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Folha do Norte Januária-MG, 21 a 30 de abril de 2006 Editor: Fábio Oliva - MTb 09423 JP R$ 1,00 Quadrilha de Zemar na cadeia Polícia Federal prende o ex-prefeito de Varzelândia, atual secretário de Saúde e empresários acusados de participarem de esquema que desviou cerca de R$ 6 milhões da Prefeitura Depois de ficar conhecido na- cionalmente, através do Progra- ma do Ratinho, do SBT, como o prefeito que teria comprado até bacalhau para servir na meren- da escolar, sem que os estudan- tes jamais tivessem provado do pescado, o ex-prefeito de Varze- lândia, Josemar Soares Lima, voltou a freqüentar o noticiário nacional. Ele está preso no ca- deião de Montes Claros desde a madrugada de quarta-feira (19/ 04). Foi preso pela Polícia Fede- ral, na altura da cidade de Para- catu, quando empreendia fuga de Belo Horizonte (MG) com des- tino a Brasília (DF), onde busca- ria a proteção e a assistência do deputado federal Cleuber Car- neiro (PTB-MG). Zemar, como é conhecido em Varzelândia, é acusado de che- fiar uma quadrilha que teria desviado aproximadamente R$ 6 milhões da Prefeitura. Boa parte desses recursos era oriun- da de repasses e convênios fei- tos com o Governo Federal. O esquema envolvia a participa- ção de assessores diretos, mem- bros da comissão permanente de licitação, donos de constru- toras e engenheiros. A “Operação Vidas Secas”, como foi denominada pela Polí- cia Federal, foi desencadeada na madrugada de terça-feira (18/ 04). Ainda estava escuro quan- do os 32 agentes da Polícia Fe- deral, em vários comboios, dei- xaram a Delegacia da Polícia Fe- deral em Montes Claros, em di- reção a seis locais diferentes, para cumprir quatro mandados de prisão preventiva e cinco mandados de busca e apreen- são, em Varzelândia, Japonvar e Montes Claros. Além do ex-prefeito, foram presos o ex-vereador e atual secretário municipal de Saúde de Varzelândia, Hertz Ramon Gomes; o empresário Jalmir de Jesus Ferreira da Silva, propri- etário da Jal Engenharia Ltda, e o engenheiro Cláudio Soares Silva, sócio-gerente da MEACES - Minas Engenharia, Arquitetu- ra, Construção e Serviços Ltda. O pai do ex-prefeito, Theodoro Lima, também foi preso, por posse ilegal de arma de fogo, e levado para Montes Claros, sen- do liberado após duas horas. O delegado Marcelo Freitas, que comandou a “Operação Vi- das Secas”, informou que, ao todo, 16 pessoas serão indicia- das, inclusive as quatro que fo- ram presas, pelos crimes de for- mação de quadrilha, falsidade ideológica, fraude a licitação e desvio de recursos públicos. A prisão preventiva dos acu- sados perdurará até que seja re- “Que isso sirva de alerta às demais Prefeituras” vogada pela juíza que a decre- tou, Maria Edna Fagundes Ve- loso, da Vara Federal de Mon- tes Claros, ou que o Tribunal Regional Federal em Brasília (DF) conceda habeas corpus aos presos. Durante todo a terça-feira foi grande o movimento de asses- sores, amigos e familiares dos presos na Delegacia da Polícia Federal em Montes Claros. Al- guns foram levar lanches para os presos, e não conseguiam disfarçar a vergonha e constran- gimento que sentiam diante da situação. Todos os presos che- garam algemados e na parte traseira dos camburões da Po- lícia Federal. A maior espera dos familia- res foi pela chegada do ex-pre- feito Josemar Soares Lima. Pre- so em Paracatu, seu desloca- mento até Montes Claros foi de- morado, devido as péssimas condições da esburacada rodo- via BR-135, e também por cau- sa das chuvas. O comboio de vi- aturas da Polícia Federal que trouxe o ex-prefeito só chegou à Delegacia da Polícia Federal por volta das 23h30. Zemar prestou depoimento até a madrugada de quarta-feira. Por volta da 1h30 da manhã, foi levado para o ca- deião, onde permanece à dispo- sição da justiça. (Págs. 04 e 05) Prenúncio do que pode acontecer brevemente em vári- os municípios do Norte de Mi- nas, inclusive em Januária, a “Operação Vidas Secas”, da Po- lícia Federal, começa a colocar fim à impunidade de que des- frutam, a décadas, empresári- os e políticos que entraram po- bres e saíram milionários de vá- rias prefeituras da região. O de- legado Marcelo Freitas explicou que, assim como aconteceu em Varzelândia, a população em geral pode colaborar muito com as ações da Polícia Federal. Freitas explicou que todo o trabalho desencadeado em Var- zelândia teve início a partir de denúncias formuladas por cida- dãos comuns, que tiveram a co- ragem de denunciar as irregu- laridades e até de fornecer do- cumentos para consubstanciar os inquéritos instaurados. “Foi a primeira vez, em toda a histó- ria do Norte de Minas, que um prefeito foi preso em razão da prática de atos de corrupção, e tudo graças às pessoas do povo que tiveram a coragem de de- nunciar esses fatos à polícia”, assinalou. Com as prisões, o trabalho da Polícia Federal ficou mais fácil, em razão das confissões obtidas. O secretário de Saúde de Varzelândia, Hertz Ramon Gomes, e o engenheiro Cláudio Ex-prefeito de Varzelândia, Josemar Soares Lima, está no cadeião de Montes Claros Soares fizeram o que na lingua- gem policial se costuma chamar de “abrir o bico”. Eles entrega- ram todo o esquema e os envol- vidos. A Polícia Federal não tem dúvidas de que começou a pu- xar apenas a ponta do fio de uma meada que está ligada a um grande novelo. Vários des- dobramentos são esperados. O nome “Operação Vidas Se- cas”, dado pela Polícia Federal à ação de combate à organiza- ção criminosa voltada para a prática de desvio e apropriação de recursos públicos federais em Varzelândia, foi uma home- nagem à obra de Graciliano Ramos. Em 1938, o escritor re- latou em “Vidas Secas” a reali- dade brasileira da época: injus- tiça social, miséria, fome, desi- gualdade, seca. A realidade re- tratada pelo escritor, segundo a Polícia Federal, encontra-se agravada, na atualidade, em es- pecial no Norte de Minas, pelos desvios e apropriações de recur- sos públicos praticados por po- líticos e suas gangues. O delegado Marcelo Freitas foi enfático: “Estes são apenas os primeiros passos que estão sendo dados no sentido de coi- bir de vez tão hediondos crimes, praticados por gestores de re- cursos públicos. Novas ações serão realizadas, em breve”. Engenheiro diz que forneceu notas “frias” para 5 prefeituras Delegado adverte: Marcelo Freitas, Delegado da Polícia Federal FOTO: FÁBIO OLIVA O engenheiro Cláudio So- ares da Silva, uma das qua- tro pessoas presas durante a “Operação Vidas Secas”, pela Polícia Federal em Varzelân- dia, acusado de fraudar lici- tações públicas, confessou o fornecimento de notas fiscais frias de “prestação de servi- ços” para alimentar o esque- ma de corrupção implantado na Prefeitura de Varzelândia e em outras cinco prefeituras do Norte de Minas. Ele é dono da MEACES - Minas Enge- nharia, Arquitetura, Constru- ção e Serviços Ltda. A confissão abasteceu de informações outros inquéritos em andamento na Polícia Fe- deral. Explicou que as verbas chegavam à Prefeitura e eram desviadas para o esquema. As notas frias serviam para en- dossar a prestação de contas. Um relatório de engenharia, atestando que as obras foram fiscalizadas e realizadas cor- roborava as notas fiscais. O procedimento era o mesmo nas demais prefeituras envol- vidas. Outro que “abriu o bico” foi o ex-vereador e atual secretá- rio municipal de Saúde, Hertz Ramon Gomes. Ele foi secre- tário na administração do ex- prefeito Josemar Soares Lima e continuava exercendo o car- go na atual gestão. Hertz confessou que, de fato, as licitações da área de saúde eram fraudulentas. Se- gundo ele, eram licitações de cartas marcadas, dirigidas para serem vencidas por pes- soas que participavam do es- quema de corrupção montado em Varzelândia. Um esquema que, para funcionar, precisou da conivência dos membros da comissão permanente de lici- tação, advogados e licitantes envolvidos nos procedimentos. Flagrante do momento de uma das prisões realizadas pela PF na “Operação Vidas Secas” FOTO: ARQUIVO FOLHA DO NORTE

Folha do Norte - 2006-04-21 a 30

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Page 1: Folha do Norte - 2006-04-21 a 30

Folha do NorteJanuária-MG, 21 a 30 de abril de 2006Editor: Fábio Oliva - MTb 09423 JP R$ 1,00

Quadrilha de Zemar na cadeiaPolícia Federal prende o ex-prefeito de Varzelândia, atual secretário de Saúde e empresários

acusados de participarem de esquema que desviou cerca de R$ 6 milhões da PrefeituraDepois de ficar conhecido na-

cionalmente, através do Progra-ma do Ratinho, do SBT, como oprefeito que teria comprado atébacalhau para servir na meren-da escolar, sem que os estudan-tes jamais tivessem provado dopescado, o ex-prefeito de Varze-lândia, Josemar Soares Lima,voltou a freqüentar o noticiárionacional. Ele está preso no ca-deião de Montes Claros desde amadrugada de quarta-feira (19/04). Foi preso pela Polícia Fede-ral, na altura da cidade de Para-catu, quando empreendia fugade Belo Horizonte (MG) com des-tino a Brasília (DF), onde busca-ria a proteção e a assistência dodeputado federal Cleuber Car-neiro (PTB-MG).

Zemar, como é conhecido emVarzelândia, é acusado de che-fiar uma quadrilha que teriadesviado aproximadamente R$6 milhões da Prefeitura. Boaparte desses recursos era oriun-da de repasses e convênios fei-tos com o Governo Federal. Oesquema envolvia a participa-ção de assessores diretos, mem-bros da comissão permanentede licitação, donos de constru-toras e engenheiros.

A “Operação Vidas Secas”,como foi denominada pela Polí-cia Federal, foi desencadeada namadrugada de terça-feira (18/

04). Ainda estava escuro quan-do os 32 agentes da Polícia Fe-deral, em vários comboios, dei-xaram a Delegacia da Polícia Fe-deral em Montes Claros, em di-reção a seis locais diferentes,para cumprir quatro mandadosde prisão preventiva e cincomandados de busca e apreen-são, em Varzelândia, Japonvare Montes Claros.

Além do ex-prefeito, forampresos o ex-vereador e atualsecretário municipal de Saúdede Varzelândia, Hertz RamonGomes; o empresário Jalmir deJesus Ferreira da Silva, propri-etário da Jal Engenharia Ltda,e o engenheiro Cláudio SoaresSilva, sócio-gerente da MEACES- Minas Engenharia, Arquitetu-ra, Construção e Serviços Ltda.O pai do ex-prefeito, TheodoroLima, também foi preso, porposse ilegal de arma de fogo, elevado para Montes Claros, sen-do liberado após duas horas.

O delegado Marcelo Freitas,que comandou a “Operação Vi-das Secas”, informou que, aotodo, 16 pessoas serão indicia-das, inclusive as quatro que fo-ram presas, pelos crimes de for-mação de quadrilha, falsidadeideológica, fraude a licitação edesvio de recursos públicos.

A prisão preventiva dos acu-sados perdurará até que seja re-

“Que isso sirva de alerta àsdemais Prefeituras”

vogada pela juíza que a decre-tou, Maria Edna Fagundes Ve-loso, da Vara Federal de Mon-tes Claros, ou que o TribunalRegional Federal em Brasília(DF) conceda habeas corpus aospresos.

Durante todo a terça-feira foigrande o movimento de asses-sores, amigos e familiares dospresos na Delegacia da PolíciaFederal em Montes Claros. Al-guns foram levar lanches paraos presos, e não conseguiamdisfarçar a vergonha e constran-gimento que sentiam diante dasituação. Todos os presos che-garam algemados e na partetraseira dos camburões da Po-lícia Federal.

A maior espera dos familia-res foi pela chegada do ex-pre-feito Josemar Soares Lima. Pre-so em Paracatu, seu desloca-mento até Montes Claros foi de-morado, devido as péssimascondições da esburacada rodo-via BR-135, e também por cau-sa das chuvas. O comboio de vi-aturas da Polícia Federal quetrouxe o ex-prefeito só chegou àDelegacia da Polícia Federal porvolta das 23h30. Zemar prestoudepoimento até a madrugada dequarta-feira. Por volta da 1h30da manhã, foi levado para o ca-deião, onde permanece à dispo-sição da justiça. (Págs. 04 e 05)

Prenúncio do que podeacontecer brevemente em vári-os municípios do Norte de Mi-nas, inclusive em Januária, a“Operação Vidas Secas”, da Po-lícia Federal, começa a colocarfim à impunidade de que des-frutam, a décadas, empresári-os e políticos que entraram po-bres e saíram milionários de vá-rias prefeituras da região. O de-legado Marcelo Freitas explicouque, assim como aconteceu emVarzelândia, a população emgeral pode colaborar muito comas ações da Polícia Federal.

Freitas explicou que todo otrabalho desencadeado em Var-zelândia teve início a partir dedenúncias formuladas por cida-dãos comuns, que tiveram a co-ragem de denunciar as irregu-laridades e até de fornecer do-cumentos para consubstanciaros inquéritos instaurados. “Foia primeira vez, em toda a histó-ria do Norte de Minas, que umprefeito foi preso em razão daprática de atos de corrupção, etudo graças às pessoas do povoque tiveram a coragem de de-nunciar esses fatos à polícia”,assinalou.

Com as prisões, o trabalhoda Polícia Federal ficou maisfácil, em razão das confissõesobtidas. O secretário de Saúdede Varzelândia, Hertz RamonGomes, e o engenheiro Cláudio

Ex-prefeito de Varzelândia, Josemar Soares Lima, está no cadeião de Montes Claros

Soares fizeram o que na lingua-gem policial se costuma chamarde “abrir o bico”. Eles entrega-ram todo o esquema e os envol-vidos. A Polícia Federal não temdúvidas de que começou a pu-xar apenas a ponta do fio deuma meada que está ligada aum grande novelo. Vários des-dobramentos são esperados.

O nome “Operação Vidas Se-cas”, dado pela Polícia Federalà ação de combate à organiza-ção criminosa voltada para aprática de desvio e apropriaçãode recursos públicos federaisem Varzelândia, foi uma home-nagem à obra de GracilianoRamos. Em 1938, o escritor re-

latou em “Vidas Secas” a reali-dade brasileira da época: injus-tiça social, miséria, fome, desi-gualdade, seca. A realidade re-tratada pelo escritor, segundoa Polícia Federal, encontra-seagravada, na atualidade, em es-pecial no Norte de Minas, pelosdesvios e apropriações de recur-sos públicos praticados por po-líticos e suas gangues.

O delegado Marcelo Freitasfoi enfático: “Estes são apenasos primeiros passos que estãosendo dados no sentido de coi-bir de vez tão hediondos crimes,praticados por gestores de re-cursos públicos. Novas açõesserão realizadas, em breve”.

Engenheiro diz que forneceunotas “frias” para 5 prefeiturasDelegado adverte:

Marcelo Freitas, Delegado da Polícia Federal

FOTO: FÁBIO OLIVA

O engenheiro Cláudio So-ares da Silva, uma das qua-tro pessoas presas durante a“Operação Vidas Secas”, pelaPolícia Federal em Varzelân-dia, acusado de fraudar lici-tações públicas, confessou ofornecimento de notas fiscaisfrias de “prestação de servi-ços” para alimentar o esque-ma de corrupção implantadona Prefeitura de Varzelândiae em outras cinco prefeiturasdo Norte de Minas. Ele é donoda MEACES - Minas Enge-nharia, Arquitetura, Constru-ção e Serviços Ltda.

A confissão abasteceu de

informações outros inquéritosem andamento na Polícia Fe-deral. Explicou que as verbaschegavam à Prefeitura e eramdesviadas para o esquema. Asnotas frias serviam para en-dossar a prestação de contas.Um relatório de engenharia,atestando que as obras foramfiscalizadas e realizadas cor-roborava as notas fiscais. Oprocedimento era o mesmonas demais prefeituras envol-vidas.

Outro que “abriu o bico” foio ex-vereador e atual secretá-rio municipal de Saúde, HertzRamon Gomes. Ele foi secre-

tário na administração do ex-prefeito Josemar Soares Limae continuava exercendo o car-go na atual gestão.

Hertz confessou que, defato, as licitações da área desaúde eram fraudulentas. Se-gundo ele, eram licitações decartas marcadas, dirigidaspara serem vencidas por pes-soas que participavam do es-quema de corrupção montadoem Varzelândia. Um esquemaque, para funcionar, precisouda conivência dos membros dacomissão permanente de lici-tação, advogados e licitantesenvolvidos nos procedimentos.

Flagrante do momento de uma das prisões realizadas pela PF na “Operação Vidas Secas”

FOTO: ARQUIVO FOLHA DO NORTE

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Folha do Norte - Pág. 02 Januária-MG, 21 a 30 de abril de 2006

ARTES

OpiniãoJanuária pode ganhar1º Salão Nacional de Humor

Dono de uma capacidadede síntese impressionante, eleé capaz de resumir em apenasuma charge, histórias que con-sumiriam várias laudas paraserem contadas. Carlos Rober-to Gonçalves, 40 anos, atendepelo nome artístico de CarlosMoreno. Nascido em Levianó-polis, no Vale do Peruaçu, eleé o que se convencionou cha-mar de um artista de mãocheia. Seus trabalhos são ad-mirados e elogiados por algunsdos maiores expoentes dasartes plásticas, entre eles o na-cionalmente renomado Ziral-do.

De tanto projetar o nome deJanuária em exposições e sa-lões de humor por todo o país,e de participar de concursos,inclusive internacionais, Car-los Moreno agora quer tornara cidade conhecida nacional-mente como um celeiro degrandes artístas. Para isso eletem pronto o projeto para rea-lização do 1º Salão Nacional deHumor de Januária, com cus-to estimado em cerca de R$ 30mil, para o qual já está embusca de patrocínio.

Autodidata, estudioso daarte, Carlos Moreno conta que“já nasci pintando”. Mas foi aosseis anos de idade que ele co-meçou mesmo a fazer os seusprimeiros traços, sempre ins-pirado nas atividades ruríco-las. Passou a desenvolver téc-nicas próprias e, ao mesmotempo, estudar livros sobre astécnicas empregadas pelos

grandes mestres. A veia humo-rística, entretanto, apareceuhá menos de 10 anos.

Designer gráfico e arte fi-nalista, ele morou cerca de 12anos em São Paulo. Trabalhoucom charges, cartoons, carica-turas e ilustrador de livros dehistórias infantis. Entre os ad-miradores de seu trabalho,além de Ziraldo, incluem-seoutros grandes nomes das ar-tes plásticas no Norte de Mi-nas, como médico KonstantiChristoph, o caricaturistaMárcio Leite e cartunista Ge-orgino Júnior.

Desde que começou a terseu trabalho reconhecido emgrandes salões nacionais dehumor, Carlos Moreno nãoparou mais de participar. Umdos primeiros foi o Salão Na-cional de Humor de MontesClaros, em 2002. De lá paracá, participou do 2º Salão Na-cional de Humor “Carlos Dru-mond de Andrade”, em Itabi-ra (MG), em 2002, do 7º SalãoInternacional de Humor deCaratinga (MG), onde teve doistrabalhos selecionados, umacharge e uma caricatura.

Carlos Moreno tambémparticipou do 5º Salão Nacio-nal de Humor de Brasília (DF),do 12º Festival Internacionalde Caricatura “Ricardo Ren-dón”, na Colômbia; do 17º Sa-lão Carioca de Desenhos deHumor, no Rio de Janeiro (RJ);da 1ª Mostra Nacional deCharges e Histórias em Qua-drinhos, em Varginha (MG),

onde uma de suas charges foiselecionada, ficando em nonolugar na classificação geral.

A mais recente empreitadado artista januarense é umaparticipação no InternacionalCartoon Contest - Holocaust,que será realizado em Teerã,no Iran, dia 15 de maio de2006. Ele vai disputar comartistas do mundo inteiro umdos prêmios oferecidos. O 1ºlugar ficará com 12 mil dóla-res, o 2º com US$ 8 mil e o 3ºcom US$ 5 mil, e ainda serão

distribuídos outros 12 prê-mios especiais.

A partir desta edição, ostrabalhos de Carlos Morenopassam a ser mostrados tam-bém pelo jornal Folha do Nor-te. O primeiro deles é a char-ge abaixo, um misto de críticae alerta para os problemas damiséria que assola boa parteda população e da disposiçãoinadequada do lixo, que fazsurgir lixões por toda parte,numa cidade que pretende setornar turística.

Hertz Ramon GomesCarlos Moreno quer projetar Januária nacionalmente

CHARGE: CARLOS MORENO - (38) 3621-2936

FOTO: ARQUIVO

Uma pesquisa revela que a mídia pode ter papel fun-damental na formação da opinião e nas atitudes dos ci-dadãos, podendo inclusive influenciar a opinião dos elei-tores. A percepção negativa dos cidadãos em relação aomeio político é um fato há muito tempo. Em períodospré-eleitorais criam-se expectativas favoráveis de mudan-ças e novos ventos, mas ao longo do tempo, a velha sen-sação de que seu voto foi em vão retoma seu lugar. Po-rém, nada é mais frustrante do que a constatação dacorrupção de seus representantes e do governo de formageral. O atual retrato político do país desperta nos cida-dãos a dualidade: “posso mudar isso tudo” (indignação)x “não dá para acreditar em mais nada” (desânimo).

Um estudo sobre a percepção dos telespectadores fren-te a escândalos políticos serve como um pequeno olharpara o futuro. Na pesquisa qualitativa, realizada pela Com-Senso - Agência de Estudos do Comportamento e a em-presa FPJ Fato, se avaliou a opinião de homens e mulhe-res de 25 a 55 anos, de classe sócio-econômica B e C queacompanham diariamente os telejornais noturnos.

Embora tenha sido realizado há três anos e não tenhaligação com os escândalos atuais, as reações das pesso-as continuam as mesmas. No estudo percebemos que amídia, em especial a informação jornalística e da televi-são, tem papel fundamental na formação de opinião enas atitudes dos cidadãos, e em especial do eleitor frentea candidatos e partidos.

A população utiliza a mídia, e principalmente os jor-nais e a TV, para saber o que está acontecendo no país eformar sua opinião sobre a situação política vigente. Aprimeira reação da grande maioria ao se deparar com onoticiário é a indignação pelo fato. Sentimentos como re-púdio, raiva e revolta se voltam contra os envolvidos.Depois de chocados, mas não surpresos, eles se mos-tram céticos e envergonhados em relação aos políticos,concluindo que o fato não é isolado, mas algo que sem-pre acontece. Os eleitores enxergam a corrupção comoparte da política brasileira, que atinge até mesmo os po-líticos com imagem ‘séria’ e ‘honesta’. Ou seja, os senti-mentos de descrença são ampliados para todos os políti-cos e governantes, pois as pessoas acreditam que os car-gos públicos são usados apenas para atender interessespessoais.

A conclusão do estudo aponta a forma como os cida-dãos brasileiros lidam com a corrupção: é uma notíciaque choca, mas não é uma notícia que surpreende. Oscargos públicos são ambicionados para obtenção de be-nefícios pessoais e não para o bem público ou da popula-ção. Mesmo os políticos com alguma credibilidade ficamabsorvidos e emaranhados por uma rede de interessespróprios, a ponto de não favorecerem a explicitação dosfatos corruptos de seus parceiros políticos.

A decepção nas escolhas deixa os cidadãos ‘órfãos’ ecom sentimento de abandono e traição. Passam então, adesacreditar nas instituições e nas autoridades, uma si-tuação perigosa para a democracia. Com os atuais es-cândalos políticos as próximas eleições serão influencia-das, seja pela cautela com que as pessoas irão escolherseus candidatos ou pelo radicalismo do descrédito total ea tendência de, por exemplo, anular votos.

Outras conclusões da pesquisa indicam a importân-cia da mídia para favorecer a percepção da populaçãodiante de uma dimensão geralmente pouco transparen-te: A cumplicidade entre os políticos para neutralizar asinformações sobre corrupção; governos e autoridades emcondições de agir sobre este tipo de mazela só o fazem apartir de denúncias na mídia, e em especial nos jornais ena televisão; a notícia jornalística tem forte conteúdo in-formativo, com credibilidade e capacidade de “abrir acabeça do povo”. E, finalmente, o cidadão percebe que asinformações reveladas pela mídia não costumam ser aces-síveis pelos mecanismos regulares das instâncias políti-cas e, muito menos, disponibilizadas diretamente por ins-tituições e autoridades que teriam legitimidade em in-vestigar e denunciar, ambos bloqueados por uma redeperversa de imobilismo e ocultação deliberada.

* Suzy Zveibil Cortoni, psicóloga e diretora da Com-Senso Agência de Estudos do Comportamento.

Mídia pode influenciaropinião dos eleitores

Suzy Zveibil Cortoni

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O programa Minassem Lixões – açãodo projeto estrutu-

rador Gestão Ambiental MGSéculo XXI – está retomandoas vistorias e seminários. “To-das as cidades que ainda pos-suem lixões, como é o casode Januária, já foram autua-das pela Feam por disposiçãoinadequada dos resíduos só-lidos urbanos. Se esses mu-nicípios não comprovarem ofim dos depósitos de lixo acéu aberto até o próximo dia30 de outubro estarão sujei-tos à lavratura de novo autode infração”, afirma a geren-te da Divisão de Saneamentoda Feam, Denise MaríliaBruschi.

Na programação deste anodo Minas sem Lixões, até ju-lho serão fiscalizados pelaFundação Estadual do MeioAmbiente (Feam) e Superin-tendências Regionais mais de200 municípios para verificaro fim dos depósitos de lixo acéu aberto.

Também será promovidopela Feam um ciclo de 16 se-minários com o objetivo deprestar apoio técnico para aimplantação dos aterros con-trolados em substituição aoslixões. Direcionados aos ges-tores municipais, os treina-mentos mobilizarão repre-sentantes de mais de 500municípios, grande partecom população urbana infe-rior a 20 mil habitantes.

Contagem Regressiva -Para o fim dos lixões, as pre-feituras deverão implementaruma série de medidas relaci-onadas na Deliberação Nor-mativa nº 52/2001 do Con-selho Estadual de PolíticaAmbiental (Copam). “São me-didas simples, de baixo cus-to e não passíveis de licenci-amento pelo Copam, mas querepresentam um avanço con-siderável na redução dos im-pactos sanitários e ambien-tais”, ressalta Denise Brus-chi.

Em Minas Gerais, os mu-nicípios que ainda possuemlixões devem, obrigatoria-

Minas sem Lixões retomacronograma de seminários

603 municípios já foram autuados pordescumprimento da legislação ambiental

Folha do Norte - Pág. 03 Januária-MG, 21 a 30 de abril de 2006

RISCO SOCIAL

Feam quer acabar com lixões como o da foto, localizado na saída para o balneário das Moradeiras, em Januária.

mente, iniciar a compactaçãoe recobrimento do resíduocom terra, no mínimo, trêsvezes por semana. Fica tam-bém proibida a permanênciade catadores de materiais re-cicláveis no depósito, deven-do ser criadas pelo municí-pio alternativas adequadaspara a triagem desses mate-riais por meio da coleta sele-tiva.

A área escolhida deve seenquadrar às seguintes nor-mas: distância mínima de300 metros de cursos d’águae de 500 metros de núcleospopulacionais, localizaçãofora das margens de estra-das, de erosões e de áreas depreservação permanente, emsolo ou rocha de baixa per-meabilidade e declividade in-ferior a 30%.

É ainda exigida a implan-tação de sistema de drena-gem pluvial em todo o terre-no, tudo supervisionado porum responsável contratadopela prefeitura que apresen-te a Anotação de Responsa-bilidade Técnica (ART) doConselho Regional de Enge-nharia, Arquitetura e Agrono-mia de Minas Gerais (Crea-MG). Essas medidas são ne-cessárias até que sejam im-plantados sistemas adequa-dos para tratamento e dispo-sição final de lixo, como osaterros sanitários ou usinasde triagem e compostagem.

Resultados - De novem-bro de 2004 a outubro de2005, técnicos da Divisão deSaneamento (Disan) da Feampercorreram todo o Estadopara elaborar um diagnósti-co dos municípios em relaçãoà destinação dos resíduossólidos urbanos.

De acordo com o levanta-mento, em Minas Gerais exis-tem 562 lixões, 193 aterroscontrolados, 54 usinas de tri-agem e compostagem, 16aterros sanitários, além das18 usinas que operam semlicença. Um total de 603 mu-nicípios foi autuado pelaFeam por descumprimentoda legislação ambiental.

A criação de Centros de Referência deAssistência Social (CRAS) é um projetodo governo federal que existe desde 2003.Esses centros devem se localizar estra-tegicamente em áreas de pobreza e pres-tar atendimento socio-assistencial, arti-culando os serviços disponíveis em cadalocalidade e potencializando a rede deproteção social básica. Anualmente parafazer a manutenção desses CRAS o go-verno federal investe mais de R$ 17 mi-lhões e beneficia 817.984 mil famílias.

Januária deveria ter dois centros des-ses funcionando, um junto ao Posto deSaúde da Manguba e outro na TravessaSanta Cruz, antigo prédio do InstitutoEstadual de Florestas (IEF). Deveria, masnão tem. Desde novembro de 2005, opessoal contratado para atuar nos cen-tros vem recebendo seus salários, massem ter o que fazer. Em Januária só exis-te a estrutura física, ou seja, os locaisonde deveriam funcionar os centros. Pas-sados mais de seis meses, no entanto,eles ainda não foram equipados para quepossam prestar efetivos serviços assis-tenciais à população de baixa renda.

Cada centro deveria estar funcionan-do oito horas por dia, com uma assis-tente social, uma psicóloga, quatro agen-tes e um coordenador, em regime de de-dicação exclusiva. A equipe deveria tra-balhar com o objetivo de prevenir a vio-lação do direito do cidadão, oferecendo

Januária recebe verbas federais mas não põepara funcionar os Centros de Assistência Social

dão para os órgãos competentes, quan-do ele tem os seus direitos violados. Apartir daí, ele é encaminhado para a pro-teção social especial, onde é amparado erecebe atendimento necessário para seinserir novamente na sociedade.

Uma das principais característicasdo programa é que ele é destinado paraa família e não para o indivíduo. No Bar-reiro, em Belo Horizonte, por exemplo,essa realidade foi estendida para váriosprojetos. A Casa de Brincar recebe cri-anças de zero a seis anos e os profissio-nais trabalham com essas crianças paradespertar a criatividade através dasbrincadeiras educativas. Outra boa prá-tica é o Chá de Mulheres, um encontromensal em que as mulheres da comu-nidade assistem a palestras e discutema realidade local. A cada encontro é pre-parado e discutido um tema específico.Ao final, fazem a socialização através dochá.

É a preocupação em trabalhar a fa-mília que faz com que no CRAS váriosprofissionais, como psicólogos, educado-res e assistentes sociais trabalhem noformato multidisciplinar. Se a criança ti-ver o seu direito violado, os profissionaisvão trabalhar a criança juntamente comos pais. Esse novo modelo de atençãobásica tem gerado resultados positivosem áreas de risco de todo o país, menosem Januária.

cursos, oficinas, palestras e lazer, evi-tando assim que seus direitos sejam vi-olados. Já que as pessoas beneficiadasvivem em risco social, em meio a muitapobreza, os programas levados a efeitonos centros deveriam desenvolver o pa-pel da prevenção.

O programa de trabalho dos CRASinclui ainda a triagem e fiscalização deprojetos sociais como o Bolsa Família,em que as famílias precisam ter algunsrequisitos básicos para ser participante,como por exemplo, ter o filho matricula-do e freqüente na escola. O que propor-cionaria a eficiência do programa, dire-cionando a verba para quem, realmen-te, necessita. Com a fiscalização atravésdos Centros, o desvio desse dinheiro,como ocorre em Januária, ficaria nulo.

A capital mineira é a cidade que maispossui CRAS no país, são 15 unidadesespalhadas pelo município. Por ano, ogoverno federal investe, em Belo Hori-zonte, mais de R$ 1,6 milhão para aten-der 75 mil famílias. Com uma popula-ção de 167.227 habitantes, a cidade deAlmenara, no Vale do Jequitinhonha, re-cebe uma verba de R$ 135 mil por mês ebeneficia 3.500 mil famílias com a ma-nutenção dos trabalhos desenvolvidos.Em Januária, o programa ainda não co-meçou a funcionar.

Na prática, o projeto funciona tam-bém, no sentido de encaminhar o cida-

Hertz Ramon GomesCrianças em situação de risco social, como a catadora de lixo

da foto, são o principal alvo do CRAS

FOTO: FÁBIO OLIVA

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CORRUPÇÃO

Josemar afirma que “ficou maispobre depois que virou prefeito”

Hertz Ramon GomesJalmir de Jesus FerreiraHertz Ramon GomesHertz Ramon GomesHertz Ramon GomesJosemar Soares Lima

Durante o primeiro depoi-mento que prestou na madru-gada de quarta-feira (19/04)à Polícia Federal, o ex-prefei-to de Varzerlândia, JosemarSoares de Lima, insistiu natese de que não teve “nenhu-ma responsabilidade” sobre odesvio de dinheiro da Prefei-tura ocorrido em sua gestão.Eleito em 1996 e reeleito em2000, ele exerceu o mandatoaté maio de 2004, quando foicassado pelo Tribunal de Jus-tiça de Minas Gerais, por cau-sa das denúncias de irregu-laridades feitas pelo Ministé-rio Público.

Segundo o ex-prefeito, pre-so desde a madrugada dequarta-feira na Cadeia Públi-ca de Montes Claros, conhe-cida como “cadeião” (foto aolado), se alguma irregularida-de houve, a culpa deve seratribuída aos membros da Co-missão Permanente de Licita-ção da Prefeitura de Varzelân-dia e aos empresários parti-cipantes das licitações.

Dono de um patrimôniomilionário, que inclui fazen-das, fábrica de cachaça, pos-tos de gasolina, imobiliária eenorme quantidade de cabe-ças de gado, estrategicamen-te colocados em nome de pa-rentes, Josemar Soares Limanegou o próprio favorecimen-to nas fraudes. Afirmou que“ficou mais pobre depois quevirou prefeito”, por duas vezes,do município de Varzelândia.

Não é, porém, o que afirmao secretário municipal de Saú-de e ex-vereador Hertz RamonGomes. Ele confirmou em de-poimento à Polícia Federal quemais de 90% das licitações nagestão do ex-prefeito “eramfraudadas”, o que seria impos-sível de acontecer sem o co-nhecimento do ex-prefeito.

Nos próximos dias, duasprefeituras da região deverãoser alvo da Polícia Federal.Elas integravam o esquema defraudes, suspeito de desviar10 milhões de reais em ver-bas repassadas aos municípi-os pela governo federal. Osagentes federais estão inves-tigando também a participa-ção de prefeituras baianas noesquema de fraudes. Cerca de80 prefeito, ex-prefeitos eemrpesários estão na mira daPolícia Federal e podem serpresos a qualquer momentopelo envolvimento no esque-ma.

Em seu depoimento à Po-lícia Federal, o ex-prefeito deVarzelândia admitiu que sedirigia a Brasília-DF, no mo-mento em que foi preso, naaltura da cidade de Paracatu.Admitiu que ia em busca deapoio e orientação do deputa-

do federal Cleuber Carneiro ede um senador, cujo nomenão disse.

Josemar Soares Lima ficouconhecido nacionalmente porcausa de 100 quilos de baca-lhau que ele alegou ter com-prado para a merenda esco-lar. O assunto foi tema deuma série de reportagens exi-bidas no Programa do Rati-nho, do SBT. Na época, foiencontrada na prestação decontas da Prefeitura, umanota fiscal referente à comprade bacalhau para a merendaescolar, mas as crianças dasescolas de Varzelândia jamaisprovaram desse produto.

Negando as evidências, oex-prefeito alegou que tudonão passava de “perseguição”.

Hertz Ramon GomesCadeião de Montes Claros, onde estão presos o ex-prefeito, secretário e empresários

Hertz Ramon Gomes, secretário de Saúde de Varzelândia, descendo do camburão da PF

Sede da fazenda Agroflores

Em 2004, um dia antes do jul-gamento do pedido de seuafastamento, feito pelo Minis-tério Público ao Tribunal deJustiça de Minas Gerais, de-vido a denúncias de irregula-ridades, ele sacou todo o di-nheiro do Fundo de Participa-ção do Município (R$ 86 mil).

Esquemas parecidos como de Varzelândia devem serdesmontados pela Polícia Fe-deral nos próximos dias. Cer-ca de 80 prefeitos e ex-prefei-tos, cujos nomes são manti-dos em sigilo, podem ser pre-sos por fraude a licitações edesvios de recursos públicos.

A foto abaixo é da fazendaAgroflores, que a PF atribuiser de propriedade do ex-pre-feito.

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FRAUDES

Polícia Federal investiga 80 das135 prefeituras do Norte de Minas

No mapa da corrupção eoutras irregularidades prati-cadas por prefeitos do Nortede Minas, 80 dos 135 muni-cípios da região estão na miradas investigações feitas pelaPolícia Federal. A prisão daquadrilha comandada pelo ex-prefeito de Varzelândia, Jose-mar Soares Lima, terça-feira(18/04), foi inédita e abre ca-minho para que novas prisõessejam decretadas em toda aregião. Zemar foi o primeiropolítico, em toda a história doNorte de Minas, a ser presopor prática de corrupção.

Além da Polícia Federal, aProcuradoria de Justiça deCombate aos Crimes Pratica-dos por Agentes Políticos Mu-nicipais também tem atuadoneste sentido. Os êxitos, en-tretanto, são pequenos, devi-do às incursões políticas nojudiciário e outros fatores. En-tre os insucessos da PJCCAPestá o caso envolvendo o ex-prefeito de São Francisco, Se-verino Gonçalves da Silva, eLevindo das Neves Júnior. Emsentença prolatada no dia 28/09/05, a juíza de direito daComarca de São Francisco,Rozana Silqueira Paixão, ab-solveu o ex-prefeito e Levindodas Neves Júnior. Segundo adenúncia, os réus, agindo emconjunto, desviaram dinheiropúblico da Prefeitura Munici-pal de São Francisco, no va-lor de R$ 7.980,00, sob a su-posta prestação de serviços detrator pela empresa “Terrapla-nagem São Geraldo Ltda”, queera inexistente. Entendeu aJuíza de Direito, para concluirpela absolvição, que inexistaprovas nos autos suficientespara sustentar o decreto con-denatório.

O caso do prefeito de SãoFrancisco não foi o único. Emsessão realizada no dia 04/08/05, a 2ª Câmara Criminaldo TJMG rejeitou, por maio-ria de votos (4 a 1), denúnciacontra Ronaldo Mota Dias,prefeito municipal de SãoJoão da Lagoa, e outros, aqual lhe imputava a práticados crimes. Conforme a de-núncia, o acusado, agindo emconjunto com outros denun-ciados, fruto de desígnios au-tônomos, teria fraudado doisprocedimentos licitatórios,mais precisamente os referen-tes à construção de barragensno rio Sanharó, fruto dos con-vênios nºs 623/98 e 687/98,celebrado com a Secretaria deEstado de Assuntos Munici-pais do Estado de Minas Ge-rais.

A PJCCAP tem a atribui-ção de atuar, exclusivamentena esfera criminal, nos pro-cessos em tramitação junto aoTribunal de Justiça de MinasGerais, onde estão envolvidosos prefeitos que estão, atual-mente, no exercício do cargo.Também é dela a atribuiçãopara atuar nos inquéritos po-liciais envolvendo prefeitos.Os processos que envolvemex-prefeitos são de responsa-bilidade dos Promotores deJustiça de cada comarca.

Após recebimento de re-presentações, que podem serencaminhadas tanto por Pro-motores de Justiça das co-marcas quanto por qualquercidadão, a PJCCAP instauraProcedimentos Investigató-

rios Criminais para apurar fa-tos criminosos atribuídos aosprefeitos que estão no gozo docargo.

Mesmo aqueles fatos ocor-ridos em gestões anteriores,se o prefeito foi reeleito ou atu-almente está no exercício docargo, os processos, inquéri-tos e procedimentos adminis-trativos passam a ser exami-nados pela PJCCAP. Contudo,esta procuradoria não tematribuição para o exame deprática ou não de ato de im-probidade. Só atua nos casosde crimes. Os atos de impro-bidade são atribuição do Pro-motor de Justiça da comarcaonde foram cometidos.

Por fim, visto que a CorteSuperior do TJMG entendeuser inconstitucional o § 1º doartigo 84 do CPP, com reda-ção dada pela Lei nº 10.628/02, que estendia a prerroga-tiva de foro também a ex-pre-feitos, agora os fatos, inqué-ritos e processos envolvendoex-prefeitos estão sendo enca-minhados aos Promotores deJustiça das respectivas co-marcas, os quais têm atribui-ção para seu exame.

Apesar disso, a PJCCAPnão tem conseguido alívio novolume de seu trabalho. É oque revela relatório divulgadopela procuradoria, disponívelna internet. Só em relação aoNorte de Minas, são muitos osprocedimentos que vem rea-lizando:

O relatório mostra que em14/03/05, foi protocolada noTJMG denúncia em face doprefeito municipal de Montal-vânia, medico José Florisvalde Ornelas. Segundo a denún-cia, o acusado teria falsifica-do documento público (núme-ro de protocolo de recebimen-to de remessa pelo Tribunalde Contas do Estado de Mi-nas Gerais - TCEMG) no in-tuito de enganar integrantesdo Poder Legislativo, quandodo julgamento das contas mu-nicipais, bem como levar aerro o Ministério Público, bus-cando, desta forma, evitar serdescoberto desvio de dinhei-ro público feito pelo mesmoquando da aquisição de áreapara ser utilizada com depó-sito de lixo municipal.

Em 04/04/05, foi protoco-lada junto ao TJMG denúnciaem face de Alberto EustáquioCaldeira de Melo, prefeito mu-nicipal de Bocaiúva, e outros.De acordo com a peça acusa-tória, o prefeito, contando coma colaboração de outros de-nunciados, de forma reitera-da e em desígnios autônomos,veio em diversas oportunida-des, fraudar procedimentos li-citatórios para aquisição dematerial escolar, quando daprévia combinação dos resul-tados dos certames.

Em 24/06/05, foi protoco-lada junto ao TJMG denúnciaem face de Valdeci Pereira deAlbuquerque, prefeito muni-cipal de Cristália, e outros. Deacordo com a denúncia, o de-nunciado Valdeci Pereira deAlbuquerque, nos anos de2002 e 2003, de forma conti-nuada e em concurso materi-al, com a participação de ou-tros acusados, teria aplicadode forma indevida, em desa-cordo com o programa desti-nado, recursos oriundos do

satendido ordem judicial pro-ferida em liminar no manda-do de segurança nº 6.514/02,o qual foi interposto pela Câ-mara Municipal de Lagoa dosPatos, tendo como objeto o re-passe de duodécimos.

Em 20/09/05, foi protoco-lada junto ao TJMG denúnciaem face de Carlos Mário Pe-reira, prefeito municipal deFrancisco Dumont, e outro.Segundo a denúncia, o acusa-do, teria em três oportunida-des, se apropriado de dinhei-ro público através de simula-ção de aquisição de materialescolar junto a empresas ine-xistentes (Lucinéia Ramos deMoura-ME e Venâncio Hilárioda Silva-ME), bem como, con-tando com a colaboração dooutro denunciado, AdilsonMedeiros Pereira, pelo fato deter fraudado procedimento li-citatório e, posteriormente, seapropriado do dinheiro públi-co destinado à suposta aqui-sição de material escolar jun-to à empresa vencedora do cer-tame, Venâncio Hilário da Sil-va-ME, a qual era inexistente.

Em outubro de 2005, Jai-ro Ataíde, ex-prefeito munici-pal de Montes Claros, foi con-denado, pelo Juiz de Direito da1ª Vara Criminal da comarcade Montes Claros, à pena de 6(seis) meses de prisão, conver-tidos em prestação de serviçose ao pagamento de dois salá-rios mínimos a uma institui-ção filantrópica. por ter desa-tendido ordem judicial emana-

FUNDEF.Em 11/07/05, foi protoco-

lada junto ao TJMG denúnciacontra Gerci David dos San-tos, prefeito municipal de Vár-zea da Palma. Conforme aacusação, o denunciado, emsetembro de 2003, veio deter-minar o desmate em área deproteção ambiental e de rele-vante interesse ecológico, lo-calizada na “Fazenda CapimVermelho”, município de SãoRomão.

Em 03/08/05, foi protoco-lada denúncia junto ao TJMGem face de Francisco AlvesMoreira, prefeito municipal deBuritizeiro, pelo fato de terutilizado de recursos públicosem proveito próprio, quandode gastos com publicidade naconfecção de jornal e fita devídeo sem caráter educativo,informativo ou de orientaçãosocial.

Em 09/08/05, foi protoco-lada junto ao TJMG denúnciacontra José Gilvandro LeãoNovato, prefeito municipal deMato Verde. Ele foi acusado denos anos de 2001 e 2002, teradmitido diversos servidorespúblicos sem concurso públi-co e fora das hipóteses de con-tratação temporária, infringin-do ao artigo 37, incisos II e IX,da CF.

Em sessão realizada no dia06/09/05, a 1ª Câmara Cri-minal recebeu denúncia con-tra Warmillon Fonseca Braga,prefeito municipal de Lagoados Patos, pelo fato de ter de-

da pelo presidente do TJMG nosentido de incluir um preca-tório no orçamento do muni-cípio.

Em 27/10/05, foi protoco-lada junto ao TJMG denúnciacontra Manoel Carlos Fernan-des, prefeito municipal de Pe-dras de Maria da Cruz, pelofato de ter deixado, de formadolosa, de repassar ao Insti-tuto de Previdência Municipalas contribuições previdenciá-rias previstas pela Lei Muni-cipal nº 146/98, aplicando-asindevidamente.

Em 28/10/05, foi protoco-lada junto ao TJMG denúnciacontra Carlúcio Mendes Leite,prefeito municipal de Mirabe-la. Segundo a denúncia, o acu-sado teria, durante os anos de2001, 2002 e 2003, de formacontinuada, deixado de repas-sar ao IPSEMG as contribui-ções previdenciárias recolhi-das dos servidores públicosmunicipais, culminando porocorrer o cancelamento doconvênio celebrado entre aPrefeitura de MIrabela e esteórgão. Neste mesmo período,de maneira continuada, dei-xou de recolher ao mesmo ór-gão previdenciário as contri-buições devidas pelo municí-pio. Por fim, ao ser procuradopor parentes de uma servido-ra falecida, emitiu declaraçãofalsa de que teria repassado aoINSS as contribuições recolhi-das desta quando viva.

Em 28/11/05, foi protoco-lada junto ao TJMG denúncia

contra Francisco Alves Morei-ra, prefeito municipal de Bu-ritizeiro, e outros. Segundoconsta da denúncia, Francis-co Alves Moreira, agindo emconjunto com outros denunci-ados, veio, em desacordo comas disposições legais, autori-zar a criação do loteamento de-nominado “Oscar Barreto”,para tanto fazendo inserir emdocumentos públicos dadosfalsos, vindo, posteriormente,receber em razão do cargo van-tagem indevida.

Em sessão realizada no dia13/12/05, a 3ª Câmara Cri-minal do TJMG, por unanimi-dade, recebeu o aditamentoformulado em face de Warmi-llon Fonseca Braga, prefeitomunicipal de Pirapora, que lheimputava a prática do crime,por ter cooperado para que oacusado Eder Marcone Soaresmantivesse relações sexuaiscom a adolescente F.O.L., que,como se apurou, estava semcondições de oferecer resistên-cia em virtude de embriaguez.

Em sessão realizada no dia09/03/06, a 2ª Câmara Cri-minal do TJMG recebeu a de-núncia ofertada em face deJosé Florisval de Ornelas, Pre-feito Municipal de Montalvâ-nia. Segundo a denúncia, oréu, como Prefeito, juntamen-te com outros denunciados,formaram uma quadrilha que,através de licitações fraudu-lentas, veio desviar dinheiropúblico. A denúncia foi rece-bida por unanimidade.

Momento da chegada de um dos camburões à Delegacia da Polícia Federal em Montes Claros

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RADIODIFUSÃO

Representação na Procuradoria da República diz que 1 emcada 10 deputados é concessionário de veículos de radiodifu-são, contrariando Constituição. Deputado gaúcho que apro-vou a renovação da própria concessão alega que “votou semsaber o que estava votando”.

O Ministério Público Federal está analisando uma repre-sentação contra 49 deputados federais que são sócios de em-presas concessionárias de rádio e TV, segundo informaçõesdivulgadas pelo site Congresso em Foco. Pela Constituição,eles deveriam ter se afastado delas antes de serem diploma-dos parlamentares. Em uma ampla matéria, o Congresso emFoco, que recebeu o Prêmio iIbest 2005 como um dos trêsmelhores sites de política do país, relata que um documentoem poder da Procuradoria Geral da República (PGR) questio-na uma prática comum entre os parlamentares; comum e proi-bida pela Constituição: a exploração de concessões de rádio etelevisão por parte de deputados e senadores.

A representação em poder do Ministério Público Federalestima que 51 deputados da atual legislatura sejam concessi-onários diretos de emissoras de rádio e TV. O número foi obti-do por meio de pesquisa conduzida pelo professor Venício deLima, do Núcleo de Estudos sobre Mídia e Política da UnB.

Dois parlamentares incluídos na lista – José Borba (PMDB-PR) e Carlos Rodrigues (PL-RJ) – não são mais deputados.Renunciaram ao mandato depois de serem acusados de en-volvimento com o mensalão. Outros dois – Wanderval Santos(PL-SP) e Romeu Queiroz (PTB-MG) – respondiam a processosde cassação pelo mesmo motivo, quando a pesquisa foi feita.

O levantamento, por ora restrito aos deputados federais,tem por base o cadastro oficial de concessionários mantidopelo Ministério das Comunicações. A lista, até agora inédita,foi divulgada com exclusividade pelo Congresso em Foco. Dos51, 13 são do PMDB, 8 do PFL, 7 do PP e 7 do PL. PSDB, PSBe PTB empatam: cada um desses partidos tem quatro deputa-dos concessionários de rádio ou TV. Finalmente, há dois no-mes do PPS, um do PV e um do PDT.

Confira, a seguir, os deputados proprietários de emissorasde rádio e televisão:

ALBERICO FILHO (PMDB-MA)RÁDIO FM CIDADE DE PRESIDENTE DUTRA LTDARÁDIO SANTA MAURA LTDASISTEMA JANAÍNA DE RADIODIFUSÃO LTDA

ALEXANDRE SANTOS (PMDB-RJ)RÁDIO MUSICAL DE CANTAGALO LTDA

ANÍBAL GOMES (PMDB-CE)RÁDIO DIFUSORA DO VALE ACARAÚ LTDA

ÁTILA LIRA (PSDB-PI)RÁDIO CHAPADA DO CORISCO LTDA

B. SÁ (PSB-PI)RÁDIO VALE DO CANINDÉ LTDA

BONIFÁCIO DE ANDRADA (PSDB-MG)RÁDIO CORREIO DA SERRA LTDA

BOSCO COSTA (PSDB-SE)RÁDIO A VOZ DO SERIDÓ LTDA

CARLOS ALBERTO LERÉIA (PSDB-GO)RÁDIO SERRA DA MESA LTDARÁDIO DIFUSORA DE IMBITUBA S/A

CARLOS RODRIGUES (PL-RJ)*TV VALE DO ITAJAÍ LTDARÁDIO UIRAPURU DE FORTALEZA LTDATELEVISÃO XANXERÊ LTDARÁDIO EDUCACIONAL E CULTURAL DE UBERLÂNDIARÁDIO ANTENA NOVE LTDARÁDIO JORNAL DA CIDADE LTDA

CLEONÂNCIO FONSECA (PP-SE)EMPRESA BOQUINHENSE DE COMUNICAÇÕES LTDA

CLEUBER CARNEIRO (PTB-MG)RÁDIO PROGRESSO DE JANUÁRIA LTDARÁDIO VOZ DO SÃO FRANCISCO LTDA

CORAUCI SOBRINHO (PFL-SP)RÁDIO RENASCENÇA LTDA.

DILCEU SPERAFICO (PP-PR)RÁDIO DIFUSORA DO PARANÁ LTDARÁDIO DIFUSORA DO PARANÁ LTDA

DIMAS RAMALHO (PPS-SP)RÁDIO TAQUARA BRANCA LTDA

FÁBIO SOUTO (PFL-BA)EMPRESA CAMACAENSE DE RADIODIFUSÃO LTDAFRANCISCO GARCIA (PP-AM)RÁDIO E TELEVISÃO RIO NEGRO LTDA

GONZAGA PATRIOTA (PSB-PE)

Coronelismo eletrônicoMP investiga bancada dos donos de canais de rádio e tevê

REDE BRASIL DE COMUNICAÇÕES LTDA

HUMBERTO MICHILES (PL-AM)REDE AMAZONENSE DE COMUNICAÇÃO LTDA

INOCÊNCIO OLIVEIRA (PL-PE)RÁDIO A VOZ DO SERTÃO LTDA (OM)RÁDIO A VOZ DO SERTÃO LTDA (FM)REDE NORDESTE DE COMUNICAÇÃO LTDA (TV)RADIO A VOZ DO SERTÃO LTDA

IVAN RANZOLIN (PP-SC)RÁDIO ARAUCÁRIA LTDA

JADER BARBALHO (PMDB-PA)RBA REDE BRASIL AMAZÔNIA DE TELEVISÃO LTDABELÉM RADIODIFUSÃO LTDA

JAIME MARTINS (PL-MG)RÁDIO DIFUSORA INDUSTRIAL DE NOVA SERRANA LTDA

JOÃO BATISTA (PP-SP)RÁDIO 99 FM STEREO LTDATV CABRÁLIA LTDARÁDIO ANTENA NOVE LTDARÁDIO ATALAIA DE LONDRINA LTDA

JOÃO MAGALHÃES (PMDB-MG)COMCEL-COMUNICAÇÕES CULTURAIS E EVANGÉLICAS

JOÃO MENDES DE JESUS (PSB-RJ)RÁDIO CULTURA DE GRAVATAÍ LTDAALAGOAS RÁDIO E TELEVISÃO LTDA

JOSÉ BORBA (PMDB-PR)*RÁDIO CIDADE JANDAIA LTDA (FM)RÁDIO CIDADE JANDAIA LTDA (OM)

JOSÉ CARLOS MACHADO (PFL-SE)FUNDAÇÃO DE SERVIÇOS DE RADIODIFUSÃO EDU-CATIVA SHALOM

JOSÉ ROCHA (PFL-BA)RIO ALEGRE RADIODIFUSÃO LTDARÁDIO RIO CORRENTE LTDA

JULIO CESAR (PFL-PI)RÁDIO FM ESPERANÇA DE GUADALUPE LTDA

LEODEGAR TISCOSKI (PP-SC)MAMPITUBA FM STEREO LTDA

LUCIANO CASTRO (PL-RR)REDE TROPICAL DE COMUNICAÇÃO LTDAREDE TROPICAL DE COMUNICAÇÃO LTDA

MARCONDES GADELHA (PTB-PB)RÁDIO JORNAL DE SOUSA LTDASISTEMA REGIONAL DE COMUNICAÇÃO LTDA

MAURO BENEVIDES (PMDB-CE)RÁDIO CLUB S A

MOACIR MICHELETTO (PMDB-PR)RÁDIO JORNAL DE ASSIS CHATEAUBRIAND LTDARÁDIO PITIGUARA LTDA

MORAES SOUZA (PMDB-PI)RÁDIO IGARAÇU LTDARÁDIO EDUCADORA DE PARNAÍBA S/A

MUSSA DEMES (PFL-PI)RÁDIO CHAPADA DO CORISCO LTDARÁDIO VALE DO PAJEÚ LTDA

NELSON PROENÇA (PPS-RS)EMISSORAS REUNIDAS LTDAEMISSORAS REUNIDAS LTDA

ODÍLIO BALBINOTTI (PMDB-PR)RÁDIO EDUCADORA LTDA

OLIVEIRA FILHO (PL-PR)SAFIRA RADIODIFUSÃO LTDA

OSVALDO COELHO (PFL-PE)RÁDIO E TELEVISÃO GRANDE RIO FM STEREO LTDARÁDIO DA GRANDE SERRA LTDARÁDIO FM VOLUNTÁRIOS DA PÁTRIA LTDARÁDIO E TELEVISÃO GRANDE RIO FM STEREO LTDARÁDIO E TELEVISÃO GRANDE RIO FM STEREO LTDA

PAULO LIMA (PMDB-SP)RÁDIO DIÁRIO DE PRESIDENTE PRUDENTE LTDATV FRONTEIRA PAULISTA LTDA

PEDRO FERNANDES (PTB-MA)RADIO DIFUSORA DE MOSSORÓ SASISTEMA MARANHENSE DE RADIODIFUSÃO LTDA

PEDRO IRUJO (PMDB-BA)

RADIO SERRANA FM LTDARADIO SERRANA FM LTDARADIO SERRANA FM LTDARADIO CLUBE RIO DO OURO LTDA

RICARDO BARROS (PP-PR)FREQUENCIAL EMPREENDIMENTOS DE COMUNICAÇÃO

ROBÉRIO NUNES (PFL-BA)RÁDIO FM MACAUBENSE LTDA

ROMEU QUEIROZ (PTB-MG)RÁDIO PRINCESA DO VALE LTDA

SANDRA ROSADO (PSB-RN)RÁDIO RESISTÊNCIA DE MOSSORÓ LTDA

SARNEY FILHO (PV-MA)TELEVISÃO MIRANTE LTDARÁDIO MIRANTE LTDA

SEVERIANO ALVES (PDT-BA)PAIAIA COMUNICAÇÃO LTDA

WANDERVAL SANTOS (PL-SP)RÁDIO ARATU LTDAREDE RIJOMAR DE RADIODIFUSÃO LTDARÁDIO CULTURA DE GRAVATAÍ LTDARÁDIO LIBERDADE FM DE SANTA RITA LTDARÁDIO DIFUSÃO E CULTURA LTDARÁDIO CONTINENTAL FM LTDA

ZÉ GERARDO (PMDB-CE)RÁDIO METROPOLITANA DE FORTALEZA LTDA

* Carlos Rodrigues (PL-RJ) e José Borba (PR), ex-líder doPMDB na Câmara, renunciaram ao mandato de deputado,suspeitos de envolvimento no esquema de mensalão.

Fonte: Levantamento feito pelo professor Venício A. de Limacom base em dados da Câmara dos Deputados (18/08/2005)e do Ministério das Comunicações (05/08/2005).

Marco Aurélio WeissheimerAgência Carta Maior

O Governo de Minas colocou oficialmente em operação nes-te sábado (22/04), em Montalvânia, no Norte do Estado, o 24ºCentro Vocacional Tecnológico (CVT) das 108 unidades previs-tas nas três etapas do Projeto Estruturador de Inclusão Digital.A entrega do CVT à população foi feita pelo secretário de Esta-do de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Paulo Kleber Du-arte Pereira, e pelo gerente do projeto, William Brandt, além devárias autoridades da região. Na primeira etapa foram instala-dos 21 CVTs. Para a segunda etapa está prevista a instalaçãode mais 43 unidades.

Os CVTs são unidades do Projeto Estruturador de InclusãoDigital do Governo de Minas e visam promover a inserção soci-al do cidadão mediante o acesso a internet e cursos à distân-cia, contribuindo para a redução dos níveis da desigualdadecom cursos profissionalizantes e outras atividades proporcio-nadas pela informática. Eles são equipados com duas salascom 10 computadores conectados à internet, uma sala de vi-deoconferência, salas de incubadoras de empresas e laborató-rio vocacional de acordo com a vocação produtiva da região.Em Montalvânia, o laboratório será de Turismo Ecológico.

Os CVTs, que custam média R$ 700 mil a R$ 800 mil, sãogerenciados por Organizações não-Governamentais (ONGs) ouOrganizações Sociais de Interesse Público da Sociedade Civil(Oscips), sempre supervisionadas por um comitê de represen-tantes dos órgãos estaduais e municipais. A ONG que irá gerira unidade de Montalvânia é o Instituto de DesenvolvimentoSustentável (INDES).

Os recursos para a implantação são do governo federal,através de emenda da bancada mineira ao Orçamento no Con-gresso, e de contrapartida do governo mineiro. Na segundaetapa serão gastos R$ 34 milhões incluindo os R$ 10 milhõesda contrapartida estadual.

Montalvânia - O município de Montalvânia localiza-se noextremo Norte de Minas e tem um território de aproximada-mente 1.486 quilômetros quadrados. A cidade é banhada pe-las águas cristalinas do Rio Cochá e a paisagem se destacapela existência de grandiosas formações rochosas. O municí-pio fica a 755 km da capital e, de acordo com estimativa doIBGE, possui uma população de aproximadamente 17 mil ha-bitantes.

O abacaxi e o algodão são seus principais produtos agríco-las. A pecuária também é uma importante fonte de renda local.O fundador da cidade foi o autodidata Antônio Lôpo Montal-vão, que comprou uma fazenda em 1952 e lançou ali a pedrafundamental do povoado que batizou com o nome de Montal-vânia. A emancipação ocorreu apenas em 1962. A cidade foiplanejada com uma praça central para onde convergem ruas eavenidas. Todas são largas e batizadas com nomes de pensa-dores, profetas e cientistas.

Governo de Minasinaugurou CVT emMontalvânia sábado

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SAÚDE

Superando a leucemia

Diga não à corrupção

Não deixe que a corrupção faça parte da sua vida.

Uma campanha Transparência Brasil (www.transparencia.org.br ) eAssociação dos Amigos de Januária. Filie-se (38) 3083-0095

Você já subornou alguém? Um funcionário público?Como você se sentiu? Mal, não foi? Aquela sensaçãode coisa suja, de indignidade... A corrupção faz malao amor-próprio das pessoas. Não venda suadignidade por uma facilidade qualquer. O preço moralé alto.

O Instituto Nacional deCâncer (Inca), ligado ao Minis-tério da Saúde, prevê que, em2006, cerca de 9.500 pesso-as desenvolverão algum tipode leucemia – câncer que atin-ge a medula óssea. Com umtratamento adequado e preco-ce, o paciente possui grandeschances de superar a doençae voltar a ter uma vida nor-mal.

O Inca é um dos centrosde referência para o tratamen-to das leucemias. Mas existemoutros serviços vinculados aoSistema Único de Saúde (SUS)espalhados no país que aten-dem as vítimas da doença.Ainda que o paciente viva dis-tante desses centros, o SUSgarante a internação nas ci-dades onde eles se localizame o tratamento completo – doprimeiro hemograma (examede sangue) até o transplantede medula óssea, quandohouver indicação médica.

Existem dois tipos básicosde leucemia: a crônica, semsintomas e de desenvolvimen-to lento, e a aguda, associadaa sangramentos, fadiga, pre-sença de infecções e que apre-senta rápida evolução. A par-tir dessas duas categorias,aparecem diversos subgru-pos, classificados em funçãodo grau de diferenciação ce-lular. Para cada um, existe in-dicação de tratamento espe-cífico e expectativa de resul-tados diferenciados.

“A leucemia linfóide agu-da, por exemplo, é mais co-mum em crianças com menosde 10 anos”, lembra Jane Do-bbin, chefe da Hematologia doInca. Segundo ela, a chancede recuperação para as crian-ças é considerada grande –80%. “Para os adultos, essemesmo tipo de câncer temchance de cura de 40%. Ascrianças também apresentammelhor índice de recuperaçãono caso da leucemia mielóideaguda (60%, contra 30% nosadultos)”, conta a médica.

Na medula óssea, produ-zem-se as chamadas séries(elementos) do sangue: os gló-bulos brancos, responsáveispela defesa do organismo; osglóbulos vermelhos, respon-sáveis por distribuir o oxigê-nio dos pulmões para todo ocorpo; e as plaquetas, que cui-dam da coagulação do san-gue. A leucemia tem comocausa a reprodução desorde-nada de glóbulos brancos im-perfeitos dentro da medula.Os elementos defeituososocupam espaço demais e im-pedem a produção de outroscompostos.

O baixo número de plaque-tas, por exemplo, causa he-morragias nas gengivas, nonariz e nos olhos. Elas podemtambém acontecer no apare-lho digestivo ou mesmo no cé-rebro. Na pele, aparecemmanchas roxas sem que o pa-ciente tenha sofrido qualquertrauma que as justifique. Jáo baixo número de glóbulosvermelhos provoca anemia e,como conseqüência, fadiga,cansaço, indisposição. En-quanto isso, o número redu-zido de glóbulos brancos sau-dáveis no organismo ocasio-na uma série de infecções.

“Um dos maiores sofri-mentos de quem tem leuce-

Todos os anos, milhares de pessoas desenvolvem algum tipo de câncer na medula. Diagnóstico etratamento adequados aumentam chances de cura

mia aguda é que a doençaaparece de repente, sem darpistas aparentes e, por terevolução rápida, exige que oinício do tratamento seja ime-diato”, explica Jane Dobbin.Quando a leucemia é do tipocrônica, o paciente só vai sa-ber que tem a doença quandofizer um hemograma, em ge-ral de rotina, e as séries dosangue apresentem variaçõesgrandes, que chamam a aten-ção do médico.

Não se sabe ainda o queprovoca grande parte das leu-cemias. “Sabemos apenas so-bre aquelas que são conse-qüência direta da exposiçãoà radiação – como aconteceuem Hiroshima, após a explo-são da bomba atômica , ob-serva Jane. Por isso, não hácomo se prevenir da doença.

Tratamento – A partir dadetecção de variações das sé-ries do sangue por meio deum hemograma, é precisoconfirmar o diagnóstico daleucemia e, em caso positivo,determinar o tipo da doença.Para isso, realiza-se o examechamado de mielograma.Com anestesia local, parte damedula óssea (presente nosossos chatos, como bacia eesterno) é aspirada por meiode punção (agulha). Repete-seesse exame ao longo de todoo tratamento, para comprovarse o paciente está se recupe-rando.

A partir da determinaçãodo tipo de leucemia, ataca-sea doença em diversas frentes,com um tratamento diversifi-cado e complexo. A quimiote-rapia é um dos passos maisimportantes – cada caso exi-ge medicação e quantidade deradiação diferenciada. Indica-se a quimioterapia para des-truir as células leucêmicas.

Junto com a quimiotera-pia, deve-se reforçar o siste-ma imunológico do pacientecom antibióticos. Transfusõesde sangue freqüentes fornece-rão ao doente as plaquetas ne-cessárias para evitar as he-morragias. O tratamento tam-bém precisa evitar que a do-ença se multiplique pelo sis-tema nervoso central (cérebroe medula espinhal).

Na primeira fase do trata-mento, o médico busca a re-missão completa das célulascancerosas, “um estado deaparente normalidade que seobtém após a quimioterapia”,explica Jane. Esse resultadojá aparece nas primeiras se-manas de aplicações. Nesseperíodo, os exames já nãomais indicam a presença daleucemia. Apesar disso, nãose pode dizer que a doençatenha sido debelada. Ainda hácélulas doentes residuais noorganismo, o que obriga acontinuação do tratamento,para que não aconteçam re-caídas. O período varia entreum ano (no caso das leuce-mias mielóides) e dois anos(no caso das linfóides).

A médica do Inca contaque depois da remissão, o tra-tamento consiste de outrastrês fases: “a consolidação(tratamento intensivo comsubstâncias não empregadasna primeira fase da quimio-terapia); a reindução (repeti-ção dos medicamentos usa-dos na fase da remissão) e a

manutenção (tratamento maisbrando, mas continuado porvários meses)”.

Como o tratamento da leu-cemia aguda pode ser muitoprolongado e requer repetidastransfusões e internações, emgeral os médicos recomendama implantação de um cateterde longa permanência, parafacilitar a aplicação de medi-camentos e derivados sanguí-neos, além das freqüentes co-letas de sangue para exames.Sem o cateter, as veias dosbraços poderiam não supor-tar o tratamento.

Transplante de medula –Para a terapia de alguns tiposde leucemias – como as mie-lóides aguda e crônica e a leu-cemia linfóide aguda – otransplante de medula podeser indicado. Ele consiste nasubstituição da medula doen-te por células normais demedula óssea. O objetivo é re-constituir a medula deficitá-ria.

Há dois tipos de transplan-te. É chamado de autólogoaquele feito a partir da coletade células do sangue do pró-prio paciente. Já o alogênicorealiza-se com células de umdoador. Nos dois casos, o ob-jetivo é conseguir estocar cé-lulas saudáveis para seremreimplantadas, depois que opaciente for submetido a umacarga muito pesada de qui-mioterápicos.

Esses medicamentos emdoses elevadas são muito efi-cientes no combate às célu-las cancerosas, porém mos-tram um efeito devastadorsobre as células boas da me-dula, que fica “esvaziada” de-pois de procedimento. Quan-do a quimioterapia termina,as células armazenadas sãodevolvidas ao sangue. Elasvão ocupar novamente o es-paço dentro da medula.

Quando os médicos indi-cam o transplante alogênico,a primeira medida é procurarpelo doador entre membrosda família do paciente. Ir-mãos, em geral, têm em tor-no de 25% de chances de se-rem compatíveis para essetipo de procedimento.

Caso não haja ninguémcompatível na família, a se-gunda possibilidade é buscarpor doadores no Registro Na-cional de Doadores de Medu-la Óssea (Redome), mantido

pelo Inca. Se o resultado nãofor positivo, realiza-se a pro-cura em bancos de doadoresde outros países. No ano pas-sado, houve, no país, 1.211procedimentos desse tipo.

CARTAS DO LEITOR

UM ESPAÇO PÚBLICO DE CIDADANIA

Prezado companheiro Fábio,Mais uma vez gostaria de pa-

rabenizar pelo seu excelente tra-balho na sua região de atuação.Isso nos orgulha e nos incentiva,cada vez mais, de trabalhar noJornalismo. Juro que eu já esta-va desanimado, porque a gentedenuncia, denuncia, e nada acon-tece!!! Mas vejo que você aindaestá com todo gás, e continueassim. Se precisar da força doamigo aqui, pode contar comigo.

Fraternalmente,Raimundo DiasJornal Além das Gerais(38) 3741-9566 / 9979-5096

Caro colega Fábio Oliva,Agradecemos o envio de in-

formações da Folha do Norte e oparabenizamos pela eficiênciacom que faz circular o seu jornal.

É um prazer recebê-lo.Uma imprensa livre represen-

ta um povo livre.Um abraço,José Adonias [email protected]

_______________E-mail para a redação:[email protected]

Page 9: Folha do Norte - 2006-04-21 a 30

CONGRESSO NACIONAL INTERNACIONAL DE DIREITO ADMINISTRATIVO,

ELEITORAL E PREVIDENCIÁRIO PÚBLICO

II E I

NOME:

ENTIDADE:

CNPJ: CARGO:

ENDEREÇO:

CIDADE: CEP: UF:

TELEFONE: ( ) E-MAIL:

ficha de inscrição VALOR DA INSCRIÇÃO:

Até 07/04:Estudantes (graduação): R$ 80,00Congressistas: R$ 250,00

De 08/04 a 02/05Estudantes (graduação): R$ 120,00Congressistas: R$ 350,00

Após 02/05Estudantes (graduação): R$ 150,00Congressistas: R$ 450,00

Opcionalmente, o pagamento da taxa de inscrição poderá ser efetuado através de depósito nas seguintes agências bancárias em nome do CEAPP: Banco do Brasil - Agência: 0104-x - Conta: 39177-8; Banco Itaú - Agência: 0238 - Conta: 86055-5. Enviar o comprovante de pagamento e a ficha de inscrição para os fac-similes (fax): (31) 3291-9798 e (31) 3291-0095, ou acesse o site www.inbrap-brasil.com.br e, posteriormente, confirme recepção do comprovante de inscrição pelo fone (31) 3335-3790 . EM CASO DE NÃO-COMPARECIMENTO, NÃO HAVERÁ DEVOLUÇÃO DO VALOR DA TAXA DE INSCRIÇÃO.

CONGRESSO NACIONAL INTERNACIONAL

DE DIREITO ADMINISTRATIVO,ELEITORAL E PREVIDENCIÁRIO PÚBLICO

II E I

O INBRAP - Instituto Brasileiro de Direito Administrativo e Previdenciário apresenta a programação do II Congresso Nacional e I Internacional de Direito Administrativo, Eleitoral e Previdenciário, que acontecerá no Brasil, em Belo Horizonte, Minas Gerais.

O dinamismo do ordenamento jurídico, político e social que conduz o processo nacional e internacional não permite que os agentes operadores do direito - cientistas, pesquisadores, técnicos, servidores públicos, magistrados, estudantes, cidadãos e políticos - se furtem ou fiquem alheios aos fatos que ocorrem no seu dia-a-dia.

Destarte, o INBRAP, consciente de seu papel na formação cidadã, apresenta mais esta proposta de interação do que ocorre na administração pública brasileira. O Congresso vai reunir estudiosos e juristas internacionais, formando uma grande tertúlia de estudos de caráter jurídico, social e político. O foco principal é a busca da melhoria de vida do cidadão.

Portanto, nos dias 17,18 e 19 de maio sua presença é indispensável. Serão proferidas 18 palestras, perfazendo mais de 20 horas de estudos e reflexões.

Participe e esteja preparado para enfrentar os desafios que o futuro reserva neste campo do conhecimento.

Conselho Nacional de Justiça - CNJ: Nepotismo, limite deremuneração dos agentes políticos e servidores públicos.Qual o seu papel na sociedade brasileira?

Administração Pública: Como obter eficiência e dinamismo?

Direito Administrativo Europeu: Faça uma análise dos avançosem face do Direito Brasileiro.Previdência Social: O desafio do século.

Campanha Eleitoral: Abuso de poder ou falta de cidadania?

Contabilidade Pública. A essência da administração: É substancial ou não para a eficiência administrativa? Qual é a responsabilidadedo contador público?Constituição Federal: 16 anos depois. Uma análise da RepúblicaFederativa do Brasil e seus Poderes Constitucionais.

ATENÇÃO! As primeiras 50 inscrições recebidas via fax (não pela data do depósito) terão direito, como cortesia, a uma revista do Inbrap com artigos de juristas estrangeiros e brasileiros (vide informações da Revista Inbrap no site: www.inbrap-brasil.com.br). Os exemplares da revista serão entregues durante o Congresso. Portanto, quando enviar o fax, pergunte se você é um dos contemplados. Boa sorte!

17 DE MAIO - QUARTA- FEIRA

8h - Credenciamento

10h - Abertura Oficial: autoridades convidadas do Governo Federal, Estadual e Municipal e representantes de institui-ções e entidades de classe.

10h15min - Palestra: “O Papel do Conselho Nacional de Justiça na Sociedade Brasileira”Palestrante: FLÁVIO DINO DE CASTRO E COSTA - Secretário-geral do

CNJ e juiz auxiliar da Presidência; juiz federal da 23ª Vara do Distrito Federal; ex-presidente da Associação dos Juízes Federais do Brasil - AJUFE; professor de Direito Administrati-vo na Universidade de Brasília (Unb) e na Universidade Fede-ral do Maranhão (UFMA); mestre em Direito Público pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE); autor do livro "Autogoverno e Controle do Judiciário no Brasil"; co-autor dos livros “Crimes e Infrações Administrativas Ambientais" e “Re-forma do Judiciário: Comentários à Emenda nº 45”. - Brasília - DF.

12h - Intervalo para almoço

14h - Palestra: “O Clientelismo Ibero-americano e a Evolu-ção dos Sistemas Eleitorais - Compra de Voto - Lei 9840/99 (seis anos depois)”Palestrantes: ADRIANO SOARES DA COSTA - Professor do Centro Uni-

versitário de Ciências Jurídicas - Maceió - AL - advogado, ex-juiz de Direito e escritor - pela inconstitucionalidade da Lei 9840/99.MÁRLON JACINTO REIS - Juiz de Direito; vencedor do I Prêmio Innovare “O Judiciário do Século XXI” e represen-tante internacional da ABMPE (Associação Brasileira de Magistrados, Procuradores e Promotores Eleitorais); douto-rando pela Universidade de Zaragoza (Espanha) - pela constitucionalidade da Lei 9840/99. São Luiz - MA.

16h15min - Intervalo

16h30min - Palestra: “Planejamento Municipal e Poder Regi-onal” Palestrante: JOSÉ NILO DE CASTRO - Professor e doutor em Direito de

Estado pela Universidade de Paris II (França). Belo Horizon-te - MG.

Palestra: “O Direito do Servidor Público da Venezuela”Palestrante: FRANCY C. BEZERRA DE RÁMIREZ - Professora da Uni-

versidade Católica - Táchira (Venezuela).

17h30min - Encerramento

15h30min - Palestra: “As Perspectivas dos Regimes Própri-os de Previdência Pública decorrentes das últimas Refor-mas Constitucionais”Palestrante: MAURO BORGES - Professor, consultor especialista em Pre-

vidência Funcional. Curitiba - PR.

16h30min - Palestra: “Um Retrato da Previdência Social Bra-sileira”Palestrante: ROBERTO BRANT - Deputado federal e ex-ministro da Previ-

dência Social - Brasília - DF.

17h - Palestra: “O Parlamento Federal e a Administração Pública”Palestrante: Deputado CLEUBER CARNEIRO - Membro da Comissão de

Seguridade Social da Câmara Federal.

8h30 - Palestra: “Os Avanços Mundiais no Controle dos Re-cursos Públicos: Brasil, EUA, Inglaterra, Canadá, Austrália e Nova Zelândia (Alterações na legislação brasileira sobre Conta-bilidade e Responsabilidade Fiscal; Governança Corporativa Pública; Accountability no Setor Público; Os instrumentos de E-government; Instituições de Fiscalização Superior; O auxílio dos organismos internacionais: ONU, BID, FMI, OEA, OCDE, EU”

Palestrante: ROBERTO SÉRGIO - Ex-auditor da Receita Federal; ex-professor da Universidade Federal do Maranhão; ex-professor da Universidade Federal do Rio Grande do Norte; professor da Universidade Federal do Ceará; servidor do Tri-bunal de Contas da União; instrutor da Escola Nacional e Inter-nacional de Controle Externo do TCU; professor de Cursos de Especialização nos estados do Rio Grande do Norte, Ceará e Amazonas; mestre em Administração pela Universidade Esta-dual do Ceará; doutorando de Contabilidade e Finanças da Universidade de Zaragoza/Espanha; autor de diversos artigos sobre Contabilidade e Auditoria no Setor Público.

9h30min - Palestra: “Os Desafios dos Estados em face da Seguridade Social”Palestrante: Representante do Senado ou Câmara Federal ou de Governo de Estado.

10h15min - Intervalo.

10h30min - Conferência de Encerramento: “Constituição Federal: 16 anos depois. Uma análise da República Federati-va do Brasil e seus Poderes Constitucionais”Conferencista: NICOLAU DINO DE CASTRO E COSTA NETO.

Presidente da Associação Nacional dos Procuradores da República. Brasília - DF.

12h - Entrega de Certificados.

19 DE MAIO - SEXTA-FEIRA

programação 18 DE MAIO - QUINTA-FEIRA

8h30min - Palestra: “O Direito Administrativo Europeu”Palestrante: FERNANDO LÓPEZ RAMÓN - Catedrático em Direito Adminis-

trativo e escritor - Zaragoza (Espanha).

9h30min - Palestra: “Controle de Contas Públicas da Admi-nistração Pública Brasileira”Palestrante: MÁRCIO FERREIRA KELLES - Assessor do Tribunal de Contas

de Minas Gerais; mestre em Direito Público pela PUC - Minas; ex-diretor da Fiscalização Municipal do TCE-MG; professor da ESAF - Escola de Administração Fazendária do Ministério da Fazenda; professor da disciplina Direito Financeiro e de LRF do Curso de Especialização em Direito Público do CAD - Centro de Atualização em Direito/Universidade Gama Filho - RJ; profes-sor da disciplina LRF e Controle de Contas Públicas do Curso de Especialização em Direito Público do IEC - Instituto de Edu-cação Continuada - PUC-Minas; professor da disciplina LRF do Curso de Especialização em Direito Público da UNESC - Cen-tro Universitário do Espírito Santo - ES.

10h15min - Intervalo

10h30min - Palestra: “Abuso de Poder: Direito Eleitoral e Administração Pública”Palestrante: EUGÊNIO PACELLI DE OLIVEIRA - Professor e escritor; procu-

rador da República em Minas Gerais; mestre e doutor em Direi-to - UFMG; membro-fundador da Associação Brasileira de Professores de Ciências Penais; da Associação Brasileira de Filosofia do Direito e de Sociologia do Direito e do Instituto de Ciências Penais. Belo Horizonte - MG.

12h - Intervalo para almoço

14h - Palestra: “Equilíbrio Financeiro e Atuarial: custo especial (remodelagem ou escalonamento atuarial). Limites e Validade”Palestrante: REPRESENTANTE DO MPAS ou do INSS .

Palestra: “O Como equacionar o Déficit Atuarial.”Palestrante: JÚLIO MACHADO - Atuário Especialista Previdenciário - Rio de

Janeiro - RJ.

14h30min - Palestra: “O Desafio das Administrações Públi-cas em face das Reformas Previdenciárias e os seus Refle-xos em Estados e Municípios (Controle do passivo e do Ativo previdenciário)”Palestrantes: MAURÍLIO NERIS DE ANDRADE ARRUDA - Escritor; especia-

lista em Direito e doutorando em Direito Administrativo; presi-dente do Inbrap. EDSON JACINTHO DA SILVA - Especialista em Gestão Previ-denciária (Sistemas) - Cuiabá - MT.

15h15min - Intervalo

FALA ESPANHOL?

SÍNTESES DAS PALESTRAS:

Maurílio Neris de Andrade Arruda

Presidente do INBRAPAté lá!

( ) SIM ( ) NÃO

OBS.: - DA LÍNGUA ESTRANGEIRA - Se deixar em branco, será considerado para os organizadores que fala e compreende a língua espanhola. Tal exigência visa proporcionar a(o) participante uma melhor compreensão das palestras estrangeiras, em razão do número de aparelho com tradução simutânea que serão instalados, se for o caso.

OBS.: (sugestão que queira fazer)

17, 18 e 19maio/2006 Belo Horizonte - Brasil

Folha do Norte - Pág. 09 Januária-MG, 21 a 30 de abril de 2006

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ARTESANATO

Artesãos querem apoio para feira livreAproveitando materiais re-

cicláveis e outros encontradosna própria natureza, comopalha de milho, sementes ecascas de árvores, artesãos dacomunidade de Riacho daCruz, zona rural de Januária,estão conseguindo driblar asadversidades para se mante-rem na atividade. Em setem-bro, eles querem realizar umafeira ao ar livre, na principalavenida do distrito, para expo-sição e comercialização desuas peças.

Neuza Neres dos Santos, 26anos, representante do Clubede Mães do Riacho da Cruz éuma das mais entusiasmadascom a realização da feira. Elaproduz bonecas feitas de pa-lha de milho, lã e bucha vege-tal, além de flores feitas de fo-lhas de cagaiteira e araticum.As peças são vendidas, emmédia, por R$ 2,00. Na cida-de, são revendidas por preçosque variam de R$ 12,00 a15,00 cada.

Além de apresentar ao pú-blico o artesanato local, a fei-

ra também incluirá outrosatrativos, entre eles bebidasfeitas a partir do uso de frutosdo cerrado, além de comidastípicas. No Riacho da Cruz,existem aproximadamente 50pessoas que se dedicam à pro-dução de artesanato.

Almir Alves da Silva, 20anos, concluiu o segundo graumas está desempregado. A fal-ta de oportunidades de traba-lho na localidade é muito gran-de. Artesão diletante, ele exer-ce sua arte, por gosto, comoamador, e não por ofício ouobrigação, mas revela que jáfez trabalhos sob encomenda.Almir é especialista na arte defazer miniaturas de casas, es-colas e sedes de fazendas (fotoao lado).

Para confeccionar as ma-quetes, Almir utiliza palitos depicolés, papelão e outros ma-teriais recicláveis. Sua habili-dade o tornou conhecido detodos os moradores de Riachoda Cruz. Almir e Neuza acre-ditam que a feira, além de darmaior visibilidade e chamar a

atenção para os produtos fei-tos pelos artesãos de Riachoda Cruz, pode representar oprimeiro passo no sentido deque se organizem para obtermelhores resultados na co-

mercialização de seus traba-lhos.

Sábado (29/04), os arte-sãos de Riacho da Cruz vão sereunir com o objetivo de criaruma associação. Através da

entidade, eles pretendem con-seguir junto a órgãos como oSebrae e o Senar (Serviço Na-cional de Aprendizagem Rural)que sejam ministrados cursospara os associados. “Quere-

mos aprender novas técnicas”,explica Neuza Neres dos San-tos, que nunca fez curso naárea. Ela aprendeu a arte defazer bonecas observando ou-tras artesãs.

Miniaturas de construções, bonecas de palha de milho e bucha vegetal, exemplos da pujança do artesanato de Riacho da Cruz

O Senado Federal aprovouterça-feira (18/04) a conces-são de financiamento de 170milhões de dólares pelo Ban-co Mundial ao Governo de Mi-nas Gerais. Os recursos se-rão usados em programas decombate à pobreza no Nortede Minas e nos vales do Mu-curi, Jequitinhonha. Este seráo segundo financiamento doBird ao governo mineiro nosúltimos seis meses. Ao finalde 2005, o organismo de fo-mento internacional firmouacordo com o Estado para umfinanciamento de US$ 35 mi-lhões, dando fim a um jejumde 12 anos sem nenhum fi-nanciamento internacionalconcedido ao Governo do Es-tado.

Os recursos serão utiliza-dos para a execução dos pro-jetos estruturadores do Pro-grama Geraes com foco namodernização da gestão pú-blica e para a pavimentaçãode acessos a municípios ain-da sem ligação asfáltica (Pro-Acesso). Ambos os financia-mentos deverão ser assinadosem maio, em Washigton, nosEstados Unidos, com a dire-ção do Banco Mundial.

Banco Mundialaprova US$ 170

milhões para MG

Quarta-feira (19/04), osvereadores Weber Abreu, doPartido Progressista, e José doPatrocínio Magalhães Almeida,o Zezé, do PT, foram agracia-do com o Diploma de Amigodo Exército pelo Tiro de Guerade Januária. O diploma foiconcedido aos vereadores emvirtude dos relevantes serviçosprestados para aquela unida-de militar do Exército Brasi-leiro.

A homenagem aconteceudurante solenidade realizadano ginásio coberto, com a pre-sença de várias autoridadescivis e militares. Zezé estavaviajando e enviou representan-te à solenidade. Weber Abreuagradeceu a homenagem rea-firmando a importância que oTiro de Guerra tem para a for-mação moral, cívica e militarde milhares de jovens.

Com o voto favorável dos53 deputados presentes noPlenário na manhã de quar-ta-feira (19/04), durante aReunião Extraordinária, a As-sembléia Legislativa de MinasGerais aprovou em 1º turnoa Proposta de Emenda àConstituição (PEC) 67/04, dodeputado Ivair Nogueira(PMDB), que reduz o recessoparlamentar na Assembléiade 90 para 55 dias e proíbe opagamento por convocaçãoextraordinária durante o re-cesso. Com a alteração, quedeverá ser aprovada em 2ºturno, as mudanças já entra-rão em vigor em julho, con-forme assegurou o presiden-te da Casa, deputado MauriTorres (PSDB).

A emenda foi aprovada naforma do substitutivo nº 1,conforme acordo feito peloColégio de Líderes, em 21 defevereiro, que prevê que a

ALMG aprova redução do recessoparlamentar de 90 para 55 dias

Deputado Ivair Nogueira

Vereadoreshomenageados

com Diploma deAmigo doExército sessão legislativa ordinária

passará a acontecer de 1ºde fevereiro a 18 de julho ede 1º de agosto a 20 de de-zembro de cada ano. Hoje,a sessão vai de 15 de feve-reiro a 30 de junho e de 1ºde agosto a 15 de dezem-bro.

O substitutivo tambémtrouxe outra novidade emcomparação com a propos-ta inicial. Ele extingue o pa-gamento devido a convoca-ção extraordinária. Pela le-gislação atual, caso hajaconvocação extraordináriadurante o recesso, o quepode ser feito a pedido dogovernador ou da própriaAssembléia, cada deputadotem direito a receber umsubsídio de R$ 9.635,40 noinício e igual valor no finalda convocação. Com a PEC,esta pagamento fica extin-to.

O substitutitvo aindaprevê a manutenção deuma única reeleição daMesa da Assembléia para omesmo cargo, na mesma le-gislatura ou na seguinte

(vedada pela PEC original) eratifica na Constituição,como já está disposto no Re-gimento Interno da ALMG,que a sessão ordinária não seencerra sem a votação do or-çamento. Originalmente, aPEC 67, que muda o artigo53 da Constituição, propu-nha a redução do recesso le-gislativo, ampliando destaforma a sessão de 15 de ja-neiro a 15 de julho e de 1º deagosto a 31 de dezembro.

Avanços - Deputados des-tacaram avanços na ação le-gislativa. Para o presidenteda Assembléia Legislativa,deputado Mauri Torres(PSDB), a aprovação repre-senta um avanço significati-vo, pois o Legislativo demons-tra mais uma vez estar emsintonia com a sociedade aoreduzir o recesso. “Nós avan-çamos mais em direção aoque a sociedade espera do Le-gislativo, assim como esta-mos avançando em outrasquestões. Esta PEC nos ga-rante um tempo maior de tra-balho dos deputado na As-sembléia”, acrescentou.

O líder do bloco PT/PCdoB, deputado AndréQuintão (PT), destacou a im-portância das mudanças,lembrando que mesmo no re-cesso o deputado continua atrabalhar no interior ou emsuas bases, “ainda que a so-ciedade não saiba disso eacredite que o trabalho par-lamentar se restrinja a reu-nião de Plenário e de comis-sões “, enfatizou.

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Folha do Norte - Pág. 11 Januária-MG, 21 a 30 de abril de 2006

DENGUE

A Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES/MG) emitiuum alerta aos profissionais médicos para a situação epidemiológica dadengue em Minas Gerais. Apesar de já se encontrar no final do períodocrítico de transmissão da doença, ainda é possível que ela ocorra até ofinal do mês de maio.

As regiões mais afetadas em Minas são o Triângulo Mineiro, o Norte deMinas e, mais recentemente, a Região Metropolitana de Belo Horizonte,com aumento do número de casos notificados e confirmados de dengueclássica. Apesar da concentração dos casos nestas áreas, todas as regi-ões têm apresentado casos confirmados laboratorialmente, segundo osexames realizados pelo Instituto Otavio Magalhães (IOM/Funed).

Em Januária, os números da Vigilãncia Epidemiológica dão conta de634 casos notificados (suspeitos). Destes, 129 foram confirmados e 101descartados, sendo que 344 casos aguardam os resultados de exames.Há um caso suspeito de DEN 3. “Tudo que é possível fazer para combatero mosquito, nós estamos fazendo, mas as chuvas favorecem a prolifera-ção”, afirmou o secretário municipal de Saúde, médico sanitarista JoséVeloso Souto Júnior.

Já foram identificados e circularam em Minas Gerais os sorotipos DEN1, DEN 2 e mais recentemente (a partir de 2002) o DEN 3. Esta circulaçãode mais de um sorotipo eleva o risco do aparecimento de casos de FebreHemorrágica do Dengue (FHD). Neste ano, nas áreas com transmissão,tem predominado o vírus DEN-3, que está associado à ocorrência de ummaior número de casos graves e com complicações.

Neste momento, segundo a Secretaria de Estado da Saúde, faz-se ne-cessário que as Gerências Regionais de Saúde (GRS) somem esforços juntoaos gestores locais do SUS para que haja a implementação da vigilânciaepidemiológica dos casos suspeitos, objetivando o diagnóstico precoce epreciso dos casos, bem como para que não ocorram paralisações nasações de combate ao vetor a partir da entrada do inverno.

A Fundação Ezequiel Dias, por meio do Instituto Octávio Magalhães,em parceria com a Secretaria de Estado da Saúde, por meio da Superin-tendência de Epidemiologia e das GRS, e os municípios estarão monito-rando os sorotipos circulantes através do isolamento viral. As orientaçõespara a coleta para este monitoramento deverão ser colhidas junto a Fu-ned (laboratório de virologia - Dra. Sônia Diniz), oportunamente, e esta-rão ocorrendo naquelas localidades onde já se tenha comprovação de cir-culação viral.

O atendimento médico deve ser garantido para pacientes suspeitos dedengue, seguindo as normas do Manual Dengue: diagnóstico e manejoclínico, que foi disponibilizado pelo Ministério da Ssaúde e pela SES epode ser acessado pela internet.

É importante, ressaltar a SES, que para a confirmação dos casos deFebre Hemorrágica da Dengue, critérios clínicos, laboratoriais e epidemi-ológicos estabelecidos pela Organização Mundial de Saúde (OMS) devemser levados em consideração, sendo a confirmação laboratorial impres-cindível.

A Secretaria de Saúde pede aos profissionais de saúde que fiquematentos aos sinais de alerta da dengue (listados abaixo), garantindo aopaciente um atendimento rápido e eficaz:

- Dor abdominal intensa e contínua;- Vômitos persistentes;- Hipotensão postural;- Hipotensão arterial;- Pressão diferencial < 20mmHg (PA convergente)- Hepatomegalia dolorosa- Hemorragias importantes (hemantêmese e/ou melena)- Extremidades frias, cianose;- Pulso rápido e fino;- Agitação e/ou letargia;- Diminuição da diurese;- Diminuição repentina da temperatura corpórea ou hipotermia;- Aumento repentino do hematócrito;- Desconforto respiratório.A SES MG dispõe de um serviço de orientação sobre a dengue através

do número 0800-2832255 de segunda a sexta feira de 7h às 19h.

Secretaria de Saúde alerta parasituação da dengue em Minas

João Moura Neto mostra a péssima situação de um trecho de estrada no Riacho da Cruz

Estradas rurais intransitáveisEstão péssimas as condições

das estradas rurais de Januária.Além das chuvas, a falta de quais-quer obras de conservação das vi-cinais tem prejudicado milhares depessoas que moram na zona ru-ral. Na comunidade de Riacho daCruz, o problema chegou a tal pon-to que o ônibus parou de passarpela estrada que circunda a loca-lidade. Isso está obrigando os mo-radores a andarem vários quilôme-tros a pé, até um ponto de ônibusque fica à beira do asfalto.

Crianças, mulheres grávidas,gente doente convivem com o pro-blema diariamente, segundo JoãoMoura Neto, morador de Riacho daCruz.

Brejo do Amparo, localidadehistórica, onde se iniciou o proces-so de povoamento de Januária, eonde se produz aquela que é con-siderada a melhor cachaça do Bra-sil, também não escapa do proble-ma. O acesso a localidades comoOlhos D´água e aos municípios deBonito de Minas e Cônego Mari-nho está difícil até mesmo paraquem o percorre de motocicleta.

O trânsito de caminhões pesa-dos, principalmente transportan-do carvão, contribui para agravarainda mais o problema, piorandoa situação dos buracos e atoleiros.

Mesmo o trecho da rodovia BR-135 que atravessa Januária apre-senta problemas. O mato tomou

conta das margens da rodovia eavança sobre a pista, encobrindoas placas de sinalização e aumen-tando o risco de acidentes. Até asplacas de propaganda dizendo queo Governo de Minas cuida destarodovia estão parcialmente enco-bertas.

“As estradas por estas bandassimplesmente acabaram”, afirmaJoão Moura Neto. As dificuldadespara escoamento da produção, in-clusive do leite, aumentaram porcausa das péssimas condições dasestradas rurais.

Os motoristas também se quei-xam dos prejuízos com pneus, pe-ças de reposição e aumento dosgastos com combustível.

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Page 12: Folha do Norte - 2006-04-21 a 30

Folha do Norte - Pág. 12 Januária-MG, 21 a 30 de abril de 2006

SEGURANÇA

Municípios da região nor-te, como Montalvânia, ondenão há delegado de polícia,promotor de justiça ou juiz dedireito, e as viaturas da Polí-cia Militar estão em franga-lhos, poderão ser beneficiadoscom a criação do Cinturão deSegurança do Estado de Mi-nas Gerais. Ao todo, 135 mu-nicípios mineiros que fazemfronteira com outros estadosserão beneficiados, entre elesJanuária, Bonito de Minas,Montalvânia, Juvenília, Mati-as Cardoso, Espinosa, Monte-zuma, São João do Paraíso, Ni-nheira e Águas Vermelhas, noNorte de Minas.

O governador Aécio Nevese o secretário de Estado deDefesa Social, Ibrahim Abi-Ackel, anunciaram terça-feira(18/04), a liberação de R$ 47,4milhões para a segunda fase

Cinturão de segurança pode ajudarmunicípios do Norte de Minas

do Programa de Interiorizaçãodo Plano Estadual de Seguran-ça Pública e criação do Cintu-rão de Segurança. Os investi-mentos reforçarão as ações desegurança no conjunto dosmunicípios do interior e con-tribuirão para evitar a entra-da e atuação de criminosos deoutros estados no território mi-neiro.

“Um dos grandes proble-mas que Minas vive hoje é ofluxo de quadrilhas, de crimi-nosos de outros estados paraMinas Gerais. Eles aqui ageme depois saem do Estado”, afir-mou o governador.

Para a criação do Cinturãode Segurança, serão investidosR$ 22,4 milhões em 135 mu-nicípios que têm divisas comBahia, Espírito Santo, Rio deJaneiro, São Paulo, Goiás eMato Grosso do Sul, numa ex-

tensão de 6,1 mil quilômetros.Estes municípios serão do-

tados de equipamentos espe-ciais de informática e inteli-gência, para que possam tro-car informações com as polí-cias dos estados vizinhos emonitorar o fluxo das quadri-lhas. Na primeira fase do pro-grama Cinturão de Seguran-ça, todas as unidades da Polí-cia Militar dos 135 municípi-os, independentemente do ta-manho, receberão viaturascabine dupla com tração 4x4,armamento reforçado, coletes,rádios comunicadores e outrosequipamentos. Serão benefici-ados diretamente 2,4 milhõeshabitantes.

Os policiais passarão portreinamento especial voltadopara o policiamento ostensivoadequado para a função que éo controle de divisas estaduais.Ibrahim Abi-Ackel e Aécio Neves lançam programa para evitar entrada de criminosos no Estado

O deputado estadual Ro-gério Correia, 2º vice-presi-dente da Assembléia Legis-lat iva de Minas Gerais(ALMG), e a vereadora Nei-la Batista, ambos do PT, en-contraram-se quarta-feira(19/04) com o chefe da Po-lícia Civil de Minas Gerais,delegado Otto Teixeira Filho,na sede da Secretaria de Es-tado de Defesa Social, naPraça da Liberdade, acom-panhando os familiares depessoas desaparecidas emBelo Horizonte e outras ci-dades mineiras.

Volta e meia a questãodas pessoas desaparecidasse torna dramática por con-ta do desespero das famíli-as com a falta de informa-ções sobre o paradeiro deseus entes queridos. Sabe-se que o processo de inves-tigações é demorado, o quecontribui mais ainda paraesse sentimento de dor en-tre as pessoas das respecti-vas famílias. Na reuniãocom o chefe da Polícia Civilfoi solicitado maior empe-nho e recursos para as in-vestigações.

A proposta de se procu-rar a polícia surgiu na se-mana passada (12/04), du-rante a manifestação dessesfamiliares e de amigos devárias pessoas desapareci-das, ocorrida na Praça Sete.Cerca de 150 pessoas com-pareceram ao local. Umadas decisões foi essa: o com-promisso dos parlamentaresna busca de soluções parao problema.

Um dos casos mais intri-gantes é o da menor TaísMota Xavier, de Januária.Tinha 12 anos quando de-sapareceu no dia 18 de ou-tubro de 2005. A menor foivista pela última vez por vol-ta das 19 horas, após dei-xar o bar de seu pai, Sebas-tião França Lucas, em dire-ção à sua casa. Nunca maisfoi vista, e a polícia, sem pis-

Parlamentares e familiares dedesaparecidos vão à Polícia Civil

pedir ajuda nas investigações

tas sobre o seu paradeiro,pede ajuda à comunidadepara encontrá-la. Quem ti-ver qualquer informaçãodeve ligar para (38) 3621-1444. Não é necessário seidentificar.

Como a menor Taís, exis-tem atualmente várias cri-anças e adultos desapareci-dos em Minas Gerais. Entreelas o garoto Douglas Frei-tas Ferreira, 13 anos, quesumiu quando saía do Cen-tro de Treinamento do Atlé-

tico, em 4 de março. Sua fa-mília está gratificando comR$ 5 mil a quem der infor-mações que efetivamentecontribuam com as investi-gações em curso. Outro de-saparecido é Saulo Fróis doNascimento, 24 anos, ban-cário, que sumiu em 20 deagosto de 2005. Tambémconsta da lista o desapare-cido Cláudio Márcio, adul-to, filho de Nilza Balsa, e quereside no Bairro Trevo, emBelo Horizonte.

Taís Mota Xavier, desaparecida desde 18 de outubro de 2005

FOTO: ARQUIVO DA PC

Para os índios de nove tribos de MinasGerais presentes à reunião conjunta das co-missões de Participação Popular e de DireitosHumanos, realizada terça-feira (19/04) noAuditório da Assembléia Legislativa, o Dia doÍndio, 19 de abril, não merece ser comemora-do. O Estado tem hoje cerca de 11,5 mil índi-os. A maioria vive nas regiões Norte de Minas- como os Xacriabás, em São João das Mis-sões - e no Vale do Jequitinhonha, vivendonuma área total demarcada de 70 mil hecta-res, insuficientes, segundo eles, para garan-tir a sobrevivência digna de todas as tribos.Mas a falta de terras é apenas parte do pro-blema. Os indígenas reclamam ainda de suascondições precárias de subsistência e da faltade assistência nas áreas de saúde e educa-ção, que se refletem na pobreza, marginaliza-ção e alta taxa de mortalidade infantil.

“A situação dos povos indígenas em Minasé muito difícil. Há povos com terras insufici-entes; e há outros já reconhecidos que sequertêm onde ficar. Na área de saúde, falta remé-dio e nem as ervas medicinais podemos re-correr”, lamentou o coordenador do Conselhodos Povos Indígenas de Minas, Glauco Kre-nak. Ele entregou aos deputados presentes aoencontro dois documentos contendo uma sé-rie de reivindicações. Um deles veio de repre-sentantes dos mucurins, que querem ter suaexistência oficialmente reconhecida pelo go-verno federal. Existem pouco mais de 150 in-divíduos do grupo no Estado, a maioria mo-rando na região de Campanário, no Vale do

Povos indígenas sem motivospara comemorar o Dia do Índio

Rio Doce. “Os índios não podem mais conti-nuar vivendo de esmolas, precisamos de con-dições para sobreviver”, disse o líder dos mu-curins, Valtair Mucuriñ

Os problemas vividos pelos caxixós e ara-nãs também foram citados na reunião. De-pois de oficialmente reconhecidos, eles reivin-dicam a posse de terras. Os caxixós são pou-co mais de 400 e vivem em Martinho Cam-pos, Centro-Oeste do Estado. Já os aranãsestão dispersos por várias cidades, inclusiveda Região Metropolitana de Belo Horizonte.

Para o diretor do Instituto de Terras doEstado de Minas Gerais (ITER), Luiz AntônioChaves, a responsabilidade sobre o problemados índios mineiros é de todos. Ele reconhe-ceu que a situação dos povos indígenas noEstado é grave, e lembrou que não adiantajogar a culpa só no governo federal. “Políticaspúblicas de assistência social são de respon-sabilidade do Estado e do município também.O mais grave é que a população indígena estáaumentando, mas migrando para as grandescidades, ocupando bairros inteiros e tambémfavelas”, constatou.

Os parlamentares apresentaram oito reque-rimentos, endereçados à Funai, Funasa, mi-nistro da Justiça e até ao presidente da Re-pública, solicitando, entre outras coisas, maisagilidade na implementação de políticas vol-tadas aos indígenas, agendamentos de deba-tes, informações sobre as demarcações de ter-ras em Minas e relatórios antropológicos so-bre as condições de aranãs e caxixós.

Enfim, uma boa notíciapara os doentes que moramnas cidades localizadas noNorte de Minas e Vale do Je-quitinhonha, e se dirigem aBelo Horizonte para tratamen-to médico especializado. O Go-verno de Minas assumiu a re-cuperação da BR-135, no tre-cho entre o entroncamento daBR-040 e a ponte sobre o Cór-rego Leitão, numa extensão de15 quilômetros. O desvio de500 metros, existente no Km659 (ponte sobre Córrego Lei-tão), lado esquerdo no sentidoBH/Curvelo, também faz par-te da operação de recupera-ção. Os trabalhos de melhori-as desse desvio já foram con-cluídos pelo Departamento deEstradas de Rodagem (DER/MG). A recuperação da BR-

Estado recupera trecho da BR-135135 foi autorizada pelo Depar-tamento Nacional de Infra-es-trutura de Transportes (DNIT).

Para executar as obras demelhorias do desvio de 500metros, o DER-MG fez umaadequação da ponte metálicapara que tenha maior capaci-dade de carga, que será limi-tada a 24 toneladas. Os veí-culos com carga superior a 24toneladas devem usar o des-vio pela rodovia MG-259, notrecho Curvelo-Felixlândia,que encontra-se recuperada.

Ao assumir a recuperaçãodesse trecho da BR-135, o Go-verno do Estado reduzirá ostranstornos causados à popu-lação de vários municípios deMinas Gerais e aos motoristasque utilizam essa rodovia, queé de responsabilidade do go-

verno federal, mas está cheiade placas de propaganda, nostrechos bons, dizendo que émantida pelo Governo do Es-tado. A falta de condições detráfego na BR-135 provoca-ram, nos últimos anos, diver-sos prejuízos para os produ-tores rurais e empresários daregião que utilizam a rodoviapara escoar a produção agro-pecuária e industrial.

O transporte de doentesque buscam tratamento espe-cializado em Belo Horizontetambém é bastante compro-metido, pois são obrigados ausar a MG-259. Isso provocaacréscimo de 64 quilômetrosno trajeto e aumento de, pelomenos, 40 minutos no tempogasto com o socorro de emer-gência e urgência.