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PREVENÇÃO DE RISCOS RG.13 PP. 1/5 FICHA DE PROCEDIMENTOS – PREVENÇÃO DE RISCOS EDIÇÃO: DATA: 31 / 03 / 010 REVISÃO: 0 FICHAS DE PROCEDIMENTO – PREVENÇÃO DE RISCOS 1 TAREFA EXPOSIÇÃO A AMBIENTES TÉRMICOS QUENTES (CALOR) 2 DESCRIÇÃO A existência de calor no ambiente de trabalho constitui frequentemente uma fonte de problemas que se traduzem em queixas por falta de conforto no rendimento no trabalho e, em determinadas ocasiões, riscos para a saúde. O estudo do ambiente térmico requer o conhecimento de uma série de variáveis do ambiente, do tipo de trabalho e do indivíduo. A maior parte das possíveis combinações destas variáveis que se apresentam no mundo do trabalho, dão lugar a situações de desconforto, sem que exista risco para a saúde. Com menor frequência podem encontrar-se situações ocupacionais termicamente confortáveis e, poucas vezes, o ambiente térmico pode gerar um risco para a saúde. Este último aspecto ligado quase sempre condicionado à existência de radiação térmica (superfícies quentes), humidade (> 60%) e trabalhos que impliquem um esforço físico considerável. O risco de stress térmico, para uma pessoa exposta a um ambiente quente, depende da produção de calor de seu organismo como resultado da sua actividade física e das características do ambiente que o rodeia, que condiciona as trocas de calor entre o ambiente e o seu corpo. Quando o calor gerado pelo organismo não pode ser emitido ao ambiente, acumula-se no interior do corpo e a temperatura deste tende a aumentar, podendo produzir-se danos irreversíveis. Existem diversos métodos para avaliar o ambiente térmico nos seus diferentes graus de agressividade. Para ambientes térmicos moderados é útil conhecer o índice PMV, cujo cálculo permite avaliar o nível de conforto ou desconforto numa situação de trabalho. O índice WBGT, objecto desta ficha, utiliza-se, pela sua simplicidade, para discriminar rapidamente se é ou não admissível a situação de risco de stress térmico, ainda que seu cálculo permita com frequência tomar decisões, quanto às possíveis medidas preventivas que podem vir a ser aplicadas. Para melhor compreender o fenómeno, atente-se: Calor Latente o É a quantidade de calor em jogo quando há mudança de estado sem variação de temperatura. Calor Sensível o É a quantidade de calor em jogo quando há variação de temperatura

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PREVENÇÃO DE RISCOS

RG.13 PP. 1/5

FICHA DE PROCEDIMENTOS – PREVENÇÃO DE RISCOS

EDIÇÃO: 1ª DATA: 31 / 03 / 010 REVISÃO: 0

FICHAS DE PROCEDIMENTO – PREVENÇÃO DE RISCOS

1 TAREFA

EXPOSIÇÃO A AMBIENTES TÉRMICOS QUENTES (CALOR)

2 DESCRIÇÃO

A existência de calor no ambiente de trabalho constitui frequentemente uma fonte de problemas que se traduzem em queixas por falta de conforto no rendimento no trabalho e, em determinadas ocasiões, riscos para a saúde.

O estudo do ambiente térmico requer o conhecimento de uma série de variáveis do ambiente, do tipo de trabalho e do indivíduo. A maior parte das possíveis combinações destas variáveis que se apresentam no mundo do trabalho, dão lugar a situações de desconforto, sem que exista risco para a saúde. Com menor frequência podem encontrar-se situações ocupacionais termicamente confortáveis e, poucas vezes, o ambiente térmico pode gerar um risco para a saúde. Este último aspecto ligado quase sempre condicionado à existência de radiação térmica (superfícies quentes), humidade (> 60%) e trabalhos que impliquem um esforço físico considerável.

O risco de stress térmico, para uma pessoa exposta a um ambiente quente, depende da produção de calor de seu organismo como resultado da sua actividade física e das características do ambiente que o rodeia, que condiciona as trocas de calor entre o ambiente e o seu corpo. Quando o calor gerado pelo organismo não pode ser emitido ao ambiente, acumula-se no interior do corpo e a temperatura deste tende a aumentar, podendo produzir-se danos irreversíveis.

Existem diversos métodos para avaliar o ambiente térmico nos seus diferentes graus de agressividade.

Para ambientes térmicos moderados é útil conhecer o índice PMV, cujo cálculo permite avaliar o nível de conforto ou desconforto numa situação de trabalho.

O índice WBGT, objecto desta ficha, utiliza-se, pela sua simplicidade, para discriminar rapidamente se é ou não admissível a situação de risco de stress térmico, ainda que seu cálculo permita com frequência tomar decisões, quanto às possíveis medidas preventivas que podem vir a ser aplicadas.

Para melhor compreender o fenómeno, atente-se:

• Calor Latente o É a quantidade de calor em jogo quando há mudança de estado sem variação de

temperatura.

• Calor Sensível o É a quantidade de calor em jogo quando há variação de temperatura

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FICHA DE PROCEDIMENTOS – PREVENÇÃO DE RISCOS

EDIÇÃO: 1ª DATA: 31 / 03 / 010 REVISÃO: 0

• Conforto Térmico o Segundo a ASHRAE Standard 55-92, o conforto térmico é assim definido: “Conforto

térmico é a condição da mente que expressa satisfação com o ambiente térmico”.

• EquilibrioTérmico o Segundo Fanger (1970), equilíbrio térmico é a condição na qual uma pessoa não

prefira nem mais calor nem mais frio no ambiente a seu redor”.

• HSI o Heat Stress Index - é o cálculo do tempo máximo de permanência (texp) num

ambiente considerado, expresso em minutos.

• Homeotermia o Manutenção da temperatura interna do corpo.

• Humidade absoluta o É o valor real da quantidade de vapor de água contida num ambiente. É caracterizada

por pela razão de humidade e pela pressão parcial do vapor de água.

• Humidade relativa o A humidade relativa é o montante de vapor de água do ar, em relação com o máximo

montante de vapor de água que o ar pode conter a uma dada temperatura. A humidade relativa é a razão entre a pressão do vapor de água do ar húmido, e a pressão de vapor saturado para uma mesma temperatura e mesma pressão atmosférica total.

• PMV o Voto Médio Previsível (Predicted Mean Vote), é um índice baseado na previsão do

valor médio dos votos expressos por um grupo significativo de pessoas em relação ao mesmo ambiente a partir da seguinte escala de sensação térmica:

+ 3 Muito Quente

+ 2 Quente

+ 1 Levemente Quente

0 Neutro

- 1 Levemente Frio

- 2 Frio

- 3 Muito Frio

• PPD o Percentagem Previsível de Insatisfeitos (Predicted Percentage of Dissatisfied),

estabelece uma previsão da percentagem de pessoas que poderão expressar a sua insatisfação num dado ambiente térmico.

• Pressão parcial do vapor de água do ar húmido o É a pressão que o vapor de água poderia exercer se ocupasse sozinho o volume do

ar húmido, à mesma temperatura.

• Psicómetro

PREVENÇÃO DE RISCOS

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FICHA DE PROCEDIMENTOS – PREVENÇÃO DE RISCOS

EDIÇÃO: 1ª DATA: 31 / 03 / 010 REVISÃO: 0

o Equipamento normalmente utilizado para se determinar a humidade. Ele permite que a humidade absoluta seja determinada através de medições da temperatura do ar seco e da temperatura de bolbo húmido ventilado.

• Stress térmico o É o estado psicofisiologico a que está submetida uma pessoa, quando exposta a

situações ambientais extremas de frio ou calor.

• Taxa de corrente de ar o Define-se como o arrefecimento local não desejado do corpo, causado pelo

movimento de ar. Ela pode ser expressa como uma percentagem de pessoas que estão incomodadas pelas correntes de ar.

• Temperatura do ar o É a temperatura do ar ao redor do corpo humano.

• Temperatura média radiante o É a temperatura uniforme de um ambiente imaginário no qual a transferência de calor

por radiação do corpo humano é igual à transferência de calor por radiação num ambiente real não uniforme. Pode ser medida por instrumentos que permitam que a radiação geralmente heterogénea das paredes de um ambiente real seja integrada em um valor médio. É a média das temperaturas das superfícies interiores do local e é tão importante como a temperatura do ar pela magnitude do intercâmbio de radiação infravermelha.

• Temperatura superficial o É a temperatura de uma dada superfície. É utilizada para avaliar as trocas de calor

radiante entre o corpo humano, por meio da temperatura radiante média e/ou temperatura radiante plana. Avalia também o efeito do contacto directo entre o corpo e uma dada superfície.

• Temperatura operativa o Temperatura uniforme de um ambiente radiante negro hipotético, onde um ocupante

poderia trocar a mesma quantidade de calor por radiação e convecção que no ambiente real.

• Termómetro de globo negro o Consiste num globo negro, em cujo centro é colocado um sensor de temperatura do

tipo bolbo de mercúrio. O globo pode, teoricamente, ter qualquer diâmetro, mas como a fórmula utilizada para o cálculo da temperatura média radiante depende do diâmetro do globo, recomenda-se o uso de um globo de 15 cm. Quanto menor for o diâmetro do globo, maior seria o efeito da temperatura e velocidade do ar, levando a imprecisão nos resultados. É o instrumento mais frequentemente utilizado. Pode ser determinado um valor aproximado da temperatura média radiante através de valores observados da temperatura de globo, tg, e da temperatura e velocidade do ar ao redor do globo.

• Velocidade do ar o É um parâmetro definido pela sua magnitude e direcção. No caso de ambientes

térmicos, o que é considerado é a velocidade efectiva do ar, ou seja, a magnitude do vector velocidade do fluxo no ponto de medição considerado.

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FICHA DE PROCEDIMENTOS – PREVENÇÃO DE RISCOS

EDIÇÃO: 1ª DATA: 31 / 03 / 010 REVISÃO: 0

• WBGT o Wet Bulb Globe Temperature - índice de stress térmico. O processo de cálculo é:

Em exteriores com carga solar WBGT = 0,7 Th + 0,2 Tg + 0,1 Ta

Em exteriores ou interiores sem carga solar WBGT = 0,7 Th + 0,3 Tg

• Chama-se a atenção para o facto de ambientes térmicos quentes, estarem correlacionados com: o Sensação de desconforto; o Perda de rendimento; o Diminuição da produtividade; o Predisposição para o acidente.

3 ACTIVIDADES

• Aplicável a todas as tarefas efectuadas em ambientes térmicos quentes.

4 PARTICULARIDADES

• Não aplicável.

5 FOTOS

6 EPC 7 EPI

• Medidas de informação, sensibilização e formação;

• Não aplicável.

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FICHA DE PROCEDIMENTOS – PREVENÇÃO DE RISCOS

EDIÇÃO: 1ª DATA: 31 / 03 / 010 REVISÃO: 0

• Planeamento e/ou rotação de trabalhadores;

• Ventilação mecânica.

8 RISCOS

• Desidratação;

• Esgotamento físico e deficiência circulatória;

• Golpe de calor.

9 MEDIDAS PREVENTIVAS

• Colocar água potável à disposição dos trabalhadores;

• Usar vestuário em algodão;

• Proteger a cabeça do calor radiante, usando capacete de protecção e/ou boné( no

exterior);

• Fazer pausas curtas e frequentes em local mais fresco;

• Não ingerir bebidas alcoólicas;

• Para os trabalhadores não aclimatados, aumentar gradualmente a carga de trabalho;

• Promover rotação de trabalhadores face à tarefas.