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PROGRAMA DE EDUCAÇÃO CONTINUADA A DISTÂNCIA Portal Educação
CURSO DE
FISIOTERAPIA ORTOPÉDICA E TRAUMATOLÓGICA
Aluno:
EaD - Educação a Distância Portal Educação
AN02FREV001/REV 4.0
1
CURSO DE
FISIOTERAPIA ORTOPÉDICA E TRAUMATOLÓGICA
MÓDULO I
Atenção: O material deste módulo está disponível apenas como parâmetro de estudos para este Programa de Educação Continuada. É proibida qualquer forma de comercialização ou distribuição do mesmo sem a autorização expressa do Portal Educação. Os créditos do conteúdo aqui contido são dados aos seus respectivos autores descritos nas Referências Bibliográficas.
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SUMÁRIO
MÓDULO I 1 A IMPORTÂNCIA DA FISIOTERAPIA NA ORTOPEDIA E TRAUMATOLOGIA 1.1 ESQUELETO HUMANO
1.1.1 Crânio
1.1.2 Coluna Vertebral
1.1.3 Cintura Escapular e Membros Superiores (MMSS)
1.1.4 Cintura Pélvica e Membros Inferiores (MMII)
1.2 POSIÇÃO ANATÔMICA
1.2.1 Movimentos do Corpo Humano 1.3 AVALIAÇÃO POSTURAL
1.3.1 Fatores que Afetam a Postura Correta
1.3.2 Protocolo de Avaliação Postural
1.4 TESTES FUNCIONAIS
1.4.1 Teste de Lachmann
1.4.2 Sinal de Payr
1.4.3 Sinal de Zohlen
1.4.4 Teste de Apreensão Segundo Fairbank
1.5 GONIOMETRIA BÁSICA
1.5.1 Ângulos Articulares dos Membros Superiores (MMSS)
1.5.1.1 Articulação do ombro
1.5.1.2 Articulação do cotovelo
1.5.1.3 Articulação radioulnar
1.5.1.4 Articulação do punho
1.5.1.5 Articulação carpometacarpal do polegar
1.5.1.6 Articulação metacarpofalângica
1.5.1.7 Articulação interfalângica
1.5.2 Angulos Articulares dos Membros Inferiores (MMII)
1.5.2.1 Articulação do quadril
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1.5.2.2 Articulação do joelho
1.5.2.3 Articulação do tornozelo
1.5.2.4 Articulação metatarsofalângica
1.5.2.5 Articulação interfalângica
1.5.3 Angulos Articulares da Coluna Vertebral
1.5.3.1 Coluna vertebral cervical
1.5.3.2 Coluna vertebral lombar
MÓDULO II 2 FISIOTERAPIA ESPORTIVA 2.1 LESÕES TÍPICAS DA MODALIDADE
2.1.1 Processo Inflamatório e Suas Fases
2.1.1.1 Fase aguda
2.1.1.2 Fase subaguda
2.1.1.3 Fase crônica
2.2 AVALIAÇÕES
2.3 TRAUMATISMOS DA COLUNA CERVICAL
2.3.1 Traumatismos por Flexão
2.3.2 Traumatismos por Extensão
2.3.3 Fraturas por Compressão Vertical
2.3.4 Traumatismos por Rotação
2.4 DOENÇA INFLAMATÓRIAS
2.5 DOENÇA DE GRISEL
2.6 CERVICOBRAQUIALGIA
2.6.1 Comprometimento da Raiz C5
2.6.2 Comprometimento da Raiz C6
2.6.3 Comprometimento da Raiz C7
2.6.4 Comprometimento da Raiz C8
2.7 CERVICALGIA
2.8 COLUNA VERTEBRAL
2.8.1 Fraturas da Coluna Vertebral
2.9 DOENÇAS DEGENERATIVAS DA COLUNA VERTEBRAL
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2.9.1 Osteoartrose ou Espondiloartrose
2.10 ESPONDILOLISTESE
2.11 COMPRESSÃO DA MEDULA ESPINHAL
2.12 DOENÇAS DEGENERATIVAS DO DISCO INTERVERTEBRAL
2.13 MOBILIZAÇÃO ARTICULAR
2.13.1 Alongamentos
2.13.2 Fortalecimentos
MÓDULO III 3 COLUNA TOROCOLOMBAR 3.1 TRAUMATISMO DA COLUNA TOROCOLOMBAR
3.2 HÉRNIA DE DISCO
3.3 LOMBOCIATALGIA
3.4 DOENÇA DE SCHEUERMANN
3.5 OSTEOPOROSE
3.6 PUBEÍTE
3.7 OSTEOARTROSE DO QUADRIL
3.8 FRATURAS DO QUADRIL
3.9 FRATURAS TROCANTERIANAS
3.9.1 Fraturas Intertrocantéricas
3.9.2 Fraturas Subtrocantéricas
3.10 ATROPLASTIA TOTAL DE QUADRIL
3.10.1 Atroplastia total de Quadril Cimentada
3.10.2 Atroplastia Total de Quadril Não Cimentada
3.10.3 Objetivos Fisioterapêuticos
3.10.4 Tratamento Fisioterapêutico
3.10.4.1 Pós-operatório imediato
3.10.4.2 Primeiro pós-operatório
3.10.4.3 Segundo pós-operatório
3.10.4.4 Terceiro pós-operatório
3.10.4.5 Quarto pós-operatório
3.10.4.6 Quinto pós-operatório
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3.10.4.7 Orientações após alta hospitalar
3.11 PATOLOGIAS NAS ARTICULAÇÕES E TENDÕES
3.11.1 Bursite
3.11.2 Tendinite
3.11.3 Síndrome do Túnel do Carpo
3.11.4 Fasceíte
3.11.5 Ruptura de Tendões
3.11.5.1 Causas
3.11.5.2 Tratamentos
3.11.5.3 Reabilitação
MÓDULO IV 4 FUNDAMENTOS BÁSICOS DA ELETROTERAPIA 4.1 CORRENTES DE BAIXA FREQUÊNCIA
4.1.1 Corrente Galvânica
4.1.1.1 Indicações da corrente galvânica
4.1.1.2 Contraindicações da corrente galvânica
4.1.2 Corrente Farádica
4.1.2.1 Indicações
4.1.2.2 Contraindicações
4.1.3 Correntes Diadinâmicas
4.1.4 Tens
4.1.4.1 Indicação
4.1.4.2 Contraindicação
4.1.5 Fes
4.2 CORRENTES DE MÉDIA FREQUÊNCIA
4.2.1 Corrente Interferencial
4.2.1.1 Principais propriedades
4.2.1.2 Contraindicações
4.2.2 Corrente Russa
4.3 CORRENTES DE ALTA FREQUÊNCIA
4.3.1 Ondas Curtas
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4.3.1.1 Efeitos fisiológicos do ondas curtas
4.3.2 Micro-Ondas
4.3.2.1 Indicações do micro-ondas
4.3.3 Ultrassom
4.3.3.1 Contraindicações
4.4 TERMOTERAPIA
4.4.1 Contraindicações
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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MÓDULO I
1 A IMPORTÂNCIA DA FISIOTERAPIA NA ORTOPEDIA E TRAUMATOLOGIA
A fisioterapia ortopédica e traumatológica atua na prevenção e tratamento de
doenças nos ossos, músculos, ligamentos e articulações, além de traumas
ortopédicos, utilizando principalmente recursos elétricos, mecânicos e térmicos, além
de cinesioterápicos.
No curso a seguir, dividido em 4 módulos, apresenta-se uma introdução
básica à fisioterapia ortopédica e traumatológica, na qual o aluno aprende
primeiramente noções sobre o esqueleto humano, posição anatômica, avaliação
postural, testes funcionais, goniometria, principais afecções ósseas e musculares do
corpo humano e finalmente o tratamento fisioterápico, englobando especialmente a
reabilitação com os recursos já citados.
1.1 ESQUELETO HUMANO
O esqueleto (FIGURA 1) é formado pelo conjunto de todos os ossos do
corpo. Suas funções são suportar o corpo, proteger os órgãos e servir de alavanca
para os movimentos, tornando-se possível a locomoção. (MARQUE, 2009; NAGLER,
1976).
Do encontro de dois ossos diferentes formam-se as chamadas articulações.
As articulações são unidas por ligamentos, que proporcionam estabilidade,
permitindo tipos específicos de movimentos para cada uma delas. Os músculos, com
sua capacidade de contrair e relaxar, produzem os movimentos do nosso corpo.
(NAGLER, 1976).
FIGURA 1 – ESQUELETO HUMANO
AN02FREV001/REV 4.0
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FONTE: Disponível em: <http://www.curiosidadesdomundo.com/como-formado-constituido-esqueleto-
humano/>. Acesso em: 30 out. 2013.
1.1.1 Crânio
O crânio humano (FIGURA 2) protege o encéfalo e os órgãos a ele
associados para os sentidos da visão, audição, gosto e olfato. É dividido em duas
partes, a craniana e a facial. Na parte craniana encontra-se o cérebro, que
juntamente com a medula espinhal formam o Sistema Nervoso Central (SNC). Os
ossos que constituem a parte craniana são: parietal, temporal e occipital. A segunda
parte do crânio é chamada de parte facial, sendo composta pelos ossos: maxilar,
mandibular, nasal e palatino. (NAGLER, 1976; GARDNER; OSBURN, 1971).
FIGURA 2 – CRÂNIO HUMANO
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FONTE: Disponível em: <http://adanatomia.blogspot.com.br/2011/06/sistema-esqueletico-esqueleto-
cefalico.html>. Acesso em: 30 out. 2013.
1.1.2 Coluna Vertebral
A coluna vertebral humana tem a função de manter o eixo longitudinal do
corpo, suportar e movimentar a cabeça e oferecer uma base estrutural para
articulação e ação dos membros. É composta por 33 vértebras, sendo que cada uma
delas possui um canal vertebral, por onde passa a medula espinhal. Entre uma
vértebra e outra existem os chamados discos intervertebrais, que amortecem os
choques realizados contra a nossa coluna. (MARQUES, 2009; NAGLER, 1976).
O pescoço é composto por sete vértebras cervicais, as duas primeiras são
diferentes quanto à sua forma. A primeira é chamada de atlas, sobre a qual o crânio
descansa, a segunda chama-se axis. Os movimentos da cabeça ocorrem
principalmente ao redor dessa vértebra. (NAGLER, 1976).
Na região do peito existem 12 vértebras torácicas e, na região lombar, 5
vértebras lombares, logo abaixo encontra-se o sacro, formado de 5 vértebras
coccígeas ou também chamado de cauda óssea. (NAGLER, 1976; GARDNER;
OSBURN, 1971). Os ossos da caixa torácica são o esterno e doze pares de
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costelas, elas encontram-se presas posteriormente a doze vértebras torácicas e
anteriormente, ao esterno por meio de cartilagem, já as duas últimas são livres em
suas extremidades anteriores, por esse motivo recebem o nome de costelas
flutuantes. A função do tórax é proporcionar aos pulmões uma caixa rígida, que
também aumenta e diminui seu volume para manter uma diferença de pressão entre
a caixa torácica e a atmosfera externa. (NAGLER, 1976).
1.1.3 Cintura Escapular e Membros Superiores (MMSS)
Quanto à cintura escapular e os MMSS, podemos citar os principais ossos:
clavícula, escápula, úmero, rádio, ulna, punho e dedos. (NAGLER, 1976). A clavícula
é um osso em forma de S, localiza-se na parte anterior do peito, sendo que sua
parte proximal une-se com o esterno e a distal com a escápula. Ela tem a função de
estabilizar a cintura escapular. (NAGLER, 1976).
A escápula é um osso triangular e chato situado na parte posterior e superior
do corpo, prendendo-se à caixa torácica principalmente por músculos. Esse osso
serve de base para a inserção de músculos do tórax e do braço. (NAGLER, 1976). O
úmero é popularmente conhecido como “osso do braço”, sua extremidade proximal
apresenta uma cabeça arredondada e duas protuberâncias, nomeadas de
tubérculos maior e menor. A parte distal desse osso alarga-se para formar os
chamados côndilos, mediano e lateral. (NAGLER, 1976).
O rádio é um osso longo, localizado na parte lateral do antebraço, ou do
polegar. A ulna também é um osso longo e fica na parte medial do antebraço, ou
seja, do lado em que se localiza o dedo mínimo. Lembremos sempre que a
localização de lateral e medial é baseada na posição anatômica normal, ou seja, em
pé, com as palmas das mãos viradas para frente. (NAGLER, 1976).
O punho é composto por oito ossos pequenos, conhecidos como ossos do
carpo. Os cinco ossos metacárpicos apresentam forma de cilindro e fazem a ligação
do punho com os dedos, são numerados de um a cinco, do polegar ao mínimo. Os
dedos são formados pelas chamadas falanges, sendo somente duas no polegar e
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três nos outros dedos. Um só osso do dedo é chamado de falange, sendo
classificado pela sua posição em: proximal, medial e distal. (NAGLER, 1976).
1.1.4 Cintura Pélvica e Membros Inferiores (MMII)
Os principais ossos que formam a cintura pélvica e os membros inferiores
(MMII) são: ílio, ísquio, púbis, fêmur, tíbia, fíbula, tarso, metatarsos e falanges.
(NAGLER, 1976). Os ossos ílio, ísquio e púbis formam a parte lateral da cintura
pélvica, esses três em conjunto formam também o acetábulo. Na extremidade
inferior do ísquio encontra-se uma proeminência óssea que tem a função de suportar
nosso corpo quando estamos sentados, ela recebe o nome de tuberosidade
isquiática. (NAGLER, 1976).
A articulação do quadril é formada com a junção da extremidade proximal do
fêmur (maior e mais longo osso do organismo) e o acetábulo. Já a extremidade
distal do fêmur forma os côndilos medial e lateral, que se articulam com a plataforma
tibial, formada pela extremidade proximal da tíbia. Esses ossos juntamente com a
patela formam o joelho. (NAGLER, 1976; GARDNER; OSBURN, 1971).
Na superfície proximal e anterior da tíbia encontra-se um tubérculo,
conhecido como tuberosidade tibial. Nele ocorre a ligação da extremidade distal do
tendão muscular do quadríceps. Já a extremidade distal da tíbia forma o maléolo
medial, que é uma parte da articulação do tornozelo, a formação do encaixe para a
articulação do tornozelo está completa quando há também a junção da extremidade
distal da fíbula. A fíbula apresenta-se na face lateral da perna e permanece em
contato com a tíbia em todas as suas extremidades, ou seja, tanto na proximal
quanto na distal. (NAGLER, 1976).
O tarso (popularmente conhecido como tornozelo) é formado por sete ossos,
nomeados de ossos do tarso. O calcâneo é o maior desse grupo, seguido pelo talo,
que também é o osso mais proximal, articulando-se diretamente em conjunto com a
tíbia e fíbula. Metatarsos é o nome dado a um conjunto de cinco ossos que ligam os
ossos tarsais aos dedos dos pés. Eles assemelham-se aos ossos metacarpais da
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mão e sua principal função é dar suporte ósseo aos dedos dos pés. As falanges dos
dedos dos pés são mais
curtas quando comparadas aos dedos das mãos, porém igualmente
apresentam o dedo maior contendo somente duas falanges e o restante contendo
três falanges. (NAGLER, 1976).
1.2 POSIÇÃO ANATÔMICA
Damos o nome de posição anatômica, (FIGURA 3) à posição em que o
corpo fica ereto, com os MMII unidos, pontas dos pés e palmas das mãos voltadas
para frente e MMSS estendidos ao lado do corpo. (NAGLER, 1976; COSTA, 2005).
FIGURA 3 – POSIÇÃO ANATÔMICA
FONTE: COSTA, 2005.
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1.2.1 Movimentos do Corpo Humano
Quanto aos nossos movimentos do corpo humano, quando ocorre um
afastamento de qualquer extremidade em relação à linha média, damos o nome de
abdução. Se acontecer o contrário, ou seja, uma aproximação de extremidades em
relação à linha média dá o nome de adução. Quando uma extremidade gira pelo seu
eixo longitudinal, chamamos esse movimento de rotação. Se um ângulo de qualquer
articulação reduz, damos o nome de flexão, o oposto, ou seja, quando o ângulo
aumenta, titulamos de extensão. (NAGLER, 1976).
A parte da estrutura do corpo mais próxima deste é denominada
extremidade proximal, a mais afastada, extremidade distal. O lado frontal do corpo
(lado da face e abdômen) é designado lado anterior, já o lado de trás do corpo
(costas e glúteos) lado posterior. (NAGLER, 1976).
1.3 AVALIAÇÃO POSTURAL
A postura pode ser definida como a posição do corpo parado ou o arranjo
em harmonia das partes corpóreas em movimento. Uma boa postura é o resultado
da capacidade dos ligamentos, músculos e cápsulas articulares em manter o corpo
ereto, em uma mesma posição por um longo período. (SANTOS, 2009). A avaliação
postural, principalmente na infância, é importante para a identificação e correção da
postura inadequada, evitando maiores transtornos futuros.
1.3.1 Fatores que Afetam a Postura Correta
São múltiplos os fatores que podem influenciar a postura de um indivíduo,
como hereditariedade, ambiente, condições físicas habitacionais, fatores
emocionais, socioeconômicos, obesidade, sedentarismo, utilização inadequada de
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calçados e alterações consequentes do crescimento e desenvolvimento humanos.
No caso de crianças podemos também citar o uso incorreto de mochilas escolares e
a postura inadequada durante as aulas, hábitos esses que, se não corrigidos, serão
levados para a adolescência e vida adulta. (SANTOS, 2009; LIPOSCKI; ROSA
NETO; SAVALL, 2013; DETSCH, 2007).
1.3.2 Protocolo de Avaliação Postural
Para uma boa avaliação postural é extremamente necessária a utilização de
instrumentos validados para estabelecer uma linguagem comum entre os
profissionais de diferentes áreas. Deste modo, segue abaixo o (IAP) Índice de
Avaliação Postural (FIGURA 4), que no ano de 2007 foi devidamente validado no
país por Liposcki (2013).
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1.4 TESTES FUNCIONAIS
Os testes funcionais em fisioterapia são de extrema importância para a
compreensão das condições cinesiológicas funcionais do paciente que será
avaliado. (VERONESI JUNIOR, 2011). Segundo Marques (2009), seguem abaixo
alguns exemplos de testes funcionais para a articulação do joelho.
1.4.1 Teste de Lachmann
Para a realização desse teste o paciente deve estar posicionado em
decúbito dorsal (barriga para cima), com o joelho flexionado entre 15º e 30º. Com
uma das mãos o terapeuta segura o fêmur do paciente e com a outra puxa a tíbia
para frente, os músculos devem estar completamente relaxados (FIGURA 5). Se
houver um deslocamento perceptível da tíbia em relação ao fêmur, é sinal de que o
ligamento colateral anterior (LCA) está lesado.
FIGURA 5 – TESTE DE LACHMANN
FONTE: Disponível em: <http://darlanalencartherapymovi.blogspot.com.br/2011_11_01_archive.html>. Acesso em: 29 out.
2013.
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1.4.2 Sinal de Payr
Para a realização desse teste o paciente deve estar sentado com as pernas
cruzadas (em forma de borboleta, ou índio), (FIGURA 6). O terapeuta exerce uma
pressão sobre o joelho afetado. Se o paciente sentir dores na interlinha articular
medial, é sinal que há danos no corno posterior do menisco.
FIGURA 6 – SINAL DE PAYR
FONTE: Disponível em: <http://www.milton.com.br/esporte/saiba_mais/ort_4.htm>.
Acesso em: 29 out. 2013.
1.4.3 Sinal de Zohlen
O paciente deve estar em decúbito dorsal, com a perna estendida. O
terapeuta pressiona a patela com os polegares a partir das direções proximal, medial
e lateral e pede ao paciente que estenda ainda mais a perna, tencionando o músculo
quadríceps. Em caso de lesão patelar, o quadríceps puxa a patela em direção
cranial, pressionando-a contra o côndilo femoral.
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1.4.4 Teste de Apreensão segundo Fairbank
Durante esse teste o paciente permanece em decúbito dorsal, com o joelho
estendido e a coxa relaxada. O terapeuta pressiona a patela com os dois polegares
em direção lateral. Nesse momento, pede-se ao paciente que flexione o joelho
(FIGURA 7). Se ocorrerem dores fortes, há uma luxação patelar.
FIGURA 7 – TESTE DE APREENSÃO SEGUNDO FAIRBANK
FONTE: Disponível em: <http://static.portaleducacao.com.br/arquivos/imagens_artigos/25012013123157joelho.jpg>. Acesso
em: 29 out. 2013.
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1.5 GONIOMETRIA BÁSICA
A Goniometria é um método que nos permite medir os ângulos articulares do
nosso corpo, através de um aparelho simples denominado goniômetro (FIGURA 8).
É comumente utilizado pelos fisioterapeutas para determinar a presença de
disfunção, estabelecer um diagnóstico, traçar objetivos do tratamento e avaliar a
recuperação funcional durante e ao término do tratamento. (MARQUES, 2009).
FIGURA 8 – GONIÔMETRO
FONTE: Disponível em: <http://roselysaldanha.wordpress.com/2011/04/22/manual-de-goniometria-membro-superior/>. Acesso em: 30 out. 2013.
Segundo Marques (2009), os planos e eixos utilizados na goniometria são:
• Plano Sagital: onde ocorrem os movimentos deflexão e extensão (FIGURA 9);
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FIGURA 9 – PLANO SAGITAL
FONTE: COSTA, 2005.
• Plano Frontal: onde ocorrem os movimentos de adução e abdução (FIGURA
10);
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FIGURA 10 – PLANO FRONTAL
FONTE: COSTA, 2005.
• Plano Transverso: onde ocorrem os movimentos de rotação (FIGURA 11).
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Segundo Marques (2003), seguem abaixo as amplitudes articulares normais
na Goniometria.
1.5.1 Ângulos Articulares dos Membros Superiores (MMSS)
1.5.1.1 Articulação do ombro
• Movimento de flexão: 0 – 180o;
• Movimento de extensão: 0 – 45o;
• Movimento de abdução: 0 – 180o;
• Movimento de adução: 0 – 40o;
• Movimento de Rotação Medial: 0 - 90o
• Movimento de Rotação Lateral: 0 - 90o
1.5.1.2 Articulação do cotovelo
• Movimento de Flexão: 0 – 145º
• Movimento de Extensão: 145 – 0º
1.5.1.3 Articulação radioulnar
• Movimento de pronação: 0 – 90º
• Movimento de Supinação: 0 – 90º
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1.5.1.4 Articulação do punho
• Movimento de Flexão: 0 – 90 º
• Movimento de Extensão: 0 – 70º
• Movimento de Adução: 0 – 45º
• Movimento de Abdução: 0 – 20º
1.5.1.5 Articulação carpometacarpal do polegar
• Movimento de Flexão: 0 – 15º
• Movimento de Abdução: 0 – 70º
• Movimento de Extensão: 0 – 70º
1.5.1.6 Articulação metacarpofalângica
• Movimento de Flexão: 0 – 90º
• Movimento de extensão: 0 – 30º
• Movimento de Abdução: 0 – 20º
• Movimento de Adução: 0 – 20º
1.5.1.7 Articulação interfalângica
• Movimento de Flexão: 0 – 110º
• Movimento de Extensão: 0 – 10º
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1.5.2 Ângulos Articulares do Membros Inferiores (MMII)
1.5.2.1 Articulação do quadril
• Movimento de Flexão: 0 – 125º
• Movimento de Extensão: 0 – 10º
• Movimento de Adução: 0 – 15º
• Movimento de Abdução: 0 – 45º
• Movimento de Rotação Medial: 0 – 45º
• Movimento de Rotação Lateral: 0 – 45º
1.5.2.2 Articulação do joelho
• Movimento de Flexão: 0 – 140º
1.5.2.3 Articulação do tornozelo
• Movimento de Flexão dorsal: 0 – 20º
• Movimento de Flexão Plantar: 0 – 45º
• Movimento de Abdução: 0 – 20º
• Movimento de Adução: 0 – 40º
1.5.2.4 Articulação metatarsofalângica
• Movimento de Flexão – Primeiro dedo: 0 – 45º
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• Movimento de Flexão – Segundo ao quinto dedo: 0 – 40º
• Movimento de Extensão – Primeiro dedo: 0 – 90º
• Movimento de Extensão – Segundo ao quinto dedo: 0 – 45º
1.5.2.5 Articulação interfalângica
• Movimento de Flexão (interfalângicas) – Primeiro dedo: 0 -90º
• (Interfalângicas Proximais) – Segundo ao quinto dedo: 0 – 35º
• (Interfalângicas Distais) – Segundo ao quinto dedo: 0 – 60º
1.5.3 Angulos Articulares da Coluna Vertebral
1.5.3.1 Coluna vertebral cervical
• Movimento de Flexão: 0 – 65º
• Movimento de Extensão: 0 – 50º
• Movimento de Flexão Lateral: 0 – 40º
• Movimento de Rotação: 0 – 55º
1.5.3.2 Coluna vertebral lombar
• Movimento de Flexão: 0 – 95º
• Movimento de Extensão: 0 – 35º
• Movimento de Flexão Lateral: 0 – 40º
• Movimento de Rotação: 0 – 35º
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