FOCA NO RESUMO_TEORIAS DA CONDUTA.pdf

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    WWW.FOCANORESUMO.COMMARTINA CORREIA

    TEORIAS DA CONDUTADIREITO PENAL

    Clber Masson + Rogrio Sanches + Rogrio Greco

    TEORIAS CAUSALISTA, CAUSAL, CLSSICA OU NATURALISTA (VON LISZT E BELING)

    - CONDUTA UMA AO HUMANA VOLUNTRIA QUE PRODUZ MODIFICAO NO MUNDO

    EXTERIOR.

    - A caracterizao da conduta criminosa depende somente da circunstncia de o agente PRODUZIR

    FISICAMENTE UM RESULTADO PREVISTO EM LEI COMO INFRAO PENAL, INDEPENDENTEMENTE

    DE DOLO OU CULPA. Ao = vontade + movimento corporal que exterioriza a vontade + resultado

    dessa atuao. Perceba que o resultado est embutido no conceito de ao.

    - Para configurar a conduta, basta apenas uma fotografia do resultado. Ex.: A dirige

    cautelosamente e abaixo do limite de velocidade. De repente, uma criana lana-se na direo do

    carro e morre. O agente no tinha dolo nem culpa. Fotografia do evento: A no carro, a criana morta

    e o para-choque do carro amassado. Assim, de acordo com essa teoria, a ao de A (dirigir o carro)

    ensejou um resultado no mundo exterior (morte da criana), numa relao de causa e efeito

    (teoria mecanicista). Est configurado o fato tpico (conduta, resultado, nexo causal e tipicidade).

    - Crime = Fato Tpico + Ilicitude + Culpabilidade (para a teoria clssica, adota-se necessariamente a

    teoria TRIPARTITE, sob pena de caracterizar a responsabilidade penal objetiva). No exemplo, no

    haveria crime por ausncia de culpabilidade. O fato seria tpico e ilcito, mas no seria culpvel (falta

    dolo ou culpa).

    - O TIPO PENAL S ADMITE ELEMENTOS OBJETIVOS, O DOLO E A CULPA SO ESPCIES DA

    CULPABILIDADE.

    - A culpabilidade, na teoria causalista, o vnculo psicolgico entre o autor e o fato ( TEORIA

    PSICOLGICA DA CULPABILIDADE).

    - O dolo da teoria causalista o DOLO NORMATIVO(vontade + conscincia + conscincia atual da

    ilicitude, que o elemento normativo).

    - A imputabilidade era tida como um pressuposto da culpabilidade.

    - Essa teoria foi abandonada com o tempo, principalmente devido s crticasque sofreu:

    a) um erro separar a conduta da relao psquica do agente, deixando de analisar sua

    vontade. No se distingue a conduta dolosa da culposa. Fica impossvel, no estudo da

    tipicidade, diferenciar, por exemplo, tentativa de homicdio de leso corporal.

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    b)Por conceituar conduta como ao humana, ignora a existncia de crimes omissivos.

    c)No explica os crimes formais e os de mera conduta.

    - OCPMadotou a teoria causalista (ler art. 33). O dolo e a culpa so espcies de culpabilidade.

    TEORIA NEOKANTISTA OU NEOCLSSICA (FRANK, MEZGER)

    - CONDUTA UM COMPORTAMENTO HUMANO VOLUNTRIO QUE PRODUZ MODIFICAO NO

    MUNDO EXTERIOR. O conceito de conduta passa a abranger a OMISSO(comportamento e no

    mais ao).

    - A culpabilidade foi enriquecida (Reihnart Frank). O dolo e a culpa passam a ser ELEMENTOS da

    culpabilidade (no mais espcies).

    - O dolo continua sendo normativo (conscincia da ilicitude).

    - Admite elementos no meramente descritivos no tipo.

    - Crime = Fato Tpico + Ilicitude + Culpabilidade (teoria tripartite).

    CAUSALISTA NEOKANTISTA

    Conduta uma AO HUMANAvoluntria queproduz modificao no mundo exterior

    Conduta um COMPORTAMENTOhumano voluntrioque produz modificao no mundo exterior.

    (comportamento abrange a omisso)

    Dolo e culpa como ESPCIESda culpabilidade Dolo e culpa so ELEMENTOSda culpabilidade, nomais espcies

    TEORIA FINALISTA (WELZEL)

    - CONDUTA O COMPORTAMENTO HUMANO VOLUNTRIO DIRIGIDO A UM FIM . A ao um

    acontecer final, no somente causal. Por isso que Welzel diz que a finalidade vidente e a

    causalidade cega.

    - DOLO E CULPA ESTO NO TIPO, NO NA CULPABILIDADE.

    - O DOLO NO MAIS NORMATIVO, PORQUE A CONSCINCIA DA ILICITUDE (ELEMENTO

    NORMATIVO) AGORA EST NA CULPABILIDADE, QUE PASSA A SER NORMATIVA PURA.

    - O exemplo dado na teoria clssica seria resolvido de outro modo: a ao de A no poderia ser

    considerada conduta penalmente relevante porque foi desprovida de dolo ou culpa. No haveria

    crime pela inexistncia do fato tpico.

    - O adepto do finalismo pode adotar um conceito TRIPARTIDO ou BIPARTIDO, conforme repute a

    culpabilidade como elemento do crime ou pressuposto de aplicao de pena.

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    TEORIA CAUSALISTA TEORIA FINALISTA

    TRIPARTITE.Dolo e culpa esto na culpabilidade. Se a

    culpabilidade no fizer parte do crime, haver

    responsabilidade penal objetiva(crime sem dolo ouculpa), o que vedado.

    TRIPARTITEou BIPARTITE.Dolo e culpa esto na conduta(fato tpico). Assim, a

    culpabilidade pode ser elemento do crime(tripartite) ou pressuposto de aplicao de pena

    (bipartite).

    - O CP adotou essa teoria! Indcio: o art. 20 diz que o erro sobre o elemento constitutivo do tipo

    legal de crime exclui o dolo, mas permite a punio por crime culposo, se previsto em lei. SE A

    AUSNCIA DO DOLO ACARRETA A EXCLUSO DO FATO TPICO, PORQUE O DOLO EST NA

    CONDUTA.

    - Crticas:

    a) No abrange os crimes culposos: no se sustenta a finalidade da ao concernente ao

    resultado naturalstico involuntrio.

    b) Centralizou a teoria no desvalor da conduta, ignorando o desvalor do resultado, noaplicando, por exemplo, o princpio da insignificncia.

    TEORIA SOCIAL DA AO (JESCHECK E WESSELS)

    - CONDUTA O COMPORTAMENTO HUMANO VOLUNTRIO SOCIALMENTE RELEVANTE,

    DOMINADA OU DOMINVEL PELA VONTADE HUMANA.

    - Essa teoria no exclui os conceitos causal e final da ao. Acrescenta-lhes o carter da relevncia

    social (elemento sociolgico). A crtica que no h clareza no que significa fato socialmente

    relevante. Para Zaffaroni, a teoria imprecisa no plano terico e intil a nvel prtico.

    TEORIAS FUNCIONALISTAS

    - Analisam a finalidade do direito penal com base em ESTRUTUTAS SOCIOLGICAS. O funcionalismo

    penal surgiu na Alemanha a partir de 1970, como forma de submeter a dogmtica penal aos fins

    especficos do direito penal. O CONCEITO DE CONDUTA DEVE OBSERVAR A MISSO DO DIREITO

    PENAL. H 2 correntes funcionalistas:

    TELEOLGICA ou MODERADA SISTMICA ou RADICAL

    A misso do direito penal TUTELAR BENS

    JURDICOSindispensveis para a harmnicaconvivncia em sociedade.

    A misso do direito penal RESGUARDAR O SISTEMA

    (o imprio da norma).

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    Reprovabilidade Culpabilidade

    - TEORIA FUNCIONALISTA TELEOLGICA (MODERADA) DE ROXIN

    - Crime = Fato Tpico + Ilicitude + REPROVABILIDADE.

    - Problema: necessidade da pena como um elemento de reprovabilidade. O perdo judicial, por

    exemplo, excluiria o crime, no a punibilidade, o fato no seria reprovvel.

    - A culpabilidade limite da pena (culpabilidade funcional). Se o fato tpico, ilcito e reprovvel,

    voc tem crime. E o juiz para aplicar a pena est limitado pela culpabilidade.

    - Essa teoria seria adotada com tranquilidade se no fosse a reprovabilidade como elemento do

    crime. A doutrina critica a retirada da culpabilidade como substrato do crime. Alis, Roxin no

    explica o que culpabilidade, mas apenas para que serve (limite da pena).

    - TEORIA FUNCIONALISTA RADICAL (SISTMICA) DE JAKOBS

    - Crime = Fato Tpico + Ilicitude + Culpabilidade.

    - Quando a pena aplicada, ela faz um exerccio de fidelidade ao Direito, e comprova que ele mais

    forte do que a sua contraveno.

    - Foi no funcionalismo radicalque surgiu a teoria do DIREITO PENAL DO INIMIGO, elaborada porJakobs.

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    - Ateno: Jakobs no defende o direito penal do inimigo para todo e qualquer crime (ex.: um furto).

    o inimigo da contemporaneidade , para Jakobs, o terrorista, o traficante de drogas, de armas e de

    seres humanos, os membros de organizaes criminosas transnacionais. Para os autores desses

    crimes, o Estado deve reduzir direitos e garantias fundamentais. O sujeito que viola o sistema deve

    ser tratado como inimigo e deve ser enfrentado e a qualquer custo vencido. O inimigo demonstra

    no ser um cidado, no deve ser tratado nem mesmo como pessoa. O que se tem em mente a

    garantia da sociedade.

    - Jakobs abraa o direito penal do autor (em contraposio ao direito penal do fato).

    CARACTERSTICAS DO DIREITO PENAL DO INIMIGO (JAKOBS)

    Antecipao da punibilidade com a tipificao de atos preparatrios;

    Flexibilizao de princpios(legalidade, ofensividade, exteriorizao do fato);

    As penas so substitudas por medidas de segurana;

    Alargamento do campo de incidncia das medidas preventivas e cautelares;

    Mitigao do princpio da reserva legal, pois a periculosidade do inimigo impede a previso de todos os atosque possam ser por ele praticados;

    Penas majoradaspara intimidar o inimigo;

    Criao artificial de delitos;

    Surgimento das chamadas leis de luta ou de combate (ex: Lei dos crimes hediondos);

    Endurecimento da execuo penal(ex: RDD);

    Restrio de garantias penais e processuais (ex: interceptao telefnica sem prazo, pr-delitual, que busca a

    existncia de crimes);

    A tortura meio de prova;

    DIREITO PENAL DE TERCEIRA VELOCIDADE

    PRIMEIRA VELOCIDADE SEGUNDA VELOCIDADE TERCEIRA VELOCIDADE

    Penas privativas de liberdade.

    Procedimento mais lento

    observando todas as garantias

    penais e processuais.

    Penas restritivas de direitos.Flexibiliza garantias para

    possibilitar punio mais clere.

    Penas privativas de liberdade

    Flexibiliza garantias para

    possibilitar rpida punio (DireitoPenal do Inimigo).

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