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Revista Premiere
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Fitas na Rua
31.08.2011
De 13 de Agosto a 11 de Setembro, o cinema sai à rua em Lisboa, numa proposta para
também conhecer melhor a capital. A entrada é livre.
A 3ª edição do Fitas na Rua realiza-se em Lisboa, em vários locais da cidade, aos
Sábados e Domingos, às 22h. A iniciativa é promovida pela EGEAC e a Câmara
Municipal de Lisboa, inserindo-se no programa Lisboa na Rua. Sérgio Marques,
programador do Fitas na Rua diz que se pretende “criar um dispositivo atractivo, uma
sala de cinema efémera que seja o contexto adequado à temática dos filmes...como se o
espaço fosse um prolongamento da imagem na tela”.
São vários os filmes escolhidos para exibição, programados em espaços que se adequam
ao ambiente do filme. Sérgio Marques usa como exemplo o documentário Ma femme
chamada bicho, de José Álvaro Morais, já que aborda a relação e trabalho de Arpad
Szenes e Vieira da Silva e será exibido no Jardim das Amoreiras, onde se localiza a
fundação. Mas, caso a ligação entre ambiente e filme não seja tão óbvia, Sérgio
Marques desafia: “basta vir assistir aos filmes e descobrir as semelhanças...”
Além dos clássicos do cinema, cinema de autor e português, o Fitas na Rua envolveu
duas comunidades de imigrantes em Portugal, a chinesa e a indiana. Tal resultou na
proposta de exibição de alguns filmes. Assim, o filme de abertura, O Tigre e o
Dragão (Ang Lee, 2000), “foi decidido após a aplicação de um questionário a alguns
comerciantes chineses da zona do Martim Moniz e do Intendente”, enquanto o
filme Umrao Jaan (J.P. Dutta, 2006) “foi o escolhido mediante as sugestões das
pessoas envolvidas no site www.grandmassala.com, site de difusão da cultura indiana e
da Comunidade Hindu em Portugal”, como explica Sérgio Marques.
Serão exibidos filmes como Aquele querido mês de Agosto (Miguel Gomes, 2008), Os
Respigadores e a Respigadora (Agnès Varda, 2000), Playtime – Vida
Morderna (Jacques Tati, 1967) ouRoma (Federico Fellini, 1972). Os locais escolhidos
são tão díspares como o Arco da Praça de Espanha, Jardim do Campo de Santa Clara,
Praça do Rossio, Mercado de Benfica, Bairro de Padre Cruz (em Carnide), entre outros.
Antes de cada fita ser exibida, o espectador irá assistir a uma curta portuguesa, já que a
intenção é “trazer para a rua um formato que é pouco visto tanto em salas como em
televisão ou DVD e mostrar o bom cinema que se faz em Portugal”.
O programador do Fitas na Rua realça ainda a importância dos apoios, como a
Cinemateca Portuguesa e a Cineteca Nazionale de Itália que “são parceiros com a
cedência de cópias dos filmes” ou a embaixada da China em Portugal que “ajudou nas
traduções dos questionários e dos cartazes em mandarim e na divulgação desta sessão
pelas comunidades chinesas”.
(Por Tatiana Henriques)
(Notícia publicada no Facebook oficial da revista Premiere:
https://www.facebook.com/Revista.Premiere)