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Fisiopatologia das infecções fúngicas Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia Projeto de Extensão Prof. Dr. Gildomar Lima Valasques Junior Doutor em Biotecnologia Jequié 2015

Fisiopatologia das infecções fúngicas

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Page 1: Fisiopatologia das infecções fúngicas

Fisiopatologia das infecções fúngicas

Universidade Estadual do Sudoeste da BahiaProjeto de Extensão

Prof. Dr. Gildomar Lima Valasques Junior

Doutor em Biotecnologia

Jequié

2015

Page 2: Fisiopatologia das infecções fúngicas

Introdução

• Os primeiros relatos de infecções fúngicas ocorreram em 450 a.C

• Hipocrates (V a.C) descreveu o “sapinho” (Lesão oral por cândida)

• Celso (30 a.C) referiu-se à tinha do couro cabeludo

• Em 1665 Robert Hooke publicou uma monografia com a primeira ilustração microscópica de um fungo

• em 1892 foi descrita a coccidioidomicose

• Em 1894 a criptococose

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Classificação das micoses

• Causa das infecções fúngicas

– Fungos patogênicos primários

• Conseguem invadir os tecidos de um hospedeiro normal

– Fungos patogênicos oportunistas

• Somente são invasores de tecido de indivíduo imunocomprometidos

– Candida albicans e leveduras do gênero Malassezia são constituintes de nossa microbiota normal

• Os demais patogênicos vivem sapróbios na natureza

Page 4: Fisiopatologia das infecções fúngicas

• Vias de penetração no corpo:

– Via inalatória

– Via implantação tegumentar

– Contato direto da pele com o patógeno:

• Fungos dermatófitos queratinofílicos

– Ao penetrar sofrem redução morfológica

• Passa de filamentoso para levedura, e vice versa

• Podem ser classificadas em superficial, cutânea, subcutânea e sistêmica

Classificação das micoses

Page 5: Fisiopatologia das infecções fúngicas

• Micoses superficiais:

– Invadem apenas a camada superficial da capa córnea da pele

– Mancha pigmentar da pele ou dos pêlos

• Piedra negra, piedra branca, pitiríase vesicolor e tinha negra

• Micoses cutâneas

– Cometem o tecido queratinizado da pele, pelo e unha

– Lesão confinada a camada de pele e anexos mortos

Classificação das micoses

Page 6: Fisiopatologia das infecções fúngicas

• Micoses cutâneas

– São sapróbios especializados

• Não invadem tecido vivo, somente estrutura morta queratinizada (pelo, pele e unha)

– Doença clínica é resultante de reação tóxica e alérgica do hospedeiro na presença do fungo e metabólitos

Classificação das micoses

Page 7: Fisiopatologia das infecções fúngicas

• Micoses subcutâneas

– Ocorre após implante traumático

– Possui invasibilidade limitada

• Pode levar anos para desenvolver a doença aparente

– Pode ser restrita ao local expandindo lentamente, ou propagar via linfa.

Classificação das micoses

Page 8: Fisiopatologia das infecções fúngicas

• Micoses sistêmicas

– Classicamente pulmonar

• Fungos dimórficos térmicos– Na natureza filamentosos, no humano levedura

• São patógenos primários– Infecção dose dependente

– Defesa do organismo determinam o prognóstico

• Micoses oportunistas

– Pacientes imunocomprometido

• Drogas citotóxica e imunossupressora

• Doenças crônicas

Classificação das micoses

Page 9: Fisiopatologia das infecções fúngicas

Epidemiologia das infecções fúngicas

• Auxiliam na elaboração da hipótese diagnóstica micológica

• Nichos ecológicos dos fungos

– Vegetais de clima tropical

– Ninhos de pombo na cidade

– Regiões quente e seca

– Fezes de galinha e morcego

Fungos oportunistas são ubíquos na natureza

Page 10: Fisiopatologia das infecções fúngicas

• Portas de entrada:

– Ruptura de barreiras do hospedeiro

– Via inalatória

– Acidente laboratorial

– Inoculação por traumatismo

• Fragmento vegetal contaminado

• Fatores de risco

– HIV

– Uso de cateter e ventilação mecânica por mais de 48h

Epidemiologia das infecções fúngicas

Page 11: Fisiopatologia das infecções fúngicas

• Fatores de risco

– Cetoacidose diabética

– Leucemia

– Neutropenia

– Desnutrição

– Infecção no TGI

Epidemiologia das infecções fúngicas

Page 12: Fisiopatologia das infecções fúngicas

• Epidemiologia clínica

– Micoses superficiais

• As mais comuns são a Tinha negra e as piedras brancas e negras

• Ocorrem em regiões tropicais e temperadas

• Localização axilar, inguinal ou perineal

• Elevada incidência em pacientes imunocomprometidos

• Malassezia– Determina a pitiríase vesicolor

Epidemiologia das infecções fúngicas

Page 13: Fisiopatologia das infecções fúngicas

• Epidemiologia clínica

– Micoses cutânea

• A maioria ocorre por contato de um indivíduo para o outro– Piscina, banheiros públicos, utensílio de uso

comum

• Maior pré-disposição em indivíduos imunocomprometidos

• É a mais freqüente no homem e a freqüência varia com a idade e o sexo

• Tinha da cabeça é extremamente contagiosa

• Dermatófitos das unhas não são contagiosos

Epidemiologia das infecções fúngicas

Page 14: Fisiopatologia das infecções fúngicas

• Epidemiologia clínica

– Micoses subcutâneas

• Lombomicose– Endêmica no Brasil nas florestas úmidas tropicais e

subtropicais

• Esporotricose:– Obtida de animais (quase sempre gatos)

– Afeta mais adultos do sexo masculino

• Cromoblastomicose– Infecção por planta contaminada

– Acomete indivíduos que trabalham em lavouras

Epidemiologia das infecções fúngicas

Page 15: Fisiopatologia das infecções fúngicas

• Epidemiologia clínica

– Micoses oportunistas

• Principal espécie é o Cryptococcus em especial o C. gattii e C. neoforman

• Aspergilose possui distribuição universal

– Infecções nosocomiais

• Aspergilose

• Candiose

• Estão associado ao ambiente hospitalar

Epidemiologia das infecções fúngicas

Page 16: Fisiopatologia das infecções fúngicas

• Medidas preventivas contra infecções fúngicas

– Se afastar de animais infectados

– Não compartilhar pente de cabelo

– Desinfetar pisos de banheiros

– Uso de roupas que evitem traumas a ter contato com roças, fazendas, trilhas.

– Manter uma boa imunidade:

• Boa Alimentação

– Evitar ambientes com possível contaminação

Epidemiologia das infecções fúngicas

Page 17: Fisiopatologia das infecções fúngicas

Micoses superficiais

• Infecções causadas por fungos que invadem apenas a camada mais superficial da capa córnea da pele

– Lesões mácula pigmentar

– Nódulos nos pelos

• Piedra negra (Piedraia hortae)

– Forma um nódulo na bainha do cabelo

• Haste do cabelo em crescimento

• Cor escura

• Assintomática

Page 18: Fisiopatologia das infecções fúngicas

• Piedra negra

– Diagnóstico:

• Exame microscópico de um nódulo em lâmina

– Tratamento:

• Cortar o cabelo

Micoses superficiais

Page 19: Fisiopatologia das infecções fúngicas

• Piedra branca

– Causada pelo gênero Trichosporons

• Fungo sapróbio na natureza

• Acometem pelos axilares, inguinais e periniais, raramente cabelo ou barba

• Geralmente assintomático

• Pode vir acompanhado de eritemas e/ou prurido

Micoses superficiais

Page 20: Fisiopatologia das infecções fúngicas

• Tinha negra

– Manifestação clínica

• Mancha não descamativa de cor marrom ou negra

• Lesão única usualmente na palma da mão

• Pode ser confundida com melanoma

Micoses superficiais

Page 21: Fisiopatologia das infecções fúngicas

• Tinha negra:

– Diagnóstico

• Micológico– Observação de hifas características

– Crescimento fúngico característico

– Tratamento

• Derivados imidazólicos por 4 semanas

Micoses superficiais

Page 22: Fisiopatologia das infecções fúngicas

• Malassezioses

– Pitiríase vesicolor, foliculite e dermatite seborréica

– Pitiríase Versicolor

• Manchas de cor castanha ou café-com-leite

• Lesões hipocrômicas são comuns em pessoas de cor negra

Micoses superficiais

Page 23: Fisiopatologia das infecções fúngicas

• Malassezioses

– Pitiríase Versicolor

• Diagnóstico– Exame microscópico de escamas cutâneas com

KOH 10%

Micoses superficiais

Page 24: Fisiopatologia das infecções fúngicas

• Malassezioses

– Foliculite

• Pápula circulando o folículo pilossebáceo

• Lesões distribuída pelo dorso, escápula, ombros e raramente pescoço e face.

• Diagnóstico– Visão no microscópio de elementos leveduriformes

Micoses superficiais

Page 25: Fisiopatologia das infecções fúngicas

• Malassezioses

– Dermatite seborréia

• Ocorrem em crianças e jovens na puberdade

• Lesões oleosas eritematoescamosas no couro cabeludo, pálpebras, pregas nasolabiais, axilas e região inguinal.

Micoses superficiais

Page 26: Fisiopatologia das infecções fúngicas

Micoses Cutâneas

• Causados por fungos capazes de invadir a capa córnea da pele em toda sua espessura

• Manchas inflamatórias na pele e destruição da lâmina ungueal

• Adquiridos em contato com o solo e pessoas e/ou animais infectados

Page 27: Fisiopatologia das infecções fúngicas

• Dermatofitoses

– Infecção causada por dermatófitos

• Invadem a partes queratinizada da pele e anexos

• Gêneros: Epidermophyton, Microsporum e Trichophton.

– Etiologia

• Parasitismo na pele e unha

• Hifa hialina septada, ramificada

• Identificação por cultivo

Micoses Cutâneas

Page 28: Fisiopatologia das infecções fúngicas

• Dermatofitoses

– Patogenia

Micoses Cutâneas

Contato com o agente

Adesão ao tegumento

Invasão ao extrato córneo

Produção de queratininase

Reação inflamatória

Page 29: Fisiopatologia das infecções fúngicas

• Quadro clínico

– Dermatofitose de pele Glabra

Micoses Cutâneas

Page 30: Fisiopatologia das infecções fúngicas

• Quadro clínico

– Dermatofitose Inguinal

Micoses Cutâneas

Page 31: Fisiopatologia das infecções fúngicas

• Quadro clínico

– Dermatofitose do couro cabeludo

Micoses Cutâneas

Page 32: Fisiopatologia das infecções fúngicas

• Quadro clínico

– Dermatofitose da barba

Micoses Cutâneas

Page 33: Fisiopatologia das infecções fúngicas

• Quadro clínico

– Dermatofitose da face

Micoses Cutâneas

Page 34: Fisiopatologia das infecções fúngicas

• Quadro clínico

– Dermatofitose dos pés:

• Intertriginoso

Micoses Cutâneas

Área descamativainterdigital

Fissuração e maceração

Prurido acompanhado de

eritema exsudativo

Page 35: Fisiopatologia das infecções fúngicas

• Quadro clínico

– Dermatofitose dos pés:

• Vesicobolhoso

Inicia pelo arco plantar

Vesículas que formam bolhas que

dessecam posteriormente

Formação de crostas que

acompanham prurido e ardência

Micoses Cutâneas

Page 36: Fisiopatologia das infecções fúngicas

• Quadro clínico

– Tinha das unhas

• Fungo: Trichophyton rubrum

Micoses Cutâneas

Page 37: Fisiopatologia das infecções fúngicas

• Dermatofitoses

– Diagnóstico

• Clínico (apenas presuntivos)

• Visualização do dermatófito ao exame microscópico

• Isolamento do agente etiológico com posterior identificação nos cultivos

Micoses Cutâneas

Page 38: Fisiopatologia das infecções fúngicas

• Dermatofitoses

– Tratamento

• Tópico com imidazóis

• Oral– Terbinafina, itraconazol, fluconazol, griseofulvina.

Micoses Cutâneas

Page 39: Fisiopatologia das infecções fúngicas

• Candidose

– Infecções causadas por Cândida

• Maioria dos casos por Cândida albicans

– Patogenia

• Fatores que predispõem à candidose:– Idade

– Área úmida exposta a atrito

– Imunodepressão

– Diabetes

– Entre outros

• Secreção de lipases, proteases fosfolipases favorece a sua instalação

Micoses Cutâneas

Page 40: Fisiopatologia das infecções fúngicas

• Candidose

– Manifestações cutâneas

• Intertriginosa das grandes dobras

Micoses Cutâneas

Page 41: Fisiopatologia das infecções fúngicas

• Candidose

– Manifestações cutâneas

• Intertrigem das pequenas dobras

Micoses Cutâneas

Page 42: Fisiopatologia das infecções fúngicas

• Candidose

– Manifestações cutâneas

• Candidose das unhas

Micoses Cutâneas

Page 43: Fisiopatologia das infecções fúngicas

• Candidose

– Manifestações cutâneas

• Candidose da mucosa oral

Micoses Cutâneas

Page 44: Fisiopatologia das infecções fúngicas

• Candidose

– Diagnóstico

• Raspado observado em microscópio com KOH 20%

• Isolamento em cultivo

Micoses Cutâneas

Page 45: Fisiopatologia das infecções fúngicas

Micoses subcutânea• Implantação de propágulos de certos

fungos patogênicos no tecido subcutâneo

– Geralmente um trauma

• Manifestações

– Lesão granulomatosa

– Formação de microabscessos

– Invasão linfática

• Principais infecções: – Cromoblastomicose, esporotricose, lombomicose

Page 46: Fisiopatologia das infecções fúngicas

• Cromoblastomicose

– Aspecto de couve-Flor

Micoses subcutânea

Page 47: Fisiopatologia das infecções fúngicas

• Esporotricose

– Forma linfocutânea

Micoses subcutânea

Page 48: Fisiopatologia das infecções fúngicas

• Lombomicose

– Acomete partes distais do corpo

Micoses subcutânea