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UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO
CENTRO DE TECNOLOGIA E GEOCIÊNCIAS
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA CIVIL
ÁREA DE TECNOLOGIA AMBIENTAL E RECURSOS HÍDRICOS
Filtros de pedra de fluxo horizontal como pós-
tratamento de lagoa de estabilização: remoção de
sólidos suspensos e cianobactérias
Marcus Vinicius Alves dos Santos
Recife - PE
2014
Filtros de pedra de fluxo horizontal como pós-tratamento de lagoa de
estabilização: remoção de sólidos suspensos e cianobactérias
Recife – PE
2014
Dissertação apresentada ao curso de pós-graduação
do Departamento de Engenharia Civil da
Universidade Federal de Pernambuco como
requisito parcial para obtenção do título de Mestre
em Engenharia Civil.
Área de concentração: Tecnologia ambiental e
Recursos Hídricos.
Orientadora: Prof . Drª.Maria de Lourdes Florencio
dos Santos
Marcus Vinicius Alves dos Santos
UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA CIVIL
A comissão examinadora da Defesa de Dissertação de Mestrado
FILTRO DE PEDRA DE FLUXO HORIZONTAL COMO PÓS-TRATAMENTO DE
LAGOA DE ESTABILIZAÇÃO: REMOÇÃO DE SÓLIDOS E CIANOBACTÉRIAS
defendida por
Marcus Vinicius Alves dos Santos Considera o candidato APROVADO
Recife, 17 de novembro de 2014
Banca Examinadora
___________________________________________
Prof.ª Dr.ª Maria de Lourdes Florencio dos Santos – UFPE (orientadora)
___________________________________________
Prof. Dr. Marcio Gomes Barboza - UFPE
(examinador externo)
___________________________________________
Prof.ª Dr.ª Sávia Gavazza dos Santos Pessôa – UFPE (examinadora interna)
A minha família e a todos que
contribuíram para a realização
deste trabalho.
AGRADECIMENTOS
Aos meus pais Marcos Antônio dos Santos e Nadja Alves dos Santos por ser minha
base, e por sempre demonstrar à importância da harmonia familiar, à educação, o caráter
e o respeito pelo próximo.
A minha querida e amada noiva Helena Albuquerque por ser um dos meus pilares e
presente nesta vitória e de muitas outras que hão de vir.
A minha orientadora professora Lourdinha Florencio por valiosos ensinamentos na vida
acadêmica e profissional e incentivo crucial para realização deste trabalho.
Ao professor Mario Kato por seus valiosos conselhos na vida profissional e acadêmica e
exemplo de dedicação e disciplina.
Aos professores do grupo de Pós-graduação em Tecnologia Ambiental e Recursos
Hídricos pela oportunidade de realização do curso de mestrado, pelos ensinamentos
ofertados nas disciplinas.
Ao meu grande amigo Thorsten pela amizade e ensinamento nas técnicas de biologia
molecular abordada neste trabalho.
Ao professor Renato Molica, por ter nos doado o controle positivo de microcistina para
validação da ferramenta da PCR.
A Elizabeth e Wamberto por ideias envolvidas na elaboração deste trabalho.
Aos técnicos e amigos Ronaldo Fonseca e Danúbia Freitas, que sempre foram ágeis e
disponíveis quando eu precisei de equipamentos e necessidades no laboratório.
Aos meus grandes amigos, Max Diogo, Poliana Januário, Robson Silva que estiveram
presentes comigo nas coletas de campo, nas trocas de conhecimentos sobre as análises
realizadas neste trabalho.
Aos meus amigos do LSA Bruna Alencar, Edécio Souza, Gustavo Trajano, Idayana
Marinho, Jailson Marques, Jucélia Ferreira, Juliana Moraes, Julliana Melo, Larissa
Martins, Laíse Cândido, Lucas Caetano, Luiz Silva, Mariana Silva, Mitsue Nakazawa,
Nathaly Cordeiro, Raphael Andrade, Tayane, Vasconcelos, Renê Benevides, Valéria
Trajano que me ajudaram nas trocas de conhecimentos sobre as análises realizadas neste
trabalho.
Ao amigo Luciano, operador da ETE Rio Formoso. Agradeço imensamente pelo auxílio
prestado.
As secretárias do Grupo de Saneamento Ambiental Tamilys Sandrelle, pela agilidade
com as questões financeiras, e a Andréia Negromonte, secretária do grupo de Pós -
Graduação em Engenharia Civil. Obrigada por “quebrar os galhos” com tanto bom
humor.
Agradeço de coração à “família LSA”. Obrigado por ser parte de minha jornada.
Aos órgãos de fomento: Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e
Tecnológico (CNPq), pela concessão da bolsa para realização da pesquisa, à Fundação
de Apoio ao Desenvolvimento da UFPE (FADE), e ao PRONEX pela concessão de
recursos para realização das viagens a campo.
A COMPESA (gerência regional Mata-Sul) por autorizar a realização dos estudos na
ETE Rio Formoso.
RESUMO
Sistemas de tratamento contendo lagoas de estabilização, maturação ou polimento
podem produzir elevadas densidades de fitoplancton contendo cianobactérias, que são
lançadas nos corpos d’água receptores. Muitas espécies de cianobactérias produzem
cianotoxinas que podem acarretar problemas de saúde pública. A aplicação de filtro de
pedra após essas lagoas de poderia ser uma alternativa atrativa para a remoção de
sólidos em suspensão e, por conseguinte, o fitoplancton. Entretanto, pouco se sabe sobre
a remoção de cianobactérias em filtro de pedra e nem a potencialidade de produção de
toxicidade das mesmas cultivadas nesse ambiente. No presente trabalho, avaliou-se a
eficiência de filtro de pedra de fluxo horizontal na remoção de sólidos e de
cianobactérias e da matéria orgânica residual, através da determinação de parâmetros
físico-químicos. Alem disso foi verificado, por meio e técnicas de biologia molecular, a
presença do gene mcyE, indicador de toxinas produzidas pelo gênero Microcystis sp.
Para isso foram monitorados dois filtros em paralelo durante 230 dias de experimento
com coleta a cada 15 dias. Os resultados revelam que os filtros de pedra eram
semelhantes (teste T) e foram bastante efetivos na remoção da DBO residual,
alcançando no efluente os valores de 5,0±1,4mg.L-1
para ambos os filtros. A eficiência
média de remoção de SST foi 65 % e 66% correspondendo a valores de 33±17,4 e
32±15,3 mg.L-1
para os efluentes dos filtros 1 e 2, respectivamente. Já a remoção média
do número total de células do fitoplâncton foi de 98% para ambos os filtros, com
densidade média de cianobactérias no efluente do filtro 1 de 2.464±766 cel.mL-1
e de
2.448±728 cel.mL-1
para o filtro 2, ficando muito abaixo dos limites preconizados na
resolução Conama 357/05 para as águas doces superficiais. Não foram encontrados os
gêneros específicos do gene mcyE, indicando a ausência de toxinas produzidas
porMicrocystis sp., em todas as amostras analisadas. Pode-se concluir que os filtros de
pedra são eficientes na remoção de sólidos em suspensão e cianobactérias e que, nas
condições estudadas, não favorecem o desenvolvimento de organismos com
potencialidade de produção de toxinas.
Palavras chave: Filtros de Pedra de Fluxo Horizontal. Remoção de Fitoplâncton.
Microcystis. Gene mcyE.
ABSTRACT
Treatment systems containing stabilization ponds, maturation or polishing can produce
high densities of phytoplankton containing cyanobacteria, which are released in the
receiving water bodies. Many species of cyanobacteria produce cianotoxinas that can
cause public health problems. The application of stone filter after these ponds could be
an attractive alternative for the removal of suspended solids and thereafter
phytoplankton. However, little is known for removing cyanobacteria or stone filter and
the yield potential toxicity grown in the same environment. Consequently, the present
study evaluated the efficiency of stone horizontal flow filter in removing solids and
cyanobacteria and residual organic matter, through the determination of
physicochemical parameters. Furthermore it was found by molecular biology techniques
and the presence of the indicator gene mcyE . For this were monitored for two filters in
parallel at intervals of 15 days, a total of 230 days experiment. The results reveal that
the stone filters were similar (t test) and were quite effective in removing residual BOD,
reaching values in the effluent of 5 ± 1.4 mg.L-1
for both filters. Regarding the removal
of solids, the average TSS removal efficiency was 65% and 66% for the filter 1 and 2,
respectively, reaching values of 3 ±17.4 and 32±15.3 mg.L-1
for the filters 1 and 2,
respectively. The mean total number of removal of phytoplankton cells was 98% for
both filters, with a mean density of cyanobacteria in the effluent of the filter 1
2.464±766 cel.mL-1 and 2.448±728-cel.mL filter 2, getting far below the limits
recommended in the Resolution CONAMA 357/05 for surface freshwaters. No gender-
specific mcyE gene, indicating the absence of toxins produced by the genus Microcystis
sp. found. In all samples. It can be concluded that the stone filters are effective in
removing suspended solids and cyanobacteria, and that the studied conditions do not
favor the development of organisms with the potential production of toxins.
Keywords: Filters Stone Horizontal Flow. Removal of Phytoplankton. Microcystis;
mcyE Gene.
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 - Localização geográfica da área de estudo ................................................................. 33
Figura 2 - Desenho esquemático do sistema da Estação de Tratamento de Esgoto de Rio
Formoso - PE. .............................................................................................................................. 34
Figura 3 - Localização dos pontos de coleta nos filtros de pedra. .............................................. 37
Figura 4 - Protocolo Amplificação Domínio Bactéria ............................................................... 45
Figura 5 - Protocolo de amplificação do filo Cyanobactéria ...................................................... 46
Figura 6 - Protocolo de amplificação da toxina microcistina. ..................................................... 47
Figura 7 - Precipitação total referente aos meses de monitoramento ......................................... 50
Figura 8 - Variação do pH no afluente, ponto médio dos filtros de pedra e efluente dos filtros de
pedra. ........................................................................................................................................... 52
Figura 9 - Variação da temperatura no afluente, ponto médio dos filtros de pedra e efluente ... 53
Figura 10 - Variação do oxigênio dissolvido no afluente, ponto médio dos filtros de pedra e
efluente dos filtros de pedra. ....................................................................................................... 55
Figura 11 - Variação da condutividade elétrica no afluente, ponto médio dos filtros de pedra e
efluente dos filtros de pedra. ....................................................................................................... 56
Figura 12 - Variação da alcalinidade total no afluente, ponto médio dos filtros de pedra e
efluente dos filtros de pedra. ....................................................................................................... 57
Figura 13 - Variação da demanda química de oxigênio total no afluente, ponto médio dos filtros
de pedra e efluente dos filtros de pedra. ...................................................................................... 59
Figura 14 - Eficiência da demanda química de oxigênio total em todo período do estudo ...... 59
Figura 15 - Variação da demanda química de oxigênio filtrada no afluente, ponto médio dos
filtros de pedra e efluente dos filtros de pedra. ........................................................................... 60
Figura 16 - Variação da demanda química de oxigênio particulada no afluente, ponto médio dos
filtros de pedra e efluente dos filtros de pedra. ........................................................................... 61
Figura 17 - Variação da demanda bioquímica de oxigênio total no afluente, ponto médio dos
filtros de pedra e efluente dos filtros de pedra. ........................................................................... 63
Figura 18 - Eficiência da demanda bioquímica de oxigênio total em todo período do estudo. . 63
Figura 19 - Variação da demanda bioquímica de oxigênio filtrada no afluente, ponto médio dos
filtros de pedra e efluente dos filtros de pedra. ........................................................................... 64
Figura 20 - Variação da demanda bioquímica de oxigênio particulada no afluente, ponto médio
dos filtros de pedra e efluentes dos filtros de pedra. ................................................................... 65
Figura 21 - Variação de nitrogênio total de Kjeldahl no afluente, ponto médio dos filtros de
pedra e efluente. .......................................................................................................................... 67
Figura 22 - Variação de nitrogênio amoniacal no afluente, ponto médio dos filtros de pedra e
efluente dos filtros de pedra. ....................................................................................................... 69
Figura 23 - Variação de nitrito no afluente, ponto médio dos filtros de pedra e efluente dos
filtros de pedra. ............................................................................................................................ 71
Figura 24 - Variação de nitrato no afluente, ponto médio dos filtros de pedra e efluente dos
filtros de pedra. ............................................................................................................................ 72
Figura 25 - Variação de fósforo total no afluente, ponto médio dos filtros de pedra e efluente
dos filtros de pedra. ..................................................................................................................... 74
Figura 26 - Variação de ortofosfato no afluente, ponto médio dos filtros de pedra e efluente dos
filtros de pedra. ............................................................................................................................ 75
Figura 27 - Variação da coloração da turbidez entre o afluente e efluente dos filtros de pedra de
fluxo horizontal. .......................................................................................................................... 76
Figura 28 - Variação de turbidez no afluente, ponto médio dos filtros de pedra e efluente dos
filtros de pedra. ............................................................................................................................ 77
Figura 29 - Variação de Sólidos Suspensos totais no afluente, ponto médio dos filtros de pedra
e efluente dos filtros de pedra. .................................................................................................... 78
Figura 30 - Variação de Sólidos Suspensos voláteis no afluente, ponto médio dos filtros de
pedra e efluente dos filtros de pedra. ........................................................................................... 79
Figura 31 - Variação de número total de células no fitoplâncton encontrado no afluente, ponto
médio dos filtros de pedra e efluente dos filtros de pedra. .......................................................... 80
Figura 32 - Variação temporal dos parâmetros: a) Turbidez (NTU); b) Fitoplâncton total
(Cél.mL-1
); c) pH; d) Temperatura (°C), e) SST (mg.L1), f) Ortofosfato (mg.L
-1) ; g) N.
amoniacal (mg.L-1
), afluente e efluente do Filtro 1 e Filtro 2 na ETE Rio Formoso- PE, no
período de outubro de 2013 a junho de 2014. ............................................................................. 84
Figura 33 - Variação temporal dos parâmetros: a) Temperatura (°C), e) SST (mg.L1), f)
Ortofosfato (mg.L-1
) ; g) N. amoniacal (mg.L-1
), afluente e efluente do Filtro 1 e Filtro 2 na ETE
Rio Formoso- PE, no período de outubro de 2013 a junho de 2014. .......................................... 85
Figura 34 - Relação dos táxons identificados no fitoplâncton durante o período do estudo. ..... 86
Figura 35 - Abundância relativa do fitoplâncton durante o perído do estudo. ........................... 91
Figura 36 - Distribuição relativa média das densidades de cianobactérias no afluente e efluente
do filtro 1 e filtro 2 no período do estudo.................................................................................... 94
Figura 37 - Resultado da PCR com as amplificações das bandas para o domínio Bactéria. ...... 95
Figura 38 - Perfil de bandas de DGGE das amostras de bactérias. ............................................ 96
Figura 39 - Ferramenta da PCR visando à visualização da intensidade das bandas de
cianobactérias .............................................................................................................................. 98
Figura 40 - Perfil de bandas de DGGE das amostras de cianobactérias. ................................. 100
Figura 41 - Bandas recortadas para reamplificação e posterior sequenciamento ..................... 101
Figura 42 - Gel com amplificação do primer mcyE para microcistina realizada nas amostras
durante o período do estudo. ..................................................................................................... 103
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 - Dados de projeto do reator UASB e lagoa de polimento da ETE Rio Formoso – PE. . 35
Tabela 2 - Dados de projeto dos Filtros de Pedra Percolador na ETE Rio Formoso – PE. ....... 35
Tabela 3 – Carga orgânica volumétrica (COV) apresentada no filtro 1 ..................................... 36
Tabela 4 – Carga orgânica volumétrica (COV) apresentada no filtro 2 ...................................... 36
Tabela 5 Parâmetros analisados em campo ................................................................................ 38
Tabela 6 Parâmetros de campo analisados em laboratório e seus respectivos métodos
analíticos ..................................................................................................................................... 39
Tabela 7 - Concentração final do DNA encontrada nas amostras durante o estudo no
procedimento da extração e seus respectivos graus de pureza. ................................................... 43
Tabela 8 - Referência das soluções empregadas na PCR. ......................................................... 44
Tabela 9 – Planejamento para a Reação em Cadeia Polimerase (PCR) para Domínio Bactéria44
Tabela 10 - Planejamento para a Reação em Cadeia Polimerase (PCR) para Domínio
Cyanobacteria. ............................................................................................................................. 45
Tabela 11 -– Planejamento para a Reação em Cadeia Polimerase (PCR) para gene microcistina
..................................................................................................................................................... 46
Tabela 12 - Primers utilizados para a PCR ................................................................................. 47
Tabela 13 - Condições para a formação do gradiente para a eletroforese em gel de gradiente
desnaturante para bactéria. .......................................................................................................... 49
Tabela 14 – Condições para a formação do gradiente para a eletroforese em gel de gradiente
desnaturante para cianobactéria. ................................................................................................. 49
Tabela 15 - Referência dos equipamentos utilizados na PCR e DGGE ..................................... 49
Tabela 16 - Resumo estatístico para o pH nos pontos: afluente, ponto médio dos filtros de perda
e efluente dos filtros de pedra. .................................................................................................... 52
Tabela 17 - Resumo dos resultados das variáveis estatísticos para temperatura nos pontos:
afluente, ponto médio dos filtros e efluente dos filtros de pedra................................................. 53
Tabela 18 - Resumo estatístico para o oxigênio dissolvido nos pontos: afluente, ponto médio
dos filtros e efluente dos filtros de pedra .................................................................................... 55
Tabela 19 - Resumo estatístico para a condutividade elétrica nos pontos: afluente, ponto médio
dos filtros e efluente dos filtros de pedra .................................................................................... 56
Tabela 20 - Resumo estatístico para a alcalinidade total nos pontos: afluente, ponto médio dos
filtros e efluente dos filtros de pedra ........................................................................................... 57
Tabela 21 - Resumo estatístico para a demanda química de oxigênio total nos pontos: afluente,
ponto médio dos filtros e efluente dos filtros de pedra ............................................................... 59
Tabela 22 - Resumo estatístico para a demanda química de oxigênio filtrada nos pontos:
afluente, ponto médio dos filtros e efluente dos filtros de pedra................................................. 60
Tabela 23 - Resumo estatístico para a demanda química de oxigênio particulada nos pontos:
afluente, ponto médio dos filtros e efluente dos filtros de pedra................................................. 61
Tabela 24– Resumo estatístico para a demanda bioquímica de oxigênio total nos pontos:
afluente, ponto médio dos filtros e efluente dos filtros de pedra................................................. 63
Tabela 25 - Resumo estatístico para a demanda bioquímica de oxigênio filtrada nos pontos:
afluente, ponto médio dos filtros e efluente dos filtros de pedra................................................. 64
Tabela 26 – Resumo estatístico para a demanda bioquímica de oxigênio particulada nos
pontos: afluente, ponto médio dos filtros e efluente dos filtros de pedra. ................................... 65
Tabela 27 – Resumo estatístico para nitrogênio total de Kedjhal nos pontos: afluente, ponto
médio dos filtros e efluente dos filtros de pedra ......................................................................... 67
Tabela 28 - Resumo estatístico para nitrogênio amoniacal nos pontos: afluente, ponto médio
dos filtros e efluente dos filtros de pedra .................................................................................... 69
Tabela 29 - Resumo estatístico para nitrito nos pontos: afluente, ponto médio dos filtros de
pedra e efluente dos filtros de pedra ............................................................................................ 71
Tabela 30 - Resumo estatístico para nitrato nos pontos: afluente, ponto médio dos filtros e
efluente. ....................................................................................................................................... 73
Tabela 31 - Resumo estatístico para fósforo total nos pontos: afluente, ponto médio dos filtros e
efluente. ....................................................................................................................................... 74
Tabela 32 - Resumo estatístico para ortofosfato nos pontos: afluente, ponto médio dos filtros e
efluente. ....................................................................................................................................... 75
Tabela 33 - Resumo estatístico para turbidez nos pontos: afluente, ponto médio dos filtros de
perda e efluente dos filtros de pedra. ........................................................................................... 77
Tabela 34– Resumo estatístico para sólidos suspensos totais nos pontos: afluente, ponto médio
dos filtros e efluente dos filtros de pedra. ................................................................................... 78
Tabela 35 - Resumo estatístico para sólidos suspensos voláteis nos pontos: afluente, ponto
médio dos filtros e efluente dos filtros de pedra. ........................................................................ 79
Tabela 36 – Resumo estatístico número total de células no fitoplâncton nos pontos: afluente,
ponto médio dos filtros e efluente dos filtros de pedra. .............................................................. 80
Tabela 37 - Relação dos táxons identificados no fitoplâncton do afluente do filtro de pedra de
fluxo horizontal durante o período de amostragem. .................................................................... 87
Tabela 38 -Frequência de ocorrência (%) dos táxons identificados no afluente e efluente na
ETE Rio Formoso- PE, no período de outubro de 2013 a junho de 2014. .................................. 92
Tabela 39 - Amostras utilizadas em seu determinado período e pontos caracterizados na
formação do gel da DGGE para bactéria .................................................................................... 97
Tabela 40 - Amostras utilizadas em seu determinado período e pontos caracterizados na
formação do gel da DGGE para cianobactéria. ......................................................................... 101
Tabela 41 - Amostras utilizadas no determinado período do estudo e pontos caracterizados na
formação do gel de ureia e formamida para a DGGE A (bactéria) e B (cianobactéria). ........... 102
Tabela 42 - Amostras utilizadas em seu determinado período e pontos caracterizados na
formação do gel da PCR para microcistina. .............................................................................. 103
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
AA - Acrilamida
APS – Persulfato de Amônia
APAC – Agência Pernambucana de Águas e Clima
CONAMA – Conselho Nacional de Meio Ambiente
COMPESA – Companhia Pernambucana de Saneamento
COV – Carga orgânica volumétrica
DBO – Demanda bioquímica de oxigênio
DQO – Demanda química de oxigênio
DGGE – Eletroforese em gel de gradiente desnaturante
DNA – Ácido desoxirribonucleico
EDTA – Sal dihidratado dissódico
ETE – Estação de tratamento de esgoto
IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia
NTK – Nitrogênio total de Kjeldahl
OD – Oxigênio dissolvido
PCR – Reação em cadeia da polimerase
pH – Potencial hidrogeniônico
PROSAB – Programa de Pesquisas em Saneamento Básico
RNA – Ácido ribonucleico
SST – Sólidos suspensos totais
SSV – Sólidos suspensos voláteis
TEMED - Tetrametilinediamina
UASB – Upflow Anaerobic Sludge Blanket
UF – Ureia e formamida
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO................................................................................................................16
2 OBJETIVOS.....................................................................................................................18
2.1 Objetivo Geral..................................................................................................................18
2.2 Objetivos Específicos........................................................................................................18
3 REVSÃO DA LITERATURA.........................................................................................19
3.1 Lagoa de estabilização visando o tratamento de esgotos sanitários.............................19
3.2 Importância para o pós-tratamento de efluentes de lagoas de estabilização..............20
3.3 Filtros de pedra como pós-tratamento de efluentes em lagoa de estabilização..........21
3.4 Fatores que afetam a remoção de algas por filtros de pedra........................................23
3.5 Importância das cianobactérias nos sistemas de tratamento de efluentes..................24
3.6 Biofilme..............................................................................................................................27
3.7 Técnicas da biologia molecular utilizadas nos filtros de pedra....................................28
4 MATERIAIS E MÉTODOS............................................................................................33
4.1 Caracterização da área experimental.............................................................................33
4.1.1 Município de Rio Formoso................................................................................................33
4.1.2 Descrição das unidades de tratamento da ETE – Rio Formoso.........................................34
4.2 Monitoramento do sistema..............................................................................................36
4.3 Variáveis físico-químicas.................................................................................................38
4.3.1 Parâmetros em campo.......................................................................................................38
4.3.2 Análises físico-químicas em laboratório...........................................................................38
4.4 Variáveis biológicas.........................................................................................................39
4.4.1 Análise qualitativa do fitoplâncton...................................................................................39
4.4.2 Análise quantitativa do fitoplâncton.................................................................................39
4.4.3 Densidade específica........................................................................................................40
4.4.4 Riqueza, abundância relativa e frequência de ocorrência.................................................40
4.5 Tratamento estatístico dos dados..................................................................................41
4.6 Ferramentas da biologia molecular aplicadas............................................................41
4.6.1 Extração do DNA Genômico..........................................................................................41
4.6.2 Reação em Cadeia da Polimerase (PCR).........................................................................43
4.6.3 Eletroforese em Gel com Gradiente Desnaturante (DGGE)...........................................48
5 DISCUSSÃO E RESULTADOS..................................................................................50
5.1 Precipitação....................................................................................................................50
5.2 Avaliação do comportamento dos parâmetros físico-químicos.................................51
5.2.1 pH....................................................................................................................................52
5.2.2 Temperatura......................................................................................................................53
5.2.3 Oxigênio dissolvido..........................................................................................................54
5.2.4 Condutividade...................................................................................................................55
5.2.5 Alcalinidade Total............................................................................................................56
5.3 Remoção da matéria orgânica...................................................................................57
5.3.1 Demanda química de oxigênio total, filtrada e particulada..............................................57
5.3.2 Demanda bioquímica total, filtrada e particulada.............................................................62
5.4 Nutrientes........................................................................................................................66
5.4.1 Nitrogênio Total de Kjeldahl (NTK)................................................................................66
5.4.2 Nitrogênio Amoniacal......................................................................................................67
5.4.3 Nitrito...............................................................................................................................69
5.4.4 Nitrato...............................................................................................................................71
5.4.5 Fósforo total......................................................................................................................73
5.4.6 Ortofosfato........................................................................................................................74
5.5 Turbidez e sólidos suspensos........................................................................................76
5.5.1 Turbidez............................................................................................................................76
5.5.2 Sólidos suspensos totais...................................................................................................77
5.5.3 Sólidos suspensos voláteis...............................................................................................78
5.6 Remoção de fitoplâncton................................................................................................79
5.7 Biologia molecular..........................................................................................................94
5.7.1 Bactérias...........................................................................................................................94
5.7.2 Cianobactéria.....................................................................................................................97
5.8 Toxina.............................................................................................................................102
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS .......................................................................................105
RECOMENDAÇÕES....................................................................................................107
REFERÊNCIAS............................................................................................................108
APÊNDICE....................................................................................................................122
16
1INTRODUÇÃO
O saneamento básico no Brasil expõe um déficit persistente referente à coleta e
tratamento de esgoto sanitário. O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE),
através dos dados da Pesquisa Nacional por Amostras de Domicílios (IBGE, 2011)
demonstrou que o Brasil avançou pouco na questão da coleta de esgoto nos últimos
anos. De acordo com a pesquisa, o número de domicílios beneficiados pela rede
coletora de esgoto aumentou no país, entre 2009 e 2011, contudo o sistema ainda atende
a apenas 54,9% das residências. Os esgotos sanitários lançados nos corpos hídricos sem
um tratamento adequado podem acarretar problemas com a saúde humana, qualidade da
água para consumo e recreação e estimular a eutrofização por florações de
cianobactérias (CHORUS; BARTRAM, 1999).
Dentre os tipos de tratamento de esgotos aplicados no Brasil, especificamente em
Pernambuco, destaca-se o tratamento de esgotos por lagoas de estabilização por ser
economicamente viável à região em virtude da adaptação ao clima, disponibilidade de
áreas, à redução de custo na simplicidade de manutenção e operação, estabilização da
matéria orgânica presente pela atividade de bactérias aeróbicas e anaeróbicas e grande
eficiência na transformação de matéria orgânica em biomassa algal.
(MARA;PEARSON, 1986; KELLNER; PIRES, 1998; GODOY, 2007; GONÇALVES
2008).
No entanto, os efluentes de lagoas de estabilização apresentam alta turbidez, nutrientes e
sólidos suspensos, com um fitoplancto rico em cianobactérias. Muitas espécies de
cianobactérias são capazes de liberar toxinas (metabólitos secundários) que podem
causar dano à saúde humana, desde dermatite, morte por parada respiratória e problemas
hepáticos (LEFLAVIE; TEM-HAGE, 2007). Dentre as toxinas liberadas pelas
cianobactérias se encontra a microcistina produzidas por algumas espécies do gênero
Microcystis (INDERJIT; DAKSHINI, 1994; CARMICHAEL, 1997; AZEVEDO et al.,
2002;CHRISTIANSEN et. al., 2003). Vale salientar que a toxicidade não é um traço
específico de uma espécie específica, pois muitas espécies contêm cepas tóxicas e não
tóxicas (DITTMAN et al. 1996, PIMENTEL, 2009).
17
Em meados de 2003, ocorreram denúncias ao Ministério Público, relacionada à possível
contaminação do corpo receptor pelo efluente tratado, quando o sistema era composto
por um conjunto de três reatores UASB, seguido de uma lagoa de estabilização. A
companhia Pernambucana de Saneamento (COMPESA), responsável pela
administração da estação de tratamento, executou em meados de 2005 uma reforma na
ETE Rio Formoso para inclusão de um pós-tratamento para a lagoa de estabilização
para remoção de algas por meio de um conjunto de filtros de pedra de fluxo horizontal.
Neste sentido, com a finalidade de monitorar a eficiência do fitoplâncton após o
tratamento pelos filtros de pedra de fluxo horizontal foram feitos estudos anteriores por
Martins (2012), Paiva (2012) e Barbosa (2013) que à aplicação de filtro de pedra após
lagoas de estabilização poderia ser uma alternativa atrativa para a remoção de sólidos
em suspensão e, por conseguinte, o fitoplâncton. Entretanto, pouco se sabe sobre a
remoção de cianobactérias em filtro de pedra, e nem a potencialidade de produção de
toxicidade das mesmas cultivadas nesse ambiente.
Uma técnica da biologia molecular que auxilia na identificação de certos gêneros de
cianobactérias perigosas à saúde humana, por exemplo, é a reação em cadeia da
polimerase (PCR) que têm a sua finalidade de amplificar a sequência alvo através de
protocolos sensíveis e específicos para detecção de determinados microrganismos.
Por conseguinte, a eletroforese em gel de gradiente desnaturante (DGGE), um
mecanismo conveniente para caracterizar comunidades microbianas com alto grau de
complexidade (MUYZER et al., 1993), além de permitir estudos relativamente rápidos
e simples em relação à variabilidade espaço-temporal da determinada população.
Dessa forma, o presente trabalho tem o objetivo dar continuidade aos estudos de pós-
tratamento de lagoas de estabilização por os filtros de pedra de fluxo horizontal iniciado
por Martins (2014), focando a sua eficiência na remoção de sólidos suspensos e
cianobactérias, como também caracterizando o comportamento da comunidade
fitoplanctônica por meio de parâmetros físico-químicos e técnicas da biologia molecular
para presença do gene mcyE como indicador de microcistina.
18
2 OBJETIVOS
2.1 Objetivo geral
Avaliar a remoção de sólidos suspensos e cianobactérias em filtros de pedra de fluxo
horizontal, contemplando a identificação da potencialidade para presença do gene mcyE
indicador de microcistina.
2.2 Objetivos específicos
Determinação da eficiência em cada filtro de pedra estudado em termos dos
parâmetros físico-químicos;
Identificação da potencialidade de produção de toxinas pelas cianobactérias
presentes, por meio da identificação do gene mcyE produtor da toxina (PCR
específica);
Análise do comportamento da comunidade bacteriana e cianobacteriana no
afluente, ponto médio dos filtros e efluente por meio da amplificação do gene
16S rRNA (Técnica de PCR e DGGE);
19
3 REVISÃO DA LITERAURA
3.1 Lagoa de estabilização visando o tratamento de esgotos sanitários
A utilização das lagoas de estabilização é inserida convenientemente em região de clima
tropical, que proporciona uma alta taxa de radiação solar. Deste modo, as condições
climáticas influenciam nas velocidades da fotossíntese por algas e cianobactérias, além
de proporcionar temperaturas ideais a decomposição bacteriana, solubilidade e
transferência de gases.
Lagoas de estabilização são caracterizadas por tratamento predominantemente
biológico, dependente da ação de microrganismos presentes para a depuração da água
residuária. Entretanto a estabilização da matéria orgânica cerca primeiramente por
processos físico-químicos coerente na sedimentação dos sólidos sedimentáveis e
coloidais e na decomposição dos sólidos dissolvidos. Em seguida os processos
biológicos atuarão na etapa derradeira na estabilização da matéria orgânica, tal como, a
degradação anaeróbia dos sólidos sedimentados e a degradação aeróbia ou facultativa
do material dissolvido (FALCO, 2005).
A primeira referência da idealização de uma lagoa de estabilização foi nos Estados
Unidos na cidade de San Antonio, Texas, em 1901 (EPA, 1983).
A Austrália foi precursora nas pesquisas abrangente do uso de lagoas como um sistema
de tratamento de esgotos. O primeiro projeto contemplado foi um sistema mesclado por
uma lagoa anaeróbia seguida de uma facultativa. Essa configuração ficou conhecida
como modelo “australiano” (KELLNER; PIRES, 1998).
No Brasil, em meados da década de 60, foi executado o primeiro sistema de tratamento
de esgotos por lagoa de estabilização em São José dos Campos (SP). Delineado por um
sistema do tipo australiano com duas lagoas em série, a primeira anaeróbia
posteriormente de uma facultativa (JORDÃO; PESSOA, 1995).
A adoção de sistemas de tratamento através de lagoas de estabilização transfigurou-se
em alta aceitabilidade em comunidade de porte pequeno e médio, uma vez que sua
construção e baixo custo operacional concede uma vantagem financeira.
20
Muitos autores contestam as vantagens e desvantagens para o aproveitamento das
lagoas de estabilização como estratégias de recuperação de águas residuárias. Entre os
benefícios estão: à simplicidade na construção, operação e manutenção do sistema;
baixo custo operacional; elevada qualidade microbiológica do efluente final e grande
eficiência da matéria orgânica transformada em biomassa algal (WRIGLEY; TOERIEN,
1990; MIDDLEBROOKS, 1995 e KELLNER; PIRES, 1998).
Contudo, a lagoa de estabilização apresenta algumas desvantagens, tais como: (i)
desprendimento de maus odores quando operadas com sobrecarregas; (ii) alta
concentração de sólidos suspensos (SS); (iii) elevada demanda bioquímica de oxigênio
(DBO) em seu efluente proporcionada pela alta concentração de algas e por fim, (iv)
custo associado à necessidade de grandes áreas (MARA, 2008).
Neste sentido, o efluente da lagoa de estabilização necessita de um polimento.
Diferentes alternativas podem ser empregadas, tais como: filtros de areia, filtros de
pedra e filtros plantados com macrófitas - constructed wetlands (MIDDLEBROOKS,
1995; SAIDAM et al., 1995; JOHNSON;MARA, 2002; PHILIPPI;SEZERINO, 2004).
3.2 Importância para o pós-tratamento de efluentes de lagoas de estabilização
Elevada quantidade de algas e nutrientes, tal como nitrogênio e fósforo, presentes no
efluente de uma lagoa de estabilização sendo liberado ao corpo receptor sem nenhuma
tratamento específico pode provocar o fenômeno da eutrofização em mananciais.
Elevadas densidades de algas no efluente em sistemas de lagoas de estabilização
provoca alarmante preocupação, e a utilização de lagoas de maturação e polimento após
processos de tratamento intensificou a utilidade de controlar as algas no efluente
(CRITES et al., 2006).
De acordo com Branco (1978) próximo a entrada da lagoa de estabilização predominam
os gêneros flagelados, tais como Lepolincis, Chlamydomonas e Phacus. Na região mais
distante da entrada, em que a matéria orgânica demonstra-se degradada, revelam a
dominância das algas verdes (clorofíceas), por exemplo: Chlorella, Chlorococcum,
Actinastrum e Golenkinia e cianobactérias, tal como, o gênero Microcystis.
21
Por estes aspectos relacionados à remoção de algas despejadas em corpos receptores
apresentam discussões motivadas principalmente à problemática da produção e
liberação de toxinas que podem afetar a saúde humana, tanto pela ingestão de água,
consumo de animais contaminados ou ainda pelo contato em atividades de recreação no
ambiente (CHORUS; BARTRAM, 1999).
Problemas aliados ao fornecimento de nutrientes e algas nos efluentes de lagoas de
estabilização sem tratamento evidência a necessidade de adequar o efluente para o
controle e remoção de nitrogênio e fósforo precavendo a introdução de novas espécies
de algas e cianobactérias. Assim, o pós-tratamento de águas residuárias por meio da
filtração com o auxílio de material suporte, tal como pedras para remoção das algas
pode ser uma opção a ser explorada.
3.3 Filtros de pedra como pós-tratamento de efluentes em lagoa de estabilização
Os filtros são arranjos atribuídos por estratos de pedras, expondo granulometria entre 75
a 200 mm (EPA, 2002) e tem como seu principal objetivo a remoção de algas e sólidos
encontrados no efluente de lagoa de estabilização.
Os filtros podem ser de fluxo vertical ou horizontal. Os filtros de fluxo vertical
concebem melhor desempenho em relação aos filtros de fluxo horizontal, contudo a
maioria dos sistemas operacionais delineados é do tipo fluxo horizontal, com o leito de
pedras instalado no final do sistema, após a lagoa de estabilização (EPA, 2002).
Os filtros de pedra com escoamento horizontal associados às lagoas de estabilização,
adotam parâmetros de dimensionamento uma carga aplicada de sólidos em suspensão
em torno de 44gSS.m3
.d-1
e taxas hidráulicas volumétrica variando de 0,30 a
0,50m3
.m3
.d-1
, podendo atingir reduções de 60% para SS e para a demanda química de
oxigênio - DQO (SAIDAM et al., 1995).
A concepção de filtro em pedra foi expandida no início da década de 70 em Kansas,
EUA (EPA, 2002). Foi estudada a remoção de algas por filtros de pedra utilizando dois
filtros com leito de pedra, com profundidade de 1,5 m e diâmetros de 1,30 cm no
primeiro e 2,5 cm no segundo. A taxa de aplicação hidráulica variou de 0,40 m3.m
3.d
-1
até 1,20 m3.m
3.d
-1, no verão e inverno, na devida ordem . Com este conhecimento foi
22
concluído que os filtros de pedra poderiam atender a requisitos de 30 mg.L-1
DBO
(MIDDLEBROOKS, 1988).
Em 1975, na cidade de Veneta, no Estado de Oregon, um filtro de pedra de fluxo
vertical ascendente foi construído para atender uma vazão de 757 m3.d
-1. As
granulometrias das pedras eram de 75 a 200 mm, com percentual de porosidade de 42%.
(EPA, 1983). O filtro apresentou um efluente máximo diário limitado a 20 mg.L-1
em
termos de DBO5 e SS, a taxa de aplicação de 0,30 m3/m
3d
-1, de acordo com EPA
(1983).
Em 1975, outro filtro de pedra foi construído, na Califórnia, Missouri, com uma taxa de
aplicação hidráulica de 0,25 m3.m
3d
-1. O efluente do filtro apresentava uma
concentração média de DBO de 21 mg.L-1
e SS de 22 mg.L-1
, para um afluente com 69
mg.L-1
de SS, segundo EPA (1983).
Middlebrooks (1995), em seu estudo apresentou as principais vantagens as principais
dos filtros de pedras, os custos de construção relativamente baixos e a operação simples.
Problemas de maus odores podem ocorrer, e a vida útil dos filtros e os procedimentos
de limpeza ainda não foram estabelecidos.
Von Sperling et al. (2007), avaliaram a influência de diferentes granulometrias (3 a 10
cm e 8 a 20 cm) e taxas hidráulicas (0,5 e 1,0 m3.m
3.d
-1) em filtros de pedra de
escoamento horizontal integrados dentro de lagoas de polimento. Os autores observaram
que o filtro com menor granulometria demonstrou melhor desempenho, assim como a
menor taxa utilizada, e ressaltaram que após dois anos de funcionamento não houve
colmatação do leito filtrante e a perda de carga nos filtros era desprezível.
Onyeka e Ochieng (2010), em seu estudo argumentaram que os filtros grosseiros de
fluxo horizontal apresentam como principais vantagens: comprimento do filtro ilimitado
e simples layout; grande capacidade de armazenamento de lodo; redução de sólidos da
superfície do meio filtrante; menos sensível a alteração na taxa de filtração.
Os filtros grosseiros (roughing filters) apresentam rocha ou cascalho como material
suporte, sendo utilizado para reduzir níveis de turbidez, tal como filtração lenta ou
filtração por membrana (WTPC, 2004).
23
Segundo Ahsan (1996), apresenta redução de turbidez variando de 70% até 90%. No
estudo de Onyeka e Ochieng (2010) os filtros de pedra grosseiros atingem redução de
sólidos suspensos na faixa de 50 a 70%. A desvantagem está relacionada a
procedimentos de limpeza e às vezes requer uma grande área de terra para o tratamento.
A remoção de sólidos suspensos por filtros grosseiros oferece um tratamento superior
aos métodos básicos de sedimentação e representa uma alternativa atraente para os
métodos convencionais mais caros, tal como o método de coagulação (PATIL et. al.,
2012).
Schnoor (1996) afirma que o parâmetro de sólidos em suspensão é considerado como o
terceiro parâmetro mais importante na caracterização da poluição das águas, precedido
apenas pela demanda bioquímica de oxigênio (DBO) e pelo nitrogênio amoniacal (N-
NH4
+), pois estes sólidos presentes nestas águas acrescentam a demanda de oxigênio,
por conseguinte elevam a turbidez. Proporcionando alteração ao habitat da biota
aquática.
A utilização de filtros de pedra podem representar uma ascensão considerável
naproblemática em relação a produção das algas, assim proporcionando a redução e
adequando efluentes do sistema ao corpo receptor.
A elevada concentração de nitrogênio amoniacal nos efluentes dos filtros de pedra pode
inibir a aplicação deste sistema. Como também os filtros de pedra apresenta produção
de gás sulfídrico durante o verão provocando mau odor quando os filtros tornam-se
anaeróbios (MIDDLEBROOKS,1995).
3.4 Fatores que afetam a remoção de algas por filtros de pedra
O delineamento, os arranjos e altos custos para o tratamento de águas
residuáriasassumem grande importância em relação à remoção das algas planctônicas
encontrados no efluente de uma lagoa de estabilização antes de conduzi-la para o corpo
receptor final (KOTHANDARAMAN; EVANS, 1972).
O fitoplâncton rico em algas e cianobactérias são de suma importância na condução de
vários processos em lagoas de estabilização, já que a sua concentração é mais elevado
do que a de bactérias, deste modo, corroborando que tais lagoas apresentem uma
24
coloração esverdeada. Por esta importância é necessária o conhecimento de sua
ecologia, tal como sua interação com o meio, esclarecendo um entendimento intrínseco
e acessível às práticas de engenharia na parte operacional, assim proporcionando a
redução de custos.
Além disso, a eficiência do tratamento do efluente está intrinsicamente associado às
comunidades das algas presentes (CHRISTENSON; SIMS, 2011; ELAND 2012).
A diversidade das algas em lagoas de estabilização pode ser induzida por fatores
abióticos (temperatura e intensidade luminosa), matéria orgânica, vazão e tamanho da
lagoa. Reynolds (1987) relata que além da temperatura e intensidade luminosa, a
composição de espécies fitoplânctonicas pode ser influenciada por parasitas, herbívoros
e substâncias tóxicas.
Eland (2012), em seu estudo, argumenta em relação à propagação das algas é
indispensável uma carga orgânica relativamente baixa geralmente na faixa de 8 - 40 kg
DBO5/ha.d-1
. “A promoção do desenvolvimento de algas é importante para geração de
oxigênio dissolvido através da fotossíntese, que será utilizado pelas bactérias para
remoção da matéria orgânica” (PAIVA, 2012).
A granulometria da pedra no material suporte poderá afetar na redução das algas nesses
filtros. Alguns autores argumentam efeito do tamanho da pedra podem estar relacionado
ao fator da taxa hidráulica (MIDDLEBROOKS, 1988; SAIDAM et al., 1995; VON
SPERLING et al., 2007).
De acordo com Short (2008), as espécies de algas mais encontradas em lagoas de
estabilização são a Chlorella, Chlamydomonas e Scenedesmus reduz o polimento de
efluentes de lagoas, em consequência ao pequeno tamanho diminuto (3 a 30 μm) e
elevadas concentrações dessas espécies.
3.5. Importância das cianobactérias nos sistemas de tratamento de efluentes
A elevada potencialidade das atividades antropogênicas e má condução dos recursos
hídricos tem evidenciado a aceleração da eutrofização dos ambientes aquáticos,
resultando a proliferação excessiva das algas e cianobactérias, assim evidencia a
25
deterioração da qualidade da água e por fim, acarretando prejuízos à saúde pública,
ecológico e sócio econômico.
Segundo Gonçalves (2008), além do aumento da matéria orgânica no efluente, alguns
gêneros de cianobactérias são potencialmente produtoras de metabólitos secundários
com ação tóxica, evento que pode acentuar problemas de saúde pública, quando
lançados em corpos hídricos.
O efluente das lagoas de estabilização apresenta como característica alta concentração
de nutrientes (N e P), assim poderá proporcionar condições susceptíveis a florações de
algas e cianobactérias, e consequentemente liberação de suas toxinas (CRUZ et al.,
2005).
“Algumas cianobactérias filamentosas formam células especializadas denominadas
heterocistos, que são arredondadas, geralmente aumentadas e distribuídas de forma
regular ao longo de um filamento” (MADIGAN et al., 2010).
Um terço das espécies de cianobactérias é capaz de fixar o nitrogênio molecular e
muitas delas possuem uma estrutura especial, o heterocisto, que é uma célula
diferenciada e adaptada para este processo (OBERHOLSTER et al., 2003).
O aspecto prejudicial das florações de cianobactérias em um contexto ambiental começa
com uma perda da claridade da água, que suprime macrófitas aquáticas e afetando
negativamente habitat de invertebrados e peixes.
Kuiper-Goodman et al. (1999) descreveu casos de doenças provocadas por cianotoxinas
em humanos no início da década de 30. Tais eventos foram ocorridos após maciças
florações de cianobactérias e foi tratado com sulfato de cobre, o que fez com que às
células apresentassem a lise celular, por fim provocando à liberação das toxinas
intracelulares. Enquanto as toxinas são liberadas em todas as fases de sua vida,
cianobactérias senescentes e aquelas mortas por sulfato de cobre liberam quantidades
excessivas de toxinas que podem ser difíceis de remover por tratamento de água
potável.
Várias mortes ocorreram por causa de cianobactérias em Caruaru no estado de
Pernambuco. A água utilizada na hemodiálise foi contaminada por microcistina e dentre
26
126 pacientes em hemodiálise, 100 apresentaram problemas no fígado e resultando 60
mortes por insuficiência hepática (falência na atividade do fígado) .
Aquino et al. (2011) argumenta que já foi registrada a ocorrência de pelo menos 20
espécies de cianobactérias potencialmente tóxicas, incluídas em 14 gêneros, em
diferentes ambientes aquáticos brasileiros. Esses autores afirmam que a espécie M.
aeruginosa apresenta a distribuição mais ampla no Brasil e Anabaena é o gênero com o
maior número de espécies potencialmente tóxicas (A. circinalis, A. flosaquae, A.
planctonica, A. solitaria e A. spiroides).
As toxinas de cianobactérias, como também conhecidas por cianotoxinas e agrupadas de
acordo com suas propriedades toxicológicas, tais como: hepatoxinas (microcistinas,
nodularinas e cilindrospermopsina), as neurotoxinas (anatoxina) e dermatoxinas
(lipopolissacarídeo-LPS).
Algumas dessas toxinas, que sãocaracterizadas por sua ação rápida, causam a morte de
mamíferos por paradarespiratória após poucos minutos de exposição. As microcistinas,
que são as toxinas mais amplamente distribuídas têm implicado em envenenamento de
animais e humanos causando dano ao fígado, através da inibição fosfatos proteínas do
tipo 1 e 2 A (HANS et al., 2011).
Os lipopolissacarídeos (LPS) formam uma obrigatória parte da parede celular externa
de bactérias gram-negativa incluindo as cianobactérias (WIEGAN; PFLUMACHER,
2005). Esses LPS são endotoxinas pirogênicas, porém, os poucos estudos disponíveis
indicam que os lipopolissacarídeos produzidos por cianobactérias são menos tóxicos
que os de outras bactérias como, por exemplo, Salmonella (CHORUS; BARTRAM,
1999).
Há algumas dúvidas persistentes em relação a possível vantagem adaptativa na
produção de toxinas pelas cianobactérias. Algumas linhas de pesquisas apontam para
uma proteção contra herbivoria do zooplâncton, outras de que as cianotoxinas poderiam
atuar como quelantes de metais pesados, enquanto outros acreditam que elas podem ter
também um papel na comunicação intercelular (MOLICA; AZEVEDO, 2009).
A Portaria Nº 2.914, de 2011, estabelece que em função dos riscos à saúde associados às
cianotoxinas, é proibido o uso de algicidas para o controle do crescimento de microalgas
27
e cianobactérias no manancial de abastecimento ou qualquer intervenção que provoque
a lise das células. Também estabelece que as concentrações de cianotoxinas devam
representar as contribuições da fração intracelular e da fração extracelular na amostra
analisada.
A Resolução CONAMA 357/2005 que dispõe sobre a classificação dos corpos de água
e diretrizes ambientais para o seu enquadramento bem como estabelece condições e
padrões de lançamentos de efluentes apresenta limites para a densidade de
cianobactérias para as águas naturais: Para águas classes I (20.000 cel/mL), II (50.000
cel/ml), e III (100.000 cel/mL).
3.6 Biofilme
São comunidades abrangentes de microrganismos aderidos às superfícies ou associados
com interfaces. Os agrupamentos microbianos são frequentemente compostos de
múltiplas espécies (bactérias, cianobactérias, protozoários), que interagem uma com as
outras e com o ambiente. A arquitetura do biofilme têm profundas implicações na
função dessas complexas comunidades.
O biofilme pode contribuir com grande importância em sequestrar nutrientes, com o
nitrogênio e o fósforo, assim sendo usado no pré-tratamento de águas residuárias. De
acordo com Madigan et al. (2010), os biofilmes retém os nutrientes necessários ao
desenvolvimento microbiano e promovendo a inibição do destacamento das células de
superfícies presentes em sistemas de fluxo corrente.
Em ambientes naturais de areia, solos, sedimentos, os biofilmes apresentam alto
potencial para polir efluentes de tratamentos secundários, contudo, podendo mitigar ou
concentrar certos contaminantes (GULLICKS, 2008).
Para o início da formação do biofilme destaca-se o contato com superfície irregular,
porosa ou provida de interstício. A estrutura interna do biofilme é composta por
aglomerados contendo células e polímeros que preenchem os espaços entre os
aglomerados de microrganismos, canais e poros preenchidos por líquidos.
O escoamento dos esgotos permite o crescimento bacteriano na superfície do material
de enchimento (meio suporte), formando uma película ativa (biofilme), constituídas por
28
colônias gelatinosas de microrganismos (Zooglea) de espessura máxima de 2 a 3 mm
(METCALF; EDDY, 2003). A matéria orgânica e inorgânica é adsorvida pela película
microbiana, ficando retida em um determinado período de tempo suficiente para a sua
estabilização.
Por conseguinte, parte do biofilme excedente é desprendida, podendo elevar a
concentração de sólidos suspensos no efluente final. O fenômeno ocorre devido a uma
conjugação de fatores, tais como, tensão de cisalhamento causada pela velocidade de
escoamento do líquido entre os espaços vazios do meio suporte, grau de estabilização
dos sólidos, relação crescimento da espessura do biofilme e geração de zonas inativas
(MELO et. al., 2003).
Biofilmes nitrificantes utilizados no tratamento de águas residuárias estão se tornando
cada vez mais importante na remoção biológica de nitrogênio, a fim de manter as
descargas de azoto para o ambiente suficientemente baixo (LYDMARK et al.,2006).
Novas e numerosas abordagens e metodologias experimentais têm sido desenvolvidas a
fim de explorar interações metabólicas, agrupamentos filogenéticos e a competição
entre membros dos biofilmes. Para complementar esta ampla visão da ecologia dos
biofilmes, os organismos individuais têm sido estudados com o uso da técnica da
biologia molecular, a fim de identificar genes necessários para o desenvolvimento do
biofilme e para dessecar as rotas regulatórias que controlam a transição do fitoplâncton
para o biofilme.
3.7 Técnicas da biologia molecular utilizadas nos filtros de pedra
Desde meados da década de 80, tem sido possível o estudo da diversidade e ecologia de
microrganismos em ambientes naturais por meio de técnicas de biologia molecular
(HEAD et al., 1998). Estas técnicas fornecem mais autonomia quando se quer estudar a
diversidade de microrganismos associados a específicos ambientes destinando analisar a
estrutura da comunidade microbiana ou ainda a detecção de organismos específicos em
amostras mais complexas (AMANN et al., 2001).
Já os métodos de cultivo são, em maior ou menor extensão, seletivos a grupos
particulares. A etapa preliminar dos métodos moleculares inicia-se por aplicação de
biomarcadores, ou seja, genes que possuem faixas ou regiões altamente conservadas
29
entre organismos distintos e regiões variáveis, específicas de cada um, para detecção e
identificação de microrganismos. As regiões variáveis podem ser consideradas a
impressão digital de um organismo (PACE et al.,1986).
A molécula do RNR ribossomal (RNAr), um biomarcador amplamente utilizado com a
finalidade de expor à identidade dos organismos. O RNAr é parte integrante do
ribossomo, um arranjo celular responsável pela síntese de proteínas que está presente
em todas as células e, por esta significância, é considerado um biomarcador ideal.
A região 16S compõe a diminuta subunidade dos ribossomos presentes em organismos
procariontes, tais como bactérias e cianobactérias. Os diferentes aspectos genéticos do
RNAr 16S têm sido estudados para destacar relações filogenéticas entre os
microrganismos, por conseguinte, tornando perceptível as sondas nucleotídicas
específicas, a identificação de grupos microbianos individuais em habitats naturais
(DEZOTTI, 2011).
Estas técnicas são aplicáveis de modo a identificar os microrganismos não cultiváveis,
como também para se determinar a diversidade genética de comunidades microbianas
(MUYZER et. al.,1993). O gene do RNAr 16S é de extrema importância nos estudos
ambientais, uma vez que está presente em todas as células procarióticas (ARAÚJO,
2001).
A reação em cadeia da polimerase (PCR) foi desenvolvida em 1983 por Kary Mullis,
uma ferramenta muito sensível para a amplificação da informação genética. Em linhas
gerais, esta técnica constitui-se na capacidade de iniciadores específicos (primers), da
qual as regiões delimitadas do DNA de um organismo têm de anelar meramente com a
sequência desejada recorrente da complementariedade das bases.
Os primers são oligonucleotídeos diminutos apresentando de 10 a 20 pares de bases,
concedendo uma hibridização aprimorada com os filamentos opostos da sequência alvo
(par de bases da fita do DNA estudado), e estimular a síntese da sequência-alvo do
DNA complementar com a contribuição da enzima DNA-polimerase. (DEZOTTI,
2011).
Contudo, a enzima é comumente extraída de Thermus aquaticus, uma espécie de
bactéria, que sobrevive em altas temperaturas, ou seja, termofílicas (SAIKI et. al.,
30
1988). A PCR apresenta um destaque por sua aplicação em avaliar a presença de
microrganismos em amostras ambientais sem a necessidade de cultivá-los.
A utilização dessa ferramenta é de suma importância aos sistemas de tratamento de
águas residuárias, principalmente para o estudo de comunidades ou grupos específicos
em EBPR (Enhanced Biological Phosphorus Removal), UASB (Upward-flow
Anaerobic Sludge Blanket), reator em batelada, wetland, lodos ativados, lagoa de
polimento, filtros de pedra com biofilmes (MULLER; SCHADE; LEMMER, 2007;
WILÉN et al., 2007; AHN et al., 2007; SCHATZ et al., 2013).
De acordo com Sivonen (2008), a PCR convencional é um método simples, rápido e
está se tornando bastante viável para detectar cepas potencialmente produtoras de
microcistina em amostras de água.
O estudo de Vaitomaa et al. (2003) visou desenvolver um método para identificar e
quantificar os principais gêneros produtores de microcistinas com ininiciadores mcyE
para Microcystis e Anabaena nos lagos Tuusulanja¨rvi e Hiidenvesi, na Finlândia, pelo
método quantitativo da PCR em tempo real. O resultado encontrado foi que a
Microcystissp. em relação ao número médio de cópias amplificado pelo gene mcyE
eram de 30 vezes mais abundante que os da Anabaena.
Segundo Dezotti(2011) a PCR compreende uma sucessão de três etapas, que consiste
em um ciclo, e que são determinadas por diferentes temperaturas:
Desnaturação térmica da dupla fita de DNA da amostra: servirá de molde,
gerando duas fitas únicas. Esta etapa abarca a uma incubação rápida (de 30 segundos
a 1 minuto), em temperaturas variantes entre 90°C a 95°C;
Hibridização dos primers ou anelamento específico por complementariedade
com a sequência-alvo do DNA pelo resfriamento: o anelamento se dá na posição 5’
de cada fita simples do DNA molde. As temperaturas ideais para esta etapa variam
com o tempo aproximadamente de um minuto.
Amplificação (alongamento) ou extensão dos oligonucleotídeos com o auxílio
da enzima Taq DNA-polimerase realizada em temperatura que depende unicamente
desta enzima em um tempo dependente do tamanho do gene.
31
Após essa etapa pode-se verificar se há presença ou ausência de produtos amplificados,
constatar o tamanho das bases e se há produtos não desejados ou inespecíficos por
eletroforese em gel de agarose ou poliacrilamida. Assim, pode-se confirma se ocorreu
ou não a amplificação.
A técnica da eletroforese em gel com gradiente desnaturante (DGGE) baseia-se na
eletroforese dos fragmentos de DNA, previamente amplificados pela PCR, em gel de
policrilamida com gradiente linear de desnaturação.
A DGGE tem sido amplamente utilizada em estudos de ecologia microbiana por
permitir o estudo filogenético de comunidades de micro-organismos (MUYZER et al.,
1993). Consistindo em um método capaz de gerar impressões digitais - fingerprint
(códigos de barra) de comunidades microbianas.
O princípio da dissociação se baseia na mobilidade eletroforética do DNA em um gel de
policrilamida que é sensível à estrutura secundária da molécula, com respeito à sua
conformação, que pode ser helicoidal, parcialmente desnaturada ou em fita simples.
Os perfis gerados pela técnica de impressão digital (fingerprint) são embasados na
quantidade de bases nitrogenadas (citosina, guanina, adenina e timina) presentes em
proporções diferentes em cada espécie.
Quando o DNA é submetido à eletroforese em condições crescentes de desnaturação
(química ou térmica), os fragmentos permanecem em fita dupla até atingir as condições
necessárias para a desnaturação de domínios da molécula (melting domains). Esses
domínios possuem as características de possuir temperaturas de desnaturação idênticas,
fazendo com o que, determinada temperatura, ocorra à desnaturação completa nesses
domínios, situados de forma intercalada ao longo da molécula (MUYZER et al., 1993).
Os produtos da PCR, que para uma dada reação geralmente constituem fragmentos
possuindo o mesmo tamanho, irão apresentar diferentes padrões eletroforéticos na
DGGE, isto é, diferentes perfis migratórios no gel desnaturante, o que possibilita
diferenciar cada micro-organismo (MUYZER et al., 1993).
A DGGE pode proporcionar importantes conhecimentos e caracterizar as comunidades
microbianas com alto grau de complexidade. Muyzer et al. (1993) argumenta vantagens
32
por esta técnica em inferir, na filogenia dos membros da comunidade, testar a pureza de
linhagens microbianas e monitorar o isolamento de micro-organismos a partir de
diversas amostras.
A técnica de DGGE ainda permite a excisão das bandas nos géis para o seqüenciamento
dos fragmentos do DNA contidos nas bandas. Os códigos de barras obtidas pela técnica
DGGE, quando associado ao seqüenciamento de bandas e análise filogenética, vem
sendo bastante empregado nos estudos da diversidade estrutural da comunidade
microbiana e no posicionamento filogenético de seus membros (MUYZER; SMALLA,
1998).
Contudo, certos obstáculos podem ser apresentados por esta técnica, por exemplo,
sequencias muito grande podem não ser separadas de modo eficiente. O produto da
PCR não podem passar de 500 pb, fato que pode limitar as informações para inferências
filogenéticas (MUYZER; SMALLA, 1998).
No que se referem à microbiologia ambiental, em particular, a DGGE vem sendo
largamente empregada como ferramenta para obtenção de perfil de populações
microbianas complexas sem a necessidade de cultivá-las (MUYZER; SMALLA, 1998).
33
4 MATERIAIS e MÉTODOS
4.1 Caracterização da área experimental
4.1.1 Município de Rio Formoso
O município de Rio Formoso-PE, podendo ser observado na Figura 1, está situado a
08°39’50’’ de latitude sul e 35°09’32’’ de longitude oeste, distando 81 km da sua
capital, Recife. Limita-se ao norte com o município de Sirinhaém, ao Sul e leste com
Tamandaré, e a oeste com Gameleira. O município apresenta clima tropical, do tipo
AS’, de acordo com a classificação de Köppen. Os meses mais chuvosos são maio,
junho e julho, sendo os mais secos, outubro, novembro e dezembro apresentando uma
precipitação média anual de 2.788 mm. A temperatura média anual é de 24º C,variando
entre a mínima de 18º C e a máxima de 32º C. A vegetação é floresta sub - perenifólia.
Possuiárea de 239, 814 km², com população estimada de 22. 060 segundo IBGE (2010).
Figura 1 - Localização geográfica da área de estudo
Fonte: Adaptado de Adaptada da Companhia Pernambucana de Saneamento (COMPESA). apud
Martins (2012)
34
4.1.2 Descrição das unidades de tratamento da ETE – Rio Formoso
A Estação de tratamento de esgoto do município de Rio Formoso é constituída por:
tratamento preliminar (gradeamento e caixa de areia), três reatores do tipo UASB
(Upflow Anaerobic Sludge Blanket), leitos de secagem, uma lagoa de estabilização e
um conjunto de dois filtros de pedra, com o esquema ilustrado na Figura 2. O sistema
atende a uma população de 15.830 habitantes do município de Rio Formoso-PE. As
principais características dos reatores UASB e da lagoa de polimento estão descritos na
Tabela 1.
Figura 2 - Desenho esquemático do sistema da Estação de Tratamento de Esgoto de Rio
Formoso - PE.
Fonte: Adaptada da Companhia Pernambucana de Saneamento (COMPESA).
35
Tabela 1 - Dados de projeto do reator UASB e lagoa de polimento da ETE Rio Formoso – PE.
Dados do Projeto Reator UASB
(3 unidades)
Lagoa de Polimento
Comprimento (m) 12 167
Largura (m) 6 110
Profundidade útil(m) 4,5 1,5
Área (m2) 186 14110
Volume (m3) 984 28.050
Vazão m3.d
-1 504 504
Tempo de detenção hidráulica (dias) 0,3 8
Fonte: Companhia Pernambucana de Saneamento (COMPESA).
O efluente da lagoa de estabilização segue por gravidade, via tubulação de 250 mm,
para uma caixa de distribuição. Em seguida, o efluente é distribuído aos dois filtros de
pedra através de uma tubulação de 150 mm. O fluxo do líquido é do tipo escoamento
horizontal no interior dos filtros, sendo o material suporte constituído de seixos e pedras
britadas com granulometrias distintas (3 a 10 cm), classificadas como brita três
comercial, brita quatro comercial e pedras de mão comercial. A saída do efluente
filtrado se dá através de canalículos com diâmetro de 28 mm.
Após a reunião do efluente de cada filtro, por meio de tubos coletores, uma tubulação de
250 mm interliga os filtros à elevatória final. Por fim, após a saída deste ponto, o
efluente é conduzido para o Rio Formoso, nas imediações da ponte da BR-101. As
principais características dos filtros de pedra estão podem ser visto na Tabela 2.
Tabela 2- Dados de projeto dos Filtros de Pedra Percolador na ETE Rio Formoso – PE.
Dados do Projeto – Filtros de Pedra
Comprimento (m) 120
Largura (m) 30
Altura do Leito (m) 0,5
Volume (m3) 1980
Número de filtros (unidade) 2
Vazão Média do Filtro (m3.d
-1) 504
Taxa de aplicação hidráulica (m2/m
3.d
-1) 30
Tempo de Detenção Hidráulica (d) 3
Fonte: Companhia Pernambucana de Saneamento (COMPESA).
36
A carga orgânica volumétrica média apresentada neste trabalho pode ser observada na
Tabela 3 e 4 abaixo.
Tabela 3 – Carga orgânica volumétrica (COV) apresentada no filtro 1
Parâmetros Afluente Meio do Filtro 1 Efluente do Filtro 1
DBO (kg.DBO/m3.d
-1) 0,000191 0,000102 0,0000513
NTK (kg.NTK/m3.d
-1) 0,000107 0,0000886 0,0000700
N-NH4+ (kg.N-NH4
+/m
3.d
-1) 0,0000746 0,0000746 0,0000560
Tabela 4– Carga orgânica volumétrica (COV) apresentada no filtro 2
Parâmetros Afluente Meio do Filtro 2 Efluente do Filtro 2
DBO (kg.DBO/m3.d
-1) 0,000191 0,0000980 0,0000561
NTK (kg.NTK/m3.d
-1) 0,000107 0,0000889 0,0000701
N-NH4+ (kg.N-NH4
+/m
3.d
-1) 0,0000746 0,0000501 0,0000561
4.2 Monitoramento do sistema
O monitoramento do sistema foi realizado em intervalos de 15 dias, a primeira coleta foi
realizada no dia 23 de outubro de 2013 e a última coleta foi realizada 10 de junho de
2014 totalizando 230 dias de experimento. Os pontos de coleta foram identificados
conforme a Figura 3.
A quarta coleta, realizada no dia 18 de dezembro de 2013 e décima terceira coleta que
foi realizada no dia 21 de maio de 2014 foram realizados em dias chuvosos. Os filtros
de pedra nos ponto 3 do filtro 1 (ponto localizado a 90 m do afluente do filtro 1) e Ponto
5 (ponto médio do filtro 2 a 60 m do afluente) e ponto 6 (ponto localizado a 90 m do
afluente), apresentaram-se inundados (“afogados”), podendo ser observado no anexo.
Nestes determinados dias, estes pontos não foram coletados, já que não demonstrariam
os resultados reais físico-químicos e biológicos do sistema.
37
Figura 3 - Localização dos pontos de coleta nos filtros de pedra.
Os pontos no estudo foram denominados: afluente do filtro (AF), ponto situado na caixa
de distribuição do efluente da lagoa de estabilização; pontos um (P1 ) e quatro (P4),
pontos situados a 30 m do ponto AF; pontos dois (P2) e cinco (P5), pontos medianos do
filtro - 60m do ponto AF; pontos três (P3) e (P6), pontos situados a 90m do ponto AF e
por fim, pontos do efluente do filtro 1 (EF1) e efluente do filtro 2 (EF2).
Para o estudo de biologia molecular, foram utilizados os pontos: afluente do filtro (AF),
Ponto 2 (ponto médio do filtro 1) e efluente da caixa (EC). O filtro 1 em período
chuvoso deste determinado estudo não apresentou o ponto médio “afogado”, deste
modo foi possível abordar o estudo em relação a dinâmica da população dos
microrganismos ao longo do tempo (período de estiagem x período chuvoso), contudo o
filtro 2 apresentou o Ponto 5 (ponto médio do filtro 2) “afogado” em todas coletas no
período chuvoso, deste modo impossibilitando as análises deste determinado ponto.
As coletas nos pontos AF (afluente) e EC (efluente da caixa de união) foram realizadas
em um recipiente plástico com auxílio de corda. Nos pontos dentro dos filtros de pedra,
a medição dos parâmetros de campo in loco em tubos de PVC perfurados de 30 cm de
altura inseridos no material suporte realizado em trabalho anterior por Martins (2012).
A coleta das amostras foram realizadas com o auxílio de um béquer plástico de 100 mL.
As amostras coletadas foram acondicionadas em frascos de polietileno, e armazenadas
em caixa térmica com gelo, evitando qualquer interferência do meio.
Em relação às análises quali-quantitativa do fitoplâncto, em cada coleta foram coletadas
duas amostras de cada ponto, uma preservada com lugol acético (destinada à análise
38
quantitativa) e outra sem qualquer tipo de preservação para análise qualitativa
(características dos organismos, de forma a contribuir para a identificação).
Todas as amostras foram transportadas para o Laboratório de Saneamento Ambiental
(LSA) da Universidade Federal de Pernambuco, aproximadamente 81 km do município
de Rio Formoso, sendo executados os métodos de coleta em tempo para realização das
análises e preservação preconizada pelo Standard Methods for the Examination of
Water and Wastewater APHA-AWWA-WPCF (2005).
4.3 Variáveis físico-químicas
4.3.1 Parâmetros em campo
Os parâmetros de campo foram mensurados “in loco” e auxiliado por multiparâmetro
(marca HACH, modelo 40 D) e turbidímetro (marca HACH, modelo 2100 P). Os
parâmetros analisados com seus respectivos métodos analíticos encontram-se
referenciados na Tabela 5.
Tabela 5 - Parâmetros analisados em campo
Parâmetro Método Analítico
Oxigênio Dissolvido (mg.L-1
) Eletrométrico
Condutividade Elêtrica (μs/cm) Eletrométrico
Potencial Hidrogênico (pH) Eletrométrico
Temperatura (°C) Eletrométrico
Turbidez (NTU) Turbidímetro
4.3.2 Análises físico-químicas em laboratório
As análises físico-químicas foram realizadas e embasadas pelo Standard Methods for
the Examination of Water and Wastewater APHA-AWWA-WPCF (2012). Para a
determinação da demanda química de oxigênio particulada foi utilizada membrana de
fibra de vidro (porosidade de 1,2 µm). Para determinação das formas dissolvidas
(ortofosfato) foram realizadas filtrações com bomba a vácuo em membranas de fibra de
acetato de celulose (poro de 0,45 μm). Em relação à determinação a formas dissolvidas
de nitrito e nitrato foram realizados os mesmos procedimentos para determinação do
ortofosfato, contudo após as filtrações às amostras foram adicionadas nos tubos
apropriados (vials) de 5 mL, posteriormente inseridos no cromatografo de íons. A
Tabela 6 apresenta os parâmetros analisados, com seus métodos analíticos.
39
Tabela 6- Parâmetros de campo analisados em laboratório e seus respectivos métodos
analíticos
Análises Unidade Métodos Analíticos
Alcalinidade mgCaCO3.L-1
Potenciométrico
DQO (total, filtrada e particulada) mgO2.L-1
Colorimétrico
DBO (total, filtrada e aprticulada) mgO2.L-1
Manométrico (Oxitop)
Fósforo total mgP-PO4-3
.L-1
Vanadato-molibdato
Ortofosfato mgP-PO4-3
.L-1
Vanadato-molibdato
Nitrogênio total mgN-NH4+.L
-1 Macro-Kjedhal
Nitrito mg NO2-.L
-1 Íons
Nitrato mg NO3- .L
-1 Íons
Nitrogênio amoniacal mgN-NH4+.L
-1 Titulométrico
Sólidos suspensos (total, fixo e volátil) mgSST.L-1
Gravimétrico
4.4 Variáveis biológicas
4.4.1 Análise qualitativa do fitoplâncton
Análise qualitativa do fitoplâncton utilizou-se um microscópio óptico binocular da
marca Leica-DME equipado com objetiva de 10, 20, 40 e 100 vezes e ocular de
medição acoplada. Foram confeccionadas lâminas para cada amostragem, com o
material vivo e outro com material preservado com lugol acético. A visualização do
material com a objetiva, de 100 vezes, nas determinadas lâminas foi adicionado o óleo
de imersão,
Em relação às características citomorfológicas e estruturais foram medidas as dimensões
de 30 organismos das espécies mais abundantes e 10 para as espécies pouco frequentes,
utilizando equipamento BEL view 7.1 photonics, acoplado ao microscópio. O mesmo
foi utilizado para fotodocumentação dos organismos.
A bibliografia especializada para a identificação das algas seguiu os seguintes sistemas
de classificação: cianobactérias (Chroococcales) – Komárek & Anagnostidis (2000);
(Oscillatorialles) – Anagnostidis; Komárek (1988); Euglenophyta - Bourrely (1981) e
Chlorophyta – Bicudo e Menezes (2005).
4.4.2 Análise quantitativa do fitoplâncton
Em relação à contagem das células fitoplanctônicas foi utilizado o método de Utermöhl
(1958), usando microscópio invertido Feldmann Wild Leitz, modelo Invert 1500, com
contraste de fase.
40
A quantificação das células (cel.mL-1
) foi realizada por meio de técnicas de transectos
padronizados no sentido vertical e horizontal. Posteriormente, o microscópio invertido
foi calibrado com o auxílio de uma lâmina micrométrica (câmeras de sedimentação de 2
e 5 mL.)
As cianobactérias filamentosas por apresentarem elevados números no período do
estudo, contaram-se as células dos primeiros trinta filamentos no transecto, assim foi
calculada a média de células para cada espécie, multiplicando pelo número de
filamentos contados. Contudo, os demais, unicelulares e coloniais, foi aplicado método
comum de contagem.
4.4.3 Densidade Específica
A densidade específica do fitoplâncton foi calculada seguindo o trabalho de Villafañe e
Reid (1995) e expressa em células.mL-1
D = 𝑁 𝑉𝑐⁄
sendo, Vc = 𝐴𝐶 𝑥 𝑉𝐴𝑡⁄
Onde:
D: Densidade específica (cel.mL-1
)
N: Número de células contadas
Vc: Volume contado (mL)
Ac: Área contada
V: Volume da amostra (volume sedimentado na câmara de Utermohl)
At: Área total da câmara de contagem
4.4.4 Riqueza, abundância relativa e frequência de ocorrência
Riqueza: Condizem ao número de táxons de gênero ou espécie presentes na amostra.
Abundância relativa: Indica a representatividade de cada táxon, seguindo as
recomendações de Lobo e Leighton (1986), utilizou-se a fórmula: A= n x 100/ N, onde,
n = n° de indivíduos de cada táxon; N = no total de indivíduos de todos os táxons.
Foram estabelecidos os seguintes critérios:
41
X > 50 % ........................................... Dominante
≤ 50 e > 30 % ................................ Abundante
≤ 30 e > 10 % ................................ Pouco abundante
≤ 10 % ........................................... Rara
Frequência de Ocorrência: Indica quanto o táxon esteve presente nas amostras
analisadas deste trabalho. Foi calculada de acordo com a metodologia de Mateucci e
Colma (1982), pela fórmula: F = P x 100/ p, onde, P = no de amostras contendo a
espécie; p = no total de amostras examinadas, sendo estabelecidos os seguintes critérios:
X > 70% ................................. Muito frequente
> 40 % e ≤ 70% .......... .................. Frequente
> 20% e ≤ 40%...................... Pouco frequente
< 20% ............................................. Esporádica
4.5 Tratamento estatístico dos dados
Para o tratamento estatístico dos dados foi utilizada planilha eletrônica (EXCEL). Para
estatística descritiva foram utilizando gráficos Box and Whiskers e tabelas, para analisar
as médias e as variâncias entre os dados obtidos. Foi realizado também correlação de
Pearson (valor de r) em relação ao pH e nitrito encontrado no afluente e respectivos
efluentes dos filtros de pedra, como também ao número de células de fitoplâncton
encontrado no afluente e efluente dos respectivos filtros de pedra e respectivos
parâmetros físico-quimicos, tal como temperatura, turbidez, sólidos suspensos totais,
nitrogênio amoniacal e ortofosfato, aplicado com nível de confiança de 95 %. Em
relação a similaridade entre os efluentes dos filtros de pedra de fluxo horizontal, foi
realizado o teste com duas amostras em par para médias para os parâmetros de DBO
Filtrada, sólidos suspensos totais e número total de fitoplâncton.
42
4.6 Ferramentas da biologia molecular aplicadas
4.6.1 Extração do DNA Genômico
A extração do DNA foi realizada pelo Kit comercial Power Soil TM
DNA Isolation Kit
MO BIO laboratórios. Inc. As amostras para esta análise foram coletadas no filtro de
pedra 1, já que apresentou-se em melhor condição na época do estudo. Para adequar a
amostra ao método de extração, é necessário que ocorra uma filtração de 100 mL da
amostra por uma membrana de 0,22 µm (filtro de membrana de mistura de ésteres), com
a finalidade de reter os microrganismos. Em seguida esta membrana é recortada em
diminutos tamanhos. Na sequência com um auxílio de uma pinça, os diminutos
tamanhos da membrana são colocados nos tubos PowerBead para o início da extração
do DNA .
Após a conclusão da extração, o procedimento seguinte é a quantificação do DNA,
através do espectrofotômetro (Nanodrop) aplicando-se 1µL da amostra no aparelho
resultando a concentração final do DNA, podendo ser observado na Tabela 7. Após a
quantificação, DNA é guardado em um compartimento a - 20°C.
43
Tabela 7 - Concentração final do DNA encontrada nas amostras no filtro de pedra 1 de fluxo
horizontal durante o estudo no procedimento da extração e seus respectivos graus de pureza.
Datas Amostras ng.µL-1
A260/280 A260/230
02 Dez. 2013 Afluente 21,6 2,09 0,94
02 Dez. 2013 Ponto médio do filtro 14,9 1,95 0,81
02 Dez. 2013 Efluente 15,4 2,07 0,65
18 Dez. 2013 Afluente 17,7 2,23 0,79
18 Dez. 2013 Ponto médio do filtro 19,6 2,06 0,79
18 Dez. 2013 Efluente 15,3 1,91 0,83
16 Jan. 2014 Afluente 23,9 2,03 0,90
16 Jan. 2014 Ponto médio do filtro 11,0 1,90 0,53
16 Jan. 2014 Efluente 7,6 1,96 0,62
21 Mai.2014 Afluente 14,3 2,42 0,76
21 Mai. 2014 Ponto médio do filtro 13,5 2,18 0,70
21 Mai. 2014 Efluente 8,4 2,47 0,49
10 Jun. 2014 Afluente 11,5 1,84 0,51
10 Jun. 2014 Ponto médio do filtro 11,4 2,04 0,51
10 Jun. 2014 Efluente 9,4 1,94 0,48
A260/280 e A260/230→ Fator de Purificação
4.6.2 Reação em Cadeia da Polimerase (PCR)
Os tampões utilizados na técnica da Reação em Cadeia da Polimerase (PCR) podem ser
visto abaixo:
TE (Tris-EDTA) → 10 mM Tris-HCl y 1,0 mM EDTA, pH 7,5 – 8,0;
TAE (Tris-Acético-EDTA) → 80 mM Tris base, 2,0 mM EDTA, 40 mM
Acetato de sódio, pH 7,4;
As soluções e modelos empregadas na técnica da PCR podem ser observadas na tabela
8 abaixo:
44
Tabela 8 -Referência das soluções empregadas na PCR.
Soluções Modelo
Tampão de reação 10x Invitrogen (Life Technologies)
Mg+2
Invitrogen (Life Technologies)
DNTPs New England Biolabs (N04465)
BAC 968F - GC; BAC 1392R Invitrogen (Life Technologies)
CYA 359F - GC; CYA 781R (a)
e CYA 781R(b)
Invitrogen (Life Technologies)
mcyE 2F ; MicmcyE 8R Invitrogen (Life Technologies)
Taq. Polimerase Platinum Taq DNA polymerase Invitrogen (Life
Technologies)
Antes das extrações foi feito o planejamento e os cálculos das determinadas soluções
para amplificar o DNA. As concentrações e volumes das reações de PCR estão
apresentados na Tabela 9. As extrações obtidas para as amostras analisadas foram
submetidas à amplificação pela técnica da PCR utilizando diferentes iniciadores
(primers) para bactéria.
Tabela 9– Planejamento para a Reação em Cadeia Polimerase (PCR) para Domínio Bactéria
Solução Concentração por reação (X1) Concentração estoque (X16)
10 x Buffer (tampão) 5,0 µL 80 µL
Mg+2
50 mM 2,0 µL 32 µL
dNTPs 10 mM 1,0 µL 16 µL
968F-GC 2,0 µL 32 µL
1392R 2,0 µL 32 µL
DNA 10 ng/µL 1,5 µL 24 µL
Taq polim. 5U/ µL 0,2 µL 3,2 µL
Água ultra-pura 36,3 µL 580,8 µL
Volume final 50,0 µL 800 µL
Deste modo foi elaborado um protocolo ideal para a amplificação, podendo ser
visualizado na Figura 4.
45
Figura 4 - Protocolo Amplificação Domínio Bactéria
As concentrações e volumes das reações de PCR para amplificação dos primers para as
cianobactérias estão apresentados na Tabela 10.
Tabela 10 - Planejamento para a Reação em Cadeia Polimerase (PCR) para Domínio
Cyanobacteria.
Solução Concentração por reação (X1) Concentração estoque (X16)
10 x Buffer (tampão) 5,0 µL 80 µL
Mg+2
50 mM 2,0 µL 32 µL
dNTPs 10 mM 1,0 µL 16 µL
359F-GC 2,0 µL 32 µL
781R (a)* 1,0 µL 16 µL
781R (b)* 1,0 µL 16 µL
DNA 10 ng/µL 1,0 µL 16 µL
Taq polim. 5U/ µL 0,2 µL 3,2 µL
Água ultra-pura 36,8 µL 588,8 µL
Volume final 50,0 µL 800 µL
781R (a)* → Primer Reverse para cianobactéria filamentosa
781R (b)* → Primer Reverse para cianobactéria colonial
Com este propósito foi elaborado um protocolo ideal de acordo com o trabalho de
Vaitomma et al. (2003) para a amplificação, podendo ser visualizado na Figura 5.
46
Figura 5 - Protocolo de amplificação do filo Cyanobactéria
As concentrações e volumes das reações de PCR para amplificação dos primers para o
gene microcistina estão apresentados na Tabela 11.
Tabela 11– Planejamento para a Reação em Cadeia Polimerase (PCR) para gene microcistina
Solução Concentração por reação (X1) Concentração estoque (X17)
10 x Buffer (tampão) 2,5 µL 42,5 µL
Mg+2
50 mM 1,0 µL 17 µL
dNTPs 10 mM 0,5 µL 8,5 µL
mcyE-F2 1,0µL 17 µL
MicmcyE-R8 1,0 µL 17 µL
DNA 10 ng/µL 1,0 µL 17 µL
Taq polim. 5U/ µL 0,1 µL 1,7 µL
Água ultra-pura 17,9 µL 304,3 µL
Volume final 25,0µL 425 µL
Deste modo foi elaborado um protocolo ideal para a amplificação, podendo ser
visualizado na Figura 6.
47
Figura 6 - Protocolo de amplificação da toxina microcistina.
Todos os pares de primers utilizados para as amplificações neste trabalho podem ser
observados na Tabela 12.
Tabela 12 - Primers utilizados para a PCR
Primers Sequência (5’ → 3’) Referência
Bacteria
BAC 968F a- GC AACGCGAAGAACCTTAC Heuer & Smalla 1997
BAC 1392R ACGGGCGGTGTGTRC Brosius et al. 1981
Cianobacteria
CYA 359Fa - GC GGG GAA TYT TCC GCA ATG GG Nübel et al. 1997
CYA 781R (a) GAC TAC TGG GGT ATC TAA TCC CAT T Nübe et al. 1997
CYA 781R (b) GAC TAC AGG GGT ATC TAA TCC CTT T Nübel et al. 1997
Microcistina
mcyE-2F GAA ATT TGT GTA GAA GGT GC Vaitomaa et al. 2003
Mic mcyE-8R CAA TGG GAG CAT AAC GAG Vaitomaa et al. 2003
a- É necessário utilizar sequência rica em GC unida ao extremo 5’ do primer: 5’-CGC CCG CCG
CGC CCC GCG CCC GTC CCG CCG CCC CCG CCC GCC-3’ para os resultados na DGGE.
Se o resultado for positivo, pode-se verificar pela presença de bandas no gel, entretanto
se o resultado da PCR for negativo, é verificado pela ausência de bandas no gel, e
implica que o gênero ou a espécie investigada estava ausente na amostra, ou estava
abaixo do limite da detecção da técnica.
48
4.6.3 Eletroforese em Gel com Gradiente Desnaturante (DGGE)
Procedimentos para preparar soluções de acrilamida e bis-acrilamida
Stack (AA:BA)
a) 37,5 g de Acrilamida (AA);
b) 1,0 g de Bis-acrilamida (BA);
c) Levar até 96,3 mL com água
AA:BA + 80% de uréia e formamida (UF) → (8% de AA e 80% de UF)
a) 32 mL de formamida (deionizada);
b) 33,6 g de uréia;
c) 2 mL de TAE (50x);
d) 15 mL de acrilamida (40%);
e) Levar até 100 mL com água;
f) Filtrar com auxílio de uma mebrana de porosidade de 45 µm.
AA:BA + 0% de ureia e formamida (UF) → (8% de AA e 0% de UF)
a) 15 mL de acrilamida (40%);
b) 2 mL de TAE (50x);
c) Levar até 100 ml com água;
d) Filtrar com auxílio de uma mebrana de porosidade de 45 µm.
Os produtos da PCR foram submetidos a uma eletroforese em gel de gradiente
desnaturante (DGGE), ao qual foi realizado pelo método descrito por Muyzer et. al.
(1993). As condições de gradiente para a formação do gel para bactéria apresentou uma
variação de 40% até 60% de ureia e formamida (UF) e 8% de acrilamida (AA),
enquanto as condições de gradiente para a formação do gel para cianobactéria
apresentou uma variação de 55% até 70%. As diferenças nas condições foram utilizadas
com o objetivo de evitar problemas operacionais. As condições para a formação do
gradiente pode ser visto na Tabela 13 e 14.
49
Tabela 13 - Condições para a formação do gradiente para a eletroforese em gel de gradiente
desnaturante para bactéria.
Condições AA e UF
0%
AA e UF
80%
APS
(10%)
TEMED Volume final
(Vf)
Alta 3,5 mL 10,5 mL 100 µL 10 µL 14 mL
Baixa 7 mL 7 mL 100 µL 10 µL 14mL
Stacking 8 mL ------------ 50 µL 5 µL 8 mL
Tabela 14 – Condições para a formação do gradiente para a eletroforese em gel de gradiente
desnaturante para cianobactéria.
Condições AA e UF
0%
AAe UF
80%
APS
(10%)
TEMED Volume final
(Vf)
Alta 1,75 mL 12,25 mL 100 µL 10 µL 14 mL
Baixa 9,625 mL 4,375 mL 100 µL 10 µL 14mL
Stacking 8 mL ------------ 50 µL 5 µL 8 mL
As condições de eletroforese foram otimizadas para uma temperatura de T = 60°C,
voltagem = 250 V e tempo de corrida de 5 horas. Os gradientes foram gerados usando
um formador de gradientes de duas câmeras com agitação magnética na câmera de
saída. O tampão de corrida foi o TAE.
Após a formação do gel cora-se o mesmo em brometo de etídio (0,5 µg/mL) e observa-
se com o auxílio de um transiluminador UVP de luz ultravioleta (UV). As imagens dos
géis foram registradas por um sistema de captura de imagem L – PIX – ST Loccus do
Brasil. Os marcadores de peso molecular utilizados foram 1 kb plus DNA ladder e o
100 pb DNA ladder.
As referências dos equipamentos utilizados nas técnicas da PCR e DGGE podem ser
observadas na Tabela 15.
Tabela 15 - Referência dos equipamentos utilizados na PCR e DGGE
Equipamentos Modelo
Kit de extração do DNA PowerSoilTM
DNA Isolation Kit (MOBIO)
Centrifuga 351R (MPW)
Vortex Genie 2
Termociclador My cycler (Bio Rad)
Transiluminador UVP
Capturador de Imagens L-Pix-St (Loccus dos Brasil)
Espectrofotômetro Nanodrop 2000 (Thermo scientific)
Pipetas automáticas Labmate Soft (HT polonia)
DGGE Universal mutation detection system (DCODETM
)
50
Após a realização da técnica da DGGE foram recortadas as melhores bandas e
enumeradas, como pode ser observado na Figura 07 e Tabela 16. Posteriormente, os
diminutos pedaços de gel de acrilamida com as bandas foram colocadas em tubos de
eppendorf e adicionou-se 50 µL de água ultra limpa (mili-q). Em seguida, os tubos de
eppendorf com as bandas foram colocados em banho-maria à temperatura de 50°C
durante 40 minutos, com o objetivo de posteriormente de reamplificá-las, e assimenviá-
las para sequenciamento.
5 DISCUSSÃO E RESULTADOS
5.1 Precipitação
A região Nordeste apresenta as estações do ano dividas em dois períodos distintos: um
chuvoso e o outro de estiagem, contudo visto não se observam mudanças relevantes de
temperatura e de outras variáveis meteorológicas ao longo do ano.
A Figura 7 apresenta os valores referentes à precipitação total durante os meses de
estudo. Constatou-se que durante o período amostral (9 meses), os meses mais chuvosos
foram março, abril, maio e junho de 2014. Nesses meses foram registrados elevados
índices pluviométricos. O mês de janeiro de 2014 apresentou menor índice
pluviométrico o durante o estudo.
Figura 7 - Precipitação total referente aos meses de monitoramento
Fonte: Agência Pernambucana de Águas e Clima - APAC (2014)
4,2 0 0 0 26,5 0 0 0 0 0 2 0 0 5 0
20
40
60
80
100
120
140
Precipitação (mm) Precipitação no dia de coleta
51
Segundo a Agência Pernambucana de águas e Clima (APAC, 2014), nas regiões da
Zona da Mata e do Litoral de Pernambuco, o período mais seco corresponde aos meses
de dezembro, janeiro e fevereiro. O mês de fevereiro é considerado como sendo o mês
de fechamento do período, neste mês podem acontecer chuvas ocasionais. O período
chuvoso ocorre, em geral, de junho a setembro.
5.2 Avaliação do comportamento dos parâmetros físico-químicos
5.2.1 pH
A média do pH observada no afluente foi de 8 sendo observado um valor máximo de
8,4 e um valor mínimo de 7,3, podendo ser observado na Figura 8 e Tabela 16. O valor
alto encontrado no afluente (efluente da lagoa de estabilização) pode estar associado às
condições das atividades fotossintéticas na lagoa de estabilização, em que as algas
consomem o CO2 da acidez carbônica do esgoto, assim influenciando diretamente no
aumento dos íons da hidroxila (OH-) podendo ser observado na equação 5.1 e 5.2.
Os carbonatos e hidroxilas podem aparecer em águas onde ocorrem florações de algas
(eutrofizadas), sendo que em período de intensa insolação o saldo da fotossíntese em
relação à respiração é grande e a retirada de gás carbônico provoca elevação de pH para
valores que chegam até atingir 10 unidades. (PIVELLI, 2000)
CO2 + CaCO3 +H2O ↔ Ca(HCO3)2 (Eq. 5.1)
HCO3- ↔ CO2 + OH
- (Eq. 5.2 )
De acordo com PROSAB (2005), a remoção de CO2 ocorre principalmente pela
atividade fotossintética do fitoplâncton que retira da acidez carbônica presente no meio
líquido, ao qual é um elemento essencial para seu metabolismo.
No efluente do filtro 1, a média do pH foi de 7,5 sendo observado um valor máximo de
7,6 e um valor mínimo de 7,5. No efluente do filtro 2, o pH médio visualizado foi de
7,5. O valor máximo foi de 7,6 enquanto, o valor mínimo foi de 7,4. O valor do pH
nessas condições atendem às condições dos sistemas biológicos aquáticos, já que o meio
deve ter premissas ideais de pH entre 6,5 até 8,5, para a manutenção da vida aquática.
52
Valores de pH inadequados podem ser influenciados pela comunidade algal por
tamponamento pelo consumo de gás carbônico (principal fonte natural de acidez da
água) podem afetar a taxa de crescimento dos microrganismos e a remoção de nutrientes
(METCALF; EDDY, 2003).
De acordo com a legislação vigente (CONAMA 357/05), o pH deve estar em 5 até 9
para atender ao corpo receptor de classe 2.
Figura 8 - Variação do pH no afluente, ponto médio dos filtros de pedra e efluente dos filtros de
pedra.
Tabela 16 - Resumo estatístico para o pH nos pontos: afluente, ponto médio dos filtros de perda
e efluente dos filtros de pedra.
Estatística N° de dados Mínimo Máximo Média Desvio Padrão
Afluente 14 7,3 8,4 7,9 0,3
P2 14 7,3 7,8 7,5 0,2
P5 12 7,2 7,9 7,6 0,2
Ef. Filt. 1 14 7,5 7,6 7,6 0,1
EF. Filt. 2 14 7,4 7,6 7,6 0,1
5.2.2 Temperatura
A temperatura apresentada no período do estudo em certos dias apresentou-se por
médias elevadas em alguns pontos. No afluente a temperatura média foi de 30°C sendo
observado um valor máximo de 31°C e 28°C para o valor mínimo, podendo ser
observado na Figura 9 e Tabela 17. A temperatura é diretamente proporcional às
velocidades das reações químicas podendo provocar o recrudescimento microbiológico
do meio.
5
6
7
8
9
Afluente Ponto 2 Ponto 5 EF. Filtro 1 EF. Filtro 2
pH
25% 50% 90% 10% Mín Máx 75% limite CONAMA 430/11 Méd
53
Valores altos de temperatura no afluente podem estar associados ao clima quente e a
alta taxa de insolação encontrada na lagoa de polimento, deste modo temperatura alta
aliada à disponibilidade de nutrientes pode acelerar o crescimento de florações de
cianobactérias perigosas, assim necessitando o seu polimento para adequá-lo para o
envio ao corpo receptor.
Enquanto no efluente do filtro 1, como também no efluente do filtro 2 a temperatura
média observada foi de 29°C. As temperaturas observadas nos efluentes atendem a
legislação vigente (CONAMA 430/11) ao lançar no corpo receptor.
De acordo com Saidam et. al. (1995), a temperatura é o parâmetro que mais influência
na sedimentação das algas nos filtros de pedra. Lançamentos de efluentes com
temperaturas altas no corpo receptor podem resultar em redução da viscosidade e,
portanto, diminui a força de atrito entre a água e a superfície do fitoplâncton.
Figura 9 - Variação da temperatura no afluente, ponto médio dos filtros de pedra e efluente
Tabela 17 - Resumo dos resultados das variáveis estatísticos para temperatura nos pontos:
afluente, ponto médio dos filtros e efluente dos filtros de pedra.
Estatística N° de dados Mínimo Máximo Média Desvio Padrão
Afluente 14 28 31 30 1,0
P2 14 27,8 33 29,2 1,4
P5 12 28 32 29,5 1,0
Ef. Filt. 1 14 27,2 30,8 28,9 0,9
EF. Filt. 2 14 27 30 29 0,7
22
27
32
37
Afluente Ponto 2 Ponto 5 Ef. Filtro 1 Ef. Filtro 2
°C
Temperatura
25% 50% 90% 10% Mín Máx 75% limite CONAMA 430/11 Méd
54
5.2.3 Oxigênio dissolvido
Os níveis de oxigênio dissolvido no afluente apresentaram grande variação, o valor
médio foi de 4±0,9 mgO2.L-1
,sendo 5,8 mgO2.L-1
valor máximo e 2,4 mgO2.L-1
o valor
mínimo, podendo ser observado na Figura 10 e na Tabela 18.
A variação desse parâmetro no afluente pode estar associada à intensidade solar
proporcionando uma alta atividade fotossintética pelas algas e cianoabctérias presentes
na lagoa de estabilização.
Nos filtros de pedra, os valores de oxigênio são baixa em relação á legislação vigente. A
redução do oxigênio pode está associado ao consumo de oxigênio por bactérias com a
finalidade de degradar a matéria orgânica. Contudo, no efluente de cada filtro de pedra
apresenta recuperação desse gás, com a concentração média 5 mg.L-1
de O2 para ambos
os filtros.
Os valores máximos foram de 6,0 mgO2.L-1
para o efluente do filtro 1 e 6,2 mgO2.L-1
para o efluente do filtro 2. Os valores mínimos de oxigênio de dissolvido foram de 4,1
mgO2.L-1
para os efluentes do filtro 1 e filtro 2.
O aumento da concentração de oxigênio pode ter acontecido pela reaeração (produção
exógena) por ação da turbulência do fluxo no efluente ou por ação endógena por
organismos autotróficos, tais como, as cianobactérias. Os valores apresentados no
efluente na caixa de união posteriormente lançada ao corpo receptor atende a legislação
vigente (Resolução CONAMA 357/05).
A concentração de oxigênio dissolvido pode também contribuir para a remoção das
bactérias patogênicas devido à sensibilidade apresentada por algumas espécies
microaerofílicas Helicobacter pylori e Campylobacter jejuni (ROWAN et al., 2003;
LYDMARK et al., 2006).
55
Figura 10 - Variação do oxigênio dissolvido no afluente, ponto médio dos filtros de pedra e
efluente dos filtros de pedra.
Tabela 18 - Resumo estatístico para o oxigênio dissolvidonos pontos: afluente, ponto médio dos
filtros e efluente dos filtros de pedra
Estatística N° de dados Mínimo Máximo Média Desvio Padrão
Afluente 14 2,4 5,8 4,0 0,9
P2 14 0,7 6,6 4,1 1,6
P5 12 2,6 6,8 4,3 1,1
Ef. Filt. 1 14 4,1 6,0 5 0,4
EF. Filt. 2 14 4,1 6,2 5 0,4
5.2.4 Condutividade
As condutividades médias nos pontos não apresentaram grande diferença nos filtros de
pedra, podendo ser observado na Figura 11 e Tabela 19. Em relação ao filtro 1, a
condutividade média no afluente para ambos os filtros foi de 1242 μs/cm, enquanto para
o filtro 1 a média do efluente foi de 1130 μs/cm e para o efluente do filtro 2 foi de 1137
μs/cm.
Segundo Esteves (2011), os valores da condutividade elétrica em regiões tropicais nos
ambientes aquáticos estão mais relacionados com as características geoquímica,
condição climática e influência antrópica da região.
Queiroz (2001), estudando remoção de sólidos em filtros de pedra durante o estudo
realizado entre os meses de agosto até outubro de 2010 encontrou valores de
condutividade média no efluente de 1.146 µs/cm.
012345678
Afluente Ponto 2 Ponto 5 Ef. Filtro 1 Ef. Filtro 2
mg.L
-1
Oxigênio Dissolvido
25% 50% 90% 10% Mín Máx 75% limite CONAMA 430/11 Méd
56
Figura 11 - Variação da condutividade elétrica no afluente, ponto médio dos filtros de pedra e
efluente dos filtros de pedra.
Tabela 19 - Resumo estatístico para a condutividade elétricanos pontos: afluente, ponto médio
dos filtros e efluente dos filtros de pedra
Estatística N° de dados Mínimo Máximo Média Desvio Padrão
Afluente 14 980 1427 1242 137
P2 14 940 1384 1188 143
P5 12 957 1331 1180 135
Ef. Filt. 1 14 932 1321 1130 104
EF. Filt. 2 14 930 1326 1137 92
5.2.5 Alcalinidade Total
A alcalinidade média do afluente demonstrada em ambos os filtros de pedras foi de 147
mgCaCO3.L-1
, podendo ser observada na Figura 12 e Tabela 20. A média no efluente do
filtro 1 foi de 163 mgCaCO3.L-1
, enquanto para o filtro 2 foi de 162 mgCaCO3.L-1
.
De acordo com o trabalho de Oliveira (2010), elevados valores de alcalinidade podem
estar associados a reações de amonificação ou mineralização do nitrogênio orgânico,
deste modo disponibiliza amônia e carbono inorgânico ao meio.
O possível aumento da alcalinidade ao passar ao longo dos filtros de pedra e seus
respectivos efluentes podem também ser influenciada pela característica do material
suporte (brita) pelo desgaste do calcário ao longo do tempo.
No estudo Martins (2012), argumenta-se que este aumento pode ser decorrente da
degradação da biomassa algal. Após a morte das algas a amônia (NH3) é liberada ao
800
1000
1200
1400
1600
Afluente Ponto 2 Ponto 5 Ef. Filtro 1 Ef. Filtro 2
μs/
cm
Condutividade
25% 50% 90% 10% Mín Máx 75% limite max Méd
57
meio e reage com a água poderá resultar aumento dos íons de nitrogênio amoniacal
(NH4+) e hidroxila (OH
-), podendo ser observado na equação 5.3.
NH3 + H2O → NH4+ + OH
- (Eq.5.3)
Figura 12 - Variação da alcalinidade total no afluente, ponto médio dos filtros de pedra e
efluente dos filtros de pedra.
Tabela 20 - Resumo estatístico para a alcalinidade totalnos pontos: afluente, ponto médio dos
filtros e efluente dos filtros de pedra
Estatística N° de dados Mínimo Máximo Média Desvio Padrão
Afluente 14 110 170 147 21
P2 14 96 192 159 24
P5 12 95 177 156 23
Ef. Filt. 1 14 91 196 163 16
EF. Filt. 2 14 92 188 162 15
5.3 Remoção da matéria orgânica
5.3.1 Demanda química de oxigênio total, filtrada e particulada
As concentrações da demanda química de oxigênio (DQO) total média observada no
afluente para ambos os filtros foi de 127 mgO2.L-1
enquanto para o efluente do filtro 1
foi de 27 mgO2.L-1
e para efluente do filtro 2 foi de 28 mgO2.L-1
. A redução da DQO ao
passar pelos filtros de pedra estar relacionada pela redução da matéria orgânica devido à
oxidação de compostos orgânicos ou pela remoção da biomassa presente no afluente do
filtro de pedra.
0
50
100
150
200
250
Afluente Ponto 2 Ponto 5 Ef. Filtro 1 Ef. Filtro 2
mg
.L-1
Alcalinidade Total
25% 50% 90% 10% Mín Máx 75% limite max Méd
58
O parâmetro da demanda química de oxigênio (DQO) total visa medir o consumo de
oxigênio que ocorre durante a oxidação química de compostos orgânicos
(biodegradáveis e não biodegradáveis) presentes.
A respiração aeróbia bacteriana está associada à oxidação de compostos orgânicos para
obtenção de energia celular, onde o oxigênio é utilizado com aceptor de elétrons e o
dióxido de carbono é liberado no processo (ESTEVES, 2011). Os filtros de pedras
promoveram grande remoção da matéria orgânica, podendo ser observada na Figura 13
e Tabela 21.
Segundo Metcalf e Eddy (2003), o esgoto sanitário é classificado como forte quando
apresenta a DQO a partir de 800 mg.L-1
e fraco na faixa de 120 até 250 mg.L-1.
Portanto o esgoto que chega da lagoa de estabilização para ser tratado pelo filtro de
pedra é considerado baixo.
A eficiência média de remoção da demanda química de oxigênio total para o filtro 1 foi
de 79 %, enquanto o filtro 2 apresentou remoção média de 78 % para demanda química
de oxigênio total. As eficiências observadas no período do estudo podem ser observadas
na Figura 14. Foi observado redução da eficiência da DQO em coletas que houve chuva.
ANDRADA (2005), estudando filtros de pedra (brita 3) após uma lagoa na ETE Arruda,
localizada na região de Sabará em Belo Horizonte, no período de 21/10/2004 até
30/06/2005 totalizando 8 meses de experimento, percebeu uma redução na concentração
média da DQO Total de 203 mgO2.L-1
para 97 mgO2.L-1
, produzindo um efluente de boa
qualidade em termos de DQO total.
De acordo com Martins (2012), a remoção de DQO Total nos filtros de pedra também
pode estar associada à presença de cianobactérias, que no escuro podem apresentar um
metabolismo heterotrófico consumindo a DQO Total (BASTOS et al., 2004).
59
Figura 13 - Variação da demanda química de oxigênio total no afluente, ponto médio dos filtros
de pedra e efluente dos filtros de pedra.
Tabela 21 - Resumo estatístico para a demanda química de oxigênio totalnos pontos: afluente,
ponto médio dos filtros e efluente dos filtros de pedra
Estatística N° de dados Mínimo Máximo Média Desvio Padrão
Afluente 14 83 217 127 31
P2 14 46 132 73,7 20
P5 12 22 137 72 25
Ef. Filt. 1 14 12 89 27 21,7
EF. Filt. 2 14 10 90 28 21,0
Figura 14 - Eficiência da demanda química de oxigênio total em todo período do estudo
A demanda química de oxigênio filtrada (DQO filtrada), observada no afluente obteve
uma média de 32 mgO2.L-1
em ambos os filtros. O efluente do filtro 1 apresentou o
resultado médio de 15 mgO2.L-1
, enquanto filtro 2 o resultado médio foi de 14 mgO2.L-
1,podendo ser observada na Figura 15 e Tabela 22. A eficiência média de remoção da
0
50
100
150
200
250
Afluente Ponto 2 Ponto 5 Ef. Filtro 1 Ef. Filtro 2
mg
.L-1
Demanda Química de Oxigênio Total
25% 50% 90% 10% Mín Máx 75% limite CONAMA 430/11 Méd
0
20
40
60
80
100
0 50 100 150 200 250
mg.L
-1 d
e O
2
Dias de Experimento
Eficiência Demanda Química de Oxigênio Total
Eficiência F1
Eficiência F2
60
demanda química de oxigênio filtrada para o filtro 1 foi de 54 %, enquanto o filtro 2
apresentou remoção média de 52 % de demanda química de oxigênio filtrada.
Andrada (2005) realizando pesquisa no mesmo sistema de filtros contribuíram na
remoção complementar da DQO Filtrada no filtro 1 de 61 mg.L-1
de O2 e no filtro 2 de
65 mg.L-1
de O2 com eficiências médias de 68% e 60%, respectivamente.
Humberto (2011) observou um aumento de concentração média de DQO Filtrada de 63
mgO2.L-1
na lagoa facultativa para 123 mgO2.L-1
para o filtro de pedra.
Figura 15 - Variação da demanda química de oxigênio filtrada no afluente, ponto médio dos
filtros de pedra e efluente dos filtros de pedra.
Tabela 22 - Resumo estatístico para a demanda química de oxigênio filtradanos pontos:
afluente, ponto médio dos filtros e efluente dos filtros de pedra
Estatística N° de dados Mínimo Máximo Média Desvio Padrão
Afluente 14 6 48 32 12
P2 14 8 38 27 8
P5 12 5 38 24 10
Ef. Filt. 1 14 5 21 14 5
EF. Filt. 2 14 5 24 15 6
A demanda química de oxigênio particulada (DQO Particulada), apresentou um
resultado médio de 93 mgO2.L-1
para o afluente em ambos os filtros, podendo ser
observada na Figura 16 e Tabela 24. O efluente médio do filtro 1 obteve um resultado
médio de 8 mgO2.L-1
, por conseguinte o efluente do filtro 2 apresentou o valor de 9
05
10152025303540455055
Afluente Ponto 2 Ponto 5 Ef. Filtro 1 Ef. Filtro 2
mg
.L-1
Demanda Química de Oxigênio Filtrada
25% 50% 90% 10% Mín Máx 75% limite CONAMA 430/11 Méd
61
mgO2.L-1
. A eficiência média de remoção da demanda química de oxigênio particulada
para ambos os filtros foi de 91% para o filtro 1 e 90 % para o filtro 2, respectivamente.
Andrada (2005), os filtros de pedra realizaram uma excelente remoção de DQO
particulada no sistema. O Filtro 1 reduziu a concentração média de DQO particulada de
146 mgO2.L-1
para 42 mgO2.L-1
, apresentando uma eficiência média de 71%. No Filtro
2, esta redução foi de 113 mgO2.L-1
para51 mgO2.L-1
, apresentando uma eficiência
média de 54%.
Figura 16 - Variação da demanda química de oxigênio particulada no afluente, ponto médio dos
filtros de pedra e efluente dos filtros de pedra.
Tabela 23 - Resumo estatístico para a demanda química de oxigênio particuladanos pontos:
afluente, ponto médio dos filtros e efluente dos filtros de pedra.
Estatística N° de dados Mínimo Máximo Média Desvio Padrão
Afluente 14 47 176 93 31
P2 14 22 95 47 19
P5 12 6 64 41 18
Ef. Filt. 1 14 0 23 8 7
EF. Filt. 2 14 0 21 9 5
A legislação 357/05 e 430/11 não preconiza padrões para o lançamento de DQO Total,
Filtrada e Particulada. Estabelece que para a determinação da carga poluidora seja
utilizada a DBO, que será o parâmetro a ser apresentado.
020406080
100120140160180200
Afluente Ponto 2 Ponto 5 Ef. Filtro 1 Ef. Filtro 2
mg
.L-1
DQO Particulada
25% 50% 90% 10% Mín Máx 75% limite CONAMA 430/11 Méd
62
5.3.2 Demanda Bioquímica Total, Filtrada e Particulada.
As concentrações da demanda bioquímica de oxigênio (DBO) total observada no
afluente para ambos os filtros foi de 41 mgO2.L-1
enquanto para o efluente do filtro 1 foi
de 11 mgO2.L-1
e para efluente do filtro 2 foi de 12 mgO2.L-1
, podendo ser observada na
Figura 17 e Tabela 24.
A eficiência média de remoção da demanda bioquímica de oxigênio total para o filtro 1
foi de 72 %, enquanto o filtro 2 apresentou remoção média de 69 % de demanda
bioquímica de oxigênio total. As eficiências observadas no período do estudo podem ser
observadas na Figura 18.
Humberto (2011) verificou que não ocorreu remoção na DBO Total. Os valores médios
obtidos foram 56 mgO2.L-1
na lagoa facultativa e 69 mgO2.L-1
no filtro de pedra.
A Resolução CONAMA N° 430 de 2011 estabelece que a Demanda Bioquímica de
Oxigênio - DBO5 dias, 20°C, para efluentes oriundos de sistemas de tratamento de
esgotos sanitários deve ser no máximo de 120 mgO2.L-1
. A ETE Rio Formoso atendeu
aos requisitos durante ao período de estudo com concentração média em seus efluentes
de 12 mgO2.L-1
. Entretanto o afluente dos filtros de pedra sendo oriundas de lagoa de
polimento, as suas concentrações, atendem à legislação pertinente antes mesmo de
passar pelo tratamento terciário.
63
Figura 17 - Variação da demanda bioquímica de oxigênio total no afluente, ponto médio dos
filtros de pedra e efluente dos filtros de pedra.
Tabela 24– Resumo estatístico para a demanda bioquímica de oxigênio total nos pontos: afluente, ponto
médio dos filtros e efluente dos filtros de pedra.
Estatística N° de dados Mínimo Máximo Média Desvio Padrão
Afluente 14 21 58 41 13
P2 14 13 32 22 5
P5 12 14 30 21 6
Ef. Filt. 1 14 3 18 11 4
EF. Filt. 2 14 6 20 12 4
Figura 18 - Eficiência da demanda bioquímica de oxigênio total em todo período do estudo.
A demanda bioquímica de oxigênio filtrada (DBO filtrada), observada no afluente
obteve uma média de 12 mgO2.L-1
em ambos os filtros. O efluente do filtro 1 apresentou
0
50
100
Afluente Ponto 2 Ponto 5 Ef. Filtro 1 Ef. Filtro 2
mg
.L-1
Demanda Bioquímica de Oxigênio Total
25% 50% 90% 10% Mín Máx 75% limite CONAMA 430/11 Méd
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
0 50 100 150 200 250
%
Dias de Experimento
Eficiência da Demanda Bioquímica de Oxigênio Total
Eficiência F1
Eficiência F2
64
o resultado médio de 5 mgO2.L-1
, enquanto filtro 2 o resultado médio foi de 4 mgO2.L-1
,
podendo ser observada na Figura 19 e Tabela 25. A eficiência média de remoção da
demanda bioquímica de oxigênio filtrada para o filtro 1 foi de 56 %, enquanto o filtro 2
apresentou remoção média de 58 %.
Humberto (2011) verificou que não ocorreu remoção na DBO Filtrada. Os valores
médios obtidos foram 19 mgO2.L-1
na lagoa facultativa, e 20 mgO2.L-1
no filtro de pedra
e plástico.
O resultado para o Teste t entre as 14 observações dos efluentes dos filtros de pedra foi
de (t= 0,843). Significa que as médias dos valores não diferem entre os tratamentos, ou
seja, os filtros de pedra para este parâmetro são semelhantes.
Figura 19 - Variação da demanda bioquímica de oxigênio filtrada no afluente, ponto médio dos
filtros de pedra e efluente dos filtros de pedra.
Tabela 25-Resumo estatístico para a demanda bioquímica de oxigênio filtrada nos pontos:
afluente, ponto médio dos filtros e efluente dos filtros de pedra.
Estatística N° de dados Mínimo Máximo Média Desvio Padrão
Afluente 14 4 18 12 4
P2 14 3 11 8 2
P5 12 3 13 8 3
Ef. Filt. 1 14 3 8 5 1
EF. Filt. 2 14 2 7 4 1
A demanda bioquímica de oxigênio particulada (DBO Particulada), apresentou um
resultado médio de 30 mgO2.L-1
para o afluente em ambos os filtros. O efluente médio
do filtro 1 obteve um resultado médio de 7 mgO2.L-1
, enquanto para o efluente do filtro
0
5
10
15
20
25
Afluente Ponto 2 Ponto 5 Ef. Filtro 1 Ef. Filtro 2
mg
.L-1
Demanda Biquímica de Oxigênio Filtrada
25% 50% 90% 10% Mín Máx 75% limite CONAMA 430/11 Méd
65
2 também foi de 7 mgO2.L-1
, podendo ser observada na Figura 20 e Tabela 26. A
eficiência média de remoção da demanda bioquímica de oxigênio particulada para
ambos os filtros foi de 76 %.
Andrada (2005)O Filtro 1 (brita 3), após a Lagoa 3, reduziu a concentração média de
DBO particulada de 28 mgO2.L-1
para 13 mgO2.L-1
, produzindo um efluente com
excelente qualidade em termos de DBO particulada, apresentando uma eficiência média
de 53%.
O Filtro 2 (pedra de mão), após a Lagoa 4, apresentou desempenho inferior, como se
poderia esperar em virtude da maior granulometria, mas ainda assim satisfatório, com
concentrações médias afluentes e efluentes de 23 mgO2.L-1
e 17 mgO2.L-1
,
respectivamente apresentando uma eficiência média de 26% (ANDRADA, 2005).
Figura 20 - Variação da demanda bioquímica de oxigênio particulada no afluente, ponto médio
dos filtros de pedra e efluentes dos filtros de pedra.
Tabela 26– Resumo estatístico para a demanda bioquímica de oxigênio particulada nos pontos:
afluente, ponto médio dos filtros e efluente dos filtros de pedra.
Estatística N° de dados Mínimo Máximo Média Desvio Padrão
Afluente 14 7 50 30 15
P2 14 2 25 13 5
P5 12 3 23 13 5
Ef. Filt. 1 14 3 13 7 7
EF. Filt. 2 14 3 13 7 3
05
1015202530354045505560
Afluente Ponto 2 Ponto 5 Ef. Filtro 1 Ef. Filtro 2
mg
.L-1
Demanda Bioquímica de Oxigênio Particulada
25% 50% 90% 10% Mín Máx 75% limite CONAMA 430/11 Méd
66
5.4 Nutrientes
5.4.1 Nitrogênio Total de Kjeldahl (NTK)
A média encontrada no afluente para ambos os filtros em relação ao parâmetro do
nitrogênio total de Kjeldahl (NTK) foi de 23 mgN-NTK.L-1
. Nos filtros de pedras (60
m), as concentrações médias para o filtro 1 e 2 foi de mgN-NTK.L-1
, podendo ser
observada na Figura 21 e Tabela 27. A eficiência média de remoção do nitrogênio total
de Kjeldahl para ambos os filtros foi de 35 %.
De acordo com Medeiros (2011)maiores relações DBO:NTK favorecem a
predominância da biomassa heterotrófica no biofilme em virtude da maior taxa de
crescimento específico e fluxo de síntese apresentado por estes microrganismos. O
resultado estatístico de Pearson para o parâmetro NTK em relação à DBO apresentou
uma correlação positiva bem fraca para o afluente (r = 0,00), esse valor baixo poder
estar relacionado por condições instáveis de nitrito encontrado em efluente de lagoa de
estabilização.
O efluente do filtro 1, apresentou uma correlação positiva fraca (r = 0,208), entretanto
para o efluente do filtro 2, observou-se uma correlação positiva moderada (r = 0,565).
Este resultado corrobora com a possível nitrificação em biofilmes crescidos no material
suporte do filtro de pedra de fluxo horizontal.
O aumento no efluente dos filtros de pedra pode estar relacionada à presença de archaea
oxidadora de amônia (AOA)em condição de baixo oxigênio (PARKet al., 2006) no
sedimento dos filtro de pedra, já que o fitoplâncton aderido ao material suporte perdem
sua vitalidade em áreas sombreadas, e posteriormente sendo sedimentado, deste modo
favorecendo a oxidação do nitritoa nitrato em condições anóxicas (MADIGAN, 2010).
Como também, desnitrificação anóxica do nitrato para nitrogênio molecular por
organismos heterotróficos (Grady et al., 1999).Neder et al. (2000), em estudo
preliminares do desempenho de uma ETE – Piloto em Brasília-DF por meio de processo
naturais, obtiveram, no filtro de pedra, 14% de remoção de NTK Total, com efluente de
52 mgN-NTK.L-1
. A taxa de aplicação de 0,23 m3/m
3.d.
67
Queiroz (2001) avaliou em escala piloto desempenhos naturais de tratamento na
remoção de SS de efluentes de lagoas de estabilização. Uma alternativa foi a utilização
destas lagoas de alta taxa seguido por um filtro de pedra, constituído por um tanque,
medindo 15 m de comprimento por 3,8 m de profundidade, com sentido de fluxo
horizontal. A taxa de aplicação hidráulica foi de 0,024 m3/m
2.d
As concentrações de NTK nos afluentes foram 70 mgN-NTK.L-1
, enquanto para os
efluentes foram de 60 mgN-NTK.L-1
, apresentando uma eficiência de remoção de 14%,
de acordo com QUEIROZ (2001).
Figura 21 - Variação de nitrogênio total de Kjeldahl no afluente, ponto médio dos filtros de
pedra e efluente.
Tabela 27– Resumo estatístico paranitrogênio total de Kedjhal nos pontos: afluente, ponto
médio dos filtros e efluente dos filtros de pedra
Estatística N° de dados Mínimo Máximo Média Desvio Padrão
Afluente 14 17 28 23 3
P2 14 13 23 19 3
P5 12 13 24 19 3
EF. Filt. 1 14 10 19 15 3
EF. Filt. 2. 14 9 20 15 3
5.4.2 Nitrogênio Amoniacal
As concentrações médias no afluente, efluente do filtro 1 e efluente do filtro 2 foram 16
mgN-NH4+.L
-1, 12 mgN-NH4
+.L
-1e 12 mgN-NH4
+.L
-1, respectivamente apresentando
uma eficiência de remoção média de 25%, podendo ser observado na Figura 22 e Tabela
28. A Resolução CONAMA N° 357 de 2005 estipulava o padrão de lançamento para N
0
5
10
15
20
25
30
35
Afluente Ponto 2 Ponto 5 Ef. Filtro 1 Ef. Filtro 2
mg.L
-1
Nitrogênio Total de Kjeldahl
25% 50% 90% 10% Mín Máx 75% limite CONAMA 430/11 Méd
68
amoniacal como sendo de 20 mg.L-1
, entretanto o padrão foi suspenso. A legislação
ambiental CONAMA N° 430 de 2011 não estabelece padrão máximo para lançamento
de nitrogênio amoniacal para efluentes de sistemas de tratamento de esgotos sanitário.
Nos filtros de pedra, em alguns pontos ocorreram aumentos das concentrações de
nitrogênio amoniacal. Pontos próximos ao afluente podem ter certo aumento devido à
amonificação do nitrato precedente do afluente, outro fator importante é a ureia
(CO[NH2]2) que é um composto presente em sedimentos encontrados no fundo da lagoa
de estabilização oxidada com o líquido no sistema pode resultar no aumento da amônia,
podendo ser observado na equação 5.4.
NH2 ─ CO ─ NH2 + H2O → 2NH3- + CO2 (Eq. 5.4)
. A amônia é o produto final da mineralização aeróbica do nitrogênio orgânico
dissolvido e particulado e pode ser gerado por atividade de organismos heterotróficos.
Por conseguinte, ao passo que as algas ficam aderidas ao material suporte e
posteriormente a morte celular pode haver à liberação do íon amoniacal por
decomposição da biomassa algal.
No meio aquático, especialmente quando o pH é básico o íon amônio instável se
transforma em amônia. Esteves (2011) no meio aquático em sistemas apresentando pH
entre ácido e neutro a amônia formada demonstra-se instável, sendo convertida por
hidratação a íon amônio, podendo ser observado na equação 5.5.
NH3+ H2O → NH4+ + OH
- (Eq. 5.5)
Sabe-se que atualmente a principal forma inorgânica de nitrogênio utilizável
metabolicamente com menor custo energético por produtor primário é o nitrogênio
amoniacal.
Mara e Johnson (2006) estudaram, em escala piloto dois filtros de pedra em paralelo,
com a finalidade de remover nitrogênio amoniacal. Um filtro de pedra apresentava-se
aerado, enquanto o outro estava sem suprimento de oxigênio.
Os resultados mostraram que no filtro aerado apresentou a média de 5 mg.L-1
de
nitrogênio amoniacal, apresentando uma remoção de 32%, contudo o filtro não aerado
69
apresentou um aumento significativo na concentração. Mara e Johnson Op. cit. (2006)
que pode ser devido à amonificação de nitrogênio orgânico atribuído a biodegradação
das algas.
Estudos recentes têm mostrado que a fixação de nitrogênio (N2) não tem atendido a
demanda fitoplanctônica (SCOOT, 2010; PAERL et al., 2010), por várias razões, tais
como (a) fixação de nitrogênio tem alta exigência de energia, (b) a produção de
oxigênio por fotossíntese em florações pode inibir o processo anaeróbio, (c) a mistura
por turbulência e o vento são fatores que podem atrapalhar a fixação do nitrogênio
(MOISANDER et al., 2002).
Figura 22 - Variação de nitrogênio amoniacal no afluente, ponto médio dos filtros de pedra e
efluente dos filtros de pedra.
Tabela 28 - Resumo estatístico para nitrogênio amoniacal nos pontos: afluente, ponto médio
dos filtros e efluente dos filtros de pedra.
Estatística N° de dados Mínimo Máximo Média Desvio Padrão
Afluente 14 12 23 16 3
P2 14 10 20 16 2
P5 12 10 19 15 3
Ef. Filt. 1 14 8 18 12 2
EF. Filt. 2 14 7 19 12 3
5.4.3 Nitrito
O afluente apresentou um valor médio de nitrito de 0,09 mg NO2.L-1
para ambos os
filtros de pedra.Esse baixo valor pode estar relacionado por ser o efluente de uma lagoa
0
5
10
15
20
25
Afluente Ponto 2 Ponto 5 EF. Filtro 1 EF. Filtro 2
mg
.L-1
Nitrogênio Amoniacal
25% 50% 90% 10% Mín Máx 75% Limite CONAMA 430/11 Méd
70
de estabilização, onde o nitrito se apresenta de uma forma muito instável, com
possibilidade de ser oxidado a nitrato ou reduzido diretamente a N2.
O efluente do filtro 1 apresentou uma valor médio de 0,3 mg NO2.L-1
, enquanto o
efluente do filtros 2, o valor médio apresentado foi de 0,2 mg NO2.L-1
, Podendo ser
observada na Figura 23 e Tabela 29. O aumento da concentração média nos efluentes dos
filtros de pedra pode ser explicado pela oxigenação do mesmo, possibilitando a nitrificação.
É importante ressaltar que a nitrificação é responsável pelo decréscimo de pH pois gera
como produto final íons de H+, e esse decréscimo depende da capacidade de
tamponamento no meio. A nitrificação é um processo predominante aeróbico, e como
tal, só ocorre onde há oxigênio.
Neste intuito o resultado da correlação do pH e nitrito em relação ao afluente foi fraca
positiva (r = 0,400). Em contra partida, o resultado para correlação do efluente do filtro
1 foi muito forte positiva (r = 0,866), enquanto para o efluente do filtro 2, o resultado
foi fraca positiva (r = 0,493).A oscilação das taxas de nitrificação em função do pH em
arranjos de biomassa aderida pode ter um performance distinta. Em tal caso pode estar
agregado ao perfil experimental na pesquisa de Barnes e Bliss, (1983).
De acordo com AHN (2006) propõemque as circunstâncias operacionais proporcione
um pHsuperior a 7,0 no valor reacional, tendo em consideração a atenuação da taxa de
nitrificação com pH abaixo de 7,0.
De acordo com Metcalf; Eddy (2003) a alcalinidade residual mínima para nitrificação
em sistemas como biofilmes: x ˃ 45 mg.L-1
(observado) e 50 mg.L-1
(recomendado). O
oxigênio é considerado o principal fator limitante para a atividade de nitrificação, e a
profundidade de penetração de oxigênio geralmente se correlaciona bem com zonas de
alta taxa de nitrificação em biofilmes nitrificantes (GIESEKE et al., 2005).
As bactérias nitrossomonas (N. europaea, N. oligocarbogenes, Nitrosolobus, Nitrospira
e Nitrosococcus) poderão converter o nitrogênio amoniacal a nitrito, e posteriormente as
nitroabacter (N. agilis e N. winogradski) irão oxidar o nitrito a nitrato, podendo ser
observado nas seguintes equações abaixo:
71
(Nitrosomonas) 2 NH4+ + 3 O2→ 2 NO2
- + 4 H
+ + 2 H2O (Eq. 5.6)
(Nitrobacter) 2 NO2- + O2 → 2 NO3
- (Eq. 5.7)
De acordo com Metcalf e Eddy (2003) o gênero Nitrossomonas sp. requerem 3,43 mg
de O2 para cada miligrama de nitrogênio amoniacal oxidado a nitrito. A oxidação do
nitrito a nitrato pelo gênero Nitrobacter sp.demandar 1,14 mg de O2, que totaliza 4,57
mg de O2 para o processo global de nitrificação.
As bactérias nitrificantes podem desempenhar um importante papel ecológico no ciclo
donitrogênio, convertendo a amônia a nitrato.
-
Figura 23 - Variação de nitrito no afluente, ponto médio dos filtros de pedra e efluente dos
filtros de pedra.
Tabela 29 - Resumo estatístico para nitrito nos pontos: afluente, ponto médio dos filtros de
pedra e efluente dos filtros de pedra
Estatística N° de dados Mínimo Máximo Média Desvio Padrão
Afluente 14 0,01 1,0 0,1 0,1
P2 14 0,06 0,2 0,1 0,3
P5 12 0,1 0,3 0,2 0,2
Ef. Filt. 1 14 0,1 0,4 0,3 0,1
EF. Filt. 2 14 0,1 0,38 0.2 0,1
5.4.4 Nitrato
O afluente apresentou um valor médio de 1, mgNO3.L-1
. Já o efluente do filtro 1ª
concentração média foi de 1,9 mgNO3.L-1
e 1,8 mgNO3.L-1
para o filtro 2,
0
0
0
0
0
1
1
Afluente Ponto 2 Ponto 5 Ef. Filtro 1 Ef. Filtro 2
mg
.L-1
Nitrito
25% 50% 90% 10% Mín Máx 75% limite max Méd
72
respectivamente, podendo ser observado na Figura 24 e Tabela 30 Com relação ao
processo de transformação e remoção do nitrogênio pode-se dizer que as bactérias do
gênero Nitrossomonas e Nitrobacter são as principais responsáveis pela formação do
nitrato a partir do amônio.
Segundo Panio; Middlesbrooks (1982), devido à baixa concentração de nitrito e nitrato
encontrada no efluente das lagoas, a nitrificação nesse tipo de sistema terá uma
contribuição insignificante.
A nitrificação autótrofa aeróbia ocorre principalmente pela ação de bactéria oxidante de
amônio e bactéria oxidante de nitrito. As bactérias oxidantes de amônio pertencem ao
grupo litoautótrofo, ou seja, utiliza como fonte de energia o amônio e dióxido de
carbono como fonte de carbono. Contudo, a maioria das bactérias oxidante de nitrito
também considerada litoautotróficas, utiliza nitrito como fonte de energia e dióxido de
carbono como fonte de carbono (HUMBERTO, 2011).
O gênero Nitrobacter pertencente ao grupo de bactérias oxidantes de nitrito, e estão
agrupadas na sub-divisão α-proteobacteria. Esses organismos são responsáveis pela fase
de transformação do nitrito em nitrato. Essa transformação é possível graças a uma
enzima produzida por elas, a nitrito oxidutase(ASSUNÇÃO, 2009).
Figura 24 - Variação de nitrato no afluente, ponto médio dos filtros de pedra e efluente dos
filtros de pedra.
0
1
2
3
4
Afluente Ponto 2 Ponto 5 Ef. Filtro 1 Ef. Filtro 2
mg.L
-1
Nitrato
25% 50% 90% 10% Mín Máx 75% limite CONAMA 430/11 Méd
73
Tabela 30 - Resumo estatístico para nitrato nos pontos: afluente, ponto médio dos filtros e
efluente.
Estatística N° de dados Mínimo Máximo Média Desvio Padrão
Afluente 14 1,0 1,3 1,2 0,1
P2 12 0,94 2,0 1,4 0,1
P5 12 0,73 1,4 1,2 0,1
Ef. Filt. 1 14 1,7 2,1 1,9 0,1
EF. Filt. 2 14 1,6 2,0 1,8 0,1
5.4.5 Fósforo total
A concentração média do afluente foi de 3,3 mgP-PO4-3
.L-1
, enquanto o efluente do
filtro 1 apresentou 2,5 mgP-PO4-3
.L-1
e o filtro 2 também apresentou valor de 2,6 mgP-
PO4-3
.L-1
, podendo ser observada na Figura 25 e Tabela 31. A remoção média
apresentada pelos filtros de pedra foram de 25 % para o filtro 1 e 23 % para o filtro 2.
Os filtros de pedra apresentaram uma baixa remoção, o que já era esperado visto que os
filtros de pedra não têm essa finalidade.
Martins (2012) afirma que o desempenho do filtro na remoção de fósforo, embora não
significativo, pode ocorrer provavelmente por processos físicos de retenção no meio
filtrante ou precipitação química dos fosfatos. No estudo de Saidam et al. (1995)
obtiveram resultados de remoção de 24%, 35% e 46% para os três sistemas de filtro de
pedra avaliados para o polimento de uma lagoa de estabilização.
A concentração de alta de fósforo no corpo receptor é um dos fatores propícios ao
florescimento de cianobactérias nos corpos d’águas. De acordo com Dowing et al.,
(2001) o enriquecimento do fósforo em relação ao enriquecimento do nitrogênio pode
favorecer o desenvolvimento de cianobactérias, especialmente as fixadoras de
nitrogênio que podem suprir suas próprias necessidades de nitrogênio por converter por
ação enzimática e biológica nitrogênio atmosférico (N2) para amônia (NH3).
De acordo com os estudos de Sukeniki et al. (1985), a assimilação biológica de fósforo
pelos organismos fitoplanctõnicos é realizado de forma mais proveitosa na faixa de pH
entre 8,5 até 10. Contudo a faixa do pH neste estudo esteve entre 8,0 até 7,4.
A legislação ambiental CONAMA N° 430 de 2011 não estabelece padrão máximo para
lançamento de fósforo para efluentes de sistemas de tratamento de esgotos sanitário.
74
Figura 25 - Variação de fósforo total no afluente, ponto médio dos filtros de pedra e efluente
dos filtros de pedra.
Tabela 31 - Resumo estatístico para fósforo total nos pontos: afluente, ponto médio dos filtros e
efluente.
Estatística N° de dados Mínimo Máximo Média Desvio Padrão
Afluente 14 2,9 3,8 3,3 0,3
P2 14 2,8 3,4 3,1 0,2
P5 12 2,8 3,4 3,2 0,2
Ef. Filt. 1 14 1,8 3,3 2,5 0,4
EF. Filt. 2 14 2,0 3,2 2,5 0,4
5.4.6 Ortofosfato
A concentração média do afluente foi de 1,7 mgP-PO4-3
.L-1
, enquanto o efluente do
filtro 1 apresentou 1,8 mgP-PO4-3
.L-1
e o filtro 2 foi de 1,9 mgP-PO4-3
.L-1
, podendo ser
observada na Figura 26 e Tabela 32. Como se pode observar houve aumento de
ortofosfato depois de passar pelos filtros de pedra. Martins (2012) argumenta que o
aumento pode ter sido ocasionado pela remineralização anaeróbia.
As cianobactérias podem ser consideradas como um sistema hospedeiro alternativo por
apresentar seu requisito mínimo de nutrientes e natureza fotoautotrófica para a produção
do polihidroxibutirato (PHB) (SUNDARAMOORTHY et al., 2013).
0
1
2
3
4
5
Afluente Ponto 2 Ponto 5 Ef. Filtro 1 Ef. Filtro 2
mg
.L-1
Fósforo Total
25% 50% 90% 10% Mín Máx 75% limite CONAMA 430/11 Méd
75
As cianobactérias têm um mecanismo para armazenamento de fosfato
predominantemente na forma de polifosfato e durante a deficiência do fosfato contém a
escassez por romper as cadeias π do polifosfato.
Outra estratégia apresentada por estes microrganismos por competição ao ortofosfato é
a capacidade de assimilar o elemento além de sua necessidade momentânea, fenômeno
chamado de consumo luxuriante (luxury consumption ou luxury uptake), quando o
fosfato é abundante no meio aquático. (SIGGE, 2005).
Cianobactérias filamentosas que apresentam até 20 divisões celulares em condições de
limitação extrema por fósforo, os grânulos de polifosfato podem fornecer a sustentação
necessária (SIGGE, 2005) visando o ganho de competitividade entre outros
microrganismos.
Figura 26 - Variação de ortofosfato no afluente, ponto médio dos filtros de pedra e efluente
dos filtros de pedra.
Tabela 32 - Resumo estatístico para ortofosfatonos pontos: afluente, ponto médio dos filtros e efluente.
Estatística N° de dados Mínimo Máximo Média Desvio Padrão
Afluente 14 1,0 3 1,7 0,6
P2 14 1,2 2,5 1,7 0,3
P5 12 1,1 2,8 1,8 0,5
Ef. Filt. 1 14 1,2 2,8 1,8 0,5
EF. Filt. 2 14 1,2 2,7 1,9 0,4
0
1
2
3
4
Afluente Ponto 2 Ponto 5 Ef. Filtro 1 Ef. Filtro 2
mg
.L-1
Ortofosfato
25% 50% 90% 10% Mín Máx 75% limite CONAMA 430/11 Méd
76
5.5 Turbidez e Sólidos Suspensos
5.5.1Turbidez
Em relação à turbidez, a concentração média do afluente foi de 120 NTU, enquanto para
os ambos efluentes dos filtros de pedra, a remoção média da turbidez foi de 5 NTU. A
remoção média apresentada pelos filtros de pedra foi de aproximadamente 96 %
podendo ser observada na Figura 27 e Figura 28 e Tabela 33.
Resultados entre turbidez e sólidos suspensos totais estão interligados, já que a turbidez
é a alteração da penetração da luz pelas partículas em suspensão.
Altos valores de turbidez podem afetar diretamente a entrada de luz na água, e
sucessivamente o crescimento de cianobactérias, já que captam a energia luminosa e a
transforma em energia química através do processo da fotossíntese. Os valores altos de
turbidez e sólidos suspensos totais podem estar associados aos períodos de chuvas. A
eficiência da turbidez pode está relacionada à decomposição das algas no material
suporte.
Figura 27 - Variação da coloração da turbidez entre o afluente e efluente dos filtros de pedra
de fluxo horizontal.
77
Figura 28 - Variação de turbidez no afluente, ponto médio dos filtros de pedra e efluente dos
filtros de pedra.
Tabela 33 - Resumo estatístico para turbidez nos pontos: afluente, ponto médio dos filtros de
perda e efluente dos filtros de pedra.
Estatística N° de dados Mínimo Máximo Média Desvio Padrão
Afluente 14 90 142 120 16
P2 14 28 66 49 10
P5 12 30 56 41 8
Ef. Filt. 1 14 2 8 5 3
EF. Filt. 2 14 3 8 5 2
5.5.2 Sólidos Suspensos Totais
A concentração média do afluente foi de 95 mgSST.L-1
, enquanto o efluente do filtro 1
apresentou o valor médio de 33 mgSST.L-1
e o filtro 2 apresentou valor médio de foi de
32 mgSST.L-1
, podendo ser observada na Figura 29 e Tabela 34. O filtro de pedra 1
apresentou uma remoção média de 65 % para sólidos suspensos totais, enquanto o filtro
2 apresentou uma remoção média de 66 % de sólidos suspensos totais.
Nos filtros de pedra, não houve uma grande variação, deste modo foram obtidos
resultados satisfatórios de remoção de sólidos suspensos no sistema.
Os resultados de remoção de SST apresentados por Von SPERLING et al. (2007)estiveram
entre 36% e 75%, para filtros de escoamento horizontal, com despejo doméstico.
O resultado para o Teste t entre as 14 observações dos efluentes dos filtros de pedra foi
de (t = 0,744), significa que as médias dos valores não diferem entre os tratamentos, ou
seja, os filtros de pedra para este parâmetro não apresentaram diferenças significativas.
0
20
40
60
80
100
120
140
Afluente Ponto 2 Ponto 5 Ef. Filtro 1 Ef. Filtro 2
NT
U
Turbidez
25% 50% 90% 10% Mín Máx 75% limite CONAMA 430/11 Méd
78
De acordo com Uhlmann (1980) a qualidade do efluente de lagoas de estabilização pode ser
amplamente relacionada à relativa instabilidade ecológica desses ambientes, bem como a
sua elevada sensibilidade às mudanças de condições meteorológicas do local.
Quanto maior for à densidade de algas, melhor a eficiência na remoção de nutrientes
(LAU et al., 1995). A remoção das algas em filtros de pedra é diretamente influenciada
pelo aumento da altura útil do leito de perlocação, através da redução do risco de
multiplicação destes organismos nas camadas mais profundas do material suporte.
Figura 29 - Variação de Sólidos Suspensos totais no afluente, ponto médio dos filtros de pedra
e efluente dos filtros de pedra.
Tabela 34 – Resumo estatístico para sólidos suspensos totais nos pontos: afluente, ponto médio
dos filtros e efluente dos filtros de pedra.
Estatística N° de dados Mínimo Máximo Média Desvio Padrão
Afluente 14 60 149 95 31
P2 14 8 88 55 19
P5 12 8 97 54 21
Ef. Filt. 1 14 5 64 33 17
EF. Filt. 2 14 4 58 32 15
5.5.3 Sólidos suspensos voláteis
O valor médio apresentado no afluente foi de 46 mgSSV.L-1
. O valor apresentado para o
efluente do filtro 1 foi de 13 mgSSV.L-1
, enquanto para o efluente do filtro 2 foi de 11
mgSSV.L-1
, podendo ser observado na Figura 30 e Tabela 35. A remoção média de
sólidos suspensos voláteis apresentada pelo filtro 1 foi de aproximadamente 72 %,
enquanto para o filtro 2 a remoção média de sólidos suspensos voláteis apresentada foi
de 76 %.
0
20
40
60
80
100
120
140
160
Afluente Ponto 2 Ponto 5 Ef. Filtro 1 Ef. Filtro 2
mg
.L-1
Sólidos Suspensos Totais
25% 50% 90% 10% Mín Máx 75% limite CONAMA 430/11 Méd
79
Figura 30 - Variação de Sólidos Suspensos voláteis no afluente, ponto médio dos filtros de
pedra e efluente dos filtros de pedra.
Tabela 35 - Resumo estatístico para sólidos suspensos voláteis nos pontos: afluente, ponto
médio dos filtros e efluente dos filtros de pedra.
Estatística N° de dados Mínimo Máximo Média Desvio Padrão
Afluente 14 12 88 46 21
P2 14 6 68 27 14
P5 12 5 61 24 13
Ef. Filt. 1 14 1 46 14 10
EF. Filt. 2 14 1 43 11 9
5.6 Remoção de fitoplâncton
A Figura 31 mostra a variação do número total de células do fitoplâncton nos pontos de
amostragem. O valor médio observado no afluente foi de 112.200 de cél.mL-1
. O
efluente do filtro 1 apresentou o valor médio de 2.464 de Cél.mL-1
, enquanto o efluente
do filtro 2 apresentou um valor médio de 2.248 de Cél.mL-1
,podendoser observado na
Tabela 36. .Este resultado demonstra como o sistema de filtro de pedra foi eficaz na
remoção do fitoplâncton apresentando uma eficiência média de redução de número total
de células de aproximadamente de 98 %.
O resultado para o Teste t entre as 14 observações dos efluentes dos filtros de pedra foi
de (t = 0,195), significa que as médias dos valores não diferem entre os tratamentos, ou
seja, os filtros de pedra para este parâmetro não apresentaram diferenças significativas.
0
20
40
60
80
100
Afluente Ponto 2 Ponto 5 Ef. Filtro 1 Ef. Filtro 2
mg
.L-1
Sólidos Suspensos Volaétis
25% 50% 90% 10% Mín Máx 75% limite CONAMA 430/11 Méd
80
Figura 31 - Variação de número total de células no fitoplâncton encontrado no afluente, ponto
médio dos filtros de pedra e efluente dos filtros de pedra.
Tabela 36– Resumo estatístico número total de células no fitoplâncton nos pontos: afluente,
ponto médio dos filtros e efluente dos filtros de pedra.
Estatística N° de dados Mínimo Máximo Média Desvio Padrão
Afluente 14 96.110 138.420 112.000 13.541
P2 14 8.538 11.700 10.565 704
P5 12 6.515 12.510 9.678 1.598
EF. Filt. 1 14 1.068 3.873 2.464 766
EF. Filt. 2 14 1.119 3.465 2.448 728
Alguns autores (Stutz-Mc Donald & Williamson, 1979; Agust & Sánchez,
2002)argumentam que a remoção do fitoplâncton podem está relacionada por
sedimentação, perda da vitalidade celular ocasionada áreas sombreadas e escuras. Os
filtros de pedra apresentam estas áreas sombreadas no que se refere ao material suporte
dispostas no sistema.
O resultado do teste estatístico de Pearson para o parâmetro de temperatura em relação
ao fitoplâncton apresentou uma correlação positiva bem fraca (r = 0,098) para o
afluente. O efluente do filtro 1, apresentou uma correlação positiva bem fraca (r =
0,046), entretanto para o efluente do filtro 2, observou-se uma correlação positiva forte
(r = 0,748). Este resultado pode estar relacionado com a redução do fitoplâncton no
efluente, já que a temperatura é reconhecida como um parâmetro que pode influenciar
na. Temperaturas próximas a 25° C, a taxa de fitoplâncton de água doce geralmente
eucariótica estabiliza ou diminui, enquanto as taxas de crescimento de muitas
cianobactérias aumentam, proporcionando uma vantagem competitiva (PAERL;
HUISMAN, 2009).
1,E+03
4,E+04
8,E+04
1,E+05
Afluente Ponto 2 Ponto 5 Ef. Filtro 1 Ef. Filtro 2
Cél
. m
L-1
N° Total de Célualas do Fitoplâncton
25% 50% 90% 10% Mín Máx 75% Méd
81
Stutz-Mcdonald; Williamson (1979) constataram que as taxas de afundamento das algas
aumentam exageradamente com a temperatura, entretanto o fator de aumento da taxa de
afundamento não pode ser explicado pelo efeito da temperatura sobre a viscosidade da
célula.
A temperatura mais elevada diminuirá a viscosidade da água de superfície e aumentará
a difusão de nutrientes para a superfície da célula, um processo importante quando há
competição por nutrientes entre espécies (PEPERZARK, 2003).
Por estas razões, geralmente conclui-se que florações de cianobactérias podem aumentar
em distribuição e intensidade, quando as temperaturas globais sobem (PAERL;
HUISMAN, 2009).
A correlação entre fitoplâncton e pH no afluente apresentou-se positiva fraca (r =
0,319). No efluente do filtro 1, a correlação apresentou-se positiva fraca (r = 0,316) e
para o efluente do filtro 2, a correlação apresentou-se também positiva fraca (r = 0,101).
O resultado apresentado no afluente corrobora com valores altos de pH pelas condições
abióticas encontradas na lagoa de estabilização. De acordo com Mara e Pearson (1992),
devido à baixa entrada de matéria orgânica na lagoa, há uma menor produção de CO2
nos processos de degradação da matéria orgânica. Em contrapartida, existe um elevado
consumo de CO2 a partir da atividade fotossintética, gerando um saldo negativo de CO2
na massa líquida.
Essa retirada de acidez carbônica, favorece a elevação de pH e possibilita a mudança de
fase da amônia, passando de sua forma iônica (NH4+) dissolvida no meio para forma
livre (NH3) que é gasosa.
A correlação encontrada nos efluentes dos filtros de pedra de fluxo horizontal pode estar
relacionada à nitrificação, pois é responsável pelo decréscimo de pH, já que gera como
produto final íons de H+, e esse decréscimo depende da capacidade de tamponamento
do meio (METCALF;EDDY 2003).
A correlação entre fitoplâncton e sólidos suspensos totais no afluente apresentou-se
positiva fraca (r = 0,156). No efluente do filtro 1 a correlação apresentou-se positiva
82
bem fraca (r = 0,085) e para o efluente do filtro 2, a correlação demonstrada foi positiva
fraca e (r = 0,122).
Este resultado pode estar relacionado a problemas operacionais nas coletas de período
chuvoso, já que o filtro de pedra encontrou-se alagado em alguns pontos. (Anexo)
Como discutido anteriormente, os filtros de pedra promoveu uma boa remoção média de
sólidos suspensos totais, já que existe uma grande densidade de algas no afluente, e
posteriormente esta densidade perde sua vitalidade em ambientes sombreados pela ação
do material suporte, sendo assim mais facilmente adsorvido por este.
Em relação a fitoplâncton e turbidez, a correlação do afluente manteve-se positiva
moderada (r = 0,567). Em relação ao efluente do filtro 1, o resultado da correlação
apresentou-se forte positiva (r = 0,834) e filtro 2 apresentou-se positiva moderada (r =
0,591), respectivamente. Este parâmetro é um indicador de presença algal e pode estar
relacionada com a decomposição das algas por ação do material suporte. Como foi
discutido anteriormente, as algas perde sua vitalidade em áreas sombreadas
proporcionada pelo material suporte. O colapso das vesículas de gás em florações de
cianobactérias por pressão provoca uma diminuição da turbidez (PORAT et al., 1999).
A diminuição da turbidez é proporcional à quantidade de vesículas de gás em colapso
(WALSBY, 1994).
A correlação apresentada pelo ortofosfato no afluente foi positiva bem fraca para o
afluente (r = 0,063), enquanto para o efluente do filtro 1 foi positiva moderada (r =
0,536) e para o efluente do filtro 2 a correlação foi positiva fraca (r = 0,321). O aumento
no efluente pode corroborar com a informação que cianobactérias podem utilizar o
polifosfato durante a deficiência do fosfato.
Este resultado pode corroborar com informações discutidas anteriormente, em relação
as cianobactérias (Planktothrix, Pseudonabaena,) filamentosas que apresentam até 20
divisões celulares em condições adversas de fósforo, como também, a estratégia de
assimilar tal elemento, além da sua necessidade momentânea (consumo luxuriante).
Em muitos sistemas de água doce, tal como lagoa de estabilização, o fósforo é um fato
limitante (SHCHINDLER, et al., 2008). As cianobactérias apresentam uma superação
neste fator limitante por dois mecanismos: (a) produzem fosfatos por enzimas que
83
hidrolisam de solutos orgânicos, e me seguida são realizadas por elas (COELMAN,
1992); (b) as cianobactérias tem acapacidade de sequestrar o fósforo intracelular
(HEALEY, 1982).
Cianobactérias podem ser capazes de dominar tanto em condição de baixa ou alta
concentração de fósforo. De acordo com Posselt et al. (2009), em baixas condições de
nutrientes com elevada afinidade por fósforo lhe permite competir com outro
fitoplâncton.
Em relação ao afluente, a correlação do nitrogênio amoniacal foi positiva fraca com o
valor de (r = 0,170). Em relação ao efluente do filtro 1, o valor de r (r = 0,336) e para o
efluente do filtro 2 (0,289), deste modo o a correlação do nitrogênio amoniacal foi
positiva fraca para ambos efluentes dos filtros de pedra. Este resultado pode estar
influenciadoao passo que as algas ficam aderidas ao material suporte e posteriormente
havendo a morte celular poderá resultar na liberação do íon amoniacal por
decomposição da biomassa algal.
Formas inorgânicas de nitrogênio, principalmente nitrogênio amoniacal e nitrato são
preferencialmente assimiladas por fitolâncton, embora nitrogênio orgânico dissolvido
possa aparecer ocasionalmente (CAREY et al., 2012).
A utilização de nitrogênio gasoso (N2) via fixação do nitrogênio é energeticamente caro
por causa da sua exigência de quebrar a ligação tripla entre moléculas de nitrogênio
durante a formação do amônio e para a manutenção da enzima nitrogenase, essencial
para haver a catalise na ação. (CAREY et al., 2012).
A variação temporal dos parâmetros fitoplâncton total (Cél.mL-1
), temperatura (°C),
sólidos suspensos totais (mg.L1), turbidez (NTU), nitrogênio amoniacal (mg.L
-1) e
ortofosfato (mg.L-1
), afluente e efluente dos filtros podem ser observado na Figura 32 e
33.
84
Figura 32 - Variação temporal dos parâmetros: a) Turbidez (NTU); b) Fitoplâncton total
(Cél.mL-1
); c) pH; d) Temperatura (°C), e) SST (mg.L1), f) Ortofosfato (mg.L
-1) ; g) N.
amoniacal (mg.L-1
), afluente e efluente do Filtro 1 e Filtro 2 na ETE Rio Formoso- PE, no
período de outubro de 2013 a junho de 2014.
0
50
100
150
0 50 100 150 200 250
NTU
Dias de experimento
Afluente
Efluente F1
Efluente F2
0
50000
100000
150000
0 50 100 150 200 250
Cé
l.m
L-1
Dias de experimento
Afluente
Efluente F1
Efluente F2
7
7,5
8
8,5
0 50 100 150 200 250
pH
Dias de experimento
pH
Afluente
Efluente F1
Efluente F2
b)
a)
c)
85
Figura 33 - Variação temporal dos parâmetros: a) Temperatura (°C), e) SST (mg.L1), f)
Ortofosfato (mg.L-1
) ; g) N. amoniacal (mg.L-1
), afluente e efluente do Filtro 1 e Filtro 2 na
ETE Rio Formoso- PE, no período de outubro de 2013 a junho de 2014.
26
28
30
32
0 50 100 150 200 250
°C
Dias de experimento
Afluente
Efluente F1
Efluente F2
0
50
100
150
0 50 100 150 200 250
SST
Dias de experimento
Afluente
Efluente F1
Efluente F2
0
1
2
3
4
0 50 100 150 200 250
PO
4-3
Dias de experimento
Afluente
Efluente F1
Efluente F2
0
5
10
15
20
25
0 50 100 150 200 250
N-N
HH
4+
Dias de experimento
Afluente
Efluente F1
Efluente F2
d)
g)
e)
f)
86
Foram identificados 25 táxons pertencentes a quatro divisões: Chlorophyta (16 táxons),
Cyanophyta (6 táxons), Euglenophyta (2 táxons) e Bacillariophyta (2 táxons), podendo
ser observada na Figura 34. As Chloropytas representaram a divisão com maior número
de táxons (60%), seguidas das Cyanophytas (24%), das Euglenophytas (8%) e
Bacillariophyta (8%), podendo ser observado na Figura 34. O predomínio de
Chloropytas e Cyanobacterias já foi registrado em lagoas de estabilização (CRUZ,
2005). A lagoa facultativa da ETE Barbalha manteve uma coloração esverdeada durante
o ano e foi representada por 22 táxons fitoplanctônicos, distribuídos nas seguintes
divisões: Cyanophyta (Sete), Euglenophyta (Quatro), Bacillariophyta (Um) e
Chlorophyta (Dez). Esta última apresentou uma maior ocorrência de táxons com 45%,
seguida de Cyanophyta 32%, Euglenophyta 18% e Bacillariophyta 5% (AQUINO et al.,
2011).
Figura 34 - Relação dos táxons identificados no fitoplâncton durante o período do estudo.
A relação total dos táxons identificados no sistema de filtros durante o período de
estudo estão apresentandos na Tabela 37. Devido à complexidade de alguns detalhes
para realizar a identificação do fitoplâncton, alguns táxons foram identificados apenas
em nível de gênero.
Cyanobacteria 24%
Chloropyta 60%
Euglenophyta 8%
Bacillariophyta 8%
Representação dos Taxons no Estudo
87
Tabela 37 - Relação dos táxons identificados no fitoplâncton do afluente do filtro de pedra de
fluxo horizontal durante o período de amostragem.
Chlorophyta Cyanophyta
Coelastrum astroideum de Notaris
Coelastrum microporum Nãgeli
Chlamydomonas sp.
Closteriopsis acicularis (Chodat) J.
H. Belcher & Swale
Desmodesmus sp.
Desmodesmus protuberans (Fritsch
&M. F. Rich E. Hegewald
Golenkia sp.
Lepocinclis sp.
Keratococcus sp.
Monoraphidium contortum (Thuret)
Komàrková-Legnerová
Monoraphidium circinale (Nygaard)
Nygaard
Monoraphidium arcuatum
(Korshikov) Hindák
Scenedesmus acuminatus
(Lagerheim) Chodat
Tetraedron sp.
Arthrospira sp.
Merismopedia tenuissima Lemmermann
Microcystis aeruginosa (Kützing) Kützing
Pseudanabaena catenata Lauterborn
Planktothrix mougeotii (Gomont) Komárek &
Anagnostidis
Euglenophyta
Phacus sp.
Phacus Tortus (Lemmermann) Skvortzov
Bacillariophyta
Nitzschia sp.
Navicula Lanceolata Ehrenberg
O gênero mais abundante de cianobactérias no afluente foi a Planktothrix mougeotii,
apresentando uma abundância média de aproximadamente 40%. Outros gêneros
apresentaram certo destaque, tal como a Microcystis aeruginosa (7%) e a Merismopedia
tenuissima (6%), podendo ser observado na Figura 35.
As condições advesas para o fitoplâncton apresentado pelo material suporte e o fluxo
horizontal encontrados nos filtros de pedra proporcionaram uma elevada redução
fitoplancton por tais microrganismos apresentarem distintas formas, proporcionando
adsorção pelo material suporte.
Após a passagem pelo sistema de filtros de pedra, a cianobactéria Merismopedia
tenuissima continuou muito frequente (MF), enquanto que as cinaobactérias Artrospira
sp., Microcystis aeruginosa, Planktothrix mougeotii, esteve pouco frequente (PF). De
acordo com Short (2008), a velocidade da sedimentação de partículas em suspensão
aumenta com o tamanho. Sendo assim, uma célula de tamanho menor confere a
desvantagem de diminuir a velocidade de sedimentação. Este fato pode explicar a
frequência das espécies no efluente, visto que a Merismopedia tenuissima possui células
muito pequenas (1,5 a 2,0 µm de diâmetro) quando comparadas com as outras espécies.
88
Após a passagem pelos filtros de pedra foi observado nos respectivos efluentes que a
espécie Merismopedia tenuissima apresentou-se como mais abundante para o efluente
do filtro 1 (37%) e (36%) para o filtro 2. A espécie Planktothrix mougeotii apresentou
uma abundância média de 16% para ambos os efluentes dos filtros de pedra. A
Microcystis aeruginosa apresentou uma abundância média de aproximadamente 12%
para ambos efluentes dos filtros de pedra.
Então, após o tratamento pode-se notar que no efluente continha cianobactérias, contudo
os determinados gêneros não apresentaram gene produtor de toxina.Um fator importante
apresentado pela Planktothrix mougeotii apresentar-se mais abundante no afluente pode
ser à fototaxia de sua mobilidade em direção à luz, deste modo proporcionando uma
vantagem competitiva em relação a outros microrganismos.
Outro fator importante em relação ao grande volume de cianobactérias filamentosas no
afluente pode estar associado ao fator de indução de hormogonia (hormogonia-inducing
fator – HIF), ou seja, reprodução assexuada por fragmentação dos tricomas
(hormogonia), que ocorre quando filamentos “quebram-se” em alguns pontos e dá
origem a vários fragementos pequenos chamados de hormogônios, que através das
divisões de suas células dando origem as novas cianobactérias filamentosas, tal como,
as cianobactérias Anabaena, Nostoc,Planktothrix, Pseudoanabaena
(CAMPBELL;MEEKS, 1989).
Outro exemplo de vantagem competitiva no ambiente é a vesícula de gás favorecendo
assim, um ajuste vertical de seu posicionamento em uma coluna de água, onde a
intensidade luminosa é ótima à fotossintese.
A espécie filamentosa Planktothrix é adaptada às condições de baixa luminosidade e
especialmente as variações vermelhas que contém o pigmento ficoeritrina muitas vezes
dominantes em florações no metaliminion, a camada limite formada pela termoclina
(HALSTVEDT, 2008).
As vantagens aliadas à regulação na flutuabilidade pode proporcionar redução na perda
por sedimentação em camadas melhor iluminadas, acesso ao fornecimento de nutrientes
disponível em camadas mais profundas. A Planktothrix pode competir eficientemente
com algas planctônicas e outas cianobactérias através da sua flutuabilidade em uma
89
coluna de água estratificada, e assim, uma importante posição entre a relação de
nutrientes e luz (HALSTVEDT, 2008).
Em relação à dinâmica observada por estes determinados gênros após o tratamento pelo
filtro de pedra pode estar associada por tais microrganismos ficarem retidos pelo
material suporte por apresentarem morfologia e tamanho diferente, já que a
Merismopedia tenuissima apresenta tamanho diminuto em relação à Planktothrix
mougeotii eMicrocystis aeruginosa.
Componentes amorfos mucilaginosos é uma parte importante da estrtura da parede
celular em algase cianobactérias. A ocorrencia de micro-algas e cianobactérias
mucilaginosas, tais como os gêneros Merimospedia e Microcystis, é enfatizada pela
separação das células dentro da colônia. Estes agregados não estão limitadas pelo
tamanho, uma vez que os metabólitos são capazes de difundir-se a partir de células
individuais através da matriz mucilaginosa (RAI et al., 2003).
Muitas microalags apresentam estratégias para evitar à bioacumulação por zooplancton
através do tamanho maior (dimensão linear axial) em colônias, por exemplo, os gêneros
Anaabena, Microcystis (SIGEE, 2005).
Algas e cianobactérias também são capazes de modular o tamanho a partir das
condições ambientais, assim adaptando os seus parâmetros funcionais, tais como: i)
absorção de luz, o controle do tamanho das colônias de Microcystis aeruginosa
(ROBARTS; ZOHARY, 1984); ii) capacidade competitiva em geral, ao qual o tamanho
médio do fitoplancton tende aumentar com o tamanho da biomassa na comunidade
(DUARTE et al.1990); iii) as condições de alta turbulencia leva a populações de
microalgas apresentar tamanhos pequenos, tal como os gêneros Merimospedia e
Microcystis (STEINBERG;GELLER, 1993).
Uma camada exterior de mucilagem aumenta o tamanho global e confere uma química
de superfície distintiva as células das algas. A mucilagem tem um papel fundamental na
morfologia destes microrganismos e possui importantes implicações ecológicas nos
ciclos biogeoquímicos. Memos as algas consideradas não mucilaginosas tipicamente
têm uma camada de superfície de material polissacarídeo.
90
O efeito da superficie em mucilagem é ocasionado pela taxa de afundaemnto na coluna
de água através da equação de Stokes abaixo.
𝜈s = 2gr2(𝜌 – 𝜎) (9𝜂)-1 (Eq. 5.7)
Onde, 𝜈s é a velocidade terminal da particula (m.s-1
), g é a aceleração gravitacional
(m.s-2
), 𝜂 é o coeficiente de viscosidade do meio do líquido (kg.m.s-1
), 𝜌 e 𝜎 são as
densidadesda partícula e o meio líquido, respectivamente (kg.m.s-3
), e r é o raio da
partícula (m)
Ao qual a taxa de sedimentação dependerá do equilibrio entre o aumeto da taxa de
sedimentação e diminuição da taxa de densidade.
Alguns autores relatam que cianobactérias de tamanho pequeno, tal como,
Merismopedia sp.desenvolvem melhor na presença do íon amônio e apresentam elevada
capacidade de absorção de CO2 e de nutrientes (STEWART e HESSAMI, 2005).
De acordo com Dunck et al. (2013) a espécie Merismopedia sp.pode dominar ambientes
por determinada características, tais como, a capacidade de permanecer em suspensão
na coluna de água por meio da bainha de mucilagem, apresentando baixa velocidades de
decantação. Segundo Kruk et al. (2010) a espécie Merismopedia são ótimas coletoras de
luz, desenvolvem-se em baixas concentrações de nutrientes e têm baixas de decantação.
91
Figura 35 - Abundância relativa do fitoplâncton durante o perído do estudo.
Em relação à frequência de ocorrência do fitoplâncton na Tabela 38, no
afluente,Merismopedia tenuissima, Planktothrix mougeotii a foram muito frequentes
enquanto que Microcystis aeruginosa, Artrospira sp. Tetraedron sp. e Phacus tortus
foram frequentes. Em estudo sobre cianobactérias realizado por Aquino et al. (2010) no
semi-árido nordestino, a espécie Planktothrix isothrix esteve representada como muito
frequente, assim como também foi identificada a elevada ocorrência Microcystis
aeruginosa e Merismopedia trolleri. Os autores concluíram que em lagoas de maturação
as condições são mais favoráveis para o desenvolvimento de cianobactérias.
No estudo da avaliação da comunidade fitoplanctonica da lagoa facultativa da ETE
Mangabeira realizado por Oliveira (2010), as espécies Planktothrix agardhii,
Merimospedia tenuissima,Chroococcus distans e Synechocystis aquatilis foram muito
frequentes na região afluente da lagoa, enquanto na região de saída, somente a
Planktothrix agardhii,e a Merimospedia tenuissima também se apresentaram muito
frequente.
Na avaliação da cianobactéria em efluentes de um sistema combinado de lagoas de
estabilização (duas lagoas facultativas e uma de maturação) seguida por decantador de
algas e tanque de contato de cloro no trabalho realizado por Godoy (2007) realizado na
05
1015202530354045
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Abundância Relativa
Afluente (%)
Efluente do Filtro 1 (%)
Efluente do Filtro 2 (%)
92
ETE da Riviera de São Lourenço, Bertioga-SP, demonstrou que as espécies mais
presentes ao longo do sistema foram Planktothrix sp. (90 a 100 %) e Merismopedia sp.
(5 a 67 %), as quais foram predominantes durante todo o período de estudo. O referido
autor também observou que Planktothrix sp. possui a maior capacidade de permanecer
no sistema com melhor resistência a remoção, enquanto as demais espécies encontradas
(Microcystis sp., Phormidium sp., Chroococcus sp., Pseudanabaena sp. Aphanocapsa
sp.) foram removidas até o decantador de algas.
Tabela 38 -Frequência de ocorrência (%) dos táxons identificados no afluente e efluente na
ETE Rio Formoso- PE, no período de outubro de 2013 a junho de 2014.
Frequência de Ocorrência (%)
Táxons Afluente
(FO%) Categoria
Efluente Caixa
(FO%)
Categoria
Cyanophyta
Arthrospira sp. 50 F 35 PF
Limnothrix 35 PF 28 PF
Merismopedia tenuissima 100 MF 85 MF
Microcystis aeruginosa 42 F 42 PF
Pseudanabaena catenata 35 PF 21 PF
Planktothrix mougeotii 85 MF 35 PF
Chlorophyta
Chlorococcum sp. 21 PF 0 -
Coelastrum astroideum 28 PF 0 -
Coelastrum microporum 14 E 7 E
Chlamydomonas sp. 42 PF 0 -
Closteriopsis acicularis 35 PF 0 -
Desmodesmus sp. 50 F 0 -
Desmodesmus opoliensis 71 MF 28 PF
Golenkia sp. 28 E 14 E
Lepocinclis sp. 14 E 7 E
93
Keratococcus sp. 14 E 7 E
Monoraphidium arcuatum 14 E 7 E
Monoraphidium circinale 21 PF 7 E
Monoraphidium
contortum 28
PF
7
E
Scenedesmus acuminatus 35 PF 0 -
Tetraedron sp. 57 F 0 -
Euglenophyta
Phacus sp. 35 PF 0 -
Phacus Tortus 50 F 0 -
Bacillariophyta
Nitzschia sp. 21 PF 0 -
Navicula lanceolata 28 PF 0 -
(i) E – Esporádico; (ii) PF – Pouco frequente; (iii) F – Frequente; (iv) MF – Muito frequente
O decaimento das células de fitoplâncton durante a passagem no filtro de pedra foi bem
importante. Nos pontos médios dos filtros de pedra as quantidades encontradas de
fitoplâncton foram em média de 10.000 cél..mL-1
, assim atendem os limites
preconizados pela legislação CONAMA 357 de 2005 para águas de classe II (50.000
cél.mL-1
). De acordo com Martins (2012), à densidade de fitoplâncton total, e usando
como comparação aos padrões para cianobactérias da legislação vigente, conclui-se que
essas quantidades refletem números positivos, visto que estão bem abaixo do permitido
pela legislação no que tange o limite de cianobactérias no despejo de rios de classe II.
A densidade média da distribuição das cianobactérias dominantes no afluente e
efluentes do filtro de pedra 1 e filtro de pedra 2 foram parecidas, podendo ser
observado na Figura 36. A Merismopedia tenuissima (63 %), Planktothrix mougeotii (30
%), Microcystis aeruginosa (7 %) apresentaram maior resistência à remoção ao
tratamento nos dois filtros de pedra.
94
Figura 36 - Distribuição relativa média das densidades de cianobactérias no afluente e
efluente do filtro 1 e filtro 2 no período do estudo.
5.7 Biologia molecular
5.7.1 Bactérias
No presente estudo observou que a técnica da reação em cadeia da polimerase (PCR) foi
positiva para as amplificações das bandas em relação ao domínio bactéria, podendo ser
95
observado na Figura 37. A PCR realizada para bactérias teve a finalidade de
posteriormente certificar se há ou não presença bactérias nitrificantes no período do
estudo, para o resultado futuro do sequenciamento das determinadas bandas que será
abordado no artigo deste trabalho.
Como também, presença de microrganismos heterotróficos, com ampla distribuição de
taxa bacterina, incluindo Pseudomonas, Bacillus, Thiobacillus, Propionibacterium
(FIRESTONE, 1982). Microrganismos anaeróbios facultativos capazes de utilizar o
oxigênio do nitrato (NO3-) como aceptor de elétron para lidar com baixa oxigenação ou
condições anaeróbias (WRAGE et al., 2001).
Apresentam necessidades nutricionais bastante simples e crescem
quimiorganotroficamente em pH neutro e em temperatura mesofílica, além de
apresentar importância ecológica no solo e na água, sendo provavelmente responsáveis
pela degradação de substrato vegetal e animais em habitats óxicos (MADIGAN et al.,
2010).
Figura 37 - Resultado da PCR com as amplificações das bandas para o domínio Bactéria.
Com o resultado positivo das amplificações na PCR, foi feito um gel de uréia e
formamida para eletroforese em gel de gradiente desnaturante (DGGE) com amostras
96
em período de estiagem e chuvoso, podendo ser observado na Figura 38 com a
finalidade de apresentar uma variação temporal do perfil de bandas.
Houve dinâmica em determinadas populações nas amostras na DGGE (Figura 37) das
bactérias podendo ser influenciadas pelas condições abióticas e bióticas nos filtros de
pedra durante o período do estudo. Em alguns casos foi capaz de observar uma
diminuição no numero de bandas após o tratamento do afluente (10, 13) resultando clara
redução de intensidade nas bandas do efluente (12, 15), o que indica a alta eficiência do
filtro de pedra na remoção de microrganismos.O gel foi confeccionado com amostras no
determinado período do estudo, podendo ser observado na Tabela 39.
Figura 38 - Perfil de bandas de DGGE das amostras de bactérias.
97
Tabela 39 - Amostras utilizadas em seu determinado período e pontos caracterizados na
formação do gel da DGGE para bactéria
Datas Período Pontos
02 Dez. 2013 Estiagem 1 → Afluente
02 Dez. 2013 Estiagem 2 → Meio do filtro
02 Dez. 2013 Estiagem 3 → Efluente
18 Dez. 2013 Estiagem 4 → Afluente
18 Dez. 2013 Estiagem 5 → Meio do filtro
18 Dez. 2013 Estiagem 6 → Efluente
16 Jan. 2014 Estiagem 7 → Afluente
16 Jan. 2014 Estiagem 8 → Meio do filtro
16 Jan. 2014 Estiagem 9 → Efluente
21 Mai. 2014 Chuvoso 10 → Afluente
21 Mai. 2014 Chuvoso 11 → Meio do filtro
21 Mai. 2014 Chuvoso 12 → Efluente
10 Jun. 2014 Chuvoso 13 → Afluente
10 Jun. 2014 Chuvoso 14 → Meio do filtro
10 Jun. 2014 Chuvoso 15 → Efluente
5.7.2.Cianobactéria
No presente estudo podem-se notar amplificações para cianobactérias nas determinadas
amostras pela técnica da PCR, podendo ser observado na Figura 39. Outro aspecto
importante que possa implicar na redução do fitoplâncton pode estar associado à fixação
destes microrganismos no biofilme encontrado no material suporte, competição por
nutrientes ou apresentar condições aleopáticas.
Aleopátia é um fenômeno biológico que organismos produtores primários utilizam por
competição, assim podem interferir no crescimento de organismos por biomoléculas,
que são conhecidos como metabólitos secundários (MENDES;VERMELHO, 2013).
98
Figura 39 - Ferramenta da PCR visando à visualização da intensidade das bandas de
cianobactérias
A dominância das cianobactérias pode estar relacionada às condições ambientais
encontradas nos filtros de pedra. Algumas algas e cianobactérias utilizam o mecanismo
de aleopátia, um papel fundamental para influenciar quimicamente outros
microrganismos por competição e conquistar determinado espaço rico em luz e
nutrientes. A Atividade aleopática é um fenômeno realizado por produtores primários de
água doce (INDERJIT; DAKSHINI, 1994).
Leflaive; Tem-Hage (2007) argumentam em relação ao contexto de competição com
outros organismos fotoautotróficos, que compostos aleopáticos podem inibir a
fotossíntese, excluir o outro competidor pela ação da decantação ou paralisia e por fim
até levar a morte.
Já no contexto do predador, os compostos aleopáticos em virtude da defesa, seriam
eficientes por envenenamento de herbívoros ou modalidade resistente em outras algas
(LEFLAVIE; TEM-HAGE OP. cit., 2007).
Estes compostos orgânicos (metabólitos secundários) que podem afetar de maneira
positiva ou negativa outros organismos são denominados aleoquímicos. Entre os
aleoquímicos, podem ser observados compostos aleopáticos em anti-algas antibióticos,
99
anti-predadores, anti-fungicos (SMITH; DOAN, 1999) podendo produzir compostos
aleopáticos.
Deste modo poderá ter uma vantagem sobre os seus concorrentes. A inibição do
crescimento ou até mesmo a morte por inibição da fotossíntese é um modo bastante
generalizado para morte de cianobactérias. Compostos aleopáticos de cianobactérias são
geralmente solúveis em solventes orgânicos e insolúveis em águas e tem um peso
molecular baixo. Esta propriedade ajuda a alcançar os tilacóides onde a fotossíntese
ocorre (SMITH; DOAN, 1999).
Um composto não identificado a partir da cianobactéria Microcystis sp. também induz
ao estresse oxidativo no dinoflagelado Peridinium gatunense. Inibe atividade da
anidrase carbônica que simula as condições de limitação de CO2 (SUKENIK et al.,
2002). Na presença da luz, o que pode conduzir à formação de espécies de oxigênio
reativo (ROS) e especialmente H2O2 pode induzir a morte celular programada, é um
processo para fechar a apoptose de células animais e vegetais (VARDI et. al., 1999).
Deste modo, presença de floração aquática densa e tóxica pode resultar um perigo à
saúde humana, além de animais silvestres encontrados no entorno dos corpos d’água e
prejuízos à comunidade circunvizinha que utilizam o recurso hídrico no seu dia a dia.
Com o resultado positivo da amplificação das amostras foi feito a DGGE(Figura 40)
com as amostras em período de estiagem e chuvoso, com a finalidade de avaliar
possíveis diferenças na composição das comunidades das cianobactérias analisadas no
determinado período do estudo. Os padrões das bandas foram idênticos para a maioria
das amostras.
Contudo nas amostras (8, 9) e (11, 12) pode-se notar a eliminação quase por completa
de cianobactérias pelo sistema de tratamento (Figura 35). Na amostra (5, 6) não houve
eliminação de cianobactérias, provavelmente devido à ocorrência das chuvas esporádica
no período de estiagem realizada neste estudo. Deste modo, diminuíram o tempo de
residência do afluente no filtro. As determinadas amostras realizadas durante o período
do estudo podem ser observadas na Tabela 40.
100
Figura 40 - Perfil de bandas de DGGE das amostras de cianobactérias.
Após o resultado da DGGE de bactérias e cianobactérias que houve dinâmica das
populações para os determinados microrganismos durante o período do estudo
realizado. Contudo Na quinta coleta que foi realizada no dia 18 de dezembro de 2013
foi uma semana atípica de forte chuvas, deste modo pode-se notar que as intensidade
das bandas em relação tempo e espaço para o gel de cianobactérias foram mais intensas,
ou seja, a eficiência da remoção destes microrganismos foi reduzida, podendo ser
observado na Figura 39 e Tabela 40.
Deste modo, este resultado das intensidades luminosos provocadas pelo gel da DGGE
corroborar com os resultados de turbidez atípico no dia 18 de dezembro de 2013 com os
parâmetros de turbidez no afluente foi de 115 NTU e nos efluentes dos filtros de pedra 1
e 2 foram 12 NTU e 11 NTU, respectivamente para esta determinada coleta, como
também os resultados de sólidos suspensos totais evidenciaram o resultado 114 mg.L-1
,
enquanto para os efluentes do filtro 1 e filtro 2 foram de 17 mg.L-1
e 15 mg.L-1
,
respectivamente. Por fim, a remoção do número total de células do fitoplãncton, no
afluente o resultado apresentado foi de 103.785 Cél.mL-1
e nos efluentes de dos filtros
de pedra 1 e 2 foram 3.873 Cél.mL-1
e 3.017 Cél.mL-1
, respectivamente.
101
Tabela 40 - Amostras utilizadas em seu determinado período e pontos caracterizados na
formação do gel da DGGE para cianobactéria.
Datas Período Pontos
02 Dez. 2013 Estiagem 1 → Afluente
02 Dez. 2013 Estiagem 2 → Meio do filtro
02 Dez. 2013 Estiagem 3 → Efluente
18 Dez. 2013 Estiagem 4 → Afluente
18 Dez. 2013 Estiagem 5 → Meio do filtro
18 Dez. 2013 Estiagem 6 → Efluente
16 Jan. 2014 Estiagem 7 → Afluente
16 Jan. 2014 Estiagem 8 → Meio do filtro
16 Jan. 2014 Estiagem 9 → Efluente
21 Mai. 2014 Chuvoso 10 → Afluente
21 Mai. 2014 Chuvoso 11 → Meio do filtro
21 Mai. 2014 Chuvoso 12 → Efluente
10 Jun. 2014 Chuvoso 13 → Afluente
10 Jun. 2014 Chuvoso 14 → Meio do filtro
10 Jun. 2014 Chuvoso 15 → Efluente
Neste intuito, foram enumeradas e recortadas as principais bandas nos géis de bactéria e
cianobactéria, podendo ser observada na Figura 41 e Tabela 41com a finalidade de
reamplificá-las e posteriormente enviá-las para sequenciamento para tais resultados
serem discutidos a ecologia intrinsicamente ligadas às condições abióticas e bióticas
produzidas no artigo futuro.
Figura 41 - Bandas recortadas para reamplificação e posterior sequenciamento
do gel A (bactéria) e gel B (cianobactéria)
102
Tabela 41 - Amostras utilizadas no determinado período do estudo e pontos caracterizados na
formação do gel de ureia e formamida para a DGGE A (bactéria) e B (cianobactéria).
Datas Período Pontos
02 Dez. 2013 Estiagem A → Afluente
02 Dez. 2013 Estiagem B → Meio do filtro
02 Dez. 2013 Estiagem C → Efluente
18 Dez. 2013 Estiagem D → Afluente
18 Dez. 2013 Estiagem E → Meio do filtro
18 Dez. 2013 Estiagem F → Efluente
16 Jan. 2014 Estiagem G → Afluente
16 Jan. 2014 Estiagem H → Meio do filtro
16 Jan. 2014 Estiagem I → Efluente
21 Mai. 2014 Chuvoso J → Afluente
21 Mai. 2014 Chuvoso L → Meio do filtro
21 Mai. 2014 Chuvoso M → Efluente
10 Jun. 2014 Chuvoso N → Afluente
10 Jun. 2014 Chuvoso O → Meio do filtro
10 Jun. 2014 Chuvoso P → Efluente
5.8 Toxina
Determinadas algas doces e cianobactérias são mundialmente conhecidas por
produzirem metabólitos secundários, esses compostos diversos são liberados no meio
ambiente durante florações ou ocorrência da lise celular das micro-algas. Entretanto, no
determinado trabalho a amplificação do primer mcyE-F2 e MicmcyE-R8 demonstrou-se
negativa para todas as amostras durante o período do estudo. Contudo no mesmo gel foi
adicionado um controle positivo da espécie Microcystis sp., e este se amplificouna
Figura 42 e Tabela 42.
103
Figura 42 - Gel com amplificação do primer mcyE para microcistina realizada nas amostras
durante o período do estudo.
Tabela 42 - Amostras utilizadas em seu determinado período e pontos caracterizados na
formação do gel da PCR para microcistina.
Datas Período Pontos
02 Dez. 2013 Estiagem 1 → Afluente
02 Dez. 2013 Estiagem 2 → Meio do filtro
02 Dez. 2013 Estiagem 3 → Efluente
18 Dez. 2013 Estiagem 4 → Afluente
18 Dez. 2013 Estiagem 5 → Meio do filtro
18 Dez. 2013 Estiagem 6 → Efluente
16 Jan. 2014 Estiagem 7 → Afluente
16 Jan. 2014 Estiagem 8 → Meio do filtro
16 Jan. 2014 Estiagem 9 → Efluente
21 Mai. 2014 Chuvoso 10 → Afluente
21 Mai. 2014 Chuvoso 11 → Meio do filtro
21 Mai. 2014 Chuvoso 12 → Efluente
10 Jun. 2014 Chuvoso 13 → Afluente
10 Jun. 2014 Chuvoso 14 → Meio do filtro
10 Jun. 2014 Chuvoso 15 → Efluente
Este resultado corrobora com Paiva (2012) que apesar da existência de táxons
potencialmente produtores de toxinas na ETE-Rio Formoso (Microcystis, Anabaena,
Oscillatoria, Anabaenopsis) e aelevada biomassa de cianobactérias, não foram
detectado presenças de microcistinas-LR, através da análise por HPLC (cromatográfica
líquida de alta precisão).
104
Mbedi et. al. (2005) pesquisando a variabilidade do cluster da sintetase do gene
microcistina no gênero Planktothrix, observou que em todos os produtos de
amplificações das regiões investigadas pelo gene mcyE, mcyB, mcyEG, mcyHA e
mcyCJ não detectaram em nenhuma das linhagens não produtoras de toxina, mas
detectaram em todas as linhagens produtoras de microcistinas.
Pimentel (2009) por meio da detecção específica observou em cepas isoladas e amostras
de lagos com iniciadores mcyE melhores marcadores moleculares para Planktothrix
produtoras de microcistina.
Parâmetros ambientais podem influenciar tanto a produção da toxina (quantidade
intracelular) e a sua liberação no meio ambiente (quantidade extracelular). Geralmente
as toxinas são liberadas para o meio ambiente através da lise celular. No entanto Rapala
et al., (1997), demonstrou que o tempo é o fator mais importante que controla a
liberação de microcistinas em um meio de crescimento, a concentração de toxina foi
aumentada pelo fluxo de luz (acima de 25 µmol m-2
.s-1
) e por adição de nitrogênio.
Em muitos casos, a produção de toxinas em águas doces está negativamente
correlacionada com a concentração de nitrogênio e positivamente com a concentração
de fósforo (RAPALA et al., 1997; KAEBERNICK; NEILAN, 2002). O estudo de
Kaebernick et al. (2000) demonstrou que a transcrição de dois destes genes foi
controlada por luz e iniciando em determinadas intensidades próximas ao limiar, o qual
confirma os resultados de RAPALAet al.,(1997).
105
6. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Com base nos resultados obtidos no presente estudo, pode-se concluir que os filtros de
pedra eram semelhantes e foram bastante efetivos na remoção da DBO residual e na
remoção de sólidos em suspensão e cianobactérias e que, nas condições estudadas, não
há favorecimento ao desenvolvimento de organismos com potencialidade de produção
de microcistina. Em sua grande maioria as concentrações médias atenderam à legislação
CONAMA 357/05 e 430/11.
Faz-se a seguir conclusões mais específicas dos resultados obtidos durante o período do
experimento.
Os filtros de pedra promoveram uma excelente remoção da matéria orgânica,
deste modo completando a remoção efetuada pelo reator UASB e pela lagoa
de estabilização. As concentrações médias dos filtros 1 e 2 atenderam aos
padrões de efluentes em corpos d’água pela legislação 357/05, ou seja, o
valor limite de 120 mg.L-1
em termos de DBO.
Os resultados médios foram excelentes em relação à remoção de sólidos
suspensos totais. A eficiência média de remoção de SST foi 65 % e 66% para
o filtro 1 e 2, respectivamente, atingindo os valores de 33±17,4 e 32±15,3
mg.L-1
para os filtros 1 e 2, respectivamente. Os filtros de pedra
apresentaram oscilação elevada durante o período do estudo, que podem ser
explicados pelo desprendimento de algas presentes no material suporte. Vale
salientar que o sólido em suspensão e a DBO são parâmetros fundamentais na
caracterização da poluição dos corpos hídricos;
Em termos de nutrientes, os filtros de pedra apresentaram baixa remoção
média, já que este sistema não tem esta finalidade. Em relação à NTK as
eficiências médias de remoção foram de 35%, alcançando valores de 15±3,0
para ambos os filtros de pedra. No que concerne a NH4+ as eficiências médias
em ambos os filtros foi de 21%, alcançando os valores de 12±2,8 e 12±3,4
mg.L-1
para os filtros 1 e 2, respectivamente. Esta baixa remoção pode ser
explicado pela liberação da amônia após a morte celular das algas
influenciada pelo material suporte.
106
Em relação ao ortofosfato houve aumento nas concentrações no efluente. Este
aumento esta relacionado às cianobactérias, pois elas apresentam estratégias
de concentrar tal nutriente além de sua necessidade momentânea, fenômeno
luxuriante (luxury consumption);
Em termos de remoção de cianobactérias nos filtros de pedra, os resultados
apresentados para remoção média do número total de células do fitoplâncton
foi de 98% para ambos os filtros, e a densidade média de cianobactérias no
efluente do filtro 1 foi de 2.464±766 cel.mL-1
, e para o filtro 2 foi de
2.448±728 cel.mL-1
ficando muito abaixo dos limites da legislação
CONAMA 357/05, que é de 50.000 cel.mL-1
;
As cianobactérias predominaram no afluente, como também no efluente dos
filtros de pedra durante a realização deste estudo. O gênero mais abundante
no afluente foi a Planktothrix mougeotii, podendo ser explicada pela ação da
fototaxia de sua mobilidade em direção à luz, deste modo proporcionando
uma vantagem competitiva em relação a outros microrganismos.
Em relação ao efluente dos filtros de pedra a Merismopedia tenuissima
apresentou-se como mais abundante por apresentar tamanho diminuto (3 – 20
µm) e reduzida velocidade de decantação.
Os resultados da DGGE de cianobactérias apoiaram os dados de contagem de
fitoplâncton. O sistema de tratamento conseguiu ótima eliminação das
cianobactérias no período de estiagem.
No período chuvoso o sistema foi sobrecarregado, assim provocou a redução
da eficiência. Não houve no período do estudo espécies de Microcystis
capazes de produzir microcistina através detecção por PCR especifica. Isso
coincide com resultados das pesquisas realizadas anteriormente na ETE Rio
formoso onde não se detectou microcistina-LR via cromatografia líquida.
107
RECOMENDAÇÕES
Com a finalidade de ampliar as informações em futuras pesquisas nos filtro de pedra
percolador de fluxo horizontal em escala real, recomenda-se:
Investigar se as cianobactérias filamentosas, tal como a espécie Planktothrix
sp., produz microcistina nos filtros de pedra e efluente através de um controle
positivo.
Averiguar outras toxinas, tal como nodularina, cilindrospermopsina, saxitoxina e
anatoxina através dos determinados primers específicos, além de seus
respectivos controles positivos nos filtros de pedra e efluente;
Aprofundar com precisão a rota de nitrificação e desnitrificação nos filtros de
pedra e respectivos gêneros de bactérias presentes neste processo por primers
específicos.
108
REFERÊNCIAS
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122
APÊNDICE
Procedimentos e coletas nos filtros de pedra: a) Filtro de pedra em período chuvoso impossibilitando a
coleta em alguns pontos b) Filtros de pedra em coleta na estiagem, c) Monitoramento da vazão na
estiagem d) Efluente do filtro de pedra em período chuvoso, e) Ponto de coleta, f) Monitoramento “In
Loco”.
123
a) Membranas de fibra de vidro para as análises de sólidos suspensos totais e demanda química de
oxigênio filtrada (porosidade 1,2 µm), b) Membrana de fibra de vidro para a análise de ortofosfato
apresentando porosidade de 0,45 µm, c) Afluente e efluente do sistema.
124
Resumo dos Resultados Estatístico
Temperatura x Fitopâncton
Resultados com valor de r a) Afluente do filtro de pedra 1 b) Efluente 1 do filtro de pedra c) Efluente 1
do filtro de pedra 2.
pH x Fitoplâncton
Resultados com valor de r a) Afluente do filtro de pedra 1 b) Efluente 1 do filtro de pedra c) Efluente 1
do filtro de pedra 2.
125
Turbidez x Fitoplâncton
Resultadoscom valor de r a) Afluente do filtro de pedra 1 b Efluente 1 do filtro de pedra c) Efluente 1 do
filtro de pedra 2.
Sólidos Suspensos x Fitoplâncton
Resultados com valor de r a) Afluente do filtro de pedra 1 b Efluente 1 do filtro de pedra c) Efluente 1 do
filtro de pedra 2.
126
Ortofosfato x Fitoplâncton
Resultadoscom valor de r a) Afluente do filtro de pedra 1 b Efluente 1 do filtro de pedra c) Efluente 1 do
filtro de pedra 2.
N. Amoniacalx Fitoplâncton
Resultados com valor de r a) Afluente do filtro de pedra 1 b Efluente 1 do filtro de pedra c) Efluente 1 do
filtro de pedra 2.
127
pH x Nitrito
Resultados com valor de r a) Afluente do filtro de pedra 1 b Efluente 1 do filtro de pedra c) Efluente 1 do
filtro de pedra 2.
NTK x DBO
Resultados com valor de r a) Afluente do filtro de pedra 1 b Efluente 1 do filtro de pedra c) Efluente 1 do
filtro de pedra 2.
128
Teste t
DBO Filtrada
Resultados com valor de t para os efluentes do filtro 1 e 2
Sólidos Suspensos Totais
Resultados com valor de t para os efluentes do filtro 1 e 2
129
Número Total de Fitoplâncton
Resultados com valor de t para os efluentes do filtro 1 e 2