FOCA NO RESUMO_SUSPENSAO DA EXIGIBILIDADE DO CREDITO TRIBUTARIO.pdf

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    MARTINA CORREIA

    SUSPENSO DA EXIGIBILIDADE DO CRDITO TRIBUTRIO DIREITO TRIBUTRIO

    Ricardo Alexandre

    INTRODUO

    - Quando o crdito constitudo, a obrigao torna-se lquida, certa e exigvel e o sujeito passivo tem

    o dever de adimplir a obrigao. Se no adimplir, a administrao promove atos executivos de

    cobrana. Em algumas situaes, essa PROMOO DE ATOS DE COBRANA fica SUSPENSA.

    HIPTESES DE SUSPENSO DA EXIGIBILIDADE DO CRDITO TRIBUTRIO

    Moratria

    Depsito do seu montante integral

    Reclamaes e os recursos, nos termos das leis reguladoras do processo tributrio administrativo

    Concesso de medida liminar em MS

    Concesso de medida liminar ou de tutela antecipada, em outras espcies de ao judicial

    Parcelamento

    - Esse rol do art. 151 taxativo.

    - A legislao aduaneira (DL 37/66) regula casos de suspenso, em incongruncia com o CTN. A

    explicao que foram elaborados na mesma poca, por equipes diferentes.

    - AS CAUSAS DE SUSPENSO PODEM OPERAR ANTES DA CONSTITUIO DO CRDITO. Ex.: uma

    liminar em MS antes da constituio do crdito. Nesse caso, a autoridade pode realizar o

    lanamento (caso contrrio poderia perder o direito devido decadncia), mas no poderia propor

    execuo fiscal porque est suspensa a EXIGIBILIDADE DO CRDITO.

    LANAMENTO

    A causa suspensiva no impede o lanamento, o Como o crdito j foi constitudo, a causa suspensiva crdito pode ser constitudo, mas sem estipular SUSPENDE A EXIGIBILIDADE. prazo para pagamento e penalidade. A causa suspensiva s IMPEDE A EXIGIBILIDADE.

    DEPSITO DO MONTANTE INTEGRAL

    - Se o sujeito passivo no concorda com o lanamento, pode impugn-lo, administrativa ou

    judicialmente.

    IMPUGNAO VIA JUDICIAL IMPUGNAO ADMINISTRATIVA

    O depsito IMPEDE QUE O FISCO AJUZE A EXECUO FISCAL (direito subjetivo do

    contribuinte).

    A prpria instaurao do processo administrativo suspende a exigibilidade do crdito. Nesse caso, o

    depsito do montante LIVRA O CONTRIBUINTE DOS JUROS DE MORA.

    Razo do contribuinte levantamento do depsito, com os acrscimos legais, mesmo que o depositante tenha outras dvidas perante o mesmo sujeito ativo (STJ, REsp 297.115/SP). Assim, ocorrer a extino do crdito. Razo do Fisco o valor depositado ser convertido em renda (destinado aos cofres pblicos) e, assim,

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    haver extino do crdito. Assim, em ambos os casos o depsito do montante levar EXTINO DO CRDITO.

    - Se houver extino do processo sem julgamento de mrito, o depsito deve ser convertido em

    renda, pois S H LEVANTAMENTO DO DEPSITO SE A DECISO FOR FAVORVEL AO

    DEPOSITANTE.

    - Smula 112 do STJ: O DEPSITO SOMENTE SUSPENDE A EXIGIBILIDADE DO CRDITO TRIBUTRIO

    SE FOR INTEGRAL E EM DINHEIRO. No se aceita, por exemplo, fiana bancria como depsito.

    - O STJ (REsp 767.328/RS) pacificou que no lanamento por homologao, realizado o depsito do

    montante integral pelo contribuinte, a Fazenda deve dizer se concorda ou no com o valor

    depositado. Se concordar, reputa-se feito o lanamento, no sendo necessria a realizao de

    lanamento de ofcio para prevenir a verificao da decadncia.

    RECLAMAES E RECURSOS NO PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL

    - Enquanto houver processo administrativo o Fisco no poder promover atos de cobrana.

    - As leis de processo administrativo fiscal dos entes no podem negar efeito suspensivo s

    reclamaes e aos recursos. Evita a aplicao do solve et repete (pague e depois reclame).

    - A EXIGNCIA DE DEPSITO OU ARROLAMENTO PRVIO DE DINHEIRO OU BENS PARA

    ADMISSIBILIDADE DE RECURSO INCONSTITUCIONAL (smula vinculante 21). O STF entendeu que

    o depsito recursal viola a isonomia, o contraditrio, a ampla defesa, o devido processo legal, o

    direito de petio e a reserva de lei complementar para disciplinar as normas gerais em matria

    tributria.

    - No mesmo sentido, a smula 373 do STJ: ilegtima a exigncia de depsito prvio para

    admissibilidade de recurso administrativo.

    LIMINAR EM MANDADO DE SEGURANA

    - No necessrio que exista crdito para que a ao seja ajuizada. Alis, no necessrio nem

    que tenha ocorrido FG (basta a ameaa a leso).

    - Lembrar que a concesso da liminar no impede o lanamento, mas a exigibilidade do crdito.

    - De acordo com a Lei 12.016/09, o juiz pode exigir do impetrante cauo, fiana ou depsito, com o

    objetivo de assegurar o ressarcimento pessoa jurdica. No entanto, como o CTN arrola a liminar em

    MS e o depsito como hipteses autnomas de suspenso, no tem sentido exigir o depsito. Se o

    juiz condiciona a concesso da medida liminar realizao de depsito, est, na verdade,

    indeferindo a medida liminar. O depsito direito subjetivo do sujeito passivo. Concluso: A

    LIMINAR EM MS SUSPENDE A EXIGIBILIDADE DO CRDITO INDEPENDENTEMENTE DE DEPSITO.

    LIMINAR OU TUTELA ANTECIPADA EM OUTRAS ESPCIES DE AO JUDICIAL

    - til para situaes em que no possvel ao sujeito passivo proteger seu direito via MS (ex.:

    perda do prazo de 120 dias).

    - A medida cautelar garante o resultado til do processo sem satisfazer o direito afirmado. J a tutela

    antecipada visa satisfao do direito, antecipando seu gozo. necessria a verossimilhana das

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    alegaes conciliada, alternativamente, com o fundado receio de dano irreparvel ou de difcil

    reparao ou com a caracterizao do abuso de direito de defesa ou do manifesto propsito

    protelatrio do ru. O importante saber que ambas suspendem a exigibilidade do crdito.

    MORATRIA

    - a dilao do prazo para pagamento do tributo.

    MORATRIA COM CARTER GERAL MORATRIA COM CARTER INDIVIDUAL

    Concedida diretamente por LEI. Pode ser AUTNOMA ou HETERNOMA.

    Concedida por ATO ADMINISTRATIVO QUE DECLARA O CUMPRIMENTO DOS REQUISITOS PREVISTOS EM LEI.

    - Na moratria autnoma, o ente competente para a instituio do tributo dilata-lhe o prazo. Ex.: a

    Unio concede moratria para impostos de competncia da Unio.

    - NA MORATRIA HETERNOMA, A UNIO CONCEDE MORATRIA DE TRIBUTO DE COMPETNCIA

    ALHEIA DIANTE DE EXCEPCIONAIS SITUAES NATURAIS, ECONMICAS OU SOCIAIS. No

    inconstitucional em si mesma, mas seu uso pode vir a ser, se, por exemplo, configurar providncia de

    natureza poltica agressiva autonomia estadual ou municipal.

    - Ateno: MORATRIA PARCELADA E PARCELAMENTO SO INSTITUTOS AUTNOMOS, CAUSAS

    INDEPENDENTES DE SUSPENSO. Veja as diferenas:

    MORATRIA PARCELAMENTO

    Medida excepcional, que somente deve ter lugar em casos de situaes naturais econmicas ou sociais

    que dificultem o normal adimplemento das obrigaes tributrias.

    Medida de poltica fiscal que visa a recuperar crditos e a permitir que contribuintes inadimplentes voltem

    situao de regularidade.

    As leis concessivas de moratria tm permitido que o futuro pagamento seja feito livre de qualquer penalidade pecuniria e at mesmo de juros.

    Salvo disposio de lei em contrrio, o parcelamento do crdito no exclui a incidncia de juros e multas, parcelando-se todo o crdito (com juros e multas).

    - Salvo disposio de lei em contrrio, a moratria somente abrange os crditos definitivamente

    constitudos data da lei ou do despacho que a conceder, ou cujo lanamento j tenha sido iniciado

    quela data por ato regularmente notificado ao sujeito passivo (art. 154). Logo, A MORATRIA

    ABRANGE CRDITOS LANADOS OU EM FASE DE LANAMENTO. A moratria causa de suspenso

    do crdito, e sem lanamento no h crdito. Ateno ao incio: lei pode dispor em contrrio

    (concesso de moratria mesmo dos tributos que ainda no foram lanados).

    - A MORATRIA NO APROVEITA AOS CASOS DE DOLO, FRAUDE OU SIMULAO DO SUJEITO

    PASSIVO OU DO TERCEIRO EM BENEFCIO DAQUELE.

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    - Art. 155: A CONCESSO DA MORATRIA EM CARTER INDIVIDUAL NO GERA DIREITO

    ADQUIRIDO e ser revogada de ofcio, sempre que se apure que o beneficiado no satisfazia ou

    deixou de satisfazer as condies ou no cumpria ou deixou de cumprir os requisitos para a

    concesso do favor, cobrando-se o CRDITO ACRESCIDO DE JUROS DE MORA:

    REVOGAO DA MORATRIA INDIVIDUAL (descumprimento de requisitos)

    SE HOUVE DOLO OU SIMULAO SE NO HOUVE DOLO OU SIMULAO

    Imposio de penalidade cabvel. Sem penalidade.

    O tempo decorrido entre a concesso da moratria e sua revogao no se computa para efeito da prescrio

    do direito cobrana do crdito.

    A revogao s pode ocorrer antes de prescrito o referido direito.

    - Redao equivocada: a concesso da moratria no deveria ser revogada, mas anulada (requisitos

    no cumpridos) ou cassada (deixou de cumprir os requisitos).

    - A revogao deve ser precedida de procedimento administrativo em que se assegure ampla

    defesa e contraditrio e isso se aplica tambm revogao de parcelamento, anistia, remisso e

    iseno.

    PARCELAMENTO

    - O parcelamento ser concedido na forma e condio estabelecidas em LEI ESPECFICA do membro

    com competncia para a instituio do tributo.

    - Salvo disposio de lei em contrrio, o parcelamento do crdito tributrio no exclui a incidncia

    de juros e multas.

    - Para o STJ, os benefcios da denncia espontnea s ocorrem quando h pagamento, e no

    parcelamento.

    - H 2 leis especficas: a lei geral de parcelamento (trata genericamente do parcelamento de crditos

    tributrios no mbito da respectiva esfera) e a lei que tratar especificamente do parcelamento dos

    dbitos da empresa em recuperao judicial. Caso o ente no edite a 2 lei especfica, surgir o

    direito de utilizar a lei geral de parcelamento do ente, no podendo, neste caso, ser o prazo de

    parcelamento inferior ao concedido pela lei federal especfica. Exemplo:

    Lei geral da Unio 60 meses. Lei geral do Estado X 72 meses.

    Lei especfica federal (recuperao judicial) 84 meses.

    O Estado X no tem lei especfica (recuperao judicial). Deve aplicar a lei especfica federal (84 meses), que

    superior Lei geral do Estado X (72 meses).

    - A CONCESSO DE PARCELAMENTO IMPEDE O ENCAMINHAMENTO AO MP DE REPRESENTAO

    FISCAL PARA FINS PENAIS RELATIVAS AOS CRIMES CONTRA A ORDEM TRIBUTRIA (art. 83 da Lei

    9;430/96). O pedido de parcelamento deve ter sido formalizado antes do recebimento da denncia

    criminal.