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figuras de linguagem

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Figuras de Linguagem

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Figuras de Linguagem

1-Figuras de Palavras

1.1- Comparao

a comparao entre dois elementos de um mesmo universo.

- Esse carro to veloz como aquele avio.

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a comparao entre dois elementos de universos diferentes.

- Meu pai bravo como um leo.

- Aquela mulher tem a voz suave como a de um pssaro.

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1.3- Metfora

uma comparao direta, um termo substitui outro pela semelhana que resultado da imaginao. Todo emprego de palavra fora do seu sentido normal, por efeito da analogia, constitui uma metfora.

- Esse homem uma fera!

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1.4- Catacrese

o emprego imprprio de uma palavra ou expresso por falta de outra no nosso vocabulrio.

- Boca da garrafa.

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1.5- Sinestesia

uma figura que resulta da fuso de sensaes percebidas por diferentes rgos do sentido.

- Comia o sabor vermelho da fruta.

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1.6- Antonomsia

a substituio de um nome prprio de pessoas por um outro que tenha relao com suas aes, qualidades e caractersticas.

- A rainha dos baixinhos = Xuxa

- O rei do futebol = Pel

- O Criador = Deus

- O poeta dos escravos = Castro Alves

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1.7- Metonmia

a substituio de um nome por outro, havendo entre eles algum relacionamento de semelhana.

Os casos so:

1 - O autor pela obra

a) Gosto de ler Jorge Amado.

b) Estou escutando Beatles.

2 - Causa pelo efeito ou vice-versa

a) Sou alrgico a cigarro.efeito = fumaacausa = cigarro

b) Eles ganham a vida com suor.causa = trabalhoefeito = suor

3 - O continente pelo contedo ou vice-versa

a) Bebi duas caixas de leite.continente = caixascontedo = leite

b) Passem-me a manteiga. (manteigueira)contedo = manteigacontinente = manteigueira

Vamos tomar champanha.(Vinho produzido em Champanha (Frana))

5 - O inventor pelo invento

Vou comprar um ford.(Ford foi o inventor do carro)

6 - O concreto pelo abstrato ou vice-versa

a) Este aluno tem tima cabea.abstrato = intelignciaconcreto = cabea

b) A juventude brasileira maravilhosa.abstrato = juventudeconcreto = pessoas jovens

7 - Smbolo pela coisa simbolizada

a) Ele carrega a cruz.cruz = smbolo do cristianismo

b) O rei perdeu a coroa.coroa = smbolo do poder, da realeza

c) Aquele homem no tira os chinelos.chinelos = smbolo da preguia

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1.8- Onomatopia

a figura que reproduz os sons da natureza por meio de palavras.

- O tique-taque do meu corao...

- O zum-zum-zum das crianas no prdio...

cricri, reco-reco, bem-te-vi, tchibum!, pum! pum! ==========================================================

1.9- MetalepseToma o antecendente pelo consequente, e vice-versa, ou seja, quando queremos dar a entender uma coisa por outra que a precede no discurso. Trata-se de uma figura quase dispensvel na sua aplicao estilstica, pois o efeito desejado , a rigor, o mesmo que se obtm com um eufemismo, uma aluso e, sobretudo, uma metonmia, embora esta esteja dependente de uma relao entre proposies nicas e no entre oraes completas como pode acontecer com a metalepse. Se dizemos choramos o nosso pai por o nosso pai morreu, estamos a utilizar uma forma de metalepse (damos a entender a causa pela sua consequncia) que comporta, a nvel da significao, uma atitude eufemstica mais relevante.==========================================================

1.10- Hiplage

Caracteriza-se pelo desajustamento entre a funo gramatical e a funo lgica das palavras, quanto semntica, de forma a criar uma transposio de sentidos.

H exemplos "carnavalescos" de hiplage na sintaxe popular, observveis at mesmo na fala de pessoas cultas. Quando diz que "meu carro furou o pneu", o falante no quer dizer que seu carro tenha realmente furado o prprio pneu... Quando dizemos que "Pedro quebrou o brao ao cair", no estamos querendo dizer que Pedro foi o autor da prpria fratura. Quando se diz que "o tanque vazou o leo todo", no se quer dizer que foi o tanque o autor da faanha. Outros exemplos: Cafu fez trs cirurgias (foi o mdico quem as fez). O jogador operou o septo nasal (foi o mdico dele que operou).(Dicionrio de termos literrios, Massaud Moiss)============================================================================================2- Figuras de Pensamento

2.1- Anttese

Consiste na oposio entre duas palavras ou idias, geralmente na mesma frase.

- Nunca dois iguais foram to diferentes.

- A casa que ele fazia Sendo a sua liberdadeEra sua escravido(Vincius de Morais)

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2.2- Paradoxo

o encontro de idias com sentidos opostos. So pensamentos que se contradizem formando um s ncleo de expresso, diferenciando-se desta forma da anttese.

"Amor fogo que arde sem se ver ferida que di e no se sente um contentamento descontente dor que desatina sem doer..."(Cames)

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2.3- IroniaConsiste em sugerir, pela entonao e pelo contexto,o contrrio do que as palavras ou oraes parecem exprimir.

- Como ele est apaixonado!!

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2.4- Perfrase

a figura que consiste em exprimir por vrias palavras aquilo que se diria em poucas ou em uma palavra. Torna-se, portanto, uma referncia indireta.

- A ptria de Voltaire est em guerra. (A Frana est em guerra.)

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2.5- Eufemismo

a atenuao ou suavizao de idias consideradas desagradveis, cruis, imorais, obscenas ou ofensivas.

- Ele entregou a alma a Deus. (Em lugar de: Ele morreu)

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2.6- Disfemismo

o contrrio do eufemismo. O disfemismo utilizado para dar um impacto violento, desagradvel, obsceno e ofensivo.

- Ele bateu as botas! (Em lugar de morreu.)

- Esse lixeiro muito ruim. (Em lugar de: Esse gari no trabalha muito bem.)

- A televiso me deixou burro, muito burro demais... (Tits)

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2.7- HiprboleConsiste no exagero de uma idia.

- Eu j lhe disse um bilho de vezes para no exagerar quando falar!

- Este anel deve ter custado os olhos da cara.

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2.8- GradaoConsiste numa sequncia de palavras, sinnimas ou no, que intensificam uma mesma idia. Pode ser da menos intensa para a mais intensa e vice-versa.

- O trigo... nasceu, cresceu, espigou, amadureceu, colheu-se. (Padre Vieira)

- Ele chorou, berrou, esperneou.

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2.9- ProsopopiaConsiste em atribuir linguagem, sentimentos e aes de seres humanos a seres inanimados ou irracionais.

- O galo cantou s quatro da manh... (Cantar humano)

- O Morro dos Ventos Uivantes... (Os ventos no uivam)

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2.10- Apstrofe

Consiste no chamamento ou interpelao a uma pessoa ou coisa que pode ser real ou imaginria, pode estar presente ou ausente; usada para dar nfase.

- mar salgado, quanto do teu salso lgrimas de Portugal!

-Senhor Deus dos desgraados!Dizei-me vs, Senhor Deus!

-Deus! Deus! Onde ests que no respondes?

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3- Figuras de Construo

3.1-Elipse

a omisso de um termo ou de uma orao inteira que j foi dita ou escrita antes, sendo que esta omisso fica subentendida pelo contexto.

- Sobre a mesa, apenas uma garrafa. (omisso do verbo haver.)

- Esta garota veio sem pinturas, uma saia rosa, um moletom, sapatos vermelhos.(omisso da palavra com.)

Curiosidade: Em dilogos tambm usual a elipse: na bilheteria de um teatro, apenas perguntamos "- Quanto custa?". O contexto, a situao em que foi feita a pergunta leva-nos ao termo omitido - "a entrada".

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3.1- Zeugma

um caso especfico da elipse. Ocorre quando o termo omitido j tiver sido expresso anteriormente.

O mar lago serenoO cu, manto azulado

(Casimiro de Abreu)

(omisso no 2 verso do verbo ser.)

- Precisarei de vrios ajudantes. De um que pinte a parede e de outros que tomem conta das refeies.(houve zeugma do termo ajudante e ajudantes)

- Voc me corta um verso, eu escrevo outro. (zeugma do termo verso: "eu escrevo outro verso.")

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3.2-Polissndeto

a repetio expressiva da conjuno coordenativa. Todo uso repetido da conjuno e constitui um polissndeto.

Vo chegando as burguesinhas pobres,e as crianas das burguesinhas ricas,e as mulheres do povo, e as lavadeiras(Manuel Bandeira)

E o menino resmunga, e chora, e esperneia, e grita, e maltrata, e abusa de toda pacincia nossa deste mundo!

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3.3-Assndeto

a inexistncia de conectivo (conjuno) para criar um efeito de nivelamento e simultaneidade entre os detalhes apreendidos. Toda omisso da conjuno e constitui um assndeto.

- No sopra o vento; no gemem as vagas; no murmuram os rios.

- O musicista foi ao clube, tocou seu instrumento, agradou, foi embora.

- Fomos, vimos o lugar, comentamos com o porteiro, samos sem dizer nada.

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3.4-Pleonasmo uma repetio que envolve uma redundncia, isto , repetio desnecessria que ocorre para dar nfase.

- Estou vendo terra com meus prprios olhos!!!

- A mim ningum me engana.

Observao: O pleonasmo vicioso ("entrar para dentro", "subir para cima") um defeito de linguagem.

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3.5- Inverso ou hiprbato a inverso da ordem natural e direta dos termos da orao.

- Dana, noite, o casal de apaixonados no clube.Ordem direta: O casal de apaixonados dana no clube noite.

- Aves, Desisti de ter!Ordem direta: Desisti de ter aves !

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3.6-Anacoluto

Toda falta de nexo sinttico entre o princpio da frase e o seu fim provoca um anacoluto. Ocorre geralmente quando o sujeito fica sem predicado e quando se usa um verbo no infinitivo, com sua repetio no meio da frase.

- Eu parece que estou ficando zonzo.

- Morrer, todo o mundo vai morrer.

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3.7- Anfora a repetio de termos no incio de cada verso ou frases.

- "Era a mais cruel das cenas. Era a mais cruel das situaes. Era a mais cruel das misses..."

O que ser ( flor da pele)

O que ser que me dQue me bole por dentro, ser que me dQue brota flor da pele, ser que me dE que me sobe s faces, e me faz corarE que me salta aos olhos a me atraioarE que me aperta o peito e me faz confessarO que no tem mais jeito de dissimularE que nem direito ningum recusarE que me faz mendigo, me faz suplicarO que no tem medida, nem nunca terO que no tem remdio, nem nunca terO que no tem receita

(Chico Buaque)

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3.8- Silepse

uma figura de sintaxe e ocorre quando a concordncia feita pelo sentido e no pela forma gramatical, como a prpria etimologia da palavra explica.

Podemos ter silepse de nmero, de gnero e de pessoa.

a) Silepse de nmero: O caso mais comum ocorre quando o sujeito um coletivo ou uma palavra que, apesar de estar no singular, indica mais de um ser.

- "O povo lhe pediram que se chamasse Regedor." (Ferno Lopes)povo = singularpediram = plural

- "...e o casal esqueceram que havia mundo." (Mrio de Andrade)casal = singularesqueceram = plural

- O quarteto cantaram velhos sucessos.quarteto = singularcantaram = plural

b) Silepse de gnero: Os casos mais comuns so os de predicativos que concordam com a idia que est implcita, e no com a forma gramatical.

- So Paulo muito fria. (fria concorda com a palavra cidade)

- Fulano um criana.Fulano = masculinocriana = feminino

- Vossa Alteza muito bondoso.Vossa Alteza = femininobondoso = masculino

c) Silepse de pessoa: Ocorre principalmente quando o sujeito expresso aparece na terceira pessoa e o verbo na primeira pessoa do plural; a idia que o narrador integra o sujeito.

- Dizem que os cariocas somos pouco dados aos jardins pblico.cariocas = 3 pessoasomos = 1 pessoa

- Os jogadores somos incompetentesjogadores = 3 pessoasomos = 1 pessoa

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3.9- Epstrofe

Repetio da mesma palavra ou expresses no final de cada orao ou verso.

- No mundo, as idias so perigosas. Na vida, as vontades so perigosas

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3.10- Assonncia

a repetio de vogais na mesma frase.

- "Sou um mulato nato no sentido lato mulato democrtico do litoral" (Caetano Veloso - Ara Azul)

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3.11- Aliterao

toda repetio de consoantes ou de slabas em um verso ou uma frase.

- O rato roeu a roupa da rainha rapidamente, Roque?

- Vozes veladas, veludosas vozes, vrtices vorazes...

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3.12- Paranomsia

o encontro de palavras com sons quase idnticos, mas de significados diversos.

- Foi feito o corte para manter a corte.