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O NASCIMENTO DA FILOSOFIA Uma nova forma de analisar e ver a realidade. Professor Ricardo da Cruz Assis Filosofia - Ensino Médio 1

Filosofia - Ensino Médio · •Período clássico (sécs. V e IV a.C.). Auge da civilização grega; na política, o apogeu da democracia ... Foi um filósofo pré-socrático considerado

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O NASCIMENTO DA FILOSOFIA

Uma nova forma de analisar e ver a realidade.

Professor Ricardo da Cruz AssisFilosofia - Ensino Médio

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Periodização da história da Grécia Antiga• Civilização micênica (sécs. XX a XII a.c.). Desenvolveu-se desde o início do segundo milênio a.C. Tem esse

nome pela importância da cidade de Micenas, de onde, por volta de 1250 a.C., partiram Agamêmnon, Aquiles

e Ulisses para sitiar e conquistar Troia.

• Tempos homéricos (sécs. XII a VIII a.C.). Na transição de um mundo essencialmente rural, os senhores

enriquecidos formaram a aristocracia proprietária de terras, que fez recrudescer o sistema escravista. Nesse

período teria vivido Homero (séc. IX ou VII I a.c.).

• Período arcaico (sécs. VII I a VI a.C.). Com a formação das cidades-estados (póleis), ocorreram grandes

alterações sociais e políticas, bem como o desenvolvimento do comércio e a expansão da colonização grega.

No início desse período teria vivido Hesíodo. No final do século Vil e durante o século VI a.C. surgiram os

primeiros filósofos.

• Período clássico (sécs. V e IV a.C.). Auge da civilização grega; na política, o apogeu da democracia

ateniense; desenvolvimento das artes, Literatura e filosofia; época em que viveram os sofistas e os filósofos

Sócrates, Platão e Aristóteles.

• Período helenístico (sécs. 111 e 11 a.c.). Decadência política, domínio macedônico e conquista da Grécia

pelos romanos; culturalmente, significativa influência das civilizações orientais; florescimento das filosofias

estoica e epicurista.

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Alguns fatos do período arcaico ajudaram a alterar a visão

mítica predominante e contribuíram para o surgimento da

filosofia:

•A invenção da escrita e da moeda;

•A lei escrita;

•A fundação da pólis (cidade-Estado).

•A consolidação da democracia

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Os primeiros pensadores centraram a atenção na natureza eelaboraram diversas concepções de cosmologia. Note que dizemoscosmologia, conceito que se contrapõe à cosmogonia de Hesíodo.

Enquanto no período mítico a cosmogonia relata o princípio comoorigem no tempo (o nascimento dos deuses), as cosmologias dos pré-socráticos procuram a racionalidade constitutiva do Universo. Todoseles procuram explicar como, diante da mudança (do devir),podemos encontrar a estabilidade; como, diante do múltiplo,descobrimos o uno.

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Ao perguntarem como seria possível emergir o cosmo do caos - ouseja, como da confusão inicial surge o mundo ordenado -, os pré-socráticos buscam o princípio (em grego, a arkhé} de todas ascoisas, entendido não como aquilo que antecede no tempo, mascomo fundamento do ser. Buscar a arkhé é explicar qual é oelemento constitutivo de todas as coisas.

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Apesar de ser um processo lento, existe uma ruptura entre mito efilosofia. Enquanto o mito é uma narrativa cujo conteúdo não sequestiona, a filosofia problematiza e, portanto, convida à discussão.No mito a inteligibilidade é dada, na filosofia ela é procurada. Afilosofia rejeita o sobrenatural, a interferência de agentes divinos naexplicação dos fenômenos. Ainda mais: a filosofia busca a coerênciainterna, a definição rigorosa dos conceitos; organiza-se em doutrina esurge, portanto, como pensamento abstrato.

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Os primeiros pensadores centraram a atenção nanatureza e elaboraram diversas concepções decosmologia. Note que dizemos cosmologia, conceitoque se contrapõe à cosmogonia.

Enquanto no período mítico a cosmogonia relata oprincípio como origem no tempo (o nascimento dosdeuses), as cosmologias dos pré-socráticos procuram aracionalidade constitutiva do Universo (COSMOS).

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Os filósofos pré-socráticos procuram explicar como, dianteda mudança (do devir), podemos encontrar a estabilidade;como, diante do múltiplo, descobrimos o uno.

Ao perguntarem como seria possível emergir o cosmo docaos - ou seja, como da confusão inicial surge o mundoordenado -, os pré-socráticos buscam o princípio (em grego, aarkhé) de todas as coisas, entendido não como aquilo queantecede no tempo, mas como fundamento do ser.

Buscar a arkhé é explicar qual é o elemento constitutivo detodas as coisas.

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Atenção:

A filosofia não rompe radicalmente com o mito, mas suscita o uso da razão no esclarecimento,

sobretudo da origem do mundo.

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As respostas dos filósofos à questão do fundamento dascoisas, da unidade que pode explicar a multiplicidade,são as mais variadas. Vejamos algumas delas:

• ·Para Tales de Mileto (640-c.548 a.C.), astrónomo,matemático e primeiro filósofo, a arkhé é a água;

•De acordo com Pitágoras (séc. VI a.C), filósofo ematemático, o número é a essência de tudo; todo ocosmo é harmonia, porque é ordenado pelos números.

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• Para Anaximandro ( 610-547 a.C.), o fundamento dos seres éurna matéria indeterminada, ilimitada ( ápeiron, em grego),que daria origem a todos os seres materiais.

• Para Anaxímenes (588-524 a.C.), é o ar, que pela rarefação econdensação faz nascer e transformar todas as coisas.

• Os filósofos Leucipo (séc. V a.C.) e Demócrito (c.460-c.370a.C.) são atomistas, por considerarem o elemento primordialconstituído por átomos, partículas indivisíveis. Como paraeles também a alma era formada por átomos, estamos diantede uma concepção materialista e determinista.

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HERÁCLITO de ÉFESO“viver de morte e morrer de vida”

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(em grego: Ἡράκλειτος ὁ Ἐφέσιος - Hērákleitos ho Ephésios, Éfeso, aprox. 535 a.C. -475 a.C.)

Foi um filósofo pré-socrático considerado o "pai da dialética". Recebeu a alcunha de "Obscuro" principalmente em razão da obra a

ele atribuída por Diógenes Laércio, Sobre a Natureza, em estilo obscuro, próximo ao das sentenças oraculares.

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Heráclito de Éfeso

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Na vulgata filosófica, Heráclito é o pensador do"tudo flui" (panta rei) e do fogo, que seria oelemento do qual deriva tudo o que nos circunda.

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Panta rei os potamós (do grego πάντα ῥεῖ ), traduzidocomo "Tudo flui como um rio" é o célebre aforisma noqual a tradição filosófica subsequente identificousinteticamente o pensamento de Heráclito com o temado devir, em contraposição à filosofia do ser própria deParmênides.

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Panta Rei não é atestado nos fragmentos conhecidos da obrade Heráclito, e pode ser atribuído ao seu discípulo Crátilo. Afórmula léxica panta rei será cunhada e utilizada pelaprimeira vez somente por Simplício:

Não se pode percorrer duas vezes o mesmo rio e não sepode tocar duas vezes uma substância mortal no mesmoestado; por causa da impetuosidade e da velocidade damutação, esta se dispersa e se recolhe, vem e vai.

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O panta rei é uma consequência de polemos (guerra,conflito), que reina sobre tudo. Em consequência,Heráclito de Éfeso não é o filósofo do simples "tudo flui"mas do "tudo flui enquanto resultado da tensão contínuados opostos em luta".

Polemos é pai de todas as coisas, de todos, de todos os rei.

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Tudo é considerado como um grande fluxo perene no qualnada permanece a mesma coisa pois tudo se transforma eestá em contínua mutação. Por isso, Heráclito identifica aforma do Ser no Devir pelo qual todas as coisas sãosujeitas ao tempo e à sua relativa transformação.

Heráclito sustenta que só a mudança e o movimento sãoreais, e que a IDENTIDADE das coisas iguais a simesmas é ilusória.

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A lei secreta do mundo reside na relação deinterdependência entre dois conceitos opostos, em lutapermanente; mas, ao mesmo tempo, um não pode existirsem o outro.

Nada existiria se não existisse, ao mesmo tempo, o seuoposto.

Assim, por exemplo, uma subida pode ser pensada comouma descida por quem está na parte de cima. Entre oscontrários se cria uma espécie de luta constitutiva do logosindiviso.

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Nessa dualidade, que na superfície é uma guerra(polemos), mas no fundo é harmonia entre oscontrários, Heráclito viu aquilo que definia como ologos, a lei universal da Natureza.

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A partir de seus pressupostos: panta rei e a guerra entre oscontrários, Heráclito definiu uma arkhé: O FOGO.

Para ele, "todas as coisas são uma troca do fogo, e o fogo,uma troca de todas as coisas, assim como o ouro é umatroca de todas as mercadorias e todas as mercadorias sãouma troca do ouro“.

Ou seja, todas as coisas transformam-se em fogo, e o fogotransforma-se em todas as coisas.

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É o primeiro pensador a discutir questões relativas ao Ser, ea partir do seu poema intitulado Sobre a Natureza, ele nostraz as possibilidades de conhecê-lo, tendo em relação a eleum conhecimento verdadeiro e universal, e para chegarmosa este conhecimento, torna-se necessário odesvencilhamento dos sentidos, pois o verdadeiro não podeser percebido pelo nosso campo sensorial e sim pensado,inteligido por nossa razão.

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A teoria de Heráclito é alternativa à ontologia deParmênides, o filósofo da unidade e da identidade doSer, que ensina que é a contínua mudança a principalcaracterística do Não Ser .

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PARMÊNIDES DE ELÉIAO caminho que é e não pode não ser, é a via da Persuasão

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Parménides de Eleia (em grego Παρμενίδης ὁἘλεάτης) (530 a.C. - 460 a.C.1 ) foi um filósofo gregonatural de Eleia, uma cidade grega na costa sul daMagna Grécia

O único trabalho conhecido de Parmênides é umpoema:

Sobre a natureza, que sobreviveu apenas na forma defragmentos.

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Parmênides inaugura algo radicalmente novo na filosofia aoconsiderar não os elementos mas o abstrato.

Em seu pensamento há uma recusa da sensação como meiode chegar à verdade.

Para ele, a sensação é um caminho errado para ainvestigação porque engendra contradições e confunde oque existe com o que não existe, o ser com o não ser.

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Alguns veem no poema de Parmênides o própriosurgimento da ontologia

Ao mesmo tempo, o pensamento de Parmênides étradicionalmente visto como o oposto ao de Heráclito deÉfeso.

Parmênides fundou a metafísica ocidental com sua distinçãoentre o Ser e o Não-Ser. Enquanto Heráclito ensinava quetudo está em perpétua mutação, Parmênides desenvolvia umpensamento completamente antagônico: “Toda a mutação éilusória”.

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Ontologia: parte da filosofia que estuda a natureza do ser, aexistência e a realidade, procurando determinar ascategorias fundamentais e as relações do “ser enquanto ser”.

Metafísica: ramo da filosofia que estuda a essência dascoisas; tentativa de descrever os fundamentos, as condições,as leis, a estrutura básica, as causas ou princípios primeiros,bem como o sentido e a finalidade da realidade como umtodo ou dos seres em geral.

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Parmênides chega à conclusão de que toda mudança éilusória. O vir-a-ser é apenas uma ilusão sensível. Istoquer dizer que todas as percepções de nossos sentidosapenas criam ilusões, nas quais temos a tendência depensar que o não-ser é, e que o vir-a-ser tem um ser.

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Parmênides afirma a unidade e imobilidade do Ser.Fixando sua investigação na pergunta: “o que é”, eletenta vislumbrar aquilo que está por detrás dasaparências e das transformações.

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Aristóteles, no seu livro Metafísica, expõe essepensamento de Parmênides:

“Julgando que fora do ser o não-ser é nada,forçosamente admite que só uma coisa é, a saber, oser, e nenhuma outra.

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Toda a realidade é imutável, estática, e sua essência estáincorporada na individualidade do Ser, o qual permeia todoo Universo. Esse Ser é onipresente, já que qualquerdescontinuidade em sua presença seria equivalente àexistência de seu oposto: o Não-Ser.

Esse Ser não pode ter sido criado por algo pois issoimplicaria em admitir a existência de um outro Ser. Domesmo modo, esse Ser não pode ter sido criado do nada,pois isso implicaria a existência do “Não-Ser”. Portanto,o Ser simplesmente é.

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Teofrasto relata assim esse raciocínio de Parmênides:“O que está fora do Ser não é Ser; o Não-Ser é nada; oSer, portanto, é”.

Daí o crédito dado a Parmênides pela inspiração doprincípio de identidade.

Em Lógica diz-se que Identidade refere-se àquilo que éidêntico a si mesmo, ou seja, o que é, é. (A=A).

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De modo simplificado, a doutrina de Parmênidessustenta o seguinte:

•Unidade e a imobilidade do Ser;

•O mundo sensível é uma ilusão;

•O Ser é uno, eterno, não-gerado e imutável;

•Não se confia no que vê.

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