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resumo do capítulo 4 de A invenção da Terra de Israel, Shlomo Sand
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TÓPICOS ESPECIAIS DE TEOLOGIA E HISTÓRIA DA IGREJA I TEO - 2277
FICHAMENTO 04
SAND, Shlomo. A invenção da terra de Isarel. São Paulo: Benvirá, 2014, pp.137-177
Gladson Pereira da Cunha*
O terceiro capítulo de Sand pretende demonstrar que o
conceito de “Terra de Israel” foi construído a partir do sionismo
cristão inglês. O seu primeiro argumento se relaciona com a ideia da
peregrinação. Segundo o autor, não havia qualquer sentimento de
posse no judaísmo, que justificasse a peregrinação sistêmica e ritual
a Jerusalém ou a Judeia após a destruição do templo judaico. Além do
que, uma peregrinação de pontos remotos da terra fatalmente
implicaria em vários descumprimentos da Torah, ficando a
peregrinação restrita a um público intelectual e economicamente
diferenciado. Algo que Sand deixa bem claro é que a peregrinação
geoteológica é uma invenção cristã, bem como tudo mais que
colabora com a construção desse imaginário em relação à
sacralidade da terra, isso perpassando toda a história desde o
primeiro século até o surgimento do sionismo judaico no final do
Século XIX.
Para Sand, essa construção ganhou ainda maior força com a
Reforma Protestante, no século XVI. A Bíblia, se tornando um livro
para o livre exame, teria se tornado um elemento de fomento para a
“repatriação” dos “filhos de Israel” a sua “terra”. De alguma
maneira, os personagens bíblicos se transformaram em pessoas da
intimidade do cristãos protestantes, os quais se afeiçoaram aos seus
* Aluno do Programa de Doutorado em Teologia da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio). Turma 2015/2.
feitos heroicos. Todo esse processo histórico-religioso, aliado a
outras vertentes de matizes ideológicas diferentes, como por
exemplo, o protonacionalismo que dava seus primeiros passos na
Europa moderna, culminou no trabalho e nas ações de Arthur
Baulfour em providenciar uma terra para o “povo de Israel”. Essa
mentalidade cristã evangélica não era a mentalidade dos judeus, com
exceção dos sionistas. O autor frisa bem o fato que os judeus, “da
primeira metade do Século XX, não consideravam a palestina como a
sua terra”. O opção pela Palestina não era deseja como se poderia
imaginar.