Fiscal Caderno 1.2

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    Direito Fiscal I 2011-2012

    3.2) Responsabilidade tributria

    Outro caso em que assistimos a uma modifcao da erlao jurdica

    tributria por imposio legal ocorre quando a lei admite que um terceiro

    seja chamado a satisaer a dvida tributria do sujeito passivo atravs doinstituto da responsabilidade tributria. A responsabilidade tributriapode ser subsidiria ou solidria.

    - Em alguns casos, tipifcados na lei, a responsabilidade solidria, ousea, os respons!eis podem ser c"amados conuntamente com o sueitopassi!o ou em sua !e#, fcando depois com um direito de crdito $direito deregresso% sobre o sueito passi!o e os demais respons!eis solidrios $art.2&.'() *+%. ote art. 2/.'.

    - egundo os artigos 22.'(& da *+, a responsabilidade tributria, regra geral, subsidiria $art. 2&.' *+%, o ue signifca ue orespons!el tributrio s c"amado a satis3a#er a d4!ida tributria dosueito passi!o depois de e5ecutado todo o patrimnio deste, isto , depoisde compro!ado no processo de e5ecu67o fscal ue n7o e5istem mais benspen"or!eis pertencentes ao de!edor originrio $art. 2&.'(2 e art. 18&.'(29::% e de todo o seu patrimnio ter sido arrolado.

    9oloca-se a uest7o de saber como se e3ectua aresponsabilidade tributria, o ue se e5plica por re!ers7o do processo de

    e5ecu67o fscal. As d4!idas tributrias t;m caracter4sticas especiais $alm da"ipoteca, pode e5isir um fador como garantia do pagamento doemprstimo contra4do%.

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    a responsabilidade subsidiria, uando e5ista mais ue umrespons!el tributrio para a mesma d4!ida tributria pode !erifcar-se umarela67o de solidariedade ou de subsidiariedade entre eles, con3orme odisposto na lei. < artigo 2=.'(1(a%trata de um caso de solidariedade entre os respons!eis fscais tributrios.

    - Di3erente a situa67o em ue e5istam simultaneamenterespons!eis solidrios e subsidirios relati!amente ao de!edor originrio.este caso, e5ige-se ue seam demandados primeiramente osrespons!eis solidrios e s depois os subsidirios.

    - > ainda de re3erir o caso de responsabilidade tributria em caso desubstitui67o tributria, sendo a entidade obrigada ? reten67o respons!elpelas uantias retidas e n7o entregues ao Estado, fcando o substitu4dodesonerado de ualuer responsabilidade (art. 28./1 LGT%. al signifcaue pelas uantias retidas e n7o entregues n7o e5iste responsabilidade do

    substitu4do. 9ontudo, sea reten67o na 3onte constitui um mero caso de reten67o na 3onte de terceiropor conta do pagamento do imposto ue o sueito passi!o ir e3ectuar nofm do ano cabe ao substitu4do a responsabilidade originria pelo imposton7o retido e ue de!ia ter sido retido e ao substituto a responsabilidadesubsidiria (art. 28./2 LGT). os casos desubstitui67o tributria total o substitu4do subsidiariamente respons!elpelo pagamento da di3eren6a entre as import@ncias ue de!eriam ter sidodedu#idas e as ue e3ecti!amente 3oram (art. 28./3 LGT). g. n7oresidentes e ta5as liberatrias.

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    4. Extino da obrigao tributria

    A rela67o ur4dica fscal pode e5tinguir-se de di3erentes 3ormas

    a% :agamento !oluntriob% :agamento coerci!o

    c% Decurso do tempo

    a% A obriga67o tributria e5tingue-se, regra geral, pelo cumprimentoda obriga67o tributria, sendo a 3orma principal de pBr termo ? mesma, opagamento oluntriodo imposto dentro do pra#o legal, atra!s de umadas modalidades estabelecidas por lei $art. =0.'(1 *+%.

    b% 9aso o sueito passi!on7o satis3a6a a obriga67o fscal no pra#o legal pre!isto, n7o fca sueito a umprocesso de cobran6a coerci!a da d4!ida como incorrer tambm nopagamento de uros moratrios $art. ==.' *+%.

    - ote ue o carcter legal da obriga67o tributria determina ue a

    sua 3onte e5clusi!a sea a lei, ao mesmo tempo ue, por ser indispon4!el,n7o permite ? A conceder moratrias no pagamento das obriga6Cestributrias $art. &).'(& *+%, sal!o nos casos e5pressamente pre!istos na lei,nomeadamente a possibilidade de pagamento em presta6Ces.

    c% Alm do cumprimento, a obriga67o fscal pode ainda e5tinguir-sepor decurso do tempo, sea por prescri67o das d4!idas tributrias ou porcaducidade das mesmas. - a prescrio (art. 48.!") As d4!idas tributriasprescre!em, segundo o art. =.' da *+, no pra#o de anos contados, nos

    impostos peridicos, a partir do termo do ano em ue se !erifcou o 3actotributrio e, nos impostos de obriga67o nica, a partir da data em ue o3acto tributrio ocorreu $e5cepto no IA e nos impostos sobre o rendimentouando a tributa67o sea e3ectuada por reten67o na 3onte a t4tulo defniti!o%.

    ote artigo =.'(= - a caducidade$art. =8.' *+%Distingue-se da prescri67o a caducidade do direito de liuida67o das

    d4!idas tributria, ou sea, o pra#o ue a lei recon"ece ? A para estaproceder ? liuida67odos impostos e ? notifca67o aos contribuintes de3orma !lida, constituindo-os na obriga67o de cumprir a obriga67o tributria

    no pra#o de = anos, a contar, nos impostos peridicos, a partir do termo doano em ue se !erifcou o 3acto tributrio e, nos impostos de obriga67o

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    nica, a partir da data em ue o 3acto tributrio ocorreu. ote artigo=8.'(/

    !arte """

    #cti$idade da #d%inistrao &iscal

    < procedimento tributrio consiste na sucess7o de actos dirigidos ?declara67o de direitos tributrios $art. 8=.' *+% e integra, de acordo com oart. ==.' do 9::, outros elementos, tais como as ac6Ces preparatrias oucomplementares da liuida67o dos tributos, a liuidida67o dos tributos,uando e3ectuada pela A e a a!alia67o directa ou indirecta dosrendimentos ou !alores patrimoniais.

    '. Espcies de procedi%entos tributrios

    a 3ase pr!ia dos procedimentos de liuida67o, " a possibilidade de

    serem desencadeados procedimentos pr!ios de in3orma67o e de a!alia67oue culminam com in3orma6Ces !inculati!as ou a!alia6Ces pr!ias.

    :ode ser iniciado um procedimento asoliti67o do reuerente ou de representante legal ou tributrio deste,pre!iamente ? !erifca67o do 3acto tributrio, e pode compreender asitua67o tributria dos sueitos passi!os, incluindo os pressupostos dosbene34cios fscais legalmente estabelecidos.

    As in#orma$%es in&ulatias $praticadas no fmdestes procedimentos% constituem auto-!incula6Ces administrati!as, isto ,limitam a discricionaridade dos ser!i6os da AF no @mbito da aplica67o da lei

    ao 3acto tributrio no momento em ue este se !erifue $art. 8/.'(& 9::%,desde ue n7o ocorra nen"uma altera67o super!eniente dos pressuspostosde 3acto ou de direito em ue assentou a in3orma67o emitida pela A $art.).'(1= *+%. > um procedimento 3acultati!o e, regra geral, gratuito.

    Das in3orma6Ces !inculati!as distinguem-se as orienta$%esgenri&as, ou sea, as directri#es gerais emitidas pelos ser!i6os da A, sob3orma de circulares, regulamentos, o34cios, circulados, etc, e ue !isam auni3ormi#a67o da interpreta67o e da aplica67o das normas tributrias $art.).'-A *+%. As orienta6Ces genricas s7o !inculati!as para a A $art. 88.'(29::%, mas podem ser impugnadas pelos contribuintes. Ainda ue distintas," a pre3er;ncia da con!ers7o das in3orma6Ces !inculati!as em orienta6Cesgenricas sempre ue auelas !ersem uestCes ur4dicas rele!antes e

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    ten"am sido apreciadas no mesmo sentido em tr;s pedidos de in3orma67oou se pre!ea ue !en"am a ser.

    uanto ?s aalia$%es prias, tais constituem tambm

    modalidades de auto-!incula6Ces administrati!as resultantes de oscontribuintes, pro!ando um interesse leg4timo, e mediante pagamento deuma ta5a poder solicitar a a!alia67o de bens ou direitos ue constituam abase de incid;ncia de uaisuer tributos ainda n7o liuidados $art. 8.'9::%.

    egue-se o pro&edimento de li'uida$odos tributos ue se iniciacom as declara6Ces dos contribuintes, ue ser!em de base ao apuramentoda matria tribut!el.

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    estdios do procedimento $art. =.' 9::%. Est aui patentetambm o princ4pio da participa67o dos contribuintes na 3orma67o dasdecisCes ue l"es digam respeito, o ue implica ue a A estea obrigada,por e5emplo, a garantir a audi67o dos contribuintes antes da liuida67o ou

    de uaisuer actos ue ten"am para estes um contedo des3a!or!el $art.)0.' *+%

    c) rinc*pio do duplo grau de deciso

    :or 3or6a deste princ4pio, a mesma pretens7o do contribuinte n7opode ser apreciada sucessi!amente por mais de dois rg7os integrando amesma administra67o tributria, de!endo o pedido de reaprecia67o ser, emregra, dirigido ao dirigente m5imo do ser!i6o ou a uem ele ti!er delegadoessa compet;ncia $art. =/.' 9::%.

    d) rinc*pio da i%pugao unitria

    A este se associa o princ4pio da impugna67o unitria, por 3or6a doual, sal!o uando 3orem imediatamente lesi!os dos direitos do contribuinteou disposi6Ces e5pressas em sentido di3erente, n7o s7o suscept4!eis deimpugana67o contenciosa os actos interlocutrios do procedimento, sempreu4#o de poder ser in!ocada na impugana67o da decis7o fnal ualuerilegalidade anteriormente cometida $art. 8=.' 9::%.

    3. rocedi%ento de li+uidao dos i%postos(procedi%ento de li+uidao do 'R)

    < procedimento de liuida67o o procedimento principal no ual se!isa o proceder ao apuramento da obriga67o de imposto.

    A regra a a!alia67o directa da matria colect!el$art. 1.' *+% segundo as normas de cada imposto, isto , tem-se comoobecti!o a determina67o do !alor real dos rendimentos ou bens sueitos atributa67o, o ue le!a a ue a a!alia67o dos rendimentos se 3undamente emcritrios obecti!os $art. =.'(1 *+%. ormalmente, o apuramento da

    obriga67o tributria baseia-se em declara6Ces dos contribuintes e nos dadosinscritos por estes na 9ontabilidade respecti!a, os uais se presumem!erdadeiros, podendo a !eracidade ser c"amada a demonstra67o $art. /8.'9::% ou de ser contestada pela A com base em elementos obecti!os depro!a $art. /=.' 9::%.

    o pro&edimento de li'uida$o do "*+

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    < I incide sobre o rendimento global de uma pessoa singular. :arae3eitos fscais " categorias de rendimentos $art. 1.' 9I%

    Esta di!is7o em categorias prende-se com o 3acto de os rendimentosn7o poderem ser genericamente tratados da mesma 3orma, tendo-se ematen67o a sua pro!eni;ncia. Ainda assim, esta di!is7o n7o preudica otratamento unitrio da matria colect!el.

    < primeiro passo passar pela determina$o do rendimentol'uido de &ada &ategoria. < legislador 3a# um discrimina67o ualitati!ados rendimentos pois ? 3onte dos rendimentos "7o-de estar associados

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    encargos ue n7o poder7o dei5ar de ser !alorados pelo mesmo.> atra!s

    das dedu$%es espe&-&as (arts. 2. a .) ao rendimento bruto no@mbito de cada categoria ue se determina o rendimento l4uido.

    9orrespondem estas, em sentido lato, a uma !alora67o das despesas e dosencargos suportados com a obten67o de rendimento e !ariam em 3un67o daespecifcidade de cada tipo de rendimento enuadrado em categoriasdistintas, permitindo um tratamento di3erenciado a cada rendimento, numes3or6o de discrimina67o ualitati!a.

    uanto aos uros n7o "-de "a!er ualuer dedu67o espec4fca uma!e# ue n7o 3oi necessrio ualuer encargo para a obten67o desserendimento.

    ote 9ategoria GDentro desta categoria agregam-se um conunto de rendimentos

    di3erenciados, "a!endo assim regras di3erenciadas con3orme a pro!eni;nciados rendimentos $!g. arts. &.'(= e =.'(=%.

    9omo se procede ? determina67o do rendimento dentro da categoriaG $artigo 2.' e ss. 9I%J

    Destaue para dois grandes regimes &ontabilidade organi0adaK $artigos 2.'(1 e ), 9I,

    &2.', 9I9%, o lucro tribut!el calculado com base nos critrios do artigo1/.' do I9, ou sea, dedu#-se aos gan"os(pro!eitos, o montante dos custose3ecti!amente suportados e comprados pelo sueito passi!o para obter ospro!eitos sueitos a impostos.

    - regime simpli-&ado K um regime pensado para os sueitospassi!os ue desen!ol!em acti!idades de peuena(mdia dimens7o, cuosrendimentos n7o ultrapassem os 180.000L anuais no per4odo de tributa67oanterior $art. 2.'(2%. :ara os contribuintes uen7o "aam ultrapassado este montante de rendimento anual 3unciona oregime simplifcado como regime supleti!o 3ace ? contabilidade

    organi#ada. Este regime est regulado no artigo &1.' 9I.

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    percentagem ue tende a reMectir os custos suportados em cada acti!idade.

    A op67o por ualuer um dos regimes, nos casos permitidos, !lida

    por um per4odo de & anos, sendo este o per4odo m4nimo de perman;ncia, afm de e!itar a manipula67o do regime fscal. 9aso "aa lugar a altera6Cesde rendimentos, e ultrapassados o !alor padr7o de 180.000L, antes dedecorrido o per4odo m4nimo de perman;ncia, !erifcar-se-ia a altera67o deregime, !erifcadas alguma das seguintes condi6Ces

    - ue o rendimento ultrapasse os 180.000 dois anos consecuti!osN- se ultrapassar, num s ano, mais de 28O do !alor dos

    180.000N - altera67o substancial das condi6Ces dee5erc4cio da acti!idade $art. 2.'(12%

    4. #$aliao indirecta da %atria tribut$el

    empre ue se !erifue uma das situa6Ces do art. /.' da *+, a Apode proceder ? a!alia67o indirecta da matria colect!el, a ual e3ectuada pela prpria, sem preu4#o da participa67o do sueito passi!o $art.&.'(2 *+%. A a!alia67o indirecta sempre subsidiria 3ace ? a!alia67odirecta e !isa a determina67o do !alor dos rendimentos ou bens tribut!eisa partir de ind4cios, presun6Ces ou outros elementos de ue a A dispon"a$art. &.'(2%.

    ote ue a situa67o pre!ista no artigo /.'(1(a% K regime simplifcado

    de tributa67o - n7o constitui um !erdadeiro caso de a!alia67o indirecta damatria colect!el. al se de!e a dois 3actos

    - antes de mais, n7o se trata de umcaso de aplica67o subsidiria de um mtodo de uantifca67o da matriacolect!el, mas sim de uma op67o do sueito passi!o em !e# do regime dacontabilidade organi#ada $arts. 1.'(2 *+ e 2.'(2 9I%N

    - n7o se procura apurar o rendimento real a partir de ind4cios oupresun6Ces, mas antes de apurar o rendimento-padr7o, a fm de n7osobrecarregar os titulares de rendimentos mais bai5os com obriga6Ces maiscomple5as.

    Assim sendo, recorre-se a mtodos de a!alia67o indirecta duassitua6Ces concretas - art. /.'(1(b% K uando e5ista umaimpossibilidade de determina67o directa e e5acta da matria tribut!el porse !erifcar ualuer anomalia ou incorrec67o ue in!iabili#a o apuramentodauela, nos casos do art. .', !g, ini5ist;ncia de elementos decontabilidadeN - art. /.'(1(e% K uando o sueito passi!oapresente, sem ra#7o ustifcada e sem ser em in4cio de acti!idade,resultados tribut!eis nulos ou preu4#os fscais durante tr;s anos

    consecuti!os ou em tr;s anos no per4odo de cinco.

    2.'()

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    erifcada ualuer uma destas situa6Ces a determina67o da matriacolect!el 3eita com recurso a mtodos indirectos, atra!s dos elementosenunciados no artigo H0.' *+ $!g. margens mdias de lucro l4uido sobre as!endas e presta6Ces de ser!i6os ou compras e 3ornecimentos de ser!i6os de

    terceiros, etc.Determinada a matria colect!el por mtodos indirectos, em caso de

    oposi67o do sueito passi!o ? uantifca67o e3ectuada pela A, tem lugar umprocedimento especial de re!is7o da matria tribut!el, iniciado a pedido docontribuinte $art. H1.' *+%. Este procedimento composto por um debateentre o perito indicado pela A e o perito indicado pelo contribuinte. 9aso"aa acordo entre os peritos, o imposto liuidado com base na matriatribut!el acordadaN se n7o "ou!er acordo, a A f5a unilateralmente o !alorda matria colect!el tendo em conta as posi6Ces de ambos os peritos $art.H2.' *+%. < pedido de re!is7o constitui um pressuposto

    essecial para a impugna67o da liuida67o K art. ).8.' *+. o entanto, esteartigo n7o se aplica uando a impugna67o 3or intentada pelo respons!elsubsidirio, como se o processo se iniciasse de no!o para si, tendo estedireito a plenas garantias.

    - as mani3esta6Ces de 3ortuna

    Ainda no @mbito das situa6Ces pre!istas no artigo /.' *+,respeitante aos casos em ue os rendimentos declarados em sede de I se

    a3astem signifcati!amente para menos, sem ra#7o ustifcada, dos padrCesde rendimento ue possam permitir as manis3esta6Ces de 3ortunae!idenciadas pelo sueito passi!o. Assim por 3or6a do H.'-A(1 *+, sempreue o rendimento l4uido mostre uma despropor67o superior a 80O, paramenos, em rela67o ao rendimento padr7o constante da tabela pre!ista doH.'-A(=, "a!er lugar a uma correc67o da matria colect!el, ue olegislador ualifca como a!alia67o indirecta da matria tribut!el.

    erifcadas as situa6Ces tipifcadas no artigo H-A(2 comomani3esta6Ces de 3ortuna cabe ao sueito passi!o a compro!a67o de uecorrespondem ? realidade os rendimentos declarados e de ue outra a

    3onte das mani3esta6Ces de 3ortuna ou do acrscimo de patrimnio ou dadespesa e3ectuada $art. H.'-A(&%. uando o sueito passi!o n7o 3a6a essapro!a, considera-se como rendimento tribut!el em I, a enuadrar nacategoria + $incrementos patrimoniais%, uando n7o e5istam ind4cios3undados, de acordo com com os critrios pre!istos no art. H0.', uepermitam ? A f5ar rendimento superior, o rendimento padr7o enunciadona tabela do H.'-A(=.

    -

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    e5ist;ncia de uma di!erg;ncia n7o ustifcada com os rendimentosdeclarados $art. /.(1(3 *+%. este caso, considera-se como rendimentotribut!el em sede de I a integrar na categoria +, uando n7o e5istamind4cios 3undados, de acordo com os critrios pre!istos no art. H0.' ue

    permitam ? A f5ar rendimento superior, a di3eren6a entre o aumento depatrimnio ou despesa e3ectuada e os rendimentos declarados pelo sueitopassi!o no mesmo per4odo de tributa67o.

    Estamos aui tambm perante um caso de a!alia67o indirecta, massomente se a A utili#ar os critrios do artigo H0.' da *+, pois se esta n7oo f#er estaremos apenas perante uma presun67o de rendimentos.

    estes dois casos $mani3esta6Ces de 3ortuna e acrscimo dopatrimnio% do art. H.'-A, cabe recurso para tribunal tributrio, com e3eitosuspensi!o, n7o sendo aplic!el o procedimento de pedido de re!is7o da

    matria colect!el $art. H.'A(/ e da *+, art. 1=).'-G 9::%. Esta situa67oconfrgura uma e5cep67o ao princ4pio de impugna67o unitria, em ue seadmite a impugna67o autnoma de um acto destac!el do procedimentotributrio. 9ontudo, o pedido de re!is7o de!er ser utili#ado uando a A!en"a a f5ar rendimento superior a esse !alor recorrendo aos critrios doart. H0.' da *+.

    . /s actos no procedi%ento tributrio

    o ue concerne ao procedimento tributrio encontramos di!ersosactos interlocutrios, ou sea, actos preparatrios e pr!ios dos actos

    tributrios, ue s7o determinados para o contedo daueles, mas ue n7os7o considerados lesi!os, uma !e# ue, em regra, s o acto tributrioatingir a es3era dos contribuintes. ssim, s o a&to -nal dopro&edimento o a&to tributrio , em prin&pio, impugnel de

    a&ordo &om o prin&pio da impugna$o unitria (*T. . 4!!T).

    Ainda ue a regra sea a insusceptibilidade de impugana67ocontenciosa directa de actos interlocutrios do procedimento, poss4!elencontrar na lei reser!as a tal regra. Falamos dos actos destac!eis K actosue a doutrina classifca como actos e% %ateria tributria. < art. H.'(2da *+, no ual se estabelece ue todos os actos em matria tributrialesi!os de direitos ou interesses legalmente protegidos s7o impugn!eis ourecorr4!eis nos termos da lei, de!e ser interpretado em con3ormidade com opr. da impugna67o unitria, nos termos do ual a impugnabilidade do acto o da sua lesi!idade obecti!a, imediata e actual, n7o potencial.

    > o caso dos actos de f5a67o da matria tribut!el por mtodosindirectos $art. ).'(& *+ e H/.(1(b 9::% ue n7o originam ualuerliuida67oN dos actos de f5a67o da matria tribut!el com base no art. H.'-A da *+N e dos actos de f5a67o da matria tribut!el por mtodosindirectos propriamente ditos, em ue essa f5a67o s pode ser contestada

    udicialmente na impugna67o da liuida67o $pre!alencendo aui a regra daimpugna67o unitria%, se pre!iamente o contribuinte ti!er lan6ado m7o do

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    pedido de re!is7o da matria da matria tribut!el $arts. /.'(8 e H1.' *+%,o ue signifca ue e5iste uma impugna67o administrati!a pr!ia eobrigatria destes actos interlocutrios.

    o ue respeita aos actos tributrios, isto , actos de liuida67odos impostos ue pCem termo ao procedimento tributrio de liuida67o $art.)0.' 9::%, importante sublin"ar ue os mesmos podem assumirdi3erentes modalidades. Assim, uando osactos de liuida67o s7o praticados pela A, com base mas declara6Cesapresentadas pelos contribuintes, estaremos perante li'uida$%esadministratias, ue s7o directamente impugn!eis perante os tribunaistributrios $art. H/.'(1(a 9::%. al se !erifca no caso das liuida6Ces de I$arts. /8.' e 1=0 9I%. A propsito da substitui67o tributriapropriamente dita, a liuida67o dos impostos e3ectuada por um terceiro

    atra!s da reten67o na 3onte a t4tulo defniti!o da parcela correspondenteao imposto $!g. ta5as liberatrias%. Estamos neste caso perante umali+uidao e% substituio por terceiro, em ue a lei impCe o recurso auma impugna67o administrati!a pr!ia ? impugna67o udicial $reclama67ograciosa nos termos do art. 1&2.' 9::%, e5cepto se o 3undamento dore5clusi!amente de direito e a liuida67o ti!er sido e3ectuada de acordo comas orienta6Ces genricas emitidas pela A.

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    - Instaurada a e5ecu67o, o de!edor citado para poder e5ercer o direito de oposi$o 5 e6e&u$o, re'uerer opagamento em presta$%es ou a da$o em pagamento $art. 1H.'(19::%.

    Atentando na possibilidade de dedu#ir oposi67o ? e5ecu67ofscal, in!ocando o e5ecutado um dos 3undamentos consagrados no artigo20=.' 9::, esta constitui um processo udicial en5ertado no procedimentode e5ecu67o fscal, no ual o de!edor contesta, perante o tribunal tributrio,a legalidade do processo de e5ecu67o. esta 3ase n7o poss4!el aoe5ecutado uestionar a legalidade do acto tributrio, a n7o ser ue a lei n7oassegure meio udicial de impugna67o ou recurso contra o acto deliuida67o. A oposi67o suspende ae5ecu67o at ao tr@nsito em ulgado da mesma, desde ue sea constitu4dagarantia $art. 212.' e 1)H.' 9::%. ransitada a 3ase de oposi67o ? e5ecu67o

    em ulgado, o processo de!ol!ido ao rg7o de e5ecu67o fscal, uecon3orme a decis7o, poder dar continuidade ao processo $art. 21&.'%.

    - 9aso n7o ten"a sido dedu#ida oposi67o ? e5ecu67o ou a decis7o a4alcan6ada n7o preudiue a continuidade da e5ecu67o, segue-se apenora ue consiste na indica67o dos bens do de!edor $cabendo auiessa indica67o ? A, sem preu4#o do e5ecutado poder nomear bens nnostermos do 218.'(a 9::, para serem apreendidos para 3utura aliena67o.

    esta 3ase pode surgir outro $sub%processo udicial K osembargos de terceiro. erifcam-se sempre ue a pen"ora o3enda a posse

    ou ualuer outro direito incompat4!el com a reali#a67o ou o @mbito dadilig;ncia de ue sea titular um terceiro, pode o mesmo dedu#ir embargosde terceiro unto do rg7o de e5ecu67o fscal $art. 2&/.'(2 9::%.

    - Em seguida, passa-se ? 3ase de con!oca67o dos credores e!erifca67o e gradua67o dos crditos. rata-se de con!ocar todos oscredores do e5ecutado atra!s da cita67o, nomeadamente os credores comgarantia real, relati!amente a bens pen"orados e, por 3or6a do 2&H.' 9::,tambm o cBnugue. erminado o pra#o de reclama67o de crditos, o rg7ode e5ecu67o fscal procede ? !erifca67o e gradua67o dos crditos,notifcando os credores da decis7o $2=8.' 9::%.

    - Depois, d-se a !enda dos bens pen"orados, ue reali#ada porleil7o electrnico ou proposta em carta 3ec"ada $2=.' 9::%. A uantiaameal"ada permite o pagamento da d4!ida tributria e se o montante 3orsufciente a e5ecu6aC ser declarada e5tinta $art. 2)1.'(2 9::%.

    9aso o montante n7o sea sufciente para sol!er a d4!ida dar-se-? are!ers7o sobre os respons!eis subsidirios.

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    arte '5

    !arantias dos contribuintes

    Falamos aui das garantias processuais e procedimentais de ue ossueitos passi!os podem lan6ar m7o para de3esa dos respecti!os direitos.

    6. 7eios i%pugnat,rios ad%inistrati$os

    As garantias procedimentais constituem 3ormas de tutelaadministrai!a, meios de reac67o perante os rg7os da A auando da les7ode direitos ou interesses legalmente protegidos dos sueitos passi!os.

    este conte5to, a reclama67ograciosa ocupa um plano de destaue, sem preu4#o da import@ncia dopedido de re!is7o. P o recurso "ierruico pouca rele!@ncia tem.

    6.6 Recla%ao graciosa

    9onstitui um meio administrati!o de de3esa, regra geral, 3acultati!o,e5cepto nos casos pre!istos no arts. 1&1, 1&2 e 1&& do 9:::, ue !isa aanula67o total ou parcial dos actos tributrios por iniciati!a do contribuinte,incluindo nos termos da lei, os substitutos e os respons!eis $art. ).'(19::%. A reclama67o ,normalmente, apresentada por escrito, ainda ue o possa ser tambmoralmente e redu#ida a termo nos ser!i6os da A $arts. /0.'() e /&.'(19::%. > permitido ao rg7o instrutor utili#ar todos os meios de pro!alegalmente pre!istos ue seam necessrios ao correcto apuramento dos3actos $art. 80.' 9::% e ? descoberta da !erdade material $art. 8.' *+ e)H.'(e% 9::%.

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    A dedu67o de reclama67o graciosa n7o suspende os e3eitos do actotributrio $e5cepto no caso do H2.'( *+%, sal!o uando prestada garantiaadeuada ue, se apresentada, caduca se a reclama67o n7o 3or decididadentro do pra#o estipulado, por 3or6a do 1&.' 9::, o ue constitui uma

    garantia importante para os sueitos passi!os.uanto ? tramita67o, estabelece o art. /&.' 9:: ue sal!o a lei

    estabele6a em sentido di3erente, a reclama67o graciosa de!e dirigir-se aorg7o peri3rico regional da A e instru4da pelo ser!i6o peri3rico regional darea de resid;ncia ou sede do contribuinte. < rg7o instaurar o processoem per4odo n7o superior a H0 dias e elaborar proposta 3undamentada dadecis7o $art. /1.'(2 9::%.

    9aso o !alor do processo n7o e5ceda o u4ntuplo da al6ada ditribunal tributrio, o rg7o peri3rico local decide de imediato aps o fm dainstru67o. e a entidade competente para a decis7o entenda ue a mesma

    de!e ser inde3erida, cabe-l"e elaborar proposta de decis7o e ou!ir oreclamante $art. )0.' *+%. A notifca67o de decis7o de!e ser acompan"adada proposta de decis7o elaborada pelo ser!i6o peri3rico local. e tal n7oacontecer, a mesma pode ser solicitada pelo interessado $art. &/.'(1 9::%.

    A reclama67o graciosa pode ser dedu#ida com os 3undamentos para aimpugna67o udicial e ser apresentada no pra#o de 120 dias contados apartir dos 3actos pre!istos no artigo 102.'(1 9::. :assados os H0 diaspre!istos para a impugna67o udicial, nos termos do 102.' 9::, continuaaberta a !ia de reclama67o, a ual, por sua !e#, abre a !ia da impugna67o.

    :or3or6a do art ).'(2 9::, a reclama67o graciosa n7o pode ser dedu#idauando ti!er sido apresentada impugna67o udicial com o mesmo3undamento, o ue signifca ue o pode uando 3or dedu#ida com3undamento di3erente do alegado para impugna67o $art. 111.'(= 9::%.

    rata-se de uma 3orma de alargar a causa de pedir na impugna67o udicialda liuida67o.

    os casos em ue, 3ace a um mesmo acto tributrio, areclama67o ten"a sido apresentada pre!iamente ? impugna67o K o sueitopassi!o impugna na pend;ncia da reclama67o, o ue s pode acontecer seainda esti!er dentro do pra#o dos H0 dias e ainda n7o ten"a sido decidida Kser a reclama67o apensa ? impugna67o udicial, no estado em que seencontrar , sendo considerado no processo de impugna67o $art. 111.'(&9::%.

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    A decis7o fnal des3a!or!el pode ser obecto de impugana67o udicialno pra#o de 18 dias $art. 102(2 9::%. < inde3erimento tcito $art. 8/.'(8%tambm pode dar lugar ? impugna67o udicial no pra#o de H0 dias a contardo dia em ue se cumprem ) meses posteriores ? entrega da peti67o $art.102.'(1d 9::%.

    A lei estipula tr;s casos em ue a reclama67o graciosa obrigatria

    - auto-liuida67o - art. 1&1.' 9::- substitui67o tributria K art. 1&2.' 9::

    - pagamento por conta K art. 1&&.' 9::Q

    Finalmente, o legislador estabelece um penalidadepara uem se 3a#!aler inde!idamente da reclama67o graciosa, podendo tal resultar numagra!amento da colecta $art. //.' 9::%

    2. 7eios i%pugnat,rios udiciais

    2.6 '%pugnao udicial

    < processo de impugna67o constitui o meio processual principal doprocesso udicial do processo udicial tributrio. Estamos aui perante umagarantia dos contribuintes de nature#a udicial ue consiste no acesso aostribunais tributrios para garantia de direitos ou interesses legalmenteprotegidos em matria tributria.

    :or 3or6a do artigo H/.'(1 9::, sem preu4#o do pr. da impugna67o

    unitria $art. 8=.' 9::% e dos casos de reclama67o graciosa obrigatria, aimpugna67o udicial abrange uaisuer actos tributrios, actos de f5a67o

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    de matria tribut!el ue n7o d;em origem ? liuida67o de ualuertributoN os inde3erimentos totais ou parciais das reclama6Ces graciosasNactos admn. elati!os a uestCes tributrias ue comportem aprecia67o delegalidade do acto de liuida67o, etc.