhoria da qualidade do ensino-

aprendizagem, apoiando, assim, que alunos e professores atinjam seu potencial pleno

através do uso efetivo da tecnologia no seu dia a dia escolar.

“Auxiliar os alunos e

educadores a alcançarem seu potencial pleno”. Objetivo do Programa Parceiros na

Aprendizagem

ENSINO CENTRADO NA

QUALIDADE DA APRENDIZAGEM

DO ALUNO

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Estratégia de educação adotada pela Microsoft

O Programa Parceiros na Aprendizagem estimula um processo de formação continuada,

com conteúdo gratuito, tem como objetivo contribuir para o desenvolvimento e

aperfeiçoamento de professores e alunos de instituições de educação públicas e privadas

de ensino fundamental e médio, no uso das Tecnologias da Informação e Comunicação,

unidas com a vivência prática e o cotidiano da sala de aula integradas ao currículo,

contribuindo com a melhora da qualidade educativa, utilizando-se das premissas básicas

descritas abaixo:

Desenvolver competências – oferecendo conteúdos, currículo e desenvolvimento

profissional.

Promover comunidades de aprendizagem – disponibilizando ambientes de troca

de experiências entre educadores.

Expandir práticas inovadoras – reconhecendo experiências de ensino e

aprendizagem do século XXI.

Visita da Microsoft à Fundação Odebrecht e aos projetos socioeducacionais do PDCIS, em 2009, com a presença de

Michael Golden, à época, Vice Presidente de Educação da Microsoft Internacional.

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1) Projeto Aluno Monitor

Nada mais de salas de informática abandonadas, equipamentos quebrados e empoeirados

ou alunos que se perdem em meio aos comandos básicos do computador. E basta de

problemas com o suporte técnico para resolver os inúmeros pequenos problemas que

podem surgir diariamente. O ideal é poder encontrar na própria escola quem tenha

interesse e motivação para lidar com os desafios da tecnologia da informática, tomando a

frente dos cuidados com o laboratório de informática da escola.

Ambiente de Aprendizagem Virtual do Aluno Monitor

Considerando a possibilidade supracitada que a Microsoft Educação, a partir da

experiência presencial do Centro de Pesquisas do Laboratório de Tecnologia da

Informação Aplicada (LTIA) da UNESP de Bauru, desenvolveu o Aluno Monitor.

Trata-se de um processo de formação que capacita

alunos nos conceitos básicos de tecnologia, no

gerenciamento do laboratório de informática da

escola e na multiplicação dos conhecimentos. Com

o curso, o aluno torna-se apto a exercer atividades

ligadas à informática desde instalar e desinstalar

programas, solucionar problemas com vírus e

utilizar a Internet, até montar computadores,

arquitetar uma rede e muito mais.

O Aluno Monitor abrange temas como manutenção

de computadores, funcionamento de hardware e software, resolução de problemas em

computadores, instalação, formatação, noções de periféricos, etc. Esse curso dá

“Promover a formação em

conceitos básicos de tecnologia, o gerenciamento do laboratório de informática das escolas e a multiplicação de conhecimentos para educadores e alunos.”

Objetivo do Aluno Monitor

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oportunidade ao participante de se capacitar para o mundo de trabalho, fornecendo as

habilidades profissionais aplicadas à área de TI, geralmente exigidas pelo mercado.

1ª Turma do Aluno Monitor formada no Programa Caia na Rede, no Baixo Sul da Bahia, em abril de 2010.

O curso Aluno Monitor promove a formação e a qualificação profissional de estudantes

de ensino médio, por meio de uma capacitação técnica para o suporte em infraestrutura

de ambientes com tecnologia. Possui duração de 140 horas, com aulas presenciais e

online.

1.1) Conteúdo Programático – Aluno Monitor

Fase 1 (8h) Fase 2 (16h) Fase 3 (24h) Fase 4 (12h) Fase 5 (40h) Fase 6 (40h)

Primeiros

Passos

Conhecendo o

Computador

Sistemas

Operacionais Redes

Manutenção de

Computadores

Softwares De

Produtividade

MÓDULOS

Iniciando o

curso Conceitos

gerais

Sistemas

operacionais Redes

Mergulhando

no hardware

Introdução ao

Pacote Office

O computador Montagem

externa

Microsoft

Word

Acessando a

internet

Hardware

Instalando

sistemas

operacionais

Solucionando

problemas

Microsoft

Excel Introdução a

educação a

distância

Segurança de

redes A informática

na sociedade Software

Alterando as

configurações

do SO

Manutenção

preventiva

Microsoft

PowerPoint Evolução da

informática

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A participação no Projeto possibilita a socialização dos participantes, pois um dos

objetivos é tornar o Aluno Monitor um disseminador de conhecimentos entre os demais.

É também uma oportunidade para exercitar o espírito de servir, pois o jovem passa a atuar

na escola, solucionando uma parte significativa dos problemas que ocorrem no dia a dia.

O Aluno Monitor também promove a inclusão digital com alta tecnologia, ao orientar o

uso de produtos versáteis e atualizados, ferramentas e plataforma Microsoft. Como

complemento, aumenta as possibilidades de empregabilidade dos jovens participantes,

abrindo portas para uma futura carreira na área tecnológica.

1.2) Escolas com autonomia

Com o Aluno Monitor, a escola também sai ganhando com a possibilidade de gerenciar

com autonomia o laboratório ou sala de informática utilizar com eficácia os recursos

tecnológicos disponíveis para a melhoria do processo de ensino-aprendizagem.

Além de desenvolver atividades técnicas, o Aluno Monitor traz diversos benefícios para

escola:

• Interage com a equipe gestora sobre as atividades ali desenvolvidas;

• Organiza e gerencia o quadro de horários de utilização da sala de

informática;

• Forma novos Alunos Monitores;

• Auxilia os demais alunos e professores nos projetos que envolvam o uso dos

equipamentos em suas estratégias pedagógicas.

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2) Oficina de Criação Digital

Professores da rede pública de ensino na Oficina de Criação Digital (Junho/2012).

Com câmeras nas mãos, ideias na cabeça e muita disposição para pôr projetos em ação, a

equipe do Caia na Rede, juntamente com professores de escolas públicas do Baixo Sul,

foram inseridos no treinamento “Oficina de Criação Digital” da Microsoft, como

complemento ao Aprender em Parceria, e deu sequência à formação dos educadores que

conceberam e executaram miniprojetos, utilizando os recursos audiovisuais.

As oficinas pedagógicas, prontas para serem aplicadas nas escolas, propõem atividades

desafiadoras, que contribuirão para valorizar as diversas potencialidades dos alunos,

tornando-os autores e fortalecendo a colaboração e a construção de conhecimento.

Um dos desafios do professor é acompanhar o envolvimento dos alunos com o mundo

digital e ir além: usar estes recursos para tornar suas aulas mais próximas da forma como

os alunos se motivam a aprender.

A Oficina de Criação Digital foi pensada como um meio para ajudar os professores a

incrementarem suas aulas, levando em consideração as possibilidades de articulação do

conhecimento. Assim, em cada oficina, há um roteiro dirigido às atividades que os alunos

devem desempenhar e orientações ao trabalho do professor.

Atualmente, há um novo perfil de usuários da internet. De meros consumidores de

informações disponíveis na rede, tornaram-se também construtores, criadores e

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divulgadores de conteúdo. Hoje, todos nós podemos produzir materiais e depois

compartilhá-los na internet.

Esta é a web 2.0, ou seja, uma web mais participativa e construída pelos usuários. E ela

pode ser combinada com os parâmetros curriculares estabelecidos no país, que pretende

formar alunos autônomos, participativos e pesquisadores.

Os temas e recursos escolhidos para o professor aplicar com seus alunos foram

cuidadosamente pensados para o desenvolvimento de atividades que possam ser

facilmente integradas ao currículo comum ou aos projetos extracurriculares

desenvolvidos na escola.

São quatro oficinas que mobilizam habilidades diversas dos participantes, na pesquisa,

escrita, produção e colaboração, e incorporam dicas e orientação para o uso de

ferramentas tecnológicas: Redes sociais (Facebook), Campanha de divulgação

(PowerPoint), Transformando informações em conhecimento (Blogs) e Histórias digitais

(Movie Maker).

As oficinas propõem o uso do laboratório de informática como um centro de tecnologia,

onde projetos multimídia possam ser criados, apresentações serem realizadas e projetos

de colaboração com o uso da internet se tornem rotina.

2.1) Apoio aos projetos didáticos

Os recursos foram pensados inclusive para ajudar os docentes a enfrentar as dúvidas mais

comuns na hora de preparar o material usando as ferramentas tecnológicas. Um passo a

passo ao final do material ajuda o professor a desenvolver junto aos alunos atividades

educativas, lançando mão de alguns softwares que na maioria das vezes estão disponíveis

nos computadores das escolas ou na internet.

2.2) Autoria e participação

O prazer de criar e interagir na web, que tanto estimula os alunos a passarem horas

plugados na rede, é um dos motivadores para a utilização deste programa. Com as

oficinas os alunos aliam sua capacidade de interagir à construção de conhecimentos e

formação técnica no uso de ferramentas, o que lhes permite voos mais altos e o exercício

de sua criatividade de forma produtiva. Além disso, a ênfase no trabalho colaborativo

contribui para melhorar os relacionamentos entre colegas. Os conteúdos atuais e

contextualizados à realidade preparam os jovens para a cidadania responsável.

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3) Aprender em Parceria

O Aprender em Parceria estimula os educadores a refletirem sobre suas vivências e a

desenvolverem ações que convirjam para a integração das tecnologias aos currículos

escolares. Com duração de três meses e composto por seis módulos, possui a seguinte

lógica de funcionamento: o educador selecionado identifica um par de educadores e

juntos multiplicam os conteúdos aprendidos, por meio do planejamento e execução de

projetos pedagógicos com os seus alunos.

O Programa contribui com o planejamento e desenvolvimento de atividades de ensino

que integrem a tecnologia ao currículo escolar, dando ênfase na formação em serviço, e

estimula a colaboração e o intercâmbio de experiências entre os profissionais da

Educação.

O curso Aprender em Parceria faz parte do Programa Microsoft | Parceiros na

Aprendizagem, uma iniciativa mundial da Microsoft que disponibiliza tecnologias e

apoio pedagógico para o desenvolvimento do potencial pleno de gestores, educadores,

estudantes e toda comunidade escolar. É um compromisso para melhorar a qualidade da

educação e ampliar a inclusão digital e social por meio dos recursos tecnológicos

oferecidos pela Microsoft.

O curso Aprender em Parceria parte do pressuposto que a parceria entre professores

permite a troca de experiências de modo efetivo e significativo. Em uma formação por

pares, um docente contribui com seu conhecimento e reflexões, enquanto o parceiro em

formação coloca os desafios e metas que pretende atingir e, em parceria, definem a

melhor maneira de atingi-los.

Juntos, os educadores elaboram estratégias de ensino, especialmente aquelas voltadas

para o uso da tecnologia em sala de aula, sempre contextualizada no âmbito da

pedagogia. Para isso, os professores poderão se basear no conteúdo do curso que estão

dispostos nos módulo, os quais serão apresentados mais adiante.

A metodologia envolve sempre dois pares que devem trabalhar em conjunto. O

profissional mais experiente é capacitado para poder multiplicar o aprendizado, dando

suporte e atuando como mentor de seu par. Em sistema de parceria, elaboram estratégias

de ensino a serem colocadas em prática durante o decorrer do curso.

Professores da primeira turma do curso Aprender em Parceria (Junho/2012).

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Diante deste contexto, o estudo do conteúdo do curso foi realizado por docentes de

diversas escolas, os quais foram cadastrados no Portal Aprender em Parceria

(www.aprenderemparceria.com.br). Desta forma, cada participante registrado recebeu

um login e senha de acesso, através dos quais puderam acessar o Ambiente Virtual de

Aprendizagem (AVA) disponível pelo Portal, tendo ao seu dispor um rico conteúdo

distribuído em seis (06) fases, descritas a seguir:

3.1) Conteúdo Programático – Aprender em Parceria

Módulos Objetivos

1. Aprender em

Parceria

Explorar a importância de aprender em parceria e organizar um plano

de colaboração para ser implantado na escola.

Refletir e discutir como a tecnologia pode contribuir para que a

prática-pedagógica seja feita de forma mais efetiva.

2. Colaborar é

preciso

Difundir a ideia em grupo e planejar o desenvolvimento do projeto

com o apoio de formulários, fichas e recursos tecnológicos.

Abordar com profundidade questões relacionadas a uma boa

comunicação e ao trabalho em equipe.

3. Da ideia ao

Planejamento

Estimular a definição e o estabelecimento de critérios para avaliação

de uma aula.

Elaborar um roteiro de aula a ser desenvolvido com seus alunos, com

o apoio do Professor-Parceiro.

4. Hora da

Transformação

Aprimorar planos de aula através de orientações e interação com o

professor parceiro.

5. Afinando o Jogo Incentivar a prática e fortalecer a colaboração por meio de

protocolos, ferramentas e desenvolvimento de habilidades.

6. Espírito de

Equipe

Expandir a ideia de colaboração para educadores e alunos da escola e,

quem sabe, de outras localidades, através de relatos de sucesso a

serem publicados em plataformas virtuais.

Planejar estratégias para dar continuidade ao trabalho colaborativo

na escola, de forma que envolva também os alunos.

A formação dos docentes ocorre geralmente em duas modalidades: presencial e a

distância. No Baixo Sul, geralmente são realizados dois encontros presenciais, depois dos

quais, cada participante com o seu respectivo par deu continuidade aos estudos no

ambiente virtual de aprendizagem (AVA) do Aprender e Parceria e realizaram as

atividades propostas.

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Para que o docente receba o certificado completo de conclusão do curso, são solicitados

os seguintes requisitos: presença nos encontros presenciais, trabalhar em parceria com o

outro docente (pares), fazer todas as atividades propostas no curso e realizar os estudos

dos conteúdos disponibilizados no AVA.

Além da capacitação de pares, o Projeto enfatiza o fortalecimento das habilidades de

colaboração, orientação e comunicação, evidenciando o valor da aprendizagem com as

experiências de outros professores. Também faz parte dos objetivos do Aprender em

Parceria colaborar com diretores e coordenadores das instituições de ensino dos

participantes para garantir que a capacitação seja parte do plano de desenvolvimento

profissional da escola.

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LIÇÕES APRENDIDAS

Essa análise começou a reforçar, na coordenação do Caia na Rede, o entendimento que

embora relevantes, as ações realizadas até então tendem a ter seu impacto reduzido.

Começa assim a ideia de construir uma estratégia que possa ser articulada no contexto de

uma política pública de educação, deixando de ser executada de forma isolada.

Fatores positivos Oportunidades de Melhoria

Ofi

cin

as d

e C

riaç

ão D

igit

al Realização do treinamento em

consonância com o Programa Aprender

em Parceria, reunindo 12 educadores,

de 08 instituições de ensino do Baixo

Sul.

Professores motivados e identificando

oportunidades de utilização das

tecnologias em sala de aula em suas

Unidades de Ensino.

Baixa adesão do público ao Aprender em

Parceria, formado por 60 pessoas

(considerando os 30 pares em formação).

Ap

ren

de

r e

m P

arce

ria

Formação de 121 professores de 14

escolas públicas, de 07 municípios do

Baixo Sul, com a perspectiva de

impacto indireto de cerca de 2.400

alunos da rede pública.

Curso elaborado na medida para o

profissional da Educação (tanto na

prática didática quanto na

administrativa das escolas).

Baixo índice de professores concluintes no

curso. Apenas 34% concluíram com 100%

de aproveitamento do curso.

Baixo impacto nas escolas trabalhadas.

A maioria dos professores que

participaram do treinamento precisariam

ter passado antes por um curso básico de

informática.

Alu

no

Mo

nit

or

Oferece linguagem didática e acessível.

Contém animações amigáveis, aborda

os conceitos mais presentes do

cotidiano do profissional de TI.

Marcou o início de uma relação

institucional com o Instituto Crescer.

As animações não possuem áudio. Os

tópicos já estavam ultrapassados

(discussões sobre sistemas operacionais

antigos).

Os 10 monitores que atuavam à época no

projeto, por falta de disciplina nos estudos

em ambientes virtuais, não concluíram o

curso.

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REGULARIZAÇÃO DE SOFTWARES

1) Doação 01 (2009-2012)

No decorrer do processo de desenvolvimento do Caia na Rede, percebeu-se que, além

do cenário de exclusão digital, outro problema precisava ser combatido: o uso de

softwares pirateados, uma rotina no Baixo Sul, verificada desde 2000.

A instalação de softwares originais nos computadores do Caia na Rede, bem como das

instituições ligadas ao PDCIS, iniciada em 2010, é outro resultado efetivo, conquistado

com a importante parceria da Microsoft que, em 2009 doou 1.600 licenças (800 do Office

e 800 Windows).

Até o momento, 628 computadores foram regularizados, sendo 406 pertencentes às

Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP) e Cooperativas apoiadas

pela Fundação Odebrecht, representando um valor R$ R$ 820.570,00, e outros 222, para

Projetos Sociais apoiados pela área de Responsabilidade Social de Empresas e Contratos

da Odebrecht (Consórcio Sistema BA 093/Odebrecht Infraestrutura; Foz do Brasil;

ETH/BRENCO) e Concessionária Rota das Bandeiras, representando R$ 450.216,00.

Office Windows

1 16 16 R$ 32.448,00

2 7 7 R$ 14.196,00

3 25 25 R$ 50.700,00

4 7 7 R$ 14.196,00

5 25 25 R$ 50.700,00

6 21 21 R$ 42.588,00

7 35 35 R$ 70.980,00

8 26 26 R$ 52.728,00

9 7 7 R$ 14.196,00

10 5 5 R$ 10.140,00

11 7 7 R$ 14.196,00

12 3 3 R$ 6.084,00

13 6 6 R$ 12.168,00

14 120 120 R$ 243.360,00

15 7 7 R$ 14.196,00

16 3 3 R$ 6.084,00

17 4 4 R$ 8.112,00

18 80 82 R$ 163.498,00

404 406 R$ 820.570,00

Associação Guardiã da Apa do Pratigi (AGIR)

Instituto Direito e Cidadania (Nilo Peçanha)

Associação para a Produção Sustentável (APS)

Casa Jovem

Casa Familiar das Águas (CFA)

Casa Familiar Rural Agroflorestal (CFAF)

Casa Familiar Rural de Igrapiúna (CFRI)

Casa Familiar Rural de Presidente Tancredo Neves(CFR-PTN)

COOPALM

COOPEMAR

COOPRAP

Instituto Direito e Cidadania (Unidade PTN)

Instituto Direito e Cidadania (Camamu)

Licenças Valor Total BENEFICIÁRIO: Instituições do PDCIS

COOPAMIDO

Instituto de Desenvolvimento Sustentável (IDES)

Núcleo de Contabilidade (PDCIS)

Organização para Conservação de Terras (OCT)

Segurança Empresarial (Apoio PDCIS)

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2) Doação 02 (2013- 2015)

Um novo aporte de doações de licenças dos Programas da Microsoft foi solicitado, com o

mesmo quantitativo feito em 2009 (800 licenças do Windows / 800 licenças do Office)

para que consigamos atender às demandas que emergirão do contato com as escolas, na

execução de programas voltados para formação de professores para o uso adequado das

tecnologias digitais, realização de projetos de educação, bem como na luta pela

erradicação do uso de softwares piratas.

Pretende-se no biênio (2013-2015) promover a inclusão digital e a melhoria dos índices

educacionais de 06 municípios do Baixo Sul, através da capacitação de jovens na

utilização de recursos tecnológicos e a qualificação de professores, para que atuem como

multiplicadores de práticas que aliem o uso da tecnologia ao cotidiano escolar (ensino e

gestão).

As capacitações, baseadas nos Conteúdos Educacionais da Microsoft, ocorrerão em

laboratórios itinerantes, e impactarão cerca de 150 professores e 4.500 estudantes da

rede pública de ensino. Em paralelo, será apoiada a expansão das ações de inclusão digital

dos Integrantes locados nas obras da Odebrecht, bem como dos moradores das

comunidades do entorno.

A doação da Microsoft representa para a Fundação Odebrecht uma contrapartida não

financeira da ordem de R$ 1.607.200,00.

Office Windows

1 23 23 R$ 46.644,00

2 179 179 R$ 363.012,00

3 Odebrecht Ambiental (Foz do Brasil) 10 10 R$ 20.280,00

4 Odebrecht Engenharia Industrial (ETH/BRENCO) 10 10 R$ 20.280,00

222 222 R$ 450.216,00

BENEFICIÁRIO: Empresas/Contratos - Organização Odebrecht Licenças

Valor Total

Odebrecht Transport - Concessionária Rota das Bandeiras

Odebrecht Infraestrutura - Consórcio BA-093

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PROGRAMA:

Crescer em Rede

Fundado em outubro de 2000, tem

como missão atuar como agente

transformador, criando oportunidades

de crescimento e desenvolvimento de

pessoas e organizações, rumo à

cidadania.

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CRESCER EM REDE

Formação continuada de professores para adoção de tecnologias digitais nas escolas

Segundo o Ministério da Educação (MEC), Informática Educativa significa a inserção do

computador no processo de ensino aprendizagem em todos os níveis e modalidades

educacionais.

Diferentes tecnologias já fazem parte do dia a dia de alunos e professores no Brasil,

conforme demonstra a pesquisa apresentada pelo Centro Regional de Estudos para o

Desenvolvimento da Sociedade da Informação (Cetic.br), divulgada em maio de 2013,

sobre os usos e apropriações das Tecnologias de Informação e Comunicação (TICs) no

ambiente escolar.

Acervo NET Educação: validação da proposta com professores do interior de São Paulo

Segundo a pesquisa, 99% das escolas públicas analisadas possuem computador –

independentemente de estar instalado ou não – e 89% delas têm acesso à Internet.

Contudo, fazer com que essas ferramentas de fato colaborem na promoção de uma

educação de qualidade é o grande desafio do sistema educacional atual.

Devido à exposição dessa nova geração às mídias digitais podemos constatar uma

situação, um tanto quanto desestabilizante para alguns professores, mas também muito

rica e oportuna se considerarmos do ponto de vista da aprendizagem: os alunos sabem

mais que os educadores sobre conteúdos digitais e ferramentas tecnológicas. No País,

64% dos professores admitem a defasagem sobre o uso do computador em relação a suas

turmas, segundo dados da primeira edição da pesquisa TIC Educação, realizada em 2011,

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pelo Centro de Estudos sobre Tecnologias da Informação e da Comunicação (Cetic.br),

do Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR (NIC.br).

Para que o professor possa usar esses recursos na sua prática pedagógica, é necessária

uma formação adequada, que implica não apenas em dominar a tecnologia e suas

inúmeras possibilidades, mas que também o instigue a refletir, com profundidade, sobre

o seu papel na comunidade educacional e na sociedade da informação. Sendo um

mediador da construção de conhecimentos junto aos alunos, o professor precisa

permanentemente se aperfeiçoar para que possa atuar no mercado de trabalho de forma

competente, dinâmica e inovadora. Dados da pesquisa divulgada pelo Cetic.br mostram

que os professores estão interessados em desenvolver competências para a melhoria da

sua prática profissional: em 2012, 52% dos docentes dessa amostra participaram de algum

curso para melhoria de sua fluência tecnológica, sendo que 73% arcaram com os custos

dessa capacitação.

O Crescer em Rede foi estruturado a partir da necessidade de se repensar as estratégias

de ensino e para estimular o uso de tecnologias digitais, tendo como premissa que o

professor olhe para o trabalho que está desenvolvendo e planeje novas estratégias,

usufruindo dos recursos tecnológicos disponíveis na escola, com base na metodologia de

trabalho por projetos.

Criado em 2010, o curso Crescer em Rede foi implantado em 15 municípios, de 05 Estados

do Brasil. Em 2012, reconhecido como potencial ferramenta de apoio ao sistema público

de ensino, na busca por soluções que promovam a qualidade da educação foi incorporada

ao Guia de Tecnologias Educacionais do MEC.

Mapa de expansão do Programa Crescer em Rede. Fonte: Instituto Crescer (2013)

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O Crescer em Rede apresenta toda a estrutura e planejamento das atividades previstas no

curso, para ser multiplicado entre os docentes, de forma a potencializar o uso das

ferramentas digitais em prol de uma aprendizagem mais significativa e conectada com a

sociedade do conhecimento.

O curso foi estruturado em 10 módulos que subsidiam o trabalho da equipe escolar em

alguns de seus desafios cotidianos, além de contribuir para a prática, entre professores e

alunos, da colaboração, do diálogo intercultural e intergeográfico, da coesão social, da

cidadania ativa e, principalmente, da igualdade de oportunidades entre todos,

modificando as formas atuais de ensinar e de aprender.

1) Componente pedagógico:

Módulo Resumo

1.

Os desafios da

educação

contemporânea

Reflete sobre influência das tecnologias na vida das pessoas e, em

processos sociais, sobretudo, os ligados à educação.

2. Objetos digitais de

Aprendizagem

São recursos disponíveis em formato digital, que colaboram para

estimular os alunos a se envolver com o processo de aprendizagem,

fazendo-os contextualizar e conectar temas diversos ou mesmo se

aprofundar sobre determinado conhecimento.

3. Pesquisa na Internet

Práticas de pesquisa na Internet e em outras mídias: como orientar

os alunos para fazer buscas eficazes, como analisar a confiabilidade

de uma informação, o que é direito autoral e como organizar as

referências bibliográficas.

4. Educomunicação

Criar oportunidades para que os alunos tenham contato com

recursos audiovisuais e aprendam a utilizar esta linguagem.

Aproveitem também este momento para explorar um tema que

tenham interesse, façam leituras, debatam e produzam

conhecimento que poderá ser compartilhado com a comunidade.

5. Aprendizagem

Baseada em Projetos

Apresenta a metodologia WebQuest e organização de um projeto

de curta duração para ser desenvolvido junto aos alunos. A

metodologia que envolve os alunos em atividades de pesquisa

orientada, em que toda ou quase toda a informação com as quais os

alunos interagem se encontra na Internet.

6. Blogs na educação

Aborda a utilização dos blogs em contextos educacionais, como

uma importante ferramenta de registro dos trabalhos dos alunos,

propiciando visibilidade e interação com os pais, familiares,

comunidade escolar e, inclusive, com alunos de outras escolas no

Brasil e no mundo.

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7. Mapas Conceituais

Apresenta os Mapas conceituais com uma possibilidade de

relacionar conceitos e atribuir um grau de importância para sua

compreensão. Este componente pedagógico tem como alicerce a

aprendizagem significativa, onde o educando deve construir a

ligação entre os conhecimentos adquiridos e novos conhecimentos,

dinamizando o processo, onde a cognição se reorganiza e pode se

modificar.

8

Gestão do

Conhecimento e

Trabalho Colaborativo

Refletir sobre os avanços no processo de busca pelo conhecimento

que atualmente devem integrar a recriação do significado das

coisas, a colaboração, a discussão, a negociação e a solução de

problemas.

9.

Gestão do

Conhecimento e Redes

Sociais

Apresenta as redes sociais e outros recursos de interação e

colaboração, com fins educativos, como possíveis meios para

transformação, criação, colaboração, partilha e gestão de

conteúdos.

10. Pesquisa de opinião

Destaca o trabalho com pesquisa de opinião no ambiente escolar

com uma forma de incentivar os alunos a fazerem leituras críticas da

sua realidade e da escola, criando oportunidades de debates,

sistematização de informações e partilha de conhecimentos.

A perspectiva no Baixo Sul

O Caia na Rede, em 2014, terá na sua execução uma interface com políticas públicas

educacionais regionais, por esse motivo, algumas ações estarão vinculadas ao Projeto

Pratigi pela Educação nos municípios da APA do Pratigi: Ibirapitanga, Igrapiúna, Ituberá,

Nilo Peçanha e Piraí do Norte, além das ações estratégicas que serão realizadas com a

Prefeitura de Valença. O objeto de todas as iniciativas será o uso da tecnologia em sala de

aula, visando à melhoria dos indicadores de qualidade de educação na região.

Para que isso fosse possível, o IDES juntamente com o Instituto Crescer, em 2013, contou

com os apoios da Fundação Odebrecht, NET Educação, CMDCA de Valença e Semp

Toshiba para elaborar o Guia Crescer em Rede, visando, melhor orientar os educadores

sobre a relação entre uso das tecnologias digitais e a elevação do nível de aprendizagem

dos alunos. Este material será validado com 70 professores e 10 Coordenadores

Pedagógicos, que serão multiplicadores e coprodutores de conteúdos digitais nas

escolas, para posterior replicação em toda a rede pública do Baixo Sul.

Considerando o público a ser trabalhado em Valença e nos cinco municípios da APA do

Pratigi, será adotada a abordagem presencial (com a realização de 08 encontros mensais

com duração de 8h cada). Além disso, serão dedicadas 36h para o monitoramento das

práticas docentes, por meio do Moodle, um ambiente virtual de aprendizagem. Ao todo,

teremos uma formação com carga horária de 100h/aula.

Como condição para o êxito, importa ressaltar que todos os professores a serem

formados no Crescer em Rede devem ter conhecimento prévio em informática. Assim

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sendo, durante o processo de seleção, ou de adesão voluntária, será oferecido o Curso

Básico de Informática da Microsoft, para aqueles que não tenham domínio das

ferramentas básicas e ou que queiram obter tal certificação. É preciso que todos

compartilhem conteúdos, a fim de obterem um melhor aproveitamento, ao longo da

formação.

Os professores, no intervalo entre os módulos do Crescer em Rede, conceberão,

estruturarão e executarão projetos educativos capazes de fomentar uma nova dinâmica

nas escolas, marcada pela participação e colaboração das crianças e adolescentes no

cotidiano escolar, e no desenvolvimento de competências e habilidades, que lhes permita

atuar de forma autônoma na sociedade conhecimento.

Toda ação será documentada e servirá de base para a elaboração da Sistematização

Integrada das Melhores Práticas envolvendo o uso das tecnologias digitais em escolas de

Valença, e dos municípios da APA do Pratigi. Os conteúdos que orientarão a ação

pedagógica dos profissionais da educação das redes de ensino do Baixo Sul, também

estarão disponíveis numa plataforma digital.

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TECNOLOGIAS EM SALA DE AULA – EM 15 PASSOS Por Luciana Maria Allan – Doutora em Educação pela Faculdade de Educação da USP.

Redatora dos PCN+ Conceitos Estruturantes e PCN em Ação para o MEC.

1. Acredite que as tecnologias digitais podem colaborar para promover novas práticas

pedagógicas;

2. Entenda como estes recursos podem ser incorporados à rotina escolar;

3. Conheça algumas possibilidades que fazem sentido dentro da sua área de trabalho e se

aproprie de algumas ferramentas tecnológicas;

4. Planeje novas estratégias de ensino que tenham o aluno no centro do processo de

aprendizado e o professor como mediador da construção do conhecimento;

5. Pense em um ensino mais personalizado e uma avaliação que leve em consideração as

necessidades de cada aluno, visto que o conhecimento está disponível e o foco da

educação não é mais a transmissão de conteúdo, mas sim o desenvolvimento de

competências e habilidades;

6. Incentive os alunos a pesquisar na internet. Oriente-os a pesquisar fazendo uso de

palavras-chave e símbolos. Além disso, indique bibliografias e sites úteis para que

desenvolvam com qualidade o trabalho;

7. Permita que os alunos comparem informações e discutam sobre os temas pesquisados,

sinalizando a confiabilidade da informação;.

8. Estimule os alunos a produzir seus próprios textos, em diferentes formatos, a partir das

pesquisas realizadas na internet e em outras mídias, bem como a mencionar autores e

fontes pesquisadas;

9. Motive os alunos a participar de projetos colaborativos, inclusive com estudantes de

outras escolas no Brasil e no exterior;

10. Crie ou estimule seus alunos a criarem um espaço virtual exclusivo para produção de

trabalhos colaborativos (uma página no Facebook, um perfil no Twitter, um blog, um

disco virtual);

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11. Incentive os alunos a compartilhar seus trabalhos na internet para que qualquer

pessoa possa ter acesso, contribuir e fazer críticas;

12. Valorize o uso de diferentes recursos tecnológicos para produção de trabalhos

escolares, como vídeos, fotos, podcasts, blogs, slides, gráficos, banco de dados, ou seja

toda e qualquer ferramenta que possa ser utilizada no dia a dia escolar ou futuramente no

mercado de trabalho;

13. Permita diferentes formas de manifestação e expressão no desenvolvimento dos

trabalhos, dando espaço à criatividade e pró-atividade;

14. Engaje os alunos em tarefas desafiadoras, que façam sentido para suas vidas, que

proporcionem o trabalho em equipe e administração do tempo;

15. Propicie a produção de games, estimulando o raciocínio lógico, com o uso de

softwares de programação.

Fonte: http://porvir.org/porfazer/15-passos-para-adotar-tecnologias-em-sala-de-aula/20131014. Acesso: 14/10/2013.

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PROGRAMA: It Essentials

(Cisco Networking Academy)

Fundada em 1984, a Cisco Systems, é

líder mundial em Redes para a Internet

- identificou a Educação e a Internet

como equalizadores que podem

contribuir para modificar a distância

digital entre os que têm acesso aos

recursos tecnológicos e oportunidades

na área de tecnologia e os que não

conhecem tais recursos.

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CISCO NETWORKING ACADEMY

O Programa Cisco Networking Academy oferece a possibilidade de capacitação em um

ambiente completo de e-learning, permitindo que o aluno alcance um bom equilíbrio

entre a formação teórica e a prática.

Desenvolvido por educadores e especialistas em diferentes áreas tecnológicas, o

Programa proporciona planos de estudos baseados na Web, laboratórios práticos,

capacitação, apoio por parte do instrutor da Academia e preparação para obter diferentes

certificações reconhecidas pelo Mercado.

1) O que é o Programa Cisco Networking Academy?

O Programa Cisco Networking Academy é uma resposta oportuna a este desafio: através

do acesso e do conhecimento das tecnologias relacionadas à Internet, as pessoas utilizam

o e-learning (educação através da Internet) para facilitar o aprendizado e eliminar as

barreiras de tempo, distância e situação socioeconômica.

Implementado em 1997 e presente em mais de 150 países, o Programa Cisco Networking

Academy iniciou suas atividades no Brasil em 2000, totalmente adaptado ao mercado

brasileiro. Sendo aplicado em parceria com diversas entidades de ensino do país, o

programa proporciona conteúdo baseado na Web, avaliação on-line, acompanhamento

de desempenho, laboratórios, suporte, treinamento de instrutores e preparação para

certificações reconhecidas internacionalmente.

A estrutura do Programa consiste em criar uma rede de formação integrada entre a Cisco,

organizações, Governo e instituições educacionais (denominadas "Academias"). No

vértice da estrutura, a Cisco Systems capacita os CATC´s (Cisco Academy Training

Centers) que capacitam as Academias Regionais que treinam os instrutores das

Academias Locais que, por sua vez, têm a responsabilidade de capacitar os estudantes.

Inicialmente criado para preparar estudantes para os níveis CCNA (Cisco Certified

Network Associate) e CCNP (Cisco Certified Network Professional), o Programa foi

estendido, oferecendo também currículos sobre Fundamentos de Segurança e Conceitos

Básicos de Hardware e Software (IT Essentials).

A infraestrutura Global Learning Network do Programa permite uma retroalimentação

constante que resulta em melhorias no sistema de aprendizagem e oferece aos estudantes

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um currículo completo, interativo e personalizado. A Internet tem mudado a forma como

aprendemos, trabalhamos e nos divertimos e, o Programa Cisco Networking Academy,

está na vanguarda desta transformação.

2) Benefícios do Programa

Para as Entidades Educacionais

Oferta de alternativas para formação profissional especializada. Os alunos que estarão

sendo treinados pelo programa podem atuar como os mantenedores da rede da

Academia. Possibilidade de crescimento de receita, via direta (novos cursos) ou indireta

(complemento de cursos existentes). Possibilidade de oferecer alternativas de programas

educacionais profissionalizantes para a comunidade (empresa social).

Para os Professores e Instrutores

Curriculum sobre tecnologia pronto, implantação imediata, inclusive com aulas práticas

de laboratório. Aqueles que forem escolhidos para instrutores do programa, farão parte

do cadastro de instrutores certificados pela Cisco e poderão ser escolhidos por qualquer

entidade participante do programa, além de ficarem preparados para prestar os exames

de certificação IT Essentials, CCNA, CCNP e superiores.

Para os Alunos

Independentemente de qualquer exame de certificação, reconhecimento imediato como

especialistas no gerenciamento, desenho e manutenção de redes de computadores.

Condição privilegiada para obtenção dos certificados Cisco. Através do sistema do

Programa (Academy Connection), os estudantes têm acesso a uma comunidade de

usuários para compartilhar sua melhores práticas, resolver problemas e solicitar ajuda.

3) O Programa e as Certificações

A exigência por profissionais altamente capacitados na área de Tecnologia tem exigido

que, para se manter competitivo e ter uma carreira em ascensão, o profissional busque

por treinamentos apropriados que aumentem seus conhecimentos e fortaleçam sua

atuação. Além de obterem o aprendizado necessário para atuação na área de Redes, os

graduados pelo Programa Cisco Networking Academy são preparados para a obtenção

de algumas certificações.

4) Cursos oferecidos:

• IT Essentials – Conceitos Básicos de Hardware e Software

• CCNA

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IT ESSENTIALS

CONCEITOS BÁSICOS DE HARDWARE E SOFTWARE

1) Informações Gerais:

Este curso prático, de 70 horas, com exercícios em laboratório introduz os alunos na

Tecnologia de Informação e Comunicações de Dados. Durante o curso, os alunos

aprendem a montar e dar manutenção a PC´s, detectar e resolver problemas e instalar

sistemas operacionais.

Os alunos aprendem:

• A montar e instalar os componentes importantes em um PC

• Instalar e administrar sistemas operacionais Windows

• Adicionar periféricos e recursos multimídia

• Conceitos básicos de Redes de Área Local

• Conexão entre um PC e uma LAN (Rede de Área Local) ou à Internet.

2) Público Alvo:

• Desenvolvido para estudantes que querem obter conhecimentos práticos sobre o

funcionamento do computador.

• Pode ser utilizado em: Escolas de ensino médio, Escolas técnicas, Centros

Universitários com cursos de curta duração e Universidades com cursos de

tecnologia da informação.

3) Benefícios:

• Enfoque e-doing

• Metodologia de ensino: aprender fazendo.

• Os exercícios de laboratório e atividades interativas facilitam o ensino.

• Incorpora ferramentas virtuais para complementar e aprofundar os exercícios de

laboratório

• Estão incluídas as melhores práticas de segurança do trabalho para técnicos

• Também estão incluídas as melhores práticas de gerenciamento de sucata de

computadores para a proteção ambiental.

• Capacita os estudantes para diferentes áreas demandadas pelo mercado de

trabalho, tais como: Suporte remoto e Suporte de Pré-venda de computadores.

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4) Certificação:

Fundamentos de Tecnologias de Informação prepara os alunos para o exame de

certificação CompTIA

5) Recursos necessários para ministrar ITE 4.0:

Equipamento para os exercícios de laboratório

Software para laboratório

Ferramentas para a manutenção de computadores

Computadores

Recursos adicionais.

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6) Conteúdo Programático

Capítulo 1 Capítulo 2 Capítulo 3 Capítulo 4 Capítulo 5 Capítulo 6

Tecnologia da informação Sinais de advertência de

segurança Montagem de computador

Solução de problemas de

manutenção do

computador

Sistemas Operacionais (1)

Windows Evolução do Laptop

O que é TI. As

certificações da CISCO

(IT Essentials, CCNA,

CCNP, CCIE).

As certificações

Microsoft.

Manuseio correto do

computador e seus

componentes.

Uso correto das

ferramentas de TI.

O gabinete do

computador.

Componentes internos.

Acomodação dos

componentes internos

do computador.

Procedimentos de testes.

Verificação rápida de

problemas.

Verificação avançada de

problemas.

Procedimentos junto ao

cliente.

Finalidade do sistema

operacional.

Escolha correta do SO,

instalação do sistema

operacional, navegação

na GUI.

Descrição do laptop e

outros dispositivos

portáteis, configuração

de laptops, sistemas de

gerenciamento de

energia.

Capítulo 7 Capítulo 8 Capítulo 9 Capítulo 10 Capítulo 11 Capítulo 12

Impressoras e Scanners (1) Redes Segurança do computador Técnico em serviço Computadores pessoais Sistemas Operacionais (2)

Tipos de impressoras e

scanners, aplicações

desses dispositivos,

manutenção, instalação,

configuração, resolução

de problemas.

Tipos de redes.

Topologia de redes.

Endereçamento,

internet, manutenção,

cabeamento,

implantação de redes.

Tipos de ataques de

informática. Prevenção.

Resolução de problemas.

Postura profissional.

Procedimentos em help

desks. Obtenção de

informações através do

cliente. Direcionamento

para resolução de

problemas. Postura

profissional.

Cuidados do técnico.

Medidas preventivas.

Backups, procedimentos

de segurança em

manutenção.

Tipos de sistemas

operacionais,

especificações técnicas,

configurações avançadas

de SO.

Capítulo 13 Capítulo 14 Capítulo 15 Capítulo 16.

Laptops, PDAs, SmartPhones Impressoras e scanners (2) Sala de equipamentos de rede Segurança do computador

Definições e aplicações, configurações.

Manutenção. Procedimentos de

segurança para manutenção.

Especificações técnicas.

Sala de servidores. Segurança de

dados. Manutenção de rede. Orientação do cliente.

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7) Detalhamento do Conteúdo Programático

A) CICLO I – INTRODUÇÃO

Capítulo 1 – Introdução ao PC (computador pessoal)

A TI (Tecnologia da informação) é o projeto, o desenvolvimento, a implementação, o

suporte e o gerenciamento de hardware de computadores e aplicativos de software. Um

profissional de TI tem conhecimento sobre sistemas de computador e sistemas

operacionais.

Conteúdos Competências Técnicas

Alinhamento conceitual sobre Tecnologias

de Informação.

Perfil do profissional de TI.

Sistemas de computador e sistemas

operacionais.

Certificações de TI.

Implementação, suporte e o gerenciamento

de hardware de computadores e aplicativos

de software.

Componentes de um sistema básico de

computador pessoal.

Descrever as certificações industriais de

TI.

Descrever um sistema de computador.

Identificar os nomes, as finalidades e as

características de: Gabinetes e fontes de

alimentação/ Componentes internos /

Portas e cabos / Dispositivos de entrada/

Dispositivos de saída.

Descrever os recursos do sistema e suas

finalidades.

Capítulo 2 - Utilização de ferramentas e procedimentos seguros de laboratório

Este capítulo abrange as práticas básicas de segurança no local de trabalho, as

ferramentas de hardware e software e o descarte de materiais perigosos. As diretrizes de

segurança ajudam a proteger as pessoas contra acidentes e ferimentos e os equipamentos

contra danos. Algumas dessas diretrizes foram criadas para proteger o ambiente da

contaminação por materiais descartados. Fique atento às situações que poderiam resultar

em avarias ou danos aos equipamentos. Os sinais de alerta foram projetados para alertá-

lo sobre o perigo. Mantenha-se sempre atento a esses sinais e tome as medidas

apropriadas de acordo com o alerta fornecido.

Conteúdos Competências Técnicas

Práticas básicas de segurança no local de

trabalho.

Ferramentas de hardware e Software e o

descarte de materiais perigosos.

Diretrizes de segurança e proteção contra

acidentes e ferimentos.

Equipamentos contra danos.

Proteção do meio ambiente contra a

contaminação por materiais descartados

Avarias ou danos aos equipamentos.

Medidas apropriadas de acordo com o

alertas fornecidos sobre problemas.

Explicar a finalidade das condições e

procedimentos de trabalho com segurança.

Identificar as ferramentas e o software

utilizados com os componentes do

computador pessoal e suas finalidades.

Implementar o uso da ferramenta

adequada.

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Capítulo 3 - Montagem de computadores

A montagem de computadores é uma das grandes tarefas do técnico. Como um técnico,

você precisará utilizar lógica e método ao trabalhar com componentes de computador.

Como em qualquer função, as habilidades para a montagem de computadores

melhorarão drasticamente com a prática.

Conteúdos Competências Técnicas

Tarefas do Profissional de TI.

Habilidades para a montagem de

computadores.

Montagem de computadores.

Lógica e método ao trabalhar com

componentes de computador.

Abrir o gabinete.

Instalar a fonte de energia.

Conectar os componentes à placa-mãe e

instalá-la.

Instalar unidades internas, compartimentos

externos e adaptadores.

Conectar todos os cabos internos.

Recolocar os painéis laterais e conectar os

cabos externos ao computador.

Inicializar o computador pela primeira vez.

Capítulo 4 - Noções básicas de solução de problemas e manutenção preventiva

Explicação da finalidade da manutenção preventiva Este capítulo apresenta o processo de

manutenção preventiva e de solução de problemas. Manutenção preventiva é a inspeção

regular e sistemática, a limpeza e a substituição de peças, materiais e sistemas usados. A

manutenção preventiva ajuda a evitar falhas de peças, materiais e sistemas, pois assegura

sempre o seu bom funcionamento. A solução de problemas é uma abordagem sistemática

para localizar a causa de falhas em um sistema de computador. Um bom programa de

manutenção preventiva ajuda a minimizar falhas. Com menos falhas, há menos

problemas para solucionar, o que representa economia de tempo e dinheiro para a

empresa. A solução de problemas é uma habilidade aprendida. Nem todos os processos

de solução de problemas são iguais, e os técnicos tendem a refinar suas habilidades de

acordo com seus conhecimentos e sua experiência pessoal.

Conteúdos Competências Técnicas

Processo de manutenção preventiva e de

solução de problemas.

Inspeção regular e sistemática, limpeza e a

substituição de peças, materiais e sistemas

usados.

Identificação e solução de problemas.

Localização de causa de falhas em um sistema

de computador.

Explicação da finalidade da manutenção

preventiva.

Identificação das etapas do processo de

solução de problemas.

Laboratório: Instalar as unidades

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B) CICLO II - FUNDAMENTOS

Capítulo 5 - Fundamentos de sistemas operacionais

O sistema operacional controla quase todas as funções do computador. Neste capítulo,

você conhecerá os componentes, as funções e a terminologia referentes aos sistemas

operacionais Windows 2000 e Windows XP.

Conteúdos Competências Técnicas

Sistema operacional.

Componentes, as funções e a terminologia

referentes aos sistemas operacionais

Windows 2000 e Windows XP.

Explicar a finalidade de um sistema

operacional.

Descrever e comparar sistemas operacionais

para incluir finalidades, limitações e

compatibilidades.

Determinação do sistema operacional com

base nas necessidades do cliente.

Instalação de um sistema operacional.

Navegação na GUI.

Identificar e aplicar técnicas comuns de

manutenção preventiva para sistemas

operacionais.

Solução de problemas de sistemas

operacionais.

Capítulo 6 - Fundamentos de laptops e dispositivos portáteis

Após a conclusão deste capítulo, o estudante estará apto a: Descrição de laptops e outros

dispositivos portáteis. Identificação e descrição dos componentes de um laptop.

Comparação e contraste dos componentes de computadores de mesa e laptops. Explicar

como configurar laptops. Comparação dos diferentes padrões de telefones celulares.

Identificação das técnicas comuns de manutenção preventiva para laptops e dispositivos

portáteis. Descrição de como solucionar os problemas de laptops e dispositivos portáteis.

Conteúdos Competências Técnicas

Descrição de como solucionar os problemas

de laptops e dispositivos portáteis.

Identificação das técnicas comuns de

manutenção preventiva para laptops e

dispositivos portáteis.

Diferenciar laptops e outros dispositivos

portáteis.

Identificar e descrever dos componentes de

um laptop.

Comparar e contrastar os componentes de

computadores de mesa e laptops.

Explicar como configurar laptops.

Comparar dos diferentes padrões de

telefones celulares.

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Capítulo 7 - Fundamentos de impressoras e scanners

Este capítulo fornecerá informações essenciais sobre impressoras e scanners. O

estudante aprenderá como as impressoras funcionam, o que levar em consideração ao

adquirir uma impressora e como conectar as impressoras a um computador individual ou

a uma rede. As impressoras produzem cópias em papel de arquivos eletrônicos. Os

scanners permitem que os usuários convertam documentos em papel em arquivos

eletrônicos. Várias leis governamentais requerem registros físicos; portanto, cópias

impressas de documentos do computador são muitas vezes tão importantes hoje como

eram quando a revolução para menos papel começou vários anos atrás. Você deve

entender a operação de vários tipos de impressoras e scanners para poder instalar e fazer

sua manutenção, bem como solucionar quaisquer problemas que possam surgir.

Conteúdos Competências Técnicas

Informações essenciais sobre impressoras e

scanners.

Funcionamento de impressoras e scanners.

Instalação e manutenção.

Descrever os tipos de impressoras

disponíveis atualmente.

Descrever os processos de instalação e

configuração de impressoras.

Descrever os tipos de scanners disponíveis

atualmente.

Descrever os processos de instalação e

configuração de scanners.

Identificar e aplicar as técnicas comuns de

manutenção preventiva para impressoras e

scanners.

Solucionar problemas de impressoras e

scanners.

Capítulo 8 - Fundamentos de Redes

Este capítulo fornecerá uma visão geral dos princípios, padrões e finalidades de uma rede.

Os seguintes tipos de redes serão discutidos neste capítulo: LAN (local area network,

rede de área local) WAN (wide area network, rede de longa distância) WLAN (wireless

LAN, LAN sem fio) Os diferentes tipos de topologias de rede, protocolos e modelos

lógicos, bem como o hardware necessário para criar uma rede, também serão discutidos

neste capítulo. Configuração, solução de problemas e manutenção preventiva serão

assuntos abordados.

Conteúdos Competências Técnicas

Os diferentes tipos de topologias de rede,

protocolos e modelos lógicos.

LAN (local area network, rede de área local).

WAN (wide area network, rede de longa

distância).

WLAN (wireless LAN, LAN sem fio).

Configuração, solução de problemas e

manutenção preventiva.

Softwares de rede, métodos de comunicação

e relações entre hardware.

Explicar os princípios da rede. Descrever os

tipos de redes.

Descrever conceitos e tecnologias de rede

básica.

Descrever os componentes físicos de uma

rede.

Descrever as topologias e arquiteturas da

LAN.

Identificar as organizações de padrões.

Identificar os padrões Ethernet.

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Explicar os modelos de dados OSI e TCP/IP.

Descrever como configurar uma NIC e um

modem.

Identificar nomes, finalidades e

características de outras tecnologias usadas

para estabelecer conectividade.

Identificar e aplicar as técnicas comuns de

manutenção preventiva usadas em redes.

Solucionar problemas em uma rede.

Capítulo 9 - Fundamentos de segurança

Os técnicos precisam compreender a segurança de redes e de computadores. A falha em

implementar procedimentos adequados de segurança pode ter um impacto nos usuários,

nos computadores e no público em geral. Informações particulares, segredos comerciais,

dados financeiros, equipamentos de informática e itens de segurança nacional são

colocados em risco se procedimentos adequados de segurança não são seguidos.

Conteúdos Competências Técnicas

Segurança de redes e de computadores.

Explicar por que a segurança é importante.

Descrever os riscos de segurança.

Identificar procedimentos de segurança.

Identificar técnicas comuns de manutenção

preventiva para segurança.

Identificar e solucionar problemas de

segurança.

Capítulo 10 - Habilidades de comunicação

Qual é o relacionamento entre habilidades de comunicação e solução de problemas?

Como um técnico de computador, você não apenas consertará computadores, mas

também interagirá com pessoas. Na realidade, a solução de problemas está muito mais

relacionada à comunicação com o cliente do que em saber como consertar um

computador.

Conteúdos Competências Técnicas

Relação entre habilidades de comunicação e

solução de problemas.

Postura profissional.

Habilidades de comunicação na prestação de

serviços de TI.

Relação entre habilidades de comunicação e

solução de problemas.

Postura profissional.

Habilidades de comunicação na prestação de

serviços de TI.

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C) CICLO III – AVANÇADO

Capítulo 11 - Computadores pessoais avançados

Em sua carreira como técnico, você pode determinar se um componente de um

computador do cliente deve ser atualizado ou substituído. É importante que você

desenvolva habilidades avançadas em relação aos procedimentos de instalação, às

técnicas de solução de problemas e aos métodos de diagnóstico dos computadores. Este

capítulo discute a importância da compatibilidade do componente do hardware e do

software. Também trata da necessidade de adequar os recursos do sistema para executar

o software e o hardware do cliente de forma eficaz.

Capítulo 12 - Sistemas Operacionais

Cada um desses sistemas operacionais oferece muitos recursos iguais com uma interface

semelhante. No entanto, algumas funções necessárias para atender às necessidades

específicas do cliente talvez não estejam disponíveis em todos eles. Você deve saber

comparar e contrastar os sistemas operacionais para localizar o melhor, com base nas

necessidades do seu cliente.

Conteúdos Competências Técnicas

Compatibilidade do componente do

hardware e do software.

Recursos do sistema para executar o software

e o hardware do cliente de forma eficaz.

Fornece uma visão geral dos trabalhos dos

técnicos de bancada, de campo e remotos.

Explicar a utilização de ferramentas e

procedimentos seguros de laboratório.

Descrever situações que exigem a

substituição de componentes do computador.

Atualizar e configurar componentes e

periféricos do computador pessoal.

Identificar e aplicar as técnicas comuns de

manutenção preventiva aos componentes de

um computador pessoal.

Solucionar problemas de componentes e

periféricos do computador.

Conteúdos Competências Técnicas

A instalação, a configuração e a otimização

dos sistemas operacionais.

Marcas de sistemas operacionais disponíveis

no mercado atual, incluindo Microsoft

Windows, Apple Mac OS, UNIX e Linux.

Versões ou distribuições de um sistema

operacional.

Algumas versões do Microsoft Windows.

Selecionar o sistema operacional apropriado

com base nas necessidades do cliente.

Instalar, configurar e otimizar um sistema

operacional.

Descrever como atualizar os sistemas

operacionais.

Descrever os procedimentos de manutenção

preventiva dos sistemas operacionais.

Solucionar problemas de sistemas

operacionais.

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Capítulo 13- Laptops e dispositivos portáteis avançados

Com o aumento na demanda de mobilidade, a popularidade dos laptops e dispositivos

portáteis continuará crescendo. Durante sua carreira, você terá que saber como

configurar, reparar e fazer manutenção nesses dispositivos. O conhecimento que você

adquire em relação aos computadores de mesa o ajudará a consertar os laptops e

dispositivos portáteis. No entanto, há diferenças importantes entre as duas tecnologias.

Para facilitar a mobilidade, os laptops e os dispositivos portáteis usam mais tecnologia

sem fio que os computadores de mesa. Todos os laptops usam baterias quando eles estão

desconectados de uma fonte de energia. As bases multifuncionais geralmente são usadas

para conectar um laptop a dispositivos periféricos. Muitos componentes do laptop são

proprietários, dessa forma, alguns fabricantes exigem que você conclua o treinamento de

certificação especializada para executar reparos no laptop. Consertar laptops pode ser

muito desafiante. Dominar as habilidades necessárias para trabalhar em laptops é

importante para o progresso de sua carreira.

Capítulo 14 - Impressoras e scanners avançados

Este capítulo explora a funcionalidade de impressoras e scanners. Você aprenderá como

manter, instalar e reparar esses equipamentos em configurações locais e de rede. O

capítulo descreve os riscos de segurança, os procedimentos de configuração, a

manutenção preventiva e o compartilhamento da impressora e do scanner.

Conteúdos Competências Técnicas

Laptops e os dispositivos portáteis.

Tecnologia sem fio.

Configuração, otimização e solução de

problemas.

Certificação especializada para executar

reparos no laptop.

Descrever os métodos de comunicação sem

fio de laptops e dispositivos portáteis.

Descrever reparos de laptops e dispositivos

portáteis.

Selecionar componentes do laptop.

Descrever os procedimentos de manutenção

preventiva para laptops.

Descrever como solucionar problemas em um

laptop.

Conteúdos Competências Técnicas

Funcionalidade de impressoras e scanners.

Instalação e reparos de impressoras e

scanners

Configuração, a manutenção preventiva e o

compartilhamento da impressora e do

scanner.

Descrever os possíveis riscos de segurança e

os procedimentos de segurança associados a

impressoras e scanners.

Instalar e configurar uma impressora ou

scanner local.

Descrever como compartilhar uma

impressora e um scanner em uma rede.

Atualizar e configurar impressoras e

scanners.

Descrever as técnicas de manutenção

preventiva para impressoras e scanners.

Solucionar problemas de impressoras e

scanners.

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Capítulo 15 - Redes avançadas

Este capítulo enfoca tópicos avançados de rede, incluindo projeto de rede, atualizações

de componentes de rede e instalações de servidor de e-mail. Tópicos de rede básicos,

como segurança, componentes de rede e manutenção preventiva, são também

abordados. Para atender às expectativas e necessidades de nossos cliente e usuários de

rede, você deverá estar familiarizado com as tecnologias de rede. É preciso compreender

os conceitos básicos de como uma rede foi projetada e por que alguns componentes

afetam o fluxo de dados em uma rede. A solução de problemas em situações de redes

avançadas está também descrita neste capítulo.

Capítulo 16 - Segurança avançada

Este capítulo analisa os tipos de ataques que ameaçam a segurança de computadores e

dos dados contidos neles. Um técnico é responsável pela segurança dos dados e dos

equipamentos de computador de uma organização. O capítulo descreve como você pode

trabalhar com os clientes para garantir que a melhor proteção possível seja aplicada. Os

riscos para os computadores e os equipamentos de rede vêm tanto de fontes internas

quanto externas. Eles incluem ameaças físicas, como roubo ou danos aos equipamentos, e

ameaças de dados, como a perda ou a corrupção dos dados.

Conteúdos Competências Técnicas

Tópicos avançados de rede.

Projeto de rede, atualizações de

componentes de rede e instalações de

servidor de e-mail.

Segurança e componentes de rede e

manutenção preventiva.

Fluxo de dados em uma rede.

Identificar os possíveis riscos de segurança e

implementar os procedimentos de segurança

adequados relacionados às redes.

Desenvolver uma rede com base nas

necessidades do cliente.

Determinar os componentes da rede do

cliente.

Implementar a rede do cliente.

Atualizar a rede do cliente.

Descrever a instalação, a configuração e o

gerenciamento de um servidor de e-mail

simples.

Descrever os procedimentos de manutenção

preventiva de redes. Solucionar problemas de

rede.

Conteúdos Competências Técnicas

Tipos de ataques e ameaças nas redes de

computadores.

Segurança dos dados e dos equipamentos de

computador de uma organização.

Ameaças físicas/ Ameaças de Dados.

Perda ou a corrupção dos dados.

Indicar os requisitos de segurança com base

nas necessidades do cliente.

Selecionar os componentes de segurança com

base nas necessidades do cliente.

Implementar o plano de segurança do cliente.

Desenvolver a manutenção preventiva em

segurança.

Solucionar problemas de segurança.

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CCNA

O CCNA ensina redes com base na tecnologia, incluindo os conceitos de rede utilizando

uma abordagem integrada, teórica, e de modelo top-down – desde aplicações de rede a

protocolos e serviços proporcionados por tais aplicações através das camadas inferiores.

O CCNA inclui as seguintes características:

•Aprendizado básico em roteamento, switching, e tecnologias avançadas com intuito de

preparar para a certificação Cisco CCNA e carreiras iniciais em redes.

•O currículo discute conceitos de rede profundamente e usa uma linguagem que permite

integração com conceitos de engenharia, permitindo um entendimento profundo e

teórico dos conceitos de rede para estudantes experientes com avançadas habilidades

em solução e análise de problemas.

• Os cursos enfatizam pensamento crítico, resolução de problemas, colaboração e

aplicação prática de habilidades;

• Rico conteúdo multimídia, incluindo atividades interativas, vídeos, jogos e

questionários baseados em Flash, apresentando uma variedade de estilos de

aprendizagem e ajudando o estímulo ao estudo e aumentando a fixação do

conhecimento.

• Laboratórios práticos e atividades baseadas em simulação através do Packet Tracer

auxiliam os estudantes a desenvolver pensamento crítico e habilidades de resolução de

problemas complexos.

• Avaliações inovadoras fornecem feedback imediato para suporte à avaliação de

conhecimento e habilidades adquiridas;

• Fornece estudantes com as habilidades necessárias para o sucesso em programas de

graduação relacionados à área de redes.

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1) Habilidades do Século 21

O CCNA integra habilidades práticas no currículo técnico para criar uma experiência de

aprendizagem voltada para o sucesso em futuras iniciativas educacionais, empresariais e

ocupacionais. Além de aprender fundamentos de projeto, construção e operação de

redes, os estudantes também aprendem sobre resolução de problemas, pensamento

crítico, colaboração, trabalho em equipe, negociação e empreendedorismo – habilidades

as quais os mesmos podem aplicar em sua educação futura e no ambiente de trabalho

global do século 21.

2) Avaliações

Avaliações formativas e somáticas inovadoras são integradas ao currículo do CCNA e

suportadas por um sistema de entrega online avançado. Um feedback detalhado e

imediato proporciona ao instrutor e ao estudante uma avaliação dos conhecimentos e

habilidades adquiridas. As avaliações pode ser tão simples quanto uma questão de

múltipla escolha ou tão complexas quanto resolução de problemas de uma rede simulada.

3) Packet Tracer

O Packet Tracer é um poderoso programa de simulação de redes desenvolvido pelo

Networking Academy que permite aos estudantes experimentar o comportamento da

rede e tirar dúvidas do tipo ―e se...?‖. Como parte integral do currículo CCNA, o Packet

Tracer proporciona simulação, visualização, criação, e capacidades de colaboração,

fazendo o ensino e o aprendizado de tecnologias complexas tornarem-se mais fáceis. O

Packet Tracer supre a necessidade de equipamentos físicos, permitindo aos estudantes

criarem uma rede com quase um número ilimitado de dispositivos, encorajando a prática

livre, descoberta e resolução de problemas. O aprendizado baseado em ambiente de

simulação ajuda os estudantes a desenvolver as habilidades do século 21, como tomada de

decisões, pensamento crítico e criativo, e solução de problemas. As atividades de

simulação em Packet Tracer estão incluídas em todos os cursos do CCNA.

4) E-doing

E-doing é uma filosofia de projeto que aplica o princípio de que pessoas aprendem

melhor fazendo. O CCNA inclui atividades e-doing altamente interativas incorporadas

que ajudam a estimular o aprendizado e elevar a fixação do conhecimento. Um rico

conteúdo multimídia, incluindo atividades, vídeos, jogos e questionários baseados em

Flash, compõe uma variedade de estilos de aprendizado e fazem toda a experiência de

aprendizado muito mais completa o que facilita o entendimento do conteúdo. Foco do

Estudante O CCNA é voltado para estudantes com habilidade de solução de problemas e

análise avançada, como estudantes que buscam graduação em engenharia, tecnologia da

informação, matemática ou ciência. Espera-se que os mesmos saibam matemática binária

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e entendam o conceito de algoritmos. O currículo oferece uma experiência de

aprendizado compreensiva e teórica para estudantes de análise, e utiliza linguagem que

alinha-se bem com conceitos de engenharia. Atividades interativas estão incorporadas ao

currículo, juntamente a um conteúdo detalhado e teórico.

Os estudantes progridem desde laboratórios estruturados e fáceis de seguir, até

laboratórios avançados que constroem pensamento crítico e habilidades de solução de

problemas, também encorajando exploração e pesquisa.

Os estudantes podem contar com recursos adicionais para obter soluções definitivas para

os laboratórios mais complexos:

• Voltado para estudantes que desejam buscar tecnologias adicionais ou ensino de

engenharia.

• Prepara estudantes para carreiras iniciais em TI após a conclusão dos quatro cursos do

currículo.

5) Conteúdo Programático - CCNA

A formação CCNA divide-se em quatro módulos de 70 horas, totalizando 280 horas de

curso. Não há necessidade de oferecer os 4 módulos. As instituições, se desejarem,

poderão oferecer somente os dois primeiros módulos. Nesse formato, não há

necessidade de disponibilizar um laboratório de redes para aulas práticas.

O uso do laboratório é fundamental para as instituições que optarem em oferecer os 4

módulos do CCNA, sendo eles:

Módulos Conteúdos

1. Noções Básicas de

Redes

A vida é um mundo centrado na rede

Comunicação através da rede - Funcionalidade da camada de

aplicação do modelo OSI - Camada de transporte do modelo

OSI - Camada de rede do modelo OSI

Endereçamento IPv4

Camada de dados do modelo OSI - Camada física do modelo

OSI - Ethernet - Planeamento de infraestruturas de rede -

Configurar e testar redes

2. Conceitos e

Protocolos de

encaminhamento

Introdução ao encaminhamento e envio de pacotes

Encaminhamento estático

Introdução ao encaminhamento dinâmico

Protocolos de encaminhamento "Distance Vector" - RIP

versão 1

VLSM e CIDR - RIP versão 2

Tabela de encaminhamento

EIGRP - Protocolos de encaminhamento "Link State"

OSPF

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3. LAN Switching e

Wireless

Desenho de LAN's

Configuração de switchs

- VLAN's (Virtual LAN's)

- VTP (VLAN Trunking Protocol)

STP (spanning tree)

Encaminhamento entre VLAN's

Configuração de redes wireless e outros conceitos

4. Acesso à WAN

Introdução às WAN's

PPP (Point to Point Protocol)

Frame Relay

Segurança na rede

ACL's (Listas de Acesso)

Serviços de tele-trabalho

Serviços de endereçamento IP

Resolução de problemas de rede

6) Preparação de Instrutores

A Cisco solicita que os instrutores sejam treinados dentro da metodologia dos currículos

de ITE e CCNA, independentemente do conhecimento prévio desses profissionais.

Sugere-se que os treinamentos sejam presencias e realizados nos Centros Acadêmicos de

Treinamento Cisco (CATC) ou em uma Academia Regional (AR). A Carga horária é de

44 horas para o currículo de ITE e de 44 a 172 horas para o CCNA (para esse currículo, a

carga varia de acordo com o nível de conhecimento do instrutor).

7) Equipamento para os exercícios de laboratório

Para um melhor aproveitamento, recomendam-se salas com 12 a 15 alunos no

máximo e um computador para cada

Dois estudantes por computador é o máximo aceitável

8) Configuração do computador:

Processador: Intel Pentium/Celeron AMD K6/Athlon/Duron ou processador de

300Mhz ou superior com ventoinha - Memória RAM: dois módulos de 128MB de

memória ou dois de 256MB (recomendado) - Disco rígido de 15GB no mínimo - Unidade

de floppy, CD-ROM ou CD/DVD-ROM - Placa de rede e de vídeo, monitor, mouse e

teclado.

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IT ESSENTIALS NO BAIXO SUL

1) Foco e Abrangência

Uma oportunidade para jovens do Baixo Sul da Bahia cursar formação técnica e

profissionalizante na área de Tecnologia da Informação (TI) é o que vem proporcionando

o treinamento Cisco It Essentials – Conceitos Básicos de Hardware e Software oferecido

desde o ano passado. Promovida pela Cisco System Brasil, em parceria com a Fundação

Odebrecht e o Instituto de Desenvolvimento Sustentável do Baixo Sul da Bahia (IDES), a

iniciativa contemplou, desde 2012, a formação de adolescentes e jovens dos municípios

de Igrapiúna, Nilo Peçanha, Valença, Taperoá e Camamu que atuam ou tem afinidade

com temas vocacionados à TI e com perfil para atuar nesse segmento.

Reunião de seleção da 2ª turma do curso IT Essentials, realizada em Valença. (Junho 2013).

2) Sobre o Treinamento

O treinamento no Baixo Sul compreende uma carga horária 116h, distribuídas em 17

módulos. Um módulo a mais do que o It Essentials normalmente oferece. O tema

Eletrônica Básica foi introduzido pelos facilitadores Frede Bonfim e Pedro Moura Junior,

que atuam como técnicos do programa de inclusão digital Caia na Rede no Baixo Sul.

Ambos foram capacitados pela Cisco em 2011 para ministrar o treinamento. “Tivemos o

desafio de desenvolver profissionais completos em TI. Precisamos qualificar os serviços

nesta área e ampliar as oportunidades de trabalho local”, destaca Frede Bonfim.

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A implantação das quatro turmas do It Essentials foi

iniciada em agosto de 2012, fruto de um cuidadoso

planejamento executado pelos facilitadores,

certificados pela Cisco desde 2011, para a mediação

do treinamento.

A seleção foi bastante rigorosa, dentre os 150

inscritos, 42 foram selecionados (de cinco

municípios do Baixo Sul, respectivamente:

Igrapiúna, Nilo Peçanha, Valença, Taperoá e

Camamu).

O desafio pactuado com os selecionados, de

obterem aprovação com percentual superior a 80%,

foi atingido pelas duas primeiras turmas, com 21

concluintes. E foi mantido para as turmas seguintes.

Evento de certificação da primeira turma do It Essentials, em novembro de 2012, com a presença de

Flávio Provedel, Responsável por Responsabilidade Corporativa da Cisco – Brasil

Os participantes precisam são desafiados uma média mínima de 80% em 16 avaliações

propostas. Essa exigência é diferenciada no Brasil, cuja média exigida para certificação

fica entre 50 e 60%. Esse rigor exige dos participantes muita dedicação aos encontros e

aos conteúdos, além de torná-los mais críticos em relação ao seu próprio trabalho.

O case do Programa Caia na Rede / Baixo Sul foi apresentado no II Encontro NetAcad de

Academias ONGs promovido pela área de Responsabilidade Social da Cisco do Brasil,

realizado na sede da empresa, em São Paulo, o evento reuniu, em fevereiro de 2013,

cerca de 20 organizações parceiras da Cisco na condução do Programa Cisco Net

working Academy.

O sucesso da implantação do IT Essentials, pela Academia Fundação Odebrecht, em

parceria com o Instituto de Desenvolvimento Sustentável do Baixo Sul da Bahia, atribui-

Acredito que as áreas tecnológicas possuem uma grande demanda na região em que vivo, por isso, pretendo adquirir o conhecimento necessário para poder me desenvolver profissionalmente e servir como uma ponte para que outras pessoas tenham acesso a informações que lhes possam ser úteis no dia a dia.

Wbirajara Evangelista Filho, 19 anos , Monitor

de informática da Casa Familiar Agroflorestal –

CFAF, em Nilo Peçanha-BA.

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se ao seguinte conjunto de fatores: o rigoroso processo de seleção dos cursistas, a adoção

de critérios explícitos de avaliação, a ampliação da carga horária, a inserção de um curso

de eletrônica básica e a aprendizagem baseada em desafios.

3) Diferenciais da implantação/IT Essentials no Baixo Sul

Rigoroso processo de seleção de

candidatos – Todos os participantes

foram entrevistados, previamente

avaliados e identificados em concordância

com a sua postura, interesse, perspicácia,

comunicabilidade;

Ampliação da carga horária Inclusão

com inclusão do curso de Eletrônica

Básica – Curso com 32h de duração,

agregado ao IT Essentials por considerar

que um profissional de TI precisa ter

noção mínima de todas as áreas que

circundam a sua atividade principal.

Conhecer e dominar os conceitos básicos

da eletrônica é de suma importância no

processo de diagnóstico e

encaminhamento na resolução de

problemas. Isso facilita a vida tanto do

profissional quanto do cliente ou usuário

que necessita do serviço técnico;

Módulos Conteúdos Duração

1 Introdução aos princípios

da Eletricidade (1)

A História da eletricidade

Grandezas da eletricidade (Resistência,

Corrente, Tensão, Potência)

Leis da indução (Entendendo o

funcionamento do motor elétrico e do

transformador de tensão)

Princípios de funcionamento do gerador

elétrico)

8 h

2 Manipulando as leis da

eletricidade

Calculando Potência, Resistência,Tensão e

Corrente

Criando um gerador de energia elétrica

simples.

4 h

3 Introdução à eletrônica

Aplicações da eletrônica

A importância do conhecimento de

eletrônica para o profissional de TI

1 h

“O Projeto Caia na Rede nos

impressionou pois foi capaz de cumprir com uma meta ambiciosa: aprovar apenas os alunos que obtiveram 80% na média do curso, uma média acima da maioria das academias Cisco”

Vanessa Tarantini – Representante

Responsabilidade Social Corporativa da Cisco –

Brasil

“Desde que assumi o cargo na Cisco Systems, há mais de três anos, só vi um lugar no mundo onde a média mínima para certificação do It Essentials é de 80%, que foi a turma do Baixo Sul”.

Flávio Provedel, Responsável por

Responsabilidade Corporativa da Cisco – Brasil

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4 Entendendo o princípio de

funcionamento dos

componentes eletrônicos

Como funciona o Resistor

Como funciona o Capacitor

Como funciona o Diodo/LED

Como funciona o Indutor

Como funciona o transistor;

4 h

5 Atividade prática 1

Segurança do profissional de TI na

manutenção de equipamentos

Aprendendo a identificar defeitos em

componentes (teste com multímetro)

Aprendendo o processo de soldagem de

componentes em placas de circuito (ferro

de soldar)

Resolvendo os defeitos mais comuns em

fontes de alimentação

Resolvendo os problemas mais comuns em

placas-mãe

12 h

6 Atividade prática 2

Apresentação do Java Applet Circuit

Criando um circuito simples no Java Applet

Circuit

3 h

Fixação de uma média de aprovação desafiadora: A CISCO recomenda que a

nota mínima para certificação seja de 60%. No Baixo Sul da Bahia, adotamos a

nota média mínima de 80%, aplicando uma didática diferenciada, presencial,

individual, atenta às necessidades dos participantes e orientada a resultados;

Contextualização de atividades – As atividades foram adequadas ao conteúdo

do curso, porém com sua funcionalidade aplicável à realidade do Baixo Sul;

Criação de ambientes colaborativos - Desenvolvimento do trabalho em

Equipe – Foram desenvolvidas atividades em equipe, a fim de mensurar a

desenvoltura dos participantes no trabalho em conjunto e respaldar a avaliação

quantitativa desse relatório, bem como analisar o seu desempenho em atividades

práticas exigidas pelo mercado de trabalho.

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4) Definições dos critérios de avaliação

Característica Comportamentos observados

1. Determinação Superar os desafios para entregar resultados satisfatórios.

2. Interesse Comprometimento com as atividades, a pesquisa por

conteúdos além do curso.

3. Trabalho em

equipe

Desenvoltura do participante em contribuir para o resultado

como um todo. O relacionamento interpessoal dentro do grupo

e o respeito às regras.

4. Conhecimento

Técnico (teoria)

Capacidade de expressar o que sabe e interpretar os conteúdos

assimilando com o seu dia a dia.

5. Conhecimento

Técnico (prática)

Capacidade de praticar os conteúdos apresentados com

destreza e simplicidade ou de colocar em prática

conhecimentos novos.

6. Participação

Presença nas discussões. Iniciativa de responder às perguntas,

independentemente de erros e acertos. Capacidade de trazer

aos debates conceitos pertinentes.

5. Iniciativa Capacidade de tomar decisões, observar o seu redor e agir de

forma útil sem necessidade de solicitação de terceiro.

6. Média de notas

CISCO Replicação da nota mostrada no Gradebook da CISCO.

7. Postura

Posicionamento pessoal na turma, sabendo o momento certo

de agir, como agir, como contribuir e quando dar oportunidade

aos outros de participar.

8. Comunicabilidade Expressão clara e uso dos meios de comunicação disponíveis

para se fazer compreender.

Instrumento de Avaliação Individual

Todas essas características foram avaliadas com notas de 1 a 100. As avaliações foram

feitas através do contato pessoal. As observações foram extremamente criteriosas e

poderão servir de base para os interessados em contratar tais profissionais.

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LIÇÕES APRENDIDAS

O objetivo principal do curso no Baixo Sul da Bahia, tendo em vista o cenário atual da área

de TI na microrregião, é formar profissionais completos nesse nicho, qualificando

serviços e proporcionando maior disponibilidade de mão de obra aos órgãos e

instituições públicas e privadas que necessitem sem que precisem “importar” tais

profissionais de outras regiões, abastecendo o mercado local, gerando trabalho e renda.

Pontos Positivos:

Os conteúdos são atualizados, a exigência é adequada ao mercado de trabalho. O módulo

de helpdesk é um diferencial em relação aos cursos de formação profissional conhecidos.

Os desafios apresentados nos módulos são bastante condizentes com problemáticas de

ambientes de trabalhos comuns. O curso se preocupa também com a formação ética, a

conduta e os procedimentos dos profissionais frente ao cliente. Apresenta um conjunto

de informações denso e atualizado, dando ao formando as ferramentas e orientações

corretas para o desenvolvimento do trabalho do técnico de TI.

Oportunidades de melhoria:

Por se tratar de um curso profissionalizante, exige uma estrutura física com

equipamentos específicos para execução de atividades práticas. A aquisição de tais

equipamentos é custosa e demanda estruturação espacial para instalação dos mesmos.

Mais de 90% do conteúdo do curso deve ser ministrado na prática, com os participantes

tendo acesso aos dispositivos abordados, conectando-os e configurando-os. Assim, a

maior exigência do curso é a montagem de um laboratório específico que tenha

disponíveis todos os equipamentos apresentados nos módulos.

Em 2012 e 2013 foram formadas 36 pessoas. Cada curso representa um investimento da

ordem de R$ 800,00. Visando à obtenção de uma certificação internacional na área de

tecnologia, altamente valorizada e concorrida. No total, a parceria Cisco/ Fundação

Odebrecht / IDES representa um investimento global de R$ 28.800,00.

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CAPÍTULO VI

SEMP TOSHIBA E FUNDAÇÃO ODEBRECHT O poder da Parceria

1) História da Semp Toshiba

Há 70 anos, nascia no Brasil uma empresa inquieta, uma pequena empresa que pensava

grande. Esse foi o primeiro passo para a Semp Toshiba se tornar o que é hoje: uma das

maiores fabricantes de eletroeletrônicos do Brasil, detentora do mais extenso portfólio

de produtos do setor e respeitada por seus consumidores.

Presente na maioria dos lares brasileiros, a Semp Toshiba continua mantendo seu

pioneirismo no lançamento de produtos inovadores nas linhas de áudio, vídeo e

informática. Esse posicionamento, sempre sustentado por uma atuação ética e

transparente, consolidou a marca no país.

Nascida Sociedade Eletro Mercantil Paulista, foi fundada em 1942, na cidade de São

Paulo. Nesse mesmo ano, lançou o primeiro rádio fabricado no país. Como mostra do

pioneirismo que marcaria toda a sua história, em 1949 produziu a primeira rádio-vitrola

brasileira, e em 1951 – menos de um ano após o início das transmissões de TV no Brasil

por meio dos Diários Associados – TV Tupi –, o primeiro televisor brasileiro.

Decisiva para o desenvolvimento do Sistema Brasileiro de Televisão em cores na década

de 1970, foi a partir de 1973 que a empresa – já rebatizada como Semp Rádio e Televisão –

experimentou grande crescimento, viabilizado pela inauguração da fábrica em Manaus

(AM).

O nome Semp Toshiba passou a fazer parte do dia a dia do mercado a partir de 1977,

época em que foi celebrada a joint venture com a Toshiba Corporation, que contribuiu

diretamente com a expertise de tecnologia japonesa para televisores.

Essa parceria, sempre ampliada e aprimorada, contribuiu para o surgimento da Semp

Toshiba Informática, em 1996. Em 2005, o grupo consolidou seu posicionamento no

mercado com o lançamento da marca STi, com foco em informática e áudio-vídeo. Hoje é

também reconhecida pela habilidade de aliar produtividade, eficiência administrativa e

tecnologia de última geração.

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2) Semp Toshiba e Fundação Odebrecht juntas na execução do Caia na Rede

Em 2010, a Semp Toshiba ingressou como investidora do Programa Tributo ao Futuro

apoiando projetos voltados à inclusão digital e à formação de jovens empresários rurais.

A assinatura do Acordo de Cooperação com a Fundação Odebrecht, em 14 de novembro

de 2011, com vigência de 03 anos consolidou uma parceria estratégica visando ampliar as

ações de inclusão digital em áreas rurais do Baixo Sul, a aquisição de computadores

portáteis para fins educacionais e apoio a projetos educativo-produtivos dos jovens, com

foco na geração de renda.

Jovens em aula de campo com técnicos da Embrapa

Na cerimônia, a Semp Toshiba esteve

representada à época, pelo seu Presidente, o

Sr. Afonso Antônio Hennel, o Diretor da

Empresa na Bahia, Pedro Furtado Hennel e a

Gerente de Responsabilidade Corporativa,

Paloma Cavalcanti.

Contemplando as ações pactuadas no Acordo

de Cooperação, a Semp Toshiba realizou a

entrega de 105 notebooks, todos com o

software STI Educacional, para os educandos das três turmas da Casa Familiar Rural de

Presidente Tancredo Neves (CFR-PTN). Isso facilitará o aprendizado da informática.

Com a perspectiva concreta da conectividade em suas comunidades (o que será feito pela

“O uso dos notebooks está sendo

fundamental na formação dos

jovens, pois facilita a prática da

interdisciplinaridade entre a base

nacional comum e técnica,

contribui na elaboração dos

projetos educativos produtivos e

no empresariamento rural”.

Quionei Araújo, Diretor de Ensino da Casa

Familiar Rural de Presidente Tancredo Neves.

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Telebrás), eles poderão melhorar

exponencialmente a qualidade do seu

aprendizado e ter acesso a um amplo universo de

conhecimentos.

A Semp Toshiba contribuiu com o custeio por um

ano, de 45 alternâncias, referente às turmas em

formação e garantia da execução das ações

complementares, tais quais: visitas de

acompanhamento aos adolescentes, em suas

propriedades, orientando-os no desenvolvimento das Unidades Demonstrativas e a

execução de 35 seminários rurais, que mobilizou 1.191 pessoas, de 18 comunidades e 04

municípios, quais sejam: Presidente Tancredo Neves, Valença, Wenceslau Guimarães e

Teolândia.

Além disso, apoiou à implantação de 60 projetos educativo-produtivos de jovens em

formação na CFR-PTN, distribuídos em duas turmas e à manutenção de outros 45.

Entrega dos notebooks aos jovens em formação na CFR-PTN. (Novembro, 2011)

Em 2012, sob a coordenação do Instituto de Desenvolvimento Sustentável do Baixo Sul da

Bahia (IDES) e com o apoio da Semp Toshiba, o Programa, teve seu escopo e alcance

ampliados e, com isso, mais 03 municípios passaram a compor seu raio de atuação, são

eles: Ibirapitanga, Piraí do Norte, Ituberá. Abrangendo, atualmente, 07 municípios do

Baixo Sul.

Visando ampliar o uso das tecnologias em áreas rurais do município de Valença, firmou-

se uma parceria com a União das Federações das Associações de Agricultura Familiar e

Economia Solidária (UNAFES), para a realização do curso de Alfabetização Digital para

adolescentes e jovens moradores da comunidade do Bonfim. A execução esteve sob a

“Os notebooks nos auxiliam na

realização dos projetos e

pesquisas do plano de estudo que

levamos para casa (...). Além

disso, nas tele-aulas do STI

Educacional sempre encontramos

conteúdos que geralmente

estamos estudando na CFR”.

Miguel Domingos Ramos, estudante do 1º ano,

Turma 09.

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responsabilidade da Federação das Associações de Pequenos Agricultores da Bacia do

Piau (FAPABP) e beneficiou 200 pessoas.

A ampliação do escopo permitiu diversificar o público do Programa, viabilizando a

formação pedagógica de 84 professores de 14 escolas públicas, para o uso das tecnologias

nas escolas, por meio do Aprender em Parceria. Registra-se também a capacitação

profissionalizante de 21 jovens no Programa Cisco Networking Academy.

Em 20125, foi realizada aquisição de 40 notebooks, todos com o STI Educacional,

conectados em rede, visando consolidar um novo conceito de ensino baseado na

colaboração e na gestão compartilhada do conhecimento, no Centro de Formação

Profissionalizante Construir Melhor, em Valença-BA.

Jovens das turmas 3 e 4 do Centro de Formação Construir Melhor

Em 2013, além de apoiar na estruturação de 02 laboratórios de informática no município

de Valença e aquisição 65 desktops para implantação de 06 (seis) laboratórios de

informática em comunidades rurais e urbanas do município de Valença, a Semp Toshiba

viabilizou a construção de importantes instrumentos para o ensino de informática na

região, são eles: o Guia Crescer em Rede, destinado à qualificação de professores das

redes públicas, com foco no uso adequado das tecnologias digitais em sala de aula; e o

Alfabetização Digital Caderno do Professor, uma revisão e adaptação dos Conteúdos

Educacionais Microsoft, objetivando orientar educadores da rede pública de ensino, na

condução de cursos de alfabetização digital. Ambos os materiais serão validados em 2014,

no âmbito do Programa Caia na Rede. Em suma, um investimento rumo à melhoria dos

índices educacionais da região!

5 Neste mesmo ano, a Semp Toshiba foi reconhecida no Prêmio Destaque do Tributo ao Futuro, na Categoria

Empresa Parceira, referente a Campanha 2011. Dentre os critérios: valor aportado e sinergia com as

premissas do Programa.

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CAPÍTULO VII

O CAIA NA REDE NA ODEBRECHT A Fundação Odebrecht servindo as Empresas da Organização

1) Como Tudo Começou

O Caia na Rede surgiu em 2005 para melhorar a qualificação dos trabalhadores da

construção civil e da comunidade que vivia no entorno da obra da Construtora Norberto

Odebrecht - PRA-1, realizada no Recôncavo Baiano.

No Centro de treinamento do Caia na Rede eram disponibilizados computadores onde se

ministravam cursos com conteúdos informativos e formativos de informática básica. Essa

primeira experiência alfabetizou 1.900 Integrantes.

A concepção original do projeto foi formulada por José Cláudio Grossi, Mauro Rehm,

Olindina Domingues e Evandro Rangel.

Ainda em 2005, face ao seu caráter inovador, o Caia na Rede conquistou o Prêmio

Destaque na categoria Responsabilidade Social da CNO.

Em 2008, uma nova experiência passou a ser realizada na obra UHE São Salvador, em

Tocantins, alfabetizando 1.200 Integrantes. O projeto foi executado por João Henry

Müller e Renato Teixeira.

Em 2009, o Caia na Rede foi redesenhado por João Cumerlato e Clovis Faleiro Jr. A partir

das sinergias entre a Odebrecht e sua Fundação, novos parceiros foram mobilizados, a

exemplo da Microsoft, Dell e Oi.

Com este novo olhar, no dia 25.05.09, a direção das empresas que se associaram ao Caia

na Rede visitaram o Baixo Sul da Bahia, para realizar a assinatura de um Acordo de

Cooperação, na Casa Familiar Rural de Presidente Tancredo Neves.

A escolha do Baixo Sul para a assinatura do Acordo representou o comprometimento de

canalizar os esforços para levar a tecnologia e o conhecimento aos que mais necessitam.

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No evento de lançamento do Projeto estiveram presentes: Marcelo Odebrecht (Presidente da Odebrecht S.A.); Michel

Levy (à época Presidente da Microsoft – Brasil ); Lúcia Bulhões (representando o Presidente da Dell, Raymundo Peixoto);

Giovani Foragi (Vice-Presidente Corporativo da OI); Norberto Odebrecht e Maurício Medeiros (Presidente do Conselho

de Curadores e Presidente Executivo da Fundação Odebrecht, respectivamente).

A partir da assinatura do Acordo de Cooperação, o Caia na Rede passou a ter o desafio de

implantar projetos em 43 obras no Brasil e nos Projetos Educacionais apoiados pela

Fundação Odebrecht no Baixo Sul da Bahia, abrangendo também outras Instituições

parceiras.

Em junho de 2009, durante um almoço com a imprensa, na sede da Odebrecht

Engenharia, em São Paulo, houve o anúncio oficial da parceria que viabilizou este novo

momento do Caia na Rede, com ampla divulgação na mídia nacional.

2) Espírito de Servir

Os resultados alcançados pela Fundação Odebrecht com o projeto Caia na Rede no Baixo

Sul têm servido como fonte de inspiração para as empresas da Odebrecht que pretendem

implantá-lo no entorno de suas obras.

Diversas empresas da Organização estão buscando uma maior sinergia com a Fundação

Odebrecht. O intercâmbio de experiências tem sido o propulsor dessas relações.

A Fundação Odebrecht ofereceu entre 2011 e 2013 suporte às empresas abrangendo as

seguintes dimensões:

1) Técnica: análise de projetos de infraestrutura dos laboratórios e estruturas de

redes.

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2) Gerencial: definição de estrutura e funcionamento do projeto e orientações para

o planejamento, monitoramento e avaliação dos resultados.

3) Pedagógica: Alinhamento entre as premissas do projeto, com a política de

sustentabilidade definida pela empresa e o perfil do público-alvo.

Além disso, destacam-se como ações fundamentais deste trabalho, a orientação para o

recrutamento, seleção e treinamento das equipes, instalação e/ou regularização de

softwares, realização de visitas técnicas, definição do modelo de gestão e de indicadores

para o monitoramento e avaliação dos resultados, conforme ponta o fluxograma abaixo:

Apresentação Institucional do

Projeto

Definição do Escopo da Parceria entre a

empresa e a Fundação Odebrecht

Análise e proposições do projeto na

empresa (gestão e infraestrutura)

Intercâmbio com os

Projetos apoiados

pela Fundação

Odebrecht no Baixo

Sul

Realização do

Workshop Educação

e Tecnologias

Concessão de

softwares /

profissionais para a

implantação dos

laboratórios

Formação inicial e/ou

continuada de

monitores de

informática sob

demanda da empresa.

Avaliação e análise de

resultados

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AÇÕES INSPIRADORAS

1) Concessionária Rota das Bandeiras

Viabilizado pela Área de Responsabilidade Social

Empresarial da Concessionária Rota das Bandeiras

(Odebrecht Transport), com o apoio do BNDES, o Caia

na Rede foi implantado no interior de São Paulo, em

maio de 2012 e apesar do pouco tempo, já se tornou um

dos maiores programas de inclusão digital do Estado.

Oito municípios dos 17 que estão na extensão do

Corredor D. Pedro (Igaratá, Bom Jesus dos Perdões,

Atibaia, Itatiba, Valinhos, Artur Nogueira, Conchal e

Mogi Guaçu), já foram contemplados pelo Projeto. Em

breve, o Caia na Rede, executado pela Rota das

Bandeiras, se tornará o maior no âmbito da

Organização Odebrecht, quando as 150 salas previstas

forem implantadas.

O objetivo do Programa, na Rota das Bandeiras, é

desenvolver uma rede integrada com os 17 municípios,

com o desafio de incluir digitalmente comunidades de

baixa renda que não têm acesso à informação, pelo

afastamento de regiões centrais dos municípios, ou pela

falta de condição financeira de arcarem com o

investimento no curso ou equipamento.

Com a carga horária de 40 horas, o curso oferecido para

crianças, jovens, adultos e idosos, aborda sobre noções

básicas de informática, confeccionam currículos,

planilhas de controle de custo, também aprendem a

navegar pela internet.

Em um ano, 32 salas foram reformadas e entregues as comunidades, em Cooperação com

o poder público local, e já beneficiou 980. A perspectiva é que até o final de 2017, cerca

de 32.400 pessoas tenham sido beneficiados com o projeto.

“Sou moradora do bairro Boa

Vista e também professora do Caia na Rede. Tenho certeza que o Projeto dará muito certo. O objetivo do curso é conectar as pessoas ao conhecimento e também a novas possibilidades de emprego.”

Fernanda Soares, 18 anos, Educadora do

Caia na Redem, na Comunidade Rural do

Boa Vista/Igaratá-SP.

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2) Odebrecht Ambiental (Foz do Jaguaribe)

O Caia na Rede, na Odebrecht Ambiental (Unidade Jaguaribe) alia o ensino de

informática às ações de educação ambiental em curso na empresa, e com isso, fomenta no

público o desenvolvimento de atitudes e práticas sustentáveis em suas comunidades.

Entrega de Certificados da 7ª Turma (Julho, 2013)

Implantado desde novembro de 2011, o projeto já certificou 226 estudantes no curso

básico de informática, todos eles residentes em comunidades do entorno do Sistema de

Disposição Oceânica do Jaguaribe, além de uma turma especial dedicada a professores.

A prática inovadora conta com a experiência do Instituto de Pesquisa e Tecnologia

Gerencial Aplicada – IPGA, que executa as ações junto ao público-alvo do projeto, na

Escola Estadual Professora Angelita Moreno, situada no Bairro da Boca do Rio, em

Salvador.

O Caia na Rede, no âmbito da Odebrecht Ambiental, compõe o Plano de Educação

Ambiental (2011-2016), que faz parte do Quadro de Indicadores de Desempenho (QID)

da Empresa. A iniciativa é resultado da Parceria Público-Privada com a Empresa Baiana de

Águas e Saneamento (EMBASA), e da sinergia com a Fundação Odebrecht e Empresas

do setor de tecnologia (Microsoft, Daten, Walar, DH Info).

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98 “O curso de informática foi uma ótima oportunidade de aprendizado e conhecimento, pois nunca tive condições de fazer. Sem dúvidas, será uma chance de trilhar novos caminhos profissionais.” José Alexandre Silva (Integrante)

3) Odebrecht Engenharia Industrial (Consórcio Rnest/Conest)

Em 2012, o Consórcio Rnest/Conest (Construtora OAS e Odebrecht Engenharia

Industrial) iniciou a execução do Projeto de Inclusão Digital Caia na Rede, inaugurando

mais uma janela de oportunidades, principalmente de acesso ao conhecimento, para seus

Integrantes e comunidades do entorno.

Entrega de Certificados da primeira turma do Consórcio (Maio, 2012)

A iniciativa, realizada em Ipojuca-PE, vinculada

à Área de Pessoas e Organizações, já beneficiou

51 integrantes e estimula os novos a conhecerem

o mundo da tecnologia, dando-lhes a

oportunidade de se qualificarem e melhorarem

suas perspectivas de trabalho e qualidade de

vida.

As aulas são conduzidas pelos Integrantes do

Consórcio, engajados e comprometidos com a causa que voluntariamente destinam parte

de seu tempo para compartilhar os conhecimentos relacionados à tecnologia.

O Caia na Rede, no âmbito do Consórcio, enfatiza que a inserção da sociedade no meio

tecnológico, não é meramente uma questão de opção, mas de necessidade. E com essa

filosofia, o Projeto permite aos Integrantes projetarem promissores cenários, sobretudo,

no âmbito do mercado de trabalho.

A validação do Caia na Rede no Consórcio contou com o apoio da Fundação Odebrecht e

do Instituto de Desenvolvimento do Baixo Sul da Bahia-IDES.

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“Sempre procuramos manter contatos com as comunidades e esse é o primeiro projeto de inclusão digital que estamos fazendo no Sistema BA 093. Espero que os jovens continuem aproveitando o projeto e consigam empregos para terem uma vida digna e com cidadania.”

Orlando Batista, Diretor-Presidente

da Concessionária Bahia Norte

4) Concessionária Bahia Norte

A Concessionária Bahia Norte implantou, em 2013, o Caia na rede no Distrito de Menino

Jesus, em Candeias-BA. O projeto realizado em parceria com a Central de Organizações

Comunitárias de Meninos Jesus (Corcomerj) assumiu um enfoque diferenciado: o acesso

às tecnologias digitais com foco na geração de renda e empoderamento comunitário.

Colaboradores da Bahia Norte interagem com lideranças comunitárias

Para otimizar os resultados do Projeto, elaborado

conjuntamente com o público impactado, a Bahia Norte

identificou as sinergias entre o projeto e as demais ações

em curso na sua Área de Desenvolvimento Socioambiental

e também das potencialidades existentes nas

comunidades.

O “Caia na Rede - Janela para o mundo” atende a 50

crianças e adolescentes a partir da oferta de cursos básicos

de informática.

São parceiros desta iniciativa: Secretaria de

Desenvolvimento e Assistência Social (SEDAS) da

Prefeitura de Candeias, ITS Brasil, Fundação Odebrecht e

Dell.

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100 “O Caia na Rede vem somar às nossas ações na área social, que não são poucas. E com isso, possibilitar às pessoas o acesso ao conhecimento e a possíveis alternativas de geração de trabalho e renda”.

Douglas Longhi, Gerente Comercial

do Consórcio.

5) Consórcio Sistema BA-093

O Consórcio Sistema BA093, composto pela Construtora OAS e Odebrecht

Infraestrutura, integrou o Projeto de Inclusão Digital Caia na Rede às suas estratégias de

sustentabilidade, desde agosto de 2012.

Aula Inaugural do Caia na Rede - Consórcio Sistema BA093 (Agosto, 2012)

A comunidade de Capelão, em Lauro de Freitas, foi

escolhida para sediar o primeiro laboratório do Caia na

Rede, no âmbito do Consórcio, por carecer de maiores

investimentos na área social e por estar situada no

entorno do empreendimento.

A implantação do projeto reflete a forte relação de

parceria entre o Consórcio, as empresas parceiras

(D&A Locação de Veículos, Mineração São Vicente,

NF Neuburger, WS Engenharia, Grupo Cen,

Microsoft e Dell), que apoiaram na reforma do

ambiente e aquisição de computadores e softwares.

Com o projeto, crianças e adolescentes da região metropolitana de Salvador participam

de cursos de informática, que além de conhecimentos técnicos de informática, fomentam

o exercício da cidadania, preservação ambiental e melhoria da qualidade de vida.

O ambiente agradável e bem equipado, composto por 23 computadores, já atendeu cerca

de 200 crianças e adolescentes de escolas públicas e de programas sociais e deste

quantitativo, certificou 150 no curso de Alfabetização Digital da Microsoft.

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ANEXOS: Bill Gates e o Baixo Sul da Bahia

A tecnologia não nos salvará (pelo menos por

enquanto)

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BILL GATES E O BAIXO SUL DA BAHIA

Em maio de 2010, tínhamos nos lançado ao desafio de provar que era possível levar a

inclusão digital ao mundo rural brasileiro, em especial ao Baixo Sul da Bahia, área de

atuação da Fundação Odebrecht, e onde decidimos priorizar a implantação do Caia na

Rede. Desde o início a Microsoft nos mostrou que o sonho era possível e que sua

participação era pra valer.

Nessa mesma época, Bill Gates, criador da Microsoft e Presidente da Fundação Bill e

Melinda Gates, estava lançando o seu site oficial – The Gates Notes

(www.thegatesnotes.com). Por conta da parceria com a Fundação Odebrecht, a Casa

Familiar Rural, de Presidente Tancredo Neves, foi a única escola do Brasil e da América

Latina, selecionada para possibilitar aos seus alunos a oportunidade de fazer perguntas a

Bill Gates, que ele responderia e postaria em seu site, cujo lançamento despertou a

atenção da imprensa mundial e foi acompanhado em mais de 170 países.

Nunca havíamos imaginado que seria possível conectar jovens do mundo rural a Bill

Gates. E repentinamente estávamos diante de uma oportunidade única, que nos mostrou

que nada era impossível.

Segue abaixo a reprodução da histórica entrevista dos jovens agricultores de Presidente

Tancredo Neves, Bahia, com ninguém menos que – Bill Gates.

The Curious Classroom featuring questions from students in Bahia, Brazil was posted

today on The Gates Notes - http://www.thegatesnotes.com/Curious-

Classroom/SpecialFeature.aspx

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Questions for Bill Gates from Bahia (Postado em 05/05/2010)

A Casa Familiar Rural criou uma escola possível para jovens que vivem em fazendas

distantes, espalhados em uma região rural da Bahia, no Brasil. Os jovens vivem uma

semana na escola, e em seguida, retornam para suas famílias, onde ficam duas semanas,

onde são visitados pelos monitores/educadores da escola, quando compartilham o que

aprenderam.

Conversation

Geiane Macedo, 19

O que o motivou a deixar a Microsoft para se dedicar à filantropia?

Bill Gates

Eu tive sorte que minhas ações na Microsoft tornaram-se extremamente valiosas. Isso

criou tanto uma oportunidade como uma grande responsabilidade para mim, que passei a

estar pessoalmente envolvido em voltar a minha riqueza para o mundo de maneira mais

benéfica. Por um longo tempo, eu sabia que acabaria por mudar, para me dedicar

integralmente à Fundação que criei, quando estivesse com meus cinquenta anos. Na

verdade, eu tinha 53 anos, quando escolhi fazer essa mudança. Tenho sorte de ter feito

meu trabalho na Microsoft, de forma divertida, aprendendo coisas novas, trabalhando

com pessoas inteligentes. E posso ainda desfrutar do meu trabalho de filantropia.

Maricélia Soares, 20

Qual é o seu maior sonho, e qual é a sua maior alegria na vida?

Bill Gates

Ter uma família jovem é a minha maior alegria. Meus filhos têm 13, 10 e 7 anos agora.

Adoro fazer coisas novas com eles, observando como aprendem. A maior alegria para a

minha esposa, Melinda, e para mim é estar com nossos filhos.

Eu também digo que meu trabalho me traz muita alegria, por conta do progresso que

estamos fazendo. Podemos sair e encontrar agricultores e suas culturas bem sucedidas,

visitar a aldeia onde a taxa de malaria caiu pela metade. Nós nos encontramos com

pesquisadores, que são capazes de realizar um trabalho relevante com o nosso apoio.

Recebi, recentemente, uma carta de Robert Glass, um cientista que trabalhava em uma

vacina para rotavírus. É fantástico saber que podemos ajudá-lo a lutar contra uma doença

que mata meio milhão de crianças a cada ano. Meu maior sonho é um mundo onde todos

possam receber uma educação de qualidade e onde atender as necessidades básicas não é

um desafio diário.

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Maurílio de Jesus, 20

O que o ajudou a se tornar um grande empreendedor?

Bill Gates

É muito importante ter a confiança de que você pode realizar alguma coisa, ainda que seja

bastante difícil ao tentar. É fácil você ficar desanimado. Quando você começa um

negócio, há muitas questões financeiras por descobrir, com um monte de terminologias

específicas. Mas, se você tem habilidades matemáticas razoáveis, e procurar as pessoas

que podem lhe explicar essas coisas, verá que não é realmente tão complicado assim.

Você precisa estar disposto a perguntar: Ei, o que significam todas essas coisas? Os

verdadeiros especialistas são os únicos que podem lhe explicar.

Por exemplo, um grande conceito no mundo dos negócios é o valor do dinheiro no

tempo.

Esse é um tema complexo, mas Warren Buffett explica como ―é mais importante ter um

pássaro na mão, do que dois a voar‖. Um provérbio simples explica o princípio

fundamental dos negócios. Desfrutando das aprendizagens, encontrando as pessoas que

podem ajudá-lo, e sendo perseverante quando algo parecer muito complicado – tudo isso

foi muito útil para mim.

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Marilan Souza, 18

Quais foram as principais crises que você enfrentou e como conseguiu passar por elas?

Bill Gates

Eu tive muita sorte na vida, por não ter passado por um monte de coisas terríveis. Meus

pais eram abastados economicamente, nós tivemos uma vida boa. Minha trajetória

escolar foi ótima. Minha carreira profissional tem sido maravilhosa. A coisa mais negativa

na minha trajetória foi uma série de problemas legais que a Microsoft teve que enfrentar.

Fui ajudado pelos conselhos, que tenho tido ao longo do caminho, do meu pai, de Warren

Buffett, Melinda e Steve Ballmer. Eu tenho uma parceria comercial forte com Steve,

e ele me ajudou a manter as coisas em perspectiva. Isso foi muito útil.

A Educação na Região

A Casa Familiar Rural é uma escola, localizada em Presidente Tancredo Neves, uma

cidade de 20 mil habitantes, na Bahia, Brasil. A escola atende alunos de toda uma região

de pequenos produtores rurais, com pouco acesso à tecnologia e onde poucos

conseguem concluir a escola.

Inaugurada em 2003, com o apoio da Fundação Odebrecht, a Casa Familiar Rural utiliza

um método conhecido como Pedagogia da Alternância, na qual os alunos passam uma

semana na escola e duas semanas em sua propriedade. Os alunos estão na faixa etária de

15 a 21 anos. Durante 03 anos estudam no currículo escolar padrão (matemática, biologia,

português, etc.) e também aprendem novas técnicas agrícolas. Na propriedade rural,

compartilham seu aprendizado com suas famílias e comunidades, contribuindo para

melhorar a educação e as práticas agrícolas em áreas rurais remotas.

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“A ideia de um laboratório de informática, um lugar aonde se vai para estudar computação, é uma estupidez: ou o computador está presente em sala de aula e é apreendido por professores e alunos como parte da matéria, ou é inútil.”

A TECNOLOGIA NÃO NOS SALVARÁ (POR ENQUANTO) Por Gustavo Ioschpe

Durante décadas, o Brasil ignorou suas carências na área

educacional. Hoje, quando há falta de gente qualificada e

superlotação de presídios, consolida-se a percepção de

que o país não progredirá sem uma melhora radical no

setor. Vem também a percepção de que esse é um

problema gigantesco e urgente, cuja solução por vias

normais levará tempo e demandará muito esforço. Surge

então a busca por uma ―bala de prata‖, uma solução

potente e rápida que nos permita atalhar o caminho. A

bola da vez é a tecnologia.

Apesar de ser um entusiasta das novas tecnologias, uma

busca na literatura empírica me obriga a concordar com um empresário que dizia: ―Eu

acreditava que a tecnologia podia ajudar a educação. Mas tive de chegar à inevitável

conclusão de que esse não é um problema que a tecnologia possa ter a esperança de

resolver. O que há de errado com a educação não pode ser solucionado com tecnologia‖.

Seu nome? Steve Jobs.

A primeira saída milagrosa proposta por alguns de nossos líderes é simplesmente a

distribuição de hardware nas escolas. O tablet criado por Jobs é uma das ondas do

momento: nosso Ministério da Educação vai gastar 150 milhões de reais neste ano na

distribuição de 600 000 engenhocas a professores. Perguntei ao MEC quais os estudos

que embasam a ideia de que a distribuição desse material terá algum impacto sobre a

qualidade do ensino, mas não houve resposta. Nem poderia. Praticamente toda a

pesquisa sobre o assunto, não apenas no Brasil como no exterior, mostra que não há

relação entre a presença de computadores na escola e o aprendizado do aluno. Imagine

então um aparelho dado ao professor. O programa surgiu por vias tortas. A primeira

intenção era distribuir laptops a todos os alunos da rede pública. Mas a experiência

internacional tem mostrado que essa medida é muito custosa e pouco eficaz, a ponto de

cidades americanas que a implementaram já a terem cancelado há anos. Os alunos

estavam usando os computadores para colar em provas e baixar pornografia. Mesmo no

Brasil, o estudo sobre o impacto do programa Um Computador por Aluno em sua fase

piloto mostrou que só se beneficiavam do laptop aqueles alunos que o levavam para casa;

aqueles usados apenas na escola não produziam melhorias no aprendizado. O MEC fez

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então essa mudança de curso e resolveu destinar a verba aos professores, em uma medida

que certamente agradará à categoria mas não tem sustentação na pesquisa nem na lógica.

No mesmo momento em que Brasília anunciava a medida, o governo do estado de São

Paulo mostrou que desperdício pouco é bobagem. Ao mesmo tempo em que briga na

Justiça para não cumprir a (inócua, diga-se) lei do piso salarial dos professores, o estado

divulgou um investimento de 5,5 bilhões de reais, ao longo de dez anos, para equipar suas

salas de aula com lousas digitais. Chama atenção a envergadura do projeto, em um

momento em que também há farta divulgação de que experiências pioneiras nos EUA

têm mostrado que os distritos que receberam essas máquinas vêm tendo desempenho

pior do que a média de seu estado. (Toda a bibliografia mencionada neste artigo está na

íntegra em twitter.com/gioschpe.) Para não ser leviano, pedi à Secretaria da Educação

que enviasse os estudos que embasam essa decisão. Inacreditavelmente, o material

encaminhado foi uma carta do presidente da Dell, fornecedora das lousas, remetida ao

secretário da Educação com um resumo de suposto estudo da Unesco demonstrando o

impacto positivo da tecnologia em projeto piloto na cidade de Hortolândia. Depois de

dias pedindo para receber esse estudo, a secretaria me informou que não o possuía (!). O

que leva a crer que tomou uma decisão bilionária com base em uma carta do principal

beneficiário do programa.

Acompanhando essa obsessão já consolidada por maquinário, surge uma nova esperança

de revolução educacional através do ensino a distância. Seus proponentes sonham com

um cenário em que os melhores professores do Brasil dão uma aula e ela é acompanhada

por milhões de alunos, quer em sala de aula, quer em casa, aprendendo em seu próprio

ritmo. Assim nos livramos dos maus professores, cortamos gastos e imediatamente

damos um salto na qualidade do ensino ofertado. Que eu saiba, nenhum lugar do mundo

implementou sistema assim na educação básica, de forma que não há estudos para

comprovar a exequibilidade desse plano, mas tenho fortes suspeitas de que é inviável. Se

fosse possível simplesmente transmitir conhecimento remotamente, a televisão já o teria

feito. A ideia é mais antiga ainda: em 1925, Thomas Edison, o inventor da lâmpada e do

fonógrafo, previa que a presença de livros em escolas estava prestes a acabar: seriam

substituídos por filmes. A tese segundo a qual a educação é um processo unidirecional de

transferência do conteúdo do professor para o aluno é equivocada. Mesmo sem entrar

em discussões pedagógicas, que não são a minha praia, os estudos econométricos

mostram que muitos dos principais fatores de uma escola de sucesso — como a realização e

a correção de dever de casa, provas constantes, formato pergunta e resposta em aula —

dependem de interatividade e atenção ao progresso do aluno. O bom professor precisa

conhecer profundamente a matéria que ensina e, além disso, modular constantemente a

maneira como a transmite, levando em conta o estágio de aprendizado de seus alunos.

Mesmo que a internet tenha a interatividade que a TV não tem, é patentemente

impossível que um professor interaja com milhares ou milhões de alunos.

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Uma terceira área em que a tecnologia pode ajudar a educação é através de redes sociais,

para que alunos e professores se auxiliem mutuamente. Desconheço pesquisas a

respeito, dada a novidade da tecnologia, mas o potencial é tremendo. Porém o

fundamental certamente não é a tecnologia, e sim a decisão que a antecede: na China,

professores se reúnem constantemente em suas escolas e, depois, em seu distrito para

trocar ideias e melhores práticas. O Brasil poderia fazer o mesmo. A tecnologia pode

facilitar e potencializar esse convívio, mas não é necessária nem suficiente para o seu

surgimento.

Por último, uma área que tem mostrado resultados positivos em educação é a da

utilização de softwares específicos para o aprendizado, especialmente no campo da

matemática. As intenções dessa utilização não são revolucionárias, nem os resultados,

mas pelo menos aí há evidências positivas. Algumas delas estão postadas no meu Twitter.

O fracasso da tecnologia em sala de aula, vinte anos depois do seu início, não quer dizer

que ela não possa trazer resultados no futuro. Há um consenso na literatura de que inserir

elementos tecnológicos usando o mesmo currículo e com a mesma pedagogia — como

normalmente são desenhados esses programas — é um desperdício. A própria ideia de um

laboratório de informática, um lugar aonde se vai para estudar computação, é uma

estupidez: ou o computador está presente em sala de aula e é apreendido por professores

e alunos como parte da matéria, ou é inútil. A tecnologia é uma ferramenta pedagógica,

assim como o quadro-negro e o livro didático. Talvez mais poderosa, mas ainda assim

apenas uma ferramenta, que trará resultados se for usada por um professor preparado em

proposta que faça sentido pedagógico. O melhor software em educação continua sendo,

disparado, o cérebro de um bom professor.

Não duvido de que um dia tenhamos máquinas que passem no teste de Turing,

demonstrando inteligência indistinguível da de um humano. Até esse dia chegar, nossa

batalha precisa ser a de ter bons professores dando boas aulas, sem pirotecnias ou

geringonças. O fato de o Brasil estar embarcando em mais esse diversionismo é

sintomático da falta de foco, de lógica e de ambição que domina nosso diálogo nesse

setor.

FONTE:

IOSCHP, G. O Que o Brasil Quer Ser Quando Crescer? E Outros Artigos Sobre Educação e

Desenvolvimento. Ed. 1. Ed. Paralela. São Paulo. 2012.

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PROGRAMA TRIBUTO AO FUTURO

O Programa Tributo ao Futuro criado no final de 2004, o Tributo ao Futuro é um

Programa da Odebrecht S.A, executado pela Fundação Odebrecht, que teve como base

de inspiração o Programa de destinação de Imposto de Renda da Gerdau, no Rio Grande

do Sul. Por meio do Tributo, Integrantes e Parceiros da Organização Odebrecht podem

apoiar, sem qualquer custo, projetos sociais que educam jovens, para a vida e pelo

trabalho.

A partir das destinações de Imposto de Renda e doações, as iniciativas são realizadas por

instituições com o título de Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (Oscip),

concedido pelo Ministério da Justiça. Os projetos apoiados são certificados e

acompanhados pela Fundação Odebrecht, que, mensalmente, presta contas para cada

Investidor.

Baseado na Lei Federal 8.069/90 (Estatuto da Criança e do Adolescente), que permite

que as Pessoas Físicas destinem até 6% do Imposto de Renda apurado no ano vigente,

desde que declarem pelo Formulário Completo. A quantia investida é abatida do imposto

a pagar, ou acrescida ao imposto a restituir, corrigida pela Taxa Selic. A destinação pode

ser feita até 30 de dezembro.

A Lei permite também que as Pessoas Jurídicas destinem até 1% do Imposto de Renda

devido, apurado no exercício, desde que declarem com base no lucro real, podendo

abater 100% do valor investido, na parcela do Imposto a pagar.

A Odebrecht, para facilitar o processo, antecipa o recurso para o Integrante. Com o

adiantamento feito, a Odebrecht assume o custo financeiro da antecipação. O Integrante

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não tem custo algum e pode participar de um projeto social, certificado pela Fundação

Odebrecht, contribuindo com a criação de um mundo melhor.

Custo zero para o Integrante, com impacto social garantido. As empresas parceiras que

destinam seu IR podem abater 100% da doação de sua declaração de renda. É uma forma

eficaz de exercer sua Responsabilidade Social, fortalecendo a imagem da Organização.

O Papel da Fundação Odebrecht

• Seleção e certificação de projetos sociais.

• Relacionamento institucional com Conselhos Municipais de Direitos da Criança e

Adolescente,

• Prefeituras e Organizações da Sociedade Civil.

• Apoio ao planejamento e gestão financeira das Organizações da Sociedade Civil,

cujos projetos foram selecionados.

• Orientações aos Líderes dos projetos, visando a otimização dos Resultados.

• Acompanhamento dos projetos, avaliação dos Resultados e geração dos

Relatórios de Atividades, com respectiva prestação de contas mensal aos

Investidores.

Como participar?

• Para participar do Programa, nos casos da Pessoa Física e da Pessoa Jurídica,

segue abaixo alguns pontos norteadores:

• •Entre no site www.tributoaofuturo.com.br;

• •Faça uma simulação de sua Declaração de Renda, no Simulador, e verifique o

quanto pode destinar (6% do Imposto apurado).

• •Em nosso site, poderá efetuar a participação preenchendo o formulário do

Participe;

• •Para ter acesso ao Benefício Fiscal, é imprescindível lembrar de informar o valor

destinado na Declaração de Importo de Renda;

• O valor da Pessoa Jurídica (1% do Imposto apurado) é identificado pela

contabilidade da empresa e a destinação é efetuada pela equipe do Tributo ao

Futuro;

• Entre em contato com a equipe do Programa: (71) 3206-1429/1589 |

[email protected].

• Este projeto contou com o apoio do Programa Tributo ao Futuro.

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