5
7/23/2019 Fisiopatología Da Morte de Jesus Cristo http://slidepdf.com/reader/full/fisiopatologia-da-morte-de-jesus-cristo 1/5

Fisiopatología Da Morte de Jesus Cristo

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: Fisiopatología Da Morte de Jesus Cristo

7/23/2019 Fisiopatología Da Morte de Jesus Cristo

http://slidepdf.com/reader/full/fisiopatologia-da-morte-de-jesus-cristo 1/5

Page 2: Fisiopatología Da Morte de Jesus Cristo

7/23/2019 Fisiopatología Da Morte de Jesus Cristo

http://slidepdf.com/reader/full/fisiopatologia-da-morte-de-jesus-cristo 2/5

tiras sangrentas de carne rasgada. Criavam-se as condições para produzirperda importante de líquidos (sangue e plasma).

Deve-se ter em conta que a hematidrosis tinhadeixado a pele de Jesus muito sensível.

Depois da flagelação, os soldados estavamacostumados a fazer gozações humilhantes comsuas vítimas. Por isso foi colocada sobre a cabeçade Jesus, como emblema irônico de sua realeza,uma coroa de espinhos. Na Palestina abundam os

arbustos espinhosos, que puderam servir para estefim; utilizou-se o Zizyphus ou Azufaifo, chamadoSpina Christi, de espinhos agudos, longos e curvos.

Além disso, foi colocada uma túnica sobre seusombros (um velho manto de soldado, que fazia àsvezes da púrpura com que se revestiam os reis,"clámide escarlate"), e uma cana, parecida com o junco do Chipre e da Espanha como cetro em suamão direita.

CRUCIFICAÇÃO

O suplício da cruz é de origem oriental. Foi recebido dos persas, assírios e

caldeus pelos gregos, egípcios e romanos. Modificou-se em várias formas notranscurso dos tempos.

Em princípio o instrumento de agonia foi um simples poste. Em seguida se fixouna ponta uma forca (furca), na qual se suspendia o réu pelo pescoço. Depois seadicionou um pau transversal ( patibulum), tomando um novo aspecto. Segundoa forma em que o pau transversal ficasse suspenso no pau vertical, originaram-se três tipos de cruzes:

A crux decussata. Conhecida como cruz de Santo André, tinha a forma de X.

A crux commissata. Alguns a chamam cruz do Santo Antônio, parecia-se com aletra T.

A crux immisa. É a chamada cruz latina, que todos conhecemos.

Obrigou-se Jesus, como era o costume, a carregar a cruz desde o poste deflagelação até o lugar da crucificação. A cruz pesava mais de 300 libras (136quilogramas). Somente o patíbulo, que pesava entre 75 e 125 libras, foicolocado sobre sua nuca e se balançava sobre seus dois ombros.

Com esgotamento extremo e debilitado, teve que caminhar um pouco mais demeio quilômetro (entre 600 a 650 metros) para chegar ao lugar do suplício. Onome em aramaico é Golgotha, equivalente em hebreu a gulgolet  que significa“lugar da caveira”, já que era uma protuberância rochosa, que teria certasemelhança com um crânio humano. Hoje se chama, pela tradução latina,calvário.

Antes de começar o suplício da crucificação, era costume dar uma bebidanarcótica (vinho com mirra e incenso) aos condenados; com o fim de mitigarum pouco suas dores. Quando apresentaram essa beberagem a Jesus, não quis

bebê-la. O que poderia mitigar uma dor moral e física tão intensa, quando seucorpo, todo policontundido, só esperava enfrentar seu último suplício, sem alívioalgum, com pleno domínio de si mesmo?

Com os braços estendidos, mas não tensos, os pulsos eram cravados nopatíbulo. Desta forma, os pregos de um centímetro de diâmetro em sua cabeçae de 13 a 18 centímetros de comprimento, eram provavelmente postos entre orádio e os metacarpianos, ou entre as duas fileiras de ossos carpianos, ou seja,perto ou através do forte flexor retinaculum e dos vários ligamentosintercarpais. Nestes lugares seguravam o corpo.

Colocar os pregos nas mãos fazia comque se rasgassem facilmente posto quenão tinham um suporte ósseo

importante.

A possibilidade de uma feridaperióssea dolorosa foi grande, bemcomo a lesão de vasos arteriaistributários da artéria radial ou cubital. Ocravo penetrado destruía o nervo

ACI Digital

15,025 people like ACI Digital.

Facebook social plugin

Like

Page 3: Fisiopatología Da Morte de Jesus Cristo

7/23/2019 Fisiopatología Da Morte de Jesus Cristo

http://slidepdf.com/reader/full/fisiopatologia-da-morte-de-jesus-cristo 3/5

sensorial motor, ou comprometia onervo médio, radial ou o nervo cubital.A afecção de qualquer destes nervosproduziu tremendas descargas de dorem ambos os braços. O empalamentode vários ligamentos provocou fortescontrações nas mãos.

Os pés eram fixados à frente do estípede (pequena pirâmide truncada) por meiode um prego de ferro, cravado através do primeiro ou do segundo espaçointermetatarsiano. O nervo profundo perônio e ramificações dos nervos médiose laterais da planta do pé foram feridos.

Foram cravados ambos os pés comum só prego ou se empregou um pregopara cada pé? Também esta é umaquestão controvertida. Mas é muitomais provável que cada um dos pés dosalvador tenha sido fixado à cruz comcravo distinto. São Cipriano que, maisde uma vez tinha presenciadocrucificações, fala em plural dospregos que transpassavam os pés.Santo Ambrósio, Santo Agostinho eoutros mencionam expressamente os

quatro pregos que se empregarampara crucificar Jesus.

São Meliton de Sardes escreveu: “os padecimentos físicos já tão violentos aofincar os pregos, em órgãos extremamente sensíveis e delicados, faziam-seainda mais intensos pelo peso do corpo suspenso pelos pregos, pela forçadaimobilidade do paciente, pela intensa febre que sobrevinha, pela ardente sedeproduzida por esta febre, pelas convulsões e espasmos, e também pelasmoscas que o sangue e as chagas atraíam”.

Não faltou quem dissesse que os pés do salvador não foram cravados, massimplesmente amarrados à cruz com cordas; mas tal hipótese tem em contra,tanto o testemunho unânime da tradição, que vê em Jesus crucificado ocumprimento daquele célebre vaticínio: "transpassaram minhas mãos e meuspés" (Sl 21); como nos próprios evangelhos, pois lemos em São Lucas (Lc 24,

39-40) “vejam minhas mãos e meus pés; sou eu mesmo; apalpem e vejam. E,dito isto, mostrou-lhes as mãos e os pés”.

Diz Bosssuet: como descrever os padecimentos morais que nosso SenhorJesus Cristo suportou durante sua horrorosa agonia, quando uma multidãosaciava seus olhos com o espetáculo daquela agonia, acompanhando-o comtodo tipo de ultrajes que lhe encheram até o último momento? Além disso,sofria ao ver o olhar abnegado de sua mãe e de seus amigos, a quem suasdores tinham prostrado em profunda tristeza. Todo Ele era, digamos assim, umtormento em seus membros, em seu espírito, em seu coração e em sua alma.

De todas as mortes, a da cruz era a mais desumana, suplício infame, que noimpério romano se reservava aos escravos (servile suppliciun).

Depois das palavras no Getsemaní vêm as pronunciadas no Gólgota, que

testemunham esta profundidade, única na história do mundo: “Meu Deus, meuDeus, por que me abandonaste?" Suas palavras não são só expressão daqueleabandono, são palavras que repetia em oração e que encontramos no salmo 22.

INTERPRETAÇÃO FISIOPATOLÓGICA DA MORTE DE JESUS CRISTO

Na morte de Jesus vários fatores puderam contribuir. É importante ter em contaque foi uma pessoa politraumatizada e policontundida; desde o momento daflagelação até sua crucificação.

O efeito principal da crucificação, além da tremenda dor, que apresentava emseus braços e pernas, era a marcada interferência com a respiração normal,particularmente na exalação.

O peso do corpo pendurado para baixo e os braços e ombros estendidos,tendiam a fixar os músculos intercostais em um estado de inalação, afetando,por conseguinte, a exalação passiva. Desta maneira, a exalação eraprincipalmente diafragmática e a respiração muito leve. Esta forma derespiração não era suficiente e logo produziria retenção de CO2 (hipercapnia).

Para poder respirar e ganhar ar,Jesus tinha que apoiar-se em seus

Page 4: Fisiopatología Da Morte de Jesus Cristo

7/23/2019 Fisiopatología Da Morte de Jesus Cristo

http://slidepdf.com/reader/full/fisiopatologia-da-morte-de-jesus-cristo 4/5

pés, tentar flexionar seus braços edepois deixar-se desabar para que aexalação ocorresse. Mas ao deixar-se desabar, produzia-se, igualmente,uma série de dores em todo o seucorpo.

O desenvolvimento de cãibrasmusculares ou contratura tetânicasdevido à fadiga e a hipercapniaafetaram ainda mais a respiração.Uma exalação adequada requeriaque se erguesse o corpo,empurrando-o para cima com os pése flexionando os cotovelos,endireitando os ombros.

Esta manobra colocaria o peso total do corpo nos tarsais e causaria tremendador.

Mais ainda, a flexão dos cotovelos causaria rotação nos pulsos em torno dospregos de ferro e provocaria enorme dor através dos nervos lacerados. Olevantar do corpo rasparia dolorosamente as costas contra a trave. Como

resultado disso, cada esforço de respiração se tornaria agonizante e fatigante,eventualmente levaria à asfixia e finalmente a seu falecimento.

Era costume dos romanos que os corpos dos crucificados permanecessemlongas horas pendentes da cruz; às vezes até que entrassem em putrefação ouas feras e as aves de rapina os devorassem.

Portanto antes que Jesus morresse, os príncipes dos sacerdotes e seus colegasdo Sinédrio pediram a Pilatos que, segundo o costume Romano, mandasse darfim aos justiçados, fazendo com que lhe quebrassem suas pernas a golpes.Esta bárbara operação se chamava em latim crurifragium (Jo 20, 27).

As pernas dos ladrões foram quebradas, mais ao chegar a Jesus e observar que já estava morto, deixaram de golpeá-lo; mas um dos soldados, para maiorsegurança, quis dar-lhe o que se chamava o "golpe de misericórdia" e

transpassou-lhe o peito com uma lança.

Neste sangue e nesta água que saíramdo flanco, os médicos concluíram que opericárdio, (saco membranoso queenvolve o coração), deve ter sidoalcançado pela lança, ou que se pôdeocasionar perfuração do ventrículodireito ou talvez havia umhemopericárdio postraumático, ourepresentava fluido de pleura epericárdio, de onde teria procedido aefusão de sangue.

Com esta análise, ainda que seja conjectura, aproximamo-nos mais da causareal de sua morte. Interpretações que se encontram dentro de um rigorcientífico quanto a sua parte teórica, mas não são demonstráveis com análisenem estudos complementares.

As mudanças sofridas na humanidade de Jesus Cristo foram vistas à luz damedicina, com o fim de encontrar realmente o caráter humano, em um homemque é chamado o filho de Deus, e que voluntariamente aceitou este suplício,convencido do efeito redentor e salvador para os que criam nEle e em seuevangelho.

REFERÊNCIAS

1. Sermo de Passione2. São Justiniano, Dial, c, Tryph, 97,98,104, e apol, 135; Tertuliano, adv. Marc,3. Camargo Rubén. Jornal El Heraldo. B/quilla, Col 19904. Rev. Med. Jama 1986;255;1455-14635. Fragm, 166. Tractac in Joan, 36,4 - De obitu Theodos, 47 e 497. Séneca,Epist,101; Petronio, Sat 3,6; Eusebio, Hist,eccl,8,8

Page 5: Fisiopatología Da Morte de Jesus Cristo

7/23/2019 Fisiopatología Da Morte de Jesus Cristo

http://slidepdf.com/reader/full/fisiopatologia-da-morte-de-jesus-cristo 5/5

Anúncios Google

► Jesus cristo

► Morte cristo

► Jesus homem

8. Carta Apostólica Salvifici Doloris 19849. Louis Claude Fillion. Vida de Nosso Senhor Jesus Cristo. Tomo III

Rubén D Camargo R .MD

E-mail: [email protected]

http://www.fluvium.org/textos/lectura/lectura407.htm

RECOMENDAMOS »

Visita VaticanoPasseios Vaticano e Capela

Sistina. Reserve com a Viator,Ótimos Preços

Direitos Reservados© ACI DigitalEscreva-nos a:[email protected]

Não acha tudo quanto estáprocurando?Visite: Todo ACI

Pesquisar  

Recursos:

AbortoAIDSApologéticaBento XVIBíbliaCatecismoControvérsiasDefesa da VidaDocumentos eclesiaisFamíliaFestas Litúrgicas

 

João Paulo IIImagensIgrejaMariaOraçõesReportagensSacramentosSantosTodo ACI

Notícias:

Últimas NotíciasVaticanoAméricaBrasilMundoVida e FamíliaPerfisControvérsiasEventosArquivoNotícias por e-mail

Comunidade:

Corrente de OraçãoHistórias urbanasDiretório CatólicoMúsicaCartões Virtuais

Ferramentas:

Seus favoritosFaça de ACI sua páginainicialLogo e bannerPodcast / MP3Recomende ACIRSSTicker de notíciasYoutube

Grupo ACI:

ACI PrensaACI DigitalCatholic News AgencyDirectorio CatólicoEnciclopedia CatólicaMóvil Católico

142Like