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Folha da Justiça - Tribunal de Justiça do Amazonas

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Ano 6 - Edição 24 - Novembro 2013

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Page 1: Folha da Justiça - Tribunal de Justiça do Amazonas
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A gestão do Desembargador Ari Moutinho inaugurou o prédio Anexo 1 do edifício Desembargador Arnoldo Péres que abriga os setores administrativos da instituição, além da Escola de Aperfeiçoamento do Servidor (EAS/TJAM), Escola Superior da Magistratura do Amazonas (Esmam) e o auditório Arthur Virgilio do Carmo Ribeiro, que conta com 500 lugares. Mais um projeto de um pacote de obras importantes, que visam ampliar e modernizar a estrutura do Judiciário na capital e interior do Estado do Amazonas.

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ESCOLA SUPERIOR DA MAGISTRATURA DO AMAZONAS

DIVISÃO DE ENGENHARIA

AUDITÓRIO ARTHUR VIRGILIO DO CARMO RIBEIRO

CONTROLEINTERNO

GESTÃO DE PESSOAS

ESCOLA DE APERFEIÇOAMENTODO SERVIDOR

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SUMÁRIO

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ESPECIALAs medidas tomadas para facilitar o atendimento das “pequenas causas” no Amazonas

ARTIGOO princípio da presunção constitucional da inocência

NOTÍCIASA importante contribuição das Secretarias Gerais na gestão da Justiça

ARTIGOA autonomia constitucional da responsabilidade por improbidade administrativa

NOTÍCIASMutirão do CNJ aponta erros e acertos no sistema prisional do Amazonas

NOTÍCIASJustiça do Amazonas fica entre os mais participativos no Censo do Judiciário

ARTIGOO projeto de divulgação dos julgados por meio da revista de Doutrina e Jurisprudência do TJAM

NOTÍCIASSancionada lei que aumenta o número de desembargadores

CAPAA tecnologia da informação e o Judiciário

ARTIGOA venda de coisa alheia: efeitos jurídicos e o papel social do juiz

DECISÃOEmpresa de lixo é condenada a pagar indenização à vítima de atropelamento

DECISÃOOperadora de telefonia móvel é condenada por deficiência na prestação de serviço no interior

NOTÍCIATJAM resgata a memória do Judiciário com atualização e livro e criação de museu

ARTIGOA meta 18 do CNJ e a improbidade administrativa não processada

SOCIALAcompanhe o que aconteceu no Judiciário amazonense

TEMPO LIVREStand up Paddle e a conexão do esporte com a mente e natureza

Leia nesta edição

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2020

A gestão do Desembargador Ari Moutinho inaugurou o prédio Anexo 1 do edifício Desembargador Arnoldo Péres que abriga os setores administrativos da instituição, além da Escola de Aperfeiçoamento do Servidor (EAS/TJAM), Escola Superior da Magistratura do Amazonas (Esmam) e o auditório Arthur Virgilio do Carmo Ribeiro, que conta com 500 lugares. Mais um projeto de um pacote de obras importantes, que visam ampliar e modernizar a estrutura do Judiciário na capital e interior do Estado do Amazonas.

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Folha da Justiça Ano 6 - Ed. 24 www.tjam.jus.br

EDITORIAL

O QUE ESPERAR DE 2014O ano de 2014 promete ser de grande movimentação no País.

Ano de Copa do Mundo no Brasil, de Eleições Gerais (presidente, governadores, senadores e deputados estaduais e federais), isso só para lembrar dos principais eventos. Mas o que esperar desse ano, prestes a nascer? A esperança trazida nos corações de cada pessoa, seja pela realização de seus sonhos, por saúde, menos violência, por oportunidade profissional, é o que nos motiva a se-guir em frente e a acreditar no hoje e no amanhã.

E é por um Judiciário mais eficiente, mais célere, comprometi-do com o jurisdicionado que aguardamos a chegada de mais um ano. Com a esperança de que plantamos uma semente importan-te, através do trabalho diário, do enfrentamento de desafios, do esforço em melhorar. E que essa semente crescerá e proporcio-nará frutos que representarão um divisor de águas na história do Tribunal de Justiça do Amazonas.

É com este espírito que concluímos mais uma etapa na ges-tão. Esta publicação vai mostrar um pouco do que fizemos nos últimos meses, destacando o valoroso trabalho de nossos juízes e servidores. Uma das matérias principais abordará a inclusão da Justiça Estadual na Era da Tecnologia. As inovações tecnológicas já representam uma ferramenta fundamental para a celeridade na tramitação dos processos, redução de custos para a instituição e inclusão social, facilitando o acesso à Justiça nos lugares mais distantes deste Amazonas e levando cidadania para centenas de pessoas. A reportagem não poderia deixar de falar de um dos principais articuladores desse processo, o desembargador Yedo Simões de Oliveira, que coordena a Divisão de Tecnologia da In-formação e Comunicação do Tribunal.

A revista Folha da Justiça traz ainda contribuições importan-tes de colegas magistrados, que registram suas opiniões em arti-gos jurídicos com grande clareza na fundamentação e que reme-tem a reflexões contundentes a respeito do Direito e suas diversas áreas. Há matérias especiais sobre a realização do Mutirão Car-cerário no Amazonas, um trabalho desenvolvido pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) em parceria com o Tribunal de Justiça do Amazonas; a reorganização dos Juizados Especiais; e o res-gate da história do Poder Judiciário Estadual.

Finalizo agradecendo a confiança e o empenho de todos neste 2013 para destacar o Judiciário Estadual, tornando-o um elemento transformador da realidade social e um pacificador de conflitos. Desejo ainda que 2014 seja, para cada pessoa, um ano de muitas alegrias, de prosperidade, realizações, muita saúde e, acima de tudo, uma prática diária dos ensinamentos de Cristo.

Além desta versão impressa, a revista também estará disponível em formato PDF, on line, por meio do portal deste Poder (www.tjam.jus.br), aumentando a sua abrangência.

Desembargador Ari Jorge Moutinho da CostaPresidente do Tribunal de Justiça doEstado do Amazonas

Esta é uma publicação trimestral doTribunal de Justiça do Estado do Amazonas (TJAM).

DIRETORIA Presidente

Desembargador Ari Jorge Moutinho da Costa

Vice-PresidenteDesembargador Rafael de Araújo Romano

Corregedor Geral de Justiça do AmazonasDesembargador Yedo Simões de Oliveira

Ouvidora Geral de JustiçaDesembargadora Encarnação das Graças S. Salgado

DESEMBARGADORESDesembargador Djalma Martins da Costa

Desembargador João de Jesus Abdala SimõesDesembargadora Maria das Graças Pessoa Figueiredo

Desembargadora Socorro Guedes MouraDesembargador Domingos Jorge Chalub Pereira

Desembargador Flávio Humberto Pascarelli LopesDesembargador Paulo César C. e LimaDesembargador Aristóteles Lima Thury

Desembargador João Mauro BessaDesembargador Cláudio C. Ramalheira Roessing

Desembargador Sabino da Silva MarquesDesembargadora Carla M. Santos dos ReisDesembargador Wellington José de AraújoDesembargador Jorge Manoel Lopes Lins

Desembargador Lafayette Carneiro Vieira Júnior

SECRETARIASecretário Geral de Justiça

Juscelino Kubitschek de Araújo

Secretário Geral de AdministraçãoGenésio Vitalino de Silva Neto

DIVISÃO DE DIVULGAÇÃODiretor

Álvaro Corado

Jornalista ResponsávelAcyane do Valle

Reg.prof.: Am.00267.Jp

ReportagensGiselle Campello / Patrícia Ruon Stachon

Fábio Melo / Carlos Souza

FotosMário Oliveira / Raphael Alves

Projeto Gráfico e EditoraçãoWagner Moreira

ColaboraçãoAlex Mendes / Breno Corado

José Augusto / Vaurene Maciel

Tiragem: 600 Exemplares

Contatoswww.tjam.jus.br

(92) 2129-6771 / 6831(92) 3303-5209 / [email protected]

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• Espaço Imprensa

A imprensa é a forma mais importante que a sociedade tem de obter informações. O TJAM organizou espaços reservados, com internet e áudio, que facilitam o trabalho desses pro�ssionais.

• Revista Folha da Justiça

A antiga revista trimestral foi ampliada e repaginada com um layout moderno ganhando ainda uma nova proposta editorial que privilegia a publicação de artigos dos operadores do Direito.

• Portal do TJAM

São publicadas notícias diárias e em tempo real, destacando as decisões tomadas por todos magistrados, além de mostrar os projetos de excelência desenvolvidos pelo Poder.

• Redes Sociais

Os canais o�ciais nas Redes Sociais, em um ano, já impactaram mais de 25 milhões de pessoas, com mensagens sobre a Justiça amazonense, além de servirem de canal para tirar dúvidas.

• Publicação de Livros

O trabalho de organização e registro da Jurisprudência bem como a atualização da história recente da Justiça foram retomados com a publicação de dois livros que �carão para a história do TJAM.

A Justiça amazonense assumiu seu compromisso com a transparência. Entre tantas ações, tem desenvolvido uma comunicação cada vez mais aberta com a sociedade, perseguindo seu ideal maior de aproximar a população do que acontece no Poder Judiciário.

O CIDADÃO ESTÁ MAIS PERTO DA JUSTIÇA

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ESPECIAL

AS MEDIDAS TOMADAS PARA FACILITAR O ATENDIMENTO DAS “PEQUENAS CAUSAS” NO AMAZONAS

Neste ano o Tribunal de Justiça do Amazonas (TJAM) implantou o Sistema de Marcação

de Atendimento dos Juizados Es-peciais (SMAD), devido à grande procura para ajuizamento de ações nos Juizados Especiais Cíveis da Co-marca de Manaus, a fim de que os jurisdicionados pudessem fazer seu cadastro e agendassem horário no setor de Ajuizamento pelo telefone 0800-092 7635.

Implantado na gestão do desem-bargador Ari Jorge Moutinho da Cos-ta, sob a coordenação da desem-bargadora Carla Maria Santos dos Reis, o SMAD foi desenvolvido pela Divisão de Tecnologia da Informação e Comunicação do Tribunal e é um dos três projetos do Poder Judiciário estadual, que concorrem ao Prêmio Innovare deste ano, a mais importan-te premiação nacional da área.

Mesmo que o atendimento pre-sencial ainda seja feito, o agenda-mento por telefone permite que o interessado se desloque apenas na data marcada aos Fóruns Desem-bargador Mário Verçosa (no bairro de Aparecida), Desembargador Lúcio Fonte de Rezende (na Cidade Nova), Desembargador Azarias Menescal de Vasconcelos (no Jorge Teixeira) ou na Universidade Nilton Lins (no bair-ro de Flores) e iniciar o processo na área Cível. Na área Criminal não são feitos agendamentos, pois os casos são encaminhados pelas Delegacias de Polícia.

Desde maio, quando foi implan-tado o agendamento por telefone, até outubro deste ano, o Sistema de Marcação de Atendimento dos Juizados Especiais (SMAD) já for-

mou um cadastro com quase 5 mil usuários: 4.909 pessoas físicas e 63 pessoas jurídicas.

Um total de 6.650 pessoas agendaram atendimento para ajui-zar ações até o fim deste ano. Até o início de novembro 5.508 haviam agendado atendimento, dos quais 3.916 foram realizados com suces-so. Outras 1.177 pessoas não com-pareceram.

Na realidade, o número de cha-mados é ainda maior que o de agen-damentos, pois há casos em que as pessoas iniciam o atendimento mas não o finalizam e por isso não chega a ser registrado o agendamento.

Em casos de força maior (rede indisponível no local, queda de ener-gia, entre outros motivos), que im-pedem o uso do sistema eletrônico, uma lista impressa é utilizada para fazer o procedimento de forma ma-nual.

A coordenadora de Distribuição Processual Geral dos Juizados Es-peciais, Lenice Raposo da Câmara, afirma que a procura pelo serviço é intensa em todos os Setores de Ajui-zamento nos fóruns e na Secretaria do Juizado instalado na Universida-de Nilton Lins e que o agendamento por telefone “facilitou para aqueles que necessitam da assistência juris-dicional”. Na sua avaliação, o agen-damento por telefone funciona de forma exemplar.

“Quando o usuário liga para o número 0800 092 7635 tem a possi-bilidade de agendar seu atendimento para qualquer um dos Fóruns ou uni-dade descentralizada dos Juizados Especiais. Esse novo serviço oportu-

nizou ao jurisdicionado não só agen-dar seu atendimento sem sair de casa, como também lhe deu prote-ção e economia de tempo, pois não necessita mais ficar exposto a todo tipo de situações nas portarias dos Fóruns no horário da madrugada”, explica Lenice.

Regulamentação

Atualmente os juizados são re-gulamentados pela Lei nº 9.099/95, mas a experiência dos Juizados Especiais de Pequenas Causas no Brasil iniciou em 1984, por meio da Lei Federal no 7.244, que definiu a competência para atuação na esfe-ra cível, a fim de resolver conflitos de até 20 salários mínimos.

Posteriormente, a Constituição Federal de 1988, em seu artigo 98, inciso I, instituiu a criação dos Juiza-dos Especiais Cíveis e Criminais, pela União (no Distrito Federal e nos Terri-tórios) e pelos Estados.

O texto constitucional define que os juizados especiais devem ser “providos por juízes togados, ou to-gados e leigos, competentes para a conciliação, o julgamento e a execu-ção de causas Cíveis de menor com-plexidade e infrações penais de me-nor potencial ofensivo, mediante os procedimentos oral e sumaríssimo, permitidos, nas hipóteses previstas em lei, a transação e o julgamento de recursos por turmas de juízes de primeiro grau”.

Funcionamento

No Amazonas, os Juizados Es-peciais estão instalados na capital, onde existem 16 Cíveis e cinco Cri-minais, e em seis Comarcas do inte-

“QUANDO O USUÁRIO LIGA PARA O NÚMERO 0800 092 7635 TEM A POSSIBILIDADE DE AGENDAR SEU ATENDIMENTO PARA

QUALQUER UM DOS FÓRUNS E UNIDADE DESCENTRALIZADA DOS JUIZADOS ESPECIAIS.”

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ESPECIAL

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Lafayette Carneiro Vieira JúniorDesembargador do Tribunal de Justiça do Amazonas

Carla Maria Santos dos ReisDesembargadora do Tribunal de Justiça do Amazonas e coordenadora geral dos Juizados Especiais Cíveis e Criminais da Comaca de Manaus

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rior, onde o mesmo juizado atende as áreas Cível e Criminal (Coari, Humai-tá, Itacoatiara, Manacapuru, Parintins e Tefé).

Em Manaus, cada Juizado aten-de conforme a competência territorial prevista na Resolução nº 09/2011, que define qual fórum ou unidade o cidadão deve procurar para reclamar uma ação na área Cível, de acordo com o local de sua residência, ou em qual unidade o processo crimi-nal será instaurado, de acordo com a localização dos distritos policiais ou delegacias.

O Fórum Central dos Juizados Especiais Desembargador Mário Verçosa concentra 11 Juizados (oito Cíveis e três Criminais); o Fórum De-sembargador Lúcio Fonte de Rezen-de tem três juizados Cíveis; o Fórum Desembargador Azarias Menescal de Vasconcelos tem quatro Juizados (três Cíveis e um Criminal); e a Uni-versidade Nilton Lins, um Cível e um Criminal.

O 2º Juizado Especial Cível da

Comarca de Manaus, instalado re-centemente no Anexo 2 do Tribunal de Justiça do Amazonas, no bairro do Aleixo, atende especificamente às causas oriundas dos Procons, depois que os consumidores não obtiveram sucesso na solução do problema naquele órgão.

Nas causas de até 20 salários mí-nimos, o próprio cidadão pode ajuizar ou peticionar sua ação, apresentan-do os documentos pessoais e com-probatórios do fato motivador; já nas causas acima deste valor até o limite de 40 salários mínimos, é necessária a presença de um advogado.

Segundo a coordenadora de Distribuição Processual Geral dos Juizados Especiais, Lenice Raposo da Câmara, os Juizados atendem à população de maneira geral e visam atender ao público com presteza e celeridade. “As restrições se dão em razão da competência e valor da causa, e a maior parte das ações ajuizadas possui valor superior a 20 salários mínimos”, destaca.

Até outubro, tramitavam nos Jui-zados Especiais Cíveis e Criminais de Manaus mais de 35 mil processos (cerca de 28 mil na área Cível e 7 mil na Criminal).

Recursos

Quando as partes não chegam a um acordo ou não ficam satisfeitas com as sentenças proferidas pelos juízes, devem ser representadas por advogado para interpor recursos, que serão distribuídos e julgados por uma das três Turmas Recursais dos Juizados Especiais Cíveis e Crimi-nais.

Cada Turma Recursal é compos-ta por quatro juízes de Direito (um presidente, dois membros e um su-plente) eleitos pelo Pleno do Tribunal de Justiça do Amazonas, com man-dato de dois anos. Os integrantes se reúnem em sessões mensais, no Auditório do Fórum Desembargador Mário Verçosa, para julgar os recur-sos, parte deles com sustentação oral por parte de advogados.

Desembargadora Carla Reis junto com o corregedor geral de Justiça, Yedo Simões, no lançamento do agendamento eletrônico dos Juizados Especiais.

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ESPECIAL

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Competência Territorial dos Juizados Especiais Cíveis da Comarca de Manaus/AM

1 - Centro2 - Nossa Senhora Aparecida3 - Presidente Vargas4 - Praça 14 de Janeiro5 - Cachoeirinha6 - São Raimundo7 - Glória8 - Santo Antônio9 - Vila da Prata10 - Compensa11 - São Jorge12 - Santo Agostinho13 - Nova Esperança14 - Lírio do Vale15 - Planalto16 - Alvorada

17 - Redenção18 - Da Paz19 - Raiz20 - São Francisco21 - Petrópolis22 - Japiim23 - Coroado24 - Educandos25 - Santa Luzia26 - Morro da Liberdade27 - Betânia28 - Colônia Oliveira Machado29 - São Lázaro30 - Crespo31 - Vila Buriti32 - Distrito Industrial I

33 - Distrito Industrial II34 - Mauazinho35 - Colônia Antônio Aleixo36 - Puraquequara37 - Dom Pedro I38 - Flores39 - Parque 10 de Novembro40 - Aleixo41 - Adrianópolis 42 - Nossa Senhora das Graças 43 - São Geraldo44 - Chapada45 - Colônia Santo Antônio46 - Novo Israel47 - Colônia Terra48 - Santa Etelvina

49 - Monte das Oliveiras50 - Cidade Nova51 - Novo Aleixo52 - Cidade de Deus53 - Nova Cidade54 - Ponta Negra55 - Tarumã56 - Tarumã-Açu57 - Armando Mendes58 - Zumbi dos Palmares59 - São José Operário60 - Tancredo Neves61 - Jorge Teixeira62 - Gilberto Mestrinho63 - Lago Azul

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8ª. VARA DO JUIZADO ESPECIAL CÍVEL (UNIDADE NILTON LINS)AVENIDA PROFº. NILTON LINS, 3.259 - FLORES(92) 3643-2089 MANAUS/AM

2ª. VARA DO JUIZADO ESPECIAL CÍVEL (UNIDADE PROCON)AVENIDA ANDRÉ ARAÚJO, S/N - ALEIXO (ED. ARNOLDO PÉREZ - ANEXO 2)(92) 3622-3563/ 3565 MANAUS/AM

FÓRUM CENTRAL DOS JUIZADOS ESPECIAIS DES. MÁRIO VERÇOSARUA ALEXANDRE AMORIM, 285 - APARECIDA(92) 3212-6261 MANAUS/AM

1ª. VARA DO JUIZADO ESPECIAL CÍVEL1º. ANDAR - (92) 3212-6203

3ª. VARA DO JUIZADO ESPECIAL CÍVEL1º. ANDAR - (92) 3212-6625 / 6225 / 6226

5ª. VARA DO JUIZADO ESPECIAL CÍVEL1º. ANDAR - (92) 3212-6240/ 6234

6ª. VARA DO JUIZADO ESPECIAL CÍVEL2º. ANDAR - (92) 3212-6250/ 6259

7ª. VARA DO JUIZADO ESPECIAL CÍVEL3º. ANDAR - (92) 3212-6252/ 6260

12ª. VARA DO JUIZADO ESPECIAL CÍVEL1º. ANDAR - (92) 3212-6208/ 6218

13ª. VARA DO JUIZADO ESPECIAL CÍVEL1º. ANDAR - (92) 3212-6311/ 6212

15ª. VARA DO JUIZADO ESPECIAL CÍVEL1º. ANDAR - (92) 3212-6215/6216

FÓRUM DES. LÚCIO FONTE DE REZENDEAVENIDA NOEL NUTELS, S/N - CIDADE NOVA(92) 2127-7353 MANAUS/AM

4ª. VARA DO JUIZADO ESPECIAL CÍVEL1º. ANDAR - (92) 2127-7317/ 7321/ 7316

11ª. VARA DO JUIZADO ESPECIAL CÍVEL1º. ANDAR - (92) 2127-7350/ 7352/ 7343

14ª. VARA DO JUIZADO ESPECIAL CÍVELTÉRREO - (92) 2127-7348/ 7333/ 7339

FÓRUM DES. AZARIAS MENESCAL DE VASCONCELLOSAVENIDA GRANDE CIRCULAR, S/N - JORGE TEIXEIRA(92) 2127-7500 MANAUS/AM

9ª. VARA DO JUIZADO ESPECIAL CÍVEL1º. ANDAR - (92) 2127-7568/ 7567

10ª. VARA DO JUIZADO ESPECIAL CÍVEL1º. ANDAR - (92) 2127-7575/ 7568/ 7567

16ª. VARA DO JUIZADO ESPECIAL CÍVELTÉRREO - (92) 2127-7506/ 7520 0800 092 7635

PARA AGENDAR AJUIZAMENTO DE AÇÕES CÍVEIS

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ARTIGO

O PRINCÍPIO DA PRESUNÇÃO CONSTITUCIONAL DA INOCÊNCIA

O texto consagrado no in-ciso LVIII, do art. 5º da Constituição Federal de 1988, estabelece que

“ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado da sentença penal condenatória”, é o princípio da presunção de inocência, sendo ga-rantia fundamental do indivíduo.

Presente no que a doutrina con-sidera o primeiro esboço de Consti-tuição escrita, a Magna Carta Liber-tatum (1215), fruto da aliança entre o clero e o monarca inglês João-sem-terra, o princípio da presunção da inocência, qual Phoenix reapareceu nos ordenamentos constitucionais em 1791, na Constituição francesa.

Motivada pelos pensamentos iluministas correntes na França revo-lucionária, a Declaração Universal de Direitos do Homem e do Cidadão, inspiração da Carta Magna francesa, foi a responsável pela consolidação do princípio, dispondo em seu art. 9º que “todo o acusado se presume inocente até ser declarado culpado e, se julgar indispensável prendê-lo, todo o rigor não necessário à guarda de sua pessoa, deverá ser severa-mente reprimido pela lei”.

Tal diretriz repetiu-se em diversas convenções de ordem internacional, tais quais: a Declaração Universal de Direitos do Homem, de 1948 (art. XI); o Pacto Internacional sobre Direitos Políticos, adotado pela Organização Nacional de Nações Unidas, em 1966 (art. 14, item 3, alínea “g”); e, ainda, a Convenção Americana sobre Direitos Humanos, de 1969 (art. 8º, item 2), elucidando que “toda pessoa acu-sada de delito tem direito a que pre-suma sua inocência enquanto não se comprove legalmente sua culpa”. Em nosso ordenamento jurídico, com vista a adequação aos textos univer-sais, a presunção da inocência houve de ser garantida na Carta Federal de 1988, em termos diretos e objetivos, na supracitada norma constitucional.

Há corrente minoritária que en-tende haver uma garantia constitu-cional à desconsideração prévia da culpabilidade e não à presunção de inocência. Fundado na escolha reda-cional do constituinte que, diferente-

mente das locuções afirmativas dos enunciados universais, deu prefe-rência a uma locução negativa (“nin-guém será considerado culpado”), o referido posicionamento vislumbra diferenças no alcance e aplicação da norma em nosso ordenamento.

A sutil diferença entre as duas acepções ganha maior vigor quan-do analisada sob uma perspectiva psicológica e comportamental da sociedade, consubstanciada em seu tratar e em suas opiniões sobre os denunciados. A presunção da ino-cência nasceu da necessidade de se influir no psiquismo geral, com obje-tivo de afastar a persecução criminal da tirania do Estado e do próprio cor-po social.

Ora, se é certa – como, de fato, é - a origem histórica de determina-da figura normativa, como compre-ender sua dimensão sem proceder a sua digressão histórica? E, ainda, como possível atribuir-lhe significa-ção flagrantemente antagônica ao modelo que a inspirou? Ademais dis-so, tendo o Brasil ratificado o Pacto de San José da Costa Rica, significa dizer que nosso ordenamento jurídi-co aceitou sua concepção de pre-sunção da inocência, como já citado atrás, a do art. 8º, item 2, como dog-ma supralegal.

Frise-se não haver tal diferencia-ção na jurisprudência dos tribunais de superposição, em que presumir a inocência é tido como sinônimo de desconsideração prévia da culpabi-lidade. A presunção constitucional de inocência não se encerra em seu sentido meramente técnico, da regra de inversão do ônus probatório, mas também no tratar social do acusa-do. Na esteira da orientação ado-tada pelo Min. Celso de Mello, em acórdão proferido nos autos do RE 565519/DF, citando advertência do Professor Luiz Flávio Gomes (“Direito Penal – Comentários à Convenção Americana sobre Direitos Humanos/Pacto de San José da Costa Rica”, vol. 4/85-91, 2008, RT): Do princípio da presunção de inocência (‘todo acusado é presumido inocente até que se comprove sua culpabilidade’) emanam duas regras: de tratamento e probatória.

Na ‘regra de tratamento’, o acu-sado não pode ser tratado como condenado antes do trânsito em julgado final da sentença condena-tória (CF, art. 5°, LVII). Como ‘regra de tratamento’, a presunção de inocência impede qualquer anteci-pação de juízo condenatório ou de reconhecimento da culpabilidade do imputado, seja por situações, práti-cas, palavras, gestos etc., podendo-se exemplificar: a impropriedade de se manter o acusado em exposição humilhante no banco dos réus, o uso de algemas quando desneces-sário, a divulgação abusiva de fatos e nomes de pessoas pelos meios de comunicação, a decretação ou manutenção de prisão cautelar des-necessária, a exigência de se reco-lher à prisão para apelar em razão da existência de condenação em 1ª instância etc.

Vê-se que pela norma constitu-cional, o tratamento a ser dado ao imputado é o de inocente, pois este será assim presumido até a senten-ça penal irrecorrível que o declare culpado. Lamentavelmente, a reali-dade atual é a execração do indiví-duo/acusado, com antecipação do juízo condenatório, notadamente pela mídia e formadores de opinião pública que deixa de lado os direitos inerentes à personalidade do ho-mem, autor e possuidor da proteção oriunda do ordenamento jurídico.

O princípio em epígrafe, é um re-médio contra o arbítrio do Estado e a aplicação injusta da Justiça. Como amazonense, sinto um grande orgu-lho do brilhante jurista Bernardo Ca-bral ter sido um dos cinco relatores da avançada Constituição Cidadã e, por consequência, dedicou toda sua inteligência para que a norma constitucional fosse realmente um modelo a ser seguido por todos os brasileiros, merecendo, portanto, justa homenagem pelos 25 anos de nossa Carta Magna.

Versão resumida do artigo publicado no livro em comemoração aos 25 anos da Constituição Federal

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Lafayette Carneiro Vieira JúniorDesembargador do Tribunal de Justiça do Amazonas

Ari Jorge Moutinho da CostaDesembargador do Tribunal de Justiça do Amazonas e presidente da instituição

ARTIGO

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A IMPORTANTE CONTRIBUIÇÃO DAS SECRETARIAS GERAIS NA GESTÃO DA JUSTIÇA

Através da resolução de nº. 24 de 2010, que atendia uma recomendação do

Conselho Nacional de Justiça (CNJ), a Secretaria Geral do Tri-bunal de Justiça do Amazonas foi desmembrada e transformada em Secretaria Geral de Adminis-tração e Secretaria Geral de Jus-tiça.

Com os trabalhos divididos, a atuação dos dois setores tem sido imprescindível para o bom funcionamento da estrutura do Poder Judiciário Estadual. As secretarias se empenham, dia-riamente, para a realização de melhorias, avanços e democrati-zação da justiça.

No ano de 2010, a estrutura administrativa da instituição já

estava remodelada. As ações de planejamento, controle e coorde-nação das atividades e projetos das unidades administrativas do TJAM – que abrangem as Divi-sões de Orçamento e Finanças, Gestão de Pessoas, de Pessoal, Infraestrutura e Logística, Pa-trimônio e Material, Contratos e Convênios, Expediente Adminis-trativo, Engenharia, Serviços Mé-dicos, e Serviço Social – ficaram atribuídas à Secretaria Geral de Administração.

Segundo o secretário geral de Administração do Tribunal, Genésio Vitalino da Silva Neto, “a secretaria é uma assessoria direta ao presidente da Corte nas questões relacionadas às unida-des administrativas. Ela busca atender qualquer demanda ad-ministrativa da instituição, con-

forme apreciação e autorização da Presidência do Tribunal”, ex-plicou, complementando que as duas secretarias do TJAM são subordinadas à Presidência do órgão.

A secretaria administrativa apoia ainda a Divisão de Tecno-logia da Informação e Comuni-cação, a Escola Superior da Ma-gistratura do Amazonas (Esmam) e Escola de Aperfeiçoamento do Servidor (EAS/TJAM) – setores e unidades coordenados por de-sembargadores do TJAM.

Dentre as principais atribui-ções da Secretaria Geral de Ad-ministração estão a elaboração da Proposta Orçamentária Anu-al da instituição, a colaboração para o Plano Estratégico do Tri-bunal de Justiça, assim como to-

Secretário geral de Administração do TJAM , Genésio Vitalino Neto, reunido com sua equipe

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dos os processos de contratação de serviços - desde aquisição e entrega de material e bens patri-moniais - até o despacho de re-querimentos de funcionários lota-dos nas divisões administrativas.

Genésio Neto, que acumula 17 anos de experiência orçamen-tária e administrativa dentro do órgão, comenta que “estruturar o serviço e dar suporte e subsídios para a área fim da instituição é um desafio diário e uma impor-tante missão da Secretaria Geral de Administração do TJAM”.

Já a Secretaria Geral de Justiça ficou responsável por representar, junto ao presidente da Corte, os interesses funcio-nais das Secretarias Judiciárias do Tribunal de Justiça. Acom-panhar as Secretarias do Pleno, das Câmaras Reunidas, Isola-das, e Conselho da Magistratu-ra, além da Divisão Judiciária, a Central de Precatórios, o Setor de Certidão, Reprografia e Au-tenticação de Documentos, a Divisão de Expediente Judicial, bem como as coordenadorias de Protocolo Judiciário 2º Grau, Autuação Processual 2º Grau e Distribuição Processual 2º Grau

é de responsabilidade da Se-cretaria Geral de Justiça.

Entre as atribuições de gran-de relevância do secretário geral de Justiça estão o acompanha-mento das sessões do Tribunal Pleno, além de ordenar, com au-torização da Presidência, os ser-viços, demandas e requerimen-tos de pessoal das Secretarias Judiciárias e Varas Judiciais, bem como elaborar e submeter ao presidente da instituição escala de férias, pedidos de licenças e outros afastamentos de pessoal das Secretarias Judiciárias, Va-ras Judiciais e setores subordina-dos à Secretaria Geral Judiciária.

“A função precípua do secre-tário geral de Justiça é a função judicial, que é a de atuar junto aos desembargadores na ins-trução dos processos”, disse o secretário geral de Justiça do TJAM, Juscelino Kubitschek de Araújo.

Com quase 20 anos de atu-ação no Tribunal de Justiça do Amazonas e trabalhando des-de 2005 nessa função, Jusceli-no comenta que acompanhar o cumprimento dos processos e

observar os prazos de cada um é um serviço delicado. Mas sua atividade não para por aí; a Se-cretaria Geral de Justiça não é responsável somente por acom-panhar e dar suporte aos desem-bargadores do TJAM, mas sim a todos os magistrados do Amazo-nas.

“Existe uma função que eu exerço e venho exercendo esses anos todos, e que com o passar dos anos foi ficando cada vez mais concentrada. Essa função é a que considero o maior desafio: é ser porta-voz, ponte, interme-diador, de todos os magistrados com a Presidência do Tribunal”, comentou Juscelino.

Conhecimentos técnicos, capacidade de dialogar e prazer pelo ofício são características determinantes para o profissional que está a frente das Secretarias Gerais de Justiça e Administra-ção de um órgão como o Tribunal de Justiça, principalmente quan-do elas são, como nesse caso, o braço direito do Poder Judiciário Estadual.

Secretário geral de Justiça do TJAM, Juscelino Kubitschek de Araújo, e sua equipe de trabalho

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RESUMO DE NOTÍCIASMUTIRÃO DO CEJUSCON NA ZONA LESTE ATINGE 64% DE CONCILIAÇÃO

MAIS DE 2 MIL CANDIDATOS FAZEM PROVA DO CONCURSO DA 2ª SUB-REGIÃO

MAGISTRADOS DO AMAZONAS PARTICIPAM DE CURSO DE SEGURANÇA

TJAM COMEMORA DIA DA ÁRVORE COM DISTRIBUIÇÃO DE MUDAS

MINISTRA ELIANA CALMON RECEBE MEDALHA RUY ARAÚJO EM MANAUS

EXIGÊNCIA DE POSTO DE SAÚDE EM SHOPPING É INCONSTITUCIONAL

Em setembro, foi realizado um Mutirão de Conciliação na Zona Leste de Manaus, sendo a primeira vez que a equipe do Centro Judiciário de Mediação de Conflitos (Cejuscon) descen-tralizou a ação, promovendo o mutirão em outro local. Antes, as audiências eram feitas somente no Fórum Ministro Henoch Reis.

As provas para o concurso público do TJAM (2ª Sub-Re-gião) foram aplicadas no final de setembro, com 2.522 candida-tos. Foram oferecidas 25 vagas para as Comarcas de Alvarães, Fonte Boa, Japurá, Juruá, Jutaí, Maraã, Tefé e Uarini. A cidade com maior número de inscritos foi Tefé - 1.511 realizaram a pro-

Mais de 20 magistrados de todo o Brasil, dois deles do Amazonas, participaram, em setembro de 2013, do Curso In-ternacional de Segurança, organizado pela Escola Nacional da Magistratura (ENM). Foi a primeira vez que a instituição promo-veu o curso “Judicial SWAT”. A capacitação foi coordenada pelo diretor adjunto de Justiça Eleitoral da ENM, Luiz Márcio Pereira.

As mudas de árvores das espécies Pau Pretinho, Brasilei-rinho, Andirobeira e Mulateiro foram distribuídas entre funcioná-rios e jurisdicionados que estavam no Fórum Azarias Menescal de Vasconcelos, Zona Leste de Manaus. A doação das mais de 500 mudas teve o objetivo de homenagear o “Dia da Árvore”.

A ministra do Superior Tribunal de Justiça (STJ) veio a Manaus para participar do Congresso Nacional da Associação Brasileira de Mulheres de Carreira Jurídica. Também foi homenageada pela Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam) com a Medalha Ruy Araújo, proposta pela deputada estadual Conceição Sampaio (PP).

O Pleno confirmou as medidas cautelares e declarou a inconstitucionalidade material das leis municipais 1.653/2012 e 1.489/2010, e do Decreto Municipal nº 0802/2011, que exi-giam a prestação de serviços de saúde aos frequentadores de shopping centers e aos empregados dos lojistas neles instala-dos. A decisão foi unânime, conforme voto da relatora, desem-bargadora Encarnação das Graças Sampaio Salgado.

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ARTIGO

A AUTONOMIA CONSTITUCIONAL DA RESPONSABILIDADE POR IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA

O presente artigo é o resumo do tra-balho que aborda os aspectos cons-

titucionais da responsabilidade por improbidade administrativa, seus reflexos nas infrações e sanções da LIA (Lei de Impro-bidade Administrativa), bem como no processo judicial por improbidade administrativa.

A doutrina e a jurisprudên-cia clássicas têm reconhecido a existência de três esferas de responsabilidades no mundo ju-rídico contempladas pela Cons-tituição Federal, ou seja: Civil, Criminal e Administrativa.

Todavia, os fundamentos constitucionais dessa autono-mia da improbidade têm funda-mentos nos artigos 1º, 15, V, 37 caput e § 4º, todos da Consti-tuição Federal, como outra es-fera autônoma de responsabili-dade, ou seja, responsabilidade por improbidade administrativa.

O reflexo da autonomia constitucional da improbidade administrativa, na compreensão dos tipos infracionais, penso que resulta do conteúdo dos dispositivos constitucionais, ou seja, dos artigos 1º, 15, inciso V e 37, caput e § 4º. A partir de então, surgiu para regulamentar à matéria relativa à improbida-de, a Lei nº. 8.429/92 que es-tabelece três modalidades de atos ímprobos, quais sejam: atos que importam enriqueci-mento ilícito (art. 9º); atos que causem lesão ao erário (art. 10); atos que atentam contra os princípios da administração pú-blica (art. 11).

A consequência prática da autonomia por improbidade na dosimetria das sanções admi-nistrativas leva em considera-ção o fato de agente responder em outras instâncias. Acredita-se haver uma relativa indepen-

dência entre elas, ocasionando certa autonomia e independên-cia entre as instâncias jurídicas - Penal, Administrativa, Civil e de Improbidade Administrativa.

Quanto à natureza jurídica do ato de notificação, na ação de improbidade administrativa, segundo a doutrina, a notifica-ção para a defesa preliminar tem natureza de intimação, uma vez que dá conhecimento ao agente da existência de ação de improbidade, facultando-lhe apresentar defesa por escrito, podendo esta ser instruída com documentos e justificações, no prazo de 15 dias.

Mas a conclusão nº. 20, do Curso teórico e prático para aperfeiçoamento da atividade judicante, no sentido de que: “notificado o réu e apresenta-das as manifestações prelimi-nares, com a relação proces-sual triangularizada, descabe a expedição de mandado de citação, bastando à intimação do advogado constituído” (ver s i te:http://www.enfam.jus.br/wpcontent/uploads/2013/02/Conc lusões_ teo r i a_p ra t i ca_Pl.pdf)., também com respaldo na doutrina de Cassio Scar-pinella Bueno.

A Administração Pública é regulada por vários princípios constantes do texto da Cons-tituição Federal, dentre estes há o princípio da legalidade, moralidade e publicidade. A improbidade administrativa tem fundamentos nos dispositivos constitucionais, ex vi dos arts. 1º, 15, inciso V e 37,§ 4º, a res-paldar a sua autonomia.

A Lei nº. 8.429/92 veio a lume com o fito de combater a corrupção na esfera da Admi-nistração Pública, regulamen-tando o artigo 37, parágrafo 4º, da Constituição Federal, trouxe dispositivos de grande impor-

tância a fim de tutelar a morali-dade administrativa.

A manifestação da doutrina e da jurisprudência a respeito da modalidade culposa da im-probidade administrativa, nos termos do art. 10, da Lei nº. 8.429/92 respaldam a cons-titucionalidade do elemento subjetivo da culpa na espécie.

A improbidade tem autono-mia e independência, posicio-nando como categoria autô-noma de responsabilidade, ou seja, passando a divisão clás-sica das responsabilidades ju-rídico-constitucionais, a incluir a responsabilidade por impro-bidade administrativa.

Finalmente, a natureza ju-rídica da “notificação” e da “citação”, conforme previsto no art. 17§§ 7º e 9º da LIA3, segundo a doutrina a notifica-ção tem efeito de citação, não havendo necessidade de nova citação, desde que observado o teor da conclusão 20 acima citada.

Elci Simões de OliveiraJuiz Auxiliar da Vice Presidência do Tribunal de Justiça do Estado do Amazonas

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A precária situação do sistema prisional no Amazonas foi um dos .motivos para que o

Conselho Nacional de Justiça (CNJ) decidisse promover um mutirão car-cerário no Estado, resultando em um relatório preliminar que revela irregularidades e sugere mudanças urgentes no sistema carcerário ama-zonense.

O mutirão teve início no dia 17 de setembro e foi encerrado no dia 18 de outubro deste ano, com a pre-sença do presidente do CNJ e do Supremo Tribunal Federal (STF), mi-nistro Joaquim Barbosa. Depois de um mês de visitas às Varas Criminais e às unidades prisionais da capital e interior, a juíza coordenadora do mu-tirão pelo CNJ, Samira Barros Heluy, elaborou um relatório com os princi-pais problemas detectados, que foi lido no plenário do TJAM, com a pre-sença de autoridades, dentre elas, o governador do Amazonas, Omar Aziz. O relatório final ainda será anali-sado em plenário pelo CNJ.

Em um mês foram analisados 6.989 processos criminais. Dos 2.952 presos já condenados, 367 receberam benefícios. Outros 717

processos foram finalizados, confor-me relatório preliminar. Com relação aos presos provisórios, dos 4.237 processos revisados, 1.139 presos responderão em liberdade.

A juíza Samira Heluy destacou no relatório dois fatos que chama-ram a atenção dos juízes durante o mutirão: o interno que ficou mais de 474 dias preso, mesmo depois de julgado e absolvido; e uma detenta, que estaria com problemas mentais, encontrada internada em uma ala do Hospital de Custódia de Manaus destinada a homens. “No Hospital de Custódia e Tratamento Psiquiátri-co, o ambiente é totalmente desfa-vorável para recuperação da saúde humana, não dispondo de estrutura mínima para o fim a que se destina, mesmo contando com equipe de profissionais especializados”, diz o documento.

Em outro trecho, também é des-tacada a falta de vagas para trabalho e estudo nas unidades prisionais do Amazonas.

O relatório trouxe ainda uma sé-rie de recomendações em relação à Cadeia Pública Raimundo Vidal Pes-soa e carceragens das cidades de

Iranduba, Manacapuru e Presidente Figueiredo, na região metropolita-na Manaus. No documento, a juíza informa que “sem dúvida, a Cadeia Pública Raimundo Vidal Pessoa, lo-calizada bem no Centro da cidade de Manaus, é a unidade que apre-senta cenário mais grave e preocu-pante, tanto na ala masculina como na ala feminina, pois, em ambas, há elevada concentração de internos e alto risco de proliferação de doen-ças, por conta das deterioradas ins-talações do prédio”, destaca a juíza em seu relatório.

Um ponto positivo relatado pela juíza foi a qualidade do ambiente na ala feminina do Complexo Penitenci-ário Anísio Jobim (Compaj).

O relatório servirá de base para um Termo de Compromisso de me-lhoria no sistema prisional do Ama-zonas a ser assinado futuramente entre o TJAM, o CNJ e o Governo do Estado.

Medidas

Após a divulgação do relatório, foi sugerida a formação de um grupo para trabalhar medidas que possam resolver ou minimizar as irregularida-

MUTIRÃO DO CNJ APONTA ERROS E ACERTOS NO SISTEMA PRISIONAL DO AM

NOTÍCIAS

O ministro Joaquim Barbosa, que participou do encerramento do Mutirão Carcerário do CNJ no Amazonas, visitou a Cadeia Pública Raimundo Vidal Pessoa e o Hospital de Custódia, ao lado do presidente do TJAM, Ari Moutinho.

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des encontradas no sistema prisional do Amazonas. O grupo será presidi-do pelo juiz George Hamilton Lins Barroso, coordenador do mutirão pelo TJAM.

A Presidência do Tribunal tam-bém determinou que o auditório Fábio Antônio Teixeira do Couto Val-le, que funciona no Fórum Ministro Henoch Reis, Zona Centro-Sul de Manaus, seja reformado e adaptado para a realização dos julgamentos de crimes contra a vida (Tribunal do Júri). Hoje, o fórum concentra três Varas do Tribunal do Júri e dispõe de um plenário na unidade, embora também sejam realizadas sessões no Centro Universitário do Norte e na Escola Superior Batista do Amazo-nas (Esbam), por meio de parcerias com as instituições.

Joaquim Barbosa

O presidente do CNJ e do STF, ministro Joaquim Barbosa, disse em Manaus que a realidade do sistema prisional no Estado demandava “me-didas urgentes”. Após visitar a Ca-deia Pública Raimundo Vidal Pessoa, que recebe os presos provisórios em Manaus, ele classificou como “triste” a situação da unidade.

Segundo o ministro Joaquim Barbosa, o mutirão foi o terceiro que o CNJ promoveu no Amazonas e os problemas persistem. Para o presi-dente do CNJ, o Estado apresenta um percentual de 76% dos presos

no sistema carcerário cujos casos ainda não foram julgados, sendo que a média nacional é de 42%.

Reeducar, projeto do TJAM, é elogiado por Joaquim Barbosa

O presidente do CNJ, ministro Joaquim Barbosa, durante encerra-mento do mutirão carcerário no dia 18 de outubro, elogiou o trabalho fei-to pela equipe do projeto Reeducar, uma iniciativa do Tribunal de Justiça do Amazonas com egressos do sis-tema prisional para evitar a reinci-dência de crimes.

Ele enfatizou também a resso-cialização dos presos na Comarca Presidente Figueiredo, município da Região Metropolitana de Manaus, e as audiências realizadas pelo juiz de Direito George Hamilton Lins Bar-roso, da Vara de Execuções Penais (VEP) no Compaj. Mas voltou a men-cionar a situação crítica da Cadeia Pública Raimundo Vidal Pessoa.

O ministro ouviu do governador do Amazonas, Omar Aziz, que até o fim deste ano será entregue uma unida-de prisional para mulheres e, no final de 2014, um outro prédio para abri-gar presos provisórios será constru-ído, para que ocorra a desativação da “Vidal Pessoa”.

Reunião com juízes das Va-ras Criminais

Ainda durante a realização do mutirão carcerário, a juíza Samira Barros Heluy, conversou em setem-bro com magistrados e servidores das Varas Criminais da Comarca de Manaus. O objetivo foi verificar a es-trutura, a quantidade de processos e conhecer os trabalhos desenvol-vidos pelos servidores e projetos de ressocialização de presos.

“Estamos aqui não só para ve-rificar as irregularidades e apontar culpados, mas também conhecer as Varas Criminais e é importante ouvir

NOTÍCIAS

Em vistoria no Regime Fechado do Compaj, o Mutirão Carcerário recebeu a informação de que a enfermaria da unidade foi desativada. Durante a visita, os magistrados tiveram acesso a informações importantes como a quantidade de presos com problemas de saúde.

“FORAM INSPECIONADAS UNIDADES EM QUE O ZELO DOS PRESOS, EM PROL DA HIGIENE E CONSERVAÇÃO, CHAMOU A ATENÇÃO, NAS QUAIS NÃO FORAM CONSTATADOS ODOR E

SUJEIRA, AO CONTRÁRIO DAS CARCERAGENS DAS DELEGACIAS DE POLÍCIA CIVIL DO

INTERIOR DO ESTADO.”

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a realidade de cada uma, os juízes e os próprios servidores, que partici-pam de todo esse processo”, disse Samira Heluy.

Na 11ª Vara Criminal, a magis-trada conversou com o diretor de Secretaria, Evandro de Oliveira, que apresentou a estrutura da Vara, os processos e, obteve informações sobre o controle de prazos feito por meio do Sistema de Automação do Judiciário e sobre o Projeto Reedu-car.

Além da juíza Samira Barros Heluy, a equipe instituída pelo CNJ foi composta pelos servidores Lua-na Lima de Souza, do TJ do Ceará; Aline Ribeiro de Mendonça, do CNJ; Paulo Márcio do Amaral, do TJ do Rio Grande do Sul; e Rogério da Silva Saldanha, do Tribunal Regional Federal da 4ª Região.

Do Tribunal de Justiça do Ama-zonas (TJAM), a equipe teve o acom-panhamento do desembargador Sa-bino da Silva Marques, presidente do Grupo Permanente de Monito-ramento e Fiscalização do Sistema Carcerário; do juiz George Hamilton Lins Barroso, como coordenador do mutirão; dos magistrados Henrique Veiga Lima, Margareth Rose Cruz Hoagen, Jaime Artur Santoro Lou-reiro, Andrea Jane Silva de Medeiros, Antônio Itamar de Sousa Gonzaga, como membros; e da secretária Tâ-nia Mara Garcia Mafra.

Também fizeram parte da equipe os servidores Ana Malena Barbosa Ribeiro, Ana Maria da Silva, Anto-niella Silva de Souza, Carla Alexandra Simão Cordeiro, Cintya Luana Araújo Gandra, Clycia da Cunha Cavalcanti, Danilo Lopes de Brito, Estevão Mari-nho Dantas, Gracivan Maia Teixeira, Kamila Sombra Portela Magalhães, Rogério Batista Santoro e Tatiana Benevides Benigno Matias. Os ofi-ciais de justiça Danilo Lopes Brito e Tatiana Benevides Benigno Matias atuaram com exclusividade no mu-tirão carcerário, que contou ainda com a participação do Núcleo de Advocacia Voluntária (NAV), de pro-motores, defensores, advogados e assessores.

NOTÍCIAS

O MINISTRO JOAQUIM BARBOSA DISSE: “TEMOS PONTOS EM COMUM EM QUASE TODAS AS UNIDADES. QUASE SEMPRE

ESTÃO SUPERLOTADAS, SEM ASSISTÊNCIA, PRINCIPALMENTE NA CAPITAL. PREOCUPA-

NOS A MANUTENÇÃO DE PRESOS NAS DELEGACIAS DE POLÍCIA DO INTERIOR, COM

INVESTIGADORES TRABALHANDO COMO CARCEREIROS”.

Na primeira visita do Mutirão Carcerário do CNJ a uma unidade prisional do Estado, o presidente do TJAM Ari Moutinho chegou a se emocionar ao ver as péssimas condições do local.

No Regime Fechado do Compaj, que tem capaci-dade para 454 detentos, há 1.108 presos, 645 a mais do que deveria.

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O Conselho Nacional de Justiça lançou este ano um levantamento inédito no Judiciário,

visando traçar um perfil dos profissio-nais que atuam em todos os Tribu-nais brasileiros. Na primeira fase do Censo do Judiciário, os servidores responderam aos questionários dis-ponibilizados na internet. Nesta fase, o Tribunal de Justiça do Amazonas ficou entre os três Tribunais da Jus-tiça Estadual com maior percentual de participação no censo: 79,72%, acima da média nacional, que foi de 60,67%.

A segunda fase do censo, a pes-quisa com os 17 mil juízes, desem-bargadores e ministros dos Tribunais do País, ainda está em andamento.

O censo tem o objetivo de mape-ar o perfil e a opinião dos servidores efetivos, detentores de cargos co-missionados ou requisitados de to-dos os órgãos e unidades da Justiça sobre o sistema Judiciário.

O juiz auxiliar da Presidência do TJAM e coordenador do Censo no Amazonas, Divaldo Martins da Cos-ta, avalia que os resultados obtidos a partir das informações extraídas dos

questionários serão fundamentais no planejamento e desenvolvimento de políticas institucionais do Judiciário.

Em relação à primeira fase do levantamento, o juiz avalia a partici-pação do TJAM como extremamen-te positiva, devido ao alto número de servidores que responderam os questionários. Divaldo Martins disse ainda que a equipe local realizou um trabalho de motivação, destacando a importância dessa participação e o tratamento sigiloso dos dados for-necidos.

“As informações são absoluta-mente sigilosas. O Conselho vai de-tectar convergência de opiniões e, a partir do pensamento médio - por isto a importância da participação expressiva -, será possível a formula-ção de novas políticas de gestão de pessoal, de administração jurisdicio-nal, qual ênfase e em qual região que precisa se investir mais”, destacou.

Censo dos magistrados

No Amazonas, o Censo dos Ma-gistrados foi lançado pelo presidente do Tribunal de Justiça do Amazonas (TJAM), desembargador Ari Jorge Moutinho da Costa, em novembro.

Para ele, a pesquisa direcionada aos magistrados irá colaborar para uma radiografia do Judiciário brasileiro.

“Conclamamos todos os magis-trados do Amazonas para que pres-tem as informações à pesquisa do Conselho Nacional de Justiça, pois a partir dos resultados deste censo sa-beremos o que será necessário para melhorar a prestação jurisdicional”, disse. A Justiça estadual amazonen-se conta com 19 desembargadores, 84 juízes atuando na capital e 47 no interior.

Para o corregedor geral de Jus-tiça do Amazonas, desembargador Yedo Simões, a pesquisa permitirá a criação de novos modelos para a Justiça, a partir das informações soli-citadas no censo. “Um levantamento que trará informações valiosas para se fazer um planejamento da Justiça brasileira”.

Nesta segunda fase, os juízes e desembargadores terão 40 dias para responder o questionário, ex-clusivamente no portal do Conselho Nacional de Justiça: www.cnj.jus.br/censo. Para acessá-lo, o magistrado terá apenas que informar o número do seu CPF.

O questionário é dividido em quatro blocos de perguntas: o pri-meiro abordará a atuação no Poder Judiciário; o segundo bloco vai tratar de informações funcionais; o terceiro vai querer a opinião dos magistrados sobre o seu Tribunal; e o quarto blo-co vai abordar questões de caráter pessoal. O tempo médio de preen-chimento do questionário é de apro-ximadamente dez minutos.

Todos os dados fornecidos se-rão mantidos em sigilo e os resulta-dos serão divulgados de forma ge-nérica, em termos estatísticos, sem identificação dos participantes.

NOTÍCIAS

JUSTIÇA DO AMAZONAS FICA ENTRE OS MAIS PARTICIPATIVOS NO CENSO

Presidente do TJAM, desembargador Ari Moutinho e o juiz auxiliar da presidência, Dr. Divaldo Martins no lançamento do Censo do Judiciário

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ARTIGO

A despeito de todas as adversidades en-frentadas ao longo do nosso trabalho,

tivemos a alegria de saber que a nossa Revista de Doutrina e Ju-risprudência alcançou os objeti-vos estabelecidos inicialmente, com grande influência no meio jurídico, conquistando a atenção de profissionais, professores, es-tudantes, assim como do público em geral, que demonstrou inte-resse em conhecer o pensamen-to atual dos magistrados amazo-nenses, relativamente à questões de grande relevância para todos que militam nos ramos do Direito.

Tal sucesso é reflexo da pró-pria riqueza do seu conteúdo e da maneira como foi elaborada, encontrando-se recheada com decisões importantes, proferidas nos casos de maior repercussão e alcance social, sendo merece-doras, portanto, do registro his-tórico nas páginas dessa honrosa publicação.

Além disso, há que se desta-car também a qualidade dos ar-tigos doutrinários apresentados voluntariamente por servidores e magistrados, tratando de temas palpitantes, que aguçam a curio-sidade daqueles que têm a opor-

tunidade de se debruçar sobre os respectivos trabalhos.

A Revista de Doutrina e Juris-prudência desempenha, assim, a função imperiosa de resga-tar o seu papel de fonte segura de pesquisa e referência para aqueles que se deparam com as questões de maior complexidade na realidade jurídica do Estado do Amazonas. Nessa senda, nos causa satisfação a grande pro-cura pela revista, que tem levado à distribuição de praticamente todos os exemplares que foram impressos.

Vale ressaltar que esse im-pacto não se limitou ao nosso Estado, tendo a revista alcança-do o patamar nacional de divul-gação dos julgados da Corte de Justiça do Amazonas, obtendo a atenção de membros do Poder Judiciário de outros Estados da Federação, que tiveram a genti-leza de expressar agradecimen-to pelo recebimento dos exem-plares que lhes foram enviados, reconhecendo a importância do trabalho concentrado no n.º 05, de dezembro de 2012.

Demais disso, merece desta-que a disponibilização da revista no site do Tribunal de Justiça do Amazonas, em formato eletrôni-

co, que pode ser acessado pelos cidadãos e por todos os interes-sados que residem nas localida-des mais distantes, constituindo este um veículo de divulgação imprescindível nos dias atuais e que enseja o conhecimento dos casos enfrentados pelos mem-bros do Poder Judiciário amazo-nense.

O segundo número da revista já é bastante aguardado e en-contra-se em fase de seleção do material que será divulgado em breve. A expectativa dos interes-sados tem sido constantemente demonstrada por meio das abor-dagens feitas nos corredores do Tribunal, bem como mediante os e-mails que nos são enviados.

Desse modo, pretendemos dar continuidade à proposta ini-cial de divulgação da jurispru-dência do Tribunal de Justiça do Amazonas, com o aperfeiço-amento constante desse traba-lho, para que a nossa Revista de Doutrina e Jurisprudência se mantenha como instrumento há-bil a atender os anseios da so-ciedade amazonense, servindo sempre como referencial de con-sulta para todos os operados do Direito.

O PROJETO DE DIVULGAÇÃO DOS JULGADOS POR MEIO DA REVISTA DE DOUTRINA E JURISPRUDÊNCIA

“A REVISTA DE DOUTRINA E JURISPRUDÊNCIA DESEMPENHA, ASSIM, A FUNÇÃO IMPERIOSA DE RESGATAR O SEU PAPEL DE FONTE SEGURA DE PESQUISA E REFERÊNCIA PARA AQUELES QUE SE DEPARAM COM

AS QUESTÕES DE MAIOR COMPLEXIDADE NA REALIDADE JURÍDICA DO ESTADO DO AMAZONAS.”

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Jorge Manoel Lopes LinsDesembargador do Tribunal de Justiça

do Amazonas e presidente da Comissão Permanente de Jurisprudência

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NOTÍCIAS

O governador do Amazonas, Omar Aziz, sancionou a Lei Complemen-

tar nº 126, de 07 de novembro de 2013, que eleva o número de membros do Tribunal de Justi-ça, criando mais sete vagas de desembargador, passando a ser composto por 26 magistrados. O último aumento de vagas ocor-rido há nove anos e o crescente aumento da demanda jurisdicional no 2°. Grau, registrado no relatório anual do CNJ “Justiça em Núme-ros/2013”, com dados de 2012, justificam a proposta do TJAM. O reforço na Corte também é parte do projeto de gestão da Justiça amazonense que, juntamente com as ações que vêm sendo realiza-das para melhorar o 1°. Grau, trará uma celeridade inédita na presta-ção jurisdicional do Estado.

As novas sete vagas serão preenchidas pelo Ministério Pú-blico (01), OAB Amazonas (01), e TJAM (05) – estas serão sele-cionadas entre os 17 juízes mais antigos da Instituição, alternada-mente, por merecimento e anti-guidade. A proposta alterando o art. 428 da Lei Complementar nº 17/97 foi aprovada no Pleno do TJAM por 9 votos a 8, e por 18 vo-tos a 2 na Assembleia Legislativa; sendo, depois, sancionada pelo governador. Entretanto, por força de uma liminar deferida pelo CNJ, em Procedimento de Controle Ad-ministrativo instaurado pela de-sembargadora Graça Figueiredo, que se declarou contra o aumento e se recusou a votar após ter seu pedido de vista dos autos negado. O presidente Ari Moutinho enten-deu que não cabia vista em pro-cesso administrativo, pois não há previsão no Regimento Interno do TJAM, e, além disso, sustentou que o pedido de vistas deve ser

utilizado com o objetivo de diri-mir dúvida acerca da matéria em discussão, e não com o objetivo de protelar o julgamento. “Reali-zamos previamente reunião admi-nistrativa sobre a matéria, que foi bem assimilada por todos”.

A votação no Pleno, em 05.11.13, teve início com o voto do desembargador Presidente e relator nato da matéria, seguido do voto do desembargador Djal-ma Martins, que também se ma-nifestou favorável à aprovação, destacando que o projeto era um resgate de um passivo de décadas na estrutura do TJAM. O desem-bargador João Simões se decla-rou contrário ao aumento, dizendo que seria inoportuno. Também votaram contra, os desembarga-dores Domingos Chalub, Socor-ro Guedes, Paulo Lima, Cláudio Roessing, Carla Reis, Wellington Araújo e Jorge Lins, todos argu-mentando que a necessidade maior estaria no 1º Grau.

Na continuidade da votação, o desembargador Flávio Pascarelli discordou da divergência, ressal-tando que o TJAM teria “que to-mar a iniciativa agora já que os números mostram a necessidade do aumento”. O desembargador Sabino Marques lembrou do com-promisso assumido com o Esta-do e Aleam e que não se deveria “desfazê-lo, sob pena de toda a Instituição ficar desacreditada”. Tanto o Estado quanto a Assem-bleia renunciaram 0,2% de seus orçamentos anuais em favor do Tribunal, para que fosse possível o aumento do número de desem-bargadores.

O desembargador Aristóteles Thury lembrou em seu voto que a iniciativa complementa as outras já emplacadas pelo presidente como

o concurso para juízes, em anda-mento. Na Aleam, o deputado Chico Preto (PMDB) lembrou que o último aumento de desembar-gadores aconteceu há nove anos e, nesse período, a composição do TJAM não acompanhou nem o crescimento populacional e nem o número de processos. O presi-dente Ari Moutinho explicou que esse aumento, aliado ao ingresso de novos servidores e juízes, a virtualização e outras medidas ad-ministrativas darão ao TJAM uma celeridade inédita na prestação ju-risdicional. “Esse projeto tem uma extensão maior, porque oportuni-za a nomeação de novos juízes e a criação de outros cargos para magistrados do 1º Grau. Quando defendi o pedido junto ao Estado, estabeleci que esse recurso seria para o aumento dos desembarga-dores e também para a melhoria da prestação jurisdicional no 1º. Grau. Pretendo criar, por exemplo, a Vara de Defesa do Consumidor e outra Vara Criminal.”

Também, a lei está sendo questionada judicialmente através de uma Ação Direta de Inconstitu-cionalidade, proposta pelos depu-tados estaduais Marcelo Ramos, José Ricardo e Luiz Castro peran-te o TJAM, durante o plantão judi-cial de 2° Grau do dia 12 de no-vembro, tendo o desembargador Jorge Lins, plantonista, deferido a liminar postulada, suspendendo os efeitos da referida lei, cuja deci-são depende de confirmação pelo Pleno, sob pena de perda de sua eficácia jurídica. Ação foi distribu-ída e está sob a relatoria do de-sembargador João Simões - que também votou contra a aprovação do Projeto de lei, inaugurando a divergência na sessão administra-tiva do Pleno -, mas o mesmo, até então, ainda não proferiu nenhu-ma decisão nos autos.

SANCIONADA LEI QUE AUMENTA O NÚMERO DE DESEMBARGADORES

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NOTÍCIAS

RESUMO DE NOTÍCIASRECONHECIMENTO DE PATERNIDADE QUASE ULTRAPASSA NÚMEROS DE 2012

DECISÃO DO JUIZ MANDA ESTADO INDENIZAR PAIS DE BEBÊ NATIMORTO

JUSTIÇA DETERMINA DESOCUPAÇÃO DA PRAÇA DO ELDORADO

PLENO HOMOLOGA O RESULTADO FINAL DO CONCURSO PARA SERVIDORES

JUÍZA DETERMINA RESTITUIÇÃO FINANCEIRA A VÍTIMAS DE CONSÓRCIO

REDUÇÃO EM 50% NO CONSUMO DE COMBUSTÍVEL DA FROTA DO TJAM

De janeiro a julho de 2013, o TJAM registrou 118 reconhe-cimentos voluntários de paternidade em Manaus. O número corresponde a quase 80% do total de 2012, quando 148 pais fizeram o reconhecimento; em 2011, foram 61. Os dados são do Núcleo de Conciliação das Varas de Família (NCVF).

O juiz da 4ª Vara da Fazenda Pública Estadual, Márcio Ro-thier Torres, fixou indenização por danos morais e materiais aos pais cujo bebê nasceu sem vida, após passar por atendimento em maternidades da rede estadual. O Estado recorreu e o pro-cesso foi enviado para análise e julgamento no 2º Grau do TJAM.

O juiz Cezar Bandiera, da 2ª Vara da Fazenda Pública Municipal, julgou procedente o pedido do Ministério Público e condenou o Município de Manaus a fiscalizar as atividades e a ocupação ilegal de logradouros públicos pelos estabele-cimentos comerciais que funcionam na “Praça do Carangue-jo”, no conjunto Eldorado, Zona Centro-Sul da capital.

O TJAM homologou em outubro o resultado final do con-curso público para servidores e serventuários do órgão - níveis superior, médio e fundamental -, realizado pela Fundação Getú-lio Vargas. A aprovação ocorreu ao final da sessão do Tribunal Pleno, presidida pelo desembargador Rafael Romano.

A juíza titular da 9ª Vara Cível e de Acidentes do Trabalho da Comarca de Manaus, Maria Eunice Torres do Nascimento, determinou a restituição financeira de quase 500 consumidores que firmaram contratos com as empresas RC Marques-ME e KFM da Silva-ME, ambas denominadas SSD Financeira.

O Tribunal de Justiça do Amazonas reduziu o consumo de combustível da frota de 90 veículos em 50%. A redução se deu em razão da adoção de várias medidas e uma delas foi a im-plantação do sistema de abastecimento por cartão, a partir do ano passado. A redução foi gradativa e, neste ano, o consumo chegou a pouco mais de 11 mil litros/mês.

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O JUDICIÁRIO DO AMAZONAS E A TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO

tarde, a se decidir pelo Direito. “O meu irmão, Elci, já fazia Direito e eu resolvi seguir essa área, até porque me identificava com o Direito. De-pois que me formei, fiz o concurso para juiz e passei”, contou. Yedo, que nasceu em Manaus, possui quatro filhos e 34 anos de carrei-ra, começou sua vida na magis-tratura na Comarca de Barcelos em 1979, município localizado a 399 quilômetros de Manaus. “Mo-rei no município de Barcelos com a minha família. Meus filhos se al-fabetizaram lá. Na época, tudo era

O menino de família humilde e que arru-mava seus poucos livros usando caixas

de papelão como prateleiras, não imaginava que um dia se tornaria um juiz, um defensor das leis do País. No imaginário do garoto Yedo Simões de Oliveira, hoje desem-bargador do Tribunal de Justiça do Amazonas, e corregedor geral de Justiça do Estado e um dos prin-cipais articuladores para a inclusão do Tribunal na Era Tecnológica, os conflitos sociais não eram palpá-veis. Entretanto, a Justiça sempre se fez presente, de uma forma ou de outra, na sua vida e de sua fa-mília.

Tudo começou com o pai, José Evangelista de Oliveira. Se-ringueiro, portuário e depois líder sindical, incentivou o filho a ajudá-lo no Sindicato dos Portuários do Amazonas, um dos mais organiza-dos politicamente na época. Isso aconteceu na década de 60, em plena Ditadura Militar, um momento

Nessa reportagem especial, a Folha da Justiça conta um pouco da trajetória de um dos principais colaborado-res da gestão do desembargador Ari Jorge Moutinho da Costa e que tem sido um grande articulador para a inclusão do Tribunal de Justiça do Amazonas na Era Tecnológica.

turbulento no País. “Quando tinha 13 anos, fui ajudar meu pai no sin-dicato e passei a conhecer o que era uma vida associativa e as lides sindicais. Naquela época, as reuni-ões do sindicato e os sindicalistas eram monitorados pelos órgãos da repressão. E meu pai era uma pes-soa que se preocupava em fazer o que era o melhor para as pessoas que dependiam dele”, disse.

A experiência adquirida a partir da convivência com as demandas dos trabalhadores, o levou, mais

YEDO SIMÕES ESTUDOU NO COLÉGIO ESTADUAL DOM PEDRO II. O DESEMBARGADOR DOMINGOS CHALUB, JUIZ APOSENTADO JORGE ALBERTO JÚNIOR, E O ESCRITOR AMAZONENSE

MILTON HATOUM, FORAM ALGUNS COLEGAS DE TURMA DO “ESTADUAL”.

CNJ conversa com magistrados do interior do AM por meio de videoconferência

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Yedo Simões de OliveiraDesembargador do Tribunal de Justiça

do Amazonas, corregedor geral de Justiça e coordenador da Divisão de

Tecnologia da Informação

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muito difícil, principalmente em re-lação ao transporte”. De lá, o juiz Yedo Simões foi transferido para a Comarca de Itacoatiara (a 175 qui-lômetros da capital), onde foi titu-lar da 1ª Vara. “Eu e minha família passamos oito anos em Itacoatiara. Meus filhos estudaram em escolas do município”.

Durante a sua trajetória no inte-rior do Estado como juiz, por cerca de dez anos, respondeu por várias Comarcas como a de Novo Airão, São Gabriel da Cachoeira, Itapiran-ga, Silves e Nova Olinda do Norte. Ele também presidiu as eleições no município de Itacoatiara e Autazes. De lá para cá, a trajetória dele foi marcada pelo associativismo, devi-do à influência dos conceitos ensi-nados por seu pai, e se considera um forte colaborador das ações das entidades que representam os interesses dos magistrados e do Judiciário, regional e nacional.

Yedo Simões também foi juiz da 9ª Vara Cível e da 1ª Vara da Fazen-da Pública, na capital amazonense, e em 2005 chegou à desembar-gatória da Justiça Estadual pelo critério de merecimento. “Como desembargador, sempre procurei conduzir meu trabalho com empe-nho e com grande produtividade e nesse fase em que vivencio o cargo de corregedor geral de Justiça do Amazonas estou realizando muitas coisas, das quais havia sonhado em fazer em prol da magistratura”, afirmou, citando a prestação ju-risdicional no interior. “Este foi um tema que me preocupou, face ao isolamento por conta da grandiosi-dade da região e as dificuldades de acesso aos municípios, que limita-vam a prestação jurisdicional. Em muitos locais, o Poder Judiciário não conseguia chegar”.

Ele lembrou ainda que ante-riormente, as Comarcas eram to-das “físicas”. Hoje, elas já estão na Era Virtual. O futuro do Judiciário, defende, é a “Tecnologia da Infor-mação”. Em agosto de 2012, o de-sembargador e sua equipe conhe-ceram o Projudi (Processo Digital Judicial), um sistema desenvolvido pelo Tribunal de Justiça do Para-ná e que foi cedido para o TJAM. “Com auxílio da equipe de infor-

Desde jovem, Yedo Simões (sentado à direita) ajudava o pai, José Evangelista (de pé) nas ativi-dades do Sindicado dos Portuários do Amazonas

Yedo Simões com o então corregedor geral de Justiça do

Amazonas, Carlos Alberto de Aguiar Corrêa

Yedo Simões, em 1982, presidindo o Tribunal do Juri em Autazes ao lado do

advogado Armando Freitas, a ao fundo o servidor Holofernes Leite

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mática do TJPR e com o empenho dos nossos servidores, adequa-mos o sistema para a nossa reali-dade. Iniciamos a sua implantação em novembro de 2012, no TJAM. Hoje, todas as Comarcas do in-terior funcionam com o processo eletrônico”.

Atualmente, algumas Comar-cas ainda estão trabalhando na digitalização dos processos físicos, para que o cidadão possa acessar, de qualquer lugar, uma ação na Justiça por meio da internet, exce-to nos casos em que o processo tramite em segredo de Justiça. Até o final de outubro, 25 Comarcas já tinham concluído a digitalização

dos processos físicos. As demais, terão finalizado este trabalho até o mês de dezembro deste ano.

“Estamos seguindo as orienta-ções do nosso presidente, desem-bargador Ari Moutinho, na busca pela inclusão social dessas popu-lações”, afirmou Simões, adian-tando que a intenção da gestão do desembargador Ari Moutinho é consolidar esse trabalho em 2014, através da adoção de um sistema de informática mais robusto, o qual vem recebendo novas funcionali-dades necessárias para que possa atender todas as demandas do Po-der Judiciário.

Investimento

O Tribunal de Justiça do Ama-zonas, em 2012, investiu R$ 20,9 milhões na área da Tecnologia da Informação, ficando entre os cin-co Tribunais da Justiça Estadual (de “Pequeno Porte”) que mais investiram no ano passado em TI. Quando comparado com 2011, o investimento foi 50,9% maior. Os dados constam no Relatório Jus-tiça em Números 2013, do Con-selho Nacional de Justiça (CNJ), divulgado em outubro e referem-se às informações de 2012 prestadas por todos os Tribunais do País – Justiça Estadual, do Trabalho, Fe-deral, Eleitoral, Militar Estadual e

COLECIONADOR DE LIVROS E REVISTAS ANTIGAS, O SEU “PREDILETO” TEM 14 VOLUMES - ‘MÉMOIRES D’UN MÉDICIN (MEMÓRIAS DE UM

MÉDICO)’, DE ALEXANDRE DUMAS, QUE NARRA A HISTÓRIA DA REVOLUÇÃO FRANCESA.

Desembargador Yedo Simões e a equipe da Divisão de Tecnologia e Informação

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Tribunais Superiores.

Nos investimentos em Tecno-logia da Informação destacam-se o projeto de virtualização das Comarcas do interior, incluindo a compra de equipamentos e bens de informática e de telecomunica-ções para o reaparelhamento de Varas e Fóruns de Justiça; além da reestruturação completa do Data-center, que armazena todas as in-formações do Tribunal; bem como a aquisição de equipamentos de última geração para a instituição e capacitação de servidores.

A partir desses investimentos, iniciativas pioneiras como a primei-ra correição via satélite do País e a primeira Comarca do interior 100% virtualizada se tornaram realidade e representam um marco na história do Judiciário local e nacional.

Na primeira correição via satéli-te, por exemplo, os juízes do TJAM inspecionaram os processos de Envira, a 1.200 quilômetros de Ma-naus, sem sair da capital amazo-nense. A redução de custos para o Tribunal está entre as principais vantagens da correição via satélite (gasta-se, em média, R$ 15 mil a cada três dias de correição física).

Virtualização

O principal benefício é a celeri-dade. “Para advogados, membros do Ministério Público e Defensoria, nenhum deles precisa ir à Comarca para dar entrada em uma petição, por exemplo. Poderá cuidar do processo de onde estiver, sem pre-cisar gastar com passagem aérea e ter outras despesas”, explicou Messias Andrade, diretor da Divi-são de Tecnologia da Informação e Comunicação do TJAM. Facilidade também para as partes que preci-sam consultar os processos. “Um de nossos compromissos, desde o início da gestão, é abrir o Tribunal para a sociedade, ao mesmo tem-po em que avançamos na moder-nização e aplicação de novas tec-nologias que tragam sempre uma melhor prestação jurisdicional”, ressaltou o presidente do TJAM, desembargador Ari Jorge Mouti-nho da Costa.

Dentre outras ações visando

melhoria da estrutura tecnológica estão também a adequação da Central de Monitoramento, refor-ma do Datacenter e implantação de Firewall nas unidades descen-tralizadas.

Segundo Messias, foi preciso criar um setor de monitoramento para acompanhar e manter toda a infraestrutura de TI 24 horas por dia. Houve uma total adequa-ção deste novo setor, com telas de monitoramento, softwares de acompanhamento e profissionais de alta capacidade técnica. O re-sultado foi a redução drástica das paralisações dos sistemas e ser-viços. Já o DataCenter, ambiente projetado para abrigar servidores e outros componentes, foi total-mente reformado, uma vez que encontrava-se em péssimo estado de conservação, fora das normas e apresentando graves problemas estruturais. “Foi colocado um piso elevado de aço, eletrocalhas sepa-

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rando a parte lógica da parte elétri-ca. Todos os cabos de rede foram refeitos e o cabeamento elétrico revisado e substituído. Problemas existentes nos ativos foram solu-cionados e, consequentemente, a rede ficou mais rápida e eficaz”, afirmou Messias.

Outra conquista foi a implan-tação do Firewall nas unidades descentralizadas. Uma das maio-res reclamações dos magistrados e servidores dos fóruns e juizados era a excessiva lentidão dos sis-temas de informação e a péssima qualidade da internet. A equipe de infraestrutura montou, para cada unidade descentralizada, um Fi-rewall com o objetivo de filtrar es-ses dados e organizar a distribui-ção das informações. “A partir da implantação do Firewall, equacio-namos o problema da lentidão e a instabilidade que impossibilitava a celeridade da Justiça nestes fó-runs e juizados”.

Yedo Simões recebe agradecimento pela palestra “Processo Eletrônico no Judiciário Amazonense” durante a realização da XII Mostra Nacional de Trabalhos da Qualidade do Poder Judiciário.

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AS AÇÕES DA 10ª VARA DE FAMÍLIA PARA AUMENTAR A CELERIDADE DA PRESTAÇÃO JURISDICIONAL

A 10ª. Vara de Fa-mília e Sucessões foi instalada atra-vés da Resolução

11/2006 para julgar os pro-cessos nos quais as partes re-querentes sejam representadas pela Defensoria Pública do Es-tado do Amazonas e residentes na zona leste, a mais populosa da cidade de Manaus.

Utilizando o processo ele-trônico e automatizado desde o princípio, possui uma equipe de 10 pessoas; um Magistrado, titular da Vara; uma assessora de gabinete; uma diretora de secretaria, responsável pelo ge-renciamento; um servidor e um estagiário, responsáveis pelas audiências de conciliação; dois servidores, responsáveis pelos atos judiciais; três estagiários responsáveis pelos atos carto-rários; uma psicóloga e uma as-sistente social. Conta com um acervo de 8.433 processos e recebe mensalmente, via distri-buição, um número aproximado de 563 processos novos.

De acordo com dados do Censo IBGE/2008, a zona les-te tem uma população superior aos 600.000 habitantes e ren-da média por habitante de R$ 720,25. É, de longe, a que pos-sui o maior contingente popu-lacional da cidade de Manaus, jurisdicionados estes os quais depositam na justiça sua última esperança visando dirimir suas contendas.

Entre os processos em an-damento, as classes que lide-ram em número de conflitos são Dissoluções de União Estável e Divórcios com 1.977; Alimentos 1.571; Execução de Alimentos e Cumprimento de Sentenças

1.162; Investigação e Negatória de Paternidade 602; Tais núme-ros são equivalentes às médias dos três últimos meses.

Apesar da excessiva de-manda de processos em tra-mitação é importante enfatizar a atuação dos conciliadores. Com empenho eles buscam compreender e ajudar as nego-ciações, sugerindo e indican-do propostas às partes, o que na maioria das vezes faz com que a contenda seja solucio-nada em uma única audiência, sem a necessidade da fase de instrução. O instituto da conci-liação é de suma importância e método eficaz para solução dos conflitos.

As estatísticas nos mostram que a média de sentenças pro-latadas nos meses de julho, agosto e setembro foi de 674, dentre as quais 351 são homo-logações de acordos realiza-dos, o que corresponde a 52%. A média de decisões interlocu-tórias é de 177 e despachos de 816.

As pretensões futuras desta serventia é oferecer maior cele-ridade na prestação jurisdicio-nal e agir com eficácia no jul-gamento dos feitos. Para tanto vemos na proposta de criação de mais uma Vara de Família para a zona leste a opção mais viável, tendo em vista que o contingente populacional é de longe o maior em comparação as demais Varas de Família da Comarca de Manaus. Ampliar o número de servidores para compor o quadro funcional e a melhoria nas instalações físicas são também sugestões para melhor atender os jurisdiciona-dos, buscando agilização e efe-

tividade da Justiça e a redução do tempo médio na tramitação de todas as classes processu-ais.

Desta forma, num quadro geral, o parâmetro desta Vara no tocante a sua eficiência é relativamente bom consideran-do-se as inúmeras limitações que possui e as dificuldades que enfrenta com as carências já acima expostas. Sem em-bargo, busca-se oferecer pres-tação jurisdicional a contento atendendo aos anseios de uma população numerosa e carente em vários aspectos dentro do menor tempo possível, cum-prindo-se assim ao preceito constitucional entabulado no art. 5º, LXXVIII e por fim para-fraseando Rui Barbosa quando sabiamente disse que “Justiça atrasada não é justiça; senão injustiça qualificada e manifesta”.

Manuel Amaro de LimaJuiz de Direito titular da 10ª Vara de Família e Sucessões da Comarca de Manaus/AM

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os textos, mas também a realidade” (Eros Grau), ou seja, a realidade social da qual também fazemos parte, e com ela, temos de ser capazes de “apreen-der esse dinamismo” (Grau). Devemos ainda, diante dessas situações, como juízes de Juizados Especiais, onde es-sas demandas são frequentes, estar-mos sempre refletindo a relevância e atribuições de nossa função que, para qualquer jurisdicionado nestas condi-ções, de nada vale uma sentença sem resolução do mérito.

Outro ponto ainda a ser dirimido, diz respeito ao pedido de dano mo-ral, que é frequente também nestas demandas. Este parece ser incabível, posto que ambos transacionaram obje-to ilícito, tipificado como crime, e como consequência, se deve concluir que o que é ilegal é imoral. Enfim, para que possamos efetivar realmente o direito constitucional de acesso à Justiça, de-vemos nos abster de extinguir esses processos, passando à analise das questões de fundo, sob o prisma da Equidade e da Justiça, posto que para os envolvidos, o que importa é uma resposta efetiva ao seu problema e não uma sentença de extinção sem mérito, que para ele refletirá em uma sensação de impotência diante de uma situação em tese “injusta”, vindo esta certamente a denegrir a imagem do Poder Judiciá-rio, que tem em sua essência a função de dirimir conflitos.

O debate acerca do tema está longe de ser unânime, diante de diversas deman-

das a esse respeito nos Juizados Especiais. É sabido que várias pes-soas compram veículos se utilizan-do de financiamento de Instituições Financeiras, entabulando assim, contratos de alienação fiduciária, onde ficam os adquirentes com a posse direta do bem, sendo o efeti-vo proprietário o banco financiante.

Com o passar do tempo, o adqui-rente vende esse bem a terceiro que fica obrigado, via contrato escrito ou verbal, a pagar as prestações remanescentes. Porém, tempos depois, o adquirente descumpre o contratado e o nome do primeiro adquirente é negativado pelo banco, vindo aquele buscar a solução perante o Judiciário. Assim, começa a via crucis do requerente diante das várias divergências que o tema suscita. Alguns entendem que o banco é quem teria legitimidade para ajuizar eventual demanda, por ser o efetivo proprietário do bem.

Podem outros pensar que, por ser o objeto do contrato ilícito (venda de coisa alheia) tipificado ainda como crime (art. 171,§ 2o.,I,C.P), e, sendo a licitude do objeto um dos requisitos de validade do negócio jurídico, ou seja, o objeto lícito (art. 104,II,C.C), o pedido se caracterizaria como juridicamente impossível, vindo o processo ser ex-tinto sem análise mérito, por falta de uma das condições da ação - a pos-sibilidade jurídica do pedido. E ainda há aqueles que poderiam entender que a demanda cabível seria a de busca e apreensão proposta somente pelo banco, redundando ainda a extinção do processo sem análise do mérito por falta de interesse de agir na modalidade adequação, já que nos Juizados não se admite demandas que possuem rito especial, segundo o Enunciado 8 do Fonaje, que dispõe: as ações cíveis sujeitas aos procedimentos especiais não são admissíveis nos Juizados Es-peciais.

Ressalto que o pedido de busca e apreensão não é autônomo nestas de-mandas, o que já é óbice para a não aplicação do Enunciado, vindo este por vezes como liminar cautelar, sendo os principais o de rescisão contratual, cumulados com danos materiais, mo-

rais e até mesmo transferência de multa e taxas devidos ao órgão de trânsito. O que se pode extrair de todas essas interpretações é que, com relação ao banco, a venda do bem a terceiro é nula, tendo ainda aqueles que dizem ser inexistente. Porém, devemos pon-derar que no mundo fático existiu uma relação jurídica entre o primeiro e o novo adquirente, mesmo essa relação não surtindo efeito algum para o banco, e via de regra, pelo fato dos contratantes saberem que o bem é alienado fiducia-riamente, e que num futuro, após os pagamentos das parcelas, o negócio se concretizará de forma definitiva. Ali-ás, cumpre assinalar, que essa relação é regida pelo Código Civil, não se tra-tando de uma relação de consumo.

Assim, regida a relação pela lei civil, há de prevalecer a Teoria da Vontade, adotada por esse sistema (art. 112 e segs), e, se a vontade de ambos foi nesse sentido, deve entre eles prepon-derar a boa-fé, ainda que o objeto do contrato seja ilícito, levando-se em con-ta a sua função social e o efeitos dele decorrentes. Essa vedação, não seria de toda peremptória, pois, ao mesmo tempo em que a lei civil veda o negócio jurídico que possui objeto ilícito, em ou-tro ponto esclarece que se o adquirente estiver de boa-fé e o alienante adquirir depois a propriedade definitiva do bem, essa se aperfeiçoa, operando inclusive com eficácia ex tunc, nos termos do art. 1.268,§ 1o., C.C.: “§ 1o Se o ad-quirente estiver de boa-fé e o alienante adquirir depois a propriedade, conside-ra-se realizada a transferência desde o momento em que ocorreu a tradição”.

Malogrado o negócio por descum-primento no pagamento das presta-ções pelo novo adquirente, deverá o juiz, fazendo uso de um julgamento por equidade (art. 6o./Lei 9.099), analisar cada caso em concreto, verificando quais os efeitos desse negócio e toda a sua extensão. A falta dessa decisão traz consequências deletérias ao seio social, já que as partes tentarão resol-vê-lo por conta própria, por vezes vindo a fazer Justiça com as próprias mãos, tipificada criminalmente como exercí-cio arbitrário das próprias razões (arts. 345/346 CP), e destas, podem advir outros delitos mais graves.

Isso nos leva a crer e a refletir re-almente que, como julgadores e inter-pretes da lei “não interpretamos apenas

A VENDA DE COISA ALHEIA: EFEITOS JURÍDICOS E O PAPEL SOCIAL DO JUIZ

Moacir Pereira BatistaJuiz titular da 7ª Vara do Juizado Especial Cível da Comarca de Manaus/AM

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defesa imediata, porém, não deve ir além do estritamente necessário para o fim proposto. O equilíbrio na legítima defesa reside na moderação da repulsa.

Voltando aos ensinamentos do policial, verifica-se que podemos adequar tais conceitos no requisito dos meios necessários e da mode-ração, pois apesar de, na legítima defesa, o agente, na maioria dos ca-sos, só reage, muitas vezes essa re-ação pode ser totalmente ineficien-te e ineficaz, pois a ação é sempre mais rápida que a reação. Lembro-me perfeitamente do exemplo, mos-trado em sala, do suicida apontando a arma para a sua cabeça quando o policial da Swat chega ao local de crise e depois de dois comandos para que o mesmo largue a arma e levante as mãos sem ser atendido, atira no suicida causando-lhe a mor-te. O não atendimento ao comando policial e a imensa probabilidade do suicida virar o cano do revolver na di-reção do policial para matá-lo autori-za a legítima defesa, pois a agressão injusta era iminente e o meio foi ne-cessário, pois a ação do meliante de virar o cano do revolver da direção do policial e atirar seria uma ação muito mais rápida que a reação do mesmo para se defender. Portanto nem em “excesso” poderia se falar.

“AÇÃO E REAÇÃO” COMO UM DOS REQUISITOS DA LEGITIMA DEFESA

Acabo de participar, jun-tamente com colegas magistrados de outros Estados, do Curso de

Segurança “Judicial SWAT”, na Fló-rida, promovido pela Escola Nacio-nal da Magistratura (ENM). Tivemos acesso ao sistema judicial ameri-cano, visitamos presídios, fóruns e tribunais, conversamos com juízes americanos, passamos um dia intei-ro no stand de tiro e tivemos aula de direção evasiva, onde aprendemos a fugir de uma possível emboscada.

Impressionou-me a aula ministra-da pelo policial da SWAT, chamada “Ação e Reação”, na parte teórica do curso. Após o encerramento, pude mudar, se não por completo, vários conceitos em relação à atividade po-licial no momento da defesa do bem jurídico mais valioso. A premissa “a ação sempre será mais rápida que a reação”, repetida incessantemente pelo policial, entrou em meu conven-cimento como uma bomba, devas-tando todo conceito anterior sobre alguns institutos jurídicos, principal-mente em relação à legitima defesa, tese muito utilizada por advogados e defensores públicos no plenário do Tribunal do Júri, Vara da qual sou ti-tular.

A presente abordagem não tem a intenção de esgotar o tema, mas, ao contrário, além da homenagem ao debate, fazer nascer nos colegas que atuam na magistratura criminal uma outra visão, um outro conceito em relação aos requisitos da causa excludente de antijuridicidade deno-minada “legítima defesa” em relação à atuação do policial seja ele militar, civil ou federal ou até mesmo em re-lação a particulares em momentos de gerenciamento de crise, de iminente combate.

A lei penal, em especial nosso Código Penal, elenca em seus ar-tigos 23 a 25, as situações em que autorizam o sujeito a agir licitamente, ou seja, através de sua conduta lesar um bem jurídico pertencente a tercei-ro sem, no entanto, seu comporta-mento ser considerado contrário ao direito. Tentarei dissecar os requisitos desta causa de justificação denomi-nada “legítima defesa” para demons-trar de maneira clara e precisa onde a “ação e reação” iria se amoldar para

afastar a ilicitude da conduta.

O primeiro requisito da excluden-te é a “agressão injusta”. Define-se agressão como conduta humana que lesa ou põe em perigo um bem ou interesse juridicamente tutelado. Em suma, significa ataque humano dirigido contra bens jurídicos legiti-mamente defensáveis. A agressão precisa ser injusta, ou seja, ilícita e também precisa ser atual (que está acontecendo) ou iminente (prestes a acontecer). Aparecem também como requisitos da causa de justifica-ção, o “uso dos meios necessários” e a “moderação” no uso desses meios. Ou seja, a reação, a repulsa, para ser legítima, precisa ser realizada com os meios necessários e proporcional a agressão. No entanto, não exige uma adequação perfeita entre ataque e defesa, para se estabelecer a neces-sidade dos meios e a moderação no seu uso.

Reconhece-se a dificuldade valo-rativa de quem se encontra emocio-nalmente envolvido em um conflito no qual é vítima de ataque injusto. A reação de improviso não se com-patibiliza com uma detida e criterio-sa valoração dos meios necessários a repulsa imediata e eficaz. A nossa lei penal não menciona o quesito proporcionalidade, mas faz duas in-dicações nessa direção: a) repulsa com os meios necessários; b) mo-deração na repulsa. Necessários são os meios suficientes e indispensáveis para o exercício eficaz da defesa. Se o sujeito ataca a socos, por exemplo, em princípio, a reação não pode ser armada. Mas tudo isso é relativo. De-pendendo de quem ataca e quem defende, pode ser necessário o em-prego de arma de fogo. Por exemplo, ataques a socos de um lutador de boxe, lógico que vai permitir à vítima (inferiorizada corporalmente) reação armada (proporcional). Ataque de um lutador de artes marciais da mesma forma, autoriza a reação armada, diante da insuficiência da reação por mãos limpas, sendo necessário um meio mais eficaz. Ainda, que o meio seja necessário, exige-se para a jus-tificante o uso moderado da repulsa, especialmente quando se trata de único meio disponível e apresentar-se visivelmente superior ao que seria necessário. A defesa pode chegar até onde seja requerida para a efetiva

Mauro Moraes AntonyJuiz de Direito Titular da 3ª Vara do Tribunal do Júri da Comarca de Manaus/AM

ARTIGO

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NOTÍCIAS

TJAM INSTALA COMARCA DE AMATURÁ NO INTERIOR DO AM

INAUGURADO NOVO ESPAÇO DO SETOR DE CERTIDÕES DO TJAM

Em setembro deste ano, a po-pulação de Amaturá, a aproxima-damente mil quilômetros em linha reta de Manaus, passou a ser in-dependente em relação a serviços jurídicos que até então, não eram realizados no município. Agora o cidadão conta com a Comarca Da-nilo Gonçalves de Souza.

Quem precisar utilizar os serviços do setor de Certidões da Correge-doria Geral do Tribunal de Justiça do Amazonas deve dirigir-se ao prédio anexo do TJAM (antiga delegacia de polícia), com entrada pela avenida André Araújo, bairro do Aleixo, Zona Centro-Sul de Manaus.

Na cidade de 10 mil habitan-tes, segundo o IBGE/2010, ape-nas os registros civil e de óbito eram emitidos. Quem precisava fazer procurações, autentica-ções, registro de pessoa jurídica e registro de imóveis, por exem-plo, tinha que ir até o município mais próximo, São Paulo de Oli-

De acordo com o corregedor geral de Justiça, desembargador Yedo Simões, o setor de Certidões recebe, por dia, cerca de cem pes-soas, em média, daí a preocupação em investir em um novo espaço que comportasse o público ade-quadamente.

vença, que fica a cerca de quatro horas de barco regional.

O prédio que abriga o Poder Judiciário no município de Ama-turá tem aproximadamente 70m² e dispõem de sala para o Minis-tério Público, sala para o juiz, cartório, refeitório e sala para au-diências. Sua aquisição foi me-diante convênio de cooperação entre o Tribunal de Justiça do Amazonas, a Prefeitura de Ama-turá e a Diocese local.

No último semestre de 2013, o TJAM recebeu em regime de doação, cinco títulos definitivos de terrenos situados nos muni-cípios de Novo Airão, Benjamin Constant, Carauari, Urucurituba e Amaturá visando a construção de Fóruns de Justiça nessas lo-calizadades..

“Sem custo nenhum para o Tribunal de Justiça, este setor vai resgatar a cidadania das pessoas, fornecendo as certidões neces-sárias para que elas possam in-gressar, inclusive, nos programas sociais do nosso Estado. Ou seja, poderão conseguir, entre outros benefícios, um emprego e até mo-radia. O TJAM está alinhado a isso: a prestar esse tipo de serviço social para a população amazonense”, declarou o corregedor.

O TJAM recebeu a doação do prédio e a reforma foi realizada com recurso próprio do Tribunal e atra-vés do trabalho da equipe de obras da Divisão de Engenharia da insti-tuição. No prédio também está o 2º Juizado Especial Cível, que antes funcionava no prédio do Procon, no bairro da Praça 14.

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ARTIGONOTÍCIAS

RESUMO DE NOTÍCIASTJAM ASSINA TERMO DO PROGRAMA “MULHER, VIVER SEM VIOLÊNCIA”

JUSTIÇA DECIDE QUE SUSAM DEVE PAGAR POR INSUMOS RECEBIDOS

SERVIDORES DO TJAM CONCLUEM CURSO DE LIBRAS

CÂMARAS REUNIDAS NEGAM MANDADO DE SEGURANÇA AO GARANTIDO

PREFEITURA DE MANAUS CUMPRE ORDEM JUDICIAL SOBRE PONTES DO SÃO JORGE

JUSTIÇA EM NÚMEROS APONTA AUMENTO NA PRODUTIVIDADE NO AM

TJAM assinou o Termo de Adesão ao Programa “Mulher, Viver sem Violência”. Trata-se de uma ação para garantir a união de esforços das instituições responsáveis pelo acesso à Justiça, visando combater às várias formas de violência contra as mu-lheres.

As Câmaras Reunidas reconheceram o direito de uma em-presa de receber o valor de R$ 1,4 milhão da Secretaria Estadual de Saúde pelo fornecimento de insumos para atendimento do serviço de endoprótese no Hospital Francisca Mendes. A decisão foi unânime, conforme voto do relator, desembargador Cláudio Roessing.

Onze servidores concluíram o curso de Libras (Língua Brasileira de Sinais) e estão aptos para o atendimento de pessoas com deficiência auditiva. A inclusão social vem sen-do intensificada na gestão do desembargador Ari Moutinho. O treinamento foi realizado pela Escola de Aperfeiçoamento do Servidor.

Os desembargadores das Câmaras Reunidas negaram Mandado de Segurança ao Garantido que pedia a suspensão da execução de uma dívida no valor de R$ 2.092.160,56 à então cunhã poranga da agremiação Jacqueline Oliveira. Ela desfilava pelo boi em junho de 1994 quando caiu de uma altura de dez metros, o que lhe causou sequelas.

Na decisão, o juiz Cezar Bandiera afirma que o Município de Manaus não tomou providências, mesmo sabendo dos problemas estruturais das duas pontes do São Jorge, colocando em risco a vida das pessoas. A ação foi apresentada pelo Ministério Público em 2010.

O TJAM registrou um aumento na produtividade dos ma-gistrados entre 2009 e 2012, de acordo com o Relatório Justiça em Números 2013, do CNJ. Além disso, houve também, dimi-nuição na taxa de congestionamento no ano passado, a menor dos últimos quatros anos.

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ARTIGO

AS VANTAGENS DA GUARDA COMPARTILHADA E A IGUALDADE DE DIREITOS E DEVERES

A partir da Constituição de 1988 e afora o reconhe-cido valor da tutela ju-risdicional das relações

familiares, antes por intermédio do Código Civil de 1916, e, portanto, ao menos até a Lei nº 10.406/02; que regulamentou importantes dispositi-vos constitucionais, uma verdadeira reestruturação do nosso Direito Ci-vil, a ponto de se distanciar do mo-delo individualista, patrimonialista e conservador do diploma anterior; o legislador pátrio ampliou o conceito de família, incorporando novos e mo-dernos elementos de sua configu-ração, a exemplo dos princípios da pluralidade das entidades familiares, da igualdade de direitos e deveres para homens e mulheres - com a proibição de qualquer discriminação no que tange a origem dos filhos, do planejamento e da convivência fami-liar -, prioridade absoluta da criança e do adolescente, além dos princípios da facilitação da dissolução do casa-mento, da cidadania e da dignidade da pessoa humana.

Daí que houve a necessidade da rápida adequação do tipo de guarda de menores, a qual foi atribuída o nome de guarda compartilhada, sen-do que tal instituto jurídico deve ser aplicado na estrita observância do melhor interesse da criança. Dentro deste novo contexto do Direito de Família no Brasil, denotamos que a guarda compartilhada significa que aqueles que detêm o poder familiar, estabelecido em virtude dos vínculos da paternidade e maternidade, são responsáveis de maneira solidária e em perfeita igualdade de condições pela boa educação e eficaz desen-volvimento do filho. Evidenciada a importância do real entendimento do que é e como vem sendo operada essa guarda, dentro do modelo de proteção dos filhos, que surgiu com a Lei 11.698/08.

As atenções da legislação vol-taram-se aos interesses específicos da criança e do adolescente, fazen-do com que o compartilhamento da

guarda seja aplicado de ofício dentro das ações litigiosas de divórcio e/ou dissolução da união estável, ou mesmo em cautelar preparatória de qualquer uma delas, porquanto esse filho dos litigantes não pode esperar pelo deslinde da questão. Aliás, seja a requerimento de um ou dos dois genitores, seja por decreto do juiz, a guarda compartilhada assegura ao filho tanto a maior convivência, como o livre acesso à casa do pai e da mãe, isto depois de definida em qual delas ele irá morar, uma vez que a existência de tal referencial também é muito importante.

Devemos mencionar a hesitação de boa parte dos familiaristas nesse tema, talvez porque não estavam plenamente satisfeitos com a divi-são conjunta da guarda, numa sim-ples discordância do seu conceito, ou mesmo por certa confusão entre esta e a guarda alternada, antes da lei disciplinar que a compartilhada se-ria a regra e não a exceção dentre as modalidades de guarda de filhos de casais separados. Nesse particular, destacamos algumas outras vanta-gens da aplicação da guarda com-partilhada: o contato regular possi-bilita aos pais que acompanhem o crescimento de seu filho; eles pode-rão transmitir seus valores na edu-cação; o filho se sentirá à vontade e seguro nas casas paterna e materna, e não irá desenvolver nenhum senti-mento de culpa, o que chega a ser comum em crianças que se sentem objeto de disputa dos pais; evita a quebra de vínculo sentimental e a perda do amor filial.

Deste modo, até a entrada em vi-gor da Lei Federal nº 11.698/08, tra-tando-se de tema altamente sensível (o da proteção da pessoa dos filhos) e sendo a lei, então, lacunosa, predo-minava a insegurança jurídica, o que acabava motivando a não aplicação da guarda conjunta. Com as modifi-cações impostas pelo estatuto, nos artigos 1.583 e 1.584 do Código Civil Brasileiro, a guarda compartilhada passou a figurar como regra e a uni-

lateral como exceção.

Concluímos que a guarda com-partilhada deve ser decretada e res-tarem cabalmente demonstradas no processo a sua conveniência em be-nefício dos menores. A guarda com-partilhada exige harmonia e des-prendimento do casal, mesmo na separação, e condições favoráveis de apoio recíproco. É notoriamen-te essencial para a formação sadia da criança uma relação harmoniosa e habitual com seu pai e sua mãe, tudo isso no pleno sentido da prote-ção integral da criança e do conhe-cido princípio do melhor interesse da mesma.

As vantagens da guarda com-partilhada são maiores que as des-vantagens, isto porque permite a melhora na auto-estima e no rendi-mento escolar do filho, a diminuição dos sentimentos de tristeza, frustra-ção, rejeição e do medo de abando-no, permitindo uma acessibilidade sem problemas a ambos os pais. De tal sorte que, igualmente, ajuda na inserção saudável do menor na nova vida familiar de cada um dos genitores, além de proporcionar uma convivência igualitária.

Vicente de Oliveira Rocha PinheiroJuiz Titular da 6ª Vara de Família e Sucessões da Comarca de Manaus/AM; Membro do IBDFAM

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ARTIGO

DA RESPONSABILIDADE AMBIENTAL PARA UM ELEIÇÃO LIMPA

No processo o Direito Ambiental apresenta-se como o ramo das ciên-cias jurídicas que possui

o maior campo de atuação dentre to-das as áreas do Direito. Porém, uma nova relação interdisciplinar do Direito Ambiental surgiu, consolidando, ainda mais, sua posição de direito constitu-cional fundamental. O Direito Eleitoral é a nova face dessa interdisciplinari-dade, que teve como marco inaugural o 2º turno das eleições municipais de 2012, na cidade de Manaus (AM).

A história da Justiça Eleitoral na-cional apresenta-se de forma antagô-nica. De um lado, uma Justiça de re-conhecida competência e celeridade no processamento das eleições. Do outro, incapaz de evitar e punir aqueles que, em época de eleições, inundam as ruas das cidades brasileiras com toneladas de lixo eleitoral. As eleições de 2012 em Manaus não foram dife-rentes. No 1º turno, foram recolhidos na capital quase 35 toneladas de lixo eleitoral (santinhos, cartazes, folders etc.), sem que nenhum dos candida-tos fosse punido pela conduta que praticaram.

Até então era difícil atribuir-se a responsabilidade direta dos candida-tos pelos santinhos jogados nas ruas, na medida em que a legislação aplicá-vel à conduta geralmente era a penal, em que não se admite a imputação objetiva, e a eleitoral que não prevê a responsabilidade civil ou administrati-va pela conduta de jogar propaganda eleitoral nas ruas. Em regra, quando se pratica um dano ambiental, três tipos de responsabilidade surgem. A crimi-nal, decorrente da prática de crimes, especialmente aqueles previstos na Lei nº 9.605/98. A civil, que decorre da obrigação de reparação do dano ambiental stricto sensu, já que as de-mais formas de responsabilidade pelo dano ambiental também impõem esse ônus; e a administrativa, decorrente da ação fiscalizatória dos órgãos ambien-tais. Todas independentes e autôno-mas entre si.

O ato de jogar santinhos e outras

formas de propaganda eleitoral nas ruas apesar de, em tese, não carac-terizar crime ambiental (ainda que se caracterize, dificilmente um candidato seria flagrado praticando a conduta), apresenta-se como infração admi-nistrativa ambiental que em Manaus é punida com multa no valor de R$ 750,00 até R$ 750.000,00, conforme consta do art. 135, VI e VII; art. 138, XIII, XIX, XXV, XXVIII; e art. 139, IX, to-dos da Lei Municipal nº 605/2011.

Por se tratar de infração adminis-trativa ambiental, o tipo de responsa-bilidade que incide no presente caso é a responsabilidade civil objetiva, ou seja, o candidato é responsável direto por sua propaganda eleitoral encon-trada nas ruas, independentemente de ter praticado ou não a conduta. A Constituição Federal em seu art. 225, a Lei nº 6.938/81 (que instituiu a Po-lítica Nacional do Meio Ambiente), a Constituição do Estado no art. 237 e o Código Ambiental de Manaus, em seu art. 120, estabelecem a respon-sabilidade civil objetiva pela prática de danos ambientais.

Essa responsabilidade objetiva impõe ao poluidor a obrigação, in-dependentemente, da existência de culpa, de indenizar ou reparar os da-nos causados ao meio ambiente e a terceiros afetados por sua atividade. Ora, os santinhos são confeccionados com uma única finalidade - a obten-ção de votos. Os candidatos são res-ponsáveis pela confecção, possuem o controle do armazenamento e dis-tribuição da propaganda. Portanto, se esse material é encontrado nas ruas, o candidato deve ser responsabilizado pelo dano ambiental causado, inde-pendentemente de ter praticado ou não a conduta.

Portanto, o Direito Ambiental deve ser aplicado no combate à poluição ambiental eleitoral, já que possui me-canismos de responsabilização direta dos candidatos pelo lixo eleitoral en-contrado nas ruas das cidades brasi-leiras. Foi com fundamento neste caso de interdisciplinaridade do Direito Am-

biental, que o presidente do Tribunal Regional Eleitoral do Amazonas, de-sembargador Flávio Pascarelli, criou o Gabinete de Combate à Poluição Ambiental Eleitoral, durante o segun-do turno das eleições de 2012, tendo nos colocado como coordenador.

A aplicação do Direito Ambien-tal no 2º turno das eleições de 2012 fez com que Manaus amanhecesse sem um único santinho nas ruas da cidade, sendo, de forma inequívoca, a única capital limpa do País. Os re-sultados surpreendentes alcançados pela aplicação do Direito Ambiental às Eleições fizeram com que Manaus passasse a assumir um papel para-digmático no País no combate à Po-luição Ambiental Eleitoral, fato reco-nhecido pelo Colégio de Presidentes de Tribunais Regionais Eleitorais que sugeriu a aplicação da medida em to-dos os Tribunais.

Portanto, mais uma vez, o Direito Ambiental demonstra sua incom-parável capilaridade. Suas normas e princípios devem ser utilizados para garantir um meio ambiente saudável e equilibrado, permitindo que esse di-reito fundamental seja usufruído pelas presentes e futuras gerações.

Jorsenildo Dourado do Nascimento Juiz de Direito da Vara do Meio Ambiente e Questões Agrárias da Comarca de Manaus/AM

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DECISÃO

EMPRESA DE LIXO É CONDENADA A PAGAR INDENIZAÇÃO À VÍTIMA DE ATROPELAMENTO

Os desembargadores da 3ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Amazonas (TJAM)

decidiram, por unanimidade, e em consonância com parecer do Mi-nistério Público, negar provimento ao recurso de apelação interposto por empresa de coleta de lixo, con-denando a mesma a pagar indeni-zação no valor de R$ 200.000,00 à vítima de acidente. A relatoria ficou sob responsabilidade do desem-bargador Aristóteles Lima Thury.

De acordo com o processo, a mulher foi atropelada por um carro de coleta de lixo de propriedade da empresa enquanto caminhava na avenida Torquato Tapajós, em Manaus. Após o acidente, o mo-torista fugiu do local sem prestar socorro. “Do referido sinistro re-sultaram diversas lesões na face da recorrente, as quais findaram por lhe causar a perda de um dos sentidos, qual seja o olfato, o que a literatura médica chama de anosmia. Tal deficiência, além de afetar por completo o sentido olfativo, acaba por repercutir tam-bém quanto ao paladar, visto que algumas substâncias passam a

ser identificadas de forma igual”, segundo trecho do voto.

No relatório da Apelação Cí-vel, os requerentes – a empresa e a vítima -, ficaram inconformados com o teor da sentença proferida pelo Juízo da 12ª Vara Cível e de Acidentes de Trabalho da Comar-ca de Manaus, em Ação de In-denização por Danos Materiais e Morais, o qual julgou parcialmente procedente o pleito da vítima, e condenando a empresa ao paga-mento do quantum indenizatório de R$ 20.000,00, a título de da-nos morais, bem como ao paga-mento de custas e honorários ad-vocatícios.

No recurso, a empresa defen-deu, conforme o relatório, a redu-ção do valor da condenação para R$ 10.000,00. A segunda apelan-te, alegou que o valor arbitrado a título de danos morais “não condiz com as circunstâncias nas quais se deu o acidente que envolveu ambas as partes, e que findou por provocar a perda do olfato da apelante”, de acordo com trecho do relatório. Na apelação, solicitou a majoração do aumento da inde-

nização. O MP opinou pelo provi-mento parcial do apelo interposto pela vítima R.C.G.M., para que a indenização fosse elevada ao pa-tamar de R$ 200.000,00.

Conheça os principais trechos do voto do relator Aristóteles Lima Thury.

“(...) A recorrente (empresa de coleta de lixo) alega que o valor de R$ 20.000,00 (vinte mil reais), arbitrado como indenização pelos danos morais sofridos, não guar-da relação com os fatos que ense-jaram a presente demanda, razão pela qual pugna pela redução do valor ao patamar de R$ 10.000,00 (dez mil reais).

Em direção oposta, a recor-rente (R.C.G.M.), afirma em suas razões de Apelação que os danos resultantes do acidente que en-volveu ambas as partes causaram graves abalos à esfera pessoal da Apelante, razão pela qual requer a majoração do valor indenizató-rio aos patamares deduzidos na exordial, qual seja R$ 250.000,00 (duzentos e cinquenta mil reais). Da análise circunstanciada dos

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DECISÃO

autos, verifico que assiste razão à Apelante quanto à majoração do quantum indenizatória.

Como se depreende das ar-gumentações e provas carreadas nos autos, a Apelante foi vítima de atropelamento por veículo de coleta de lixo de propriedade da empresa, enquanto caminhava no passeio público junto à Avenida Torquato Tapajós, nesta cidade, sendo o referido veículo conduzi-do por preposto da mencionada empresa, o qual, após colidir com a Apelante, evadiu-se do local sem sequer prestar socorro à Recor-rente.

Do referido sinistro resultaram diversas lesões na face da recor-rente, as quais findaram por lhe causar a perda de um dos senti-dos, qual seja o olfato, o que a lite-ratura médica chama de anosmia. Tal deficiência, além de afetar por completo o sentido olfativo, acaba por repercutir também quanto ao paladar, visto que algumas subs-tâncias passam a ser identificadas de forma igual.

Dessa forma, cabe citarmos aqui a lição do mestre Pablo Stol-ze que disciplina da seguinte for-ma quanto ao dano moral e sua natureza jurídica: [...] a natureza jurídica do dano moral é sanciona-dora (como conseqüência de um ato ilícito), mas não se materializa através de uma ‘pena civil’, e sim por meio de uma compensação material ao lesado, sem prejuízo, obviamente das outras funções acessórias da reparação civil. (Original sem grifos - GAGLIA-NO, Pablo Stolze; FILHO, Rodolfo Pamplona. Direito Civil – Respon-sabilidade Civil, página 77. 7ª ed. São Paulo: Saraiva, 2009).

Nesse sentido, “Quando a víti-ma reclama a reparação pecuniá-ria em virtude do dano moral que recai, por exemplo, em sua honra, nome profissional e família, não está definitivamente pedindo o chamado pretio doloris, mas ape-nas que se lhe propicie uma forma de atenuar, de modo razoável, as consequências do prejuízo sofrido, ao mesmo tempo em que preten-de a punição do lesante.” (Original sem grifos - GAGLIANO, Pablo Stolze; FILHO, Rodolfo Pamplona.

Direito Civil – Responsabilidade Civil, página 77. 7ª ed. São Paulo: Saraiva, 2009).

Tendo em mente tal lição, en-tendo que para o arbitramento do quantum indenizatório, deve-se levar em consideração, conjunta-mente, tanto o caráter compensa-tório do mesmo quanto o punitivo, analisando a gravidade do dano causado, bem como a extensão do patrimônio e imagem do cau-sador do dano.

Dessa forma, levando-se em consideração a natureza gravís-sima das consequências resul-tantes do atropelamento do qual a recorrente foi vítima, visto que além das lesões faciais propor-cionadas, findou por causar-lhe a perda completa do sentido olfati-vo, o que, por consequência, afe-tou parte do paladar, bem como o fato de a Apelada (empresa de coleta de lixo), ser empresa de no-tável conhecimento do público lo-cal, entendo que o valor arbitrado pelo juízo a quo deixou de aten-der tanto a função de satisfazer o dano causado à vítima, bem como a de dissuadir a Apelante ao não cometimento de novo atentado semelhante, razão pela qual, em harmonia com o parecer ministe-rial de fls. 227/234, elevo o valor atribuído a título de compensação pelos danos morais sofridos ao patamar de R$ 200.000,00 (du-zentos mil reais), entendendo ser o referido valor condizente com os danos causados à esfera pessoal da Apelante.

(…) Ultrapassada a questão acerca do quantum indenizatório, passo a análise dos ônus sucum-benciais e honorários de advo-gado. Entendo como irrazoada a argumentação de ambos os Ape-lantes, visto que a sucumbência recíproca é flagrante no presente caso, uma vez que a Autora de-duziu dois pedidos, quais sejam de indenização por danos maté-rias e danos morais, tendo sido somente o segundo pleito aten-dido. Sendo assim, caracterizada esta a sucumbência recíproca, nos termos do art. 21, do CPC, razão pela qual, em consonância com o parecer ministerial de fls. 227/234, entendo que a senten-ça proferida pelo magistrado de

piso não merece reforma no que tange a condenação em custas e honorários advocatícios, devendo os mesmos serem compensados, em harmonia com a súmula 306 do Superior Tribunal de Justiça (Súmula 306 STJ: Os honorários advocatícios devem ser compen-sados quando houver sucumbên-cia recíproca, assegurado o direito autônomo do advogado à execu-ção do saldo sem excluir a legiti-midade da própria parte).

Ressalte-se ainda a condição de beneficiária da justiça gratuita da Autora, ora Apelante, devendo-se aplicar a disciplina dos arts. 11, § 2º, e 12 da Lei 1.060/50, para a mesma quanto a condenação em custa e honorários. Ante o expos-to, coadunando com parecer mi-nisterial de fls. 227/234, conheço de ambos os recursos, para negar provimento ao recurso interposto (pela empresa de coleta de lixo), e para dar parcial provimento ao recurso interposto por (R.C.G.M.), elevando o quantum indenizató-rio ao patamar de R$ 200.000,00 (duzentos mil reais), mantendo a decisão de primeiro grau tal como lançada, no que tange a condena-ção pelos ônus de sucumbência.

Aristóteles Lima ThuryDesembargador e membro da 3ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Amazonas

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OPERADORA DE TELEFONIA MÓVEL É CONDENADA POR DEFICIÊNCIA NA PRESTAÇÃO DE SERVIÇO NO INTERIOR

O juiz de Direito Antônio Carlos Marinho Bezer-ra Júnior, da Comarca de Anori (AM), conde-

nou empresa de telefonia móvel a in-denizar usuário por danos morais, no valor de R$ 5 mil, por deficiência dos serviços prestados. O magistrado se baseou no art. 38 da Lei 9.099/95 c/c arts. 6º, VI e 14 do CDC.

Nos autos, a reclamada é a úni-ca prestadora de serviço de telefonia móvel celular a operar no município, a 194 quilômetros de Manaus. Em sua decisão, o juiz analisa que a operadora não possui corpo funcional na cidade, também não há posto de atendimen-to presencial nem equipe técnica local para receber reclamações, prestar serviços aos usuários ou verificar os problemas relacionados à eficiência operacional da concessionária.

Em outro trecho, o juiz analisa tam-bém que os canais de atendimento da operadora são remotos – uma central de atendimento, acionada através do próprio celular, e a página da conces-sionária na internet. “Para o caso de

indisponibilidade técnica do serviço, como o alegado na inicial, elimina-se a primeira possibilidade de atendimento pela operadora. Não é possível conta-tar a central de atendimento por meio de telefone fixo. Sob esse prisma, considere-se ainda, que nem todos os usuários da companhia possuem telefones fixos”.

Leia os principais trechos da sen-tença:

“(...) A reclamada é a única pres-tadora de serviço de telefonia móvel celular a operar neste município. A concessão do serviço de telecomuni-cação é permitida a partir da disposi-ção do art. 175 da CF.

(…) A Lei n° 8.987/95 dispõe so-bre o Regime Geral de Concessões e Permissões de Serviços Públicos e re-gulamentou o dispositivo constitucio-nal em questão. A primeira condição exigida na regulamentação é a presta-ção de serviço adequado, justamente a matéria discutida nos presentes au-tos.

(…) Nenhum dos dados relata-

dos alhures foi trazido aos autos pela reclamada que deixou, portanto, de demonstrar eficiência operacional, sob o prisma da qualidade do serviço, conforme estabelecido pela agência reguladora.

A mesma norma estabelece, ain-da, metas de atendimento ao usuário, nos seguintes termos:

Capítulo IVDas Metas de Atendimento ao

Usuário

Art. 11. A correspondência do Usuário, reclamação ou solicitação de serviços recebidos em qualquer Setor de Atendimento e Centros de Atendi-mento da prestadora, e que não pos-sam ser respondidos ou efetivados de imediato, devem ser respondidos em até 5 (cinco) dias úteis, em 95% (noventa e cinco por cento) dos casos.

Parágrafo único. Em nenhum caso, a resposta deve se dar em mais de 10 (dez) dias úteis.

Art. 12. Pedidos de informação recebidos em qualquer Setor de Aten-

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dimento ou Centro de Atendimento da prestadora, que não possam ser respondidos de imediato, devem ser respondidos em até dois dias úteis em 95% (noventa e cinco por cento) dos casos.

Art. 13. O Usuário, ao comparecer a qualquer Setor de Atendimento da prestadora ou de seus credenciados, deve ser atendido em até 10 (dez) mi-nutos, em 95% (noventa e cinco por cento) dos casos.

A reclamada não possui corpo funcional algum nesta comarca. Não há posto de atendimento presencial nem equipe técnica local, com vistas à recepção de reclamações, prestação de serviços aos usuários ou solução de problemas relacionados à eficiência operacional da concessionária.

Os canais de atendimento da ope-radora são ambos remotos. Tratam-se da central de atendimento *144, acionada através do próprio celular, e da página da concessionária na in-ternet www.oi.com.br. Para o caso de indisponibilidade técnica do serviço, como o alegado na inicial, elimina-se a primeira possibilidade de atendimento pela operadora. Não é possível conta-tar a central de atendimento por meio de telefone fixo. Sob esse prisma, considere-se ainda, que nem todos os usuários da companhia possuem telefones fixos.

No que tange ao acesso à internet, as conhecidas lan houses são o único portão de acesso disponível à popula-ção, desde que o usuário pague pelo serviço, por certo. Não há prestado-ras de serviços por meio de conexão discada, banda larga ou cabeamento, lacuna que dificulta, sensivelmente, o uso de tal canal de atendimento pelo cidadão. Observo, por oportuno, que a operadora responde a mais de 200 ações que questionam a qualidade do serviço prestado na cidade, sem que, até a presente data, tenha demonstra-do nos autos que o serviço oferecido ao autor atende aos padrões de qua-lidade técnica exigidos pela Anatel ou, ainda, que investiu na melhoria dessa qualidade, já que não comprovou se

alguma equipe técnica esteve na ci-dade, desde o ajuizamento de tais ações, para avaliar o nível de eficiência de suas instalações, corrigir eventuais falhas ou disparidades, aferir, substituir ou instalar equipamentos.

O autor busca a fixação de inde-nização por dano moral, para aplacar os transtornos experimentados pela apontada deficiência dos serviços prestados pela reclamada. A impossi-bilidade de realização ou recepção de chamadas pelo usuário, por força de inconsistência operacional da rede de cobertura instalada pela operadora, configura defeito da prestação do ser-viço contratado entre as partes, a dizer obrigação fundamental assumida pela concessionária quando decidiu operar na cidade.

Os elementos de convicção trazi-dos aos autos pela reclamada não são suficientes para demonstrar a ocorrên-cia de qualquer uma das excludentes de responsabilidade previstas pelo §3° do art. 14 do CDC. Neste diapasão, pontuo que o fornecedor de serviços responde, de forma objetiva, pelos da-nos causados a seus consumidores, em decorrência de defeitos da presta-ção dos serviços contratados, incluído nesse contexto o dano imaterial, ex vi do art. 6°, VI do CDC.

Observo, ainda, que não foi pro-vada a inexistência dos defeitos apon-tados pelo autor na inicial, tampouco a ocorrência de culpa exclusiva do usuário ou mesmo de terceiro para que a ineficiência operacional fosse desencadeada. A tutela jurisdicional a ser prestada encontra alicerce no co-mando dos arts. 6°, VI e 14 do CDC (cita na sentença Apelação Cível nº 0010.07.178440-8, Câmara Única da Turma Cível do TJRR, Rel. Lupercino Nogueira. unânime, DJe 28.06.2011).

Por estes fundamentos, a pro-cedência da demanda impõe-se. O dano moral tem natureza presumida, não reclamando repercussão material. Para o seu deferimento, exige-se do suplicante a prova da existência do ato danoso, a individualização de seu causador e a comprovação do nexo

de causalidade que os une, ônus processual do qual se desincumbiu a contento o demandante. (cita na sen-tença TJPR - 4a C. - Ap. - Rel. Wilson Reback - j. 12.12.90 - RT 681/163).

No que concerne à forma de fixa-ção dos danos morais, já se encon-tra pacificado na jurisprudência que a técnica a ser adotada é a do quantum fixo (quando da prolação da senten-ça), não podendo a importância ser fixada em valor irrisório, sob pena de se premiar a conduta abusiva do cau-sador do dano. A fixação dos danos deverá produzir, no causador do mal, impacto suficiente para dissuadi-lo de ulterior e similar ilícito. De igual forma, abordando situações similares ao do caso sub judice, há de se observar as seguintes decisões (...): A reparação do dano moral deve adotar a técni-ca do quantum fixo. Apelo provido (TJRJ 1a C - Ap. - Rel. Carlos Alberto Menezes Direito - j. 19.11.91 - RDP 185/198); (...) Apelação no 113.190-1, Relator Desembargador Walter Mora-es.

Por estes fundamentos, sopesan-do o conjunto probatório produzido na demanda, bem assim as circunstân-cias que envolvem o litígio, fixo inde-nização pelos danos morais causados ao autor, a cargo da reclamada, no montante de R$ 5.000,00 (cinco mil reais).”

Antônio Carlos Marinho Bezerra JúniorJuiz de Direito da Comarca de Anori/AM

DECISÃO

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TJAM RESGATA A MEMÓRIA DO JUDICIÁRIO COM ATUALIZAÇÃO DE LIVRO E CRIAÇÃO DE MUSEU

Planejar o futuro da Justiça amazonense sem esque-cer do passado. É dessa forma, que o desembar-

gador Ari Jorge Moutinho da Costa, vem desenvolvendo inúmeras ações a frente da Presidência do Tribunal de Justiça do Amazonas. Entre elas, duas se destacam pela abrangência e importância histórica: a criação do “Museu do Poder Judiciário do Esta-do do Amazonas” e o lançamento da 2ª edição do livro “O Poder Judiciário na História do Amazonas”.

O primeiro, teve a criação apro-vada por unanimidade pelos desem-bargadores em sessão do Tribunal Pleno em 24 de setembro deste ano. A proposta do desembargador Ari Moutinho estabeleceu objetivos para o museu: pesquisar, recolher, classifi-

car, conservar, preservar, expor obje-tos e documentos que representem o patrimônio cultural do Tribunal de Justiça do Amazonas.

O museu vai expor peças, fotos e documentos históricos que estão sendo coletados pela equipe de ser-vidores da Comissão Permanente de Acervo Museológico (CPAM), que irá atuar como órgão colegiado e orien-tador da política de acervo e será constituída por representantes do setor de Administração do Tribunal e de Museologia, além de um historia-dor ou historiógrafo da comunidade.

O local do Museu do Poder Ju-diciário também já foi definido: vai funcionar no anexo 1 do TJAM, pré-dio localizado atrás da sede do Tri-bunal, na avenida André Araújo, no

bairro do Aleixo, Zona Centro-Sul de Manaus, e ficará aberto à visitação pública diariamente.

Curiosidades históricas

Casos chocantes e curiosos da história do Judiciário amazonense vão ser relembrados pelo museu. Entre eles o caso do ‘Monstro da Co-lina’, ocorrido na década de 70 em Manaus, no bairro de São Raimun-do, Zona Sul da capital, envolvendo um menino de 14 anos. Ele foi morto com requintes de crueldade. O as-sassino confesso, estuprou, esquar-tejou o garoto e jogou as partes do corpo dentro de um vaso sanitário.

Outro caso de bastante reper-cussão foi o da menina Etelvina Alen-car, posteriormente conhecida como ‘Santa Etelvina’. O fato ocorreu em 1845 e originou inclusive o nome do bairro Santa Etelvina em Manaus.

A garota era virgem, foi estupra-da e assassinada. O corpo da jovem teria sido encontrado alguns dias de-pois, em perfeitas condições, e por isso foi aclamada como santa pela população.

O museu também já conta com um acervo de 16 armas, algumas da 1ª Guerra Mundial e até as utilizadas em crimes rumorosos ocorridos no Amazonas. São pistolas, espingar-das, garruchas e submetralhadoras, que fazem parte do acervo.

“Minha compreensão, enquanto presidente do Tribunal de Justiça do Amazonas, é contribuir de forma sig-nificativa, não só para o resgate his-tórico da Justiça, mas da história do Amazonas. Todo o material que será exposto no museu, será de extrema importância para qualquer brasileiro conhecer e vai enriquecer e muito o conhecimento de quem o visitar”, afirmou Ari Moutinho.

NOTÍCIAS

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História do Judiciário do AM em livro

Já a 2ª edição do livro “O poder Judiciário na História do Amazonas”, da historiadora e professora Etelvina Garcia, trata da atualização de um trabalho que começou em meados de 2002 na gestão da desembarga-dora Marinildes Costeira de Mendon-ça Lima, hoje aposentada.

A obra, de aproximadamente 200 páginas, resgata a história do Judiciário Estadual ao mesmo tempo em que revela momentos importan-tes do momento político, econômico e cultural do Estado.

Tudo começa com a Carta Régia de 1755, que marca o início da his-tória do Amazonas do ponto de vista

político-institucional. Esse foi o marco documental inicial da história do Po-der Judiciário amazonense.

Por meio desse documento, o rei de Portugal Dom José I criou a Ca-pitania de São José do Rio Negro, instalada na missão religiosa carmeli-ta de Mariuá, no rio Negro, elevada à vila com o nome indígena modificado para vila de Barcelos. A carta, retirou dos jesuítas o poder temporal sobre os nativos, passando a dois juízes or-dinários a responsabilidade de exer-cer a jurisdição no lugar.

O livro também relata os cená-rios político-sociais de 1931 e 1964, quando foram instalados os regimes militares que abalaram o Brasil, usur-pando as atribuições jurisdicionais do Poder Judiciário Amazonense.

Entre os relatos lamentáveis da época, está a dissolução da mais alta Corte de Justiça amazonense, pelo então interventor do Estado do Amazonas, Álvaro Maia, por não aceitar uma decisão relativa a um crime de natureza privada. Ele apo-sentou compulsoriamente todos os membros da Corte e nomeou pes-soas de sua confiança.

“A segunda edição do livro ‘O Poder Judiciário na História do Amazonas’, totalmente revisada e ampliada pela autora, constitui obra de vital importância para todos os estudiosos da história, da economia e da política do nosso Estado. É um livro enriquecedor. Vale a pena lê-lo”, destacou o presidente do TJAM, de-sembargador Ari Moutinho.

À frente do projeto do Museu do Judiciário, o juiz Adalberto Carim reúne-se com a historiadora Etelvina

Garcia, responsável pela 2ª edição do livro “O poder Judiciário na História do Amazonas”.

O juiz Adalberto Carim confere as primeiras armas doadas para o acervo do Museu do Judiciário

NOTÍCIAS

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NOTÍCIAS

AMAZONAS SEDIA ENCONTRO NACIONAL DE CORREGEDORES GERAIS DE JUSTIÇA

O 63º Encontro do Co-légio Permanente de Corregedores Gerais dos Tribunais de Jus-

tiça do Brasil (Encoge) foi um dos importantes eventos promovidos pelo Tribunal de Justiça do Amazo-nas (TJAM) no ano de 2013, através da Corregedoria Geral de Justiça. Realizado em Manaus no mês de setembro, o evento debateu o Poder Judiciário como vetor de cidadania e inclusão social.

O corregedor geral de Justiça do Amazonas, desembargador Yedo Simões, ressaltou a missão do En-coge, que é a de permitir uma “troca de experiências entre as Corregedo-rias, que são os órgãos executivos dos Tribunais. Elas têm a responsa-bilidade das metas, observância e orientação para a produtividade dos juízes, o que reforça a atuação para a excelência da prestação jurisdicional, e isso tem avançado cada vez mais devido a essas reuniões do Colégio dos Corregedores do país, onde cada Tribunal expõe seus projetos”.

Durante o evento, os corregedo-res de todos os Estados brasileiros e servidores dos Tribunais da Justiça Estadual tiveram oportunidade para

conhecer, em Manaus, a experiência do TJAM com o sistema Projudi (Pro-cesso Judicial Digital), instalado nas 59 Comarcas do interior, vencendo as barreiras geográficas da região e promovendo a justiça no meio da floresta. Eles também souberam das dificuldades na implantação dos sistemas em razão da complexida-de geográfica do Amazonas. “Su-perando as dificuldades, o Tribunal de Justiça do Amazonas conseguiu caminhar com celeridade e eficiên-cia na instalação do sistema Projudi nas 59 Comarcas do interior, onde a virtualização vem trazendo benefícios na prestação jurisdicional”, disse o desembargador Yedo Simões.

Em Manaus, o presidente do Colégio Permanente de Correge-dores Gerais, desembargador Luiz Audebert Delage Filho, explicou que o encontro foi uma oportunidade de discutir medidas para melhorar o tra-balho desenvolvido pelo Poder Judi-ciário. “Em resumo, as Corregedorias focam suas atividades também na busca de solução para os proble-mas do dia a dia, como padronizar os trabalhos, orientar e fiscalizar o cumprimento das regras de trabalho, salientando que também é papel das Corregedorias a disciplina e aplica-

ção de possíveis sanções disciplina-res quando necessário”, explicou o presidente.

Delage destacou ainda o êxito alcançado pelo trabalho realizado no Judiciário amazonense em rela-ção à virtualização. Entre os pales-trantes especiais, estavam ainda os corregedores gerais dos Tribu-nais de Justiça de Santa Catarina e do Maranhão, desembargadores Vanderlei Romer e Cleones Cunha, respectivamente. Eles apresentaram palestras sobre a experiência da Corregedoria Geral de Justiça do Tri-bunal do Estado do Maranhão face à utilização dos programas Auditus e Notarium e as considerações do TJSC para o 64º Enconge.

Tradicionalmente, todos os En-contros do Ccoge encerram com a confecção de uma Carta cujas recomendações pontuam as ações das Corregedorias enquanto órgãos executivos nos Tribunais dos Esta-dos. No 63° ENCOGE foi redigida a Carta de Manaus, com orientações voltadas para evidenciar o Poder Judiciário como vetor de cidadania e inclusão social.

Autoridades presentes na abertura do Encontro de Corregedores de Justiça realizado no Estado do Amazonas.

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ARTIGO

A META 18 DO CNJ E A IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA NÃO PROCESSADA

Recente curso pro-movido pela Es-cola Superior da Magistratura do

Amazonas deu a dimensão da inaplicabilidade da Lei de Im-probidade Administrativa (LIA). O coordenador do derradeiro módulo, Juiz Ricardo Chimenti, em considerações feitas, dis-se que “nenhum magistrado no Brasil havia julgado mais de cem ações de improbida-de”, motivo suficiente para que ninguém se sentisse mais nem menos na temática do proces-so de improbidade.

Informação, certamente precisa, fundamentou outra bastante grave: a ineficácia da LIA. Desse modo, por maiores que sejam os empenhos de to-dos, que diretamente estão às voltas com assunto de grande importância – a gestão diligen-te da res publica – haverá um resultado insatisfatório.

Não será sem motivo que o CNJ instituiu a meta 18, para que os processos, relaciona-dos com a improbidade admi-nistrativa, distribuídos ante-riormente a 31/12/2011 sejam sentenciados até 31/12/2013. Mesmo prazo é aplicado às ações penais relacionadas a crimes contra a administração pública. Para tanto, e na busca da eficiência da lei, cursos es-tão sendo ministrados a juízes e assim, sucessivamente, me-didas administrativas vão sen-do aplicadas para que o pro-cesso de improbidade tenha o resultado almejado pela lei que o prescreveu.

Estas considerações ini-ciais levaram-me a uma prévia reflexão dos motivos de uma demora tão longa, para, em al-

guns casos, um resultado ma-logrado. Na 1a. Vara da Fazen-da Pública Municipal existem ações com anos de proposi-tura. Muitas das quais, ainda, não estão convoladas em pro-cessos judiciais. Outras, muito provavelmente, terão senten-ças terminativas.

Óbvio, a todos nós, que a ação, materializada por uma petição, sugere a função ju-risdicional. Mas, nem sempre, produz um resultado proces-sual. A inicial é indispensável, como requisito de existência do exercício da ação, mas pode não ser válida ou apta à produção de resultados.

A ação de improbidade, do mesmo modo como as demais, deve observar os pressupos-tos processuais, sendo indis-pensável a petição inicial e a respectiva validade, ou aptidão para a produção de resultados. A esta altura, posso afirmar que já encontrei ação de im-probidade apenas com docu-mentos, sem a exordial. Esta, não é suprida pela existência daqueles.

Muitas outras ações com dezenas de volumes, milhares de páginas, documentando possíveis fatos ímprobos, fa-zem improvável a causa peten-di, pela ausência individualiza-da das condutas dos agentes demandados. Não fora isso o bastante, quase todas as ações indicam múltiplos réus, com domicílios não identifi-cados ou encontrados. Neste particular, a ideia do litiscon-sórcio é questionável (Impro-bidade Administrativa, Calil Simão).

Teoricamente “a doutrina

tem afirmado, com indiscutí-vel razão, a necessidade de uma adequação típica entre as condutas apontadas como ímprobas e a relação dos tipos descritos nos arts. 9º, 10 e 11, da LIA, sob pena de inépcia da inicial(...)” (Comentários à Lei de Improbidade Administrati-va, Luiz Manoel Gomes Junior e Rogério Fraveto).

Conclusivamente, as ações de improbidade não são pro-cessadas por ausência do pressuposto fundamental, que é a existência da inicial e sua qualidade de apta, para pro-duzir resultados. Este motivo precisa ser melhor avaliado pelos operadores do Direito, para não frustrar o cumpri-mento de metas de julgamento fixadas pelo CNJ, nem a ex-pectativa da sociedade quanto à punição dos agentes da im-probidade administrativa.

Paulo Fernando de Britto FeitozaJuiz de Direito Titular da 1ª Vara da Fazenda Pública Municipal da Comarca de Manaus/AM

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SOCIAL

SOCIAL

Magistrados do AM são homenageados nos 50 anos da CDLM; A abordagem do servidor do Judiciário nos conflitos de família é tema de curso de capacitação; Posse da procuradora-chefe do Ministério Público do Trabalho (12º Região); Justiça do AM comemora os 25 anos da Constituição Federal com lançamento de livro.

Justiça do AM prestigia posse dos novos defensores públicos do Estado; Justiça Volante distribui cartilhas e fala sobre Direito Ambiental com crianças de Iranduba (AM); Presidente Ari Moutinho participa de solenidade em homenagem ao Dia do Aviador; Magistrados do Amazonas participam de campeonato de futebol.

Mais de 500 pessoas conhecem as atividades do TJAM na 2ª. Exposição do Setor Público; TJAM representado nas comemorações dos 25 anos do STJ; Nova diretoria da Amazon toma posse; Presidente do TJAM participa da posse dos novos ministros do STJ.

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SOCIAL

SOCIAL

Abertura do XXI Congresso da ABMCJ; Magistrados do TJAM fazem palestras para consumidores de rede de lojas do Varejo; Presidente do TJAM participa de cerimônia do Dia da Independência; Posse do juiz federal Dimis Braga, do TRE-RO.

Presidente do TJAM planta mudas de árvores na sede do Tribunal em homenagem ao dia da Árvore; TJAM recebe visita oficial de representante do Comando Geral do Exército Brasileiro; Juiz integra Conselho Municipal de Gestão Estratégica; Desembargador Ari Moutinho prestigia casamento coletivo no município do Careiro Castanho/AM.

Presidente do TJAM recebe título de cavaleiro do Santo Sepulcro; Núcleo de Conciliação das Varas de Famílias da Comarca de Manaus promove Semana da Criança; Presidente do TJAM recebe certificado de honra ao Mérito Militar; Magistrada do TJAM, Lúcia Viana, em Fóum Nacional da Magistratura e Meio Ambiente.

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TEMPO LIVRE

STAND UP PADDLE E A CONEXÃO DO ESPORTE COM A MENTE E NATUREZA

Imagine a tranquilidade de po-der aproveitar o pôr-do-sol, as belezas da floresta amazônica e das águas do rio Negro, fa-

zendo uma atividade física em cima de uma prancha de surf, conectando corpo e mente com a natureza e o esporte. Esta é a proposta do Stand Up Paddle (SUP), uma variante do surf e do remo que vem ganhando adeptos em Manaus.

No SUP, a pessoa trabalha corpo e mente, de pé, em uma prancha, re-mando por uma hora ou mais. Para os professores da nova modalidade, o resultado é um exercício físico forte que, ao mesmo tempo, relaxa, traba-lha o equilíbrio, musculatura, concen-tração e estimula o cidadão a ter um maior cuidado com a natureza.

“Só em você se afastar do baru-lho e da confusão da cidade, e sentir o vento no rosto, ver o pôr-do-sol, ouvir os sons da natureza, já reduz pela metade o estresse do dia a dia. Eu volto para casa renovado”, con-tou a servidora pública Janete Ribei-ro Gomes, que começou a praticar a nova modalidade há três meses. “Academia é sempre uma alternati-

va, claro, mas acho a prática do SUP muito melhor”, acrescentou.

De acordo com o professor Car-los Araújo, o Carlão, o esporte é re-lativamente novo e há quatro anos, aproximadamente, vem sendo pra-ticado em Manaus. “Traz benefícios para o coração, circulação, para a ati-vidade cerebral, ajuda na coordena-ção motora e no equilíbrio, fortalece a musculatura de braços e pernas, en-fim, trabalha o corpo inteiro, além da mente e do espírito, desfrutando de um belo cenário amazônico”, ressal-tou o professor. Segundo ele, mais de 200 pessoas em Manaus praticam essa modalidade atualmente.

Preços

O SUP é praticado durante uma hora, geralmente. “Para quem está começando, em poucos minutos já consegue ficar em pé na prancha e começa a remar. As pranchas maiores proporcionam maior es-tabilidade para os iniciantes”, ex-plicou Carlão, ressaltando que a prancha e o remo podem ser alu-gados para a prática esportiva.

O preço médio do aluguel em Manaus, por uma hora, gira entre R$ 50,00 e R$ 60,00. Na Amazonia Tribal SUP, a primeira aula custa R$ 60,00 uma vez que o aluno passa por uma instrução inicial, com técnicas de remada e informações gerais. As crianças a partir dos 8 anos também podem praticar o SUP, porém, é ne-cessário saber nadar. Os praticantes ligam ou reservam suas aulas através do facebook.

Mas as pessoas que tiverem in-teresse em comprar a prancha e o remo poderão desembolsar entre R$ 3 mil e R$ 7 mil, dependendo do tipo do equipamento.

Horários

O SUP tem sido praticado em Manaus principalmente no início da manhã, a partir das 06h30 e no final da tarde, sobretudo nos finais de se-mana.

O local escolhido é a orla do rio Negro. Mas a praia Dourada e pontos do rio Tarumã também vêm sendo usados pelos adeptos do esporte. Existem escolinhas de SUP que fun-cionam no pier do Tropical Hotel, na Ponta Negra, na marina Rio Negro e praia Dourada. E todas elas possuem páginas na internet, contendo infor-mações de horários e locais das au-las, como alugar os equipamentos e os valores cobrados pelas escolinhas (individualmente e por grupo de pra-ticantes).

Arte

O Stand Up Paddle (SUP) é um esporte aquático, no qual o pratican-te, em pé numa prancha, usa um remo para se mover através da água. No início dos anos 2000, surfistas havaianos começaram a praticar o SUP como uma forma alternativa de treino, quando o mar não estava em condições para a prática do surf. Em havaiano, significa Ku (de pé) Hoe (re-mar) He’e (surfar) Nalu (onda).

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O Museu do Poder Judiciário do Estado do Amazonas é um espaço que vai apresentar os principais momentos da história do Poder Judiciário, como armas e indumentárias que foram utilizadas em processos criminais analisados pelos magistrados do Tribunal de Justiça do Amazonas e que tiveram grande impacto na sociedade. Para isso já conta com um acervo de 29 armas, desde a I Guerra Mundial até os dias atuais.

Em parceria com Exército, Polícia Federal e outros órgãos, o TJAM realiza o trabalho para a coleta de fotos, peças e documentos históricos para o acervo do museu. As doações devem ser feitas para o Depósito Público do Tribunal, no Fórum Ministro Henoch Reis, Zona Centro-Sul de Manaus/AM.

(92) 2129 - 6813 • [email protected]

Pistola Mauser - II Guerra Mundial

Máscaras utilizadas em assaltos Produto final da destruição de armas

Acervo de armamento

BREVE LANÇAMENTO

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Que a luz divina acenda, dentro dos corações, o espírito da solidariedade, o amor, a fraternidade e a fé.

O presidente do Tribunal de Justiça do Amazonas, desembargador Ari Jorge Moutinho da Costa, deseja aos servidores, magistrados, operadores do Direito e toda a sociedade, que 2014 seja um ano pleno de saúde e paz.

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