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FIEG Fórum de Entidades Empresariais de Goiás (FEE) Impactos da Legislação Ambiental nas Atividades Produtivas Palestrante: Dr. Terence Trennepohl Sócio de Martorelli e Gouveia Advogados Goiânia/GO 07 de maio de 2009

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FIEGFórum de Entidades Empresariais de Goiás (FEE)

Impactos da Legislação Ambientalnas Atividades Produtivas

Palestrante: Dr. Terence Trennepohl

Sócio de Martorelli e Gouveia Advogados

Goiânia/GO07 de maio de 2009

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Modelagem de Riscos Ambientais – Aspectos Legais

SUSTENTABILIDADE, MEIO AMBIENTEE

MERCADO

Premissas Básicas

1. Não se pode exigir do mercado uma visão social e humanitária

2. São necessários instrumentos jurídicos para impor restrições e promover atitudes sociais das empresas.

3. A regulação estatal existe para suprir as falhas do mercado.

4. A participação das empresas é de extrema importância na preservação ambiental.

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Modelagem de Riscos Ambientais – Aspectos Legais

Premissas Básicas

5. É importante buscar a efetividade da implantação de práticas preventivas (como a certificação de produtos e serviços, o marketing ambiental e a adoção de outras técnicas), como formas de auxílio à proteção ambiental.

6. As empresas podem participar ativamente dos processos de preservação, mas o Estado tem que regular sua atuação.

7. Demais disso, para as empresas também tem se mostrado vantajoso ser ambientalmente corretas.

8. Não cabe indagar se essa responsabilidade social é um meio de atingir objetivos comerciais, mas sim, se ela traz resultados para a coletividade.

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Modelagem de Riscos Ambientais – Aspectos Legais

Uma das estratégias possíveis de contribuir para a realização da melhoria ambiental das indústrias, e de outros segmentos ambientalmente impactantes, é a inclusão de patamares mínimos de adequação aos critérios e padrões ambientais legais.

Neste caso, torna-se decisivo identificar as responsabilidades ambientais e eventualmente mitigar a ocorrência de danos, entre atividades e operações, a partir da análise do contexto da legislação ambiental vigente.

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Modelagem de Riscos Ambientais – Aspectos Legais

Impactos da Legislação AmbientalNas Atividades Produtivas

Aspectos Legais

Objetivos:

1) Definir quais as principais preocupações ambientais, seja do ponto de vista operacional, seja sob o enfoque jurídico;

2) Definir quais as questões recorrentes de Direito Ambiental na atividade dos grupos empreendedores.

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Modelagem de Riscos Ambientais – Aspectos Legais 1) Aspectos administrativos (preventivos)

a) Enumeração da legislação ambiental federal, estadual e municipal aplicáveis à operação da atividade desenvolvida;

b) Estudo da regularidade jurídica ambiental, com a verificação da conformidade da instalação, operação e funcionamento da empresa com as leis e normas ambientais;

c) Identificação das fontes de potenciais problemas jurídicos e da responsabilização ambiental civil, administrativa e criminal da empresa;

d) Identificação da existência e validade das licenças ambientais (Licença Prévia - LP; Licença de Instalação - LI; Licença de Operação – LO);

e) Identificação da existência de acordos e compromissos (TC e TAC), bem como verificação do cumprimento das obrigações assumidas;

f) Análise das disposições contratuais existentes;

g) Alternativas de exclusão ou minimização da responsabilidade em caso de acidentes nas atividades desenvolvidas.

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Modelagem de Riscos Ambientais – Aspectos Legais

2) Aspectos judiciais (contenciosos)

a) Existência de “Termos de Compromisso” e “Termos de Ajustamento de Conduta”, geralmente em sede de Ação Civil Pública;

b) Atuação do Ministério Público Federal e Estadual, bem como dos órgãos ambientais integrantes do SISNAMA;

c) Atuação judicial em demandas ambientais;

c) Identificação de Seguros Ambientais.

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Modelagem de Riscos Ambientais – Aspectos Legais - Identificação e Modelagem de Riscos

Detectá-los para:

a) Evitarb) Transferirc) Minimizar

Apresentação em 3 Módulos:

1) Como pensa a fiscalização... 2) Cases...3) Como julga o Poder Judiciário...

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Modelagem de Riscos Ambientais – Aspectos Legais

Como pensam os órgãos de fiscalização e o que diz a

legislação ambiental vigente...

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Modelagem de Riscos Ambientais – Aspectos Legais Legislação Ambiental brasileira

1981 – Lei de Política Nacional do Meio Ambiente – Lei 6.938/81Responsabilidade objetiva do dano ambiental.1985 – Ação Civil Pública – Lei 7.347/85Instrumento coletivo de acesso à Justiça.1988 – CF art. 225Responsabilidade de preservação, conservação e fiscalização do meio ambiente.1998 – Lei dos Crimes contra o Meio Ambiente - Lei n.º 9.605/98Sanções administrativas e penais relativas às atividades e condutas danosas ao meio ambiente.2008 – Decreto n.º 6.514/08Define Infrações e sanções administrativas ao meio ambiente, bem como o processo administrativo federal para apuração destas infrações.

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Modelagem de Riscos Ambientais – Aspectos Legais

Críticas

Desajuste entre a estrutura formal (legislativa) e a estrutura real (administrativa)

a) fiscalização e controle de agressões inadequados;b) confusa repartição de competências;c) concentração das políticas ambientais na União;e) sistema jurídico obsoleto (merecedor de reformas).

O Ministério Público (federal e estadual) é responsável por 95% das Ações Civis Públicas ambientais!!

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Modelagem de Riscos Ambientais – Aspectos Legais Identificação de atividades sujeitas ao licenciamento ambiental

RESOLUÇÃO CONAMA 001/86Dispõe sobre critérios básicos e diretrizes gerais para a avaliação de impacto ambientalI - Estradas de rodagem com duas ou mais faixas de rolamento;II - Ferrovias;III - Portos e terminais de minério, petróleo e produtos químicos;V - Oleodutos, gasodutos, minerodutos, troncos coletores e emissários de esgotos sanitários;VI - Linhas de transmissão de energia elétrica, acima de 230KV;VII - Obras hidráulicas para exploração de recursos hídricos, tais como: barragem para fi ns hidrelétricos, acima de 10MW, de saneamento ou de irrigação, abertura de canais para navegação, drenagem e irrigação, retificação de cursos d’água, abertura de barras e embocaduras, transposição de bacias, diques;VIII - Extração de combustível fóssil;IX - Extração de minério;Xl - Usinas de geração de eletricidade, qualquer que seja a fonte de energia primária, acima de 10MW;XII - Complexo e unidades industriais e agro-industriais (petroquímicos, siderúrgicos, cloroquímicos, destilarias de álcool, hulha, extração e cultivo de recursos hídricos hidróbios;XIII - Distritos industriais e zonas estritamente industriais - ZEI;XIV - Exploração econômica de madeira ou de lenha, em áreas acima de 100 hectares ou menores, quando atingir áreas significativas em termos percentuais ou de importância do ponto de vista ambiental;XV - Projetos urbanísticos, acima de 100 ha ou em áreas consideradas de relevante interesse ambiental a critério da SEMA e dos órgãos municipais e estaduais competentes estaduais ou municipais1;XVI - Qualquer atividade que utilizar carvão vegetal, em quantidade superior a dez toneladas por dia.XVI - Qualquer atividade que utilizar carvão vegetal, derivados ou produtos similares, em quantidade superior a dez toneladas por dia.

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Modelagem de Riscos Ambientais – Aspectos Legais Identificação de atividades sujeitas ao licenciamento ambientalRESOLUÇÃO CONAMA nº 237/97Dispõe sobre a revisão e complementação dos procedimentos e critérios utilizados para o licenciamento ambiental

ATIVIDADES OU EMPREENDIMENTOS SUJEITOS AO LICENCIAMENTO AMBIENTAL• Extração e tratamento de minerais• Indústria de produtos minerais não metálicos• Indústria metalúrgica• Indústria mecânica• Indústria de material elétrico, eletrônico e comunicações• Indústria de material de transporte• Indústria de madeira• Indústria de papel e celulose• Indústria de borracha• Indústria de couros e peles• Indústria química• Indústria de produtos de matéria plástica• Indústria têxtil, de vestuário, calçados e artefatos de tecidos• Indústria de produtos alimentares e bebidas• Indústria de fumo• Indústrias diversas • Obras civis• Serviços de utilidade• Transporte, terminais e depósitos• Turismo• Atividades diversas• Atividades agropecuárias• Uso de recursos naturais

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Modelagem de Riscos Ambientais – Aspectos Legais Decreto n.º 6.514/08, de 22 de julho de 2008.

Dispõe sobre as infrações e sanções administrativas ao meio ambiente, estabelece o processo administrativo federal para apuração destas infrações, e dá outras providências(...)

Art. 3.º As infrações administrativas são punidas com as seguintes sanções:I - ...;II - multa simples;III - multa diária;IV - ...;V - ...;VI - ...;VII - embargo de obra ou atividade e suas respectivas áreas;VIII - demolição da obra;IX - suspensão parcial ou total das atividades; eX - restritiva de direitos. 

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Modelagem de Riscos Ambientais – Aspectos Legais

Art. 61.  Causar poluição de qualquer natureza em níveis tais que resultem ou possam resultar em danos à saúde humana, ou que provoquem a mortandade de animais ou a destruição significativa da biodiversidade:Multa de R$ 5.000,00 (cinco mil reais) a R$ 50.000.000,00 (cinqüenta milhões de reais). Parágrafo único.  As multas e demais penalidades de que trata o caput serão aplicadas após laudo técnico elaborado pelo órgão ambiental competente, identificando a dimensão do dano decorrente da infração e em conformidade com a gradação do impacto. 

Art. 62.  Incorre nas mesmas multas do art. 61 quem:(...)V - lançar resíduos sólidos, líquidos ou gasosos ou detritos, óleos ou substâncias oleosas em desacordo com as exigências estabelecidas em leis ou atos normativos; VI - deixar, aquele que tem obrigação, de dar destinação ambientalmente adequada a produtos, subprodutos, embalagens, resíduos ou substâncias quando assim determinar a lei ou ato normativo;VII - deixar de adotar, quando assim o exigir a autoridade competente, medidas de precaução ou contenção em caso de risco ou de dano ambiental grave ou irreversível; eVIII - provocar pela emissão de efluentes ou carreamento de materiais o perecimento de espécimes da biodiversidade.

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Modelagem de Riscos Ambientais – Aspectos Legais

Art. 66.  Construir, reformar, ampliar, instalar ou fazer funcionar estabelecimentos, obras ou serviços potencialmente poluidores ou utilizadores de recursos naturais, sem licença ou autorização dos órgãos ambientais competentes, em desacordo com a licença obtida ou contrariando as normas legais e regulamentos pertinentes:Multa de R$ 500,00 (quinhentos reais) a R$ 10.000.000,00 (dez milhões de reais). 

Art. 139.  A autoridade ambiental poderá,  nos termos do que dispõe o § 4o do art. 72 da Lei n. 9.605, de 1998, converter a multa simples em serviços de preservação, melhoria e recuperação da qualidade do meio ambiente.  

Art. 140.  São considerados serviços de preservação, melhoria e recuperação da qualidade do meio ambiente:I - execução de obras ou atividades de recuperação de danos decorrentes da própria infração;II - implementação de obras ou atividades de recuperação de áreas degradadas, bem como de preservação e melhoria da qualidade do meio ambiente;III - custeio ou execução de programas e de projetos ambientais desenvolvidos por entidades públicas de proteção e conservação do meio ambiente; eIV - manutenção de espaços públicos que tenham como objetivo a preservação do meio ambiente.

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Modelagem de Riscos Ambientais – Aspectos Legais Responsabilidade

A responsabilidade do agente só é exonerada, tratando-se da ‘teoria do risco’, quando:

a) o risco não foi criado;b) o dano não existiu;c) o dano não tem relação/causalidade com quem criou o

risco.

A maioria da jurisprudência adota o “risco integral” como fundamento, onde não se admite a incidência das excludentes (v.g., caso fortuito, força maior, fato de terceiro).

A responsabilidade é objetiva, ou seja, na prática de atividade potencialmente danosa ao meio ambiente – ainda que com todas as licenças governamentais – e na eventualidade de dano, o administrador será responsabilizado.

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Modelagem de Riscos Ambientais – Aspectos Legais

Contrapontos

Brasil terá colheita recorde de cana-de-açúcar em 20094 de Maio de 2009São Paulo manterá a posição de principal produtor, com oferta estimada entre 360,4 milhões e 367,7 milhões de toneladas de cana, em um crescimento entre 5,1% e 7,2% sobre o total de 342,9 milhões de toneladas do ano passado. A área paulista cultivada com cana-de-açúcar deve aumentar 9,11%, saltando de 3,8 milhões para 4,2 milhões de hectares. Mas o Estado que mais cresce é Goiás, que deverá ampliar a área cultivada com cana em 31%, passando de 401 mil para 527 mil hectares. A produção goiana aumentará em torno de 50%, saltando de 29,6 milhões para uma quantidade entre 43,6 milhões e 44,5 milhões de toneladas. (Gazeta Mercantil/Finanças)

Código Florestal barra produção agrícola6 de Maio de 2009O agronegócio brasileiro esbarra, há mais de quarenta anos, na legislação enquadrada no Código Florestal, querela que figura entre um dos principais desafios do setor, de acordo com a avaliação do ministro da Agricultura, Reinold Stephanes.(Gazeta Mercantil/Finanças)

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Modelagem de Riscos Ambientais – Aspectos Legais

CASES...

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Modelagem de Riscos Ambientais – Aspectos Legais 1)

Polícia Civil, PF, Ministério Público, Ibama e Semarh vão apurar o derramamento do óleo no Lago Paranoá.Construtora ORCA - responsável pela obra no supermercado - poderá ser multada em R$ 50 milhões

O produto que derramou no lago é o impermeabilizante CM 30. Ele é utilizado no processo de pavimentação do solo e funciona como uma cola entre a terra e o asfalto. O impermeabilizante escorreu do canteiro de obra da filial do Carrefour, no Setor Terminal Norte.Os funcionários da Orca Construtora e Concretos Ltda., de Goiânia, responsável pela obra, espalharam cerca de 80 litros do produto — no qual foi acrescentado querosene para fazer a diluição — na área que seria asfaltada. A chuva carregou pelo menos metade do produto mais o querosene para o espelho d'água.A mancha tem 2km de extensão, mas o Ibama interditou mais um 1km como medida de segurança.

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Modelagem de Riscos Ambientais – Aspectos Legais 2)

O Ministério Público do Trabalho ajuizou na última quinta-feira (28/2) ação civil pública, com pedido de tutela antecipada, contra a CVRD (Companhia Vale do Rio Doce) e 43 terceirizadas para que sejam condenadas a pagar aos trabalhadores das minas de Carajás e Sossego pelo tempo que gastam no deslocamento da portaria até o efetivo local de trabalho, aproximadamente duas horas para ir e para voltar.

A ação foi ajuizada na Vara do Trabalho de Parauapebas (PA) pelos procuradores do Trabalho do Ofício de Marabá (PA) Francisco Cruz, José Adílson Pereira da Costa e Marcos Duanne Barbosa de Almeida. Entre as empresas acionadas, na qualidade de terceirizadas da Vale, estão grandes construtoras como a Queiroz Galvão e a Norberto Odebrecht.

Na ação, os procuradores pedem que a VALE e as empresas sejam condenadas a pagar R$ 109 milhões de indenização por dano moral coletivo.

A atividade do complexo minerador de Carajás emprega cerca de 23 mil trabalhadores.

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Modelagem de Riscos Ambientais – Aspectos Legais 3)

Ibama multa 24 usinas de Pernambuco

O IBAMA aplicou R$ 120 milhões em multas distribuídas entre 24 usinas instaladas em Pernambuco. As penalidades foram baseadas na falta de licenciamento, plantio em áreas de preservação permanente (APP), supressão de reserva legal, utilização de queimadas não autorizadas, e lançamento de resíduos da industrialização da cana, como o vinhoto, nos rios do estado, contaminando os recursos hídricos.

Além de pagar as multas, as usinas precisarão recuperar as áreas degradadas. O ministro do meio ambiente, Carlos Minc, as 24 empresas “se incluem na lambança criminosa que destruiu a Mata Atlântica em Pernambuco.”

As atividades das usinas de Pernambuco não foram embargadas, mas as empresas terão que assinar um termo de compromisso assumindo a responsabilidade de realizar o licenciamento ambiental das lavouras, a regularização fundiária dos imóveis rurais e a recuperação de áreas de reserva legal e APP.

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Modelagem de Riscos Ambientais – Aspectos Legais 4)

R$ 662 mil em multas na Operação Cerrado

A Operação Cerrado, deflagrada pelo Ibama-GO e Polícia Federal (PF), já aplicou cerca de R$ 662 mil em multas.

Foram detectados danos como o desmatamento em áreas de preservação ambiental, construção de estradas em locais não autorizados, animais mortos e a poluição do Rio Verde, na bacia do Rio Araguaia. Em 2002, o proprietário da Fazenda Piratininga assinou um Termo de Compromisso e Ajustamento de Conduta. No acordo firmado entre o Ibama e o Ministério Público Federal (MPF), a empresa se comprometeu a reparar os danos ambientais e recuperar as áreas degradadas. Entretanto, no início de 2006, técnicos do órgão constataram, em fazendas do grupo, pontos em desacordo com o termo firmado.

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Modelagem de Riscos Ambientais – Aspectos Legais 5)

Petrobras e Mitsui anunciam investimento de R$ 450 milhões em Goiás

A PETROBRAS e a MITSUI anunciaram ontem a construção do primeiro complexo bioenergético, como as duas parceiras estão chamando as usinas que irão construir em conjunto. O empreendimento será em Itarumã (GO). O investimento total previsto é de R$ 450 milhões. Serão plantados 32 mil hectares de cana.

A sociedade no projeto está dividida da seguinte forma: 20% da PETROBRAS, 20% da MITSUI e 60% da Itarumã Participações. A empresa japonesa espera que o projeto comece a produzir na segunda metade de 2009. O potencial da planta – que não produzirá açúcar – é de 200 mil litros de etanol por ano.

O produto deve ser exportado para o Japão, Estados Unidos e Europa

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Modelagem de Riscos Ambientais – Aspectos Legais 6)

Poupança forçada!

As companhias que operam com grandes obras estão sujeitas à diversas leis e normas ambientais. Essas normas disciplinam atividades envolvendo petróleo, gás, mineração, siderurgia, etc.

Essas operações implicam alterações sobre o meio ambiente e devem ser por ela corrigidos ou mitigados.

Por exemplo, desde 2000, a PETROBRÁS gerou 7 importantes vazamentos de petróleo que causaram a liberação de aproximadamente 7 bilhões de litros de petróleo bruto.

Em face disso, a empresa está respondendo a vários processos de natureza civil e criminal, tendo destinado o montante de R$ 233 milhões para enfrentar as prováveis perdas nos julgamentos.

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Modelagem de Riscos Ambientais – Aspectos Legais

Como decide o Poder Judiciário...

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Modelagem de Riscos Ambientais – Aspectos Legais 1)AMBIENTAL. AÇÃO CIVIL PÚBLICA. REALIZAÇÃO DE OBRAS EM MANGUEZAL. ÁREA DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE. RESPONSABILIDADE OBJETIVA AMBIENTAL. DEMOLIÇÃO. POSSIBILIDADE. APELAÇÃO IMPROVIDA. 1. O apelante realizou obra na praia de Taperapuã, no Município de Porto Seguro/BA levando à destruição de trecho do manguezal existente na área, forma de vegetação que Código Florestal (Lei nº 4.771/65, art. 2º, "f") elevou à condição de área de preservação permanente. 2. (...)3. A Política Nacional do Meio Ambiente, estabelecida pela Lei nº 6.931/81, adotou a responsabilidade objetiva ambiental, tendo a Constituição de 1988, no art. 225, § 3º, considerado imprescindível a obrigação de reparação dos danos causados ao meio ambiente. A responsabilidade objetiva ambiental significa que quem danificar o ambiente tem o dever jurídico de repará-lo: "Presente, pois, o binômio dano/reparação. Não se pergunta a razão da degradação para que haja o dever de indenizar e/ou reparar."( Paulo Affonso Leme Machado, in Direito Ambiental Brasileiro, 15ª edição, Editora Malheiros, São Paulo, 2007, pág. 735)4. (...) 5. O Plano Nacional de Gerenciamento Costeiro (Lei nº 7.661/88), no que diz respeito à proteção da zona costeira, prevê as penalidades administrativas de interdição, embargo e demolição de obras efetivadas em áreas protegidas e sem observar as condições de licenciamento.6. A sentença não merece reparos, não se afigurando excessiva a determinação de derrubar as construções irregulares.7. Apelação do réu improvida. (TRF 1.ª REGIÃO - Data da decisão: 29/02/2008)

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Modelagem de Riscos Ambientais – Aspectos Legais 2)AMBIENTAL. AUTORIZAÇÃO DO IBAMA PARA DESMATAMENTO PARA PRODUÇÃO DE CARVÃO NA ÚLTIMA GRANDE FLORESTA DO SEMI-ÁRIDO NORDESTINO BRASILEIRO. PRINCÍPIO DA PRECAUÇÃO.1. Agravo de instrumento interposto contra decisão que suspendeu a autorização de manejo florestal concedida à agravante até a realização de estudo prévio de impacto ambiental e relatório de impacto ambiental relativo ao projeto "Energia Verde" que ocupa uma área total de 114.755 (cento e catorze mil, setecentos e cinqüenta e cinco) hectares da região da Serra Vermelha, abrangendo parte dos municípios de Redenção do Gurguéia e Morro Cabeça no Tempo, no sul do Estado do Piauí.(...)8. Diante do risco ou da probabilidade de dano à natureza, e não apenas na hipótese de certeza, o dano deve ser prevenido. Trata-se do princípio da precaução, fruto do aperfeiçoamento dos convênios internacionais celebrados no final da década de 80 e objeto da Declaração do Rio (Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento - Rio/92). (...)15. Em sede de matéria ambiental, não há lugar para intervenções tardias, sob pena de se permitir que a degradação ambiental chegue a um ponto no qual não há mais volta, tornando-se irreversível o dano.16. Agravo de Instrumento improvido. (TRF 1.ª REGIÃO - Data da decisão: 28/03/2008)

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Modelagem de Riscos Ambientais – Aspectos Legais 3)PROCESSUAL CIVIL. AÇÃO CIVIL PÚBLICA. CF, ART.225, § 3º. LEIS 6.938/81 E 7.347/85. DERRAMAMENTO DE ÓLEO AO MAR E DANO AMBIENTAL INCONTROVERSOS. PRESENTE O NEXO DE CAUSALIDADE. RESPONSABILIDADE OBJETIVA (LEI 6.938/81, ART.14, CF, ART 225, § 3º). SOLIDARIEDADE. CÓDIGO CIVIL (Lei 3071/16), ART. 1518. INDENIZAÇÃO QUE SE MANTÉM. PRINCÍPIO DA RAZOABILIDADE. APELAÇÕES IMPROVIDAS.I. Trata-se de Ação Civil Pública visando à reparação de dano ambiental ocasionado pelo derramamento de óleo ao mar pelo navio Itaporanga, no Porto de Santos, SP.II. Evento danoso incontroverso. Plenamente estabelecido o nexo de causalidade entre a ação do agente e a lesão ambiental que restou induvidosa nos autos.III. A Constituição Federal adota um conceito abrangente de meio ambiente, envolvendo a vida em todas as suas formas, caracterizando-se como direito fundamental do homem (art. 225).IV. A hipótese é de responsabilidade objetiva do causador do dano, já prevista na Lei 6938, de 31/8/81, art. 14, §1º, norma recepcionada pelo §3º do art. 225 da Carta Política.V. Responsabilidade solidária das Rés H. Dantas - Comércio, Navegação e Indústria LTDA e Cargonave Agenciamentos LTDA, "ex vi" do art. 1518 do Código Civil (Lei 3071/16, aplicável à espécie nos termos do artigo 6º, § 1º, da Lei de Introdução ao Código Civil).VI. É o Judiciário, na análise de cada caso concreto que dirá da pertinência do montante indenizatório, sempre atento ao princípio da razoabilidade que deve permear as decisões dessa natureza. Indenização que se mantém.VII. Precedentes. (TJSP, AC 80.345-1, Rel. Des. Toledo César, j.07/04/87; TRF 3ª Região, AC 401518, Rel. Des. Federal Salette Nascimento, DJU 07/01/2002)VIII. Apelações improvidas.(TRF 3.ª REGIÃO - Data da decisão: 17/08/2005)

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Modelagem de Riscos Ambientais – Aspectos Legais 4)DANO AMBIENTAL. DERRAMAMENTO DE ÓLEO. RESPONSABILIDADE OBJETIVA E SOLIDÁRIA.Verifica-se o dever solidário das rés de indenizarem os danos causados, independentemente da averiguação de dolo ou culpa, uma vez que igualmente responsáveis, na condição de poluidoras, pela atividade ambientalmente danosa.(TRF 4.ª REGIÃO - Data da decisão: 23/10/2007)

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Modelagem de Riscos Ambientais – Aspectos Legais

Enfim,

No Direito Ambiental, o Poder Judiciário é a “UTI”

para a EMPRESA

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Modelagem de Riscos Ambientais – Aspectos Legais

Martorelli e Gouveia Advogados

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